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Administração Aplicada a Engenharia de

Segurança do Trabalho

Brasília-DF.
Elaboração

Ana Carolina Leal Lisoski Duarte

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
ADMINISTRAÇÃO.................................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 1
CONCEITOS RELACIONADOS À ADMINISTRAÇÃO...................................................................... 9

CAPÍTULO 2
DOCUMENTAÇÃO EMPRESARIAL............................................................................................. 15

UNIDADE II
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES..................................................................................................... 19

CAPÍTULO 1
ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES........................................................................................ 19

CAPÍTULO 2
SERVIÇO ESPECIALIZADO EM SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO – SESMT....................... 21

CAPÍTULO 3
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE
ACIDENTES – CIPA................................................................................................................... 30

UNIDADE III
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA............................................................................. 43

CAPÍTULO 1
NR-7: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OPERACIONAL – PCMSO...................... 43

CAPÍTULO 2
NR-9: PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA.......................................... 50

CAPÍTULO 3
PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – PPP................................................................. 56

UNIDADE IV
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO................................................................................. 61

CAPÍTULO 1
SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO................................................. 61

CAPÍTULO 2
SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO............................................................................................ 73

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 76
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Quando falamos em Administração, falamos sobre a condução racional das atividades
de uma organização, seja ela lucrativa ou não lucrativa, baseada no gerenciamento dessa
organização e em tomadas de decisões sobre os recursos disponíveis, levando em conta
as informações fornecidas por outros profissionais e, também, pensando previamente
nas consequências de suas decisões. A Administração trata do planejamento, da
estruturação, da direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão
de trabalho que ocorram dentro de uma organização, sendo imprescindível para a
existência, sobrevivência e o sucessos dela.

A partir desse conceito, pode-se inferir que o sucesso da Administração depende muito do
desempenho do profissional que irá aplicá-la. É necessário que esse profissional possua
habilidades como liderança, capacidade de lidar com pessoas, sempre negociando e se
comunicando, tenha visão sistêmica e global das situações que administra e aptidão
para tomada de decisões.

Quando se observa a complexidade dos processos organizacionais desenvolvidos nas


empresas, percebe-se que a administração e a segurança do trabalho são duas áreas
indispensáveis para a preservação das organizações que, uma vez bem desenvolvidas,
fazem com que estas funcionem bem, sem prejuízo a sua imagem e seu lucro e em plena
segurança. Sendo assim, é fundamental a presença da Administração nos programas
de segurança em empresas, obtendo, a partir de técnicas aplicadas, uma gestão que
preza pela eficiência, eficácia e efetividade, gerando processos mais otimizados.
O monitoramento da segurança e saúde no trabalho da empresa permite que as
organizações obtenham vantagem competitiva em relação à redução de acidentes e
afastamentos do trabalho, reduzindo custos e aumentando a produção com qualidade,
por meio da implantação de programas de melhoria contínua.

Objetivos
»» Apresentar conceitos de administração.

»» Apresentar conceitos relacionados ao planejamento e à documentação


empresarial.

»» Conhecer as atribuições e responsabilidades dos diversos setores da


empresa na segurança e saúde do trabalho.

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»» Conhecer os órgãos relacionados à Saúde e Segurança do Trabalho – SST
nas empresas (o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho – SESMT e a comissão interna de prevenção
de acidentes – CIPA).

»» Capacitar os alunos para a organização do trabalho: mapeamento de


riscos no meio ambiente de trabalho.

»» Capacitar os alunos para elaboração das políticas e dos programas:


Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA e Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com apoio das NR7,
NR9 e demais normas de referência.

»» Capacitar os alunos para a gestão de SST, por meio do Sistema de Gestão


em SST – SGSST ou do Sistema de Gestão Integrada – SGI.

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ADMINISTRAÇÃO UNIDADE I

CAPÍTULO 1
Conceitos relacionados à
Administração

A palavra administração é uma palavra de origem latina – administrare – que tem


aplicação específica no sentido de gerir um bem, defendendo os interesses dos que o
possuem (FERREIRA et al., 1997). Dessa forma, a rigor, administrar seria uma aplicação
de gerir. No entanto, com o passar dos anos, a palavra “administração” passou por uma
profunda mudança do seu significado inicial, passando a ser relacionada à definição dos
objetivos da organização e a transformação desses objetivos em ação organizacional, por
meio do planejamento, coordenação, direção e controle de dos esforços realizados em
todas as áreas e níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos , da maneira mais
adequada à cada situação, garantindo a competitividade em um mundo de negócios
altamente concorrencial e complexo.

Cada autor conceitua administração sob uma ótica particular. Segundo Chiavenato
(2011), Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o
trabalho dos membros da organização e utilizar todos os recursos organizacionais
disponíveis para alcançar objetivos organizacionais definidos. Essa ciência envolve um
complexo de decisões e ações aplicado a uma variedade de situações em uma ampla
variedade de organizações. Devido a essa complexidade, a administração admite várias
interpretações:

»» Processo ininterrupto e sistematizado, envolvendo atividades de


planejamento, organização, direção e controle de recursos e capacidades,
a fim de alcançar metas e objetivos.

»» A administração envolve a articulação e aplicação de vários conjuntos de


recursos (humanos, financeiros, materiais, tecnológicos e informação) e
competências organizacionais.

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UNIDADE I │ ADMINISTRAÇÃO

»» Exige várias ações orientadas para alcançar objetivos por meio de


diferentes pessoas e órgãos que trabalham conjunta e integradamente.

»» Envolve liderança e direcionamento de atividades executadas por todo


conjunto organizacional e em todos os níveis das organizações por pessoas
com diferentes funções intencionalmente estruturadas e coordenadas
para o alcance de propósitos comuns.

Com base no conceito apresentado, podemos afirmar que a administração possui dois
objetivos principais: a eficiência e a eficácia. A eficiência refere-se aos meios, aos
métodos, aos processos e às normas empregados para alcançar um resultado, utilizando
os recursos adequadamente. A eficácia diz respeito aos fins, ou seja, aos objetivos e
resultados a serem atingidos.

Na virada do século XIX, com as transformações da organização do trabalho devido


à Revolução Industrial, Frederick Taylor desenvolveu técnicas de racionalização do
trabalho operário e publicou, em 1911, um modelo para a prática da administração.
Uma das características que se destacou nesse estudo foi a busca de uma organização
científica do trabalho, com ênfase em tempos e métodos. Dessa forma, o modelo
proposto por Taylor foi considerado o percussor da Teoria da Administração Científica.

Em paralelo aos estudos de Taylor, Henri Fayol desenvolveu princípios relacionados


à administração, abordando características dos administradores, a importância
do seu treinamento e suas funções básicas, construindo assim a primeira Teoria da
Administração Clássica.

Baseado nas teorias administrativas desenvolvidas principalmente por Taylor


(Administração Científica) e Fayol (Administração Clássica), pode-se considerar como
princípios gerais da administração:

»» Divisão do trabalho – para otimizar a produção, é fundamental dividir


o trabalho a ser realizado entre diferentes pessoas. A especialização dos
funcionários, desde as funções gerenciais até as operacionais, favorece a
eficiência na produção, aumentando a produtividade.

»» Autoridade e responsabilidade – autoridade é o direito/poder dos


superiores hierárquicos de mando nos seus empregados, ou seja, dar
ordens que possivelmente serão obedecidas; responsabilidade é a
contrapartida da autoridade.

»» Hierarquia – divisão da autoridade pelos elementos da empresa de modo


claro e explícito, defendendo incondicionalmente a estrutura hierárquica,

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ADMINISTRAÇÃO │ UNIDADE I

formando uma “pirâmide” com níveis crescentes de autoridade, até


atingir a autoridade superior central.

»» Unidade de comando – é o princípio segundo o qual um funcionário deve


receber ordens de um só superior, evitando assim contraordens.

»» Amplitude administrativa – define a quantidade de funcionários que


um administrador consegue supervisionar com eficiência e eficácia.
Esse princípio determina se a organização é mais centralizada (menor
amplitude administrativa) – quando possui maior quantidade de níveis
hierárquicos e consequentemente uma estrutura verticalizada – ou
descentralizada (maior amplitude administrativa) – quando possui
menor quantidade de níveis hierárquicos, produzindo uma estrutura
organizacional achatada e dispersa.

»» Definição de metas – implica no caminho para se chegar a um objetivo.


A definição de meta consiste em um limite, um desafio, uma etapa a ser
atingida dentro de um objetivo, no seu todo ou em parte.

»» Prevalência dos interesses gerais – os interesses gerais da organização


devem se sobrepor aos interesses individuais.

»» Estabilidade dos funcionários – manter o corpo de funcionários


motivados e com a iniciativa de defender os propósitos da corporação.
A alta rotatividade de pessoal tem consequências negativas sobre o
desempenho da organização e moral dos trabalhadores.

Além dos princípios gerais, o conjunto das funções precípuas da gerência administrativa
formam o processo administrativo. A ideia de processo compreende o aspecto dinâmico
da relação entre as diferentes funções, com uma delas influenciando e sendo influenciada
pelas demais. Esquematicamente, têm-se:

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UNIDADE I │ ADMINISTRAÇÃO

Figura 1. Processos da Administração.

PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO DIREÇÃO CONTROLE

Fonte: arquivo pessoal da autora.

Planejamento
O processo de gestão, baseado em controle e melhoria de processos, baseia-se no ciclo
do PDCA (Plan; Do; Check e Act), que também é conhecido como Ciclo de Shewhart
ou, mais frequentemente, Ciclo de Deming (planejar; executar; verificar e agir).

Dessa forma, sob a ótica de uma Política de Segurança do Trabalho, que é o foco principal
desse conteúdo, as ações planejadas a partir dessa política devem ser implementadas,
verificadas e corrigidas (se for necessário). Ao fim do ciclo, a alta direção deverá analisar
e revisar o sistema, de forma a manter a sua adequação e eficácia.

Figura 2. Exemplo de fluxograma.

Planejamento

Revisão pela Política de Implementação


direção SST e funcionalidade

Verificações e
ações corretivas

.
Fonte: Tavares (2012).

Planejar é estabelecer os objetivos da organização, especificando a forma como serão


alcançados. O planejamento possibilita perceber a realidade, traçar planos de ação,
antecipar-se aos eventos futuros.

Dessa forma, para uma efetiva gestão, destacam-se os seguintes tipos de planos:

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ADMINISTRAÇÃO │ UNIDADE I

»» Planejamento estratégico – definido pela alta administração, tem como


função definir a visão absoluta das necessidades e oportunidades de
uma organização, traçar as melhores estratégias e providências a serem
adotadas, de forma a alcançar os objetivos definidos.

»» Planejamento tático – representa o desdobramento do planejamento


estratégico, com a gestão dos recursos da organização, com o objetivo
de desenvolver projetos, normas e ações que levem a alcançar as metas
definidas pela organização, em médio prazo.

»» Planejamento operacional – consiste na aplicação prática dos dois


planejamentos anteriores (estratégico e tático), isto é, são as ações
realizadas diariamente pelos funcionários visando a efetividade dos
objetivos definidos pela organização.

Para um efetivo plano de ação, pode-se utilizar as seguintes técnicas de planejamento:

»» Cronograma – instrumento de planejamento que consiste em uma


representação gráfica que permite relacionar as atividades a serem
executadas, detalhando-as minunciosamente, determinando o início e fim
de cada tarefa, visando o cumprimento das metas no tempo predefinido.

Figura 3. Exemplo de cronograma.

Fonte: arquivo pessoal da autora.

»» Fluxograma – ferramenta que consiste na representação da sequência


das atividades de um processo, permitindo visualizar as interações entre
elas. No fluxograma, são utilizados símbolos que permitem uma melhor
visualização da descrição do processo.

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UNIDADE I │ ADMINISTRAÇÃO

Figura 4. Exemplo de fluxograma.

Acidentes Incidentes

Registro
Inspeções e auditoria
Investigação Comunicação dos
colaboradores

Não conformidade

Ação corretiva

Rever ação
Avaliação do risco
corretiva

Não
Risco Aceitável?

Sim

Implementar

Avaliar a eficácia da ação corretiva

Fonte: Tavares (2012).

»» Há vários tipos de fluxograma, como o vertical – utilizado em processos


produtivos – e o horizontal – para atividades com mais de 30 passos,
ou que envolvam mais de três áreas. Cada fluxograma possui simbologia
e metodologia próprias. Os símbolos representam cada etapa da rotina,
que são ordenadas de acordo com a sequência lógica de sua execução.

Figura 5. Simbologia utilizada em fluxogramas.

Símbolo Significado

Ação inicial ou final – representa início ou fim do processo.

Transporte – indica o movimento de saída de um local para outro.

Decisão – representa a operação que determina qual caminho a seguir dentre os vários possíveis. A identificação da
decisão e as alternativas do caminho devem ser registradas no interior e ao lado do símbolo.

Fluxo de dados – a seta fina é utilizada para indicar o sentido e a sequência das fases do processo.

Processo – representa as diversas atividades de uma rotina.

Fonte: Tavares (2012).

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CAPÍTULO 2
Documentação empresarial

Nome empresarial
É o nome registrado para o exercício de uma empresa. É o fruto do nascimento de uma
empresa, ou seja, é o nome dado a pessoa jurídica, sob o qual essa se individualiza,
exerce suas atividades e se obriga nos atos a ela pertinentes. É o nome empresarial
que consta nos diversos documentos da empresa, como contratos, escrituras, notas
fiscais etc. A Lei no 10.406/2002, que institui o novo Código Civil, estratifica o nome
empresarial em alguns tipos, sendo eles:

»» Firma individual: é o nome empresarial utilizado pela empresa constituída


individualmente, sendo formada pelo nome do sócio, por extenso ou
abreviadamente. Para uma melhor identificação do objeto da empresa ou
até mesmo para diferenciar o nome de outros já existentes, é permitido
utilizar designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade
ao final do nome.

