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Núcleo celular

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Figura do núcleo e do retículo endoplasmático: (1) Envoltório nuclear. (2) Ribossomos.


(3) Poros nucleares. (4) Nucléolo. (5) Cromatina. (6) Núcleo. (7) Retículo
endoplasmático. (8) Nucleoplasma.

O núcleo celular, organelo primeiramente descrito por Franz Bauer, em 1802, é uma
estrutura presente nas células eucariontes, que contém o ADN (ou DNA) da célula. É
delimitado pelo envoltório nuclear, e se comunica com o citoplasma através dos poros
nucleares. O núcleo possui duas funções básicas: regular as reações químicas que
ocorrem dentro da célula, e armazenar as informações genéticas da célula. O seu
diâmetro pode variar de 11 a 22.25 μm.

Além do material genético, o núcleo também possui algumas proteínas com a função de
regular a expressão gênica, que envolve processos complexos de transcrição, pré-
processamento do mRNA (RNA mensageiro), e o transporte do mRNA formado para o
citoplasma. Dentro do núcleo ainda se encontra uma estrutura denominada nucléolo,
que é responsável pela produção de subunidades dos ribossomos. O envoltório nuclear é
responsável tanto por separar as reações químicas que ocorrem dentro do citoplasma
daquelas que ocorrem dentro do núcleo, quanto por permitir a comunicação entre esses
dois ambientes. Essa comunicação é realizada pelos poros nucleares que se formam da
fusão entre a membrana interna e a externa do envoltório nuclear.

O interior do núcleo é composto por uma matriz denominada de nucleoplasma, que é


um líquido de consistência gelatinosa, similar ao citoplasma. Dentro dele estão
presentes várias substâncias necessárias para o funcionamento do núcleo, incluindo
bases nitrogenadas, enzimas, proteínas e fatores de transcrição. Também existe uma
rede de fibras dentro do nucleoplasma (chamada de matriz nuclear), cuja função ainda
está sendo discutida.

O ADN presente no núcleo encontra-se geralmente organizado na forma de cromatina


(que pode ser eucromatina ou heterocromatina), durante o período de interfase. Durante
a divisão celular, porém, o material genético é organizado na forma de cromossomos.
Sua posição é geralmente central, acompanhando o formato da célula, mas isso pode
variar de uma para outra. Nos eritrócitos dos mamíferos, o núcleo está ausente.

Índice
[esconder]

 1 História
 2 Estrutura
o 2.1 Citoesqueleto
o 2.2 Cromossomas
o 2.3 Envelope nuclear e poros nucleares
o 2.4 Nucléolo
o 2.5 Outros corpos subnucleares
 2.5.1 Corpos de Cajal e gémeos
 2.5.2 Domínios PIKA e PTF
 2.5.3 Corpos PML
 2.5.4 Paraspeckles
 2.5.5 Agregados granulares intercromatínicos
 3 Função
o 3.1 Compartimentação celular
o 3.2 Expressão genética
o 3.3 Processamento do pré-ARNm
 4 Dinâmica e regulação
o 4.1 Transporte nuclear
o 4.2 Agregação e desagregação
 5 Células anucleadas e polinucleadas
 6 Evolução
 7 Referências
 8 Leitura adicional
 9 Ligações externas

[editar] História
Desenho de um núcleo celular, por Walther Flemming, feito em 1882.

O núcleo celular foi o primeiro organelo a ser descoberto, tendo sido primeiramente
descrito por Franz Bauer, em 1802.[1] Foi mais tarde descrito em mais detalhe pelo
botânico escocês Robert Brown, em 1831, numa palestra na Sociedade Linneana de
Londres. Brown estava a estudar orquídeas ao microscópio quando observou uma
região opaca, que chamou de auréola ou núcleo, existentes nas células da camada
exterior, em flores.[2] Na altura não sugeriu nenhuma potencial função. Em 1838,
Matthias Schleiden propôs que o núcleo desempenhava um papel na geração de células,
tendo introduzido o nome "citoblasto" (gerador de células). Acreditou que tinha
observado novas células a aparecerem à volta dos "citoblastos". Franz Meyen era um
forte opositor a esta teoria, tendo já descrito células a multiplicar-se por divisão e
acreditando que muitas células não teriam núcleo. A idéia de que as células podem ser
geradas de novo, pelo "citoblasto", contradizia os trabalhos de Robert Remak (1852) e
Rudolf Virchow (1855), que decisivamente propagaram o paradigma de que as células
são geradas somente por outras células ("Omnis cellula e cellula"). A função do núcleo
permanecia, no entanto, pouco clara.[3]

