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Transformação Espiritual

Regeneração, vida nova e espiritualidade

Clavio J. Jacinto

Publicações Biblicas Bereanas

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escritos.

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METAMORFOSE PROFUNDA

C. J. Jacinto

O Senhor nos ensinou em João 3:3 que o novo nascimento é uma


condição necessária para que o pecador tenha direito a benção da
vida eterna dentro do Reino de Deus. Sem o novo nascimento,
homem algum pode contemplar as glórias do mundo vindouro. No
grego, o nascer de novo é um nascer celestial, é o nascer de cima, é
tornar-se uma nova criação pelo poder do Espírito de Deus. Paulo
afirma isso em II Coríntios 5:17: se alguém está em Cristo, nova
criatura é. Esse novo homem é de acordo com o ensino de Paulo
em Efésios 4:24 um homem novo criado em verdadeira justiça e
santidade. Esse novo homem é o resultado da redenção e da
regeneração. Cristo é a videira verdadeira e Ele ilustra o cristão
redimido como a vara que está ligada a Ele e que recebe o poder
da vida que vem dEle. (Leia João 15:1 a 8) Jesus afirmou “Dou-lhes
a vida eterna, e ninguém as arrebatará das minhas mãos” (João
10:28). O homem novo tem o Espírito de Cristo, Paulo afirma: “Se

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alguém não tem o espírito de Cristo, este tal não dele” (Romanos
8;9). Eu chamo a regeneração ou o novo nascimento de
metamorfose profunda. Esse processo de transformação se dá por
etapas, começa no espírito e termina no corpo glorificado. A
conclusão da redenção é um homem com corpo glorificado para
viver para sempre no Reino de Deus composto de novos céus e
nova terra. “Segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e
nova terra onde habita justiça” (II Pedro 3:13) Vimos esse fato,
estudando as palavras do Novo Testamento acerca do assunto. em
Filipenses 3:21 lemos: Que transformará o nosso corpo abatido,
para ser conforme o seu corpo glorioso” e em I Coríntios 15:52:
“Os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados”. Os redimidos estão dentro do processo dessa
consumação áurea, seguindo para o resplendor do amanhecer da
glória excelsa do Senhor dentro do novos céus e da nova terra.
Assim, Paulo fala sobre o processo dessa bendita consumação,
começando pelo novo nascimento e culminando na glorificação
em II Coríntios 3:18: “Mas todos nós, com o rosto descoberto,
refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos
transformado de glória em glória (N. A: Isto é; por etapas) na
mesma imagem como pelo Espírito do Senhor”. Há no espírito do
homem que nasceu de novo, a vida nova que prevalece dentro de
si e supera o abismo da morte. O corpo abatido e corrupto será
também transformado em um corpo espiritual, Paulo afirma em I
Coríntios 15:44 : “Há corpo natural e também há corpo espiritual”.
Ora, existe dentro de cada redimido esse princípio vital de
ressurreição em plenitude de ser. João explicou isso em I João
5:18: “O que de Deus é gerado, conserva-se a si mesmo” e Pedro
diz em I Pedro 1:23: “Sendo de novo gerados, não de semente
corruptível, mas da incorruptível, pela Palavra de Deus”.

Dentro do homem novo há o poder da metamorfose espiritual


profunda, ele entra na dimensão da vida eterna, a partir da
conversão á Cristo, crendo no Evangelho, assim nasce de novo,
assim seu corpo antigo que pertence a esfera adâmica se
enfraquece e se corrompe como a larva que se destina ao casulo,
ali se dissolve completamente num elemento biológico chamado