»» Firma: é o nome empresarial utilizado pela empresa constituída de


sócios, sendo formada pela combinação do nome de todos, de alguns
ou de somente um sócio, por extenso ou abreviadamente. Se houver, na
formação do nome, a omissão de algum dos sócios, é acrescida no final do
nome a expressão “&Cia”.

»» Denominação social: é o nome empresarial utilizado pela empresa


individual de responsabilidade limitada, ou seja, a empresa é constituída
por único sócio, cujo capital social totalmente integralizado não seja
inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no país.

No momento da abertura da empresa, o órgão que realizará o registro deverá pesquisar


se há algum nome similar já existente, pois se houver, esse fato impossibilita o registro
do nome empresarial.

Nome de fantasia
Também conhecido como Marca Empresarial, é o nome público da empresa, podendo
ou não ser a razão social ou nome similar a ela. Dessa forma, utiliza-se o nome de

15
UNIDADE I │ ADMINISTRAÇÃO

fantasia para maior aproveitamento de marca e estratégia de marketing e vendas,


sendo o nome que auxilia na divulgação da empresa.

O registro do nome de fantasia não é obrigatório. Porém, se este for registrado, ele
será considerado uma marca registrada. Esse registro deve ser feito junto ao órgão de
marcas e patentes, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI. O INPI dá
direito de utilização do nome da marca/produto ao registro que for efetuado primeiro.
A marca registrada passa a levar o símbolo ® e a empresa passa a ser a dona absoluta
dela. A partir daí, a marca passa a incorporar o patrimônio, como um ativo da empresa.
Há muitos casos em que seu valor é muitas vezes superior ao valor dos seus bens
patrimoniais.

Um dos exemplos mais famosos é o da Coca Cola. Esse é o nome de fantasia da empresa
de razão social Coca-Cola Indústrias Ltda. Observem a força e o valor agregado que esse
nome possui.

CNPJ
CNPJ corresponde à sigla para Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. Esse registro é
um número único de identificação junto à Receita Federal do Brasil – RFB. Agregado
a esse número, estão diversas informações da empresa, como: Razão Social, nome de
fantasia, endereço da empresa, data de abertura, descrição da atividade econômica,
natureza jurídica, verificação da situação cadastral junto à Receita Federal, entre outros
dados que são de interesse das Administrações Tributárias da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.

Ramo de atividade
O ramo de atividade é a área do mercado na qual a empresa atua.

CNAE
A Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE é um instrumento de
padronização nacional dos códigos de identificação das unidades produtivas do país e
dos critérios de enquadramento utilizados na Administração Pública, nas três esferas do
governo, em especial na área tributária, contribuindo para a melhoria da qualidade dos
sistemas de informação que dão suporte às decisões e ações do Estado, possibilitando,
ainda, a maior articulação intersistemas.

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ADMINISTRAÇÃO │ UNIDADE I

A CNAE foi estruturada tendo como referência a International Standard


Industrial Classification of All Economic Activities – ISIC das Nações Unidas,
e a sua gestão e manutenção é de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística -IBGE, a partir das deliberações da Comissão Nacional de Classificação
– Concla. Inicialmente, 584 classes foram determinadas. Porém, na última revisão
dessa classificação, em 2007, houve uma expansão para 673 classes. Possui uma
hierarquização em cinco níveis: seções, divisões, classes e subclasses. Do CNAE houve
o desdobramento para mais duas a CNAE-Fiscal e a CNAE-Domiciliar.

A CNAE-Fiscal é uma estratificação das classes da CNAE para uso na administração


pública tributária, como, por exemplo, no registro do CNPJ, que é obrigatório para
toda pessoa jurídica. Uma pessoa jurídica de qualquer natureza jurídica pode ter uma
ou várias atividades econômicas secundárias dentro de uma única atividade principal.

A CNAE-Domiciliar, que na maioria dos casos agrupou classes da CNAE, foi criada para
utilização no censo demográfico, contribuindo para facilitar as pesquisas domiciliares e
para o mapeamento de atividades autônomas da população.

Grau de risco
Definido pela Norma Regulamentadora no 04 – NR-4, o grau de risco é um valor numérico
usado para representar a intensidade do risco de cada atividade, sendo definido com
base na atividade econômica principal descrita na CNAE. Esse valor numérico varia de
1 a 4.

Dessa forma, a partir do CNAE da empresa, é possível consultar o grau de risco


diretamente na NR-4.

Para que você entenda como se determina o grau de risco de uma empresa,
observe atentamente o exemplo a seguir:

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – Correios, é uma corporação


nacional que presta serviços de correios, que compreende a coleta, a distribuição
e a entrega de correspondência e volumes, dentre outras atribuições. De acordo
com a NR-4, qual o grau de risco que a atividade econômica exercida por essa
empresa representa?

Para obter essa resposta, basta verificar a CNAE associada a essa empresa no
Quadro I da NR-4 (Figura 6): CNAE 53 – Correios e outras atividades de entrega;
53.10-5 – Atividades de Correio – Grau de Risco (GR) = 2.

17
UNIDADE I │ ADMINISTRAÇÃO

Figura 6. Quadro I da NR-4.

Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE (versão 2.0), com correspondente
Grau de Risco – GR para fins de dimensionamento do SESMT
Códigos Denominação GR
53 CORREIO E OUTRAS ATIVIDADES DE ENTREGA
53.1 Atividades de Correio
53.10-5 Atividades de Correio 2

Fonte: Norma Regulamentadora nº 4 (MTE) (com adaptações).

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SEGURANÇA NAS UNIDADE II
ORGANIZAÇÕES

CAPÍTULO 1
Atribuições e responsabilidades

Segurança do Trabalho consiste na aplicação de recursos e técnicas, de forma preventiva


ou corretiva, visando a proteção dos trabalhadores dos riscos de acidentes e doenças
associados a um processo produtivo ou até mesmo na realização de uma atividade.

O foco principal da Segurança do Trabalho é a proteção do trabalhador, atuando na


prevenção de acidentes e doenças do trabalho, seja agindo na aplicação de proteções
coletivas e de medidas administrativas, seja na conscientização e orientação dos
empregados.

De uma forma indireta, a Segurança do Trabalho tem também caráter de proteção ao


patrimônio da empresa: a colocação de equipamentos de combate a incêndio protegem
a vida do trabalhador e evita também que os bens da empresa sejam danificados;
a manutenção preventiva de determinado equipamento ou máquina permite a
descoberta de peças desgastadas, cuja falha pode lesar um trabalhador ou danificar
de modo irreparável o equipamento; exames pré-admissionais e periódicos realizados
nos motoristas de empilhadeiras previnem problemas de saúde que poderiam provocar
acidentes durante o transporte de materiais, causando a lesão ou morte do motorista e/
ou colega de trabalho e a perda da própria empilhadeira.

Dessa forma, cabe à Segurança do Trabalho a responsabilidade por todos os funcionários


de uma empresa, seja ela apta ou não a ser enquadrada entre as que são obrigadas a
constituir um Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT. A
seguir são apresentadas as atribuições, responsabilidades e atividades dos vários níveis
que compõe a estrutura organizacional de uma empresa, particularmente pertinente à
segurança do trabalho. No próximo capítulo serão abordados o SESMT e a CIPA.

19
UNIDADE I │ ADMINISTRAÇÃO

1. Diretoria e Administração da empresa

É da direção da organização a responsabilidade institucional pela empresa. Sendo


assim, no âmbito da segurança do trabalho, cabe à direção a definição das atribuições
funcionais e das responsabilidades, por meio de políticas claras e abrangentes, apoiando
administrativa e financeiramente o desenvolvimento da prevenção de acidentes, bem
como a participação efetiva nas atividades prevencionistas.

2. Órgãos de gerência da empresa

É responsável pela efetivação do programa de segurança do trabalho e pelos resultados


alcançados, orientando os supervisores de linha e controlando o desempenho de cada
um nesse sentido. Deve estar entrosado com o SESMT para melhor solução e prevenção
de problemas, com participação prevencionista ativa, além de fornecer informações
completas à administração a respeito do assunto.

3. Órgãos de Supervisão da empresa

É responsável por executar os programas de segurança nas áreas de trabalho, de acordo


com as instruções específicas, fornecer instruções de segurança aos subordinados e
controlar os respectivos desempenhos, manter a disciplina em tudo relativo à segurança,
além de estar alinhado com a área de segurança do trabalho.

4. Engenheiro e Técnico de Segurança do Trabalho

Dentre as várias funções do Engenheiro de Segurança do Trabalho está a de propor


normas e medidas preventivas e corretivas contra acidentes/doenças do trabalho,
planejar atividades referentes aos programas de segurança do trabalho, estudar as
condições de segurança do meio ambiente do trabalho e assessorar os diversos órgãos
da empresa nos assuntos referentes à Segurança do Trabalho. Já o Técnico de Segurança
do Trabalho possui, dentre várias atribuições, a de executar programas de prevenção de
acidentes/doenças do trabalho nos ambientes de trabalho, além de analisar os processos
de trabalho e métodos aplicados, identificando os fatores de risco no meio ambiente, de
forma a garantir a integridade dos empregados e dos bens da empresa.

5. Brigadistas

As brigadas são grupos de pessoas organizadas e capacitadas para atuar em emergências,


sinistro ou desastre, dentro de uma empresa, indústria ou estabelecimento. São
responsáveis em combatê-las de maneira preventiva, a fim de eliminar riscos e efetuar
corretivas ante as eventualidades reais. Sua função está orientada a salvaguardar as
pessoas, os seus bens e tudo entorno destas.

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CAPÍTULO 2
Serviço Especializado em Segurança e
Medicina do Trabalho – SESMT

O Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT é uma


organização vertical com acesso a todos os níveis hierárquicos e está fundamentado
no artigo 162 da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT e na NR-4 – Serviços
Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, atualizada pela Portaria no 510,
de 2016, publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (BRASIL, 2016). O
SESMT é o responsável por promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador
no local de trabalho. Dessa forma, lidera o desenvolvimento, a orientação e o controle
dos programas de segurança, segundo as leis vigentes e a política da empresa.

A implantação do SESMT deve ocorrer, em caráter obrigatório, em todas as empresas


privadas e públicas, órgãos públicos da Administração direta e indireta, poderes
Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT, e é vinculado ao grau de risco da atividade principal e ao número de
trabalhadores, cabendo exclusivamente ao empregador o ônus decorrente da instalação
e manutenção do SESMT.

Competências do SESMT
A partir das competências elencadas na NR-4, destacam-se, a seguir, aquelas
consideradas mais importantes. Porém, faz-se necessária uma consulta integral a NR-4
a fim de aprofundamento no conteúdo.

Sendo assim, as principais competências do SESMT são (extraídas da NR-4):

»» Aplicar os conhecimentos de engenharia e segurança e de medicina do


trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive
máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali
existentes à saúde do trabalhador.

»» Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a


eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, por
parte do trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual – EPI,
de acordo com o que determina a NR-6, desde que a concentração, a
intensidade ou a característica do agente assim o exija.

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UNIDADE II │ SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

»» Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas


instalações físicas e tecnológicas da empresa, aplicando os conhecimentos
de engenharia e segurança e de medicina do trabalho.

»» Responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento


do disposto nas NRs aplicáveis às atividades executadas pela empresa
e/ou seus estabelecimentos.

»» Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo


de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme
dispõe a NR-5.

»» Promover a realização de atividades de conscientização, educação e


orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho
e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção.

»» Analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes


ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os
casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características
do acidente e/ou doença ocupacional, os fatores ambientais, as
características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es)
de doença ocupacional ou acidentado(s).

Em alínea final, a NR-4 esclarece que:

as atividades dos profissionais integrantes dos SESMT são


essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento
de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração
de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de
meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata
atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão
incluídos em suas atividades. (NR-4, 2016).

Composição e dimensionamento do SESMT


A composição e o dimensionamento do SESMT são definidos em função da gradação
do risco da atividade principal e do número total de empregados do estabelecimento,
conforme definido nos Quadros I e II da NR-4.

Consoante ao já apresentado na Unidade I, que foi tratado sobre CNAE, o Quadro I


da NR-4 apresenta a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE e

22
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES │ UNIDADE II

seu respectivo grau de risco. O Quadro II da NR-4 – Dimensionamento do SESMT,


estabelece esse dimensionamento em função do grau de risco e número de funcionários.

Relembrando o que foi apresentado na Unidade I, para aplicação de como se


obter o grau de risco de uma atividade econômica, utilizou-se o exemplo da
empresa pública Correios. Verificou-se que, pelo Quadro I da NR-4, a partir da
atividade principal exercida pela empresa, o Grau de Risco que elaapresenta é
igual a 2.

Figura 7. Quadro I da NR-4

Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE (versão 2.0), com correspondente
Grau de Risco – GR para fins de dimensionamento do SESMT
Códigos Denominação GR
53 CORREIO E OUTRAS ATIVIDADES DE ENTREGA
53.1 Atividades de Correio
53.10-5 Atividades de Correio 2
Fonte: Norma Regulamentadora nº 4 (MTE) (com adaptações).

Para dimensionar o SESMT dessa empresa, é necessário verificar o número


de funcionários que essa empresa possui. Mas atenção: por se tratar de uma
empresa nacional, possuindo empregados distribuídos por todo o país, o
SESMT deve ser dimensionado não pelo total de empregados da empresa, e
sim pelo total de funcionários presentes em cada estabelecimento da empresa,
localizados no mesmo Estado, Território ou Distrito Federal.

Dessa forma, para o exemplo apresentado, será considerada a Superintendência


Estadual dos Correios em Brasília/DF, com um quadro de funcionários de 2.630
empregados.

