Introdução

BILL JOHNSON

E u estava no aeroporto da fria Vancouver, no Canadá, com

Mike, associado da Igreja Bethel, em Redding, Califórnia.
Esperávamos em fila na cafeteria Starbucks (um de meus lugares
favoritos). Enquanto eu aguardava a xícara de café quente e me
deleitava com os aromas, vistas e sons familiares do café, percebi
que Mike estava demorando muito no caixa. Não me ocorreu
que estivesse acontecendo algo importante. Estava lá simples-
mente pegando café enquanto esperávamos nosso próximo voo.
Então, eu o vi segurar a mão da moça do caixa, os dois fecha-
ram os olhos e abaixaram a cabeça em oração. Quando ter-
minaram, Mike juntou-se a mim e explicou o que acabara de
acontecer. Enquanto fazia o pedido, ele viu um espírito de suicídio
sobre a moça do caixa; então, começou a ministrar à jovem a fim
de quebrar esse poder. Ela concluiu: — Deus o enviou aqui hoje.
Fui pego desprevenido. Só pensara no café! Esquecera por um
momento as coisas mais importantes da vida. É fácil fazer isso.
Nossa mente desvia-se para as questões do dia a dia, nossa fé se es-
vai de maneira tão sutil que nem percebemos isso acontecendo e,
pouco a pouco, começamos a pensar de modo “prático”, inclinan-
do-nos à sabedoria natural, em detrimento da realidade do Reino.
Café espiritual: reprograme o poder de Deus em sua vida

Habacuque 2.2 diz: “Escreva isso [o que você está vendo] em

letras blocadas bem grandes, para que possam ser lidas até por
quem passa correndo” (A Mensagem). As pessoas precisam de
motivação para seguir em frente. Essa é a principal razão pela
qual viajo, e falo, e escrevo tanto quanto consigo. Quero forne-
cer aos outros o combustível de que precisam para se levantar e
continuar em frente na vida. Quero que tenham qualquer que
seja a revelação que me foi concedida, da mesma maneira que me
alimento da revelação que me é transmitida por outros. Para par-
ticipar do trabalho ativo e impressionante do Reino, não pode-
mos remar, remar, remar levando nosso barco rio abaixo com
gentileza; temos de correr!
Faço conforme Habacuque aconselha. Escrevo ideias a res-
peito de Deus sobre minha vida sempre que me são reveladas.
Marco e sublinho minha Bíblia de todas as maneiras. Escrevo
em cartões as profecias que recebo e as carrego sempre comigo.
Gravo-as em meu computador. Ponho papéis adesivos no painel
do carro. Às vezes, espalho-os por toda a igreja para que, en-
quanto caminho e oro por ali, veja notas lembrando o que Deus
está dizendo. Mantenho um diário para que meus filhos e netos
vejam o que Deus fez no período de minha vida terrena. Temos
até um membro da equipe da igreja dedicado a registrar os mi-
lagres que acontecem em nossa igreja, ou por intermédio dela,
e com as pessoas de nossas equipes ministeriais. Quero que as
pessoas conheçam as grandes e poderosas obras do Senhor muito
depois que tivermos partido, a fim de que possam levar a visão
ainda mais adiante.
Logicamente, um registro escrito só é útil quando você o revê.
Re quer dizer “voltar” e ver quer dizer isso mesmo, “ver”. Voltar às
promessas de Deus até que você possa ver! Não se trata de pensa-
mento positivo ou imaginação para acreditar erroneamente em
alguma realidade alternativa. Significa meditar no que Deus diz
até entender completamente e estar de total acordo. É contar
uns aos outros as histórias de Deus que tendem a desvanecer se
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 Introdução

não as revirmos. O testemunho da obra do Senhor nos ajuda a

lembrar quem é Deus, como é sua aliança e quem ele pretende
ser em nossa vida. Todo testemunho de sua obra na vida de al-
guém é uma profecia para os que têm ouvidos para ouvir.
Vários membros da Igreja Bethel e eu compilamos este livro
porque queríamos mostrar a você a riqueza espiritual que com-
partilhamos ao longo dos anos em muitos cenários. É como se
tivéssemos preparado uma xícara de um saboroso café para você.
Cada vez que você tomar mais alguns goles, ficará aquecido e
com energia para enfrentar a vida com eficácia espiritual reno-
vada. À medida que você ler e considerar cada um destes breves
capítulos, oramos para que cada um deles possa ser como um café
espiritual para a sua alma.