Entre 1876 e 1878, Oscar Hertwig publicou vários estudos sobre a fertilização em
óvulos de ouriço-do-mar, mostrando que o núcleo do espermatozóide entra no oócito,
fundindo-se com o seu núcleo. Esta foi a primeira vez que era sugerido que um
indivíduo se desenvolve a partir de uma única célula nucleada. Isto vinha em
contradição com a teoria de Ernst Haeckel, de que a filogenia completa de uma espécie
era repetida durante o desenvolvimento embrionário, incluindo a geração da primeira
célula nucleada a partir de uma "Monerula", uma massa sem estrutura, de muco
primordial ("Urschleim"). A necessidade de um núcleo espermático para a fertilização
foi discutida por algum tempo. No entanto, Hertwig confirmou as suas observações em
outros grupos animais, como por exemplo em anfíbios e moluscos. Eduard Strasburger
produziu os mesmos resultados em plantas (1884). Isto abriu o caminho para estabelecer
o núcleo como tendo um papel primordial na hereditariedade. Em 1873, August
Weismann postulou a equivalência das células germinais paternais e maternas para a
hereditariedade. A função do núcleo, como transportador da informação genética,
apenas ficou clara mais tarde, após a mitose ter sido descoberta e a hereditariedade
mendeliana ter sido redescoberta, no início do século XX. Nessa altura, a teoria
cromossómica da hereditariedade foi desenvolvida.[3]
[editar] Estrutura
O núcleo é o maior organelo celular em animais.[4] Em células de mamíferos, o diâmetro
médio anda tipicamente à volta de 11 a 22μm e ocupa 10% do volume total.[5] O líquido
viscoso dentro do núcleo denomina-se nucleoplasma, e é similar ao citoplasma
encontrado no exterior do núcleo.

[editar] Citoesqueleto

Ver artigo principal: Citoesqueleto

Nas células animais, duas redes de filamentos intermédios providenciam suporte


estrutural ao núcleo: a lâmina nuclear forma uma rede organizada na face interna do
envelope, enquanto que um tipo de suporte menos organizado é providenciado pela face
citosólica do envelope. Ambos os sistemas dão o suporte estrutural para o envelope
nuclear e actuam como pontos de ancoragem para os cromossomas e poros nucleares.[5]

A lâmina nuclear é essencialmente composta por proteínas denominadas laminas. Como


todas as proteínas, as laminas são sintetizadas no citoplasma e depois transportadas para
o interior do núcleo, onde são agregadas antes de serem incorporadas na rede existente
de lâmina nuclear.[6][7] As laminas podem também ser encontradas dentro do
nucleoplasma, onde formam uma estrutura regular[8] que é visível com o auxílio de
microscopia de fluorescência. A função desta estrutura ainda não está totalmente
estabelecida, embora se saiba que está excluída do nucléolo e está presente durante a
interfase.[9] As estruturas de laminas que formam esta estrutura ligam-se à cromatina e
rompendo a sua estrutura dá-se a inibição da transcrição de genes que codificam
proteínas.[10]

Tal como os componentes de outros filamentos intermédios, o monómero de lamina


contém um domínio em alfa-hélice, usados por dois monómeros para se enrolarem um
no outro, formando uma estrutura dimérica denominada coiled-coil. Então, duas destas
estruturas diméricas colocam-se lado a lado, num arranjo antiparalelo, formando um
tetrâmero denominado protofilamento. Oito destes protofilamentos formam um arranjo
lateral que é torcido de molde a formar uma estrutura semelhante a uma corda. Estes
filamentos podem ser juntos ou separados de uma maneira dinâmica, significando que o
comprimento do filamento depende das diferentes taxas de adição e remoção de
filamento.[5]

[editar] Cromossomas
O núcleo de um fibroblasto de um rato, no qual o ADN está colocado do azul. Os
distintos territórios cromossómicos, do cromossoma 2 (a vermelho) e do cromossoma 9
(a verde) são visíveis através de coloração hibridização fluorescente in situ.
Ver artigo principal: Cromossoma

O núcleo celular contém a maioria do material genético da célula, sob a forma de


múltiplas moléculas lineares de ADN organizadas em estruturas denominadas
cromossomos. Durante a maior parte do ciclo celular estão organizados num complexo
ADN-proteína conhecido como cromatina, e durante a divisão celular a cromatina pode
ser vista a formar os cromossomas bem definidos que são familiares de um cariótipo.
Uma pequena fracção dos genes da célula está localizada na mitocôndria.

