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a ser desenvolvido.
Políticas educacionais Unidade 13
GLEYDS SILVA DOMINGUES possui graduação em Educação Cristã - Seminário Teológico Batista
Nacional (1995) e graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco (1987). Mestre em
Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba Atualmente é Doutoranda em Teologia pela Escola
Superior de Teologia (EST). Professora da Faculdade Teológica Batista do Paraná e Professora de Pós-
Graduação da Faculdade de Administração, Educação e Letras (modalidade presencial e a distância). Tem
experiência na área de Educação, com ênfase em formação de professores, atuando principalmente nos
seguintes temas: currículo e conhecimento escolar; trabalho e formação de professores; investigaçãoação,
didática, políticas educacionais e gestão.
Bibliografia Básica
DAVIES, Nicholas. Legislação Educacional Federal Básica. São Paulo: Cortez, 2004.
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar.
Políticas, Estrutura e Organização. São Paulo: Cortez, 2012.
LÜCK, Heloisa. Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. Rio de Janeiro:
Vozes, 2006.
Bibliografia Complementar
DEMO, Pedro. A Nova LDB: ranços e avanços. São Paulo: Papirus, 1998.
GADOTTI, Moacir. A Escola Cidadã. São Paulo: Cortez, 2008.
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de Souza; SILVA, Eurides Brito da. Como Entender e Aplicar a Nova
LBD. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
Políticas educacionais Unidade 13
Sumário
Plano de Ensino ...................................................................................................................................... 06
Apresentação .......................................................................................................................................... 07
Introdução ............................................................................................................................................... 09
Unidade 01
Assim inicia-se o estudo sobre política educacional .......................................................................... 10
Unidade 02
A carta magna brasileira e a educação ................................................................................................. 17
Unidade 03
Legislação educacional brasileira: desenrolando os fios na história ................................................. 25
Unidade 04
Para onde vai a educação? .................................................................................................................... 31
Unidade 05
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Chegou a vez das diretrizes curriculares .............................................................................................. 38
Políticas educacionais Unidade 13
Plano de Ensino
Ementa
Competências
Estabelecer paralelos entre a Constituição Brasileira, a Lei de Diretrizes e Bases e o Plano Decenal de
Educação.
Definir a função das diretrizes curriculares na organização e gestão dos Cursos de Graduação.
Conteúdo Programático
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Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Nada do que foi será
De novo do jeito
Que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
Políticas educacionais Unidade 13
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Acredito que agora você ficou curios@. Confira a analogia que se pode traçar dentre os vários sentidos
a serem representados.
Primeira pergunta: o que interfere na formação de uma “onda”? Com certeza, para aqueles que estão
acostumados com esse fenômeno natural e que presenciam isso em sua realidade dirão: - as marés.
Essa foi fácil. E agora, tente responder: - o que interfere na formação das marés? Nem precisa ser pesca-
dor ou entendedor de astronomia para responder: a lua. Isso mesmo!
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E a última questão: qual o lugar de destino das ondas? Claro que é a praia.
Assim, pode-se chegar à seguinte conclusão: a lua interfere na formação das marés, e as marés, por sua
vez, influenciam na formação das ondas que desaguam na praia. Essa sequência de influências tem tudo
a ver com as políticas educacionais. Como assim? Você deve estar se perguntando.
Bem, veja a explicação: a lua é personificada na imagem do Ministério da Educação e Cultura (MEC),
que comanda o sistema educacional brasileiro, o qual determina as marés (toda sorte de leis, resoluções,
diretrizes, projetos e programas) que serão enfatizados para os sistemas subordinados.
Essas leis, diretrizes, projetos, programas dentre outros (assim como o governo) é regido por ondas, ou
seja, fazem parte de uma proposta governamental que, ao sair de linha, torna-se quase que inexistente,
não é dada continuidade (vem, volta e, às vezes, se desfaz). E tudo isso tem um destino certo chamado
instituição de ensino.
Então, percebeu a sutileza da ação política?
Políticas educacionais Unidade 13
Introdução
Já que a apresentação foi realizada por meio de uma música, então que tal conferir um trecho retirado de Aristóteles
para aprofundar, ainda mais, a questão sobre o efeito da política no âmbito da vida. Fala-se em vida porque, de
fato, a política não está reduzida apenas à organização e ao governo de um Estado, mas à sua própria constituição e
formação identitária, uma vez que os sujeitos são alvos diretos de sua prática.
Antes que você pense que isso é puramente uma questão ideológica, que tal irmos direto ao fato, afinal diante de
fatos, os argumentos devem ser ainda mais contundentes. Concorda?!
Admite-se geralmente que toda arte e toda investigação,
Assim como toda ação e toda escolha,
Têm em mira um bem qualquer (...)
Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim (...)
Que desejamos por ele mesmo
E tudo o mais é desejado no interesse desse fim (...)
