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LIVRO DA BOLSA

VOL. 1
INTRODUÇÃO À ANÁLISE TÉCNICA

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AGRADECIMENTOS
Quero deixar os meus agradecimentos aos meus pais.
Ao meu pai por me ter convencido a entrar neste novo
mundo na década de 90 e aos seus bons conselhos, e à
minha mãe pelos conselhos preciosos que sempre me
deu.

Agradeço aos dois pelo apoio incondicional que me


deram em relação aos investimentos bem como ao
longo da vida.

A ambos dedico este livro.

«I create nothing. I own.»


Gordon Gekko, Wall Street

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INTRODUÇÃO
Todos os anos, muitas pessoas entram no mundo dos
investimentos. Quer seja na compra de acções e outros
activos transaccionados quer seja em Bolsa, nos
mercados cambiais, etc.
Contudo, a grande maioria delas ignora por completo a
extrema importância de se saber analisar um gráfico.
Sem se saber analisar um gráfico de um activo
financeiro, como vai um investidor saber onde e quando
investir e que decisões tomar?
Este livro aborda esse ponto imprescindível na
aprendizagem de qualquer investidor iniciado. É feito de
forma bastante simples e fácil de entender, mesmo para
quem nem tenha bem noção do que é um gráfico. Com
ele, qualquer pessoa poderá aprender o que é um
gráfico, ver os tipos principais de gráficos, quais utilizar,
como os utilizar, que padrões identificar e como os
procurar, entre outras coisas.
Aprenderá também o leitor o que é a tendência, e
porque é tão importante, bem como criar e interpretar
linhas de tendência, ou mesmo o que são suportes e
resistências, entre vários outros aspectos essenciais.
Este primeiro volume deixará um iniciado na área
preparado para começar a interpretar gráficos e decidir
assim melhor que decisões tomar nos momentos
cruciais. Deixará também o leitor preparado para os
futuros passos de quem quer aprofundar o estudo da
Análise Técnica posteriormente, sendo por isso
intitulado de “Introdução à Análise Técnica”, por ser
apenas um ponto de partida no caminho que o leitor
terá de percorrer para se tornar num investidor de
sucesso.
Bem vindos ao mundo da Análise Técnica, e que esta
sirva para vos proporcionar muitos negócios de sucesso
e que este primeiro volume seja só o primeiro passo.

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ÍNDICE
Introdução...................................................................... 4
Índice............................................................................. 5

I – Gráficos................................................................... 8
• Introdução............................................................ 9
• O que é um Gráfico...................................... 10
• Gráfico de Pontos................................................... 12
• Gráficos de Linhas (Close Only Plot)......................... 19
• O Volume............................................................. 26
• A Periodicidade dos Gráficos.................................... 33
• Os Campos de Preço.............................................. 43
• Gráficos de Barras HLC e OHLC................................ 49
• Estudo dos Padrões das Barras OHLC....................... 61
• Doji........................................................... 65
• Bullish Doji................................................. 66
• Bearish Doji................................................ 68
• Bearish Thrust............................................. 70
• Bullish Thrust.............................................. 71
• Outros Padrões............................................ 72
• Conclusão................................................... 76
• Gráficos de Velas Japonesas.................................... 78
• História das Velas Japonesas......................... 79
• Vantagens dos Gráficos de Velas Japonesas..... 83
• Constituição das Velas Japonesas................... 90
• Comprimento dos Corpos das Velas................ 94
• Como Analisar o Comportamento dos Preços
Dentro do Período de Tempo Representado por
Uma Vela?.................................................. 97
• O Uso de Cores nas Velas Japonesas.............. 106
• Qual o Método de Mais Fácil Interpretação nos
Gráficos de Velas Japonesas?......................... 113
• Outras Formas de Construção das Velas
Japonesas................................................... 116
• Interpretação dos Dados Extra Expostos nos
Gráficos dos Exemplos.................................. 121
• Adaptação de Dados Históricos para Poderem
ser Representados por Velas Japonesas........... 125
• Gráficos CandleVolume........................................... 140
• Gráficos EquiVolume............................................... 145
• Gráficos de Ponto e Figura (Point and Figure Charts)... 151
• Gráficos de Ponto e Figura Vs Gráficos de
Barras........................................................ 152
• Interpretação dos Gráficos de Ponto e Figura... 155
• Construção de Gráficos de Ponto e Figura........ 158
• Gráficos Three Line Break....................................... 166

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• Gráficos Kagi......................................................... 175
• Gráficos Renko...................................................... 179
• Conclusão Sobre o Estudo dos Gráficos..................... 185

II – A Tendência............................................................ 188
• As Três Direcções da Tendência............................... 189
• Os Tipos de Tendências........................................... 194
• Os Traders e as Tendências..................................... 200
• Estudo de Tendências em Gráficos Reais e o Zig Zag.. 207
• O Perigo Grave de Indicadores como o Zig Zag 220
• Trading Ranges............................................ 222

III – Suportes e Resistências........................................ 228


• Os Suportes e as Resistências.................................. 229
• Inversão de Papeis (Resistência Torna-se Suporte e
Vice-Versa)........................................................... 233
• Os Suportes e Resistências e os Traders.................... 240
• A Relação Entre os Fundamentais e os Suportes e
Resistências.......................................................... 254
• Suportes, Resistências e a Tendência........................ 261
• O Arrependimento dos Traders (Traders' Remorse)..... 267
• O Volume na Confirmação das Penetrações................ 274
• Introdução às Bull Traps e Bear Traps....................... 279
• Traps em Possíveis Inversões de Tendências.... 284
• As Bull Traps......................................................... 286
• As Bear Traps........................................................ 297
• Traps em Tendências Laterais ou na Continuação das
Tendências Actuais................................................. 302
• Os Números Redondos como Suportes e Resistências.. 311
• Conclusão Sobre Suportes e Resistências.................. 324

IV – Linhas de Tendência.............................................. 329


• Introdução às Linhas de Tendência (Trendlines)......... 330
• O Que São as Linhas de Tendência?.......................... 331
• Como Desenhar Uma Linha de Tendência.................. 340
• Avaliação da Importância das Linhas de Tendência..... 374
• 1. Comprimento da Linha.............................. 375
• 2. Número de Vezes que a Linha de Tendência
é Tocada ou Aproximada............................... 376
• 3. Ângulo de Subida ou Descida e Momentum.. 377
• Canais de Tendência (Trend Channels)...................... 384
• Penetração das Linhas de Retorno............................ 394
• Exaustões............................................................. 405
• Canais de Tendência Dentro de Canais de Tendência... 411
• Objectivos de Preço (Price Targets e Target Prices)..... 417
• Falsos Sinais, Falsos Rompimentos, Spikes e Filtros.... 423
• Algumas Considerações Sobre as Linhas de Tendência 431

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• O Princípio de Leque (Fan Principle).......................... 436

V – Padrões das Velas Japonesas.................................. 440


• Introdução............................................................ 441
• Estudo Individual das Velas..................................... 443
• Vela Longa (Long Candle).............................. 444
• Vela Longa Marubozu.................................... 446
• Bullish and Bearish Belt Hold.......................... 448
• Doji............................................................ 450
• Long Legged Doji (Juji)................................. 452
• Dragonfly Doji (Tonbo).................................. 453
• Gravestone Doji (Tohba)............................... 455
• Spinning Tops.............................................. 457
• Padrões Hammer, Inverted Hammer, Shooting
Star e Hanging Man...................................... 461
• Hanging Man (Enforcado, ou Kubitsuri). 461
• Martelo (Hammer, ou Takuri)............... 463
• Estrela Cadente (Shooting Star)........... 465
• Martelo Invertido (Inverted Hammer)... 467
• Padrões de Continuação.......................................... 472
• Janela ou Gap (Window, Ku).................................... 475
• Gap de Abertura.......................................... 477
• Gaps Comuns (Common Gaps)...................... 481
• Gaps de Penetração (Breakaway Gaps)........... 485
• Gaps de Continuação (Runaway Gaps)............ 486
• Gaps de Exaustão (Exhaustion Gaps).............. 487
• Conclusão Sobre os Gaps.............................. 490
• Gap de Alta (Upside Gap, ou Tasuki)......................... 494
• Rising and Falling Three Methods............................. 497
• Padrões de Reversão.............................................. 502
• Reversão Chave (Key Reversal)............................... 504
• Dark Cloud Cover (Kabuse)..................................... 508
• Piercing Line (Kirikomi, ou Kirihaeshi)....................... 511
• Padrão Engulfing (Tsutsumi).................................... 514
• Gap de Alta Com Dois Corvos (Upside Gap
Two Crows / Narabi Kuro)....................................... 519
• Harami.................................................................
523
• Exemplos em Gráficos Reais.................................... 527
• Estrelas (Hoshi, ou Stars)........................................ 532
• Estrelas Doji (Doji Stars)......................................... 534
• Estrelas Cadentes (Shooting Stars)........................... 537
• Estrela da Manhã (Morning Star).............................. 540
• Estrela Doji da Manhã (Morning Doji Star)................. 545
• Estrela da Noite (Evening Star)................................ 549
• Estrela Doji da Noite (Evening Doji Star)................... 552
• Conclusão Sobre as Velas Japonesas......................... 556
Acerca Deste Livro e Contactos.......................................... 564

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GRÁFICOS
INTRODUÇÃO

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OS GRÁFICOS
INTRODUÇÃO

NOTA: A Análise Técnica baseia-se essencialmente em gráficos,


e sem eles ela nunca seria a mesma.
A Análise Técnica
baseia-se essencialmente
em gráficos pelo que toda Por esse motivo é importante estudar os principais tipos
ela tem o gráfico como de gráficos, dando mais ênfase aos mais utilizados, não
instrumento principal. deixando claro de explicar em que consistem os menos
usados, pois será um pouco de informação extra que
custará a ser lida e que poderá mesmo ser bastante
interessante, até porque todos têm os seus adeptos.

Em primeiro lugar iremos rever o que é um gráfico.

Claro que esta parte inicial se destina a quem não tem


ainda qualquer experiência com gráficos, para que
perceba o método de funcionamento dos mesmos.

Iremos assim estudar as diferentes partes que


compõem um gráfico, as suas escalas, e como se lê o
mesmo, e iremos posteriormente verificar já exemplos
reais com Gráficos de Pontos.

De seguida, iremos estudar a forma mais básica de


representação gráfica, que é o Gráfico de Linhas,
seguido dos Gráficos de Barras, Gráficos de Velas
Japonesas, entre outros géneros depois, sendo dada
mais importância a estes três primeiros, especialmente

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os de Velas Japonesas, por serem os mais comuns e
relevantes.

NOTA: Iremos pelo meio estudar outros dados importantes


Os tipos mais importantes
para sabermos ler bem um gráfico, como o Volume
de gráficos são o Gráfico usado num gráfico, os campos de e mesmo padrões
de Linhas, Gráfico de formados pelos mais importantes tipos de gráficos,
Barras e Gráfico de Velas neste caso os gráficos de Velas Japonesas e os Gráficos
Japonesas, sendo o de Barras.
último o gráfico de
eleição nesta obra.
Tudo isto será explicado de uma forma gradual, desde
os conceitos mais básicos até aos mais complicados, de
forma a que nada fique por explicar ou imperceptível,
podendo por isso acontecer que hajam conceitos que já
sejam familiares à maioria das pessoas, mas será de
qualquer das formas imprescindível que estes assuntos
estejam presentes.

Poderão ser saltadas essas partes por quem já as


conheça bem, mas de qualquer das formas, dado o seu
pouco espaço ocupado no livro, seria aconselhável de
qualquer das formas a sua leitura, pois é rápida e é
importante para o enquadramento no seguimento lógico
destas matérias, e para que não se comece do meio
numa matéria que deve ser bem assimilada.

O QUE É UM GRÁFICO?

NOTA: Um gráfico, no que respeita à Análise Técnica, numa


Os gráficos representam
explicação o mais simples possível, não passa de uma
essencialmente as forma de representarmos visualmente algo, numa área
movimentações de preços e sistema de coordenadas específicas, coordenadas
dos activos financeiros ao essas que neste caso terão a ver com tempo e preço.
longo de um período de
tempo. Neste caso, esse algo que veremos representado no
gráfico, serão os preços a que um determinado activo
financeiro esteve, durante o período de tempo
representado por esse gráfico.

A primeira forma de representação gráfica que iremos


estudar serão os Gráficos de Pontos, por serem os mais

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simples, e porque é preciso saber quais os principais
componentes de qualquer gráfico e o funcionamento
dos mesmos, sendo o Gráfico de Pontos a forma mais
simples e consequentemente a primeira a ter de ser
estudada.

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GRÁFICOS
GRÁFICOS DE PONTOS

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GRÁFICOS DE PONTOS

Visualizando um gráfico de pontos, e olhando para um


ponto, podemos ver a que coordenadas corresponde o
mesmo, sabendo assim a que preço esteve numa
determinada data e/ou hora.

Quanto às coordenadas, há duas escalas onde as


mesmas são representadas.

NOTA: A escala horizontal, normalmente designada em


Os gráficos usados na
matemática por eixo x (ou “x axis”, em Inglês), contém
A.T. possuem dois tipos a escala temporal, ou seja, a marcação de cada período,
de escalas, a horizontal é podendo conter dias, horas, semanas, minutos, ou
a escala temporal e qualquer outra medida de tempo que seja escolhida
representa um período de para lá estar.
tempo, e a vertical
representa os valores dos
preços.
A escala vertical, normalmente designada em
matemática por eixo y (ou “y axis”, em Inglês), contém
a escala de preços, ou seja, os valores de preço a que
correspondem os valores marcados no gráfico.

Iremos ver agora um Gráfico de Pontos, onde


poderemos ver que cada ponto nesse gráfico
corresponde a uma certa coordenada no eixo x, ou seja,
correspondendo a uma certa data na escala temporal, e
ao mesmo tempo correspondendo a uma certa
coordenada no eixo y, ou seja, correspondendo a um
certo preço na escala de preços, nessa mesma data.

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Dessa forma assim podemos ver a evolução de preços
de um activo financeiro durante um certo período de
tempo.

NOTA: Vejamos o gráfico:


Os Gráficos de Pontos
não devem ser utilizados
pois são muito difíceis de
ler.

Como podemos ver neste exemplo acima, o qual foi


retirado do câmbio Euro/Dólar, em finais de 2004,
temos a evolução do câmbio durante a época natalícia.

NOTA: Podemos ver em baixo a escala temporal, que neste


Normalmente escolhe-se
caso está dividida em dois níveis, o nível superior a
remover os períodos de marcar os dias de trading, onde podemos ver a pausa
tempo sem negociação do fim de semana natalício nos dias 25 e 26 que não
como os feriados, dos aparecem, pois não houve negociação nesses dias.
gráficos, ou poderiam
tornar-se ilegíveis com O nível inferior dessa escala temporal, contém o mês do
tanto valor a nulo a
interromper os mesmos.
período em questão, e neste caso apenas podemos ler
“December” (“Dezembro”, em Inglês), pois os dias são
todos desse mês.

Do lado direito, na vertical, temos a escala onde estão


marcados os preços, os tais valores a que o par cambial
Euro/Dólar é cotado nesses dias.

Como podemos ver, logo no início do gráfico, o dia 23


foi o dia em que o câmbio esteve no seu valor mais
baixo de todos os dias representados no gráfico, quando
foi cotado pouco acima do valor 1.3500.

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No dia seguinte, o dia 24 de Dezembro, como podemos
ver, já estaria cotado acima dos 1.3530.

Para quem nunca viu um gráfico antes ou não os saiba


interpretar, no terceiro dia do gráfico, o dia 27 de
Dezembro, está marcado em relevo uma linha a
tracejado mais forte entre o ponto e as duas escalas,
que como podemos ver, apontam em baixo para o dia
27, e à direita para o valor certo de 1.3620, que foi o
preço a que foi cotado o câmbio nesse dia.

As cotações acalmaram nos dias seguintes, tendo no


último dia do gráfico, no dia 30 de Dezembro, atingido o
valor mais alto de todos os dias desse gráfico.

Como podemos ver, é bastante fácil ler um gráfico, é só


verificar a que valor e data cada um dos valores
marcados nele pertencem em ambas as escalas, e
comparar esses valores com os outros, e teremos uma
leitura fácil do comportamento dos preços dentro do
período de tempo que ele reflecte.

Nem somos obrigados a olhar com atenção para as


escalas, pois é fácil deduzir ao andar para a direita que
estamos a avançar no tempo, e que ao subir e descer
no gráfico estaremos a ver os preços a aumentar e
subir, definindo assim movimentos de subida e descida,
tendo apenas de olhar com mais atenção se quisermos
verificar a que valor um dado activo financeiro foi
cotado num certo ponto temporal, neste caso num certo
dia.

NOTA: Veremos mais abaixo um exemplo de visualização de


A escala temporal mais
evolução de preços num determinado período de tempo,
comum e famosa é a em que a escala temporal estará dividida em dias, ou
diária, em que cada ponto seja cada valor correspondendo a um dia diferente, e
do gráfico corresponde a com o preço desse mesmo activo financeiro à direita
um dia de trading, apesar para vermos que preço esse activo tem em cada dia, e
de existirem outras
também muito utilizadas.
assim vendo facilmente a sua evolução.

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NOTA:
Aqui temos o exemplo:
É regra habitual colocar a
escala de preços, ou seja
a vertical, do lado direito
dos gráficos, e a
temporal, ou seja a
horizontal, abaixo, mas
cabe a cada um definir
onde as colocar.

Tal como no exemplo acima, retirado de um gráfico


diário (onde cada ponto representa o valor de um dia
apenas) do câmbio Euro/Dólar de finais do ano de 2004,
as escalas costumam estar na grande maioria dos
gráficos representadas desta forma, com a escala
temporal abaixo do gráfico, e a escala de preços à
direita, sendo a forma mais comum de visualizar estas
escalas.

NOTA: Desta vez podemos ver também que já temos mais de


Os riscos na vertical que
um mês definido na área inferior da escala temporal, tal
podemos ver no gráfico como o ano de 2005 marcado no começo do mesmo,
acima são normalmente enquanto temos os dias marcados de cinco em cinco
chamados em Inglês de dias na área superior da escala, a cada segunda feira,
gridlines e os softwares que é o dia de começo de negociação semanal do
têm normalmente opções
para os activar ou
câmbio em questão, e podemos ver as semanas
desactivar. separadas por divisores constituídos por linhas a
tracejado verticais, para podermos identificar facilmente
a evolução de preços entre cada semana.

NOTA: Veremos de seguida um exemplo do mesmo período de


Normalmente as cores
tempo mas com pontos de cor azul quando estes estão
mais utilizadas nos acima dos pontos do dia anterior, representando
gráficos para separar subidas de preços, e pontos de cor vermelha quando
subidas e descidas são a estes estão abaixo dos pontos do dia anterior,
cor Azul para subidas e a representando quedas de preços.
cor Vermelha para
descidas.
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Aqui temos o exemplo:

Como podemos verificar pelo gráfico acima,


conseguimos facilmente ver as pequenas ondas de
subidas e descidas que vão acontecendo, mas que
contudo vão os preços acabando por subir até cerca dos
1.3650, seguido de uma queda até abaixo dos 1.3300.

Vejamos agora como seria interpretar esses preços


através de números numa tabela, para termos a noção
da importância dos gráficos nas nossas análises:

Basicamente, e como podemos ver, é muito mais fácil


interpretar um gráfico do que uma tabela de preços.

Como podemos ver acima, por uma tabela de preços,


até podemos conseguir com algum esforço, tentar
visualizar mentalmente as subidas e descidas dos
preços durante aquele período de tempo, mas por muito
esforço que se faça ao tentar interpretar essa tabela, e

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por muito tempo que se gaste nessa interpretação,
nunca conseguiremos visualizar mentalmente e
perceber os movimentos de preços pela tabela tão bem
quanto faríamos se olhássemos para o gráfico nem que
fosse apenas por um segundo.

NOTA: A simples visualização de um gráfico é por isso, algo


Da mesma forma que se
que nos poupa muito tempo e esforço mental, além de
costuma dizer que uma que nos dá uma melhor imagem do que queremos
imagem vale por mil saber, do que se tentássemos analisar tudo através de
palavras, pode-se dizer números em bruto, como na tabela acima.
que na A.T. um gráfico
vale por mil linhas com É caso para se dizer que “uma imagem vale mais do
valores.
que mil palavras”, lembrando que esse já antigo
continua a ser bem actual.

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GRÁFICOS
GRÁFICOS DE LINHAS

(Close Only Plot)

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GRÁFICOS DE LINHAS (Close Only Plot)

NOTA: Como vimos, um gráfico de pontos é mais fácil de ser


É importante referir que é
interpretado do que os valores em bruto numa tabela,
muito desaconselhável o pois basta olharmos para o gráfico para termos logo
uso de Gráficos de Pontos uma ideia geral do que se passou nesse período de
pela sua dificuldade de tempo, mas como pudemos verificar, ainda é em
leitura. Foi apenas termos de gráficos, meio complicado de visualizar esse
exibido como parte da
matéria. No mínimo
movimento de preços, pois não passa de um grupo de
deverá ser utilizado um pontos, o que torna difícil a sua fácil visualização.
Gráfico de Linhas ou
outros que veremos E se juntássemos esses pontos?
posteriormente.
Obteríamos algo muito mais fácil de ser interpretado.

Vejamos como ficaria esse Gráfico de Pontos ao unirmos


cada dois pontos com uma linha:

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Como podemos ver, agora o gráfico está muito mais
perceptível do que o anterior gráfico que continha
apenas pontos.

Desta forma consegue-se reparar muito mais facilmente


nas subidas e descidas de preços, onde poderemos ver
facilmente qual é a tendência principal dos movimentos
de preços durante o período de tempo que o gráfico
representa, e mesmo as pequenas subidas e descidas
de preços que vão acontecendo pelo caminho.

Já que as linhas do gráfico anterior foram feitas à mão,


unindo-se os pontos com linhas, vejamos um gráfico
tirado desse mesmo período de tempo, desenhado pelo
próprio programa de visualização gráfica:

Como podemos ver, esta é das formas mais simples de


representação gráfica que existem, e possivelmente
pode-se dizer o mesmo sobre este tipo de gráficos
mesmo em relação ao Gráfico de Pontos anteriormente
falado, pois apesar de não ser mais simples que o
anterior, também não acrescenta nenhuma informação
extra aos dados expostos, tendo apenas como única
diferença o facto de os pontos serem unidos por linhas,
o que ao contrário de o tornar mais complicado, o torna
até mais simples de ser visualizado.

Basicamente estes dois tipos de gráficos, o de pontos e


o de linhas, são os mais simples que existem, mas o de

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pontos não costuma ser usado em gráficos de Análise
Técnica, pois além de conterem a mesma informação
que os de linhas, são muito mais difíceis de ler, sendo
por isso este o tipo de representação gráfica mais
simples usada na Análise Técnica, onde existe apenas
um valor correspondente a cada período de tempo.

A sua força, basicamente, reside essencialmente na sua


simplicidade, sem deixar contudo de nos mostrar os
dados mais importantes para uma boa visão sobre a
evolução dos preços, dados esses que serão os valores
de Fecho de cada dia dado que o gráfico acima é diário.

Neste tipo de gráficos, apenas são registados os valores


de Fecho de um certo intervalo de tempo específico,
que irão corresponder aos pontos que são distribuídos
pelo gráfico inteiro, tal como nos Gráficos de Pontos,
com a diferença de que aqui esses pontos são unidos
por linhas sólidas.

NOTA: O valor de Fecho que vemos no gráfico a unir as linhas,


O valor de Fecho de um
ou representado por um ponto nos Gráficos de Pontos,
gráfico diário consiste no valor da última transacção efectuada num
representado por cada dado período de tempo.
ponto é o valor da última
negociação do dia, ou Neste caso, como são períodos de tempo de um dia,
seja, o último valor desse cada dia verá marcado no gráfico no lugar
dia, algo que irá ser
estudado mais abaixo.
correspondente o valor da última transacção efectuada
nesse mesmo dia.

NOTA: Se num dado dia, o preço de um activo financeiro abrir


Aqui falamos de vários
a um valor de por exemplo 1.2000, cair logo a seguir
campos de preço de um até aos 1.1900, subir até aos 1.2300 e acabar por cair
dia, o valor de Abertura, um pouco, fechando nos 1.2200, como o valor de Fecho
o Máximo do dia, o desse dia, que foi o valor da última transacção feita
Mínimo do dia, e o valor nele, é de 1.2200, então num Gráfico de Pontos esse
de Fecho. O Gráfico de
Pontos só representa o de
dia terá um ponto ao nível do valor 1.2200 da escala de
Fecho por isso o seu uso preços, e em termos de linhas falando, será aí que a
é desaconselhado. linha que virá do dia anterior irá parar.

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Vejamos um exemplo real:

Como podemos ver pelo gráfico, há uma divisão entre


cada dia, neste caso duas linhas verticais a tracejado.

NOTA: Do lado esquerdo da primeira linha, podemos ver na


Normalmente nas escalas
escala temporal em baixo escrito “15 Mar 2006”, e à
temporais evita-se repetir direita da segunda linha podemos ver “17 Mar”, e entre
o ano para simplificar a as duas “16 Mar”, pois o dia estudado é neste gráfico o
sua leitura. dia 16 de Março de 2006 e escusa-se repetir o ano.

Nos gráficos diários que tivemos a oportunidade de ver


acima, cada ponto dentro de cada dia, quer isolado nos
Gráficos de Barras, que unidos por linhas nos Gráficos
de Linhas, correspondia ao preço de Fecho de cada dia,
mas neste gráfico acima, podemos ver toda a
movimentação de preços existente durante esse dia, e
cada linha de variação de preços, acaba por representar
o movimento de preços de cada período de cinco
minutos, pois a escala temporal deste gráfico está
dividida em períodos de cinco minutos.

Se este fosse um Gráfico de Pontos, entre essas duas


linhas a tracejado verticais, representantes do início e
fim do dia 16 de Março, existiriam 288 pontos, pois
corresponderia a 12 períodos de 5 minutos em cada
hora, durante as 24 horas que correspondem a um dia.

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Com linhas entre eles, temos o resultado que nos
aparece acima.

No caso deste gráfico, podemos ver que o valor da


última transacção nesse dia, que será também o mesmo
que o valor do último período de cinco minutos desse
dia, que é o das 23:55 às 00:00, e que é 1.2172, será
considerado como o valor de Fecho desse dia, além de
ser o valor de Fecho do último período de cinco minutos
do dia também.

Basicamente é esse o valor que aparece marcado em


todos os períodos dos Gráficos de Pontos e dos Gráficos
de Linhas (Close Only Plot).

Nós podemos não conseguir ver pelo gráfico diário o


que se passou dentro de cada período de tempo que
representaria neste caso um dia, mas conseguimos ver
qual o preço a que terminou esse período, que será o
preço de Fecho desse dia.

NOTA: Daí vem o nome “Close Only Plot” em Inglês na


O nome em Inglês dado
designação dada aos Gráficos de Linha, pois são
ao Gráfico de Pontos, gráficos onde apenas poderemos ver o valor de Fecho,
“Close Only Plot”, vem do ou seja, “Close Only”, que significa “Fecho Apenas”,
facto de apenas o valor pois é um gráfico onde poderemos apenas ver o valor
de Fecho, ou seja o valor de Fecho de cada período.
de Close, ser
representado por cada
ponto do gráfico.
A maioria dos analistas considera que o valor de Fecho
são de todos os valores de cada período, o valor mais
importante, pois afinal de contas, é o valor a que fica o
preço quando um mercado fecha, ou quando
NOTA: simplesmente acaba o período de tempo corrente e
O valor de Fecho acaba começa o próximo (para os mercados que não fecham
por ser o valor mais diariamente).
importante de todos os
campos de preço que Este dado designado por “Fecho” será estudado mais à
poderíamos ter num dado frente, antes de passarmos para outros tipos de
período de tempo, mais
gráficos.
importante que os valores
de Abertura, Máximo e
Mínimo desse período.

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Vamos ter uma primeira introdução à importância das
cores num gráfico, vendo como ficaria representado um
gráfico que contivesse todas as suas subidas
desenhadas a azul e todas as suas quedas desenhadas
a vermelho, possivelmente as cores mais usadas para
serem associadas a este tipo de movimentos de preços:

Alguns programas permitem-nos ver os Gráficos de


Linhas como este que acabámos de ver em cima.

NOTA: Como podemos ver, ajuda um pouco a separarmos


Nos Gráficos de Linhas,
visualmente as subidas das descidas, onde a distinção é
tal como nos Gráficos de feita pela cor, associando-se a cor vermelha às quedas
Pontos, não ajudará de preços, e a cor azul às subidas de preços.
muito a colocação de
cores a não ser que se Já estudamos as formas mais simples de representação
aumente muito a gráfica, mas estas formas não são suficientes para uma
espessura dos pontos e
linhas, mas será muito
boa análise a um dado activo financeiro, até porque
importante nos gráficos nestes dois últimos tipos de gráficos apenas um campo
que iremos estudar a é representado: o valor de Fecho de cada intervalo.
seguir.
Devido a isso, iremos estudar alguns métodos mais
avançados e completos de representação gráfica
posteriormente.

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GRÁFICOS
O VOLUME

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O VOLUME

Vamos estudar agora um dado muito importante, um


campo novo além do campo Fecho que acabámos de
dar.

NOTA: Este dado é o Volume, e refere-se ao número de activos


O Volume representa o
financeiros transaccionados num dado período, como o
número de activos número de acções, opções, contratos de futuros, ou
financeiros que são outros, ou mesmo o valor em termos monetários, como
transaccionados num por exemplo a quantidade de dinheiro transaccionada
dado período de tempo num certo período de tempos no mercado cambial,
como por exemplo no
caso das acções, ou
entre outras coisas.
mesmo o valor das
transacções nesse mesmo No nosso caso, nos exemplos que estaremos a
período como se vê no visualizar referentes ao mercado cambial, mais
caso dos mercados especificamente ao par Euro/Dólar, o Volume permite-
cambiais. nos ter uma ideia da variação da quantidade de dinheiro
transaccionada nesse par cambial.

Na imagem seguinte, teremos como exemplo, o último


Gráfico de Linhas dado no exemplo acima, em duas
cores, mas com o Volume adicionado em baixo.

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Aqui está o gráfico mencionado agora com o Volume:

NOTA: Como pudemos ver no gráfico acima, o Volume foi


O Volume tem uma
inserido na parte inferior do gráfico, por baixo das
escala própria, que ou é linhas que representam as variações de preços nesses
misturada com a escala períodos, mas em forma de pequenas linhas verticais,
dos preços e com a sua escala de valores do lado direito, separada
normalmente escondida, da escala de preços do câmbio, que poderemos ver
ou como no exemplo do
lado é separado numa
mais acima, mas em caso de mistura de escalas seria
área à parte mantendo normalmente escondida do gráfico.
assim a sua escala
visível. Neste tipo de gráficos, não nos é muito relevante
verificar que valor cada linha do Volume representa
exactamente, mas sim a variação do Volume de dia
para dia, ou seja, verificar se o Volume sobe ou cai ao
mesmo tempo que acontecem certos movimentos de
preços, podendo assim esse dado novo confirmar se
esses movimentos de preços terão alguma consistência
e importância ou não.

NOTA: Por exemplo, se acontece um movimento de preços


O Volume pode mostrar-
forte como por exemplo uma subida, e verificamos que
nos de certa forma a o Volume aumenta de forma significativa, podemos ver
importância de cada que há entrada de mais capital do que é normal no
movimento de preços, mercado, há mais transacções, e que por isso essa
pelo que movimentos subida se deve realmente à actividade dos traders em si
com baixo volume
tenderão a ser menos
e ao interesse dos mesmos, provando de certa forma
relevantes e importantes.

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que esse movimento não aconteceu por acaso, mas sim
devido à actividade desses traders.

NOTA: Se essa subida acontecesse, com muito pouco Volume


Subidas ou descidas
ou mesmo redução do mesmo, a subida poderia ser
fortes mas sem grande devida não ao interesse e actividade dos traders e sim a
Volume podem dever-se pelo contrário, uma ausência dos mesmos nos
à ausência dos traders mercados, fazendo com que houvesse menos liquidez
dos mercados, algo que no mercado e assim permitindo mais facilmente a
fará com que facilmente
hajam grandes
influência de qualquer das partes interessadas e
movimentos por falta de fazendo oscilar mais os preços consequentemente.
liquidez, mas tenderão a
ser movimentos sem Um exemplo bem visível de como o Volume é um bom
importância, muitas indicador acerca da consistência e fiabilidade dos
vezes corrigidos mais movimentos de preços, é o da diferença existente entre
tarde.
as empresas Large Caps, ou seja aquelas empresas de
grande capitalização bolsista, e as Small Caps, aquelas
empresas com reduzidas capitalizações bolsistas.

As primeiras, devido às suas elevadas capitalizações


bolsistas, têm por norma um volume médio de
transacções diário extremamente elevado, enquanto
que as Small Caps têm por norma um volume médio
diário de transacções muito mais reduzido, devido
também à sua reduzida capitalização bolsista.

NOTA: Este facto acaba por afectar os seus comportamentos


As Large Caps são
diários, pois nas Large Caps, podem-se executar ordens
empresas com Volume de compra e venda com valores bastante elevados sem
médio de transacções afectar muito os preços, enquanto que nas Small Caps,
elevado e por isso não basta por vezes uma ordem bastante pequena para se
costumam ter variações originar uma queda grande.
de preços tão bruscas
quanto as Small Caps,
que são as que costumam
Se um título tem um Volume médio diário de umas cem
ter um Volume médio acções, quem der uma ordem de venda ao melhor preço
diário de transacções de mil acções, acaba por estar a originar um Volume
mais baixo. dez vezes superior ao normal, algo a que o mercado
poderá não estar habituado, e poder provocar de
repente uma queda de preços bastante grande.

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NOTA: Sabendo então, que num dia de baixa liquidez se
Em dias de baixa liquidez,
consegue com pouco Volume criar grandes oscilações
com Volume mais baixo, de preços, enquanto que em dias de muita liquidez
conseguem-se facilmente acaba por ser mais difícil causar essas mesmas
maiores oscilações de oscilações de preços, percebe-se facilmente porque é
preços com menos que o Volume é importante de ser analisado em certos
dinheiro transaccionado.
Em dias de maior Volume
dias de subidas repentinas ou bruscas de preços, para
tal é mais difícil de percebermos se foi uma subida que se deveu apenas a
acontecer. falta de liquidez, ou se foi realmente um movimento
provocado por uma grande força compradora ou
vendedora, sendo esta última hipótese aquela que torna
esse movimento mais válido e importante.

NOTA: Em certos programas ou plataformas de visualização de


Em alguns programas o
gráficos, este campo, o Volume, pode ser considerado
Volume é adicionado e um indicador, e ter de ser adicionado nessa secção para
removido com um se poder tê-lo visível nos gráficos, mas por norma com
simples clique de rato, um simples clique no rato é activado e fica de imediato
mas noutros é adicionado visível no gráfico.
como sendo um
indicador.
Alguns programas separam-no numa janela à parte da
área de preços, com uma escala própria em separado
debaixo da escala de preços, outros inserem-no dentro
da área dos preços, misturado com essa área e
fundindo as escalas.

Há várias formas de escalas usadas na representação


do Volume nos gráficos, mesmo que possam aparecer
invisíveis no gráfico.

Por vezes as escalas são “Zero-Based”, ou seja, a sua


base é o número zero, mas isto poderá dar origem a
muitas linhas do volume quase da mesma altura sem
grandes diferenças, o que seria mau para a sua
visualização de forma mais fácil.

Há uma escala “Relative-Adjusted”, onde é subtraído o


valor mais baixo de todo o conjunto de barras de
Volume mostradas no gráfico, ou seja, é subtraído a
essas barras o valor mínimo de Volume e com isso
temos um maior relevo às suas oscilações.

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Vejamos um exemplo das duas escalas:

NOTA: Neste exemplo, podemos ver uma escala com base zero
Se possível escolher entre
(Zero-Based Scale), e uma outra escala ajustada
a escala Zero-Based e a relativamente (Relative-Adjusted Scale).
Relative-Adjusted, a
segunda será a melhor, Como podemos ver pela primeira, dado que é
pois ao contrário da apresentada a escala por inteiro, desde o zero até ao
primeira que começa seu valor máximo, as pequenas oscilações que sofrem
sempre no valor zero,
esta segunda começa só
diariamente acima ou abaixo da média diária de
a partir do valor mínimo e Volume, são pouco visíveis no Volume, pois é apenas
isso faz com que no uma pequena parte do total de Volume médio diário,
gráfico de Volume se mas se mostrarmos essa escala a começar do Volume
possam ver melhor as mínimo apresentado nesse gráfico, ou pelo menos lá
variações do mesmo.
perto, como está no exemplo acima, já se notará com
muito mais facilidade as oscilações diárias do Volume de
transacções desse activo financeiro, sendo por isso a
melhor forma de escala que se possa usar no Volume
de entre as duas.

No gráfico anterior, tanto a área de preços e a área do


Volume, como as duas escalas associadas a essas duas
áreas, estavam separadas no gráfico, mas essa
separação não é algo necessário e pode roubar
importante espaço de trabalho, o ideal seria se ambas
ocupassem o mesmo espaço.

Mas vejamos um exemplo de um gráfico com a área de


Volume fundida com a área dos preços, e cuja escala foi
fundida à escala de preços também, sendo suprimida do
gráfico.

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Aqui temos o gráfico falado acima:

NOTA: Pelo gráfico verifica-se que o Volume e os preços


A forma ideal de se ter o
partilham a mesma área, mas não é por isso que
Volume mostrado no deixam essas duas áreas de ser bem perceptíveis e
gráfico costuma ser a que fáceis de interpretar.
funde a escala do Volume
com a do gráfico e assim Quando ao facto de não existir uma escala para o
se poupa espaço de Volume, ao contrário da que existe no gráfico anterior,
trabalho.
não é relevante, pois por norma, passando com o rato
por cima de um dado preço, costumam aparecer os
dados do mesmo, incluindo o valor, visíveis para nossa
consulta, além de que o mais importante na
interpretação do Volume será a sua oscilação e não o
seu valor em si.

Iremos estudar de seguida, outros campos dos preços,


necessários para se poder estudar os próximos tipos de
representação gráfica, pois ainda só estudamos o Fecho
e o Volume, e esses métodos de representação gráfica
usam outros três que iremos ver de seguida.

Por motivos de habituação ao uso do Volume nos


gráficos e à gradual habituação da sua relação com os
movimentos de preços, serão apresentados gráficos
com o Volume já inserido neles, nos três principais tipos
de gráficos, que além deste serão os Gráficos de Barras
e os gráficos de Velas Japonesas.

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GRÁFICOS

A PERIODICIDADE DOS GRÁFICOS

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A PERIODICIDADE DOS GRÁFICOS

Já vimos que os Gráficos de Linhas, não passam de


Gráficos de Pontos cujos pontos são unidos por linhas,
criando assim aquilo que conhecemos por Gráfico de
Linhas, onde podemos visualizar uma linha contínua
com altos e baixos a representar a variação de preços
de um activo financeiro no mercado, num determinado
espaço de tempo.

Já vimos também que, por norma, esses pontos


representam o último valor a que foi transaccionado
esse mesmo activo em cada período de tempo que cada
um desses pontos representam, ou seja, que cada
ponto num gráfico diário, representaria o valor da
última transacção efectuada nesse mesmo dia, ou seja,
o valor de Fecho desse dia.

Agora, e se quiséssemos ver o movimento de preços


durante um determinado dia em períodos horários?

Teríamos de ver um gráfico horário, ou seja, um gráfico


em que cada ponto representaria o valor de Fecho de
cada hora que fizesse parte desse dia, ou seja, um
gráfico com um período de tempo horário.

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Assim veríamos o movimento de preços durante o dia,
de hora a hora, até chegar ao valor de Fecho do dia, o
valor da última transacção desse mesmo dia.

NOTA: Há muitos outros períodos de tempo que se podem usar


Há vários tipos de
para visualizar gráficos, entre os quais anuais, mensais,
periodicidade. Um gráfico semanais, diários, períodos de três ou quatro horas,
pode ter valores que horários, períodos de cinco minutos, um minuto ou
repersentam dias, ainda menores.
semanas, meses, anos,
ou mesmo horas, Podemos definir o período de tempo em que queremos
minutos, entre outros.
visualizar um determinado movimento de preços dentro
de dada altura, de acordo com as hipóteses que o
programa ou plataforma que usamos nos permitirem.

NOTA: Desta forma podemos ver um gráfico anual, e escolher


Escolhemos a escala
um determinado ano em que iremos ver o gráfico
temporal consoante o mensal do mesmo, semanal, diário, e mesmo
período de tempo em que escolhendo um dia de entre os vários dias desse gráfico
pretendemos investir. Se diário, poderemos ver os movimentos de preços que
queremos comprar para ocorreram nele em escalas de tempo ainda menores,
vender daqui a anos,
teremos de olhar para um
como horárias, entre outras.
gráfico em escala diária
ou mensal e não um Estas escalas de tempo são muito importantes, pois se
gráfico em escala horária. para investimentos a longo prazo nos podem ser úteis
Se queremos comprar escalas anuais ou mensais, para investimentos a curto
algo para vender daqui a prazo, irão ser-nos úteis gráficos numa escala de tempo
duas horas, é-nos
irrelevante ver um gráfico
muito inferior, pois não vamos tomar uma decisão
diário ou mensal, acerca de uma negociação que queremos efectuar agora
deveríamos nesse caso para fechar daqui a duas horas com lucro, baseados
ver um gráfico com num gráfico diário, pois não nos revelaria o
períodos de uma hora ou comportamento das últimas horas que nos permitisse
menos. Assim, a escala
temporal é associada ao
ajudar a prever as próximas horas, usaríamos sim por
período de tempo em que exemplo, uma escala de tempo horária, que já nos
tencionamos ter a posição permitia ver o que aconteceu em termos de oscilação de
aberta. preços nas últimas horas e o que seria provável
acontecer nas seguintes, para vermos se seria boa
altura para comprar ou vender com intenção de assumir
mais valias dentro das duas horas seguintes.

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É por isso que no dia a dia nos é útil trabalhar com
gráficos nas mais variadas escalas de tempo, onde cada
ponto irá representar os mais variados períodos de
tempo à nossa escolha para nos permitir efectuarmos
as análises mais correctas.

NOTA: É importante associarmos dois termos em Inglês a este


Em Inglês chamamos à
conceito, sendo o primeiro o termo “Time Frame”,
periodicidade de Time termo que é usado para designar o período de tempo de
Frame ou Periodicity. cada ponto num gráfico, e que convém sabermos pois a
maioria dos programas e plataformas deste género tem
como língua mãe a Língua Inglesa.

Logo um gráfico horário, em que cada ponto


representaria uma hora, será um gráfico com Time
Frames de uma hora, ou um gráfico cuja Periodicity
será de uma hora, sendo este sendo termo algo que
significa Periodicidade, em Português, muito usado
também no dia a dia dos mercados a nível
internacional.

Vamos de seguida visualizar vários gráficos referentes


ao câmbio Euro/Dólar, desde gráficos mensais até
gráficos de cinco minutos, onde iremos visualizar o que
se passou desde todos os meses de 2004 até ao que se
passou durante os dias e horas finais desse mesmo ano,
para nos habituarmos a mudar de periodicidade
conforme precisamos ou não de analisar com mais
detalhe o que se passou dentro de determinado período
de tempo.

Poderíamos usar gráficos com periodicidade superior, tal


como gráficos anuais, ou gráficos com períodos de
tempo ainda menores que os cinco minutos, como os de
um minuto, havendo ainda plataformas que nos deixam
visualizar gráficos de tempo com períodos tão pequenos
como o de cinco segundos, mas o importante será
mesmo termos a noção de como “navegar” por entre
estes diversos períodos de tempo e compreender como
é que isso influencia a nossa forma de interpretar os
movimentos de preços.

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Vejamos agora o gráficos:

Neste exemplo acima podemos ver um gráfico do


câmbio Euro/Dólar referente ao ano de 2005,
apanhando um pouco dos anos 2004 e 2006 também.

Como podemos ver, há doze pequenas linhas no gráfico


no período de tempo de 2005, que unem os doze
pontos correspondentes ao valor de Fecho de cada um
dos doze meses de 2005.

Há também um separador constituído por uma linha


vertical a tracejado, a dividir os diversos anos presentes
no gráfico.

Podemos ver assim a variação de preços durante esse


ano em períodos mensais.

Esta visualização permite-nos ter uma ideia do que


aconteceu nesse ano e ter uma ideia do que será
provável que aconteça nos próximos meses.

Assim esta periodicidade, será algo que é útil para


quem invista a mais longo prazo e com baixo risco, que
tenha por hábito abrir posições que só decida fechar
meses depois, sem ter de se preocupar no dia a dia com
o mercado, bastando-lhe analisar as variações mensais
dos preços para as tomadas de decisões.

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No caso de o trader em questão ser alguém que tenha
por hábito abrir e fechar posições mais frequentemente,
como por exemplo várias vezes por semana, este tipo
de gráficos não lhe seria útil, pois não lhe daria
qualquer ideia do que se poderia passar num pequeno
número de dias seguintes à ordem ser executada, mas
sim aos meses, pois mesmo que o gráfico em períodos
mensais pareça ter tendência para subir, e realmente o
faça, nos dias seguintes poderá cair bastante e dar
prejuízo ao trader, fazendo-o fechar posições.

NOTA: Para um trader que invista a mais curto prazo, a


Um trader que deseje
periodicidade ideal seria algo mais pequeno, tal como
investir a médio ou longo períodos diários, ou mesmo períodos de uma hora ou
prazo deverá analisar menos, para os chamados daytraders, que por norma
gráficos em períodos de abrem e fecham muitas posições durante o dia, com
tempo maiores como o vista à obtenção de lucros.
diário, e os que
desejarem fazer
daytrading ou investir por
Vejamos agora um gráfico com periodicidade semanal,
poucos dias, deverão a partir de Março desse mesmo ano:
escolher períodos de
tempo inferiores como o
horário.

Aqui como podemos ver, temos uma noção mais exacta


do que se passou nesses últimos dez meses desse ano,
pois cada ponto corresponde ao valor de Fecho de cada
semana, e assim podemos ver variações semanais
dentro de cada mês, dando-nos uma melhor noção do
que se passa em períodos de tempo mais pequenos,
neste caso semanais, e assim permite-nos prever com

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maior exactidão o que se poderá passar na semana ou
semanas seguintes do que com gráficos mensais.

Mas e se quisermos tentar prever o que se irá passar


nos próximos dias de trading?

Vejamos agora um gráfico com periodicidade diária:

Aqui temos um gráfico, desta vez com periodicidade


diária, em que cada ponto representa um dia de
negociação, e referente aos meses de Novembro e
Dezembro.

Aqui já conseguimos ver o que se passa dentro de cada


semana que compõe esses dois meses, meses esses
que são separados por linhas verticais a tracejado, e
permite-nos ver novos movimentos de preços que em
gráficos de periodicidade semanal não se veriam, algo
melhor para quem possa querer executar mais do que
uma ordem por semana.

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Vejamos agora gráficos com periodicidade inferior a um
dia, para quem aposte nos mercados a mais curto
prazo:

No exemplo acima, temos um gráfico do mesmo câmbio


mas desta vez com periodicidade de quatro horas, onde
cada ponto representa um período de tempo de quatro
horas, sendo necessários oito pontos para constituir um
dia, e podemos ver nele representadas as últimas duas
semanas do ano de 2004, havendo uma linha a
tracejado vertical a dividir cada semana.

Esta é uma periodicidade muito usada, apesar de o


gráfico com periodicidade horária ser famoso, o qual
iremos ver de seguida:

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Aqui temos possivelmente a periodicidade mais usada
pelos daytraders, que é a periodicidade horária, o que
quer dizer que cada vinte e quatro pontos representarão
um dia inteiro, sendo aqui os dias separados por linhas
a tracejado verticais, estando representados no gráfico
os últimos dias do ano de 2004.

NOTA: Apesar de existirem vários níveis de periodicidade


Há algo a ter em conta
inferiores a uma hora usados no dia a dia nas
sobre o início e fim de representações gráficas, tal como os períodos de trinta
cada dia nos gráficos se o minutos, quinze minutos, um minuto, ou outros, vimos
mercado for o Forex. acima apenas um gráfico de entre os de periodicidade
Como nos mercados inferior a uma hora, que é este de cinco minutos, onde
cambiais a negociação
está em aberto 24 horas
cada hora é representada por doze pontos de cinco
ao dia fechando só aos minutos cada, podendo nós assim visualizar doze
fins de semana, os oscilações de preço por cada hora, o que, como
gráficos terão podemos verificar, nos dá uma informação bastante
normalmente como hora mais completa sobre o que se passou em cada dia,
de fecho do dia a hora da
própria corretora pelo que
estando aqui os dias separados por linhas a tracejado
duas corretoras em dois verticais e de acordo com o horário da corretora.
locais do mundo
diferentes poderão ter Como tivemos a chance de verificar por estes exemplos,
barras ou velas diárias podemos navegar através da periodicidade de tempo
diferentes entre si, e dos gráficos de cada activo financeiro, fazendo um
originando assim análises
diferentes aos gráficos,
zoom in e zoom out sempre que quisermos ver com
sendo nesses casos mais ou menos detalhe o que se passou em cada
recomendada antes uma período temporal, ou ter uma vista mais global da
análise a velas horárias tendência.
onde não existirá já esse
problema.

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Podemos assim também ver de uma perspectiva global
o comportamento de um câmbio, como foi feito acima,
em gráficos de períodos mensais, ao longo dos anos,
escolher um determinado período de tempo, tendo sido
neste caso escolhido para o efeito o do fim do ano de
2004, e ampliando esse período de tempo até vermos a
variação de preços de dia para dia, de hora para hora, e
mesmo entre cada cinco minutos, que acabámos por
ver quando ampliámos o último dia desse ano.

Desta forma, podemos temos sempre a hipótese de


tentar prever com mais exactidão quais poderão ser os
movimentos de preços futuros, conforme queremos
investir a longo prazo, médio prazo, curto prazo, ou
mesmo daytrading, executando várias ordens durante o
mesmo dia, onde usaríamos em princípio neste caso
períodos de cinco minutos.

Já que podemos compreender agora melhor a escala


temporal dos gráficos, vamos tentar estudar outros
factores importantes, como os campos dos preços, e
outras formas de representações gráficas.

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GRÁFICOS
OS CAMPOS DE PREÇO (Price Fields)

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OS CAMPOS DE PREÇO (Price Fields)

Já estudámos dois campos importantes relativos ao


preço em si, que são o preço de Fecho de um
determinado período de negociação, e o Volume desse
mesmo período de negociação.

Mas estes dois dados sozinhos, não são suficientes para


nos dar uma ideia clara do que aconteceu exactamente
dentro de cada período.

No gráfico diário que vimos acima, vimos que cada


ponto entre duas linhas, representa o valor de Fecho de
um dia, e vimos também o Volume desse dia mais
abaixo.

Mas esses dois dados sozinhos não são suficientes para


uma boa análise.

Através do Gráfico de Linhas anteriormente apresentado


que mostrava em períodos de cinco minutos os
movimentos de preços feitos durante um dia, podíamos
ver que o último valor negociado nesse dia foi assumido
como valor de Fecho desse dia, mas havia lá mais
dados importantes, essenciais para a Análise Técnica e
que não foram referidos.

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Se virmos, tal como houve um valor de Fecho que foi
possível achar, também houve um valor de Abertura,
que foi o preço da primeira transacção que foi feita
nesse dia, o valor Máximo, que foi o valor da transacção
que se efectuou a um preço mais elevado nesse dia, e o
valor Mínimo, que foi o valor da transacção que se
efectuou a um preço mais baixo nesse dia.

NOTA: Revejamos os quatro campos principais de preço:


Há quatro campos
principais de preço:
• Abertura (Open) – É o valor a que o
Abertura, Máximo, mercado abriu nesse período de tempo a que o
Mínimo e Fecho, além do valor de Abertura diz respeito, ou seja, o primeiro
Volume de cada período. valor desse período, ou por outras palavras, ou o
valor da primeira transacção efectuada no
mercado durante esse período.

• Máximo (High) – É o preço mais alto a que


o activo financeiro foi transaccionado nesse
período de tempo a que o valor de Máximo diz
respeito, ou por outras palavras, o valor mais alto
atingido durante esse período.

• Mínimo (Low) – É o preço mais baixo a


que o activo financeiro foi transaccionado nesse
período de tempo a que o valor de Mínimo diz
respeito, ou por outras palavras, o valor mais
baixo atingido durante esse período.

• Fecho (Close) – É o último preço a que o


activo financeiro foi transaccionado nesse período
de tempo a que o valor de Fecho diz respeito, ou
por outras palavras, o valor final durante esse
período de tempo.

Será este o valor que por norma é usado nos


Gráficos de Pontos e Gráficos de Linhas, por ser
considerado o mais importante deste conjunto de
quatro valores, ou cinco se incluirmos o Volume.

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NOTA: • Volume – Este dado poderá corresponder a
O Volume é um dado que
diversas coisas, tendo a ver essencialmente com a
poderá representar várias quantidade que foi transaccionada durante esse
coisas diferentes. Como período, relativamente ao activo financeiro.
por exemplo podemos ver
dois casos, em acções o Poderá representar um número de acções
Volume será o número de transaccionadas, contratos de futuros, ou mesmo
acções transaccionadas
no período, e nos
uma quantidade em dinheiro transaccionado
mercados cambiais, ou nesse período.
seja no Forex, o Volume
já representará a É usado por isso para ver até que ponto houve
quantidade em dinheiro participação dos traders no mercado num dado
transaccionada nesse período de tempo.
mesmo período.
Ao contrário do Fecho, que se pode ver por cada ponto
representar o Fecho de cada período de cinco minutos
bastando para isso ver qual era o valor do ponto
referente aos últimos cinco minutos do dia, não se
podem achar por esse gráfico os valores de Abertura,
Máximo e Mínimo, pois em cada período é representado
nesse gráfico o seu valor de Fecho apenas, e não os
restantes, mas posteriormente iremos estudar esses
novos tipos de dados.

NOTA: Como pudemos estudar anteriormente, é possível


Em gráficos que nos
visualizar um gráfico em períodos de tempo de tempo
mostrem apenas o valor diversos, pelo que iremos ver agora um exemplo
de Fecho como os de retirado do câmbio Euro/Dólar com periodicidade de
pontos e linhas, nunca tempo de cinco minutos, para podermos ver as
poderemos saber com variações de preços que aconteceram a cada cinco
exactidão so valores de
Abertura, Máximo e
minutos de um determinado dia para o nosso exemplo
Mínimo do dia, pois só seguinte, onde poderemos apenas achar o valor de
sabemos o valor de Fecho Fecho mais elevado do dia, o mais baixo, e o primeiro
de cada período. valor de Fecho do dia, e não o valor Máximo e Mínimo
desse dia, pois cada ponto representa apenas o valor de
Fecho de cada período de tempo de cinco minutos, e
não os seus valores Máximo e Mínimo, como iremos ver
no exemplo abaixo.

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Vejamos o seguinte gráfico:

NOTA: Apesar de por este gráfico só podermos visualizar os


Só a partir dos Gráficos
Fechos, dá para termos ideia de que os dados Máximo,
de Barras OHLC e Mínimo e Abertura também são importantes, mas
Gráficos de Velas relativamente ao seu uso nos gráficos, será algo que
Japonesas é que já iremos estudar posteriormente com os Gráficos de
teremos acesso a todos Barras e outros, pois nos actuais Gráficos de Linhas,
os campos de preço,
Abertura, Máximo,
cujos pontos representam apenas os valores de Fecho
Mínimo e Fecho. de cada período nestes exemplos, seria impossível ver
neles representados também os valores de Abertura,
Máximo, e Mínimo ao mesmo tempo.

Poderíamos apenas ter representados Gráficos de


Linhas apenas com valores de Mínimo, ou Máximo ou
mesmo Abertura de cada período, mas isso seria algo
inútil por um lado, pois o valor mais importante de cada
período será em princípio o valor de Fecho do mesmo, e
daí ser o valor escolhido por defeito para ser
representado em gráficos que apenas nos permitem ver
representados um valor por cada período de tempo: os
Gráficos de Pontos e os Gráficos de Linhas.

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NOTA:
Vejamos uma tabela com todos os valores essenciais
Normalmente os ficheiros
que contém os históricos
para que tenhamos uma boa visão sobre o que se
de cotações de um activo, passou num dado período de tempo:
como os populares
ficheiros .CSV (Comma
Separated Values), têm
como campos mais
comuns pelo menos o da
Data, Abertura, Máximo,
Mínimo, Fecho e Volume,
tendo alguns outros
também o da Hora como
nos históricos Intraday, e
tal como o nome indica
vêm separados os
campos por vírgulas e
com um registo por linha.
Nesta tabela acima, já estarão presentes todos os dados
necessários para sabermos com exactidão suficiente o
que se passou em cada período de um gráfico.

Estes campos de preços foram e serão sempre escritos


com as primeiras letras em maiúsculas, para dar ênfase
aos mesmos durante as matérias que estudámos e
iremos estudar posteriormente.

Agora como representar esses valores referentes a cada


período num gráfico, em vez dos pontos actuais
existentes nos Gráficos de Pontos ou os pontos que
ligam as linhas num Gráfico de Linhas?

Isso será o que iremos estudar no próximo tipo de


representação gráfica, os Gráficos de Barras OHLC.

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GRÁFICOS
GRÁFICOS DE BARRAS HLC E OHLC

www.LivroDaBolsa.com Pág. 49
GRÁFICOS DE BARRAS HLC E OHLC

Como vimos, há quatro valores de preços além do preço


de Fecho de cada período de tempo que são essenciais
para que um gráfico seja completo.

O valor de Fecho vimos também que é facilmente


representado por um Gráfico de Pontos e por um
Gráfico de Linhas, mas o problema que existe, é o de
não ser possível com esse tipo de gráficos podermos
visualizar todos os quatros campos essenciais, a não ser
que tivéssemos quatro pontos ou quatro linhas em
simultâneo em cada período de tempo, em vez de um
como nos gráficos anteriores, mas isso tornaria
impossível de ler o gráfico em condições, sendo muito
difícil mesmo que tivessem esses pontos e linhas todos
cores diferenciadas.

Por isso para se representarem todos esses dados, foi


criado um tipo de gráficos mais completo, que por acaso
é o mais divulgado no mundo dos investimentos junto
com o das Velas Japonesas, por ser o mais antigo tipo
de gráficos usado no mundo ocidental que consegue
representar todos os campos de preços, o OHLC e HLC.

NOTA: O termo “OHLC” não passa de um conjunto de iniciais


O as letras OHLC ou HLC
que representam as palavras Open, High, Low e Close,
vêm das palavras Open, que traduzidas para Português, querem dizer Abertura,
High, Low, Close, ou seja, Máximo, Mínimo e Fecho, respectivamente.
Abertura, Máximo,
Mínimo e Fecho.
www.LivroDaBolsa.com Pág. 50
Este tipo de gráficos tem esse grupo de iniciais no seu
nome, porque cada período de tempo é representado
por uma barra vertical onde são assinalados todos esses
valores na mesma barra, referentes ao período de
tempo que ela representa.

NOTA: Devido a estas barras apresentarem vários valores


Como uma barra HLC ou
dentro da mesma barra, pertencentes a diversas alturas
OHLC representa os temporais dentro de cada período de tempo que ela
valores dos preços em representa, este gráfico torna-se não só um gráfico de
várias alturas do período preços, tal como o é o Gráfico de Pontos e o Gráfico de
que representa, pode ser Linhas, pois apresentam apenas um valor de preço por
considerado um gráfico
representativo de tempo
cada período de tempo, mas também um gráfico de
pois descreve o percurso tempo.
dos preços dentro do
período de tempo por ele Este gráfico é de certa forma um gráfico de tempo
representado. também, pois cada barra acaba por representar vários
valores de preços, pertencentes a várias alturas de
tempo dentro de cada período que a barra representa, e
ao representar esses valores, o seu valor de Abertura,
Máximo, Mínimo e Fecho, estão no fundo a descrever o
percurso dos preços nesse período de tempo, tornando-
se assim algo que representa também um percurso
temporal, e não só o preço final de Fecho.

NOTA: Em certos mercados, em que o valor de Abertura é


Há mercados em que não
descartado, existem apenas os valores de Máximo,
é dado o valor de Mínimo e Fecho em cada barra, e nesses casos, os
Abertura de cada período Gráficos de Barras usados, são uma variante dos
de tempo, e assim o valor Gráficos de Barras OHLC, chamados neste caso de
de Abertura, ou em Gráficos de Barras HLC, iniciais para High, Low, e Close,
Inglês Close, é eliminado
do histórico e gráfico e
ou seja, Máximo, Mínimo e Fecho, respectivamente.
assim o gráfico OHLC
passa a ser um gráfico de Vejamos como é processada a evolução de um Gráfico
HLC, sem o Open. de Pontos simples, onde só vemos representados o
valor de Fecho de cada período, para um Gráfico de
Barras HLC, que já contém três dos valores mais
importantes.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 51
Primeiro iremos ver os pontos que representam o valor
de Fecho de cada período de tempo tornarem-se numa
pequena marca horizontal, para melhor visualização:

Como podemos ver, é muito mais fácil de ver os valores


do gráfico assim com estas marcas horizontais do que
com pontos pequenos que nos poderiam escapar à
vista.

Além disso foram colocados já com a cor vermelha


aqueles que fecharam abaixo do Fecho do período
anterior, representando assim quedas de preços, e a
azul os que fecharam acima do Fecho do período
anterior, representando assim subidas de preços.

NOTA: Como seriam representados os preços Máximo e Mínimo


O intervalo percorrido
de cada barra de preços no gráfico acima?
pelos preços entre os
valores Mínimo e Máximo Não poderiam ser representados por mais duas marcas
atingidos pelos preços horizontais, ou tornar-se-ia quase impossível de se
dentro do período de interpretar o gráfico em condições.
tempo representado pela
barra, é representado por Em vez disso, passa-se a colocar uma linha vertical,
uma linha vertical que
fica entre o risco do valor
anexada a essa marca de Fecho já existente, e que
de Abertura e o de Fecho, representa o intervalo que foi percorrido pelos preços
ou antes do valor de entre o valor Mínimo e o valor Máximo atingido pelos
Fecho caso o de Abertura mesmos dentro desse período de tempo.
não exista.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 52
Vejamos como ficaria essa linha horizontal entre o valor
Mínimo e o valor Máximo anexada à já existente marca
horizontal que representa o preço de Fecho:

Como acabámos de ver no exemplo acima, obtivemos já


um gráfico bastante mais completo.

Em cada período de tempo, desta vez, vemos não só o


valor de Fecho representado pela marca horizontal, mas
também uma linha vertical que nos diz até onde os
preços acabaram por chegar dentro desse período de
tempo, ou seja, qual o valor Máximo e Mínimo
percorrido dentro desse período de tempo.

NOTA: Conseguimos agora verificar que em certos momentos,


Só com gráficos OHLC e
os topos e fundos de mercado, afinal acabaram por ser
outros que contenham os muito mais acima ou abaixo do que antes pensávamos
campos Máximo e Mínimo ao ver apenas o valor de Fecho de cada período de
(High e Low) é que tempo.
poderemos ter uma ideia
correcta sobre qual a real Podemos ver também que certas alturas em que os
amplitude dos preços
num período de tempo,
preços pareciam mal se ter mexido em relação ao
vendo os valores Máximo período anterior, afinal acabaram por ter bastante mais
e Mínimo atingidos por oscilação do que se pensava, com valores máximos e
eles. mínimos muito distantes do valor de Fecho final.

Acabamos por ter também uma maior noção de


continuidade, ao vermos melhor todos os intervalos de

www.LivroDaBolsa.com Pág. 53
preços percorridos pelo activo financeiro em causa, e a
consequente melhoria na sua visualização.

O Gráfico de Barras HLC, já foi por nós visto acima do


que se trata, e como podemos ver é bastante mais
completo do que os dois vistos anteriormente.

Mas e se juntássemos o valor de Abertura ao gráfico


acima?

Só aí teríamos todos os quatro valores principais de


preço de cada período de tempo exposto para uma
análise completa dos preços.

Vejamos agora o valor de Abertura adicionado a cada


barra do Gráfico de Barras HLC anterior:

Aqui temos, tal como o valor de Fecho, que se encontra


presente sob a forma de uma marca horizontal
pequena, à direita da linha vertical que une os valores
Máximo e Mínimo, o valor de Abertura de cada período
foi colocado também sob a forma de marca horizontal,
mas desta vez, à esquerda da linha vertical.

Desta forma em cada barra, começamos por ver o valor


de Abertura (Open) à esquerda da linha vertical, o
Máximo (High) e o Mínimo (Low) na linha vertical do
meio, e o valor de Fecho (Close) na marca horizontal à
direita da linha vertical, por fim, tendo assim todos os
quatro valores e sendo designadas de Barras OHLC,

www.LivroDaBolsa.com Pág. 54
sendo este por isso o nosso primeiro exemplo de um
Gráfico de Barras OHLC.

E o que é que cada uma destas barras e os seus quatro


valores nos dizem sobre o que se passou com os preços
durante o período de tempo que elas representam?

NOTA: Vejamos dois exemplos sobre Barras OHLC, um com


Com Gráficos OHLC já
uma barra de subida de preços, e outro com uma barra
podemos finalmente de queda de preços, cada um com um exemplo do
simular mentalmente em comportamento de preços mais provável que elas
cada barra os possíveis representam durante o período de tempo que essa
percursos dos preços no barra representa, ou seja, ao longo desse dia, pois são
período representado por
cada uma delas.
barras diárias:

NOTA: Neste exemplo acima, podemos ver uma barra de


Nunca podemos ter
subida, em que o mais provável movimento de preços
certezas sobre qual o que ela representa, seria o demonstrado na curva de
valor atingido primeiro, evolução descrito à direita, ou seja, o movimento em
se o Máximo ou o Mínimo que os preços terão ido após o valor de Abertura dessa
de cada período da barra. barra até ao valor Mínimo atingido pelos mesmos nesse
Podemos apenas deduzir
que se o Fecho estiver
período, indo de seguida no sentido contrário até
por exemplo mais perto atingirem o seu valor Máximo, caindo depois para um
do Máximo que tenha ido valor por volta da altura em que o período de tempo
primeiro ao Mínimo mas é representado pela barra acabaria, ficando assim achado
impossível ter certezas o preço de Fecho dessa barra, ou seja o valor a que o
disso, mas é bom simular
mentalmente dessa forma
activo financeiro foi transaccionado pela última vez
quando as interpretamos. durante esse período que a barra representa.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 55
Vejamos agora uma barra de queda:

No exemplo acima, podemos ver uma barra de queda,


em que o mais provável movimento de preços que ela
representa, seria o demonstrado na curva de evolução
descrito à direita, ou seja, o movimento em que os
preços terão ido após o valor de Abertura dessa barra
até ao valor Máximo atingido pelos mesmos nesse
período, indo de seguida no sentido contrário até
atingirem o seu valor Mínimo, subindo depois para um
valor por volta da altura em que o período de tempo
representado pela barra acabaria, ficando assim achado
o preço de Fecho dessa barra, ou seja o valor a que o
activo financeiro foi transaccionado pela última vez
durante esse período que a barra representa.

NOTA: Nos dois exemplos acima, podemos verificar também


O intervalo de preços
como a linha vertical representa tão bem o intervalo de
representado pela barra variação de preços durante o período de tempo
vertical, ou seja, entre o representado pela barra, que será um dia, devido a ser
valor Mínimo e Máximo uma barra diária, e que esse período é designado
da barra, é normalmente muitas vezes também por Range Diário.
chamado de Range, pelo
que numa barra
Pudemos ver também associados a esses quatro
valores, como iremos ver também em alguns exemplos
mais adiante, na própria barra, as letras OHLC, unidas

www.LivroDaBolsa.com Pág. 56
aos preços correspondentes na curva de preços à direita
por uma linha a tracejado.

E assim vemos explicado o funcionamento das Barras


OHLC, que como podemos ver, representam um grande
passo evolutivo em relação aos dois tipos de gráficos
anteriores, e bastante completo.

Vejamos agora outro exemplo real da mesma altura do


Gráfico de Barras OHLC anterior, mas abrangendo um
período de tempo melhor, para visualizarmos como é
fácil de ler os seus movimentos de preços, apesar de ter
a complexidade de possuir quatro valores por cada
barra em vez de apenas um:

Para o gráfico de cima ser completo, em termos dos


cinco campos de preços essenciais, só lhe faltaria o
Volume.

NOTA: Esse volume não é apresentado nas barras em si, que


O Volume, tal como nos
já contém quatro dados, mas sim como foi feito nos
outros tipos de gráficos exemplos anteriores de Gráficos de Pontos e Gráficos de
estudados, não é incluído Linhas, ou seja, sob a forma de pequenas linhas
nas próprias barras mas verticais no fundo do gráfico que representam o Volume
sim à parte, normalmente de cada período de tempo.
no formato de barras, e
por norma colocados
abaixo do gráfico em
Se adicionarmos ao gráfico acima o Volume, ficando
questão. exposto também no seu fundo, e já num gráfico que
abrange um período de tempo superior, expondo mais

www.LivroDaBolsa.com Pág. 57
de quatro meses de trading, com barras diárias, ou seja
em que cada uma representa um período de tempo de
um dia, teremos algo muito diferente.

Vejamos o gráfico acima com o Volume exposto no seu


fundo e abrangendo mais de quatro meses de histórico:

E já vimos o Volume exposto nas linhas verticais azuis


abaixo.

Esse Volume poderá estar representado em outros


locais, como é lógico, dependendo do gosto de cada
um.

Estas linhas de Volume, tal como as linhas verticais de


cada Barra OHLC e HLC, têm sido designadas de linhas,
mas são no fundo barras, daí o nome também dado às
Barras OHLC, por serem barras de preços que contém
esses dados, mas não deixam de ser linhas na mesma.

O mesmo se passa com o gráfico do Volume, que


aparece abaixo do gráfico de preços que vimos acima, a
sua representação poderia ser feita por linhas, mas é
feita da uma forma que é designada por gráficos de
barras em várias aplicações de representação gráfica
usada no dia a dia, e nas folhas de cálculo, mas por
serem barras muito finas e altas, não deixam de ser
consideradas linhas, de qualquer das formas.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 58
NOTA: Esses gráficos de barras que existem fora da Análise
O tipo de gráfico
Técnica e que como podemos ver são usados para
normalmente designado representar o Volume nos nossos gráficos de preços,
de “Gráfico de Barras” andam lado a lado com os gráficos de queijo e os de
que é muito utilizado em linhas, entre outros, entre as formas mais comuns de
folhas de cálculo e afins representação gráfica, sendo não só usados para
ou na representação do
campo Volume nos
representar o Volume dentro do gráfico acima, mas
exemplos, não tem nada como em muitas outras aplicações e nas mais diversas
que ver com as “Barras áreas, mas não devendo ser confundida a sua
OHLC” estudadas aqui, designação com os Gráficos de Barras OHLC e HLC que
sendo ambas barras mas aplicamos nos estudos dos preços, tendo apenas como
muito diferentes entre si.
únicas palavras em comum nos seus nomes, as
palavras “Gráfico de Barras”.

O Volume poderia ter sido representado sob a forma de


um Gráfico de Linhas, e possivelmente até seria mais
fácil a sua visualização, mas é raro ser apresentado
desta forma, sendo muito mais comum a sua
visualização sob a forma de gráficos de barras normais,
as tais linhas verticais que vemos no fundo do ecrã
normalmente por baixo dos gráficos de preços.

NOTA: Vejamos um exemplo de um Gráfico de Barras OHLC,


O Volume pode ser
mas com o Volume apresentado sob a forma de gráfico
representado por um de linhas:
Gráfico de Linhas em vez
do Gráfico de Barras
habitual mas tornar-se-á
de mais difícil leitura
posteriormente pois as
barras são mais fáceis de
visualizar que as linhas.

Como vimos, temos o Volume representado de uma


forma bastante diferente da normal que costuma ser
através de gráficos de barras, e desta vez com uma

www.LivroDaBolsa.com Pág. 59
NOTA: escala ajustada relativamente (Relative-Adjusted
A escala Relative Ajusted
Scale), pelo que se notará com mais intensidade as
usada no gráfico de suas alterações de Volume.
Volume do exemplo faz
com que o Volume seja Apesar de possivelmente para muitos esta forma de
representado não desde o representar o Volume seja de mais fácil leitura, pois dá
zero mas sim desde o mais realce às variações do mesmo em relação aos
valor mínimo e torna
assim as variações do
períodos anteriores através das linhas de subida ou
mesmo mais fáceis de queda que unem esses períodos, muitos programas não
visualizar, tal como permitem a possibilidade de representar o Volume desta
estudado no tópico do forma, obrigando o seu uso com gráficos de barras.
Volume anteriormente.
De qualquer das formas ficou aqui um exemplo de como
fica quando aplicado desta forma.

Vejamos agora um Gráfico de Barras OHLC já noutro


programa, tirado do câmbio Euro/Dólar novamente,
com barras diárias e o Volume exposto num gráfico de
barras em baixo:

Concluindo, este novo método de representação gráfica,


dentro dos que já estudámos, é o mais completo, e já
nos permite analisar a evolução dos preços dentro de
cada período de tempo representado por cada barra, e
é algo que iremos ver posteriormente, já que as bases
da matéria sobre os Gráficos de Barras já foram dadas.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 60
GRÁFICOS
ESTUDO DOS PADRÕES DAS BARRAS OHLC

www.LivroDaBolsa.com Pág. 61
ESTUDO DOS PADRÕES DAS BARRAS OHLC

NOTA: Agora que sabemos ler um Gráfico de Barras,


Costumamos chamar de
deveremos aprender a interpretar o que é que os
bulls aos traders que padrões que elas formam significam.
apostam nas subidas e de
bears aos traders que Uma das principais armas de um analista técnico é o de
apostam nas quedas dos saber como interpretar de forma correcta todos os
preços. Bem como de sinais fornecidos pelas barras que o gráfico contém, o
forma resumida podemos
dizer da mesma forma a
que é especialmente importante, porque por norma
bullish a algo que está todos os factores que influenciam os mercados e ditam
com tendência de subida os seus comportamentos, são reflectidos nos próprios
e bearish a algo com preços, pelo que saber interpretá-los é muito
tendência de queda. importante.

Vamos rever novamente os quatro valores principais


que nos são apresentados por cada barra:

NOTA: Quando um mercado abre, o seu preço de Abertura, ou


Há mercados que têm um
seja o primeiro valor a que o mercado abre, situa-se
período de pré- num ponto de equilíbrio entre bulls e bears, entre
negociação para calcular compradores e vendedores, preço esse que se irá
o ponto de equilíbrio alterar durante a sessão.
entre bulls e bears e
assim achar o valor de Há mercados que antes de iniciarem as suas sessões,
Abertura do dia.
estão já a funcionar em períodos de pré-negociação,
para achar esse valor de equilíbrio entre compradores e
vendedores, para abrir assim nesse valor de equilíbrio.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 62
Em relação a cada barra do presente no gráfico,
referente a cada período de tempo, esse valor de
Abertura é simplesmente o valor a que foi feita a
primeira transacção dentro desse período de tempo que
essa barra representa.

NOTA: Como já estudámos também, após esse valor de


O preço Máximo é
Abertura, ele irá acabar por atingir o valor Máximo
normalmente atingido desse período.
devido aos bulls do
mercado e ao fecho de Esse movimento de preço, resulta da acção combinada
posições curtas quer dos traders interessados na subida do preço, ou seja os
sejam por vontade dos bulls do mercado, levando os preços a esse valor
traders ou por stop-
losses activados.
Máximo, traders esses a quem interessa que o preço
suba o mais possível para terem o maior lucro possível.

Desta forma o valor Máximo marca o ponto onde o


interesse e força deste grupo de traders se esgota, ou
pelo menos deixa de ser tão relevante e perde a força,
para dar lugar à entrada daqueles a quem interessa
fazer parar a subida e dar origem a novas quedas de
preço, ou simplesmente por a oferta se tornar mais
forte que a procura, e o preço de equilíbrio se encontrar
afinal mais abaixo, tendo os preços de cair para o
atingir.

NOTA: O preço Mínimo, por sua vez, é exactamente o


O preço Mínimo é
contrário, ou seja, é um ponto onde a pressão
normalmente atingido vendedora por parte dos bears do mercado se começa a
devido aos bears do esgotar, ou perder força relativamente aos bulls, que
mercado e ao fecho de pelas mais variadas razões começam a ter mais força
posições longas quer que os que apostam nas quedas, e fazendo aumentar a
sejam por vontade dos
traders ou por stop-
procura em relação à oferta disponível, fazendo subir os
losses activados. preços até um novo valor de equilíbrio mais acima.

É esgotada a força dos bears e os bulls tomam conta do


mercado.

O preço de Fecho dessa barra, acaba por ser o ponto de


equilíbrio entre a oferta e a procura no momento de
Fecho desse período que a barra representa, preço esse

www.LivroDaBolsa.com Pág. 63
que posteriormente, nas próximas barras, poderá
continuar a mudar de posição, mas não deixa de ser um
valor importante e a ter em conta, especialmente se
coincidir com o momento de fecho de uma sessão de
trading, pois indica qual era o preço de equilíbrio, e
onde se situava o interesse dos traders no momento
exacto em que a sessão foi interrompida.

No caso dos mercados de Forex, por exemplo, que


funcionam vinte e quatro horas por dia, a sessão só
acaba uma vez por semana, pelo que o preço de fecho
diário não costuma ser tão importante quanto os dos
mercados que vêem as suas sessões interrompidas até
ao dia seguinte, por verem limitado o seu horário de
funcionamento a um certo número de horas por dia,
mas não deixa de ser possivelmente o valor mais
importante dos quatro campos de preço de cada barra,
por revelar o valor de equilíbrio de preços no fim do
período dessa barra.

Como vimos, os movimentos de preços entre os valores


de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho, revelam-nos o
comportamento dos traders, durante o período de
tempo representado por cada barra, e por aí podemos
ver a força e mesmo intenções tanto dos bulls como dos
bears do mercado, relativamente a certos níveis de
preços e a certas alturas, fazendo-nos perceber até que
ponto eles estão dispostos a continuar a insistir na
subida ou descida de preços, até onde a força deles vai
e se esgota, onde aparecem os primeiros sinais de uma
força renovada do grupo oposto, ou mesmo intenções
de reverter a tendência do mercado.

Com os padrões, e vendo assim o comportamento das


duas grandes forças que controlam o mercado, os bulls
e os bears, conseguimos perceber com mais facilidade
para onde eles irão levar o mercado no futuro e com
maior eficácia e fiabilidade.

Vamos tentar agora verificar alguns padrões que


acontecem com as Barras OHLC, e os possíveis

www.LivroDaBolsa.com Pág. 64
significados que elas possam ter em relação aos traders
que participaram na sua formação e seus
comportamentos, bem como as suas eventuais
intenções e o que revelam acerca da força de cada
grupo.

DOJI

NOTA: Começamos por este padrão, que é conhecido por Doji


A Doji é uma barra onde
nos gráficos de Velas Japonesas, como iremos estudar
o valor de Abertura posteriormente, onde o valor de Abertura (Open) e o
(Open) e Fecho (Close) se valor de Fecho (Close), estão ao mesmo nível, ou seja,
encontram ao mesmo fornece informações ambíguas sobre quem controla o
nível. É um sinal de mercado, tendo sido tentada uma subida e queda de
indecisão e onde o valor
de Abertura tem um
preços, mas acabando por fechar ao mesmo valor de
papel decisivo na decisão Abertura, tendo sido este um valor importante para a
do valor de Fecho mais decisão final do preço de Fecho.
tarde. Esta barra tem o
mesmo nome como Não se sabe assim quem controla o mercado, se os
padrão nos gráficos de bulls, se os bears, e a subida e queda de preços antes
Velas Japonesas que
serão estudados mais
do valor de Fecho, atingindo aqueles valores de Máximo
abaixo. e Mínimo antes, revelam alguma indecisão por parte
dos traders, e nesse caso devemos esperar pelo preço
de Abertura da barra seguinte para ver que possível
evolução poderá ter, caso seja um mercado que
interrompa a sua sessão todos os dias, ou

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simplesmente avaliar os movimentos de preços nas
futuras barras, caso seja um mercado contínuo.

Esta barra é também chamada de Doji nos gráficos de


Velas Japonesas, que iremos estudar posteriormente, e
apesar de ser uma barra que por ela mesma revela
apenas alguma indecisão, poderá ser importante se
acontecer em conjunção com outras barras, como
iremos estudar mais adiante.

BULLISH DOJI

NOTA: Esta barra, uma Bullish Doji, é conhecida por Dragonfly


A Bullish Doji é conhecida
Doji nos gráficos de Velas Japonesas, e é uma barra em
nos gráficos de Velas que podemos encontrar o valor de Fecho a encontrar-se
Japonesas por Dragonfly ao mesmo nível do valor de Abertura do período que a
Doji e é uma barra onde barra representa.
há grande pressão por
parte dos bears mas onde Pelo que podemos verificar, o mercado aqui acabou por
após recuperação o valor
de Fecho acaba por ser
abrir no valor Máximo da barra, ou pelo menos lá perto,
ao nível do valor de e que o grupo de traders interessados na descida de
Abertura. preços, ou seja os bears, estiveram no comando do
mercado inicialmente, levando-o a cair e atingir o valor
Mínimo desse período de tempo, acabando esse
comando por passar depois na segunda parte para os
bulls, que levaram assim de volta os preços para os

www.LivroDaBolsa.com Pág. 66
níveis iniciais, acabando por fechar ao nível do valor de
Abertura.

Mais uma vez, o preço de Abertura, e


consequentemente o de Fecho, que é o mesmo, são
considerados valores muito importantes de referência
para os traders, pois o valor de Abertura foi bastante
importante na escolha do preço de equilíbrio no
momento de Fecho do período de tempo que a barra
representa.

De qualquer das formas esta barra pode ser


interpretada como uma tentativa falhada por parte dos
bears do mercado em tentar levar os preços a níveis
inferiores, indiciando assim que há força suficiente por
parte dos bulls do mercado para originar novas subidas
de preços, sendo por isso um padrão geralmente
bullish, especialmente se for encontrado após quedas
significativas de preços, podendo aí dar origem a novas
tendências de subida de preços, marcando assim fundos
de mercado nessas situações, onde se verificam
inversões de tendência.

Se pelo contrário, for encontrado após subidas


significativas de preços, poderia revelar o aparecimento
de alguma força vendedora, ou seja, que foi atingido
um nível em que os bears teriam alguma força e
começariam já a oferecer alguma resistência a novas
subidas, e aí deveria ser tomado em conta, devendo o
trader ter em atenção os acontecimentos futuros para
verificar se a subida se mantém ou se se começa a
estagnar e com várias pressões deste género, sendo aí
caso para se ter uma maior atenção, podendo os preços
estar perto de um novo ou velho valor de resistência.