Existem dois tipos de cromatina. A eucromatina é a forma menos compacta de ADN, e


contém genes que são frequentemente expressos pela célula.[11] O outro tipo, a
heterocromatina, é a forma mais compacta, e contém ADN que não é frequentemente
transcrito. Esta estrutura é ainda mais categorizada em heterocromatina facultativa,
consistindo de genes que estão organizados como heterocromatina apenas em certos
tipos de célula ou em certos estágios de desenvolvimento, e a heterocromatina
constitutiva, que consiste em componente cromossómicos estruturais como os telómeros
e os centrómeros.[12] Durante a interfase, a cromatina organiza-se em pequenos
aglomerados individuais,[13] denominados territórios cromossómicos.[14] Os genes
activos, que são normalmente encontrados na região da eucromatina, tendem a estar
localizados nas fronteiras deste territórios cromossómicos.[15]

Anticorpos associados com certos tipos de organização da cromatina, particularmente os


nucleossomas, têm sido relacionados com um número de doenças autoimunes, tal como
o lupus eritematoso sistémico.[16] Estes são conhecidos como anticorpos antinucleares
(AAN) e têm sido observados concertadamente com esclerose múltipla, como parte de
uma disfunção geral do sistema imunitário.[17]

[editar] Envelope nuclear e poros nucleares

Ver artigos principais: Envelope nuclear e Poro nuclear.


O núcleo da célula eucariota. Neste diagrama é visível a dupla membrana do envelope
nuclear, impregnada de ribossomas, o ADN e o nucléolo. Dentro do núcleo existe um
líquido viscoso denominado nucleoplasma, similar ao do citoplasma que se encontra
fora do núcleo.

o invólucro nuclear é composto por duas membranas celulares dispostas em paralelo


(uma interior e outra exterior) e separadas por 10 a 50 nanómetros. O envelope nuclear
envolve completamente o núcleo e separa o material genético da célula do citoplasma,
servindo como barreira à difusão livre de macromoléculas entre o nucleoplasma e o
citoplasma[18] A membrana nuclear externa é contínua com a membrana do retículo
endoplasmático rugoso (RER), estando igualmente recoberta de ribossomas. O espaço
entre as membranas nucleares é chamado de espaço perinuclear e tem continuidade com
o lúmen do RER.

Os poros nucleares providenciam canais aquosos através do invólucro, sendo compostos


por múltiplas proteínas, colectivamente denominadas de nucleoporinas. Os poros
possuem cerca de 125 milhões de dalton de peso molecular e consistem em cerca de 50
(em leveduras) a 100 proteínas (em vertebrados).[4] Os poros possuem 100 nm de
diâmetro total; no entanto, o espaço através do qual as substâncias difundem livremente
tem apenas 9 nm de largura, devido à presença de sistemas de regulação no centro do
poro. Este tamanho permite a livre passagem de pequenas moléculas solúveis em água
ao mesmo tempo em que impede que moléculas de maiores dimensões, como os ácidos
nucleicos e proteínas entrem ou saiam de maneira inapropriada. Estas moléculas
maiores terão que ser transportadas para o interior do núcleo de maneira activa. O
núcleo de uma típica célula de mamífero tem cerca de 3000 a 4000 poros através de
todo o seu envelope,[19] com cada um deles contendo uma estrutura anelar, de simetria
octogonal, no local onde as membranas interna e externa se fundem.[20] Ligado a este
anel existe uma estrutura em forma de cesto que se estende em direcção ao
nucleoplasma, e uma série de extensões filamentosas que alcançam o citoplasma.
Ambas as estruturas servem para mediar a ligação a proteínas transportadoras nucleares.
[4]

A maioria das proteínas, subunidades ribossomais e alguns ARN são transportados


através dos complexos de poros num processo mediado por uma família de factores de
transporte denominadas carioferinas. Estas carioferinas que medeiam o movimento para
o núcleo também são chamadas de importinas, enquanto que aquelas que medeiam o
movimento para fora do núcleo são chamadas de exportinas. A maioria das carioferinas
interage directamente com a sua carga, apesar de algumas usarem proteínas
adaptadoras.[21] hormonas esteróides como o cortisol e a aldosterona, tal como outras
pequenas soléculas lipossolúveis, envolvidas na sinalização intecelular, podem se
difundir através da membrana celular, para o citoplasma, onde se ligam a receptores
nucleares que são transportados para o núcleo. Já no núcleo, servem como factores de
transcrição quando juntos com o seu ligando; na ausência do ligando, muitos receptores
funcionam como desacetilases de histonas que reprimem a expressão genética.[4]

