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Lição de Célula

A CONDUTA DO CRISTÃO
NOS ÚLTIMOS DIAS
Introdução
Introduza a lição com a seguinte dinâmica:

• Mostre aos presentes, imagens e matérias de jornais e revistas sobre alguns dos acontecimentos trágicos do últimos anos
(por exemplo, o 11 de setembro, o tsunami na Ásia, o conflito entre Israel e Palestina e os assassinatos em São Paulo);
• Pergunte quais são os sentimentos que essas imagens e matérias geram em seus corações e quais são as opiniões sobre
os acontecimentos.

Alguns acontecimentos que têm marcado o início do presente século podem fazer-nos crer que estamos vivendo os chamados
últimos dias. Na manhã do dia 11 de setembro de 2001, dois aviões seqüestrados por terroristas chocaram-se com as duas torres
do World Trade Center e, além de colocar abaixo o maior símbolo da economia norte-americana, suscitaram diversos tipos de
interpretações e expectativas apocalípticas. O tsunami que atingiu a Ásia em 26 de dezembro de 2004 (gerado por um maremoto
de 9 graus na escala Richter, o que provocou ondas de até 10 metros de altura) e matou mais de cem mil pessoas, alarmou a
população mundial e criou um clima de fim do mundo. Além disso, nas últimas semanas, temos visto notícias sobre os conflitos
entre Israel e Palestina no Oriente Médio e os diversos assassinatos cometidos na cidade de São Paulo, o que pode nos despertar,
ainda mais, sentimentos de insegurança e alerta.

Acerca de fatos como esses, Jesus disse: “E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis,
porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino,
e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores” (Mt 24.6-8). A orientação dada por
Jesus para seus discípulos tendo em vista “guerras e rumores de guerras”, “nação conta nação, reino contra reino” e “terremotos”
é: – Não se assustem! Certamente isso irá acontecer, pois é necessário que assim seja. Isso, entretanto, não significa que o fim do
mundo chegou. Sendo assim, apesar da mobilização que catástrofes como as citadas promovem no meio cristão e no geral, não
devemos ficar inquietos e amedrontados. Observando o contexto de Mt 24 e a história humana, pode-se afirmar que esses são
sinais que antecedem a volta de Cristo e que têm estado presentes ao longo da linha do tempo desde a ascensão de Jesus, ou
seja, além de não significarem o fim do mundo, são comuns aos últimos dois mil anos.
A volta de Cristo marcará o início do fim da história vivenciada desde o Éden e o início de uma nova experiência de vida.
Quanto ao tempo disso, Jesus disse que ele mesmo desconhece o dia e a hora, estando esse conhecimento restrito a
Deus Pai (Mc 13.32,33). Até aqui, temos bons motivos para não ficarmos alarmados e preocupados com eventos de
aparência apocalíptica. Todas essas razões poderiam ser resumidas em uma só: não é certo quando Cristo voltará. Apesar
de a Bíblia falar de fatos que sinalizarão e apontarão para essa volta, não é possível precisar quando ela se dará. A única
certeza que podemos ter é que “o momento de sermos salvos está mais perto agora do que quando começamos a
crer” (Rm 13.11, NTLH). Assim, os últimos dias, ao invés de provocar medo, devem gerar uma tomada de atitude. Uma
das preocupações que o cristão deveria ter não é com quando acontecerá a volta de Cristo, mas, sim, em viver uma
vida segundo os padrões do Reino que já está presente e que há de vir em plenitude. É sobre isso que Paulo fala em
Romanos 13.11-14, o que abordaremos na lição de hoje.

Desenvolvimento

Texto-base: Romanos 13.11-14 (NTLH, Nova Tradução na Linguagem de Hoje)

Vocês precisam fazer todas essas coisas porque sabem em que tempo nós estamos vivendo; chegou a hora de
vocês acordarem, pois o momento de sermos salvos está mais perto agora do que quando começamos a crer. A
noite está terminando, e o dia vem chegando. Por isso paremos de fazer o que pertence à escuridão e peguemos as
armas espirituais para lutar na luz. Vivamos decentemente, como pessoas que vivem na luz do dia. Nada de farras ou
bebedeiras, nem imoralidade ou indecência, nem brigas ou ciúmes. Mas tenham as qualidades que o Senhor Jesus
Cristo tem e não procurem satisfazer os maus desejos da natureza humana de vocês.