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BEARISH DOJI

NOTA: Esta barra, uma Bearish Doji, é conhecida por


A Bearish Doji é
Gravestone Doji nos gráficos de Velas Japonesas, e é
conhecida nos gráficos de uma barra em que podemos ver novamente o valor de
Velas Japonesas por Fecho a encontrar-se ao mesmo nível do valor de
Gravestone Doji e é uma Abertura do período que a barra representa.
barra onde há grande
pressão por parte dos Pelo que podemos verificar, o mercado aqui acabou por
bulls mas onde após
novos ataques por parte
abrir no valor Mínimo da barra, ou pelo menos lá perto,
dos bears o valor de e que o grupo de traders interessados na subida de
Fecho acaba por ser ao preços, ou seja os bulls, estiveram no comando do
nível do valor de mercado inicialmente, levando-o a subir e atingir o
Abertura. valor Máximo desse período de tempo, acabando esse
comando por passar depois na segunda parte para os
bears, que levaram assim de volta os preços para os
níveis iniciais, acabando por fechar ao nível do valor de
Abertura.

Mais uma vez, o preço de Abertura, e


consequentemente o de Fecho, que é o mesmo, são
considerados valores muito importantes de referência
para os traders, pois o valor de Abertura foi bastante
importante na escolha do preço de equilíbrio no
momento de Fecho do período de tempo que a barra
representa.

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De qualquer das formas esta barra pode ser
interpretada como uma tentativa falhada por parte dos
bulls do mercado em tentar levar os preços a níveis
superiores, indiciando assim que há força suficiente por
parte dos bears do mercado para originar novas quedas
de preços, sendo por isso um padrão geralmente
bearish, especialmente se for encontrado após subidas
significativas de preços, podendo aí dar origem a novas
tendências de quedas de preços, marcando assim topos
de mercado nessas situações, onde se verificam
inversões de tendência.

Se pelo contrário, for encontrado após quedas


significativas de preços, poderia revelar o aparecimento
de alguma força compradora, ou seja, que foi atingido
um nível em que os bulls teriam alguma força e
começariam já a oferecer alguma resistência a novas
quedas, e aí deveria ser tomado em conta, devendo o
trader ter em atenção os acontecimentos futuros para
verificar se a queda se mantém ou se se começa a
estagnar e com várias pressões deste género, sendo aí
caso para se ter uma maior atenção, podendo os preços
estar perto de um novo ou velho valor de suporte.

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BEARISH THRUST

NOTA: Esta barra, é conhecida por Bearish Thrust, pois é uma


A Bearish Thrust é uma
barra bearish, e reflecte que os bears comandaram o
barra onde os bears do mercado do início ao fim, desde o valor de Abertura até
mercado comandam ao valor de Fecho.
desde o início até ao fim,
e onde podemos ver que Basicamente, pode-se dizer que os preços abriram no
tem como valor Máximo valor Máximo do dia, e fecharam no valor Mínimo do
do período o valor de
Abertura, e desde aí é
dia, algo que é considerado como sendo um sinal
queda de preços até que fortemente bearish.
acaba por fechar no valor
Mínimo do período, um Dado que os traders interessados na queda de preços
sinal fortemente bearish. tiveram o controlo praticamente total do mercado
durante o período de tempo representado por esta
barra, é de se esperar uma continuação de quedas no
período de tempo seguinte, pois há grandes
probabilidades de que essa tendência que demonstrou
não encontrar qualquer resistência durante este período
de tempo continue com força no seguinte.

Quaisquer esforços que possam ter havido por parte dos


bulls do mercado para inverter a tendência de queda ou
tentar que os preços não caíssem tanto, foram
completamente ineficazes, pelo que se pode ver.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 70
É frequente haver este tipo de barras durante
tendências fortemente bearish, onde se verificam fortes
quedas de preços.

BULLISH THRUST

NOTA: Esta barra, é exactamente o inverso da barra anterior, e


A Bullish Thrust é uma
é conhecida por Bullish Thrust, pois é uma barra bullish,
barra onde os bulls do e reflecte que os bulls comandaram o mercado do início
mercado comandam ao fim, desde o valor de Abertura até ao valor de Fecho.
desde o início até ao fim,
e onde podemos ver que Basicamente, pode-se dizer que os preços abriram no
tem como valor Mínimo valor Mínimo do dia, e fecharam no valor Máximo do
do período o valor de
Abertura, e desde aí é
dia, algo que é considerado como sendo um sinal
subida de preços até que fortemente bullish.
acaba por fechar no valor
Máximo do período, um Dado que os traders interessados na subida de preços
sinal fortemente bullish. tiveram o controlo praticamente total do mercado
durante o período de tempo representado por esta
barra, é de se esperar uma continuação de subidas no
período de tempo seguinte, pois há grandes
probabilidades de que essa tendência que demonstrou
não encontrar qualquer resistência durante este período
de tempo, continue com força no seguinte.

Quaisquer esforços que possam ter havido por parte dos


bears do mercado para inverter a tendência de subida

www.LivroDaBolsa.com Pág. 71
ou tentar que os preços não subissem tanto, foram
completamente nulos, pelo que se pode ver.

É frequente haver este tipo de barras durante


tendências fortemente bullish, onde se verificam fortes
subidas de preços.

Uma outra barra que representa um tipo diferente de


acção de preços:

Nesta barra, podemos ver que os preços abriram por


volta do meio da barra, tendo atingido o valor Máximo
desse período, acabando depois por cair e fechar no
valor Mínimo da barra.

Esta barra acaba por não fornecer dados muito


concretos sobre quem realmente está a controlar o
mercado, pois não há um movimento de preços muito
significativo caso a barra seja pequena, havendo
mesmo alguma indecisão visível na mesma.

O que se pode concluir desta barra é que os bulls


controlaram a primeira parte do período de tempo que
esta barra representa, fazendo os preços subirem
inicialmente, tendo a segunda parte ficado sob controlo
dos bears do mercado, fazendo os preços cair, sendo

www.LivroDaBolsa.com Pág. 72
deles o controlo do mercado na altura do Fecho do
mesmo.

Seria talvez mais provável neste caso uma queda de


preços no período de tempo seguinte, dando
continuação ao movimento de preços já existente na
barra corrente, do que uma subida de preços.

De qualquer das formas não se podem tirar grandes


conclusões acerca desta barra.

E também é importante notar que os preços acabaram


por fechar abaixo do preço de Abertura da barra, sendo
esse um factor a ser tomado em conta.

E a barra inversa à anterior:

Desta barra concluí-se exactamente o oposto da barra


anterior, e nela podemos ver que os preços abriram por
volta do meio da barra novamente, tal como no
exemplo anterior, tendo atingido o valor Mínimo desse
período, acabando depois por subir e fechar no valor
Máximo da barra.

Esta barra acaba por não fornecer dados muito


concretos sobre quem realmente está a controlar o
mercado, pois não há um movimento de preços muito

www.LivroDaBolsa.com Pág. 73
significativo caso a barra seja pequena, havendo
mesmo alguma indecisão visível na mesma.

O que se pode concluir desta barra é que os bears


controlaram a primeira parte do período de tempo que
esta barra representa, fazendo os preços caírem
inicialmente, tendo a segunda parte ficado sob
controlo dos bulls do mercado, fazendo os preços subir,
sendo deles o controlo do mercado na altura do Fecho
do mesmo.

Seria talvez mais provável neste caso uma subida de


preços no período de tempo seguinte, dando
continuação ao movimento de preços já existente na
barra corrente, do que uma queda de preços.

De qualquer das formas não se podem tirar grandes


conclusões novamente acerca desta barra, tal como na
anterior.

E também é importante notar que os preços acabaram


por fechar acima do preço de Abertura da barra, sendo
esse um factor a ser tomado em conta.

Outro tipo de barra:

Nesta barra, já se podem tirar conclusões diferentes.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 74
Aqui já vemos os preços a abrirem no valor Máximo do
período que a barra representa, sendo a partir daí o
controlo tomado pelos bears do mercado, fazendo os
preços caírem até atingirem o valor Mínimo da barra,
recuperando um pouco desde aí, acabando por fechar
perto do valor médio da barra.

Esta barra acaba, tal como as últimas duas, por não


fornecer dados muito concretos sobre quem realmente
está a controlar o mercado, e acaba por ser ainda mais
difícil prever se no período seguinte os preços irão subir
ou descer do que nos dois últimos exemplos, pois ao
contrário desses exemplos, aqui a barra não tem como
valor de Fecho o valor Máximo ou Mínimo da mesma, e
sim o seu valor médio, não sendo por isso algo muito
significativo em termos de tendência, pois houve uma
retracção após ser atingido o valor Mínimo da mesma,
revelando uma indecisão maior.

De qualquer das formas, é importante notar que os


preços acabaram por fechar abaixo do preço de
Abertura da barra, sendo esse um factor a ser tomado
em conta.

E a barra inversa à anterior:

Esta barra é o contrário da barra que vimos acima.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 75
Aqui acabamos por ver os preços a abrir no valor
Mínimo do período que a barra representa, sendo a
partir daí o controlo tomado pelos bulls do mercado,
fazendo os preços subirem até atingirem o valor
Máximo da barra, retraindo um pouco desde aí,
acabando por fechar perto do valor médio da barra.

Esta barra acaba, tal como a anterior, por não fornecer


dados muito concretos sobre quem realmente está a
controlar o mercado, e acaba por ser mais difícil prever
se no período seguinte os preços irão subir ou descer,
pois aqui a barra não tem como valor de Fecho o valor
Máximo ou Mínimo da mesma, e sim o seu valor médio,
não sendo por isso algo muito significativo em termos
de tendência, pois houve uma retracção após ser
atingido o valor Máximo da mesma, revelando uma
indecisão maior.

De qualquer das formas, é importante notar que os


preços acabaram por fechar acima do preço de Abertura
da barra, sendo esse um factor a ser tomado em conta.

CONCLUSÃO

Como pudemos verificar, com estes quatro principais


campos do preço, os valores de Abertura, Máximo,
Mínimo e Fecho (OHLC), devidamente representados
sob o formato de Gráfico de Barras OHLC, ou outras
formas de representação gráfica, como iremos estudar
posteriormente, conseguimos recolher informações
preciosas acerca de quem comanda o mercado em dado
momento, quem o comandará no futuro, ou mesmo
acerca das intenções dos traders em geral num dado
período de tempo.

Saber interpretar os padrões formados por estas barras,


tal como em outro tipo de padrões verificados em
outras formas de representação gráfica, será então
meio caminho andado para prever futuros movimentos
de preços, e assim entrar no mercado nas alturas
certas, além de aproveitar a tempo tendências de

www.LivroDaBolsa.com Pág. 76
preços que possam surgir ou mesmo aprender a prevê-
las com alguma exactidão com o passar do tempo e
prática adquirida.

De seguida vamos passar ao estudo do tipo de gráficos


cuja utilização é recomendada, os Gráficos de Velas
Japonesas.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 77
GRÁFICOS
GRÁFICOS DE VELAS JAPONESAS

(JAPANESE CANDLESTICKS)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 78
GRÁFICOS DE VELAS JAPONESAS

(JAPANESE CANDLESTICKS)

NOTA: Vamos agora dar início ao estudo da metodologia de


Os Gráficos de Velas
representação gráfica de eleição no meio das várias que
Japonesas são a forma de estamos a estudar.
representação gráfica
recomendada nesta obra Será esta a considerada tanto a mais completa, como
e mais desenvolvida, bem mais fácil de interpretar e de usar, além de estar
como possivelmente a presente na quase totalidade de programas de análise
mais utilizada pelos
traders em geral.
técnica hoje em dia, por ser das mais usadas no mundo
pelos traders, e de ter uma certa magia e mística
inerente aos padrões formados pelas suas velas, que
iremos estudar mais adiante, que nos permitem
identificar mais facilmente inversões de tendências
entre outras coisas.

História das Velas Japonesas

Os gráficos de Velas Japonesas são um método de


representação gráfica desenvolvido no Japão alguns
séculos atrás.

Segundo vários relatos, os Japoneses começaram a usar


este seu próprio tipo de Análise Técnica para
comercializar arroz por volta do século XVII.

Esta era uma forma precoce de Análise Técnica,


diferente da praticada nos Estados Unidos (a que foi

www.LivroDaBolsa.com Pág. 79
NOTA: iniciada por Charles Dow cerca de 1900, daí o nome
Na Análise Técnica
Dow Jones num dos índices americanos da actualidade),
partimos sempre do mas tinha já alguns princípios básicos muito
princípio de que toda a semelhantes aos que essa possuía.
informação e todos os
acontecimentos já se Aqui ficam alguns desses princípios:
encontram reflectidos nos
preços e que por isso nos • Toda a informação conhecida é reflectida sempre
basta interpretar os
gráficos representativos
nos preços, por isso deverá sempre ser suficiente
dos mesmos para tentar fazer análises baseadas apenas nos preços;
prever o futuro desses
preços. É de verdade • O “Quê”, que representa a acção dos preços, é
possível fazer lucro e ter mais importante do que o “Porquê” (que é relativo
sucesso olhando apenas aos relatórios de ganhos, notícias, rumores, e por
para gráficos sem nada
mais.
aí adiante);

• Existem flutuações de mercado;

NOTA: • Os movimentos de mercado são feitos pelos


Considera-se que existem compradores (os bulls) e pelos vendedores (os
três emoções muito bears), baseados em expectativas e emoções
importantes que são as (como por exemplo as famosas emoções que nos
que afectam todos os afectam, a Ganância, a Esperança e o Medo);
traders e nos podem
fazer perder dinheiro, que
são a Ganância (ex: • O preço actual pode não reflectir o valor
alguém não vender a subjacente do activo;
tempo porque queria
ganhar mais e ter Ou seja, estas quatro regras dizem-nos basicamente
prejuízo depois), a que muitos investidores deveriam tomar decisões no
Esperança (ex: alguém mercado baseados apenas nos gráficos, onde estudam o
ver-se a perder dinheiro e
em vez de fechar
comportamento dos preços, porque toda a informação
posições mantém abertas conhecida está reflectida nos preços e por isso basta
a ver se recupera o estudá-los.
dinheiro perdido e acaba
por perder mais o fim), e Daí dizer-se que o “Quê” (a acção do preço em si) ser
o Medo (ex: alguém então mais relevante e importante que o “Porquê”, ou
vender antes do tempo
com medo de perder
seja que as razões que levaram os preços a subir, que
dinheiro e assim perder sejam notícias, relatórios, etc, pois o “Porquê”, como foi
ganhos potencialmente dito acima, está já reflectido no “Quê”, ou seja, nos
elevados ou até perder movimentos de preços em si e desta forma nos gráficos.
dinheiro em vez de
ganhar.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 80
NOTA: Dizem-nos então que devido a isso existem flutuações
Um exemplo de como a
de mercados, sendo esses movimentos de preços
Análise Técnica poderá provocados pelos bulls e pelos bears, baseados em
ser mais importante que expectativas e emoções, acabando por isso por não ser
a Análise Fundamental sempre reflectido o valor subjacente de um activo no
serão os casos de seu preço actual no mercado, ou seja, uma empresa
empresas com bons
fundamentais e notícias
pode não ter grande valor e ver as suas acções
caírem devido a padrões atingirem preços muito mais elevados devido aos
ocorridos em gráficos e traders se basearem em futuras expectativas da
ficarem subvalorizadas, e empresa e não ao seu valor actual, ou por exemplo uma
o de empresas falidas empresa de grande valor ver as suas acções
terem subidas enormes
de preços previstas em
extremamente subvalorizadas devido a medos no
gráficos pela Análise mercado de que algo de mau esteja para acontecer, por
Técnica. exemplo.

Estes eram princípios já aceites também neste tipo de


Análise Técnica na altura, pelo que já era algo um
pouco avançado para a época e que ainda hoje em dia
são ideias aceites pelos traders nos mercados actuais.

Apesar de existir já há alguns séculos, o método de


representação gráfica por Velas Japonesas, permaneceu
um segredo conhecido apenas pelos traders de acções
Japoneses até cerca de 1990.

NOTA: Foi um trader de acções e escritor chamado Steve


Steve Nison é muito
Nison, que praticamente tropeçou nesse método de
famoso no que diz representação gráfica enquanto falava com um corretor
respeito às Velas de acções Japonês, e foi assim descoberto.
Japonesas e diz-se ser
quem as trouxe ao Ele reparou que um corretor Japonês estaria a olhar
mundo ocidental e as para uns gráficos de aspecto invulgar e estranho, e
popularizou. Quanto à
origem das mesmas no
acabou por interrogar alguns japoneses acerca deles, é
Japão, nunca se poderão dito que eles pareciam nervosos ou mostravam
ter certezas 100% ignorância em relação aos mesmos.
absolutas sobre o
passado das mesmas mas Numa busca de biblioteca, acabou por encontrar apenas
fica aqui nesta obra um rascunhos e informação muito pobre em língua Inglesa,
pequeno resumo
investigado na Internet.
mas insistiu em continuar as suas pesquisas, e começou
a iniciar uma correspondência longa por fax com
adeptos Japoneses através da Associação de Analistas

www.LivroDaBolsa.com Pág. 81
Técnicos Nipónica (Nippon Technical Analysts
Association), até que encontrou um tradutor (que era
também entendido em Análise Técnica), que lhe tornou
possível a tradução de nove textos clássicos japoneses
para Inglês.

NOTA: Segundo palavras de Nison, as terminologias exóticas


As Velas Japonesas têm
chamaram-lhe a atenção: «The exotic terminology
uma terminologia piqued my interest».
fascinante e exótica como
iremos ver mais abaixo, Diz-se que ficou desde cedo convencido que os gráficos
em que cada padrão tem de Velas Japonesas lhe proporcionavam melhores
nomes bastante exóticos formas para prever o Mercado do que os velhos Gráficos
e associados à Natureza.
de Barras usados na altura.

Após isso, seria apenas uma questão de espalhar esse


conhecimento pelo resto do mundo dos investimentos, e
foi ele mais tarde que levou os gráficos de Velas
Japonesas para a América, revelando-os aos olhos do
mundo ocidental.

De qualquer das formas, apesar de muitos dizerem que


a metodologia de representação gráfica por Velas
Japonesas foi originária no século XVII, de acordo com
Steve Nison, é possível que esta metodologia tenha
aparecido apenas por volta de 1850, e que muito do
crédito pelo seu desenvolvimento e uso em gráficos vai
para um legendário trader de arroz Japonês chamado
Munehisa Homma, na cidade de Sakata.

O Mestre Homma era um Samurai da velha guarda e


chamado por alguns como um deus dos Mercados.

De qualquer das formas, é possível, e muito provável,


que o método das Velas Japonesas que usamos hoje em
dia, tenha vindo a ser melhorado ao longo dos tempos,
e tendo algumas das suas ideias sido modificadas ao
longo dos muitos anos de trading até aos dias de hoje,
resultando assim no método de representação gráfica
das Velas Japonesas que conhecemos e usamos hoje
em dia.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 82
Existem muitos outros defensores do uso deste método
de representação gráfica por todo o mundo, alguns mais
famosos que outros, e que acabaram por perceber que
este método de representação gráfica lhes tornava
muito mais fácil fazer dinheiro nos mercados do que
antes com outros tipos de gráficos, e que passaram a
ser partes activas na divulgação das Velas Japonesas
pelo mundo dos investimentos posteriormente.

Vantagens dos gráficos de Velas Japonesas

Se olharmos bem para este tipo de representação


gráfica, poderemos pensar por vezes que não passa
simplesmente de uma nova forma de olhar para os
preços através de um gráfico, porque no fundo acaba
por ter os mesmos dados que um Gráfico de Barras
tem, o valor de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho de
cada vela, e no fundo não há qualquer dado adicional.

NOTA: Mas há uma grande e importantíssima diferença neste


Uma das grandes
método, é a de que curiosamente, os gráficos de Velas
diferenças nestes gráficos Japonesas evidenciam muito mais a relação entre os
e que lhes dá vantagem é preços de Abertura e de Fecho, e essa relação é muito
a de que cada vela importante para quem visualiza o gráfico.
evidencia fortemente se
os preços subiram ou Não só dá um grande ênfase ao intervalo de negociação
caíram durante o período
que representam, ou seja
(trading range) entre os preços de Abertura e Fecho,
a relação entre o preço como também evidencia muito bem qual deles foi o
de Abertura e o de Fecho valor mais elevado, se o de Abertura, se o de Fecho, o
da mesma. Pode parecer que é muito importante também.
insignificante mas
veremos nos exemplos Por exemplo, tendo essa relação entre os preços de
abaixo como essa
diferença é incrivelmente
Abertura e Fecho evidenciadas fazendo a vela ter uma
vantajosa na leitura de cor negra ou branca conforme seja o preço de Abertura
gráficos, ao vermos velas superior ou o de Fecho, faz-nos distinguir com muita
“negras” quando os facilidade, mesmo quando temos os gráficos muito
preços fecham abaixo do reduzidos, as sequências de velas onde os preços
preço de Abertura
(quedas) e “brancas”
sobem ou caem, podendo nós ver grupos de velas
quando fecham acima negras ou brancas, e assim percebendo melhor as
(subidas). tendências.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 83
NOTA: Vendo muitas velas negras juntas, poderemos
Mesmo se reduzirmos o
identificar melhor certos períodos onde a pressão
zoom do gráfico, vendedora é maior, e onde há muitas velas brancas
poderemos distinguir juntas, podemos identificar períodos onde a pressão
facilmente os grupos de compradora é superior, mesmo reduzindo muito o
velas brancas dos de tamanho do gráfico.
velas negras e identificar
melhor subidas e
descidas nos mercados.
Vamos ver, em dois exemplos, um com um gráfico de
Velas Japonesas, e outro com um Gráfico de Barras,
uma comparação sobre o tipo de percepção de mercado
que cada um nos proporciona, para percebermos bem
por aqui o que torna o primeiro tão mais fácil de usar
que o segundo, além de vermos os padrões das velas
que podemos verificar serem bem perceptíveis em
gráficos de Velas Japonesas e não se perceberem no
Gráfico de Barras abaixo, sendo neste segundo mesmo
com atenção difícil de perceber o que no de Velas
Japonesas à partida é bem evidente.

Primeiro o de Velas Japonesas:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 84
Agora o das Barras OHLC:

Vamos ver agora mais dois exemplos do mesmo período


de tempo, um em Velas Japonesas e outro em Gráfico
de Barras, desta vez em velas de quatro horas, e
evidenciando uma altura em que houve uma inversão
de tendência de queda para subida, para verificarmos a
forma como o preenchimento das velas (ou não)
evidenciam as subidas e quedas do mercado, formando
zonas mais negras ou mais claras nos gráficos.

Primeiro o de Velas Japonesas:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 85
Agora o das Barras OHLC:

NOTA: Como podemos ver, este tipo de representação gráfica


Com os gráficos de Velas
permite-nos descobrir facilmente padrões que antes em
Japonesas, as velas não Gráficos de Barras normais pareciam não se encontrar
nos parecem tão iguais lá, ou que simplesmente nos iriam exigir muito mais
unas às outras como tempo e atenção para que os pudéssemos encontrar.
acontece no caso das
barras OHLC, algo que os É basicamente a diferença entre a quantidade enorme
faz identificar e até
memorizar padrões mais
de tempo que nós perderíamos ao tentar encontrar
facilmente e rápido nas padrões num Gráfico de Barras normal (e que
Velas Japonesas do que poderíamos nem encontrar por vezes podendo alguns
aconteceria nas barras padrões escaparem-se-nos à atenção), e a facilidade e
OHLC. rapidez de encontrar um ou vários padrões importantes
só por olharmos de repente para um gráfico de Velas
Japonesas, algo quer seria muito mais rápido e menos
cansativo, além de mais intuitivo.

NOTA: Desta forma este tipo de representação gráfica, dá-nos


No mundo do trading,
maior rapidez na tomada de decisões e muito mais
pode-se dizer literalmente chances de encontrar todos os padrões certos que nos
que “tempo é dinheiro”, e importam encontrar nos momentos críticos e não só
assim sendo, quanto mais num gráfico, e no caso do trading, pode-se dizer que o
rápido identificarmos tempo é literalmente dinheiro.
padrões ou
compreendermos um
gráfico, melhor, e é uma
Pode ser também uma das maiores diferenças entre a
das grandes vantagens Análise Técnica praticada entre um trader de sucesso e
também das Velas um que não tem sucesso nos seus investimentos.
Japonesas.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 86
De qualquer das formas, o que poderá existir de mal
neste tipo de gráficos, que são algo que nos permite
compreender os movimentos de preço e prevê-los mais
facilmente ou que pura e simplesmente nos torne as
nossas análises mais agradáveis e rápidas no dia a dia?

NOTA: O método de representação gráfica por Velas Japonesas


Há também uma mística
é visualmente muito mais apelativo e fácil de
incrível neste tipo de interpretar, e tem a sua própria mística, um pequeno
gráficos, e um toque toque da cultura oriental e do modo de vida oriental que
oriental e exótico, ao é adicionado ao nosso processo de trading, e talvez
falarmos termos como essas razões, entre outras, sejam responsáveis pelo
“Harami”. E a mística
envolvente, como haver
cada vez maior número de traders que são adeptos
padrões chamados de deste tipo de gráficos, sendo já raro ver gráficos em
“estrela da manhã”, ou muitos locais que não estejam em Velas Japonesas.
padrões com “corvos”,
etc. Torna algo chato e Por isso, é fortemente aconselhável a qualquer trader
pesado (gráficos OHLC), que use gráficos de Velas Japonesas, e deve-se
em algo deveras
fascinante (Velas
encorajar quem quer que seja que não os use a fazê-lo
Japonesas), e para haver sempre, que explorem as suas potencialidades e os
sucesso em algo, é estudem o máximo que puderem, e estarão assim mais
necessário gostar-se do treinados em encontrar os padrões essenciais no
que se faz. mercado que lhes permitam evitar prejuízos e entrar
nos mercados nas melhores oportunidades,
encontrando as reversões de mercado nos locais e
momentos certos, algo que é possível muitas vezes
olhando pura e simplesmente para um gráfico de Velas
Japonesas sem olhar para qualquer indicador.

Um trader que não tenha qualquer conhecimento acerca


do uso de gráficos de Velas Japonesas tem muito menos
chances de se tornar um trader de sucesso do que um
trader adepto desse tipo de gráficos.

NOTA: Agora, devemos ter em conta que as Velas Japonesas


Muitos traders referem o
por si só não são um “Holy Grail” dos mercados (aquele
termo “Holy Grail”, ou conceito que até nem devemos acreditar existir, o do
“Santo Graal” que será “Santo Graal”, que nos mercados é o de algo que nos
uma forma fácil e rápida dará riquezas infindáveis de forma super fácil e
de enriquecer sem garantida), mas não deixa de ser uma das melhores
esforço, algo que todos
procuram, normalmente
associado a um sistema
de trading perfeito. www.LivroDaBolsa.com Pág. 87
armas que poderemos ter contra os imprevistos do
mercado e um aliado dos nossos lucros.

NOTA: Passar de um gráfico de Velas Japonesas para um


A diferença entre as Velas
Gráfico de Barras no mundo da Análise Técnica é para
Japonesas e os gráficos muitos como passar a conduzir à noite em vez de dia, é
de velas OHLC é tanta possível ver quase tudo o que se via de dia de qualquer
que podemos dizer que das formas, mas com muito mais esforço e dificuldade,
passar do primeiro para o levando mais tempo a percepção e mesmo tomada de
segundo método seria
como passar a conduzir
decisões, obrigando-nos a ir mais devagar, e com
sob efeito de álcool ou eventuais contratempos como virem carros no sentido
passar a conduzir de contrário com os máximos ligados ofuscando-nos a
noite, podendo fazer vista, e no que diz respeito aos gráficos, esse tipo de
quase as mesmas coisas ofuscação talvez pudesse ser comparado com a mais
mas com mais dificuldade
e mais probabilidades de
confusa disposição dos preços através de barras OHLC
falharmos em algo. em vez de Velas Japonesas, tornando mais difícil a sua
visualização, seria também como conduzir sob efeito do
álcool.

Passar de Gráficos de Barras para Velas Japonesas e


depois para Gráficos de Barras de novo é como alguém
trabalhar num portátil muito antigo e lento, que lhe
permite fazer as coisas básicas do dia a dia e ao qual se
acomodou e aceita, e de repente ter um muito melhor
que lhe permite muito mais coisas de forma mais rápida
e com melhores resultados e depois voltar ao portátil
anterior...

Esse portátil anterior que antes nos era perfeitamente


aceitável, passaria a ser agora algo horrível e
desesperante de se utilizar, pois estaríamos já
habituados a algo muito melhor, e teríamos de usar
algo que antes era aceitável mas que agora é
indesejável.

Regra geral então, quem experimenta este tipo de


representação gráfica não volta mais a usar outras
formas mais simples depois.

Com isto tudo quer-se dizer que o método de


representação gráfica através de Velas Japonesas, é

www.LivroDaBolsa.com Pág. 88
uma das melhores ferramentas e aliadas que alguma
vez poderemos ter na Análise Técnica.

NOTA: As Velas Japonesas têm a sua própria magia presente


Em nomes de padrões
nas suas técnicas e padrões, com padrões com nomes
como “Estrela Cadente”, como “Estrela Cadente”, “Estrela da Manhã”, “Estrela da
“Estrela da Manhã”, Noite”, “Martelo”, “Nuvem Negra”, que trazem também
“Estrela da Noite”, alguma vida aos gráficos dos traders.
“Nuvem Negra”,
“Martelo”, entre outros, Alguns desses padrões, têm alguma conotação negativa
dão uma grande magia e
fantasia às Velas
nos seus nomes, tal como o padrão “Enforcado”, que
Japonesas e dão vida aos tem um nome que deverá incutir algum medo nos
gráficos. Alguns terão traders, fazendo os mais sábios tomar certas
conotação positiva como precauções ou acções para evitar possíveis prejuízos,
a “Estrela da Manhã” que sendo um padrão de queda (bearish) que poderá
dá origem a um novo e
bonito dia, e outros
indiciar uma possível inversão de tendência também,
negativa, como o padrão enquanto outros padrões terão outros nomes, mais
“Enforcado” que só pode optimistas, como a “Morning Star” (“Estrela da Manhã”),
ser um mau presságio. um padrão com um nome mais agradável, e que faz
lembrar o começo de um novo dia, lembrando novas
subidas de preços, uma inversão de uma tendência de
queda para uma nova tendência de subida (apesar de
que para os traders que estejam a apostar na queda, os
bears, possa ser mau sinal), ao contrário da “Evening
Star” (“Estrela da Noite”), que é um padrão inverso com
uma conotação negativa, avizinhando o começo da
noite, e o começo de novas quedas de preços, uma
inversão de uma tendência de subida (bullish) para uma
nova tendência de descida (bearish).

NOTA: Acerca das Velas Japonesas, devemos ter sempre em


Estes padrões são mais
atenção que os padrões formados por elas e que iremos
fiáveis quando as velas estudar de seguida, são sempre mais fiáveis quando em
representam períodos de períodos de tempo maiores, como em velas horárias e
tempo maiores, como diárias, porque nesses períodos de tempo, eles não só
diárias, ou horárias e não nos mostram o futuro mais provável dos movimentos de
terão a mesma
importância nem serão
preços, como também teremos a certeza de que muitos
tão fidedignas se traders pelo mundo fora irão ver esses padrões e seguir
representarem apenas essas regras que nos são ditadas pelas Velas Japonesas
períodos de 5 minutos ou ao verem os gráficos no fim do dia, com efeito a curto,
1 minuto. médio ou mesmo longo prazo nos seus investimentos,

www.LivroDaBolsa.com Pág. 89
enquanto que em gráficos de períodos de tempo de por
exemplo um minuto, os padrões acabam por acontecer
por vezes por mero acaso, não tendo na maioria das
vezes qualquer significado inerente, sendo ignoradas
tanto pelos traders do momento como pelos
investidores no fim do dia para os quais esses padrões
teriam sido invisíveis e irrelevantes, ou seja, serão
períodos de tempo em que padrões apesar de
revelarem o comportamento dos traders na altura,
serão comportamentos irrelevantes por representarem
períodos de tempo demasiado pequenos.

Em velas horárias e especialmente em velas diárias, por


outro lado, quando há padrões fortes de reversão, é
mais provável que muitos traders em todo o mundo
sigam os avisos dados por esses padrões e mudem de
posições, deixem o mercado, reforcem, ou qualquer
acção que seja apropriada com base nesses padrões.

Por isso, nunca devemos cometer o erro de acabar por


decidir executar uma ordem baseados em padrões de
Velas Japonesas de pequenos períodos de tempo como
de um minuto por exemplo, pois serão muito
provavelmente falsos sinais e irrelevantes, pois a
fiabilidade de um sinal dado por um padrão de Velas
Japonesas é por norma directamente proporcional à
grandeza do período de tempo que cada vela
representa.

Constituição das Velas Japonesas

Enquanto os Gráficos de Barras são representados por


linhas verticais, com um traço pequeno horizontal do
lado esquerdo a representar o valor de Abertura da
vela, e outro do lado direito a representar o valor de
Fecho da vela, juntos ao traço vertical que representa o
intervalo de variação de preços dessa vela, os gráficos
de Velas Japonesas funcionam de outra forma.

São necessários quatros valores por cada vela para


podermos construir um gráfico de Velas Japonesas, os

www.LivroDaBolsa.com Pág. 90
mesmos quatro valores necessários para a criação de
Barras OHLC, o valor de Abertura, Máximo, Mínimo e
Fecho (Open, High, Low e Close, respectivamente, em
Inglês), valores esses que serão usados para criar
barras de preços verticais, tal como nas outras barras,
mas com algumas diferenças bem visíveis e importantes
na sua formação.

As Velas Japonesas, como já pudemos verificar nos


exemplos acima, são representadas por caixas
rectangulares verticais, que representam o intervalo de
variação de preços entre o valores de Abertura e Fecho
da vela, com linhas verticais no colocadas
horizontalmente a centro desse rectângulo, e que
verticalmente percorrem as distâncias entre esse tal
rectângulo e os valores de Máximo e Mínimo da vela.

NOTA: O rectângulo que marca a distância entre os valores de


A caixa que marca a
Abertura e Fecho da vela, é normalmente denominado
distância entre os valores por “Corpo” da vela (normalmente designado em Inglês
de Abertura e Fecho do por “real body”), e as tais duas linhas que partem do
período é designado de corpo da vela e terminam no valor Máximo e Mínimo da
corpo da vela (“real vela, são designadas por “Sombras” das velas
body”), e as linhas rectas
que seguem mais acima e
(normalmente designadas em Inglês por “shadows”,
abaixo, marcando o mas por vezes podem ser usados também os termos
Máximo e Mínimo do “wicks” ou mesmo “tails”).
período, são designadas
de sombras das velas O corpo da vela, que como já vimos é o tal rectângulo
(“shadows”, “wicks” ou entre os preços de Abertura e Fecho da vela, pode ser
“tails”), havendo a
superior e a inferior.
cheio ou vazio, conforme se o valor de Abertura da vela
for superior ao Fecho, ou o inverso, respectivamente.

NOTA: Nesses casos, quando o corpo é cheio, diz-se que a vela


Quando o corpo da vela é
é uma vela negra, e quando o corpo da vela é vazio,
cheio é designada de vela diz-se que a vela é uma vela branca.
negra (descida), e
quando é vazio, de vela Isto prende-se ao facto de os gráficos de Velas
branca (subida), mesmo Japonesas quando desenhados nas cores por defeito a
que no gráfico tenham preto e branco (especialmente vistas em jornais de
outras cores como azul,
vermelho, etc.
negócios, entre outros), ficarem preenchidas pela cor
negra quando o corpo seria cheio, e com a cor branca

www.LivroDaBolsa.com Pág. 91
quando o corpo seria vazio, designando-se sempre a
partir daí como velas negras quando cheias e velas
brancas quando vazias, mesmo que tenham uma cor
azul ou vermelha em vez das cores preta e branca,
entre outras.

NOTA: Se a vela abre num determinado valor, e fecha acima


Quando o valor de Fecho
desse valor, o seu valor de Fecho é superior ao valor de
é superior à Abertura Abertura, e nesse caso o corpo da vela é vazio e a vela
(subida), a vela tem é designada de vela branca (que até é uma cor com
corpo vazio e assim será conotação positiva), enquanto que se a vela abrir num
uma vela branca, e valor e fechar abaixo desse valor, será o inverso,
quando o valor de Fecho
é inferior ao valor de
teremos o valor de Abertura superior ao valor de Fecho,
Abertura (descida), a vela e aí o corpo da vela será cheio, e ela será designada
tem corpo cheio e assim como vela negra (que costuma ser uma cor com
será uma vela negra. conotação negativa).

Por outras palavras, há uma subida de preços desde o


valor de Abertura da vela até ao valor de Fecho de uma
vela, quando a mesma é uma vela branca, e há uma
queda de preços, desde a Abertura da vela até ao seu
Fecho, quando temos uma vela negra.

Assim é natural vermos a concentração de velas negras


durante quedas de preços, e velas brancas durante
subidas de preços.

NOTA: Agora quanto às sombras das velas, que como vimos


A sombra das velas,
acima, se tratam daquelas linhas finas das mesmas,
marca o intervalo de que ligam o corpo da vela aos níveis dos valores
preços percorrido no Máximo e Mínimo, essas marcam o intervalo de preços
período dessa vela, e é (frequentemente designado por “range” de preços, quer
frequentemente em Português, quer em Inglês).
designado de “range” de
preços.
Basicamente, o topo dessa linha, ou seja da sombra
superior da vela, marca o valor Máximo dessa vela, que
foi o valor mais elevado atingido no período de tempo
representado por essa vela, enquanto que o fundo
dessa linha, ou seja o fundo da sombra inferior da vela,
marca o valor Mínimo dessa vela, que foi o valor mais

www.LivroDaBolsa.com Pág. 92
baixo atingido no período de tempo representado por
essa vela.

Como exemplo vamos imaginar que temos uma vela


relativa a um período de tempo e que o gráfico está
medido em Euros.

Imaginemos agora o preço de Abertura ocorre a 10€, e


que após abrir, o preço desce até 9€, e antes ainda do
período de tempo representado pela vela acabar,
consegue recuperar e subir bastante, atingindo ainda os
12€, mas fraquejando um pouco fechando por fim nos
11€.

Nesse caso, teríamos uma vela branca, por ela ter um


corpo vazio (devido ao preço de Fecho, nos 11€ ser
superior ao preço de Abertura, nos 10€), e veríamos
duas linhas finas, ou seja as suas sombras, uma acima
e uma abaixo, marcando a sombra inferior o intervalo
de preços entre os 9€ e os 10€, que foi o intervalo
percorrido pelos preços logo após a Abertura da vela, e
marcando a sombra superior o intervalo de preços entre
os 11€ e os 12€, que foi o intervalo percorrido pelos
preços mesmo antes de se chegar ao valor de Fecho da
vela.

Se tivesse sido o inverso, se tivesse aberto a 11€ e


fechado a 10€, a única diferença visível seria no corpo
da vela, que seria cheio em vez de vazio, passando
nesse caso a ser chamada de vela negra.

Vejamos agora esta teoria explicada de outra forma


mais visual e fácil de perceber, onde iremos ver tanto
uma vela branca como uma vela negra, e um possível
comportamento de preços durante o período de cada
uma delas, para fácil compreensão do porquê de elas
serem representadas desta forma e de como interpretar
o comportamento de preços olhando para elas no
futuro, mais abaixo.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 93
NOTA:
Vejamos:
É bom o analista técnico,
durante a fase de
aprendizagem habituar-se
a simular com a mente os
movimentos de preços
dentro de cada vela que
analisam no gráfico como
no exemplo ao lado, para
assim assimilarem melhor
o funcionamento dos
mercados.

Comprimento dos corpos das velas

NOTA: Há um outro factor importante e fácil de notar nas Velas


Nos gráficos de Velas
Japonesas, que não é tão facilmente percebido nos
Japonesas é fácil analisar Gráficos de Barras: a pressão compradora e vendedora.
a força da pressão
compradora ou Basicamente, quanto maior o corpo da vela, mais
vendedora pelo tamanho intensa a pressão compradora ou vendedora é
do corpo da vela. Quanto (conforme se a vela é branca ou negra,
maior o corpo da vela,
maior a pressão
respectivamente).
compradora ou
vendedora durante o Nos Gráficos de Barras não é tão fácil avaliar essa
período da mesma, algo pressão nos preços, porque não é facilmente
que não se visualizaria distinguível nas barras a diferença entre o preço de
tão facilmente nos Abertura e Fecho de cada vela, tendo de ser
gráficos de barras OHLC.
praticamente analisadas uma a uma, as duas marcas

www.LivroDaBolsa.com Pág. 94
horizontais de cada vela e a distância entre as duas
para percebermos se foi uma grande distância
percorrida ou não.

Agora com as Velas Japonesas, a situação muda de


aspecto, passa a ser muito mais fácil reparar nas zonas
de grande pressão compradora ou vendedora ao vermos
as velas longas num gráfico, especialmente quando há
muitas delas juntas num movimento de preços, onde
podemos ver zonas com alguma concentração da cor
branca ou negra nas velas.

NOTA: Velas mais pequenas normalmente representam


Velas de corpo mais
consolidação ou indecisão, especialmente por revelarem
pequeno costumam ter pouco movimento de preços.
normalmente representar
consolidação ou indecisão Por exemplo, quanto mais longa é uma vela, mais
por parte dos traders distante ficou o preço de Fecho do preço de Abertura da
devido ao pouco vela, revelando que os compradores foram agressivos e
movimento das mesmas.
tiveram força (ou vendedores, conforme a vela é branca
ou negra, respectivamente).

A falta desse distanciamento entre o valor de Fecho e o


de Abertura, revela falta dessa força, dessa
agressividade, e essa apatia reflecte-se na vela que
será mais curta.

NOTA: Velas longas acabam por poder significar um potencial


As velas longas podem
começo de uma nova tendência ou movimento de
ser também sinal de preços, quando ocorrem contra a tendência de
começo de nova movimento de preços actual e especialmente quando
tendência se ocorrem esse movimento já atingiu valores sobre-comprados
contra a tendência actual (“overbought”) ou sobre-vendidos (“oversold”), como
e após os preços estarem
já sobre-comprados ou
por exemplo uma vela longa branca após uma forte
sobre-vendidos, como queda de preços.
uma grande vela branca
após uma queda de Vamos ver dois gráficos, um sob a forma de Gráfico de
preços. Barras e o seguinte sob a forma de gráfico de Velas
Japonesas, ambos retirados do câmbio Euro/Dólar, com
velas de períodos de quatro horas cada, retirados do
mesmo espaço temporal para que possamos ver bem a

www.LivroDaBolsa.com Pág. 95
diferença entre estes dois tipos de gráficos no que diz
respeito ao relevo dado ao comprimento das velas e
assim às pressões vendedoras por parte das duas
grandes forças presentes no mercado, os bears e os
bulls:

Como podemos ver nestes dois exemplos, são óbvias as


vantagens das Velas Japonesas na facilidade com que
dá relevo às pressões compradoras e vendedoras, que
pela facilidade que temos a distinguir as velas longas de
curtas nos gráficos, como nas concentrações de cores
em certas zonas, que nos fazem ter a percepção exacta
de quais as zonas onde se concentram as maiores
quedas e subidas.

Podemos reparar ainda em outro tipo de confusões que


um Gráfico de Barras nos pode dar se não o virmos com

www.LivroDaBolsa.com Pág. 96
NOTA: atenção e que o de Velas Japonesas, pelo contrário, nos
Também acontece nos
facilita a compreensão, que é o caso de velas com
gráficos de barras OHLC sombras muito grandes, poderem ser frequentemente
algo grave, que é o confundidas com velas longas durante quedas ou
frequentemente subidas nos preços, facto que é causado devido ao
podermos confundir uma relevo dado à relação entre os preços de Abertura e de
vela de corpo pequeno e
sombras grandes com
Fecho não ser tão forte como é nos gráficos de Velas
uma vela de corpo grande Japonesas.
e assim pensarmos haver
força numa subida onde Se repararmos na nona vela completa dos gráficos (pois
afinal só haja indecisão, a primeira que é visível está cortada, só aparecendo
algo que não se passa metade da mesma no gráfico), podemos verificar que
nas Velas Japonesas por
terem uma relação entre
temos uma vela com um corpo muito pequeno e com
Abertura e Fecho mais uma sombra inferior enorme, e uma sombra inferior
visível em que bastando maior que o corpo também, ou seja, uma vela com um
olhar para o corpo da intervalo de oscilação diário muito grande mas que
vela ficamos a saber se acaba por fechar quase perto do valor de Abertura, sem
houve mesmo força ou
indecisão.
cair praticamente nada, mas se virmos acima no Gráfico
de Barras, veremos que esse padrão se torna muito
mais difícil de reconhecer, parecendo mesmo à primeira
vista que é apenas mais uma barra longa de queda de
preços que faz parte da descida, sendo que apenas com
algum custo e atenção dada à vela, nos apercebemos
mais facilmente de que o preço de Fecho acabou por ser
superior ao de Abertura, situação que se agrava ainda
mais se o gráfico estiver numa vista ainda mais
reduzida e consequentemente com as suas vela ainda
mais pequenas e difíceis de analisar.

Com tudo isto se conclui que será um erro usar os


Gráficos de Barras sempre que tenhamos a
possibilidade de usar gráficos de Velas Japonesas,
sendo a segunda opção a obrigatória para qualquer
trader se uma boa análise for o desejado.

Como analisar o comportamento dos preços


dentro do período de tempo representado por uma
vela?

Já estudámos como ver o significado de cada vela e o


que ela nos diz sobre o range de preços percorrido,

www.LivroDaBolsa.com Pág. 97
valores máximos e mínimos entre outros, pressão
vendedora e compradora, e as maiores vantagens das
mesmas sobre os Gráficos de Barras normais.

Falta-nos aprender a visualizar o movimento de preços


mais provável dentro do período de tempo representado
por cada vela, para que as saibamos interpretar em
condições.

Saber os valores de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho


de cada vela, é necessário, mas saber qual foi o
possível comportamento dos preços dentro desse
período de tempo representado pela vela, é essencial
para um trader que queira tentar prever futuros
movimentos de preços, especialmente quando falamos
de velas com maiores períodos de tempo.

Quando foi mencionado acima, sobre o saber-se o


possível comportamento dos preços dentro do período
de tempo representado por uma vela, foi usada a
palavra “possível”.

Porquê?

A explicação é simples: as Velas Japonesas dizem-nos


tudo o que precisamos saber acerca dos movimentos de
preços num gráfico, mas há uma coisa que não nos
consegue dizer: o percurso que os preços tiveram desde
a Abertura da vela até ao seu Fecho.

NOTA: Podemos apenas ter uma ideia de que os preços


Uma Vela Japonesa não
atingiram um certo valor Mínimo, e um certo valor
nos consegue dizer algo Máximo, e que abriram num determinado valor e
importante: se foi o valor fecharam noutro, no período que essa vela representa,
Máximo ou o valor mas não sabemos através dela o percurso correcto que
Mínimo o primeiro a ser o preço teve dentro desse período, e acima de tudo, e
atingido antes de se
chegar ao preço de
isto é muito importante: uma Vela Japonesa não nos
Fecho. Por isso podemos consegue dizer que valor foi atingido primeiro, se o
apenas habituarmo-nos a valor Máximo da vela, se o valor Mínimo da vela.
simular o mais provável
ao olharmos para uma
vela.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 98
Mesmo numa vela branca, em que os preços fecham
acima do valor de Abertura da vela, é possível que
tenham ido primeiro os preços ao valor Máximo da vela,
depois ao Mínimo e após isso subir e fechar acima da
Abertura, no valor de Fecho, formando uma vela
branca, e não necessariamente ir primeiro ao valor
Mínimo que é o que está mais perto da Abertura para
depois ir ao Máximo e depois cair e Fechar como vela
branca.

Daí resulta que apenas podemos deduzir pelo formato


de uma vela qual o comportamento mais provável dos
preços dentro desse período, e nunca ter certezas.

Vamos ver alguns exemplos sobre possíveis flutuações


de preços dentro do período representado por uma vela
japonesa, um com uma vela branca e o outro com uma
vela negra.

Primeiro exemplo:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 99
Segundo exemplo:

Como pudemos ver com estes dois exemplos, as Velas


Japonesas não nos garantem com precisão qual o
percurso que os preços tiveram dentro desse período,
qualquer das opções acima seria válida, que poderiam
ter acontecido para que a vela final tivesse aquele
aspecto.

No exemplo “a)” podemos ver que os preços foram


primeiro ao valor Mínimo na vela branca e Máximo na
vela negra, e depois percorreram bastante do caminho
no sentido oposto, atingindo o valor Máximo na vela
branca e Mínimo na vela negra, retraindo depois um
pouco até ao valor de Fecho.

O exemplo “d)” é praticamente o mesmo do que o


exemplo “a)”, e o exemplo “c)”, apesar de ter como
primeiro movimento uma ida ao valor de Fecho da vela,
acaba por ser parecido com os exemplos “a)” e “d)” pois
na vela branca os preços dirigem-se primeiro ao valor
de Mínimo e só após ao valor de Máximo, e na negra
primeiro ao valor Máximo e só após ao valor Mínimo.

No exemplo “b)”, podemos ver o contrário, em que


antes de tudo, após abrir, os preços dirigem-se ao valor

www.LivroDaBolsa.com Pág. 100


Máximo no exemplo da vela branca e ao valor Mínimo
no exemplo da vela negra, e só após têm uma grande
retracção de preços, passando novamente pelo valor de
Abertura, atingindo o valor Mínimo na vela branca e
valor Máximo na vela negra, voltando a inverter e
acabando por fechar acima da Abertura na vela branca,
e abaixo na vela negra, respectivamente.

Poderia ter andado a oscilar bastante entre a quase


totalidade da vela como nos exemplos “b)” e “c)”, como
poderia ter oscilado muitas vezes entre o corpo da vela
e os seus valores Máximo e Mínimo como no exemplo
“d)”, ou ter tido pura e simplesmente três movimentos
principais de preço como no exemplo “a)”.

São infinitas as possibilidades de percurso dos preços


entre os quatro valores principais das velas, durante o
período de tempo das mesmas.

Dos exemplos dados acima, podemos concluir que


seriam os exemplos “a)” e “d)” que demonstrariam mais
força e movimentos de preços mais sustentáveis,
considerados mais bullish ou bearish (conforme as
velas).

Os outros dois exemplos, o “b)” e o “c)”, revelariam


maior volatilidade e com isso, maior indecisão nos
mercados.

A palavra volatilidade usada aqui é pura e simplesmente


relativa ao conceito de movimento, e ao facto de estas
velas mais voláteis sofrerem oscilações fortes durante o
seu período de tempo, sendo a volatilidade uma medida
estatística criada para medir as flutuações de preço de
um activo, sendo nestes exemplos o activo o câmbio
Euro/Dólar.

Para finalizar a análise feita a estes dois exemplos,


podemos concluir que eles mostram apenas quatro das
infinitas possibilidades de percurso de preços que
poderiam ter acontecido durante aquele período de

www.LivroDaBolsa.com Pág. 101


tempo representado pela vela, que iriam acabar por
representar a vela como a vemos no gráfico da mesma
forma sem qualquer alteração, visto que ela só regista
os valores de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho.

Só poderíamos ver o percurso de preços efectuado no


espaço de tempo representado por uma vela diária, com
gráficos de velas com períodos de tempo mais pequeno,
ou seja com vinte e quatro velas horárias desse mesmo
período, ou outras velas com períodos ainda menores.

Visto isto, como devemos imaginar os movimentos de


preços das velas ao ler um gráfico?

NOTA: O melhor que temos a fazer é basicamente ao ver uma


O analista deverá
vela, imaginar o movimento de preços mais provável e
aprender desde cedo a mais simples, e interpretar cada vela que nos apareça
simular com a mente os pela frente da seguinte forma:
movimentos de cada vela
diária como no exemplo
em anexo, sob a forma
de três movimentos
internos, da Abertura ao
Mínimo e depois ao
Máximo caindo por fim
para o Fecho nas subidas,
e da Abertura ao Máximo
e depois ao Mínimo
subindo depois para o
Fecho nas quedas, e
assim poderá percorrer
com a mente as diversas
velas de forma contínua e
ajuda-lo a perceber o que
se passa no gráfico em
termos de movimentos de Como vimos neste exemplo retirado do exemplo
preços.
anterior, a opção que vimos acima ser a mais simples, a
opção “a)”, é a opção que deveremos usar sempre que
quisermos interpretar uma vela, e ter uma ideia do que
poderá ter acontecido durante esse período de tempo.

Ou seja, deveremos fazer em cada vela um conjunto de


três movimentos, representados nas velas por setas
com o número de cada ponto que percorremos, que

www.LivroDaBolsa.com Pág. 102


será correspondente ao movimento que vemos na
alínea “a)”, e que é de qualquer das formas o
movimento mais provável de ter acontecido.

Ou seja sempre que vemos uma vela branca, devemos


seguir o movimento desde o valor de Abertura ao
Mínimo, que é o valor mais perto, depois disso do valor
Mínimo ao Máximo e por fim do Máximo ao valor de
Fecho, terminando aí o movimento de preços da vela,
sendo no caso das velas negras ligeiramente diferente,
ou seja, deveremos ir do preço de Abertura ao valor
Máximo da vela, depois ao valor Mínimo da mesma, pois
ela caiu, e após o valor Mínimo devemos ir ao valor de
Fecho, ficando por aí o movimento de preços da vela.

Pode-se dizer que muito provavelmente (especialmente


em velas mais longas), a grande maioria das velas
cumpre este movimento de preços, indo primeiro ao
valor mais próximo, seguindo depois para o extremo
oposto, e retrocedendo um pouco depois até ao seu
valor de Fecho.

Numa vela branca, por exemplo, é possível que após o


valor de Abertura os preços se dirijam ao valor Máximo
(em vez do valor Mínimo que estaria mais próximo),
retraindo depois desse ponto até ao valor Mínimo, e aí
invertendo, subindo de novo até ao valor de Fecho, mas
esse tipo de movimentos é mais frequente em velas
com corpos e intervalos de preços pequenos, como por
exemplo um Spinning Top (que iremos estudar mais
adiante), sendo muito raro de acontecer com velas
longas, e é essa a explicação de se dizer que a grande
maioria cumpre este movimento de preços.

Por essa razão devem ser todas interpretadas dessa


forma quando é necessário visualizar um gráfico de
velas de períodos de tempo mais longos, como por
exemplo velas diárias, para fazermos uma análise mais
rápida.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 103


Vejamos agora esse movimento que é considerado aqui
como sendo o mais provável de acontecer em cada tipo
de velas, traduzido para gráficos reais, em apenas duas
velas, uma branca e uma negra, que nos irão mostrar o
que se passou realmente por detrás desse movimento
imaginário que criamos ao visualizar cada vela.

Nos gráficos seguintes, podemos ver o câmbio


Euro/Dólar em velas de cinco minutos bastante
reduzidas, para que se possa ver um dia inteiro de
negociação no câmbio, sendo o começo e fim do dia
marcados por uma linha a vertical tracejada.

Durante o percurso dos preços dentro desse intervalo


diário, iremos ver assinalados o valor Máximo dessa
vela diária, o Mínimo, tal como os valores de Abertura e
Fecho da mesma, estando estes dois últimos
assinalados mesmo nas linhas a tracejado verticais, por
corresponderem ao início e fim do dia.

À esquerda teremos também uma vela em ponto


grande, para que represente em tamanho real a
variação diária de preços que irá dar origem a essa
mesma vela, para que se perceba como essa variação
de preços acaba por formar a vela de determinada
forma.

Neste gráfico serão também usadas as cores azul nas


velas cujo preço de Fecho é superior ao Fecho da vela
anterior, e o vermelho na condição contrária, caso o
preço de Fecho seja inferior ao Fecho da vela anterior,
tanto nas velas de cinco minutos, onde poderemos ver
algumas zonas azuis e outras vermelhas, como na vela
grande diária desenhada à esquerda, mas de qualquer
das formas iremos estudar as cores usadas nas velas
posteriormente.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 104


Vejamos agora dois exemplos reais:

Após estes dois exemplos, como exercício, é


recomendado que se pegue inicialmente num gráfico e
se sigam todas as suas velas uma a uma, desta forma
descrita acima, para que se simulem os movimentos de
preços representados por cada vela, que será um
movimento contínuo, a não ser que existam gaps pelo
meio (que são no fundo uma espécie de intervalos entre
as barras onde não existem negociações, algo que
iremos estudar mais abaixo).

www.LivroDaBolsa.com Pág. 105


Pode ser feito visualmente olhando para as velas de
seguida, ou mesmo apontando para o gráfico, usando
para tal o gráfico abaixo:

Este exercício, embora possa não parecer, foi


importante para a boa assimilação deste conceito de
representação gráfica, e para uma adaptação à
visualização de movimentos de preços desta forma, pela
simples visualização de um gráfico ou mesmo
apontando para as velas individualmente, tal como para
a visualização do trader dos pontos onde possam existir
perdas de força tanto dos bulls como dos bears e assim
tentar perceber melhor o que se passou em certos
movimentos de preços e em cada vela que originaram
inversões de mercado, entre outras coisas.

Esse movimento imaginário feito a olhar-se para as


velas foi com grande probabilidade o que realmente se
passou durante esse gráfico.

É aconselhável que cada novo adepto a este tipo de


gráficos repita isto com vários outros gráficos até que
perceba perfeitamente e assimile esta forma de
representação gráfica.

O uso de cores nas Velas Japonesas

Vamos agora estudar mais um complemento dado às


Velas Japonesas que se revela uma boa ajuda à nossa

www.LivroDaBolsa.com Pág. 106


Análise Técnica, na medida que nos permite visualizar
melhor os movimentos de preços e tendências, as cores
das velas.

Vamos imaginar que sempre que uma vela fechasse


acima do valor de Fecho da vela anterior, revelando
assim uma subida de preços face à vela anterior, ela
fosse desenhada com a cor azul, e caso fechasse abaixo
do Fecho da vela anterior, fosse desenhada com a cor
vermelha.

Vejamos agora como exemplo dois gráficos de Velas


Japonesas, um com as velas a preto e branco e o outro
a azul e vermelho:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 107


Como podemos ver, fica mais evidente ainda o
contraste entre as velas, quer quando se verificam
subidas de preços, ficando associadas à cor azul, quer
quando se verificam quedas de preços, associadas à cor
vermelha.

Podemos ao mesmo tempo verificar que os gráficos se


tornam ainda mais agradáveis à vista, e menos
cansativos, levando-nos a detectar mais facilmente
padrões importantes ou tendências.

É de notar também, que quanto mais minimizado for o


gráfico, mais confuso se torna distinguir as velas
brancas das negras se não tiverem cores diferentes
atribuídas às velas de subida e de queda, como
poderemos ver nos dois exemplos seguintes:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 108


Nestes dois exemplos podemos ver bem a diferença
entre um gráfico só com a cor negra e outro com velas
em duas cores, e as vantagens que isso nos
proporciona.

Antes de mais, qual será a forma mais completa de usar


cores nas Vejas Japonesas?

NOTA: Essa forma seria colocar ter as velas brancas sem


Temos de ter em atenção
qualquer cor de preenchimento no corpo (vazias), e ter
que se dermos cores às as velas negras com o corpo preenchido com uma das
velas como azul e duas cores possíveis.
vermelho em relação ao
preço de fecho da vela Para escolha dessas duas cores, a nossa opção recairá
anterior. existirão velas nas que serão muito possivelmente das cores mais
negras de cor azul ou
vermelha quer sejam
usadas neste tipo de gráficos (exceptuando as cores
brancas ou negras o que preto e branco), que são as cores azul para as velas de
poderá causar à partida subida e vermelho para as velas de descida.
confusão, mas é correcto.
Uma vela poderá ser Estas serão sempre também as cores de eleição para os
branca porque o Fecho é gráficos dos exemplos que serão dados no futuro.
acima da Abertura
(subida durante o período
da vela), e ao mesmo
Vejamos então um exemplo de gráfico com essas cores:
tempo ser vermelha de
cor por fechar abaixo do
Fecho da vela anterior, e
poderá ser negra por ter
o Fecho abaixo da
Abertura mas azul por
fechar acima do Fecho da
vela anterior.

NOTA: Se virmos pelo exemplo acima, cada vela é desenhada


Há plataformas em que
com cor azul sempre que o seu Fecho for superior ao
pintam toda a vela de Fecho da vela anterior, independentemente se esse
azul ou vermelho valor de Fecho é acima do valor de Abertura (onde seria
conforme seja branca ou uma vela branca, onde terá um corpo sem
negra respectivamente, o preenchimento) ou se tiver o valor de Fecho abaixo do
que não será tão
completa como acima
vimos, mas há muitas www.LivroDaBolsa.com Pág. 109
formas de usar cores.
valor de Abertura (onde seria uma vela negra, com o
seu corpo preenchido de azul).

Se a vela tiver o seu Fecho abaixo do Fecho da vela


anterior, nesse caso será pintada com a cor vermelha,
independentemente se o seu valor de Fecho é acima do
valor de Abertura (onde seria uma vela branca, com o
seu corpo sem qualquer preenchimento), ou se o seu
valor de Fecho é abaixo do valor de Abertura (onde
seria uma vela negra, com o seu corpo preenchido pela
cor vermelha).

Este exemplo é retirado de um gráfico real do câmbio


Euro/Dólar em velas diárias.

Como vemos a cor azul está associada não ao facto da


vela ser branca mas sim ao facto de fechar acima da
vela anterior, e a vermelha está associada não ao facto
de a vela ser negra mas sim ao facto de fechar abaixo
da vela anterior, ficando o preenchimento das velas ou
não a indicar se a vela é negra (com Fecho abaixo da
Abertura) ou branca (com Fecho acima da Abertura).

Vejamos mais de perto e de forma ampliada quatro


tipos de preenchimento de velas, retiradas do exemplo
acima:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 110


Aqui vemos ampliadas as quatro hipóteses possíveis de
cores, velas brancas azuis e vermelhas, e velas negras
azuis e vermelhas.

No quadro à esquerda, começamos com uma vela


branca, que está de cor azul devido a fechar acima do
valor de Fecho da vela anterior (apesar de isso não se
poder confirmar pois essa vela não é visível).

A seguir, temos uma vela que abre acima desse Fecho,


e acaba por fechar ela própria abaixo do seu valor de
Abertura, o que a torna uma vela negra, mas como
mesmo assim, fecha acima do valor de Fecho da vela
anterior, a sua cor será azul, ou seja uma vela negra
(Fecho abaixo da Abertura), de cor azul (pois está
acima do Fecho da vela anterior).

De seguida, na terceira vela, temos uma vela que acaba


por fechar abaixo do seu valor de Abertura, o que a
torna uma vela negra, mas como desta vez, ao
contrário da anterior, ela fecha abaixo do valor de Fecho
dessa vela anterior, já será pintada de vermelha,
acabando nós por ver uma vela negra (Fecho abaixo da
Abertura), de cor vermelha (pois fecha abaixo do Fecho
da vela anterior).

No quadro à direita, começamos com uma vela que


fecha abaixo do seu valor de Abertura, sendo por isso
uma vela negra, mas que é preenchida com a cor
vermelha, pois o seu valor de Fecho é inferior ao seu
valor de Abertura (como podemos ver no outro gráfico
anterior completo).

De seguida temos uma curiosidade: uma vela que abre


abaixo do Fecho da vela anterior, mas cujo valor de
Fecho é acima do seu valor de Abertura, sendo assim
uma vela branca e por isso não vendo preenchido o seu
corpo, mas como acaba por fechar mesmo assim abaixo
do Fecho da vela anterior, acabamos por ver a vela
desenhada de vermelho, ou seja uma vela branca de

www.LivroDaBolsa.com Pág. 111


vermelho por ter fechado abaixo do Fecho da vela
anterior.

Por fim, na terceira vela, temos uma vela que tem o seu
Fecho acima do seu valor de Abertura, sendo por isso
uma vela branca, desenhada de azul pois fecha acima
do Fecho da vela anterior.

É de notar que neste gráfico existiram apenas duas


cores principais, o azul e o vermelho.

NOTA: Uma vela aqui ao ser chamada de branca, não implica


É de notar que uma vela
que seja pintada de branco no meio, e sim que seja
branca não implica que uma vela vazia, que por coincidência tem um fundo
tenha o corpo desenhado branco no gráfico e acabou por parecer ter o seu corpo
de branco mas sim vazio, pintado de branco, mas o vazio nota-se ao vermos os
ou seja, transparente, tracejados verticais de fundo visíveis através das velas,
ficando com a cor do
fundo. Mas haverá
não fossem elas vazias.
plataformas onde
podemos definir para ficar Se o fundo fosse negro, iríamos ver as velas vazias com
com o corpo branco cor negra, de acordo com o fundo, ou seja,
mesmo que o fundo seja transparentes.
preto, ou outras cores.
Depende sempre da Vejamos um exemplo agora com uma cor de fundo
plataforma.
completamente diferente para se verificar que uma vela
branca acaba por ser mesmo apenas uma vela vazia,
transparente, ficando assim com a mesma cor do
fundo:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 112


Como vemos neste gráfico, é tudo absolutamente igual,
a única diferença é que a cor do fundo mudou, e por
isso, as velas brancas, que por definição têm os seus
corpos vazios, ou seja, transparentes, acabam por ter a
mesma cor do fundo.

Foi importante ver este exemplo para que não se


confundisse a designação das velas brancas, com a cor
das próprias velas brancas em cima, que teriam os seus
corpos brancos por ser essa a cor do fundo.

Como vimos neste gráfico, há apenas duas cores nas


velas, que neste caso são a azul para as velas que têm
Fecho acima do da vela anterior, e vermelho para as
velas que têm o Fecho abaixo do da vela anterior.

As velas ditas “brancas”, têm assim sempre a cor do


fundo, pois são vazias.

Foi escolhida esta cor de fundo do gráfico em vez da cor


negra pois dadas as cores das velas o gráfico seria de
difícil percepção.

Qual é o método de mais fácil interpretação nos


gráficos de Velas Japonesas?

Vejamos agora qual é o método de construção de Velas


Japonesas de mais fácil interpretação e ao mesmo
tempo menos complexo, que será o mais usado daqui
em diante na maioria dos gráficos expostos.

Se virmos pelos exemplos anteriores, apesar de


acontecer ocasionalmente, costumam ser raras as velas
negras pintadas com a cor de subida (onde usámos a
cor azul), que foram velas que apesar de terem o preço
de Fecho abaixo do preço de Abertura, fecharam acima
do Fecho da vela anterior, e as velas brancas pintadas
com a cor de descida (onde usámos a cor vermelha),
que foram velas que apesar de terem o preço de Fecho
acima do preço de Abertura, fecharam abaixo do Fecho
da vela anterior.

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NOTA: Agora, talvez não compense, por este tipo de velas que
Vimos acima como pode
não acontecem com muita frequência, tornar a leitura
ser complexo o sistema do gráfico mais complexa.
mais completo de Velas
Japonesas que define Por um lado a sua leitura é muito mais completa por
cores consoante a relação abranger um maior número de combinações e revelar
do Fecho com o Fecho da com mais detalhe os movimentos de preços durante o
vela anterior, além da
relação entre a Abertura
período de uma vela, mas esse pouco número de velas
e o Fecho. Desta forma, é desse género tal como a sua relevância às nossas
vivamente aconselhável análises não justificam esse aumento de complexidade.
prescindir da relação com
o Fecho anterior, que só Por isso é aconselhável por vezes que se prescinda
irá causar confusão, e desses extras e se faça a coloração das velas da
termos apenas duas
cores: uma para quando
seguinte forma: para velas negras, ou seja, velas com o
o Fecho está acima da valor de Fecho abaixo do seu valor de Abertura, haverá
Abertura, normalmente uma determinada cor, tendo sido escolhida a cor
azul, e outra para quando vermelha aqui para este efeito, e para as velas brancas,
o Fecho está abaixo da ou seja, velas com o valor de Fecho acima do seu valor
Abertura, normalmente
vermelho. Podemos
de Abertura, haverá outra determinada cor, tendo sido
adicionar ainda a cor escolhida a cor azul ou branca para este efeito.
branca às de subida.
Assim teremos velas Resumindo, irá ser ignorado o facto de a vela fechar
totalmente vermelhas se acima ou abaixo do valor de Fecho da vela anterior, e
negras, e azuis com será dada apenas importância ao facto de as velas
branco no corpo se
brancas. Assim evitam-se
serem negras ou brancas.
confusões e os gráficos
ficam mais fáceis de ler. Não conseguiremos saber assim, ao contrário dos
exemplos anteriores, visualizar se a vela fechou abaixo
ou acima do preço de Fecho da vela anterior a não ser
que olhemos com muita atenção e tentemos comparar
os níveis de Fecho das mesmas.

Contudo não será algo muito necessário pois distinguir


as velas negras das brancas é o essencial para uma boa
interpretação do gráfico.

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Vejamos um exemplo de um gráfico mais simplificado,
construído desta maneira, e onde poderemos ver o
mesmo período de tempo representado pelo gráfico
acima nas primeiras velas:

Como podemos ver neste gráfico acima, as primeiras


onze velas completas (pois a primeira está cortada e
não totalmente visível), serão as mesmas que
verificámos no exemplo anterior.

Ao contrário do exemplo anterior, onde a segunda vela


seria uma vela negra mas azul (pois fecharia acima do
Fecho da vela anterior), e a terceira seria uma vela
negra vermelha (pois fecharia abaixo do Fecho da vela
anterior), aqui acabamos por ter essas duas velas como
sendo velas negras, e por isso preenchidas a vermelho.

Mais à frente, perto do centro deste gráfico, verificamos


que temos tanto a décima como a décima primeira
velas, como velas brancas, e por isso preenchidas a
branco (no programa usado as velas são preenchidas
por cores à nossa escolha em vez de serem velas vazias
e transparentes), pois os seus preços de Fecho são
superiores aos seus preços de Abertura, ao contrário do
exemplo acima onde tanto uma como a outra seriam
velas brancas mas com a primeira vela desenhada a
vermelho (pois tinha o valor de Fecho abaixo do valor
de Fecho da vela anterior), e a segunda vela desenhada

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a azul, por ter o valor de Fecho acima do Fecho da vela
anterior.

É de notar que as velas não deixam transparecer os


tracejados do fundo do gráfico, pois estão pintadas a
branco, e não transparentes, como vimos nos outros
tipos de gráficos anteriores.

Como vemos assim tornou-se mais simples a leitura do


gráfico, tendo relevância apenas o facto de a vela ser
considerada branca ou negra, e facilitando a nossa
leitura na mesma, ignorando o facto pouco significante
por vezes, de a vela fechar um “décimo milésimo”
acima ou abaixo da vela anterior, algo menos
importante do que a própria vela em si ser negra ou
branca, porque o fechar acima ou abaixo podemos ver.

Outras formas de construção das Velas Japonesas

Por vezes, não só as velas negras são preenchidas com


uma cor.

Nessas alturas encontraremos as velas brancas com


uma determinada cor a preencher o seu corpo, tal como
acontece com as velas negras, podendo nós distinguir
as negras das brancas pelas cores associadas a cada
uma delas.

Vejamos uma combinação de cores muito usada:

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Desta forma, vemos as velas negras representadas pela
cor vermelha, associada às quedas de preços, e as velas
brancas associadas à cor azul, associada às subidas de
preços.

Esta é uma das combinações de cores mais usadas em


gráficos cujas velas brancas são preenchidas por uma
determinada cor.

Ele representa exactamente o mesmo que o gráfico


anterior, onde as velas brancas seriam desenhadas a
azul mas preenchidas a branco, aqui a única diferença é
que são desenhadas a azul e preenchidas a azul
também.

O único facto importante é a associação da cor azul às


subidas de preços (ou seja, às velas brancas), e a
associação da cor vermelha às quedas de preços (ou
seja, às velas negras).

Vejamos mais dois exemplos, um em velas diárias e o


outro em velas horárias, ambos com as velas brancas
desenhadas e preenchidas na sua totalidade com uma
tonalidade azul mais clara, e as negras desenhadas e
preenchidas na sua totalidade com uma cor vermelha.

Primeiro exemplo:

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Segundo exemplo:

NOTA: Contudo, em comparação com a combinação de cores


Este tipo de gráficos se
usada anteriormente com velas brancas preenchidas a
forem pintadas as suas branco e negras a vermelho, esta combinação deixa um
velas com apenas duas pouco a desejar, podendo mesmo confundir inicialmente
cores, tem muitas alguém que esteja habituado as zonas de concentração
desvantagens, no caso do de cores mais escuras de um gráfico a quedas de
exemplo ao lado se for
azul para subidas e
preços, pois aqui as velas mais escuras serão as de
vermelho para descidas, subida, as chamadas velas brancas.
dá uma ideia errada,
dado que as azuis das Há muitos outros tipos de combinações de cores
subidas são mais escuras usadas, não só das velas como também dos fundos dos
fazem-nos pensar à gráficos, possíveis de escolher na maioria dos
partida que são velas
negras por terem cores
programas que nos permitem vê-los.
mais fortes e transmitem
uma ideia errada ao
analista, sendo que o
ideal é utilizar cor branca
dentro do corpo das de
subida apesar de ser azul,
como no exemplo
anterior.

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Vejamos uma combinação diferente mas comum
também:

Este exemplo acima é um exemplo muito comum, vindo


mesmo como uma das cores por defeito no programa
que construiu o gráfico acima, que é um gráfico com
fundo negro, muito usado por muitos traders que
possam considerar que faça menos mal à vista, não a
cansando tanto devido a causar menos brilho no ecrã
que a cor de fundo branca, e com velas desenhadas a
verde, sendo as velas brancas preenchidas pela cor
negra (para simularem velas vazias transparentes e
terem de ficar com a cor negra do fundo por essa
razão), e com as velas negras preenchidas por uma cor
inversamente ao negro, usadas por norma uma cor
branca ou uma espécie de amarelado muito
esbranquiçado.

Logicamente se as velas brancas passam a ter cor


negra, tal como o fundo, as velas negras passariam a
ter uma cor inversa também, neste caso uma cor perto
da branca e inversa à cor do fundo negra, tal como um
negativo de uma fotografia, como pudemos ver acima.

Milhares de combinações são possíveis, sendo estas


apresentadas algumas das mais usadas, e veremos
agora a combinação mais básica de cores, que será
aquela a preto e branco, mas desta vez criada no

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mesmo programa usado para criar os últimos exemplos
para que possamos compará-las:

Tal como nos exemplos anteriores, aqui vemos que as


velas não são transparentes e sim preenchidas, pelo
que como o fundo é branco, as velas brancas estão
preenchidas com a cor branca e não transparente, não
deixando transparecer os tracejados de fundo, e as
negras com a cor negra.

Este será sempre a melhor combinação de cores a ser


usada quando se pretende imprimir o gráfico numa
impressora a preto e branco, pelo que irá ser imprimido
o gráfico tal e qual o vemos no ecrã, mas os gráficos
com velas brancas preenchidas a branco e desenhadas
a azul e as negras preenchidas e desenhadas a
vermelho, ficam por norma igualmente bem, pois
continua a existir, mesmo imprimido a preto e branco, a
distinção entre as velas brancas (vazias) e negras
(cheias) independentemente das suas cores, mesmo
que as cores azul e vermelha saiam praticamente
indistinguíveis.

E com mais estes exemplos apresentados, já estaremos


preparados para ler gráficos de Velas Japonesas de
qualquer tipo de apresentação e em qualquer cor,
bastando-nos apenas prestar alguma atenção inicial
quando virmos uma combinação de cores que nos
pareça algo de completamente novo, pois já demos

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todas as principais probabilidades, apesar de não
termos visto expostas todas as combinações de cores,
algo que seria impossível.

A melhor escolha será em princípio, a combinação de


cores que irá ser usada nos gráficos dos exemplos
posteriores, que serão os das velas brancas desenhadas
a azul e de corpo preenchido de branco, com velas
negras desenhadas e preenchidas a vermelho e com a
cor de fundo do gráfico a branco.

É um exemplo bastante simples de visualizar e


diferenciar os diferentes tipos de velas sem grandes
complexidades, agradável à vista, ficando inclusive bem
em impressões, mesmo em impressoras a preto e
branco.

Interpretação dos dados extra expostos nos


gráficos dos exemplos

Para começar, vejamos o gráfico seguinte, já na


combinação de cores escolhida por nós para ser usada
por defeito nos nossos futuros exemplos:

Neste exemplo acima, vamos verificar o significado de


vários dados extra presentes no gráfico e cujo seu
significado não tenha sido ainda estudado por nós
anteriormente.

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Para além das duas escalas, a escala de tempo
horizontal com as datas, e a escala de preços vertical,
temos uma linha de texto no canto superior esquerdo, e
ocasionalmente, como acontece neste exemplo,
poderemos ter uma linha cinza horizontal que culmina
com um preço em relevo na escala vertical de preços à
direita, escrito em cor branca sob o fundo negro de um
pequeno rectângulo, e que representa simplesmente o
valor de preço da última transacção efectuada no
câmbio exposto em tempo real.

Significa que na altura em que este exemplo foi retirado


em tempo real dos mercados cambiais para construção
deste exemplo, o preço do câmbio Euro/Dólar era de
exactamente 1.2126, sendo por isso esse o valor em
relevo na escala de preços, marcado também pela linha
horizontal cinza que passa todo o gráfico.

Se esse último preço estivesse fora da escala do gráfico,


não estaria presente no mesmo nem a linha nem o
valor em relevo.

Agora a linha exposta no canto superior esquerdo, terá


significado igualmente sem importância para nós nestes
exemplos tal como a do preço actual em relevo que já
vimos.

Esta linha, como podemos ver, contém a frase


“EURUSD, Daily 1.2026 1.2154 1.2024 1.2126”.

O significado dos primeiros dados, ou seja do “EURUSD,


Daily” é nada mais nada menos que a identificação do
par cambial exposto, o EUR/USD (escrito sem a barra,
representando o Euro/Dólar), e o período de tempo das
velas, ou seja “Daily”, que em Inglês significa “Diário”,
o que quer dizer que são velas diárias, e que cada vela
representa o período de tempo de um dia.

Se fosse composto da letra “H” seguida de um número,


quereria dizer que cada vela representaria um período
de tempo relativo a esse número de horas, ou seja,

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“H1” para velas horárias, em que cada vela
representaria um período de uma hora, e “H4” para
velas de quatro horas, em que cada vela representaria
um período de quatro horas.

Se fosse composto da letra “M” seguida de um número,


quereria dizer que cada vela representaria um período
de tempo relativo a esse número de minutos, ou seja,
“M1” para velas que representariam apenas um minuto
cada, “M5” para velas de cinco minutos, “M15” para
quinze, e “M30” para meias horas.

Poderia ter também outros valores como “Weekly” (de


“Semana”), para velas semanais, representando cada
vela um período de tempo equivalente a uma semana
cada, ou “Monthly” (de “Mês”), para velas mensais,
representando cada vela um período de tempo
equivalente a um mês cada.

Quanto aos seguintes quatro valores que compõem essa


linha do canto superior esquerdo, ou seja os valores
“1.2026 1.2154 1.2024 1.2126”, não são nada mais
nada menos que os valores de Abertura (a 1.2026 no
exemplo), Máximo (a 1.2154 no exemplo), Mínimo (a
1.2024 no exemplo) e Fecho (a 1.2126 no exemplo),
correspondentes à vela actual, neste caso
correspondentes ao dia corrente de negociação, pois as
velas são diárias neste caso, e seriam valores
correspondentes ao valor de Abertura do dia, os seus
Máximos e Mínimos atingidos durante o dia, e o último
neste caso não poderia ser considerado um valor de
Fecho, pois o dia não terminou ainda, mas sim o valor
da última negociação feita, e que por isso poderá alterar
de segundo a segundo em tempo real, conforme o
mercado.

Da mesma forma os outros três valores, podem alterar


constantemente, até ao fim do dia, sendo que apenas
no fim do dia, após a vela parar de sofrer alterações, é
que esses quatro valores seriam definitivos, e seria
dada origem a uma nova vela.

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O mesmo se passa com velas de todos os outros
períodos de tempo.

NOTA: A maioria deste tipo de programas, também nos


Normalmente as
permite, ao passarmos com o rato por cima de uma das
plataformas de trading ou velas à nossa escolha, visualizar um pequeno quadro
softwares de Análise informativo com os dados desta vela.
Técnica mostram-nos os
dados de cada vela ao Vejamos um exemplo:
passarmos o rato por
cima das mesmas,
indicando-nos coisas
como os campos de preço
(Abertura, Máximo,
Mínimo, Fecho e Volume),
da Data e/ou Hora da
mesma, entre outros
dados.

Como pudemos verificar neste exemplo, ao passar com


o rato por cima desta vela branca, podemos verificar
que nos aparecer um pequeno quadro com a indicação
tanto da data e hora da vela, dos valores de Abertura,
Máximo, Mínimo e Fecho da mesma, e ainda o seu
Volume neste software e no geral todos o fazem.

Neste programa, ao contrário de outros, não basta


passar por cima da vela, teremos de pausar o rato por
uns momentos por cima da zona de Fecho da vela, ou
não nos será apresentado o quadro informativo.

O Volume é um dado que poderá ser incluído nos


gráficos e que apenas não o é feito nos exemplos para
melhor visualização dos mesmos.

No canto inferior esquerdo, poderemos ver uma nota


informativa sobre o nome do programa que foi usado
para visualizar e retirar o gráfico, o Metatrader,
pertencente à Metaquotes Software Corp.

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Adaptação de dados históricos para poderem ser
representados por Velas Japonesas

Um gráfico de Velas Japonesas, para ser formado


correctamente, precisa de ter quatro valores por vela,
como já vimos antes, os valores de Abertura, Máximo,
Mínimo e o de Fecho.

Agora pode acontecer um determinado entrave quando


queremos representar dados de outras origens sob a
forma de Velas Japonesas, é o de que há mercados, e
históricos de dados também, que não contém todos
estes quatro valores.

Além de certos históricos de certos activos financeiros


obtidos em determinados lugares poderem vir sem um
ou mais destes valores, também há mercados onde um
dos quatro valores principais é descartado como aqueles
que descartam ou descartavam no passado o valor de
Abertura das velas, e que usam ou usavam Gráficos de
Barras HLC apenas, contando apenas com os valores de
Máximo, Mínimo e Fecho nas suas barras.

Como formar então um gráfico de Velas Japonesas a


partir de um histórico obtido de um Gráfico de Barras
HLC?

Vejamos primeiro um exemplo de dados obtidos do


histórico do câmbio Euro/Dólar:

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Neste exemplo podemos ver parte de um histórico do
câmbio Euro/Dólar, que como podemos ver pela coluna
de numeração (a primeira a contar do lado esquerdo),
continha já mais de 4.000 registos, cada um
correspondente a uma vela diária, histórico esse que
viria já desde 1989.

Este é um exemplo do que é o ideal em termos de


dados para criação tanto de Gráficos de Barras OHLC
como de gráficos de Velas Japonesas, pois todos os
valores necessários à criação dos mesmos se encontram
presentes.

Este histórico de dados daria origem ao seguinte gráfico


de Velas Japonesas, onde poderemos também ver os
dados apresentados no histórico acima, na segunda
metade do gráfico abaixo:

Mas se tivéssemos apenas três dos valores não iríamos


formar correctamente as Velas Japonesas.

Este tipo de dados só poderia ser representado sem


alterações num Gráfico de Barras HLC, que como vimos
antes é um barro do tipo do OHLC mas sem o valor de
Abertura (ou Open, em Inglês, representado pela letra
“O” no nome), os que não têm desenhada a marca
esquerda da Abertura nas barras como já estudámos, e

www.LivroDaBolsa.com Pág. 126


apenas com os dados existentes num gráfico OHLC
poderíamos construir um gráfico de Velas Japonesas.