[editar] Nucléolo

Micrografia electrónica de um núcleo celular, mostrando um nucléolo com uma


coloração escura.
Ver artigo principal: Nucléolo

O nucléolo é uma estrutura presente dentro do núcleo, nâo envolta por membrana. Por
vezes é classificado como suborganelo. Forma-se em volta de repetições de ADNr,
ADN que codifica o ARN ribossomal (ARNr). Estas regiões são denominadas regiões
organizadoras de nucléolo. O papel principal do nucléolo é o de sintetizar ARNr e de
formar os ribossomas. A coesão estrutural do nucléolo depende da sua actividade, já que
a formação de ribossomas resulta na associação temporária de componente nucleolares,
facilitando assim mais formação de ribossomas e logo uma maior associação. Este
modelo é suportado por observações de que a inactivação do ADNr resulta na mistura
de componentes nucleolares.[22]

O primeiro passo na formação do ribossoma é a transcrição do ADNr, efectuado por


uma proteína chamada RNA polimerase I, dando origem a um pré-ARNr precursor, de
grandes dimensões. Este é clivado nas subunidades 5.8S, 18S, e 28S do ARNr.[23] A
transcrição, o processamento pós-transcricional e a formação do ribossoma, ocorrem no
nucléolo, auxiliado por moléculas de ARN nucleolar pequeno (snoRNA, em inglês),
algumas das quais derivado de splicing de intrões de genes codificantes de ARN
mensageiro, relacionados com funções ribossomais. As subunidades ribossomais já
formadas são as estruturas de maior dimensão que passam pelos poros nucleares.[4]

Quando observado através do microscópio electrónico, o nucléolo pode ser visto como
sendo constituído por três regiões distintas: uma região interior (centro fibrilar), rodeada
pelo componente fibrilar denso, que por sua vez é rodeado pelo componente granular. A
transcrição do ADNr ocorre no centro fibrilar ou na fronteira entre o centro fibrilar e o
componente fibrilar denso. Quando a transcrição de ADNr é aumentada, verifica-se a
detecção de mais centros fibrilares. A maior parte da clivagem e modificação do ARNr
ocorre no componente fibrilar denso, enquanto que os passos mais tardios, envolvendo a
assemblagem de proteínas em subunidades ribossomais, ocorre no centro granular.[23]
[editar] Outros corpos subnucleares

Tamanhos das estruturas subnucleares

Nome da Diâmetro da
estrutura estrutura

Corpos de Cajal 0.2–2.0 µm[24]

PIKA 5 µm[25]

Corpos PML 0.2–1.0 µm[26]

Paraspeckles 0.2–1.0 µm[27]

Speckles 20–25 nm[25]

Para além do nucléolo, o núcleo contém um número de outros corpos não-membranares.


Alguns deles são os corpos de Cajal, os gémeos de corpos enovelados (gemini of coiled
bodies, em inglês). Domínios PIKA, corpos PML, agregados de grânulos
intercromatínicos (speckles) e paraspeckles. Apesar de pouco se saber sobre alguns
destes domínios, estes são significantes pelo facto de mostrarem que o nucleoplasma
não é uniforme, mas sim que contém vários subdomínios funcionais organizados.[26]

Outras estruturas subnucleares aparecerem como parte de processos de doenças. Por


exemplo, foi já reportada a presença de pequenos bastões intranucleares em alguns
casos de miopatia nemalínica.

[editar] Corpos de Cajal e gémeos

Um núcleo contém tipicamente entre uma a dez estruturas denominadas corpos de Cajal
ou corpos enovelados, cujo diâmetro é de 0,2 µm e 2.0 µm, dependendo do tipo de
célula e da espécie.[24] Quando vistos ao microscópio electrónico, assemelham-se a
novelos[25] e são densos focos de distribuição para a proteína denominada coilina.[28]
Estes corpos estão envolvidos em alguns papeis relacionados com o processamento do
ARN, especificamente os pequenos ARN nucleolares (snoRNA), a maturação dos
pequenos ARN nucleares (snRNA) e modificação do ARNm histónico.[24]

Similares aos corpos de Cajal são os gémeos de corpos enovelados, quer em forma quer
em tamanho. São virtualmente indistinguíveis sob o microscópio electrónico.[28] Em
oposição aos corpos de Cajal, os gémeos não possuem pequenas ribonucleoproteínas
nucleares (snRNPs), mas contêm uma proteína em inglês denominada survivor of motor
neurons (SMN), cuja função está relacionada com a biogénese das snRNP. Supõe-se
que os gémeos assistem os corpos enovelados na biogénese das snRNP,[29] apesar de
também ter sido sugerido, de evidências microscópicas, que os corpos enovelados os os
gémeos de corpos enovelados são diferentes manifestações da mesma estrutura.[28]