Evidentemente tal fim será o bem,
Ou antes, o sumo bem.
Mas não terá o seu conhecimento, porventura,
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Grande influência sobre a nossa vida (...)
Esforcemo-nos por determinar,
Ainda que em linhas gerais apenas.
O que seja ele e de qual das ciências ou faculdades
Constitui o objeto.
Ninguém duvidará de que o seu estudo
Pertença à arte mais prestigiosa
E que mais verdadeiramente
Se pode chamar a arte mestra.
Ora a política mostra ser dessa natureza,
Pois é ela que determina quais as ciências
Que devem ser estudadas num Estado,
Quais são as que cada cidadão
Deve aprender, e até que ponto (...)
(Aristóteles, Ética a Nicômaco, I, 1 e 2)
Na concepção aristotélica, a política seria a base fundante da vida em sociedade, por assim como o maestro, ela rege
o ritmo, a melodia e ensaia a canção ou música a ser apresentada. A política pode ser entendida como a linha mestra
que determina os rumos da sociedade e do Estado em que ganha legitimidade e força.
Ainda na concepção aristotélica, a política traça as diretrizes do ato de formação humana, dando contornos, sub-
stância e até limites, afinal, a visão que se tem de ser humano será aquela que predominará nas propostas do Estado.
Isso pressupõe que o Estado exerce gerência sobre a realidade, a partir da defesa do tão aclarado “bem comum”.
Objetivo
Objetivo
Para iniciar esta Unidade Temática faz-se condições dentro das quais se exerce a liberdade
necessário apresentar primeiramente o conceito individual, o cumprimento da justiça, etc
sobre política, visto que sua definição ajuda no (MORA, 2001, p. 2312).
processo de compreensão sobre o seu papel na
No conceito apresentado, encontram-se as duas
realidade social. Antes, porém, é preciso definir o
faces inerentes da política, a que é exercida tanto
sentido dado ao conceito.
por uma classe social, como pelo cidadão. Isso
Entende-se por conceito: sinaliza para uma visão includente de política,
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uma visita. propostas viáveis para a formação humana, as
Passado alguns meses voltou o presidente
quais devem estar assentadas na qualidade e na
àquela tribo, levando na pasta um projeto de
excelência educativas. Tanto deveria ser assim
reflorestamento. Para sua surpresa, encontrou a
que os projetos e planos educacionais, em seus
floresta tal qual sempre foi. Na verdade, nada
textos, reafirmam essa máxima, embora o que se
entendeu. Será que os índios não aprenderam
assiste é um distanciamento quanto à efetivação
a usar o aparelho? No outro dia, os índios
dessas metas.
levantaram-se como de costume e saíram para A política educacional possibilita compreender,
o trabalho. O presidente reparou na turma da também, o sentido dado à formação humana em
árvore que se dirigia para a floresta, com a serra suas múltiplas dimensões, isso porque não são
elétrica na mão. Chegando ao lugar, dançaram contemplados apenas aspectos ligados ao processo
em torno da árvore eleita, cantaram e passaram escolar, mas todas as áreas que permeiam a forma-
a máquina ao índio mais velho. Este ligou o ção, desde as normas até a prática propriamente
aparelho aproximou-se da árvore e em menos dita. Isso implica pensar que o alcance dado pelas
de cinco minutos estava derrubada. Os índios políticas é abrangente, pois não se detém ao âmbi-
prorromperam em uma dança em torno da to da sistematização do conhecimento, mas as áre-
árvore, até o final do dia. O presidente interpelou as que devem ser contempladas, a fim de que essa
o cacique, querendo saber por que os índios formação seja assegurada.
não cortavam muitas árvores e guardavam ou
acumulavam. O cacique respondeu: - não, índio No contexto das políticas educacionais, então,
só precisa de uma árvore. é possível encontrar diretrizes que visem
ao financiamento da educação, estrutura,
Visões diferenciadas possibilitam olhares diferen- funcionamento e organização dos sistemas de
ciados sobre um mesmo objeto do conhecimen- ensino, indicadores de avaliação de qualidade,
to. Então, a compreensão dada à política assume processos de gestão e seus mecanismos,
vários sentidos, devido às histórias, experiências, fomento à cultura, esporte e lazer, merenda
cultura e idiossincrasias de cada povo situado num escolar, sustentabilidade e ecologia, parâmetros
espaço e lugar. curriculares para a educação básica, formação de
Outra ideia contemplada no conceito de política professores, entre outros.