Neste caso podemos corrigir este problema, que é o da


falta do valor de Abertura em cada vela, de uma forma
simples: adicionando esse valor a cada vela.

Mas a questão seria: “Que valor adicionar como valor de


Abertura da vela?”.

Seria uma perda de tempo colocar o valor de Abertura


da vela como sendo igual ao valor de Fecho da própria
vela, porque dessa forma a maior vantagem entre todas
as que o método de representação gráfica por Velas
Japonesas contém, que seria a do corpo da vela, aquele
rectângulo que realça o intervalo e variação de preços
entre o valor de Abertura e o Fecho da vela, não
existiria, pois esses valores seriam os mesmos.

Vejamos o que aconteceria agora no gráfico ao


colocarmos o valor de Abertura igual ao valor de Fecho
de cada vela:

Como podemos verificar através da visualização deste


gráfico, este gráfico nunca poderia ser visto como um
gráfico de Velas Japonesas, pois o corpo da vela nunca
existiria, pois o valor de Abertura e o de Fecho seriam

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sempre os mesmos, e por isso não existiriam nem velas
brancas nem negras no mesmo.

O que veríamos neste gráfico de Velas Japonesas seria


um grupo enormíssimo de velas Doji, um padrão que
ocorre por vezes nos gráficos de Velas Japonesas em
que o valor de Abertura e de Fecho de cada vela
acabam por ser iguais, padrão esse que iremos estudar
mais adiante, entre outros.

Poderia ser considerado mais um Gráfico de Barras


OHLC por alguns, mas seria também errado fazê-lo,
pois as barras contêm valores de Abertura errados, e
para ter essa marca esquerda em cada vela a indicar
esse valor errado de Abertura, mais valia não o ter e
ser um Gráfico de Barras HLC, além de que uma das
vantagens das barras OHLC, à semelhança dos de Velas
Japonesas, seria o de podermos ver a diferença entre a
Abertura e o Fecho de cada barra, algo que aqui não
nos seria possível.

Seria preferível ter um Gráfico de Barras HLC completo


do que um Gráfico de Barras OHLC ou mesmo de Velas
Japonesas com valores errados.

NOTA: Um truque fácil de aplicar e que resolveria este


Para adaptarmos um
problema é o de colocarmos o valor de Abertura de
histórico de dados sem o cada vela como sendo igual ao valor de Fecho da vela
valor de Abertura de cada anterior, o que faria com que já existisse um corpo em
período, o ideal seria cada vela, que representaria no fundo a distância
assumirmos o valor de percorrida desde o valor de Fecho da vela anterior até
Abertura como o valor de
Fecho da vela anterior
ao valor de Fecho da vela corrente, como se cada vela
pois só assim abrisse exactamente ao nível exacto de Fecho da vela
conseguiríamos ter os anterior.
quatro dados principais
OHLC, e criar Velas Apesar de serem dados em parte “falsificados”, não
Japonesas, pois se deixa de ser a melhor solução a aplicar a este problema
colocássemos o valor de
Abertura igual ao do
em específico.
Fecho, não seria correcto
pois teríamos o gráfico Vejamos agora uma simulação do que aconteceria, se
cheio de velas estilo Doji. quiséssemos fazer um gráfico de Velas Japonesas a

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partir de um histórico que não contivesse o valor de
Abertura de cada vela, e usássemos o valor de Fecho da
vela anterior como sendo o de Abertura de cada vela:

Como pudemos ver no exemplo acima, apesar de


continuarmos com dados “falsificados” na mesma, ou
seja, dados não verídicos na sua totalidade e que por
isso não representariam com total fiabilidade o que
realmente se passou, não deixariam de ser resultados
muito próximos dos do gráfico representado pelos
valores reais, que como podemos verificar pelo exemplo
dado no início deste tema, é quase igual, não havendo
praticamente grande diferença à primeira vista entre os
dois, numa primeira observação.

Mas esta solução, apesar de ser a melhor para o


problema em questão, não será perfeita, e isso não tem
apenas a ver com o facto de conter dados “falsificados”,
pois esse problema é possível de ser ignorado, dada a
sua parecença tão grande com o gráfico exposto
construído com os valores reais.

O maior problema que poderá saltar à vista, embora


costume ser algo raro de acontecer, será o de certos
dados incoerentes relativos aos valores Máximo e
Mínimo de algumas velas.

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NOTA: Este problema acontece quando o valor Mínimo de uma
Ao colocarmos o valor de
vela, está acima do valor de Fecho da vela anterior, e
Abertura de cada vela quando o valor Máximo de uma vela, está abaixo do
igual ao valor de Fecho valor de Fecho da vela anterior.
da vela anterior,
poderemos ter valores de Nestes casos, ao colocarmos o valor de Fecho da vela
Abertura acima do valor igual ao Fecho da vela anterior, ficaremos ou com o
Máximo da vela e valores
de Abertura abaixo do
valor de Abertura abaixo do valor Mínimo da vela (pois
valor Mínimo da vela, o Mínimo da vela está acima do valor de Fecho da vela
algo que não deveria anterior), ou com o valor de Abertura acima do valor
acontecer e pode Máximo da vela (pois o Máximo da vela está abaixo do
acontecer se a vela valor de Fecho da vela anterior), sendo as duas
estiver após um gap por
exemplo, um fenómeno a
condições impossíveis de acontecer na realidade, pois o
estudar posteriormente. valor de Abertura de uma vela nunca poderia ser abaixo
Nesse caso teremos de do volume Mínimo da própria vela, nem acima do valor
verificar esses valores Máximo da vela.
como se verá abaixo.
O valor máximo que a Abertura da vela poderia ter seria
o Máximo da própria vela, e o valor mínimo que a
Abertura da vela poderia ter seria o Mínimo da própria
vela.

Como os programas de gráficos regra geral não estão


prontos para lidar com este tipo de fenómeno, acontece
o que se pode verificar no exemplo acima, que é o de
uma sombra inferior dentro do próprio corpo da vela,
quando deveria estar fora do corpo, partindo do corpo
até ao valor Mínimo da mesma.

Esses programas estão preparados para desenhar a


sombra da vela, desde o fim do corpo da vela até ao
valor Máximo ou Mínimo da vela, criando assim uma
linha exterior ao corpo da vela, a sombra superior ou
inferior, mas não estando preparados alguns deles para
este fenómeno, não verificam a fiabilidade dos dados,
aplicando sempre essa regra, e neste caso acabam por
desenhar sombras dentro dos corpos das próprias velas,
o que é algo que não deveria acontecer, mas neste caso
a culpa seria de quem “corrompeu” os dados desta
forma.

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Contudo, este pequeno “bug” só acontece nas velas
brancas, onde será visível a linha da sombra dentro do
corpo da vela, sendo que se acontecer numa vela negra
preenchida e desenhada com a mesma cor, essa
sombra dentro do corpo da vela já não seria visível da
mesma forma, isto se falarmos de velas transparentes.

Outro problema que se repara ao se usar este pequeno


truque para preenchermos os valores de Abertura que
faltam nos nossos gráficos, é o de que são eliminados
do gráfico algo que iremos estudar posteriormente, os
gaps, que acontecem quando há um espaço não
preenchido entre duas velas, como por exemplo quando
o Mínimo de uma vela estiver por exemplo acima do
Máximo da vela anterior, esse espaço deixará de ser
vazio, e será preenchido pela própria vela actual pois o
valor de Abertura passará a ser o mesmo que o de
Fecho da vela anterior, mas isso será um mal menor,
tendo em conta todas as vantagens que teríamos em
poder visualizar o gráfico sob a forma de Velas
Japonesas.

Agora, como resolver este problema?

Para quem não precisa de adaptar dados históricos, e


por isso não precisa de resolver este tipo de problemas,
seria aconselhável passar à frente desta pequena
matéria, pois a quem não tenha prática a nível
informático, ela poderá parecer meio complicada e
confusa, afastando-nos do assunto principal que tem a
ver com os investimentos e não estes assuntos
informáticos.

De qualquer das formas não terá mal nenhum


estudar-se esta pequena matéria, não deixando de ser
dispensável para a maioria utilizadores.

Iremos ver agora como resolver este problema, que em


princípio poucos precisarão alguma vez de o fazer mas
ficam aqui os passos essenciais, que não deixam de ser

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bons para dar também uma ideia geral melhor acerca
do funcionamento destes programas:

NOTA: Antes de tudo, teremos de guardar o histórico de


Os históricos de cotações
cotações do câmbio que queremos alterar num ficheiro
são normalmente de extensão CSV, cujas iniciais significam “Comma
guardados em ficheiros Separated Values”, e que é um formato usado
em formato de CSV, essencialmente para gravar dados de forma simples,
iniciais para “Comma com os valores de cada campo separados por vírgulas,
Separated Values”, ou em
Português “Valores
algo que torna fácil a importação desses dados
Separados por Vírgulas”, posteriormente por qualquer programa de forma
onde cada vela é simples.
guardada numa linha com
os seus dados divididos Imaginemos o caso de um câmbio, nomeadamente o
por vírgulas. Este formato Euro/Dólar, em que temos em cada registo um dia
possibilita a fácil
importação
diferente, e em registo um grupo de sete valores: a
posteriormente para a Data da vela, a sua Hora, o seu valor de Abertura, o seu
mais variada lista de valor Máximo, o seu valor Mínimo, o seu valor de Fecho
softwares. e por fim o seu Volume.

Se fosse guardado esse histórico em formato CSV, e


depois aberto com algum editor de texto, mostraria algo
do género:

Este ficheiro em formato CSV foi gravado com a opção


“Guardar Como” (em Inglês “Save As”) do programa

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usado para fazer vários dos gráficos dos exemplos, o
Metatrader, e mostra-nos uma parte do histórico do
câmbio Euro/Dólar.

Se copiarmos a totalidade desse histórico com uma


opção como a “Seleccionar tudo” do menu “Editar” do
Bloco de Notas, por exemplo, ficaremos com a mesma
em memória, e poderemos colá-la posteriormente numa
folha de cálculo.

Obteríamos algo como isto:

Não se nota muito por esta imagem, mas o facto é que


as linhas inteiras com todos os valores separados por
vírgulas, ficaram todos na coluna A apenas, ficando
assim impróprios para podermos trabalhar com eles.

Mas há uma forma de contornar este problema, a


maioria das folhas de cálculo, pelo menos as mais
famosas, têm opções próprias para isso.

Uma das mais famosas folhas de cálculo do mercado,


contém, dentro do menu “Data”, uma opção
denominada “Text to Columns”, onde nos poderão
aparecer um conjunto de quadros para escolhermos
certas opções de acordo com o que tencionamos fazer.

No primeiro quadro dessa opção temos por exemplo a


opção “Delimited”, em que ao escolhermos estaremos a
dizer que as linhas escolhidas por nós têm os seus
campos (como os valores de Data, Hora, Abertura,

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Máximo, etc) separados por um caractere, como a
vírgula (“Comma”), ou um “Tab”, por exemplo.

Noutro quadro teremos de escolher qual o caractere que


separa os campos, onde como é usado por norma,
poderá vir escolhido por defeito o “Tab”, que deveremos
desmarcar e escolher a opção da vírgula (ou “Comma”,
em Inglês).

Por fim no formato final das colunas deveremos


escolher a opção do formato geral (ou “General”, em
Inglês).

E veremos como resultado final algo assim:

Desta forma já teremos tudo pronto para ser tratado,


célula a célula, em poucos minutos, para procedermos
às adaptações das cotações para nosso uso futuro.

Para quem não tem uma folha de cálculo com esse tipo
de ferramentas que nos permitam fazer esta operação
de forma tão rápida, os dados teriam de ser tratados de
outra forma, um pouco mais complicada, mas mais uma
vez, é aconselhável a leitura apenas a quem possa
precisar de usar ou esteja interessado e à vontade
nestas áreas.

Nestes casos, há funções nas folhas de cálculo usadas


para tratamento de cadeias de caracteres, neste caso as
linhas com os campos em questão, funções essas que

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nos permitiriam separar “manualmente” esses campos
através dessas funções.

Vamos estudar algumas presentes numa das mais


famosas folhas de cálculo do mercado.

Vejamos algumas funções inseridas em cada coluna de


campo para vermos como ficariam e o que farão:

A primeira função usada acima, a “LEFT(x;y)”, é uma


função que nos devolve os y caracteres mais à esquerda
da célula x, que neste caso é a “A2”.

Neste caso está dada a opção de “LEFT(x;16)”, para


abranger os dezasseis caracteres mais à esquerda dessa
célula, que abrangem neste caso o campo da Data e o
da Hora, que nos iria dar então o valor de
“1989.06.23,00:00”.

A segunda função visível é a “MID(x;y;z)”, que nos


devolve como resultado um z número de caracteres a
contar do caractere y da célula x.

Basicamente, com a função “MID(x;25;6)” do exemplo,


retorna-nos seis caracteres da célula x, que neste caso
é a “A4”, a contar do caractere vinte e cinco.

Se virmos, iria dar-nos o valor de “0.9955”,


correspondente ao valor Máximo dessa linha.

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O funcionamento das outras funções será sempre igual,
mas destinado a obter outros valores, nomeadamente o
valor de Mínimo, e Fecho da vela.

É de notar que neste caso o valor de Abertura já existe


no histórico, apesar de que teoricamente não deveria
existir, pelo que não contaremos com ele no exemplo
apesar de se apresentar no mesmo, em vez de irmos
buscar esse valor à linha da esquerda como fizemos
com os restantes, como teoricamente ele não deveria
existir na linha, iremos colocar “=Jx”, onde x
corresponde à linha anterior, na coluna J, que
corresponde ao valor de Fecho, ou seja, esse valor de
Abertura será equivalente ao valor de Fecho da vela
anterior, que neste caso está descrito na linha anterior
na coluna J.

Ou seja, numa situação real, não havendo preço de


Abertura da vela, iremos dizer-lhe que será igual ao
preço de Fecho da vela anterior com essa simples
fórmula.

No caso de se ter usado uma ferramenta como a que foi


descrita em primeiro lugar, que faz a separação em
poucos segundos, poderemos passar logo ao exemplo
seguinte assumindo que essas velas que a ferramenta
criou seriam as velas que em cima foram criadas com
funções, faltando-nos apenas nelas também os valores
de Abertura de cada uma, que seriam tal como no
exemplo acima descrito, dadas como iguais aos valores
de Abertura das velas imediatamente anteriores.

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Vejamos agora quando acontecem as tais situações que
fazem serem desenhadas no gráfico as velas de forma
incorrecta:

Como vemos acima, nas células marcadas, temos um


exemplo de uma vela de entre as que vimos nos últimos
gráficos, em que o seu valor Mínimo é mais elevado que
o seu valor de Abertura, algo impossível, pois se o seu
valor Mínimo fosse 1.2709, nunca o seu valor de
Abertura poderia ser abaixo dele, desenhando uma
sombra bem visível (por ser vela branca), dentro do
corpo da vela entre o valor de Abertura e o valor
Mínimo da mesma que estaria mais acima.

Vamos resolver o problema de se ter valores de


Abertura incoerentes com o resto das cotações, para
que tenhamos um gráfico de velas bem desenhado.

Vejamos o seguinte exemplo:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 137


Seria através destas duas funções acima descritas que
iríamos resolver a situação.

Ao invés de colocarmos uma indicação de que a célula


que contivesse o valor de Abertura da vela fosse igual à
célula que continha o valor de Fecho da vela
imediatamente superior (o tal “=Jx” que vimos acima),
iríamos colocar uma condição que verificasse se esse
valor de Fecho da vela anterior seria igual ou maior que
o valor Mínimo da vela corrente, e se a condição fosse
verdadeira, a célula, ou seja, o valor de Abertura da
vela, seria igual ao valor de Fecho da vela anterior, pois
não haveria condições impossíveis e estaria dentro do
intervalo de preços entre a Abertura e Fecho da vela,
mas caso não fosse, ou seja, caso esse valor de Fecho
da vela anterior, fosse inferior ao valor do Mínimo da
vela corrente, então daríamos como valor de Abertura
da vela corrente, o valor do próprio valor Mínimo da
vela, e assim seria uma vela sem sombra inferior, com
valor Mínimo igual ao da Abertura, e sem qualquer tipo
de incoerências.

Essa condição foi colocada como “=IF(Jx>=Iy;Jx;IY)”


(em vez de “IF”, poderia ser usada a função “SE”, em
Português dependendo da língua do software).

Esta condição diz-nos que se a célula com o valor de


Fecho da vela anterior (célula J3989, no exemplo), for
superior ou igual ao valor de Mínimo da vela corrente
(célula I3990, no exemplo), o valor da célula de
Abertura seria o desse valor de Fecho da vela anterior,
ou seja o I3989, caso contrário seria o do próprio
Mínimo da vela, ou seja, o I3990.

Faltaria nesta última condição verificar também se o


valor de Fecho da vela anterior seria igual ou inferior ao
Máximo da vela corrente, e caso fosse, passaria a ser o
valor da Abertura da vela corrente, e caso não fosse, a
Abertura da vela seria o valor Máximo da própria vela,
caso fosse vela negra, como é lógico, mas essa
condição é completamente desnecessária visto que se a

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vela for negra, a sombra desenhada dentro da vela não
seria visível, pelo que a fórmula de cima sozinha é mais
que suficiente para atingirmos o nosso objectivo, e
ficaríamos com os gráficos sem qualquer tipo de erros
no que diz respeito à formação das velas.

Concluindo, esta matéria pode parecer confusa mas foi


apenas algo anexado ao assunto das Velas Japonesas,
para ser aplicada em casos isolados, pelo que não vale
a pena tentar percebê-la caso não se precise de o fazer,
o que é o mais provável, pelo menos nos mercados
cambiais, pois hoje em dia a maioria dos históricos e
programas de visualização de gráficos em Forex têm
dados completos, sendo muito difícil encontrar um
histórico que não esteja.

Este assunto foi basicamente mais um complemento à


matéria sobre o que são as Velas Japonesas do que algo
a aplicar ao estudo dos mercados de Forex.

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GRÁFICOS
GRÁFICOS CANDLEVOLUME

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GRÁFICOS CANDLEVOLUME

Agora vamos estudar um método de representação


gráfica em tudo similar ao das Velas Japonesas que
acabámos de estudar.

NOTA: Este tipo de representação gráfica que vamos estudar


Os gráficos de
agora, dá pelo nome de CandleVolume, que traduzido
CandleVolume, que em para Português, daria algo como “Velas com Volume”.
Português seria algo
como “Velas com Este nome deve-se ao facto de estas serem no fundo,
Volume”, são quase Velas Japonesas, com uma única diferença, a de que
iguais aos das Velas conseguem conjugar numa única vela os cinco campos
Japonesas, tendo apenas
uma diferença que é a de
de preço, e não os quatro como as Velas Japonesas
terem o indicador de têm, ou seja, conseguem representar na própria vela o
Volume representado nas Volume da mesma em proporção às outras.
próprias velas.
Assim, em vez de cada vela ter representado apenas os
campos de Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho, como
nas Velas Japonesas comuns, aqui está também
presente nas velas o campo Volume, representado na
própria vela, sem necessidade de termos um pequeno
gráfico de barras à parte a representar o Volume.

Agora, como é feita esta adição do Volume à vela?

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Vejamos o exemplo seguinte:

NOTA: Como podemos ver, simplesmente ajustando a largura


Nos gráficos de
da vela consoante o Volume da mesma em relação às
CandleVolume, o outras, conseguimos ter uma ideia do Volume das
indicador de Volume é mesmas em relação às demais do gráfico em questão,
definido pela largura das tornando-se assim desnecessário adicionarmos esse
próprias velas. Sendo campo Volume num gráfico à parte.
assim, quanto maior a
largura da vela, maior o
volume do período de
Em cada gráfico, o programa que o constrói, verifica
tempo representado pela qual o valor máximo do Volume de todas as velas e o
mesma. Assim evita-se valor mínimo do Volume das mesmas, e com isso define
adicionar o Volume à a largura máxima e mínima das velas e constrói essas
parte, mas este tipo de velas com um Volume de acordo com essa escala.
representação gráfica não
é recomendado nesta
obra, sendo preferível o
Desta forma, em cada período temporal, constituído por
das Velas Japonesas. um determinado número de velas, poderemos distinguir
quais delas serão as que têm maiores valores de
Volume e as que têm os menores, bastando para isso
verificar quais serão as mais largas e as mais finas, algo
que sobressai à vista facilmente aquando da
visualização do gráfico.

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Em primeiro lugar, vejamos um gráfico de Velas
Japonesas vulgar, onde só poderemos ver os campos de
Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho em cada vela:

NOTA: Agora iremos aplicar ao mesmo período de tempo


Neste tipo de
representado pelo gráfico acima, o princípio que vimos
representação gráfica o antes, o de regular a largura de cada vela de acordo
Volume tem um grande com o Volume da mesma relativamente às outras, e
peso e as velas com mais iremos obter o seguinte gráfico:
Volume sobressaem
bastante mas em
contrapartida as de
menor Volume podem
ficar pouco visíveis, razão
pela qual nesta obra é
recomendado o uso das
Velas Japonesas com o
indicador Volume à parte
em vez das velas
CandleVolume.

Olhando para o gráfico acima de CandleVolume,


podemos distinguir facilmente quais as velas que têm
mais Volume que as demais, e as que têm um Volume
menor também, pois notamos que há velas tão finas
que praticamente mal se vêem no gráfico e outras que
sobressaem bastante mesmo em relação à maioria das
outras, que serão as que têm maior Volume.

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NOTA: Por um lado, este tipo de gráfico, poderá ser
Apesar de desvantagens
considerado o mais completo em termos de análise
como algumas velas individual a cada vela, pois consegue ter cinco campos
ficarem quase invisíveis e de preço descritos em cada uma das velas, e ao mesmo
outras ocuparem tempo possui as mesmas características em termos de
demasiado espaço e até padrões das Velas Japonesas, mas por outro lado,
dificultarem a vida a
quem tenta criar linhas
poderá tornar-se meio confusa a sua leitura, devido a
de tendência e fazer haver velas que mal se vêem, especialmente quando o
outro tipo de análises, gráfico mostra uma grande quantidade de velas ao
pode-se dizer que em mesmo tempo, chegando mesmo algumas a tornarem-
termos de representação se praticamente invisíveis.
individual de cada vela,
este é o método mais
completo pois cada vela
Nem todos os programas de Análise Técnica possuem
tem identificada nela os este tipo de representação gráfica, além de que em
cinco campos de preço princípio será sempre melhor usarmos os gráficos de
incluindo o Volume, Velas Japonesas normais em vez deste género de
apesar do seu uso ser gráficos, por ser mais fácil a sua leitura, bastando para
desaconselhado.
quem quer consultar a variação do Volume de cada
vela, acrescentar o Volume num gráfico de barras
separado acoplado ao gráfico principal, tornando assim
fácil tanto a leitura do gráfico e de cada vela, como do
NOTA: Volume em si, por ser mais fácil interpretar variações
de Volume quando esse mesmo Volume está
Outra desvantagem
importante é a de que representado em gráficos de barras à parte, onde
com o Volume à parte sobressai facilmente a oscilação do mesmo, do que nos
num gráfico de barras, gráficos de CandleVolume, onde poderá ser difícil
podemos estudar o distinguir a diferença de Volume entre as velas
Volume, desenhar linhas
comparando a largura de cada vela, especialmente em
de tendência nele, médias
móveis, entre outros velas com corpos pequenos, onde a largura das
indicadores, além de mesmas será mais dificilmente medida.
compararmos bem o
Volume de cada vela, Ao mesmo tempo, é considerado por muitos traders
enquanto que neste como sendo um tipo de representação gráfica menos
método é difícil compara
bonito que o das Velas Japonesas original.
o Volume de várias velas
entre si e a aplicação de
indicadores como os Contudo, ficou aqui descrito este tipo de gráfico para
referidos acima torna-se que seja facilmente reconhecido para quem algum dia
impossível. acabe por se deparar com um e ache estranho a largura
diferente de cada uma das velas.

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GRÁFICOS
GRÁFICOS EQUIVOLUME

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GRÁFICOS EQUIVOLUME

O EquiVolume, é um tipo de representação gráfica


pouco usual, mas fica aqui para dar uma ideia de outro
género de gráficos com que podemos dar de cara no dia
a dia possivelmente.

NOTA: Este tipo de gráficos dispõe os preços de uma forma


Aqui temos um método
que dá mais ênfase ao Volume e à relação entre o valor
de representação gráfica Máximo e Mínimo de cada vela, ou seja, o intervalo de
raro, o EquiVolume, que é preços percorrido em cada vela.
parecido ao
CandleVolume, na medida Esta relação bidimensional é feita usando a largura da
em que o Volume define vela para calcular o Volume da mesma, conforme o tipo
a largura de cada vela,
mas com a diferença de
de gráficos estudado anteriormente, as velas dos
que neste só são visíveis gráficos CandleVolume, mas não tem nelas
os valores de Máximo e representado nem o valor de Abertura nem o de Fecho
Mínimo da vela, bem de cada vela, apenas uma vela, que verticalmente
como se é branca ou marca o intervalo de preços percorrido nessa vela,
negra de corpo, dando
mais ênfase à tendência
sendo o topo da vela correspondente ao valor Máximo
inerente ao período de dessa vela, e o Mínimo representado pelo fundo dessa
cada vela, ao intervalo da vela.
mesma e ao Volume de
cada uma. Assim, nestes Este sistema de representação gráfica não é muito
gráficos são anuladas as utilizado normalmente mas é útil quando desejamos ter
sombras das velas.
uma fácil visualização gráfica de largos períodos de
tempo, ou seja, gráficos com velas bastante reduzidas,
onde as Velas Japonesas normais não seriam tão
facilmente visíveis.

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Vejamos a forma de construção deste tipo de velas:

NOTA: Como podemos ver pelo desenho acima, pode-se dizer


De forma resumida,
que este tipo de velas realça essencialmente a relação
pode-se dizer que este entre o intervalo de preços percorrido em cada uma
tipo de gráficos realçam delas e o seu Volume, essencialmente.
basicamente o intervalo
de preços percorrido no Este tipo de representação gráfica, apesar de ser muito
período representado pela pouco usada ao que parece no dia a dia e ser difícil de
vela, o facto de ser
branca ou negra, e o seu
encontrar, além de que nem todos os programas de
Volume, ignorando o representação gráfica a usam, ficou aqui também
resto. explicada por ser um tipo de gráficos que se poderá
encontrar ocasionalmente, e para que se saiba
interpretá-lo.

NOTA: Como regras deste tipo de gráficos, temos várias, mas


Neste método é fácil
uma das mais importantes, é a de que as velas curtas e
reparar aqui naquele tipo largas, ou seja, com pouca oscilação de preços mas
de velas de intervalo de com grande Volume, tendem a acontecer em pontos de
preços pequeno, ou seja viragem de mercado, como fundos e topos de mercado,
com o Mínimo próximo do onde se invertem as tendências, enquanto que as velas
Máximo, e com muito
Volume, que tendem a
longas e finas, ou seja, com grande oscilação de preços
acontecer em pontos de mas com pouco Volume, são mais encontradas e mais
viragem, e que aqui terão prováveis de acontecerem durante tendências bem
aspectos mais achatados definidas, não sendo preciso grande Volume de compras
e bem visíveis.

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ou vendas para que os preços sigam o seu caminho,
devido à tendência ser forte e bem definida e não haver
por isso grande resistência.

NOTA: Apesar de ter sido usado aqui o termo de vela aplicado


Nestes gráficos, em vez
a cada uma das caixas que representam cada período,
de chamarmos cada vela para motivos de mais fácil compreensão, após termos
de “velas”, chamamos-as estudado as Velas Japonesas, o termo real aplicado
de “caixas”, ou “boxes” neste tipo de gráficos é o de “box”, que significa
em Inglês. “caixa”, traduzido para Português.

NOTA: No fundo cada vela é chamada de caixa neste tipo de


As mais fortes caixas
gráficos, e uma Powerbox, que é um termo que poderia
neste gráfico seriam as ser traduzido à letra como “caixa de poder” ou não tão
Powerboxes, que seriam à letra como “caixa poderosa” ou “caixa com força”,
caixas bastante longas, será visualmente algo parecido com uma vela longa nas
ou seja com o valor Velas Japonesas, mas com grande Volume, ou seja,
Máximo bem afastado do
valor Mínimo, e com
será uma vela longa, com grande distância entre o
grande Volume ou seja, preço Máximo e o preço Mínimo da mesma, e com um
largas, que seriam caixas aumento de Volume também, sendo por isso mais larga
bastante fortes, muitas que as anteriores.
vezes vistas a romper
níveis importantes de Ao vermos uma vela muito mais longa que a anterior
resistências e quebrar
suportes importantes.
além de mais larga também, estamos a olhar para uma
Powerbox, aqui neste tipo de representação gráfica, que
encontramos muitas vezes a romper importantes níveis
de suporte e resistência.

Devido às características das Powerboxes, elas dão-nos


sinais importantes nos chamados breakouts, que
acontecem quando as caixas penetram níveis de
suporte ou resistência importantes, sendo a importância
delas muito significativa também devido ao forte
Volume das mesmas confirmarem e darem força a
NOTA: essas penetrações.
Caixas mais finas (ou
“narrow boxes” em Pelo contrário, as caixas mais finas, por norma
Inglês, colocariam a designadas por narrow boxes, em Inglês, devido ao seu
validade de breakouts em fraco Volume, colocariam a validade do breakout em
questão por falta de causa em questão.
Volume e força.

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Primeiro, vejamos um gráfico normal de um
determinado período temporal sob a forma de gráfico
de Velas Japonesas:

Vejamos agora um gráfico do mesmo período temporal


representado desta vez sob a forma de gráfico
EquiVolume:

Acabámos de ver um gráfico EquiVolume, mas como


podemos ver, torna-se complicada a sua interpretação,
em termos de distinção entre as caixas a azul,
representativas de caixas em que o preço de Fecho
subiu em relação ao preço de Fecho da caixa anterior, e
as caixas a vermelho, representativas de caixas em que
o preço de Fecho caiu em relação ao preço de Fecho da
caixa anterior, devido à difícil distinção dessas cores nos

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finos riscos que constituem os contornos de cada caixa,
especialmente se o gráfico for abrangente de um
número maior de velas.

Se estas caixas forem todas da mesma cor, aí ainda


será mais difícil tentar perceber quais as velas em que o
preço caiu em relação à caixa anterior ou não, sendo
mais difícil ainda descobrir tendências.

Contudo, se for usada em períodos de tempo muito


baixos, como por exemplo de cinco minutos por cada
caixa, essa desvantagem torna-se mais irrelevante, mas
não deixa contudo de ser uma grande desvantagem
neste tipo de representação gráfica.

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GRÁFICOS
GRÁFICOS DE PONTO E FIGURA

(Point and Figure Charts)

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GRÁFICOS DE PONTO E FIGURA

(Point and Figure Charts)

NOTA: Este é um tipo de gráfico completamente diferente dos


Os Gráficos de Ponto e
anteriores, pelos mais variados aspectos, como iremos
Figura serão mostrados ver de seguida, e poderá ser considerado meio estranho
aqui, não por serem de à partida por quem o veja pela primeira vez.
uso recomendado mas
sim por serem muito Segundo tanto a opinião de muitos como também
utilizados por vezes e por várias evidências, a metodologia de representação
serem tão diferentes dos
habituais, especialmente
gráfica de Ponto e Figura, parece ter sido a primeira a
a nível de escala temporal ser usada pelos traders nos mercados de acções antes
como iremos ver abaixo. do século vinte, apesar de hoje em dia muito raramente
O seu uso não é ser visto e usado pelos investidores, ao que parece,
aconselhado, mas a devido à quantidade cada vez maior de novas
leitura deste capítulo será
em princípio útil e
ferramentas e técnicas disponíveis a qualquer trader, e
recomendada, além de mais fáceis de visualizar e aplicar também, tendo os
interessante. gráficos de Ponto e Figura caído em desuso com o
tempo, mas não deixando com isso de se tornar uma
ferramenta muito útil, de qualquer das formas,
especialmente em análises de mercado a longo prazo.

Gráficos de Ponto e Figura Vs Gráficos de Barras

Os gráficos de Ponto e Figura e os outros tipos de


gráficos que demos anteriormente, como os Gráficos de
Barras ou mesmo os gráficos de Velas Japonesas, têm
duas importantes diferenças entre eles.

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NOTA: Em primeiro lugar, os outros tipos de gráficos são
Nos outros métodos de
desenhados em intervalos de tempo específicos,
representação gráfica o independentemente do facto de existirem ou não
gráfico é desenhado à mudanças de preço, ou seja, num gráfico de períodos
medida que o tempo de cinco minutos, mesmo que numa hora os preços não
passa, ou seja, se variem uma única vez, teríamos doze barras de cinco
passarem dez períodos
sem movimento, dez
minutos cada sem qualquer oscilação de preços visível,
velas serão desenhadas. mas não deixando de continuarem presentes no
Neste método, o gráfico é mesmo.
desenhado apenas
quando o preço varia um Nos gráficos de Ponto e Figura, por sua vez, cada novo
determinado montante e elemento desenhado no gráfico, é apenas desenhado
assim em dez períodos
sem movimento não seri
quando o preço varia um determinado montante, e não
alterado. Da mesma será desenhado num intervalo de tempo específico,
forma, poderia ter podendo ser colocado acima do elemento anterior, na
actualizações na vertical mesma posição da escala temporal horizontal.
acima do elemento
anterior como veremos Basicamente, este tipo de gráficos preocupam-se
abaixo. Basicamente,
estes gráficos medem não
apenas em medir as variações de preços e não a
a evolução temporal dos evolução temporal dos mesmos, enquanto que os
preços mas sim as outros tipos de gráficos que demos, medem não só os
variações reais dos movimentos de preços, na escala vertical de preços,
mesmos sem relação como também o tempo, na escala horizontal de tempo.
temporal.

NOTA: Em segundo lugar, outra enorme diferença é a de que


Estes gráficos também
os outros tipos de gráficos que demos, gravam todas as
têm outra diferença mudanças de preço dentro de cada período que elas
importante, ao contráriod medem, enquanto que nos gráficos de Ponto e Figura
os outros métodos, aqui são ignorados todos os movimentos de preços que
são ignorados todos os sejam inferiores a uma quantidade especificada.
movimentos de preços
que sejam inferiores a um
montante especificado.
Se como exemplo tivermos um mês em que não existiu
Assim se num mês sem uma única variação de preços, num Gráfico de Barras,
variação de preços, ou teremos nele desenhados todos os seus dias de
onde as variações sejam negociação na mesma, mesmo sem representar
todas abaixo do mínimo qualquer alteração de preços, enquanto que num
exigido, num Gráfico
Ponto e Figura todos
gráfico de Ponto e Figura esses dias seriam todos
esses dias do mês seriam descartados, ignorados completamente e não seriam
descartados e não seriam representados no gráfico, por serem inferiores ao
desenhados. montante estabelecido inicialmente.

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Se num determinado gráfico uma caixa é associada a
um movimento de preços de cinco pontos para um dado
activo financeiro, todas as variações abaixo desses
cinco pontos serão ignoradas, e apenas as outras serão
representadas.

É por isso que em determinados gráficos podemos ver


por exemplo certos anos com uma grande parte da
escala temporal horizontal ocupada e com outros anos
que ocupam muito pouco espaço, devido a terem muito
menos movimentos de preço que satisfaçam as
condições para que se desenhe um novo elemento
nesse gráfico, ou por ter menos mudanças de
tendência, pois há dois tipos diferentes de caixas a
serem desenhados neste tipo de gráficos como iremos
ver posteriormente.

NOTA: Uma caixa, poderá ser chamada por outros nomes em


Nestes gráficos, cada
Português, como por exemplo casa, sendo da
unidade irá ser chamada preferência de cada um a escolha do termo a ser usado.
de “caixa” ou “casa”,
entre outros nomes. Este tipo de gráficos tem como maior diferença o facto
de ignorar completamente a passagem do tempo, e
concentrar-se unicamente nas variações de preços,
sendo essencialmente isso que eles representam tão
bem.

NOTA: Nestes gráficos, as barras, neste caso, as caixas, não


Em vez de o gráfico se
são desenhadas de acordo com a escala temporal
adaptar à escala temporal horizontal, e sim o contrário, a escala temporal
como acontece com os horizontal, é desenhada de acordo com as caixas do
outros tipos de gráficos, gráfico, para nos dar uma ideia da altura temporal em
neste tipo de gráficos, é a que elas ocorreram.
escala temporal que se
adapta ao gráfico em si,
para indicar a que época
Isto deve-se também ao facto de as variações de preços
as caixas de uma dada não serem desenhadas apenas na escala vertical, como
linha vertical pertencem, também na horizontal, como iremos ver a seguir por
sejam horas, dias, meses, terem um símbolo associado às quedas e outro às
anos, etc. Podem haver subidas de preços, tendo ambos de se encontrar em
também anos com várias
linhas, e uma só linha
colunas verticais diferentes, ocupando assim mais
que englobe vários anos, espaço na escala temporal horizontal.
por exemplo.
www.LivroDaBolsa.com Pág. 154
Concluindo, num gráfico de Ponto e Figura, apenas se
registam as mudanças de preços acima de um
determinado valor definido pelo trader, ficando o gráfico
sem qualquer alteração caso os preços se mantenham
abaixo desse valor definido ou sem quaisquer alterações
de preços, e é descartada completamente a escala
temporal, sendo apenas representada em baixo para
uma identificação do período temporal em que as caixas
do gráfico foram desenhadas, podendo também serem
adicionadas referências e anotações ao mesmo a título
informativo do leitor do gráfico posteriormente.

Este tipo de representação gráfica é similar a outros


tipos de representação gráfica como a Kagi, a Renko, ou
o Three Line Break, como iremos estudar
posteriormente.

Interpretação dos Gráficos de Ponto e Figura

NOTA: Esta metodologia de representação gráfica, estuda o


Diz-se que os Gráficos de
puro movimento dos preços, tal como estuda também,
Ponto e Figura estudam o além de a representar muito bem, a inerente oferta e
puro movimento dos procura dos preços.
preços.
Talvez também pela forma de estudar a oferta e
procura dos preços, esteja agora esta metodologia de
representação gráfica tanto em desuso hoje em dia,
com a cada vez menor importância que é dada a este
conceito actualmente.

O conceito é simples:

NOTA: Uma coluna de símbolos “X” mostram que a procura


Colunas com símbolos “X”
está a superar a oferta, criando um rally de preços,
mostram-nos subidas de enquanto que as colunas de símbolos “O” mostram que
preços, e colunas com a oferta está a superar a procura, provocando assim
símbolos “O” mostram- quedas de preços.
nos quedas de preços.
Por outro lado, um grupo de pequenas colunas
mostram-nos que a oferta e procura estão a níveis
muito semelhantes, fazendo com que os preços andem

www.LivroDaBolsa.com Pág. 155


com uma tendência algo lateral, sem grandes subidas
nem quedas de preços.

Basicamente, nos gráficos de Ponto e Figura, o símbolo


“X” representa uma caixa de subida de preços, e o
símbolo “O” representa uma caixa de queda de preços.

Vejamos o exemplo de um gráfico de Ponto e Figura


retirado do câmbio Euro/Dólar:

Como podemos ver no gráfico acima, a escala temporal


horizontal em baixo, adapta-se aos preços acima, e não
o contrário como acontece em outros gráficos.

Por isso vemos que há anos que ocupam pouco espaço


nessa escala horizontal, como o de 1999, e outros que
ocupam bastante mais espaço, como por exemplo o de
1992.

Vamos ver agora mais abaixo um exemplo a mais curto


prazo, para vermos o que se verifica quando os dois
parâmetros são inferiores e por isso cada caixa
representa um período inferior de tempo, tal como o
próprio gráfico que irá representar um período de
tempo inferior no mesmo espaço.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 156


Vejamos:

Como podemos ver acima, quanto menor for o valor de


variação de preços representado por cada caixa, e
consequentemente quanto maior o detalhe do gráfico
que vemos num menor período de tempo, mais iguais
são os períodos de tempo na escala temporal horizontal,
pois menos oscilação de preços haverá em cada um
deles, e por isso menos chances existirão de serem
criadas novas colunas tão facilmente do que se essa
escala abrangesse um período temporal muito maior.

NOTA: Neste tipo de gráficos, à semelhança de outros tipos de


Neste método de
gráficos como os de Velas Japonesas, existem vários
representação gráfica padrões que aparecem com alguma regularidade, e que
existirão, à semelhança nos permitem tentar prever com alguma exactidão os
do que se passa com as comportamentos futuros de preços, tal como os duplos
Velas Japonesas, padrões ou triplos topos e fundos (double or triple tops and
regulares que nos
permitem tentar prever
bottoms), certas formações de sinais bullish e bearish,
também com alguma triângulos simétricos (symmetrical triangles), entre
exactidão por vezes os outros, mas seria ir além dos objectivos deste livro
comportamentos futuros aprofundar mais esse tipo de conhecimentos, tendo sido
dos preços, como duplos descrito este tipo de metodologia apenas para efeitos
fundos, entre outros.
de conhecimento geral, tal como em outros já descritos
por alto anteriormente.

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O Volume será algo a ser ignorado também neste tipo
de gráficos, pelo que não é apresentado neles, sendo
apenas a acção dos preços representada por eles.

Construção de Gráficos de Ponto e Figura

Como já pudemos ver nas linhas anteriores, os gráficos


de Ponto e Figura são construídos usando combinações
de dois símbolos, o “X” e o “O”, para representar os
dois tipos diferentes de caixas existentes neste tipo de
gráficos.

As caixas representadas por “X” mostram que os preços


estão a subir, e as caixas representadas por “O”
mostram que os preços estão a cair.

NOTA: Agora, após ser escolhida a quantidade de tempo em


Nestes gráficos, existem
termos de histórico a ser representada pelo gráfico, ao
dois parâmetros que contrário dos outros tipos de gráficos já estudados, nos
devem ser configurados de Ponto e Figura, existem dois parâmetros que devem
para que possam ser ser preenchidos para que se possa construir um gráfico,
construídos, que são o que são o valor que cada caixa representa em termos
valor que cada caixa
representa em termos de
de variação de preço, e o critério de reversão que o
variação de preço, e o trader escolhe para o gráfico, que iremos estudar já de
critério de reversão que o seguida, o que se torna uma grande vantagem por
trader escolhe para o permitir ao trader que usa o gráfico, adaptá-lo de forma
gráfico. a servir da melhor maneira as suas necessidades e
maneira de negociar.

Vejamos agora os dois principais critérios a serem


definidos neste tipo de gráficos:

Valor que cada caixa representa:

Em primeiro lugar, o trader deve saber quanto é que


cada caixa representa em termos de variação de preço.

Se por exemplo cada caixa representar uma variação de


preços de um Euro, um movimento de cinco Euros iria
desenhar no gráfico cinco caixas correspondentes a esse
movimento de preços, caixas que seriam representadas

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através de um “X”, caso fossem de subida, ou por um
“O”, caso fossem de queda, como já vimos
anteriormente.

NOTA: Quanto menor for este valor que cada caixa representa,
Para análises de mercado
mais sensível às variações do mercado será o gráfico, e
a mais curto prazo, o quanto maior for este valor, mais insensível será,
valor que representa cada necessitando aí de maiores subidas e quedas para haver
caixa deverá ser menor, e um maior número de caixas e mudança de colunas nos
para análises a mais gráficos, sendo esta última opção de maior valor por
longo prazo, este valor
deverá ser maior, pois
cada caixa, mais indicada para análises de mercado a
quanto maior o valor, mais longo prazo, e as de menor valor por caixa para
mais insensível será aos análises de mercado a mais curto prazo.
movimentos de preços.
Basicamente, quanto menor for o valor de variação de
preços representado por cada caixa, maior será o
detalhe do gráfico, mais útil em análises em períodos de
tempo mais pequenos, e quanto maior esse valor,
menor o detalhe e mais útil será em análises em
períodos de tempo superiores.

É de notar que nenhuma caixa é desenhada quando há


movimentos de preços inferiores ao valor de variação
de preços representado por cada caixa, sendo ignorados
esses movimentos.

Critério de reversão do gráfico:

NOTA: Em segundo lugar, o trader deve escolher o critério de


O critério de reversão
reversão do gráfico, que é um valor escolhido pelo
define qual a quantidade trader que define a quantidade de caixas que é
de caixas que é necessário que existam no sentido contrário do sentido
necessário que existam da coluna actual, para que se crie uma nova coluna no
no sentido contrário da sentido inverso.
coluna actual para que se
crie uma nova coluna no
sentido inverso. Se esse
Por norma usam-se como valores para este critério, o
mínimo não for atingido, de uma, três ou cinco caixas.
a nova coluna não será
criada. Se tivermos um valor de por exemplo três caixas como
critério de reversão, e tivermos uma coluna com várias
caixas de subida, ou seja com “X”, seria preciso

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verificar-se uma inversão de preços correspondente a
essas três caixas, ou seja, uma queda no valor
correspondente a essas três casas, para que se
começassem a ser registadas na coluna seguinte essas
casas com símbolo “O”.

A partir daí, para voltar a outra coluna com caixas “X”,


de subida, teria de existir uma nova subida com no
mínimo o valor correspondente a essas três caixas.

Ao se alterar o critério de reversão, verificamos logo


uma alteração na concentração das acções de preços.

Se for subido o valor desse critério para um valor de


caixas superior, passamos a ter uma condensação da
acção do preço, ou seja, ao ser necessário um maior
número de casas para que se adicionassem novas
colunas no sentido contrário, menos colunas existiriam,
e mais condensado seria o preço num número menor de
colunas, algo que seria mais útil para análises de
tendências a mais longo prazo.

Se por outro lado for reduzido esse valor


correspondente a esse critério de reversão, veríamos
um maior número de colunas demonstrando um maior
número de inversão de preços e um número maior de
casas, sendo menos condensado o gráfico e fazendo os
mesmos períodos de tempo ocupar mais espaço no
mesmo, algo mais útil para análises a mais curto prazo,
onde se convém ver com mais detalhe os movimentos
de preços de períodos de tempo inferiores.

É prática comum, usar os valores de Máximo e Mínimo


dos preços, e não apenas os de Fecho, para se decidir
se os preços variaram o suficiente para criar uma nova
caixa, não sendo obrigatório que assim seja, de
qualquer das formas.

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Aqui temos um gráfico do câmbio Euro/Dólar desde
1989 sob a forma de Ponto e Figura:

Podemos verificar no gráfico acima, que há anos que


ocupam maior espaço na escala temporal, devido a
terem mais colunas com variação de preços, como o
ano de 1991 e o de 1995, e outros como o de 1999 ou
2001 que contêm um número inferior de colunas,
ocupando assim menos espaço na barra horizontal
temporal.

Há alguns princípios a ter em atenção na construção


deste tipo de gráficos.

NOTA: Por exemplo, cada coluna pode ter apenas um tipo de


Cada coluna poderá ter
caixa, como podemos ver acima, e nunca dois
apenas um tipo de caixas. diferentes.

Sempre que há uma inversão no valor suficiente para


ser desenhada uma outra caixa, ela será colocada
noutra coluna, que será posicionada à frente da actual.

Esse valor de inversão de preços necessária para que


seja criada uma nova coluna é fácil de calcular.

Se tivermos como critério de inversão o valor de três


caixas, e se cada caixa tiver um valor de variação de
preços correspondente a 0,20€, a variação de preços
necessária para que seja desenhada nova coluna, seria

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a multiplicação desses dois valores, ou seja, três caixas
com 0,20€ cada, concluindo-se que seria necessária
uma variação de preços de 0,60€ no sentido contrário
do representado pelas caixas actuais, para que se
verificasse uma nova coluna, ou seja, se estivéssemos
numa coluna de caixas de subida, ou seja “X”, seria
preciso uma queda de 0,60€ neste caso, para se
começar a desenhar uma nova coluna de “O”,
representando uma coluna de quedas de preços.

Como os preços têm de inverter a sua direcção com um


número mínimo de caixas correspondente ao critério de
reversão, o número mínimo de caixas “X” ou caixas “O”
que podem aparecer em cada coluna nova, será o valor
desse critério de reversão, não havendo colunas com
um número inferior de caixas, pois se não há um
número de caixas no sentido inverso de preços
correspondente ao valor do critério de reversão, uma
nova coluna nunca seria criada, em primeiro lugar.

Uma mudança de coluna, e consequentemente, a


passagem do uso de um tipo de caixas para outro,
conforme se são movimentos de subida ou queda de
preços, representa uma mudança na tendência de
preços.

Ou seja, quando começa a haver uma coluna com


caixas “X”, é sinal de que os preços estão numa
tendência de subida de preços e a subir cada vez mais,
e quando aparece uma coluna com caixas “O”, é sinal
de que estaremos em tendências de queda de preços,
onde eles estarão a mover-se cada vez mais abaixo na
escala de preços.

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Vejamos um exemplo retirado do câmbio Euro/Dólar,
mas desta vez com um valor de inversão de preços
inferior, o que causa que haja novas colunas mais
frequentemente, e com a variação de preços necessária
para que seja desenhada uma nova caixa, inferior, o
que fará com que hajam mais caixas por menores
movimentos de preços:

Como pudemos ver neste gráfico acima, baixando o


valor dos dois parâmetros principais deste tipo de
gráficos, podemos aplicá-los a períodos de tempo mais
pequenos, e a análises a mais curto prazo, sendo o
gráfico ocupado neste exemplo por apenas umas
semanas de trading, e podemos observar no gráfico
também a força da nova tendência desenhada pela
última coluna de caixas “O”, sinal de uma nova e forte
tendência que se gerou, que posteriormente acabou por
levar os preços abaixo do nível dos 1,2000.

Como podemos ver, a análise de tendências neste tipo


de gráficos continua a ser fácil em qualquer tipo de
período de tempo analisado.

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NOTA:
Vejamos o mesmo exemplo de cima, mas desta vez
Podemos também utilizar
o indicador de Volume a
com o Volume mostrado no gráfico, para vermos como
este tipo de gráficos, o é apresentado o campo do Volume neste tipo de
que fará com que o representação gráfica:
software some os
Volumes de todas as
caixas de cada coluna e
assim ficamos com o
Volume visível, apesar de
talvez não tão exacto
quanto desejaríamos e
teríamos noutros
métodos de
representação gráfica.

Como vimos, é possível aplicar o volume a este género


de gráficos, basta desenhar esse campo com a soma
dos campos de Volume de uma coluna, soma essa dos
valores que são achados somando o Volume
transaccionado no período de tempo representado por
cada caixa, aos das outras caixas da mesma coluna,
calculando-se assim o valor de Volume total de cada
coluna de preços.

NOTA: A construção deste tipo de gráficos, tem muitas


O critério de reversão
semelhanças com um indicador técnico usado por
desta metodologia de muitos traders no dia a dia, de nome Zig-Zag, que
gráficos é muito iremos estudar posteriormente, no que diz respeito à
semelhante ao do forma como é calculado o seu critério de reversão.
indicador Zig-Zag que
estudaremos mais Neste tipo de gráficos, aplicam-se da mesma forma os
abaixo.
conceitos de linhas de suporte e resistência, padrões
geométricos, canais de tendência, entre outros que
iremos estudar posteriormente, com a mesma facilidade
com que se aplicam em outros tipos de gráficos, ou
talvez mais ainda, sendo muito úteis e funcionando

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muito bem neles esse tipo de estudos de linhas a longo
prazo.

NOTA: Por vezes, se o gráfico estiver desenhado em folhas de


Muitos desenham gráficos
papel quadriculado, onde cada caixa é desenhada
deste género em papeis dentro de um quadrado, é tão simples como pintar os
quadriculados, sendo quadrados por baixo ou por cima das caixas para
uma quadrícula cheia por desenhar as linhas de tendência que nos outros seriam
cada casa, para cima e desenhadas com linhas rectas normais, sendo por isso
para baixo, de forma
simples e rápida a quem
mais fáceis de perceber por vezes, por sobressaírem
o decida fazer à mão. mais à vista.

Podemos concluir, que apesar de ser um tipo de


gráficos meio complexo à partida de ser desenhado
pelos analistas, devido essencialmente à forma como
tem de ser calculado, como há hoje em dia programas
que os desenham instantaneamente, aliado ao facto de
ser um tipo de representação gráfica útil em análises de
tendência a mais longo prazo e devido também à
simplicidade da visualização dessas tendências que nos
proporciona, não é um tipo de gráficos a ser ignorado
por completo, sendo por isso importante a que qualquer
trader saiba no mínimo o que ele representa e como
funciona, além de o saber ler, apesar de ser muito mais
aconselhável serem usados os outros tipos de gráficos,
especialmente o de Velas Japonesas, por ser o mais
simples e fácil de usar no dia a dia, especialmente a
curto prazo, sendo por isso o de Velas Japonesas o
usado por defeito em todas as matérias que iremos
estudar posteriormente.

Outros gráficos menos conhecidos

Iremos estudar agora alguns tipos diferentes de


representação gráfica, mas que são menos usados no
dia a dia entre os traders, sendo por isso menos
conhecidos, mas não perdendo por isso a sua
importância, sendo essencial o seu estudo, pelo menos
para que se fiquemos a conhecê-los e saibamos
interpreta-los, caso nos deparemos com algum deles no
dia a dia.

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GRÁFICOS
GRÁFICOS THREE LINE BREAK

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GRÁFICOS THREE LINE BREAK

Os gráficos Three Line Break, são não só uma forma de


representação gráfica, como também um sistema de
compra e venda em simultâneo, originário do Japão, tal
como as Velas Japonesas.

NOTA: Este tipo de gráficos, que tal como o já estudado gráfico


Este tipo de gráfico, à
de Ponto e Figura e os posteriores Kagi e Renko, é um
semelhança dos Gráficos gráfico onde as séries de caixas verticais (ou linhas
de Ponto e Figura, ignora como quisermos chamar) se baseiam também nas
a passagem do tempo. mudanças de preços, ou seja, ignoram a passagem do
tempo, sendo-lhes indiferente se passa uma semana ou
um ano, para que seja criada uma nova caixa ou
coluna.

NOTA: As regras básicas de trading para quem usa este tipo de


Este sistema gráfico é em
gráficos são simples: comprar quando uma caixa branca
simultâneo um sistema emergir após três linhas negras adjacentes, algo que
de trading, e as suas tem a designação de “white turnaround line”, que
regras são simples, significará em Português algo como “linha de viragem
comprar quando uma branca”, e vender quando uma caixa negra surgir após
caixa branca emergir
após três linhas negras
três linhas brancas adjacentes, algo que tem a
adjacentes, e vender designação de “black turnaround line”, que significará
quando uma caixa negra em Português algo como “linha de viragem negra”.
surgir após três linhas
brancas adjacentes. Deve-se ter como regra também, a de evitar o mais
possível mercados sem tendência, ou seja em que os
preços não subam nem caiam muito, em que não haja

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NOTA: várias linhas seguidas da mesma cor, ou seja em que as
À semelhança de muitos
linhas alternem muito de cor, pois se não o fizermos,
sistemas de trading, este poderemos ter vários prejuízos, pois este sistema tenta
sistema deverá ser tirar lucro de movimentos de preços maiores, e nos
utilizado mais em menores poderá ter resultados negativos.
mercados tendenciais, e
evitado em mercados Uma vantagem da Three Line Break é a de que não há
sem tendência definida,
ou haverá inclinação para
um valor fixo a ser usado como parâmetro de reversão,
prejuízos devido a muitos pois é a própria acção do preço que nos dá a indicação
sinais falsos de compra e de uma nova reversão, ou seja, o facto de aparecer
venda. uma linha de cor contrária a um determinado número,
que por norma é três, de linhas na cor actual, podendo
esse valor sim ser alterado por nós, apesar de ser
usado o valor três por defeito como o próprio nome
indica.

NOTA: É deste parâmetro usado por defeito para achar os


Esta metodologia não tem
pontos de reversão de posições, o número três, que
um valor fixo a ser usado provém o nome dado a este tipo de gráficos, o “Three
como parâmetro de Line Break”, que terá como significado em Português,
reversão, o que é uma algo como “Ruptura de Três Linhas”, pois é após a
vantagem. Podemos ruptura de um movimento de preços que tem pelo
apenas alterar o número
de linhas contrárias
menos três linhas de uma cor, com o aparecimento de
adjacentes que terão de uma nova linha de cor contrária, que é assumida nova
existir para que uma posição no mercado.
inversa possa fazer surgir
uma linha contrária, que Uma desvantagem deste tipo de gráficos e sistema de
por defeito é três como o compra e venda de um activo no mercado baseado
nome sugere, mas que
poderá conter outros
neles, é a de que os sinais de compra e venda são
números. gerados por norma quando a nova tendência já está
bem definida, ou seja, tardiamente, acabando os
traders por entrar no mercado por vezes já a meio
desse novo movimento de preços, perdendo por isso
parte dos lucros que esse movimento lhes poderia
proporcionar, acabando também por saírem a meio do
futuro movimento de preços, perdendo novamente
parte do potencial lucro tanto do movimento actual
como do futuro, sendo por isso que estes sistemas
funcionam melhor em mercados com tendências bem
definidas, pois é necessário movimentos de preços com
uma certa duração, para que os traders consigam ter

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NOTA: lucro suficiente, apesar de entrarem e saírem tarde
O sistema de trading
desses movimentos de preços, que possam compensar
implícito neste tipo de futuras perdas dadas por sinais falsos no futuro com
gráficos, à semelhança de movimentos pequenos demais para que haja lucro.
sistemas baseados em
cruzamento de preços Está na altura de vermos um gráfico sob a forma de
com médias móveis de Three Line Break para melhor o compreendermos e
parâmetros altos, dá-nos
sinais tardios de compra
estudarmos os seus pontos de entrada no mercado:
e venda, pois quando a
nova linha surge já os
preços subiram ou cairam
um bom bocado,
respectivamente. Por isso
deverão ser utilizados em
mercados com tendências
bem definidas para que
dêem lucros em
movimentos de preços
mais prolongados.

Como acabamos de ver no exemplo acima, após uma


posição longa, que apostava por isso na subida de
preços, logo após a primeira linha negra dá-se origem a
uma posição nova short, apostando na queda, e após
uma linha grande mais tarde, será dado um novo sinal
de compra, acabando o lucro por essa posição short
anterior por ser anulado, por ter entrado e saído tarde
do mercado, pois seria na abertura da segunda linha de
cada um daqueles movimentos de preços, que
entraríamos no mercado, após sabermos que a linha
anterior fechou positiva.

Devido a esse atraso, e visto que o valor de Abertura de


cada uma das segundas velas desses dois movimentos
de preços está quase aos mesmos níveis, o lucro foi
muito pouco, do que poderia ter sido num movimento
daquele tamanho, e já após algum tempo de espera.

Continuando pelo gráfico, temos logo no início daquele


movimento de preços enorme de subida, como terceira

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linha, uma linha negra e grande, mas que, por só se
poder abrir posição após três linhas de cor oposta
adjacentes, e visto que só teríamos ali duas delas, a
posição short acaba por não ser aberta, e continuamos
longos no mercado até perto do topo, em que perto dos
níveis em que o câmbio é cotado a 1.3400, surge uma
linha negra, que como se encontra após pelo menos
três linhas de cor opostas, ou seja, brancas, dá origem
a que seja aberta uma nova posição short e ficamos a
apostar na queda do mercado.

O mercado aí continua a subir, apesar de estarmos a


apostar na queda, devido às regras de utilização deste
tipo de gráficos, mas por sorte (pois seguindo estas
regras agora estaríamos apenas dependentes do
comportamento do câmbio em si), o mercado acaba por
inverter perto dos valores de 1.3600, algo que nos
poupa a maiores prejuízos, acabando nós no fim por
estarmos a ganhar em relação ao preço de entrada
anterior.

NOTA: Como podemos ver, do movimento maior que


Um Pip, termo referido no
poderíamos ter entrado perto dos 1.2100 e saído perto
texto ao lado, é a unidade dos 1.3600, acabamos por entrar apenas perto dos
mais pequena que um par 1.2300 e saído logo perto dos 1.3300, perdendo uns
cambial move, medida cerca de 500 pips de um movimento que nos poderia
principalmente utilizada dar uns potenciais 1500 pips de lucro, de onde
nos mercados de Forex.
Como exemplo, se o par
retirámos apenas uns 1000 pips de lucro, devido aos
cambial EUR/USD subir sinais tardios dado por este tipo de sistema, não
de 1,2000 para 1,2100, deixando o lucro de qualquer das formas de ser
terá uma subida de 100 considerado bastante bom e atractivo.
pips, sendo que cada pip
será de 0,0001 que é a Vamos ver mais abaixo outro exemplo mas desta vez
unidade mais pequena
possível que o par
numa altura em que não existiriam tendências fortes,
cambial poderá mover. para que se veja como ele funcionaria mal com
mercados de fraca tendência ou com muitas variações
nas cores das linhas, como foi referido antes.

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Vejamos:

NOTA: Vamos agora analisar o exemplo acima, que desta vez


As setas que indicam
vê desenhadas nele várias setas, a apontar para cima e
compra e vendas para baixo, conforme indicam o preço e altura de
acontecem nas velas entrada numa nova ordem.
seguintes às velas que os
dariam sinais de compra Elas não indicam quando o sinal foi dado, mas sim a
ou venda. Isto acontece altura de entrada numa nova posição após a o sinal ter
porque só após o fim do
período representado por
dado, pois apenas após o fecho da linha actual que dá o
uma vela Japonesa, ou sinal, é que podemos ver como ela fechou e abrir
neste caso após uma posição na vela seguinte, tendo assim uma linha de
linha contrária ser atraso sempre a abertura das ordens.
desenhada, é que
poderíamos ver que um Começamos por ver uma linha branca após mais do que
sinal foi dado e executá-
lo. Muitas vezes
três negras, causando por isso a abertura de uma nova
investidores que tentam ordem longa, para apostar na subida de preços.
programar sistemas de
trading caem nos erros Após essa subida temos uma linha negra que deu nova
de fazer o sistema ordem, desta vez de venda, pois estava após mais do
calcular os lucros como se que três linhas brancas.
dessem entrada no
mercado na própria vela
Após essa queda de preços, seria dada nova ordem,
do sinal, algo impossivel
que lhes daria lucros desta vez de compra, por ter aparecido uma linha
extraordinários quando branca, assumindo mais uma vez um lucro na posição
no fundo os sistemas anterior.
dariam muito prejuízo.
Até aqui tudo estaria relativamente bem, não seriam
aproveitados os movimentos de preços por inteiro mas

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haveria lucro nas ordens dadas, entrando nós agora
num mercado sem tendência definida e mais volátil e
lateral.

Mas esta última ordem longa já começa mal, apesar de


ter assumido um lucro positivo na ordem anterior que
foi fechada com o aparecimento desta, os preços
começam a cair, e como estão após três linhas brancas,
é dado sinal de venda, venda essa assumida na linha
seguinte já assumindo prejuízo da ordem anterior que
teria apostado na queda num valor já mais acima.

Pode-se dizer que talvez por azar, pois estamos


dependentes neste caso das decisões do sistema e não
das nossas, pois o estamos a seguir à letra, aparece
uma linha branca após exactamente três de queda, que
é o mínimo exigível para abertura de nova ordem, e aí é
dado sinal de compra, que é executado na abertura da
linha seguinte, apostando na subida desta vez e
assumindo um pequeno lucro.

Os preços acabam por cair e a ordem é mantida pois o


único sinal que poderia ter sido dado no fundo seria um
de compra, que já foi dado mais acima, de forma
ineficiente, e muito antes do tempo do que deveria ter
sido o ideal.

Os preços voltam a subir, e como aparece linha negra


após várias de subida, mais de três como é necessário,
é dado sinal de venda que é assumida na linha
seguinte, indo nós novamente contra a tendência dos
preços, apostando na queda com os preços a subirem,
mas por sorte voltaram a cair a tempo de se assumir
uma nova ordem, novamente tardia, mas que por sorte
assumiu um novo lucro na ordem anterior mas muito
pequeno.

Como jeito de conclusão a esta análise pequena a esta


forma de investir baseados neste tipo de representação
gráfica, pode-se dizer que neste exemplo acabámos de
perder pelo menos quatro oportunidades de fazer lucro

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aproveitando pequenos movimentos de preço, tendo ido
ao invés disso, contra os preços e fechado com alguma
sorte com algum lucro positivo em várias, mas dá para
ver que não se deve usar este tipo de sistema em
mercados com tendência lateral e instáveis.

NOTA: De qualquer das formas, muitos traders, estão


Quando falamos em
dispostos a aceitar esses sinais tardios e essas
lucros nos mercados pequenas desvantagens que esse sistema lhes dá, e
cambiais, Forex, com isso aceitarem o não aproveitamento de alguns
referimo-nos movimentos de preços na sua totalidade como pudemos
normalmente a pips, até ver no exemplo acima, ou mesmo assumirem prejuízos
porque esse número de
pips ganhos numa ordem,
por vezes com sinais falsos e irem contra a tendência
poderão representar muitas vezes, simplesmente por saberem que este tipo
diferentes ganhos de gráficos lhes permite apanhar bem as tendências
percentuais, com base na maiores, sendo um sistema bom para quem queira
alavancagem utilizada e apanhar tendências e deixar-se ir nelas até que
no próprio preço do par
cambial e assim a
acabem, especialmente investidores a mais longo prazo,
quantidade percentual que novamente, como pudemos ver acima, acabou de
que cada pip representa a dar um lucro de perto de 1.000 pips a quem o usou.
dado momento. Este
tema não é explorado De qualquer das formas este sistema pode ser adaptado
neste volume, pelo que também a curto prazo e não apenas a longo prazo.
quem desejar saber mais
deverá indagar um pouco
sobre pips e o Forex.
Nós podemos ajustar a sensibilidade do critério de
reversão do sistema simplesmente mudando o número
de linhas após as quais uma vela de cor diferente
origina uma nova ordem inversa, que por defeito é três,
como o próprio nome indica.

Por exemplo, os traders que investem mais a curto


prazo, podem usar duas linhas como critério para definir
inversões em vez das três por defeito, algo que faria
com que existissem mais inversões, e
consequentemente mais sinais de compra e venda, os
quais seriam dados mais cedo também, o que por um
lado ajudava-os a aproveitar melhor os pequenos
movimentos de preços e sair a tempo dos mesmos,
apesar de poder provocar também mais sinais falsos,
mas que acabaria por dar um número muito maior de
ordens do que se fossem usadas três linhas como

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critério, mas que de qualquer das formas é o que os
traders que investem a mais curto prazo querem: dar o
maior número de ordens em menos tempo para tentar
fazer mais lucro aproveitando o mais possível todas as
oportunidades que as oscilações de preços lhes dão.

Os traders que pretendem investir a mais longo prazo,


por outro lado, se tivessem como critério de inversão
quatro ou cinco linhas, veriam menos inversões e
menos sinais de compra e venda serem dados no
mesmo período de tempo, algo que lhes convém pois
gostam de dar menos ordens, e que cada ordem dada
leve mais tempo a ser fechada, de preferência por
terem lucros mais elevados, chegando alguns a
utilizarem como critério dez linhas, para investimentos
bem a longo prazo.

De qualquer das formas o parâmetro mais popular não


só entre os traders de todo o mundo, como também no
Japão, o seu país de origem, é o das três linhas, que
deu origem ao nome.

NOTA: Este tipo de gráficos é usado por muitos em conjunção


Muitos traders usam
com os gráficos de Velas Japonesas, complementando-
estes gráficos em se por vezes nas formas de analisar gráficos de muitos
simultâneo com os das traders, que usam muitas vezes os gráficos sob a forma
Velas Japonesas, os das de Three Line Break para determinar as tendências
velas para o seu trading prevalecentes, enquanto usam os gráficos de Velas
diário e os de Three Line
Break para determinarem
Japonesas para as suas trades individuais no dia a dia,
as tendências de acordo com as tendências determinadas pelo Three
prevalecentes. Line Break.

Apesar de não ser um dos mais famosos métodos de


representação gráfica, merece com toda a certeza a sua
referência e que seja conhecido por todos os traders,
quanto mais não seja para os poderem identificar no
futuro caso se deparem com um gráfico deste género
ou caso procurem formas de estudar as tendências para
não irem contra elas.

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GRÁFICOS
GRÁFICOS KAGI

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GRÁFICOS KAGI

Vamos agora estudar um outro tipo de gráficos,


novamente fruto da imaginação dos traders Japoneses
do passado, os Gráficos Kagi.

Estima-se que este tipo de gráficos tenham sido criados


por volta da altura em que o Mercado de Acções
Japonês começou a funcionar, por volta de 1870.

NOTA: Tal como o gráfico anterior e outros como os gráficos de


Os Gráficos Kagi são mais
Ponto e Figura, os gráficos Kagi também ignoram a
uma metodologia gráfica passagem do tempo, e baseiam-se puramente na acção
semelhante aos de Ponto dos preços, e são desta forma também desenhados de
e Figura e Three Line maneira diferente dos anteriores.
Break, no sentido em que
ignoram a passagem do Este tipo de gráficos é desenhado através de uma série
tempo e baseiam-se
puramente na acção dos
de linhas verticais todas interligadas entre elas, onde as
preços. direcções das linhas e a sua espessura ou cores são
escolhidas de acordo com a acção dos preços, tal como
no tipo de gráficos anterior.

Nestes gráficos, se os preços continuam a mover-se na


mesma direcção, a linha actual estende-se
verticalmente, mas se os preços revertem o seu sentido
por um determinado valor de reversão, então nesse
caso uma nova linha Kagi é desenhada numa nova
coluna.

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NOTA: Agora quanto à espessura das suas linhas, ou por
Neste tipo de gráficos,
outras palavras também poderá dizer-se “quanto à cor
alternam-se entre dois das suas linhas”, pois usam-se sempre por norma cores
tipos de linhas, diferentes para as duas espessuras diferentes das
dependendo do que dita o linhas, o método é outro: sempre que os preços
método: sempre que os ultrapassam os valores Máximo ou Mínimo anteriores, a
preços ultrapassam os
valores Máximo ou
espessura das linhas Kagi e consequentemente as suas
Mínimo anteriores, as cores, irão alterar, sendo as cores no exemplo que se
linhas ficarão mais segue azul escuro para quando são ultrapassados os
espessas e de cor azul ou valores máximos anteriores e um vermelho para os
mais finas e vermelhas, valores mínimos anteriores.
respectivamente.
Vejamos um exemplo agora de um gráfico Kagi do
câmbio Euro/Dólar com as definições de cores acima
referidas devidamente configuradas:

Como vemos, o gráfico fica com uma linha de espessura


superior sempre que é ultrapassado o Máximo anterior,
além de ficar com cor azul também, e de uma
espessura inferior sempre que é quebrado o Mínimo
anterior, ficando aí com cor vermelha.

Como podemos verificar também no exemplo acima,


pela escala horizontal temporal, os valores não têm as
mesmas distâncias, havendo anos com mais espaço
ocupado que outros, revelando que a passagem de
tempo é realmente completamente ignorada, sendo
feito o gráfico apenas com a acção dos preços.

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Acerca da sua fiabilidade, o que podemos referir é que
se tivéssemos comprado sempre que o gráfico fica a
azul e vendido sempre que o gráfico fica a vermelho,
teríamos boas chances de fazer lucros.

Isto deve-se também em parte a certas regras dos


mercados que dão muita força a certos sinais como o de
os preços ultrapassarem os máximos anteriores ser um
sinal bullish associado a continuações de subidas, e o de
os preços quebrarem os mínimos anteriores ser um
sinal bearish associado a continuações de quedas, algo
que por muitos traders levarem à letra, acaba por dar
uma certa força aos princípios que regem este tipo de
gráficos, que serão princípios seguidos também pela
generalidade dos traders no dia a dia, dando por isso
possibilidades de lucro muitas vezes.

No fundo os gráficos Kagi ilustram nada mais nada


menos do que as forças da oferta e procura num activo
financeiro, demonstrando as linhas com mais espessura
que a procura excede a oferta e as de menos espessura
que a oferta supera a procura, simplesmente, e uma
alternação entre esses dois tipos de linhas dando a
entender que o mercado está num equilíbrio de preços,
em que a oferta e procura desse activo financeiro
andam lado a lado em termos de força, fazendo com
que o gráfico vá alternando entre as duas com menos
movimento.

Escusado será dizer que o mercado estará bullish


quando as linhas estão mais espessas e neste caso a
azul, e bearish quando as linhas estão menos espessas
e neste caso a vermelho.

NOTA: É de lembrar que o sistema mais usado por defeito


O sistema utilizado por
neste tipo de gráficos, e mais simples, é o mesmo que
defeito neste tipo de foi o já referido acima, o de comprar sempre que a linha
gráficos é o de comprar passa de fina a mais espessa, ou seja, de vermelho a
ou vender, consoante as azul no exemplo acima, e vender quando a linha passa
linhas passam da cor de mais espessa a fina, ou seja, de azul a vermelho no
vermelha à cor azul ou da
cor azul à cor vermelha,
exemplo acima.
respectivamente.
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GRÁFICOS
GRÁFICOS RENKO

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GRÁFICOS RENKO

NOTA: Este é uma outra forma de representação gráfica,


Os Gráficos Renko são
também desta vez parecida com a dos gráficos de Ponto
uma espécie de mistura e Figura, de nome Renko, nome esse que ao que se
entre gráficos de Ponto e pensa, deve ter vindo do nome “renga” que é a palavra
Figura e Velas Japonesas, em Japonês para “tijolos”, que é uma palavra que
em que cada “tijolo” de poderá ser bem aplicada ao que este gráfico parece ter:
queda é preenchido
normalmente a vermelho,
um conjunto de pequenos tijolos que representam a
e cada “tijolo” de subida acção dos preços, à semelhança das caixas dos gráficos
vazio e estando no de Ponto e Figura mas com a diferença das caixas
gráfico desenhados a serem iguais em formato mudando apenas a sua cor.
azul. Estes gráficos são
desenhados ignorando a No fundo, pode-se dizer que este tipo de gráficos é uma
escala temporal e
representando puramente
espécie de mistura entre gráficos de Ponto em Figura,
a acção dos preços. por cada caixa aqui representar uma determinada
variação mínima de preços, e os gráficos Three Line
Break, pois são representados por caixas iguais,
mudando tal como nesse outro tipo de gráficos apenas
a sua cor, preenchidos tal como as Velas Japonesas,
caixas vazias quando é de subida, normalmente
desenhadas numa cor, como a do exemplo abaixo a
azul, e caixas cheias quando é de queda, normalmente
desenhadas e preenchidas a uma outra cor, como a do
exemplo abaixo que está a vermelho.

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Vejamos um exemplo de um gráfico Renko:

Aqui temos um exemplo de um gráfico Renko, que


como podemos ver torna a visualização da acção dos
preços muito simples e a sua interpretação também.

NOTA: Num gráfico Renko, cada caixa, que é o nome dado nos
Nos Gráficos Renko, como
gráficos de Ponto e Figura, é chamada aqui por “brick”,
visto já acima, cada caixa ou seja, “tijolo”, traduzido à letra para Português, mas
é designada de “tijolo”, vários traders lhes chamam linha também, entre outros
ou “brick” em Inglês. nomes.

NOTA: Cada tijolo neste tipo de gráficos, só será desenhado


Nestes gráficos, cada
caso os preços se movam um determinado montante
tijolo só é desenhado mínimo, que será o tamanho do tijolo em questão,
caso os preços se movam sendo todos os tijolos de tamanho igual, à semelhança
um determinado das caixas dos gráficos de Ponto e Figura.
montante mínimo, à
semelhança das caixas Como exemplo, podemos pensar que um movimento de
dos gráficos de Ponto e
Figura, ignorando a
preços de vinte pips, seria traduzido em cinco tijolos de
escala temporal. quatro pips cada, se o tamanho predefinido de cada
tijolo fosse de quatro pips, ou dois tijolos de dez pips,
se cada tijolo tivesse um tamanho predefinido de dez
pips.

A análise do gráfico de forma a detectar novas


tendências, é extremamente simples de ser feita,
devido à sua simplicidade.

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NOTA: Nos gráficos Renko, as reversões de tendências, são
Nos gráficos Renko as
basicamente assinaladas com o aparecimento de um
reversões de tendência tijolo de cor diferente da dos tijolos anteriores, ou seja,
são teoricamente ditadas com o aparecimento de um tijolo branco após um tijolo
com o aparecimento de negro, ou de um tijolo negro após um tijolo branco.
um tijolo de cor diferente
do anterior. Visto assim as coisas, um tijolo branco após um negro
assinalaria o princípio de uma nova tendência de
subida, e um tijolo negro após um branco assinalaria o
princípio de uma nova tendência de queda.

Agora este tipo de gráficos e sistemas, tal como alguns


anteriores que já estudámos, são sistemas seguidores
de tendência, que darão sinais um pouco tardios por
vezes, e que poderão acabar por entrar numa tendência
um pouco tarde, e também dar prejuízo em alturas em
que o mercado não tenha tendência predefinida e ande
um pouco de lado, em vez de ter uma tendência de
subida ou queda, podendo o trader acabar por entrar no
mercado já com a tendência a acabar, por ser pequena,
apesar de ter acabado de começar.

De qualquer das formas, tal como os outros sistemas já


estudados do mesmo género, a expectativa destes
sistemas é a de se conseguir tirar o maior proveito de
tendências de subida ou queda grandes para fazer
lucros, algo que este sistema consegue, não se
importando os traders de ter alguns eventuais prejuízos
e sinais falsos nas alturas em que o mercado não tem
tendência de subida ou queda formadas.

Vamos ver mais abaixo um exemplo de um gráfico


Renko mas já com tendências formadas para vermos de
que forma ele tira proveito das mesmas para se fazer
lucros.

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Vejamos:

Como vimos no gráfico acima, se neste período de


tempo do câmbio Euro/Dólar, sempre que víssemos um
tijolo de uma cor diferente surgir, que marcaria o
começo de uma nova tendência contrária à actual,
entrássemos numa nova posição de acordo com a
tendência nova que esse tijolo nos sugerisse logo na
Abertura do tijolo seguinte, ou seja, no começo do
período de tempo representado pelo tijolo seguinte, se
formos a ver pelo gráfico, teríamos tido lucros bons na
maioria das ordens que daríamos durante este período
de tempo em especial, tendo sido este período temporal
escolhido para o efeito especialmente devido à
tendência bullish que nele se verificava, pois num
período sem tendência os resultados seriam muito
piores.

Como este tipo de gráficos filtram os pequenos


movimentos de preços inferiores ao movimento de
preços representado por cada tijolo, simplifica bastante
a nossa visualização da acção de preços e das
tendências em geral, ajudando-nos também a evitar
sinais falsos dados por movimentos irrelevantes de
preços para o gráfico em questão, de acordo com as
nossas definições de quanto cada tijolo valeria em
termos de movimento de preço.

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É de reparar também que nos dias em que o preço se
moveu mais, podemos ver pela escala horizontal
temporal que os dias ocupam mais espaço na lateral,
devido a cada caixa representar um determinado valor
fixo de movimento de preços, e por isso terem de ser
desenhados esses tijolos dentro do espaço temporal
desse dia, e tendo os dias com menor movimento de
preços menor espaço ocupado, ou sendo mesmo
inexistentes certos dias nessa tabela temporal, visto
não ter sido atingido neles o movimento de preços
mínimo necessário à criação de um novo tijolo no
gráfico.

Filtrando todos os movimentos de preços que


consideramos insignificantes para uma análise mais
calma do gráfico, eliminando algum do “ruído” que nos
possam confundir as análises no dia a dia, podemos ter
aqui uma ferramenta importante para análise de
tendências de forma fácil também, sendo contudo, tal
como os últimos tipos de gráficos que acabámos de
estudar, difíceis de encontrar em qualquer programa de
análise técnica, sendo que apenas alguns permitem o
uso deste tipo de gráficos.

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GRÁFICOS
CONCLUSÃO SOBRE O ESTUDO DOS GRÁFICOS

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CONCLUSÃO SOBRE O ESTUDO DOS GRÁFICOS

E assim damos por concluído o estudo dos gráficos em


geral e dos diversos tipos de gráficos mais usados no
mundo dos investimentos, sendo o gráfico a ferramenta
mais importante de um analista técnico.

Quem nunca viu o que era um gráfico, com esta obra


acabou por aprender o que é um gráfico e como se
interpreta um, entre outras coisas, além de estudar os
tipos de gráficos mais famosos.

Estudámos também padrões existentes em vários tipos


de gráficos que nos permitem identificar possíveis
tendências futuras e inversões de tendências, que
usadas no dia a dia pelos traders serão ferramentas
importantes no objectivo de atingir lucros e valorizar as
suas carteiras.

Foi dado como tipo de gráfico preferencial a ser usado


pelos traders, os gráficos de Velas Japonesas, tendo
sido explicado o porquê dessa escolha, e tendo sido por
isso o que teve matéria mais desenvolvida e com mais
exemplos, tanto pelo seu poder e facilidade de detecção

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NOTA: e leitura de padrões importantes, como por ser
A principal conclusão que
extremamente completo em termos dos dados que nos
tiramos pelo que foi fornece, além de existir em qualquer programa de
escrito até agora nesta trading, para não falar das vantagens que tem sobre os
obra é a de que os demais tipos de gráficos que representam o passar do
Gráficos de Velas tempo e não apenas as acções de preços, sendo estes
Japonesas saem da
mesma como os grandes
últimos um caso à parte mas continuando os gráficos de
vencedores e serão os Velas Japonesas a serem preferenciais a eles.
recomendados para uso
por parte dos traders nas Agora, sabendo já que tipo de gráficos usar, como o
suas análises técnicas. escolher, como o ler e interpretar, como encontrar
padrões nele e tentar prever inversões de tendência
futuras nos preços, passaremos ao passos seguintes,
em que já se partirá do princípio que a matéria sobre os
gráficos de Velas Japonesas foi aprendida.

Como metodologia de representação gráfica


recomendado para qualquer trader usar no dia a dia,
fica a que mereceu mais destaque e maior estudo, os
gráficos de Velas Japonesas, e que será alvo de mais
estudo abaixo quando estudarmos os seus padrões,
podendo os outros tipos de gráficos serem
complementos dos mesmos também, ou usados pelos
traders, não deixando as Velas Japonesas de serem as
representações gráficas de eleição nestes estudos.

Sem quaisquer problemas ou reservas, os gráficos de


Velas Japonesas são eleitos nesta obra como os ideais e
extremamente recomendada a sua adopção para
qualquer novo investidor.

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A TENDÊNCIA
AS TRÊS DIRECÇÕES DA TENDÊNCIA

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A TENDÊNCIA
AS TRÊS DIRECÇÕES DA TENDÊNCIA

NOTA: Vamos agora estudar o conceito de Tendência.