[editar] Domínios PIKA e PTF

Os domínios PIKA (do inglês, polymorphic interphase karyosomal associations) foram


primeiramente descobertos em estudos de microscopia no ano 1991. As suas funções
eram e permanecem pouco claras, apesar de não terem sido associados com replicação
activa de ADN, com a trasncrição e com o processamento do ARN.[30] Descobriu-se que
se associavam com distintos domínios definidos por densas localizações do factor de
transcrição PTF, que promove a transcrição de snRNA.[31]

[editar] Corpos PML

Os corpos PML (do inglês, promyelocytic leukaemia) são corpos esféricos que se
encontram dispersos por todo o nucleoplasma, medindo entre 0,2 e 1,0 µm. Outros
nomes são: domínio nuclear 10, corpos Kremer e domínios oncogénicos PML. São
muitas vezes vistos no núcleo em associação a corpos de Cajal e a corpos de clivagem.
Foi sugerido que desempenham um papel na regulação da transcrição.[26]

[editar] Paraspeckles

Ver artigo principal: Paraspeckle

Descobertos por Fox et al. em 2002, os paraspeckles são compartimentos de forma


irregular que ocorrem no espaço intercromatínico[32] Foram documentados pela primeira
vez em células HeLa, onde existem em número de 10 a 30 por núcleo.[33] Também se
conhece a sua ocorrência em células primárias humanas, em linhas celulares
trnasformadas e em secções de tecidos.[34]

Os paraspeckles são estruturas dinâmicas que são alteradas em resposta a mudanças na


actividade metabólica celular. São dependente de transcrição[32] e em ausência de
transcrição por ARN Pol II estas estruturas desaparecem e todos os seus componentes
proteicos associados (PSP1, p54nrb, PSP2, CFI(m)68 e PSF) formam uma estrutura em
forma de crescente, em posição perinucleolar. Este fenómeno é demonstrado durante o
ciclo celular. Durante o ciclo celular, os paraspeckles estão presentes durante a interfase
e durante a toda a mitose, com excepção da telofase. Durante a telofase, quando os dois
núcleos-filho são formados, não existe transcrição por ARN polimerase II, de tal forma
que os componentes proteicos formam uma cobertura perinucleolar.[34]

[editar] Agregados granulares intercromatínicos

Os agregados granulares intercromatínicos ou speckles (speckles de clivagem) são ricos


em snRNPs de clivagem e em outras proteínas necessárias para o processamento do pré-
ARNm. Porque a célula tem necessidades variáveis, a composição e a localização destes
corpos muda em função da transcrição do ARNm e da regulação via fosforilação de
proteínas específicas.[35]
[editar] Função
A principal função do núcleo celular é controlar a expressão genética e mediar a
replicação do ADN durante o ciclo celular. O núcleo providencia o local para a
transcrição, que está separado do local da tradução, no citoplasma. Isto permite um nível
de regulação genética que não está disponível nos procariotas.

[editar] Compartimentação celular

O envelope nuclear permite que o núcleo controle o seu conteúdo, separando-o do resto
do citoplasma quando necessário. Isto é importante para o controlo dos processos de
ambos os lados da membrana nuclear. Em alguns casos, onde um processo
citoplasmático necessita de ser restringido, um componente chave é removido para o
núcleo, onde interage com factores de transcrição que regulam a produção de certas
enzimas nas vias metabólicas. Este mecanismo regulador ocorre no caso da glicólise,
uma via metabólica que age para degradar a glucose para produzir energia. A
hexoquinase é uma enzima responsável pelo primeiro passo da glicólise, formando
glucose-6-fosfato a partir da glucose. A altas concentrações de frutose-6-fosfato, uma
proteína reguladora remove a hexoquinase para o núcleo,[36] onde forma onde complexo
transcricional repressor juntamente com proteínas nucleares, para reduzir a expressão de
genes envolvidos na glicólise.[37]

De maneira a controlar quais genes são transcritos, a célula impede que alguns factores
de transcrição, responsáveis por regular a expressão genética, de terem acesso ao ADN,
até que sejam activados por outras vias de sinalização. Isto previne até mesmo níveis
baixos de expressão genética inapropriada. Por exemplo, no caso de genes controlados
por NF-κB, envolvidos na maioria das respostas inflamatórias, a transcrição é induzida
em resposta a uma via de sinalização, como aquela que é iniciada pela molécula
sinalizadora denominada TNF-α, que se liga a um receptor na membrana celular,
resultando no recrutamento de proteínas sinalizadoras e eventualmente na activação do
factor de transcrição NF-κB. Um sinal de localização nuclear na proteína NF-κB,
permite que seja transportada através do poro nuclear até ao núcleo, onde estimula a
transcrição dos genes-alvo.[5]