de Mora (2001) está em sua conexão com o Diante disso, você já pode perceber que o
Estado, à medida que produz, organiza, estrutura tema políticas educacionais envolve uma série
e planeja as ações de governo, as quais devem de temáticas, algumas que são veiculadas ou
Políticas educacionais Unidade 01
conhecidas pela sociedade brasileira e outras que a d) a ampliação da concentração do capital e seu
sociedade só conhece quando se tornam públicas. domínio sobre o trabalho; o trabalho subordina-
Como é o caso das avaliações e dos índices de se formal e concretamente ao capital, e
desenvolvimento da educação básica (IDEB),
que se tornam pautas de campanhas partidárias e) a qualificação simples (trabalho simples), o
na época de eleições e são divulgadas pelos que leva o trabalhador a perder o saber global
partidos nos horários eleitorais, ora para dizer sobre o trabalho.
que a educação melhorou, ora para salientar que
o seu plano de governo visa elevar a qualidade de
ensino. São discursos contraditórios apresentados
pelos diferentes partidos e que depois da eleição,
não se sabe mais o que se está realizando. Eles
voltam ao anonimato. Uma pena, não é mesmo?
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As políticas educacionais ainda refletem as
transformações da sociedade, ou seja, aquelas
provenientes da natureza técnica, científica, Na perspectiva da primeira revolução, pode-se
econômica e política. Isso se torna mais visível inferir que a formação humana voltava-se para
no contexto do trabalho e da escola, espaços que o preparo da mão de obra barata, desprovida da
absorvem os impactos dessas transformações. capacidade de pensar sobre o próprio processo de
Que tal olhar isso a partir da história, claro que de produção, visto que, por ser um trabalho repetitivo,
uma forma panorâmica e bem pontuada? Afinal, o rotineiro e automático, não havia espaço para a
objetivo não é o esgotamento, mas a significação criação livre e nem para o exercício da autonomia,
desses momentos quanto à proposta da formação antes todo o processo já havia sido projetado, por
humana. Para isso, faz-se necessário pontuar sobre isso o trabalhador, apenas, deveria seguir os passos
as revoluções que marcaram os séculos até os dias traçados. Esse trabalho, então, poderia ser atribuído
de hoje. a qualquer pessoa, pois o nível de complexidade
era muito baixo. Isso refletia na remuneração que
A primeira Revolução Técnico-Científica marca era assalariada e na desvalorização do próprio
sua presença na segunda metade do Século XVIII trabalhador. Com a primeira revolução, marca-se
e tem como pilares, segundo Libâneo, Oliveira e a distinção entre duas fronteiras de classes: elite
Toshi (2012, p.71): e proletária. A primeira detinha os processos de
a) a evolução da tecnologia aplicada à produção produção, e a segunda garantia esse processo.
de mercadorias, a utilização do ferro como
A segunda Revolução Técnico-Científica ocorre
matéria-prima, a invenção do tear e a substituição
na segunda metade do século XIX e apresenta
da força humana pela energia e máquina a vapor.
as seguintes características, segundo Libâneo,
Cria-se a passagem da sociedade agrária para a
Oliveira e Toschi (2012, p. 72):
sociedade industrial;
• caracteriza-se pelo surgimento da ação, da
b) a imposição do controle de tempo, a
energia elétrica, do petróleo e da indústria
disciplina, a fiscalização e a concentração dos
química e pelo desenvolvimento dos meios de
trabalhadores para o processo de produção;
transporte e de comunicação;
c) a ampliação da divisão do trabalho, fazendo
• fornece condições objetivas para um sistema
surgir o trabalho assalariado e o proletariado;
Políticas educacionais Unidade 01
de produção em massa e para a ampliação do
trabalho assalariado;
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para setores em expansão, como: automobilístico,
como o operário-padrão. serviços (elétricos, eletroeletrônicos, mecânicos,
alimentos) e educação (formação de professores),
no qual a demanda por profissionais visava
suprir a falta de técnicos na sociedade em franco
desenvolvimento.
A Terceira Revolução Científica e Tecnológica
tem início na segunda metade do século XIX,
a qual antecedeu a onda da evolução no campo
Informacional que se instala nos século XX e que
atinge a contemporaneidade.
A terceira Revolução tem como marcas, segundo
Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 72):
I. a microeletrônica, a cibernética, a tecnotrônica,
a microbiologia, a biotecnologia, a engenharia
genética, as novas formas de energia, a robótica,
a informática, a química fina, a produção de
Nesse sentido, a Segunda Revolução traz em seu
sintéticos, as fibras óticas, os chips;
centro a questão da produtividade em massa.
