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O estudo da elasticidade-preço

da demanda

Após estudar este capítulo você deverá estar apto(a) a:

„„ entender o que representa a elasticidade-preço da demanda, e os di-


versos tipos de demanda existentes em razão da sensibilidade que os
diversos bens possuem em relação às alterações em seus preços;

„„ desenvolver competências e habilidades que lhe permita calcular o co-


eficiente da elasticidade-preço da demanda e interpretá-la, tendo em
vista sua utilização para tomada de decisões;

„„ estabelecer as relações existentes entre os diversos tipos de demanda


e a receita total (faturamento das empresas).

Introdução
De acordo com a Lei Geral da Demanda, tratando-se de um bem normal,
e obedecendo-se à condição ceteris paribus, de que tudo o mais permaneça
constante, sabemos que elevações de preço de um determinado bem ou ser-
viço provocam diminuições na quantidade demandada desse bem ou servi-
ço e vice-versa.

Em outras palavras, existe uma relação inversa entre preço e quantidade


demandada, ou seja:

Preço Quantidade demandada

Preço Quantidade demandada

Essa situação é válida para todos os bens e/ou serviços nessas condi-
ções; porém, uma pergunta faz-se necessária: será que todos os bens e/ou
serviços respondem aos estímulos de preços com a mesma intensidade ou
sensibilidade?

Obviamente não. Uns respondem com maior intensidade, outros com


menor.

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O estudo da elasticidade-preço da demanda

Traçando uma analogia: todos nós sentimos quando ocorre, por exemplo,
uma queda da temperatura do ambiente; porém, alguns sentem mais frio do
que outros.

Assim são os bens e/ou serviços em relação aos seus preços; uns mostram-se
extremamente sensíveis, outros nem tanto.

Nesse ponto é que surge o conceito de elasticidade de preço da demanda,


cujo objetivo é o de medir a sensibilidade que um determinado bem possui
em relação às variações em seu preço.

Em síntese: mede a sensibilidade da quantidade demandada de um bem


às mudanças em seu preço.

Assim:

Coeficiente da elasticidade - Variação percentual da quantidade demandada


=
preço da demanda variação percentual do preço

ou

Δq/q
EAB = –
Δp/p

Observações sobre o coeficiente


da elasticidade-preço da demanda
„„ No presente estudo ocupar-nos-emos em calcular a elasticidade de
preço da demanda no arco, ou seja, entre dois pontos distintos da curva
de demanda.

„„ O sinal negativo do coeficiente explica-se em razão da relação inversa


entre preço e quantidade demandada.

„„ Para efeito de análise, muito embora a razão da relação inversa entre


preço e quantidade demandada apresente coeficiente negativo, tra-
balharemos com o seu valor em módulo, qual seja, com o seu valor
absoluto, desprezando o sinal negativo.

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„„ Finalmente, com o objetivo de se obter uma média mais aceitável para


o coeficiente, dividiremos a variação de quantidade demandada pela
menor quantidade, e a variação de preço pelo menor preço.

Vamos mostrar, por meio de um instrumento gráfico e posteriormente


através de um exemplo numérico, as observações descritas acima.

Graficamente:

preços
preço

ArcoAA
Arco BB

A
p0

p

p B
1

q
D

0 q0 q1
quantidade
quantidades

Sendo que:

D: Curva de demanda
A B: Arco AB – dois pontos distintos da curva de demanda
p0 e p1: Preços
q0 e q1: Quantidades demandadas
Δp: Variação de preço p1 – p0
Δq: Variação de quantidade q1 – q0

Assim:

Δq/q
EAB = –
Δp/p

Δq = q1 – q0
q: menor quantidade; no caso q0
Δp = p1 – p0
p: menor preço; no caso p0

Nosso coeficiente da elasticidade-preço da demanda seria, então:

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q1 – q0
q0
EAB = –
p1 – p0
p1

Isso posto, acreditamos que um exemplo numérico complementará o


entendimento a respeito de tudo o que até agora descrevemos, no que con-
cerne ao coeficiente da elasticidade-preço da demanda.

Suponha que ao preço de R$100,00 os consumidores estejam aptos e dis-


postos a adquirir 1 000 unidades de um bem qualquer, em um determinado
período de tempo.

