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Igreja Batista da Graça em Caruaru


Domingo, dia do Senhor, 13/6/2021 (gravação)
O caráter dos homens dos últimos dias
2 Timóteo 3.1-5

 Introdução – Desde a queda que o homem é um ser avesso à lei de Deus


 Ele se opõe a tudo o que Deus ordena e é favor de tudo o que Deus abomina
 Desde o começo do mundo que Deus declarou que é mau todo o desígnio do coração do homem
 Tudo quanto ele planeja, todos os seus pensamentos e propósitos, todos eles são maus
 É a isso que a teologia chama de depravação total; o homem é um ser depravado e avesso à lei de
Deus
 Ele só não dá plena vazão aos seus instintos maus porque a misericórdia de Deus o impede de
descer desenfreado de ladeira a baixo
 É por ela que Deus freia a concretização dos seus propósitos maus, é por ela que Deus impede
que o homem leve a cabo todos os seus intentos terríveis
 Por isso que não há homem bom sobre a face da terra e que não peque
 “Todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus” – gritou o apóstolo

 Então, o homem é mau desde a queda, completamente mau


 Porém, nos últimos dias, essa maldade se multiplicará assustadoramente
 Ela atingirá níveis insuportáveis
 O mesmo Senhor nos preveniu de que a iniquidade dos homens se multiplicaria tanto, a ponto do
amor do próprio de Deus ter alta tendência de esfriar
 E é exatamente nesse ponto que queremos pregar: sobre o caráter do homem dos últimos dias

 O CONTEXTO – O apóstolo está preso em Roma, mas dá instruções a Timóteo, que pastoreava
na região da Ásia Menor, na região de Éfeso, para que ele não somente seja edificado e formado
nas sãs palavras, mas também retransmita aos pastores da área, aos pastores que estão sob sua
supervisão, a fim de que eles formem um bloco coeso e uniforme, sendo preparados para enfrentar
o caráter dos homens dos últimos dias

 Dessa forma, com o título O CARÁTER DOS HOMENS DOS ÚLTIMOS DIAS, trago três lições
 1 – Como a escritura define os últimos dias
 No v.1 está escrito: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis”
 Esse versículo contém dois aspectos; oi primeiro é....
 A chegada dos últimos dias
 A escritura define os últimos dias como o período entre as duas vindas de Cristo
 Como Cristo já veio e estamos esperando a sua volta, então estamos vivendo o período dos
últimos dias
 Não chegamos ainda ao último dia, mas estamos nos últimos dias
 E para o argumento quero mostrar as palavras de três dos apóstolos do Senhor, e o primeiro é
Pedro...
 No dia de Pentecostes, quando os apóstolos pregavam na língua dos estrangeiros que estavam
presentes à festa, em plena cidade de Jerusalém, os que não entendiam os idiomas estrangeiros
em que eles estavam falando julgaram que eles estavam embriagados, e disseram: “estão cheios
de mosto”, isto é, embriagados com vinho
 Pedro, então, tomou a palavra e saiu em defesa dos apóstolos, dizendo exatamente o que estava
acontecendo
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 Em At 2.14-17 está escrito:


o 14 “Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos:
Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai
nas minhas palavras.
15 Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira
hora do dia.
16 Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel:
17 E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre
toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e
sonharão vossos velhos”
 Quando Pedro cita estas palavras e as aplica ao evento recém-ocorrido, o que ele está dizendo é
que “agora nós estamos nos últimos dias”
 O segundo apóstolo é João, que usou linguagem semelhante para se referir à chegada dos últimos
dias, ao dizer em 1 Jo 2.18:
o “Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora,
muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora”
 João reconhece o início dos últimos dias ao usar a expressão “já é a última hora”
 E o terceiro apóstolo é Paulo, que usa a expressão “os fins dos séculos são chegados” em 1 Co
10.11:
o “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa,
de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado”
 Assim, os últimos dias foram inaugurados, porém, ainda o último dia está por vir, como garantiu o
Mestre, quando falou na ressurreição que se daria no último dia, ele disse, Jo 6.39:
o “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu;
pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia”
 Então, existe o último dia, e existem os últimos dias, que são os dias compreendidos entre as duas
vindas de Cristo, os dias nos quais estamos vivendo
 Assim, a chegada dos últimos dias é o primeiro aspecto da primeira lição “como a escritura define
os últimos dias