De acordo com o Quadro II da NR-4, para uma empresa GR=2 e com 2.630
empregados, obtêm-se um SESMT composto por 1 Médico do Trabalho, 1
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, 1 Engenheiro de Segurança do Trabalho e
2 Técnicos de Segurança do Trabalho contratados em tempo integral.

Acesse o Quadro II da Norma Regulamentadora no 4, disponível no link do


Material de Apoio, na plataforma de ensino, para verificar o dimensionamento
realizado no exemplo acima!

No entanto, apesar de o dimensionamento do SESMT ser uma relação entre Grau de


Risco e quantidade total de funcionários, algumas situações particulares possuem
regras especiais para o dimensionamento:
23
UNIDADE II │ SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

1. Canteiros de obras ou frentes de trabalho: o dimensionamento para


Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho
será realizado por canteiro de obra ou frente de trabalho.

2. Dimensionamento do SESMT em empresas que possuam atividade


principal com o GR menor que o grau de risco nos seus estabelecimentos
onde mais de 50% dos empregados estão expostos.

3. Organização de SESMT centralizado, em empresas que possuam


vários estabelecimentos, definindo limites de distância entre cada
estabelecimento e o local em que será prestada a assistência ao trabalhador.

4. Assistência dos estabelecimentos das empresas que são classificados


conforme o Quadro II, aos estabelecimentos que não se enquadrem,
desde que estejam localizados no mesmo Estado, Território ou Distrito
Federal.

5. Instruções para empresa que possuam apenas estabelecimentos que,


isoladamente, não possam ser classificados no Quadro II.

6. Normas para a definição do número de empregados e do regime de


trabalho dos profissionais do SESTM, para fins de dimensionamento do
serviço, em empresas que possuam unidades enquadradas em graus de
risco diferentes entre si. Definição de condições em que as empresas que
possuam outros serviços de Medicina e Engenharia poderão integrá-los
ao SESMT, constituindo um serviço único de engenharia e medicina.

7. Condições para que empresas novas possam constituir um serviço único


de Engenharia e Medicina.

8. Obrigações das empresas que contratam outra(s) para prestar serviços


em estabelecimentos incluídos no Quadro II.

9. Regras para o dimensionamento do SESMT nas empresas que operem


em regime sazonal.

10. Normas para a constituição de SESMT comum a mais de uma empresa


ou para uso de serviços de segurança externos à empresa.

Os profissionais que fazem parte do SESMT de uma empresa deverão ser registrados no
órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego. São relacionados a seguir:

»» Engenheiro de Segurança do Trabalho.

24
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES │ UNIDADE II

»» Médico do Trabalho.

»» Enfermeiro do Trabalho.

»» Técnico em Segurança do Trabalho.

»» Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.

Os SESMT devem ser chefiados por profissional qualificado segundo os requisitos


especificados na NR-4. Destaca-se também, que os profissionais desse serviço devem
possuir vínculo empregatício com a empresa, com exceção das que não se enquadram
no dimensionamento previsto no Quadro II. Para esses casos, aplicam-se as regras
dispostas nos subitens 4.14 e 4.15 da norma regulamentadora.

Para execução do registro do SESMT junto ao MTE, deve ser apresentada ao órgão
regional do ministério requerimento com as seguintes informações:

»» Nome dos profissionais integrantes do SESMT.

»» Número de registro dos profissionais nos órgãos competentes responsáveis


(CRM, CREA, COREN).

»» Número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por


estabelecimento.

»» Especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento.

»» Horário de trabalho dos profissionais do SESMT.

Relacionamento do SESMT
Na sua função de administrar as atividades de prevenção e de segurança na empresa, o
SESMT deve preservar um relacionamento positivo com as demais áreas da empresa,
seja ela técnica ou administrativa. Dessa forma, o SESMT deve servir como mediador
entre as áreas que possuem o compromisso de participar ativamente nas ações de
segurança do trabalho. A seguir, são apresentadas as atribuições relacionadas à
interação do SESMT com cada nível de organização da empresa.

a. Administração

»» Discutir e aprovar as normas de segurança da empresa.

»» Discutir as alterações recomendáveis nas diretrizes básicas de segurança.

25
UNIDADE II │ SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

»» Apreciar as modificações legais ou normativas.

»» Estabelecer os objetivos e apreciar os resultados.

b. Gerência

»» Instruir e programar assuntos específicos de SST.

»» Tomar medidas técnicas e/ou administrativas necessárias.

»» Apreciar os resultados.

»» Avaliar o desempenho dos supervisores nas atividades de prevenção.

»» Propor soluções para problemas de condições de trabalho e de atualização


do pessoal nos programas estabelecidos.

c. Supervisão

»» Assessorar na condução da execução dos programas de segurança.

»» Estudar problemas de segurança da área e encaminhamento de soluções.

»» Investigar os acidentes e medidas para anular a repetição.

d. Finanças

»» Planejar e controlar orçamentários das verbas destinadas à segurança.

»» Analisar os custos dos acidentes.

e. Empregados

»» Integrar os novatos, participar de treinamentos e respectivas reciclagens.

»» Realizar inspeções de segurança ou analisar os riscos, considerando as


informações ou opiniões dos trabalhadores, quando necessárias.

»» Investigar acidentes, solicitando apoio dos funcionários, quando a


participação do acidentado ou de outros for importante para elucidação
das causas.

»» Propor sugestões ou informações que visem à melhoria da segurança.

»» Participar em campanhas promocionais de prevenção.

f. CIPA

26
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES │ UNIDADE II

»» Atender as sugestões, recomendações e reinvindicações dos membros da


CIPA.

»» Organizar e realizar as eleições da CIPA.

»» Realizar treinamento prévio dos eleitos.

»» Divulgar as normas e os regulamentos de segurança que a comissão pode


apoiar com sucesso.

»» Promover ações de segurança em geral e, em particular, as Semanas de


Prevenção de Acidentes.

g. Serviço de medicina do trabalho

»» Ter acesso aos registros e controles médicos, a fim de possibilitar melhor


controle estatístico e investigação para subsidiar a segurança do trabalho.

»» Avaliar conjuntamente as condições de higiene, pesquisa ambiental,


toxicológica e de meios de controle.

»» Estudar os produtos químicos para controle dos riscos quanto ao uso e


manuseio.

»» Apreciar e opinar em projetos e processos quando envolvem problemas


de segurança e saúde.

»» Desenvolver campanhas conjuntas de higiene e de condições sanitárias.

»» Apreciar conjuntamente as sugestões da CIPA ou de outros setores,


quando o assunto for de interesse comum.

27
UNIDADE II │ SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

h. Manutenção

»» Discutir e encaminhar as medidas recomendadas para solucionar


problemas emergentes relacionados com a segurança.

»» Estudar os tópicos de segurança a serem observados na manutenção.

»» Implantar as normas de segurança nos trabalhos relacionados com a


manutenção.

i. Engenharia

»» Evitar que projetos de edificações, instalações, equipamentos etc.


tenham falhas no que diz respeito à legislação ou às normas de segurança
reconhecida.

»» Evitar que novos processos de trabalho ou modificações em antigos


processos venham a comprometer a segurança do trabalho.

»» Incluir normas de segurança nas folhas de processo de cada operação.

»» Evitar que produtos químicos sejam utilizados sem que se conheçam seus
riscos e medidas de precaução.

»» Prevenir riscos de qualquer natureza.

j. Suprimentos

»» Adquirir EPIs com certificado de aprovação e de acordo com as


especificações estabelecidas pelo SESMT.

»» Impedir recebimento de materiais e equipamentos fora dos requisitos de


segurança.

»» Verificar que os estoques de materiais sejam armazenados corretamente.

»» Implementar a NR relativa à movimentação e ao manuseio de materiais.

k. Laboratórios

»» Conhecer os componentes químicos consumidos e reconhecer as


respectivas periculosidades.

»» Estudar os produtos perigosos, visando à sua substituição por outros de


menor periculosidade.

28
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES │ UNIDADE II

»» Participar nos planos e nas atividades de disposição ou neutralização de


resíduos de produtos químicos.

»» Colaborar na elaboração de normas aplicáveis ao manuseio, à


armazenagem e ao transporte de materiais quimicamente perigosos.

l. Recursos humanos

»» Atuar conjuntamente, do ponto de vista da segurança, no plano de


integração de novos empregados.

»» Apoiar os treinamentos, de acordo com as necessidades da empresa.

»» Avaliar os programas de treinamento em segurança.

29
CAPÍTULO 3
Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes – CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA é a responsável por atuar nas


questões relativas a segurança do trabalho, tratando da prevenção dos acidentes de
trabalho, das condições do ambiente de trabalho e de todos os aspectos que afetam sua
saúde e segurança, de modo a compatibilizar a atividade laboral com a preservação da
vida e a promoção da saúde do trabalhador.

Figura 8. Exemplo de campanha de prevenção de acidentes.

Fonte: Tavares (2012).

É uma comissão paritária, constituída por representantes dos empregadores e dos


empregados, na qual os empregadores escolhem sua representatividade por indicação
de confiança e os empregados elegem a sua por processo eleitoral, por meio de voto
secreto.

No Brasil, esses comitês foram criados em 1944, a por meio do Decreto-Lei no 7.036,
conhecido como Lei da Prevenção de Acidentes. Atualmente a CIPA é regulamentada
pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em seus artigos 163 a 165, e pela NR-5
– Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.

Organização da CIPA
A legislação citada anteriormente torna obrigatória a composição da CIPA nas empresas
que possuam funcionários, independentemente de sua característica – comercial,
industrial, bancária, com ou sem fins lucrativos, filantrópicas, empresas públicas –

30
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES │ UNIDADE II

desde que possuam o mínimo legal de 20 empregados regidos pela CLT, conforme o
Quadro I da NR-5.

A CIPA é composta de representantes titulares do empregador e dos empregados.


De acordo com o dimensionamento e seu número de participantes, deve obedecer às
proporções mínimas estabelecidas no quadro citado anteriormente, além do grau de
risco no local de trabalho, que também é levado em conta para a organização da CIPA.

Os representantes do empregador são designados pelo próprio, enquanto os dos


empregados são eleitos em votação secreta. O escrutínio deve ser realizado em horário
normal de expediente e tem de contar com a participação de, no mínimo, a metade mais
um do número de funcionários de cada setor.

Os candidatos mais votados assumem a condição de membros titulares. Em caso de


empate, assume o candidato que tiver mais tempo de trabalho na empresa. Os demais
candidatos assumem a condição de suplentes, de acordo com a ordem decrescente
de votos recebidos. A estrutura da CIPA é composta dos seguintes cargos: presidente
(indicado pelo empregador); vice-presidente (nomeado pelos representantes dos
empregados, entre os seus titulares); secretário e suplente (escolhidos de comum
acordo pelos representantes do empregador e dos empregados).

Após a eleição, toda a documentação relativa ao processo eleitoral da CIPA deve ser
arquivada no estabelecimento à disposição da fiscalização do MTE.

Não há exigência de formação técnica dos componentes da CIPA. No entanto, a NR-5


atribui a eles determinadas funções que seriam de responsabilidade do corpo técnico do
SESMT e que necessita de um conhecimento específico que muitas vezes os integrantes
recém-eleitos não possuem. Dessa forma, antes de iniciar as atividades na Comissão, é
importante que os integrantes sejam capacitados em Segurança do Trabalho.

Cabe ao Engenheiro de Segurança do Trabalho interagir junto à CIPA, participando das


reuniões da comissão, ouvindo e interpretando as informações apresentadas e tomando
medidas de prevenção cabíveis. Note-se que não se atribui à CIPA a responsabilidade de
executar projetos, mas sim de discuti-los e subsidiá-los com informações pertinentes.

Eleição da CIPA
Para uma eleição da CIPA, o processo eleitoral deverá observar as seguintes condições,
conforme disposto na NR-5:

31
UNIDADE II │ SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

»» A publicação e divulgação do edital de convocação para a eleição da CIPA


deverá ser em local de fácil acesso e visualização, no prazo mínimo de 45
dias antes do término do mandato em curso.

»» A inscrição e eleição serão individuais, sendo que o período mínimo de


inscrição será de 15 dias.

»» Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,


independente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante para o candidato.

»» Realização da eleição no prazo mínimo de 30 dias antes do término do


mandato em curso da CIPA.

»» Realização da eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários


de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos
trabalhadores.

»» O pleito deverá ser realizado em escrutínio secreto.

»» A apuração dos votos deverá ser em horário normal de trabalho, com o


acompanhamento de representantes do empregador e dos empregados,
em número a ser definido pela Comissão Eleitoral.

»» Faculdade de eleição por meios eletrônicos.

»» Guarda de todos os documentos do processo eleitoral por um período


mínimo de cinco anos.

»» Havendo participação inferior a 50% dos empregados na votação, não


haverá a apuração dos votos e a Comissão Eleitoral deverá organizar
outra votação no prazo máximo de dez dias.

»» Assumirão a condição de titulares e suplentes os candidatos mais votados.

»» Em caso de empate, assumirá aquele que tiver mais tempo de serviço no


estabelecimento.

»» Os candidatos mais votados e não eleitos serão relacionados na ata de


eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando
nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.

32
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES │ UNIDADE II

Como dimensionar a CIPA de uma vinícola, que fabrica o próprio vinho, com 160
empregados?

O primeiro passo é verificar o grupo ao qual ela pertence no Quadro


III da NR-5 – Relação da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas – CNAE (versão 2.0) a partir do tipo de atividade
que a empresa desempenha. Nesse exemplo, ao identificar o
CNAE 11.12-7, ao qual pertence a atividade “Fabricação de vinho”,
observarmos que essa atividade se relaciona ao grupo C-2.

Figura 9. Quadro III da NR-5.

Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE (versão 2.0), com correspondente
agrupamento para dimensionamento da CIPA
CNAE Descrição Grupo
11.12-7 Fabricação de vinho C-2
Fonte: Norma Regulamentadora nº 5 (MTE) (com adaptações).

A partir do grupamento determinado e com a quantidade de funcionários existentes,


é possível relacionar essas informações, no Quadro I da NR-5, ao quantitativo de
representantes que deverão compor a CIPA. Encontra-se, dessa maneira, 4 membros
efetivos e 4 membros suplentes.

Esse número determinado é referente à parte da comissão definida no processo


eleitoral. Desse modo, o empregador designará os seus 4 membros efetivos e 4
membros permanentes.

33
UNIDADE II │ SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

Figura 10. Quadro I da NR-5.

Dimensionamento de CIPA
Nº de Acima de
Empregados no 20 30 51 101 121 141 301 1001 10.000 para
Grupos

Estabelecimento 0a 81 a 501 a 5001 a


a a a a a a a a cada grupo
19 100 1000 10000
Nº de Membros da 29 50 80 120 300 300 500 2500 de 2.500
CIPA acrescentar
Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 6 6 9 15 2
C-1
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 7 12 2

Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 6 6 9 12 2
C-1a
Suplentes 1 1 3 3 3 3 4 5 5 8 12 2

Efetivos 1 1 2 2 3 4 5 6 6 7 11 2
C-2
Suplentes 1 1 2 2 3 4 4 5 5 6 9 1

Fonte: Norma Regulamentadora nº 5 (MTE) (com adaptações).

Então, no exemplo apresentado, a CIPA será composta por 16 membros, sendo


8 membros eleitos pelos funcionários e os demais indicados pelo empregador.

Atribuições da CIPA
As atribuições básicas de uma CIPA são as seguintes:

»» Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos,


com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do
SESMT, onde houver.

»» Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução


de problemas de segurança e saúde no trabalho.

»» Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de


prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação
nos locais de trabalho.

»» Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e nas condições de


trabalho, visando a identificação de situações que venham a trazer riscos
para a segurança e saúde dos trabalhadores.

»» Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas


em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram
identificadas.

34
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES │ UNIDADE II

»» Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no


trabalho.

»» Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas


pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e
processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores.

»» Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de


máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança
e saúde dos trabalhadores.

»» Colaborar no desenvolvimento e na implementação do PCMSO e PPRA e


de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho.

»» Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras,


bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho,
relativas à segurança e saúde no trabalho.

»» Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o


empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e
propor medidas de solução dos problemas identificados.

»» Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que


tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores.

»» Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas.

»» Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a


Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT.

»» Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de


Prevenção da AIDS.

Atribuições específicas
Empregador: proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao
desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das
tarefas constantes do plano de trabalho.

Empregados:

»» Participar da eleição de seus representantes.

35
UNIDADE II │ SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

»» Colaborar com a gestão da CIPA.

»» Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e


apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho.

»» Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à


prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

Presidente da CIPA:

»» Convocar os membros para as reuniões da CIPA.

»» Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao


SESMT, quando houver, as decisões da comissão.

»» Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA.

»» Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria.

»» Delegar atribuições ao vice-presidente.

Vice-presidente:

»» Executar atribuições que lhe forem delegadas.

»» Substituir o presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus


afastamentos temporários.

Presidente e vice-presidente, em conjunto:

»» Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o


desenvolvimento de seus trabalhos.

»» Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os


objetivos propostos sejam alcançados.

»» Delegar atribuições aos membros da CIPA.

»» Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver.

»» Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento.

»» Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA.

»» Constituir a comissão eleitoral.

36
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES │ UNIDADE II

Secretário:

»» Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para


aprovação e assinatura dos membros presentes.

»» Preparar as correspondências.

»» Cumprir outras atribuições que lhe forem conferidas.

Mandato da CIPA
O mandato dos membros titulares da CIPA é de um ano, sendo permitida a reeleição.
Os representantes dos empregados titulares da CIPA não podem sofrer demissão
arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundamentar em motivo disciplinar,
técnico ou econômico.

Registro da CIPA
A Empresa deve solicitar ao órgão do Ministério do Trabalho e Emprego o registro
da CIPA por meio de requerimento, juntando cópias das atas de eleição, instalação e
posse com o calendário anual das reuniões ordinárias e o livro de atas com o termo de
abertura e as atas anteriormente mencionadas transcritas. O requerimento e as cópias
das atas devem ser em duas vias, e uma via será devolvida protocolada pelo auditor-
fiscal do Trabalho, que analisou a documentação apresentada.

Treinamento da CIPA
Conforme a NR-5, a empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA,
titulares e suplentes. O treinamento de CIPA, em primeiro mandato, será realizado no
prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.

As empresas que não se enquadrem no Quadro I da NR- 5 deverão promover anualmente


treinamento para o profissional designado para se responsabilizar pelo cumprimento
do objetivo desta norma.

De acordo com a NR- 5, o treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os


seguintes itens:

»» Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos


originados do processo produtivo.

37
UNIDADE II │ SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

»» Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e


medidas de prevenção.

»» Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho.

»» Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária, relativas à


segurança e saúde no trabalho.

»» Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição


aos riscos existentes na empresa.

»» Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos


riscos.

»» Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das


atribuições da Comissão.

O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas
diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa. O treinamento poderá
ser ministrado:

»» Pelo SESMT da empresa.

»» Por entidade patronal.

»» Por entidade de trabalhadores.

»» Por profissional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados.

A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade
ou profissional que o ministrará, e sua manifestação deverá constar em ata. Mas cabe à
empresa decidir que entidade ou profissional ministrará o treinamento.

Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao


treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego
determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo
máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.

38
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES │ UNIDADE II

Empresas contratantes e contratadas


Sobre as empresas contratantes e contratadas, a NR-5 menciona:

»» Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços,


considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em
que os empregados estiverem exercendo suas atividades.

»» Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo


estabelecimento, a CIPA ou o profissional designado pela empresa
contratante deverão, em conjunto com as das contratadas ou com os
designados, definir mecanismos de integração e de participação de
todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPAs existentes no
estabelecimento.

»» A contratante e as contratadas que atuem num mesmo estabelecimento


deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de
acidentes e doenças do trabalho, de forma a garantir o mesmo nível de
proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do
estabelecimento.

»» A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas


contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores
lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos
presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de
proteção adequadas.

»» A empresa contratante adotará as providências necessárias para


acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no
seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.

Mapa de riscos
O mapa de riscos foi criado por meio da portaria no 5, em 17 de agosto de 1992, e
modificado pelas Portarias no 25, de 29 de dezembro de 1994, e no 8, de 23 de fevereiro de
1999, tornando obrigatória a elaboração de mapas de risco pela CIPA de cada empresa.

Mas no que consiste um Mapa de Risco?

Trata-se da representação gráfica dos riscos existentes nos diversos locais de trabalho, na
empresa, identificando, dessa forma, as situações e os locais potencialmente perigosos.

39
UNIDADE II │ SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

Dessa forma, o Mapa de Risco é utilizado para reunir as informações necessárias de


forma a estabelecer o diagnóstico da situação da empresa em relação à segurança e
saúde no trabalho e para possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação
de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas
atividades de prevenção.

A identificação dos riscos no processo de trabalho cabe à CIPA, que deve realizar a
atividade com a participação do maior número de trabalhadores e com assessoria do
SESMT, quando houver.

A representação gráfica dos riscos ambientais no Mapa será por meio de círculos de
cores e tamanhos proporcionalmente diferentes (grau de perigo), sobre planta ou
esboço do local de trabalho.

Figura 11. Mapa de risco simplificado de uma instalação industrial.

Fonte: Areaseg.

40
SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES │ UNIDADE II

Figura 12. Cores utilizadas no mapa de riscos.

Fonte: Areaseg.

Figura 13. Exemplo de tabela descritiva dos riscos.

TIPO DE RISCO QUÍMICO FÍSICO BIOLÓGICO ERGONÔMICO MECÂNICO


COR VERMELHO VERDE MARROM AMARELO AZUL
Equipamentos
Micro-organismos (Vírus,
Fumos metálicos e vapores. Ruído. Má postura corporal . inadequados,
bactérias, protozoários).
defeituosos.
Máquinas e
Gases asfixiantes H, He, N e Oscilações e vibrações Lixo hospitalar, doméstico equipamentos sem
Iluminação excessiva.
CO2. mecânicas. e de animais. proteção e/ou
manutenção.
Ar rarefeito e/ou Mau planejamento de
Pinturas e névoas em geral. Esgoto/dejetos. Trabalho excessivo.
vácuo. layout.
AGENTES
Risco de queda de
CAUSADORES Solventes (em especial os Jornada de trabalho
Pressões elevadas. Perfurocortantes. nível, lesões por
voláteis). sem pausas.
impactos de objetos.
Ácidos, bases, sais, álcoois, Contágio pelo ar e/ou Cargas e transportes
Frio/calor. Movimentos repetitivos.
éteres etc. insetos. em geral.
Risco de fogo,
Picadas de animais Equipamentos não
Reações químicas Lixo em geral. detonação de
(insetos/roedores etc.). ergonômicos.
explosivos.
Alergias causadas por Risco de choque
Aerodispersoides no ambiente. Radiação. Fatores psicológicos.
vegetais. elétrico.

Fonte: Areaseg.

Mapa de riscos passo a passo

»» Compreender o processo de trabalho no meio ambiente analisado:

›› Trabalhadores (número de funcionários, idade, sexo, jornada de


trabalho, treinamentos realizados – profissionais e de segurança e
saúde).

41
UNIDADE II │ SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

›› Instrumentos e materiais de trabalho.

›› Atividades exercidas.

›› Ambiente.

»» Diagnosticar os riscos ambientais existentes, de acordo com sua


classificação.

»» Identificar as medidas de proteção existentes e sua aplicabilidade: a


tríade de medidas de proteção coletiva, de organização do trabalho e
de proteção individual; parâmetros de higiene e conforto, tais como:
vestiários, banheiros, bebedouros, refeitório e áreas de lazer.

»» Identificar os indicadores de saúde: as reclamações mais frequentes e


comuns para os trabalhadores que são expostos aos mesmos riscos, as
ocorrências de acidentes de trabalho, as doenças profissionais associadas,
os motivos mais regulares de ausência ao trabalho.

»» Entender os riscos ambientais já levantados no local.

»» Elaborar o mapa de riscos, sobre o layout da empresa, representando por


meio de círculo:

›› Qual o grupo a que pertence o risco, em concordância com a cor


padronizada.

›› O número de trabalhadores em exposição ao risco. Essa informação


deve ser anotada dentro do círculo.

›› A especificação do agente de risco (por exemplo: químico – sílica,


benzeno, ácido clorídrico, ou biológico – vírus, bactérias) que deve ser
anotada também dentro do círculo.

›› A expressividade do risco, por meio da percepção dos trabalhadores.


Essa intensidade deve ser representada pelos círculos com tamanhos
proporcionalmente diferenciados.

Após discussão e aprovação da CIPA, o mapa de riscos, completo ou setorial, deverá ser
afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os
trabalhadores.

Para as empresas da indústria da construção, o mapa de riscos do estabelecimento


deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto sempre
que um fato novo e superveniente modificar a situação de riscos estabelecida.

42
ADMINISTRAÇÃO E
A ENGENHARIA DE UNIDADE III
SEGURANÇA

CAPÍTULO 1
NR-7: Programa de Controle Médico de
Saúde Operacional – PCMSO

O PCMSO é parte integrante de um conjunto mais extenso de ações no campo de


proteção à saúde dos empregados. Trata-se de um programa técnico-preventivo, que
determina procedimentos e condutas a serem adotadas pelas empresas em função dos
riscos a que os empregados se expõem no ambiente de trabalho. É obrigatório para
todas as empresas, independente do número de empregados ou do grau de risco de
sua atividade, e possibilita rastrear, diagnosticar precocemente e controlar os agravos
à saúde relacionados ao trabalho, além de constatar a existência de casos de doenças
profissionais ou os danos reversíveis à saúde do trabalhador.

Atenção! Todas as empresas estão obrigadas a elaborar e implementar o PCMSO,


que deve ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores,
especialmente os identificados no mapeamento de riscos e nas avaliações preventivas
no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.

Esse é um programa da empresa, mas, diferente do PPRA, possui um único responsável


legal pela sua condução, que é o médico coordenador do PCMSO, o qual faz parte
do SESMT e deve ser parceiro do Engenheiro de Segurança nas ações preventivas.
O documento a ser implantado é elaborado pelo médico, preferencialmente com
especialização em Medicina do Trabalho, abordando os riscos ambientais, programando
consultas e exames complementares, ações preventivas de saúde do trabalhador,
relatórios anuais e avaliações epidemiológicas, para que sejam adotadas as medidas
corretivas de acordo com o perfil encontrado.

Excluem-se da obrigatoriedade de indicar médico coordenador deste programa as


empresas:

43
UNIDADE III │ ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA

»» Com Grau de Risco 1 e 2 (conforme a NR-4) que possuam até 25


funcionários.

»» Com Grau de Risco 3 e 4 com até 10 funcionários.

»» Com Grau de risco 1 e 2 com mais de 25 e até 50 funcionários: as empresas


poderão ser isentadas de indicar médico coordenador, desde que essa
deliberação seja concedida por negociação coletiva.

»» Com Grau de risco 3 e 4 que possuam de 11 a 20 funcionários: as empresas


poderão ser liberadas de indicar médico coordenador, desde que essa
liberação seja concedida por negociação coletiva.

Mesmo as empresas consideradas nos parágrafos anteriores poderão ser obrigadas


a indicar médico coordenador do PCMSO, quando suas condições representarem
potencial de risco grave aos trabalhadores. Essa situação é determinada pelo Delegado
Regional do Trabalho, com base em parecer técnico conclusivo da autoridade regional
competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, ou em negociação coletiva.