Suponha adicionalmente que, havendo uma redução do preço desse bem


para R$90,00, os consumidores reajam adquirindo 1 200 unidades. Pede-se:
calcule a elasticidade-preço da demanda no arco formado por esses dois
pontos.

Logo, temos:

Quantidades
Pontos Preços (R$)
demandadas
A 100,00 1 000 unidades
B 90,00 1 200 unidades

Δq/q
EAB = –
Δp/p

Δq variação de quantidade 1 200 – 1 000 = 200


Δp variação de preço R$90,00 – R$100,00 = (–) R$10,00
q menor quantidade 1 000 unidades
p menor preço R$90,00

Portanto:

200 2
1 000 10 2 . –9 –18
EAB =
–10
=
–1
=
10 1
= 10
90 9
EAB = –1,8

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Como, para efeito de análise que será assunto do nosso próximo tópico,
trabalhamos com o valor em módulo, desconsiderando, portanto, o sinal,
temos:

EAB = –1,8 |EAB| = 1,8

Tipos de demanda
Até o momento desenvolvemos o caráter operacional do cálculo do
coeficiente da elasticidade-preço da demanda, aprendendo apenas as etapas
necessárias ao seu cálculo. Mas e a sua interpretação? Qual leitura devemos
fazer, por exemplo, de um coeficiente |EAB| = 1,8? O que isso significa? Como
podemos utilizá-lo para tomada de decisão?

As respostas a essas perguntas constituem o objetivo central do presente


tópico deste capítulo.

Como vimos, o coeficiente da elasticidade-preço da demanda é um


número que surge da divisão da variação percentual da quantidade deman-
dada dividida pela variação percentual do preço, e que pode assumir, em
módulo (valor absoluto), valores que variam de zero até o infinito.

Essa variabilidade do coeficiente da elasticidade-preço da demanda nos


permite categorizar a demanda em três tipos e em dois casos extremos,
permitindo-nos, a partir de então, interpretar o seu valor.

Assim, dependendo do valor assumido pelo coeficiente da elasticida-


de-preço da demanda, podemos ter:

„„ demanda elástica;

„„ demanda inelástica;

„„ demanda de elasticidade unitária.

Demanda elástica
A demanda por um determinado bem ou serviço será considerada elástica
quando o coeficiente da elasticidade-preço assumir, em módulo, valor maior
do que 1, considerando: |EAB|> 1.

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Em outras palavras, significa que a variação percentual da quantidade


demandada é maior do que a variação do preço.

Representa que, se variarmos, por exemplo, em 10% o preço do bem ou


do serviço, a sua quantidade demandada variará em um percentual superior
a 10%.

Significa, portanto, que são bens e/ou serviços sensíveis às variações de


preços, que possuem muitos substitutos no mercado e grande peso no or-
çamento dos consumidores.

Demanda inelástica
A demanda por um determinado bem ou serviço será considerada inelás-
tica quando o coeficiente da elasticidade-preço assumir, em módulo, valor
menor do que 1; ou seja: |EAB|< 1.

Em outras palavras, significa que a variação percentual da quantidade de-


mandada é menor do que a variação percentual do preço.

Representa que, se variarmos, por exemplo, em 10% o preço do bem ou


do serviço, a sua quantidade demandada variará em um percentual inferior
a 10%.

Significa, portanto, que são bens e/ou serviços pouco sensíveis às varia-
ções de preço, que não devem possuir muitos substitutos no mercado; deve
ter peso relativamente pequeno no orçamento do consumidor ou ainda deve
tratar-se de bens essenciais, de difícil substituição.

Demanda de elasticidade unitária


A demanda por um determinado bem ou serviço será considerada de
elasticidade unitária quando o coeficiente da elasticidade-preço assumir, em
módulo, valor igual a 1, ou seja: |EAB|= 1.

Em outras palavras, significa que a variação percentual da quantidade de-


mandada é igual à variação percentual do preço.

Representa que, se variarmos, por exemplo, em 10% o preço do bem ou


do serviço, a sua quantidade demandada variará no mesmo percentual, ou
seja, 10%.