 Mas há um segundo aspecto dessa primeira lição “como a escritura define os últimos dias” e esse
aspecto é...
 Como serão esses últimos dias
 Novamente repito o v.1: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis”
 Nesse ponto a escritura afirma que nesses últimos dias – que já chegaram, que já estamos
vivendo – sobrevirão tempos difíceis
 A figura usada aqui pela escritura é como a de uma tempestade que se aproxima, e você a
enxerga no horizonte, quando o céu fica negro, a luz do sol fica escondida, ao longe você já
enxerga que a chuva está caindo, com relâmpagos cortam os céus, o ribombar do trovão
ensurdece os ouvidos humano, faz dar cria às corças... é essa figura que a escritura utiliza ao
usar a palavra “sobrevirão”
 O apóstolo sabia das batalhas e enfrentamentos que Jesus e os apóstolos sofreram da parte dos
judeus
 Ele sabia de como Jesus perseguido tenazmente durante todo o seu ministério de pregação da
Palavra
 Ele sabia de como Jesus foi, por fim, acusado, preso, julgado, condenado, crucificado e morreu
na cruz
 Ele sabia dos prodígios realizados pelos apóstolos a partir do Pentecostes, e das perseguições
que eles sofreram no ambiente judeu, por causa da ojeriza à pregação deles, a mesma de Jesus
 Ele mesmo foi um implacável perseguidor dos crentes; ele sabia de tudo isso
 Quando escreveu essa carta, pelo menos 30 anos já havia se passado que o cristianismo estava
no mundo, estava em expansão pela Ásia, e ele mesmo foi o missionário que levou a Palavra
para fora do território judeu
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 Ele sabia das perseguições que sofreu para pregar o evangelho e implantar igrejas
 Ele estava, naquele presente momento, preso em Roma, justamente por causa da pregação da
Palavra de Deus, e os últimos dias estavam só começando; a tempestade só estava vindo, ao
longe
 Mas quando ela se abatesse sobre a terra, o caos seria grande, as dificuldades seriam imensas,
a perseguição seria renhida, tenaz; ele sabia de tudo isso
 Daí ele dizer a Timóteo que esperasse esses tempos difíceis sobrevirem, que não esperasse
tempo bom, mas em todo o período dos últimos dias o tempo estaria nublado, com chuvas de
granizo a qualquer momento

 APLICAÇÃO – Você é um crente maduro ou verde? Você não sabe dessas coisas não? O que
você vive esperando: sucesso, felicidade, conforto, aceitação, aplausos do mundo pelo
evangelho que você prega? Se você estiver esperando isso, você não conhece nada da
escritura! Pode esperar incompreensão, dificuldades, vaias, açoites, perseguições, tentativas de
assassinato, prisões, morte! Os tempos desses últimos dias são tempos difíceis!
 É assim que a escritura define tanto os últimos dias, como nos adverte sobre eles
 Essa é a primeira lição
 Mas há uma segunda lição....

 O CARÁTER DOS HOMENS DOS ÚLTIMOS DIAS


 Na segunda lição descreveremos com mais particularidades...
 2 – A acentuada multiplicação da maldade dos homens
 Nesse ponto a escritura faz uma lista descrevendo as monstruosas características dos homens dos
últimos dias, e nós podemos dividi-la em duas partes: o procedimento dos homens dos últimos dias
com relação a Deus, e o procedimento deles com relação ao próximo

 Então, primeiro vamos ver o caráter dos homens dos últimos dias
 Com relação a Deus
 No v.2 está escrito: “Pois os homens serão egoístas”
 O homem dos últimos dias transgride todos os mandamentos da primeira tábua, os mandamentos
com relação a Deus; lá está escrito “Não terás outros deuses diante de mim”
 Porém, o homem dos últimos dias é o que mais tem deuses além do Senhor, sendo o principal
deus ele mesmo
 Como egoísta, ele ama a si mesmo e não a Deus; ele não adora a Deus, mas adora a si mesmo;
ele se sente autônomo e não um dependente de Deus; ele não reconhece Deus, nem lhe dá glória,
não lhe atribui atos portentosos, criadores, salvadores
 Não é Deus quem está assentado no trono da sua vida, mas é ele mesmo
 Ele é “enfatuado”, como afirma o v.4, isto é, orgulhoso, deus de si mesmo
 Ele não considera a pessoa e as obras do Deus verdadeiro, não considera a Palavra de Deus, a
adoração a Deus, nada, nada disso, mas ele é ensimesmado, soberano de si, governador de si
mesmo; ele toma as suas próprias decisões
 Ele se ama profundamente a si mesmo, pois é isso que significa o termo egoísta
 Isso quer dizer que ele faz todas as coisas pensando em si, para si, para o seu conforto; ele só faz
o que quer e todas as suas decisões são pensando no seu governo soberano de si mesmo
 Ele ocupa o lugar de Deus na sua vida; ele é o seu próprio deus; ele não ora, nem pergunta nada a
Deus
 Em outras palavras: ele ignora a Deus completamente, tanto a sua Pessoa, quanto a sua Palavra
 Ele vive como se eles não existissem