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de “pulpa”. Então fechado nesse casulo, essa massa biológica e
amorfa se transforma em uma borboleta, e quando o casulo se
rompe, a borboleta voa. Assim um homem regenerado pode ter
seu corpo dissolvido na morte, mas dentro dele tem um principio
eterno, a semente invisível da ressurreição está dentro das
moléculas de seu ser, o poder da ressurreição está dentro da sua
consciência, ainda que o corpo se dissolva completamente,
mesmo assim, o poder da ressurreição de Cristo está dentro dele,
pois ele é uma nova criatura em Cristo, ou melhor, o principio da
vida, a essência da existência está dentro da Pessoa Eterna Cristo
e dentro do poder da mesma ressurreição que Cristo
experimentou Lembremos que Lazaro era um cadáver, todas as
células e os órgãos estavam completamente falidos, o poder da
necrose triunfou sobre a vida biológica de Lazaro, mas Cristo
restaurou a vida de Lazaro, introduzindo vida sobre cada parte do
corpo que sofreu necrose e estava em processo de decomposição.
(Veja João 11:1 a 46) Essa é uma inclinação verdadeira, um mover
na escala eterna para a nova criação que a nova criatura herdará,
como disse Paulo em Romanos 8:6 “A inclinação do Espírito é vida
e paz” essa inclinação é um mover espiritual ativo na vida de
quem nasceu de novo, pois o homem novo tem esse principio de
vida abundante e eterna dentro de si. Jesus afirmou em João 6:47:
“Aquele que crê em mim tem a vida eterna” Nesse versículo,
encontramos no grego o verbo “echó” que foi traduzido por “tem”
e significa uma possessão garantida. Isso significa que quem
nasceu do alto e é uma nova criatura, todo os redimidos possuem
a garantia de vida eterna dentro deles. A presença dessa vida
divina é a garantia de que o corpo mortal do redimido será
glorificado e revestido de completa imortalidade.

Ora, somos peregrinos aqui no mundo, todo o cristão verdadeiro é


um peregrino na terra, ele tem um completo anseio celestial e seu
coração está almejando o mundo vindouro. “Amados, peço-vos,
como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das
concupiscências carnais que combatem contra a alma” (I Pedro
2:11) Hebreus 11:16 diz acerca dos santos, que eles desejam uma
pátria melhor: a celestial, em outra passagem, a saber Hebreus

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3:1 os redimidos também são chamados de participantes da
vocação celestial e então Paulo ensina em I Coríntios 15:49:
“Assim como trouxemos a imagem do terreno, assim também
traremos a imagem do celestial” Concluindo, lemos em II Timóteo
4:18 sobre a bendita esperança do peregrino cristão, o redimido,
ele tem a esperança em Cristo Jesus, pois é Cristo quem guardará
o salvo até a Sua vinda: “Guarda-me-á para o seu reino celestial, a
quem seja glória para todo sempre . Amém”

A Onipresença do Senhor

Jeremias 23:23 e 24 e Salmos 139:7 a 10

A doutrina fundamental da vida espiritual é a onipresença


de Deus, ter a percepção espiritual de q eu Deus não está
longe, mas perto. A percepção da profundidade da
presença de Deus é o sustento da vida de temor e piedade.
A consolação nessa verdade, pois mesmo no vale da
sombra da morte, a Presença de Deus é o consolo e
garantida consolação e segurança. O que temeremos na
vida se tivermos essa certeza? Os santos das Escrituras e os
mártires mantiveram a fé por causa desse fato, tal verdade
é o dá a cada um de nós, a certeza da segurança e da
consolação. No livro do profeta Jeremias, lemos a grande
verdade: “Porventura sou eu Deus de perto, diz o Senhor, e
não também Deus de longe? Esconder-se-ia alguém em