É sabido que os preços se
movem, e se movem de
Este conceito é um dos principais conceitos na Análise
forma tendencial, Técnica, senão o principal, pois uma das assumpções da
seguindo uma Análise Técnica é a de que os preços têm tendências.
determinada tendência a
cada momento. A No fundo, o a Tendência, ou “Trend” como é dito na
Tendência é no fundo a língua Inglesa, é simplesmente a direcção ou sentido
direcção ou sentido que
os preços seguem no
actuais do mercado (ambas as palavras estarão
mercado, que poderá ser correctas), tendência essa que poderá ser ascendente,
de subida (“bullish”), de ou seja de subida (ou bullish, em Inglês), descendente,
descida (“bearish”), ou ou seja de descida (ou bearish, ou Inglês), ou
lateral (“sideways”), poderemos ter uma tendência lateral, que como o nome
sendo que na última, a
lateral, se pode dizer
associado em Inglês diz, “sideways”, será uma
também que os mercados tendência em que os preços andam “de lado” pelo
se encontram “sem gráfico, não demonstrando grande subida ou queda de
tendência”, ou “trendless” preços, que muitos chamam também de períodos de
em Inglês, pois andam os tempo sem tendência “trendless”, que podem ser
preços no geral de lado e
não possuem uma
designados também como movimentos de preços que
direcção clara, tanto não possuam uma direcção clara.
subindo como caindo mas
mantendo um movimento Muitos poderiam dizer que há uma diferença entre o
lateral. significado das palavras sentido e direcção, podendo
haver uma direcção com dois sentidos opostos, mas
neste caso a palavra direcção é bem aplicada, pois os

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gráficos são lidos sempre da esquerda para a direita, de
acordo com a escala temporal dos mesmos, existindo
por isso apenas um sentido possível em cada direcção
que os preços tomem, que será o da esquerda para a
direita, havendo assim três direcções principais
possíveis, cada uma delas com um sentido único.

Vejamos agora as três direcções (ou sentidos) principais


existentes nos mercados:

Pelo que pudemos ver no gráfico de linhas acima, há


uma linha cheia de curvas e contínua, que representa a
uma hipotética acção de preços, ou seja, o movimento
de preços durante o período de tempo representado
acima.

Nesse movimento de preços, podemos detectar três


tendências principais.

Inicialmente uma tendência bullish, em que se verifica


uma subida de preços.

A meio desse movimento, essa tendência bullish


termina e dá origem a uma nova tendência em
sideways, ou seja uma tendência lateral de preços, em
que os preços vão oscilando ligeiramente mas sem se
verificarem nem subidas nem quebras significativas de
preços.

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Finda essa tendência lateral, dá-se início a uma nova
tendência bearish, em que se verifica uma descida de
preços, até ao fim do gráfico.

As pequenas setas servem apenas para representar as


pressões compradoras e vendedoras que provocam as
tendências, representando as laterais alturas em que a
oferta e a procura andam relativamente equilibradas,
estando os preços estagnados dentro daquela zona.

São estas as três tendências principais do mercado que


podemos verificar no dia a dia, ou estará o activo
financeiro em estudo com uma tendência de subida, ou
com tendência de descida, ou verificamos que se
encontra em tendência lateral, ou segundo alguns
gostam de dizer designar também, sem tendência, mas
sendo em princípio mais comum o termo de tendência
lateral.

Já pudemos ver pelo exemplo acima, de forma simples,


como podem ser as tendências num mercado.

Mas na realidade a tendência nem sempre é tão fácil de


descobrir como foi nos exemplos artificiais acima
demonstrados.

Vejamos um exemplo retirado de um gráfico diário real


do câmbio Euro/Dólar:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 191


NOTA: Como vimos o mercado é meio errático, e é composto
Os mercados são sempre
não por linhas rectas mas sim por subida e quedas
geralmente um pouco constantes de preços, mas que acabam por definir uma
erráticos, pelo que a meio tendência, pois se vão movendo numa certa direcção ao
de uma subida, descida longo do tempo, uma das três estudadas por nós acima.
ou mesmo tendência
lateral, há sempre Não é preciso ser-se um génio matemático para se
subidas e descidas, em
vários movimentos, e isso
perceber que no gráfico acima há várias tendências
faz com que se tenha de distintas.
ter alguma atenção antes
de se ver que tendências Vamos tentar agora definir as tendências principais
existem num gráfico e visíveis no gráfico anterior:
qual é a tendência actual.

Acabámos de ver desenhadas no gráfico acima, quatro


setas junto aos gráficos, representantes de quatro
pequenas tendências que ocorreram entre o fim do ano
de 2003 e meados de 2004 no câmbio EUR/USD.

Podemos identificar muito facilmente uma tendência


inicial de subida logo no princípio do gráfico.

Chegando ao topo, apesar de ser mais subjectivo,


vemos que durante o mês de Janeiro e parte do de
Fevereiro, a tendência de subida acabou, não havendo
também uma tendência de descida, havendo apenas
alguma oscilação nos mercados durante esses dias, mas
andando o mercado de lado, mantendo-se nos mesmos
níveis de preço, com uma amplitude de oscilações de
apenas quatro porcento nesses meses, mas acabando

www.LivroDaBolsa.com Pág. 192


esse período de tempo por ficar nos mesmos valores
com que foi iniciada, ou seja sem variação significativa,
podendo assim ser considerada como tendência lateral
de preços durante esse pequeno período.

Após o segundo topo de mercado, na casa dos 1.2900,


podemos ver que se dá início a uma nova tendência,
desta vez de descida que se prolonga até perto dos
1.1700, que será seguida de uma nova tendência de
subida de preços, que acaba posteriormente por levar
os preços muito acima desses valores.

Esta análise de tendências foi feita tendo em conta o


prazo em que são avaliadas essas mesmas tendências e
o período de tempo do gráfico.

NOTA: Neste caso, foram evidenciadas tendências não com


As tendências mostradas
poucos dias ou semanas de vida, mas sim tendências
no gráfico acima existem com meses de vida.
com o período de tempo
seleccionado acima para Se estivéssemos a analisar com um gráfico horário,
as velas, sendo que se dentro do período de tendência lateral que temos no
alterarmos o período de gráfico, poderíamos identificar muitas tendências de
tempo das mesmas, as
tendências poderão ser
subida e descida pelo meio, como iremos estudar mais
outras, porque dentro de tarde.
uma tendência poderão
existir várias, e estas Mesmo neste gráfico, se aceitarmos como tendências as
várias poderão ser parte que tenham apenas uma semana de duração, ou seja,
de apenas uma se com pelo menos entre cinco a sete velas diárias
tivéssemos escolhido um
período de tempo
correspondentes a cada semana, poderemos ver não
superior para as velas quatro tendências mensais como descrito acima mas
como por exemplo velas sim mais de dez, umas muito mais curtas.
de uma semana de time
frame. Já foram estudadas quais as direcções possíveis que a
Tendência pode tomar num determinado mercado ou
activo financeiro, iremos passar de seguida ao estudo
dos vários tipos de tendência, que também envolverá
algum estudo relativamente à periodicidade das
mesmas, conforme o ponto referido acima.

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A TENDÊNCIA
OS TIPOS DE TENDÊNCIAS

www.LivroDaBolsa.com Pág. 194


OS TIPOS DE TENDÊNCIAS

NOTA: Já estudámos as várias direcções que a Tendência pode


Até aqui já foi estudado
assumir, mas como foi referido acima, há vários tipos
que a Tendência pod de tendências que podem existir no mesmo gráfico, em
assumir três direcções, e que foi dito que um período composto por uma
que dentro de cada tendência com velas diárias, poderia conter várias
tendência poderão existir tendências mais pequenas com velas horárias, por
outras sub-tendências
mais pequenas, além de
exemplo.
que os mercados não se
movem em linhas rectas Porque dentro de uma semana podem existir duas ou
mas sim sob a forma de três ou mais tendências de alguns dias, e dentro de
Zig Zags, mesmo tendo cada dia várias sub-tendências de várias horas, e por aí
uma tendência bem adiante.
definida.
Vimos também que os mercados não se movem em
linhas rectilíneas como as setas vistas nos gráficos
anteriores, e sim de forma muito mais errática, sob a
forma de zig-zags constantes compostos pelas velas
que representam os movimentos de preços, dando
mesmo esse comportamento de mercados sob a forma
de zig-zag o nome a um indicador que iremos estudar
mais tarde, o “Zig Zag”.

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Vejamos um exemplo possível de um hipotético gráfico
de linhas representando o movimento de preços de um
activo financeiro num dado período de tempo:

NOTA: Vimos no gráfico anterior, uma linha que pelo seu


Normalmente designamos
percurso vai tendo vários movimentos contrários mas
estes altos e baixos que com uma determinada tendência dominante, que leva
compõem os movimentos os preços a determinados níveis.
de preços os mercados,
de ondas, ou waves em O nome mais usado e possivelmente o mais apropriado
Inglês, e dizemos assim para designar estes altos e baixos constantes dos
que os preços se movem
em ondas, mesmo
mercados, será “Ondas” (ou “Waves”, em Inglês).
quando o fazem em
tendências bem definidas. No fundo estes gráficos são constituídos por pequenas
ou grandes ondas que representam as flutuações dos
preços dos activos financeiros em análise em
determinados períodos de tempo.

Como podemos ver acima, onde parecemos ter três


ondas maiores cada uma constituída por três ondas
mais pequenas, cada onda pode ser composta de outras
ondas de tamanho inferior, que revelam tendências a
mais curto prazo que a que eles constituem, e pode ser
ao mesmo tempo parte de uma onda maior, numa
tendência a mais longo prazo que a actual.

Há ondas pequenas que compõem uma onda maior, que


fará parte por sua vez, juntamente com outras ondas de
tamanhos parecidos, de uma onda ainda maior, e é
assim que o mercado é constituído, em termos de

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tendências: por várias ondas de vários tamanhos e
amplitudes diferentes, dependendo do período de tempo
em análise, dando origem a várias, umas englobando
outras, como iremos estudar mais adiante.

Vejamos agora o exemplo dado acima, mas com cada


onda identificada, para posterior referência, com letras
de “A” a “C”, conforme a ordem em que as ditas ondas
aparecem dentro de cada onda superior:

Como podemos verificar, com este exemplo acima,


temos na linha mais fina e clara, um total de nove
ondas pequenas, em três fases.

Se repararmos existem as ondas “A”, “B” e “C” após


uma ligeira subida, vemos novamente três ondas iguais
após subir mais um pouco, e por fim, após uma
pequena queda, novamente três ondas iguais, antes de
terminarmos o gráfico.

NOTA: Estas tendências poderiam ser consideradas como


Às pequenas tendências
Tendências Menores (ou “Minor Trends”, em Inglês).
que ocorrem dentro de
tendências maiores, Agora, se virmos cada uma dessas três fases que
costumamos designar de contêm as três ondas descritas acima, individualmente,
Tendências Menores (ou temos a linha a meio a cinzento, onde podemos ver
“Minor Trends” em apenas três ondas, a “A”, a “B” e a “C”, englobando
Inglês).
cada uma delas, as três ondas mais pequenas.

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NOTA: Ou seja, basicamente, onde antes víamos em termos de
Às tendências que vão
tendências a mais curto prazo, nove pequenas
englobar as tendências tendências de subida e nove pequenas tendências de
menores, ou seja, descida, representadas pelas nova ondas que podemos
tendências que acabam ver na primeira linha mais fina, agora vemos em termos
por ser maiores que as de tendência a um prazo superior, apenas três
tais menores que
estudámos e onde dentro
tendências de subida e três de descida, verificadas pelo
de uma tendência movimento dos preços que por sua vez é representado
poderão existir várias pela linha do meio a cinzento, que de certa forma
tendências menores, representa aquilo que poderemos chamar de Tendências
iremos designar de Secundárias (ou “Secondary Trends”, em Inglês).
Tendências Secundárias
(ou “Secondary Trends”,
em Inglês). Estas
Este tipo de tendências é também chamado de
tendências podem ser Tendências Intermédias.
também designadas de
Tendências Intermédias, Por fim se olharmos com atenção para o exemplo,
por se encontrarem entre vemos que mesmo nessa linha que representa a
as tendências menores e tendência secundária, a cinzento, há uma certa
outras que serão maiores
que estas, as primárias.
tendência de subida até ao meio do exemplo, seguida
de uma tendência de descida até ao fim do exemplo.

No fundo há duas tendências primárias, maiores que as


secundárias, que as abrangem.

NOTA: Basicamente temos uma única onda, que é suposto


A Tendência Primária,
representar a Tendência Primária (ou “Primary Trend”,
será a tal tendência em Inglês), com uma tendência de descida até meio do
referida acima, que irá ter exemplo seguida de uma tendência de queda até ao fim
dentro de si várias do mesmo, tendência primária essa que é composta
tendências secundárias, e neste caso por seis pequenas tendências secundárias,
que por sua vez as
secundárias terão várias
representadas por três ondas, sendo cada uma delas
tendências menores composta por outras seis pequenas tendências menores
dentro. Esta Tendência cada, representadas por três ondas mais pequenas.
Primária (ou “Primary
Trend”, em Inglês), é A Tendência Primária é também chamada de Tendência
também designada de Principal por muitos.
Tendência Principal por
muitos.
A Teoria de Dow, algo a ser estudado posteriormente,
classifica a Tendência Primária como uma tendência
com duração superior a um ano, a Tendência
Secundária como uma tendência com uma duração de

www.LivroDaBolsa.com Pág. 198


NOTA: entre três semanas a um mês, e a Tendência Menor
A teoria de Dow diz-nos
com uma duração inferior a duas ou três semanas, mas
que a Tendência Primária não passa de uma teoria, pois na prática, podemos
tem normalmente uma considerar esses três tipos de tendências em períodos
duração superior a um superiores ou inferiores, conforme o mercado, sendo a
ano, que a Tendência mesma teoria muito relativa não só ao tipo de mercado
Secundária tem uma
duração entre três
como aos tempos em que ocorrem, sendo que os
semanas e um mês, e mercados hoje em dia diferem dos mercados de quando
que a Tendência Menor essa mesma teoria foi feita.
tem uma duração inferior
a duas ou três semanas. A ideia subjacente contudo, continua válida.
Claro que é só uma
teoria, e na realidade não
terá de ser 100% exacta,
mas aproxima-se muito
da realidade no geral.

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A TENDÊNCIA
OS TRADERS E AS TENDÊNCIAS

www.LivroDaBolsa.com Pág. 200


OS TRADERS E AS TENDÊNCIAS

NOTA: Se um trader aposta na subida dos preços, deve-o ter


Os traders tentam
feito ou por a tendência actual ser de subida, ou por
adivinhar as tendências, pensar que a tendência futura irá ser de subida,
quando começam e invertendo de uma possível tendência descendente ou
acabam, e tentam estar lateral actuais.
sempre do lado delas,
pois falhar essa previsão Para todos os efeitos, e isto é aplicável a qualquer
significa entrar no
mercado contra a
trader, se o mesmo quer ter lucros, tenta estar sempre
tendêcia actual e perder do lado da tendência que se julga que os preços irão ter
dinheiro, e não descobrir após esse mesmo trader entrar no mercado, e falhar
que ela terminou a tempo esse julgamento sobre a futura tendência, será falhar
significa reduzir o lucro no objectivo de alcançar lucros futuros.
potencial que teriam se
fechassem a tempo as
suas posições.
No fundo os traders tentam adivinhar as tendências que
se irão verificar no futuro para terem lucros.

É por essas razões que se diz que a tendência é nossa


amiga, pois é algo que devemos ter do nosso lado e
nunca tentar ir contra ela, ou poderemos ter maus
resultados no futuro, caso vamos contra ela e ela não
se inverta, pois não se faz lucro abrindo posições no
mercado contra a tendência actual, se ela não inverter
para ficar do nosso lado.

Por estas razões, devemos sempre negociar a favor da


tendência corrente, ou caso tentemos prever uma

www.LivroDaBolsa.com Pág. 201


NOTA: inversão de mercado com algumas certezas e
A Tendência é nossa
fundamentos, a favor do que achamos que vá ser a
amiga, e devemos tê-la tendência no momento em que iremos abrir a nova
sempre do nosso lado, e posição, mas sendo esta segunda hipótese algo mais
assim nunca devemos arriscado, por estarmos a ir contra a tendência.
abrir posições que vão
contra a tendência actual. Vejamos um exemplo de como se pode perder dinheiro
Quem o faz só tem
sucesso se adivinhar o
por se tentar apostar contra a direcção da tendência
fim da tendência e corrente:
começo de outra e para
isso é necessário muita
prática.

Neste gráfico diário do câmbio Euro/Dólar, podemos ver


os últimos dois meses do ano de 2003.

Imaginemos que abrimos uma posição longa, ou seja,


apostando na subida dos preços, logo na segunda barra
visível, como se vê no exemplo pela seta inicial azul
apontada para cima, marcando a abertura de uma
posição longa.

Imaginemos agora que iríamos de férias na décima


primeira vela, e que teríamos de decidir se deixaríamos
posição aberta longa ou curta, apostando na subida ou
descida de preços, e que só voltaríamos no início do ano
seguinte, um mês depois.

Teríamos duas opções, ou deixarmo-nos ir na


tendência, que era de subida e que nos faria manter a
posição longa, ou devido a termos tido algumas velas
negras apostarmos numa inversão de tendência e

www.LivroDaBolsa.com Pág. 202


possível nova tendência de descida, e assim abrir
posição inversa, ou seja curta, apostando na descida.

Teremos assim no gráfico uma seta vermelha a apontar


para baixo, um sinal de venda nesse dia.

Temos assim também duas linhas horizontais em baixo,


uma ao nível dos 1.1515, que seria o preço de abertura
da vela do dia em que se abriu posição longa
inicialmente, e outra nos 1.1773, preço de abertura da
vela do dia em que se fechou a posição longa e abriu
posição curta.

Entre essas duas linhas horizontais que marcam a


entrada e saída da posição longa, temos uma linha
vertical azul que indica o intervalo de preços percorrido
por essa posição longa, ou seja, basicamente o lucro
que essa ordem obteve, para mais fácil visualização da
performance das duas ordens.

Mais acima, na penúltima vela, temos uma seta azul


novamente, que marca o regresso das hipotéticas férias
e o fecho da posição curta, e abertura de uma nova
posição longa, que por acaso neste dia ocorreu não no
começo do dia mas no fim do dia, nos 1.2818, valor de
fecho dessa vela diária, havendo uma linha horizontal
novamente a marcar esse nível.

Temos assim também uma linha vertical vermelha à


esquerda, marcando o intervalo de preços entre o preço
de abertura e fecho dessa ordem curta, o seu prejuízo.

NOTA: Como pudemos verificar, essa linha vertical vermelha é


Um dos erros mais
muito superior à linha vertical azul, indiciando que o
comuns por parte dos prejuízo provocado pela ordem curta, foi bastante
traders é o de irem superior ao lucro originado pela ordem longa anterior.
contra a Tendência.
Isto deveu-se simplesmente por um dos erros mais
comuns praticados pelos traders no dia a dia nos
mercados financeiros: o erro de ir contra a Tendência.

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NOTA: Por vezes há boas razões para se ir contra a tendência
Só quando traders
dominante, por se achar que se está perante a inversão
experientes, mediante da mesma e o começo de uma tendência inversa, mas
muito boas razões para essas situações devem basear-se em sinais válidos além
se ir contra a tendência de serem acompanhadas pelo trader, pois se os sinais
actual, ou seja, razões são falsos, podem surgir perdas elevadas por estarmos
que apontam para o fim
da mesma e começo de
na direcção contrária do mercado.
uma inversa depois, é
que se pode ir contra a Não existindo essas razões que nos levam a crer que a
tendência e ter lucro. Mas inversão da tendência corrente está prestes a
é um risco e é necessário acontecer, ou mesmo não podendo nós estar no
conhecimento e prática mercado para acompanhar essa inversão de posições da
para o correr. Sem essas
muito boas razões, não
nossa parte para ver se nos damos bem ou não, é
se deve nunca ir contra a muito arriscado inverter posições e ir contra a
tendência sem certezas. tendência.

Neste caso o facto de irmos contra a tendência sem


acompanhar o desenvolvimento da situação,
levar-nos-ia a um mês de perdas sem acompanhamento
da nossa carteira, contra a tendência de mercado.

NOTA: Se tivéssemos deixado neste caso posição aberta a


Quanto temos de estar
favor da tendência teríamos tido um lucro bastante
ausentes do mercado, grande em comparação com o que tivemos subtraído do
poderemos sempre optar prejuízo da segunda ordem.
pela opção de fecharmos
posições e ficarmos assim Quando se tem de deixar o mercado por uns dias, e se
“off the market”, ou seja, tem dúvidas sobre o desenrolar futuro do mercado,
fora do mercado. Assim
não teremos ganhos mas
pode-se sempre tomar como opção o fecho de posições
também não teremos e ficar “off the market”, ou seja, fora de mercado, pois
prejuízo. Claro que o assim não teremos ganhos mas evitaremos possíveis
ideal se pensarmos que a quebras durante um período no qual não teremos
tendência actual irá qualquer controlo sobre a nossa carteira.
continuar por algum
tempo, será manter
posição e tentarmos estar
Nesse caso manteríamos o lucro pequeno da primeira
a par das cotações posição longa, marcado pela pequena linha vertical a
durante o dia para evitar azul, e evitado o prejuízo marcado pela enorme linha
surpresas desagradáveis. vertical a vermelho.

Como acabámos de ver, dada a importância da


tendência para os lucros de um trader, não será de

www.LivroDaBolsa.com Pág. 204


NOTA: estranhar que seja considerada pela maioria como o
Pode-se dizer que a
factor mais importante dentro da Análise Técnica, e que
Tendência é o factor mais por isso todos os esforços dos analistas técnicos se
importante dentro da foquem essencialmente no estudo das tendências, tal
Análise Técnica e que é o como todas as ferramentas usadas por eles para análise
factor que todos tentam dos gráficos se destinem a analisar as tendências do
adivinhar, pois quem está
do lado da tendência tem
mercado, tanto a passada e corrente, como a previsão
lucro certo. do início de tendências futuras, tentando estar sempre
do lado das mesmas.

NOTA: Quando um trader abre uma posição no mercado, acaba


Os traders que entram no
por o fazer para se deixar ir a favor da tendência actual
mercado contra a e com isso tentar fazer lucros, esperando que a
tendência por acharem tendência corrente não esteja para terminar tão cedo e
que a mesma já possibilitando-o de atingir os seus lucros, ou então abre
terminou, e que se posição contra a tendência corrente, pensando que ela
arriscam a cometer mais
erros, fazem-no para
estará para inverter brevemente e que em breve tenha
tentar ganhar o mais a tendência do seu lado, sendo aí um dos primeiros
possível com cada traders a entrar no ponto certo e a fazer bons lucros,
tendência, entrando o mas a segunda opção de ir contra a tendência por se
mais cedo possível nelas, pensar que esteja para haver uma inversão será sempre
e saindo o mais cedo
possível nelas enquanto o
a mais arriscada, pois deve-se sempre ir de acordo com
ganho é elevado. uma tendência que vejamos que esteja confirmada, se
queremos jogar pelo seguro.

Devido aos erros que muitos traders acabam por fazer


por ir contra a tendência, é que há frases famosas como
a “never try to catch a falling knife”, que em Português
significa “nunca tente apanhar uma faca em queda”.

Neste caso a faca em queda seria geralmente associada


a algum activo financeiro, como por exemplo uma acção
de uma empresa, que estivesse a meio de uma queda,
normalmente forte, e nesse caso, o acto de apanhar a
faca em queda, seria o de tentar apanhar esse activo
financeiro em plena queda, ou seja, abrir posição longa
e com isso apostar na subida desse activo, a meio da
queda.

Na realidade, não deixa de ser um acto perigoso quando


se tenta apanhar uma faca em queda, pois pode dar

www.LivroDaBolsa.com Pág. 205


NOTA: origem a ferimentos e a faca acabar por cair na mesma,
Uma frase famosa dos
o que no caso dos investimentos, pode dar origem a
mercados é: “never try to que o activo financeiro continue a cair após o trader
catch a falling knife” e abrir posição, causando-lhe ferimentos na carteira,
seria algo como “nunca devido aos prejuízos da posição errada que acabou de
tente apanhar uma faca assumir.
em queda”. Poderá
representar algo como
existir uma tendência
Especialmente no Forex, esse ditado aplica-se
forte de queda, e um literalmente tanto às subidas como às quedas de
trader pensar “já caiu preços, pois no fundo quando a cotação do par cambial
muito, não deve cair Euro/Dólar está a subir, no fundo pode-se dizer que a
mais”, ou outro cotação do par cambial Dólar/Euro está a cair, pelo que
pensamento errado como
“está já muito barata”, e
a subida do Euro face ao Dólar, será a queda do Dólar
assim entrar no mercado face ao Euro, ou seja um trader cuidadoso também não
contra a tendência, e os abrirá posições curtas, apostando na queda de um par
preços continuarem a cair cambial, a meio de uma subida forte do mesmo, sem
e perder dinheiro. Quem ver primeiro sinais de inversão ou mesmo o início da
tenta apanhar uma faca
em queda, magoa-se.
mesma.

Concluindo, devemos sempre prestar o máximo de


atenção à tendência corrente e futura, e evitar ir contra
a mesma em todas as ocasiões, a não ser para quem
tem motivos fortes para pensar que a mesma irá
inverter em breve e bastante experiência adquirida.

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A TENDÊNCIA
ESTUDO DE TENDÊNCIAS EM GRÁFICOS REAIS

E O ZIG ZAG

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ESTUDO DE TENDÊNCIAS EM GRÁFICOS REAIS E O
ZIG ZAG

Vamos agora tentar identificar os vários tipos de


tendências, primárias, secundárias e menores, em
vários gráficos reais retirados dos pares cambiais
Euro/Dólar.

NOTA: Para melhor identificarmos as diferenças entre esses


O Zig Zag é um indicador
vários tipos de tendências, é necessário que as mesmas
cujo nome vem do seu sejam identificadas nos gráficos, e isso será feito com o
efeito visual nos gráficos, auxílio de um indicador conhecido por Zig Zag, nome
onde desenha várias escolhido em parte pelo seu efeito visual nos gráficos,
linhas em formato de zig visto que ele desenha linhas em “zig zag” pelo gráfico.
zag. Este indicador serve
para nos ajudar a
visualizar melhor as
É de ter em atenção que este indicador apenas nos
tendências unindo pontos ajuda a identificar melhor tendências correntes, e não a
de reversão de tendência defini-las com exactidão, pois ele o que faz é
calculados de acordo com basicamente unir pontos de inversão segundo
certos parâmetros por parâmetros que lhe atribuímos.
nós definidos.
Por essa razão, os exemplos que iremos ver abaixo
dados como tendências nos gráficos desenhadas por
essas linhas desse indicador, não serão perfeitos,
servindo apenas para se poder visualizar como serão
identificadas e interpretadas os diversos tipos de
tendência num gráfico.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 208


Iremos melhorar o estudo das tendências
posteriormente e aí veremos aprofundada da melhor
forma esta matéria.

NOTA: Existem indicadores que são usados na Análise Técnica


Muitos deverão já saber o
pelos traders no dia a dia e que são basicamente
que são mas, indicadores ferramentas que por norma nos mostram nos gráficos
são de certa forma vários dados que nos ajudam a identificar tendências
ferramentas que nos entre outras coisas, quer seja sobre a forma de linhas,
ajudam a visualizar os pontos, entre outras, que será algo que iremos estudar
mais diversos tipos de
dados em gráficos para
posteriormente.
nos ajudar a identificar
tendências, entre várias De entre esses indicadores, o Zig Zag é um indicador
outras coisas. Como que de certa forma representa os movimentos dos
exemplos de indicadores preços, mas que filtra mudanças inferiores a um
podemos dar por exemplo determinado valor, ou seja, se tivermos como valor de
as médias móveis, que
nos mostram as médias
mudança mínimo trinta pips, e o mercado tiver dez
de preços dos últimos x oscilações de apenas dez pips, não chegando ao mínimo
dias. dos trinta, o indicador desenha uma linha do início ao
fim do gráfico ignorando essas dez oscilações por não
terem a oscilação mínima exigida.

NOTA: Resumindo, este indicador acaba por mostrar apenas


Este indicador permite-
mudanças significativas de preço num gráfico, de
nos definir um valor acordo com um valor que venhamos a definir.
mínimo, a partir do qual o
indicador só inverterá a Este indicador será estudado posteriormente com mais
tendência se os preços se atenção, não sendo já a altura apropriada para esse
moverem na direcção estudo, tendo sido apenas dada esta pequena
contrária da mesma o
valor por nós definido, e
explicação para que se saiba de onde vêm estas linhas
se os preços não se desenhadas abaixo nos exemplos, e o porquê de terem
moverem contra a sido desenhadas desta forma.
tendência esse valor
mínimo, o Zig Zag Neste momento não é nem relevante, nem importante
manterá a linha conforme nem necessário perceber o funcionamento deste
está, só invertendo a
tendência se um
indicador, apenas foi explicado para se saber o porquê e
movimento acima desse como foram desenhadas as linhas nos gráficos abaixo,
valor na direcção que nos ajudarão a definir as tendências.
contrária acontecer.
O importante mesmo é que subindo ou reduzindo o tal
valor mínimo que permite ao Zig Zag desenhar ou não

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as linhas de acordo com as oscilações dos mercados,
poderemos ter linhas representando tendências
primárias, que são as que terão menos linhas e mais
longas, secundárias, que terão já mais linhas que as das
tendências primárias e mais curtas, e as tendências
menores, que terão ainda mais linhas e ainda mais
curtas, aproximando-se mais da própria acção dos
preços, e podendo ter a duração de apenas algumas
velas.

NOTA: Vamos em primeiro lugar ver um gráfico semanal do


No Zig Zag, alterando o
par cambial Euro/Dólar, correspondendo ao período de
valor mínimo para a tempo entre 1991 e 2004, em que definimos um valor
reversão de tendência, mínimo para o indicador Zig Zag suficientemente
poderemos achar valores elevado para que ele filtrasse as pequenas variações de
que façam com que ele preço que vão acontecendo pelo meio, e assim
desenhe tendências
primárias, secundárias,
desenhar com linhas rectas o que podemos considerar
ou outras para nossa como sendo uma tendência primária:
análise dos mercados
nesse período.

Como vimos acima, foi fácil identificar através das


linhas desenhadas por este indicador, quais as
variações de preço de certa forma mais importantes
durante aquele período de tempo.

Se em vez de olharmos para as velas que representam


os movimentos de preço propriamente ditos, olharmos
simplesmente para aquelas linhas rectas, temos uma
ideia mais perceptível do que se passou durante aqueles
anos com os preços.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 210


Tivemos aqui então desenhadas nove linhas que podem
ser consideradas linhas primárias de tendência, com
quatro ondas bem visíveis no gráfico.

NOTA: Possivelmente seria melhor termos definido um valor


É preciso ter em atenção
mínimo de oscilação no indicador superior ao que foi
que nestes exemplos, ao usado, para que não existissem tantas linhas, e
usarmos o indicador Zig tivéssemos após o último topo de 1995 apenas duas
Zag para demonstrar um tendências, uma de queda de 1995 a 2000 e outra de
pouco o que são as subida de 2000 até ao fim do gráfico em 2005, para
tendências, estaremos a
dar mais importância aos
definir de melhor forma a tendência primária forte que
movimentos de tempo do dominou esses anos, mas desta forma como foi feito
que ao tempo que duram, fica mais fácil de entender para quem se depara com o
ignorando assim a escala uso deste indicador pela primeira vez, além de que a
temporal, algo que não definição de tendências primárias, secundárias e
será o mais correcto e
não será aquilo que Dow
menores terá a ver nestes exemplos também com a
nos ensinou sobre as periodicidade usada, o período de tempo analisado,
tendências, e até poderia entre outros factores pelo que é muito relativo a
mostrar coisas sem lógica escolha do valor ideal para este indicador.
como uma tendência
primária não com um ano Vejamos agora o que acontece quando reduzimos o
ou mais, mas sim com
um mês, algo que não
valor mínimo do Zig Zag necessário para dar origem a
teria muita lógica, mas uma nova linha de tendência contrária:
nestes exemplos o
importante é mostrar
antes o que são
tendências dentro de
tendências e até mesmo
tentar mostrar as reais
tendências primárias e
secundárias com o
indicador, algo que não
será possível de realizar
na perfeição porque as
tendências não costumam
ter movimentos da
mesma amplitude, mas é
mais do que suficiente
para os exemplos que Como vimos, já não teríamos nove tendências primárias
visam explicar esta desenhadas no gráfico com quatro ondas visíveis mas
matéria nesta obra por sim vinte e três tendências secundárias em onze ondas,
isso são aceites como
que aconteceriam durante as tendências primárias mas
válidos na mesma mas
não deverão ser levados
à risca na realidade.
www.LivroDaBolsa.com Pág. 211
sem alterar os inevitáveis objectivos de preço a que as
tendências primárias os levam.

Teríamos assim mais linhas representando mais


tendências, e podemos ver que durariam por norma
menos tempo, pois são tendências que ocorreriam
durante o período de tempo que cada tendência
primária dura, durando assim menos tempo.

Vamos reduzir ainda mais o valor mínimo de oscilação


de preços necessário para existirem novas linhas no
indicador:

Desta vez, temos não temos nem nove tendências


primárias nem vinte e três tendências secundárias, mas
sim linhas que poderiam representar teoricamente
quarenta e cinco tendências menores com vinte e duas
ondas visíveis, aproximando-se estas muito mais do
próprio comportamento do preço e de menor duração
que as tendências secundárias.

Não podemos esquecer, como foi dito na caixa acima,


que na realidade seriam muito mais e que o Zig Zag
deu apenas uma ideia aproximada porque ignora a
escala temporal e existiriam mais tendências e ainda
mais pequenas dentro das secundárias, na realidade.

Podemos ver assim que certas linhas que poderiam


representar tendências primárias, chegam a conter

www.LivroDaBolsa.com Pág. 212


nove linhas que poderiam representar tendências
secundárias no mesmo período de tempo, e que há
linhas representantes de tendências secundárias que
chegam a conter cindo linhas que poderiam representar
tendências menores.

NOTA: Infelizmente, há alturas nestes exemplos em que a


Este indicador, além dos
tendência poderia ser considerada como lateral, ou
pequenos defeitos período de tempo sem tendência, mas o Zig Zag não
referidos anteriormente identifica esses períodos, pois apenas une certos pontos
no que diz respeito à do gráfico fazendo subidas e descidas com as suas
ajuda na visualização de linhas, o que fará com que nesses períodos de
possíveis tendências, tem
outro problema, ele só
tendência lateral vejamos na mesma subidas e descidas
anda em duas direcções, no indicador.
subida ou queda,
ignorando tendências De qualquer das formas se virmos várias ondas sem
laterais de preços e atingirem novos máximos ou novos mínimos, e que se
suprimindo assim note visivelmente que os preços estejam a andar de
tendências laterais do
período mostrado no
lado, poderemos estar perante uma tendência lateral.
gráfico. Mas como já foi
dito acima, este indicador Agora, verificamos que dentro de algumas tendências,
foi apenas utilizado para podem existir várias tendências ainda menores, com
tentar mostrar aos que se períodos de tempo inferiores, dependendo com o Zig
iniciam uma forma de Zag a sua visualização da periodicidade do gráfico
aprenderem por eles
mesmos num gráfico com
analisado ou do intervalo de tempo apresentado nele e
este indicador, a do movimento feito dentro de cada tendência.
visualizar o que são
tendências e sub- Imaginemos que pegamos num período de tempo de
tendências, não sendo perto de um mês de duração, o que corresponde a
algo infalível e perfeito. cerca de quatro das velas semanais que temos no
exemplo anterior, exemplo esse em que é muito difícil
encontrar tendências menores com apenas quatro velas
de duração.

Imaginemos também que representamos num gráfico,


apenas esse período de tempo de um mês, e o
dispomos em velas horárias, e com um indicador Zig
Zag com valores parecidos aos usados acima, tendo
como única diferença a periodicidade de tempo e o
intervalo de tempo exposto.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 213


NOTA:
Vejamos:
Neste exemplo ao lado
podemos verificar que
para identificarmos
tendências muito
pequenas teremos de
utilizar períodos de tempo
baixos nas velas, pois se
tivermos velas de um ano
cada por exemplo, nunca
poderíamos identificar
tendências secundárias
de meses ou menores de
semanas dentro das
velas, é por isso que não
só o Zig Zag apenas
serve de ajuda no estudo
Como vimos, um período de um mês, em que no gráfico
das tendências e pode
falhar, como também semanal antes visto verificamos que seria muito difícil
depende da periodicidade ser suficiente para conter uma tendência menor apenas,
de tempo das velas a num gráfico de velas horárias poderíamos afirmar que
obtenção de resultados poderia conter não uma, mas sim dezasseis linhas
ideais que nos permitam
representando pequenas tendências, em sete ondas
aprender como funcionam
melhor as tendências. visíveis, e que poderiam ser divididas em ondas ainda
menores.

Com isto chega-se à conclusão que uma tendência que


possa ser identificada a muito curto prazo em velas de
cinco minutos, poderá ser apenas uma de muitas
tendências verificadas durante o período em que ocorre
uma tendência menor em velas diárias, e uma
tendência em velas diárias poderia ser apenas uma de
muitas tendências verificadas durante uma tendência
secundária encontrada num gráfico de velas semanais
ou mensais.

Assim, podemos ter uma tendência enormíssima de


subida durante um século num gráfico de velas anuais,
com uma tendência mais pequena de descida durante a
última década, com uma tendência ainda mais pequena
de subida durante os últimos anos, com outra ainda
mais pequena de queda durante os últimos meses, e
por aí adiante.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 214


E poderíamos continuar assim até chegar a velas de
cinco minutos se preciso, porque pode-se dizer que há
sempre uma tendência maior que a que estamos a ver,
e sempre uma mais pequena, bastando apenas
mudarmos a periodicidade do gráfico, com limites como
é óbvio pois o nosso histórico é limitado em duração e
não há velas abaixo de certos períodos de tempo.

Basicamente, tendências há muitas, umas em períodos


de tempo mais amplos como anos ou durando décadas
mesmo, outras durando apenas alguns meses, outras
durando dias ou horas.

Cabe ao trader que analisa um gráfico, achar a


tendência que lhe irá permitir prever os possíveis
movimentos futuros no período de tempo que estuda, e
não os movimentos que aconteceram no último século
ou irão acontecer ao longo do próximo século.

NOTA: Com isto quer-se dizer que quem pensa em atingir


Um trader que tentará
lucros na sua carteira nos próximos meses, deve avaliar
abrir uma posição que tendências mensais com velas diárias e tentar acertar
fechará daqui a um ano na tendência que irá prevalecer durante esses próximos
tentará prever a meses, pois tenciona fechar posições nos próximos
tendência durante esse meses com lucro, e não na tendência que irá prevalecer
ano, um que abra posição
para fechar daqui a um
no próximo século analisando gráficos de velas anuais,
mês tentará prever a em que teria de esperar muito possivelmente alguns
tendência durante esse anos até acertar na tendência e atingir lucros.
mês, e um que abra
posição para fechar daqui Um trader que tencione fazer lucros nos próximos dias,
a duas horas, tentará deverá também tentar encontrar tendências em velas
prever a tendência que
prevalece nessas duas
diárias ou horárias ou mesmo com períodos de tempo
horas, e a cada uma inferiores, e não com velas mensais, pois apesar de
caberá uma periodicidade possivelmente durante o próximo mês a tendência ser a
específica a ser usada. que deseja, nos próximos dias pode ser o contrário e ter
prejuízos.

Vamos agora comparar esses três tipos de tendências


nos gráficos seguintes, com esses mesmos três valores
usados como parâmetros no indicador Zig Zag dos
exemplos anteriores, mas iremos visualizar essas

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tendências em simultâneo no mesmo gráfico, para
melhor as podermos comparar.

Primeiro vamos verificar um gráfico do par cambial


Euro/Dólar num período desde 1991 a 2004.

Iremos ver nela já desenhadas linhas do indicador Zig


Zag que poderiam ser representativas da tendência
considerada hipoteticamente por nós como sendo as
maiores, ignorando nós assim a escala temporal:

E aqui temos um gráfico com oito inversões de


tendência segundo os parâmetros por nós definidos
para o indicador Zig Zag.

Poderíamos considerar como tendência primária nesse


espaço de tempo algo mais abrangente e a mais longo
prazo: poderíamos considerar o mercado nesse gráfico
como estando de certa forma com tendência lateral até
perto de 1995, iniciando-se aí finalmente uma tendência
de descida com uma ligeira inversão pelo meio,
retomando de imediato a tendência de queda, e
iniciando uma tendência de subida durante o ano de
2000.

Mas neste caso, de qualquer das formas vamos aceitar


hipoteticamente como tendências primárias as definidas
pelas linhas do nosso indicador, para efeitos de estudo
e melhor percepção da matéria dada.

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Vejamos agora adicionado ao gráfico um outro indicador
Zig Zag mas com um parâmetro diferente, para se
tentar assim simular tendências secundárias durante
esse período de tempo, desenhado a cor cinzenta:

Como podemos ver, a meio de cada uma das tendências


primárias podemos encontrar várias mudanças de
tendências mais pequenas que poderíamos neste caso,
dadas as circunstâncias, considerar como tendências
secundárias, não deixando contudo de escapar ao
caminho seguido pela tendência primária a mais longo
prazo.

Tivemos por razões óbvias, de ampliar o gráfico e


visualizar apenas o período compreendido entre 1998 e
2004, para melhor visualizar as tendências secundárias
simuladas pelo nosso indicador.

De seguida iremos tentar identificar no gráfico


tendências menores abrangidas pelas tendências
secundárias anteriormente encontradas, e que serão
desenhadas a um azul claro.

Para tal só teremos apenas de adicionar um novo


indicador Zig Zag com um parâmetro que o faça
inverter o sentido das suas linhas com uma quantidade
menor de movimento de preços, apesar de estarmos a
ignorar a escala temporal, mas conseguindo assim bons
exemplos para demonstrar as tendências.

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NOTA:
Aqui está o gráfico:
Adicionando três
indicadores Zig Zag ao
mesmo gráfico com
parâmetros diferentes,
podemos conseguir obter
bons exemplos do que
poderiam ser os três
principais tipos de
tendência dentro de um
gráfico, mesmo que
possam não identificar as
tendências na perfeição
por vezes, por outras
obtemos resultados
excepcionais.
Neste gráfico de velas semanais que remontam ao ano
de 1998, já usámos outro indicador Zig Zag em
simultâneo mas com parâmetros diferentes, que nos
permite simular tendências menores, que fazem parte
das tendências secundárias há pouco identificadas com
a cor cinzenta, e consequentemente das tendências
primárias desenhadas a cor azul.

Há alturas, visto este não ser um exemplo ideal para


simular tendências, em que as tendências menores e
secundárias criadas pelo indicador se sobrepõem, e em
que a cor azul clara da tendência menor se sobrepõe à
cor cinzenta da tendência secundária, mas o que é
apresentado é suficiente para se perceber já neste
ponto as diferenças entre os vários tipos de tendências,
que foi o grande objectivo desta matéria.

E como podemos ver, este tipo de simulações para


estudar tendências está ao alcance de qualquer iniciado
nesta área, e aconselha-se inclusivamente a quem
tenha tempo experimentar fazê-lo em diversos gráficos
e nas mais variadas alturas de cada histórico,
aumentando assim a sua percepção do que são
tendências e até familiarizar-se com as mesmas.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 218


Vejamos outro exemplo, desta vez entre 1996 e 2003:

Parecido com o exemplo anterior, podemos novamente


ver uma tentativa de diferenciar vários tipos de
tendência simulados no gráfico com o nosso indicador
Zig Zag, distinguidas em três cores novamente.

Já vimos simulações de tendências de subida e descida,


mas faltou-nos ver um exemplo de uma tendência
lateral, ou por outras palavras, de um período de
mercado sem tendência.

NOTA: Vejamos agora um gráfico horário retirado do par


No gráfico ao lado é dito
cambial Euro/Dólar com um exemplo bem claro do que
para se esquecer a se pode considerar uma tendência lateral ou um período
periodicidade, pois para de tempo sem tendência e esquecendo a periodicidade:
se ir buscar um gráfico
que fosse claramente
lateral a forma mais
rápida foi baixar a
periodicidade pois com
velas horárias é fácil
encontrar movimentos
laterais de preços. Assim
vamos fingir que o gráfico
representa um período de
tempo superior como
feito noutros exemplos
anteriores.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 219


Logo no início do gráfico reparamos que o mercado está
claramente sem demonstrar nem tendência de subida,
pois não passa dos 1.2440 e vai vendo decrescer a
altura das suas ondas até quase estagnar, e sem cair do
valor 1.2385 onde encontra um suporte que evita
quedas abaixo do mesmo.

Durante o dia 24 de Dezembro, podemos verificar que


há um pequeno salto dos preços, passado a oscilar
entre os 1.2440 e os 1.2470 durante cerca de dois dias,
e baixando um pouco até aos 1.2425 antes de romper
essa tendência lateral e entrar numa nova tendência de
subida que o levou acima dos 1.2600 no exemplo
acima.

Neste caso o preço pode-se dizer ter encontrado um


suporte nos 1.2440 e uma resistência nos 1.2470.

Este foi um bom exemplo do que se pode considerar


como uma tendência lateral (ou sideways trend, em
Inglês), ou como um mercado sem tendência (ou
trendless market, em Inglês).

Nos exemplos anteriores poderiam existir períodos


assim, mas como nos estávamos a basear apenas no
indicador Zig Zag, que apenas subia ou descia, sem
andar de lado, tais períodos não foram tidos em conta
na nossa procura por possíveis tendências.

O perigo grave de indicadores como o Zip Zag

Vimos aqui um indicador que é o Zig Zag e que por


breves momentos poderá fazer alguém pensar que a
previsão de preços futuros é bastante fácil, afinal pelos
mesmos, podemos ver que assim que o indicador
inverte, a tendência também inverte, certo?

Ou seja podemos pensar que com este indicador é fácil


ter lucro pois identificamos tendências facilmente.

Mas nada poderia estar mais longe da verdade...

www.LivroDaBolsa.com Pág. 220


NOTA: O problema é que o Zig Zag é um indicador que faz
O Zig Zag é excelente
batota, costumamos nós dizer, que é um indicador que
para aprendizagem e “consegue ver o futuro”.
demonstração de
tendências e ensino de Como ele consegue ver o futuro, corre tudo bem com
Análise Técnica mas é ele pois se necessário altera-se a ele mesmo nas velas
muito perigoso se for anteriores, assim se ele mudar de tendência numa vela
utilizado para decisões de
entrada ou saída dos
pode até mudar a linha que representa nas velas
mercados, porque é um anteriores como se nelas visse o futuro e acertasse.
indicador que faz batota,
porque ele “vê o futuro”. Se alguém experimentar colocar este indicador num
Com isto quer dizer que gráfico, irá ver que por exemplo pelas 15:00 de um dia,
se tivermos dez velas, e o Zig Zag está por exemplo a desenhar uma recta já
ele desenhar uma linha
de subida da vela um à
com vários dias a descer, e continua a descer.
nona, e estivermos na
décima, e na décima Subitamente pelas 15:50 após uma subida mais forte
existir uma queda maior, de preços, o Zig Zag decide que afinal após as 14:50 já
ele poderá devido a isso deveria ter invertido, e muda o seu desenho no gráfico,
passar a ter desenhada e passamos a ter pelas 14:50 e 15:00 o Zig Zag já a
uma linha de subida da
vela um até apenas à
subir, quando há 50 minutos antes não o vimos assim.
quinta, e da quinta à
décima uma linha de Ou seja, o Zig Zag é um dos indicadores que fazem
queda. Ou seja, ele altera batota, porque vêm o futuro, ou por outro lado, alteram
o passado conforme o o seu passado conforme o presente.
que se passa no
presente, por isso parece Isto pode fazer com que alguns façam sistemas de
tão perfeito e tão fácil
trading automatizados, e vejam lucros milionários, e
teoricamente fazer lucro
com ele, porque ele faz decidam aplicá-los na prática, e estes sistemas que
batota, mas é uma davam lucros incríveis, na realidade acabem por dar
facilidade irreal e 99% de prejuízo.
perigosa. Muitos
cometem o erro de É preciso muito cuidado antes de se pensar em utilizar
basear decisões nele e
este indicador ou outros do género que “olhem para o
fazer até sistemas de
trading nele e terem futuro” ou “alterem o passado” nos investimentos e
muito prejuízo, porque análises do dia a dia ou sistemas de trading que
ele parece prever bem as acabarão inevitavelmente por ficar viciados.
inversões, mas é à custa
da batota de manipulação Foi apenas utilizado neste livro para exemplificação de
de dados. Há outros
tendências, e poderá ser utilizado para visualização fácil
indicadores assim e
deverão ser evitados. das mesmas, até no dia a dia, mas com cuidado em
relação à importância dada ao que o mesmo nos diz.

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TRADING RANGES

Falámos aqui já nos termos “suporte” e “resistência”,


mas não foram explicados os seus conceitos, algo que
irá ser explicado de seguida.

O importante foi ter-se aprendido quais os tipos de


tendência existentes, as suas direcções possíveis, e
perceber que cada tendência é sempre parte de uma
tendência maior, como pudemos ver.

NOTA: É de notar que os mercados passam por norma cerca de


Os mercados chegam a
um terço do tempo em tendência lateral, em que se
passar por norma um vive um equilíbrio de preços entre a oferta e a procura,
terço do seu tempo em e nesses casos é dito que os mercados se movem num
tendências laterais, ou determinado trading range.
digamos assim, sem
tendência de subida ou O trading range é um intervalo de variação de preços
queda definidas e diz-se
também que nesse
em que os preços sobem e descem entre dois limites
período que movem bem definidos de preços, um superior e outro inferior,
dentro de um mantendo-se entre os mesmos e assim andando de
determinado trading forma previsível dentro deles.
range. O trading range é
o intervalo entre o valor Os mercados passam cerca de um terço do tempo em
Máximo e Mínimo em que
os preços se movem
trading range, andando de lado numa tendência lateral.
durante um período de
tempo. Esses períodos É também designado por consolidação de preços,
também são designados quando isto acontece.
por consolidação de
preços. Os traders não gostam por norma deste tipo de
mercados em tendências laterais, pois a maioria dos
indicadores e ferramentas de Análise Técnica, bem
como sistemas, são desenhados especificamente para
mercados com uma determinada tendência, que seja de
subida ou de queda, não funcionando tão bem quando o
mercado se encontra numa tendência lateral, sendo por
isso uma altura de mercado em que se poderão verificar
prejuízos para muitos traders que apostem nele como
se tivessem numa tendência, e sendo por isso um tipo
de mercado indesejável para muitos.

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NOTA: Por essa razão é que os sistemas desenhados para
Muitos traders têm
funcionar especificamente durante mercados com
prejuízo durante tendência costumam ser chamados de Sistemas
tendências laterais, não Seguidores de Tendência (ou Trend Following Systems,
só pelo hábito de em Inglês).
quererem estar sempre
no mercado a apostar Esses sistemas são usados pelos traders especialmente
numa subida ou descida e
falharem assim atingir os
quando os mercados se encontram com uma certa
lucros devido à sua tendência, ficando os traders que os usam por norma
impaciência, como fora do mercado quando se apercebem de que o
também porque a maioria mercado se encontra sem essa tendência de subida ou
dos sistemas de trading e descida necessária para o bom funcionamento dos
indicadores estão
preparados especialmente
sistemas, ou seja, durante tendências laterais.
para mercados com
tendência definida de A maioria dos traders é durante estas fases de
subida ou descida, tendências laterais que têm os seus prejuízos, porque
falhando mais assim durante uma tendência, se forem contra ela, acabam
durante os períodos de por perceber o erro e colocam-se do lado da tendência,
tendência lateral. Muitos
ficam off the market se
ou quanto muito poderão falhar previsões de inversão
virem que os seus possível de uma tendência, mas apostar numa
sistemas não funcionarão tendência quando ela não existe e ter prejuízo, e depois
bem durante um certo inverter posição a pensar que se está na tendência
período de tempo por contrária e perder novamente por ela inverter
estarem com uma
tendência lateral.
novamente nas típicas subidas e descidas num mercado
sem tendência, é algo que causa bastantes prejuízos
aos traders mais incautos.

Há contudo sistemas que funcionam melhor em


mercados sem tendência, mas há sempre algum tempo
que passa até um trader perceber que o mercado de
tendência acabou ou começou para poder alternar entre
ferramentas ou sistemas, ou mesmo metodologias de
trading.

Vamos agora tentar visualizar alguns exemplos de como


se portaria um trader, que de acordo com uma
determinada metodologia que usasse para entrar e sair
do mercado, investisse durante períodos de mercado
com e sem tendência.

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Imaginemos que esse trader em questão abriria uma
posição de acordo com a tendência actual, sempre que
os preços invertessem a sua tendência por um
determinado valor mínimo.

Vejamos o comportamento desse trader durante um


mercado sem tendência, numa certa escala de grandeza
porque normalmente existem sempre tendências nem
que sejam micro-tendências umas dentro de outras:

As setas no gráfico indicam a posição tomada pelo


trader no mercado, que será longa, se a seta apontar
para cima, ou curta, se a seta apontar para baixo.

Como podemos verificar, o trader foi apanhado num


mercado de tendência lateral, e com uma estratégia
que lhe dizia que após um determinado valor que o
mercado percorresse no sentido contrário ao da sua
posição, que ele inverteria a posição para estar de
acordo com a tendência.

Esta estratégia não seria má, se ele não se encontrasse


num mercado sem uma tendência definida dentro
daquela escala temporal.

Este período de mercado compõe-se de altos e baixos


mas sem tendência definida.

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Como podemos verificar, o trader começou por abrir
uma posição curta, apostando na descida dos preços
pois já estavam os preços em queda.

Acaba por inverter o mercado e o trader acaba por abrir


nova posição longa, seguida infelizmente de outra
queda que o faz abrir uma posição curta novamente
tarde demais.

Isto aconteceu devido ao trader após uma inversão de


preços de um certo valor, inverter a sua posição para
tentar acompanhar a tendência e assim ganhar dinheiro
com ela, sem se aperceber que a tendência era lateral.

Como o mercado não tem tendência definida, sempre


que o trader mudava de posição, os preços invertiam
novamente, pois andavam num trading range entre dois
valores, subindo e caindo constantemente.

Desta forma o trader entrava sempre tarde demais no


mercado já perto da próxima inversão.

Se esse trader tivesse mantido a posição longa que


tinha antes do período representado pelo gráfico, teria
tido lucro, enquanto que ao andar a inverter posições
desnecessariamente num mercado sem tendência
acabou por ficar com nove posições perdedoras e
atingindo um prejuízo considerável.

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Vejamos agora o comportamento desse trader
adoptando a mesma estratégia usada no exemplo
acima, mas desta vez num mercado com tendência:

O gráfico começou onde acabou o exemplo anterior,


com a última posição longa assumida no exemplo
anterior.

Desta vez a estratégia do trader poderia ter resultado,


visto que o mercado não inverteria o suficiente para o
fazer mudar de posição durante a subida e queda, pois
o mercado aqui teve uma clara tendência de subida
seguida de uma clara tendência de queda.

NOTA: Assim o trader acabaria por ter lucro tanto na primeira


A tendência lateral é um
e terceira posições, ambas longas, como na segunda
dos maiores inimigos dos posição, que seria curta.
traders que utilizam
sistemas ou estratégias Se não tivesse tido tanto prejuízo com a mesma
seguidoras de tendência estratégia no período anterior, este período seria o
(ou “trend following suficiente para o deixar bastante satisfeito com essa
systems”, em Inglês),
pois esses sistemas foram
mesma estratégia.
feitos para acompanhar
tendências que se não O grande inimigo do trader neste caso foi um período
existirem poderão ter de mercado sem tendência, e uma estratégia seguidora
resultados desastrosos. de tendências, ou sistema seguidor de tendências
(trend following system).

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Já estudámos a Tendência, e acabámos de ver também
que os preços se movem em ondas e que a direcção
tomada pelos topos e fundos dessas ondas determina a
direcção da tendência principal dos preços.

Aprendemos também os vários tipos de tendências e as


suas três direcções possíveis.

Vimos como aplicar o indicador Zig Zag para visualizar


melhor as tendências, e algumas consequências de
quando se tenta ir contra a tendência dominante.

Não estudámos a fundo o caminho formado pelos


fundos e topos das ondas que compõem cada
movimento de preços, nem as linhas de tendência
formadas pelas suas uniões, pois iremos fazê-lo de
seguida com os estudos do Suporte e Resistência e
posteriormente das Linhas de Tendência.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
OS SUPORTES E AS RESISTÊNCIAS

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
OS SUPORTES E AS RESISTÊNCIAS

NOTA: Já deu pelos exemplos anteriores, para verificar que há


Suportes e Resistências
certos níveis de preços que por vezes servem de
são níveis de preços que barreira aos movimentos de preços em determinadas
os preços têm dificuldade ocasiões.
em ultrapassar, podendo
mesmo inverter a Quando os preços dos activos financeiros em questão
tendência ao bater neles entram nas proximidades desses níveis de preços,
ou aproximarem-se deles,
ou ficar bastante tempo
deparamo-nos com uma súbita paragem nos seus
perto deles sem os movimentos, ou mesmo inversão de tendência.
ultrapassar. Quando um
nível de preços é difícil de Esses níveis de preços são conhecidos por níveis de
ultrapassar durante uma Suporte e de Resistência.
subida podendo mesmo
provocar quedas ao Quando esse nível impede os preços de subirem mais
chegar lá perto,
estaremos diante de uma
alto, e os fazem inverter o movimento de subida para
Resistência, e se for o um novo movimento de queda, ou pura e simplesmente
inverso, um nível de faz os preços estarem bastante tempo perto desse nível
preços onde os preços ao sem o passar, podemos dizer que estamos perante uma
se aproximarem ou Resistência (ou “Resistance”, em Inglês).
baterem subirem ou
tiverem dificuldades de o
Quando esse nível impede os preços de caírem mais
quebrar, estaremos então
diante de um Suporte. abaixo, e os fazem inverter o movimento de queda para
um novo movimento de subida, ou pura e simplesmente
faz os preços estarem bastante tempo perto desse nível
sem o passar, podemos dizer que estamos perante um
Suporte (ou “Support”, em Inglês).

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NOTA: Basicamente, os níveis de Resistência são níveis que
Os Suportes e
impedem ou atrasam a subida dos preços, sendo por
Resistências costumam isso algo que incute medo nos bulls do mercado, pois
proporcionar bons pontos apostam na subida de preços e poderão ver os
de entrada e saída dos movimentos de tendência de subida (bullish) inverter ou
mercados. Assim, por terminar.
vezes os bulls que
fecham posição ao se
aproximarem de uma
Inversamente, os níveis de Suporte são níveis que
Resistência evitarão impedem ou atrasam a queda dos preços, sendo por
possivelmente perder isso algo que incute medo nos bears do mercado, pois
dinheiro, e os bears que apostam na queda de preços e poderão ver os
apostem na queda nesses movimentos de tendência de queda (bearish) inverter
pontos poderão ter lucro
com a reacção em queda
ou terminar.
que aconteça aos preços
se aproximarem ou Por essa razão os suportes são níveis que ajudam e dão
tocarem na Resistência. E confiança aos bulls do mercado, que apostam nas
o inverso se passa, os subidas de preços, e podem mesmo proporcionar bons
Suportes poderão ser pontos de entrada para eles no mercado, pois podem
bons pontos para os
bears fecharem posição e
ser pontos onde o mercado poderá inverter tendências
bons pontos para os bulls de descida para novas tendências de subida, dando
abrirem posição e assim lucro aos bulls que abram posições longas nesses
apostarem assim na níveis.
subida de preços, quando
os preços tocam ou se Novamente de forma inversa, as resistências são níveis
aproximam dos suportes.
Isto porque Suportes e
que ajudam e dão confiança aos bears do mercado, que
Resistências podem ser apostam nas quedas de preços, e podem mesmo
pontos de inversão de proporcionar bons pontos de entrada para eles no
tendência nos mercados. mercado, pois podem ser pontos onde o mercado
poderá inverter tendências de subida para novas
tendências de descida, dando assim lucro aos bears que
abram posições curtas nesses níveis.

As resistências, quando os preços conseguem passar


por elas, diz-se por norma que foram rompidas, ou
seja, quando um preço passa por uma resistência, diz-
se que essa resistência foi “rompida”.

Os suportes, quando os preços conseguem passar por


eles, diz-se por norma que foram quebrados, ou seja,
quando um preço passa por um suporte, diz-se que
esse suporte foi “quebrado”.

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NOTA: Assim, os suportes são quebrados e as resistências são
Tradicionalmente, quando
rompidas, na linguagem comum dos traders.
os preços passam por
uma Resistência diz-se Em Inglês, é frequente ouvir dizer coisas como “the
que a mesma foi support was broken” ou “the resistance was broken”.
“rompida”, e quando os
preços passam por um Vejamos um exemplo com um suporte e uma
Suporte, diz-se que o resistência e como afectam os movimentos de preços
mesmo foi “quebrado”.
Assim Resistências são
quando se deparam com elas, caso não sejam
rompidas e Suportes penetradas:
quebrados. Em Inglês
contudo, costuma-se ver
a mesma palavra
“broken” utilizada nos
dois casos como “the
resistance was broken”
ou “the support was
broken”.

Vemos aqui neste exemplo representados por “R” todos


os pontos em que os preços tocaram na resistência que
foi desenhada sob a forma da linha horizontal superior,
e representados por “S” todos os pontos em que os
preços tocaram no suporte que foi desenhado sob a
forma da linha horizontal inferior.

Como podemos ver também pelo exemplo, os preços ao


tocarem na resistência acabaram por inverter a sua
tendência de subida e voltaram a cair, e os preços ao
tocarem no suporte acabaram por inverter a sua
tendência de queda e voltaram a subir.

Este exemplo demonstra bem o conceito de suporte e


resistência nos mercados.

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Os suportes e as resistências são das coisas que mais
facilmente se identificam ao olharmos para um gráfico.

Sempre que olhamos para um, é fácil distinguirmos


certos pontos onde os preços invertem por diversas
vezes e onde existem resistências que os fazem
inverter, ou suportes que impedem os preços de cair.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
INVERSÃO DE PAPEIS

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INVERSÃO DE PAPEIS

(Resistência torna-se Suporte e vice-versa)

NOTA: As resistências, após serem rompidas transformam-se


Aqui podemos descobrir
por norma em suportes, e os suportes, após serem
outra regra universal no quebrados, transformam-se por norma em resistências.
mundo da Análise
Técnica, que nos diz que, Se as resistências sofrem rompidas com sucesso, ou os
uma Resistência que é suportes quebrados com sucesso, então passamos a
rompida com sucesso estar realmente perante suportes ou resistências,
passa a ser vista como
um Suporte, e um
respectivamente.
Suporte que é quebrado
pelos preços, passa a ser Diz-se “com sucesso”, para afastar as probabilidades de
visto como uma estarmos a falar de tentativas falhadas de rompimentos
Resistência, mantendo de resistências ou de quebras de suporte.
assim as duas a sua
importância mas com Vejamos agora um exemplo com um suporte e uma
papeis opostos.
resistência e em que podemos ver como o que outrora
foi resistência se torna depois num suporte, e vice-
versa:

Como podemos ver pelo exemplo acima, os preços


tocam na resistência, onde esta não os deixou subir
mais, num ponto marcado por “R”, retraindo depois
para o suporte que tem abaixo, num ponto marcado por

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“S”, retomando a subida novamente, pois o suporte não
deixou os preços caírem mais.

Aí conseguiu romper a anterior resistência subindo


muito acima, mas quando os preços voltam a assumir o
caminho da queda, o que foi outrora resistência,
tornou-se agora num suporte, mantendo os preços
acima dele, no segundo “S” do exemplo.

Após isso temos mais um “S” onde os preços tocam que


faz de suporte após o suporte de cima ter sido
quebrado, e por fim vemos que o nível de cima voltou a
actuar como resistência, num ponto marcado por “R”,
que leva os preços abaixo novamente, para os níveis do
início do exemplo.

NOTA: Basicamente, se os preços a meio de um movimento de


É em parte devido à
subida, conseguem romper uma resistência, é bem
aceitação por todos deste possível que uma vez acima dela, se caírem e se
tipo de regras, e ao facto aproximarem desse valor novamente, que era
de que todos acabam por posteriormente uma resistência, antes de ser quebrada,
obedecer às mesmas e reajam positivamente a uma aproximação a ela e
dar a devida importância
aos Suportes e
subam novamente, sendo essa anterior resistência
Resistências e às suas agora considerada como um suporte.
inversões de papel, que
este tipo de regras se Inversamente, um anterior suporte que tenha sido
tornam tão eficazes e quebrado, torna-se frequentemente uma nova
cumpridas por todos e resistência, ou seja, uma vez que os preços quebrem
nos proporcionam assim
bons pontos de entrada e
esse suporte e estejam abaixo dele, é frequente que
saída nos mercados. Se depois tenham dificuldades em subir acima dele, por se
ninguém desse ter tornado uma resistência.
importância a estas
regras, elas perderiam o Vamos ver de seguida um exemplo com níveis de
seu efeito. suporte e resistência e em que podemos visualizar
como um nível que anteriormente seria considerado
como uma resistência, após ser rompido será agora
considerado como suporte, e que posteriormente, após
ter sido considerado como suporte, uma vez quebrado,
seria considerado como resistência, trocando de papel
conforme a posição actual dos preços, e onde daremos

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também realce aos locais onde os suportes e
resistências são penetrados pelos preços:

NOTA: Como vemos no exemplo acima, a linha de baixo no


Quando os preços passam
início é tida como resistência, mas após uma
por um Suporte ou penetração da mesma pelos preços, num ponto
Resistência, costumamos marcado por “P”, acaba por se tornar um suporte.
dizer que houve uma
penetração do tal Suporte A linha de cima é inicialmente uma resistência também,
ou Resistência. Ou seja mas após penetrada, no segundo ponto “P”, passa a
os preços penetram os
Suportes e Resistências,
suporte também, suportando os preços uma vez antes
e se a penetração for de ser penetrada também e se tornar novamente
válida poderão assim resistência.
inverter os seus papeis,
havendo também o que Após isso temos mais dois testes ao suporte na linha
chamamos de inferior marcados pelos dois pontos “S”, até que é
penetrações falhadas,
quando os preços não
quebrada no quarto ponto “P”.
conseguem manter-se
para além dos níveis de A linha de baixo passa a ser uma resistência mas não
Suporte e Resistência e por muito tempo, até que é penetrada pelos preços, no
assim não invertem os quinto ponto “S”, e acaba por penetrar na resistência
seus papeis. representada pela linha acima no sexto ponto “P” por
fim, após mais um teste a essa resistência representada
pela linha de cima que tinha feito os preços retrair um
pouco.

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Como podemos ver no gráfico, o que anteriormente
possa ter sido uma resistência, pode-se tornar um
suporte posteriormente, e algo que tenha sido
considerado um suporte, se pode tornar uma resistência
posteriormente.

Assim, após uma barreira de suporte ou resistência ter


sido quebrada, poderá continuar a existir, mas desta
vez no sentido contrário, ajudando ao seguimento do
movimento que teve origem quando essa barreira foi
quebrada.

Desta forma se uma resistência que antes impedia a


subida de preços for rompida, poderá tornar-se um
suporte que ajudará à continuação desse movimento de
subida, e um suporte que antes impedia a queda de
preços for rompido, poderá tornar-se uma resistência
que ajudará à continuação desse movimento de queda.

NOTA: Há algo importante a ter em conta também: as linhas


Uma linha que representa
horizontais que vemos desenhadas no gráfico são
um Suporte é designada designadas por linhas de suporte ou resistência.
por uma Linha de
Suporte, e uma linha que Se uma linha representar um valor que é considerado
representa uma como uma resistência para os preços, essa linha será
Resistência é designada considerada uma linha de resistência.
por Linha de Resistência.
Se uma linha representar um valor que é considerado
como um suporte para os preços, essa linha será
considerada como uma linha de suporte.

NOTA: Assim, num dado período de tempo representado por


Uma mesma linha pode
um gráfico, uma linha poderá ser considerada ao
também ser Linha de mesmo tempo como linha de suporte e linha de
Suporte e Linha de resistência, se o gráfico abranger as duas fases do
Resistência num gráfico, preço em relação a essa linha, o antes e o depois de ela
se nesse mesmo gráfico ter sido transposta por eles.
for transposta pelos
preços, invertendo assim
de papel a meio do
Vejamos um exemplo retirado do mesmo período de
gráfico. tempo do par cambial Euro/Dólar exposto pouco acima
no estudo da Tendência, com várias linhas a identificar

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vários suportes e resistências e mantendo o indicador
Zig Zag para fácil interpretação dos movimentos de
preços:

Este não é o melhor exemplo para se verificarem


suportes e resistências pois o gráfico baseia-se em
velas horárias e não tem nele visíveis grandes variações
de preços, mas de qualquer das formas é útil para
termos uma primeira aproximação a suportes e
resistências em gráficos reais.

Se virmos bem, os preços tiveram no gráfico como


primeira resistência os 1.2440, tendo depois retraído e
não conseguido romper a pequena resistência nos
1.2425 mais abaixo, mas não quebrando também um
suporte bastante visível nos 1.2385, pois temos lá três
momentos com reacções a esse suporte em que os
preços sobem novamente sempre que se aproximam
dele, além das velas no início do gráfico que já
permaneciam acima dele.

Após romper os 1.2425 e os 1.2440, passamos a ter


como nova resistência os 1.2470 e como suporte os
1.2440, e numa altura em que foi quebrado e foi
testada a anterior resistência de 1.2425, mas agora
como suporte, houve uma reacção nos preços que deu
origem a uma nova tendência de subida, fazendo os
preços sair da tendência lateral que se encontravam.

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NOTA: Vejamos outro exemplo retirado do par cambial
É de notar que, tal como
Euro/Dólar novamente, em velas semanais:
acontece com as Linhas
de Tendência que iremos
estudar mais abaixo, as
linhas que representam
os Suportes e
Resistências devem se
possível ser desenhadas
com uma linha com um
pouco mais de espessura,
pois os toques ou
aproximações às linhas
não têm de ser precisos
ao milímetro para existir
uma reacção, e desta
forma uma linha com
mais espessura faz-nos
Podemos ver aqui como alguns níveis de preços acabam
ver melhor essa por servir de suportes e resistências fortes para os
aproximação das mesmas preços, impedindo quedas ou subidas dos mesmos,
pois a linha ficará mais ajudando assim a formar as ondas que vemos nos
perto dos preços. gráficos habitualmente.
Podemos e devemos
também colocar as linhas
Há muito mais linhas de suporte e resistências neste
com maior importância
com mais espessura do gráfico do que as apresentadas, e nem são todas estas
que as que têm menor apresentadas as que melhor representam esses
importância. conceitos, mas servem para demonstrar a existência
desses suportes e resistências, que apesar de invisíveis
sem estas linhas estarem desenhadas, não deixam de
existir, exercendo forças invisíveis nos preços.

Há também linhas de suporte e resistência que não


estão representadas possivelmente como deveriam para
serem perfeitas, como é exemplo a linha dos 1,2705,
cujo nível de suporte e resistência deveria ser o 1,2700
e não o 1,2705, por ser um “número redondo”, conceito
esse que iremos estudar posteriormente, tendo sido
desenhada cinco décimos milésimos acima apenas por
uma questão de ficar bem visível no gráfico o seu efeito
nos preços.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
OS SUPORTES E RESISTÊNCIAS

E OS TRADERS

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OS SUPORTES E RESISTÊNCIAS E OS TRADERS

NOTA: Essas reacções por parte dos traders que fazem com
Os Suportes e
que esses suportes e resistências funcionem tão bem,
Resistências ganham são devido a esses traders ao verificarem que há um
importância e força certo ponto onde se desencadeou uma reacção inversa
porque os traders assim o ao movimento corrente de preços, deduzirem que tal se
permitem, por irá repetir, e especialmente caso já tenha acontecido
respeitarem esses níveis
de preços e esperarem
essa reacção diversas vezes nesse nível de preços.
que esses níveis poderão
voltar a ter reacções nos São zonas onde ou os bulls ou os bears têm mais força
preços parecidas no que as forças inversas, e os traders tomam isso em
futuro. São os traders conta, sabendo que ali se encontra um suporte ou
que fazem mover os resistência de preços.
preços e são assim eles
que criam e dão poder a
este tipo de barreiras.
Daí muitos traders escolherem comprar ou vender
nessa zona consoante se tratar de um suporte ou
resistência, respectivamente.

NOTA: Há aqueles também que procuram testar esse suporte


Há momentos em que os
ou resistência mais do que uma vez para terem a
traders procuram testar certeza de que o suporte ou resistência é mesmo algo
um Suporte ou uma real onde os bulls ou bears detêm mais força, e não
Resistência mais do que apenas uma coincidência, tal como para terem certeza
uma vez para testar a de que desse nível os preços não irão passar também.
sua força e é assim que
acabam por nascer
padrões que serão
Por essa razão é que existem padrões denominados
estudados posteriormente “Duplo Topo” e “Duplo Fundo”, entre outros, algo que
como o “Duplo Topo” e o iremos estudar posteriormente quando estivermos a ver
“Duplo Fundo”. os estudos de linhas.

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NOTA: Como os níveis de suporte e resistência funcionam de
Como os níveis de
acordo com expectativas e deduções por parte dos
Suporte e Resistência traders, e como essas suas expectativas se alteram ao
existem devido às longo do tempo, os preços podem acabar mais cedo ou
expectativas e deduções mais tarde por avançar para outros patamares,
dos traders em relação rompendo resistências e quebrando suportes,
aos mesmos, e como
essas expectativas
encontrando outras resistências mais acima e outros
inevitavelmente se suportes mais abaixo posteriormente.
alteram com o passar do
tempo, os preços acabam Se assim não fosse e as expectativas dos traders não se
por penetrar essas alterassem, esses suportes e resistências seriam
barreiras e avançar para eternamente inquebráveis e os preços nunca teriam
outros patamares com o
tempo.
mais do que uma pequena volatilidade nos mercados.

Quando essas expectativas dos traders mudam e


provocam essas quebras desses suportes e resistências,
por norma elas mudam bastante repentinamente, o que
provoca também uma mexida bastante forte de preços,
por norma acompanhadas também por um aumento no
volume de transacções pois muito mais traders serão
atraídos pelos rompimentos dessas resistências ou pelas
quebras desses suportes.

Vamos ver um exemplo real muito bom e bastante


famoso acerca de suportes e resistências.

Nada melhor para isso do que um gráfico real do índice


norte-americano Dow Jones.

Antes de mais, a título de curiosidade, e para quem


ainda não esteja totalmente familiarizado com o índice
Dow Jones, vamos relembrar no que consiste este
mesmo índice, o Dow Jones Industrial Average (ou
Média Industrial Dow Jones, em Português),
representado no gráfico pelo símbolo DJI.

O indíce Dow Jones Industrial Average, foi um dos


vários índices dos mercados de acções criados por
Charles Dow, um editor do Wall Street Jornal e fundador
da Dow Jones & Company, como já tivemos a chance de
estudar anteriormente.

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NOTA: Dow quis criar, como forma de representar a
O Dow Jones, ou melhor,
performance da componente industrial dos mercados de
o Dow Jones Industrial acções americanos, esse índice que conhecemos por
Average, é um dos vários Dow Jones Industrial Average, e é o índice mais antigo
índices dos mercados e em utilização hoje em dia nos Estados Unidos.
acções que foram criados
por Charles Dow, e foi Começou por representar em 26 de Maio de 1896, dia
criado numa sua tentativa
de recriar a performance
em que foi publicado pela primeira vez, a média de doze
da componente industrial acções de várias indústrias americanas importantes, das
dos mercados de acções quais apenas a General Electric continua no índice hoje
americanos e é o índice em dia.
mais antigo ainda em
utilização nos E.U.A. hoje Foi alargado posteriormente para vinte empresas em
em dia com mais de 100
anos, e contem das
1916, e finalmente para trinta em 1928.
empresas com maiores
capitalizações bolsistas Hoje em dia o índice é composto por trinta das
dos Estados Unidos, empresas mais largas e de maiores capitalizações
sendo que a palavra bolsistas dos Estados Unidos, e a palavra “Industrial”
“Industrial” permanece permanece puramente histórica, pois muitas das
apenas por razões
puramente históricas.
empresas presentes no índice não têm a ver com
indústrias pesadas.

Antes era calculada sob a forma de média simples, e


agora é calculada mais sob a forma de média
ponderada.

Estes dois termos será estudado posteriormente


durante a matéria das Médias Móveis.

NOTA: Bem, agora estudando o índice em si, este índice


Só em 14 de Novembro
quando foi publicado pela primeira vez, tinha o valor de
de 1972 é que o índice 40.94, calculado sob a forma de média simples pois
Dow Jones Industrial eram somados os preços das acções que o compunham
Average fechou acima da e divididos pelo número de acções componentes, ou
então importante seja, doze, dando esse valor.
Resistência dos 1.000
pontos, fechando então
nos 1.003,16 pontos
O índice Dow Jones Industrial Average, foi subindo,
nesse dia. como seria de esperar, ao longo dos tempos, mas só
em 14 de Novembro de 1972, é que este índice fechou
acima dos 1.000 pontos, fechando nos (1.003,16).

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Mesmo assim ainda foram precisos vários anos para que
o índice rompesse essa resistência forte dos 1.000
pontos com força suficiente, como iremos ver a seguir.

Vejamos um gráfico do índice Dow Jones Industrial


Average nos anos em que fechou pela primeira vez
acima dos 1.000 pontos:

Como vemos aqui os 1.000 pontos, mesmo após os


preços terem fechado acima deles pela primeira vez em
1972, continuaram a oferecer uma resistência bastante
forte até perto de 1982/1983, quando rompeu
finalmente com força essa resistência.

Podemos reparar também numa linha de suporte


horizontal desenhada nos 740 de valor, sendo esse um
nível que como podemos ver serviu de suporte várias
vezes, andando numa tendência lateral bem visível até
ser ultrapassada finalmente a barreira dos 1.000 pontos
de resistência, que após várias tentativas, acabou por
se tornar um suporte forte o suficiente para apoiar uma
nova subida com bastante força.

Durante muito tempo, os investidores não esperavam


que o índice passasse tão facilmente um dia a enorme
barreira dos 1.000 pontos, e havia sempre aquela
expectativa do índice embater nessa barreira e cair com
força sempre que lá chegasse.

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Mas como vimos há pouco, as expectativas mudam com
o tempo.

E podem mudar durante bastante mesmo, e de forma


bastante abrupta!

Vejamos o gráfico seguinte para percebermos melhor o


quão abrupta foi essa mudança de expectativas
relativamente ao índice Dow Jones Industrial Average:

Como podemos ver no gráfico acima, as expectativas


mudam, e mudam bastante abruptamente por vezes.

No gráfico acima podemos ver como os 1.000 se


tornaram um suporte forte que aguentou a primeira
queda após o seu anterior rompimento com força.

Após esse teste ao suporte que se revelou bastante


positivo, a subida encontrou poucas resistências, como
por exemplo perto dos 2.700 pontos em que houve uma
ligeira retracção, mas retomando de imediato o caminho
da subida.

O que durante muito tempo pareceu um valor bastante


elevado no qual se deveria apostar na queda e vender
as acções que compunham o índice, pouco tempo
depois pareceu um valor no qual todos os traders
adorariam comprar essas acções.

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Praticamente no mesmo tempo que os preços andaram
a lateralizar, sem ultrapassar os 1.000 de barreira, foi o
tempo que levou aos preços a atingirem um valor de
10.000 pontos em apenas alguns anos, o que dá
praticamente dez vezes mais do que o valor da anterior
barreira fortíssima dos 1.000 pontos, ou seja, uns
1.000% de aumento.

Talvez poucos traders fossem capazes de arriscar


comprar as acções do índice quando este andava perto
dos 1.000 pontos antes, mas poucos anos depois
muitos considerariam esse valor bastante baixo,
estando o índice poucos anos depois já nos 3.000
pontos.

Nos 10.000 pontos, escusado será dizer que qualquer


trader adoraria entrar nessas acções a preços dez vezes
mais baixos com o índice nos 1.000 pontos e não nos
10.000.

É um exemplo muito bom para demonstrar o quanto as


expectativas dos traders mudam com o tempo.

Vejamos já agora o que se passou com esse mesmo


índice quando passou a barreira dos 10.000 pontos,
barreira que se revelou menos forte que a histórica
barreira dos 1.000:

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Neste gráfico podemos ver um suporte perto dos 7.400
pontos que suporta os preços algumas vezes, tal como
uma resistência pelos 11.400 que acaba por fazer com
que os preços caiam sempre que lá se aproximam, e
marcada também uma resistência perto dos 11.900
onde os preços conseguiram chegar uma vez mas que
foi forte demais para que a rompessem.

Desde há uns anos, desde cerca de 1997, que o índice


Dow Jones Industrial Average tem vindo a viver num
range entre esses suportes e resistências, sendo
possível que esteja apenas no começo ainda de uma
tendência lateral bastante longa, ou talvez curta, mas
sendo possível afirmar sem dúvidas que o mercado
estagnou a sua subida que vinha trazendo desde que
rompeu os 1.000 pontos.

Podemos ver que o suporte dos 7.400 pontos mostrou


ser extremamente bullish, bem como poderá ser
também o dos 6.400 mais abaixo, e como fortes
resistências poderemos ter no futuro perto dos 14.000 e
15.000 pontos nos próximos anos.

No meio destas análises temos a prova de que por


vezes basta apenas o rompimento de uma resistência,
tendo por acaso este “apenas” levado anos a ser
concretizado, para que os traders ganhem coragem e
apostem na subida do mercado e o levem a níveis
bastante mais elevados.

Basta um trader ver um activo financeiro que há


bastante tempo que não rompe uma resistência e que
de repente a rompe com bastante força, para desejar
entrar nesse activo financeiro e apostar mais na subida,
pois sabe que poderá vir um movimento ainda mais
forte de preços que o levará bastante mais acima e que
ainda poderá assim ter bastante lucro com uma posição
longa nesse mesmo activo, além de que poderá
também ditar o início de uma nova tendência por vezes.

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É frequente os traders abandonarem as suas posições
longas ao verem que os preços se aproximam de uma
resistência forte e que não a conseguem romper, ou
seja, vermos bulls a ficarem “fora do mercado” até
verem se é confirmada a continuação da subida, ou a
inversão do movimento de subida.

Após verem que a resistência é quebrada, é frequente


voltarem ao mercado em força para levar os preços
mais acima.

Ao verem que se confirma uma inversão de tendência,


ou apostam agora na queda de preços (tornando-se
bears do mercado), ou ficam de fora mais uns tempos à
espera da retoma dos movimentos de subida, se
acharem que se trata de uma ligeira e momentânea
retracção do movimento de subida de preços.

Inversamente, no caso de movimentos de descida de


preços, é frequente vermos traders a fecharem as suas
posições curtas, ou seja, bears a ficarem “fora do
mercado”, ao verem que os preços se aproximam de
um suporte forte e não o conseguem quebrar, ficando à
espera de confirmação ou da continuação da queda ou
da inversão do movimento de queda.

Após verem que o suporte é quebrado, é frequente os


bears voltarem ao mercado em força para levar os
preços ainda mais abaixo.

Ao verem que se aproxima uma inversão de tendência,


ou apostam agora na subida de preços (tornando-se
bulls do mercado), ou ficam de fora mais uns tempos à
espera da retoma dos movimentos de queda, se
acharem que se trata apenas de uma ligeira e
momentânea retracção no movimento de queda de
preços.

É frequentemente também, devido a esta atitude por


parte dos traders de saírem temporariamente do
mercado quando ele se aproxima de alguma barreira,

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até ver se a consegue passar ou inverte, que os preços
acabam mesmo por não vencer essas barreiras.

Se tomarmos como exemplo uma resistência forte, que


os traders saibam que por norma os preços não a
consigam romper, se eles sempre que os preços se
aproximam de lá, fecham as suas posições longas, ou
seja vendendo os seus activos financeiros, estarão a
pressionar no sentido da queda dos preços esses
mesmos activos.