 Ainda no v.2 está escrito “jactanciosos”


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 O homem dos últimos dias não é amante somente de si, mas é amante também dos seus atos,
pois é isso o que significa ser jactancioso; ele se ufana de tudo quanto faz, alista todas as suas
obras, pensa nelas, deleita-se nelas, inclusive ele se ufana até dos pecados que comete
 Ele peca, mas absolve-se a si mesmo e não se atribui qualquer culpa, mesmo que mate ou mande
matar alguém; ele não reconhece seus pecados, aliás, nem peca.
 Ele é como Lameque, que matou um homem e ainda se ufanou, encheu-se de jactância, Gn 4.23-
24:
o “E disse Lameque às suas esposas: Ada e Zilá, ouvi-me; vós, mulheres de Lameque,
escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque
me pisou. Sete vezes se tomará vingança de Caim, de Lameque, porém, setenta vezes
sete”
 Enquanto Deus se alegra com a suas obras perfeitas, as quais fez para o louvor da sua glória, para
o louvor da sua perfeição, o homem dos últimos dias faz todas as coisas para a glória do seu
próprio nome, inclusive as obras pecaminosas que faz ele se ufana delas, gaba-se, conta a todos,
como o fez Lameque

 Mas não somente amante de si, não somente amante das suas obras, mas também amante da sua
imagem
 Ainda no v.2 está escrito que eles são “arrogantes”; a palavra que foi traduzida como arrogante é
alguém que ama a sua imagem
 Ele adora se projetar, aparecer, fazer pose, e quando está na mídia ele ama pronunciar frases de
efeito
 Em outras palavras: ele projeta a sua imagem na tela, multiplicando o seu tamanho e a os seus
dons, com o objetivo de aparecer alto, de parecer grande, poderoso, famoso, pois, uma vez que se
considera deus, ele tem mesmo que aparecer como deus
 Ele nada tem de humildade, de simplicidade; ele não tem um comportamento moderado
 Ele gosta dos primeiros lugares na Sinagoga e da proeminência por onde anda; gosta de ser
saudado e ama ser respeitado pela sua postura, aparência, trajes que usa; ele calcula cada gesto
que faz
 Deus não aparece na vida dele, mas apenas ele é quem aparece
 Como ele ama a sua própria imagem, ele se torna um transgressor do 2º mandamento “Não farás
para ti imagem de escultura”
 Ele adora a sua imagem, e vende a sua imagem da melhor maneira possível, para que outros o
adorem também, e não lhe falta adoradores
 Sendo adorador de si mesmo, não é difícil de concluir que ele despreza a Deus, como diz o v.5
“negando-lhe, entretanto, o poder, que são também transgressões dos dois primeiros
mandamentos dos nossos deveres com relação a Deus

 No v.2 também está escrito que os homens dos últimos serão “blasfemadores”
 Isso significa que eles amam abrir a boca em afrontas contra Deus
 Eles acusam Deus das maiores barbáries; eles têm em Deus um concorrente de si mesmos
 Em apocalipse 16.10-11 está escrito: “Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da besta, cujo
reino se tornou em trevas, e os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam, e
blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se
arrependeram de suas obras”
 Essa prática de blasfemar contra Deus é antiga, e a lei já ameaçava com a morte quem usasse
desse expediente contra o Deus santo e perfeito; em Lv 24.16, que está escrito: “Aquele que
blasfemar o nome do Senhor será morto; toda a congregação o apedrejará; tanto o estrangeiro
como o natural, blasfemando o nome do Senhor, será morto”
 A doutrina dos apóstolos proibia terminantemente a qualquer crente blasfemar o nome de Deus,
com está escrito em Ef 4.31: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e
blasfêmias, e bem assim toda malícia”
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 Jamais um cristão pode blasfemar contra Deus, pois o cristão crê na escritura e sabe
sobejamente que Deus é perfeito e contra Ele nenhuma falta pode ser atribuída