Essa produtividade barateou ainda mais a mão II. acelerar e aperfeiçoar os meios de transporte
de obra e a sua qualificação, pois a partir de e as comunicações (revolução informacional);
tarefas fragmentadas e sem variação, impediu
o desenvolvimento da criação inventiva e do III. aumentar a velocidade e a descontinuidade do
controle dos processos pelo próprio trabalhador. processo tecnológico, da escala de produção,
Bastava ao ser humano apenas reproduzir os da organização do processo produtivo, da
modelos, levando em consideração o tempo e a centralização do capital, da organização do
quantidade, pois sua avaliação estava presa ao processo de trabalho e da qualificação dos
resultado esperado de sua produção. Um bom trabalhadores;
exemplo desse processo é o filme “Tempos
IV. transformar a ciência e a tecnologia em
Modernos”. Nele, está bem demarcada a figura
matérias primas por excelência;
do operário-máquina, que se confunde até mesmo
com o objeto da linha de produção. V. organizar a produção de forma automática,
Políticas educacionais Unidade 01
autocontrolável e autoajustável mediante se tornam comuns termos como realidade
processos informatizados, robotizados por virtual, ciberespaço, hipermídia, correio
meio de sistema eletrônico; eletrônico, Orkut, Facebook, Twiter e outros,
expressando as novas realidades e possibilidades
VI. Tornar a gestão e a organização do trabalho informacionais. Já é comum também a utilização
mais flexíveis e integradas globalmente, e de uma linguagem digital, sobretudo entre os
VII. favorecer a criação de uma economia baseada jovens, para expressar sentimentos e situações
no acesso a serviços, informações, bens de vida;
intangíveis, experiências, etc. • os diferentes mecanismos de informação
Perceba que essa Revolução traz algumas novidades digital (comunicação instantânea), de acesso
ao processo produtivo, primeiro, a flexibilização à informação, de pesquisa e de ligação entre
e a integração; segundo, a acessibilidade aos matérias sempre atualizadas e qualificadas;
bens produzidos; terceiro, a inovação no campo • as novas possibilidades de entretenimento e de
informacional; quarto, a criação de unidades educação (TV educativa, educação a distância,
cada vez menores de armazenamento de dados; vídeos, softwares, etc.), e
quinto, o poder de domínio da tecnologia;
sétimo, substituição da mão de obra humana por • o acúmulo de informações e as infindáveis
alta tecnologia; oitavo, a expansão do chamado condições de armazenamento.
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Referências
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Políticas educacionais Unidade 01
Atividades
Sei responder
a) primeira Revolução
b) segunda Revolução
c) terceira Revolução
d) quarta Revolução
a) primeira Revolução
b) segunda Revolução
c) terceira Revolução
d) quarta Revolução
Políticas educacionais Unidade 02
A carta magna brasileira e a educação
Objetivo
Objetivo
Se existe uma carta que é importante para uma a proteção à maternidade e à infância, a assistência
sociedade, esta é a Constituição. Afinal, além de aos desamparados, na forma desta Constituição”.
estabelecer os princípios que regem o país, ela,
A educação no rol dos Direitos Sociais torna-se,
ainda, normatiza sobre os direitos, os deveres
então, um direito que deve ser estendido a todo
das pessoas jurídicas e físicas, contemplando a
o cidadão, sem distinção de classe, raça ou cor.
natureza pública e a privada. Isso é revelador,
Enquanto direito, ele faz parte do indivíduo, sendo,
pois se cada cidadão ou cidadã quiser conhecer a
portanto, subjetivo. O Estado, ao oportunizar esse
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identidade de seu país, no que ele acredita, prioriza
direito, não está fazendo além de sua obrigação. O
e investe, então, lhe resta ler a Constituição.
Estado está cumprindo um preceito constitucional.
Essa constatação é tão verdadeira que a
No artigo 22, Inciso IX, lê-se que é de compe-
Constituição serve como parâmetro mediador
tência privativa da União legislar sobre as leis
para a criação de novas leis, políticas, planos e
de diretrizes e bases da educação nacional. Isso
projetos. Verifica-se isso no caso da educação, da
porque cabe a União dar um rumo comum que
saúde, da proteção ambiental, da questão afro e
deve ser seguido tanto pelos estados da federação
indígena, dentre outros.
como pelo Distrito Federal, municípios e territó-
O certo é que quando se conhece a Constituição, rios. Então, percebe-se,
torna-se perceptível a compreensão de como aqui, a subordinação dos
o Estado se estrutura, organiza e funciona em estados, Distrito Federal,
torno das questões de princípios, direitos, deveres, municípios e territórios à
sanções, responsabilidades e obrigações. diretriz dada pela União.
O não cumprimento dis-
Ao ler a Constituição, compreendemos que, por so é considerado incons-
vivermos num Estado Democrático de Direito, titucional.
o seu fundamento preceitua que todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de Já no artigo 23, Inciso V, lê-se sobre a competência
representantes eleitos ou diretamente. Por isso comum a ser celebrada entre a União, os
que se torna tão importante exercer a cidadania Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Essa
neste país. Quer queiramos ou não, somos seres competência diz respeito aos meios de acesso à
políticos e não devemos dar as costas para essa cultura, à educação e à ciência. Isso sinaliza que
responsabilidade-missão. esses entes deverão criar e oportunizar leis e ações
que atendam a essa finalidade constitucional.