Logo, o simples facto dos traders poderem sair do


mercado perto desses níveis para saber se o mercado
continuará com força ou sem ela, está a contribuir para
que o mercado não consiga passar essa mesma
barreira.

Por isso é que grande parte do poder que leva ao bom


funcionamento dos suportes e resistências é psicológico,
dependendo do que os traders pensem e façam face a
esses mesmos suportes e resistências.

Já foi dito que um trader pode abandonar a sua posição


longa na proximidade de uma resistência.

Também já foi dito que esse mesmo trader poderá


retomar a sua posição longa após o rompimento de uma
resistência, na expectativa de continuar os seus lucros
com as subidas de preços.

Já foi dito também que os traders após o rompimento


de uma resistência podem entrar em força, por vezes
com muita força mesmo.

Vamos agora estudar um caso de uma acção


portuguesa, a Pararede (de símbolo PAD), onde
podemos ver que após um muito longo movimento de
tendência lateral de preços, e de uma calmia bastante
longa, que o simples rompimento com força de uma
resistência há muito funcional (em parte também por
alguma inércia dos preços), levou bastantes traders a

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entrar na acção com objectivos de levar os preços mais
alto, tal como vimos no exemplo anterior do índice do
Dow Jones, mas sendo que no anterior levou anos a ser
concretizada a subida e no gráfico de baixo apenas dias,
visto ser representado em velas diárias.

Vejamos o gráfico diário da Pararede, com a sua


estrondosa subida no início deste milénio na bolsa
portuguesa:

Também se deverá dizer que este foi um exemplo


excepcional, a par com outros ocasionais momentos da
bolsa portuguesa, visto não ser comum acções subirem
para perto de 500% do seu valor inicial em apenas
alguns dias.

Aqui esteve envolvida muita especulação também, que


ajudou ao movimento exagerado de preços após o
rompimento com força daquelas resistências iniciais.

De qualquer das formas dá para repararmos no gráfico


de volume em baixo, que houve uma subida forte do
volume durante essa subida de preços, algo que
demonstra claramente que houve uma entrada muito
forte dos traders neste título.

Havendo muito mais traders a entrar na acção, sobem o


volume de acções transaccionadas, aumentam as
compras neste caso, sobem os preços.

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O número de vendedores (bears) manteve-se igual ou
menor, e o dos compradores (bulls) subiu de forma
exagerada, algo que só podia fazer os preços
dispararem desta forma incrível.

Ou número, ou força e intensidade das suas ordens de


compra e venda.

Apesar de haver especulação envolvida neste


movimento forte de preços, não deixa de ser um bom
exemplo a termos em conta no estudo dos suportes e
resistências.

É também um bom exemplo para demonstrar aquela


regra que diz que quanto maior e mais prolongada a
calmia de preços de um dado activo financeiro, mais
explosivo será o movimento de preços gerado quando
os preços acabarem por sair dessa mesma calmia.

O exemplo dado acima é o exemplo perfeito disso.

Agora também é verdade, segundo muitos traders


sabem, que raramente uma subida de preços derivada
de pura especulação e que os eleva a níveis muito para
lá do valor real da própria empresa, se conseguem
manter sustentáveis.

Isto por estes valores fora do normal serem


normalmente valores baseados não no valor actual da
empresa representada pelo título financeiro em
questão, mas sim nas expectativas que os traders
depositam nessa mesma empresa e no valor que as
acções da mesma terão no futuro.

No caso desta subida nascida no seio de especulação


que teve subida de uns 400% em poucos dias, não foi
excepção à regra, e acabou por ver os seus preços cair,
ainda mais do que os preços antes da subida, devido a
alguns factores fundamentais da mesma, aliado
novamente às expectativas dos traders em relação ao
futuro da mesma, sendo desta vez negativas.

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Vejamos o gráfico desta mesma acção, desta vez em
finais de 2002:

A acção em questão foi bastante castigada pelos traders


posteriormente.

Ao contrário da subida inicial de 400% que a fez ficar


com cinco vezes mais valor que o que teve ao ser
lançada em bolsa, teve agora queda de mais de 98%
em relação aos máximos que atingiu, chegando a ter
praticamente vinte vezes menos que o valor com que
foi lançada em bolsa, ou seja queda de 95% desde a
sua OPV inicial (Oferta Pública de Venda).

No exemplo acima é possível reparar também que a


acção em questão encontrou um suporte bastante forte
naqueles valores, sendo fácil de notar que seria muito
difícil quebrar desse valor de suporte, tendo sido o valor
mais baixo atingido na altura de 0.15€ de cotação.

Foi esse o valor mais baixo alguma vez atingido até ao


ano de 2006 pela empresa.

Diz-se nesse caso que esta acção teve o seu mínimo


histórico de 0.15€ em Setembro de 2002.

Da mesma forma pode-se dizer que esta empresa


atingiu o seu máximo histórico acima dos 9.5€, na
grande subida após ter rompido aquele período de
calmia inicial.

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A Oferta Pública de Venda é, explicada de forma
simples, uma operação segundo a qual uma empresa
vende acções representantes do seu capital ao público
em geral, e é quando a empresa aparece cotada em
Bolsa, algo que é encontrado no primeiro dia em que é
possível ver essa empresa representada num gráfico, ou
em colocações posteriores.

A título de curiosidade, o equivalente mais próximo da


OPV em Língua Inglesa, é a IPO, que são iniciais para
“Initial Public Offering”, ou OPI (Oferta Pública Inicial),
mas com a diferença de que por norma chamamos de
OPV às várias colocações em Bolsa e não apenas à
primeira, enquanto que as IPO/OPI referem-se mais à
colocação inicial em Bolsa e não às seguintes.

Estes exemplos do comportamento de uma acção, são


também exemplos perfeitos para percebermos o quão
seguros podem ser os mercados de Forex e por que
razões estes últimos deverão ser escolhidos para quem
quer começar ou mesmo continuar a investir, devido a
terem serem mais estáveis e seguros que os mercados
de acções, algo que iremos comparar mais tarde, mas
apenas se não forem utilizadas alavancagens, porque se
se investe no Forex utilizando alavancagens, poderá
tornar-se bem mais perigoso do que investir em Bolsa
sem alavancagens.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
A RELAÇÃO ENTRE OS FUNDAMENTAIS

E OS SUPORTES E RESISTÊNCIAS

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A RELAÇÃO ENTRE OS FUNDAMENTAIS
E OS SUPORTES E RESISTÊNCIAS

Já vimos que há traders que preferem esperar até que


se confirme o rompimento de uma resistência ou a
quebra de um suporte para entrarem de novo no
mercado.

Mas o que faz com que haja força suficiente para


quebrar essas barreiras?

Existem também os traders que lutam pelo rompimento


dessas mesmas barreiras mas, a não ser que sejam
mesmo muitos a lutar por esse objectivo ou não haja
grande oposição ao rompimento das mesmas, eles não
são regra geral suficientes para provocar esse
rompimento.

Muitas vezes o que faz entrar tantos traders em certas


alturas no mercado nas alturas certas para dar força
suficiente a um movimento de preços para romper
qualquer barreira, são os fundamentais desses activos
financeiros.

Neste caso quando nos referimos aos fundamentais


desses activos não nos referimos àqueles que a
empresa tem já dados como aceites mas sim àqueles
que surgem de repente, dados novos que suscitam

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interesse ou desinteresse repentinos nesses activos por
parte dos traders.

Imaginemos uma acção representativa de uma


empresa.

Não será por todos saberem que as acções andam


subvalorizadas que as irão comprar de um dia para o
outro repentinamente, senão já teriam sido compradas
há muito tempo por muitos traders e não seriam assim
tão subvalorizadas de qualquer das formas.

É frequente ver acções bastante subvalorizadas, ou


mesmo bastante sobrevalorizadas em relação ao seu
valor real, sem com isso virem subir ou cair os seus
preços para atingirem um valor de equilíbrio.

Isso deve-se a inúmeros factores, como por exemplo o


de as acções representarem mais as expectativas dos
traders para o futuro da empresa do que propriamente
o valor actual da mesma muitas vezes, ou serem alvo
simplesmente de especulação, entre outras possíveis
razões.

Há certos acontecimentos fundamentais, não


provocados pela Análise Técnica propriamente dita,
como por exemplo a publicação de resultados de uma
empresa relativos ao primeiro semestre do ano
corrente, que possam mostrar aos traders que estão
enganados em relação ao preço actual da acção
referente a essa empresa, e que ela deveria ter um
valor muito mais alto ou muito mais baixo que o seu
valor actual, baseados em expectativas futuras.

Esses resultados fariam os traders apostar na subida ou


queda da acção, provocando uma reacção bastante
repentina aos dados fundamentais saídos e uma
oscilação possivelmente abrupta dos preços.

Imaginemos que saem uns dados muito bons referentes


a uma empresa cotada em Bolsa, que fazem os traders

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perceber que as acções estão a menos de metade do
valor que realmente deveriam ter.

Muitos traders que teriam acções à venda, iriam


rapidamente retira-las da venda a esses preços que
antes seriam considerados normais mas agora
considerados baixos, e colocando-as à venda a um
preço muito superior ou simplesmente esperar que os
preços subam para decidir.

Outros traders decidiriam entrar nas acções enquanto


elas ainda estão baixas para tentar aproveitar a
eventual subida de preços para obter lucros.

Uma grande afluência de traders a essas acções iria


provocar uma subida desmesurada de preços, podendo
essa subida romper quaisquer resistências que
existissem próximas.

O mesmo se passa com outro tipo de acontecimentos


inesperados que afectam o comportamento dos preços,
como a famosa OPA (Oferta Pública de Aquisição), em
que uma pessoa ou entidade decide lançar uma Oferta
Pública de Aquisição sobre uma acção cotada em bolsa,
oferecendo um preço acima do valor actual dessa acção,
como por exemplo 20% acima, provocando assim em
minutos uma subida de 20% nos preços dessas mesmas
acções, entre outros tipos de acontecimentos comuns.

Vamos ver mais abaixo um desses acontecimentos


inesperados, mas nos mercados cambiais, desta vez no
câmbio Euro/Dólar durante o ano de 2004, já que no
Forex, se o virmos em velas horárias ou menores,
poderemos ver muitas vezes subidas ou quedas
abruptas de preços devido à saída de indicadores, ou
seja, dados novos que fazem os traders alterarem as
suas expectativas sobre o par cambial em questão e
entrarem ou sairem em força do mesmo.

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Vejamos:

Neste gráfico, temos um dia do câmbio Euro/Dólar em


que saíram dados que influenciariam esse mesmo
câmbio, como por exemplo algo referente à economia
norte-americana ou europeia, e que provocaram uma
reacção forte por parte dos traders, fazendo o par
cambial Euro/Dólar subir mais de duzentos pips em
menos de uma hora, tendo nós uma vela horária longa
a marcar essa exagerada reacção.

Este tipo de acontecimentos, uns mais fortes que


outros, provocam frequentemente subidas ou descidas
de preços tão fortes e repentinas, que pulverizam
qualquer resistência ou suporte que se encontre no
caminho dos movimentos de preços, dependendo
também da força associada ao tipo de dados que
acabam de sair, como é óbvio.

Por norma os números que saem tanto no Forex como


noutro tipo de mercados, acabam por ser de alguma
forma esperados pelo mercado como sendo de um
determinado valor, mas por vezes acabam por sair com
esses números acima ou abaixo do previsto, como um
relatório de ganhos numa empresa ser esperado por
volta dos dez milhões no ano anterior e acabar por sair
com 20 milhões, algo que provocaria uma reacção
bastante boa nas acções dessa empresa, dependendo
também do tamanho da mesma, pois seriam muito

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bons numa empresa pequena mas possivelmente algo
absolutamente possível de ser ignorado numa empresa
que já teve centenas de milhões de lucros em algum
ano anterior.

No fundo, e falando em termos de acções, a penetração


de níveis de suporte e resistência pode ser provocada
por mudanças fundamentais que acabam por sair acima
ou abaixo das expectativas dos investidores, como por
exemplo resultados melhores ou piores do que o
previsto, mudanças nas administrações das empresas,
efeitos causados pela concorrência, entre outros.

A nível de Forex já tem a ver com variados factores que


afectam as economias subjacentes aos câmbios que as
representam, como taxas de juro, estado da economia,
reservas de petróleo, subidas dos preços energéticos,
guerras, desemprego, vendas de casas, entre outros.

Há também a causa mais simples, que é a dos traders


continuarem a comprar ou vender o activo financeiro
em questão simplesmente por estarem a ver os preços
a subir ou cair, respectivamente, fazendo assim com
que as resistências e suportes sejam arrasados por
vezes de forma muito fácil.

Como já alguém disse em tempos, “a causa não é tão


significativa quanto o efeito” e “novas expectativas
levam a novos níveis de preços”.

Basicamente, o importante não é o que causou a subida


de preços e rompimento de uma resistência, mas sim
que os preços subiram realmente e que essa resistência
foi mesmo rompida.

E realmente, com novas expectativas por parte dos


traders, novos objectivos de preços são traçados e mais
longe tentarão os traders ir no futuro, a novos e mais
distantes níveis de preços.

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Já vimos bem o que são suportes e resistências, o que
provoca por vezes as suas quebras e rompimentos,
além dos comportamentos dos traders em relação aos
mesmos, vamos agora ver as suas relações com as
tendências, e de que forma as influenciam ou ajudam a
criar.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
SUPORTES, RESISTÊNCIAS E A TENDÊNCIA

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SUPORTES, RESISTÊNCIAS E A TENDÊNCIA

Os preços de qualquer activo financeiro como pudemos


ver, resultam de uma batalha frente a frente entre os
bulls, ou seja os compradores, e os bears, ou seja os
vendedores.

Os bulls puxando os preços para cima, e os bears


puxando os preços para baixo, e o resultado dessa
batalha é a direcção que os preços acabam por tomar,
revelando assim quem está a ganhar essa batalha, e a
tendência actual dos preços.

O mercado é constituído logicamente por várias


resistências, que vão sendo rompidas ao longo de
tendências de subida, e vários suportes, que vão
também sendo quebrados ao longo do tempo durante
tendências de descida.

Agora, para haver uma tendência de subida, essa


tendência tem de ser contínua e cada resistência que
apareça nela, tem de ser superior à resistência anterior.

Basicamente cada resistência que vá aparecendo para


ser rompida pelos preços, terá de ser a um valor mais
elevado que a anterior, e cada suporte onde os preços
se apoiam para continuarem as suas subidas, terá de
ser superior ao suporte anterior.

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Se uma destas duas condições não se verificasse, ou
seja, se começassem a existir resistências mais abaixo
do que a última resistência, ou suportes mais abaixo do
que o suporte anterior, ou seja tendo o suporte anterior
sido quebrado e estaríamos agora com suportes mais
abaixo, seria sinal de que os preços estariam a subir
cada vez menos, e a cair cada vez mais.

Vejamos um exemplo do que acontece quando os


suportes começam a ser quebrados cada vez mais
abaixo e as resistências, que impedem os preços de
subir, começam a baixar também, sustentando uma
descida e dando início a uma nova tendência de descida
dos preços:

Como vemos pelo exemplo acima, quando os preços


começam a atingir suportes cada vez mais baixos que
os seus anteriores, e a ter resistências cada vez mais
baixas que as suas anteriores, é sinal de que vão
andando em zig zags os preços para baixo, com topos
das ondas cada vez mais abaixo e fundos das ondas
cada vez mais abaixo também, o que nos demonstra
que a tendência se tornou claramente de queda.

No caso de uma situação inversa, de estarmos a meio


de uma tendência de descida, deveríamos ter suportes
a serem quebrados cada vez mais baixos que os

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anteriores, para que os preços continuem a cair cada
vez mais, e resistências cada vez mais baixas, que
impedem os preços de voltar a subir, apoiando os
movimentos de descida e pressionando os preços para
baixo cada vez mais.

Se começarmos a ter suportes mais altos que os


anteriores, ou seja a fazer com que os preços deixem
de cair tanto e comecem a ser suportados mais acima,
ou resistências cada vez mais altas, significando que os
preços começam a romper resistências e a subir,
estaríamos neste caso perante também uma nova
tendência lateral ou tendência inversa de subida.

Vejamos um exemplo do que acontece quando as


resistências começam a ser rompidas cada vez mais
acima e os suportes, que impedem os preços de cair,
começam a subir também, sustentando uma subida e
dando início a uma nova tendência de subida dos
preços:

Como vemos pelo exemplo acima, quando os preços


começam a atingir resistências cada vez mais altas que
as suas anteriores, e a ter suportes cada vez mais altos
que os seus anteriores, é sinal de que vão andando em
zig zags os preços para cima, com topos das ondas cada
vez mais acima e fundos das ondas cada vez mais

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acima também, o que nos demonstra que a tendência
se tornou claramente de subida.

Já vimos que o aparecimento de suportes e resistências


cada vez mais baixos ou altos nos revelam que estamos
frente a frente com uma mudança de tendência de
subida para descida, ou de descida para subida.

Agora, elas podem revelar também uma alteração de


tendência de subida ou descida para uma nova
tendência lateral, ao vermos que começou um
movimento lateral de preços, ou como alguns gostam
de chamar, um período de mercado sem tendência.

Vejamos um exemplo de uma tendência lateral de


preços que sucede a uma tendência de subida inicial:

Como podemos ver no exemplo acima, tanto os


suportes como as resistências vão sendo cada vez mais
elevados, até que chegamos a uma altura em que os
preços se deparam com uma resistência mais forte,
esgotando-se um pouco a força que originou a tal
tendência de subida inicial, sem contudo haver força
para quebrar o suporte logo abaixo, que no exemplo foi
testado quatro vezes sem ser quebrado, havendo um
equilíbrio de preços que dão origem a esse movimento
lateral de preços a que chamamos de tendência lateral

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ou mesmo período sem tendência, andando os preços a
subir e a cair ligeiramente entre esse suporte e essa
resistência.

Agora vejamos um exemplo inverso, uma tendência


lateral de preços que sucede a uma tendência de
descida inicial:

Como podemos ver no exemplo acima, inversamente ao


modelo anterior, tanto os suportes como as resistências
vão sendo cada vez mais baixos, até que chegamos a
uma altura que os preços se deparam com um suporte
mais forte, esgotando-se um pouco a força que originou
a tal tendência de descida inicial, sem contudo haver
força para romper a resistência logo acima, que no
exemplo foi testada quatro vezes sem ser rompida,
havendo um equilíbrio de preços que dão origem a esse
movimento lateral de preços a que chamamos de
tendência lateral ou mesmo período sem tendência,
andando os preços a subir e cair ligeiramente entre esse
suporte e essa resistência.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
O ARREPENDIMENTO DOS TRADERS

(TRADERS’ REMORSE)

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O ARREPENDIMENTO DOS TRADERS

(TRADERS’ REMORSE)

Após a penetração por parte dos preços de uma


resistência ou suporte, é bastante comum para os
traders se questionarem acerca dos novos níveis de
preços, sobre se serão razoáveis ou não, e
possivelmente arrependerem-se de estarem a apostar
ainda no sentido que esses preços tomaram ao
chegarem a esses novos níveis, saindo assim do
mercado ou invertendo posições, provocando desta
forma um recuo desses preços, algo que é chamado de
“Traders’ Remorse”, que traduzido à letra para a Língua
Portuguesa, daria algo como “Arrependimento dos
Negociadores”, ou “Remorsos dos Negociadores”.

Por exemplo, após um rompimento de uma resistência,


tanto os bulls como os bears do mercado podem
questionar-se sobre a validade dos novos preços
atingidos ao ser rompida essa resistência, e podem
decidir-se em vender, caso achem estar sobrevalorizado
o activo financeiro em questão.

Podem pelo contrário achar que ainda há muito espaço


para subir ou estar num preço de equilíbrio, o que os
faria comprar ou mesmo manter as suas posições.

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A famosa designação de Traders’ Remorse dá-se
quando os preços neste caso retornam até aos níveis de
suporte ou resistência após essa penetração dos preços
nesses mesmos suportes ou resistências.

Vejamos agora dois exemplos de dois tipos de Traders’


Remorse:

Como podemos visualizar nos exemplos acima, os


Traders’ Remorse são bem fáceis de identificar.

Como podemos ver no primeiro exemplo, após uma


subida de preços, chegou-se a uma resistência que fez
os preços retraírem um pouco, antes de voltarem a
subir, rompendo desta vez a resistência.

Ao romper essa resistência, os preços tiveram uma


pequena retracção mas sem contudo irem de volta à
resistência, tentando subir novamente, até que se dá o
Traders’ Remorse, em que os traders se arrependem de
estarem no mercado a apostar na subida, perdendo as
expectativas de que os preços continuem a subir, e ou
saem do mercado, dando força aos bears, ou invertem
posições e apostam na queda, levando esse Traders’
Remorse a provocar uma queda forte dos preços
levando-os de volta abaixo da resistência, tendo sido
esta assim uma penetração falhada.

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O inverso se passa com o segundo exemplo, após se
quebrar finalmente um suporte, os traders chegam a
um consenso de que afinal os preços não têm força para
continuar a cair, fazendo com que os bears saiam do
mercado ou se tornem bulls apostando na subida dos
preços, e dando assim mais força aos bulls que acham
que a penetração não teria força para continuar,
provocando assim um Traders’ Remorse que acabou por
levar os preços novamente para níveis bem acima dessa
resistência, tornando assim essa penetração como
sendo falhada.

Vejamos um exemplo real, onde iremos aproveitar mais


uma vez o exemplo do índice Dow Jones Industrial
Average, desta vez em gráfico diário, onde poderemos
ver o que aconteceu entre os anos de 1972 e 1973,
quando houve uma tentativa de rompimento da famosa
resistência dos 1.000 pontos do índice, que levou anos
a ser quebrada:

Como vemos acima, houve um rompimento desta linha


de resistência nos 1.000 pontos, havendo depois uma
ligeira retracção de preços até ao suporte, que foi
outrora uma resistência, mas tendo actuado esse
suporte devidamente, fazendo os preços ressaltarem
novamente para perto dos 1.065 pontos.

Aí acaba por haver um grande arrependimento por


parte dos traders que apostavam no rompimento desse

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importante nível de resistência, arrependimento esse
que os faz fecharem as suas posições longas, e ficarem
de fora do mercado ou mesmo inverterem posições,
passando a apostar na queda, criando uma descida de
preços que foi ajudada também pelos bears do
mercado, e que levou os preços abaixo novamente do
suporte dos 1.000 pontos.

Uma vez tornada resistência novamente, o nível dos


1.000 pontos foi ultrapassado depois novamente logo
após a sua passagem de suporte para resistência, mas
sem sucesso caindo novamente para abaixo dos 1.000
pontos.

Temos outra grande tentativa de subida perto de


Setembro de 1973, mas como vemos aí por essa altura,
a resistência dos 1.000 pontos foi bastante eficaz mal
chegando os preços perto da mesma, caindo logo com
muita força para níveis na casa dos 700 pontos.

Basicamente, durante o período possível de Remorse,


ou por outras palavras durante o período possível de
haver arrependimento, a acção dos preços é deveras
importante, onde poderão acontecer duas coisas: ou há
um consenso entre bulls e bears de que as expectativas
em relação aos novos preços atingidos não são viáveis,
havendo aí um regresso dos preços até ao nível anterior
antes desse suporte ou resistência ter sido penetrado
pelos preços, ou os traders aceitam esses novos níveis
de preços atingidos após a penetração desse suporte ou
resistência, e aceitam esses preços como viáveis e
passíveis de irem mais longe, e nesse caso os preços
irão continuar a mover-se na direcção dessa
penetração.

No caso da primeira hipótese, em que os novos níveis


de preços não sejam aceites consensualmente pelos
traders, estaremos perante uma bull trap ou uma bear
trap, como iremos estudar posteriormente.

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No caso da aceitação consensual por parte dos traders
dos novos preços, esses mesmos preços irão continuar
a mover-se na direcção dessa penetração, ou seja, para
cima, caso tenha sido penetrada uma resistência, ou
para baixo, caso tenha sido penetrado um suporte.

Já anteriormente vimos neste exemplo do Dow Jones


que houve tentativas ao longo do tempo de penetração
dos preços da resistência dos 1.000 pontos, que
correram mal, havendo um Traders’ Remorse que
acabou por levar posteriormente os preços abaixo
novamente dessa resistência forte dos 1.000 pontos.

Vejamos então agora um exemplo real de como no Dow


Jones Industrial Average, perto da famosa barreira dos
1.000 pontos, houve uma aceitação de preços após um
potencial traders’ remorse, aceitação essa que acabou
por levar os preços ao longo dos anos até acima dos
10.000 pontos:

Neste exemplo acima, podemos ver logo no início que


houve uma penetração da famosa resistência dos 1.000
pontos, havendo depois um potencial Traders’ Remorse
que levou os preços de volta ao nível dos 1.000 pontos,
mas desta vez sendo esse nível um suporte e não
resistência, teve força suficiente para suportar os
preços, e levá-los mais acima.

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O que se passou neste caso, é que houve um consenso
entre as duas grandes forças do mercado, os bulls e os
bears, que aceitaram os novos valores atingidos pelo
índice como viáveis, deixando os preços subir, algo que
deu a liberdade necessária aos preços para continuarem
o seu caminho, tendo chegado em poucos anos a uma
subida de mais de 1.000%, acima dos 11.000 pontos.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
O VOLUME NA CONFIRMAÇÃO DAS PENETRAÇÕES

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O VOLUME NA CONFIRMAÇÃO DAS PENETRAÇÕES

NOTA: Agora como poderemos distinguir uma penetração de


O Volume é um factor
preços válida de outra que irá ser anulada e que verá os
importante a termos em preços regredirem posteriormente?
contra aquando do
rompimento de uma Aquando de um rompimento de uma resistência ou a
resistência ou quebra de quebra de um suporte, há um valioso dado que nos
um suporte, pois é ele poderá ditar se haverá força por parte dos traders que
que nos diz a quantidade
de traders que estavam
causam a penetração de uma barreira por parte dos
no mercado nesse preços: o Volume.
momento, e assim se
essa penetração foi da Um movimento de preços que tenha um fraco Volume,
vontade de muitos, ou não terá tantas chances de ter sucesso quanto um que
causada pela inércia dos tenha um Volume bastante superior.
outros traders. Assim, se
foi algo provocado pela
vontade de muitos, terá
O Volume como tivemos a chance de estudar
mais força e menos anteriormente, dá-nos a conhecer também a quantidade
chances de ser dada de traders e de capital investido em cada vela de um
como inválida, enquanto gráfico.
que se apenas aconteceu
por inércia dos outros Logo, se virmos velas com um Volume superior ao das
traders, quando voltarem
velas anteriores, demonstrará um maior interesse por
ao mercado poderão
tornar essa penetração parte dos traders no movimento actual dos preços do
inválida. Assim, dá-se que nos movimentos anteriores com menor Volume.
mais importância às
penetrações que tenham Um maior Volume dá a entender também que houve um
Volumes maiores a maior número de traders do lado da tendência inerente
acompanhar as mesmas.
ao movimento de preços corrente, ou seja, quanto

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maior o Volume em determinado movimento de preços,
maior o número de traders do lado desse movimento, e
consequentemente, menor o número de traders que se
opõem a esse movimento.

Dessa forma, se estivermos frente a frente com uma


penetração de uma barreira importante, como por
exemplo uma resistência, e se essa penetração ocorrer
com bastante Volume, poderá querer dizer que a
maioria dos traders está do lado da subida, ou seja, são
bulls, e que a minoria que ficou fora do mercado, serão
os bears, em muito menor número.

Dessa forma, havendo muito mais bulls do que bears no


mercado associados a esse movimento de preços,
maiores as chances de após a penetração esse
movimento continuar, e menores as chances de esse
pequeno grupo de bears conseguir sobrepor-se à força
dos bulls em maior número, e levar os preços mais
abaixo.

Menores serão também as probabilidades de alguns


bulls ao saírem do mercado ou inverterem as suas
posições levarem os preços abaixo consigo, pois serão
menos traders entre muitos, do que se fosse algo com
pouco Volume onde se os poucos que ajudaram à
penetração desistissem ela perdesse a sua força toda.

No caso de haver uma penetração de uma barreira mas


com pouco Volume, significará que há menos traders do
lado desse movimento de preços, e com isso, existirão
muito mais potenciais traders contra o movimento de
preços actual, ou fora do mercado e dispostos a apostar
na tendência contrária perto da penetração da
resistência, e o menor número de traders do lado da
tendência actual, poderá não ser suficiente para resistir
à oposição dos que possam decidir ir na direcção
contrária desse movimento de preços.

Basicamente falando, quanto maior o Volume, maior o


número de traders que sabemos estarem do lado da

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direcção que leva à penetração da barreira pelos
preços, e menor o número de traders que se poderão
opor a essa penetração, levando a uma maior
probabilidade de que a penetração seja feita com
sucesso.

Vejamos novamente um exemplo tirado do índice Dow


Jones Industrial Average, novamente na barreira dos
1.000 pontos:

Se verificarmos no gráfico acima, tanto na penetração


falhada do suporte nos 800 pontos no início de 1980,
como na penetração falhada da resistência nos 1.000
pontos durante o ano de 1981, verificou-se um “não
aumento” de Volume, ou mesmo uma redução de
Volume, durante essas penetrações de preço, levando a
que as mesmas fossem feitas sem força e sem apoio da
maioria dos traders do mercado, que possivelmente
estariam à espera que os preços se aproximassem
dessas barreiras para apostar na direcção contrária e
fazerem com isso lucros.

A penetração da barreira dos 1.000 pontos já durante o


ano de 1982, já foi como se pode ver, feita com perto
do dobro do Volume médio dos anos anteriores marcado
com aquela linha horizontal no fundo, o que quererá
dizer que já teve bastante mais força e que foi feito por
muito mais traders interessados nessa penetração de

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preços do que nas anteriores, havendo menos
probabilidades de falhar.

Se repararmos, a barreira foi quebrada com bastante


Volume, houve um arrependimento momentâneo dos
traders que levou os preços até perto da agora
resistência dos 1.000 pontos, aliado a alguma redução
do Volume, e continuando a sua subida posteriormente
sempre com um bom nível de Volume, algo que faltou
nas alturas em que aconteceram as tentativas falhadas
anteriores de rompimento da barreira dos 1.000 pontos,
o que nos mostra o quão importante o Volume pode ser
nestes casos.

O Volume é assim uma boa forma de quantificar as


expectativas de um determinado número de traders do
mercado, que poderá ser alto ou baixo, associadas a
essa penetração dessa barreira que poderá ser um
suporte ou uma resistência.

Se existir um aumento de Volume durante essa


penetração, e especialmente se for notado uma redução
de Volume durante o traders’ remorse (demonstrando
falta de força por parte dos traders que querem
contrariar a penetração), será fácil de deduzir que
poucas expectativas de mercado terão sido alteradas
após essa penetração, e que o regresso ao movimento
de preços na direcção da penetração deverá por isso
continuar.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
INTRODUÇÃO ÀS BULL TRAPS E BEAR TRAPS

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INTRODUÇÃO ÀS BULL TRAPS E BEAR TRAPS

Vamos estudar agora dois fenómenos designados por


“Bull Trap” e “Bear Trap”.

Já sabemos que os traders que apostam nas subidas de


preços são designados por bulls e que os traders que
apostam nas descidas de preços são designados por
bears.

Sabemos também que essas palavras significam em


Língua Portuguesa Touro e Urso, respectivamente, e
que são mesmo esses dois animais os representantes
desses dois tipos de forças do mercado, ou mesmo
sentimentos de mercado, dizendo-se que os traders
podem ser descritos como tendo sentimentos bullish ou
bearish, afectando dessa forma de acordo com o
sentimento de mercado a evolução dos preços.

Os analistas técnicos dos mercados de capitais têm


usado um conjunto de metáforas para designar as mais
diversas figuras e teorias com que trabalham no dia a
dia, criando um certo misticismo em torno deste tipo de
matérias como pudemos ver na matéria das Velas
Japonesas, por exemplo.

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Aqui não fugimos à regra, como iremos ver de seguida,
com estas “armadilhas” para os touros (bulls) e ursos
(bears) do mercado.

As Bull Traps e as Bear Traps são no fundo falsas


penetrações nas resistências e suportes (“false
breakouts”, na Língua Inglesa), que levam os bulls ou
os bears a crerem que podem entrar no mercado e
fazerem lucro e depois verem as suas aspirações irem
por água abaixo e acabarem por terem prejuízo por
terem seguido um sinal de compra ou venda falso.

Sempre que uma resistência é rompida ou um suporte


quebrado, e depois os traders chegam a um consenso
de que esses novos níveis de preços atingidos não são
viáveis, há o tal Traders’ Remorse que estudamos
acima, e aí, pode-se dizer que houve uma “armadilha”
que conseguiu capturar alguns traders, ou bulls ou
bears do mercado.

Vejamos agora exemplos do que seriam uma bull trap e


uma bear trap, com respectiva indicação dos pontos
quer dos pontos em que a linha horizontal representou
um suporte, quer os pontos em que a linha horizontal
representou uma resistência.

Vejamos um exemplo de uma bear trap:

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Aqui podemos ver uma linha de suporte que sustentou
os preços após vários testes ao mesmo, mas havendo
uma altura em que é quebrado por eles.

De seguida os preços voltam ao anterior suporte,


actuando agora como resistência, que não é rompida
pelos preços, que acabam por cair posteriormente mais
um pouco, com um aumento e reforço de posições
curtas por parte dos bears, caindo assim estes na
armadilha.

Chegamos assim a uma altura em que as expectativas


dos traders mudam, e entram num consenso de que os
preços não são sustentáveis a estes níveis de momento,
e que estão afinal demasiado baixos, o que leva os
preços a subir e romper a resistência, que depois actua
novamente como suporte, voltando os preços a um
nível em que há um equilíbrio maior entre a oferta e a
procura, ou seja, um consenso maior entre os bulls e os
bears do mercado.

Esta situação foi no fundo uma bear trap, onde vários


bears do mercado foram cair, ao acontecer o posterior
traders’ remorse que lhes infligiu prejuízos nas suas
carteiras.

Vejamos agora o exemplo de uma bull trap:

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Aqui, inversamente ao exemplo de cima, podemos ver
uma linha de resistência que impediu a subida de
preços após vários testes à mesma, mas havendo uma
altura em que é rompida por eles.

De seguida os preços voltam à anterior resistência,


actuando agora como suporte, que não é quebrado
pelos preços, que acabam por subir posteriormente
mais um pouco, com um aumento e reforço de posições
longas por parte dos bulls, caindo estes assim na
armadilha.

Chegamos assim a uma altura em que as expectativas


dos traders mudam, e entram num consenso de que os
preços não são sustentáveis a estes níveis de momento,
e que estão afinal demasiado elevados, o que leva os
preços a caírem e quebrarem o suporte, que depois
actua novamente como resistência, voltando os preços
a um nível em que há um equilíbrio maior entre a oferta
e a procura, ou seja, um consenso maior entre os bulls
e bears do mercado.

Esta situação foi no fundo uma bull trap, onde vários


bulls do mercado foram cair, ao acontecer o posterior
traders’ remorse que lhes infligiu prejuízos nas suas
carteiras.

Pode-se dizer que existem basicamente duas situações


em que as armadilhas (traps) podem ocorrer:

Há as que acontecem a meio de uma tendência definida


de subida ou queda, em que os bulls ou bears apostam
na inversão da tendência por verem penetrada uma
resistência ou suporte, respectivamente, e que depois
vêem voltar à tendência anterior.

As outras são as que acontecem quando se está perto


de um topo ou fundo, próximos de uma resistência ou
suporte, respectivamente, e em que acontece uma
penetração, como a verificada anteriormente com o
exemplo dos 1.000 pontos do Dow Jones, e que leva os

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bulls ou bears (consoante é uma resistência ou
suporte), a tomarem uma posição a favor da
continuação da tendência para novos níveis de preço ou
mesmo início de uma nova tendência (quando
estivermos numa tendência lateral), e terem de fechar
posições depois por verem que essa penetração dessa
resistência ou suporte ter sido inválida.

Ou seja, a primeira que iremos estudar, são traps em


que os bulls ou bears do mercado caem ao julgarem
que estão presentes numa inversão da tendência actual
do mercado, enquanto que na segunda, esses traders
julgam haver um breakout (penetração) de um suporte
ou resistência que levarão a uma continuação da
tendência actual ou ao início de uma nova tendência.

Traps em possíveis inversões de tendências

Quanto à primeira situação de trap referida, acontece


quando os traders pensam devido a algum movimento
novo e contrário de preços a meio da tendência actual,
que essa mesma tendência se irá inverter e dar origem
a uma tendência inversa, ou seja a uma reversão de
tendência, e entram no mercado, invertendo posições,
para descobrir pouco tempo depois que essa inversão
de tendência era apenas um sinal falso e retomando a
tendência anterior, fazendo-os ter prejuízo.

Ou seja, este tipo de traps é visível a meio de


tendências quando há um qualquer movimento
contrário à tendência, em que haja penetração de
algum suporte ou resistência, dando a ideia de que a
tendência será invertida, e depois acabando por voltar à
tendência anterior e assim não havendo inversão, sendo
assim uma armadilha em que acabam por cair alguns
traders e deixá-los fora do mercado ou fazê-los ter
prejuízos.

Tal como uma armadilha na vida real que deixaria o


touro ou urso fora da corrida por ficarem lá presos
durante algum tempo (fora do mercado na vida real até

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decidir quando voltar a entrar), ou deixando-os feridos,
ou seja, com prejuízos em carteira, na vida real,
assumindo novamente a posição a favor da tendência.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
AS BULL TRAPS

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AS BULL TRAPS

No caso de isto acontecer a meio de uma tendência de


queda, em que alguns bulls decidam entrar no mercado
no sentido oposto da tendência por virem rompida uma
resistência que possa dar sinais de inversão de
tendência, dá-se o nome de bull trap, pois serão os
bulls os que cairão nesta armadilha.

Vejamos um exemplo de uma bull trap a meio de uma


tendência de descida dos preços:

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Como podemos ver no exemplo acima, nesta tendência
de queda, tanto os suportes como as resistências vão
sendo cada vez mais baixos, ajudando as resistências a
impor barreiras cada vez mais abaixo às subidas de
preços, fazendo-os cair, e os suportes sendo quebrados
constantemente, não conseguindo evitar essas quedas.

Chegamos contudo a uma altura, a meio da tendência


de queda, em que curiosamente, após uma normal
retracção dos preços face a uma das resistências, os
preços acabam mesmo por romper essa resistência, o
que faz com que alguns bulls do mercado acreditem
tratar-se de uma inversão da tendência de descida
actual e abrirem ou reforçarem posições longas no
mercado, apostando na subida dos preços, caindo assim
numa armadilha de bulls, uma bull trap.

Contudo, os novos níveis de preços acabam por não ser


afinal sustentáveis, e dá-se um Traders’ Remorse,
acabando os preços por voltar novamente para níveis
abaixo desse suporte, que actua posteriormente como
resistência novamente, e continuando os preços o seu
caminho de descida, de acordo com a tendência actual.

Assim deu-se uma bull trap, tendo sido apanhados nela


alguns bulls desprevenidos a meio de uma tendência de
descida de preços, bulls estes que julgavam estar
perante uma inversão de tendência.

Vamos ver mais abaixo exemplos reais de algumas


armadilhas no dia a dia do câmbio Euro/Dólar onde
alguns bulls acabam por cair.

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Primeiro exemplo:

O gráfico horário acima, mostra-nos que durante uma


tendência de queda, houve uma determinada altura em
que os preços subiram ligeiramente, e depois houve
uma explosão repentina nos preços, fazendo-os subir
bastante acima dos máximos das últimas vinte e quatro
horas.

Tal subida repentina e forte fez certamente muitos bulls


pensarem que seria uma boa altura para entrar no
mercado com posições longas, pois poderiam estar
perante uma inversão de tendência, daí o movimento
ter também subido tão repentinamente, devido à
quantidade de compras e devido a stop losses fechados
de posições curtas.

Acabam no fundo por cair em pequenas armadilhas,


pois depois vêem os preços inverter e cair novamente
em poucos minutos e por norma esses bulls aguentam
um pouco as quedas na esperança de que voltem a
subir os preços por estarem supostamente numa nova
tendência de subida, mas infelizmente os preços caem
cada vez mais, tendo fechado a vela mais de cem pips
abaixo, e indo os preços a mais de duzentos pips abaixo
nas horas seguintes.

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Neste caso muitos bulls poderão ter entrado ao verem
rompida a resistência dos 1.2100 com força, caindo
assim numa armadilha.

Muito pouco tempo depois de esses bulls terem entrado


no mercado, os preços começam a cair e acabam por
ver que foi um falso sinal de subida.

Se fosse em velas de cinco minutos seriam mais


perceptíveis os movimentos que fazem os traders
caírem nestas armadilhas e os arrependimentos dos
mesmos, mas não seriam visíveis tão bem as
tendências de descida de preços, pelo que foram
escolhidos gráficos com velas de uma hora.

Vejamos outro exemplo de armadilha para os bulls:

Nesta vela realçada a meio do gráfico, vemos uma vela


que tem uma sombra superior de cerca de cem pips.

Devido possivelmente a alguma notícia, houve uma


subida brusca de preços, que após a recente calmia no
mercado, levou muitos bulls a entrarem no mercado ou
a reforçarem posições, pensando vir aí um novo
movimento de subida de preços, tendo os preços
rompido o anterior suporte de 1.3000, agora
resistência, e tendo também alguns bulls tido o azar de
ter entrado mesmo perto dos 1.3050 de preço, pois se
os preços chegaram a esse valor, é porque houve bulls

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que tiveram o azar de comprar a esse preço e bears que
tiveram a sorte de abrir posições a esse preço.

Neste caso muitos bulls poderão ter entrado perto do


nível dos 1.3000 que seria uma resistência forte para
muitos, caindo assim numa armadilha.

Mais uma vez, tal como no exemplo anterior, pouco


tempo depois de esses bulls terem entrado no mercado,
os preços começam a cair e acabam por ver que foi um
falso sinal de subida.

Vejamos agora em gráficos com velas de cinco minutos


um movimento de preços que foi tão rápido que nem
deve ter dado tempo a que muitos bulls possam ter
entrado nesse momento, a não ser talvez aqueles que
estivessem de olho no mercado e ao verem a subida
repentina pensarem que seria uma daquelas subidas
repentinas de mais de cem pips, e terem entrado no
mercado, para em poucos minutos depois assumirem
prejuízos avultados, ou devido a ordens pendentes:

Como vemos, em bastante pouco tempo, em menos de


cinco minutos que é a duração da vela em questão, os
preços subiram repentinamente cerca de trinta pips,
não chegando sequer a romper bem a resistência dos
1.2100, mas contudo, devido a ter sido um movimento
bastante repentino de subida após uma calmia bem
visível no mercado, pode ter levado alguns bulls a

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terem apostado na subida dos preços na expectativa de
que estivessem perante um daqueles movimentos
repentinos de mais de cem pips de tamanho e com
força que iria romper a resistência dos 1.2100 dando
início a um novo movimento de subida.

Escusado será dizer que os bulls que entraram no


mercado nesse momento, viram as suas expectativas
frustradas com a queda seguinte que se seguiu nos
preços, pois os preços reagiram mal à resistência dos
1.2100.

De qualquer das formas, este foi um exemplo mais de


um sinal falso, do que propriamente uma bull trap
convencional em si, pois nenhuma resistência
importante foi quebrada, no fundo foi apenas um sinal
falso de compra, não deixando contudo de ter sido uma
pequena armadilha para alguns bulls com mais azar que
acabaram por ter sido apanhados nela e ter tido
prejuízos na carteira, mas não sendo um bom exemplo
do que andámos a estudar anteriormente, servindo
apenas para alerta de algo que se passa
frequentemente no dia a dia e ao que os traders devem
ter sempre em conta que poderá acontecer.

Se tivesse sido rompida a resistência dos 1.2100 aí


poderia ter havido uma verdadeira bull trap com um
traders’ remorse depois, com muitos bulls a caírem nela
e aí sim seria um bom exemplo.

Muitos destes movimentos repentinos de preços devem-


se à saída de números e relatórios, ou mesmo notícias,
entre outros factores fundamentais que ocorrem no dia
a dia nos mercados cambiais, e muitas vezes levam os
traders a pensar que são daqueles movimentos bruscos
bastante fortes com mais de cem ou duzentos pips de
subida e a entrarem na direcção desses movimentos,
especialmente após a penetração de suportes e
resistências, para depois verem frustradas as suas
expectativas com um traders’ remorse que os faz entrar
na zona dos prejuízos.

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Por vezes saem números e notícias que levam a
movimentos repentinos de mais de cem e duzentos
pips, mas convém sempre ver se são para se manter ou
apenas sinais falsos como no caso anterior.

Deparamo-nos no dia a dia frequentemente com todo o


tipo de armadilhas, há também pequenos
acontecimentos que levam os traders a pensar que a
tendência irá continuar ou inverter para depois lhes
mostrar que estavam enganados e fazendo-os perder
dinheiro.

Vamos ver de seguida um exemplo desses


acontecimentos que levam os traders a perder dinheiro.

Vejamos agora com mais atenção um exemplo em que


alguns bulls, levados pelas emoções do momento,
acabaram por entrar em subidas repentinas que
poderiam ser o início de novas subidas de preços, mas
que acabaram por se revelar armadilhas que levaram
muitos desses bulls a ter de fechar posições ou assumir
perdas, pois foram apanhados numa situação típica e
vulgar dos mercados cambiais:

Nesta situação, há alguns bulls que são apanhados


naquilo que pensam ser uma inversão da tendência
actual da queda para verem que afinal era apenas um
sinal falso de subida.

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Neste exemplo, em velas horárias, como podemos ver,
há uma vela branca longa mas que é seguida de uma
fortíssima vela negra que fecha abaixo dos mínimos da
vela branca anterior, levando os preços posteriormente
muito mais abaixo.

Vejamos agora melhor o que se passou em velas de


cinco minutos:

Basicamente o que podemos reparar é que finalmente


os preços saíram do movimento lateral a curto prazo
em que se encontravam para subir fortemente, também
devido à ajuda de muitos traders que entraram no
mercado assumindo posições longas, mas não
conseguindo eles enfrentar as fortes vendas dos bears
que detinham bastante força perto da resistência
importante dos 1.2000, não chegando os preços a
conseguir sequer tocar lá, sendo seguida essa
aproximação provocada por essa subida repentina, de
uma queda igualmente repentina e ainda mais forte,
levando os preços a cair quase duzentos pips nas horas
seguintes.

No fundo a principal causa desta queda abrupta e com


isso os prejuízos causados às carteiras dos bulls que
entraram na subida repentina, foi a resistência muito
forte dos 1.2000, e devem nestes casos os bulls do
mercado ter atenção primeiro ao facto de os preços
conseguirem romper essas resistências ou não, antes

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de entrarem no mercado apostando na subida, pois
frequentemente essas resistências têm força suficiente
para evitar essas subidas.

Vejamos um exemplo bem visível de uma armadilha em


que caíram muitos bulls pois pouco levava a prever que
os preços iriam cair posteriormente:

No exemplo acima, em velas horárias, podemos ver que


após uma queda continuada, há algumas tentativas de
subida por parte dos bulls do mercado.

Pelos 1.3150 os preços foram suportados e houve uma


pequena subida gradual até que com uma única vela
negra os preços caíram dos 1.3155 aos 1.3085.

Mas essa queda é irrelevante, o que iremos estudar é


diferente.

Se virmos na segunda parte do gráfico, os preços


começam a andar mais de forma lateral, não passando
por norma de uma resistência nos 1.2980.

Há uma primeira tentativa em que os preços rompem


mesmo essa resistência, mas havendo depois um
traders’ remorse, provocando assim prejuízo aos bulls
que caíram na armadilha de comprar durante esse
rompimento dessa resistência, e levando os preços
novamente abaixo da mesma.

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Mais tarde, há um movimento bastante forte que leva
os preços acima dessa resistência, como iremos ver
desta vez de forma ampliada:

Como podemos ver, dessa segunda tentativa, a


resistência não tem qualquer força perante a força dos
bulls que elevam os preços bastante acima, rompendo
também uma resistência existente nos 1.3020, a
mesma que evitou que os preços subissem mais na
primeira tentativa falhada.

Essa subida tão abrupta dos preços, rompendo com


facilidade essa resistência nos 1.2980, chega a passar
também a resistência dos 1.3020, tudo em menos de
meia hora, levando muitos bulls a entrar no mercado ou
a reforçar posições, mas não chegando a vela dessa
hora a fechar acima da resistência dos 1.3020, sendo
seguida de uma vela negra longa que demonstra um
arrependimento por parte dos traders e que leva os
preços de novo abaixo dos 1.2980, sendo seguida
também por outra vela negra ainda maior que leva os
preços abaixo dos 1.2900.

No fundo a resistência muito forte dos 1.3000 fez o seu


papel, mas no caso do gráfico isso é visível perto dos
1.3020 que foi a resistência até onde os preços
conseguiram ir duas vezes antes da queda final e que
deu origem aos dois arrependimentos que causaram
prejuízos a vários bulls que apostavam nas subidas.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
AS BEAR TRAPS

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AS BEAR TRAPS

Agora, se a trap em questão acontecer a meio de uma


tendência de subida, em que alguns bears decidam
entrar no mercado no sentido oposto da tendência por
virem quebrado um suporte que possa dar sinais de
inversão de tendência, dá-se o nome de bear trap, pois
serão os bears os que cairão nesta armadilha.

Vejamos agora um exemplo de uma bear trap a meio de


uma tendência de subida dos preços:

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Como podemos ver desta vez no exemplo acima, nesta
tendência de subida, tanto os suportes como as
resistências vão sendo cada vez mais elevadas,
ajudando os suportes a sustentar os preços cada vez
mais acima, ajudando-os a subir, e as resistências
sendo rompidas constantemente, não conseguindo
evitar essas subidas.

Chegamos contudo a uma altura, a meio da tendência


de subida, em que curiosamente, após um normal
ressalto dos preços face a um dos suportes, os preços
acabam mesmo por quebrar esse suporte, o que faz
com que alguns bears do mercado acreditem tratar-se
de uma inversão da tendência de subida actual e
abrirem ou reforçarem posições curtas no mercado,
apostando na descida de preços, caindo assim numa
armadilha de bears, uma bear trap.

Contudo, os novos níveis de preço acabam por não ser


afinal sustentáveis, e dá-se um Traders’ Remorse,
acabando os preços por voltar novamente para níveis
acima dessa resistência, que actua posteriormente
como suporte novamente, e continuando os preços o
seu caminho de subida, de acordo com a tendência
actual.

Assim deu-se uma bear trap, tendo sido apanhados nela


alguns bears desprevenidos a meio de uma tendência
de subida de preços, bears estes que julgavam estar
perante uma inversão de tendência.

Os mercados cambiais são locais ideais para


procurarmos este tipo de pequenas armadilhas que
deixam muitos traders com elevados prejuízos em
pouco tempo, mas não nos esqueçamos que estamos a
ir buscar exemplos com velas de muito baixos períodos
de tempo apenas para efeitos de demonstração.

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Vejamos um exemplo real de o que seria uma bastante
perigosa bear trap no câmbio Euro/Dólar:

Como pudemos ver no exemplo acima, houve uma


terrível armadilha para os bears.

Neste caso aconteceu bastante depressa, e por isso em


velas de uma hora não é bem visível o que se passou, e
teríamos de visualizar essa trap em velas de cinco
minutos.

De qualquer das formas, podemos ver na vela em


realce, que teve uma sombra que penetrou
praticamente todos e quaisquer suportes visíveis no
gráfico, e uma sombra inferior com mais de duzentos
pips de tamanho, mostrando que os preços percorreram
duzentos pips para baixo, antes de voltarem a subir.

Com essa queda repentina, muitas ordens longas foram


fechadas, quer por stop-losses que os bulls tinham
definido, quer por decisão própria dos mesmos.

Quem é que ao ver que os preços se estariam a mover


tão rápido na direcção contrária não sairia do mercado
com o pânico de estar a ter prejuízos elevados ou
mesmo tentaria inverter posições e tentar assim tirar
algum lucro da queda?

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Só traders experientes e com sorte, ou que não
estivessem de olho nos mercados a essa hora, é que
evitariam cair nessa armadilha e continuariam quietos,
em termos de bulls que se tornariam bears ou
simplesmente fechariam posições indevidamente, ou
mesmo bears que apostariam na queda muito abaixo
para depois ver prejuízos com a subida de preços e
estes nervos são uma das razões pelas quais o
daytrading é tão stressante e uma das razões pelas
quais muitos optam por investir em prazos mais
alargados e de forma mais tranquila.

Após essa queda de mais de duzentos pips, os preços


não foram aceites como válidos, e ocorreu a subida de
preços, levando-os de volta aos valores iniciais com
uma recuperação tão ou mais forte quanto a descida
inicial em si.

Contudo, no meio desta queda, houve muitos bulls que


viram as suas posições fechadas com prejuízo, e muitos
bears que entraram no mercado ou mesmo reforçaram
posições curtas, apostando na descida, e que acabaram
por perder dinheiro ao ver os preços recuperar depois,
caindo assim numa perigosa e rápida armadilha.

O pior caso possível, ainda pior do que bears entrando


no mercado para ganhar dinheiro com a queda, seriam
bulls que ao verem os seus prejuízos aumentarem com
a queda, assumiram os prejuízos, fechando posições,
apostando depois na queda de preços, infelizmente
alguns erradamente na casa dos 1.23 de preço,
tornando-se bears tarde demais, perdendo bastante
depois com a subida de preços subsequente por
estarem a apostar na queda, ficando assim a perder
duas vezes numa só hora e com bastantes prejuízos, se
não tivessem agido, talvez não tivessem perdido nada.

Primeiro por fecharem a posição num sinal falso de


venda, e segundo por se tornarem bears e caírem assim
numa bear trap fatal.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
TRAPS EM TENDÊNCIAS LATERAIS OU NA
CONTINUAÇÃO DAS TENDÊNCIAS ACTUAIS

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TRAPS EM TENDÊNCIAS LATERAIS OU NA
CONTINUAÇÃO DAS TENDÊNCIAS ACTUAIS

As situações em que estudámos o acontecimento destas


traps até agora, foram as que eram relativas a suportes
ou resistências de menor força, aquelas mais a curto
prazo que iam sendo geradas a meio de subidas ou
descidas e que poderiam levar os traders a deduzirem
que estaria a acontecer uma inversão de tendência e a
entrarem nos mercados.

As outras situações em que se verificam as traps, e


possivelmente as mais visíveis, além de serem as mais
conhecidas e referidas quando se estudam estes
fenómenos, são aquelas situações em que o mercado ou
já se encontra na direcção do nível de preço onde está o
suporte e resistência, e chegando lá, penetra essa
barreira levando os traders a pensar que poderá ir mais
longe e a entrar no mercado, ou então numa tendência
lateral de preços, limitada por um suporte ou resistência
que ao serem penetrados levam os traders a entrar no
mercado por julgarem ser o início de uma nova
tendência.

Ao contrário do tipo de suportes e resistências referidos


nos tipos de traps falados anteriormente, estas traps já

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ocorrem com suportes e resistências muito mais fortes,
normalmente de mais longa duração e não criadas há
pouco tempo, sendo por isso as mais faladas e o
principal tipo de traps existente.

Por norma o anterior tipo de traps, referente a


breakouts que possam dar início a inversões de
tendência, não costuma ser exemplificado quando é
estudado, e sim este que iremos estudar agora, que são
possivelmente mais fáceis de identificar, mas foi
referido pois não deixam de ser armadilhas colocadas
aos traders no dia a dia e que convém estarmos
preparados para as evitarmos, além de que é comum
referir que se está perante uma bull trap ou bear trap
naquelas situações referidas acima de inversões falsas
de tendência através de falsos breakouts dando início a
falsas inversões de tendência.

Aqui estamos presentemente numa tendência, quer seja


lateral, de subida ou de descida, quando os preços
chegam a uma resistência ou a um suporte, que se
forem penetradas pelos preços, poderão dar origem a
uma continuação da tendência actual para preços mais
distantes, ou mesmo ao início de uma nova tendência
no caso de estarmos perante uma tendência actual
lateral.

Vamos ver então mais abaixo um exemplo de uma bull


trap durante uma tendência lateral que leva os bulls a
pensarem que se irá dar início a uma nova tendência
bullish, para depois verem as suas expectativas
frustradas ao verem os preços voltarem à tendência
lateral já existente.

Mas este tipo de bull traps não serão das piores, dado
que sendo a tendência lateral, as perdas para os que
caem nestas armadilhas não serão das piores.

As piores traps são normalmente as que ocorrem a


meio de tendências fortes e levam os traders a perder
dinheiro com as quebras consequentes.

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Vejamos então o exemplo acima referido:

Vejamos agora em exemplo uma bear trap durante uma


tendência lateral que leva os bears a pensarem que se
irá dar início a uma nova tendência bearish, para depois
verem as suas expectativas frustradas ao verem os
preços voltarem à tendência lateral já existente:

Iremos ver agora em exemplo uma bull trap e uma


bear trap aquando já presentes numa tendência de
subida ou descida, levando os bulls a pensarem que
após rompida a resistência encontrada, os preços

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poderão subir ainda mais pelo que deverão abrir ou
reforçar posições longas após o rompimento da mesma,
e os bears a pensar que após quebrado o suporte
encontrado os preços poderão cair ainda mais pelo que
deverão abrir ou reforçar posições curtas após a quebra
do mesmo, ou seja, a pensarem os traders que os
preços irão, basicamente ainda mais longe.

Vejamos uma bear trap que acontece durante uma


queda de preços:

Como podemos ver acima, o que se passa é que os


bears que andam a apostar na queda de preços durante
esta tendência bearish, deparam-se mais uma vez com
um dos vários suportes que têm vindo a encontrar pelo
caminho e que têm sido quebrados, e pensam mais
uma vez que irá ser quebrado como os anteriores, e
realmente acaba por o ser, mas desta vez há um
arrependimento por parte dos traders e os preços
voltam novamente para valores anteriores à quebra
desse suporte, ou seja, acima dele, assumindo depois
normalmente outra tendência, como uma tendência
lateral ou uma tendência inversa, de subida de preços,
no caso do exemplo acima.

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Vejamos uma bull trap que acontece durante uma
subida de preços:

Como podemos desta vez ver acima, o que se passa é


que os bulls que andam a apostar na subida dos preços
durante esta tendência bullish, deparam-se mais uma
vez com uma das várias resistências que têm vindo a
encontrar pelo caminho e que têm sido rompidas, e
pensam mais uma vez que irá ser rompida como as
anteriores, e realmente acaba por o ser, mas desta vez
há um arrependimento por parte dos traders e os
preços voltam novamente para valores anteriores ao
rompimento dessa resistência, ou seja para baixo dela,
assumindo depois normalmente uma outra tendência,
como uma tendência lateral ou uma tendência inversa,
de descida de preços, no caso do exemplo acima.

Como vimos por estes dois exemplos, este tipo de traps


acontecem já na continuação de um movimento de
preços, quer esteja este dentro de uma tendência
lateral de preços e que possa significar que essa
tendência seja rompida para dar lugar a uma nova
tendência de subida ou queda de preços, quer esteja a
meio já de uma tendência de subida ou queda bem
delineada, mas que possa dar a entender que uma

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barreira tenha sido quebrada e que leve essa tendência
a seguir caminho por mais algum tempo.

De qualquer das formas, entre estas e as traps


anteriores que aconteciam a meio de uma tendência
contrária, essas que aconteciam a meio de uma
tendência contrária serão possivelmente as mais
perigosas, visto que por norma, se por exemplo
estivermos a lidar com uma bull trap os bulls que
esperavam que os preços invertessem e subissem mais,
acabam por ficar com acções sobrevalorizadas (ou outro
tipo de activo financeiro) em mãos, quando vêm
retomada a tendência anterior que ao ser de queda os
faz ter prejuízos, especialmente se for retomada com
força.

Vejamos novamente como exemplo real o famoso índice


Dow Jones Industrial Average com duas barreiras, um
suporte nos 800 pontos e uma resistência nos 1.000
pontos:

Como podemos verificar no gráfico acima, o nível dos


800 pontos era um bom nível de suporte ao índice, e os
1.000 pontos uma forte resistência psicológica, e não foi
fácil passá-la, e antes de ser rompida existiram várias
tentativas falhadas para passar um nível que parecia
tão difícil de ultrapassar e que em cerca de vinte anos
depois, estando a níveis dez vezes superiores, todos
desejariam retornar aos 1.000.

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Vamos ampliar agora a parte referente aos anos 1980 e
1981 em que houve algumas tentativas de rompimento
com sucesso da resistência dos 1.000 pontos:

Estes gráficos podem não dar para se reparar bem nos


Traders’ Remorses e na bull trap e bear trap, pois está
com velas semanais, mas se tivesse com velas diárias
seriam mais visíveis os movimentos propriamente ditos,
mas ficariam pequenas demais e irreconhecíveis pelo
que por vezes dá jeito o uso de velas semanais.

Poderá não ser um bom exemplo, mas se tivermos em


conta o suporte dos 800 pontos, onde como podemos
ver acima os preços ressaltavam bastante quando de lá
se aproximavam, por ser um bom suporte, podemos ver
inicialmente uma bear trap, em que houve uma
penetração com sucesso do suporte dos 800 pontos
numa semana, que levou ainda os bears a apostar mais
ainda na queda levando os preços até níveis abaixo dos
750 pontos, sendo por isso uma bear trap, pois pouco
tempo depois dá-se um traders’ remorse, e com ele, a
subida dos preços, deixando os bears apanhados na
armadilha com prejuízos e forçados a sair do mercado
ou inverter posições.

Posteriormente vamos reparar apenas em uma


tentativa de penetração da resistência dos 1.000
pontos, a mais visível, apesar de em velas semanais

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não ser fácil de verificar, mas não sendo de esquecer
que cada vela dessas representa cinco ou seis velas
diárias.

Nessa tentativa, em que os preços penetram essa


mesma resistência, continuam a haver reforços de
posições por parte dos bulls que continuam a apostar na
subida e no rompimento dessa resistência para levar os
preços mais acima.

Essa aposta por parte dos bulls vem-se contudo a


revelar uma bull trap, pois são bulls que se vêm
apanhados numa armadilha, iludidos em como os
preços irão mais acima, quando na última semana, na
última vela negra, os preços acabam por sofrer de uma
correcção forte, provocada por um traders’ remorse,
levando os preços a fechar abaixo do suporte dos 1.000
pontos.

A queda é tão forte que leva os preços a abrirem na


semana seguinte em gap down, havendo outra tentativa
falhada de penetração dessa barreira antes da queda
que levará os preços abaixo do nível dos 800 pontos
novamente.

Concluindo, primeiro vem uma penetração pelos preços


de uma determinada barreira, que será suporte ou
resistência, levando os bulls ou os bears a reforçar
posições ou a entrar no mercado, caso se trate de uma
resistência rompida ou de um suporte quebrado,
respectivamente.

Tendo falhado essa penetração dos preços (sendo uma


“false breakout”, em Inglês), há lugar posteriormente
ao traders’ remorse, que leva os preços até aos níveis
da barreira novamente ou ainda mais atrás, sendo por
isso classificada essa acção de reforço de posições pelos
traders aquando da penetração dessa barreira, como
tendo sido uma bull trap ou uma bear trap, consoante
tenham sido apanhados na armadilha os bulls ou os
bears do mercado, respectivamente.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 310


SUPORTES E RESISTÊNCIAS
OS NÚMEROS REDONDOS COMO

SUPORTES E RESISTÊNCIAS

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OS NÚMEROS REDONDOS COMO SUPORTES E
RESISTÊNCIAS

Por norma há vários tipos de factores que originam o


aparecimento de suportes e resistências, e nos mais
variados níveis de preços, dependendo do activo
financeiro em questão.

Mas há um tipo de suportes e resistências que acaba


por ser universal em praticamente todos os tipos de
activos financeiros, quer sejam câmbios, acções,
warrants, ou outros.

Este tipo de suportes e resistências universal, são os


chamados “números redondos” (“round numbers”, em
Inglês).

Números redondos são números que como o nome


indica, têm finais redondos, ou seja com zeros, como
por exemplo o 10, 20, 30, 100, 1.000, 10.000, e por aí
adiante.

Basicamente, múltiplos de 10, 100, 1.000, mas também


podem ser considerados números redondos, os números
15, 25, ou seja múltiplos de 5, ou mesmo múltiplos de
1 ou 0,10 conforme os níveis dos preços.

Se um de um activo financeiro estiver cotado por volta


dos 1.000 pontos, aí os números redondos a serem

www.LivroDaBolsa.com Pág. 312


especialmente tomados em conta deverão ser em
múltiplos de 100 ou 1.000, pois cada 1% de subida
subiria logo mais de 10 pontos.

Se um activo financeiro estiver cotado por volta dos 100


pontos, aí os números redondos a serem especialmente
tomados em conta deverão ser em múltiplos de 10 e de
100, sendo claro os de 1.000 e maiores ainda mais
importantes, pois cada subida de 1% equivalerá a
apenas 1 ponto de subida.

Se um activo financeiro estiver cotado entre 1 e 10, os


números redondos a serem especialmente tomados em
conta deverão ser os múltiplos de 1 e de 10, e
seguintes como é lógico, pois cada subida de 1%
equivalerá a apenas a um pequeno múltiplo de 0,10.

Por fim, e a título de exemplo, os números redondos a


serem tomados em conta a um activo que esteja abaixo
de 1 unidade de valor, ou que se mova num espaço de
1 unidade, como por exemplo algo que esteja entre as 0
e 1 unidades, ou entre as 1 e 2 unidades, deverão ser
múltiplos de 0,1000, 0,0500 ou 0,0100 unidades, e
claro, as seguintes.

Como exemplo real, podemos ver o caso do par cambial


Euro/Dólar (EUR/USD), em que nos gráficos acima,
rondavam os preços de 1.2000.

Neste caso, os números redondos mais importantes a


serem tomados em especial atenção como suportes e
resistências, seriam neste caso os múltiplos de 0,1000
como os 1,0000, os 1,1000, os 1,2000, os 1,3000,
1,4000 e por aí adiante, ou os múltiplos de 0,0500
como 1,1500, 1,2000, 1,2500, e por aí adiante.

Claro que múltiplos de 0,0100 poderão ser por vezes


importantes também, pelo que nos câmbios muitas
vezes os preços a tocarem num nível como 1,2400,
apesar de não ser nos 1,2500, acabam muitas vezes
por fazer os preços inverter as suas tendências.

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Contudo, quanto maior for o múltiplo usado para
marcar esse número redondo, maior será a força desse
suporte e resistência, sendo por isso os níveis de
1,1000, 1,2000 e 1,3000 suportes ou resistências muito
mais fortes que múltiplos de 0,0500 como por exemplo
1,0500, 1,1500 e 1,2500, e estas serão
consequentemente mais fortes que múltiplos de 0,0100
como 1,2100, 1,2200 ou 1,2300.

Vejamos uma tabela com alguns exemplos de valores


de um determinado activo financeiro com múltiplos
considerados números redondos com maior importância
em termos de suportes e resistências e com exemplos
desses múltiplos:

Como vimos, a noção de números redondos varia um


pouco consoante o valor do activo financeiro, e se o
múltiplo 100 é muito importante para algo que vá nos
95 de preço, por exemplo, será completamente
irrelevante para algo que vá nos 15.000 de preço, onde
cada pequena subida de 1% representará logo 150 de
subida, tornando o múltiplo 100 irrelevante como
número redondo.

Estes valores, considerados números redondos, são


muitas vezes pontos de viragem psicológicos muito
importantes onde muitos traders irão fazer decisões de
compra ou venda nos mercados, devido à grande
visibilidade que estes números têm por parte dos
traders que acompanham os mercados no dia a dia.

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Por isso, se muitos traders estiverem a pensar em
comprar um activo a um preço perto dos 100, e ele
esteja a uns 110 de preço, torna muito difícil que os
preços caiam abaixo desse nível, dos 100.

Se pelo contrário muitos traders pensem que se o preço


desse activo atingir os 120 será ideal vender, será
muito difícil os preços passarem dos 120 com essa
pressão vendedora que se originará lá perto.

São estes tipos de pressões derivadas de um factor


psicológico que fazem com que os números redondos
possam ser suportes e resistências tão importantes.

Agora, porque é que estes números redondos são tão


importantes?

A resposta é mais simples do que parece à partida.

Quando se compra algo a um preço de por exemplo


123€, qual das seguintes opções é que alguém tem
mais tendência a pensar à partida quando pensa no
futuro vender?

«Quando forem aos 130,00 vendo.»

«Quando forem aos 128,00 vendo.»

«Quando forem aos 129,37 vendo.»

A resposta é simples, a grande maioria dos traders iria


escolher a primeira opção, simplesmente porque é um
número redondo.

Os seres humanos têm mais tendência a reparar nesse


tipo de números, os que acabam em zero, talvez por
parecerem mais simples, são também por isso os mais
fáceis de visualizar ou memorizar ou chamar à atenção.

Para quê escolher 130,004 se existe o 130,000, o


começo dessa dezena de milhares?

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Alguns traders podem ter alguma teoria em relação ao
valor 1,3010 e outros ao valor 1,2910, mas todos eles,
olham para o valor 1,3000 num gráfico, pois são
números que têm grande visibilidade, e sendo por isso
universalmente vistos pelos traders, tendo essa sua
visibilidade efeitos imediatos nos comportamentos dos
preços, e o ser humano gosta de arredondar números.

Que valor é que um trader irá considerar como sendo a


próxima importante resistência com um câmbio cotado
nos 1,2620 por exemplo pela primeira vez?

Ninguém irá pensar que será os 1,2683 ou os 1,2876 ou


os 1,2947, mas a grande maioria dos traders, senão a
totalidade deles, irá dizer 1,3000, e com os preços a
1,2230 por exemplo, possivelmente iriam dizer 1,2500
e uma resistência ainda mais forte a 1,3000.

Lá estão mais uma vez os números redondos.

O valor 1,3000 será um número ainda mais redondo


que 1,2500, com não dois mas sim três zeros nele.

Logo se a grande maioria dos traders pensa num dado


número, e se lembra dele por ser redondo ou por
qualquer outra razão válida, e se lembra dele muito
mais do que qualquer outro, será logicamente de
esperar que os preços encontrem suporte ou resistência
mais forte nesse número em detrimento de outros
números menos redondos ou mais difíceis de lembrar
ou pensar.

Dessa forma criam-se grandes expectativas em torno


destes números em que uma grande maioria de traders
pensa, sendo por isso muito importantes os números
redondos para os traders no dia a dia.

Vejamos o exemplo anterior do Dow Jones Industrial


Average que estudámos há pouco, onde pudemos
reparar que os grandes suportes e resistências eram
todos números redondos, antes dos 1.000 foram vários

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como 700, 800, mas sendo a resistência dos 1.000 a
mais forte que levou anos a ser rompida com sucesso,
andando agora os preços a lutar contra outros números
redondos mais acima e tendo visto suporte noutros
números redondos como 7.400 entre outros.

Revejamos o exemplo desde índice, agora em gráfico de


velas mensais:

Como podemos reparar neste gráfico acima, onde foram


apenas marcadas algumas linhas de suporte e
resistência, encontramos muitos números redondos com
grande efeito psicológico nos traders.

Vemos ali uma resistência nos 11.900 e um suporte nos


7.400 e não nos 12.000 e nos 7.500 mas isso deve-se a
um factor que iremos estudar posteriormente.

Vamos ver mais abaixo um exemplo retirado do câmbio


Euro/Dólar, onde podemos ver distinguidos com uma
linha mais grossa os números redondos de três zeros,
como 1,1000, 1,2000 e 1,3000, e com linhas mais finas
números redondos com apenas dois zeros como 1,1500,
1,2500 e 1,3500.

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Aqui temos o exemplo mencionado:

Como podemos facilmente notar logo à partida no


gráfico que acabámos de ver, as linhas que vimos acima
marcadas nos números mais redondos, acabam por ser
suportes e resistências bastante fortes nas mais
diversas alturas, como a 1,2000 que suportou várias
vezes os preços evitando quedas maiores, a 1,3000 que
foi uma forte resistência, entre outras, onde as
intermédias tiveram também papéis bastante fortes
como a 1,2500 como resistência neste caso e uma vez
como suporte, ou a 1,3500, ou mesmo a 1,1500 como
suporte no início.

É de notar que uma resistência pode não aparecer nos


gráficos como uma parede intransponível, mas não será
por isso que deixará de ser uma resistência, tal como
no que diz respeito aos suportes.

Por essa razão podemos ver os 1,3000 actuarem como


resistência forte e os preços não passarem dos 1,2950
ou os 1,1500 actuarem como suporte e os preços irem
um pouco mais abaixo antes de subirem, numa
tentativa falhada de quebra de suporte.

O porquê disto acontecer será explicado depois, mas


não invalida o efeito dos números redondos nestes
gráficos mesmo que pareçam não ter a exactidão

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milimétrica por vezes, como alguns se calhar
esperariam ou desejariam.

Vejamos o mesmo câmbio visto acima, novamente em


velas semanais, mas com menos “zoom”, podendo nós
assim visualizar os preços já desde 1992:

Aqui podemos ver novamente como é naqueles


números redondos que muitas vezes os preços param
ou pausam os seus movimentos de subida e descida, e
onde por vezes há inversões, actuando eles como
suportes e resistências que por vezes fazem inverter os
preços por serem um pouco intransponíveis e por outras
acabam por ser quebrados e rompidas, atrasando
apenas um pouco os movimentos.

De qualquer das formas são evidentes os seus efeitos


nos preços.

Agora, porque é que, conforme vimos acima, os preços


por vezes invertem antes de chegarem a essas
resistências ou após as passarem, ou mesmo em
relação aos suportes?

A explicação é simples: quando se pensa que os preços


devem inverter perto dos 1,3000 por exemplo, não
devemos colocar ordem de venda nos 1,3000, pois a
esses níveis já estarão muitas ordens mesmo de todo o
tipo de traders, vendo nós mínimas as chances de a

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ordem ser executada caso os preços não cheguem a
esse nível.

É prática comum, além de ser aconselhável, que os


traders coloquem as ordens de venda mais abaixo, pois
muitas vezes os preços mal tocam nas resistências, tal
não é a força vendedora inicial antes dos preços lá
chegarem.

Devido a essa força é que também os preços acabam


por não chegar lá, sendo por isso um ciclo vicioso,
provocando a venda antecipada do activo que os preços
invertam antes de tocar na resistência, e provocando o
facto daí derivado de os preços por vezes não chegarem
sequer a tocar nas resistências, a que mais traders
vendam antecipadamente para verem cumpridas as
suas ordens, pois muitos traders iniciados acabam por
tentar vender em valores demasiado acima quando os
preços não chegam lá, vendo assim frustradas as suas
tentativas de terem algum lucro e não conseguindo
fechar posições.

O mesmo se passa com os suportes.

Muitos traders, sabendo que por exemplo os preços


possam inverter pelo nível 1,1500, irão colocar as suas
ordens a 1,1510 ou 1,1520 ou mesmo mais acima, para
garantir que sejam executadas, pois quanto mais
acima, mais chances há de serem executadas.

Esse facto provoca por sua vez que os preços muitas


vezes não toquem nos suportes antes de voltarem a
subir, quando há inversões.

Trata-se no fundo de tentar colocar os preços mais


abaixo das resistências aquando das vendas, ou os
preços mais acima dos suportes aquando das compras,
numa tentativa do trader se antecipar à multidão dos
demais traders, sendo como de costume os que se
antecipam nos negócios aqueles que acabam por
assumir os maiores lucros e terem mais sucesso.

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Por essas razões, por vezes podemos ver os preços
inverterem uma descida não nos 1,1500 mas sim nos
1,1530 ou inverter uma subida não nos 1,3000 mas sim
nos 1,2960, ou mesmo a preços mais distanciados dos
suportes e resistências, não deixando de serem
possivelmente os números redondos 1,3000 e 1,1500
os responsáveis nesses casos pela inversão de preços, e
não os 1,1530 e 1,2960 como possamos pensar.

Contudo, se existirem várias inversões no nível de


preços 1,2960 ou 1,1530, poderão também ser
considerados como suportes ou resistências pelos
traders, mesmo que tenham inicialmente nascido por
influência dos números redondos que lhes estão
próximos, mas não deixando esses números redondos
1,3000 e 1,1500 de ter mais força habitualmente.

Mesmo nos números menos redondos, e nos quais


pensemos que os preços irão inverter, convém sempre
que coloquemos as ordens um pouco acima ou abaixo
dos mesmos para serem mesmo executadas.

Imaginemos que há uma resistência forte nos 1,2840,


onde os preços por norma invertam sempre e julgamos
que vá acontecer novamente a mesma coisa.

Devemos nesse caso, colocar a ordem de venda não nos


1,2840 mas sim num preço mais abaixo como 1,2838,
1,2836 ou preferencialmente ainda mais abaixo como
1,2828 ou 1,2826.

Se já existirem por exemplo um milhão de unidades à


venda ao preço de 1,3000, e coloquemos apenas cem
unidades à venda a esse mesmo nível também,
necessitaríamos que esse milhão de unidades fossem
vendidas primeiro, além de quaisquer outras que
estivessem à nossa frente para que as nossas cem
fossem vendidas também.

Se forem compradas apenas 990.000 unidades a


1,3000, o milhão de ordens que lá estariam à venda

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não seriam vendidas e as nossas cem também não, pois
estariam atrás delas, das quais sobrariam ainda 10.000.

Contudo, se neste exemplo tivéssemos colocado as


nossas cem à venda a 1,2999 em vez de 1,3000, já
veríamos a nossa ordem de venda executada, antes dos
preços prosseguirem para os 1,3000.

Como às vezes nem aos 1,2999 os preços chegam,


deveriam estar mais abaixo as ordens que quiséssemos
dar com mais garantias de execução.

É de notar que quanto mais perto de um nível de


suporte ou resistência causado por um número redondo
estivermos, mais devemos dar as nossas ordens
afastados desses níveis, pois mais traders verão a
importância desses números redondos e mais traders
afastarão as suas ordens desses níveis numa tentativa
de se anteciparem ao resto do mercado, e
consequentemente, menos chances teremos de ver
ordens executadas tão perto desses números redondos.

Agora, como em qualquer suporte ou resistência


normal, podemos ver nos gráficos os preços inverterem
abaixo desses números redondos, caso sejam suportes,
e acima deles, caso sejam resistências.

Isso já foi estudado anteriormente, por vezes há certas


expectativas de que esses níveis sejam penetrados
pelos preços, e os traders entram em força, quer sejam
bears ou bulls, acabando por vezes por se arrepender
mais tarde e voltarem os preços a níveis anteriores a
esses números redondos, e inverterem a sua tendência.

De qualquer das formas é fácil de reparar através dos


exemplos acima, que acontecem muitas vezes essas
penetrações falhadas pelos preços nesses números
redondos, o que demonstra a eficácia dos mesmos.

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E vamos acabar este estudo sobre os números redondos
com mais um gráfico diário do par cambial Euro/Dólar,
com vários números redondos visíveis nele:

Como vimos, a pressão exercida nos preços por parte


de certos níveis nos chamados números redondos, é
bastante forte, marcando o topo e fundo de diversas
ondas de movimentos de preços.

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SUPORTES E RESISTÊNCIAS
CONCLUSÃO SOBRE SUPORTES E RESISTÊNCIAS

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CONCLUSÃO SOBRE SUPORTES E RESISTÊNCIAS

Damos assim por concluída a matéria inicial sobre


suportes e resistências.

Já ficámos a saber o que é um suporte e uma


resistência, o que são as quebras e rompimentos das
mesmas, respectivamente, através dos breakouts, que
poderão ser false breakouts, dando lugar a traders’
remorses e com isso tornando o reforço de posições e
entrada de novos traders no mercado durante a
penetração da barreira algo designado por bull trap ou
bear trap, conforme essa barreira penetrada se trate de
uma resistência ou de um suporte, respectivamente,
devido ao traders’ remorse levar os preços de volta ao
nível da barreira ou mais abaixo e caso não volte a
seguir o movimento da penetração dessa mesma
barreira, tornando-a uma falsa penetração e deixando
esses traders que caíram nessa armadilha com
prejuízos e forçados a abandonar as suas posições.

Agora esta matéria sobre suportes e resistências não


ficará completa até que iniciemos o estudo das Linhas
de Tendência de seguida, onde iremos verificar que há
outros tipos de suportes e resistências que não apenas
estes demarcados por estas linhas horizontais que
estivemos a estudar, e onde acontecem também os
diversos fenómenos aqui estudados como as armadilhas
(bull traps e bear traps), penetrações (breakouts), ou

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seja rompimento de resistências e quebras de suportes,
traders’ remorses, entre outros.

Outra coisa que deu para perceber com este estudo é o


quão importantes podem ser os suportes e resistências
nos mercados e o quão fortes podem ser as suas
influências nos movimentos de preços e na definição de
tendências.

Vimos também que através dos suportes e resistências,


conseguimos ter uma boa percepção de como estão e
de quais são as expectativas dos traders no mercado, e
com isso ver o estado da oferta e da procura.

Vamos fazer um pequeno balanço de alguns conceitos


referentes aos suportes e resistências de preços nos
mercados:

• Já sabemos que o preço de um determinado activo


financeiro representa um valor consensual
determinado de acordo com as expectativas entre
os bulls e bears do mercado, sendo um valor de
equilíbrio nas expectativas dessas duas grandes
forças;

• As mudanças nesses preços resultam das


mudanças das expectativas dos traders, tanto bulls
como bears em relação aos preços futuros desse
mesmo activo financeiro em questão;

• Os níveis de suporte ocorrem quando o consenso


entre os bulls e os bears do mercado é o de que os
preços não se moverão mais abaixo para além
desses níveis;

• Os níveis de resistência ocorrem quando o


consenso entre os bulls e os bears do mercado é o
de que os preços não se moverão mais acima para
além desses níveis;

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• Os números redondos proporcionam por norma
bons suportes e resistências, devido à grande
visibilidade que têm nos traders que acompanham
os mercados no dia a dia;

• A penetração desses níveis de suportes ou


resistências indicam uma mudança nas
expectativas dos traders que poderá dar origem a
novas tendências e ao fim da tendência corrente,
ou mesmo prolongar ainda mais do que o que era
antes esperado a tendência actual;

• A penetração dos níveis de suporte e resistências


indicam que houve também mudança nas linhas de
equilíbrio entre a oferta e a procura;

• O Volume é muito útil na determinação da força da


mudança de expectativas por parte dos traders
durante penetrações de suportes e resistências, e
com isso também na percepção sobre se essas
penetrações serão válidas ou falsas penetrações;

• O traders’ remorse aparece frequentemente após a


penetração de um nível de suporte ou resistência,
levando os preços a retrair até a esses níveis
novamente, ou mesmo voltar para trás deles;

• Se após um traders’ remorse os preços voltarem


para os níveis anteriores ao nível de suporte ou
resistência penetrado, e continuar a regredir
tornando essa penetração como falhada, ou seja
uma false breakout, essa penetração acaba por ser
uma bull trap ou bear trap, armadilha onde caem
os bulls ou bears que reforçaram posições ou
entraram nos mercados aquando dessa penetração
ao julgarem que seria válida e que os preços
continuariam nessa direcção por mais tempo;

• Se penetradas com sucesso, os níveis de suporte e


resistência invertem os seus papeis, passando os
suportes a resistências, e as resistências a

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suportes, apoiando posteriormente a continuação
do movimento de preços na direcção da
penetração.

