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OAB EXTENSIVO VESPERTINO

Disciplina: Direito Administrativo


Prof. Eduardo Pereira
Data: 05/09/2009
Aula nº 02

1. Direito Administrativo

1.1 Princípios Constitucionais de direito administrativo (art. 37, CF).


a) Legalidade
b) Impessoalidade
c) Moralidade
d) Publicidade
e) Eficiência

1.2 Publicidade
- Conceito: significa que o ato deve ser público, ou seja, qualquer interessado deve ter acesso aos atos
administrativos. (qualquer pessoa pode fiscalizar a administração)

- Atos públicos que exigem publicação, são aqueles de interesse geral da coletividade. Esses precisam ter
publicidade através do diário oficial ou jornal de grande circulação.
Ex: concorrência; concurso público; Horário de funcionamento dos órgãos públicos.

- Atos meramente internos não exigem publicação.


Ex: As ordens do superior hierárquico ao seu subordinado.

- Exceção: (sigilo):
a) Para defesa ou segurança nacional;
b) Se necessário no inquérito ou investigação policial;
c) Se restar comprovado o relevante interesse público. (ex: crise bancária)

1.2 Eficiência
- Conceito: significa rapidez qualidade e rendimento funcional (a qualificação do servidor não exige prova,
sendo evidente, haja vista ter sido ele aprovado através de concurso público).

- Observação: O princípio da eficiência foi introduzido ao artigo 37, CF, por meio da emenda constitucional de
nº. 19/88, chamada de reforma administrativa.

2. Ato Administrativo
2.1 Conceito: É toda declaração jurídica realizada pelo Estado ou por quem lhe faça às vezes, no exercício de
prerrogativa pública, visando atingir ao interesse público e sendo sempre passível de controle judicial.

2.2 Requisitos:
a) Declaração jurídica: Ato que gera efeitos de direito, quais são: criar, modificar e extinguir direitos e
obrigações.

- Não confundir com ato material, pois o ato material é aquele realizado pelo Estado e não gera efeitos de
direito, pois se resume ao mero desenvolvimento de uma atividade de oficio.
Ex: o gari varrendo a rua; o condutor do trem ou metrô; o médico realizando uma cirurgia.

b) Prerrogativa Pública: corresponde aos poderes extraordinários da administração, no momento em que é


regida pelas normas de direito público.
- Respeitando o Principio da supremacia e o Princípio da Indisponibilidade.
- Não confundir com ato da administração.

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Ato da administração é aquele realizado pelo Estado sob o regime de direito privado, o qual coloca as
partes em posição de igualdade na relação jurídica (não há prerrogativa pública). Ex: Doação; permuta;
locação; dação em pagamento; comodato; compra e venda.

- Observação: os atos opinativos não geram efeitos jurídicos imediatos, portanto são considerados como
atos da administração. Quais são: Parecer; Atestado e Certidão.

2.3 Atributos do Ato


1ª) Presunção de legitimidade;
2ª) Imperatividade;
3ª) Exigibilidade;
4ª) Executoriedade.

Presunção da legitimidade
- Os atos administrativos são, presumidamente, verdadeiros e legais. Presume-se também a legitimidade.
- O atributo é relativo por que permite prova em contrário. Petição direcionada a atividade administrativa ou
ação junto ao poder judiciário.
- Esse atributo autoriza a execução imediata do ato.

Imperatividade
- É o poder do Estado de criar obrigações aos administrados sem necessitar de consentimento.

Exigibilidade
- É o poder do Estado de aplicar medida coativa visando incentivar os administrados ao cumprimento dos
atos imperativos.
Ex: multa; apreensão de bens e inscrição da dívida ativa.

Executoriedade
- É a possibilidade de que goza o Estado de executar diretamente, usando a força e sem ordem judicial.
- A lei, expressamente, atribui ao ato, esta prerrogativa.
- O ato não será executório quando esbarrar em direito fundamental do cidadão.
Havendo conflito da desapropriação, deve o poder público se socorrer da ação de desapropriação.

- Requisitos ou elementos do ato:


a) Forma = é a exteriorização do ato e, em regra, o ato tem forma escrita.
Ex: decreto; portaria; autorização alvará; licença.
O ato pode ser verbal em caso de urgência.

b) Finalidade = sempre atender ao interesse público. O interesse público previsto em lei denomina-se
interesse primário.
- Ato que não atende à finalidade, padece do vício denominado: desvio de finalidade ou desvio de poder ou
tresdestinação.

c) Competência = diz respeito ao sujeito eleito pela lei para a prática do ato.
- Admite a vocação e delegação.
- A delegação não exige subordinação.
Ex: Tribunal de Contas.
- Não pode ser objeto de delegação:
1) Atos normativos
2) Decisão de recurso administrativo
3) Ato de competência exclusiva de ordem ou agente

d) Objeto = vontade da administração, ou melhor, é o conteúdo do ato administrativo.


Importante: Para saber o objeto, você deve perguntar ao ato para que ele foi feito.
O objeto deve ser sempre lícito.

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e) Motivo = fato que justifica a prática do ato.

Princípio da autotutela = é o poder do estado de rever seus atos, anulando os ilegais ou revogando os
inconvenientes e os inoportunos.

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QUESTÕES SOBRE O TEMA

1. (OAB – CESPE 2009.1) Um ministro de Estado, após o recebimento de parecer opinativo da


consultoria jurídica do Ministério que chefia, baixou portaria demitindo determinado servidor público
federal.
Considerando essa situação hipotética e o conceito de ato administrativo, assinale a opção correta.
a) O motivo, na hipótese, é o parecer da consultoria jurídica do Ministério.
b) O ato de demissão do servidor não é passível de anulação pelo Poder Judiciário, visto que a valoração
acerca da existência, ou não, da infração é tema que compete exclusivamente ao Poder Executivo.
c) O ato opinativo, como o parecer da referida consultoria jurídica, por não produzir efeitos jurídicos imediatos,
não é considerado ato administrativo propriamente dito. Dessa forma, será ato administrativo o ato decisório
que o acolha ou rejeite, mas não o parecer, que é considerado ato da administração.
d) O ato de demissão é ilegal por ter sido proferido por autoridade incompetente, haja vista que a delegação
de poderes, nessa hipótese, é vedada.

2. (OAB – CESPE 2007.3) Acerca dos atos administrativos, assinale a opção correta.
a) Os atos administrativos são praticados apenas pela administração pública.
b) Os atos de caráter normativo, de decisão de recurso administrativo e os de matérias de competência
exclusiva, nos termos da Lei n.º 9.784/1999, não são passíveis de delegação.
c) Se o motivo que determina e justifica a prática do ato é inexistente ou é inválido, inválidos serão apenas os
efeitos do ato e não o próprio ato em si.
d) Os elementos do ato administrativo que se referem ao mérito são o objeto e a finalidade.

3. (OAB – CESPE 2007.2) Em relação aos atos administrativos, assinale a opção correta.
a) Revogação consiste na supressão de ato legítimo e eficaz realizada pela administração, por considerá-lo
inconveniente ao interesse público.
b) A anulação de um ato administrativo, em regra, implica o dever da administração de indenizar o
administrado pelos prejuízos decorrentes da invalidação do ato.
c) Os atos de gestão são os que a administração pratica no exercício do seu poder supremo sobre os
particulares.
d) A presunção de legitimidade é atributo apenas dos atos administrativos vinculados.

GABARITO:
1. C;
2. B;
3. A.

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