A compartimentação permite que a célula previna a tradução de mRNA que não sofreu
splicing.[38] O mRNA eucariota contém intrões que devem ser removidos antes que
ocorra a tradução e dêem origem a proteínas funcionais. O splicing é efectuado dentro
do núcleo antes de o mRNA poder ser acedido por ribossomas para se dar a tradução.
Sem o núcleo, os ribossomas iriam traduzir o mRNA recentemente transcrito (não
processado) em proteínas com malformações e não funcionais

[editar] Expressão genética


Trascrição genética a decorrer.
Ver artigo principal: Expressão genética

A expressão genética envolve a transcrição, na qual o ADN é usado como modelo para
a produção de ARN. No caso de genes que codificam proteínas, o ARN produzido por
este processo é o ARN mensageiro, que depois necessita de ser traduzido pelos
ribossomas para formação das proteínas. Como os ribossomas se localizam fora do
núcleo, o ARNm produzido necessita de ser exportado.[39]

Uma vez que o núcleo é o local da transcrição, também contém uma variedade de
proteínas que ou fazem a mediação directa da transcrição ou estão envolvidos em
regular o processo. Estas proteínas incluem as helicases que desenrolam a dupla fita da
molécula da ADN, para facilitar a acesso a ela, a ARN-polimerase que sintetiza a
molécula de ARN, a topoisomerase que muda a quantidade de enrolamento no ADN,
assim como uma grande variedade de factores de transcrição que regulam a expressão
genética.[40]

[editar] Processamento do pré-ARNm

Ver artigo principal: modificação pós-transcricional

As moléculas recém criadas de ARNm são conhecidas como transcritos primários. Elas
têm que sofrer modificação pós-transcricional no núcleo antes de serem exportadas para
o citoplasma; o ARNm que aparece no núcleo sem estas modificações é degradado em
vez de traduzido em proteínas. As três principais modificações são: inserção de uma
capa na extremidade 5', poliadenilação na extremidade 3', e splicing de ARN. Enquanto
no núcleo, o pré-ARN está associado com uma variedade de proteínas, em complexos
denominados partículas de ribonucleoproteínas heterogéneas (hnRPNs). A adição da
capa 5´ocorre co-transcricionalmente e é o primeiro passo na modificação pós-
transcricional]]. A cauda múltipla de adenina na extermidade 3' é apenas adicionada
após a transcrição estar completa.

O splicing do ARN, levado a cabo por um complexo denominado spliceossoma, é o


processo pelo qual os intrões, ou regiões do ADN que não codificam proteínas, são
removidas do pré-ARNm e o remanescente exão é reconectado numa molécula
contínua. Este processo normalmente ocorre após a inserção da capa 5' e da
poliadenilação 3', mas pode ter início antes da síntese estar completa em transcritos com
muitos exões.[4] Muitos pré-ARNm, incluindo aqueles que codificam anticorpos, podem
sofrer splicing de variadas formas, produzindo diferentes ARMm maduros que
codificam proteínas com diferentes estruturas primárias. Este processo é conhecido com
splicing alternativo e permite a produção de uma grande variedade de proteínas a partir
de uma quantidade limitada de ADN.

[editar] Dinâmica e regulação


[editar] Transporte nuclear

Macromoléculas, como o ARN e proteínas, são transportadas activamente através da


membrana nuclear, num processo denominado ciclo Ran-GTP de transporte nuclear.
Ver artigo principal: Transporte nuclear

A entrada e saída de grandes moléculas do núcleo está intimamente controlada pelos


complexos de poros nucleares. Apesar de pequenas moléculas poderem entrar no núcleo
sem regulação,[41] macromoléculas como o ARN e proteínas requerem associação com
carioferinas denominadas importinas para entrar no núcleo e exportinas para sair.
Proteínas de carga que têm que ser transferidas do citoplasma para o núcleo contêm
sinais de localização nuclear ligadas pelas exportinas. A habilidade das importinas e
exportinas em transportar a sua carga é regulada por GTPases, enzimas que hidrolisam a
molécula de guanosina trifosfato para libertar energia. A GTPase de maior importância
envolvida no transporte nuclear denomina-se Ran, que pode se ligar a GTP ou GDP,
dependendo se estiver localizada no núcleo ou citoplasma. Enquanto que as importinas
dependem de RanGTP para se dissociarem da sua carga, as exportinas requerem
RanGTP para se poderem ligar à sua carga.[21]

A importação nuclear depende da importina se ligar à sua carga, no citoplasma, e


transportá-la através do poro nuclear até ao núcleo. Dentro do núcleo, a RanGTP actua
para separar a carga da importina, permitindo que esta possa sair do núcleo para ser
reutilizada. A exportação nuclear é similar, sendo que a exportina liga-se à carga dentro
do núcleo, num processo facilitado pela RanGTP, saindo depois através do poro
nuclear, separando depois da sua carga no citoplasma.