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Todos os bens, em um horizonte de tempo, assumem essa elasticida-


de, que é o marco entre a elasticidade e a inelasticidade de um bem e/ou
serviço.

Os casos extremos
Além dos três tipos de demanda descritos no tópico anterior, e em razão
de o coeficiente da elasticidade-preço da demanda variar de zero até o in-
finito (levando-se em consideração o seu valor em módulo), temos ainda a
considerar dois tipos extremos de demanda; quais sejam:

„„ demanda totalmente inelástica;

„„ demanda infinitamente elástica.

Demanda totalmente inelástica


É o caso em que o coeficiente da elasticidade-preço da demanda é igual
a zero, ou seja: EAB = 0.

É uma situação em que, qualquer que seja a variação do preço, a quanti-


dade demandada permanece constante.

Isso ocorre quando o consumidor tem dificuldade de encontrar substitutos


no mercado. Exemplo clássico é o sal.

Graficamente:

Gráfico 1 – Curva de demanda totalmente inelástica


Preço
preços
preço

EEAB
AB
==00

0 q0
quantidades
quantidade
Quantidades

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Demanda infinitamente elástica


É o caso em que o coeficiente da elasticidade-preço da demanda é igual a
infinito, ou seja: EAB = ∞.

É uma situação em que a variação da quantidade demandada tende ao


infinito sem que ocorra variação do preço.

É o tipo de demanda com a qual se defrontam as empresas que atuam em


mercados competitivos nos quais o preço é estabelecido pelo mercado, por
meio das forças de oferta e da demanda, não cabendo às empresas senão
acatarem e venderem o total de suas produções a esse preço.

Graficamente:

Gráfico 2 – Curva de demanda infinitamente elástica


preço
Preços
preços

EEABAB
EAB== ∞
=0
p0
D

0 quantidades
quantidade
Quantidades

A elasticidade-preço da demanda e a receita total


Esse tópico é dedicado ao desenvolvimento das possíveis relações exis-
tentes entre elasticidade-preço da demanda e a receita total.

Elasticidade-preço da demanda diz respeito à sensibilidade da quantidade


demandada de um determinado bem ou serviço às variações de seu preço.
Já a receita total diz respeito ao montante total que o vendedor recebe pela
venda de um bem ou de um serviço. Ela é obtida multiplicando-se o preço
do bem ou do serviço, que chamaremos de (p), pela quantidade demandada
e vendida, que chamaremos de (q).

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Assim:

RT = p . q

Receita total preço quantidade demandada e vendida

Nossa tarefa, a partir desse ponto, é demonstrar o que acontece com a


receita total quando o preço do bem ou do serviço varia. Será que o tipo de
demanda elástica, inelástica ou de elasticidade unitária influencia nesse rela-
cionamento? É o que iremos verificar.

Demanda elástica X receita total


|EAB|> 1 – variação percentual da quantidade demandada é maior do que
a variação percentual do preço.

Vamos a um exemplo numérico, a fim de que possamos evidenciar a forma


pela qual uma demanda elástica relaciona-se com a receita total.

Suponha dois pontos, A e B, de uma curva de demanda, formando um


arco A B, conforme dados abaixo.

Quantidades
Pontos Preços (R$)
demandadas
A 100,00 70
B 110,00 50

Vamos calcular o coeficiente da elasticidade-preço da demanda no arco


A B, a fim de que possamos identificar se realmente a demanda, nesse
arco, é elástica.

Assim:

Δq/q
EAB = –
Δp/p

20
50 20 . 10 2000
EAB = – = – = – = –4
10 50 100 500
100
|EAB| = 4 > 1 portanto, a demanda é elástica

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Agora vamos calcular a receita total nos pontos A e B:

RT = p . q

Logo:

RTA = 100,00 . 70 = 7.000,00


RTB = 110,00 . 50 = 5.500,00

Como podemos verificar, a receita total no ponto A é maior do que a


receita total no ponto B. Mais ainda, o ponto A é o ponto com o menor preço
comparativamente ao ponto B, o que denota uma relação inversa entre
demanda elástica e receita total.

Em outras palavras, frente a uma demanda elástica, a redução de preços leva a


um aumento da receita total. Contrariamente, um aumento de preços nos condu-
zirá a uma redução de receita total.