Responsabilidades
Cabe ao empregador e ao médico coordenador as responsabilidades pelo planejamento,
implementação e monitoramento do PCMSO, sendo competência da empresa
contratante de mão de obra prestadora de serviços informar aos contratados os riscos
existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais de trabalho
onde os serviços estão sendo prestados.

São responsabilidades do empregador:

»» Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como


zelar pela sua eficácia.

»» Custear, sem ônus para o empregado, todos os procedimentos relacionados


ao PCMSO.

»» Indicar, dentre os médicos dos SESMT da empresa, um coordenador


responsável pela execução do PCMSO.

»» No caso de a empresa estar desobrigada de manter Médico do Trabalho,


de acordo com a NR-4, deverá o empregador indicar Médico do Trabalho,
empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO.

44
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA │ UNIDADE III

»» Inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá


contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.

São responsabilidades do médico coordenador:

»» Realizar os exames médicos ou encarregar estes a profissional médico


familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas,
bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está
ou será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado.

»» Encarregar dos exames complementares previstos nos itens, quadros e


anexos da NR-7 profissionais e/ou entidades devidamente capacitados,
equipados e qualificados.

Objetivos do PCMSO
Para a elaboração do PCMSO, o mínimo requerido é um estudo prévio para
reconhecimento de riscos ocupacionais existentes na empresa, por meio de visitas aos
locais de trabalho, baseando-se nas informações contidas no PPRA.

O reconhecimento de riscos deve ser feito por intermédio de visitas aos locais de
trabalho para a análise dos processos produtivos, postos de trabalho, informações sobre
ocorrências de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, atas de CIPA, mMapas de
risco, estudos bibliográficos etc.

A partir desse reconhecimento de riscos, deve ser estabelecido um conjunto de exames


clínicos complementares específicos para cada grupo de trabalhadores da empresa,
utilizando-se de conhecimentos científicos atualizados e em conformidade com a boa
prática médica.

Entre as diretrizes, uma das mais importantes é aquela que estabelece que o PCMSO
deve considerar as questões incidentes tanto sobre o indivíduo quanto sobre a
coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico.
A norma estabelece ainda o prazo e a periodicidade para a realização das avaliações
clínicas, assim como define os critérios para a execução e a interpretação dos exames
médicos complementares (os indicadores biológicos).

Assim, o nível de complexidade do PCMSO depende basicamente dos riscos existentes


em cada empresa, das exigências físicas, psíquicas e cognitivas das atividades
desenvolvidas e das características biopsicofisiológicas de cada população trabalhadora.
A norma estabelece as diretrizes gerais e os parâmetros mínimos a serem observados

45
UNIDADE III │ ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA

na execução do programa, podendo estes, entretanto, serem ampliados mediante


negociação coletiva de trabalho.

Exames obrigatórios do PCMSO


Os exames médicos ocupacionais, assim como sua periodicidade, estão previstos na
NR-7, que estabelece a emissão de Atestado de Saúde Ocupacional – ASO, relatórios
anuais e monitoração do programa. Têm como objetivo considerar o trabalhador APTO
ou INAPTO para o exercício de uma definida e determinada atividade. Assim, a relação
de parceria no SESMT dará informação ao Médico do Trabalho sobre as necessidades
funcionais de cada atividade na empresa.

Todos são obrigatórios, conforme estabelece a legislação vigente, e são os seguintes:

»» Admissional: deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas


atividades.

»» Periódico: realizados frequentemente, conforme prazos estipulados pelo


médico coordenador do PCMSO, após levar em consideração a análise
dos riscos por setor e função, assim como a idade do trabalhador. Os
intervalos mínimos são:

›› Para trabalhadores expostos a riscos ou a situações de trabalho


que impliquem o desencadeamento ou agravamento de doença
ocupacional, ou, ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças
crônicas, os exames deverão ser repetidos:

›› A cada ano ou em intervalos menores, a critério do médico encarregado,


ou por notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou, ainda,
como resultado de negociação coletiva de trabalho.

›› De acordo com a periodicidade especificada no Anexo no 6 da NR-15,


para os trabalhadores expostos a condições hiperbáricas.

›› Para os demais trabalhadores:

›› Anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta


e cinco) anos de idade.

›› A cada dois anos, para os trabalhadores com idades entre 18 (dezoito)


anos e 45 (quarenta e cinco) anos de idade.

46
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA │ UNIDADE III

»» Retorno ao trabalho: realizado obrigatoriamente no primeiro dia da volta


ao trabalho do trabalhador ausente por um período igual ou superior a
trinta dias, por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional
ou não, ou parto.

»» Mudança de função: realizado obrigatoriamente antes da data de


mudança. É considerada mudança de função toda e qualquer alteração
de atividade, posto de trabalho ou de setor que exporá o empregado a um
risco diferente do exercício na atividade anterior.

»» Demissional: realizado obrigatoriamente antes da data da homologação


da dispensa, ou até o desligamento definitivo do trabalhador, desde que o
último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de 135 dias
para empresas de Grau de Risco 1 e 2, e 90 dias para empresa de Grau de
Risco 3 e 4. Por determinação da Superintendência Regional do Ministério
do Trabalho, com base em parecer técnico conclusivo da autoridade
regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador,
ou em decorrência de negociação coletiva, as empresas poderão ser
obrigadas a realizar o exame médico demissional independentemente
da época de realização de qualquer outro exame, quando suas condições
representarem potencial de risco grave aos trabalhadores.

Os exames compreendem avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e


exame físico e mental, e exames complementares, realizados de acordo com os termos
específicos da NR-7 e seus anexos.

Periodicidade dos exames médicos


complementares
Para os trabalhadores cujas atividades envolvem os riscos discriminados nos Quadros I e
II da NR-7, os exames médicos complementares deverão ser executados e interpretados
com base nos critérios constantes dos referidos quadros e seus anexos. A periodicidade
de avaliação dos indicadores biológicos do Quadro I deverá ser, no mínimo, semestral,
podendo ser reduzida a critério do médico coordenador, ou por notificação do médico
agente da inspeção do trabalho, ou mediante negociação coletiva de trabalho.

Para os trabalhadores expostos a agentes químicos não constantes dos Quadros I e II,
outros indicadores biológicos poderão ser monitorizados, dependendo de estudo prévio
dos aspectos de validade toxicológica, analítica e de interpretação desses indicadores.
Outros exames complementares usados normalmente em patologia clínica para avaliar

47
UNIDADE III │ ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA

o funcionamento de órgãos e sistemas orgânicos podem ser realizados, a critério do


médico coordenador ou encarregado, ou por notificação do médico agente da inspeção
do trabalho, ou ainda decorrente de negociação coletiva de trabalho.

Registro do PCMSO
Para cada exame médico realizado, o médico emitirá o ASO, em 2 (duas) vias. A primeira
via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, mesmo se tratando
de frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho. A
segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo
na primeira via. O ASO deverá conter no mínimo:

»» Nome completo do trabalhador, número de registro de sua identidade e


função que desempenha.

»» Riscos ocupacionais específicos existentes, ou ausência deles, na atividade


do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria
de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST.

»» Indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador,


incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados.

»» Nome do médico coordenador, quando houver, com o respectivo CRM.

»» Definição de APTO ou INAPTO para a função específica que o trabalhador


vai exercer, exerce ou exerceu.

»» Nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato.

»» Data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo


seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina.

Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames


complementares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser registradas em
prontuário clínico individual, que ficará sob a responsabilidade do médico-coordenador
do PCMSO. Os registros deverão ser mantidos por período mínimo de 20 (vinte) anos
após o desligamento do trabalhador. Havendo substituição do médico, os arquivos
deverão ser transferidos para seu sucessor.

O PCMSO deverá prever as ações de saúde a serem executadas durante o ano e a


elaboração de relatório anual discriminando, por setores da empresa, o número e a
natureza dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares,

48
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA │ UNIDADE III

estatísticas de resultados considerados anormais, assim como o planejamento para o


próximo ano, tomando como base o modelo proposto no Quadro III da NR-7.

O relatório anual deverá ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na


empresa, de acordo com a NR-5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas daquela
comissão. O relatório anual do PCMSO poderá ser armazenado na forma de arquivo
informatizado, de modo que fique imediatamente acessível ao agente de inspeção
do trabalho. As empresas desobrigadas de indicarem médico coordenador ficam
dispensadas de elaborar o relatório anual.

Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais – por meio de


exames médicos que incluam os definidos na NR-7 ou sendo verificadas alterações que
revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, por meio dos exames
constantes dos Quadros I (apenas aqueles com interpretação SC) e II, e do item 7.4.2.3
da NR-7, mesmo sem sintomatologia, o médico coordenador ou encarregado deverá:

»» Solicitar à empresa a emissão de Comunicação de Acidente do Trabalho


– CAT.

»» Indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição


ao risco, ou do trabalho.

»» Encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento


de nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta
previdenciária em relação ao trabalho.

»» Orientar o empregador quanto à necessidade de adoção de medidas de


controle no ambiente de trabalho.

49
CAPÍTULO 2
NR-9: Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais – PPRA

O PPRA é um conjunto de ações preventivas que visa evitar quaisquer situações


de exposição dos trabalhadores a danos à sua saúde devido a possíveis condições
inapropriadas do meio ambiente do trabalho. Sua implantação, que expressa o
compromisso da empresa com a redução dos acidentes de trabalho, com o objetivo
de preservar a saúde e integridade física dos empregados, é obrigatória para todas as
empresas e instituições que admitam trabalhadores. Porém, muitas empresas realizam
o PPRA, mas não o implementam, o que é uma falha grave, uma vez que esse é um
programa que serve como base para o desenvolvimento de qualquer ação que possa
objetivar a proteção à saúde do trabalhador, seja no aspecto de promoção à saúde ou na
prevenção de doenças ocupacionais.

O PPRA, como todo programa preventivo, impõe antecipação, reconhecimento,


avaliação e controle da ocorrência de riscos ambientais, envolvendo ações, sob a
responsabilidade do empregador, cuja abrangência depende das características de cada
ambiente de trabalho. Dessa forma, ele visa criar um plano de ação que assegure a
saúde e a integridade dos trabalhadores, tratando os riscos ambientais presentes em
um local de trabalho, determinando a sua identificação, bem como o planejamento para
reduzir a exposição dos funcionários a eles.

Uma característica importante desse programa é que ele pode ser elaborado dentro
dos conceitos mais modernos de gerenciamento e gestão, em que o empregador tem
autonomia suficiente para, com responsabilidade, adotar um conjunto de medidas
e ações que considere necessárias para garantir a saúde e integridade física dos
trabalhadores.

Sendo assim, para que possa atingir seus objetivos prevencionistas, o PPRA deverá
relacionar-se estreitamente com o Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional
– PCMSO previsto na NR-7. Os dois programas se completam: o PPRA reflete o
monitoramento ambiental e os compromissos da alta administração da empresa com
a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores, gerando informação para o
PCMSO; o PCMSO, por sua vez, com base no PPRA, monitora os indivíduos e informa
a ocorrência de doenças ocupacionais. É um ciclo infinito e harmônico, em busca da
melhoria contínua das condições de trabalho.

50
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA │ UNIDADE III

A Norma Regulamentadora no 9 - NR-9 estabelece os parâmetros mínimos e as


diretrizes gerais a serem observados na execução do PPRA. Esses parâmetros podem
ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho. As ações do programa, sob a
responsabilidade do empregador e com a participação dos empregados, devem ter lugar
em todos os estabelecimentos da empresa, de acordo com as condições locais de risco.

A NR-9 define como riscos ambientais “os agentes físicos, químicos e biológicos
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador”.

A estrutura do PPRA
Segundo estabelece a norma, o PPRA deverá apresentar sua estrutura descrita num
documento-base, contendo, no mínimo, a seguinte estrutura:

»» Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e


cronograma.

»» Estratégia e metodologia de ação.

»» Forma de registro, manutenção e divulgação de dados.

»» Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

Pelo menos uma vez ao ano e sempre que houver necessidade, deverá ser feita uma
análise global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento, realização dos ajustes
necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades. O documento base e suas
possíveis alterações deverão estar disponíveis de modo a proporcionar o imediato
acesso às autoridades competentes. Junto a eles, as complementações deverão ser
apresentadas e discutidas na CIPA, quando existente na empresa, de acordo com a NR-
5, e a cópia anexada ao livro de atas dessa Comissão.

O cronograma deverá indicar claramente os prazos para o desenvolvimento das etapas


e cumprimento das metas definidas.

O desenvolvimento do PPRA
A elaboração, a implementação, o acompanhamento e a avaliação do PPRA poderão ser
feitas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
– SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam
capazes de desenvolver o disposto na NR- 9. Essa abertura existe porque se trata de

51
UNIDADE III │ ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA

documento da empresa e não do SESMT. Como se trata de um compromisso da empresa,


esta está livre para indicar pessoa de sua confiança para elaborar o PPRA. Entretanto,
cabe a ela a responsabilidade de garantir a qualidade técnica do documento.

O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho e


dos riscos ambientais presentes, incluindo os dados consignados no Mapa de Riscos,
previsto na NR-5, deverão ser considerados para fins de planejamento e execução do
PPRA em todas as suas fases.

Os trabalhadores interessados terão o direito de apresentar propostas e receber


informações e orientações a fim de assegurar a proteção aos riscos ambientais
identificados na execução do PPRA.

Para o desenvolvimento desse programa, faz-se necessário que as ações estabelecidas


devam ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, e sua
abrangência e profundidade dependem das características dos riscos existentes no local
de trabalho e das respectivas necessidades de controle. Deve incluir as seguintes etapas:

»» Antecipação e reconhecimento dos riscos.


»» Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle.
»» Avaliação de riscos e da exposição dos trabalhadores.
»» Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia.
»» Monitoramento da exposição aos riscos.
»» Registro e divulgação dos dados.
A antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou
processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a identificar os
riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação.
O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando
aplicáveis:

»» Identificação.

»» Determinação e localização das possíveis fontes geradoras.

»» Identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos


agentes no ambiente de trabalho.

»» Identificação das funções e da determinação do número de trabalhadores


expostos.

52
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA │ UNIDADE III

»» Caracterização das atividades e do tipo da exposição.

»» Obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível


comprometimento da saúde decorrente do trabalho.

»» Possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis


na literatura técnica.

»» Descrição das medidas de controle já existentes.

A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:

I. comprovar o controle da exposição ou a inexistência riscos identificados


na etapa de reconhecimento;

II. dimensionar a exposição dos trabalhadores;

III. subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

Medidas de controle
O PPRA deve prever a adoção de medidas de proteção necessárias e suficientes para a
eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais e estabelecer critérios
e mecanismos de avaliação da eficácia dessas medidas, considerando os dados obtidos
nas avaliações realizadas e no controle médico da saúde previsto na NR-7.

As medidas de proteção deverão ser adotadas sempre que forem verificadas uma ou
mais das seguintes situações:

»» Identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde.

»» Constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde.

»» Constatação, indicada pelos resultados das avaliações quantitativas, de


exposição dos trabalhadores acima dos limites previstos na NR-15 (na
ausência desses, considerar os limites de exposição ocupacional adotados
pela American Conference of Governmental Industrial Hygienists
– ACGIH, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação
coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-
legais estabelecidos).

53
UNIDADE III │ ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA

»» Caracterização, por meio do controle médico da saúde, de nexo causal


entre danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de
trabalho a que eles ficam expostos.

Para o estudo, o desenvolvimento e a implantação de medidas de proteção coletiva


dever-se-á obedecer à seguinte hierarquia:

I. Medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes


prejudiciais à saúde.

II. Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no


ambiente de trabalho.

III. Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no


ambiente de trabalho.

Quando não for possível implantar medidas de proteção coletiva ou essas não forem
suficientes, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas
outras medidas.

Efetivação das medidas previstas


O momento em que se torna evidente a necessidade de efetivar as medidas de proteção
previstas corresponde ao nível de ação. Para o PPRA, considera-se nível de ação o
valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar
a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites
determinados. As ações devem incluir:

I. O monitoramento periódico da exposição.

II. A informação aos trabalhadores.

III. O controle médico.

Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição


ocupacional acima dos níveis de ação, conforme indicado a seguir:

»» Para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional.

»» Para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério


estabelecido na NR-15, Anexo I, item 6.

54
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA │ UNIDADE III

»» O monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas de


controle implica a avaliação sistemática e repetitiva da exposição a um
dado risco, de modo que se obtenham subsídios para a introdução ou
modificação.

»» O empregador ou instituição deverá manter registro de dados


estruturado de forma a constituir um histórico técnico e administrativo
do desenvolvimento do PPRA. Os dados deverão ser mantidos por um
período mínimo de 20 (vinte) anos e estar sempre disponíveis para os
trabalhadores interessados ou seus representantes, bem como para as
autoridades competentes.

As vantagens a seguir relacionadas só terão efetividade a partir de uma implementação


benfeita e trarão esses benefícios, caso possa haver o envolvimento da empresa como
um todo, desde a diretoria até os terceirizados, ou seja, se houver uma política de
segurança e saúde ocupacional que permeie toda a empresa.

»» Prevenção dos acidentes de trabalho.

»» Redução da perda de material e de pessoal.

»» Ganho na otimização dos custos.

»» Diminuição dos gastos com saúde.

»» Aumento da qualidade, produtividade e competitividade.

A responsabilidade do PPRA
Do empregador: estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA, como
atividade permanente da empresa.

Dos empregados: colaborar e participar na implantação e execução do PPRA; seguir as


orientações recebidas nos treinamentos oferecidos pelo PPRA; informar ao superior
hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar em riscos à
saúde dos trabalhadores.

55
CAPÍTULO 3
Perfil Profissiográfico Previdenciário –
PPP

O PPP consiste em um documento histórico-laboral do trabalhador, segundo modelo


instituído pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, que reúne, entre outras
informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração
biológica, durante todo o período em que este exerceu suas atividades na respectiva
empresa.

Seu preenchimento tem como objetivo a comprovação da efetiva exposição dos


empregados a agentes nocivos, para o conhecimento de todos os ambientes e para o
controle da saúde ocupacional de todos os trabalhadores. Esse documento é geralmente
associado à garantia do direito a benefícios, serviços previdenciários e aposentadoria
especial, mas sua atuação vai muito mais além.

No formulário do PPP existem campos a serem preenchidos com todas as informações


relativas ao empregado, como por exemplo: a atividade que exerce, o agente nocivo ao
qual está exposto, a intensidade e a concentração do agente, exames médicos clínicos,
além de dados referentes à empresa. Essas informações são prestadas cronologicamente,
por período de trabalho.

O formulário deve ser preenchido pelas empresas que exercem atividades que exponham
seus empregados a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes
prejudiciais à saúde ou à integridade física (origem da concessão de aposentadoria
especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição). Além disso, todos os empregadores e
instituições que admitam trabalhadores como empregados do Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais – PPRA e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
– PCMSO, de acordo com NR-9, também devem preencher o PPP.

O PPP tem como finalidade:

»» Comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços


previdenciários, em particular, o benefício de aposentadoria especial.

»» Prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador


perante a Previdência Social, a outros órgãos públicos e aos sindicatos,
de forma a garantir todo direito decorrente da relação de trabalho, seja
ele individual, ou difuso e coletivo.

56
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA │ UNIDADE III

»» Prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, de modo


a organizar e a individualizar as informações contidas em seus diversos
setores ao longo dos anos, possibilitando que a empresa evite ações
judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores.

»» Possibilitar aos administradores públicos e privados acesso às bases de


informações fidedignas, como fonte primária de informação estatística,
para desenvolvimento de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como
definição de políticas em saúde coletiva.

Exigência legal
O PPP está disposto na Lei no 8213/1991 e foi criado para substituir antigos formulários
que eram preenchidos obrigatoriamente apenas para aqueles trabalhadores que eram
expostos a agentes nocivos à sua saúde e, consequentemente, possuíam direito a se
aposentar precocemente, com a chamada aposentadoria especial.

Em decorrência da Instrução Normativa no 118, do Instituto Nacional do Seguro


Social – INSS, a partir de 1o de janeiro de 2004, a empresa ou instituição equiparada
à empresa ficou obrigada a elaborar o PPP, conforme anexo XV da referida Instrução,
de forma individualizada para seus empregados, trabalhadores avulsos e cooperados.
Atualmente, a Instrução Normativa INSS no 45/2010 é que estabelece as instruções de
preenchimento e o modelo do formulário do PPP.

A exigência abrange aqueles que laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos,
biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física,
considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, ainda que não presentes
os requisitos para a concessão desse benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de
proteção, coletivos ou individuais, seja por não se caracterizar a permanência.

As Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte não estão dispensadas da emissão


do PPP.

57
UNIDADE III │ ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA

Responsabilidade
A responsabilidade pela emissão do PPP é:

»» Da empresa empregadora, no caso de empregado.

»» Da Cooperativa de trabalho ou de produção, no caso de cooperados


filiados.

»» Do Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO, no caso dos Trabalhadores


Portuários Avulsos – TPA.

»» Do Sindicato de Categoria, no caso de trabalhador avulso não portuário.

O PPP deverá ser emitido com base nas demonstrações ambientais, exigindo, como
base de dados:

a. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.

b. Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR.

c. Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da


Construção – PCMAT.

d. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.

e. Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT.

f. Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT.

A atualização do Perfil Profissiográfico Previdenciário deve ser feita sempre que houver
alteração que implique mudança das informações contidas nas suas seções ou pelo
menos uma vez ao ano, quando permanecerem inalteradas suas informações.

O E-Social
O Decreto no 8.373/2014 instituiu o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações
Fiscais, Previdênciárias e Trabalhistas – o E-social. A finalidade principal do E-social
é unificar as informações prestadas referentes às escriturações das obrigações fiscais,
previdenciárias e trabalhistas, por meio da padronização da transmissão, validação,
armazenamento e distribuição desses dados em repositório nacional.

58
ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA │ UNIDADE III

Sendo assim, as informações contidas no E-Social substituirá os demais formulários


e declarações já existentes para a apresentação dos dados trabalhistas, fiscais e
previdenciários. Importante lembrar que o E-social não modifica a legislação de
Segurança do Trabalho, mas pode ser compreendido como um novo meio de prestação de
informações trabalhistas. Nesse sistema, os empregadores apresentam as informações
necessárias para verificação pela fiscalização, prevalecendo uma nova cultura e modelo
de Gestão de SST.

A padronização ao qual o E-Social se propõe objetiva:

»» Garantir os direitos dos trabalhadores, uma vez que eles terão acesso
facilitado, via sistema digital, aos dados referentes à sua relação laboral
com o empregador.

»» Racionalizar e simplificar o processo de escrituração dos dados


trabalhistas, fiscais e previdenciários para o empregador.

»» Aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho,


previdenciárias e tributárias, permitindo ao Governo um maior poder de
fiscalização no cumprimento dessas obrigações.

Dessa forma, todo o empregador que contratar algum prestador de serviço, seja pessoa
física ou jurídica, e devido a essa relação possuir obrigação trabalhista, tributária ou
previdenciária, estará obrigado a enviar por meio do E-social as informações decorrentes
dessas obrigações.

No que tange à Segurança do Trabalho, o fluxo do e-social é estruturado para receber


as seguintes informações:

»» Do ambiente de trabalho e dos fatores de risco associados a ele.

»» Do monitoramento da saúde do trabalhador durante o seu contrato de


trabalho, com informações quanto ao Atestado de Saúde Ocupacional
(ASO) e exames complementares.

»» Da exposição dos trabalhadores aos fatores de risco existentes no


ambiente de trabalho, bem como das proteções coletivas e individuais
implantadas e sua eficácia.

»» Se as exposições ao risco declaradas acarretem o pagamento aos


adicionais de insalubridade, periculosidade e ensejam recolhimento
do Financiamento Aposentadoria Especial (FAE) para o custeio da
aposentadoria especial.

59
UNIDADE III │ ADMINISTRAÇÃO E A ENGENHARIA DE SEGURANÇA

A partir da padronização compulsória pelo E-social, será possível o cruzamento


desses dados entre os departamentos da empresa, uma vez que eles geralmente serão
informados em eventos paralelos pelo RH e pela Segurança e Saúde Ocupacional. Esse
fato exigirá que todos os setores trabalhem de forma integrada. Mas não há dúvidas
que a desburocratização a partir do uso do E-social trará benefícios significativos ao
empregador e ao empregado, a médio e longo prazo.

Para saber mais a respeito da operacionalização do E-Social, acesse o Manual de


Orientação do e-Social, disponível no link do Material de Apoio, na plataforma
de ensino.

60
GESTÃO DE
SEGURANÇA UNIDADE IV
E SAÚDE DO
TRABALHO

CAPÍTULO 1
Sistema de Gestão de Segurança e
Saúde no Trabalho

Em consequência do significativo crescimento tecnológico ocorrido nas últimas


décadas, a introdução de novos produtos e técnicas de trabalho nos processos industriais
acarretou uma série de problemas para as pessoas e o meio ambiente. As estatísticas
mundiais de acidentes de trabalho e de grandes desastres levaram as organizações a
perceberem que a competitividade e o lucro não são suficientes para a sobrevivência
no mercado. As empresas precisam saber demonstrar atitudes éticas e responsáveis
quanto à segurança e saúde do trabalho. Para serem eficientes em seu gerenciamento,
devem desenvolver e implementar um Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no
Trabalho – SGSST.

A aplicação do SGSST tem por base os critérios relevantes de SST, as normas e os


comportamentos. O seu objeto é possibilitar um método de avaliação e de melhoria
dos comportamentos relativos à prevenção de incidentes e de acidentes no local de
trabalho, por meio da gestão efetiva de riscos perigosos e de riscos no local de trabalho.

Sob essa ótica, trata-se de um método lógico e gradual de decidir o que é necessário
fazer, como fazer melhor, de acompanhar os progressos dos objetivos anteriormente
estabelecidos, de avaliar a forma como é feito e de identificar áreas que carecem
de aperfeiçoamento. O SGSST deve ser passível de adaptação às mudanças na
operacionalidade da organização e nas exigências legislativas.

Nas décadas de 1980 e 1990, foram desenvolvidos alguns modelos normativos para
gestão de SST, mas sempre restritos a países ou setores de atividades específicos.
Dentro do processo de desenvolvimento de normas, deve-se destacar a participação da
Grã-Bretanha, que, por intermédio de seu organismo normalizador British Standards,

61
UNIDADE IV │ GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

sempre foi considerada o berço das normas de sistemas de gestão, uma vez que as
normas publicadas por essa organização foram precursoras das normas mundialmente
utilizadas, no que tange o contexto de sistema da qualidade, sistema de gestão ambiental
e sistema de gestão em segurança do trabalho.

Dentre as normas que tratam de Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho


– SGSST, destacam-se as normas BS 8800: 1996 e OHSAS 18001, comentadas a seguir.

BS 8800: 1996 – Guia para Sistemas de Gestão


da Segurança e Saúde Ocupacional
A norma BS 8800 foi criada em 1996 com o objetivo ser uma ferramenta para os
administradores, empregados e profissionais envolvidos com a Segurança do Trabalho
e outras especialidades, para que esses tivessem à sua disposição uma “bússola” para
seguir e direcionar suas ações. Dentre os objetivos da norma, destacam-se a valorização
do capital humano, a melhoria do rendimento do trabalho, a garantia do sucesso da
organização e a melhoria da imagem da organização frente à sociedade.

