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Direito Constitucional

1.4 Interpretação das normas constitucionais. 1.4.1 Métodos, princípios e limites.


2 Poder constituinte. 2.1 Características. 2.2 Poder constituinte originário. 2.3 Poder
constituinte derivado. (ESTES PONTOS SÃO DOUTRINÁRIOS)
3 Princípios fundamentais.

Interpretação da Constituição (Hermenêutica Constitucional)


A interpretação constitucional não pode ser diversa da interpretação das outras áreas
do Direito. Portanto, são aplicáveis à interpretação constitucional os mesmos métodos
das demais normas jurídicas. Porém, estes métodos não são suficientes, em razão da
superioridade da norma constitucional, razão pela qual se utiliza de alguns métodos
específicos para interpretação.

Concepção tradicional de hermenêutica


Para o formalismo jurídico, o juiz seria a “boca da lei”, não cabendo ao magistrado
interpretar a lei conforme a realidade. Ele só poderia refletir a vontade do legislador.

Para o realismo jurídico, a Constituição é aquilo que o juiz diz que ela é. O Poder
Judiciário não estaria preocupado com aquilo que a Constituição diz. É, portanto, o
oposto do formalismo jurídico.

Há um ponto de equilíbrio: positivismo jurídico (Kelsen). A decisão judicial não seria
apenas um ato de aplicação do direito, mas também um ato de criação. O direito
positivo fornece uma moldura, cabendo ao juiz escolher uma opção dentre aquelas
trazidas pelos limites da lei. No positivismo puro não há ética e moral, havendo a escolha
entre critérios técnicos. O positivismo caiu por terra por conta do nazismo.

Por conta disso, veio o pós-positivismo, tendo como características básicas:


- Surgimento após a II Guerra Mundial;
- Prega a reaproximação da relação entre o direito e a moral;
- Rejeição tanto do formalismo legalista como ao positivismo puro
- Argumentação jurídica aberta, dotado de discricionariedade.

Concepção contemporânea de hermenêutica


A concepção contemporânea tem como características:
- Norma e texto legal são distintos;
- O juiz é ativo, embora possua limites;
- Prevalência da mens legis;
- Prevalência da interpretação evolutiva;
- A Constituição é um regime aberto de normas (regras e princípios); é feita por uma
sociedade aberta de intérpretes. Segundo Eros Grau, texto é norma em potencial, mas
não se confunde com a norma, que é o resultado da interpretação.

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A interpretação, na visão contemporânea, não é mais exclusiva do aplicador do direito,
ou seja, seria errado dizer que a Constituição é aquilo que o Supremo Tribunal Federal
diz que ela é, pois haveria um monopólio da interpretação.

Há duas correntes norte-americanas de hermenêutica:

Interpretativismo: os juízes ao interpretar a Constituição devem limitar- se a captar o


sentido dos preceitos expressos na Constituição, ou, pelo menos, nela claramente
implícitos. Há uma ideia muito próxima ao formalismo tradicional ou jurídico. Nega-se a
função criativa do direito pelos juízes por meio da interpretação. Esses limites aos juízes
é a semântica textual e a vontade do legislador.

Não interpretativismo: há a possibilidade e a necessidade de os juízes invocarem e


aplicarem valores e princípios substantivos – princípios da liberdade e da justiça – contra
atos da responsabilidade do legislativo em desconformidade com o projeto da
Constituição. Admite-se a possibilidade de ativismo judicial e função criativa do juiz.
Leva-se em conta a textura semântica, a vontade do legislador e também o papel do
intérprete, a partir da pré-compreensão de fatos, consequências e ideologias. Ao final
desse processo, chega-se à norma jurídica.

Eros Grau ainda diferencia


• Norma jurídica: resultado da interpretação em geral;
• Norma de decisão: resultado da interpretação do juiz.

Limites da interpretação
Na concepção contemporânea, por exercer o juiz um papel ativo, há aqui uma função
criadora do juiz, exercendo atividade na própria formação da norma. O juiz já não é mais
aquele do formalismo jurídico.

A partir do momento em que se admite a função criativa, surge um perigo: a ausência


de limites à atuação do juiz, podendo gerar a ruptura de poderes, substituindo o
legislador. Com isso, o Poder Judiciário poderia se tornar um poder onipotente,
insuscetível de limitações.

Montesquieu dizia que não se pode admitir que o juiz seja legislador, pois, do contrário,
haveria arbitrariedade. Isso porque quem detém poderes demasiados tende abusá-lo.
Por tudo isso, entende-se que é necessário colocar limites reais à interpretação judicial,
ou seja, devem haver constrangimentos reais, impedindo a liberdade absoluta.

A respeito desses limites, o professor Eros Grau utilizou a chamada metáfora da Vênus
de Milo, a fim de ilustrar essa imposição de limites. Quando é encomendada uma
estátua da Vênus de Milo a três artistas, cada um deles a realiza a sua maneira, havendo
um resultado diverso entre eles, mas sempre havendo a semelhança, ou seja, nenhum
deles traz uma estátua totalmente diferente do que a Vênus de milo. Portanto, os juízes

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são os artistas, os quais têm liberdade de interpretação, mas isto não pode levar à tarefa
encomendada ao juiz.

Esses vetores limitativos poderão


- Seguir o texto constitucional em vigor (dogmática), porque não se pode desprezar a
literalidade da CF;
- Observar os precedentes judiciais, princípios constitucionais, os princípios e regras da
hermenêutica constitucional e também os métodos da hermenêutica constitucional.

Métodos de interpretação
Segundo J.J. Canotilho, existem basicamente 6( seis) diferentes métodos:
• Método jurídico;
• Método tópico-problemático;
• Método hermenêutico concretizador;
• Método científico-espiritual;
• Método normativo-estruturante;
• Interpretação comparativa.

I. Método jurídico
Vai dizer que a Constituição é uma lei, razão pela qual se utiliza da mesma interpretação
que se faz da lei. Para descobrir o sentido da norma constitucional, o intérprete deverá
se valer de elementos interpretativos típicos, tais como elemento filológico
(gramatical/literal), elemento lógico (sistemático), elemento histórico (contexto
histórico), elemento teleológico (finalidade da norma) e elemento genético (fundado na
origem dos conceitos), etc.

O método jurídico se vale dos métodos interpretativos clássicos.

Eles são passíveis de serem utilizados para interpretar a Constituição, mas não são
suficientes.

II. Método tópico-problemático


Foi idealizado por Theodor Viehweg, colocando ênfase no problema enfrentado. A
tópica é uma invenção, uma técnica mental de pensar o problema com o objetivo de
solucioná-lo.

O método tópico-problemático parte das seguintes premissas:


• A primeira premissa estabelece que a interpretação constitucional deve ter caráter
prático, resolvendo o problema concreto.
• A segunda premissa estabelece que as normas constitucionais possuem um caráter
fragmentário, sem abranger todas as situações capazes de ocorrer, mas apenas aquelas
com alto grau de abstração e generalidade.
• A terceira premissa estabelece que não é possível fazer apenas a subsunção do fato à
norma constitucional. O ponto de partida deve ser o problema, e não a norma.

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Diante dessas premissas, o método tópico-problemático se desenvolve. Para tanto, o
intérprete deverá encaixar o problema que se quer resolver dentro da Constituição. A
partir daí, o intérprete reputará como justa a resolução do problema extraído do texto
constitucional.

A crítica que se faz ao método tópico-problemático é que há um casuísmo sem limites,
em razão de que cada problema é diverso dos demais.

III. Método hermenêutico concretizador


O método Hermenêutico-Concretizador, que tem como principal idealizador Konrad
Hesse, parte da ideia de que os aspectos subjetivos do intérprete dão-lhe uma inevitável
“pré-compreensão” acerca da norma a ser interpretada.

O método hermenêutico concretizador faz o caminho inverso ao método tópico-


problemático. Isto é, o caminho feito pelo método hermenêutico concretizador é a
partir da norma constitucional para o problema a ser resolvido, e depois do problema
a ser resolvido para a norma constitucional.

O método hermenêutico concretizador diz que o intérprete ao fazer a primeira leitura


do texto constitucional extrai um conteúdo chamado de pré-compreensão da norma.
Quando o intérprete se defronta com o problema, ele deverá voltar à norma que ele
havia pré-compreendido, ou seja, o intérprete faz a primeira leitura (pré- compreensão)
e compara com a realidade existente. A partir do confronto da primeira leitura e da
realidade existente, ele reformulará a sua própria compreensão, de forma que relerá o
texto da maneira que a realidade se apresentou. Nessa releitura do texto, haverá
repetições sucessivas do texto para a realidade até que se encontre uma solução
harmoniosa do problema.