Proteínas de exportação, especializadas, existem para efectuar a transferência de Arnm


madura e ARNt para o citoplasma, após a modificação pós-transcripcional estar
completa. Este mecanismo de controlo de qualidade é importante devido ao papel
central destas moléculas no processo de tradução das proteínas; uma expressão errada
de uma proteína devido à incompleta excisão de intrões ou a incorrecta incomporação
de aminoácidos, poderão ter efeitos negativos para a célula; o ARN modificado de
maneira incompleta que chega ao citoplasma é degradado em vez de ser utilizado na
tradução em proteínas.[4]

[editar] Agregação e desagregação

Imagem de célula do pulmão de um tritão, durante a metáfase, na qual foi aplicado um


corante fluorescente. O aparelho mitótico pode ser visto, corado a verde, agregado aos
dois conjuntos de cromossomas que estão corados a azul. Todos os cromossomas menos
um estão na placa metafásica.

Durante o seu ciclo de vida, o núcleo pode se desagregar, quer em resposta ao processo
de divisão celular quer como consequência da apoptose, uma forma de morte celular
programada. Durante estes eventos, os componentes estruturais do núcleo, o envelope e
a lâmina, são sistematicamente degradados.

Durante o ciclo celular, a célula divide-se para formar duas células. Para que este
processo seja possível, cada uma das células resultantes deverá possuir um conjunto
completo de genes, um processo que requer a replicação dos cromossomas, assim como
a segregação em conjuntos separados. Isto ocorre pelos cromossomas replicados, os
cromatídeos irmãos, ligados aos microtúbulos, que por sua vez estão ligados a
diferentes centrossomas. Os cromatídeos irmãos podem então ser puxados para
diferentes localizações na célula. No entanto, em muitas células, o centrossoma está
localizado no citoplasma, fora do núcleo, e os microtúbulos não podem ligar-se aos
cromatídeos na presença de um envelope nuclear.[42] Portanto, nos passos iniciais do
ciclo celular, começando na prófase até cerca da prometafase, a membrana nuclear é
desmantelada.[8] Durante o mesmo período, a lâmina nuclear também é desagregada
através de um processo regulado por fosforilação das laminas.[43] Para o fim do ciclo
celular, a membrana nuclear é novamente agregada, e pela mesma altura a lâmina
nuclear também o é, através da desfosforilação das laminas.[43]

A apoptose é um processo controlado, através do qual os componentes estruturais da


célula são destruídos, resultando na morte da célula. As mudanças associadas com a
apoptose afectam directamente o núcleo e o seu conteúdo, por exemplo, na condensação
da cromatina e desintegração do envelope e lâmina nucleares. A destruição da rede de
laminas e controlada por proteases especializadas, denominadas caspases, que fazem a
clivagem das laminas, comprometendo dessa forma a integridade estrutural do núcleo.
A clivagem das laminas é por vezes usada como um indicador laboratorial da actividade
de caspases, em ensaios de actividade precoce de apoptose.[8] Células que expressam
laminas resistentes a caspases são deficientes nas mudanças nucleares relacionadas com
a apoptose, sugerindo que as laminas desempenham um papel essencial no início dos
eventos que levam à degradação do núcleo por apoptose.[8] A própria inibição da
agregação das laminas é um indutor da apoptose.[44]

O envelope nuclear age como uma barreira que previne que vírus de ADN e ARN
entrem no núcleo. Alguns vírus requerem acesso a proteínas que existem dentro do
núcleo de maneira a poderem-se replicar ou agregarem os seus componentes. Os vírus
de ADN, como o herpes-vírus, replicam e agregam-se no núcleo celular, saindo depois
por evaginação através da membrana nuclear interna. Este processo é acompanhado pela
desagregação da lâmina da face nuclear da membrana interna.[8]

[editar] Células anucleadas e polinucleadas

Os eritrócitos humanos, tal como os de outros mamíferos, carecem de núcleo. Este facto
faz parte do desenvolvimento normal da célula.

Apesar de a maioria das células possuir um único núcleo, alguns tipos de células não
possuem núcleo e outros possuem vários núcleos. Isto pode ser derivado de processos
normais, como o da maturação dos eritrócito de mamíferos, ou ser resultado de divisões
celulares mal sucedidas.