Trata-se de um guia que fornece orientações de como a gestão de SST pode ser integrada
ao gerenciamento do negócio. Essa incorporação ajuda a minimizar os riscos para os
funcionários e outros integrantes, melhora o desempenho dos negócios e estabelece
para a organização uma imagem responsável no ambiente em que atua.

A norma propõe uma série de elementos, descritos como requisitos, que devem
compor um SGSST, sem estabelecer critérios de desempenho, ou mesmo especificações
detalhadas de como projetar o sistema. Esses requisitos são apresentados no quadro a
seguir.

62
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO │ UNIDADE IV

Quadro 1. Requisitos da norma BS-8800.

4.0.1 Generalidades
4.0.2 Levantamento da situação inicial
4.1 Política de SSO (Segurança e Saúde Ocupacional)
4.2.1 Generalidades do Planejamento
4.2.2 Avaliação de Risco
4.2.3 Requisitos legais e outros
4.2.4 Providências para a gestão da SSO
4.3.1 Estrutura e Responsabilidade
4.3.2 Treinamento, conscientização e competência
4.3.3 Comunicações
4.3.4 Documentação do sistema de gestão da SSO
4.3.5 Controle de documentos
4.3.6 Controle operacional
4.3.7 Preparação e resposta a emergências
4.4.1 Monitoramento e medição
4.4.2 Ação corretiva
4.4.3 Registros
4.4.4 Auditoria
4.5 Levantamento gerencial

Fonte: arquivo pessoal da autora.

Essas condições foram criadas com caráter genérico para que pudessem ser aplicáveis
a todos os tipos de organizações. Assim, o modo e a extensão em que cada um desses
requisitos deve ser implementado depende de fatores como porte, natureza das
atividades, perigos existentes, cultura da organização e a complexidade das operações.

A BS 8800 foi criada com a intenção de proporcionar uma base e uma linguagem
comum para os sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional, auxiliando as
empresas a estabelecer uma plataforma universal para tratar e administrar questões de
risco, higiene no trabalho, comportamento e atitudes seguras em relação ao ambiente
onde se exercem alguma atividade.

Apesar disso, diferentemente das normas das séries ISO-9000 e ISO-14000, a BS-
8800 não permite que as empresas obtenham a certificação de seus SGSST por meio
de auditorias de organismos certificadores, pois é composta por um conjunto de
orientações e recomendações, não estabelecendo requisitos auditáveis.

63
UNIDADE IV │ GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

OSHAS 18001 – Sistemas de Gestão da


Segurança e Saúde Ocupacional
As diretrizes da Série de Avaliação da Segurança e Saúde no Trabalho - OHSAS e a
OHSAS 18001:2007 (Occupational Health and Safety Management Systems –
Specification) foram desenvolvidas em resposta à urgente necessidade mundial por uma
norma reconhecida para SGSST, na qual sejam baseadas as avaliações e certificações
das organizações. A série tem, como objetivo, dotar as organizações de requisitos de
gestão de SST eficaz, capaz de conviver passivelmente e de forma integrada com outros
requisitos de gestão exigidos por outros sistemas de gestão, de forma a complementá-
los e auxiliá-los a alcançar seus objetivos de SST. A Série OHSAS é compatível com as
Normas ISO 9001 (para Sistemas de Gestão da Qualidade – SGQ) e com a ISO 14001 (para
Sistemas de Gestão Ambiental – SGA), com o objetivo de facilitar para as organizações
a implementação de Sistemas Integrados de Gestão. Inclui a norma 18002, Diretrizes
para implementação da OHSAS 18001, e se aplica a qualquer organização que queira:

»» Estabelecer um sistema de gestão em saúde e segurança ocupacional.

»» Implementar, manter e melhorar continuamente um sistema de gestão


em Segurança e Saúde Ocupacional.

»» Assegurar-se de que está em conformidade com sua política de Segurança


e Saúde Ocupacional.

»» Demonstrar essa conformidade a terceiros.

»» Buscar a certificação de seu sistema de gestão em Segurança e Saúde


Ocupacional por uma organização externa.

»» Emitir uma autodeclaração de conformidade com esta norma, após


realizar uma autoavaliação.

No quadro a seguir, são descritos os requisitos essenciais apresentados na norma


OHSAS 18001:2007.

64
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO │ UNIDADE IV

Quadro 2. Requisitos da BSI OHSAS 18001:2007.

4.1 Requisitos Gerais


4.2 Política da SST
4.3 Planejamento
4.3.1 Identificação dos perigos, avaliação e controle de riscos
4.3.2 Requisitos legais e outros
4.3.3 Objetivos e programa(s)
4.4 Implementação e Operação
4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades, prestações de contas e autoridades
4.4.2 Competência, treinamento e conscientização
4.4.3 Comunicação, participação e consulta
4.4.4 Documentação
4.4.5 Controle de documentos
4.4.6 Controle operacional
4.4.7 Preparação e resposta a emergências
4.5 Verificação
4.5.1 Monitoramento e medição do desempenho
4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros
4.5.3 Investigação de incidente, não conformidade, ação corretiva e ação preventiva
4.5.4 Controle de registros
4.5.5 Auditoria interna
4.6 Revisão pela gestão

Fonte: arquivo pessoal da autora.

Os requisitos estabelecidos pela norma BSI-OHSAS-18001 devem ser entendidos como


boas práticas de administração voltadas para a melhoria de desempenho em SST.
Assim, cada requisito prescrito deve ser visto como algo que, segundo a experiência
internacional de diversos especialistas, é uma boa prática que traz resultados positivos
para as empresas.

Deve-se destacar que a norma BSI-OHSAS-18001 de maneira análoga às normas


relativas aos SGQ e SGA não definem padrões de desempenho, ou como devem ser
desenvolvidos cada um dos elementos do SGSST. Eles apenas apresentam quais são os
requisitos básicos que devem ser atendidos pelo SGSST, sem estabelecer como concebê-
los, ou quais os resultados mínimos que devem ser obtidos, ficando estes a critério das
próprias empresas.

65
UNIDADE IV │ GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

Sistemas de Gestão da Segurança


O sistema de gestão da SST é parte integrante de um sistema de gestão de toda e
qualquer organização, que proporciona um conjunto de ferramentas que potenciam a
melhoria da eficiência da gestão de riscos da SST, relacionados com todas as atividades
da organização.

Um SGSST é uma ferramenta lógica, flexível, podendo ser adequada à dimensão e à


atividade da organização, centrando-se em perigos e riscos genéricos e específicos,
associados à determinada atividade.

Cada organização deve refletir, a partir de seu porte e da natureza de seus riscos, e
adequar os aspectos referidos, em face de suas características e especialidades, com o
propósito de definir, tornar efetiva, rever e manter a política da SST da organização,
com base que poderá definir e estabelecer: a estrutura operacional; as atividades de
planejamento; as responsabilidades; as práticas; os procedimentos; os processos; os
recursos.

Definida a política da SST, a organização deve desenhar um sistema de gestão que


englobe desde a estrutura operacional até a disponibilização dos recursos, passando pelo
planejamento, pela definição de responsabilidades, pelas práticas, pelos procedimentos
e processos, aspectos decorrentes da gestão e que atravesse horizontalmente toda a
organização.

O sistema deve ser orientado para a gestão de riscos, devendo assegurar a identificação
de perigos, a avaliação e o controle de riscos.

Durante a implantação de sistemas de gestão de SST, a organização deve atentar para


quatro atividades básicas: o planejamento, a implementação e operação, a verificação e
as ações corretivas. Esses quatro blocos de atividades são baseados na metodologia do
ciclo PDCA.

66
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO │ UNIDADE IV

Figura 14. Ciclo PDCA para melhoria contínua.

Fonte: Duarte (2013).

Quando aplicado a SST, o PDCA envolve os seguintes eventos:

»» PLAN – estabelecimento de política de SST, incluindo definição de


recursos, aquisição de competências e organização do sistema, e a
identificação de perigos e avaliação de riscos.

»» DO – implementação e operacionalização do programa desenvolvido


para SST.

»» CHECK – verificar a eficácia anterior e posterior ao programa do SST.

»» ACT – análise do sistema no âmbito de uma melhoria contínua e do


aprimoramento do sistema para o ciclo seguinte.

A grande vantagem da utilização da metodologia PDCA está no sentido de promover


a melhoria contínua. Na figura a seguir, é apresentada uma visão geral do sistema de
gestão conforme a norma OHSAS 18001:2007.

67
UNIDADE IV │ GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

Figura 15. Modelo de Sistema de Gerenciamento para a Norma OHSAS.

Fonte: OHSAS 18001:2007 apud Lima (2006).

Dessa forma, a implantação de um SGSST garante que:

»» Medidas de prevenção e de proteção sejam implementadas de um modo


eficaz e coerente.

»» Sejam estabelecidas políticas pertinentes.

»» Sejam assumidos compromissos.

»» A atenção em todos os elementos do local de trabalho para avaliar riscos


profissionais.

»» O envolvimento da alta direção e dos trabalhadores no processo, cada um


ao seu nível de responsabilidade.

Requisitos do Sistema de Gestão da SST


Os requisitos da OHSAS 18001 são apresentados resumidamente a seguir, sendo
relacionados com cada etapa do ciclo PDCA.

68
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO │ UNIDADE IV

Figura 16. Descrição dos requisitos da OHSAS 18001:2007.

PDCA Requisitos OHSAS 18001:2007


4.2. Política de SST
A política de SST é uma carta de intenções, autorizada pela alta administração da organização, que estabelece os objetivos globais de
segurança e saúde e o comprometimento para melhorar o desempenho da SST, porém, não estabelece metas passíveis de quantificação.
A política deve incluir comprometimento com: a prevenção de doenças, a melhoria contínua da gestão e desempenho de SST, a
atendimento aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização que se relacionem aos seus perigos de SST.
A política de SST deve ser comunicada a todos os trabalhadores e ser disponibilizada para as partes interessadas com o objetivo de torná-
las conscientes de suas obrigações individuais em relação à SST. Deve haver consistência entre as ações desenvolvidas pela empresa e a
política e os objetivos de SST, a fim de garantir a credibilidade do sistema de gestão e manter todos os colaboradores motivados.

4.3. Planejamento
Identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de controles
Planejar (Plan)

Os procedimentos para a identificação de perigos e para a avaliação de risco devem considerar:


»» As atividades de rotina e não rotineiras de todas as pessoas que tenham acesso aos locais de trabalho.
»» A identificação de perigos originados fora dos locais de trabalho.
»» A infraestrutura, os equipamentos e materiais no local de trabalho.
»» As mudanças na organização, em suas atividades ou materiais.
»» As modificações no sistema de gestão da SST.
»» Qualquer obrigação legal aplicável relacionada à avaliação de riscos e implementação dos controles necessários.
»» A disposição das áreas de trabalho, processos, instalações, máquinas e equipamentos, procedimentos operacionais e organização do
trabalho.
A metodologia da organização para a identificação de perigos e para a avaliação de risco deve fornecer subsídios para a identificação,
priorização e documentação dos riscos, bem como para a aplicação dos controles, conforme apropriado.
A organização deve assegurar que os resultados dessas avaliações sejam levados em consideração quando da determinação dos
controles.
A organização deve documentar e manter atualizados os resultados da identificação de perigo, da avaliação de riscos e dos controles
determinados.

Requisitos legais e outros requisitos


A organização deve identificar os requisitos legais aplicáveis e outros eventualmente subscritos, relacionados com a SST. Estes requisitos
devem ser levados em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção do seu sistema de gestão de SST.
Planejar (Plan)

A organização deve comunicar as informações sobre estes requisitos legais às pessoas que trabalham sob seu controle e às outras partes
interessadas pertinentes.

Objetivos e Programa(s)
A organização deve implementar objetivos de SST documentados, nas funções e níveis pertinentes da organização.
Os objetivos devem ser mensuráveis, sempre que possível, e consistentes com a política de SST.
A organização deve implementar programas para atingir seus objetivos. Estes devem incluir a atribuição de responsabilidade, os meios e o
prazo para os objetivos serem atingidos.

69
UNIDADE IV │ GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

PDCA Requisitos OHSAS 18001:2007


4.4. Implementação e Operação
Recursos, atribuições, responsabilidade, obrigações e autoridade
A alta direção deve assumir a responsabilidade final pela SST e pelo sistema de gestão. Ela deve garantir os recursos essenciais para a sua
implementação.
A alta direção deve definir as funções, alocar responsabilidade e delegar autoridades, a fim de facilitar a gestão eficaz da SST.
O representante da alta direção deve assegurar que o sistema de gestão da SST esteja em conformidade com a OHSAS 18001:2007 e
assegurar que os relatórios sobre o desempenho do sistema de gestão, após uma análise crítica da direção, sejam utilizados como base
para a melhoria do SST.
Qualificação, treinamento e conscientização
A organização deve identificar as necessidades de treinamento associadas aos seus riscos de SST e ao seu sistema de gestão da
segurança do trabalho. Ela deve fornecer treinamento para atender a essas necessidades, avaliando a eficácia do mesmo.
Os procedimentos de treinamento devem levar em consideração os vários níveis de responsabilidades, qualificação, instrução e os diferentes
tipos de riscos.
Comunicação, participação e consulta
A organização deve estabelecer procedimentos para a comunicação interna entre os vários níveis e, também, com terceirizados e outros
Fazer (Do)

visitantes no local de trabalho, além do tratamento das solicitações oriundas de partes interessadas externas.
A organização deve estabelecer procedimentos para a participação dos trabalhadores por meio do seu envolvimento no desenvolvimento e
análise crítica das políticas e objetivos e de SSO.

