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09/06/2021 14º Congresso

Anais

Anais do 14º Congresso Internacional


Rede Unida
Suplemento, Anais do 14ª Congresso Internacional da Rede UNIDA

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Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3


(2020). ISSN 2446-4813.

Trabalho nº 11534

Título do Trabalho: CONTEXTOS E REALIDADES EM SAÚDE BUCAL NA PERSPECTIVA DA


POPULAÇÃO IDOSA NO MUNICÍPIO DE TEFÉ - AMAZONAS

Autores: Giselle Diniz Guimarães Da Silva, ELLEN ROBERTA LIMA BESSA, Ormezinda Celeste
Cristo Fernandes, Maria Luiza Garnelo Pereira, Fernando José Herkrath

www.redeunida.org.br/pt-br/evento/8/standalone/anais/?title=ELLEN+ROBERTA+LIMA+BESSA 1/3
09/06/2021 14º Congresso

Apresentação: Seja o cenário rural ou urbano, o Amazonas encontra-se desfavorável em questões geográficas e
econômicas, consistindo em um estado de difícil diagnóstico situacional. As comunidades rurais encontram-se
distantes dos grandes centros urbanos, embora pertençam ao mesmo município, esta é uma região de dimensões
continentais, com a população distribuída ao longo dos rios, onde a soma desses fatores dificulta o cumprimento
dos direitos à saúde, a equidade e a universalidade da assistência às populações idosas, pois mesmo que ambas
as regiões possuam cobertura da Estratégia de Saúde Bucal, os residentes de áreas urbanas são mais favorecidos
aos serviços de saúde bucal. Estes idosos trazem consigo heranças de uma odontologia de caráter mutilador e de
extrema exclusão social, onde desde crianças até enquanto adultos jovens, muitos destes tiveram pouco ou
nenhuma forma de prestação de serviços que promovessem a saúde bucal, pois estes momentos antecediam a
criação do SUS. A saúde bucal tem um papel importante na saúde geral e na qualidade de vida da população
idosa, onde foi por muito tempo foi negligenciada e o acesso aos serviços odontológicos foi limitado,
principalmente no interior do Amazonas, seja o cenário rural ou urbano, este consiste em um estado de difícil
diagnóstico situacional devido suas questões geográficas e econômicas. O municípios de Tefé localiza-se na
região do médio Solimões e dispõe de 100% da Estratégia Saúde da Família. Tem cadastrados 1914 idosos de 65
a 74 anos, 86,7% residentes na zona urbana e 13,2% dispersos nas 164 localidades da zona rural. A cobertura
de saúde bucal atualmente abrange 83% da população, que é atendida por 15 equipes distribuídas em 6
unidades básicas de saúde urbanas, 3 em comunidades rurais e uma unidade fluvial. A atenção primária
representa a única via de acesso ao cuidado em saúde bucal. Os territórios do interior do Amazonas apresentam
heterogeneidade pelo espaço geográfico e pela composição de sua população, com grande diversidade cultural e
desigualdade socioeconômica. O panorama geográfico na Amazônia, gera dificuldades no acesso aos serviços de
saúde bucal dos idosos, principalmente nas visitas aos consultórios odontológicos, pois além da grande extensão
territorial e dos rios, também têm as dificuldades de locomoção já provenientes da idade. Estas singularidades
são mais evidentes nas populações residentes em áreas rurais, mais fragilizadas em relação a questões
financeiras, saneamento, moradia, infraestrutura e na disponibilidade de equipamentos e serviços públicos,
fatores determinantes no acesso ao cuidado em saúde bucal. Objetiva-se relatar contextos e experiências da
população idosa do município de Tefé – AM, na interação com equipes de saúde bucal. Desenvolvimento: O
estudo foi realizado no período de outubro de 2018 a maio de 2019. Foram realizadas visitas domiciliares aos
idosos residentes de áreas rurais e urbanas, com acessos fluviais e terrestres, das quais resultaram as
observações. Foram realizados exames clínicos bucais e entrevistas que continham itens relacionados às
condições socioeconômicas e de saúde bucal, acesso aos serviços de saúde, qualidade de vida e autopercepção
relacionados à saúde bucal, além da concomitante observação sobre o cotidiano dessa população. Resultado:
Evidenciou-se elevada perda dentária, sendo a maioria dos idosos edêntulos, resultado do modelo assistencial
mutilador ofertado à população e das barreiras de acesso que postergam os tratamentos e agravam os quadros
clínicos. O uso de prótese dentária foi identificado como privilégio dos moradores das áreas urbanas. Muitas
próteses na população rural possuíam acima de 20 anos de uso, pela dificuldade financeira para adquirir uma
nova e pela necessidade de locomoção até a cidade para procurar atendimento na esfera privada. Os que não
faziam uso relataram que, apesar de não possuírem dentes, não sentiam prejuízo na mastigação, pois sua
alimentação baseava-se em alimentos líquidos e pastosos. A higienização das próteses dentárias também
expressa a precariedade das condições de vida, sendo encontrados o uso de facas, escovas de madeira, esponjas
de aço complementados por coadjuvantes como carvão, limão, areia e água fervente, ou seja, trata-se dos meios
mais acessíveis nas localidades de residência. Apesar das condições clínicas, a saúde bucal em geral foi
classificada como satisfatória, ainda que ressaltem o desejo de receber algum tipo de tratamento. A satisfação
com o sorriso e com a estética dentária foi mais relacionada ao fato de se sentirem felizes e sem nenhuma
doença grave, sendo frequentes se classificarem como pessoa s felizes, em que pese as óbvias precariedades
socioeconômicas que enfrentam. A grande extensão territorial de Tefé é similar a outros espaços amazônicos,
contribuindo para as dificuldades no acesso aos serviços de saúde bucal dos idosos, dada a dificuldade de
deslocamento para os consultórios odontológicos. Além das variações climáticas, essa região possui uma
característica que é movimentação das águas, sendo realizada pelo período de enchente e vazante dos rios, estes
fatores podem auxiliar ou dificultar no acesso destes usuários. Más condições de saúde também se tornam
obstáculos, pois nesse caso a mobilidade é restringida pela idade ou doenças adquiridas, limitando sua
capacidade funcional. Também foi relatada a não procura dos serviços por estarem trabalhando no horário de
funcionamento ou por não possuírem recursos financeiros para o deslocamento, pois embora a população
pesquisada seja idosa e de precária situação econômica os mantém trabalhando. Tal situação também prejudica a
procura de serviços de saúde bucal cujo horário de funcionamento é incompatível com o horário de trabalho dos
entrevistados. Quando questionados a respeito de dor ou desconforto no processo de mastigação, evidenciou-se
que problemas odontológicos eram remetidos a segundo plano, frente à falta absoluta de alimentos por carência
financeira. Em tais circunstâncias, ter a disponibilidade de alimento sobrepõe-se aos incômodos provocados pelo
ato de mastigar. Considerações finais: As condições precárias de vida implicam em barreiras no acesso aos
serviços de saúde bucal. Para que o cuidado seja alcançado pelos idosos, estes precisam transpor obstáculos
físicos, geográficos, financeiros e sociais. O conhecimento técnico que o dentista adquire na formação profissional
muitas vezes são pouco úteis para lidar com a vasta diversidade socioambiental amazônica, sendo dissonante o
conhecimento acadêmico e o popular. As equipes de saúde bucal, portanto, precisam se apropriar dos cenários
em que estão inseridas e compreender os contextos a fim de que possam propor meios efetivos de promoção da
saúde bucal, valorizando a cultura e os costumes locais, contribuindo, assim, para a mudança do modelo
assistencial e da realidade epidemiológica dessa população. Para que haja o encontro entre o cirurgião dentista e
o idoso, são necessárias combinações de dois ou mais meios de transporte e esforço de ambas as partes.