Feita essa pequena introdução, faz-se necessário
sinalizar sobre como a presença da educação O artigo 24, no Inciso IX, diz que a União, os
figura na Constituição. A primeira referência é Estados, o Distrito Federal deverão legislar sobre
que a educação é alistada como um direito social. a educação, cultura, ensino e desporto de forma
Isso está descrito no artigo 6º, cujo Título é: Dos concorrente. Isso significa que os entes têm a
Direitos Sociais. Ele expressa que: capacidade de legislar sobre o mesmo ponto
de forma convergente. Então, cada ente pode
“São direitos sociais a educação, a saúde, o criar leis sobre o seu próprio sistema de ensino,
trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, desde que não conflita com o estabelecido na
Políticas educacionais Unidade 02
Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases da à União o direito de fiscalizar o que os entes
Educação Nacional. federados e o Distrito Federal estão realizando na
esfera de suas competências.
O artigo 30, ao falar sobre a Competência
dos Municípios, apresenta em seu Inciso VI Esta mesma atribuição interventora da União é
a seguinte direção: Compete aos Municípios conferida aos Estados em relação aos Municípios
manter com a cooperação técnica e financeira da no artigo 35, Inciso III, sendo dado a eles o direito
União e do Estado, programas de educação pré- de fiscalizar sobre a aplicação correta dos recursos
escolar e de ensino fundamental. Isso significa destinados ao ensino e à saúde.
que os Municípios recebem subvenção de caráter
técnico e financeiro para a gestão dos seus Na proposta constitucional, cada ente federado terá
sistemas de ensino. competências bem definidas. Essas competências
não podem sobrepor ou extrapolar os limites
O artigo 34, na alínea e, ressalta que a intervenção dados pela Carta Magna. Então, para uma melhor
da União nos Estados e no Distrito Federal só visualização sobre a competência da União, dos
será cabível quando houver descumprimento Estados e dos Municípios quanto às atribuições de
dos princípios constitucionais e na ausência de cada sistema de ensino, pode-se apresentar uma
aplicação do mínimo exigido da receita resultantes síntese. Essa síntese objetiva ajudar no processo
de impostos estaduais, no provimento, na de compreensão sobre a esfera de atuação de cada
manutenção e no desenvolvimento do ensino e nas ente federado. Segue-se o quadro com a síntese
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V- valorização dos profissionais do ensino,
garantidos na forma da lei, planos de car-
reira para o magistério público, com ingresso
exclusivamente por concurso público de pro-
vas e títulos, aos da rede pública.
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de 10 anos. Esse plano tem por objetivo articular
o sistema nacional de educação em regime de
colaboração, definir diretrizes, objetivos, traçar
metas e estratégias para esse período, a fim de
assegurar o desenvolvimento e a manutenção do
ensino nos níveis, nas etapas e nas modalidades
da Educação Básica e no Ensino Superior, tendo
O Plano Nacional de Educação age na
aprovado o seguinte texto:
promoção da qualidade educacional, a fim de
Erradicar o analfabetismo: dar um fim a um elevar a educação do país a patamares mais
problema tão antigo que, ainda, persiste no cenário aceitáveis de desenvolvimento e excelência.
da sociedade brasileira. As metas para o decênio 2011- 2020 constam
assim no Relatório Aprovado:
Universalizar o atendimento escolar:
oportunizar escolas para todos e todas, ou seja, Meta 1: Universalizar, até 2016, a educação
dar condições para que todas as crianças tenham infantil na pré-escola para as crianças de quatro
acesso à educação pública gratuita e de qualidade. a cinco anos de idade e ampliar a oferta de
educação infantil em creches de forma a atender,
Melhorar a qualidade do ensino: prover meios no mínimo, cinquenta por cento das crianças de
para elevar os índices da qualidade de ensino. até três anos até o final da vigência deste PNE.
Um dos meios pensado, em nível nacional, vem
associado à proposta de avaliação externa, como Meta 2: Universalizar o ensino fundamental
Sistema de Avaliação da Educação Básica, Exame de nove anos para toda a população de seis
Nacional do Ensino Médio, Exame Nacional de a quatorze anos e garantir que pelo menos
Avaliação e Desempenho Educacional, Provinha noventa e cinco por cento dos alunos concluam
Brasil, sem falar dos instrumentos e processos essa etapa na idade recomendada, até o último
avaliativos em nível estadual e municipal. ano de vigência deste PNE.