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esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o Senhor.
Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o Senhor?”
(Jeremias 23:24 e 24). Há na onipresença de Deus tal
consolo que o peregrino refaz suas forças na Sua
onipresença. Os santos de todas as épocas perceberam esse
fato. Enoque andava com Deus, os amigos de Daniel sabiam
do fato maior da espiritualidade profunda: a presença
constante do Senhor. Essa experiência de fé teve seu ápice
na fornalha, bem como viu Daniel na cova dos leões. E o
que dizer de Moisés, na sua fuga para o deserto, lá estava a
expressão da presença gloriosa do Senhor naquela sarça
ardente. É um fato maravilhoso que Deus esteja em todos
os lugares, de modo que não há anonimato na vida de um
cristão. Um homem verdadeiramente santo, não
experimenta a solidão, mas o senso da realidade da
presença de Deus preenche os requisitos necessários para
que uma alma piedosa encontre um companheiro em
qualquer momento da sua vida, seja num leito de
enfermidade, seja num momento de angustia, Deus está lá,
a frente de Estevão quando os céus se abrem no momento
em que ele estava sendo apedrejado, O Senhor está lá
tempestade quando os discípulos estavam amedrontados
quando a fúria dos ventos tentava levar o barco a deriva. A
presença de Deus estava na cruz, ainda que por um
momento, Deus tenha desamparado seu Filho, naquele
momento de profunda dor e ânsias de morte, a face do Pai
virou-se do Calvário, mas o seu coração estava imerso na
redenção. São essas verdades consoladoras.ver com um
senso da onipresença de Deus, ouça o clamor de um santo
que peregrina pelo deserto do mundo:? “Se tua presença
não fores conosco, não nos faça subir daqui” (Êxodo 33:15)
o Senhor então afirma: “Irá a minha presença contigo,
para te fazer descansar”(Êxodo 33:14) essa é a garantia da
benção mais sublime da jornada, porquanto sendo nós
peregrinos do caminho estreito, estamos marchando na
presença do Senhor, estamos subindo da terra para o Céu,
a nossa pátria está lá, mas na medida que marchamos,

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passo a passo, o Senhor está ao nosso lado, Sua presença
está conosco. O convite do Evangelho da graça é um
chamado ao arrependimento para que venha o refrigério
pela presença do Senhor (Atos 3:19) isso não é
maravilhoso? Não devemos sentir a Solidão dos momentos
difíceis, mas a presença de Deus “Estou convosco todos os
dias” (Mateus 28:20) Jamais devemos perder esse senso de
presença quando as aflições e dificuldades batem a nossa
porta. Também devemos aceitar o fato de que nunca
estamos vivendo em um anonimato. Deus está presente,
ainda que todos estejam ausentes. Mesmo que o homem vá
para as partes mais remotas do mundo, ainda que fique
completamente isolado de toda a civilização, mas a
presença de Deus continua como um fato inexorável, uma
verdade absoluta.
A presença de Deus é o remédio contra a depressão, contra
o desespero. A doutrina da onipresença de Deus é um fato
bíblico, é uma doutrina verdadeira, uma fonte de refrigério
para a alma devota. Essa é uma verdade cheia de
consolação, é uma fonte de regozijo, de gozo espiritual.
Olhe para os santos, os heróis da fé. Muitas vezes as
dificuldades e as aflições levaram tais homens para as
mais intensas tribulações, mas ao mesmo tempo
receberam eles os mais preciosos consolos na presença do
Divino Senhor. Naquele deserto, no drama do Êxodo, o povo
de Deus que foi liberto do jugo do Faraó egípcio, estava
agora peregrinando em terra Arida, mas o Senhor era com
Eles “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais
estiveram todos debaixo da nuvem e todos passaram pelo
mar. E todos comeram de uma mesma comida espiritual, e
beberam todos de uma bebida espiritual, porque bebiam
da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (I
Coríntios 10:1 a 4). O Senhor estava lá, Sua presença era
real, mesmo que alguns não percebessem esse fato, isso
não muda a verdade. É uma questão de fé, de confiança, de
crer nos ensinos das Escrituras. É crendo na verdade da
onipresença do Senhor, que podemos ter uma fonte de

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consolação e segurança mui próximo de nós. De maneira
que o acesso ao amparo divino é algo acessível para cada
cristão que crê que o Senhor está presente em todos os
lugares e em qualquer momento. Desfrute da verdade da
Sua onipresença, esse senso de percepção espiritual
mudará a sua vida.