 No v.3 está escrito que os homens dos últimos dias são “implacáveis”
 Implacável significa alguém que não se deixa aplacar, que não se deixa vencer, que não escuta
ninguém, que sempre está certo em tudo que diz e faz
 É aquela pessoa que é intratável, que não adianta se argumentar com ela
 Se alguém se aproxima dela para tentar convencê-la a ouvir a Palavra de Deus ela rejeita de
imediato
 Ele nada pergunta a Deus, muito menos aos homens
 Ela não tem nada a aprender com Deus, e muitos menos com algum mortal
 Como se considera Deus, ela é autossuficiente, e não considera deus para nada
 Deus nada pode lhe acrescentar, nem tem como

 E ainda a escritura alista outra característica do homem dos últimos dias, e ela está no v.2: “pois os
homens serão egoístas, avarentos”
 O homem dos últimos dias recebe tudo da parte de Deus, como os demais homens de todas as
eras
 Porque ninguém pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada
 Porém, esse homem não é somente amante de si mesmo, mas também é amante do dinheiro, dos
bens materiais
 Ele trabalhou e fez de tudo para conseguir fortunas; usou meios legais e meios ilegais para tal
 Uma vez que se considera deus, ele precisa ter poder, e esse poder ele consegue no dinheiro, nos
bens
 Quando ele olha para o s bens que possui, ele vê neles grande poder, tornando-o capaz de fazer
tudo quanto desejar, de obter tudo quanto quiser, e por isso os bens e o dinheiro se tornam suas
varinhas de condão
 Ele faz de tudo para acumular mais e mais, e faz de tudo para não diminuir nada da sua fortuna,
mesmo até pequenos valores; por isso ele se torna um avarento, um sovina
 Ele faz contas o tempo todo, somando os seus milhões; ele vai dormir e calcula quanto tem em
cada banco
 Ele acorda fazendo planos de ganhar mais e mais naquele dia
 Ele não ousa sustentar a causa de Deus, ele não acredita em Deus, ele não considera o
evangelho, sequer conhece
 Para ele, igreja é um negócio como outro qualquer, no qual ele não está disposto a invesir
 Esse é o caráter dos homens dos últimos dias: eles vivem como se Deus não existisse; eles sãos o
seu próprio deus; amam a si mesmos, amam o dinheiro, amam a própria imagem, amam os
próprios atos
 Dignificam-se, elevam-se, engrandecem-se, ficam cheios de poder mais e mais
 APLICAÇÃO
 Como é a sua vida? Você vive falando em Deus, mas vive como se fosse independente dele?
 Você é cheio de si, adora a si mesmo, é amante de si?
 E quanto aos seus atos, você vive alardeando o que faz, amante dos seus atos, cheio de
jactância?
 Você vive falando em Deus, mas será que você nega o poder dele, por viver como se ele não
existisse, pois você faz tudo sozinho, decide tudo sozinho, resolve isso, resolve aquilo, tudo sem
oração, sem dependência, confiando unicamente em si?
 O caráter do homem dos últimos dias com relação a Deus é justamente esse.

 Mas ele não tem um caráter terrível somente em relação a Deus


 Há outro aspecto pelo qual o caráter do homem dos últimos é terrível, e esse é....
 Com relação ao próximo
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 No v.2 está escrito: “pois os homens serão egoístas, avarentos”


 Ora, se eles são avarentos em relação a Deus, como vimos, quanto mais não o serão ao próximo?
 E é assim que eles não acodem o seu próximo, nem mesmo aqueles que, pela proximidade com
eles deveriam ser ajudados
 Eles dizem ao que sofre frio: “ide em paz e aquentai-vos”, e dizem também ao faminto: “ide em paz
e fartai-vos” – Tg 2.16, ou, “que Deus te aqueça nesse inverno, que Deus te alimente por ocasião
dessa crise”
 É assim que eles procedem: ficam com os seus milhões guardados e deixam o próximo passar
necessidades, e dentro o próximo estão até as pessoas que naturalmente ele deveria acudir
 O avarento dos últimos dias é tal monta que você não pode contar com ele para nada; perca as
esperanças

 Ainda no v.2 está escrito que eles são “desobedientes aos pais”
 Em outras palavras: eles amam desobedecer às autoridades constituídas
 Desobedecem e desrespeitam, desonram
 Como não reconhecem que a autoridade pertence as Deus verdadeiro, e Ele a distribui entre os
homens, a fim de organizar a sociedade, eles não respeitam nenhuma autoridade
 Por isso eles burlam as leis, e falam mal de todos quantos estão investidos de autoridade
 Não respeitam os pais, nem os governantes civis, nem os governantes religiosos, mas se
desbocam em malícias, em críticas, em acusações, em desobediências