Formar para o trabalho: prover e priorizar a Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento
qualificação profissional, o que indica formar para escolar para toda a população de quinze a
o mercado de trabalho. dezessete anos e elevar, até o final do período de
vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas
Promover o desenvolvimento humano, no ensino médio para oitenta e cinco por cento.
científico e tecnológico do país: a tríade pensada
para que uma sociedade possa alcançar patamares
Políticas educacionais Unidade 02
Meta 4: Universalizar, para a população de jovens e adultos na forma integrada à educação
quatro a dezessete anos, o atendimento escolar profissional, nos ensinos fundamental e médio.
aos alunos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou Meta 11: Triplicar as matrículas da educação
superdotação, preferencialmente na rede regular profissional técnica de nível médio, assegurando
de ensino, garantindo o atendimento educacional a qualidade da oferta e pelo menos cinquenta
especializado em salas de recursos multifuncionais, por cento da expansão no segmento público.
classes, escolas ou serviços especializados, públicos Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na
ou comunitários, nas formas complementar e educação superior para cinquenta por cento
suplementar, em escolas ou serviços especializados, e a taxa líquida para trinta e três por cento da
públicos ou conveniados. população de dezoito a vinte e quatro anos,
Meta 5: Alfabetizar todas as crianças, no assegurada a qualidade da oferta e expansão
máximo, até o final do terceiro ano do ensino para, pelo menos, quarenta por cento das novas
fundamental. matrículas, no segmento público.
Meta 6: Oferecer educação em tempo integral Meta 13: Elevar a qualidade da educação superior
em, no mínimo, cinquenta por cento das escolas pela ampliação da proporção de mestres e
públicas, de forma a atender, pelo menos, doutores do corpo docente em efetivo exercício
vinte e cinco por cento dos (as) alunos (as) da no conjunto do sistema de educação superior
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comunidade escolar, no âmbito das escolas 8- Criar uma associação comum para o
públicas, prevendo recursos e apoio técnico da desenvolvimento.
União para tanto. Pode-se inferir desse documento que os objetivos
abrangem outras esferas, além da educação, o que
Meta 20: Ampliar o investimento público em
sinaliza para uma interdependência de fatores que
educação pública de forma a atingir, no mínimo,
contribuem para que a qualidade de vida seja uma
o patamar de sete por cento do produto Interno
conquista e uma realidade no contexto dos países
Bruto (PIB) do País no quinto ano de vigência
da América Latina e Caribe.
desta Lei e, no mínimo, o equivalente a dez por
cento do PIB ao final do decênio. Bom, você já pode perceber a interligação
existente entre os diferentes discursos. Essa
Como você já pode perceber, o que a Constituição
interligação evidencia que as políticas educacionais
prevê é o que de fato irá se concretizar na realida-
não surgem do vazio, antes são projetadas
de social. Claro que os planos, projetos e políticas
com uma intencionalidade bem definida. Essa
projetadas também sofrem pressões de organismos
intencionalidade também está presente na Lei de
internos e de acordos celebrados. Um dos meca-
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN),
nismos que influencia a educação brasileira é a
por isso será alvo de nossos estudos. Isso porque
UNESCO (Organização das Nações Unidas para
“as diretrizes nascidas das bases inscritas na Carta
Educação, Ciência e a Cultura). Tanto é assim, que
Magna, que se constituem na matéria prima de uma
essas metas estão condensadas num documento
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”.
que prevê insumos de desenvolvimento, crescimen-
(SOUZA e SILVA, 1997, p. 1)
to e qualidade na educação para a América Latina
e o Caribe, os quais foram celebrados pelos Minis- Descanse um pouco, faça as atividades e
tros da Educação desses países numa reunião de prepare-se para mais uma jornada no campo das
foro Intergovernamental. políticas educacionais.
Referências
Atividades
Sei responder
1 - Observe a charge e marque a ÚNICA resposta que não está contemplada na imagem.
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a) a educação é inclusiva
b) a educação não oferece oportunidade a todos.
c) não há escolas para todos.
d) o acesso e a universalização da educação, ainda, é uma meta.
Conhecer a importância da lei que estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional.
Objetivo
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o princípio é um processo lentíssimo,
demorado, que exige tempo e paciência, Em 34, surge no Brasil o movimento da Escola
para se perceber em que direção quer ir, que Nova que, inspirado nos ideais pedagógicos
tenteia o caminho como um cego, progressistas de Dewey, Claparede e funcionalista
o princípio é só o princípio.” de Durkhein, introduzem a visão humanista e laica
do ensino, embora este último ideal fosse alvo de
Ao se fazer uma retrospectiva da educação resistências de grupos espiritualistas e cristãos,
brasileira, a partir dos anos 30, é preciso apontar pois defendiam a existência, o funcionamento e a
os fatos históricos que impactaram, e que ainda presença livre de escolas confessionais.
impactam o nascimento e implantação de políticas
educacionais, explicitadas na forma de legislação. Em 37, com o advento do Estado Novo, é
atribuída ao Estado a função de traçar as diretrizes
“As políticas educacionais foram tratadas na da Educação Nacional e, ainda, de fixar o Plano
qualidade de componentes do conjunto das Nacional de Educação. O Estado, ainda, deveria
políticas públicas de corte social, entendidas assegurar o caráter gratuito e compulsório
como a expressão da ação (ou não) social do do ensino primário e manter os seus sistemas
Estado e que têm como principal referente educacionais.