Um teólogo reformado assim definiu a verdade da


presença do Senhor:

“A força de Deus não vem de longe, mas de perto; Ele é uma


força onipresente. Deus Está presente com todas com todas
as suas excelências e com todo o Seu Ser em todo o mundo e
em todas as criaturas. Nele nós vivemos nos movemos e
existimos (Atos 17:28) Ele não está longe de quem quer que
seja (Atos 17:27). Ele é um Deus próximo, não um Deus
distante. Ninguém pode se esconder em lugares tão
secretos que Deus não possa encontrá-lo. Ele enche os céus
e a terra (Jeremias 23:23 e 24). Quem poderia fugir de Seu
Espírito, ou sair da Sua presença? Ele está nos céus e no
reino dos mortos, nas partes mais profundas do mar e nas
mais densas trevas (Salmo 139) Sua manutenção, Seu
poder sustentador, estende-se a todas as criaturas; aos
lírios dos campos (Mateus 6:28), ás aves do céu (Mateus
6:26), e até os fios de cabelo da cabeça (Mateus 10;30).
Toda a criatura existe de acordo com a sua natureza-como
ela existe e qual a duração de sua existência – através do
poder de Deus. Da mesma forma que tudo procede dEle, e
tudo procede através dEle (Romanos 11:36). O Filho,
através de quem Deus fez o mundo, continua a sustentar
todas as coisas pela Palavra de Seu poder (Hebreus 1:2 e 3)
Ele é a antes de todas as coisas, e nEle tudo subsiste
(Colossenses 1:17) e todas as coisas são criadas e
renovadas pelo Seu Espírito (Salmos 104:30)
(Extraido de: Hermann Bavinck em Teologia Sistematica.
Socep. Pagina 192 e 193)

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VIDA ESPIRITUAL. COMO E ONDE ENCONTRAR?

Há uma declaração de Calebe que me chama atenção, ela se


encontra em Josué 14:11 "E ainda hoje estou tão forte como
no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força
então, tal é agora a minha força, tanto para a guerra como
para sair e entrar". Todo o cristão bíblico precisa de vigor,
fortalecer-se no Senhor é uma ordem. (Efésios 6:10) E como
sucede na vida física, também é na vida espiritual. A
manutenção da vida biológica se dá com o ar , a água, a luz e
a comida, esses quatro elementos são essenciais para a
manutenção da via biológica na terra. Assim também é na
vida espiritual. Desde que o cristão bíblico nasceu de novo,
assim ele é nova criatura (II Coríntios 5:17) precisa de
oxigenio celestial, da luz da glória do evangelho, da água
espiritual e do pão do céu para crescer na graça e no
conhecimento até a estatura completa de Cristo.(Efésios 4:13)
Primeiro, o homem é um fôlego que precisa de ar, não apenas
veio originalmente de um sopro divino, mas subsiste nesse
sopro, o vento impetuoso é o ambiente onde o cristão deve
estar, debaixo desse sopro, dentro desse mover que dá vida
com abundância. Note que a Palavra de Deus é um sopro do
Espírito Santo, portanto a pregação bíblica é um soprar sobre
o coração do cristão, ele recebe esse oxigenio, recebe um sopro
vital, o Espírito Santo é o "elã vital" que os filósofos falaram,
é a fonte impetuosa que age sobre nossa consciência, onde há
formalidade e cerimonialismo frio, onde há estagnação e
liturgias obsoletas, formas sem vida, inércia espiritual, aí é um
local de morte, pode até ter identificação de vida, porém a
rigidez de coisas sem vitalidade anuncia morte espiritual. Em
segundo lugar temos a água, há um rio que flui desde o trono
do Senhor, esse fluir eterno é enviado para o interior do
homem novo, e então jorra para a vida eterna. (João 7:38 com
Apocalipse 22:1) Essa água vem pela Palavra de Deus
pregada "Purificando-a pela Lavagem da água, pela
palavra"(Efesios 5:26) essa água é um fluir refrescante e