As células anucleadas não possuem núcleo e portanto são incapazes de se dividirem


para produção de descendência celular. O tipo de célula anucleada mais conhecida é o
eritrócito de mamíferos, que também carece de outros organelos como a mitocôndria e
serve principalmente para o transporte de oxigénio dos pulmões para os tecidos
celulares. Os eritrócitos sofrem maturação através do processo denominado eritropoiese,
que se dá na medula óssea e onde perdem o núcleo, organelos e ribossomas. O núcleo é
expelido durante o processo de diferenciação de um eritroblasto em um reticulócito, o
precursor imediato dos eritrócitos maduros.[45] A presença de um agente mutagénicos
poderá induzir a libertação de alguns eritrócitos "micronucleados" imaturos.[46][47]
Células anucleadas também podem surgir de divisões celulares mal processadas, em que
uma das células-filhas não possui núcleo e a outra fica binucleada.

As células polinucleadas possuem múltiplos núcleos. A maioria das espécies de


protozoário da classe Acantharea[48] e alguns fungos em micorrizas[49] possuem células
polinucleadas. Em humanos, as células do músculo esquelético, denominadas miócitos,
tornam-se multinucleadas durante o seu desenvolvimento; o arranjo de núcleos
resultante, perto da periferia das células, permite um máximo de espaço intracelular para
as miofibrilhas.[4] Células multinucleadas também podem ser anormais em humanos; por
exemplo, células que derivam da fusão de monócitos e macrófagos, conhecidas como
células gigantes multinucleadas, por vezes acompanham reacções de inflamação[50] e
também estão envolvidas na formação de tumores.[51] ...

[editar] Evolução
Sendo a principal característica que define uma célula eucariótica, a origem evolutiva
do núcleo tem sido alvo de muitas especulações. Quatro grandes teorias foram propostas
para explicar a existência do núcleo, apesar de nenhuma ter até agora um apoio
alargado.[52]

A teoria conhecida como modelo sintrófico propõe que uma relação simbiótica entre as
Archaea e as Bacteria terá criado a célula eucariótica portadora de núcleo. Formula-se
que a simbiose se originou quando Archaea primitivas, similares às actuais Archaea
metanogénicas, invadiram e passaram a viver dentro de bactérias similares às actuais
mixobactérias, eventualmente formando um núcleo primordial. Esta teoria é análoga à
teoria aceite sobre a origem da mitocôndria eucariótica e do cloroplasto, que se pensa
terem se desenvolvido a partir de uma similar relação endossimbiótica entre um proto-
eucariotas e bactérias aeróbias.[53] A origem do núcleo entre as Archaea é suportado por
observações de que este grupo e os eucariotas possuem genes similares para
determinadas proteínas, incluindo as histonas. As observação que mostram as
mixobactérias como organismos móveis, que podem formar complexos multicelulares e
que possuem quinases e proteínas G similares aos Eukarya, suportam uma origem
bacteriana da célula eucariótica.[54]

Um segundo modelo propõe que células proto-eucarióticas evoluíram a partir de


bactérias, sem estágios endossimbióticos. Este modelo é baseado na existência das
bactérias do filo Planctomycetes, que possuem uma estrutura nuclear com poros
primitivos e outras estruturas membranares compartimentadas.[55] Um modelo similar
propões que uma célula semelhante à eucariótica, o cronócito, evoluiu primeiramente,
tendo depois fagocitado membros das Archaea e Bacteria, gerando assim o núcleo e a
célula eucariótica. [56]

O modelo mais controverso, conhecido como eucariogénese viral, propõe que o núcleo
composto de membranas, assim como outras estruturas eucarióticas, originaram-se a
partir da infecção de um vírus. A sugestão é suportada por similaridades entre eucariotas
e vírus: fitas lineares de ADN e ligação forte a proteínas (analogia entre histonas e
envelope viral). Uma versão da proposta sugere que o núcleo evoluiu ao mesmo tempo
em que a fagocitose, formando um predador celular primitivo.[57] Outra variante propõe
que os eucariotas são originários de Archaea primitivos, infectados com poxvirus,
baseada nas semelhanças entre a polimerase de ADN de modernos poxvirus e
eucariotas.[58][59] Tem sido sugerido que a questão ainda não resolvida da evolução do
sexo possa estar ligada à hipótese da eucariogénese viral.[60]

Finalmente, uma proposta recente sugere que variantes tradicionais da teoria da


endossimbiose são insuficientemente robustas para explicar a origem do núcleo
eucariótico. Este modelo, denominado "hipótese exomembranar", sugere que o núcleo
se originou de uma única célula ancestral que formou uma segunda membrana celular
externa; a membrana interior que envolvia a célula original tornar-se-ia na membrana
nuclear, formando poros mais complexos ao longo do tempo, permitindo a passagem de
componentes celulares sintetizados internamente como as subunidades ribossomais.[61]
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