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CAPÍTULO I: Introdução

O presente trabalho tem por objecto de estudo ‘as origens das universidades’ dentro do
qual devemos trazer o contexto do surgimento das universidades, os factores que
estiveram nas origens das mesmas.

Importa ressaltar aqui que desde a pré-história humana são encontrados indícios da
presença da educação nos jovens, seja nas sociedades primitivas selvagens e de povos
bárbaros, seja nas sociedades mais evoluídas – como as civilizações agrícolas.
Entretanto, ainda não havia o reconhecimento consciente desta prática educativa, apenas
uma ténue diferença entre classe docente e discente. Por conta disto, a educação
reclamou este espaço, também reclamou pelo nascimento das instituições superiores: as
universidades, objecto deste estudo.

O presente trabalho encontra-se dividido em 3 capítulos, começando por fazer a


introdução e contextualização sobre os factores que relacionados com as origens das
universidades, ainda nesta senda traremos os objectivos que irão nortear as nossas
pesquisas, a metodologia aplicada e as hipóteses.
Na segunda parte do trabalho iremos avançar com o quadro teórico/revisão de
literatura, dentro do qual iremos acoplar os conceitos que norteiam as origens das
Universidades. Por fim, e não menos importante, traremos a conclusão do trabalho,
onde iremos fazer uma síntese dos assuntos aqui referidos, dando uma visão
generalizada dos assuntos que aqui forem abordados, seguido as referências
bibliográficas.

1.1. Objectivos
Geral: Conhecer as origens das Universidades
Específicos:
 Determinar temporalmente as origens das Universidades
 Indicar o contexto histórico do surgimento das Universidade
1.2. Justificativa

A escolha deste tema foi sugestão do docente, entretanto, tendo em consideração que se
trata de estudantes do ensino superior e cursando o curso de história é justificável que se
aborde tal tema para que se possa perceber o surgimento das universidades de modo a
que se possa perspectivar um futuro melhor para as Universidades.
No nosso país, o número de universidades tende a subir dia após dias, sejam elas
públicas ou privadas, entretanto muitos não sabem quando foi que surgiram as primeiras
universidades, por conta disso devemos procurar entrar um pouco mais a fundo quando
foi que estas surgiram.

1.3. Metodologia

Para Prodanov e Freitas (2013, p. 14), ‘‘metodologia é a aplicação de procedimentos e


técnicas que devem ser observados para construção do conhecimento, com o propósito
de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade.’’

Para a elaboração do presente trabalho, o método usado para a elaboração do presente


trabalho é o método bibliográfico. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos’’.
CAPÍTULO II: Revisão de Literatura

2. Origem das Universidades

O termo Universidade tem sido utilizado, frequentemente, como sinónimo de


Academia, havendo, contudo, abordagens conceptuais que apontam no sentido da
consideração de ambas como realidades diferentes ou que conceptualizam de modo
diverso a própria Academia.

Cerqueira (2003) defende uma concepção de Universidade em que, por um lado, o


conhecimento produzido é socializado, sem se reduzir à sua mera reprodução por parte
do estudante, e, por outro, a investigação, enquanto acto de construir o conhecimento
novo, tem em vista o seu benefício social, buscando e sugerindo caminhos de
transformação para a sociedade.

A universidade surgiu na Idade Média, espalhando-se rapidamente por toda a Europa e


posteriormente pelo mundo. Desde tempos remotos, a instituição cultivou e transmitiu o
saber humano acumulado, desempenhando um importante papel social (WANDERLEY,
2003). Encontramos a origem das universidades no final do século XI, na Itália,
especificamente na cidade de Bolonha, que já vivenciava um centro de cultura graças à
“Escola de Artes Liberais”.

Varella (2013, p. 8) denota que

a sua relação com o tempo e a história, a Universidade assume uma função adaptativa
(inserir-se na sua época), ou no que Hegel designava como espírito do tempo
(Zeitgeist). Também tem uma função de memória (manter viva a herança histórica das
culturas local, nacional ou mundial) e outra de prospectiva, a de promover a inovação
científica e tecnológica, assim como a criação cultural. A estas três vertentes no plano
diacrónico junta-se outra tripla vocação no plano sincrónico a da investigação, do
ensino, e da extensão.

Em função do seu modelo, objectivos e prática, no âmbito interno, e do contexto


histórico, cultural e social em que se inserem, as Universidades podem incidir mais
sobre uma destas vertentes, ou visar a sua articulação interactiva.

2.1. Universidade na Idade Média

Segundo Durkheim (Material digital), Bolonha e Paris foram as primeiras universidades


na Europa. Bolonha, a mais antiga, datada de 1088, caracterizada como a universidade
dos estudantes por sua organização como nações. A de Paris, a mais importante, criada
no século XII, serviu de modelo para outras instituições, oficializada em 1200,
implantada dentro dos estabelecimentos religiosos, igrejas ou mosteiros, sendo
submetida aos regulamentos e disciplinas da Igreja.

Para Rossato (2005) em Bolonha, o sistema de organização e de ensino dos Estudos


Gerais segue outros moldes para atender anseios municipais, carente de juristas e de
administradores. Sua estrutura eminentemente estudantil dominava a corporação dos
mestres, determinando o salário, os métodos de ensino e até as exigências para a colação
de título. Cobravam multas dos mestres faltosos ou que não tinham suficiente
competência e os reincidentes podiam ser até expulsos.