Vamos agora dar início ao estudo das linhas de


tendência, onde poderemos aprofundar posteriormente
estes conceitos já adquiridos sobre os suportes e
resistências.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 328


LINHAS DE TENDÊNCIA
INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TENDÊNCIA

(TRENDLINES)

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LINHAS DE TENDÊNCIA
INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TENDÊNCIA
(TRENDLINES)

Agora, que já sabemos o que são suportes e


resistências e as respectivas linhas de suporte e
resistência, podemos dar início ao estudo de uma das
ferramentas mais importantes para qualquer analista
técnico: as linhas de tendência, ou como são conhecidas
na Língua Inglesa, as “trendlines”.

Como vimos nos gráficos anteriores, o mercado move-


se, mesmo dentro de uma tendência bem definida de
subida ou queda, ou mesmo lateral, mas com altos e
baixos constantes, parecendo mover-se sob a forma de
serras, ou seja, não se move em linhas rectas.

Contudo, com apenas uma linha conseguimos


demonstrar bem como a tendência existe e está
presente lá, e que essas ondas todas, apesar dos altos e
baixos, fazem parte dessa tendência.

Esse tipo de linhas são chamadas de linhas de


tendência, que neste caso, representam a direcção a
que os fundos e topos dessas pequenas ondas, estão a
levar os preços, sendo essa a tendência que esses
movimentos possuem.

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O que são as linhas de tendência?

São nada mais, nada menos do que linhas rectas, que


desenhamos no gráfico, para representar aquilo que
consideramos ser a tendência actual, que por esse
motivo, são normalmente inclinadas quando a tendência
é de subida ou de descida, pois elas acompanham essas
mesmas tendências.

Já verificamos durante o estudo das tendências que


olhando para a direcção tomada pelos sucessivos fundos
das ondas, tal como os topos dessas ondas, podemos
ver que direcção essas ondas estão a tomar, e com isso
as tendências dos preços.

Por vezes, unindo esses topos ou fundos das ondas,


acabamos por ver desenhadas as chamadas linhas de
tendência, que nos ajudam a ver a direcção da
tendência corrente.

Há que ter em atenção a uma perigosa tentação


inerente a este instrumento tão famoso que é a linha de
tendência.

Um dos problemas existentes quando analisamos


gráficos, é a tentação que cada um de nós pode ter em
tentar procurar apenas linhas de tendência ou padrões
num gráfico que tentem confirmar algo que desejamos
ser real, e isso revela-se um ponto fraco na Análise
Técnica, que é o de por vezes no mesmo gráfico duas
pessoas diferentes conseguirem seleccionar linhas
diferentes para tentar provar dois pontos de vista
diferentes.

No fundo as pessoas tentam projectar nos gráficos


aquilo que desejam que venha a acontecer no futuro,
tentam moldar a sua previsão de acordo com os seus
interesses, e as linhas de tendência são dos
instrumentos mais manipuláveis neste sentido, pois
uma média móvel é sempre uma média móvel, mas as

www.LivroDaBolsa.com Pág. 331


linhas de tendência desenhamos as que queremos e
como queremos, de certa forma.

Assim, cada analista deverá ter sempre em mente que


deve analisar todas as situações, e desenhar todas as
linhas de tendência que vejam ser relevantes para a
futura evolução dos preços, mesmo que estas se
contradigam.

E no fim, ter assim uma análise bem objectiva do que o


que o gráfico nos diz, e não cair assim na tentação de
moldar o resultado da análise ao que queremos ver ou
provar, escolhendo quais as linhas a desenhar.

Há que colocar os sentimentos de lado, e sermos


sempre objectivos e sérios, especialmente no desenho
das linhas de tendência.

Vejamos uma linha de tendência em plena tendência de


subida:

Como podemos ver no exemplo acima, os fundos das


ondas foram sucessivamente subindo, por estarem em
plena tendência de subida, e unindo esses fundos,
temos então uma linha de tendência, que como
podemos ver, está neste caso a servir de suporte aos

www.LivroDaBolsa.com Pág. 332


preços, não os deixando cair e contribuindo assim para
essa mesma subida dos preços ao mesmo tempo.

Esta linha de tendência, é designada por “Linha de


Tendência Inferior”, por se encontrar a unir os fundos
das ondas, em especial quando em conjunção com uma
outra linha de tendência que una os topos das mesmas,
servindo essa linha de tendência no exemplo acima, de
linha de suporte aos preços, contribuindo assim para a
tendência de subida dos preços.

Estas linhas são normalmente abreviadas por “L.T.


Inferior”, onde “L.T.” se referem a “Linha de
Tendência”, como é óbvio.

Vejamos agora uma linha de tendência em plena


tendência de descida:

Como podemos ver no exemplo acima, os topos das


ondas foram sucessivamente descendo, por estarem em
plena tendência de descida, e unindo esses topos,
temos então uma linha de tendência, que como
podemos ver, está neste caso a servir de resistência às
tentativas de subida dos preços, contribuindo assim
para essa mesma descida dos preços.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 333


Esta linha de tendência, é designada por “Linha de
Tendência Superior”, por se encontrar a unir os topos
das ondas, em especial quando em conjunção com uma
outra linha de tendência que una os fundos das
mesmas, servindo essa linha de tendência no exemplo
acima, de linha de resistência às subidas dos preços,
sustentando assim a tendência de descida dos preços.

Novamente recordamos que estas linhas são


normalmente abreviadas por “L.T. Superior”, onde
novamente, “L.T.” se refere à “Linha de Tendência”.

As linhas de tendência acabam por ser prova do que


falámos anteriormente na matéria das tendências, de
que de acordo com a direcção tomada pelos topos e
bases das ondas, assim poderíamos definir a tendência
como sendo de subida, descida ou lateral, neste caso
sendo essa ideia reforçada com as linhas de tendência,
que ao representarem bem a direcção tomada por esses
topos e bases das ondas, representam também muito
bem a tendência dos preços num dado momento.

Estas resistências e suportes que possam existir, são


também rompidas e quebrados, respectivamente, tal
como as resistências e suportes que estudámos
anteriormente com as linhas horizontais.

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Vejamos um exemplo de uma quebra de uma linha de
tendência inferior, ou seja a quebra de uma linha de
suporte:

Como podemos ver no exemplo acima, a linha de


tendência serviu de suporte diversas vezes à subida dos
preços, impedindo que os preços caíssem abaixo dela
por diversas vezes, em pontos em que ela faz de
suporte, representados tal como anteriormente pela
letra “S”, até que chega a uma dada altura, em que há
uma penetração dessa linha de suporte por parte dos
preços, num ponto marcado com a letra “P”, e aí, tal
como os suportes estudados anteriormente, essa linha
de suporte, passou agora a ser considerada uma linha
de resistência, fazendo os preços retraírem assim que
tocam nela, num ponto marcado pela letra “R”, perto do
fim do exemplo.

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Vejamos agora o exemplo de um rompimento de uma
linha de tendência superior, ou seja o rompimento de
uma linha de resistência:

Como podemos ver neste exemplo acima, a linha de


tendência serviu de resistência por diversas vezes à
subida dos preços, impedindo que os preços subissem
acima dessa mesma linha por diversas vezes, em
pontos em que ela faz de resistência, representados tal
como anteriormente pela letra “R”, até que chega a
uma dada altura, em que há uma penetração dessa
linha de resistência por parte dos preços, num ponto
marcado com a letra “P”, e aí, tal como as resistências
estudadas anteriormente, essa linha de resistência
passou agora a ser considerada uma linha de suporte,
fazendo os preços voltarem a subir assim que tocam
nela, num ponto marcado pela letra “S”, perto do fim do
exemplo.

A violação de uma linha de tendência é um dos


melhores indicadores que podemos ter para prever
mudanças de tendências.

Ao mesmo tempo, a não violação dessa mesma linha de


tendência durante bastante tempo, torna-a numa área

www.LivroDaBolsa.com Pág. 336


importante para a determinação de pontos de compra
ou venda.

De qualquer das maneiras, as linhas de tendência são


sempre importantes na determinação de pontos de
entrada e saída nos mercados.

Acontece por vezes que há uma penetração de uma


linha de tendência a dada altura, e os preços podem
acabar mesmo por fechar nessa vela acima dessa
mesma linha, deixando os traders na dúvida sobre se
essa penetração será válida ou se irá falhar no futuro, e
nesses casos resta-nos apenas estarmos atentos ao
desenvolvimento futuro dos preços e saber se a
tendência irá alterar mesmo ou se será considerado
apenas um falso sinal.

Vejamos agora um exemplo real de uma linha de


tendência que serve de suporte a uma progressiva
subida dos preços, vista aqui no par cambial Euro/Dólar
nos anos de 2003 e 2004:

Como pudemos ver no exemplo acima, temos uma linha


de tendência inferior que serve de suporte aos preços
por diversas vezes durante esses dois anos, tal como
posteriormente, algo que não se pode ver neste gráfico.

Vemos que por várias vezes os preços testaram essa


linha de suporte, voltando a ressaltar sempre de

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seguida, subindo novamente, sendo esse um suporte
bastante forte.

Só houve uma incursão dos preços abaixo dessa linha


de suporte por volta do mês de Agosto de 2003, ou seja
uma quebra desse suporte, incursão essa que não
durou mais de um mês, voltando os preços novamente
acima do suporte sem dificuldade, e mantendo-se assim
acima dele nos meses seguintes, tendo nós visíveis no
gráfico acima oito pontos bem visíveis de como essa
linha se revelou um suporte forte nunca deixando os
preços cair abaixo dela neste gráfico.

Olhando para o gráfico anterior, pode parecer que é


bastante fácil desenhar essa linha de tendência, e
realmente é normal parecer fácil, pois o gráfico já está
desenhado na sua totalidade, e assim basta unirmos um
pouco aqueles fundos e topos e podemos desenhar as
linhas tal como estão.

Mas a realidade é bem diferente, no início desses


movimentos, o que veríamos seria algo assim:

Como podemos ver pelo gráfico acima, nunca iríamos


reparar que aqueles dois primeiros fundos tocariam
numa linha de tendência aqui ainda invisível, que nos
iria proporcionar óptimos pontos de entrada no mercado
no futuro e bastantes lucros, algo que é natural, pois

www.LivroDaBolsa.com Pág. 338


ainda seria muito cedo para desenhar uma linha de
tendência com apenas dois pontos.

Assim, após vermos gráficos completos já com Linhas


de Tendência desenhadas, podem parecer muito
simples de desenhar, e até parecer ser uma tarefa
simples a de prever os preços futuros com elas, pois
afinal vemos os preços ressaltarem sempre que se
aproximam dessas mesmas linhas.

Mas as Linhas de Tendência têm um método muito


especial de serem criadas e desenhadas no gráfico, e é
necessário ser aprendido esse método antes de
podermos desenhar Linhas de Tendência válidas, que no
começo podem parecer não ter qualquer significado
mas que posteriormente se poderão revelar linhas que
se manterão válidas por largos anos possivelmente,
como podemos ver no exemplo anterior e como iremos
verificar nas próximas páginas.

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LINHAS DE TENDÊNCIA
COMO DESENHAR UMA LINHA DE TENDÊNCIA

www.LivroDaBolsa.com Pág. 340


COMO DESENHAR UMA LINHA DE TENDÊNCIA

Como vimos no gráfico acima, não é assim tão fácil


desenhar as linhas de tendência à partida para que
possamos prever como os preços irão reagir no futuro,
caso não o saibamos fazer primeiro.

Uma Linha de Tendência que num gráfico de um


histórico que já passou se pode desenhar facilmente e
encontrar bastando unir pontos, vendo apenas uma
parte desse gráfico já não seria tão fácil de desenhar.

Assim que aparecem esses primeiros pontos de


contacto com a linha de tendência, ainda não se sabe se
ela irá ter grande efeito nos preços no futuro, algo que
só se confirmará mais tarde.

A única coisa que se poderá fazer, é obedecer a certas


regras na criação dessa mesma linha, para que mais
tarde estejamos atentos a ela para ver se ela realmente
nos será útil ou não a ajudar a prever os preços.

Após um determinado período de tempo passar, já


teremos a certeza de que ela foi bem desenhada, e se
teve muito efeito nos preços ou não, se se veio a tornar
importante ou se apenas se revelou uma falsa tentativa
por parte do analista técnico.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 341


Agora, como se deve então desenhar uma linha de
tendência num gráfico que queiramos analisar?

Há dois passos essenciais na criação de uma linha de


tendência: Antes de tudo, como primeiro passo, vem a
tentativa de desenho de uma Linha de Tendência.

Como pudemos ver anteriormente, quando se começa a


desenhar uma linha de tendência, com apenas dois
pontos de contacto, nunca saberemos se ela se virá a
tornar uma linha de tendência viável ou não no futuro,
pelo que teremos de fazer uma tentativa primeiro de
achar uma linha de tendência que possa a vir ser
confirmada posteriormente e depois verificar se
funciona.

Essa tentativa será feita unindo dois pontos do gráfico,


sendo esses pontos mínimos ou bases, que
encontramos nos fundos de algumas ondas, no caso dos
preços se encontrarem numa tendência de subida, para
acharmos uma linha de tendência ascendente que será
por sua vez um suporte aos preços, ou então serão
máximos ou topos no caso dos preços se encontrarem
numa tendência de descida, para acharmos uma linha
de tendência descendente que será por sua vez uma
resistência à subida dos preços.

Estes dois pontos iniciais, serão chamados de pontos de


teste, pois são parte de uma tentativa de achar uma
possível linha de tendência válida.

Após estes dois pontos, terá de existir um terceiro


ponto na linha de tendência que acabámos de desenhar
unindo os dois pontos de teste, sendo esse terceiro
ponto chamado de confirmação, o segundo passo.

Se tivermos desenhado uma linha de tendência unindo


dois pontos de teste, e virmos que é confirmada por um
terceiro ponto, o de confirmação, saberemos que temos
uma linha de tendência válida, que poderá ter alguns ou
mesmo muitos pontos no futuro em que os preços ao

www.LivroDaBolsa.com Pág. 342


tocarem ou se aproximarem dessa linha irão voltar a
subir, caso se trate de uma linha de suporte, ou cair,
caso se trate de uma linha de resistência.

Se após o ponto de confirmação, a linha não tiver efeito


sobre os preços, ou seja, não sirva de suporte ou
resistência, hão-de haver outras linhas de tendência
que tenhamos achado que o sejam.

Podemos encontrar várias linhas de tendência que


sejam confirmadas como válidas, mas apenas algumas
delas afectam realmente os preços com eficácia, sendo
as outras de ignorar de momento, mas devemos ir
vendo no futuro se poderão ter algum efeito, pois há
linhas de tendência que se mantêm longe do contacto
com os preços bastante tempo e que no futuro voltam a
interagir com eles, devendo o analista estar de olho
nelas em vez de as apagar de imediato.

Podemos tentar desenhar várias linhas de tendência até


conseguirmos encontrar uma que vejamos que
realmente tenha confirmação visível no gráfico.

Ou seja, devemos desenhar tantas tentativas de Linha


de Tendência quando as necessárias até que
consigamos confirmar uma delas.

Podemos também desenhar linhas de tendência sem


confirmação, e deixá-las estar no gráfico e ver se nos
próximos tempos os preços acabam por as confirmar ou
não.

Acabamos muitas vezes por ter várias linhas de


tendência desenhadas num gráfico, mesmo que à
partida não saibamos quais serão as que mais efeito
terão nos preços, estando apenas com atenção a elas,
mas com o tempo acabamos por separar as melhores
linhas de tendência, daquelas que acabam por não se
mostrar válidas.

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Vejamos um exemplo do processo de tentativa de
desenho de uma linha de tendência, neste caso numa
tendência de subida de preços:

Como podemos ver no exemplo acima, temos os dois


pontos de teste representados pela letra “T”, e o ponto
de confirmação representado pela letra “C”.

O processo começa quando vemos aqueles dois


primeiros fundos, que vamos considerar como pontos
de teste, e os unimos.

A partir daí, ou veríamos que o terceiro ponto iria fechar


acima ou abaixo dessa linha, e aí ela seria
possivelmente invalidada, o que nos obrigaria a
procurar outros pontos de testes que tivessem
confirmação posterior, ou poderíamos mesmo por vezes
continuar com o primeiro ponto de teste, e em vez do
segundo ponto de teste, teríamos como segundo ponto
de teste o tal terceiro ponto que invalidou a tentativa
anterior, esperando depois por outro ponto de
confirmação, sendo o segundo ponto, o anterior
segundo ponto de teste, ignorado de momento.

É com a confirmação dessa linha de tendência no seu


ponto de confirmação que a mesma começa a revelar

www.LivroDaBolsa.com Pág. 344


inicialmente a sua utilidade, pois a tendência tenderá a
seguir em frente acompanhando essa linha, além de
que uma vez assumido um certo ângulo pela tendência
ao acompanhar a linha em questão, se tudo correr bem,
a tendência irá manter também o ângulo dessa linha
sem a penetrar de forma válida, pois se a penetrasse de
forma válida, seríamos levados ou à formação de um
padrão de reversão, ou à criação de novas L.T..

É com o aparecimento desses padrões de reversão que


vemos que as tendências vão mudar, ao deixarem de
ser úteis as linhas de tendência até então válidas.

Mesmo assim deveríamos estar atentos, pois a primeira


tentativa de acharmos uma linha de tendência, apesar
de invalidada, poderia ser confirmada no futuro.

Como exemplo disso temos um último gráfico real do


par cambial Euro/Dólar, que iremos rever já de seguida:

Como podemos ver no exemplo acima, tentou-se achar


uma linha de tendência, que após os dois primeiros
pontos de teste, foi considerada uma tentativa falhada
de desenho dessa linha, mas meses depois, viemos a
descobrir um ponto de confirmação a essa primeira
tentativa inicial, que acabou por ser tornada válida, e
viu-se que foi uma linha de suporte bastante importante
para os preços durante esses anos, como vimos no
gráfico referente a este mesmo período de tempo que

www.LivroDaBolsa.com Pág. 345


foi exposto acima, onde esta linha serviu de suporte por
diversas vezes e fornecendo muito bons pontos de
entrada para os bulls do mercado.

Como conclusão deste gráfico, podemos ter que dois


pontos de teste podem ser dados como uma tentativa
inválida num dado momento, como no exemplo acima
que acabaram os preços por ir abaixo dos 1,1000 de
preço e assim invalidando a tentativa inicial, mas
também que convém sempre ao trader ir vendo sempre
no dia a dia, se essas tentativas falhadas acabam por se
tornar em linhas de tendência válidas no futuro,
confirmadas com o aparecimento de mais pontos
posteriormente que confirmem essa linha inicial.

Se estivermos numa tendência de descida, será


visualmente o inverso, mas mantendo-se igual o
método de se achar a linha de tendência:

Como podemos ver, temos uma descida de preços, e


unindo dois topos dessas duas primeiras ondas,
tentamos encontrar uma confirmação num terceiro topo
de onda, e assim ter uma linha de tendência que nos
poderá indicar no futuro em que níveis os preços irão
inverter os movimentos de subida e recomeçar as
quedas, no famoso zig-zag que vimos ser comum.

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Novamente, se falharmos na terceira onda a
confirmação, poderemos obtê-la noutra onda seguinte,
devendo estar de olho nessas mesma ondas, mas
deveremos também tentar um novo teste mas com os
topos da primeira e terceira linhas como pontos de teste
e esperar confirmação posterior.

Vejamos um exemplo de um gráfico em que vejamos


que os dois primeiros pontos de teste não foram
confirmados pelo terceiro ponto, e em que tentámos
logo de seguida estabelecer uma nova linha de
tendência com esse novo ponto:

O que se passou neste exemplo acima, foi que tivemos


dois topos de duas ondas, e que unimos, como dois
pontos de teste, mas essa união não foi confirmada pelo
terceiro ponto, pelo topo da terceira onda, que não
aconteceu no ponto de passagem dessa linha mas sim
bastante mais acima, invalidando essa linha de
tendência, que ficou a tracejado no exemplo.

O que se tentou fazer logo de imediato foi simples: se a


nossa primeira tentativa de desenho de linha de
tendência foi invalidada, tentamos fazer outra linha,
usando como pontos de teste os dois pontos que nos
parecem poderem ter mais hipóteses de resultar numa
linha de tendência válida posteriormente, e esses dois

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pontos foram novamente o primeiro, e o terceiro, o tal
que invalidou a primeira linha de tendência.

A união do segundo ponto com o terceiro seria


impensável, pois resultaria numa linha de tendência
ascendente, quando o que queremos é algo que
acompanhe a descida, ou seja, descendente.

No exemplo acima, acabámos por ver que a união do


primeiro com o terceiro pontos acabou por dar
resultado, ao vermos a confirmação dessa linha de
tendência no quarto ponto, representado pela letra “C”
no gráfico, e assim ficou definida uma linha de
tendência, que se tudo correr bem, nos ajudará a
prever pontos de inversão dos preços no futuro.

Vejamos agora um exemplo real do que seria a procura


de uma linha de tendência:

No exemplo acima, vemos que houve uma primeira


tentativa de desenho de uma linha de tendência, a qual
teve os dois pontos de teste, com algumas outras velas
em cima dessa linha, onde ela se revelou suporte por
muito pouco tempo mas que foi penetrada de seguida
pelos preços.

Após essa penetração, foi desenhada uma segunda


tentativa de linha de tendência, entre o ponto inicial e

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essa outra penetração, que acabou por ser penetrada
mais tarde pelos preços também, revelando-se inválida.

Contudo, mesmo após a penetração nesta segunda


tentativa de acharmos uma linha de tendência, essa
mesma linha ainda acaba por parecer servir de suporte
por momentos após a sua penetração, num ponto em
que os preços se suportaram em cima dela voltando a
subir, antes de se aproximarem novamente da segunda
tentativa de L.T. desenhada por nós.

Vejamos o segundo passo lógico:

Visto nenhuma das linhas de tendência anteriores terem


tido grande efeito nos preços, tentamos construir outra
linha de tendência usando o primeiro ponto de teste e
um mínimo que acaba por acontecer durante o mês de
Dezembro.

Esta tentativa, contudo, não teve novamente efeitos


notáveis nos preços.

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De seguida, tentamos uma nova linha de tendência:

Continuando a linha de tendência anterior ainda no


gráfico, como tem sido feito nos gráficos anteriores,
vemos agora desenhada uma nova tentativa de linha de
tendência no gráfico.

Foi feita unindo o ponto de teste inicial que foi usado


para todas as outras, com um outro ponto de teste que
ocorreu já em Janeiro, o qual foi de imediato
confirmado, ao vermos os preços a terem sido
suportados por ela e tendo ressaltado novamente para
cima, e posteriormente, durante o mês de Janeiro
ainda, vemos os preços serem suportados por essa
linha mais algumas vezes, deixando ela de funcionar
eficazmente perto de Fevereiro, dando lucro até lá.

Contudo, esta linha teve umas seis reacções positivas


por parte dos preços ao tocarem nela, apesar de a
última já ter sido penetrada mas não deixando de fazer
os preços subirem ao tocarem nela, ou seja, após a
confirmação da mesma, houve ainda uns três pontos
em que um trader poderia ter previsto inversão dos
preços e nova subida, umas três vezes, fazendo lucro.

Podemos ver que essa mesma linha após ter sido


quebrada, ainda forneceu um ponto de resistência que
fez os preços permanecerem abaixo dessa linha perto

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do seu fim no gráfico, ajudando a prever que os preços
iriam permanecer abaixo dela, actuando como linha de
resistência já.

Vejamos a linha de tendência com que acabámos por


ficar no final:

No fundo, foram os passos todos que tomámos até


achar esta única linha de tendência que podemos ver no
gráfico acima, que como podemos ver, serviu de
suporte aos preços por diversas vezes, ajudando-nos a
prever os pontos em que voltariam a subir, e mesmo no
fim, o ponto em que eles iriam inverter e cair.

Não foi um exemplo muito bom, mas serve para vermos


que nem sempre é fácil encontrar uma linha de
tendência que nos ajude a prever a evolução dos
preços, apesar de no exemplo acima parecer que seria
bastante fácil desenhá-la vendo o gráfico já completo.

No fundo, até é fácil de desenhar.

Isto se tivermos o gráfico já todo completo à nossa


frente, mas se a quiséssemos achar em tempo real, no
dia a dia, teríamos seguido os passos descritos acima, e
como podemos ver, já daria bastante mais trabalho,
mas todo o trabalho é útil se essa linha nos vier a dar
bons pontos de entrada no mercado e proporcionar-nos
assim lucros futuros.

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É um conjunto dessas linhas usadas no dia a dia que
nos ajudam a atingir os nossos objectivos.

Vejamos agora um exemplo em gráficos de velas de


quatro horas cada, e de forma mais ampliada para
termos uma noção melhor do que seria feito no dia a
dia, caso nos deparássemos com a evolução dos preços
e fossemos estudando as possibilidades nós mesmos na
busca de linhas de tendência:

Começámos no exemplo acima, por considerar o


mínimo da primeira vela longa do gráfico como ponto de
teste inicial, e o mínimo de uma vela posterior como
segundo ponto de teste, que seria confirmada pelas
velas seguintes que tocariam nessa linha de tendência
mas sem a quebrar, dando esse toque origem a uma
vela branca muito forte que levou os preços a subirem
de seguida.

Este é um dos casos em que um ponto de confirmação,


por si só, já nos dá lucro, que é o que acontece por
vezes ao tentarmos achar linhas de tendência, nem que
dê lucro apenas uma vez num ponto de confirmação,
por vezes acerta-se e esses lucros compensam.

Contudo, essa linha de suporte não dura muito tempo e


acaba por ser quebrada pelos preços mais acima.

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Vejamos o segundo passo natural de um trader:

Visto a primeira linha não ter durado muito tempo,


voltámos a unir o primeiro ponto de teste escolhido por
nós para estes exemplos, mas desta vez ao mínimo de
uma vela que aconteceu num fundo posteriormente à
quebra da linha de suporte inicial.

Mais uma vez, no exemplo acima, como pudemos ver,


essa linha de tendência que achámos acima, teve ponto
de confirmação doze horas depois, tendo ainda outra
vela estado acima dela, e de seguida tido uma reacção
forte, tendo essa linha de suporte originado uma vela
longa branca iniciando uma subida que daria lucro a
quem se teria baseado nessa segunda linha de suporte
para procurar pontos de entrada no mercado.

Mais uma vez, uma linha de suporte que nos teria dado
muito lucro, provando que vale a pena procurá-las nos
gráficos.

Contudo, e mesmo que a maioria das velas no fim se


tenham mantido acima dessa linha, e mesmo uma vela
negra que tenha fechado mesmo em cima dessa linha
sem a quebrar, há uma quebra por uma vela branca de
sombra comprida e os preços começam a mexer abaixo
dela posteriormente.

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NOTA: É de notar também que a primeira linha de suporte,
Por vezes uma L.T. pode
mantida ainda no gráfico, apesar de não ter durado
não durar muito tempo muito tempo como linha de suporte, veio-se a revelar
como Suporte ou interessante como linha de resistência posteriormente,
Resistência mas acaba ao vermos que os preços por diversas vezes retraíram
por ser útil ao se aproximarem dela, nunca tendo a subida de
posteriormente com
papeis inversos como
preços passado muito além dela, e por vezes nem
Resistência ou Suporte, passando por ela sequer, servindo para prever pontos
respectivamente, por isso de saída do mercado para quem apostou na subida dos
não só uma L.T. que preços com a segunda linha, ou mesmo pontos de
parece perder utilidade entrada para quem quereria apostar na queda dos
poderá voltar a ser
novamente útil mais
preços nesses momentos.
tarde como L.T. e com o
mesmo papel de antes, Até acharmos esta linha de tendência nova, poderíamos
como também em termos ter em princípio desenhado umas outras seis tentativas
de Suporte e Resistência de linha de tendência antes, nas velas de quatro horas
poderá continuar a ser que temos antes desse segundo ponto de teste após a
útil especialmente com o
papel inverso ao que teria
quebra da primeira linha, mas todas elas seriam
inicialmente quando foi invalidadas pois as velas seguintes seriam sempre
criada. abaixo, ou seja, não seria nenhuma delas o “fundo” que
nós procuraríamos, mas como estaríamos à procura
dela em tempo real, acontece por vezes que tenhamos
muitas tentativas falhadas de achar uma nova linha de
tendência, por serem várias delas penetradas e até
termos encontrado outra viável mais tarde.

Vejamos agora o próximo passo na busca de uma


posterior linha de tendência viável:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 354


Visto que a L.T. do gráfico anterior, como podemos ver
agora neste gráfico, foi penetrada por uma vela branca
com uma sombra inferior bastante comprida, tentamos
logicamente construir de imediato outra linha de
tendência unindo o primeiro ponto de teste inicial ao
mínimo dessa vela que penetrou os preços.

Vejamos no que deu essa nova tentativa de linha de


tendência:

Como podemos ver no gráfico acima, essa linha de


tendência anterior que desenhámos agora, apesar de
ter apenas um pequeno ponto de confirmação e de ter
sido logo quebrada a seguir, se estivéssemos à espera
que os preços subissem ao se aproximarem dessa linha
nesse momento para entrar no mercado apostando na
subida, teríamos tido um bom lucro e essa linha de
tendência, nem que fosse apenas nesse ponto de
confirmação, já nos teria dado lucro novamente, pois na
altura em que os preços tocaram pela terceira vez
nessa linha, confirmando-nos que nos valeu a pena
desenhá-la e que teve efeito neles, os preços tiveram
uma subida forte, dando um lucro rápido a quem teve a
sorte de a desenhar.

Esta subida de preços na linha, pode até ter sido gerada


por muita gente ter esperado a reacção de preços ao
tocarem nesta linha de suporte por nós desenhada, que
é uma das razões, de qualquer das formas, que levam

www.LivroDaBolsa.com Pág. 355


estas linhas de tendência a serem tão úteis no dia a dia,
que é a de muitos traders se basearem nelas para
entrarem nos mercados, neste caso, apostando nas
subidas, ou noutras vezes nas quedas, ou até saírem.

Contudo, visto ter sido quebrada essa linha logo de


seguida após esse lucro rápido, temos a ideia natural de
desenhar uma nova tentativa de linha de tendência,
novamente com o ponto de teste inicial, unindo-o ao
mínimo daquela vela negra com sombra inferior
comprida, como vemos no gráfico acima, na expectativa
de nos vir a proporcionar uma boa linha de suporte no
futuro.

Vejamos o que acontece de seguida:

Como podemos reparar, a linha de tendência que


acabámos de desenhar, que é a que aparece a meio,
não teve absolutamente nenhum efeito nos preços, e
em vez de um ponto de confirmação, acabámos por ter
uma vela negra bastante forte que rompeu essa nossa
linha de suporte sem qualquer tipo de dificuldade,
fechando os preços bem abaixo dela sem qualquer
dificuldade mas tendo lá tentado voltar pouco depois.

De qualquer das formas, foi recolocada novamente no


gráfico a linha de tendência que desenhámos há três
exemplos atrás, que apesar de ter acabado o seu efeito
como suporte ainda em Dezembro, podemos ver que

www.LivroDaBolsa.com Pág. 356


nessa altura serviu de resistência, não deixando que os
preços subissem mais na pequena subida que foi
seguida da queda que deu origem à nossa linha de
suporte desenhada no gráfico anterior, e em mais
alguns pontos durante a subida anterior, que como
podemos ver, não passou com sucesso essa linha de
resistência.

Mais uma vez, uma prova de que uma linha de


tendência, apesar de não nos parecer mais útil num
dado momento, neste caso uma linha de suporte, deve
ser mantida durante uns tempos pois poderá vir a ter
um efeito tardio novamente nos preços e possivelmente
de efeito inverso, passando neste caso esta linha de
suporte a linha de resistência e ajudando-nos a prever
pontos de inversão no mercado e futuras quedas de
preços.

Contudo, a vela negra bastante longa e forte que


quebrou a linha de suporte anterior, viu a sua queda
parada também bastante bruscamente num dado nível
de preços.

Como sabemos, quando mais forte esse suporte de


preços é, ou seja, quando mais forte é a vela que foi
travada por esse suporte, mais forte será uma linha de
tendência, neste caso uma linha de suporte, que seja
baseada nesse ponto de suporte tão forte que
acabámos de descobrir.

Logo, este ponto bastante importante de suporte


acabado de descobrir, vem-nos a proporcionar uma
linha de tendências que nos traz muito boas
expectativas, e assim, acabamos por unir o ponto de
testes inicial, desta vez a este novo ponto de teste que
é o mínimo dessa vela negra longa, àquele ponto de
suporte que teve força suficiente para parar aquela
quebra forte de preços.

Ainda neste gráfico acima, podemos ver que esta linha


de suporte começou logo a dar frutos, tendo sido logo

www.LivroDaBolsa.com Pág. 357


confirmada poucas velas depois, em que o mínimo
dessa vela tocou nessa linha e os preços voltaram de
imediato a subir.

A linha de tendência foi assim confirmada e dada como


válida logo pouco tempo após ter sido criada.

Como se isso não bastasse, temos ainda no gráfico


acima mais duas velas que tocam nessa linha sem a
quebrar, servindo ela novamente de suporte aos preços,
tendo nós já cinco pontos em que os preços tocam essa
linha sem a quebrar, o que revela a sua força e de que
teremos encontrado finalmente a linha mais forte dessa
tendência.

Andemos agora com o gráfico mais para a frente no


período temporal para ver o que se seguiu na relação
entre os preços e esta nossa nova linha de tendência:

Podemos ver agora os acontecimentos que se seguiram


durante o período de vida desta linha de tendência
nova.

Como já tivemos a chance de ver anteriormente, por


muito forte que seja um suporte ou uma resistência,
podem sempre haver penetrações dos mesmos por
parte dos preços, mesmo que sejam invalidadas pouco
tempo depois.

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NOTA: A diferença é que, quanto mais forte é esse suporte ou
Quanto mais fortes os
resistência, mais fortes e abruptas podem ser as
Suportes ou Resistências reacções dos preços ao tocarem neles, e especialmente
representados pelas L.T., ao penetrarem nesses suportes ou resistências.
mais fortes e abruptas
tenderão a ser as Pois tal foi o que aconteceu, houve uma tentativa de
reacções dos preços ao penetração desta nossa nova linha de tendência, uma
tocarem neles.
resistência muito forte, e ao ser penetrada pelos preços,
teve logo de imediato uma reacção bastante forte e
abrupta, que levou os preços a mais de duzentos pips
acima em menos de quatro horas, numa única vela.

Durante essa tendência de subida de preços, como


podemos ver ainda após esse pequeno episódio, temos
ainda mais dois pontos que revelaram a força deste
suporte, em que os preços após tocarem novamente
nessa linha de tendência tiveram subidas, sendo a
última delas forte novamente e após uma queda
igualmente forte.

Contudo essa linha de tendência tem um fim por volta


de Fevereiro, após os seus pouco mais de dois meses
de vida.

Foi mantida a linha de tendência que tínhamos


desenhado no exemplo anterior, para vermos a sua
importância também nos preços.

Apesar de ter falhado o seu objectivo como suporte ao


não ter sido confirmada logo com aquela quebra
enorme que nos fez colocá-la de parte, ela não deixou
de se revelar uma resistência importante no futuro, que
como podemos ver, não deixou que os preços
passassem para além dela, a não ser perto do fim do
gráfico nas últimas duas ondas que conseguiram estar
acima dela antes de voltarem a cair.

Novamente, uma linha de suporte falhada que acabou


por ter alguma importância no futuro, mas a sua
existência é irrelevante pois se quiséssemos uma
resistência bem definida, teríamos desenhado outra

www.LivroDaBolsa.com Pág. 359


linha de tendência, mas desta vez superior, que faria de
resistência durante o período de tempo acima, algo
deste género:

NOTA: Como podemos ver aqui, teríamos uma linha de


No gráfico ao lado
tendência superior também, e como podemos ver, os
podemos ver duas L.T. preços andaram sempre entre essas duas linhas,
paralelas uma à outra, tornando-se mais previsíveis os seus movimentos e
uma L.T.S. (Linha de sendo assim, mais fácil de fazer lucro com eles, algo
Tendência Superior) e designado por canal, que iremos estudar
uma L.T.I. (Linha de
Tendência Inferior), e
posteriormente.
podemos ver os preços a
subirem em ondas dentro A forma como é achada e desenhada é exactamente a
delas. Este tipo de linhas mesma que as linhas de tendência que temos vindo a
em conjunto são desenhar até aqui, mas como resistência e não suporte.
designadas por Canal de
Tendência, algo que será Vejamos como ficaria tudo em vista mais reduzida:
estudado posteriormente.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 360


Como vimos, após estas tentativas todas, várias delas
resultaram em linhas de tendência viáveis que nos
proporcionaram lucros, outras nem por isso, mas a mais
importante acabou por ser esta que vemos que foi um
suporte bastante forte em vários pontos e que suportou
a subida posteriormente.

Foi evidenciada contudo, uma outra linha de tendência


que teríamos se tivéssemos como primeiro ponto de
teste um dos mínimos das velas iniciais seguintes ao
primeiro ponto de teste usado anteriormente, que se
repararmos bem, seria uma linha de tendência bastante
forte e que suportou os preços durante a primeira
metade do gráfico, tendo a segunda metade sido
suportada pela linha de tendência inferior que definimos
acima.

Esta outra linha de tendência que evidenciámos agora,


acaba por, a partir da segunda metade do gráfico, onde
ela perde o seu efeito de suporte passando esse efeito
de suporte a ser exercido com mais intensidade pela
nossa linha de tendência achada ao longo deste
processo, se ver transformada numa linha de
resistência, e se repararmos bem, durante a segunda
metade do gráfico, foi uma resistência forte que
manteve os preços entre ela e a nossa linha de suporte.

Assim, se tivéssemos além da nossa linha inferior de


suporte, achado uma outra linha de suporte que
acompanhou a primeira metade do gráfico bem junto
aos preços, teríamos ganho com ela uma linha de
resistência que na segunda parte dos gráficos nos daria
bons pontos de fecho de posições longas ou abertura de
posições curtas, tornando assim bastante previsíveis as
entradas e saídas do mercado durante esse período de
tempo, e com isso, tornando os lucros mais fáceis.

Vamos ver de seguida um outro exemplo, desta vez em


gráficos de velas semanais, em como as linhas de
tendência se mantêm ao longo dos gráficos, alternando
os seus efeitos entre suportes e resistências, mas

www.LivroDaBolsa.com Pág. 361


interagindo sempre com os preços muitas vezes sendo
bastante importantes às nossas análises técnicas.

Aqui neste exemplo podemos ver como uma linha de


tendência alterna entre o seu papel de suporte e
resistência:

Na imagem acima, começaríamos a longo prazo, como é


lógico, por unir um primeiro ponto de teste num dado
mínimo de uma vela e onda em inícios do ano de 2002,
a outro ponto de teste que se seguia.

Com isto tivemos a nossa primeira tentativa de


desenhar uma linha de tendência executada.

Se virmos bem, essa linha ficou logo bem definida à


partida com dois pontos onde os preços tocaram e
ressaltaram, voltando a subir, sendo por isso um
suporte possivelmente forte.

Faltava-nos apenas uma confirmação forte dessa linha


de tendência.

Alguns meses depois, acabamos por ver essa


confirmação aparecer, quando os preços, perto de
Outubro de 2002, ao tocarem nessa linha de tendência
por nós desenhada, acabam por voltar a subir criando
mais uma onda.

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Com essa reacção à nossa linha de tendência tivemos a
nossa confirmação de que a mesma seria válida e que
nos poderia ajudar no futuro.

Poucas semanas depois, voltámos a ter outro teste a


essa linha, quando os preços ao tocarem nela, voltaram
a subir com força.

Só por volta de Março de 2003 é que os preços se


aproximam um pouco dela, acabando por voltar a subir
com bastante força sem sequer tocar nela, não tendo
por isso tocado na linha os preços.

Chegando a cerca de Setembro de 2003, temos


finalmente um outro teste à nossa linha de tendência,
bastante importante, em que vemos que a mesma é
penetrada pelos preços, mas vendo logo de imediato
uma reacção forte a ela, iniciando-se uma subida que
levou os preços a uma nova onda de subida, tendo
assim o nosso suporte tido o seu efeito desejado por
nós nos preços.

Contudo, um trader prevenido, vendo esta penetração


da nossa linha de tendência pelos preços, acaba por
desenhar uma nova linha de tendência:

Agora, para quê apagar a linha de tendência anterior?

www.LivroDaBolsa.com Pág. 363


O ideal será manter as duas sempre no gráfico, caso
sejam necessárias, obtendo um resultado assim:

Assim ficámos logo desde Setembro de 2003 com duas


linhas de tendência, a nossa inicial que veria nesse mês
o quinto contacto importante dos preços com a mesma,
e uma outra linha de tendência nova que teria como
segundo ponto de teste os mínimos desse mesmo mês
de Setembro.

Após essa nova onda gerada pelo último contacto e


penetração dos preços na nossa linha de tendência
inicial, há uma nova aproximação dos mesmos a essa
nossa linha de suporte, mas desta vez, assim que
tocam nela, há um novo ressalto, não a chegando a
penetrar, e subindo bastante novamente.

A nossa nova linha de tendência continuaria aqui neste


momento por ser confirmada, mas presente no gráfico.

Chegamos agora perto de Abril de 2004, onde vemos


finalmente os preços a quebrarem a nossa linha de
tendência inicial, e mantendo-se debaixo dela.

Contudo, vemos algo de muito importante: a nossa


nova linha de tendência tem finalmente a confirmação
de que precisávamos e vemos que não só é válida como
também nos é bastante útil.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 364


Os preços mantêm-se acima dela, havendo mais dois
pontos seguintes ao ponto de confirmação, em que os
preços tocam nela e não a penetram, voltando a subir
mas mantendo-se também abaixo da linha de tendência
inicial, que agora serve de resistência, onde as duas
pequenas ondas que vemos após a penetração da
mesma, ao atingirem essa mesma linha como
resistência, voltam a cair.

Temos assim agora uma linha de tendência inferior,


suporte dado pela nossa nova linha de tendência, e a
nossa linha de tendência superior, a que tínhamos
desde o início, que nos serve agora de resistência.

De seguida, temos uma pequena penetração à nossa


nova linha de tendência inferior, mas mal penetrando a
mesma, subindo logo de seguida com força suficiente
para romper a nossa linha de resistência, voltando esta
nossa linha de tendência inicial a servir de suporte
novamente por uns momentos aos preços, como
podemos ver no gráfico, antes dos preços voltarem a
cair abaixo dela, altura em que voltam a tocar na nossa
nova linha de suporte, que faz os preços ressaltarem
mais uma vez em direcção à linha de resistência, que
por sua vez envia também os preços de volta para
baixo, acabando os mesmos por fechar abaixo do nosso
novo suporte também, no fim do gráfico.

Sendo esta matéria, algo que só se poderá aprender “na


perfeição” com muita prática, vamos tentar simular
mais uma vez essa prática com mais um conjunto de
exemplos retirados de gráficos reais do par cambial
Euro/Dólar, agora novamente em velas de quatro horas,
e onde iremos abordar desta vez com mais atenção, o
facto de podermos ter, tal como nas tendências
estudadas anteriormente, várias linhas de tendência no
mesmo gráfico, cada uma abrangendo períodos de
tempo diferentes.

Nas linhas de tendência verificámos que dentro das


tendências primárias, poderíamos ter tendências

www.LivroDaBolsa.com Pág. 365


secundárias, e dentro delas, outras tendências
menores.

Nas linhas de tendência, tal facto não se altera, e


podemos ver uma linha de tendência maior, com outra
mais pequena dentro dela, e por sua vez, outras ainda
mais pequenas dentro delas, realçando assim várias
tendências de forças diferentes umas dentro de outras,
todas elas úteis à nossa análise técnica no dia a dia.

Vejamos um exemplo do que acontece quando


definimos várias linhas de tendência sobrepostas umas
às outras:

Como podemos ver no exemplo acima, termos uma


linha de tendência desenhada, não inviabiliza que
tenhamos outras ao mesmo tempo, representando
tendências mais pequenas englobadas pelas maiores,
ajudando-nos todas elas a prever a evolução dos
preços.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 366


Vejamos o começo deste novo exemplo, onde iremos
desenhar a nossa primeira linha de tendência:

Aqui está a nossa primeira linha de tendência.

Como podemos ver, até talvez se pudesse teoricamente


dizer que já teve o seu ponto de confirmação, apesar de
não ser uma confirmação muito forte, pois os dois
pontos de teste estão muito próximos, já é contudo
uma linha de tendência a ter em atenção.

Já tocaram sete vezes os preços nesta linha de


tendência, apesar de terem sido em apenas duas ou
três áreas de contacto, por estarem muito juntos os
pontos nesta periodicidade, mas mais visível noutras.

Mas claro que não iríamos andar este tempo todo, com
os preços a subirem para longe da nossa linha de
tendência, sem criar outras que mais se aproximassem
dos preços, pelo que iremos criar outra logo ao vermos
que há um novo fundo acima do nosso suporte já
desenhado.

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Vejamos:

Aqui vemos desenhada uma nova linha de tendência,


tendo agora um ponto inicial de teste diferente, que
acaba por ter mais duas zonas de contacto logo de
seguida, estando já bem confirmada a nossa linha de
tendência, linha essa que acaba por ter outro ponto de
contacto perto de meio do mês de Maio, em que os
preços após uma queda abrupta, ao tocarem nessa
linha de suporte, voltam a subir logo de imediato com
força, mostrando-nos assim que essa linha representa
um suporte bastante fiável, além de que nos
proporcionou outro bom ponto de entrada no mercado,
e com isso mais lucros.

Com esse teste à nossa linha de tendência nova, a meio


do mês de Maio, ficamos já com cerca de oito pontos
em que os preços tocaram nesse nosso suporte sem o
penetrar e que voltaram a subir depois.

Mas e a pequena subida que aconteceu acima desta


linha de tendência que acabámos de desenhar?

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Logo após o próximo fundo que teve origem acima
dessa nossa linha de suporte nova e sem lhe tocar, o
trader prevenido, deveria traçar outra linha de
tendência tendo como segundo ponto de teste esse
mesmo fundo:

Como vimos acima, mesmo deixando estar as linhas de


tendência anteriores nos gráficos, que posteriormente
nos iriam servir de suportes importantes, foi óptimo
desenhar uma linha de tendência ainda menor acima
delas, que ao juntarmos como pontos de teste o último
contacto dos preços com a nossa anterior linha de
tendência, com o primeiro fundo que nos apareceu
posteriormente, vimos logo de imediato essa nossa
nova linha confirmada por um outro contacto com ela
horas depois por parte dos preços, e ainda outro ponto
de contacto no dia nove, em que os preços ao tocarem
nessa linha, subiram de imediato, proporcionando lucros
a quem preveria esse ressalto baseado nesta nossa
nova linha de suporte, que teve perto de catorze pontos
em que os preços tocaram essa mesma linha sem a
penetrar, em mais ou menos quatro fundos de ondas,
sendo um deles bastante forte, fazendo os preços
ressaltarem com força após uma queda forte.

Mesmo assim, antes dessa reacção forte a esta nossa


terceira linha de tendência, em que os preços
ressaltaram com força por volta do dia nove, ainda

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tivemos várias ondas pelo meio que parecem ter subido
por cima de uma linha recta, que de momento nos é
invisível, apenas imaginária, e que iremos desenhar de
seguida:

Como pudemos ver, após o terceiro fundo de uma onda


que deu a confirmação que precisávamos à nossa linha
de tendência anterior, os preços começaram a subir, o
que nos levou a desenhar outra linha de tendência
unindo esse ponto de teste, ao primeiro fundo relevante
que nos apareceu de seguida.

Essa linha, teve logo confirmação menos de um dia


depois, ao após uma pequena onda de subida de preços
e respectiva queda, os preços voltam a tocar essa nossa
nova linha, facto esse que os faz saltar com bastante
força, tornando esta nossa linha de tendência nova uma
linha viável de suporte e confirmada pelos preços já, e
levando os preços a subirem mais de 150 pips, caindo
de seguida e quebrando aí esse nosso novo suporte e
voltando ao anterior, que suporta as quedas mais um
pouco.

No fundo, esta quarta linha de tendência que


desenhámos, acaba por ter como único ponto em que
prevemos a inversão dos preços, o ponto de
confirmação, em que teríamos poucas certezas de que
uma inversão pudesse acontecer, mas que se
tivéssemos atentos, teríamos feito lucro nessa altura.

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No fundo, após desenharmos o primeiro suporte, e
desenharmos o segundo, e o terceiro, acabamos por
estar a guiarmo-nos pela nossa quarta linha de
tendência, que só nos ajudou a prever a inversão de
preços no próprio ponto de confirmação da mesma,
sendo quebrada depois e voltando os preços à nossa
terceira linha de suporte, onde os preços ressaltam com
força, por ser um bom suporte, sendo quebrado esse
suporte na queda seguinte dos preços, voltando os
preços à nossa segunda linha de tendência, onde os
preços ressaltam com tanta força que se dá origem a
um novo conjunto de ondas bastante acima dela, onde
poderíamos desenhar outras linhas de tendência.

Agora, será que essas pequenas linhas de tendência


veriam o seu uso limitado apenas àquele período
temporal que acabámos de ver, tendo-se tornado
inúteis de seguida?

Vamos ver o gráfico abrangendo agora um período


temporal maior e dando continuidade a essas nossas
linhas de tendência:

Agora vemos o incrível efeito, do que pensaríamos


serem apenas pequenas, sem importância e efémeras
linhas de tendência, que vieram a ter nos preços
durante os meses seguintes.

A mais pequena delas, a nossa quarta linha de


tendência, que estava mais acima de todas as outras,

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veio a revelar-se, como podemos ver no gráfico acima,
numa linha de resistência bastante forte, que fez os
preços inverterem as subidas em pelo menos seis topos
de ondas, sendo o primeiro o topo da onda que
ressaltou quando os preços tocaram na terceira linha de
tendência após quebrarem a quarta.

Além de fazer de resistência nesses pontos, ainda serviu


de resistência mais uma vez bastante acima perto dos
0,9950, tendo servido de suporte logo de seguida
suportando os preços quando se encontravam lá no
topo do gráfico, dando origem à segunda onda no topo,
a que atingiu o valor máximo do gráfico.

A terceira linha de tendência, por sua vez, veio a ser


uma forte linha de suporte posteriormente, após a sua
quebra, em que os preços ressaltaram na nossa
segunda linha de tendência, voltando de seguida acima
desta nossa terceira linha, onde vieram os preços a
sofrer o seu efeito de suporte e voltarem a subir umas
seis vezes após essa penetração que os levou à nossa
segunda linha, sempre que tocavam nela.

Além de servirem de forte suporte durante esse tempo,


serviu ainda de resistência por duas vezes, como
podemos ver mais perto do fim do gráfico, onde resistiu
à subida dos preços por duas vezes em que dois topos
de ondas tocaram nela antes dos preços voltarem a
cair.

Quanto à nossa segunda linha, além de ter exercido um


forte efeito de suporte logo perto do início do gráfico,
após os preços quebrarem a nossa terceira linha de
tendência encontrando forte ponto de suporte nela,
voltou a fazer de suporte perto do fim do gráfico
novamente, onde aguentou com muita força dois
contactos com ela por parte dos preços, tendo sido
penetrada ligeiramente depois onde teve um pequeno
efeito de resistência quase ínfimo, durante essa
penetração, após a qual os preços voltaram a estar
acima dela, tocando mais duas vezes nela como suporte

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antes de voltarem a subir, sendo quebrada novamente
depois.

No fundo a conclusão que acabamos por tirar é a de que


qualquer linha de tendência, por mais insignificante que
nos possa parecer no presente, poderá vir-nos a ser
muito útil no futuro, e de que deveremos desenhar o
maior número possível de tentativas de linhas de
tendência possível de forma a prevermos da melhor
forma possível a evolução dos preços, que nos virão a
ser úteis tanto como suporte tal como resistência ou
mesmo das duas formas muitas vezes, sendo apenas
uma questão de tempo até que elas voltem a ter
qualquer tipo de efeitos nos preços de vez em quando,
sendo normal termos um gráfico meio confuso por
vezes, com as diversas linhas de tendência que
poderemos ter num dado momento.

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LINHAS DE TENDÊNCIA
AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA

DAS LINHAS DE TENDÊNCIA

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AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DAS LINHAS DE
TENDÊNCIA

Já é sabido que, tal como nos conceitos de suporte e


resistência estudados anteriormente, as linhas de
tendência quando são penetradas com sucesso pelos
preços acabam por resultar ou numa inversão da
tendência actual, ou num atrasar da evolução dessa
mesma tendência actual.

Apesar de não ser sempre possível avaliar qual das


possíveis alternativas descritas acima irá acabar por se
verificar após uma penetração válida de uma linha de
tendência, é muito importante perceber a importância
da penetração dos preços nessa linha em questão, para
assim perceber a importância do efeito dessa
penetração na evolução futura dos preços.

Vejamos agora os três principais factores que nos


ajudam a avaliar a importância de uma determinada
linha de tendência e com isso a importância também de
uma penetração válida a essa mesma linha, que nos
deverão guiar sempre que nos depararmos com uma
penetração válida de uma linha de tendência.

1 - Comprimento da linha

O tamanho de uma linha de tendência, ou por outras


palavras, o comprimento dessa mesma linha, é um
factor extremamente importante na determinação da

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sua importância, algo que acontece também com os
padrões de preços, como iremos estudar mais tarde.

Uma linha de tendência que tenha uma duração de


vários anos sem ser quebrada, terá muito mais
importância e efeito quer na penetração da mesma
pelos preços, quer na reacção de inversão de preços ao
tocarem nela, do que uma linha de tendência com
apenas alguns meses ou mesmo semanas de vida.

Talvez nem todos os traders do mercado dêem muita


importância a uma penetração por parte dos preços de
uma linha de tendência com alguns dias ou semanas de
vida (especialmente os traders que investem mais a
longo prazo), mas todos se apercebem e sabem bem
quando os preços se aproximam ou penetram uma linha
de tendência com alguns anos de duração.

Talvez seja também por ser mais conhecida por parte


de todos, que qualquer aproximação ou penetração
dessa linha tenha mais efeito do que em linhas
menores, mas qualquer que seja a razão, é sabido que
o comprimento de uma linha de tendência é um factor
extremamente importante na definição da sua
importância na Análise Técnica.

2 - Número de vezes que a linha de tendência é


tocada ou aproximada

Outro factor muito importante para a avaliação da


importância de uma linha de tendência, é a quantidade
de vezes que os preços a tocam ou se aproximam dela.

Quanto mais vezes uma linha de tendência é tocada ou


aproximada com uma reacção positiva (reversão dos
preços sem a penetrar de forma válida), maior é a sua
importância e influência no comportamento dos preços.

Isto acontece porque uma linha de tendência é ou um


suporte ou uma resistência, e conforme já vimos,
quanto mais confirmações existirem de que essas linhas

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representam bons níveis de suporte ou resistência,
maior é a certeza de que elas influenciam os preços e
maior será a sua força no futuro ou qualquer outra
reacção que venha a suceder como penetrações, por
exemplo.

Resumindo, cada teste sucessivo com sucesso a uma


linha de tendência, contribui para aumentar a sua
importância e força como quer suporte quer resistência,
e com isso fazendo-a reflectir também a força da
tendência actual.

3 - Ângulo de Subida ou Descida ou Momentum

Este factor é também bastante importante, e é um


factor que nos poderá fazer pensar que uma linha de
tendência poderá ter um período de vida reduzido ou
até colocar em questão a sua fiabilidade, que é o ângulo
da inclinação dessa linha de tendência.

Sabemos que todas as linhas de tendência acabam por


ser mais cedo ou mais tarde quebradas, mas
obviamente as mais íngremes terão tendência a
terminarem mais cedo do que as que acompanham
subidas ou quedas mais graduais e suaves.

Porquê?

Acho que podemos pensar nisto com dois exemplos.

Como primeiro exemplo vamos olhar para nós mesmos


como pessoas, e imaginar que temos de subir um
monte com 80 metros de altura, e que para o efeito
temos dois pares de escadas, um deles bastante
íngreme, com degraus curtos de 40 centímetros de
altura cada, e o outro menos íngreme, com degraus
mais baixos de apenas 10 centímetros de altura cada, e
bastante mais compridos, permitindo-nos subir mais
calmamente quase como se estivéssemos a andar.

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Enquanto que no segundo par poderemos subir mais
facilmente sem paragens e sem nos cansarmos tanto,
no primeiro muito possivelmente teríamos de parar
várias vezes a meio, por cansaço, dado que seria
necessário um esforço bem maior em cada degrau.

Da mesma forma que uma subida mais íngreme nos faz


esgotar as forças mais rápido e desistir da subida,
também no mundo dos investimentos as subidas mais
íngremes e agressivas esgotarão os compradores mais
depressa e não darão tanto tempo para renovação de
forças, e mais rapidamente virão as quedas.

Como segundo exemplo vamos ver os aviões.

Um avião se tentar subir a pique até aos seus limites,


até à altura máxima que consegue atingir nos céus,
quanto mais a pique subir o avião, mais depressa
chegará aos seus limites, ou seja o movimento em
direcção ao céu durará menos tempo pois o caminho é
mais directo e chegará lá mais rápido.

Se subir de forma mais gradual, num ângulo de menor


inclinação, demorará mais tempo a chegar aos seus
limites, e o movimento assim demorará mais tempo.

NOTA: Esta relação entre subidas rápidas e lentas dos preços


De forma simples
com a duração das mesmas, poderá ser vista se virmos
podemos dizer que o exemplo abaixo que nos mostra três movimentos de
chamamos de preços, desde subida e descida de preços rápida, até
momentum na Análise uma subida e descida de preços lenta e gradual.
Técnica à velocidade com
que o preço de um dado Chamamos de Momentum na Análise Técnica (até
activo se movimenta num
dado momento durante a
porque terá outros mas parecidos significados noutras
sua subida ou descida. áreas), à velocidade com que o preço do activo se
Assim podemos relacionar movimenta a dado momento, quer durante a sua subida
directamente o grau de ou descida.
inclinação de um
movimento de preços ao Dizemos assim que quando uma acção começa a cair
seu momentum, pois
quanto maior a inclinação
lentamente, e aos poucos começa a ganhar a velocidade
do movimento de preços, a queda, que está a ganhar mais Momentum, ou que
maior o momentum.

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está com um bom momentum, e à medida que vai
chegando ao fim da queda e o vai perdendo, vai
perdendo o seu momentum.

No exemplo abaixo veremos um exemplo famoso que é


demonstrando um efeito do que poderia acontecer se
atirarmos uma bola de ténis contra o tecto:

No exemplo acima vemos um possível exemplo do que


poderia acontecer se atirarmos uma bola de ténis contra
o tecto.

NOTA: Ao embater contra o tecto, teria uma reacção


Normalmente, quanto
igualmente forte ao disparo inicial, com um bom
mais rápidas as subidas momentum, e ao voltar ao chão, ressaltará mais
ou descidas de preços, devagar, com menos força, com menos momentum, até
mais rápidas tenderão a acabar por não ressaltar mais e ficar no chão.
ser as suas reacções e
movimentos inversos, e Em cada subida e descida veremos que há uma parte
quanto mais lentas essas
subidas ou descidas, mais
da mesma com mais momentum e que acabam por o ir
lentas tenderão a ser perdendo até começar a cair e voltar a ganhar
essas mesmas reacções e momentum no sentido contrário.
movimentos inversos, à
semelhança do atirar de Com os preços dos activos financeiros o funcionamento
uma bola de ténis contra é muito parecido: quanto mais rápidas são as subidas
o chão com variadas
forças.
ou descidas de preços, por norma mais rápidas
tenderão a ser as reacções, as posteriores quedas, e
quanto mais lentas essas subidas ou descidas, mais
lentos tenderão a ser os movimentos inversos
posteriores.

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É uma tendência comportamental que se verifica muito
facilmente ao olharmos para qualquer gráfico, não
deixando claro está, de existirem excepções à regra.

Com as linhas de tendência, dado que reflectem as


tendências dos movimentos dos preços, poderemos
aplicar o mesmo princípio ao estudado acima.

Tal como as curvas sinusoidais acima, linhas de


tendência muito íngremes, representam movimentos de
preço agressivos como o primeiro do exemplo acima, e
por isso, tenderão a ser curtas na sua duração, e a
serem quebradas facilmente.

As linhas de tendência mais suaves, as menos


inclinadas, serão as que acompanham os movimentos
de preços mais suaves, como as outras ondas do
exemplo acima, e assim tenderão a durar mais tempo,
dado que são movimentos de preços suaves, e ao
mesmo tempo as reacções às subidas e descidas
tenderão a ser menos agressivas, pois já vimos pelo
exemplo acima que quanto mais agressiva for a subida,
mais agressivo tenderá a ser o movimento inverso de
queda posteriormente, e vice versa, e quanto mais
agressivo é o movimento inverso, que é o movimento
que poderá quebrar a linha de tendência, mais
probabilidades há de a quebrar, por ter mais força.

Dessa forma concluímos que, as linhas de tendência de


maior inclinação deverão ser interpretadas com cuidado
pois serão rompidas mais facilmente e terão tendência a
durar menos tempo, até porque os seus movimentos
agressivos de subidas ou quedas de preços não serão
facilmente mantidos por muito tempo, enquanto que as
linhas de tendência menos inclinadas, não estão
normalmente sujeitas a movimentos de preços inversos
em termos de reacção ao movimento actual, e
normalmente são quebradas de forma mais lenta e
suave, dando mais tempo para vermos que a linha de
tendência foi quebrada.

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Por outro lado devemos ter em conta que a importância
da quebra de uma linha de tendência mais íngreme será
menor do que a quebra de uma linha de tendência que
não seja tão íngreme.

Porquê?

Porque uma linha de tendência que não tem muita


inclinação, é muito mais fácil de manter-se válida do
que uma linha íngreme, já que o preço terá de subir
muito menos, e com menos força, para manter a linha
válida.

Se a linha for muito íngreme, os preços terão de subir


com muito mais força e com muito mais momentum
para conseguir acompanhar a linha, e uma vez
quebrando-a, nem sempre significa que a tendência
acabou, mas sim que os preços possam pura e
simplesmente não ter conseguido acompanhar a linha
com essa força, mas sem perder a tendência que se
pode manter.

Vejamos de novo uma das últimas imagens mostradas


acima:

Nesta imagem acima, podemos ver que, por vezes, as


linhas de tendência mais íngremes são rompidas, não
por a tendência de subida que elas representam no
gráfico ter acabado, mas sim por a subida de preços já
não manter tanta força como inicialmente, e nesses

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casos a linha pode ser quebrada, mas podemos
encontrar outras linhas representando a mesma
tendência de subida mas menos íngremes, que por isso
durarão mais tempo e serão mais dificilmente
quebradas.

No exemplo acima, a primeira linha seria difícil de


manter pois acompanha uma subida forte de preços,
sendo a segunda uma linha mais válida e menos
inclinada, e que por isso durou várias vezes mais, sendo
que essa sim, ao ser quebrada, já teve um fim de
tendência mais provável.

Claro que haverão outras linhas desenhadas abaixo, e a


tendência poderá ter invertido numa dada escala de
tempo e mantido noutras, mas deu para perceber por
este exemplo o que se quis demonstrar.

Em resumo: quanto mais inclinação tiver uma linha de


tendência, mais facilmente poderá ser rompida, e
menos importante tenderá a ser esse rompimento em
termos de detecção de inversão dessa mesma
tendência, e inversamente, quanto menos inclinação
tiver uma linha de tendência, mais dificilmente tenderá
a ser rompida, e mais importante será esse rompimento
quando acontecer, em termos de detecção de inversão
do movimento de preços, até porque se uma linha de
tendência tem menos inclinação e exige assim menos
força por parte dos investidores para se manter válida,
se é quebrada é porque nem essa pouca força por parte
dos mesmos existe, e a quebra será bem significativa
da falta de força de quem a poderia evitar.

Assim, uma tendência muito aguda, ou seja, uma


tendência com uma subida ou descida de grande
inclinação, é difícil de manter, e consequentemente,
mais susceptível de ser quebrada, quer seja para dar
início a uma tendência inversa, ou mesmo para dar
início a um pequeno movimento de tendência lateral,
que será seguido de uma continuação da tendência
anterior ou mesmo inversão dessa tendência.

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Desta forma, a quebra de uma linha de tendência muito
inclinada, poderá representar mais uma continuidade da
tendência do que inversão de tendência em si, e a
quebra de uma menos inclinada, poderá já representar
uma inversão da tendência propriamente dita.

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LINHAS DE TENDÊNCIA
CANAIS DE TENDÊNCIA (TREND CHANNELS)

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CANAIS DE TENDÊNCIA (TREND CHANNELS)

Já andámos até agora a estudar as múltiplas


possibilidades de uso dos diversos tipos de linhas de
tendência, como as que uniam os topos, em mercados
em queda, ou seja, linhas de resistência, e as que
uniam os fundos, em mercados em subida, ou seja,
linhas de suporte.

Já vimos que cada uma dessas linhas, tal como as


linhas de suporte e resistências estudadas inicialmente,
podem inverter o seu papel, de suporte para
resistência, e vice-versa, e já vimos que podemos usar
várias linhas juntas, acontecendo por vezes que uma
serve de suporte e outra de resistência ao mesmo
tempo, parecendo nesses casos que os preços andariam
dentro das duas, algo que acontece ocasionalmente por
muitas vezes, mas nem sempre.

Nessa ocasião, vimos que os preços andaram entre


essas duas linhas, sendo bastante fácil de prever os
seus movimentos durante esse tempo, mas esse tipo de
acontecimentos não tem origem sempre, e não deve o
trader ficar quieto à espera que algo do género
aconteça para tomar proveito dessa previsível
movimentação de preços.

O que fazer então nesses casos?

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É muito atractiva a ideia de os preços se moverem
entre duas linhas, não caindo abaixo da linha de
suporte, ressaltando mas depois não subindo acima da
linha de resistência, caindo, proporcionando lucros
fáceis.

A resposta é simples, deveremos tentar desenhar uma


linha oposta à que actualmente temos.

Se temos uma linha de suporte já desenhada, devemos


tomar a iniciativa de desenhar uma linha de resistência
também, e vice-versa.

Há uns gráficos acima, vimos que pusemos, a título de


exemplo, uma linha de resistência num gráfico, um
pouco acima de uma linha de suporte, em que vimos
que os preços se movimentaram entre as duas, algo
que designámos como canal e que iríamos estudar mais
tarde.

Um canal acha-se, desenhando uma linha que é


paralela àquela linha inicial que temos.

Se temos uma linha de tendência inferior já desenhada,


ou seja uma linha de suporte, tentamos desenhar uma
linha de tendência superior, ou seja uma linha de
resistência, paralela à linha inferior, uma linha oposta,
linha essa também designada por “linha de tendência
de retorno” (ou “return trendline”, em Inglês), pois será
uma linha que fará teoricamente os preços retornarem
para a nossa linha inicial, fazendo-os andar dentro do
canal formado por essas duas linhas.

Se temos uma linha de tendência superior já


desenhada, ou seja uma linha de resistência, tentamos
desenhar como linha de tendência de retorno uma linha
paralela a essa linha superior, ou seja uma linha de
tendência inferior, ou linha de suporte, onde os preços
que estão em queda irão teoricamente retornar e voltar
a subir, ao embater nessa linha de suporte.

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Assim, teremos duas linhas de tendência paralelas, a
inicial e a oposta que desenhámos depois, sendo a linha
de tendência inferior e a superior, ou linha de suporte e
resistência, respectivamente, formando assim um canal
com essas duas linhas, e sendo esperado que os preços
se movimentem dentro dele, sem quebrar o suporte e
sem romper a resistência.

É esse o conceito dos canais.

Cabe assim ao trader procurar desenhar canais de


tendência, com essas duas linhas de tendência opostas,
para tentar prever assim os altos e baixos dos preços
dentro dessas linhas, e com isso pontos de entrada e
saída tanto de posições longas como curtas dentro
desses canais, na tentativa de obtenção de lucros.

Vejamos um exemplo de um canal ascendente, ou seja,


um canal que acontece durante uma tendência de
subida de preços:

Como vemos no exemplo acima, há já uma linha de


tendência inferior, actuando como suporte, onde os
preços se apoiam para subir, e o que foi feito foi
desenhar uma linha paralela a essa, unindo os topos em
vez dos fundos, ficando nós também com uma linha de
tendência superior, uma linha de resistência que por

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norma faz os preços caírem ao tocarem nela e assim
manterem-se dentro do canal, que é formado por essas
duas linhas.

NOTA: Vejamos desta vez um canal descendente, ou seja, um


Normalmente designamos
canal que acontece durante uma tendência de descida
os canais de três formas de preços:
em relação à sua
tendência: Canal
Ascendente para os que
acompanham tendências
de subida, Canal
Descendente para os que
acompanham tendências
de descida, e há claro
está os Canais Laterais
para quando a tendência
é lateral ou por outras
palavras “sem tendência”.

Neste novo exemplo, vemos que já havia uma linha de


tendência superior, actuando como resistência, onde os
preços sofrem resistência às suas tentativas de subida,
e o que foi feito foi desenhar uma linha paralela a essa,
unindo os fundos em vez dos topos, ficando nós
também com uma linha de tendência inferior, uma linha
de suporte que por norma faz os preços subirem ao
tocarem nela e assim manterem-se dentro do canal,
que é formado por essas duas linhas, como no exemplo
anterior.

Mas os canais de tendência, não têm obrigatoriamente


de se encontrar em tendência de subida ou de descida.

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Há um outro tipo de tendência que falta aqui referir: as
tendências laterais, quando há movimentos laterais de
preços:

Neste exemplo, tudo se passa da mesma forma, quer


existindo uma linha de tendência inferior, ou uma linha
de tendência superior, desenha-se a linha de tendência
de retorno, ou seja, a linha de tendência oposta, e os
NOTA: preços andarão entre as duas, enquanto se
Outra forma simples de movimentarem dentro desse canal.
descrever um canal é o
de sendo o espaço entre No fundo é isso que um canal de tendência é.
duas linhas paralelas,
sendo uma de Suporte e É basicamente aquela área compreendida entre as suas
outra de Resistência, duas extremidades, demarcadas pelas duas linhas de
entre as quais os preços
tendência, o suporte e a resistência, onde os preços se
se movimentam. Será
isso um canal, que movem dentro das mesmas.
poderá ser ascendente,
descendente ou lateral, Vamos ver agora um exemplo real retirado de um
conforme a tendência gráfico do par cambial Euro/Dólar, onde podemos ver
inerente. desenhado um canal de tendência ascendente.

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Primeiro visualizemos o gráfico em questão sem
qualquer tipo de linhas de tendência desenhadas:

No gráfico acima, à primeira vista, para alguém com


olhos destreinados, não nos sobressai nenhum tipo de
canal de tendência, apenas vemos um conjunto de
ondas, aparentemente descoordenadas, umas mais
altas que outras, umas maiores que outras, revelando
várias pequenas tendências, mas sem nenhum padrão
de linhas de tendência que ressalte à vista facilmente.

Mas a realidade é outra.

Iremos ver agora o mesmo gráfico com um simples


canal de tendência ascendente desenhado, para vermos
como teria sido relativamente fácil de prever grande
parte dos movimentos de preços durante esse ano, os
começos e topos de várias das pequenas ondas, entre
outros acontecimentos.

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Vejamos agora o gráfico com o canal de tendência
ascendente desenhado:

Como podemos ver no exemplo acima, foi desenhado


um canal de tendência bem importante para a previsão
de preços durante esse ano de trading.

Sem o canal desenhado, o cenário era completamente


diferente.

Passámos agora de um conjunto de ondas de preços


aparentemente caóticas e sem sentido para um
conjunto de ondas, umas maiores que outras, mas
todas obedecendo a um conjunto de regras de
resistências e suportes que as fazem ter movimentos
previstos por um simples canal de tendência.

Passámos com esse simples canal de tendência


ascendente, a poder prever os preços, e a tê-los como
algo previsíveis.

Com isto é fácil perceber como é que adicionando uma


linha paralela à linha de tendência principal se consegue
desenhar um canal dentro do qual os preços oscilam, ou
mesmo fora dele onde ele actua como suporte e
resistência aos preços, e se consegue perceber a
importância deste tipo de canais de tendência.

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Vejamos ainda um exemplo desta vez com velas
semanais para termos uma vista do par cambial
Euro/Dólar em maior período de tempo:

Como vimos, apesar de os canais presentes neste


exemplo serem diferentes dos exemplos anteriores, por
abrangerem maiores períodos de tempo e com isso,
maiores oscilações por parte dos preços, continuam a
ser úteis e a ajudar a prever a evolução dos preços, que
se mantêm dentro desses canais.

No exemplo acima, apesar de não ser um dos melhores,


vemos que a linha de tendência principal, ou seja, a
linha de suporte do canal de tendência ascendente, é
bastante eficaz, servindo de ponto de entrada para os
bulls do mercado por diversas vezes, e apesar de
podermos desenhar a linha de retorno em vários níveis
com sucesso, foi aqui desenhada naquele nível, para
nos demonstrar como no exemplo acima, bastando por
uma linha paralela à linha de suporte do canal, mesmo
no topo da onda onde aconteceu a primeira grande
inversão de preços do canal, conseguimos prever com
exactidão o ponto de inversão da segunda onda grande
que chegou até perto dos 1.3000, invertendo e indo
perto dos 1.1750, onde acabou por recuperar, sendo
neste caso o nível de preços 1.3000 um bom ponto de
entrada para os bears do mercado, que estando atentos

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a este canal de tendência, teriam feito bastantes lucros
de forma relativamente fácil.

Com isto é de reparar também, que ao contrário das


linhas de tendência normais em que precisamos de ter
dois pontos de teste e outro de confirmação, para
podermos assumir uma linha de tendência como válida,
nas linhas de retorno dos canais, visto que a linha já
tem uma inclinação predeterminada por ser uma linha
paralela à linha de tendência principal, muitas vezes
basta-nos colocar essa linha no topo da primeira grande
onda do canal para termos como segundo ponto de
toque dos preços nessa linha já um ponto de previsão
dos preços, podendo assim essa linha ser-nos útil logo
após o primeiro ponto em que os preços lhe tocam e
onde a colocamos, e se não for, acabará por ser
ajustada mais tarde para outras ondas que venham
posteriormente.

Não é de esquecer, que poderíamos ter usado outros


pontos para desenhar a nossa linha de retorno, ou
mesmo termos desenhado várias linhas de retorno ao
mesmo tempo, simulando assim vários canais de alturas
diferentes mas com a mesma linha de tendência
principal em comum, algo que iremos estudar mais
abaixo e que é prática comum no dia a dia dos traders
com mais experiência, e que nos deixaria com uma
espécie de canal constituído por várias linhas de
tendência paralelas dentro de si, ou por outras palavras,
vários canais de tendência uns dentro de outros.

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LINHAS DE TENDÊNCIA
PENETRAÇÃO DAS LINHAS DE RETORNO

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Penetração das Linhas de Retorno

As linhas de retorno são-nos muito úteis por duas


razões principais.

NOTA: Não só estas linhas representam importantes áreas de


As duas principais razões
suporte e resistência, conforme se tratam de tendências
pelas quais as linhas de de descida ou subida de preços, respectivamente, como
retorno nos são úteis são também (e esta será possivelmente a razão mais
a de representarem importante em termos de previsão de novas
importantes áreas de tendências), nos dá um sinal de que estamos perante
suporte e resistência,
bem como nos poderem
uma nova tendência de subida ou descida de preços, ou
também dar sinais mesmo uma aceleração da tendência actual, quando
durante as suas essa linha de retorno é penetrada.
penetrações de que
possamos estar perante Desta forma, se os preços ao tocarem na linha de
novas tendências de retorno, não retornarem na direcção da linha de
preço ou aceleração das
actuais.
tendência principal, e ao invés disso romperem essa
mesma linha e seguirem o seu caminho, estarão a dar
sinal de que a tendência que teremos a ocorrer nesse
momento irá ver a sua subida ou descida de preços
acelerada, ou seja, irá ganhar mais força, dando origem
a novas linhas de tendência mais inclinadas no gráfico,
caso estejamos numa tendência de subida ou descida
de preços, ou mesmo dar sinal de que estaremos a
assistir ao começo de uma nova tendência de descida

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ou subida, caso estejamos correntemente numa
tendência lateral (ou mercado sem tendência),
tendência lateral essa que será quebrada para dar
origem a uma nova tendência de movimento de preços,
quer para cima, quer para baixo.

A penetração de linhas de retorno poderá ser sinal de


exaustões dos movimentos de preços, algo que iremos
estudar posteriormente.

Vejamos um exemplo do que acontece normalmente


quando vemos uma linha de retorno ser penetrada com
sucesso pelos preços:

Neste caso, tivemos um canal de tendência ascendente,


em que a linha de tendência superior, a sua linha de
retorno, que neste caso seria uma resistência à subida
dos preços, acaba por ser rompida a meio do exemplo
pelos preços, dando origem a uma nova tendência de
subida dos preços mais acentuada, e consequentemente
à formação de um novo canal de tendência ascendente,
tendo tanto a linha de tendência principal (a linha de
suporte), como a linha de retorno (a linha de
resistência), uma inclinação mais acentuada que o canal
anterior de tendência.

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O mesmo se passa em canais de tendência
descendentes, mas de forma inversa:

Como vemos no exemplo acima, há inicialmente um


canal de tendência descendente, em que a linha de
tendência inferior, a sua linha de retorno, que neste
caso seria um suporte aos preços, acaba por ser
penetrada pelos preços com sucesso a meio do
exemplo, algo designado por “breakdown”, dando
origem a uma nova tendência de descida de preços
mais acentuada, e consequentemente à formação de
um novo canal de tendência descendente, tendo tanto a
linha de tendência principal (a linha de resistência),
como a linha de retorno (a linha de suporte), uma
inclinação mais acentuada que o canal anterior de
tendência.

Nestes exemplos vimos que o rompimento do canal,


através do rompimento da linha de retorno desse
mesmo canal, acaba por dar origem a um acentuar da
tendência de movimentos de preços actual, dando
origem a um novo canal de tendência ainda mais
acentuado.

Resumindo pode-se dizer que o rompimento da linha de


retorno dentro de um canal de tendência de subida ou
descida de preços, implica uma aceleração do

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NOTA: movimento de preços dentro da tendência actual, e
Pode-se dizer que o
consequentemente, o nascer de um novo canal com a
rompimento de uma linha mesma tendência de preços mas mais acentuada.
de retorno de um canal
de tendência de subida E no caso dos canais de tendência laterais?
ou descida implica uma
aceleração de preços O efeito é basicamente o mesmo mas com a diferença
dentro da tendência de a tendência actual se alterar:
actual, e com isso o
nascer de um novo canal
com a mesma tendência
mas desta vez de uma
forma mais acentuada.

Como podemos ver, numa linha de tendência lateral,


não há distinção entre a linha de suporte ou a linha de
resistência como linha de retorno, da mesma forma
como o fazíamos em canais de tendência de subida e
descida.

Aqui, tanto a linha de resistência como a de suporte ao


serem penetradas pelos preços acabam por dar origem
a um novo canal de tendência de preços de igual forma.

A principal diferença é a de que não há um acentuar da


tendência actual, visto ser uma tendência lateral de
preços, ou mesmo mercado sem tendência, como
alguns gostam de referir, mas sim o começo de uma
nova tendência completamente distinta da anterior.

No exemplo acima temos um canal lateral cuja linha de


resistência é penetrada pelos preços e que dá origem a

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uma nova tendência, desta vez de subida de preços, e
consequentemente a um novo canal com uma diferente
direcção de preços.

Basicamente, passamos de uma tendência lateral de


preços para uma tendência de subida ou descida de
preços.

Resumindo, pode-se dizer que o rompimento de uma


das linhas de tendência dentro de um canal de
tendência lateral, implica o começo de um novo
movimento de preços, e consequentemente, o nascer
de um novo canal com essa mesma tendência de
preços.

Não é só dentro dos canais de tendência laterais que a


penetração dos preços numa das extremidades desses
canais dá origem a uma nova tendência.

Nos exemplos acima com tendências de subida ou


descida de preços, estudámos o que acontecia quando a
linha de retorno era penetrada pelos preços,
acentuando assim essa mesma tendência.

E o que se passa quando a linha principal de tendência,


ou seja a linha de suporte durante uma tendência de
subida ou a linha de resistência durante uma tendência
de descida, são penetradas?

Vamos ver então mais abaixo o exemplo de um


rompimento da linha de tendência principal de um canal
de tendência ascendente.

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Vejamos:

NOTA: Temos no exemplo acima um canal de tendência


Se um canal de tendência
ascendente, em que vemos a sua principal linha de
vir a sua linha principal tendência, ou seja, a linha de tendência inferior, linha
penetrada de forma de suporte, a ser penetrada pelos preços, penetração
válida pelos preços, ou essa que se for confirmada como no exemplo acima,
seja, a sua linha superior acaba por inverter a tendência de subida actual, dando
num canal descendente,
ou a sua linha inferior
origem a uma nova tendência de descida de preços,
num canal ascendente, como no exemplo acima, ou mesmo uma nova
como no exemplo ao tendência lateral de preços.
lado, poderá dar origem a
uma nova tendência de O mesmo se passa com canais de tendência
preços se o movimento se descendentes, em que veremos um efeito similar mas
mantiver na direcção
dessa penetração.
no sentido inverso devido à inversão vertical do padrão
em questão, como iremos ver no exemplo seguinte.

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Vejamos:

Temos no exemplo acima um canal de tendência


descendente, em que vemos a sua principal linha de
tendência, ou seja, a linha de tendência superior, linha
de resistência, a ser penetrada pelos preços.

Penetração essa que se for confirmada como no


exemplo acima, acaba por inverter a tendência de
descida actual, dando origem a uma nova tendência de
subida de preços, como no exemplo acima, ou mesmo
uma nova tendência lateral de preços.

No fundo, acabámos de ver aqui o que vimos também


nas linhas de tendência em si, que há inversões de
tendência quando há penetrações confirmadas das
linhas de suporte e resistências das tendências actuais
de preços, tendo nós como diferença aqui a de que não
vemos só uma linha mas sim duas, formando canais,
canais esses que não só nos indicam inversões de
tendências, como também acelerações dos movimentos
de preços dentro dessas tendências, mas basicamente
tudo o que estudámos até agora relativamente a canais
de tendência já teria sido supostamente fácil de
assimilar para quem já teria interiorizado o estudo das

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linhas de tendência de forma isolada, tal como os
conceitos de suporte e resistência.

Vejamos agora um exemplo real, retirado do par


cambial Euro/Dólar em velas de quatro horas, de um
canal de tendência ascendente, cujos preços acabam
por penetrar a linha de tendência principal, neste caso a
linha de suporte, acabando assim por mudar de
tendência:

No exemplo acima vemos já um canal de tendência


ascendente o qual foi construído adicionando uma linha
paralela à linha de suporte já existente.

Nesse mesmo exemplo fizemos a linha tocar por pouco


nos dois primeiros topos das primeiras pequenas ondas
do movimento de subida de preços.

Mas o local onde colocamos essa linha paralela, não tem


de ser algo 100% exacto.

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Vejamos o exemplo abaixo:

Neste exemplo, baixámos a linha de retorno de forma a


cobrir um pouco dos primeiros topos, e vemos como o
seu efeito se torna muito mais eficaz no gráfico, onde
vemos desta vez os preços tocarem por duas vezes essa
mesma linha na última onda de subida que dela se
aproximou.