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celestial, onde Cristo faz presença, há um fluir de abundância
e isso produz vida, a fé cristã está intimamente associada a
vida de ressurreição, vida em abundância é vida que não
termina, é eterna, e essa deve ser a experiência do homem de
Deus. Então temos o terceiro princípio que sustenta a vida de
forma dinâmica e eficaz: o pão. Sem alimento espiritual, não
há como a vida espiritual permanecer. Jesus é o pão da vida.
(João 6:48) Ele também ensinou que o homem não vive só de
pão, mas também da Palavra que procede da boca de
Deus(Mateus 4:4 e Lucas 4:4) então o autor aos Hebreus
ensina que o homem se aperfeiçoa pelo alimento espiritual
sólido,(Hebreus 5:14) que benção, quando o cristão tem um
lugar para respirar o mover do Espírito pela Palavra
pregada, tem um lugar onde flui um manancial de águas onde
encontra refrigério para seu coração sedento, quarto e ultimo,
temos a luz, pois a declaração do Espírito Santo é que a
Palavra de Deus é uma lâmpada (Salmos 119:105) Jesus o
Verbo, a Palavra encarnada também é a luz do mundo.(João
8:12) De modo que onde Cristo é pregado conforme as
Escrituras ali Ele também está presente, a exposição das
Palavras dá luz e entendimento aos simples.(Veja 119:105
com o versículo 130) Calebe ainda era forte, os anos passam,
mas a manutenção da vida o envolvia para lhe dar o vigor
necessário. Que benção, quando o cristão tem uma assembléia
de irmãos onde há sopro divino, alimento espiritual sólido,
águas espirituais e iluminação pela glória da mensagem do
evangelho, ali ele encontra o que precisa para a manutenção
da vida espiritual e ter um vigor tal como Calebe, que está
pronto para a guerra e tem força para entrar e sair, e o que
significa isso? Sem duvida, na vida espiritual, é a força
necessária para a vida consagrada, para entrar e sair do
quarto secreto, ir as reuniões de oração e a escola bíblica, ir
aos cultos e frutificar pelo Poder do Espírito e enfim ir de
encontro a vida de meditação e prudência, vivendo de acordo
com a vontade de Deus. Amém

Em sua Teologia Elementar, E. H. Bancroft explica sobre a natureza do


pecado: as Escrituras reconhecem um princípio maligno da natureza do

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homem, princípio esse que se chama pecado. é isso que dá ao homem
natural uma inclinação ou tendência para a desobediência e a iniqüidade”
Que o home tem uma natureza pecaminosa herdada de Adão não resta
duvida alguma. O pecado está enraizado na raça adâmica, então devemos
entender que foi o pecado que de maneira pavorosa, levou Cristo a
morrer uma morte de redenção (I Pedro 2:24). O senso, a percepção da
malignidade dessa natureza deve ser um fator que determina a busca por
santificação. tendo em vista que passagens como Romanos 5;12 Gálatas
5:22 e Eclesiastes 7:20 apontam para essa natureza de destruição e ruína
que opera no coração do homem desde a queda. Essa é a condição do
homem natural, morto em seus pecados (Efésios 2:1 e 2) então temos que
levar o assunto a sério. Sem levar o pecado a serio não pode existir
qualquer tipo de progresso genuíno na vida espiritual. Temos que olhar
mais para a obra da cruz, a cruz foi um caso sério e grave. A solicitação da
justiça divina quanto ao homem desamparado, exigiu a morte de um que
era sem pecado e sem engano. Uma atitude errônea para com o pecado,
deforma sempre a visão espiritual. Vivemos em dias que se evita o
assunto. É desconfortante falarmos sobre o pecado, sua natureza e a
ruína que causa no universo. Acontece que há uma luta contra o pecado.
Trata-se de um inimigo, um agente de destruição, as habilidades
demoníacas em injetar a força do pecado no sentimento e instintos
humanos é uma realidade. Embora a teologia moderna tente omitir essa
verdade e em alguns círculos liberais se negue a natureza destruidora do
pecado, ainda assim isso não muda a realidade. O homem está vivendo na
mesma esfera de maldição do pecado, por esse motivo o sábio Salomão
adverte que não há homem justo sobre a terra, todos pecam (Eclesiastes
7:20) Paulo confirma esse fato em Romanos 3:23. Na medida que
entendemos essa verdade, vamos entender todos os mecanismo pelo qual
a funcionalidade da natureza pecaminosa se apropria do homem para
leva-lo a pratica do pecado. Nossos pecados deram forma a severidade da
cruz Cristo, a maldição que produz o pecado caiu sobre Cristo (Galatas
3:13) o Filho Santo e imaculado, Cordeiro de Deus, sofrendo as duras
sanções e as mais drásticas penalidades por causa de nossos pecados.
Olhamos para Cristo e para a causa dos sofrimentos que Ele suportou.
Olhamos para o horror da cruz o pavor das trevas sobre o Calvário, pois