No âmbito constitucional, marcado pela abertura e imprecisão de muitas de suas


normas, a busca do sentido delas envolve mais concretização do que interpretação,
conferindo, portanto, às pré-compreensões um papel decisivo. Nesse quadro, os
defensores da interpretação concretista, dentre os quais Konrad Hesse, pugnam que
toda leitura inicial de um texto deve ser reformulada mediante uma comparação com a
realidade, justamente para serem suprimidas interpretações equivocadas. Por isso, o
método concretizador funda-se em uma constante mediação entre o problema e a
norma, no qual a concretização é lapidada por meio de uma análise mais profunda,
em que a norma prevalece sobre o problema.

Perceba que existe um movimento de ir e vir, entre a norma e a realidade, é denominado


de círculo hermenêutico.

A grande ideia que se pode concluir do método hermenêutico concretizador é que ele
dá prevalência ao texto constitucional, o qual sempre começará esse movimento, a
partir da pré-compreensão da norma.

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Em suma, o método hermenêutico-concretizador possui 3( três) elementos básicos:

Pressupostos subjetivos: o intérprete possui uma pré-compreensão da Constituição,


exercendo um papel criador na atividade de descobrir o sentido do texto constitucional.

Pressupostos objetivos: dizem respeito ao contexto no qual o texto vai ser aplicado,
atuando o intérprete como um mediador entre o texto e a situação na qual ele se aplica
(contexto).

Relação entre texto e contexto: com a mediação criadora feita pelo intérprete,
transformando a interpretação em movimento de ir e vir (círculo hermenêutico), na
busca da concretização, da construção da norma, que é o resultado da interpretação.

IV. Método científico-espiritual


O método Científico-Espiritual é produto das concepções de Rudolf Smend, o qual
defende que a interpretação deve buscar o conteúdo axiológico último da Lei Maior,
por meio de uma leitura flexível e extensiva, na qual os valores comunitários e a
realidade existencial do Estado se articulam com o fim integrador da Constituição. O
método científico-espiritual tem um cunho sociológico, não procurando exatamente
extrair ou interpretar a norma constitucional pelo conteúdo textual, pois visa procurar
precipuamente os valores que estão subjacentes ao texto constitucional.

Com base nesta preocupação, o intérprete conseguiria integrar a Constituição à


realidade espiritual da comunidade. É preciso interpretar a Constituição com base nos
seus valores, a fim de extrair o espírito da sociedade, motivo pelo qual é denominado
de científico-espiritual.

V. Método normativo-estruturante
O método normativo-estruturante estabelece que não há identidade entre norma
jurídica e texto normativo. Com base nisso, o que se pretende é que a norma que se
extrai do texto da Constituição seja capaz de levar à concretização da Constituição na
realidade social. Isso porque, a norma que vai ser extraída do texto da Constituição vai
resolver o problema prático através da resolução de questões de problemas práticos.

É preciso que a norma extraída do texto constitucional possa resolver um problema


prático.

V. Interpretação comparativa
A interpretação comparativa busca analisar os institutos jurídicos, normas de diversos
ordenamentos jurídicos. A ideia é que por meio da comparação de diferentes
ordenamentos jurídicos seja possível extrair o significado real que deve ser atribuído ao
instituto ou ao enunciado.

Princípios de interpretação
O professor J.J. Canotilho destaca alguns princípios de interpretação constitucional:

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• Unidade da Constituição;
• Efeito integrador;
• Máxima efetividade;
• Justeza;
• Concordância prática;
• Força normativa da Constituição;
• Interpretação conforme à Constituição.

I. Princípio da Unidade da Constituição


A Constituição é uma só, razão pela qual o texto constitucional deve ser interpretado a
fim de evitar contradições entre as suas normas. O intérprete deve analisar a
Constituição em sua globalidade, havendo uma unidade harmônica.

Em decorrência disso, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo dizem que todas as normas
constitucionais têm igual dignidade, não podendo uma norma se sobrepor à outra, pois
não há hierarquia entre normas constitucionais (inexistência de hierarquia entre normas
constitucionais).

Por outro lado, não há normas originárias inconstitucionais, tendo em vista que não é
possível fazer o controle de constitucionalidade de normas originárias (inexistência de
inconstitucionalidade de normas constitucionais originárias).

O que é capaz de existir entre normas constitucionais é tão somente uma antinomia
aparente, não existindo antinomias verdadeiras entre os dispositivos constitucionais,
pois ela é interpretada de forma harmônica, por conta da unidade da Constituição.

II. Princípio do Efeito Integrador


O princípio do efeito integrador é um corolário do princípio da unidade da Constituição.
A ideia é de que seja necessário promover uma interpretação que favoreça a
integração política, social, etc. O que se procura é a integração política, social,
harmonizando os valores.

III. Princípio da Máxima Efetividade


O o intérprete deve atribuir à norma constitucional um sentido que lhe ofereça uma
maior eficácia.

IV. Princípio da Justeza


O princípio da justeza, também chamado de princípio da conformidade funcional, vai
dizer que o órgão encarregado de interpretar a Constituição (STF) não pode chegar ao
resultado que subverta o esquema organizatório funcional estabelecido pelo legislador
constituinte.
Por isso, quando o STF afastou o presidente da Câmara, houve questionamento sobre a
legitimidade do ato jurisdicional. O Supremo pode fazer isso, pois se ele pode decretar
a prisão do parlamentar, o afastamento do cargo seria uma medida menos drástica
ainda.

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V. Princípio da Harmonização
O princípio da harmonização, também denominado de princípio da concordância
prática, é uma decorrência do princípio da unidade da Constituição. É preciso que haja
coordenação de bens jurídicos, quando houver um certo conflito entre eles. Com a
situação de conflito, busca-se interpretar a constituição a fim de evitar o sacrifício dos
direitos em colisão.

VI. Princípio da Força Normativa da Constituição


Segundo Konrad Hesse, o princípio da força normativa, o intérprete deve realizar a
interpretação de forma a conferir a Constituição força normativa, cogente, que se
impõe. Isto só é possível quando o intérprete adote aquela que promova uma
atualização normativa.

VII. Princípio da Interpretação conforme a Constituição


O texto constitucional admite diferentes interpretações ou significados. O que se conclui
é que existem normas polissêmicas ou plurissignificativas. Neste caso, o intérprete
deverá dar a essa norma uma interpretação que compatibilize ou permita que seja
compatível com o conteúdo da Constituição.
A regra é que, se for possível conservar a validade de uma lei, deverá adotar a
interpretação conforme a Constituição, mas existem limites para isso.
O intérprete não pode contrariar o texto literal, razão pela qual se o texto diz “não”, o
intérprete não pode dizer “sim”. O intérprete deve manter a vontade do legislador.

VIII. Teoria dos poderes implícitos (implied powers)


Esta teoria dos poderes implícitos foi desenvolvida pelo constitucionalismo norte-
americano, estabelecendo que, sempre que a Constituição designa o fim ela também
designa o meio necessário para alcançar o fim.
O STF tem reconhecido a teoria dos poderes implícitos no Brasil. Exemplo disso é o caso
do Tribunal de Contas da União conceder medidas cautelares, pois ele já profere
decisões de mérito, podendo conceder meios necessários para alcançar a sua finalidade
principal.

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Poder Constituinte

A teoria do Poder Constituinte foi esboçada pelo abade francês Emmanuel Sieyès (“O
que é o Terceiro Estado”). Ele faz uma distinção entre poder constituinte e poderes
constituídos. O primeiro é o que cria a Constituição, enquanto os segundos resultam da
criação da Constituição. Este é o ponto fundamental.

O titular do poder constituinte para Sieyès era a nação, mas atualmente a doutrina
entende que o titular é o povo, ainda que o poder constituinte seja usurpado.

O poder constituinte originário se manifesta na criação de um novo estado ou na


refundação de um estado, com a substituição de uma Constituição por outra. O primeiro
é o poder constituinte histórico, enquanto o segundo é o poder constituinte
revolucionário, ainda que se dê em um período de normalidade institucional.