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 Capítulo 1 

Fé agressiva 

BILL JOHNSON

O Espírito Santo vive no meu espírito e no seu. Esse é nos-

so lugar de comunhão com Deus. Quando aprendemos a
receber de nosso espírito, aprendemos como ser guiados pelo
Espírito. Quando somos receptivos ao Espírito Santo em nosso
interior, aprendemos como operar pela fé. “Pela fé entendemos”
(Hebreus 11.3).
“A fé vem por se ouvir” (Romanos 10.17), não por ter ouvido
falar. É ouvir o coração, no tempo presente, que está pronto para
o depósito de fé do céu. Toda a natureza da fé implica um rela-
cionamento atual com Deus. A ênfase está em ouvir — agora!
Tenho certeza de que você já viveu a experiência de ler a
Bíblia e um versículo saltar a seus olhos. Isso dá vida e encora-
jamento, embora você não pudesse antes, de maneira alguma,
ensinar sobre o versículo nem o explicar. O que aconteceu foi o
seguinte: seu espírito recebeu do Espírito Santo o poder doador
de vida da Palavra (v. 2Coríntios 3.6).
Quando você aprende a receber de seu espírito, sua mente tor-
na-se aprendiz e, portanto, está submissa ao Espírito Santo. Pelo
processo de revelação e do exercício de fé, sua mente, no fim, al-
cança entendimento. A fé reflete as realidades do mundo de Deus
em nós. Fé é a substância do reino invisível (v. Hebreus 11.1).
Café espiritual: reprograme o poder de Deus em sua vida

Se entro em uma pizzaria e peço uma pizza, recebo um papel

e um número que tenho de deixar em lugar visível sobre a mesa.
Um estranho pode anunciar que ninguém me dará pizza nenhuma.
Mas posso simplesmente apontar para o número e dizer: “Quando
a pizza número 52 estiver pronta, ela é minha”. Esse número é a
substância da pizza esperada. Se o camarada me disser que meu nú-
mero não é bom, posso apontar para meu papel. Ele ratifica o valor
do número. Quando minha pizza estiver pronta, o garçom olhará
ao redor à procura de meu número e a trará para mim.
Como o produto do céu sabe onde aportar? Ele procura a
substância — o número. Fé é a moeda do céu. Minha recompen-
sa foi paga. Meu papel (contido na Bíblia) confere-me direito ao
número e à recompensa.
Esse tipo de fé é agressivo por natureza. Tem foco e propósito.
Agarra-se firmemente à realidade do Reino e, de forma vigorosa, até
mesmo violenta, o faz colidir com este reino natural, inferior, terre-
no, que não se pode manter contra ele. “O Reino dos céus é tomado
à força, e os que usam de força se apoderam dele” (Mateus 11.12).
Isso não quer dizer que nossa fé precisa ser barulhenta. Os
demônios sabem a diferença entre pessoas corajosas e agressivas
por causa de sua fé e as que estão apenas acobertando seus me-
dos com comportamento agressivo. Os cristãos com frequência
tentam esconder sua imaturidade e seu medo quando expulsam
demônios — gritando ameaças, chamando a ajuda de anjos, ace-
nando as mãos e tudo o mais.
Nossa autoridade, porém, vem da verdadeira fé, que é en-
contrada no descanso. Descanso pacífico é o clima no qual a fé
cresce. (V. Hebreus 3.11—4.11.) O Príncipe da Paz logo esma-
gará Satanás sob seus pés! (V. Romanos 16.20.) Coração (espí-
rito) que encontra descanso nele pode prevalecer sobre tudo o
que não se origina no Príncipe da Paz.
Dois homens cegos que ficavam sentados à beira da estrada
chamaram por Jesus. As pessoas disseram-lhes para ficar quietos.
Isso apenas aguçou sua desesperada determinação; eles gritaram
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 Fé agressiva 