 E ainda, associada a essa prática de desonra pelas autoridades, a escritura os denuncia no v.3
como sendo “desafeiçoados”
 Essa palavra, na língua original, está relacionada a um comportamento indevido para com aqueles
que, pela própria lei da natureza ele deveria tributar afetos, como o pai e a mãe
 O homem dos últimos dias não sente afeto sequer pelos pais; isso não quer dizer que ele fale com
grosseria com os pais, mas antes ele não acode os pais necessitados
 Ele não transporta os pais idosos, ele não faz a parte de força para com os pais idosos, ele não
dispensa recursos para suprir os pais idosos
 Mas antes eles vão à casa dos pais e comem, e comem muito, e reclamam da comida quando está
pouca, reclamam do tempero; em outras palavras: eles limpam a Despensa, mas não a repõe, não
supre a casa dos pais
 Por isso que o v.3 os chama também de “ingratos”, isto é, eles são amantes da descortesia, eles
receberam tudo dos pais, que suaram muito para cuidar dele, para lhe dar o mínimo necessário à
vida, mesmo em meio à escassez e dificuldades da vida
 Eles são incapazes de reconhecer os esforços que os pais fizeram por eles, pelas noites insones,
pela quantidade de vezes que os pais praticaram a privação de comida, contanto que os filhos
comessem
 E agora, podendo ajudar os pais, eles não o fazem, porque são dominados pela ingratidão
 E se forrem à casa dos irmãos necessitados, irmãos de sangue, aí sim, é que eles não acodem
mesmo, sequer vão na casa dos irmãos
 Eles tratam os próprios irmãos como pessoas comuns, estranhas, desconhecidas; eles dizem:
“apenas saímos do mesmo lugar, do mesmo ventre, mas é cada um por si e Deus por todos”
 Quer dizer: os homens dos últimos dias sentem prazer em arrogar a sua falta de afeto natural e
ainda usam o nome de Deus em vão
 Agindo dessa forma, eles não somente transgridem o 5º mandamento – honra a teu pai e a tua
mãe – mas transgridem também o 6º mandamento – Não matarás – posto que estão contribuindo
para que os seus irmãos passem necessidade e tenham a vida comprometida pela escassez dos
haveres necessários à vida
 Se chamados para acudir, diz o v.8 que eles se mostram “irreverentes”, que é uma palavra que
significa alguém ímpio, isto é, sem piedade, frio, que não sente a menor compaixão pela dor e
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necessidade do outro, no que se constitui numa transgressão do 6º mandamento – Não matarás –


posto que está sendo insensível para com as condições para preservar a vida do próximo
 Ele procede como o sacerdote e o levita da parábola que Jesus contou, onde nenhum dos dois
acudiu um próprio irmão de raça que havia caído nas mãos de salteadores ficando semimorto;
ambos passaram ao largo da vítima, para não acudi-lo, sendo apontados como sem qualquer
piedade, ímpios

 Os homens dos últimos dias são, ainda, segundo o v.3 “caluniadores”


 Eles amam a mentira, amam prejudicar o próximo com a língua ferina, amam destruir mediante
calúnia, difamação; para eles, quanto pior melhor; eles acusam injustamente o próximo, a fim de
cumprir seus intentos maliciosos, seus planejamentos para o mal
 Numa conversa de 5 palavras, eles caluniam qualquer pessoa, tanto conhecidos, quanto
desconhecidos
 Quando o v.4 os acusa de serem “atrevidos”, o texto está dizendo que eles usam linguagem
estúpida, precipitada, inconsequente, trazendo grandes prejuízos a terceiros; o que querem falar,
falam; não guardam qualquer conveniência; falam tudo o que querem na frente de qualquer
pessoa, daí o serem classificados como atrevidos; os pecados da língua são para eles os seus
preferidos
 Caluniam autoridades, espalham “Fake News” com a maior celeridade, por isso o v.4 também os
classifica como “traidores”, pois caluniam pelas costas e sorriem quando estão diante da pessoa, e
até as abraçam, saudando-as com beijinhos, e até dão tapinhas nas costas da vítima, sendo
justamente nesse ponto que a escritura, que a tudo vê, denuncia-os no v.5 como “tendo forma de
piedade”, isto é, eles fazem os maiores males às pessoas, mas cuidam de manter a aparência
externa de alguém que seja piedoso, bondoso
 Não é sem razão que o apóstolo afirma que eles estão sempre dispostos a fazer o mal, e por isso o
v.3 os acusa de serem “cruéis”
 A rigor, cruel significa alguém que derrama sangue, ou, figuradamente, alguém que trabalha contra
a vida do próximo, seja a maneira que for, seja negando um favor, seja prejudicando-o pelas
costas, seja falando mal dele, seja fazendo bondades para mais tarde acusar a tal pessoa, seja
negando-lhe remédios, seja comprando remédios não prescritos para que a pessoa tome e se
prejudique, enfim... são infinitos os métodos de assassinar alguém