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foram nossos pecados que causaram tão sombria escuridão sobre Cristo.
Olhemos para Cristo, o precioso Senhor transpassado por pregos, a carne
rasgada e a alma oprimida, debaixo dos horrores de nossos pecados.
Poderíamos olhar tudo isso de forma tão superficial? A cruz não foi uma
aventura, foi um massacre. Não foi uma demonstração de amor, mas de
juízo, a morte de Cristo foi um juízo severo. Ora o pecado trouxe
conseqüências funestas sobre os reinos, físicos e espirituais. Todo o
universo sofreu o colapso da queda, na cruz, o nosso Senhor sofreu todas
as conseqüências até os limites. Toda a depravação começou com um ato
do pecado e se expandiu para toda humanidade de modo que não justo
nenhum sequer, porem o Verbo que se fez carne, sendo divino e
totalmente justo, vem com a sua encarnação, oferecer o preço de resgate
para nos resgatar de todas as maldições impostas pelo pecado. Assim, nós
pobres humanos adâmicos, debaixo do pendor da carne estávamos
fazendo inimizade constante contra Deus (Romanos 8:7 e 8) mas Cristo
vem trazer reconciliação, mas ela teve um custo elevadíssimo, a redenção
na sua forma e expressão mais plena, é de valor incalculável. O preço foi o
sangue de Cristo, foi à vida de Cristo derramada num local de horror e de
juízo. Foram meus pecados e os teus pecados que Ele suportou naquela
cruz terrível, Ele foi ferido pelas nossas transgressões, devemos ficar
atentos a isso. Quero finalizar esse texto com as palavras de Charles
Spurgeon, pois elas se encaixam perfeitamente no assunto que abordei
nesse estudo:

“Você não deve chorar tanto porque Jesus morreu, mas


porque seus pecados fizeram com que fosse necessário
que ele morresse. Você não precisa prantear pela
crucificação, mas porque as suas transgressões e seus
pecados prenderam o Redentor no maldito madeiro. Chorar
pela morte do Salvador é lamentar a redenção; seria mais
sábio lamentar por uma doença. Chorar pela morte do
Salvador é molhar a faca de um cirurgião com lágrimas;
seria melhor lamentar pela disseminação dos pólipos que
aquela faca poderia cortar. Chorar pela morte de Jesus
enquanto ele vai para a cruz é lamentar por aquilo que

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deveria ser o maior motivo de alegria que os céus e a terra
já conheceram; suas lágrimas não são tão necessárias ali;
elas não são naturais. Um pouco de sabedoria te fará
trocar esse choro por brados de alegria por sua vitória
sobre a morte. Se nós devemos continuar com nossas
tristes emoções, devemos, então, lamentar por termos
quebrado a lei que Ele valorosamente validou; lamentemo-
nos porque deveríamos ter suportado a pena que Ele, por
nós, teve de suportar … Oh, irmãos e irmãs, esta é a razão
pela qual nossas almas devem lamentar: porque
quebramos a lei divina de tal forma que se tornou
impossível a nossa salvação, exceto pelo sofrimento e pela
morte de Cristo Jesus”

Pregadores, Discípulos e Obreiros. A proclamação da


Mensagem da cruz,.