Isso ocorre em razão de que os bens que possuem uma demanda elástica
são bens sensíveis às variações de preços, possuindo muitos substitutos no
mercado; logo, pequenas modificações no preço, para cima ou para baixo,
provocarão alterações para baixo ou para cima, nas quantidades demandadas,
em valores percentualmente superiores aos ocorridos nos preços.

Em resumo: o que se perde reduzindo preço é mais do que percentual-


mente compensado pelo que se ganha em quantidade vendida, ocasionando
um aumento na receita total.

Portanto, para uma demanda elástica:

Aumentar preço Redução da receita total


Reduzir preço Aumento da receita total

Demanda inelástica X receita total


|EAB|< 1 – variação percentual da quantidade demandada é menor do que
a variação percentual do preço.

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Vamos a um exemplo numérico, a fim de que possamos evidenciar a forma


pela qual uma demanda inelástica relaciona-se com a receita total.

Suponha dois pontos, A e B, de uma curva de demanda, formando o arco


A B, conforme dados abaixo:

Quantidades
Pontos Preços (R$)
demandadas
A 50,00 110
B 100,00 100

Vamos calcular o coeficiente da elasticidade-preço da demanda no arco


A B, a fim de que possamos identificar se realmente a demanda, nesse
arco, é inelástica.

Assim:

Δq/q
EAB = –
Δp/p

10
100 10 . 50 500
EAB = – = – = – = – 0,10
50 100 50 5 000
50
|EAB| = 0,10 < 1 portanto, a demanda é inelástica

Agora, vamos calcular a receita total nos pontos A e B:

RT = p . q

Logo:

RTA = 50,00 . 110 = 5.500,00


RTB = 100,00 . 100 = 10.000,00

Como podemos verificar, a receita total no ponto B é maior do que a recei-


ta total no ponto A. Mais ainda, o ponto B é o ponto com maior preço com-
parativamente ao ponto A, o que denota uma relação direta entre demanda
inelástica e receita total.

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Em outras palavras, frente a uma demanda inelástica, o aumento do preço


leva a um aumento da receita total. Contrariamente, uma redução de preço leva
a uma redução de receita total.

Isso ocorre em razão de que os bens que possuem uma demanda ine-
lástica não são muito sensíveis às variações de preço; não possuindo muitos
substitutos no mercado, nem grande peso no orçamento dos consumidores,
são bens essenciais; logo, modificações no preço, para cima ou para baixo,
provocarão alterações para baixo ou para cima, nas quantidades demanda-
das em valores percentualmente inferiores aos ocorridos no preço.

Em resumo: o que se perde em quantidade vendida é mais do que percen-


tualmente compensado pelo que se ganha pelo aumento do preço, ocasio-
nando um aumento na receita total.

Portanto, para uma demanda inelástica:

Aumentar preço Aumento da receita total


Reduzir preço Redução da receita total

Demanda de elasticidade unitária X receita total


|EAB|= 1 – variação percentual da quantidade demandada é igual à variação
percentual do preço.

Vamos a um exemplo numérico, a fim de que possamos evidenciar a


forma pela qual uma demanda de elasticidade unitária relaciona-se com a
receita total.

Suponha dois pontos, A e B, de uma curva de demanda, formando o arco


A B, conforme dados abaixo:

Quantidades
Pontos Preços (R$)
demandadas
A 10,00 100
B 20,00 50

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Vamos calcular o coeficiente da elasticidade-preço da demanda no arco


A B, a fim de que possamos identificar se realmente a demanda, nesse
arco, é de elasticidade unitária.

Δq/q
EAB = –
Δp/p

50
50 1
EAB = – = – = 1
–10 –1
10
|EAB| = 1 portanto, demanda de elasticidade unitária

Agora, vamos calcular a receita total nos pontos A e B:

RT = p . q

Logo:

RTA = 10,00 . 100 = 1.000,00


RTB = 20,00 . 50 = 1.000,00

Como podemos verificar, a receita total no ponto A e no ponto B é a


mesma; sendo, portanto, indiferente aumentar ou reduzir o preço uma vez
que o que se ganha ou perde, na redução ou aumento do preço, é o mesmo
que se perde ou ganha na quantidade demandada, fazendo com que a recei-
ta total permaneça constante.