mais alto. Jesus pediu que eles se adiantassem e os curou, além de

atribuir o milagre à fé deles. (V. Mateus 9.27.)
Uma mulher que sofria de hemorragia havia doze anos esta-
va no meio da multidão. Quando conseguiu finalmente tocar
o manto de Jesus, foi curada. Ele atribuiu a cura à fé da própria
mulher. (V. Mateus 9.20-22.)
Há muitas histórias desse tipo, todas com finais semelhantes
— pessoas são curadas ou libertadas por causa de sua fé persisten-
te. Quer a fé clame muito alto, quer fortaleça silenciosamente as
pessoas para seguir adiante, atos de fé sempre parecem violentos
no mundo espiritual. A fé agarra-se com firmeza a uma realidade
invisível e superior — e não a deixa escapar.
Nossa fé tem seu ancoradouro no reino invisível. Ela vive do
invisível em direção ao visível. Nossa fé põe em prática o que
percebe. Nossa fé provê olhos para nosso coração e nossa mente.
Precisamos entender que Jesus espera que as pessoas vejam por
meio do coração delas. Uma vez, ele chamou de hipócritas um grupo
de líderes religiosos porque eles conseguiam interpretar o aspecto do
céu, mas não os sinais do tempo (v. Mateus 16.2-4). Eles se procla-
mavam líderes espirituais, mas não eram capazes de discernir assun-
tos espirituais com o coração. Ficaram cegos ao domínio de Jesus por
causa do coração corrupto. Jesus julgou que a fé deles era hipócrita.
O coração que não vê é um coração endurecido (v. Marcos
8.17,18). Nossa experiência de nascer de novo nos capacita a
ver do coração (v. João 3.3) e, assim, aplicar o que vemos com
fé confiante. Nunca se pretendeu que apenas nossa fé nos fizesse
entrar para a família de Deus. Antes, ela é a natureza da vida nes-
sa família. A fé vê. Ela focaliza o Reino. Temos, pela fé, acesso a
todos os recursos do Pai e a todos seus benefícios.
A fim de encorajar nossa capacidade de ver, Jesus deu instruções
específicas: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus”
(Mateus 6.33). Ele disse a seus seguidores que fazia só o que via seu
Pai fazer (v. João 5.19). Paulo ensina: “Mantenham o pensamento
nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas” (Colossenses 3.2).
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Café espiritual: reprograme o poder de Deus em sua vida

E também declara: “Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se

vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que
não se vê é eterno” (2Coríntios 4.18). Tais palavras nos instruem
a voltar nossa atenção em direção ao invisível.
Essas percepções são vitais para quem busca mais.

Pontos a considerar

1. O que acontece quando você exerce a fé agressiva? O que

o impede de viver pela fé? O que o ajuda a viver pela fé?
2. Jesus espera que as pessoas vejam por meio do coração e
diz que o coração que não vê é um coração endurecido.
Nas palavras do Senhor: “O coração de vocês está endu-
recido? Vocês têm olhos, mas não veem? Têm ouvidos,
mas não ouvem? Não se lembram?” (Marcos 8.17b,18).
3. Como seu coração, com frequência, fica endurecido?
Como isso faz sua fé inclinar-se à passividade? Como
você tende a ignorar a voz do Senhor? O que você pode
fazer acerca disso?

Meditação

Descanse. Descanse enquanto está na presença do Doador da

vida, o Senhor de seu espírito, alma e corpo. Independentemente
de quanto suas circunstâncias o podem distrair em relação a
Deus, você pode parar de ter seus próprios pensamentos e come-
çar a viver pela fé. O Espírito do Senhor o ajudará.
O Senhor guardará “[...] em perfeita paz aquele cujo propósi-
to está firme, porque em ti confia” (Isaías 26.3). Ouça a voz do
Senhor, não suas preocupações. Confie nele, não em seus medos.
Permita que a contínua influência de seu Reino transformador
flua por meio de seu espírito.

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