Podemos ver também que após a penetração com


sucesso dos preços na linha de suporte, que o canal foi
quebrado e a partir daí os preços assumiram um
movimento diferente, fora desse mesmo canal, como foi
estudado anteriormente que poderia acontecer.

Mas em termos de desenho da linha de retorno, já


vimos que os preços não têm de tocar de forma
milimétrica nas linhas de tendência, nem tão pouco elas
teriam de coincidir com perfeita exactidão com todos os
topos, havendo uma margem de espaço onde podemos
deslocar essas linhas sem afectar as nossas análises
com as mesmas nos gráficos.

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Vejamos o exemplo acima, mas desta vez em velas
horárias:

Agora já vemos o mesmo período de tempo do exemplo


anterior, mas representado por velas horárias, onde já
se pode ver melhor que os preços chegaram a manter-
se por determinado tempo abaixo da linha de suporte,
sem quebrar ainda assim o canal em que se encontrava,
fazendo ainda outra onda.

No fim, nota-se ainda também a luta que os traders


travaram e que levou os preços a andar um certo tempo
mesmo em cima da linha de suporte do canal, linha
essa que depois foi quebrada com bastante força, pois
já era bem visível a fraca força dos bulls durante esse
período, e mudando assim a tendência actual, deixando
o canal de nos ser útil no momento.

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LINHAS DE TENDÊNCIA
EXAUSTÕES

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EXAUSTÕES

Agora vamos estudar outra consequência para a


penetração de uma linha de retorno num canal de
tendência.

Antes vimos que quando há uma penetração de uma


linha de retorno por parte dos preços, por norma é
confirmada e dá origem a uma tendência ainda mais
forte de subida ou descida de preços, criando linhas de
tendência ainda mais inclinadas mantendo a mesma
tendência.

Mas nem sempre as penetrações de linhas de retorno


por parte dos preços são confirmadas e dão origem a
um aumento da velocidade com que os preços avançam
dentro das tendências actuais, por vezes há uma
exaustão na força dos traders que suportam esses
mesmos movimentos de preços, levando os preços a
voltar atrás dessas linhas de retorno e até a acabarem
por penetrar a linha de tendência principal, e
consequentemente, inverterem essa mesma tendência
de preços, esgotada a força que tinha mantido essa
mesma tendência, no momento de exaustão final,
dando origem a uma nova tendência posteriormente.

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Vejamos agora um exemplo desse acontecimento
durante um canal de tendência ascendente de preços:

Como pudemos ver acima, trata-se de um canal de


tendência ascendente como os que vimos
anteriormente, e vemos também nele uma penetração
da linha de retorno por parte dos preços, o que nos
poderia levar a concluir que daí adviria um aumento da
força da tendência actual, e que daria origem a um
canal com linhas de tendência ascendentes ainda mais
inclinadas, mas ao contrário do que poderíamos pensar
tendo em conta os exemplos anteriores, aqui os preços
não continuaram o seu caminho de subida.

Basicamente, a força dos bulls de mercado no exemplo


acima, entrou num estado de exaustão, tendo os
mesmos perdido a força para fazer continuar a subida
de preços, fazendo regredir assim os preços para baixo
da linha de retorno novamente.

Essa perda de força continua a notar-se e os bears


tomam conta do mercado, fazendo os preços
penetrarem também a linha de suporte e dando origem
assim a uma nova tendência posteriormente.

O que se passou, é designado por “Exaustão”.

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Vejamos o exemplo agora com um canal de tendência
descendente:

Desta vez, passa-se exactamente a mesma coisa mas


num canal de tendência descendente.

Há uma penetração da linha de retorno por parte dos


preços, mas é fracassada, pois há uma exaustão da
força dos bears que comandavam os preços até ali,
voltando os preços para trás da linha de retorno
novamente, e acabam os bulls por tomar conta do
mercado, fazendo os preços penetrarem depois a linha
de resistência também, e dando assim origem a uma
nova tendência posteriormente.

As exaustões no trading são como as exaustões que


acontecem na vida real após esforços intensos e
continuados.

Um atleta após uma corrida de longa distância em que


tenta ir mais longe em menos tempo, acaba por chegar
à exaustão após um esforço intenso e continuado que o
faz esgotar as suas forças.

No trading acontece a mesma coisa, não conseguem os


traders levar os preços na mesma tendência sem
atingirem uma exaustão em determinado ponto mais

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cedo ou mais tarde, fazendo aparecer uma nova
tendência.

No trading, podemos ver os preços serem contidos


dentro de um canal de tendência, ascendente ou
descendente, mas após esse esforço continuado por
levar os preços sempre dentro desse canal e seguindo
essa tendência, acaba por chegar uma altura que a
exaustão se aproxima.

Tal como um atleta ao chegar ao fim da prova, apesar


de estar quase sem forças, dá um esforço final intenso
para atingir a meta o mais rápido possível, esgotando-
se completamente até ficar sem forças, no trading,
acontece por vezes que nesse esforço final os preços
possam ir mais longe, rompendo a linha de retorno, o
que poderá iludir os traders em como uma
intensificação da tendência se aproxima, mas não
passando no fundo de uma exaustão das suas forças, e
acabando assim os traders que apostam na tendência
contrária por assumir o controlo do mercado e
inverterem a tendência, fazendo os preços saírem por
completo desse canal na direcção contrária.

No fundo é isso que acontece nestes casos.

A exaustão no trading é algo que se dá após um esforço


continuado dos traders por levarem os preços sempre
num determinado sentido, neste caso acompanhando
uma determinada tendência, quando por fim se
aproxima uma altura em que ocorre uma perda de
força, e em que por vezes se dá um último esforço final
com mais intensidade onde os traders levam os preços
para além da linha de retorno, onde se esgotam as
últimas forças, acabando depois por, sem forças, dar
lugar aos traders que apostam na tendência contrária
de tomar conta do mercado e inverterem a tendência
actual e fazerem os preços saírem do canal.

Isto dá-se porque ao estarem a maioria dos traders


activos do mesmo lado do mercado, ou seja quase

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todos bearish ou bullish, não sobrando assim traders
livres que apoiem o movimento actual e estejam
prontos para dar continuidade ao mesmo, e assim no
fecho de posição dos que estão activos, os preços só
poderão inverter, tendo existido assim um esgotamento
de forças da parte desses traders, uma Exaustão.

Agora, perante uma penetração de uma linha de retorno


por parte dos preços, como podemos deduzir se
estaremos perante um movimento de exaustão descrito
acima ou de um começo de um canal de tendência mais
íngreme, sem ser pelos tais relatórios periódicos
mencionados acima?

A resposta é simples: por norma, os movimentos de


exaustão estudados acima, caracterizam-se por
acontecerem em canais de tendência já bastante
íngremes.

Regra geral, quanto mais íngreme o canal de tendência,


mais hipóteses há de que uma penetração da linha de
retorno no mesmo se venha a converter num
movimento de Exaustão, representando assim um
clímax de compras ou vendas, conforme a situação.

Logicamente, um canal de tendência com baixa


inclinação num gráfico, tem mais probabilidades de vir a
dar origem a um canal de tendência ainda mais
íngreme, do que um canal de tendência já por si
bastante íngreme, onde canais ainda mais íngremes
seriam impossíveis pois se aproximariam de
movimentos verticais de preços, algo impraticável.

Concluindo, o facto de falhar a tentativa dos preços se


manterem para além dessa linha de retorno após a
penetração da mesma, pode assinalar uma importante
reversão de tendência, especialmente se a acção de
preços for acompanhada por um elevado volume.

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LINHAS DE TENDÊNCIA
CANAIS DE TENDÊNCIA DENTRO DE

CANAIS DE TENDÊNCIA

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CANAIS DE TENDÊNCIA DENTRO DE CANAIS DE
TENDÊNCIA

NOTA: Vamos agora ver algo que acontece frequentemente: a


Aqui vamos estudar as
criação de canais dentro de outros canais, quer
vantagens da paralelos, quer com outras inclinações.
representação de
múltiplos canais dentro Primeiro vejamos um exemplo retirado novamente do
do mesmo gráfico, ou par cambial Euro/Dólar em velas diárias, mas onde
vários canais uns dentro iremos desenhar um canal com três linhas de
de outros, pois há quem
possa dizer algo como o
tendência:
canal correcto ser um e
não o outro, mas na
realidade vários canais
podem ser válidos e úteis
num gráfico e todos
devem ser estudados e a
todos lhes deve ser dada
a sua importância, e
veremos o porquê nesta
parte da matéria.

No fundo o que conseguimos aqui, foi em primeiro lugar


achar uma linha de tendência principal, a linha de
suporte, que após dois fundos entre Julho e Agosto de
2003 e em que vimos coincidir essa linha com um topo

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no início do gráfico, nos fez desenhar uma linha de
suporte que se revelou bastante forte nos meses
seguintes.

Como linha de retorno, desta vez, criámos uma


primeira, a que vemos a meio, baseada num dos topos
pequenos e que coincidia com alguns dos primeiros
fundos de pequenas movimentações de preços no início
e que se veio a revelar eficaz no futuro.

Como não há nenhuma regra que nos obrigue a


estarmos limitados apenas a um canal, desenhámos
uma segunda linha de retorno, simulando assim dois
canais com a mesma linha de suporte em comum, e
ficando assim com três linhas de tendência, sendo esta
nova desenhada no topo de uma onda de movimento de
preços em Setembro de 2003, a qual ainda neste
gráfico se veio a revelar uma boa resistência a mais três
topos de ondas, e suporte em outras zonas.

Vejamos a continuação da performance destas linhas no


ano seguinte:

Como podemos ver, a linha do meio do canal veio a


servir neste exemplo acima duas vezes como topo de
ondas durante o ano de 2004, e uma vez como suporte
forte aos preços após uma queda acentuada de preços
que teve origem em finais de 2004, suporte esse que se
veio a notar já em início de 2005, entre outras vezes

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que interagiu de forma eficiente com os movimentos
dos preços.

Já a linha mais acima veio a servir de resistência e topo


de ondas por três vezes neste gráfico além de ter
ajudado a suportar os preços em alguns pontos
também.

Poderíamos ter desenhado quatro, cinco, ou mesmo


mais linhas paralelas num gráfico, e possivelmente
todas nos seriam úteis, e iremos estudar algo parecido
nos estudos de linhas posteriormente, mas de momento
vamos ter de nos concentrar ainda neste tipo de
ferramenta, as linhas e canais de tendência.

Vamos agora ampliar o período temporal compreendido


entre Julho e Outubro de 2004 no gráfico anterior,
aclarar as três linhas de tendência que desenhámos
acima, e iremos acrescentar um novo canal de
tendência dentro do que já temos criado:

Ao aclararmos as linhas de tendência anteriores,


podemos dar mais relevo ao canal de tendência
ascendente mais íngreme que acabámos de
acrescentar, canal esse que como podemos ver, conteve
os preços entre as suas extremidades por diversas
vezes, tendo tido várias ondas dentro dele, e nunca
tendo os preços fechado visivelmente abaixo da sua
linha de suporte, tal como nunca penetraram a sua

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linha de retorno, até ao fim do exemplo em que a
penetração ocorreu e levou os preços muito mais acima
do mesmo.

Vejamos agora o gráfico num período de tempo mais


abrangente novamente, e com as cores invertidas:

Com o gráfico assim, podemos ver novamente o


pequeno canal por nós desenhado a ter algum efeito
nos preços posteriormente, ao ter, apesar de forma não
muito precisa, servido de suporte e resistência aos
preços perto do fim, parando por momentos a queda
dos mesmos, e também a tentativa de recuperação
dessa descida que ocorreu perto do fim do gráfico.

Teoricamente seria assim que estes tipos de canais


deveriam ser desenhados em termos de cores, as mais
fortes para os canais mais abrangentes em termos
temporais, e os com menor tempo de vida com cores
mais claras, pois são abrangidos pelos anteriores.

Se minimizarmos o gráfico, a principal razão da


existência desta regra torna-se evidente, pois quanto
mais pequeno for o gráfico, e mais abrangente por isso
em termos de período temporal ele for, com mais
dificuldade se visualizarão os canais de tendência mais
pequenos, e por isso deverão ter uma cor mais clara
para não estragar a vista do gráfico, devendo os
principais e mais visíveis nesse tipo de visualização

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mais reduzida ter as cores mais escuras e com isso,
maior realce.

Se fizéssemos o contrário, ao reduzirmos o zoom dos


gráficos e os víssemos mais pequenos, mal veríamos as
Linhas de Tendência e canais de longa duração por
estarem com cores claras e sem muita espessura, e os
gráficos poderiam ficar ilegíveis por conterem em cada
pequeno grupo de ondas várias linhas de espessura
maior e cores fortes, e no fim teríamos não um gráfico
perceptível mas um misto de riscos e velas literalmente,
e quanto mais reduzíssemos o zoom, mais confuso
ficaria.

Estas boas práticas aceleram a identificação de padrões


por parte do trader que os analisa, cansam menos, e
tornam mais agradável a experiência, podendo
significar um fim de dia tranquilo em vez de stressante.

É aconselhável assim o analista ter gráficos o mais


suaves e agradáveis possível para trabalhar no dia a dia
e facilitar o processo.

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LINHAS DE TENDÊNCIA
OBJECTIVOS DE PREÇO

(PRICE TARGETS E TARGET PRICES)

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OBJECTIVOS DE PREÇO

(PRICE TARGETS E TARGET PRICES)

As linhas de tendência não só nos são úteis para


determinar suportes e resistências dos movimentos de
preços e dessa forma bons pontos de entrada e saída no
mercado, ou mesmo detectar mudanças de tendências,
mas também nos podem ser úteis de outras formas.

Uma delas, é a possibilidade de nos ajudar a prever


certos alvos de preços, ou seja, certos pontos em que
achamos que os preços irão atingir após penetrarem
com sucesso essas mesmas linhas de tendência em
questão.

Em primeiro lugar vamos estudar um conceito muito


importante.

Esse conceito tem o nome de “price target”, que é a sua


designação mais comum, e que traduzido à letra
significará “alvo de preço”, ou de “target price”, que
traduzido à letra, significará “preço alvo”.

No fundo o conceito destas duas designações é


exactamente o mesmo, podendo ser aplicado a um
target a curto prazo ou a um target a longo prazo.

Um alvo de preço, ou preço alvo, será basicamente um


certo nível de preço a que se espera que um

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determinado activo chegue num determinado período
de tempo.

Apesar de terem o mesmo significado, o termo “price


target” é por norma muito mais frequente de ser visto
do que o seu semelhante “target price”.

Um price target, quando dado por analistas de


investimentos, corretoras, bancos e outros, costuma ser
mais dirigido a um período de tempo superior, como por
exemplo um preço a que se pense que uma
determinada acção possa chegar no fim do ano.

É frequente vermos os analistas dizer, por exemplo, que


uma acção actualmente cotada a 10€, terá uma
recomendação de compra por lhe atribuírem um price
target de 15€ no fim do ano, e com isso um ganho
potencial de 50%, ou mesmo uma recomendação de
venda, por lhe atribuírem uma recomendação de venda
com um price target a 5€ e com isso uma perda
potencial de 50%.

Normalmente os analistas dão este tipo de price targets


relativos ao fim do ano, ou para o ano seguinte ou
prazos ainda maiores, e por vezes apenas alguns
meses, mas por norma sendo dados com períodos fixos
de tempo.

Por norma estes analistas baseiam-se muito mais na


Análise Fundamental dos activos financeiros em questão
do que propriamente na Análise Técnica desses mesmos
activos, baseando-se nos futuros ganhos e valor
intrínseco do que esses activos representam, entre
outras coisas, sendo que também existem preços alvo
definidos através da Análise Técnica.

São na sua maioria os traders e analistas técnicos


dedicados ao intraday dos mercados no dia a dia, ao
chamado daytrading, que acabam por definir price
targets a serem atingidos em poucos dias e por vezes
dentro do próprio dia com base na Análise Técnica.

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Quanto aos price targets a muito curto prazo, esse tipo
de análises já são feitas com base na Análise Técnica,
pois não é com base nos ganhos futuros das empresas
que essas empresas irão ver as suas acções subirem
nas poucas horas ou dias futuros, mas sim pela análise
dos gráficos que indicarão a tendência desses preços
nesses próximos tempos.

Esse tipo de price targets a muito curto prazo, como os


que nos dirão que níveis os preços poderão atingir nas
próximas horas, dias ou mesmo minutos, especialmente
úteis a daytraders, é que serão os que iremos referir de
seguida nesta matéria, e já não são definidos por
jornais e analistas de outras empresas, pois a prazos
tão curtos, serão calculados por nós mesmos através de
certas técnicas ao analisarmos gráficos.

Da mesma forma também podemos ser nós mesmos a


definir os nossos próprios price targets para médio e
longo prazo com base na Análise Técnica de gráficos.

E agora voltando novamente ao tema relacionado com


as linhas de tendência, vamos verificar que uma
penetração de uma linha de tendência por parte dos
preços acaba por ser também uma boa ferramenta que
nos ajuda na determinação de novos objectivos de
preços.

Como regra, temos por exemplo que numa linha de


tendência, quando é penetrada com sucesso pelos
preços, espera-se por norma que eles se movam para
além dessa linha numa distância vertical igual à
distância vertical que haviam percorrido do outro lado
dessa linha antes da sua penetração.

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Vejamos uma exemplificação dessa regra:

Como vemos no exemplo, os preços acabam por romper


a linha de suporte do canal, e por norma acabam por
percorrer após essa quebra, uma distância igual à
distância que haviam percorrido no último movimento
de subida antes dessa mesma quebra.

Após isso, segue-se o seu movimento de descida, de


forma natural, de acordo com o exemplo acima.

Claro que, como se pode imaginar, isto é apenas uma


forma de tentar prever os futuros movimentos de
preços, e não quer dizer que realmente vão acontecer
como esperamos pelas nossas análises.

Apenas se espera que aconteçam, e dado serem regras


seguidas e esperadas por milhões de investidores pelo
mundo fora, há grande tendência para que sejam
seguidas, daí também facilitar a previsibilidade dos
ditos movimentos.

Assim, o termo “objectivo de preço” talvez não seja o


mais indicado neste caso, talvez “preço mínimo
esperado” fosse melhor, e porquê?

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Porque objectivo faz-nos pensar que uma vez atingido,
poderemos fechar posições com lucro se estivermos
curtos, mas a verdade é que, se a quebra da linha de
tendência se tratar realmente de uma inversão de
tendência, então esse objectivo de preço é por norma
ultrapassado, especialmente se se tratar de uma
inversão de tendência, por isso não se deveria chamar
muito de “objectivo de preço” mas mais algo como
“objectivo mínimo de preço” ou “preço mínimo a atingir”
ou algo do género.

Ou seja, lá porque o preço atinge o valor que


imaginamos, não quer dizer que seja boa ideia sair
nesses níveis, até porque os preços podem ir bem mais
abaixo, para não falar que esse objectivo de preço, se
fosse por exemplo uma linha de suporte, se for
ultrapassado poderia passar a ser uma linha de
resistência, e assim mais razões teríamos para nos
mantermos curtos, ou o inverso se estivermos a falar do
rompimento de uma resistência.

Para concluir, podemos assim dizer que estes níveis de


objectivos de preços poderão revelar-se importantes
níveis de suporte e resistência, e poderão ser locais
onde poderão começar alguns eventuais rallies, apesar
de não haver claro está uma forma de prever se tal
poderia acontecer ou não.

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LINHAS DE TENDÊNCIA
FALSOS SINAIS, FALSOS ROMPIMENTOS, SPIKES
E FILTROS

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FALSOS SINAIS, FALSOS ROMPIMENTOS, SPIKES
E FILTROS

Já estudámos o fenómeno de exaustão acima, e este


tema será bastante similar mas voltará a ser falado
para complemento de conhecimento.

Na Análise Técnica há por vezes aquilo que chamamos


de falsos sinais, que são sinais que nos são dados pelos
gráficos em como o movimento de preços irá mudar de
alguma forma mas que vimos a descobrir mais tarde
serem errados.

Há assim sinais de compra ou venda correctos, que se


vêm a concretizar e dados como verdadeiros, e os
falsos sinais.

Da mesma forma, nas linhas de tendência e canais de


tendência, há falsos sinais de rompimento dessas
mesmas linhas e canais, aos que poderemos chamar de
falsos rompimentos, entre outros nomes.

Nestes falsos rompimentos, vemos várias vezes os


preços ultrapassarem essas linhas, para pouco tempo
depois voltarem para os níveis anteriores às mesmas, e
passamos a ver que afinal o rompimento dessa linha de
tendência não foi válido e não o teremos em conta.

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Acontece muito que os investidores tenham os seus
stop losses definidos perto dessas linhas de tendência, e
ao serem atingidas, são accionados, e aumentam assim
dessa forma o movimento de preços que rompe a linha
com força, fazendo-nos pensar que é um rompimento
válido sendo no fundo falso, entre outras causas para
este tipo de acontecimento.

Se virmos uma linha de suporte, que é rompida, e


existirem muitos investidores com stop losses nesse
nível, os mesmos serão accionados automaticamente e
serão fechadas as posições referentes a eles, e dessa
força a venda é pressionada e fará cair ainda mais os
preços, fazendo com que o rompimento pareça válido.

Contudo, se não existir real intenção de venda por parte


dos investidores, se a linha não é quebrada por força
dos investidores mas sim por outras razões como esta
mencionada acima, os preços tenderão a acabar por
voltar acima dessa linha de suporte.

O mesmo se passa com linhas de resistência e


investidores com stop losses das suas posições curtas
no mercado.

Várias causas deste género acabam por causar aquilo a


que normalmente se chamam de spikes, que são
basicamente variações muito bruscas e rápidas dos
preços mas que após as mesmas, os preços voltam ao
seu nível inicial, quer sejam causadas por accionamento
de stop losses, falsas notícias, erros em ordens dadas
com muito dinheiro, etc.

O importante é que se a variação for causada por


motivos contrários ao da vontade dos mercados, os
preços voltarão aos níveis iniciais e não passarão de
simples spikes ou falsos sinais num histórico de preços.

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Vejamos aqui um exemplo de algo que será reconhecido
de imediato como spike num activo relacionado com o
índice Dow Jones:

Se virmos, no gráfico acima, houve uma variação de


uns cerca de 8%, mas acabando por fechar bem
próximo dos níveis iniciais com apenas 2% ou 3% de
quebra, e tendo recuperado nos dias seguintes, mas
voltando como esperado a testar novamente os níveis,
mas algum tempo mais tarde.

Claro que este spike é visível nesta escala temporal e


não será a mesma coisa noutras, e não foi investigada a
razão desta variação durante a escrita desta obra,
sendo que este gráfico foi pura e simplesmente
procurado num gráfico para poder apenas dar um
exemplo do que acontece com os preços e que pode
provocar assim variações bruscas mas sem grande
apoio por parte dos investidores, no dia a dia.

Neste caso foi uma variação brusca, e voltou-se pouco


depois aos níveis iniciais, e só mais tarde já com
consistência é que se acabou por voltar a esses níveis.

De qualquer das formas, nunca devemos evitar estar


atentos e dar importância a qualquer um destes sinais,
dado que os rompimentos válidos de uma linha de
tendência ou canal são muitas vezes feitos com rapidez,
força e volume, e nesses casos não tomar em atenção

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esses movimentos, poderá resultar em perda de uma
boa oportunidade de lucro, ou uma boa oportunidade de
evitar perdas com colocação de stop losses.

Uma variação brusca de preços, ou rompimento brusco


de uma linha de tendência ou canal, deve ser olhada
com especial atenção, e mesmo sabendo que poderá
ser um falso sinal ou não, devemos sempre lidar como
se fosse algo real, porque na verdade não sabemos se
será um rompimento de linha válido ou não e devemos
jogar pelo seguro.

Assim, a existência de falsos sinais não justifica a não


colocação de stop losses nas ordens caso seja nossa
prática e política habitual, nem tão pouco a entrada no
mercado se as nossas regras habituais de investimento
assim estiverem definidas, sendo sempre importante a
nossa auto-disciplina.

Para se evitarem este tipo de sinais falsos e ordens


erradas da nossa parte com as consequentes perdas na
carteira, costumam-se usar os chamados filtros, que
são formas de nada mais nada menos do que filtrar os
sinais que nos surgem para tentarmos saber quais
serão válidos e quais serão falsos.

Há muitas formas de filtros e será difícil explicá-las


todas aqui, mas vamos ver dois tipos principais, um de
quantidade e outro de tempo.

Quanto aos filtros de quantidade, podemos criá-los


utilizando um critério de percentagem mínima de
penetração das linhas de tendência pelos preços.

Por exemplo, se virmos que no último mês existiram 10


falsos sinais, e em que todos eles passaram no máximo
4% acima da linha de tendência de um activo, podemos
criar um filtro de 5% de valor mínimo de penetração da
linha de tendência para ser dado o sinal como
verdadeiro.

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Desta forma, com o filtro de 5% definido, apesar de só
entrarmos no mercado tendo o preço passado 5% da
linha de tendência e assim perdermos os 5% de uma
eventual subida num eventual rompimento válido, o que
poderá parecer mau, ao mesmo tempo teremos
poupado prejuízos causados pelo fecho de posição e
abertura de uma nova posição que nos teria dado
prejuízo 10 vezes, devido aos 10 falsos sinais.

Assim, apesar de perdermos 4% de potencial ganho


numa ordem, pouparemos prejuízos noutras 10, e
assim basta-nos ter uma ideia sobre que tipo de falsos
sinais um activo costuma ter, para sabermos que nível
percentual de filtros poderíamos definir para nos
tentarmos proteger desses mesmos falsos sinais.

Quanto à outra muito utilizada forma de filtros, será a


baseada no tempo.

Esta forma de filtro parte do princípio de que um falso


sinal acaba por ser corrigido rapidamente pelo mercado.

Assim, aquando de um falso rompimento de uma linha


de tendência, pouco tempo depois os preços voltarão
aos níveis iniciais e será o sinal confirmado como falso.

Assim, em vez de definirmos um valor percentual,


podemos definir um valor temporal, e só
consideraríamos o rompimento como válido caso após
ultrapassada a linha de tendência pelos preços,
continuassem estes a se manterem para além dela após
um dado período de tempo, e só se se mantiverem para
além dessa linha de tendência mais do que um certo
tempo definido por nós, é que se necessário
fecharíamos posições e/ou possivelmente abriríamos
outra por considerarmos o rompimento válido.

Há muitas outras formas de filtros, poderemos definir


filtros com base no volume, noutros indicadores ou na
mistura de vários indicadores, entre outros, tendo as
mesmas de serem estudadas por cada investidor.

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Cada analista terá de ajustar o seu filtro, consoante o
mercado em analise, porque caso este seja demasiado
curto, poderá ser enganado por spikes (variações
bruscas de preço, voltando este rapidamente ao seu
valor original).

Vamos espreitar um gráfico com um canal de tendência


ascendente, e onde veremos várias vezes os preços a
tocarem ou romperem ligeiramente as linhas de
tendência do canal:

No gráfico acima, veremos que, se tivéssemos por


exemplo fechado posições longas e/ou apostado nas
quedas abrindo posições curtas assim que os preços
tocassem ou quebrassem as mesmas, teríamos aberto e
fechado várias posições erradamente ou mesmo aberto
posições curtas com prejuízo.

Neste gráfico o filtro ideal seria o de tempo, um que nos


dissesse que só após um certo número de períodos
abaixo da linha é que fecharíamos a posição, e assim só
lá em cima perto dos 1,2800 de valor é que fecharíamos
posição após algumas velas abaixo da linha, mas nunca
antes, maximizando os lucros.

Se neste caso tivéssemos como filtro um valor


percentual que só desse ordem de venda lá em cima,
esse valor teria de ser abrangente o suficiente para não
dar sinais falsos durante a subida, e iria fazer-nos

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fechar e/ou abrir posição apenas já nos valores cerca
dos 1,2750, o que nos retiraria algum lucro.

Por isso por vezes são melhores os filtros temporais,


outras vezes percentuais, outras vezes de outro tipo.

Este gráfico é apenas um exemplo de como um filtro


pode evitar sinais falsos de fecho de posição ou
abertura de novas posições apesar de não ser o ideal,
sendo utilizado por já ter sido mostrado mais acima.

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LINHAS DE TENDÊNCIA
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE

AS LINHAS DE TENDÊNCIA

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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS LINHAS DE
TENDÊNCIA

Há algumas coisas que deveremos ter em conta no que


diz respeito à construção e análise de linhas de
tendência:

• Tentativa e erro – As linhas de tendência por


vezes podem não ser fáceis de encontrar, o que
leva a que pessoas com mais experiência vejam
linhas de tendência em locais onde outras não
vêem.

Da mesma forma, as linhas podem não ser fáceis


de desenhar com precisão, e a descoberta das
mesmas por norma poderá ocorrer num processo
de tentativa e erro, ou seja, o analista vai tentando
desenhar a linha tendo como ponto de partida um
determinado ponto do gráfico e ir verificando se
desse ponto poderá partir alguma linha
representativa da tendência, válida e confirmada,
ou não.

E é assim que se desenham linhas de tendência,


passa por um processo de tentativas que poderá
envolver falhas e novas tentativas posteriormente.

É com tentativas e erros que encontramos as linhas


de tendência correctas.

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• Uma questão de julgamento – Realmente, a
construção de linhas de tendência e a escolha das
que melhor nos farão identificar futuros
movimentos de preços, tal como no caso da
identificação de padrões, é no fundo também uma
questão de julgamento.

Em certos casos não tanto pois as tendências e


possíveis linhas em certos gráficos são fáceis de
identificar ou não são contraditórias, mas por
vezes, há casos em que poderemos ter linhas de
tendência contraditórias no mesmo gráfico, e o
analista terá de fazer uso da sua experiência para
decidir quais as melhores.

E isto também pelo processo de tentativa e erro


para achar linhas de tendência, o que tenderá a
criar várias linhas de tendência possíveis e
diferentes de pessoa para pessoa por vezes.

Podemos num gráfico ter duas linhas de tendência


em que uma apesar de ser maior, não
representaria a tendência tão bem quanto uma
mais pequena e difícil de ver e que possa
representar melhor a situação actual e a futura
evolução de preços.

Da mesma forma podemos desenhar linhas de


tendência que não teriam qualquer utilidade em
termos de detecção de inversões de tendência ou
novas tendências, e outras menos visíveis que já
nos poderiam dar sinais bastante úteis para
previsão de novos movimentos de preços.

Da mesma forma entre várias linhas de tendência


existirão umas que representam melhor a tendência
actual em si do que outras.

Assim, o rompimento ou quebra de uma linha de


tendência poderá ser mais significativa do que
outras encontradas no mesmo gráfico, e assim é

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também uma questão de julgamento do próprio
analista a escolha das linhas de tendência mais
importantes e a seguir, dependendo deste
julgamento o sucesso das futuras ordens dadas.

• Prática necessária – Tendo em conta os dois


pontos anteriores, é importante saber que, apesar
de as linhas de tendência serem das ferramentas
de Análise Técnica mais fáceis de entender e
visualizar num gráfico, acaba por ser necessária
bastante mais experiência e prática antes de um
analista poder construí-las ou até interpretá-las
bem.

Assim, acaba por ser mais fácil aplicar um


determinado indicador a um gráfico, como uma
média móvel, um estocástico, ou outro, pois basta
colocar e se necessário definir parâmetros, do que
propriamente definir linhas de tendência ou criar
canais, descobrir linhas de suporte ou resistência,
etc.

• Importância de uma linha de tendência – Uma


boa e válida linha de tendência representará bem a
tendência subjacente dos preços no gráfico, e
representa assim uma boa zona de suporte e/ou
resistência em diversos períodos de tempo.

A sua importância é medida por vários factores,


como o comprimento da mesma, ou seja a sua
duração, a inclinação da mesma, e também a
quantidade de vezes que os preços tocam na
mesma ou se aproximam dela, sendo que quanto
mais vezes os preços reagirem bem à mesma, mais
importância ela ganha.

• Rompimentos e quebras das linhas de


tendência – Os rompimentos e quebras das linhas
de tendência são normalmente quando válidas ou
uma interrupção temporária na tendência actual, ou
uma inversão da mesma.

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Nestes casos devemos analisar o gráfico com outras
ferramentas que a Análise Técnica nos proporciona
para saber qual das duas opções será a mais válida,
se interrupção da tendência ou inversão da mesma.

São assim estas as principais considerações sobre as


Linhas de Tendência e que deverão ser conhecidas e
tidas sempre em conta.

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LINHAS DE TENDÊNCIA
O PRINCÍPIO DE LEQUE (FAN PRINCIPLE)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 436


O PRINCÍPIO DE LEQUE (FAN PRINCIPLE)

O nome deste princípio vem da sua aparência, que faz


lembrar um leque, e é um princípio bastante simples.

Em certas situações, os preços, após romperem a linha


de tendência que faça de suporte ao movimento de
preços, ao voltarem a subir e tocar na mesma, voltam a
cair, e nessas alturas, desenha-se uma nova linha de
tendência mais abaixo que será o futuro suporte, e a
anterior linha de resistência, antes suporte, passará a
resistência.

Se a segunda linha de tendência, que passou a ser a


nova linha de suporte, for quebrada, uma nova linha de
tendência mais abaixo será desenhada, que passará a
ser a nova linha de suporte, e a actual linha de suporte
passará a ser resistência.

Se essa terceira resistência for também quebrada,


então poderemos muito provavelmente estar perante
uma inversão de tendência.

Isto fará com que desenhemos no gráfico uma espécie


de leque com as linhas de tendência, e isso poderá
parecer complicar um pouco a nossa visão do gráfico,
tornando-o muito cheio, mas na realidade poderá
proporcionar-nos uma facilidade muito maior de
entender o que antes nos pareceriam padrões
estranhos, dando-nos assim mais clareza aos gráficos, e

www.LivroDaBolsa.com Pág. 437


fazendo-nos perceber melhor as tendências e
inversões.

Vejamos o exemplo de um leque:

Como podemos ver acima, este leque deverá ter no


mínimo três linhas de tendência, e a sua origem, o seu
ponto pivô, deverá ter origem num pico ou ponto
bastante significativo.

Essas linhas deverão ser bem desenhadas e


representarem assim de verdade a tendência dos
preços, não devendo ser forçadas a encaixar nos
preços, mas pelo contrário serem desenhadas com base
neles.

Apesar de podermos ter mais de três linhas de


tendência, não nos devemos esquecer que é
normalmente na quebra ou rompimento da terceira que
se dá a inversão de tendência.

As linhas deverão ter também ângulos iguais entre elas,


ou quase iguais, dado que existirão sempre pequenas
discrepâncias, e há normalmente nos programas de
Análise Técnica ferramentas para as desenharmos.

Mais tarde este tipo de estudos poderão ser


desenvolvidos estudando outros temas como os estudos
Fibonacci ou Ângulos Gann.

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Alguém se poderá perguntar porque razão há esta
diferença de forças ao longo de uma tendência, e se
será normal.

Mas normalmente nos rallies de preços que costumam


acontecer no começo de um novo bull market
costumam existir subidas íngremes dos preços com a
euforia inicial e também pelo fecho de posições de
muitos investidores que apostavam na queda do
mercado, ou seja os que estavam curtos, os bears, e
mesmo as suas posições ao serem fechadas através dos
seus stop losses accionados com as subidas, farão os
preços subirem ainda mais rápido, e assim é normal
nestes começos de tendências existirem subidas mais a
pique, e assim é bastante vulgar as primeiras linhas de
tendência serem quebradas mais rapidamente, e mais
tarde a segunda, e a tendência ir assim ganhando
consistência e subir de forma mais gradual.

Assim são normais estas variações na inclinação das


linhas de tendência e têm toda a lógica este tipo de
leques desenhados nos gráficos que apenas reflectem o
que é normal acontecer.

Assim há este princípio estabelecido há muito tempo de


que assim que a terceira linha é quebrada, o mercado
normalmente muda a tendência principal, e os
investidores têm assim a confirmação do fim do bull
market ou bear market a que assistem.

Muitos também comparam estas três fases descritas


nos leques com os três estágios principais de um bull
market ou de um bear market.

Não esquecer que o princípio pode ser aplicado


inversamente ao exposto no gráfico acima, ou seja, em
vez de aplicado a subidas, ser aplicado às descidas,
como várias linhas de resistência, linhas de tendência
superiores, que vão sendo rompidas ao longo do tempo
até que ao fim do rompimento da terceira poderá
começar um novo período bull do mercado.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
INTRODUÇÃO

www.LivroDaBolsa.com Pág. 440


PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
INTRODUÇÃO

É especialmente através da interpretação dos padrões


que as Velas Japonesas formam, que é feita a sua
interpretação nos gráficos na Análise Técnica.

Os padrões mais populares serão explicados nas


páginas seguintes, sendo os suficientes para qualquer
trader estar preparado para saber interpretar a grande
maioria dos sinais que eles nos possam dar
relativamente à direcção do mercado.

Em algumas das velas de exemplo que iremos expor,


juntamente com as suas descrições, iremos colocar,
especialmente nas primeiras em que estudaremos as
velas de forma isolada e não em padrões de múltiplas
velas, as letras O (de “Open”, ou Abertura), H (de
“High”, ou Máximo), L (de “Low”, ou Mínimo) e C (de
“Close”, ou Fecho), que representam os valores de
Abertura, Máximo, Mínimo e Fecho dessa vela, para
melhor aprendizagem e compreensão acerca do
funcionamento das mesmas inicialmente.

Iremos ao longo desta matéria também, escrever estas


palavras designativas dos quatro valores principais de
cada vela, com letras maiúsculas, para evidenciar os
mesmos como foi feito antes, visto serem tão

www.LivroDaBolsa.com Pág. 441


importantes na construção e leitura das Velas
Japonesas.

Caso se queira aprofundar mais os conhecimentos mais


tarde sobre este tipo de representação gráfica, existem
livros mais específicos e dedicados a este tipo de
gráficos, que poderão ser estudados mais tarde para
aprofundamento de conhecimentos nesta matéria, visto
este livro ter um carácter mais generalizado e
introdutório, com tendência para se dar uma formação
geral e com mais atenção ao que se considera ser mais
importante saber, para que se possa começar a investir
nestes mercados sem dúvidas pendentes de início.

Vamos de seguida estudar os principais tipos de velas, e


posteriormente os principais padrões que elas formam,
os mais conhecidos, com alguns exemplos dos mesmos
em gráficos reais sempre que possível.

Vamos agora dar início ao estudo dos padrões...

www.LivroDaBolsa.com Pág. 442


PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
ESTUDO INDIVIDUAL DAS VELAS

www.LivroDaBolsa.com Pág. 443


PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
ESTUDO INDIVIDUAL DAS VELAS

VELA LONGA (LONG CANDLE)

Uma vela longa é simplesmente uma vela com um


corpo longo, podendo ser branca (sendo assim uma
vela bullish) ou negra (sendo assim uma vela bearish).

A vela longa branca ocorre quando os preços abrem


perto do valor Mínimo da vela e fecham
significativamente acima, perto do seu valor Máximo, e

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a negra ocorre quando os preços abrem perto do valor
Máximo da vela e fecham significativamente abaixo,
perto do seu valor Mínimo.

Enquanto a branca nos dá uma informação muito óbvia


de que o controlo esteve do lado dos bulls durante o
período de tempo representado por essa vela, a negra,
por sua vez, dá-nos a informação de que os bears
tiveram controlo total sobre os preços durante o período
de tempo representado por essa vela desde a abertura
até ao fim, pelo que ao vermos zonas muito negras ou
muito brancas num gráfico, poderemos logo distinguir
facilmente à distância as zonas de grandes quebras de
preços ou subidas.

Estas são duas das velas mais vistas em movimentos


fortes de preço nos mercados, até porque têm uma
designação muito generalizada, sendo também uma boa
escolha para o primeiro tipo de vela japonesa a ser
estudado por qualquer trader que se aventure pela
primeira vez nesta matéria.

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VELA LONGA MARUBOZU

NOTA: Aqui temos uma vela longa, tal como a definição de


A vela Marubozu, como
“vela longa” que acabámos de ver acima, com uma
se pode perceber pelo diferença: em Japonês, o termo Marubozu está
significado da palavra em associado a algo do tipo “cortado”, ou “liso”, ou “close
Japonês que significa algo cropped” em Inglês, e que basicamente tem vários
como “cortado” ou “liso”, termos associados em inglês como “shaven head” ou
é uma vela em que ou
uma ou duas das suas
“shaved bottom”, etc.
sombras são cortadas, ou
seja, não existem, Logo, como o termo indica, esta é uma vela longa com
fazendo com que ou a apenas uma sombra (ou a de cima ou a de baixo) ou
Abertura, ou o Fecho, ou mesmo nenhuma sombra, podendo a vela ser branca ou
mesmo ambos, estejam negra.
no mesmo valor que os
Máximos ou Mínimos do
dia. Ou seja, se abrir no
Tal como as velas longas normais, como a que vimos
Mínimo e Fechar no anteriormente (a vela longa normal), esta vela
Máximo, ou apenas uma demonstra uma forte força por parte dos bulls ou dos
dstas condições, e for bears (dependendo de a vela ser branca ou negra,
uma vela longa, será uma respectivamente), pois o mercado é conduzido desde o
vela Marubozu. Esta vela
demonstra uma enorme
início até ao fim do período de tempo representado pela
força por parte dos bulls vela, por uma dessas forças dominantes, especialmente
caso a vela seja branca, se a vela não tiver nenhuma das sombras, o que iria dar
ou bears caso a vela seja mais ênfase ao seu significado, revelando que esse
negra.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 446


movimento de subida ou descida não teve qualquer
resistência por parte das forças opostas.

Esta é uma vela muito forte que poderemos ver


frequentemente nos mercados aquando de movimentos
de força muito bruscos, e que serão sempre sinónimos
de ganhos ou perdas rápidas, pelo que são velas às
quais deveremos estar muito atentos no dia a dia dos
mercados.

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BULLISH AND BEARISH BELT HOLD

NOTA: A vela Bullish Belt Hold é basicamente uma Vela Longa


A Bullish Belt Hold é uma
Branca Marubozu de Abertura (uma vela branca e longa
Vela Longa Branca que não tem qualquer sombra em baixo na sua
Marubozu de Abertura, ou abertura) que por norma ocorre durante uma tendência
seja uma vela branca de queda, e que por causa disso, poderá ser um bom
sem qualquer sombra em sinal de reversão.
baixo na Abertura e
fechando perto do valor
Máximo mas abaixo do
Nesse caso, ela abriria no seu valor Mínimo, e depois
mesmo deixando uma acabaríamos por ver um rally durante o período da vela
sombra maior que a contra a tendência geral do mercado (acontecendo
visível nas velas brancas possivelmente durante uma tendência de queda,
Marubozu normais, e que bearish), onde os bulls tomariam controlo total sobre o
costuma acontecer por
vezes durante tendências
mercado, fechando a vela perto dos seus valores
de queda e podendo ser máximos mas um pouco mais abaixo, deixando uma
assim um sinal de sombra superior maior do que as sombras superiores
reversão. Quanto maior o existentes nas velas brancas Marubozu que contêm
seu corpo, mais sombras superiores também.
resistência à tendência de
queda actual a vela
oferece.
Quanto maior o seu corpo, mais resistência à tendência
de queda actual a vela oferece.

A vela Bearish Belt Hold, por sua vez, é basicamente


uma Vela Longa Negra Marubozu de Abertura (uma vela
negra e longa que não tem qualquer sombra em cima

www.LivroDaBolsa.com Pág. 448


NOTA: na sua abertura) que por norma ocorre durante uma
A Bearish Belt Hold é uma
tendência de subida, e que por causa disso, poderá ser
Vela Longa Negra um bom sinal de reversão.
Marubozu de Abertura, ou
seja uma vela negra sem Ela parece-se com o padrão designado por Enforcado
qualquer sombra em cima (“Hanging Man”) que iremos ver mais abaixo, mas com
na Abertura e fechando a diferença de ter um corpo muito maior.
perto do valor Mínimo
mas acima do mesmo
deixando uma sombra
Nesse caso, ela abriria no seu valor Máximo, e depois
maior que a visível nas acabaríamos por ver uma queda forte durante o período
velas negras Marubozu da vela contra a tendência geral do mercado
normais, e que costuma (acontecendo possivelmente durante uma tendência de
acontecer por vezes subida, bullish), onde os bears tomariam controlo total
durante tendências de
subida e podendo ser
sobre o mercado, fechando a vela perto dos seus
assim um sinal de valores mínimos mas um pouco mais acima, deixando
reversão. Quanto maior o uma sombra inferior maior do que as sombras inferiores
seu corpo, mais existentes nas velas negras Marubozu que contêm
resistência à tendência de sombras inferiores também.
subida actual a vela
oferece.
Quanto maior o seu corpo, mais resistência à tendência
de subida actual a vela oferece.

São dois padrões comuns e fáceis de identificar e que


iremos ter exemplificados mais abaixo em alguns
gráficos de exemplo.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 449


DOJI

Este é um termo muito ouvido na Análise Técnica, e é


um tipo de vela que faz parte de muitos e variados
padrões, como por exemplo a famosa Doji Star (Estrela
Doji), que iremos estudar a seguir, e a própria vela Doji
tem muitas variações, como iremos ver a mais tarde
também.

Esta vela, acima da tudo, implica indecisão no mercado.

Nestas velas, os valores de Abertura e Fecho deveriam


ser iguais para que as velas pudessem ser consideradas
como velas Doji, ou bastando mesmo que esses dois
valores estivessem simplesmente muito próximos, com
duas sombras visíveis, não tendo o valor de Abertura de
ser igual ao do Fecho mas pelo menos muito próximo.

Com esta vela não conseguimos descobrir quem está a


controlar o mercado, se os bulls, se os bears, havendo
um empate entre eles, porque não houve nenhum
movimento de preço significativo o suficiente para tirar
essa conclusão, até porque os preços de Abertura e
Fecho acabam por estar no mesmo valor.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 450


De qualquer das formas, o preço de Abertura foi um
importante valor de referência, que foi tomado em
consideração pelos traders quando acharam o valor de
fecho.

Neste caso, o preço de abertura da próxima vela seria


importante para avaliar o potencial bullish ou bearish
desta vela, e especialmente se a próxima vela será
bullish ou bearish.

Esta vela representa frequentemente um ponto de


viragem nos movimentos de preços dos mercados,
especialmente se existe um gap claro entre esta vela e
a anterior (sendo o termo “gap“ algo que iremos ver
mais abaixo).

Nesses casos, frequentemente o preço inverte o seu


sentido, mas se não inverter, e acabar por continuar no
mesmo sentido, tendo outro gap na mesma direcção
logo a seguir, esta vela seria chamada de “Abandoned
Baby”, que significa “Bebé Abandonado” (ou seja,
quando se tem um gap entre a vela e a anterior, e
outro gap entre ela e a seguinte).

Double Dojis (ou seja duas velas Doji adjacentes),


normalmente implicam que um movimento com força
irá seguir-se após uma quebra da indecisão corrente
demonstrada por essas duas velas Doji.

Devemos sempre esperar por uma confirmação antes


de negociarmos uma vela Doji (fazermos um negócio
baseados na indecisão demonstrada por uma vela Doji),
como iremos ver posteriormente.

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LONG LEGGED DOJI (JUJI)

Esta vela, tal como o nome indica (“Long Legged”) é


uma vela Doji como a anterior, mas com a diferença de
ter as sombras muito mais longas, sendo as sombras de
tamanhos parecidos, de preferência quase iguais.

Sendo assim, esta vela Doji, representa uma indecisão


ainda maior nos mercados do que a representada pela
anterior vela Doji convencional.

Durante o período de tempo representado por esta vela,


os preços foram negociados bem acima e bem abaixo
do valor de Abertura da vela, tendo fechado no valor de
Abertura da mesma, ou pelo menos bem perto dele.

Havendo indecisão por parte dos traders, a vela poderá


ser ainda maior sinal de inversão nos mercados do que
a anterior, se fizer parte dos padrões de inversão que
iremos estudar mais abaixo.

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DRAGONFLY DOJI (TONBO)

O termo “Dragonfly” significa em língua portuguesa


“Libélula”, e tal como o termo libélula lembra um
insecto a voar, estas velas têm uma conotação bullish,
fazendo prever futuras subidas de preços.

Estas velas têm características semelhantes à Doji Star


que vimos antes, e estas velas podem implicar também
um ponto de inversão como ela, e ocorrem quando o
valor de Abertura e o de Fecho são os mesmos, mas o
Mínimo da vela é significativamente inferior a esses
valores, fazendo-a ter uma sombra inferior muito maior
que a superior, podendo ser a superior inexistente.

Podemos dizer aqui que o mercado esteve sob controlo


dos bears na primeira parte desse período que a vela
representa, passando o controlo para o lado dos bulls
mais tarde, acabando por fechar no valor de Abertura,
que foi assumido como um nível de referência pelos
bulls para achar o preço de Fecho, e é uma vela que
revela alguma força por parte dos bulls, o que poderá
significar futuras quedas, especialmente se ocorrer em
fundos de mercado, não fosse esta uma vela bullish.

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Esta vela irá ser vista mais abaixo em alguns exemplos,
e é importante como qualquer outra Doji, sendo
basicamente o inverso da vela que iremos ver a seguir,
a Gravestone Doji, que será uma vela com conotação
bearish.

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GRAVESTONE DOJI (TOHBA)

O termo “Gravestone”, tal como “Tombstone”, em


Inglês, é um termo usado para designar as pedras que
marcam um túmulo, e sendo um termo que lembra algo
mau, a própria vela é bearish, tal como o termo,
marcando possíveis futuras quedas de preços no
mercado.

Esta é a vela com padrão oposto ao da Dragonfly Doji


que acabamos de ver em cima, mas esta ocorre quando
o valor de Abertura e Fecho são os mesmos, mas o
Máximo da vela é significativamente superior a esses
valores, acontecendo em alguns casos que o Mínimo da
vela seja igual ao valor de Abertura e Fecho da vela,
havendo assim ausência de sombra inferior.

Podemos dizer aqui que o mercado esteve sob controlo


dos bulls na primeira parte desse período que a vela
representa, passando o controlo para o lado dos bears
mais tarde, acabando por fechar no valor de Abertura,
que foi assumido como um nível de referência pelos
traders para calcular o preço de Fecho.

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Como qualquer Doji, é uma vela que revela alguma
indecisão no mercado, e que iremos ver mais abaixo
com mais pormenor.

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SPINNING TOPS

Este tipo de velas, designadas por Spinning Tops, é um


tipo de velas que é considerado neutro.

O seu nome vem do facto de fazerem lembrar os piões,


que giram quando são lançados, daí o termo “Spinning”.

Elas parecem-se com as Dojis, e fazem frequentemente


parte de padrões tal como as Stars (estrelas), mas com
a diferença de terem um corpo maior, e costumam ter
as sombras pequenas, tal como o corpo.

Elas ocorrem quando a distância entre os valores de


Máximo e Mínimo, e a distância entre os valores de
Abertura e Fecho, são relativamente pequenas, como
podemos ver nas figuras acima.

Podem ter corpos tanto vazios como cheios, ou seja,


serem velas brancas ou negras, respectivamente, sendo
irrelevante para o caso.

Nos períodos de tempo representados por estas velas, a


amplitude dos movimentos de preços é muito pequena.

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Estes padrões têm uma grande importância em algumas
formações que iremos estudar de seguida.

Em termos de comportamento dos traders que


participaram no volume destas velas, apenas há a
salientar que de certa forma há uma espécie de
indecisão por parte dos traders sobre que rumo dar ao
mercado, tal como acontece com as Dojis, ou
simplesmente, um volume de trading muito baixo, não
havendo por isso muita variação de preços no mercado.

É um tipo de vela que iremos ver muito nos padrões


seguintes, e que tem bastante importância nas Velas
Japonesas.

Exemplo:

Agora, vamos ver um exemplo com estes padrões num


gráfico horário real do câmbio de Forex EUR/USD
(Euro/Dólar).

É muito difícil encontrar tantos padrões diferentes num


gráfico apenas, por isso foi escolhido um onde podemos
ver muitos padrões, mas nem todos eles são padrões
perfeitos, mas são suficientes para nos deixar com uma
boa ideia sobre como encontrar e identificar esses
padrões em gráficos reais.

É de notar que estes padrões são padrões de velas


individuais, e que não é suposto fazerem parte de
padrões maiores nos gráficos dos exemplos nem causar
qualquer tipo de reversão na tendência, estão marcadas
apenas aquelas velas que sejam como os padrões que
vimos acima e identificados individualmente.

Também nem todos os exemplos de cada padrão estão


representados no gráfico, como resultado pode-se ver
apenas marcados três Spinning Tops e é de reparar que
há muito mais que esses três no gráfico, mais do dobro,
e apenas aqueles três estão marcados para darem uma
ideia deles, mas não todos.

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O objectivo destes exemplos é demonstrar como alguns
destes padrões poderão estar visíveis num gráfico real
(as velas só).

Vejamos como exemplo, um gráfico real onde


poderemos ver realçadas algumas velas estudadas
acima, não como fazendo parte de um padrão de várias
velas, mas sim o formato de cada vela em si:

Neste exemplo acima, retirado de um gráfico horário do


câmbio Euro/Dólar (EUR/USD), podemos ver vários
tipos de velas.

Podemos ver inicialmente uma Bearish Belt Hold que


vemos caracterizada por ser uma vela negra longa com
aquela sombra inferior bem definida, vela essa que
marca o começo de uma queda, e mais abaixo duas
Dojis, uma Gravestone Doji, com preço de Abertura e
Fecho aos mesmos níveis mas uma sombra superior
muito maior que a inferior, e uma Doji, que poderia ser
considerada uma Doji Star, padrão que iremos estudar
mais abaixo, mas não sendo um exemplo ideal do
mesmo, pois não se encontra totalmente abaixo dos
corpos das velas que a sucedem e antecedem, entre
outras razões que iremos ver posteriormente.

Após essa vemos uma Long Legged Doji, com as suas


características sombras mais longas que o normal, não

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sendo este um exemplo perfeito, poderiam ser maiores
mas era preciso demonstrá-la em gráfico real e foi
melhor não alterar a vela para poder ser encontrada
num gráfico real.

Segue-se uma Bearish Marubozu, que não tem qualquer


sombra acima e por muito pouco não teria qualquer
sombra em baixo, sendo neste caso uma sombra
ínfima.

Temos depois outro bom exemplar do que é uma


Gravestone Doji a seguir, com a sua enorme sombra
superior, e depois um pequeno realce a três velas de
corpos muito pequenos, três Spinning Tops juntos, para
visualização também, seguidos de uma Bullish Belt
Hold, aquela vela branca longa, com uma sombra bem
visível acima.

A seguir teremos o que poderá não ser um muito bom


exemplo de uma Dragonfly Doji, mas não deixa de ser
uma Doji com uma sombra inferior bem maior que a
superior.

Por fim teremos uma vela Bullish Marubozu, que apesar


de não ser muito longa, é um bom exemplo de uma
vela sem qualquer vestígio de sombra que acima quer
abaixo, sendo o valor Máximo igual ao valor de Fecho, e
o valor Mínimo igual ao valor de Abertura da vela,
sendo por isso um Marubozu perfeito, mas poderia
contudo ser um bocado mais longa para que fosse o
exemplo ideal.

Mais uma vez, visualizamos aqui neste exemplo as


velas de forma individualmente conforme os tipos de
vela estudados acima, e não os padrões que as mesmas
pudessem construir juntas.

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PADRÕES HAMMER, INVERTED HAMMER,
SHOOTING STAR E HANGING MAN

(Martelo, Martelo Invertido, Estrela Cadente e


Enforcado, respectivamente)

Vamos agora aprender a identificar quatro muito


explícitos e poderosos padrões que estão normalmente
associados a reversões de tendência nos mercados,
especialmente se ocorrerem em gráficos com períodos
de tempo superiores como os diários:

NOTA:
O padrão do Enforcado
(“Hanging Man”), é um
padrão bearish que
ocorre em topos de HANGING MAN (ENFORCADO, OU KUBITSURI)
mercado após uma
subida significativa de O padrão do Enforcado (ou Hanging Man, em inglês) é
preços, sendo ainda mais um padrão de queda (bearish), que ocorre em topos de
bearish se ocorrer após
um gap. Se ocorrer após mercados, após uma subida significativa de preços.
uma queda significativa
em vez de subida, será Este padrão é especialmente bearish se ocorrer após
chamado de Hammer um gap.
com efeitos opostos. Tem
um corpo pequeno, uma Se este padrão ocorresse após uma queda significativa
sombra inferior bastante em vez de subida, seria considerado um padrão
maior, e sombra superior
minúscula ou inexistente.
completamente diferente, seria chamado de Hammer
A vela pode ser negra ou (Martelo), que iremos ver a seguir, e nesse caso seria
branca. bullish, tendo um efeito oposto nos preços.

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A vela que compõe um padrão de Enforcado tem um
corpo pequeno, mas uma sombra inferior longa, onde
verificamos que o valor Mínimo é significativamente
inferior aos valores de Abertura, Máximo e Fecho da
vela, sendo a sua sombra superior minúscula ou mesmo
inexistente.

O seu corpo pode ser cheio ou vazio (ser uma vela


negra ou branca, respectivamente).

Sob o ponto de vista do comportamento dos traders que


intervêm nesta vela, o que podemos deduzir é simples,
é que após uma subida significativa, aparecem os
primeiros sinais de que se está a atingir um topo,
havendo já bastante pressão vendedora por parte dos
bears do mercado, fazendo os preços caírem bastante,
como se pode ver pela vela inferior bastante grande, e
maior que o próprio corpo da vela, tendo os bulls
resistido e fazendo a vela fechar perto dos valores de
Abertura, mas não sendo suficiente para fazer o
mercado continuar a subir.

Mediante esta pressão vendedora e o enfraquecimento


da pressão compradora, o mercado normalmente acaba
por inverter a sua tendência, dando origem a uma nova
tendência de queda, especialmente se for confirmado
por uma queda na vela seguinte, tornando-se cada vez
mais evidente aí qual o novo sentido do mercado.

Este padrão irá ser estudado em pormenor mais abaixo,


e deverá ser tratado com respeito especialmente se
ocorrer após um gap, o que iria aumentar as
probabilidades de reversões de tendência.

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MARTELO (HAMMER, OU TAKURI)

Este padrão tem características muito semelhantes às


do Hanging Man, que vimos acima, mas em vez de
ocorrer em topos de mercado como acontece com o
Hanging Man, este padrão ocorre em fundos de
mercado, após quedas significativas, e sendo assim, é
considerado um padrão de reversão bullish, pois
invertendo a tendência, os preços tenderão a subir.

O seu nome, “Martelo” (ou Hammer, em inglês), vem


da ideia de que esta vela poderá “martelar” os preços
para cima.

O seu pequeno corpo pode estar cheio ou vazio (vela


negra ou branca, respectivamente), tal como acontece
no padrão do Enforcado (Hanging Man).

Em relação ao comportamento dos traders durante o


período de tempo representado por esta vela, ela
demonstra que os bears controlaram o mercado no
início desse período, fazendo os preços cair até aquele
valor Mínimo muito abaixo da Abertura, criando aquela
sombra inferior longa, mas os bulls acabaram por tomar
conta dele antes do fim, fazendo a vela fechar perto do

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valor de Abertura, possivelmente ao nível do valor
Máximo da vela, ou muito perto.

Daí ser considerado um padrão bullish, demonstrando


que há ali uma forte resistência compradora, tendo a
vela fechado acima daqueles níveis, o que aliado ao
facto de acontecer num fundo de mercado, após uma
descida significativa, lhe dá muita força, tornando-o um
padrão de reversão muito forte.

Concluindo, este padrão, quando encontrado, deverá


ser tratado com respeito, especialmente se ocorrer após
um gap, o que iria aumentar as hipóteses de existirem
reversões de tendência (para uma nova tendência de
subida neste caso).

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ESTRELA CADENTE (SHOOTING STAR)

A Shooting Star, traduzida à letra, significa “Estrela


Cadente”, e tal como o próprio nome insinua, é
precursora de futuras quedas.

Este padrão ocorre normalmente em topos de mercado,


após subidas significativas, e aí, fazendo jus ao seu
nome, é normalmente precursora de novas quedas de
preço, sendo por isso um padrão de reversão bearish.

O seu nome, Estrela Cadente (Shooting Star) vem da


sua forma, que faz lembrar uma estrela cadente, com
um grande rasto em cima que deixa durante a queda,
representado na vela pela sombra superior comprida
que tem em cima.

Os corpos das Shooting Stars devem ser pequenos e


aparecer perto do valor Mínimo, deixando em cima uma
sombra superior longa, que seria o rasto da Estrela
Cadente.

A Shooting Star ideal não deverá ter qualquer sombra


inferior para ser perfeita, apesar de às vezes existirem,
em certas Shooting Stars que não correspondem aos
ideais desejados, mas serão válidas e aceites.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 465


A Shooting Star perfeita deverá também ter um gap
entre ela e a vela anterior.

De qualquer das formas estas duas condições não são


necessárias para que a vela seja considerada uma
Shooting Star em termos práticos, mas o ideal do
padrão é ter essas duas condições presentes, mas nem
todos os padrões têm de ser perfeitos para serem
considerados como tal, ou muitos sinais válidos
passar-nos-iam ao lado.

Quando é encontrada após uma subida significativa, é


considerado um sinal muito importante de reversão de
tendência, especialmente após um gap, mas nem
sempre essas duas condições acontecem, não deixando
contudo de continuar a ser um sinal de fraqueza e
previsão de possíveis quedas.

Em relação ao comportamento dos traders durante o


período de tempo representado por esta vela, ela
basicamente demonstra que os bulls controlaram o
mercado no início desse período, fazendo os preços
subirem até àquele valor Máximo da vela muito acima
da abertura, criando aquela sombra superior longa, mas
os bears acabaram por tomar conta dele antes do fim,
fazendo a vela fechar perto do valor de Abertura,
possivelmente perto do valor Mínimo da vela, ou muito
perto.

Daí ser considerado um padrão bearish, demonstrando


que há ali uma forte resistência vendedora, tendo a vela
fechado abaixo daqueles níveis, o que aliado ao facto de
acontecer num topo de mercado, após uma subida
significativa, lhe dá muita força, tornando-a um padrão
de reversão muito forte.

Concluindo, este padrão, quando encontrado, deverá


ser tratado com respeito, especialmente se ocorrer após
um gap, o que iria aumentar as hipóteses de existirem
reversões de tendência (para uma nova tendência de
descida neste caso).

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MARTELO INVERTIDO (INVERTED HAMMER)

Um Inverted Hammer, traduzido à letra, significa


“Martelo Invertido”, e tal como o padrão Hammer
(Martelo), é um padrão precursor de futuras subidas.

Este padrão ocorre normalmente em fundos de


mercado, após quedas significativas, e aí, fazendo jus à
palavra Hammer que está no seu nome (tendo em
conta o padrão Hammer que é bullish), é normalmente
precursor de novas subidas de preço, sendo por isso um
padrão de reversão bullish, tal como o seu congénere
Hammer (Martelo).

O seu nome, Martelo Invertido (Inverted Hammer), tal


como o do seu congénere Martelo, mas desta vez
apresentado de forma invertida verticalmente, vem
também da ideia de que esta vela, poderá “martelar” os
preços para cima.

Os seus pequenos corpos podem estar cheios ou vazios,


conforme sejam velas negras ou brancas
respectivamente, tal como acontece no padrão do
Martelo (Hammer).

Tem a mesma forma de uma Shooting Star (Estrela


Cadente), e tem uma longa sombra superior, não tendo

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por norma sombra inferior ou tendo mas sendo
minúscula.

A sombra superior deverá ser pelo menos duas vezes


maior que o tamanho do seu corpo, para poder ser
considerado um Martelo Invertido.

Em relação ao comportamento dos traders durante o


período de tempo representado por esta vela, apesar de
ela demonstrar que os bulls tomaram conta do mercado
no início desse período, mas tendo sido vencidos pelos
bears que criaram forte resistência a subidas tendo feito
os preços cair na segunda parte, fazendo-a fechar perto
do valor de Abertura, possivelmente ao nível do valor
Mínimo da vela, o simples facto de os bulls terem feito
os preços subir até aquele valor Máximo muito acima da
Abertura, criando aquela sombra superior longa,
demonstra iniciativa e força por parte dos bulls a meio
da queda e pressão que vinha sendo imposta por parte
dos bears durante a queda, iniciativa essa, que aliada
ao facto de acontecer após uma queda significativa de
preços, poderá demonstrar um bom suporte de preços,
evitando que caia mais e dando origem a uma nova
tendência de subida, além de demonstrar que a pressão
vendedora estaria a perder a sua força, algo que
acontece sempre que se atinge um fundo de mercado.

Daí ser considerado um padrão de reversão bullish,


indicando um possível fundo de mercado com quebra de
pressão vendedora e uma nova iniciativa compradora
naqueles níveis de preços.

Concluindo, este padrão, quando encontrado, deverá


ser tido em conta, pois revela que a pressão vendedora
está a diminuir e poderá revelar iniciativas por parte
dos compradores (bulls), que serão aqueles que
poderão fazer os preços subir, numa reversão de
tendência (para nova tendência de subida bullish),
especialmente se se encontrar num fundo de mercado
após quedas significativas.

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Agora, vamos ver um exemplo destes novos padrões
num gráfico diário real, retirado do mercado de Forex,
neste caso relativo ao par cambial EUR/USD
(Euro/Dólar).

Mais uma vez, sendo difícil encontrar vários padrões


perfeitos juntos num gráfico real, poderemos ver
realçadas velas que tenham formas que correspondam
aos padrões que acabamos de estudar, mesmo que não
cumpram certas condições como estarem após um gap,
por exemplo.

Neste caso poderemos ver por exemplo uma Shooting


Star que não está como deveria para ser um padrão
ideal e perfeito, que seria por exemplo ter um gap entre
ela e a vela anterior, mas o importante é que vendo
estes padrões tenhamos uma ideia de como os
podemos encontrar no dia a dia no futuro em gráficos
reais e o que elas representam em termos da luta entre
a oferta e procura.

Podemos notar como estes padrões de Hammers,


Inverted Hammers, Shooting Stars e Hanging Mans
ocorrem normalmente em topos e fundos de mercado:

Como tivemos a oportunidade de ver neste exemplo,


retirado de um gráfico diário do câmbio Euro/Dólar
(EUR/USD), existe um Martelo Invertido (Inverted

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Hammer) logo no início, que se formos a ver se parece
com uma Estrela Cadente (Shooting Star) mas com
uma sombra inferior neste caso existente, e estando
perto de um fundo de mercado, tendo por isso este
nome.

Após esse padrão e a subsequente subida que se


verificou, podemos ver uma Estrela Cadente (Shooting
Star), que ocorreu após aquela subida, e que deu
origem a uma inversão de tendência, tendo os preços
caído depois.

Se virmos bem, estes dois padrões, a Shooting Star e o


Inverted Hammer, são muito parecidos, diferindo neste
caso essencialmente em estarem em lados opostos do
mercado, estando a Shooting Star após aquela subida
significativa.

Depois mais em baixo, após aquela queda visível de


preços, vemos um Martelo bem definido (Hammer) que
se virmos, conseguiu parar a tendência de queda, tendo
sido o precursor de uma nova tendência bullish.

Logo na vela seguinte, temos um Inverted Hammer,


outro padrão bullish dando mais força à paragem da
tendência de queda (tendência bearish), o qual indiquei
apenas como forma de treino na identificação de
padrões deste género, e por ser um exemplo perfeito
em termos de formação.

É de notar como daria uma excelente Shooting Star se


estivesse num topo de mercado e com gap, pois são
padrões praticamente iguais mudando só a posição.

Após aquele período de consolidação de preços em que


a tendência de preços foi algo lateral, e após vermos
mais uma vela que tem uma forma ideal para ser
considerada como um Hammer, temos mais um Martelo
Invertido (um Inverted Hammer) que, esse sim, deu
origem a uma nova e forte tendência bullish.

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Como última formação realçada, temos por fim, dando
como acabada a subida originada pelo último Inverted
Hammer, um Hanging Man, uma formação bearish de
reversão de tendência, que como podemos ver, foi tida
em atenção pelos traders que seguindo esse padrão,
reverteram mesmo a tendência para bearish tendo
caído com força nos dias seguintes.

Estes exemplos, dão para termos uma boa ideia de


como podemos encontrar e identificar estes padrões
que acabámos de estudar, na vida real, em gráficos
reais.

Como podemos ver, estes padrões, em gráficos diários,


são levados muito a sério pelos investidores, e por
serem tão relevantes para os outros, é que devem ser
relevantes e respeitados por nós como investidores,
pois se há coisa que nunca devemos fazer, é ir contra a
maioria quando tudo aponta para uma inversão de
tendências.

A ideia é simples, se a maioria achar que após uma


Shooting Star, a tendência inverte para uma nova
tendência de queda, então nós devemos pensar da
mesma forma, pois o mais certo é que a maioria inverta
as suas posições e faça mesmo os preços caírem e a
tendência inverter com a sua pressão vendedora.

Em parte, é por isso também que estes padrões têm


tanta influência nos mercados quando acontecem.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
PADRÕES DE CONTINUAÇÃO

www.LivroDaBolsa.com Pág. 472


PADRÕES DE CONTINUAÇÃO

Há basicamente dois tipos principais de padrões: os


padrões de Continuação e os padrões de Reversão.

Os padrões de Continuação normalmente dizem-nos


que os preços irão continuar a mover-se mantendo a
sua tendência actual, significando que se estão numa
tendência de subida bullish, irão continuar bullish e a
subir, e se estiverem numa tendência de queda bearish,
irão continuar bearish e a cair.

Estes padrões dão mais força à tendência de preços


actual, fazendo os traders perceberem que ainda há
força suficiente para que a tendência continue mais uns
tempos, o que muitas vezes é útil em alturas que os
preços parecem ter subido tanto que acabam por deixar
dúvidas sobre ainda haverão forças para subir mais, ou
muitas vezes servem apenas estes padrões para dar
uma ideia aos traders de que o mercado está com força
e que continuará mais uns tempos dessa forma.

Os padrões de Reversão, por outro lado, dizem-nos que


a tendência actual está muito provavelmente a acabar,
indo dar origem a uma nova tendência inversa, de
bullish para bearish, ou de bearish para bullish, mas

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esses padrões iremos estudá-los mais tarde a seguir
aos padrões de continuação.

Vamos começar primeiro pelos padrões de Continuação,


que serão os primeiros a serem estudados.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
JANELA OU GAP (WINDOW, KU)

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JANELA OU GAP (WINDOW, KU)

Este padrão, que é normalmente designado pelo nome


de Gap nos gráficos de barras tradicionais OHLC, é
designado pelo nome de Janela, ou Window em Inglês,
pelos analistas de gráficos de Velas Japonesas.

Onde se diz que um gap é preenchido (ou “filled”, em


Inglês) nos gráficos de barras tradicionais, diz-se que
uma Janela (ou “Window”) é fechada (ou “closed”, em
Inglês) nos gráficos de Velas Japonesas.

De qualquer das formas, Janelas e Gaps são a mesma


coisa, e por isso têm os dois exactamente o mesmo tipo
de características e implicações, só as suas designações
variam.

Por norma, é frequente ver os analistas técnicos,


referirem-se a este tipo de padrões, as Janelas, como
sendo Gaps, mesmo em gráficos de Velas Japonesas,
pelo que tanto faz a forma como são designados,
depende muito do gosto do próprio analista ou trader.

Aqui por norma será sempre designado como Gap por


ser o termo mais usual.

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NOTA: Iremos agora estudar mais sobre as Janelas/Gaps mais
Um Gap ou Window,
abaixo.
conforme foi estudado
antes, é aquele espaço Uma Janela, diz-se fechada (ou um Gap ser
deixado “em branco” preenchido), quando os preços preenchem a amplitude
entre os intervalos de do mesmo, ou seja, quando determinadas velas ocupam
preços de duas velas, ou o espaço pertencente a esse Gap, preenchendo assim o
seja, quando uma vela
tem o seu valor Mínimo
tal ”Gap”, ou fechando assim a “Janela”.
acima do valor Máximo
da vela anterior, ou Em termos práticos, se uma vela tem valor Máximo de
quando uma vela tem o 1,2000 e depois temos um Gap, abrindo nos 1.2050 e
seu valor Máximo abaixo continuando as próximas velas acima desse valor,
do valor Mínimo da vela haveria um Gap a ser preenchido de 0.0050 de valor, e
anterior, sendo esse
espaço entre esses dois
seria necessário uma vela ter pelo menos o seu valor
valores das duas velas, o Mínimo a baixar até ao valor de 1.2000, que seria o
tal espaço em branco último valor máximo antes do Gap, para ter um preço
classificado como Janela, em comum com essa vela, preenchendo assim o Gap
ou Gap. Quando esse que havia entre elas no gráfico, ou seja fechando
espaço é preenchido por
outra vela ou grupo de
completamente a Janela.
velas mais tarde, diz-se
que esse Gap foi Gap de Abertura
preenchido, ou essa
Janela foi fechada. Agora vamos começar por ver um tipo de Gaps que
acontecem frequentemente na Abertura de uma nova
NOTA: vela (acontece frequentemente em mercados de acções
Um Gap de Abertura, é por exemplo), mas que na altura do Fecho da vela
um Gap que existe no normalmente estão já fechados.
momento da Abertura de
uma nova vela, e quando Um Gap de Abertura ocorre quando o preço de Abertura
isso acontece, há uma de uma vela está acima do Máximo da vela anterior, ou
tendência muito forte
abaixo do Mínimo da vela anterior.
para os preços fecharem
esse Gap antes de
prosseguirem o seu Quando isso acontece, diz-se que existe um Gap de
movimento, o que torna Abertura, porque se fomos a ver, há uma Janela aberta
raro ficarem Gaps por que existirá até que seja fechada.
fechar, mesmo quando os
Gaps de Abertura É de notar que esta teoria se aplica mais a velas de
existem. Isto acaba por períodos de tempo maiores, e não tanto velas de 5
nos dar oportunidades de
negócio pois ao sabermos minutos, e também que acontece mais em mercados
que há tendência para se que só estão abertos um certo número de horas por dia,
fechar o Gap, apostamos como os mercados de acções, que poderão abrir muito
logo nessa direcção.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 477


acima ou muito abaixo no dia seguinte, mas podem
acontecer também noutro tipo de mercados como o
Forex.

NOTA: Normalmente, os Gaps de Abertura, raramente


Estes Gaps, tal como
continuam por preencher até ao fim do período
outros estudados mais representado pela vela.
tarde, aplicam-se a velas
horárias ou superiores, e Se for uma vela diária, por exemplo, até ao fim do dia,
não a velas de cinco por norma, esse gap acaba por ser preenchido até ao
minutos ou mesmo um fim do dia, e raramente continua por preencher nessa
minuto, pois ninguém vai
querer saber de um Gap
altura.
entre duas velas de um
minuto nem tão pouco Por isso, e especialmente a pensar em aberturas de
tentar fechá-las, e dentro mercados, como nos mercados de acções, quando um
de velas horárias poderão título fechou a um preço num dia anterior, e no dia
existir várias velas de um seguinte com a abertura do mercado abre com algum
minuto em Gaps mas são
irrelevantes. Agora em
tipo de Gap, nesse caso, os chamados Floor Traders,
velas horárias e maiores, que são traders profissionais que operam nos stock pits
raramente um Gap de das Bolsas (aqueles locais onde vemos os operadores
Abertura fica por das bolsas em tempo real ao vivo e a tentar dar ordens
preencher até ao fim do no meio daquele barulho todo), usam essa informação
período que representa.
para vender ou comprar frequentemente quando um
Gap de Abertura acontece relativamente ao dia anterior,
esperando fazer alguns lucros rápidos quando os preços
fecharem esses mesmos Gaps.

NOTA: Essa estratégia é usada especialmente por um certo


Scalping é uma estratégia
tipo de traders conhecidos por scalpers.
em que os scalpers
tentam fazer muitos Scalping é uma estratégia que alguns traders têm em
lucros de pequenas que tentam fazer muitos lucros por dia em pequenas
quantidades derivadas de mudanças de preço, acabando por ter por vezes
pequenas mudanças de dezenas de ordens por dia, acreditando que é mais fácil
preço ao dia, em vez de
menos ordens com maior
apanhar pequenas variações de preços do que as
quantidade de lucro cada, maiores.
acreditando que é mais
fácil apanhar pequenas De qualquer das formas, quando algum activo abre com
variações do que as Gap em relação a um dia anterior, é bom termos
maiores. sempre em conta que o mercado poderá muito bem ir

www.LivroDaBolsa.com Pág. 478


fechar esse Gap antes de prosseguir o seu movimento,
qualquer que esse possa ser.

Essa atenção permite-nos obter lucros nessas alturas,


ou no mínimo estarmos prevenidos contra algo que
poderá ser óbvio e assim evitar perdas, ou pelo menos
limitá-las.

Vamos ver um exemplo, retirado de um gráfico horário


real, do par cambial EUR/USD em 19 de Setembro de
2003:

Como podemos ver neste exemplo, retirado de um


gráfico horário do câmbio Euro/Dólar (EUR/USD), um
Gap ocorreu quando uma nova vela horária começou,
abrindo a mesma com um Gap enorme em relação ao
Máximo da vela anterior, ou Janela, como lhe quisermos
chamar, que ficou por ser fechada.

Como podemos ver, após a abertura dessa vela, os


traders começaram a vender na Abertura, até que o
Gap foi preenchido (ou a Janela foi fechada, como
preferirmos dizer), como podemos ver, ao visualizarmos
que o valor Mínimo dessa vela atingiu (e por acaso foi
mais abaixo ainda) o Máximo da vela anterior, fechando
assim essa Janela que estaria aberta.

Não só “tocou” a sombra superior da vela anterior,


como conseguiu “tocar” o corpo da mesma também.

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Após ter fechado essa Janela, podemos ver que houve
uma recuperação enorme, passando o valor de Abertura
da própria vela, e fechando bastante acima do valor de
Abertura, fazendo a vela fechar com variação positiva,
ficando assim classificada como vela branca.

Curiosamente caiu nas velas seguintes mais um pouco,


antes de retomar a subida, mas não voltou a tentar
fechar a Janela, pois ela já estaria fechada, ou como
preferirmos, não havia já Gap a ser preenchido.

É normalmente isto que acontece em velas com


períodos de tempo superiores como velas diárias e
especialmente em mercados que só funcionam um certo
número de horas por dia, este gráfico serviu para
exemplo de como também pode acontecer em períodos
de tempo mais pequenos e também para visualizarmos
este tipo de fenómenos num gráfico real.

Os tipos de Gap que andámos a ver até agora, seriam


os Gaps de Abertura, e aqueles que não chegavam ao
fim do período representado pela vela ainda por
preencher, ou seja, como Janelas abertas.

Agora, e em relação aos que não chegam a ser


preenchidos, e deixam a tal Janela aberta ainda por
fechar nas velas seguintes?

Vamos estudar agora, os vários tipos de Gaps que


podem existir, quando um Gap fica por preencher nas
velas seguintes.

Uma Janela/Gap ocorre quando o Mínimo da vela está


acima do valor Máximo da vela anterior, ou quando o
valor Máximo da vela está abaixo do valor Mínimo da
vela anterior.

Como precisamos de ver as sombras das velas num


gráfico para podermos verificar se têm Gaps ou não, só
poderemos encontrar padrões de Janelas/Gaps em
gráficos de Velas Japonesas, ou de barras normais,

www.LivroDaBolsa.com Pág. 480


entre outros, apenas aqueles que contém sombras
neles, não podendo procurar esse tipo de padrões em
gráficos de linhas por exemplo.

Há quatro tipos de gaps:

• Gap Comum (Common Gap);

• Gap de Penetração (Breakaway Gap);

• Gap de Continuação (Runaway Gap);

• Gap de Exaustão (Exhaustion Gap);

Gaps Comuns (Common Gaps)

Vamos ver agora alguns Gaps Comuns, que ocorrem


muitas vezes, e são normalmente preenchidos pouco
tempo depois.

Estes Gaps são comuns de acontecer, e podem ser


causados por causas tão comuns como por exemplo um
dia de pouco Volume.

Por serem comuns, eles são normalmente preenchidos


muito depressa, como por exemplo poucos dias ou
semanas, quando vistos em gráficos diários,
significando que os preços regra geral se retraem até ao
nível do último dia antes do Gap acontecer, para o
preencher.

Há uma regra similar àquela que vimos anteriormente


sobre os Gaps de Abertura, aplicada aos Gaps Comuns:
normalmente há sempre a tendência para os Gaps
serem preenchidos, pelo que vemos muitas vezes a
tendência inverter temporariamente apenas o suficiente
para poder preencher o Gap, causando os chamados
pullbacks nos preços (que são pequenas retracções
desses preços), antes de prosseguir com a tendência
actual de movimento de preços.

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Poderemos ver agora dois exemplos de pullbacks
comuns nos preços, para fechar um Gap antes de
retomarem a tendência que tinham até ao momento,
que era bullish no primeiro exemplo e bearish no
segundo.

Um exemplo de um Gap em tendência bullish:

Um exemplo de um Gap em tendência bearish:

Temos aqui dois exemplos retirados de gráficos com


períodos de tempo de quatro horas, do câmbio
Euro/Dólar (EUR/USD).

No segundo exemplo, o do Gap que aconteceu em plena


queda de preços, foram marcados dois níveis: a linha a
tracejado superior, que demarca juntamente com a

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inferior o Gap existente entre essa última vela acima
antes do Gap e a primeira vela abaixo após o Gap.

A linha do meio a tracejado juntamente com a de baixo,


demarcam o Gap existente entre aquele grupo de velas
antes do Gap e o grupo de velas imediatamente a
seguir ao Gap, ambos tendo sido fechados pouco tempo
depois.

Como se pode deduzir nestes dois exemplos, o principal


problema em descobrir o tipo específico de um Gap, é
que um Gap quando acontece, parece igual a qualquer
outro, até que na vela seguinte, ou várias velas depois,
quando acaba por ser preenchido pelos traders, se
torna apenas mais um Gap Comum, fazendo assim os
traders tomarem decisões erradas e prejudiciais no
mercado.

Por isso é que nem sempre é acertado tomar decisões


de mercado devido a um Gap que acabou de acontecer.

Por vezes é a falta de acção dos traders quando estão


de caras com um novo Gap que fazem os Gaps Comuns
acontecerem.

Muitos traders quando vêem um novo Gap, acabam por


preferir esperar uma ou mais velas para ver se o tal
Gap acaba por ser preenchido, antes de darem as suas
ordens baseadas neles, especialmente quando o Gap é
suspeito de ser um Gap de Penetração (Breakaway
Gap), que iremos estudar de seguida, pois é um Gap
que por norma dá origem a uma nova tendência de
preços, sendo por isso normalmente mais difícil de ter
os seus seguidores à partida.

Essa apatia por parte dos traders nessas alturas,


acabam por cortar a força necessária para que o Gap se
torne um Gap de Penetração ou de outro género,
faltando suporte ao movimento por parte dos traders.

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Se essa ajuda necessária ao Gap faltar, há grandes
possibilidades de ele se tornar apenas mais um Gap
Comum.

Por essas razões, os traders normalmente não têm


certezas sobre com que tipo de Gap estão a lidar
quando o mesmo acontece, até aos dias seguintes de
trading (ou velas seguintes, se estivermos a falar de
velas não diárias, como por exemplo horárias).