Se o exercício do poder constituinte é legítimo, então significa dizer que foi democrático.
Por outro lado, se o poder constituinte é usurpado, então o poder constituinte foi
exercido de forma autocrática, sendo uma constituição outorgada.
O poder constituinte pode ser dividido em:
• Poder constituinte originário;
• Poder constituinte derivado.

Há ainda quem divida o poder constituinte difuso e poder constituinte supranacional.

I. Poder constituinte originário


O poder constituinte originário é o que elabora a Constituição do Estado, sendo possível
identificar dois momentos de manifestação dele:
- Momento material do poder constituinte originário: é a decisão política de criação de
um novo Estado, segundo Carl Schmitt.
- Momento formal do poder constituinte originário: é o momento em que há
efetivamente a elaboração da Constituição, dando a ideia do direito que surgiu. Trata-
se da formalização do momento material.

O poder constituinte originário caracteriza-se por ser


POLÍTICO: é um poder de fato, não sendo um poder jurídico, pois não se baseia numa
ordem jurídica, e pelo contrário, faz nascer a ordem jurídica.
INICIAL: dá início ao Estado, e não o tem como referência;
INCONDICIONADO: não se condiciona à forma de manifestar a sua vontade.
PERMANENTE: o poder constituinte originário não se esgota, podendo se manifestar a
qualquer tempo, quando manifestado pelo seu titular (o povo).
ILIMITADO: Há uma divergência doutrinária (em provas objetivas marcar como
ilimitado). Essa característica deve ser visto com ressalvas, pois o direito internacional
limitaria o poder constituinte originário em face da possível afronta aos direitos
humanos. Outros autores dizem que há limites pelo direito natural, em razão de

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aspectos éticos e morais. Seja qual for o entendimento, o poder constituinte é ilimitado
em seu aspecto jurídico.

II. Poder constituinte derivado


O poder constituinte derivado pode modificar a Constituição, podendo também criar as
constituições estaduais. No primeiro caso, o poder constituinte derivado é o
reformador e o segundo é o poder constituinte derivado decorrente.

Se o poder constituinte derivado foi instituído pelo poder constituinte originário,


então significa dizer que ele nasce na ordem jurídica, sendo, portanto, um PODER
JURÍDICO, DERIVADO, LIMITADO e CONDICIONADO, razão pela qual se exerce na
forma que a Constituição impõe.

a) Poder Constituinte Derivado Reformador


É o poder constituinte que reforma a Constituição Federal por meio de
• Emendas constitucionais (rito do art. 60 da CF/88);
• Revisão constitucional (rito do art. 3o do ADCT).

Este poder é limitado pelo texto constitucional, de forma que a doutrina enumera as
espécies de limitações do poder constituinte derivado reformador:
Limitação temporal: durante certo período não pode ser modificada a Constituição (ex.:
durante os 5 primeiros anos não pode alterar a CF);
Limitação circunstancial: em determinada circunstância não pode ser alterada a
Constituição (ex.: estado de sítio não pode alterar a CF).
Limitação material: não pode abolir cláusula pétrea.
Limitação processual (formal): o processo legislativo de alteração da CF deve ser mais
difícil do que o processo legislativo ordinário.

b) Poder Constituinte Derivado Decorrente


É o poder de os Estados elaborarem suas Constituições. Esta competência é atribuída
pelo poder constituinte originário, decorrendo diretamente da CF/88.

Observações:
1) O DF é poder constituinte derivado decorrente? SIM, pois decorre diretamente da
Constituição Federal, em razão da sua competência híbrida ou cumulativa.

2) E os municípios? NÃO, pois a competência do município está condicionada à


observância da Constituição Federal e da Constituição Estadual. Como não ocorre
diretamente, não é considerado poder constituinte derivado decorrente.

c) Poder Constituinte Difuso


É um poder de fato (político, econômico ou social) que produz este poder, atuando na
mutação constitucional, que é um processo informal de alteração da Constituição. O
texto é o mesmo, mas a norma que se extrai do texto é modificada.

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d) Poder Constituinte Supranacional
É o poder de fato, pois não há uma ordem jurídica que o precede, encarregado de fazer
ou reformular constituições supranacionais.
Exemplo disso é a viabilidade de adoção de uma Constituição transnacional democrática
na Europa. O projeto de Constituição europeia já foi rejeitado há algum tempo, mas
poderá voltar um dia.

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Princípios Fundamentais

O título I da Constituição possui 4 artigos.

I. Características do Estado brasileiro


O art. 1o diz que “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político”.

O parágrafo único diz que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos (indireta) ou diretamente, nos termos desta Constituição
(direta)”. Nossa democracia é semidireta.

Portanto, a nossa forma de Estado é uma federação, mas isto é desde a república. Isto
significa dizer que as unidades federativas são dotadas de autonomias políticas,
possuindo competências próprias diretamente do texto constitucional.

Todavia, isto não pode ser dissolvido o vínculo federativo, sendo denominado este
fenômeno de princípio da indissolubilidade do vínculo federativo. Se houvesse o
direito de secessão não seríamos federação, e sim uma confederação.

A forma federativa de estado é cláusula pétrea (art. 60, §4o, I, CF). O Brasil, além de
federação, é uma república, ainda que antes fôssemos uma monarquia.

A mais notória característica da forma republicana é a forma de alternância de poder,


mas a doutrina moderna diz que isto não basta. É necessário que haja ainda o princípio
da igualdade. A república não admite privilégios em razão da estirpe.

Com isso, os representantes do poder passarão a exercer o poder em caráter eletivo,


representativo, transitório e com responsabilidade, já que é preciso observar o
princípio da igualdade.

O poder é exercido pelo povo quer seja por meio da eleição de representantes do povo
quer seja diretamente. Por isso, a nossa democracia é semidireta. Há a conjugação do
princípio representativo com institutos da democracia direta: plebiscito, referendo e
iniciativa popular.

II. Fundamentos da República


O art. 1o traz os fundamentos da República Federativa do Brasil:

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Soberania: o poder do Estado brasileiro, na ordem interna, é superior a todas as
manifestações de poder que existam na ordem interna. E no âmbito internacional
encontra-se em igualdade com os Estados independentes.

Cidadania: é mais do que conferir direitos políticos positivos e ativos ao cidadão. A


expressão tem um sentido mais abrangente, significando o incentivo e o oferecimento
de condições para que seja exercida uma participação política dos indivíduos. Deve
haver o fomento pelo Poder Público em benefício do cidadão.

Dignidade da pessoa humana: deixa claro que o Estado brasileiro não se funda em
propriedade, incorporações, organizações religiosas, etc. O fundamento, portanto, é a
pessoa humana.

Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: o Brasil é necessariamente um país


capitalista, pois este é um desses fundamentos. Em um embate entre o capital e o
trabalho, deverá ser valorizado o trabalho.

Pluralismo político: isto quer dizer que a nossa própria Constituição é fruto de um
conjunto ou uma combinação de ideologias e, portanto, é eclética, faz com que a nossa
sociedade garanta no processo de formação da vontade geral de formação de leis que
sejam respeitadas, ouvidas, e que participem as diversas correntes de pensamentos.

III. Poderes da República


O art. 2o define os poderes da República, os quais são independentes e harmônicos
entre si, sendo eles o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Este artigo consagra o princípio da separação dos poderes.

VI. Objetivos da República


O art. 3o trata dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, sendo eles
normas programáticas:
- Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
- Garantir o desenvolvimento nacional;
- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Ao ler os objetivos fundamentais, em síntese, o objetivo fundamental é garantir


igualdade material entre os brasileiros. Trata-se de uma atuação positiva do Estado e,
portanto, um direito de segunda dimensão.

V. Princípios orientadores do Brasil na ordem internacional


Segundo o art. 4o, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
• Independência nacional;
• Prevalência dos direitos humanos;

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• Autodeterminação dos povos;
• Não-intervenção;
• Igualdade entre os Estados;
• Defesa da paz;
• Solução pacífica dos conflitos;
• Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
• Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
• Concessão de asilo político.

O parágrafo único diz que “A República Federativa do Brasil buscará a integração


econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de nações”.

Estes princípios são cobrados, mas é importante que se perceba que nenhum deles
possui caráter absoluto, os quais devem observar a necessidade de ponderação.