 A lista de classificação dos homens dos últimos dias é enorme, e afirma ainda no v.3 que eles são
“sem domínio próprio” e isso aponta para uma vida de cobiça e incontinência, isto é, eles
satisfazem os apetites em tudo quanto cobiçam; olham, querem, realizam
 Se querem se embriagar, embriagam-se; se querem adulterar, adulteram; se querem fazer o mal a
alguém, fazem; se querem matar, matam
 Eles são incontinentes, eles não se contêm, nem querem, mas satisfazem prontamente todas as
suas cobiças
 Em suma, afirma o apóstolo, eles são “inimigos do bem”, final do v.3, e mais amigos dos prazeres
do que amigos de Deus, final do v.4
 Ao dizer que eles são mais amigos dos prazeres do que de Deus, o texto não está dizendo que
eles tenham alguma amizade com Deus, mesmo pequena, não
 Mas o texto está dizendo que eles não têm qualquer amizade com Deus
 Quando vemos essa lista, e a comparamos com as palavras de Jesus acerca do coração humano,
que diz: “é do coração que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios,
os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura”
– Marcos 7.21-22 nós podemos enxergar a harmonia da doutrina dos apóstolos com o ensino de
Jesus, aliás, podemos confirmar que o ensino de Jesus é a própria doutrina dos apóstolos
 Timóteo, os homens dos últimos dias serão assim, portanto, “foge também destes”, diz o final do
v.5
 O termo fugir denota uma fuga constante e com horror; é assim que a escritura ordena aos crentes
e aos pregadores dos últimos dias, que não tenham comunhão com os homens dos últimos dias
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 Então, quais relações devemos ter como eles?


 Conclusão – Pregando-lhes a Palavra de Deus, tendo cuidado para não ter comunhão com eles
como se fossem irmãos na fé
 Eles podem ser nossos colegas de classe, de trabalho, da vizinhança, porém, nunca amigos
 Amigos mesmo, somente os irmãos da fé
 Isso é importante porque, se nós formos considerar a imundície em que os homens dos últimos
vivem, nós sequer iremos cumprimentá-los, e não é bem assim que devemos agir
 Jesus orou ao Pai nos seguintes termos, referindo-se aos crentes, em João 17.15: “Não peço que
os tires do mundo, mas que os livres do mal”
 Se Deus nos tirar do mundo, quem irá pregar?
 Se nós nos afastarmos dos homens dos últimos dias por causa da sua perversidade e
transgressões, quem irá pregar o evangelho a eles?
 Por isso não podemos nos afastar deles, no sentido de proximidade e coleguismo, mas devemos
estar atentos para jamais nos associarmos a eles de alguma forma, senão seremos infalivelmente
contaminados por eles, e passaremos a integrar a lista dos terríveis homens dos últimos dias
 Um último alerta: é possível que na igreja do Senhor haja centenas de homens assim, com essas
características, e que lutam pouco ou quase nada para mudarem de vida
 Estão dentro da igreja, como se fossem crentes, mas são avarentos, orgulhosos, soberbos,
suficientes, malcriados, grossos, estúpidos, facilmente espezinham o irmão da igreja, humilham,
caluniam, são atrevidos, ingratos e mostram no dia a dia todas essas características que acabamos
de alistar
 Fiquemos de olho neles, e assim que mostrarem tais características, apliquemos-lhes a disciplina,
pois é por ela que saberemos se eles são dos nossos ou não
 Se forem dos nossos ouvirão as nossas exortações, agradecerão e se corrigirão
 Mas se não forem dos nossos, eles nos ouvirão e nos odiarão, e permanecerão do rol dos homens
dos últimos dias
 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

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