Alguns traders acabam mesmo por se interrogar sobre o


quão úteis são os Gaps nas previsões dos movimentos
de preços, porque um Gap acaba por poder dar falsos
sinais (se afinal de contas se vir que o Gap não passa
de um Gap Comum, em vez de um outro género de Gap
que os investidores possam estar à espera que seja).

Essa interrogação é válida mesmo no caso de os traders


esperarem pelos movimentos seguintes para verem se
o Gap é válido e um Gap Comum, pois se esperam
pelas velas seguintes para agirem com segurança e
filtrarem possíveis falsos sinais, acaba por ser tarde
demais para entrar no mercado e tomar decisões,
perdendo-se a vantagem que se tem em prever o
mercado através do acontecimento de um Gap, porque
se agimos após uma confirmação de que o Gap é válido,
já os preços mexeram e já iremos tarde, perdemos
assim a vantagem de prever o mercado assim que o tal
padrão acontece, podendo assim tornar-se nula caso se
espere por confirmação.

Resumindo, ou poderemos apanhar muitos sinais falsos


agindo sob a forma de Gaps que acabam por ser
preenchidos, ou agir com a certeza da confirmação mas
tarde demais, e por essas duas frequentes situações, é
que os traders acabam por se interrogar até que ponto
os Gaps são úteis para prever futuros movimentos de
preços.

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Gaps de Penetração (Breakaway Gaps)

Um Gap de Penetração (ou Breakaway Gap), é um Gap


que aparece após uma zona de congestão de preços
(Price Congestion Zone), que é um termo dado a zonas
onde os preços normalmente andam em tendência
lateral sem subirem nem caírem muito, e normalmente
este tipo de Gaps identificam uma nova tendência, e por
isso quando acontecem, normalmente dão força a esse
evento de mudança de tendência, reforçando-o.

De qualquer das formas, nem todos os Gaps


inicialmente identificados como Gaps de Penetração,
acabam por o ser, por vezes as tendências não mudam
e nessas ocasiões a situação torna-se diferente, mas é
como dita a Análise Técnica, “nunca há certezas, apenas
probabilidades”.

Um Gap de Penetração, deverá ter um bom aumento de


Volume associado a ele, para nos dar mais
probabilidades de ser mesmo o tipo de Gap que
estamos à espera, e também para termos a certeza de
que aconteceu devido a interesse por parte dos traders
e não apenas uma mera coincidência de um dia de
baixo Volume nos mercados.

Este tipo de Gap normalmente assinala o início de um


novo movimento de preços que é suportado por esse
mesmo aumento de volume.

Um Gap de Penetração é relativamente fácil de


identificar, porque após uma zona de congestão de
preços (Price Congestion Zone), qualquer Gap que inicie
uma nova tendência será geralmente um Gap de
Penetração e terá força normalmente por dar inicio a
uma nova tendência após um período de calmia, e estes
Gaps normalmente ocorrem perto de um fundo ou topo
de mercado, o que exponencia a força do mesmo,
apesar de existirem outras possibilidades.

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Gaps de Continuação (Runaway Gaps)

Um Gap de Continuação (ou Runaway Gap), é um Gap


que ocorre durante uma tendência, não
necessariamente a meio da mesma, quando os preços
se movem muito rápido e as emoções estão ao rubro
entre os traders.

Normalmente ocorrem a meio da tendência, e é por isso


que são também designados por vezes como Gap
Intermédio (Midway Gap), ou Gap de Medição
(Measuring Gap), pois a sua exactidão em prever a
extensão de um movimento de preços, é por vezes
incrivelmente certeira.

Basicamente, ao sabermos que normalmente esse Gap


costuma acontecer muitas vezes no meio de um
movimento de preços, podemos deduzir quando ele
acontece onde esse movimento vai acabar e perder
força, ou seja, teoricamente iria continuar esse
movimento ainda a mesma distância que já percorreu
desde o seu início.

Ou seja se o movimento de preços é de subida (bullish),


e originou-se pelos 1.0000, e ocorreu um Gap de
Continuação pelos 1.1000, o fim projectado desse
movimento de preços, seria o de 1.2000, nível de preço
onde o mercado teoricamente iria começar a “perder o
vapor”, bastando para isso somar aos 1.1000 actuais os
0.1000 que já percorreu desde os 1.0000 até ao tal Gap
Intermédio nos 1.1000.

Seguindo esta regra, é possível muitas vezes prever os


valores próximos dos fins das tendências e movimentos
de preços.

Geralmente quando o mercado se aproxima desses


valores projectados como fim provável do movimento
de preços, calculado através do Gap Intermédio, os
preços começam a abrandar o seu movimento, devido a

www.LivroDaBolsa.com Pág. 486


alguns traders começarem desde logo a assumirem
mais valias e fecharem posições, prevendo já a possível
inversão de preços para breve, e outros posteriormente
ao verem que o movimento começa a estagnar.

Alguns movimentos de preços podem contar com mais


do que um Gap Intermédio, que por vezes mostra que
essa tendência tem muita força, mas a existência de um
terceiro Gap deve sempre alertar os traders para um
possível fim de tendência (correndo-se o risco desse
Gap poder ser na realidade um Gap de Exaustão, algo
que iremos estudar a seguir), pois é mais raro existirem
mais do que dois Gaps de Continuação num movimento
de preços.

Gaps de Exaustão (Exhaustion Gaps)

Um Gap de Exaustão (ou Exhaustion Gap), é um


daqueles Gaps que acontecem quando o mercado
começa a “perder o vapor”, e começa a chegar perto do
fim de um movimento de preços.

É um Gap que assinala o fim do movimento de preços


corrente, e os traders são cuidadosos ao vê-lo.

Este Gap quando aparece é tal e qual um Gap de


Continuação, pois sem se ver se o movimento de preços
continua posteriormente ou não, não podemos saber se
é um Gap de Continuação e os preços continuariam o
seu movimento, ou se é um Gap de Exaustão e os
preços parariam o seu movimento.

Por isso, é que ao aparecer mais do que um Gap de


Continuação, os traders ficam cuidadosos, pois por
norma esse segundo Gap de Continuação que aparece
acaba por ser o tal Gap de Exaustão, pois é menos
comum haver mais do que um Gap de Continuação num
movimento de preços, e quando aparece um terceiro
Gap de Continuação, aí ainda mais cautelosos ficam os
traders, pois ainda é mais raro acontecerem três Gaps
de Continuação num movimento de preços.

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Resumindo, com o aparecimento de um segundo Gap
de Continuação, os traders acabam por cuidadosamente
pensar nele como um possível Gap de Exaustão, e vão
fazendo-o após o primeiro, porque nem sempre
acontecem mais do que um Gap de Continuação num
movimento.

Se o movimento prosseguir e se se vir que era de


Continuação o Gap, aí muitos voltam a entrar na
tendência que prossegue, e outros não chegam a sair
dela, esperando antes pela confirmação das velas
seguintes para verificar que tipo de Gap é antes de
saírem do mercado ou inverterem posições.

Nem sempre este tipo de Gaps acontece durante uma


euforia de compras (se durante uma tendência bullish)
ou pânico de vendas (se durante uma tendência
bearish).

Por vezes estes Gaps acontecem com o fecho de


posições por parte dos traders, como por exemplo com
os stop-losses, que fazem as posições fecharem quando
as mesmas atingem um determinado prejuízo ou nível
de cotação predefinidos pelo trader que as tem.

Por exemplo, imaginemos uma tendência bullish em que


há uma subida forte de preços; mesmo durante esse
tipo de tendências, continuam a haver posições curtas
(short positions), de quem aposta na descida a meio do
movimento, tentando adivinhar uma reversão de
tendência, ou por outros motivos.

Há sempre posições curtas no mercado, mesmo durante


movimentos fortes de subida, e a maioria dessas
posições curtas abertas no mercado tem valores de
stop-loss definidos, para o caso de os preços subirem
acima de um certo nível as posições serem fechadas
com segurança a fim de evitarem perdas maiores.

Esses stop-losses são colocados muitas vezes em


pontos estratégicos perto de resistências que poderão

www.LivroDaBolsa.com Pág. 488


forçar os preços a reverterem a sua tendência, por isso
quando se atingem esses níveis, o que acontece muitas
vezes é que esses stop-losses de posições curtas serem
executados, e se são posições curtas (short positions
que apostam na queda de preços), para serem fechadas
é preciso que hajam compras no mercado, originando
muitas compras em certos níveis como essas
resistências (o mesmo acontece durante períodos de
queda, quem aposta em subidas, quando os seus stop-
losses são executados, originam mais vendas para
fechar posições).

Esse incremento de compras durante as subidas e


incremento de vendas durante as descidas,
especialmente perto de certos valores como suportes ou
resistências importantes onde os traders definem os
seus stop-losses para saírem do mercado e evitarem
possíveis perdas, acabam por originar tantas compras e
vendas repentinas, originando maior pressão no
mercado (ou mesmo traders quererem sair do mercado
à mão por receio), que muitas vezes causam com que
haja maior força no movimento de preços actuais.

Bears a fecharem posições numa subida originam ainda


mais compras e subidas, e bulls a fecharem posições
numa descida originam ainda mais vendas e descidas.

NOTA: Daí ser frequente que este tipo de Gaps, os de


Os Gaps de Exaustão
Exaustão, aconteçam devido a traders com posições
acontecem mais por inversas às da tendência actual de mercado fecharem
fecho de posições através as suas posições, especialmente com stop-losses,
de stop-losses de quem originando um Gap final, e não devido à entrada de
vai contra a tendência e novos traders no mercado com posições a favor da
que ao fechar ordens
ajudam a dar-lhe mais
tendência actual.
força, do que
propriamente pela É por isso que este tipo de Gaps acontece, mesmo
entrada de novos traders numa altura que ao que parece o mercado já não
à última da hora nos deveria subir mais e que mais tarde se verifica que
mercados. acaba por inverter mesmo a sua tendência.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 489


Acontece mais por fecho de posições inversas e devido
em grande parte a stop-losses das mesmas, do que
dinheiro novo no mercado a apostar erradamente numa
tendência que tudo aponta estar no fim.

Conclusão sobre os Gaps

Estes são os tipos de Gaps que um trader pode


encontrar durante as suas análises e investimentos.

NOTA: Há uma regra que diz que o mercado tenta sempre


Há uma regra antiga no
preencher os Gaps (“The Market always tries to fill th
Trading que diz que o gaps”), o que quer dizer que mais cedo ou mais tarde,
mercado tenta sempre os preços irão preencher esses Gaps, e esses activos
fechar os Gaps (“The serão negociados dentro desse range deixado aberto
Market always tries to fill por um Gap que tenha ocorrido.
the Gaps”).

NOTA: Não há limite de tempo para o preenchimento desses


Não há limite de tempo
Gaps, eles podem demorar a serem preenchidos dias,
para o preenchimento de semanas, meses, ou mesmo anos (em períodos de
um Gap. tempo de longo prazo), dependendo sempre também de
onde o Gap apareceu nesse mercado e no período de
tempo estudado.

NOTA: Outra coisa que pudemos verificar é a de que os Gaps


Os Gaps podem-se tornar
podem-se tornar objectivos de preço ou mesmo áreas
objectivos de preço ou de Suporte e/ou Resistência importantes, e podem ser
mesmo áreas de Suporte usados para suportar ou contrariar outros sinais
e/ou Resistência. técnicos dentro de uma análise técnica.

Os objectivos de preço são normalmente estabelecidos


com a aparição de um Gap de Continuação, onde
tenhamos medir o próximo Gap (o objectivo de preço).

Quando esse objectivo de preço é atingido, o trader


deverá procurar por outros Gaps enquanto o mercado
se mantém a seguir na tendência corrente, ou a
preparar-se para inverter as suas posições no mercado.

De qualquer das formas, é de notar, que para os


traders nem sempre é possível identificar o tipo de Gap

www.LivroDaBolsa.com Pág. 490


que estão a ver quando o mesmo aparece,
especialmente quando o mesmo poderá ser um Gap de
Continuação ou um Gap de Exaustão, pois o Gap de
Penetração é relativamente fácil de identificar.

NOTA: Por norma nesses casos só se poderá identificar esse


É frequente e normal só
Gap algumas velas depois.
se conseguir identificar o
tipo de um Gap algumas Os únicos Gaps dos quais não existem dúvidas sobre o
velas depois. seu género serão os que já passaram e por isso estão
perfeitamente identificados, os que acabam de
acontecer não os podemos classificar pois não
saberemos o que acontecerá depois, e isso poderá
alterar o tipo de Gap ou mesmo fechá-lo.

Com estas regras e precauções, um trader está sempre


bem preparado para interpretar os Gaps à medida que
vão aparecendo no mercado.

Vamos agora ver um exemplo em gráfico com estes três


tipos diferentes de Gap identificados (a não ser o Gap
Comum que já foi demonstrado acima, e o Gap de
Abertura, visto que ou é fechado durante a própria vela
em que ocorre o dito Gap ou se tornará num destes três
tipos expostos no gráfico abaixo:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 491


Este gráfico é em parte “fabricado”, pois foram unidas
algumas partes de gráficos e alteradas algumas zonas,
para que existissem todos os tipos de Gaps lá descritos,
pois seria muito difícil mesmo encontrar um período de
tempo que em gráfico tivesse todos os Gaps que aqui
foram dispostos desta forma, e de tão difícil de
encontrar que seria, teve mesmo de ser modificado à
mão, pois o gráfico original não era igual.

Desta forma num só gráfico é possível ver os estágios


de evolução de um movimento de preços em termos de
Gaps e os seus géneros e onde aparecem.

Como podemos ver, verifica-se em primeiro lugar um


Gap de Continuação (ou Runaway Gap) no meio de uma
tendência de descida de preços, seguido de um Gap de
Exaustão (Exhaustion Gap), que dá origem a uma zona
de congestão de preços, aquele período de tempo em
que as cotações mal se mexem, em que as cotações
consolidam por entre uma luta entre os bulls e os bears,
podendo ser chamada por isso também como uma zona
de consolidação de preços, após a qual, assim que a
cotação saia desse trading range, ou seja, dessa
amplitude de preços em que se negoceia esse activo, o
preço tenderá a seguir o seu actual movimento com
mais força, ou então reverter a tendência dando origem
a um novo e oposto movimento de preços, uma nova
tendência.

Após essa zona de congestão de preços, que se


encontra abaixo do último Gap de Exaustão, acontece
finalmente um movimento que faz a cotação sair dessa
zona de congestão, que neste caso é um Gap que será
por isso designado de Gap de Penetração (ou
Breakaway Gap), dando origem a uma nova tendência,
neste caso de subida de preços (tendência bullish).

Após esse Gap, vemos perto do meio desse movimento


de preços, que por norma é a altura ideal para ele
acontecer, um Gap de Continuação (Runaway Gap), e
um pouco mais acima, um Gap de Exaustão novamente

www.LivroDaBolsa.com Pág. 492


(Exhaustion Gap), que irá possivelmente determinar
uma nova zona de congestão de preços, e
posteriormente uma nova tendência inversa, de queda,
caso os preços revertam após essa consolidação de
preços acima desse último Gap.

Na realidade, pode não ser tão fácil de determinar o


tipo de Gaps que nos vão aparecendo pela frente, mas
este não deixa de ser um bom exemplo de como as
coisas funcionam no dia a dia em tempo real.

A prática do trader determinará o resto, como em tudo.

E assim acaba a nossa incursão através do mundo dos


Gaps (ou Janelas, que é o termo correcto que designa
este tipo de fenómenos em gráficos de Velas Japonesas,
apesar de por norma a maioria dos traders usar o
primeiro termo).

www.LivroDaBolsa.com Pág. 493


PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
GAP DE ALTA (UPSIDE GAP, OU TASUKI)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 494


GAP DE ALTA (UPSIDE GAP, OU TASUKI)

NOTA: Bem, o Upside Gap é um padrão baseado num gap.


O Gap de Alta (Upside
Gap, ou Tasuki), é um
Este padrão ocorre após uma subida, e é caracterizado
padrão bullish baseado por uma vela branca que surge após um gap em relação
num gap, que ocorre à vela anterior, e é seguida por uma vela negra que
após uma subida, e é não fecha o gap, sendo esta última condição essencial.
caracterizado por uma
vela branca que surge Após este padrão, há regra geral preços mais elevados,
após um gap e que é
seguida por uma vela
sendo por isso este padrão considerado como um
negra que não fecha o padrão bullish.
gap, sendo esta última
condição essencial. Se Agora, se essa última vela negra realmente fechasse o
essa última vela negra gap, tornar-se-ia então num Upside Gap With One Crow
fechasse o gap, este (Gap de Alta Com Um Corvo), e aí perderia todo o seu
padrão tornar-se-ia num
Upside Gap With One
potencial de subida bullish.
Crow (Gap de Alta com
Um Corvo) e aí perderia Em relação ao comportamento dos traders, o que
todo o seu potencial podemos verificar é que após um gap de subida, a
bullish. reacção verificada na vela seguinte, apesar de
contrária, não demonstrou força para conseguir fechar o
gap, o que evidencia tendência bullish por parte dos
traders, sendo a procura suficiente para não deixar que
o gap seja fechado como habitualmente, continuando
regra geral mais tarde a subida.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 495


Em jeito de conclusão, podemos afirmar que este
padrão, quando encontrado, poderá dar algum alívio
aos que apostam na subida, pois regra geral é seguido
de preços mais elevados, e deverá ser tido em conta
por parte dos bears, que apostando na descida,
deveriam ter cuidado com as suas posições, pois
arriscam-se a virem a sofrer perdas maiores com novas
subidas de preços.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
RISING AND FALLING THREE METHODS

www.LivroDaBolsa.com Pág. 497


RISING AND FALLING THREE METHODS

NOTA: Os nomes destes dois padrões traduzidos à letra dariam


O Rising Three Methods
algo como “Três Métodos de Subida” e “Três Métodos de
(Três Métodos de Descida”, o que não teria grande significado na língua
Subida), padrão bullish, e portuguesa.
o Falling Three Methods
(Três Métodos de Estes padrões parecem-se com as formações de
Descida), padrão bearish, bandeira (flag formations) que estudamos geralmente
são formações de
bandeira (flag
nos estudos de linhas, ou habitualmente também nos
formations) que levam Gráficos de Barras, com uma diferença principal: a de
apenas algumas velas que levam apenas algumas velas para se formarem, em
para se formarem.
www.LivroDaBolsa.com Pág. 498
vez das muitas mais presentes habitualmente nos
outros tipos de formações.

NOTA: O Bullish Rising Three Methods, é um padrão bullish,


O padrão bullish de nome
como o nome indica, que consiste numa vela branca
Rising Three Methods longa, seguida por uma série de três ou quatro velas
(Três Métodos de Subida) negras que vão retraindo os preços, e que deverão ser
consiste numa vela acompanhadas por uma contracção visível nos seus
branca longa seguida de volumes (que indica que um certo equilíbrio se está a
uma série de três ou
quatro velas negras que
desenvolver entre os bulls e os bears).
demonstram uma
contracção visível no Como última vela do padrão, temos uma vela branca
Volume, sendo seguidas longa e muito forte, que eleva os preços para um nível
depois por uma vela de fecho acima do resto das velas.
longa branca e muito
forte que eleva os preços Esta última vela deverá também mostrar um aumento
para um nível de Fecho
acima do resto das velas
significativo de volume, revelando mais actividade do
com aumento significativo que nas velas anteriores.
de Volume.
O Bearish Rising Three Methods é exactamente o
padrão oposto, uma vela negra, seguida de algumas
NOTA: pequenas velas brancas que vão subindo os preços com
O padrão bearish de algum decréscimo de volume, seguidas por fim de uma
nome Falling Three vela branca longa e muito forte.
Methods (Três Métodos
de Descida) consiste Tem exactamente as características opostas à sua
numa vela negra longa variante bullish que vimos acima, com uma pequena
seguida de uma série de
diferença, as suas características de volume não são tão
três ou quatro velas
brancas que demonstram significantes na última vela, o que quer dizer que não
uma contracção visível no precisa de ter aquele incremento de volume na última
Volume, sendo seguidas vela para ter as características ideais.
depois por uma vela
negra longa e muito forte Em parte é explicado pela velha teoria de que o Pânico
que desce os preços para
nas quedas dos mercados é sempre regra geral mais
um nível de Fecho abaixo
do resto das velas. Mas forte que o Pânico das subidas nos mercados, uma vela
neste padrão bearish não negra com um preço a cair incute sempre algum receio
há tanta necessidade de nos traders enquanto uma vela longa de subida fá-los
que a última vela tenha sempre ter algum receio mesmo assim de que seja um
um aumento de Volume,
sinal falso ou momentâneo.
devido ao facto de o
pânico das quedas regra
geral tem mais força nos
mercados do que as
subidas.
www.LivroDaBolsa.com Pág. 499
Do ponto de vista do comportamento dos traders
podemos pensar da seguinte forma, tendo como
exemplo o Bullish Rising Three Methods: o que se passa
é que após essa vela branca de subida, regra geral
nestes padrões, há um período em que os bulls se
afastam um pouco das compras, mesmo que seja
apenas para fazer uma pausa momentânea, talvez por
receio de que o preço vá corrigir a seguir e queiram
esperar para ver, ou mesmo para descobrir se a
tendência está com força e é para manter, ou por se
estar a aproximar de alguma resistência e haja algum
receio ou tomada de mais valias, etc.

Agora devido a isso acontecer, é que se verifica um


decréscimo do volume nas velas seguintes, pois há
menos traders no mercado, ficando os bears em
maioria, apesar de ser uma fraca maioria pois os preços
se mantêm sem cair muito, havendo algumas velas que
vão caindo um pouco e sem força.

Este decréscimo de volume diz-nos que essa queda não


tem força, não há pressão vendedora para que os
preços possam cair mais do que isso, e quando não há
vontade de vender, o preço por norma só tem um
caminho: a subida.

Devido a isso, a última vela tem então um retorno dos


bulls ao mercado, que com uma vela branca longa e
bastante forte, fazem os preços subirem bastante face à
fraca oposição bearish verificada nas velas anteriores, e
com aumento de volume que significa que houve muito
mais dinheiro a entrar no mercado do lado das
compras, fechando acima do resto das velas e assim
terminando o padrão de forma bullish.

O padrão bearish é basicamente o oposto e as


conclusões sobre o comportamento dos traders no
mercado verificado são inversas, a única diferença é
mesmo a da vela final não precisar de incremento de
Volume para significar preços mais baixos a seguir,
devido em princípio ao medo especial dos traders pelas

www.LivroDaBolsa.com Pág. 500


quedas, uma vela negra longa é sempre mais
significativa regra geral que uma vela branca longa,
mesmo que tenha menos Volume, talvez em parte
devido a um maior pessimismo habitual do ser humano
face aos mercados.

Isto do Volume poder ser menos não se verificará claro


está noutros mercados como o Forex, em que em pares
cambiais quando um par sobe em relação ao outro, é
sinal de que o outro sobe em relação ao primeiro, ou
seja, há sempre um deles a subir e um a cair, logo não
se pode dizer realmente que haja diferença entre uma
vela de subida e outra de queda neste tipo de activos
financeiros.

Estes são mais dois padrões fáceis de detectar, embora


requerendo alguma atenção, que poderão ajudar a ver
que a tendência actual irá continuar, e dar assim mais
força a essa mesma tendência.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 501


PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
PADRÕES DE REVERSÃO

www.LivroDaBolsa.com Pág. 502


PADRÕES DE REVERSÃO

Vamos agora estudar os padrões de reversão.

Este tipo de padrões normalmente indicam que a


tendência dos preços actual está prestes a acabar ou
mesmo inverter-se, e normalmente quando estes
padrões acontecem, essas reversões de preços são
muito prováveis de acontecer.

Iremos agora estudar alguns dos mais representativos


padrões de reversão dos gráficos de Velas Japonesas,
os essenciais e os mais comuns, aqueles que
poderemos ver com alguma frequência no dia a dia por
acontecerem mais frequentemente, e que sejam
suficientes para deixar qualquer trader mais bem
preparado para os mercados.

Antes de começarmos a ver alguns padrões de


reversão, vamos aprender o sentido de um termo muito
importante nos mercados: “Key Reversal”.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 503


PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
REVERSÃO CHAVE (KEY REVERSAL)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 504


REVERSÃO CHAVE (KEY REVERSAL)

Para os menos entendidos em inglês, “Key” significa


“Chave”, e “Reversal” significa “Reversão”.

Basicamente, poderemos deduzir então que o termo


muito comum “Key Reversal Day” significa “Dia de
Reversão Chave” ou “Dia Chave de Reversão”.

O Key Reversal Day é normalmente um dia de reversão,


um dia em que se inicia uma inversão de tendência e o
começo de uma nova tendência inversa à actual, sendo
por isso um dia chave, e daí o termo.

Agora que já sabemos de onde é originário o termo


“Key Reversal”, vamos ver qual é o significado desse
termo sem qualquer outra palavra adicional.

O termo “Key Reversal” é usado para descrever um


padrão muito comum de reversão, a que foi dado esse
nome.

O padrão Key Reversal assinala-nos a inversão da


tendência corrente, e o início por isso de uma nova
tendência.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 505


A fiabilidade deste padrão está ligada à força da
tendência anterior, quando mais forte essa tendência
anterior, mais fiável será esse padrão de reversão.

Se virmos este padrão de um ponto de vista mais


lógico, quando mais forte essa tendência anterior for,
mais difícil é de prever que possa acontecer o que se
passa neste padrão, que como se vê em cima, seria de
abrir acima do Fecho da vela anterior estabelecendo
novos máximos e depois fechar abaixo do Mínimo da
vela anterior.

Logicamente, se quanto mais forte for a tendência


actual, mais difícil é que esse padrão aconteça, se
acontecer mesmo é porque há muita força oposta à da
tendência e muitas possibilidades de vir a haver mesmo
a tal inversão, pelo que se torna directamente
proporcional a fiabilidade do padrão (e chances de a
tendência inverter mesmo) à força da anterior
tendência.

Este padrão agudo de reversão que ocorre durante uma


tendência deve ter algumas características para que
possa ser considerado como tal:

• O seu valor de Abertura deve estar acima do


valor de Fecho da última vela;

• Deve atingir um novo valor Máximo;

• O seu Fecho deve ser abaixo do valor Mínimo


da vela anterior;

(Isto aplica-se ao caso de estarmos a falar de um


padrão que ocorre numa tendência de subida, se
for durante uma tendência de queda deverão ser
características opostas, após uma queda).

Resumindo, num Key Reversal Day, há um padrão de


reversão agudo que ocorre durante uma tendência, num
dia em específico que será o dia chave para a inversão.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 506


Se for numa subida, o dia abrirá acima do Fecho do dia
anterior, fará um novo Máximo, e aí irá cair até fechar
abaixo do valor Mínimo do dia anterior.

Se for durante uma descida será o inverso, o dia abrirá


abaixo do Fecho do dia anterior, fará um novo Mínimo,
e só aí começará a subir até vir a fechar acima do valor
Máximo do dia anterior.

Nos dias seguintes a nova tendência tenderá assim a ter


continuidade após este padrão.

Quanto maior o range (intervalo) de preços e Volume


do Key Reversal Day, mais fiável será como sinal de
inversão.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
DARK CLOUD COVER (KABUSE)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 508


NOTA: DARK CLOUD COVER (KABUSE)
O Dark Cloud Cover é um
padrão bearish, que
O Dark Cloud Cover é um padrão bearish, que no fundo
acaba por ser no fundo parece uma espécie de Key Reversal mas que não
parecido com uma Key chega a fechar abaixo do Mínimo da vela anterior.
Reversal mas que não
chega a fechar abaixo do O seu nome vem das nuvens negras na vida real que
Mínimo da vela anterior. indiciam a vinda de chuvas fortes, e aqui nos gráficos
O nome Dark Cloud vem
da ideia das nuvens
de Velas Japonesas, uma nuvem negra (Dark Cloud)
negras que antecipam as implica, não uma queda de água como acontece na
tormentas, e é assim um chuva, mas sim uma queda de preços.
padrão de descida,
bearish. A palavra Cover, A palavra “Cover” significa cobertura, e basicamente o
que sugere cobertura, padrão mostra-nos que a Dark Cloud cobre mais de
explica o que se passa.
Este padrão acontece
metade da vela anterior (indicada a metade pelo risco a
quando a segunda vela, a tracejado no exemplo) fechando acima do Mínimo da
nuvem negra (Dark vela anterior.
Cloud), cobre mais de
metade da vela anterior Daí vem o seu nome que significa algo como “Cobertura
durante a sua queda. Ela de Nuvem Negra”, pois é uma nuvem negra que cobre
abre acima do Máximo da
vela anterior, e fecha
em parte a vela anterior.
acima do Mínimo da vela
anterior mas abaixo do A conotação bearish deste padrão é muito pronunciada
meio do corpo dessa vela se ocorrer durante uma tendência de subida, ou se se
anterior, e quanto mais verificar na parte superior de uma zona de congestão de
da vela anterior cobrir
mais bearish é.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 509


preços, como por exemplo após um Gap de Exaustão
acontecer.

Nestas duas situações é muito mais provável que os


preços caiam.

Neste padrão vemos que a segunda vela abre acima do


preço Máximo da primeira vela, tal como no padrão de
Key Reversal que verificamos acima, mas fecha abaixo
do ponto médio da primeira vela, que é bem visível pelo
tracejado no exemplo acima, e não abaixo do Mínimo da
vela anterior como aconteceria no Key Reversal, sendo
essa a maior diferença, além de que neste padrão a
queda verifica-se logo após a abertura da segunda vela.

Este padrão não necessita de confirmação nas velas


seguintes para ser validado, e quanto mais da vela
anterior a segunda vela cobrir sem baixar do Mínimo da
vela anterior, mais bearish é.

Do ponto de vista comportamental dos traders que


participaram na construção desta vela, basicamente o
que se passou, foi a vela abriu em estado de gap de
Abertura, gap esse que foi logo fechado após a
Abertura, mas a pressão vendedora foi bastante forte,
tendo continuado os preços a caírem bastante,
chegando a fechar abaixo do ponto médio da vela
anterior, sinal bastante bearish.

Basicamente os bears dominaram praticamente do início


ao fim da segunda vela e é de prestar muita atenção a
este padrão caso se possua uma posição longa aberta,
especialmente se ocorrer em certos locais do gráfico,
pois possíveis perdas poderão se avizinhar no futuro
caso continue a posição aberta.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 510


PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
PIERCING LINE (KIRIKOMI, OU KIRIHAESHI)

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PIERCING LINE (KIRIKOMI, OU KIRIHAESHI)

Este padrão é basicamente o oposto ao anterior (o Dark


Cloud Cover), sendo por isso um padrão bullish.

O seu nome traduzido para a língua portuguesa,


significaria algo como “Linha de Perfuração”, ou algo
muito similar, e basicamente o nome deve-se ao facto
da segunda vela “perfurar” a linha média do corpo da
vela anterior.

Este padrão é composto por duas velas, a primeira é


uma vela Marubozu negra (vela negra longa), e a
segunda é uma vela Kirikomi, que é uma vela Marubozu
também, mas que tem a característica de abrir abaixo
do valor Mínimo da vela anterior, e fechar acima do
nível médio (50%) da vela anterior, mas abaixo da
Abertura da vela anterior, que era a Marubozu negra
(vela longa negra).

O que acontece é que após uma vela negra longa, uma


grande queda de preços na vela anterior, a vela
seguinte abre em gap down (em gap de Abertura abaixo
do Mínimo da vela anterior), e o mercado tenta logo por
isso fechar o gap e consegue-o, mas não se ficando por
aí, continuam a subir os preços até fechar a vela acima

www.LivroDaBolsa.com Pág. 512


do valor médio da vela anterior, sendo por isso esta
vela considerada um sinal bullish forte.

Se não fechar acima do valor médio da vela anterior,


será considerado como um sinal de fraqueza, não
conseguindo cumprir o padrão, e por isso, uma
continuação dessa fraqueza e das quedas será provável
a seguir.

Deverá abrir abaixo do Mínimo do dia anterior também


para ser considerado como uma Piercing Line.

A nível de comportamento dos traders, basicamente o


que se passa já foi referido acima, a vela a abrir em
baixa (especialmente se for na abertura de um
mercado, em velas diárias, por exemplo), os bulls
entram em acção e com as suas compras fecham o gap,
e não se ficando por aí, aliado possivelmente a uma
possível quebra da pressão vendedora ou a algum
receio por parte dos bears de retomar as suas posições,
continuam a fazer subir o preço tentando mesmo que
feche acima do valor médio da vela anterior, para que
continuem nas velas seguintes as subidas.

Trata-se de um padrão a ter em atenção, fácil de


reparar com algum treino e que poderá trazer lucros ou
evitar prejuízos a traders prevenidos no futuro.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
PADRÃO ENGULFING (TSUTSUMI)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 514


PADRÃO ENGULFING (TSUTSUMI)

Este padrão pode ser tanto bullish como bearish, e é um


padrão composto por duas velas.

O nome Engulfing contém entre os seus significados


possíveis, palavras como “Engolir” e “Cobrir”.

No fundo uma Engulfing Line ou Engulfing Candle (Vela


Engulfing), é assim uma vela que “engole”, ou “cobre”
na totalidade o corpo da vela anterior.

Então este padrão é composto por uma vela, negra ou


branca, que é seguida por uma vela que tem o sentido
totalmente oposto, e que engole a vela anterior,
cobrindo todo o seu corpo na totalidade, como se pode
ver nos exemplos acima.

As sombras da vela anterior não necessitam de ser


cobertas pela segunda para que o padrão se verifique,
basta o seu corpo o ser.

Por isso, num padrão bearish, a segunda vela irá abrir


acima do valor de Fecho da vela anterior, e irá fechar
abaixo do valor de Abertura da primeira vela (cobrindo
assim todo o seu corpo).

www.LivroDaBolsa.com Pág. 515


Num padrão bullish, será exactamente o contrário,
abrindo abaixo do Fecho da vela anterior, e fechando
acima do valor de Abertura da vela anterior.

Este padrão terá maior significado ainda após um


movimento de preços prolongado, e o mercado deverá
estar numa tendência definida, e não numa tendência
lateral como numa zona de congestão de preços.

É um padrão fortemente bullish se ocorrer após uma


queda de preços significativa, e fortemente bearish se
ocorrer após uma subida de preços significativa.

Este padrão seria mais perfeito ainda se tivesse as duas


velas sem sombras, como se pode ver no exemplo
acima, e seria assim ainda mais bullish ou bearish,
conforme o padrão.

A nível de comportamento dos traders, o que se pode


deduzir pelo padrão é simples: por exemplo, num
padrão bullish, após uma queda significativa, e abrindo
abaixo do Fecho da vela anterior, a dificuldade dos
traders fazerem fechar os preços acima da própria
Abertura da vela anterior, “engolindo-a” assim
totalmente, é tal, que o simples facto de realizarem
esse feito demonstra uma força enorme por parte dos
bulls do mercado, que se sobrepuseram totalmente à
pressão vendedora, ou demonstraram que já não há
muita pressão vendedora no mercado, sendo de
qualquer das formas um sinal de que no futuro a
tendência será de subida.

Num padrão bearish será o inverso.

É um padrão muito fácil de detectar e que se deverá ter


sempre em conta para quem quer entrar nas alturas
certas do mercado, ou para os que estão na tendência
actual e querem sair antes de virem a ter prejuízos se
não o fizerem a tempo.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 516


Vamos verificar agora alguns exemplos em gráficos
reais do mercado cambial:

Neste exemplo, retirado de um gráfico diário do câmbio


Euro/Dólar (EUR/USD), podemos ver um padrão
perfeitamente visível de um Bearish Engulfing Line, e
como podemos ver, abriu acima do Fecho da vela
anterior, fechou abaixo da Abertura da vela anterior
também, engolindo/cobrindo a totalidade do corpo
dessa vela, e podemos depois verificar a queda de
preços que se seguiu a esse padrão.

Neste exemplo, retirado de um gráfico horário do


câmbio Euro/Dólar, podemos ver outros tipos de
padrões que já estudamos.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 517


Começamos por verificar no início uma Bullish Engulfing
Line, que engole totalmente o corpo da vela anterior
(apesar de não ser fácil de notar pelo gráfico que abriu
abaixo do Fecho da vela anterior), dando origem assim
a um novo movimento de subida de preços.

Após grande parte da subida de preços que se verificou


após o primeiro padrão, podemos encontrar uma Bullish
Piercing Line, que apesar de não se notar na perfeição
pelo gráfico, abre abaixo do valor Mínimo da vela
anterior, e fecha acima do valor médio do corpo da vela
anterior, tornando-se assim no padrão bullish que já
vimos acima.

Após esse padrão, poucas velas à frente, deparamo-nos


com outro padrão Bullish Engulfing Line, que mais uma
vez não é muito perceptível pois o seu corpo é quase do
mesmo tamanho do corpo da vela anterior, mas está lá,
seguido de uma nova subida de preços até ao topo.

No topo dessa subida, após alguma calmia no mercado,


podemos encontrar uma vela longa branca (branca de
designação pois a sua cor real aqui está como azul),
que é contrariada depois por um padrão que
conhecemos por Bearish Engulfing Line, que é uma vela
que abre acima do Fecho da vela anterior, e fecha não
só abaixo da Abertura dessa vela anterior, como
também abaixo do seu valor Mínimo, o que lhe dá ainda
mais força, sendo seguida de uma quebra de preços, ou
não fosse este um padrão bearish.

Atenção que este exemplo foi escolhido por bater tudo


mais ou menos certo, mas nem sempre os padrões têm
os resultados desejados, não sendo uma ciência 100%
exacta.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
GAP DE ALTA COM DOIS CORVOS

(UPSIDE GAP TWO CROWS / NARABI KURO)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 519


NOTA: GAP DE ALTA COM DOIS CORVOS
O Upside Gap Two Crows
(ou Gap de Alta com Dois
(UPSIDE GAP TWO CROWS / NARABI KURO)
Corvos), trata-se de um
padrão formado primeiro O termo “Upside Gap Two Crows”, tem como significado
por uma vela branca algo como “Gap de Alta com Dois Corvos”, e no fundo
longa, seguida de duas não passa disso mesmo, duas velas negras (os dois
velas negras como corvos) que estão após um gap acima da primeira vela
corvos, ou seja, os dois
corvos, que tal como
longa branca.
aconteceria com dois
corvos num ramo de uma A ideia dos dois corvos no nome, provém da ideia
árvore segundo os antiga de dois corvos que permanecem em cima do
antigos, pressagiam ramo de uma árvore, e que pressagiam acontecimentos
acontecimentos maus no trágicos no futuro, neste caso, futuras quedas de
futuro, neste caso
quedas. Este padrão
preços.
acontece apenas durante
uma tendência de subida, Este é um padrão bearish de três velas, que acontece
e após a primeira vela apenas durante uma tendência de subida.
longa branca, o primeiro
corvo será uma pequena A primeira vela caracteriza-se por ser uma vela branca
vela negra que abre e longa, seguida por uma pequena vela negra que abre e
permanece em gap em
permanece em gap em relação à anterior.
relação à primeira, e o
segundo corvo uma
pequena vela mas cujo A terceira vela, acaba por ser também uma vela negra,
corpo é maior do que o mas cujo corpo é maior que o da segunda vela, e o
da segunda vela e que o cobre, sendo uma Bearish Engulfing Line, mas fechando
cobre, sendo assim uma ainda assim acima do Fecho da primeira vela.
Bearish Engulfing Line,
mas que ainda assim
fecha acima do Fecho da www.LivroDaBolsa.com Pág. 520
primeira vela.
Em termos de comportamento dos traders que
participaram na formação deste padrão, o que podemos
deduzir é simples: o mercado está numa tendência de
subida, e após aquela vela longa branca, abre em gap
no dia seguinte.

Contudo a formação de novos máximos aliado ao gap


acabam por levar alguns traders a fecharem posições
longas, assumindo mais-valias, ou mesmo invertendo
posições, não servindo o gap nem os valores máximos
atingidos para evitar que a vela feche em queda,
formando uma vela negra.

De qualquer das formas, não é uma quebra


suficientemente grande para provocar medo suficiente
aos bulls que continuam seguros por a vela ter fechado
ainda assim acima do gap que não foi preenchido em
relação à primeira vela, nem para dar força aos bears.

A terceira vela, contudo, acaba por aumentar o


sentimento bearish, ao criar um novo máximo mas ao
falhar ao mesmo tempo a tentativa de manter esses
níveis máximos até ao fim, fechando como vela negra
novamente, e ainda por cima fechando abaixo do Fecho
da vela anterior, criando assim uma Bearish Engulfing
Line, que é já por si um padrão bearish, mas
mantendo-se ainda acima do gap, vindo depois a
pertinente questão: “Se o mercado estivesse com força
para subir mais, porque falharia ao tentar manter-se ao
nível dos valores máximos que atinge, e fechando cada
vez mais abaixo?”.

A resposta é simples, a força dos bulls não é tanta como


se pensava, e assim que o mercado se apercebe disso,
e que futuras quebras se avizinham, o caminho seguinte
é o da descida, e novas quedas têm origem.

Concluindo, este é um padrão fácil de identificar, e que


frequentemente sinaliza uma reversão de tendência no
mercado, dando origem a uma nova tendência de

www.LivroDaBolsa.com Pág. 521


quedas, e que deverá sempre ser tido em conta pelos
traders.

Além disso, é um padrão bastante fácil de identificar, e


talvez não muito comum por vezes, o que faz ainda
mais com que seja notado pela maioria quando
aparece, especialmente em velas de períodos de tempo
superiores, pois como já vimos acima, velas com
períodos de tempo demasiado reduzidos retiram
importância aos padrões de Velas Japonesas que
possam acontecer nelas.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
HARAMI

www.LivroDaBolsa.com Pág. 523


NOTA: HARAMI
As velas Harami, cujo
significado será algo
Vamos agora ver um padrão extremamente comum e
como “Grávida” em muito importante também, as velas Harami, ou ditas
Japonês, é basicamente em Posição Harami.
um padrão composto por
uma vela que se forma Este é um padrão que indica um decréscimo no
dentro do intervalo de momentum e que implica normalmente que a tendência
preços ocupado pelo
corpo da vela anterior,
actual terminou, e é por isso um padrão de reversão.
estando assim a primeira
vela “grávida” da O termo “Harami” significa “Grávida” em Japonês, e
segunda. É mais ou este padrão é basicamente composto por uma vela que
menos o oposto dos se forma dentro do intervalo de preços ocupado pelo
padrões Bullish and corpo da vela anterior, ou seja o intervalo entre o valor
Bearish Engulfing Line,
dado que será a primeira
de Abertura e o de Fecho da vela anterior.
vela a cobrir a segunda e
não o inverso. Este Ou seja, este padrão é o mais ou menos o oposto do
padrão indica um Bullish e Bearish Engulfing Line, pois aqui a primeira e
decréscimo de segunda vela trocam de posições, não é a segunda vela
momentum e que irá cobrir a primeira, e sim a segunda ser coberta
normalmente indica que a
tendência actual
pela primeira.
terminou, sendo assim
um padrão de reversão. Também se usa a designação de “posição Harami”
Também se diz que uma quando uma vela está dentro do range do corpo da vela
vela está em “posição anterior, pelo que poderemos dizer que há um Inverted
Harami” quando está
dentro do range do corpo
da vela anterior.
www.LivroDaBolsa.com Pág. 524
Hammer em Posição Harami, por exemplo, se ele
estiver dentro desse range do corpo da vela anterior.

O termo Harami provém da ideia de que a primeira vela


poderá estar “grávida” da segunda vela, dando assim à
luz uma nova tendência, que virá após este padrão.

A primeira vela tem normalmente um corpo longo que


poderá ser branco ou negro, e a segunda um corpo
muito mais pequeno que o anterior e que tem
normalmente a cor inversa.

As sombras da segunda vela, não têm de estar contidas


no range do corpo da primeira para que seja
considerada de Harami, mas é preferível que estejam, o
que irá dar mais força ao padrão.

A segunda vela é formada normalmente por uma Doji


ou um Spinning Top, porque os Spinning Tops têm
pequenos corpos, mas quando a Harami é formada por
uma Doji, será nesse caso chamada de Harami Cross
(Cruz Harami), e aí iria aumentar a probabilidade da
tendência reverter, dando mais força ao padrão.

Em termos comportamentais a nível dos traders que


agiram nessa vela, não há muito a deduzir que explique
o porquê deste padrão ser normalmente sinal de
inversão de tendências, a não ser possivelmente o facto
de após uma vela longa no sentido da tendência actual,
aparecer uma vela que abre dentro do corpo da anterior
sem grandes movimentos e até revelando indecisão e
falta de força nos mercados, demonstrando sinais de
possível inversão e perda de força da tendência actual,
sendo que no caso de a vela Harami ser uma Doji Star,
ainda se poderia acrescentar que haveria indecisão
acrescida dos traders visível na vela, será natural
esperar-se uma inversão de tendência.

Concluindo, é uma vela bastante fácil de reparar e


identificar e que regra geral vem a sinalizar que a
tendência actual acabou e com isso ajudar-nos a decidir

www.LivroDaBolsa.com Pág. 525


a tempo e horas sobre que posição devemos tomar e
evitar assim possíveis prejuízos.

Claro que como foi dito nos exemplos anteriores, nada é


certo na Análise Técnica, pelo que nunca há garantias
de após este padrão existir mesmo uma inversão de
tendência, mas é um sinal bastante elucidativo de que
tal será bem possível de acontecer.

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EXEMPLOS EM GRÁFICOS REAIS

Vamos verificar agora alguns exemplos em gráficos


reais do mercado cambial:

Neste exemplo acima, retirado de um gráfico horário do


câmbio Euro/Dólar (EUR/USD), podemos identificar logo
no início uma Bearish Harami, que é aquela vela negra
(velas negras aqui pintadas de vermelho) que está em
posição Harami em relação à anterior, seguida de uma
pequena queda.

Após esse padrão, mais abaixo, podemos encontrar um


Martelo em posição Harami (como vimos acima que
outros padrões podem estar em posição Harami), com o
seu corpo dentro do range da vela anterior, e é bem
visível a subida de preços que ocorreram após este
padrão.

No fim da subida, deparamo-nos com uma Bearish


Harami, que acaba por parar a subida de preços e dar
origem a uma pequena e muito lenta descida, não
podendo ser considerada uma tendência de queda, mas
sim lateral, mas de qualquer das formas a tendência de
subida foi parada e os preços caíram um pouco depois,
durante um pequeno período de consolidação.

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Vejamos o seguinte exemplo:

Neste exemplo acima, retirado também de um gráfico


horário do câmbio Euro/Dólar, podemos ver o efeito de
dois padrões de velas Harami, primeiro uma Bullish
Harami que precede uma grande subida, e depois após
a subida, no topo, uma vela que atinge um novo
máximo mas que não deixa de ser uma Bearish Harami,
que é seguida posteriormente de uma queda.

Ambas as velas estão dentro do range dos corpos das


velas anteriores, sendo por isso consideradas de velas
Harami.

Em mais um exemplo, retirado também de um gráfico


horário do câmbio Euro/Dólar, começamos por ver uma
Piercing Line, uma vela branca longa que abre abaixo

www.LivroDaBolsa.com Pág. 528


do Fecho da vela anterior e fecha acima de mais de
50% do corpo da vela anterior, seguida de uma subida
que terminou com o início de uma queda de preços, que
teve origem numa Bearish Harami, que como podemos
ver tem o seu corpo dentro do range do corpo da vela
anterior e sendo uma vela negra, deu origem à queda
que se seguiu.

Vamos ver agora um exemplo com vários destes


padrões juntos no mesmo gráfico, e retirado de um
gráfico real dos mercados de Forex, para irmos vendo
alguns exemplos com cada vez mais interacção entre
estes padrões e o comportamento dos preços:

Neste exemplo, retirado novamente de um gráfico


horário do câmbio Euro/Dólar, podemos ver logo no
início uma Bearish Harami, seguida de uma quebra de
preços.

No fundo dessa descida, deparamo-nos com uma


Bullish Piercing Line, que dá um impulso aos preços
dando assim origem a uma nova subida.

A meio dessa subida, deparamo-nos a com uma Bearish


Harami que acabou por parar essa subida e deu origem
a uma pequena retracção nos preços.

Nessa retracção acabamos por ver dois padrões bullish


que deram origem a uma nova subida de preços, que

www.LivroDaBolsa.com Pág. 529


foram em primeiro lugar um Martelo (Hammer) seguido
imediatamente já numa subida de preços, por uma
Bullish Engulfing Line, que cobre todo o corpo da vela
anterior.

Estes dois padrões são seguidos por uma nova subida


de preços.

Agora outro exemplo:

Neste exemplo, retirado desta vez de um gráfico diário


do câmbio Euro/Dólar, deparamo-nos logo no início com
uma Bearish Harami a ditar uma queda de preços no
mercado, que encontra no fim dessa queda uma Bullish
Piercing Line, que é seguida de uma subida de preços.

Após essa subida, no topo, podemos encontrar uma


Bearish Harami que é seguida novamente de uma
queda, tal como outra mais à frente no topo seguinte.

Podemos encontrar também mais à frente duas Bullish


Engulfing Lines que verificam no mínimo uma subida na
vela seguinte, com uma Bearish Harami pelo meio que
apesar de não estar num topo, é indicada para motivos
de exemplo.

Por fim encontramos ainda uma Bearish Doji Harami (ou


Harami Cross), que dá origem ao retomo das quedas.

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Não são exemplos perfeitos, mas dá para se ter uma
percepção de como aparecem as velas que constituem
estes padrões em gráficos reais no dia a dia dos
traders.

Alguns nem seriam tomados em conta possivelmente


por não reunirem as condições ideais mas são muito
úteis para efeitos de demonstração.

Neste gráfico, visto ser diário e cada vela representar


um dia, e estarmos numa tendência mais lateral, é
possível não vermos grandes reacções aos padrões
como seria de esperar em outras ocasiões.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
ESTRELAS (HOSHI, OU STARS)

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ESTRELAS (HOSHI, OU STARS)

As Stars (ou “Estrelas”, em Português), indicam pontos


de reversão, e são padrões muito frequentes em
gráficos de velas, compostos de várias velas que juntas
formam esses padrões de reversão, bullish ou bearish,
que iremos estudar de seguida.

A única coisa que todos estes padrões têm em comum é


a própria estrela, aquela segunda vela que há no meio
do padrão que representa um topo ou um fundo de um
movimento de preços, e que podem ocorrer após uma
vela de corpo muito maior, mas onde os seus corpos
não se sobrepõem, havendo um gap entre os corpos
das velas (sem contar com as sombras, que se poderão
sobrepor).

Uma Star é uma vela com um corpo muito pequeno, tal


como um Spinning Top ou uma Doji, e que é a segunda
vela do padrão, sendo a que se encontra no meio do
padrão em gap e entre velas maiores.

As Stars podem ser de quatro géneros: Morning Stars


(Estrelas da Manhã), Evening Stars (Estrelas da Noite),
Doji Stars (Estrelas Doji) e Shooting Stars (Estrelas
Cadentes, que são como os Inverted Hammers, mas
com a diferença de acontecerem em gap em topos de
movimentos de preços).

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
ESTRELAS DOJI (DOJI STARS)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 534


ESTRELAS DOJI (DOJI STARS)

As Doji Stars (ou “Estrelas Doji”, em Português),


revelam indecisão, e indicam possíveis pontos de
reversão, ao aparecerem após uma tendência.

Nós deveremos esperar por uma confirmação (como


nos padrões que iremos ver a seguir) antes de
negociarmos baseados numa Doji Star, para que
saibamos com certezas se uma reversão devido a essa
Doji Star aconteceu ou não.

A primeira vela pode ser cheia ou vazia.

Este padrão acontece quando uma Doji surge após um


gap, acima da vela (no caso de ser uma Bearish Doji
Star), ou abaixo da vela (no caso de ser uma Bullish
Doji Star).

No primeiro exemplo acima, podemos ver uma Bearish


Doji Star, pois ocorre após uma subida, como podemos
ver pela vela branca longa que a antecede, abrindo essa
Doji com gap acima da primeira vela, e isto após uma
subida significativa, é um sinal bearish, antecipando
eventuais quedas.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 535


Nesse caso as próximas velas em princípio seriam de
queda, indicando assim que uma reversão na tendência
de preços aconteceu.

Devemos esperar sempre pela terceira vela para termos


a confirmação de que a reversão se deu, nestes
padrões.

Este padrão é também conhecido, quando seguido de


uma vela bearish a seguir à Doji Star, como Evening
Doji Star, como iremos ver mais abaixo.

No segundo exemplo vemos o oposto, uma Bullish Doji


Star, onde a Doji Star abre em gap abaixo da vela
anterior, que será uma vela negra longa, após uma
queda de preços significativa.

Nesse caso esperamos o inverso do primeiro exemplo,


esperamos que a terceira vela e próximas sejam bullish,
que haja uma subida de preços e dessa forma que se
verifique uma reversão de mercado, e o início de uma
nova tendência de subida (bullish).

Este padrão é também conhecido, quando seguido de


uma vela bullish logo a seguir à Doji Star, como
Morning Doji Star, como iremos ver mais abaixo.

Concluindo, e revendo o que já falámos anteriormente


sobre este padrão, uma Doji Star, sendo uma Doji, tem
os preços de Abertura e Fecho aos mesmos níveis, o
que revela indecisão por parte dos traders, o que aliado
ao facto de estar após um gap em relação à vela
anterior, faz essa indecisão pesar para o lado da
balança onde se situa a probabilidade de inversão de
tendência, visto estar num possível topo ou fundo de
mercado.

É um padrão muito fácil de identificar e que merece


sempre a máxima atenção quando aparece pois é muito
previsível o seu efeito nos mercados.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 536


PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
ESTRELAS CADENTES (SHOOTING STARS)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 537


ESTRELAS CADENTES (SHOOTING STARS)

As Shooting Stars (ou “Estrelas Cadentes”, em


Português), já foram estudadas mais acima de forma
isolada, e iremos aqui tratá-las sob a forma de padrões,
em conjunção com outras velas que as acompanham.

Uma Shooting Star, padrão bearish, como já vimos


acima, trata-se basicamente de uma vela, que se
caracteriza por ter um corpo pequeno e que aparece ao
fundo de uma grande sombra superior, ficando com o
aspecto de uma estrela cadente, que tal como o seu
nome lembra, é precursora de uma futura queda de
preços, e assim inversão de tendência, sendo um sinal
muito bearish.

A cor do seu corpo não é critica, mas é


preferencialmente negra, o que potenciaria o seu efeito
bearish no mercado.

Em relação ao comportamento dos traders, podemos


ver que nessa vela, após abrir em gap acima da vela
anterior, e após atingir novos máximos, os bulls não
têm poder para manter os preços máximos atingidos, e
segue-se uma série forte de vendas por parte dos
bears, possivelmente devido a serem atingidas fortes

www.LivroDaBolsa.com Pág. 538


resistências, ou mesmo devido ao interesse e
superioridade dos bulls se ter esgotado, demonstra uma
falta de força bullish, o que retira a maioria das
esperanças em se tentar novamente levar os preços
àqueles níveis após reacção tão negativa, pelo que são
normalmente esperadas quedas nas próximas velas.

Concluindo, é um sinal a que deveremos ter muita


atenção quando aparece, pois poderá significar a
diferença entre uma boa tomada de mais-valias ou
prejuízos.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 539


PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
ESTRELA DA MANHÃ (MORNING STAR)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 540


ESTRELA DA MANHÃ (MORNING STAR)

A Morning Star (ou “Estrela da Manhã”, em Português),


tal como se pode notar pelos exemplos acima, é um
padrão de reversão de fundos, padrão bullish, ou seja
uma formação de subida que costuma ser
potencialmente um fundo de mercado.

A Estrela da Manhã é precursora de um novo dia,


sinalizando assim o fim da noite (que fora representada
pelas velas negras como a noite, que representam por
sua vez as quedas), e o começo de um novo dia (que é
por sua vez representado por velas brancas como a
claridade do dia, que representam por sua vez subidas
de preço), sendo o novo dia, uma nova tendência de
subida que acontece após a Morning Star.

Este padrão é bullish e acontece após uma queda de


preços significativa, e é composto por duas velas
grandes separadas por um Spinning Top (se fosse por
uma Doji Star, seria considerada uma Morning Doji
Star, que veremos abaixo).

A primeira vela, é uma vela longa negra, que é seguida


por uma outra, que forma uma Star, ou seja, a estrela,
que é basicamente nada mais do que um Spinning Top,

www.LivroDaBolsa.com Pág. 541


que poderá ser uma vela branca ou negra, e que tem
um gap entre o seu corpo e o da vela anterior, abrindo
abaixo dessa vela anterior.

O ideal seria que a terceira vela fosse uma vela branca


que abrisse preferencialmente em gap em relação à
segunda, apesar de não ser condição obrigatória, e de
ser mais raro acontecer, sendo o padrão válido na
mesma sem esse gap.

Esta terceira vela confirma a reversão de preços, e


marca o início de uma nova subida de preços, uma nova
tendência bullish que regra geral não desilude quem
apostou na força deste padrão.

É ainda de notar que a última vela deverá fechar acima


do ponto médio da primeira vela.

Há um padrão existente nos gráficos de barras, que é


parecido com este, que é o padrão de Ilha (Island).

O padrão por defeito tem um gap entre a primeira e a


segunda velas, e para ser o padrão ideal existiria
também um gap entre a terceira vela e a segunda,
apesar de ser mais raro acontecer e não ser condição
obrigatória.

Uma regra a ter em conta, é a de que quanto mais


longas forem a primeira e terceira velas, mais força terá
o movimento de reversão, porque representa uma
mudança muito severa no sentimento dos traders,
especialmente a terceira vela, que quanto maior,
melhor.

Outra regra a ter em conta, e esta diz respeito às Stars


deste género, é a de que, quanto maior for a indecisão
que a estrela ilustre, como por exemplo ter os níveis de
Abertura e de Fecho iguais, maiores serão as
probabilidades de que uma reversão irá ocorrer, tal
como quando a segunda vela é uma Doji, como
veremos no padrão seguinte.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 542


Em termos de comportamento dos traders que intervêm
neste padrão, a explicação sobre o facto deste padrão
resultar numa inversão, também é fácil de explicar,
entre outras.

Se depois de virmos surgir um pequeno gap após uma


queda acentuada, o que poderia indiciar uma queda
com mais força ainda, afinal verificarmos que a vela que
veio a seguir teve pouca oscilação, fazendo uma Star,
demonstrando assim muita indecisão no mercado, ou
visto de outro ponto de vista, um empate entre os bulls
e os bears (especialmente se essa for uma Doji Star), e
logo a seguir aparecer uma vela branca longa (quando
mais longa melhor) a mostrar que houve uma grande
subida após a segunda vela que demonstrava muita
indecisão, não seriam precisas muito mais provas para
percebermos que a tendência se inverteu, sendo por
esse um padrão muito fácil de encontrar e poderoso,
que deveremos ter sempre em conta.

Concluindo, este é um padrão bonito e optimista, até


pelo nome, fiável (até porque tem confirmação na
terceira vela), e ao mesmo tempo poderoso e fácil de
encontrar e reconhecer, outro padrão que se deve ter
sempre bem vindo pelos bulls e temido pelos bears.

Vejamos um exemplo de uma Morning Star:

www.LivroDaBolsa.com Pág. 543


Neste exemplo, retirado de um gráfico horário do
câmbio Euro/Dólar, encontramos bem visível uma
Morning Star, que por pouco seria uma Morning Doji
Star, pois tem o valor de Abertura e o de Fecho bem
próximos, e que é um padrão bullish.

Não é fácil de analisar o padrão por este exemplo, nem


é um exemplo perfeito do mesmo, apesar do padrão ser
aceitável, mas é complicado encontrar exemplos
perfeitos deste padrão em gráficos horários deste
câmbio, mas chega para o demonstrar num gráfico real,
e é ainda mais aceitável nesta obra devido a ser
retirado do Forex, onde nem todos os padrões devem
ser levados à letra de forma milimétrica, por motivos
que serão explicados posteriormente, sendo que por
essa razão quase que o poderíamos utilizar para um
exemplo de uma Morning Doji Star, algo que será
explicado posteriormente, quase se parecendo mais
com uma Morning Doji Star do que com uma simples
Morning Star possivelmente devido ao tamanho das
sombras da Estrela e à pequenez do corpo da mesma.

De qualquer maneira, o pouco tamanho do corpo da


vela da Estrela dá-lhe mais potencial bullish, porque
quanto mais indecisão for revelada pela mesma, mais
potencial de subida tem o padrão, como veremos no
padrão seguinte.

Seguido desse padrão, composto pela duas velas longas


com uma Estrela no meio, encontramos logo um outro
padrão que designamos por Martelo (Hammer), ao qual
é bom dar relevo, pois é um padrão bullish também que
podemos encontrar antes do início da subida e que
contribuiu para a mesma, e que foi relativamente forte
por sinal.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 544


PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
ESTRELA DOJI DA MANHÃ (MORNING DOJI STAR)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 545


ESTRELA DOJI DA MANHÃ (MORNING DOJI STAR)

Uma Morning Doji Star, significa algo como “Estrela Doji


da Manhã” ou “Estrela Doji da Manhã”, e é em tudo
igual ao padrão que vimos anteriormente, o Morning
Star, com a diferença de a Star em si, ser uma Doji
Star, tendo os valores de Abertura e de Fecho iguais,
em vez do Spinning Top que encontrámos como Star no
padrão anterior.

Este padrão é ainda mais significativo, fiável e poderoso


que o Morning Star normal anteriormente descrito, pelo
que quando acontece, é um sinal ainda mais relevante
que o da Morning Star, e deveremos prestar muita
atenção ao mesmo.

A razão do aumento de relevância prende-se ao facto


de que, tal como foi estudado no padrão anterior,
quanto maior a indecisão demonstrada pela Star,
maiores as probabilidades de acontecer a reversão, e
nada mais indeciso dentro das Stars do que uma Doji
Star, pois tem os preços de Abertura e Fecho com o
mesmo valor.

Vamos ver agora um exemplo de uma Morning Doji


Star, que pelo que vemos tem uma Doji Star no meio

www.LivroDaBolsa.com Pág. 546


em vez de um Spinning Top como deveria ter na
Morning Star normal, o que revela mais indecisão na
vela e torna o padrão mais relevante:

Neste exemplo, retirado de um gráfico com velas de


cinco minutos do câmbio Euro/Dólar, poderemos ver um
óptimo exemplo do que é uma Morning Doji Star,
mesmo entre os dois movimentos de preço, marcando
uma reversão, e com dois gaps bem visíveis, sendo o
que está entre a vela negra e a Doji Star um gap a nível
dos corpos das velas, e o que está entre a Doji Star e a
última vela um gap perfeito onde nem as sombras das
mesmas se tocam, o que dá ainda mais força à subida
que se segue.

Agora é de ter em atenção que esta Morning Doji Star


foi retirada de um gráfico com velas de cinco minutos,
pelo que não será tão relevante este padrão como uma
Morning Doji Star retirada de um gráfico com velas
horárias, ou melhor ainda, com velas diárias, pela razão
simples de que quanto menor o período das velas,
menos relevantes são, e mais errático será o seu
comportamento, tal como menor será a sua
importância, pois um padrão de três velas que leva
quinze minutos a ser formado não tem o mesmo poder,
relevância e importância que um que levou três dias a
ser formado.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 547


Contudo, há vários padrões de Velas Japonesas que
acontecem em velas de cinco minutos e acabam por ter
a sua relevância e correr como se espera, mas
continuam a ser menos relevantes que outros períodos
maiores.

Em velas de um minuto por exemplo, em que o padrão


até pode acontecer devido ao acaso, ainda menos
seriam de ter em conta estes padrões.

O gráfico exposto em velas de cinco minutos foi


escolhido devido à maior facilidade de encontrar este
tipo de padrões com escalas de tempo mais pequenas,
e devido à importância de se demonstrar o padrão em si
em representação gráfica mais do que propriamente
mostrá-lo em escalas de tempo superiores.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
ESTRELA DA NOITE (EVENING STAR)

www.LivroDaBolsa.com Pág. 549


ESTRELA DA NOITE (EVENING STAR)

A Evening Star, que em Português se traduz facilmente


para “Estrela da Noite”, é um padrão bearish.

Ao contrário da Morning Star, que seria a estrela da


manhã, e que lembra a luz do dia, e com isso velas
brancas, e o consequente optimismo em relação ao
mercado, prevendo futuras subidas, a Evening Star,
lembra a noite com o seu céu negro, e com isso velas
negras, e o consequente pessimismo em relação ao
mercado, e prevê futuras quedas de preços.

Este padrão tem as características opostas às da


Morning Star que estivemos a ver acima, e é no fundo
um padrão bearish de reversão de topo, ou seja, é
potencialmente um topo de mercado.

A Evening Star é a precursora da noite, e acontece após


uma subida significativa, e o seu padrão é constituído
por duas velas separadas por um Spinning Top, tal
como na Morning Star, com a diferença de aqui o
Spinning Top se encontrar não abaixo mas acima das
duas velas, em gap em relação à primeira, sendo
opcional o gap do Spinning Top em relação à terceira,
mas se estiver, potenciará o seu efeito bearish.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 550


A sua primeira vela será uma vela longa branca,
seguida de uma segunda, que será uma Star,
constituída por um Spinning Top, que poderá ser tanto
uma vela branca como negra, e que está em gap acima
da primeira vela, sendo a terceira vela uma vela negra
que confirma a reversão, com uma queda de preços.

A última vela deverá fechar abaixo do ponto médio da


primeira vela para que seja aceite como uma Evening
Star.

Em relação ao comportamento dos traders, é


basicamente o oposto do que acontece com a Morning
Star, havendo um gap acima da primeira mas que não
dá frutos, e há um empate entre bulls e bears,
revelando muita indecisão, acabando por pender essa
batalha para os bears fazendo os preços caírem na
terceira vela que é negra, são provas óbvias de que o
movimento de subida de preços acabou e deu origem a
um novo movimento bearish.

É um padrão fácil de reconhecer que acontece por vezes


nos topos de mercado e face a eles deveremos ficar
sempre prontos para novas descidas, e ter cuidado com
as nossas posições, porque após um padrão desses, a
queda de preços é muito provável.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
ESTRELA DOJI DA NOITE (EVENING DOJI STAR)

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ESTRELA DOJI DA NOITE (EVENING DOJI STAR)

Uma Evening Doji Star, significa algo como “Estrela Doji


da Noite”, e é em tudo igual ao padrão que vimos
anteriormente, o da Evening Star, com a diferença de a
Star em si, ser uma Doji Star, tendo os valores de
Abertura e de Fecho iguais, em vez do Spinning Top que
encontrámos como Star no padrão anterior.

Este padrão é ainda mais significativo, fiável e poderoso


que a Evening Star normal anteriormente descrita, pelo
que quando acontece, é um sinal ainda mais relevante
que a Evening Star, e deveremos prestar muita atenção
ao mesmo.

A razão do aumento de relevância prende-se ao facto


de que, tal como foi estudado no padrão anterior,
quanto maior a indecisão demonstrada pela Star,
maiores as probabilidades de acontecer a reversão, e
nada mais indeciso dentro das Stars do que uma Doji
Star, pois tem os preços de Abertura e Fecho com o
mesmo valor revelando assim muita indecisão.

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Vamos ver agora dois exemplos de uma Evening Doji
Star, que pelo que vemos tem uma Doji Star no meio
em vez de um Spinning Top como deveria ter na
Evening Star normal, o que revela mais indecisão na
vela e torna o padrão mais relevante:

E agora o segundo exemplo:

Nestes dois exemplos, o primeiro retirado de um gráfico


horário e o segundo de um gráfico diário, ambos do
câmbio Euro/Dólar, podemos ver exemplos de Evening
Doji Stars em dois gráficos reais retirados do mercado,
e podemos verificar como após este padrão, os
movimentos de subida dão origem a novos movimentos
de queda de preços, invertendo assim a tendência para

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uma nova tendência bearish, ou não fosse este padrão
um padrão bearish também.

É frequente encontrar este tipo de padrões no dia a dia


nos mercados.

Vejamos outro exemplo:

Neste exemplo, retirado de um gráfico com velas de


cinco minutos do câmbio Euro/Dólar, podemos ver dois
padrões de Dojis já estudados, primeiro uma Evening
Doji Star que marca o fim de uma subida e o começo de
uma descida, e depois uma Dragonfly Doji, que marca o
fim de uma descida e o começo de uma nova subida.

Apesar de ser um gráfico com velas de cinco minutos e


por isso os padrões não serem tão fiáveis como em
períodos de tempo superiores, continuam a ser por
vezes importantes na detecção de possíveis fundos e
topos em movimentos a muito curto prazo como estes
movimentos de preço vistos acima que duram por vezes
pouco mais de meia hora.

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PADRÕES DAS VELAS JAPONESAS
CONCLUSÃO SOBRE AS VELAS JAPONESAS

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CONCLUSÃO SOBRE AS VELAS JAPONESAS

Como pudemos verificar, através da simples


interpretação de preços sob a forma de gráficos,
podemos obter preciosas informações sobre quem está
a comandar o mercado (os bulls ou os bears), e quais
parecem ser as suas intenções futuras.

Usando as Velas Japonesas, podemos obter essa


informação de uma forma muito mais fácil e rápida, e
detectar certos padrões que não seriam tão fáceis de
descobrir com outros tipos de gráficos.

As Velas Japonesas enfatizam muito bem padrões que


não são tão fáceis de visualizar à partida noutras
formas de representação gráfica como por exemplo nos
Gráficos de Barras OHLC, mesmo com esforço em
alguns deles, devido à forma como elas tão bem
evidenciam a relação entre o preço de Abertura e o
preço de Fecho, além do intervalo percorrido pelos
preços em cada vela, na forma como as próprias velas
são desenhadas.

Como as Velas Japonesas só podem ser construídas


com dados que incluam os preços de Abertura, elas não
podem ser aplicadas a todos os mercados, pois há
mercados em que o preço de Abertura não é registado
nem usado, mas também já estudámos uma forma de
adaptar os dados para que possamos ver gráficos

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desses mercados sob a forma de Gráficos de Velas
Japonesas.

Questões importantes sobre os padrões das velas

NOTA: Há uma coisa importante que devemos ter em conta


Ao contrário dos
relação tanto como ao Forex como às periodicidades
mercados que fecham inferiores a um dia, que é relativo aos gaps e outros
todos os dias para abrir padrões.
no dia seguinte, como os
mercados bolsistas onde Em primeiro lugar os gaps: num activo financeiro
é normal o surgimento de normal, como acções na Bolsa, podemos ter facilmente
gaps de um dia para o
outro, há mercados como
gaps, porque as Bolsas fecham diariamente a um certo
o Forex onde tal não horário e ao abrirem desta forma no dia seguinte a uma
acontece, por estarem certa hora, os preços podem assim abrir bastante acima
abertos 24 horas por dia, ou abaixo, criando os chamados gaps devido às
sendo assim difícil o mudanças no equilíbrio entre as forças da Oferta e da
surgimento de gaps que
não sejam após um fim
Procura enquanto esteve a encerrada a sessão.
de semana. Desta forma,
e não sendo normal a Assim, em activos financeiros presentes em bolsas que
existência de gaps nestes fecham ao fim do dia, será normal a existência de gaps,
mercados, ou até mesmo mas em mercados como o Forex, em que os mercados
em mercados como o estão abertos 24 horas por dia e só fecham aos fins de
bolsista mas em períodos
de tempo inferiores a um
semana, não é muito fácil de nascer um gap, dado que
dia em acções de elevada como são mercados com muita liquidez, não nascerão
liquidez, como períodos por norma gaps a não ser ao fim de semana.
horários, a
obrigatoriedade da Desta forma, não sendo comum a existência de gaps no
existência de gaps em Forex em velas diárias ou superiores, e também
certos padrões
mencionados acima deixa
inferiores, não podemos interpretar certos padrões da
de existir, podendo assim mesma forma como o faríamos com acções e outros
esses padrões serem activos, ou seja, as regras de cada padrão não devem
válidos mesmo sem os ser interpretadas à letra.
gaps que normalmente
lhes seriam exigidos para Assim, se um padrão como a Morning Doji Star exigir
que fossem considerados
como tal. Assim será
que por exemplo a segunda vela feche em gap em
normal considerar como relação à anterior, sabendo nós que no Forex tal não
Estrela Cadente ou uma acontece facilmente, deixa de ser obrigatório o gap para
Estrela da Noite um que o padrão possa ser considerado uma Morning Doji
padrão onde não existe Star, por exemplo.
gap se nos referirmos a
um par cambial ou a uma
acção de elevada liquidez
em periodicidade horária.
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Assim, podemos dizer que um padrão só é válido se
tiver um gap numa certa vela, menos no Forex, por
sabermos que se no Forex não existirão facilmente
gaps, não podemos exigir que existam gaps para a
formação dos padrões, e assim os padrões serão
validados mesmo sem terem gaps.

É por isso que em vários exemplos acima os gaps


apresentados em Forex eram muito pequenos ou
praticamente milimétricos, quase não existindo, por ser
difícil surgir um nos gráficos de Forex fora dos fins de
semana, em velas iguais ou superiores a uma hora.

E dizemos em velas iguais ou superiores a uma hora


porquê?

Porque em periodicidades inferiores, como talvez a de


cinco minutos, e especialmente se forem velas de um
minuto, já será possível ver alguns muito pequenos
gaps, e daí terem sido escolhidos vários gráficos em
velas de cinco minutos para os exemplos dos padrões
que necessitavam demonstrar um padrão com algum
gap, porque em velas de cinco minutos já é normal
encontrarmos alguns.

Quanto maior a periodicidade, mais difícil é termos gaps


em mercados de Forex, mas curiosamente, também só
encontraremos gaps mais facilmente em velas diárias
ou de periodicidade superior causados por efeito dos
fins de semana.

Da mesma forma podemos dizer que, em velas diárias,


as acções podem ter gaps facilmente porque fecham
entre o fim do dia e o dia útil seguinte por norma, mas
se estivermos a analisar acções com velas de quatro
horas, ou uma hora, ou menos, ou seja, velas inferiores
à periodicidade de um dia, não podemos esperar que
hajam gaps facilmente se forem acções de elevada
liquidez, dado que entre cada vela os mercados não
fecham, pelo que poderemos desculpar a falta de gaps
em alguns padrões que exijam gap devido a ser difícil

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aparecerem padrões com gaps em velas que não têm
intervalo de tempo entre si.

Por esta razão é que não foi possível escolher exemplos


reais melhores para certos exemplos demonstrados
antes nesta obra, e é por essa razão também que a
exigência de gaps para validar padrões nem sempre
será necessária.

Outra coisa que devemos ter em atenção, e neste caso


em relação a mercados como o Forex, é a incoerência
de dados entre corretoras.

Por um lado, podemos ter corretoras em locais


diferentes, como uma na Europa e outra nos Estados
Unidos, que ao terem horários diferentes, e sendo um
mercado aberto 24 horas ao dia, criam as suas próprias
velas diárias com base nos seus próprios horários.

Desta forma, enquanto que num país no fim do dia a


vela diária fechou como sendo uma vela longa branca,
no outro país onde o dia termine por exemplo apenas
seis horas depois depois, já poderá a vela diária do
mesmo dia terminar não como uma vela branca longa
mas sim uma vela negra longa, porque simplesmente
são velas diárias criadas em horários diferentes.

Assim, para que se faça uma Análise Técnica de certa


forma universal que possa ser interpretada de igual
forma em todo o mundo, deveremos tentar analisar
gráficos com periodicidades de uma hora, ou quatro
horas, ou outra abaixo de um dia, desde que a
periodicidade seja abaixo de um dia, porque em todos
os países as horas começam e terminam no mesmo
momento, os dias é que não.

Também poderá ser algo aceitável a análise de gráficos


em velas semanais ou mensais, onde as diferenças
serão poucas também, mas o ideal são as
periodicidades abaixo de uma hora para análises a curto
e mesmo médio prazo.

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NOTA: Desta forma teremos a certeza de que se a vela fechar
Outro factor a ter sempre
como uma vela branca muito longa, noutro país verão o
em conta no Forex e que mesmo, e a análise que fizermos a um gráfico que será
nos obriga a dar alguma assim mais universalmente válida, e terá também mais
tolerância de erro na probabilidades de nos ajudar a prever movimentos
detecção de padrões ou futuros de preços.
mesmo estudos de linhas
e outros indicadores, é o
de que as corretoras, ao
Mas há outra coisa que não nos podemos esquecer, que
criarem as velas com os é o de como foi falado algumas frases atrás, as
seus sistemas, podem ter corretoras de Forex, criarem as suas próprias velas
valores que diferem entre baseadas nos seus horários e nos seus sistemas.
si, mesmo em velas tão
pequenas quanto velas de Assim, uma vela horária pode fechar num valor de
um minuto, e ainda mais
nas superiores. Assim, é
1.2000 e outra na mesma cidade e numa corretora que
normal termos uma se situa cem metros ao lado ter uma vela horária que
cotação de 1.2000 numa feche no valor de 1.2002 e outra fechar a 1.1998, etc.
vela de um minuto numa
corretora, e 1.1998 Isto acontece porque, não só corretoras com servidores
noutra, e por exemplo de certas plataformas podem ter horários diferentes, e
1.2002 noutra. Por vezes
bastam atrasos de
basta um décimo de segundo de atraso para os preços
centésimos de segundo mexerem nos exemplos dados dois ou três ou mais pips
nos sistemas dessas em Forex, como também pode haver um atraso na
corretoras para chegada de dados às diferentes corretoras por vezes ou
permitirem essas até falhas de comunicação, que farão com que tenham
discrepâncias de preços,
ou devido a problemas de
dados diferentes.
comunicação, entre
outros. Como se não Existem até corretoras que decidem incorporar os
bastasse, há também valores dos seus spreads nos valores das suas velas,
corretoras que alterando-as assim em relação a corretoras que não o
incorporam os valores fazem, e assim até os próprios valores de Máximo e
dos seus spreads nas
próprias cotações,
Mínimo de velas de certas corretoras poderão ser
alterando assim ainda alterados.
mais os valores das
mesmas. Assim, é normal Desta forma, em Forex, as corretoras não terão os
existirem diferenças de históricos de cotações 100% iguais, tendo assim
cotação até em velas de discrepâncias, o que pode fazer com que o mesmo
um minuto, pelo que
devemos ser tolerantes
sistema de trading mecânico dê mais lucro num
em relação a padrões e histórico de uma corretora do que noutro de outra, e
estudos, e assim poderá também fazer com que um utilizador de uma
devemos pensar que não corretora esteja a ver um padrão de Morning Star
serão dois ou três pips a enquanto que outro esteja a ver um padrão de Morning
mais ou a menos que nos
estragarão um padrão ou
estudo de linhas. www.LivroDaBolsa.com Pág. 561
Doji Star, ou ainda com diferenças maiores, como
padrões distintos, ou um ver um padrão e outro não.

Estas pequenas diferenças de pips entre corretoras


podem também fazer com que um veja um gap e outro
não, entre mil e uma outras possíveis discrepâncias.

É por isso que foi referido ao longo desta obra que é


importante que os leitores percebam que não é
necessário haver exactidão milimétrica na forma como
são identificados padrões, mas sim dando atenção ao
padrão assim, e foi por isso dito em exemplos acima
como em Morning Stars, em como uma vela poderia ser
chamada de Morning Star ou mesmo interpretada
também de Morning Doji Star apesar de o corpo da vela
ter uns dois ou três pips de diferença entre os seus
valores de Abertura e de Fecho, porque numa corretora
pode estar de uma forma, noutra de outra, por isso não
deverá ser interpretado o padrão de forma milimétrica,
e assim se a vela tem sombras grandes e apenas dois
ou três pips de diferença entre o valor de Abertura e o
de Fecho, poderemos tomar a liberdade de a considerar
como uma possível Doji em vez de Spinning Top,
mostrando assim alguma tolerância.

Mesmo em acções, com cotações aceites e


sincronizadas por igual em todo o mundo, à excepção
de eventuais erros claro está, mesmo em acções e
outros activos, em que sabemos estarem certas as
cotações, mesmo aí deveremos evitar identificar
padrões ao milímetro.

Desta forma, não podemos dizer "se estivesse apenas


um pip mais abaixo era um gap, mas como está a tocar
por um pip na vela anterior não é um gap e o padrão
não é válido", quando tudo bate certo menos esse pip
de diferença que o destino quis que falhasse.

Assim, se um padrão não tiver tudo a bater certo de


forma a ser um padrão que reconheçamos por algum
nome, mas que bata quase tudo certo ou que pareça

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esse padrão e não o seja tecnicamente, mesmo assim
podemos e devemos dar atenção ao mesmo, como se o
padrão fosse realmente válido, pois se o padrão é
parecido, os princípios em que nos baseamos para
classificar o padrão como bullish ou bearish com base
no comportamento dos traders identificado pela
actividade das velas, serão os mesmos, apesar de
terem aspectos gráficos diferentes, e as teorias
aplicam-se assim da mesma forma.

NOTA: Podemos ir até mais longe e dizer que se alguém vir


Concluímos assim, que
uma vela que individualmente é nitidamente uma
não só nas Velas Estrela Cadente, mas que não está em gap por alguma
Japonesas como também razão por estar dois ou três pips dentro do range de
noutros métodos de preços da vela anterior, mas que de resto tem todas as
representação gráfica, ou condições, poderemos tratá-la como se fosse uma
indicadores, ou mesmo
linhas de tendência ou
Estrela Cadente, apesar do padrão não ser perfeito, e aí
suporte ou resistência, não ser tão potencialmente poderoso como
entre outros, não desejaríamos, mas ser o suficiente para o respeitarmos
devemos levar tudo como se de um padrão perfeito de Estrela Cadente
100% à risca, pois não fosse.
será um mísero pip a
mais ou a menos que
alterará o sentido de um
Concluí-se assim com estes últimos alertas, que não
padrão que vemos num devemos levar 100% à letra as regras que nos levam a
gráfico, ou que fará com identificar padrões, e devemos ter alguma tolerância a
que uma resistência deixe pequenos defeitos dos mesmos, pois se levarmos tudo
de ser válida ou não. 100% à letra de acordo com as regras, poderemos
Algum grau de tolerância
é obrigatório.
perder várias oportunidades de lucro, porque nos
mercados os padrões não são todos perfeitos, há que
saber reconhecer padrões onde eles existem, e onde
eles quase que existem.

E assim acaba a nossa incursão pelo mundo das Velas


Japonesas.

Poderá o leitor sempre aumentar o seu conhecimento


neste tema através da leitura de alguns livros
específicos, dedicados inteira e exclusivamente a esta
matéria posteriormente.

www.LivroDaBolsa.com Pág. 563


E assim chega ao fim este pequeno livro introdutório à
Análise Técnica, que se espera seja útil ao leitor.
Trata-se apenas do princípio de um grande caminho que
terá de ser percorrido por quem queira dominar a
Análise Técnica, ferramenta tão importante para a
tomada de decisões certas no momento de investir.
Quanto a futuros volumes deste livro, pode-se dizer que
inicialmente estavam previstos cerca de duzentos
tópicos e menos de um décimo foram abrangidos por
este volume, sendo por isso possível a surgida de novos
volumes no futuro, dependendo também da
receptividade dos leitores a esta obra.
Quando às formas de dar feedback ou entrar em
contacto com o autor, poderão encontrá-las no sítio
web do livro:

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«Stop going for the easy buck and start producing something
with your life. Create, instead of living off the
buying and selling of others.»
Carl Fox, Wall Street

©2005-2011 Gonçalo Ferreira


(Todos os direitos reservados)

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