Documentação
A documentação do sistema de gestão da SST deve conter a política e os objetivos, o escopo do sistema da SST, a descrição dos
principais elementos do sistema de gestão e sua interação e referência com documentos associados. Além disso, os documentos devem
incluir registros exigidos pela norma OHSAS e/ou os determinados pela organização como sendo necessários.

Controle dos documentos


A organização deve identificar as operações e atividades que estão associados aos perigos identificados, nos quais a implementação de
controles seja necessária para gerenciar os riscos de SST.
Devem ser implementados e mantidos critérios operacionais, controles e procedimentos.

Preparação e resposta de emergências


A organização deve implementar procedimentos para a identificação de potenciais situações de emergência e garantir a sua pronta
resposta.
A organização deve periodicamente analisar criticamente e, quando necessário, revisar seus procedimentos de preparação e resposta a
emergências, em particular após o teste periódico e após a ocorrência deste tipo de situação.

70
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO │ UNIDADE IV

PDCA Requisitos OHSAS 18001:2007


4.5. Verificação
Monitoramento e medição do desempenho
A organização deve estabelecer procedimentos para monitorar e medir regularmente o desempenho da SST. Esses procedimentos devem
monitorar o grau de atendimento aos objetivos de SST da organização.
Os procedimentos devem fornecer indicadores reativos de desempenho que monitorem doenças ocupacionais, incidentes (incluindo
acidentes, quase acidentes etc.) e outras evidências históricas de deficiências no desempenho da SST.
Deve existir registro de dados e resultados do monitoramento e medição suficientes para facilitar a subsequente análise de ações corretivas
e ações preventivas.

Avaliação do atendimento aos requisitos legais e outros requisitos


A organização deve implementar procedimentos para avaliar periodicamente o atendimento aos requisitos legais aplicáveis e manter
Verificar (Check)

registros dos resultados das avaliações periódicas.


Investigação de incidentes, não conformidades e ação corretiva e preventiva.
A organização deve estabelecer procedimentos para registrar, investigar e analisar incidentes. Os resultados das investigações de incidentes
devem ser documentados e mantidos.
A organização deve implementar procedimentos para tratar as não conformidades reais e potenciais e para executar as ações corretivas e
preventivas.
Qualquer ação corretiva ou preventiva destinada a eliminar as causas das não conformidades reais ou potenciais deve ser adequada à
magnitude dos problemas e proporcional aos riscos para a SST encontrados.

Controle de registros
A organização deve estabelecer e manter registro, conforme necessário, para demonstrar a conformidade com os requisitos do seu
sistema de gestão da SST e com a OHSAS 18001, bem como os resultados obtidos.

Auditoria interna
A organização deve assegurar que as auditorias internas do sistema de gestão da SST sejam realizadas em intervalos planejados a fim de
determinar a conformidade do sistema de gestão de SST com o que foi planejado, incluído os requisitos da Norma OHSAS.
Os procedimentos de auditoria devem considerar as responsabilidades, competências e os requisitos para o seu planejamento e a sua
realização. Estes procedimentos devem relatar os resultados e realizar a manutenção dos registros.

4.6. Análise crítica pela alta administração


A alta administração deve rever o sistema de gestão da SST da organização, em intervalos planejados, para assegurar sua contínua
Agir (Act)

adequação, pertinência e eficácia. Estas revisões devem incluir a avaliação de oportunidades de melhoria e a necessidade de alterações
no sistema de gestão da SST, incluindo a política de SST e os seus objetivos. Os registros das revisões realizadas pela alta administração
devem ser mantidos.
A análise crítica realizada pela direção deve ser coerente com o comprometimento da organização com a melhoria contínua e deve incluir
quaisquer decisões e ações relacionadas a possíveis mudanças no desempenho, nos recursos, nos objetivos e na política da SST.

Fonte: arquivo pessoal da autora.

Cada país mantém uma estrutura legal para reconhecer e validar as avaliações de
conformidade dos sistemas de gestão. A certificação de um sistema de gestão ocorre
por meio de um organismo de Certificação (OC). A acreditação das OCs garante o
reconhecimento e a confiabilidade do certificado. No Brasil a acreditação dos organismos
certificadores e realizada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
– INMETRO. Entretanto, ainda não existe entidade responsável pela acreditação de
OCs para avaliação da OHSAS 18001.

71
UNIDADE IV │ GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

Aspectos positivos e negativos de um SGSST


É indiscutível que a abordagem dos Sistemas de Gestão traz ganhos significativos na
implementação da Segurança e Saúde do Trabalho. Dentre esses benefícios, destacam-
se:

»» A sistematização arraigada no SGSST ajusta o programa genérico de


segurança e saúde ao longo do tempo, permitindo o aperfeiçoamento das
decisões sobre o controle e redução de riscos.

»» A integração das exigências de SST e dos sistemas empresariais, alinhando


os objetivos, tendo como resultado a consciencialização dos custos de
implementação relacionados ao controle de processos e equipamentos,
competências, formação profissional, dentre outros.

»» A harmonização das necessidades de SST a outras necessidades


associadas, como as que se referem à qualidade e ao ambiente.

»» A instauração de um enquadramento que contribui na construção de uma


cultura preventiva de segurança e saúde.

»» O fortalecimento do diálogo social.

»» A distribuição de responsabilidades de SST em todos os níveis da


hierarquia: gestores, empregadores e trabalhadores.

No entanto, há muitas armadilhas na implantação e no gerenciamento de um SGSST


que, se não evitadas, podem impedir a eficácia do sistema, como por exemplo:

»» A geração dos documentos e registos necessita ser controlada de forma


a evitar a inibição do objetivo do sistema, sem incumbir informação
excessiva.
»» Impedir que a ênfase maior seja dada aos procedimentos administrativos
do que às pessoas, sob a pena de perda da importância do fator humano.
»» Evitar desequilíbrios entre os processos de gestão (qualidade, SST e
ambiente) para que as exigências e as prioridades não sejam enfraquecidas.
»» Evitar um plano de comunicação anterior à introdução de um programa
de SGSST mal feito, que pode gerar suspeitas e resistência à mudança.
»» Realizar uma estimativa realista de custos para a implantação do sistema,
pois, dependendo da dimensão da organização, os recursos necessários à
implementação de um SGSST podem ser significativos e pode inviabilizar
a aprovação da implantação do sistema de gestão.

72
CAPÍTULO 2
Sistema integrado de gestão

Atualmente, a tendência quanto à implantação de sistemas de gestão em diversos tipos


de organizações empresariais é a “unificação” das diferentes áreas de gerenciamento
em sistemas de estão integrados.

O Sistema de Gestão Integrado – SGI permite integrar os processos de qualidade com


os de saúde e segurança, gestão ambiental e responsabilidade social. O SGI é focalizado
na satisfação de um conjunto de interesses, pois procura simultaneamente: a satisfação
dos clientes, a proteção do meio ambiente, a segurança e saúde das pessoas em seus
postos de trabalho e o controle dos impactos sociais das organizações. Entretanto, a
gestão se torna complexa à medida que a organização tem diversos processos.

Os processos produtivos geram produtos desejáveis (aquilo desejado pelo cliente) e


os não desejáveis (poluentes, resíduos, condições inseguras etc.), que podem impactar
negativamente no ambiente, na sociedade, na saúde e na segurança dos empregados. O
gerenciamento desses dois aspectos do processo produtivo será extremamente facilitado
se o gestor dispuser de um sistema de gestão único, que trate de questões relativas à
qualidade, ao meio ambiente, à segurança e à responsabilidade social do seu processo.

A integração dos sistemas apresenta os seguintes benefícios:

»» Redução de custos ao evitar a duplicação de auditorias, controle de


documentos, treinamentos, ações gerenciais etc.

»» Diminuição de duplicidade e burocracia quando os empregados


envolvidos diretamente com a produção recebem um único documento
orientando o modo correto de realização do seu trabalho.

»» Queda nos conflitos dos sistemas, ao evitar feudos específicos,


minimizando-se conflitos entre documentos e prioridades.

»» Economia de tempo da alta direção ao permitir a realização de uma única


análise crítica.

»» Abordagem holística para o gerenciamento dos riscos organizacionais ao


assegurar que todas as consequências de uma determinada ação sejam
consideradas.

73
UNIDADE IV │ GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

»» Melhoria na comunicação ao utilizar um único conjunto de objetivos e


uma abordagem integrada.

»» Melhoria no desempenho organizacional ao estabelecer uma única


estrutura para aperfeiçoar a qualidade, o meio ambiente, a responsabilidade
social e a saúde e segurança, ligada aos objetivos corporativos.

O SIG integra de uma só vez operações do dia a dia relacionados aos aspectos e objetivos
a seguir:

Qualidade: sinônimo de melhoria contínua, conformidade com os requisitos e a


adequação ao uso, observados critérios como custos, controles internos e prazos, dentre
outros.

»» Melhoria de qualidade de produtos e serviços.

»» Realização de objetivos e metas da empresa.

»» Economia de tempo e custos.

»» Fortalecimento da imagem da empresa e a participação no mercado.

»» Satisfação de clientes, funcionários e acionistas.

»» Aumento da competitividade.

Desempenho ambiental: resultado da medição do impacto negativo das atividades


produtivas sobre o meio ambiente, por meio de indicadores especificamente elencados
para tal.

»» Maior controle dos riscos de acidentes ambientais.

»» Assegurar às partes interessadas o comprometimento com uma gestão


ambiental demonstrável.

»» Redução e controle de custos ambientais.

»» Oportunidades para conservação de recursos e energia.

Segurança e saúde ocupacional: segurança é a sensação de estar protegido de riscos,


perigos ou perdas; a “Saúde Ocupacional” é o cuidado e a prevenção no tratamento de
moléstias ocasionadas pelo trabalho.

»» Prevenção de falhas ao invés de suas correções.

74
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO │ UNIDADE IV

»» Redução dos custos de reparação de impactos.

Responsabilidade social: “[...] a atitude ética da empresa em todas as suas


atividades. Diz respeito às interações da empresa com funcionários, fornecedores,
clientes, acionistas, governo, concorrentes, meio ambiente e comunidade. Os preceitos
da responsabilidade social podem balizar, inclusive, todas as atividades políticas
empresariais” (GRAJEW; INSTITUTO ETHOS, 2001).

»» Transparência dos processos internos.

»» Melhoria do relacionamento com todas as partes interessadas (clientes,


acionistas, ONG’s, fornecedores, governo e funcionários).

A Brithish Standart (BS) desenvolveu a primeira especificação do mundo de requisitos


comuns de Sistemas Integrados de Gestão – a PAS 99:2006. O principal objetivo da
PAS 99 é simplificar a implementação de múltiplos sistemas e sua respectiva avaliação
de conformidade, fornecendo um modelo para as organizações integrarem em uma
única estrutura todas as normas e especificações dos sistemas de gestão que adotam.

75
Referências

ARAUJO, L. C.; GARCIA, A. A.; MARTINES, Simone. Gestão de Processos –


melhores resultados e excelência organizacional. São Paulo: Atlas, 2011.

BRASIL. Conteúdo aberto. Disponível em: <http://portal.esocial.gov.br/manuais>.


Acesso em: 10 dez 2018.

______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 4 – Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina Do Trabalho. Brasília, 29 abr. 2016. 30 p.

______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção


de Acidentes. Brasília, 12 jul. 2011. 24 p.

______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 7 – Programa de Controle Médico de


Saúde Ocupacional. Brasília, 9 dez. 2013. 16 p.

______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos


Ambientais. Brasília, 06 jul. 2017. 13 p.

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77
REFERÊNCIAS

Referências de Figuras e Tabelas


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Aplicada a Engenharia de Segurança no Trabalho. São Paulo: SENAC, 2012.

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SENAC, 2012.

Figura 6. Quadro I da NR-4: Ministério do Trabalho e Emprego. NR 4 - Serviços


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Figura 7. Quadro I da NR-4: Ministério do Trabalho e Emprego. NR 4 - Serviços


Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Do Trabalho. Brasília, 29
abr. 2016. 30 p.

Figura 8. Exemplo de campanha de prevenção de acidentes: TAVARES, J. C. Tópicos


de Administração Aplicada a Engenharia de Segurança no Trabalho. São
Paulo: SENAC, 2012.

Figura 9. Quadro III da NR-5: Ministério do Trabalho e Emprego. NR 5 - Comissão


Interna de Prevenção de Acidentes. Brasília, 12 jul. 2011. 24 p.

Figura 10. Quadro I da NR-5: Ministério do Trabalho e Emprego. NR 5 - Comissão


Interna de Prevenção de Acidentes. Brasília, 12 jul. 2011. 24 p.

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Figura 12. Cores utilizadas no Mapa de Riscos: Conteúdo aberto. In: Areaseg. Disponível
em: <www.areaseg.com.br>. Acesso em 9 fev. 2014.

Figura 13. Exemplo de Tabela Descritiva dos Riscos: Conteúdo aberto. In: Areaseg.
Disponível em: <www.areaseg.com.br>. Acesso em 9 fev. 2014.

Figura 14. Ciclo PDCA para melhoria contínua: DUARTE; A.C.L.L. Avaliação do nível
de maturidade da gestão em segurança do trabalho em uma empresa postal
brasileira: proposta de implementação de um sistema de gestão. Monografia
apresentada para título de Especialista em Segurança do Trabalho. Programa de Pós-

78
REFERÊNCIAS

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2013.

Figura 15. Modelo de Sistema de Gerenciamento para a Norma OHSAS: LIMA,


Renata de Almeida. Como a relação entre clientes e fornecedores internos
à organização pode contribuir para a garantia da qualidade: o caso de uma
empresa automobilística. Ouro Preto: UFOP, 2006.

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