Portanto, para uma demanda de elasticidade unitária:

Aumentar preço
Reduzir preço } Receita total constante

Para finalizar, vamos montar um quadro-resumo a respeito da relação


existente entre os diversos tipos de demanda e a receita total.

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Quadro 1 – Tipo de demanda X receita total

Tipo de demanda Preço Receita total


Aumenta Diminui
Elástica
Diminui Aumenta
Aumenta Aumenta
Inelástica
Diminui Diminui
Aumenta Constante
Elasticidade unitária
Diminui Constante

Ampliando seus conhecimentos

Aplicações da elasticidade-preço da demanda


(McCONNEL; BRUE, 1999)

O conceito de elasticidade-preço da demanda tem um significado muito


prático, como veremos nos exemplos seguintes.

„„ Supersafras: a demanda pela maior parte dos produtos agrícolas


é muito inelástica; Ed é talvez 0,2 ou 0,25. Consequentemente, os
aumentos na produção agrícola resultantes de uma boa temporada
de safra ou de um aumento de produtividade tendem a reduzir
os preços dos produtos agrícolas e as receitas totais (rendas) dos
fazendeiros. Para os fazendeiros como um todo, a natureza inelás-
tica da demanda por seus produtos significa que uma supersafra
pode ser indesejável. Para os formuladores de política econômica,
isso significa que um aumento na renda agrícola total exige que a
produção agrícola seja restringida.

„„ Automação: o impacto do progresso tecnológico sobre o empre-


go depende em parte da elasticidade da demanda pelo produto
ou serviço envolvido. Suponha que uma firma instale uma nova
maquinaria poupadora de mão de obra que substitui 500 traba-
lhadores, que desse modo são demitidos. Considere que parte da
redução de custo ocasionada pelo progresso tecnológico seja re-
passada para os consumidores na forma de preços menores dos
produtos. O efeito da redução do preço sobre as vendas das firmas

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dependerá da elasticidade-preço da demanda por esse produto.


Se a demanda for elástica, as vendas podem aumentar tanto que
alguns ou todos os 500 trabalhadores demitidos sejam recontrata-
dos. Se a demanda for inelástica, a redução do preço resultará num
pequeno aumento nas vendas, de forma que poucos ou nenhum
dos trabalhadores demitidos será recontratado.

Atividades de aplicação
1. O coeficiente da elasticidade-preço da demanda:

a) será um número constante para todo e qualquer bem e/ou serviço.

b) será sempre um número positivo, uma vez que preço e quantidade


demandada variam no mesmo sentido.

c) será determinado pela divisão da variação percentual do preço


pela variação percentual da quantidade.

d) mede a sensibilidade que um determinado bem ou serviço possui


em função de alterações em seu preço.

2. Se ao calcular o coeficiente da elasticidade-preço da demanda de um


bem encontrarmos o resultado de |EAB| = 2,0, podemos afirmar tratar-se
de um bem que:

a) possui uma demanda elástica.

b) possui uma demanda inelástica.

c) possui uma demanda de elasticidade unitária.

d) possui uma demanda totalmente inelástica.

3. Bens e/ou serviços pouco sensíveis a variações de preço, que não pos-
suam muitos substitutos no mercado, são características inerentes aos
bens que possuem uma demanda:

a) de elasticidade unitária

b) elástica.

c) infinitamente elástica.

d) inelástica.

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4. Sr. José é empresário e produz um bem cuja demanda mostra-se elástica.


Ele quer aumentar o faturamento de sua empresa. Então, ele deve:

a) diminuir o preço de seu produto.

b) manter o preço de seu produto.

c) aumentar o preço de seu produto.

d) parar a produção desse bem e trocá-lo por outro que possibilite


reduzir o faturamento sem precisar aumentar a produção.

5. Caso um aumento no preço de um bem em 15% provocar uma redu-


ção de 30% na quantidade demandada desse bem, podemos afirmar
que a demanda desse bem é:

a) infinitamente elástica.

b) inelástica.

c) de elasticidade unitária.

d) elástica.

Gabarito
1. D

2. A

3. D

4. A

5. D

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