O princípio da prevalência dos direitos humanos vai justificar que o Brasil apoie outro
Estado na interferência num terceiro que estejam cometendo violações aos direitos
humanos. Nesse caso, os direitos humanos teriam prevalecido sobre a soberania do
outro Estado.

FUNDAMENTOS OBJETIVOS PRINCÍPIOS


I - a soberania; FUNDAMENTAIS I - independência nacional;
II - a cidadania; I - construir uma sociedade livre, II - prevalência dos direitos humanos;
III - a dignidade da justa e solidária; III - autodeterminação dos povos;
pessoa humana; II - garantir o desenvolvimento IV - não-intervenção;
IV - os valores sociaisnacional; V - igualdade entre os Estados;
do trabalho e da livre III - erradicar a pobreza e a VI - defesa da paz;
iniciativa; marginalização e reduzir as VII - solução pacífica dos conflitos;
V - o pluralismo desigualdades sociais e regionais; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
político. IV - promover o bem de todos, IX - cooperação entre os povos para o
sem preconceitos de origem, raça, progresso da humanidade;
sexo, cor, idade e quaisquer outras X - concessão de asilo político.
formas de discriminação
A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

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QUESTÕES Acertos 29 de 35

1. (Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: MPE-PIProva: Técnico Ministerial - Área


Administrativa) De acordo com as disposições da Constituição Federal de 1988 (CF)
sobre princípios, direitos e garantias fundamentais, julgue o seguinte item.
(. E ) A defesa da paz e a solução pacífica de conflitos são fundamentos da República
Federativa do Brasil.

2. (Ano: 2018Banca: FCCÓrgão: Câmara Legislativa do Distrito FederalProva: Técnico


Legislativo - Agente de Polícia Legislativa
Ao dispor sobre a titularidade e forma de exercício do poder político, a Constituição
Federal estabelece que todo poder emana
a) do povo, que o exerce apenas diretamente, nos termos da Constituição Federal.
b) dos cidadãos, que o exercem apenas por meio de representantes eleitos, nos termos
da Constituição Federal.
c) do povo, que o exerce diretamente, por meio do voto direto e secreto, e
indiretamente, quando autorizado previamente pelo Estado.
d) do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos da Constituição Federal.
e) dos cidadãos, que o exercem diretamente, por meio do voto direto e secreto, e,
excepcionalmente, indiretamente, por meio das eleições indiretas, quando autorizadas
pelo Congresso Nacional.

3. (Ano: 2018Banca: FCCÓrgão: Câmara Legislativa do Distrito FederalProva: Consultor


Legislativo - Constituição e Justiça) Considere o seguinte excerto de ementa de acórdão
do Supremo Tribunal:
(...) a Lei Fundamental proclamou o repúdio ...... como um dos princípios essenciais que
devem reger o Estado brasileiro em suas relações internacionais (CF, art. 4° , VIII), além
de haver qualificado ...... , para efeito de repressão interna, como crime equiparável aos
delitos hediondos, o que o expõe, sob tal perspectiva, a tratamento jurídico impregnado
de máximo rigor, tornando-o inafiançável e insuscetível da clemência soberana do
Estado e reduzindo-o, ainda, à dimensão ordinária dos crimes meramente comuns (CF,
art. 5° , XLIII).

Refere-se o excerto, respectivamente, à disciplina constitucional dispensada ao repúdio


a) ao racismo, como princípio regente das relações internacionais da República
Federativa do Brasil, e à pratica do racismo, como crime inafiançável e imprescritível.
b) ao terrorismo, como princípio regente das relações internacionais da República
Federativa do Brasil, e ao terrorismo, como crime inafiançável e insuscetível de graça ou
anistia.
c) à discriminação, como princípio regente das relações internacionais da República
Federativa do Brasil, e à pratica do racismo, como crime inafiançável e insuscetível de
graça ou anistia.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 14


d) ao terrorismo, como princípio regente das relações internacionais da República
Federativa do Brasil, e à ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático, como crime inafiançável e imprescritível.
e) ao terrorismo, como princípio regente das relações internacionais da República
Federativa do Brasil, e à prática da tortura, como crime inafiançável e imprescritível.

4. (Ano: 2018Banca: CONSULPLANÓrgão: TJ-MGProva: Juiz de Direito Substituto) Avalie


as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.

I. “Os princípios fundamentais constituem os alicerces, a base, a fundação do edifício


jurídico constitucional, condição para que as demais normas assentem sobre a matriz
político-constitucional do Estado. Em nossa Constituição, o princípio republicano, não o
princípio democrático, alicerça a temática insculpida no art. 37, caput.”

PORQUE

II. “O princípio democrático é postulado do regime político e o princípio republicano é


postulado da forma de governo.”

A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.


a) A segunda afirmativa é falsa e a primeira verdadeira.
b) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira.
c) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
d) As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.

5. (Ano: 2018Banca: FGVÓrgão: AL-ROProva: Analista Legislativo – Administração)


Conforme disposto na Constituição Federal, os Poderes do Estado Brasileiro são o
Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Considerando os fundamentos utilizados para essa divisão, assinale a afirmativa correta.


a) Visam especializar as funções básicas do Estado.
b) Garantem o princípio de separação absoluta de atribuições.
c) Oportunizam a concentração de poder em um órgão.
d) Interagem entre si por meio da supremacia.
e) Preservam o equilíbrio, coibindo o sistema de freios e contrapesos.

6. (Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: IPHANProva: Auxiliar Institucional - Área 1) No que diz


respeito aos princípios fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, julgue
o próximo item.
(. C ) São princípios da República Federativa do Brasil, dentre outros, a defesa da paz, da
igualdade entre estados e da prevalência dos direitos humanos.

7. (Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: IPHANProva: Auxiliar Institucional - Área 1) No que diz


respeito aos princípios fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, julgue
o próximo item.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 15


(.C ) No Brasil, as proibições constitucionais de tortura e tratamento desumano decorrem
do fundamento da dignidade da pessoa humana.

8. (Ano: 2018Banca: VUNESPÓrgão: UNICAMPProva: Procurador de Universidade


Assistente) Com base no que estabelece a Constituição Federal, o Estado brasileiro se
submeteu à jurisdição do Tribunal Penal Internacional, o qual tem competência expressa
para julgar os crimes
a) de guerra, hediondos, tráfico internacional de drogas e de tortura.
b) de terrorismo, contra a humanidade, de tortura e de extermínio em massa.
c) políticos, desumanos, hediondos e de tortura.
d) de genocídio, contra a humanidade, de guerra e de agressão.
e) de racismo, contra o Estado Democrático de Direito, contra a humanidade e tortura
coletiva.

9. (Ano: 2018Banca: IADESÓrgão: IGEPREV-PAProva: Técnico Previdenciário B)


Conforme previsto nos princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988, o
estado democrático de direito tem como fundamento(s) o (a)
a) uso irrestrito da lei e da ordem para garantir a segurança da população brasileira.
b) defesa da democracia e a garantia de justiça social para todos os cidadãos
brasileiros.
c) soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho
e da livre iniciativa e o pluralismo político.
d) suspensão do regime democrático em casos de ameaça à integridade do povo
brasileiro e a violação da vida privada de qualquer cidadão quando necessário.
e) desenvolvimento nacional, o livre uso da propriedade privada para fins econômicos
e o direito de ir e vir de todo cidadão brasileiro.

10. (Ano: 2018Banca: FGVÓrgão: MPE-ALProva: Técnico do Ministério Público – Geral)


Na República Federativa do Brasil, todo o poder emana do povo, que pode exercê-lo por
meio de pessoas eleitas especialmente para esse fim.

Esse processo de escolha caracteriza uma manifestação da


a) democracia representativa.
b) separação dos poderes.
c) democracia direta.
d) eleição indireta.
e) federação.

11. (CESPE – 2018 - PC-MA - Investigador de Polícia) Acerca dos princípios fundamentais
previstos na CF, julgue os itens a seguir.

I. O poder que emana do povo será exercido somente por meio de seus representantes
eleitos.
II. O Brasil rege-se, nas relações internacionais, pelos princípios da intervenção e da
negativa de asilo político.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 16


III. São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a erradicação da
pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais.
IV. A República Federativa do Brasil visa à formação de uma comunidade latino-
americana de nações por meio da integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina.