Paulo inicia esse texto dizendo que os cristãos romanos conheciam o tempo em que estavam vivendo. Que tempo era esse?
Para o apóstolo, ele poderia ser definido por duas premissas, uma óbvia e outra nem tanto. A primeira diz respeito ao momento
da salvação futura estar cada vez mais próximo na medida em que o tempo passa. Essa salvação futura refere-se à glorificação a
ser experimentada pelos cristãos na volta de Cristo. A Bíblia diz que os mortos em Cristo serão ressuscitados e ganharão um corpo
livre do pecado e da possibilidade de corrupção. Os cristãos que estiverem vivos serão
arrebatados e também receberão esse corpo glorificado (cf. 1Ts 4.16,17; 1Co 15.35-58). Certamente, a cada dia que passa, nos
aproximamos ainda mais disso.

Igreja Batista Central de Belo Horizonte 1


A segunda premissa está na frase “a noite está terminando, e o dia vem chegando” (Rm 13.12). Na chamada Igreja primitiva,
havia a crença de que Jesus não tardaria a voltar. Isso pode ser visto em textos do Novo Testamento como o que estamos
estudando. Sabemos que essa expectativa não se cumpriu, assim como outras que ocorreram ao longo da história da Igreja,
como, por exemplo, nos finais do primeiro e do segundo milênios. Nessa frase, Paulo utiliza-se de uma metáfora para afirmar esse
entendimento. Assim como a noite (marcada pelas trevas) antecede o dia (iluminado pelo sol), havendo, durante a noite, uma
certeza e expectativa pela chegada do dia, assim também, a história humana, manchada pelo pecado, está para dar lugar a uma
época de plenitude do Reino de Deus entre os homens.

Por mais que Cristo não tenha voltado conforme as expectativas dos primeiros cristãos e de outros ao longo do tempo,
com isso em mente, Paulo fez importantes exortações, as quais têm grande relevância para nós hoje. O apóstolo chama
os romanos (e também a nós) a se despertarem do sono. – Acordem e estejam alerta para o fato de que estamos cada
vez mais próximos da volta do Senhor. Essa chamada tem o objetivo de fazer com que os cristãos abandonem uma atitude
de comodismo, passividade e sonolência quanto à vida cristã e assumam uma postura de mudança, ação e vitalidade.
Para Paulo, os discípulos não deveriam ficar adormecidos e estagnados em um padrão de vida que ainda não estava
perfeitamente de acordo com os valores do Reino. A busca por santidade deveria ser uma constante em suas vidas.

Quanto a isso, o apóstolo diz mais: “Por isso paremos de fazer o que pertence à escuridão e peguemos as armas
espirituais para lutar na luz. Vivamos decentemente, como pessoas que vivem na luz do dia” (Rm 13.12,13). Se os
cristãos serão os cidadãos do Reino que há de vir em plenitude, o qual é comparado ao dia, eles devem abandonar o que
compete às trevas, ou à era atual (pecado), e se apropriarem do que diz respeito à luz, ou seja, uma vida digna do Reino
e de seu Senhor. “Viver na luz” é uma idéia bem presente no Novo Testamento. Eis alguns textos que tratam sobre isso:
João 3.20,21; Efésios 5.8-14; 1Tessalonicensses 5.1-10. O que, na prática, significa “viver na luz”? Paulo responde. Ele
diz: “Nada de farras ou bebedeiras, nem imoralidade ou indecência, nem brigas ou ciúmes. Mas tenham as qualidades
que o Senhor Jesus Cristo tem” (Rm 13.13,14). O texto é claro e explícito. Viver na luz é não agir conforme o padrão do
mundo (o que é vergonhoso e desonroso), mas procurar viver segundo o modelo de Cristo.

Encerrando o texto, Paulo diz: “Não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne” (Rm 13.14, NVI).
Premeditar tem o sentido de pensar com antecedência. Agimos assim, quando planejamos os passos necessários para
que um objetivo qualquer seja atingido antes de entrarmos em ação. Quantas vezes não agimos dessa maneira quanto
ao pecado? A orientação é para não projetarmos como saciar a fome pelo pecado que ainda existe em nós, evitando,
assim, agir como quem vive nas trevas.

Conclusão
A volta de Cristo e os últimos dias não devem provocar em nós temor e preocupação, mas, sim, uma busca mais intensa por uma
vida conforme os valores do Reino de Deus. Devemos estar atentos ao tempo em que estamos vivendo e nos despertar para
uma vida de mais seriedade e compromisso com o Senhor.

Desafios
Faça as seguinte perguntas de reflexão e desafio:

1. Você está ciente do tempo em que estamos vivendo?

2. Como está sua vida cristã: estagnada e adormecida ou em uma busca intensa pelos valores do Reino de Deus?

3. Você tem estado comprometido com práticas que não estão de acordo com o caráter de Jesus ou
tem vivido na luz?

Igreja Batista Central de Belo Horizonte 2

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