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POR
BEATRIX POTTER
F. WARNE & CO.
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A HISTÓRIA
DO
SAPO JEREMIAS
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A HISTÓRIA
DO
SAPO JEREMIAS
POR
BEATRIX POTTER
COPYRIGHT, 1906
BY
FOR
STEPHANIE
FROM
COUSIN B.
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Era uma vez um sapo chamado senhor Jeremias; ele morava em uma
casinha úmida entre os botões de ouro à beira de um lago.
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Ele ficou muito satisfeito quando olhou para fora e viu grandes gotas de chuva,
espirrando na lagoa.
“Se eu pegar mais de cinco peixes, convido meus amigos, o senhor Vereador
Ptolomeu Tartaruga e Sir Isaac Newton. É uma pena que o Vereador só come
salada.”
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O senhor Jeremias vestiu uma capa de chuva e calçou um par de galochas brilhantes;
pegou a vara e o cesto e partiu com enormes saltos para o local onde guardava o
barco.
O barco era redondo e verde, muito parecido com as outras folhas de lírio. Estava
amarrado a uma planta aquática no meio da lagoa.
7
O senhor Jeremias pegou uma vara de junco e empurrou o barco para o centro do rio.
“Eu conheço um bom lugar para peixinhos”, disse Jeremias Fisher.
Então ele se acomodou de pernas cruzadas e arrumou seu equipamento de pesca. Ele
estava com sua boia vermelha preferida. Sua vara de pescar era um talo de grama
bem duro, sua linha era um belo e longo pelo de cavalo branco e ele amarrou um
pequeno verme que se contorcia na ponta.
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A chuva escorria por suas costas e por quase uma hora ele ficou olhando para o boia.
“Isso está ficando cansativo, acho que gostaria de almoçar”, disse Jeremias Fisher.
“Vou comer um sanduíche de borboleta e esperar até que a chuva passe”, disse
Jeremias Fisher.
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Um grande besouro-d'água surgiu debaixo da folha do lírio e beliscou a ponta de uma
de suas galochas.
O senhor Jeremias cruzou mais as pernas, fora do alcance, e continuou comendo seu
sanduíche.
Uma ou duas vezes, algo se moveu com um farfalhar e um respingo entre os juncos
ao lado do lago.
“Espero que não seja um rato”, disse Jeremias Fisher; “Acho melhor sair daqui.”
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O senhor Jeremias empurrou o barco um pouco mais para fora e jogou a isca. Houve
uma mordida quase direta; o bote deu um tremendo sacolejo!
“Um peixinho! Um peixinho! Estou com ele pelo nariz”, gritou o senhor Jeremias
Fisher, erguendo a vara.
Mas que surpresa horrível! Em vez de um peixinho gordo e liso, o senhor Jeremias
pousou o pequeno Jack Sharp, o peixe esgana-gata, coberto de espinhos!
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O peixe esgana-gata se debateu ao redor do barco, espetando e mordendo até ficar
quase sem fôlego. Então ele pulou de volta na água.
E um cardume de outros peixinhos botou a cabeça para fora e riu do senhor Jeremias
Fisher.
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E enquanto o senhor Jeremias estava sentado desconsolado na beira do barco –
chupando os dedos doloridos e olhando para a água – uma coisa muito pior
aconteceu; teria sido uma coisa realmente assustadora, se o senhor Jeremias não
estivesse usando uma capa de chuva!
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Mas a truta ficou tão desgostosa com o gosto da capa que em menos de meio minuto
cuspiu-o de novo; e a única coisa que engoliu foram as galochas do senhor Jeremias.
O senhor Jeremias saltou para a superfície da água, como uma rolha e as bolhas de
uma garrafa de refrigerante; e ele nadou com todas as suas forças até a beira do lago.
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Ele subiu na primeira margem que encontrou e saltou para casa, atravessando a
campina, com a capa de chuva toda em farrapos.
"Graças a Deus que não levei uma mordida!” disse o senhor Jeremias Fisher. “Perdi
minha vara e minha cesta; mas não importa muito, pois tenho certeza de que nunca
vou ter coragem de ir pescar de novo!”
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Ele colocou um esparadrapo nos dedos, e seus amigos vieram jantar. Ele não podia
oferecer-lhes peixe, mas tinha outra coisa em sua despensa.
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E o senhor Vereador Ptolomeu Tartaruga trouxe consigo uma salada em um saco de
barbante.
FIM
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