à máquina governamental” (AZEVEDO e
AGUIAR, 2001, p. 73). Jardim et al (1985, p. 15) ressaltam que “mantendo
o caráter gratuito e compulsório do ensino
Além de esse poder regulatório do Estado, primário, o dispositivo constitucional preocupou-
ainda, faz-se necessário evidenciar a influência se sobretudo com a instrução vocacional e pré-
de correntes de pensamento no processo de vocacional”.
constituição do Estado e, consequentemente, de
políticas educacionais, uma vez que novas ideias Na gestão Capanema, novas ações demarcam
assumidas e incorporadas se legitimam na forma o cenário educacional, como: a fundação da
como este mesmo Estado é estabelecido. Faculdade Nacional de Filosofia; a criação do
Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP)
A década de 30 torna-se o princípio da Reforma e da Comissão Nacional do Livro Didático, além
Educacional Brasileira, a partir da implantação das da Comissão Nacional do Ensino Primário.
propostas de Fernando Campos, que assume a
pasta de ministro do recém criado Ministério da Em 41, ainda sob o comando de Capanema, é
Educação e Saúde. É dele a autoria da reforma do criada a Lei Orgânica de Ensino Industrial, a qual
ensino primário e secundário ocorridas em Minas expandiu a oferta do ensino técnico-profissional
Gerais e ampliadas para todo o território nacional. para todo o território nacional.
Políticas educacionais Unidade 03
Em 42, o ensino secundário passa por mais uma c) O fortalecimento da unidade nacional
reforma. Agora sua estrutura é apresentada pela e da solidariedade internacional;
terminologia ciclos: o primeiro ciclo correspondia
ao ginasial. Sua duração era de 4 anos, comum a d) O desenvolvimento integral da
todos; o segundo ciclo, correspondia ao colegial, personalidade humana e a sua participação
subdivido em clássico e científico. O objetivo do na obra do bem comum;
clássico era a formação humanística e do científico e) O preparo do indivíduo e da sociedade
a formação realística. para o domínio dos recursos científicos
Em 46, é promulgada a nova Carta Magna do e tecnológicos que lhes permitam utilizar
país, que prescreve a necessidade de nova lei de as possibilidades e vencer as dificuldades
diretrizes e bases para a educação nacional, a qual do meio;
vem se consolidar em 1961. f) A preservação e expansão do
Na década de 50, a educação brasileira apresentava patrimônio cultural;
o seguinte quadro: predominância de escolas g) A condenação a qualquer tratamento
particulares, em especial, escolas confessionais; desigual por motivo de convicção
distanciamento e diferenciações entre os ramos filosófica ou religiosa, bem como a
secundário e técnico, visto que o primeiro era quaisquer preconceitos de classe ou raça.
inflexível e acadêmico e, o segundo, utilitário;
26
27
sociais alavancadas pelo ideário desenvolvimentista se tornasse uma lei caduca, pois não acompanhava
na reformulação dos níveis de ensino primário e mais as demandas e nem as transformações sociais,
médio apontadas. econômicas, políticas, culturais e educacionais em
que se encontrava o país. Era necessário rever
Em 1971, é promulgada a nova LDBEN 5692/71. seus princípios, sua estrutura, sua organização
Essa lei estabeleceu como objetivo geral do ensino e funcionamento voltados para a educação. Os
de 1º E 2º Graus “proporcionar ao educando a principais problemas apontados pelos estudiosos
formação necessária ao desenvolvimento de giravam em torno de sua implantação e efetividade
suas potencialidades, como elemento de auto- de ação no contexto brasileiro.
realização, qualificação para o trabalho e preparo
para o exercício consciente da cidadania”. Constatou-se falhas na sua implantação,
devido a aspectos tais como: não aceitação
Uma peculiaridade da LDBEN 5692/71 é que do novo tipo de escola, por uma sociedade
seu nascimento acontece justamente no regime tradicionalmente acostumada à educação
militar, o que de fato influenciará nos rumos da acadêmica e seletiva; insuficiência de recursos
educação nacional. materiais, financeiros e humanos; inadequação
Souza e Silva (1997, p. 7) ressaltam que: “A Lei entre os currículos organizados pelas escolas
5692/71, ao manter em vigor o artigo 1º da Lei e as expectativas e necessidades do alunado
4024/61, referendou o seu respeito à formação do e do mercado de trabalho; falta de condições
eu essencial, em face dos processos circunstanciais”, da nossa escola em entender e atender aos
embora há que sinalizar a substituição dos fins anseios que a população brasileira apresentou
evidenciados na 4024/61 pelos objetivos e, estes na última década, em função dos aspectos
restritos a apenas um grau de ensino. políticos, econômicos e sócio-culturais do País
(JARDIM, et al, 1985, p. 19).