Estão certos apenas os itens


a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

12. (CS-UFG - 2017Banca: Órgão: TJ-GO Prova: Juiz Leigo) A República Federativa do
Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos, além da
soberania,
a) a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa, o pluralismo político.
b) a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a prevalência dos direitos humanos, os
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político.
c) a prevalência dos direitos humanos, a dignidade da pessoa humana, a solução pacífica
dos conflitos, o pluralismo político e a igualdade entre os Estados.
d) a garantia o desenvolvimento nacional, a dignidade da pessoa humana; a
independência nacional.
e) a cidadania, a autodeterminação dos povos, a erradicação da pobreza e da
marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais.

13. (CESPE – 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador
Federal) Acerca dos princípios, direitos e garantias fundamentais previstos na CF,
assinale opção correta.
a) Conforme entendimento do STF, o direito fundamental à liberdade de pensamento e
de livre expressão da atividade intelectual, independentemente de censura, deve ser
interpretado à luz do mandamento constitucional que prevê a preservação da vida
privada e da imagem da pessoa, de modo a ser exigível o consentimento do interessado
no caso de publicação de biografia que possa causar sério agravo à intimidade.
b) As relações internacionais da República Federativa do Brasil são regidas pelos
princípios da prevalência da ordem democrática e do respeito à separação dos poderes.
c) Ao julgar ação direta de inconstitucionalidade em face da Lei de Biossegurança, o STF
firmou entendimento acerca do descabimento de pesquisa com células-tronco
embrionárias, como decorrência do direito à vida.
d) Não cabe habeas corpus para o trancamento de processo por crime de
responsabilidade atribuído ao presidente da República, uma vez que as sanções para tal
espécie de infração são de índole político-administrativa.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 17


14. (FGV – 2017 - SEPOG – RO - Técnico em Tecnologia da Informação e Comunicação)
Considerando os fundamentos da República Federativa do Brasil, assinale (V) para a
afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.
V I. A lei que concede às pessoas carentes e aos portadores de deficiência o chamado
“passe livre” em transporte interestadual é compatível com o princípio da dignidade da
pessoa humana.
E II. Uma ordem ilegal, se emanada de autoridade judicial, deve ser cumprida, em respeito
ao princípio da soberania do Poder Judiciário.
C III. A cidadania, como fundamento da República Brasileira, ressalta a relevância do
processo eleitoral no regime democrático brasileiro.
IV. O princípio da livre iniciativa, que regula o ambiente econômico brasileiro, prevalece
sobre as regras que regulamentam a defesa do consumidor.
E
Assinale a opção que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – V – V – F.
b) F – F – V – V.
c) V – V – F – F.
d) V – F – F – V.
e) V – F – V – F.

15. (CESPE – 2017 - PGE-SE - Procurador do Estado) Quanto à forma, o Estado brasileiro
é classificado como
a) democrático, embasado no princípio da igualdade.
b) republicano, fundamentado na alternância do poder.
c) republicano, sendo essa forma protegida como cláusula pétrea.
d) Estado democrático de direito.
e) federativo, sujeito ao princípio da indissolubilidade.

16. (CONSULPLAN – 2017 - TJ-MG - Oficial de Apoio Judicial) A República Federativa do


Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios, EXCETO:
a) Solução pacífica dos conflitos.
b) Autodeterminação dos povos.
c) Proibição de concessão ao asilo político.
d) Repúdio ao terrorismo e ao racismo.

17. (CESPE – 2017 – DPU - Defensor Público Federal) A respeito da evolução histórica do
constitucionalismo no Brasil, das concepções e teorias sobre a Constituição e do sistema
constitucional brasileiro, julgue o item a seguir.
( E ) Somente após o advento da República a Constituição brasileira passou a prever um
sistema de garantia de direitos individuais e coletivos.

18. (IESES – 2017 - TJ-RO - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento)


Conforme prevê a Constituição Federal, é correto afirmar que a República Federativa do
Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
a) A soberania; a prevalência dos direitos humanos; a dignidade da pessoa humana; os
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; a defesa da paz.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 18


b) A soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político.
c) A soberania; a prevalência dos direitos humanos; a dignidade da pessoa humana; a
solução pacífica dos conflitos; o pluralismo político.
d) A soberania; a garantia do desenvolvimento nacional; a dignidade da pessoa humana;
os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; a defesa da paz.

19. (COMPERVE – 2017 - MPE-RN - Técnico do Ministério Público Estadual - Área


Administrativa) Os objetivos fundamentais da república brasileira são metas que o
Estado deve promover com força vinculante e imediata, servindo como norte a ser
seguido em toda e qualquer atividade estatal. Nessa acepção, a Constituição Federal
aponta, expressamente, como objetivo fundamental a promoção
a) do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo e cor.
b) de uma sociedade livre, justa e solidária com repúdio ao racismo e ao terrorismo.
c) da erradicação da miséria e da marginalização e da redução da desigualdade
nacional.
d) da autodeterminação dos povos e dos direitos humanos.

20. (FCC – 2017 – ARTESP - Agente de Fiscalização à Regulação de Transporte - Técnico


em Contabilidade/Administração) No sistema parlamentarista,
a) o Parlamento não poderá destituir o Gabinete (conjunto de Ministros) por razões
exclusivamente de ordem política.
b) o Poder Legislativo, representado pelo Parlamento Nacional, além de fazer leis,
também é responsável pelo controle do governo, tomando posições políticas
fundamentais.
c) as funções executivas serão desempenhadas por um Primeiro-Ministro, que poderá
ou não ser escolhido pelo partido com maior representação no Poder Legislativo.
d) os países com sistemas parlamentares são sempre monarquias constitucionais, não
se admitindo, no parlamentarismo, a forma de governo republicana.
e) Chefe de Estado e Chefe de Governo são cargos exercidos necessariamente pela
mesma pessoa.

21. (FCC – 2017 – ARTESP - Agente de Fiscalização à Regulação de Transporte - Técnico


em Contabilidade/Administração) Considere:
I. Elegibilidade dos representantes, ou seja, as autoridades são investidas no poder pela
eleição, que poderá ser direta ou indireta.
II. Temporariedade do mandato.
III. Responsabilidade dos governantes, os quais devem prestar contas de seus atos.
IV. Trata-se da mais antiga forma de governo ainda em vigor.

No que concerne às características da forma de governo republicana, está correto o que


consta APENAS em
a) I e IV.
b) II e III.
c) I, II e III.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 19


d) I, II e IV.
e) III e IV.

22. (CONSULPLAN – 2017 - TJ-MG Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros –


Remoção) Constituem objetivos fundamentais da República do Brasil, EXCETO:
a) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
b) A garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e da
marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais.
c) a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
d) A defesa da paz, o repúdio ao terrorismo e a independência nacional.

23. (CONSULPLAN – 2017 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros –


Provimento) São fundamentos da República Federativa do Brasil, EXCETO:
a) O pluralismo político.
b) A soberania.
c) A cidadania.
d) A erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais
e regionais.

24. (IBEG – 2017 – IPREV Prova: Procurador Previdenciário) Levando em consideração


os itens abaixo, assinale a alternativa que contém apenas objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil:
I) construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II) repudiar ao terrorismo e ao racismo;
III) conceder asilo político;
IV) garantir a independência nacional.

a) I e II
b) Apenas I
c) II e IV
d) III e IV
e) I, II e IV

25. (FGV – 2017 – ALERJ - Especialista Legislativo - Qualquer Nível Superior) Silvio e Maria
travaram intenso debate a respeito do conceito de cidadania, considerada, pelo inciso
II do art. 1º da Constituição da República Federativa do Brasil, um dos fundamentos da
República Federativa do Brasil. Silvio defendia que todo brasileiro é cidadão, enquanto
Maria ressaltava a necessidade de serem preenchidos alguns requisitos para a obtenção
da cidadania.
A esse respeito, é correto afirmar que:
a) Maria está errada, pois a cidadania surge e se perpetua com o nascimento;
b) Silvio está errado, pois é possível existir um brasileiro que não seja cidadão;
c) Silvio está certo, pois é a cidadania que permite a aquisição da nacionalidade
brasileira;

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 20


d) Maria está certa, pois é preciso que a cidadania seja deferida pelo Ministro da Justiça;
e) Maria está certa, pois a cidadania sempre exige o prévio requerimento da
nacionalidade brasileira.