Ainda de acordo com o mesmo autor, as instituições que possuíam as quatro faculdades:
Artes, Teologia, Decretos e Medicina, recebiam a denominação de studium generale.
Era consenso que nesta época, “a universidade era uma escola de fundação pontifícia (e,
mais tarde imperial) cujos membros, organizados em corporações ou não, gozavam de
certos privilégios de carácter universallicentia ubique docendi – e dos privilégios
eclesiásticos”.

O método de ensino era o da lição, ou seja, leitura e comentários pelo mestre e


discussão entre os estudantes do que o mestre propunha. Este era o profissional que
tinha sido admitido à corporação dos ensinantes, maior de 21 anos, com no mínimo 6
anos de estudo e defesa de um debate público, passando pelos 3 graus: bacharelado,
licenciatura e mestrado.

A incepção ou etapa final dava-lhe a condição de ensinar em qualquer lugar do mundo,


com aprovação pontifícia. Os que, pela dificuldade do processo não conseguissem
chegar à etapa final, tornavam-se ensinantes nas escolas primárias ou elementares
(GILES, 1987).

De acordo com Trindade (1999), constituíam a essência da nascente instituição


universitária o corporativismo, a autonomia e a liberdade académica. A matriz
organizativa inicial era constituída por corporações de professores (Paris) ou de
estudantes (Bolonha), que elegiam a figura de proa das universidades (o Reitor).
A estrutura curricular da Universidade Medieval era bastante simples e, em tese,
articulava todo o saber legitimado dessa época, como refere Almeida (2008), do
seguinte modo:

 Um ciclo básico, que compreendia o ensino das sete artes liberais, distribuídas
por dois blocos: o trivium (Gramática, Retórica e Didáctica) e o quadrivium
(Aritmética, Geometria, Astronomia e Música);
 O ensino especializado, que, inicialmente, se limitava à Teologia, a que veio a
acrescentar-se o Direito (estudo das Leis).

Trindade (1999) reconhece quatro períodos na evolução da Universidade, situando a sua


génese na Idade Média europeia:

a) O primeiro período é o da “invenção da Universidade” e tem lugar, na Europa,


do século XII até ao Renascimento. É, assim, em plena Idade Média que se
constitui o “modelo de universidade tradicional, a partir das experiências
precursoras de Paris e Bolonha, que se implanta por todo território europeu sob a
protecção da Igreja romana”.
b) O segundo período tem início no século XV, época em que a Universidade
Renascentista “recebe o impacto das transformações comerciais do capitalismo
e do humanismo literário e artístico”, que floresce nas repúblicas urbanas
italianas e se estende para os principais países da Europa central e setentrional, e
“sofre também os efeitos da Reforma e da Contra-Reforma”;
c) O terceiro período, que vai do século XVII ao século XVIII, é “marcado por
descobertas científicas em vários campos do saber”, pela influência do
Iluminismo do XVIII, “com a valorização da razão, do espírito crítico, da
liberdade e tolerância religiosas”, e o início da Revolução Industrial na
Inglaterra, em que “a universidade começa a institucionalizar a ciência numa
transição para os modelos que se desenvolverão no século XIX”. Denominamos
à universidade deste período Universidade do Iluminismo ou de Transição para
a Modernidade, posto que nela se evidenciam algumas tendências que irão
acentuar-se no período seguinte;
d) O quarto período é o que institui a Universidade Moderna. Tendo o seu início
no século XIX, evolui até aos nossos dias, “introduzindo uma nova relação entre
Estado e universidade, permitindo que se configurem as principais variantes
padrões das universidades actuais”.

CAPÍTULO III: Conclusão

Terminado o trabalho, que teve como principal objectivo fazer um estudo sobre a
origem das universidades, importa aqui ressaltar que os objectivos norteadores do
trabalho foram plenamente alcançados, pois procuramos ao longo do trabalho trazer
aqui alguns conceitos que estão entrelaçados com o surgimento da universidade, desde a
sua criação até à actualidade.

Importa aqui ressalvar que de acordo com muitos autores, as universidades tiveram a
sua origem no “velho continente”, ou seja, na Europa. Para ser mais específico, as
Universidades tiveram a sua origem na Itália (Universidade de Bolonha) e a segunda
mais antiga é a universidade de Paris, entretanto cada uma tinha seus panoramas e
formas de organização.

Não obstante a isso pudemos trazer aqui uma periodização, embora não consensual,
sobre a origem e evolução das universidades. Esta periodização não é necessariamente
coincidente com a de outras abordagens históricas acerca da Universidade, mas
tomamo-la como referencial de estudo, por nos parecer susceptível de alargar o campo
de análise e investigação sobre a evolução da ideia da Universidade no último milénio,
sem a pretensão de fazer a historiografia desta instituição.
Bibliografia

CERQUEIRA, D. T. (2003). Em busca de uma definição de extensão universitária no


Brasil: conceito, limites e características. Extensão em Rede. Revista de Extensão do
sistema ACAFE.

GILES, T R. (1987). História da Educação. São Paulo: Ed. Pedagógica e Universitária


Ltda.

MALATO, M.L. (2009). A academia de Platão e a matriz das academias modernas.


Universidade do Porto, 2009.

ROSSATO, Ricardo. (2005). Universidade: nove séculos de História. Passo Fundo:


UPF.

TRINDADE, H. (1999). Universidade em perspectiva: sociedade, conhecimento e


poder. Revista Brasileira de Educação, nº 10.

VARELA, Bartolomeu Lopes. (2013). A Universidade, o Currículo e o Conhecimento:


Das Origens aos Tempos Actuais. Edições Uni-CV, Praia.

WANDERLEY, L. E. W. (2003). O Que é Universidade? São Paulo: Brasiliense.

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