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09/06/2021 14º Congresso

Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3


(2020). ISSN 2446-4813.

Trabalho nº 10254

Título do Trabalho: IMPACTOS DA RADIOTERAPIA NA SAÚDE ORAL DE PACIENTES COM


CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO AMAZONAS

Autores: Giselle Diniz Guimarães Da Silva, Daniela Marinho Silva, Ellen Roberta Lima Bessa,
Clarice Virginia Santos Goiabeira, Thayana Cruz De Souza, Lia Mizobe Ono, Ormezinda Celeste
Cristo Fernandes

Apresentação: Os pacientes com câncer de cabeça e pescoço além de lidar com uma doença que ameaça à vida,
convivem com os impactos da própria doença e de seu tratamento sobre a saúde oral. A radioterapia é utilizada
com intuito de promover destruição do tecido neoplásico, porém, em menor grau age sobre tecidos saudáveis
promovendo efeitos deletérios ao paciente afetando sua qualidade de vida. Os efeitos indesejados mais comuns
da radioterapia na região de cabeça e pescoço são mucosite, xerostomia, e infecções fúngicas orais. Nesse
sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar os impactos na saúde oral de pacientes com câncer de cabeça e
pescoço submetidos à radioterapia atendidos em um hospital público de referência do Estado do Amazonas.
Desenvolvimento: O delineamento deste estudo é observacional do tipo longitudinal, visto que foram feitas duas
avaliações prospectivas, antes do tratamento e após a segunda semana de tratamento. Foram avaliados 10
pacientes com diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço, o questionário socioeconômico e o exame clínico
foram aplicados por um único investigador. A inspeção incluiu uso de prótese dentária, avaliação da voz,
odinofagia, mucosite, xerostomia, disfagia, disgeusia, candidíase oral e trismo. Resultado: A média de idade foi
de 56,6 anos, 60 % dos pacientes eram do sexo masculino, 60% apresentaram como grau de escolaridade o
nível médio, quanto à localização do tumor 40% estavam localizados na laringe, 40 % na boca, 10% em
nasofaringe e 10 % em glândula salivar, apenas 30 % eram usuários de próteses dentárias. Antes do tratamento,
a alteração mais comumente observada foi alteração de voz em 70% dos pacientes avaliados. Após a segunda
semana de tratamento, todos os pacientes relataram xerostomia, 90 % odinofagia, 30 % apresentaram
candidíase oral, 50% mucosite e 80% relataram disgeusia. Além disso, os pacientes que referiram odinofagia
informaram haver alteração na dieta passando essa a ser estritamente pastosa, o trismo foi verificado em apenas
um paciente avaliado. Considerações finais: Os resultados apontam a xerostomia como principal impacto na
saúde bucal após a segunda semana de radioterapia na região de cabeça e pescoço, associada e essa, a
odinofagia e disfagia colaboraram para alteração na qualidade de vida dos pacientes, sobretudo no que diz
respeito à mudança da dieta. Diversas são as alterações bucais decorrentes do tratamento radioterápico o que
reforça a importância do acompanhamento odontológico do paciente durante o tratamento do câncer. O cuidado
com as alterações bucais durante a radioterapia exige o trabalho em equipe interdisciplinar e a inserção da
prática odontológica nesse ambiente de trabalho.

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