26. (IBADE – 2017 - SEJUDH – MT – Advogado) A República Federativa do Brasil, formada


pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como um de seus fundamentos o(a):
a) erradicação da pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais
b) construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
c) pluralismo politico.
d) desenvolvimento nacional.
e) promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

27. (IBADE – 2017 - Prefeitura de Rio Branco – AC – Nutricionista) O fundamento da


República Federativa do Brasil decorrente do princípio do Estado Democrático de
Direito, que consiste na participação política do indivíduo nos negócios do Estado e até
mesmo em outras áreas de interesse público é:
a) cidadania.
b) soberania.
c) dignidade da pessoa humana.
d) pluralismo político.
e) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

28. (FUNDEP (Gestão de Concursos) – 2017 - MPE-MG Prova: Promotor de Justiça


Substituto) Analise as seguintes assertivas relativas ao preâmbulo da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988 (CR/88):
I. O preâmbulo da CR/88 não pode, por si só, servir de parâmetro de controle da
constitucionalidade de uma norma.
II. A invocação de Deus no preâmbulo da CR/88 torna o Brasil um Estado confessional.
III. O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos,
sociais e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional.
IV. A invocação de Deus no preâmbulo da CR/88 é norma de reprodução obrigatória nas
Constituições Estaduais.
Está CORRETO somente o que se afirma em:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.

29. (CESPE – 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área Judiciária) A respeito
das características do poder constituinte e de sua configuração em originário ou
derivado, assinale a opção correta.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 21


a) A criação de novos territórios federais é exemplo do exercício do poder constituinte
derivado decorrente.
b) A outorga e a convenção são formas de expressão do poder constituinte originário.
c) A tese da existência de hierarquia entre normas constitucionais decorrentes do
exercício do poder constituinte originário é aceita pelo STF.
d) O sistema constitucional brasileiro admite a teoria da dupla revisão.

30.(CESPE – 2017 – DPU - Defensor Público Federal) A respeito da evolução histórica do


constitucionalismo no Brasil, das concepções e teorias sobre a Constituição e do sistema
constitucional brasileiro, julgue o item a seguir.
( E ) O poder constituinte originário e o poder constituinte derivado se submetem ao
mesmo sistema de limitações jurídicas e políticas, embora os efeitos dessas limitações
ocorram em momentos distintos.

31. (CESPE – 2017 - MPE-RR - Promotor de Justiça Substituto) A respeito do poder


constituinte, assinale a opção correta.
a) É possível a realização de controle de constitucionalidade das normas constitucionais
originárias em razão de princípios de justiça substantiva subjacentes ao texto
constitucional.
b) Propostas de emenda à CF não podem sofrer controle de constitucionalidade
preventivo em razão de seu conteúdo.
c) Uma nova Constituição não pode ter eficácia retroativa média e máxima, ainda que
assim nela esteja expresso.
d) O poder constituinte originário pode limitar os proventos de aposentadoria que sejam
percebidos em desacordo com a CF, não sendo oponível, nesse caso, a alegação de
direito adquirido.

32. (CESPE – 2017 - Prefeitura de Fortaleza – CE - Procurador do Município) A respeito


do poder constituinte, julgue o item a seguir.

( C ) O poder constituinte derivado reformador manifesta-se por meio de emendas à CF,


ao passo que o poder constituinte derivado decorrente manifesta-se quando da
elaboração das Constituições estaduais.

33. (BANPARÁ – 2017 – BANPARÁ – Advogado) Sobre as Normas Constitucionais, é


CORRETO afirmar que:
a) Contrariando o princípio da unidade constitucional, o Supremo Tribunal Federal
consagra, de modo pacífico, a teoria das “normas constitucionais inconstitucionais”,
afirmando a possibilidade de existência de hierarquia entre normas constitucionais
originárias.
b) Pelo princípio da concordância prática, as normas constitucionais que se mostrem em
contradição deverão abdicar, cada uma delas, da pretensão de que sejam aplicadas de
forma absoluta.
c) Acerca da Força Normativa da Constituição, Ferdinand Lassalle e Konrad Hesse
divergem em muitos aspectos, concordam, todavia, quando afirmam que, em caso de

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 22


eventual confronto entre a constituição real e a constituição jurídica, esta, nem sempre,
irá sucumbir, sendo, portanto (a constituição jurídica) capaz de gerar força normativa
própria em suas disposições, uma força ativa capaz de gerar e condicionar
comportamentos na vida do Estado.
d) A técnica da ponderação, expressamente prevista no texto da vigente Constituição
da República brasileira, serve para auxiliar na interpretação das normas principiológicas.
Trata-se de alternativa à técnica da subsunção, esta ideal para interpretar as regras
jurídicas.

34. (FAPEMS – 2017 - PC-MS - Delegado de Polícia) Sobre a interpretação das normas
constitucionais, um dos temas que há vários anos permanece em discussão é o da
diferença entre regras e princípios, indo desde a proposta de Ronald Dworkin em 1967,
passando pela ponderação de valores proposta por Robert Alexy na década de 1980, e
alcançando as práticas judiciais atuais no Brasil. Consoante aos autores NEY JR. e
ABBOUD (2017),

[...] de forma concomitante com o crescimento da importância da Constituição, a


consolidação de sua força normativa e a criação da jurisdição constitucional
especializada (após a 2- Guerra Mundial), consagrou-se, principalmente, pela
revalorização dos princípios constitucionais [...].
NERY JR, Nelson; ABBOUD, Georges. Direito Constitucional Brasileiro: Curso Completo.
São Paulo: RT, 2017, p. 124.

Diante disso, afirma-se que


a) o Supremo Tribunal Federal tem adotado a máxima da proporcionalidade, ainda que
não rigorosamente, para a solução de colisão de princípios (por exemplo, voto do
Ministro Luís Roberto Barroso no Habeas Corpus 126.292 de 17/02/2016).
b) a ponderação de valores não tem sido adotada pelo Poder Judiciário brasileiro.
c) não há diferença entre regras e princípios.
d) princípios são aplicáveis à maneira do "ou-tudo-ou-nada"
e) o positivismo jurídico aceita a distinção entre regras e princípios.

35. (FCC – 2017 - DPE-SC - Defensor Público Substituto) No âmbito da interpretação


constitucional, considere:
I. Os postulados normativos não se confundem com os princípios e as regras, sendo
qualificados como metanormas ou normas de segundo grau voltadas a estabelecer
critérios para a aplicação de outras normas.
II. A mutação constitucional caracteriza-se, entre outros aspectos, pela alteração do
significado de determinada norma da Constituição sem que tenha ocorrido qualquer
modificação do seu texto.
III. O princípio da concordância prática objetiva, diante da hipótese de colisão entre
direitos fundamentais, impedir o sacrifício total de um em relação ao outro,
estabelecendo limites à restrição imposta ao direito fundamental subjugado, por meio,
por exemplo, da proteção do núcleo essencial.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 23


IV. O princípio da unidade da Constituição determina que a norma constitucional deva
ser interpretada à luz de todo o sistema constitucional vigente, ou seja, na sua
globalidade e de forma sistemática.

Está correto o que se afirma em


a) III e IV, apenas.
b) I, II, III e IV.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) II e IV, apenas.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 24


QUESTÕES COM GABARITO

1. ERRADO
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
São princípios das relações internacionais.

2. LETRA D
Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

3. LETRA B
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

Art. 5º
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

4. LETRA C
I e II são verdadeiros e a segunda justifica a primeira, pois a democracia é inerente ao
regime político brasileiro, ao passo que a nossa forma de governo é a “república”,
razão pela qual a assertiva II se mostra verdadeira e justifica a primeira, na medida
em que a forma de gerir a coisa pública (forma de governo = república) impõe os
limites constitucionais previstos no art. 37 da CF.

5. LETRA A

6. CERTO
Art. 4º, da CFRB - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 25


IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.

7. CERTO
Constituição Federal, Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

8. LETRA D
O Tribunal Penal Internacional é competente para julgar os crimes de genocídio, os
crimes contra a humanidade, os crimes de guerra e o crime de agressão de um país a
outro.

9. LETRA C
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

10. LETRA A
O poder emanado do povo, quando exercido por pessoas eleitas especialmente para
esse fim, caracteriza uma manifestação da democracia representativa. Além de
desempenhar o poder de maneira indireta (democracia representativa), por
intermédio de seus representantes, o povo também o realiza diretamente
(democracia direta), concretizando a soberania popular, que, segundo o art. 1.º da Lei
n. 9.709, de 18.11.1998 – o qual regulamentou o art. 14, I, II e III, da CF/88 - “é exercida
por sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, nos
termos desta Lei e das normas constitucionais pertinentes, mediante: plebiscito,
referendo e iniciativa popular".