Virtudes necessárias:
Primeira virtude: Corajosos na proclamação da verdade, não
devem ser omissos ou covardes, mas ousados (Isaias 58:1).
Vivemos dias em que há urgente necessidade de homens
corajosos na proclamação das boas novas. Homens que não
temam os falsos profetas, que não temam os enganadores e
que não temam o mundo e muito menos o espírito do erro que
influencia a nossa era.

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Segundo: Devem ser aptos para ensinar com precisão as
coisas concernentes ao evangelho (Mateus 28:18 a 20). Não
deve existir qualquer inclinação para falácias e sofismas, deve
existir precisão e clareza nos ensinos, devem ser totalmente
bíblicos na forma de pensar, ensina e agir, ainda que pareça
ser aos olhos dos liberais e libertinos, um atitude de ofensa e
intolerância, ainda devem focar firmes no propósito da
ortodoxia e são doutrina.

Terceiro: Deve ter plena dedicação no exercício de seus dons


(Romanos 12:6 a 8) Deus nos capacita e nos dá as
possibilidades para desenvolver nossas aptidões espirituais,
devemos ser mordomos de nossas virtudes, fazer com que
nossas habilidades e intelecto sejam para a glória de Deus.

Quarto: Deve ter o coração desenvolvido na fé e na palavra do


Evangelho (I Timóteo 4:6) A força do homem interior está de
acordo com o nível de entrega ao Senhor. Seu coração deve
estar em conformidade com os ensinos de Cristo, seu caráter
deve ser modelado de acordo com o modelo perfeito de um
homem santo que é nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Quinto: O Senhor se compraz no obreiro voluntario, portanto


não deve ser o obreiro ganancioso, a obra de Deus não se faz
profissionalmente, é dom divino no coração humano. Temos
que prestar contas a Deus (I Pedro 5:2) se fosse profissão era
Ele quem estaria sendo obrigado a prestar contas a nós. O
amor a obra de Deus se dá de maneira voluntaria, com

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dedicação e grande amor pelas coisas relacionadas ao
Evangelho.

Enfrento as dificuldades, suporto as


aflições do destino, o fim da vida
será um caminho cheio de perolas.

C. J. Jacinto

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Caminho das Dores em Plena Graça

Meu coração aprecia a bendita graça

Em doce ternura espero em Deus

Que Seu espírito em mim acenda

Aquela sublime esperança que alumia

Sou peregrino em marcha celestial

Que a glória do evangelho me ilumine

Pois preciso sempre de mais misericórdia

Pois fraco sou pra prosseguir sozinho

Na sombra da cruz encontro descanso

No doce nome do Salvador agua e pão

O consolador bendito se fortalece

Enquanto minhas pernas perecem

Quais ventos que trazem tempestades

Escuras nevoas sombrias tanto me atordoam

Mas nesse vale tenebroso de sombra de morte

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Tu estás sempre presente pra dar coragem

Oh quantas lagrimas semeiam meu rosto

Oceano que irriga a posse dos lamentos

Mas a promessa que grita e me faz sentinela

Pois são tantas e Tu Senhor enxugarás todas elas

C. J. Jacinto

A autor: Clavio J. Jacinto é casado com Elenice


Jacinto, autodidata, pesquisador, poeta e ministro
do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo

Contatos: claviojj@gmail.com
(48) 55-999947392

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