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 26


11. LETRA C
I - ERRADO pois: (Art. 1º, § Parágrafo único, da CF/88) "Todo poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.";
II - ERRADO pois: (Art. 4º, IV e X, da CF/88, respectivamente)"A República Federativa
do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I -
independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação
dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII
- solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX -
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo
político.";
III - CORRETO pois: (Art. 3º, III, CF/88) "Constituem objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II -
garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e
reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.";
IV - CORRETO pois: (Art. 4º, § único, CF/88) "Parágrafo único. A República Federativa
do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de
nações."

12. LETRA A
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

13. LETRA D
a) 1) Biografias: desnecessidade de autorização prévia do biografado
Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do
indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa
autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo compatível com a
liberdade de expressão consagrada pela CF/88. As exatas palavras do STF foram as
seguintes: “É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras
biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a autorização de
pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas
ou ausentes”. Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia
entenda que seus direitos foram violados pela publicação, terá direito à reparação,

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 27


que poderá ser feita não apenas por meio de indenização pecuniária, como também
por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova edição com correção,
de direito de resposta etc.

b) CF: Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.

c) Em conclusão, o Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em


ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Procurador-Geral da República
contra o art. 5º da Lei federal 11.105/2005 (Lei da Biossegurança), que permite, para
fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de
embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não usados no respectivo
procedimento, e estabelece condições para essa utilização - v. Informativo 497. (...)
ADI 3510/DF, rel. Min. Carlos Britto, 28 e 29.5.2008. (ADI-3510)

d) HABEAS CORPUS. ALEGAÇÃO DE FALTA DE JUSTA CAUSA PARA INSTAURAÇÃO DO


PROCESSO POR CRIME DE RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPUBLICA.
AUSÊNCIA DE LEI DEFININDO O CRIME E ESTABELECENDO NORMAS DO PROCESSO E
JULGAMENTO. É inidônea a via do habeas corpus para defesa de direitos
desvinculados da liberdade de locomoção, como e o caso do processo de
impeachment pela pratica de crime de responsabilidade, que configura sanção de
índole político-administrativa, não pondo em risco a liberdade de ir, vir e permanecer
do Presidente da República. Agravo regimental improvido. (HC 70033 AgR, Relator(a):
Min. ILMAR GALVÃO, TRIBUNAL PLENO, Julgado em 04/03/1993, DJ 16-04-1993 PP-
06436 EMENT VOL-01699-04 PP-00691).

14. LETRA E
I. VERDADEIRO A lei que concede às pessoas carentes e aos portadores de deficiência
o chamado “passe livre” em transporte interestadual é compatível com o princípio da
dignidade da pessoa humana.
A dignidade é considerada o valor constitucional supremo e, enquanto tal, deve servir,
não apenas como razão para a decisão de casos concretos, mas principalmente como
diretriz para a elaboração, interpretação e aplicação das normas que compõem a
ordem jurídica em geral, e o sistema de direitos fundamentais, em particular

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 28


II. FALSO Uma ordem ilegal, se emanada de autoridade judicial, deve ser cumprida,
em respeito ao princípio da soberania do Poder Judiciário.
Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada
de autoridade judicial. Mais: é dever de cidadania opor-se à ordem ilegal; caso
contrário, nega-se o Estado de Direito.

III. VERDADEIRO A cidadania, como fundamento da República Brasileira, ressalta a


relevância do processo eleitoral no regime democrático brasileiro.
A cidadania, enquanto conceito decorrente do princípio do Estado Democrático de
Direito, consiste na participação política do indivíduo nos negócios do Estado e até
mesmo em outras áreas de interesse público

IV. FALSO O princípio da livre iniciativa, que regula o ambiente econômico brasileiro,
prevalece sobre as regras que regulamentam a defesa do consumidor.
O princípio da livre-iniciativa não pode ser invocado para afastar regras de
regulamentação do mercado e de defesa do consumidor.

15. LETRA E
Forma de Estado --> Federação;
Forma de Governo --> República;
Regime de Governo --> Democrático;
Sistema de Governo --> Presidencialista.

16. LETRA C
a) Solução pacífica dos conflitos. Certa Art. 4, VII
b) Autodeterminação dos povos. Certa Art. III
c) Proibição de concessão ao asilo político. Errada Art. 4, X
d) Repúdio ao terrorismo e ao racismo. Certa Art. 4, VIII

17. ERRADO
A 1ª Constituição, que foi a de 1824 (Período do I império), já tratava de direitos e
garantias fundamentais.

18. LETRA B
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

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19. LETRA A
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

20. LETRA B
a) INCORRETA. No Parlamentarismo, o Parlamento pode destituir o Gabinete (o
conjunto dos Ministros), por razões exclusivamente de ordem política, enquanto no
Presidencialismo isso só poderia ocorrer em relação ao Presidente da República e em
razão da prática de certos delitos.

b) CORRETA. Enquanto no Parlamentarismo o órgão legislativo não se limita a fazer


leis, mas também é responsável pelo controle do governo, tomando posições políticas
fundamentais, no Presidencialismo aquela atividade lhe é atribuída em caráter
principal.

c) INCORRETA. O parlamentarismo é um sistema estruturado sobre a existência de


um órgão legislativo, cujas cadeiras estão divididas entre partidos políticos. Pela
lógica, o partido ou coalizão que detiver a maioria das cadeiras terá poder de aprovar
as leis em concordância com o seu programa. Mas, também terá a prerrogativa de
formar o governo para executá-las. Isso se dará porque as funções executivas serão
desempenhadas por um primeiro-ministro, escolhido pelo partido que detiver a
representação majoritária no Poder Legislativo. Em consequência desta configuração,
a política traçada pelo governante terá no Parlamento o apoio necessário para ser
aprovada.

d) INCORRETA. Há vários países no mundo que adotam um sistema de governo


parlamentar. Alguns são monarquias, em que o chefe de Estado é o próprio monarca,
e outros são repúblicas.
Alemanha: república parlamentarista. O chefe de Estado é um presidente, mas ele
não é eleito pelo voto popular. A Assembleia Nacional tem a única função de apontar
o ocupante desse cargo. Na prática, o presidente tem funções simbólicas. O chefe de
governo é chanceler federal, indicado pelo presidente. Na prática, essa indicação
sempre segue o desejo da maioria do Parlamento. Ou seja, quem escolhe o chanceler
é o Parlamento alemão.

e) INCORRETA. Com pequenas diferenças de país a país, no parlamentarismo o chefe


de governo divide o poder com o chefe de Estado - um presidente, também escolhido
pelo voto, ou um monarca, cujo cargo é hereditário.

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21. LETRA C
Item "I") Na República os representantes do povo são eleitos pelos próprios, de forma
direta ou indireta, a principal característica da República é de estabelecer a justiça e
o bem estar comum.
Ademais, a nossa própria Constituição prevê a possibilidade das duas formas de
eleição. Seguem os dispositivos constitucionais que versam sobre o tema:
CF, Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.

CF, Art. 81, § 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial,
a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo
Congresso Nacional, na forma da lei.

* Essa eleição do § 1º é indireta.

II) “O conceito de forma de governo está relacionado com a maneira como se dá a


instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e
governados. Se a forma de governo for caracterizada pela eletividade e pela
temporariedade dos mandatos do Chefe do Executivo, teremos a República; caso
estejamos diante de um governo caracterizado por sua hereditariedade e
vitaliciedade, teremos a Monarquia.” O Brasil adota a forma republicana.

III) A palavra República tem como origem os termos latinos “res”, que quer dizer coisa,
e “pública”, do povo, ou seja, podemos conceituar República como coisa do povo. Eis,
pois, descrito sucintamente, as principais características dessa forma de governo:

- Elegibilidade dos representantes. (as autoridades se investem no poder pela


eleição).
- Temporariedade do mandato.
- Responsabilidade dos governantes. (devem prestar contas).
- Cabe ao povo o exercício soberano do poder, através da escolha dos seus líderes.
A eleição pode ser direta ou indireta. Seguem suas definições:
Eleição direta se dá quando o eleitor vota diretamente no seu representante.
Eleição indireta se dá quando o povo escolhe um colégio eleitoral e este, por sua vez,
escolhe o dirigente supremo do Estado e/ou do governo.

IV) Monarquia é a mais antiga forma de governo ainda em vigor. Nela, o chefe de
Estado se mantém no cargo até à sua morte ou à sua abdicação, sendo normalmente
um regime hereditário.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 31


22. LETRA D
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

23. LETRA D
a) Pluralismo político = Princípios Fundamentais.
b) A Soberania = Princípios Fundamentais.
c) A Cidadania = Princípios Fundamentais.
d) A erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades
sociais e regionais. = objetivos fundamentais

24. LETRA B
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

25. LETRA B
Você só se torna cidadão quando faz o alistamento eleitoral , pois é a partir deste que
o indivíduo adquire pleno gozo dos seus direitos políticos.

26. LETRA C
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como Fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

27. LETRA A
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos: (...)
II - a cidadania

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 32


28. LETRA B
O preâmbulo é um pequeno parágrafo que antecede o artigo 1°, CF. É uma espécie de
carta de intenções do poder constituinte originário, mostrando os objetivos e valores
do poder constituinte. É importante ressaltarmos que, o preâmbulo embora presente
em todas as constituições brasileiras, NÃO É OBRIGATÓRIO.
Ademais, segundo STF, o preâmbulo NÃO é norma constitucional. É uma norma de
natureza política e não jurídica - ADIN 2076.
Por fim, é importante constatarmos:
- Preâmbulo NÃO é norma de repetição obrigatória nas constituições estaduais;
- A palavra Deus no preâmbulo NÃO fere a laicidade do estado brasileiro.
- NÃO pode ser usado como paradigma ou parâmetro do controle de
constitucionalidade.

29. LETRA B
a) ERRADO - o poder constituinte derivado decorrente é o fundamento de elaboração
das Constituições dos Estados. A criação de novos territórios federais é feita mediante
Lei complementar (art. 18, § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua
criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão
reguladas em lei complementar). A natureza jurídica dos territórios é de AUTARQUIA,
ou seja, entidades administrativas que são responsáveis pela prestação de serviços
públicos essenciais de Estado.

b) CERTO - o poder constituinte originário pode se manifestar, dentre outras formas,


sob outorga (quando há imposição de uma Constituição por um ditador ou um
governo totalitário) ou pode ser fruto de uma convenção (quando a Constituição é
elaborada mediante debates, de forma participativa e democrática, em Assembleia
Nacional Constituinte).

c) ERRADO - não é aceita pelo STF a teoria das normas constitucionais


inconstitucionais, de Otto Bachof, que prevê que há hierarquia entre normas
constitucionais originárias e normas constitucionais decorrentes do poder
constituinte chamado derivado.

d) ERRADO - não se admite no Brasil a chamada teoria da dupla revisão (teoria da


dupla reforma ou teoria da revisão "em dois tempos"), que prevê a possibilidade de
uma nova revisão constitucional nos moldes do art. 3º do ADCT, admitindo assim uma
revogação do sistema de cláusulas pétreas do art. 60, §4º da CRFB e a posterior
revisão das próprias cláusulas pétreas. A crítica que se faz é que essa teoria mitiga ou
simplesmente desconsidera a força normativa da Constituição e a primazia dos
direitos fundamentais.

30. ERRADO.
O poder constituinte originário - é o poder de criar uma nova constituição. Ele é
ilimitado, político, inicial, incondicionado, permanente, autônomo.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 33


Pode constituinte derivado - é o poder de modificar a constituição bem como de
elaborar as constituições estudais. Ele é jurídico, derivado, limitado e condicionado.

31. LETRA D
A) A jurisprudência do STF não admite a tese das normas constitucionais
inconstitucionais (Otto Bachof), ou seja, de normas contraditórias advindas do poder
constituinte originário. Assim, se o intérprete da Constituição se deparar com duas ou
mais normas aparentemente contraditórias, deverá harmonizá-las de modo que
ambas continuem vigentes. Logo, não há que se falar em controle de
constitucionalidade de normas constitucionais.

B) O controle de constitucionalidade preventivo pode ser exercido pelo Poder


Legislativo, por meio das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ), pelo Poder
Executivo, através do veto jurídico, e excepcionalmente pelo Poder Judiciário caso
seja impetrado um mandado de segurança por Parlamentar, em razão da
inobservância do devido processo legislativo constitucional.

C) Constituições têm retroatividade mínima, na medida em que se aplicam


imediatamente e alcançam até os efeitos futuros de atos ou fatos passados. Mas é
possível, se houver disposição expressa nesse sentido, embora não seja comum, que
as Constituições apliquem-se aos fatos já consumados no passado (retroatividade
máxima) ou aos efeitos pendentes (retroatividade média).

D) Não existe direito adquirido contra ato do poder constituinte originário, sobre tudo
por ser Inicial (inaugura uma nova ordem jurídica) Ilimitado (é soberano e não sofre
qualquer limitação prévia do Direito) e Incondicionado (não se sujeita a nenhum
processo ou procedimento prefixado).

32. CERTO
Poder Constituinte Derivado Reformador: é o poder para alterar formalmente o texto
da constituição. Manifesta-se mediante as Emendas Constitucionais (art. 60, CF/88).
Poder Constituinte Derivado Decorrente (art. 25 do CF/88): poder dos Estados
membros em elaborar as suas constituições estaduais, as quais devem se submeter a
determinados limites e condições impostos pelo constituinte originário.

33. LETRA B
A: INCORRETA. STF não admite a teoria das normas constitucionais inconstitucionais
de Otto Bachof. Não há normas constitucionais originárias inconstitucionais.

B: CORRETA. Princípio da Concordância Prática ou Harmonização: Deve-se evitar o


sacrifício total de uma das normas diante de um conflito, buscando-se a coexistência
delas, através de uma ponderação de interesses no caso concreto. É consequência do
princípio da unidade da constituição.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 34


C: INCORRETA. Para Ferdinand Lassalle (SENTIDO SOCIOLÓGICO): impera a
constituição real. Para ele, a Constituição é um fato social e não uma norma jurídica.
A Constituição real e efetiva de um Estado consiste na soma dos fatores reais de poder
que vigoram na sociedade.

D: INCORRETA. A técnica da ponderação não está prevista na constituição. Decorre


do princípio da proporcionalidade, princípio este que está implícito no texto
constitucional. Lembrar: a proporcionalidade em sentido estrito ocorre através da
técnica da ponderação.

34. LETRA A
A - Correta.
B - Errada. É o tema da vez, em voga. A ponderação tem sido acatada sim pelo nosso
ordenamento. E é alvo de críticas em determinados casos, por privilegiar o
famigerado ativismo judicial.
C - Errada. Pela teoria extensiva, que prevalece atualmente, tanto as regras quanto os
princípios são espécies do gênero normas.
D - Errada. De acordo com Ronald Dworkin, são as regras que são aplicadas no método
tudo ou nada.
E - Errada. O pós-positivismo é que aceita a referida diferenciação.

35. LETRA B
I - CORRETA. De fato, as normas ou são regras ou são princípios. Por sua vez, os
postulados usualmente são qualificados como metanormas ou critério para aplicação
das normas. Assim, se as normas (regras e princípios) decorrem do texto
constitucional, os postulados decorrem do contexto constitucional. Vale dizer, os
postulados são critérios de aplicação ou metanormas aferidos diretamente do
contexto constitucional, tal como ocorre com o postulado da máxima efetividade dos
direitos fundamentais ou postulado da vedação de excesso (vertente da
proporcionalidade).
II - CORRETA. A mutação constitucional guarda relação com o poder constituinte
difuso, sendo responsável pela modificação informal no significado da norma
constitucional, sem que haja alteração no seu texto, em razão de transformação na
concepção do direito ou no meio social, político e cultural.
III - CORRETA. Pelo princípio da concordância prática os direitos fundamentais
aparentemente em choque devem ser harmonizados, evitando-se o sacrifício
completo de um ou de outro.
IV - CORRETA. O princípio da unidade guarda relação com a ideia de que não há
hierarquia entre as normas constitucionais, bem como com a necessidade de ser
interpretar sistematicamente a Constituição, de modo que a norma individualizada
seja compreendida no contexto do todo constitucional.

Acompanhamento TJDFT – Semana 2 - Dir. Constitucional 35

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