Jardim et al (1985, p. 19) dizem que as principais
inovações em relação a LDBEN anterior foram: Esses problemas foram pauta de revisão,
debates e reivindicação por uma nova LDBEN.
a) Um ensino de 1º Grau com oito séries e um Principalmente, porque em 1988 surge a nova
ensino de 2º Grau cm três ou quatro séries; Constituição que estabelece novas diretrizes e
bases para a educação nacional. Ressurge no
b) Uma integração horizontal e vertical nos
cenário brasileiro a democracia e com ela os
currículos escolares, objetivando uma continuidade
valores agregados de cidadania, autonomia e
de estudos e ao mesmo tempo, a possibilidade de
desenvolvimento do sujeito integral.
acesso ao mercado de trabalho.
Políticas educacionais Unidade 03
Mesmo neste novo contexto democrático, é claro, didático-pedagógica e à visão político-institucional.
que esse processo não foi fácil. Tanto que, após Essa inovação pode ser assim caracterizada:
várias discussões e propostas advindas da sociedade
civil, por meio de professores, universidades, Doutrinariamente: desloca a liberdade de ensino
pesquisadores, dentre outros, surge a nova para o direito de aprender, alterando o eixo do
LDBEN 9.394/96, mas que não contemplou nem processo educativo do ensino para a aprendizagem.
em cinquenta por cento as sugestões apresentadas Organizacionalmente: propõe a integração das
nas pautas de reuniões e discussões tecidas pelos etapas (educação infantil, ensino fundamental e
diversos setores da sociedade. ensino médio) em um único nível: educação básica.
Conclui-se, então, que a Lei de Diretrizes e Bases Flexibiliza, ainda, a questão de séries, podendo
da Educação Nacional (LDBEN) traça as linhas utilizar a terminologia ciclos, etapas. Esta
norteadoras para a Educação em todo o país. Ela flexibilização visa atender às demandas dos alunos
sustenta em seu interior a estrutura, a organização e dos projetos pedagógicos.
e as formas de funcionamento dos sistemas de
ensino. Sua abrangência é total, pois, agora, rege Didático-pedagogicamente: apresenta como
tanto a educação básica como a educação superior. meta da aprendizagem o desenvolvimento de
competências, as quais devem ser construídas ao
E, ainda, “da ação conjunta do texto constitucional longo da trajetória escolar.
e do contexto da Lei de Diretrizes e Bases nascem a
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tempo todo, a mutações dinâmicas e sucessivas, se Espero você na próxima Unidade Temática.
Referências
AZEVEDO, Janete M. L. de & AGUIAR, Márcia Ângela. A produção do conhecimento sobre a política
educacional no Brasil: um olhar a partir da ANPED. Educação & Sociedade, ano XXII, n° 77,
Dez/2001.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasilia: MEC, 2006.
JARDIM, Ilza Rodrigues et al. Ensino de 1º e 2º Graus. Porto Alegre: Sagra, 1985.
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de Souza; SILVA, Eurides Brito. Como entender e aplicar a nova
LDB. São Paulo: Pioneira Thomson, 1997.
Políticas educacionais Unidade 03
Atividades
Sei responder
1 - Complete a sentença, escolhendo a palavra que deve ser escrita no interior dos parêntesis.
Joana fez a seguinte afirmação: No contexto brasileiro, já tivemos 3 LDBENs. A última é de 1996.
Ela surge num ambiente (.......)
a) contrastante
b) democrático
c) técnico
d) profissionalizante
2 - Pedro estava convencido de que a melhor alteração da lei foi a que ocorreu nos anos 80.
30
Objetivo
Objetivo
Uma das questões cruciais para a educação é traçar que se encontra inserido.
sua finalidade, isso porque é ela que norteará
todos os processos formativos do ser humano. Alguns estudos (LIBÂNEO, OLIVEIRA,
Não basta, apenas, tecer ações, deve-se ater aos TOSCHI, 2012, p. 421-422) realizados apontaram
princípios e aos objetivos, pois serão eles que que, para que a proposta educacional tenha êxito,
fundamentarão as práticas educativas a serem faz-se necessário entender que existe uma série de
concretizadas na realidade social. mecanismos organizacionais que devem funcionar
31
de um modo adequado, coerente e eficiente, e que
A finalidade educativa, então, torna-se a base contemplem as seguintes características:
para a constituição de princípios e objetivos
a) professores preparados, que tenham clareza
que darão legitimidade às diretrizes, às políticas,
de seus objetivos e conteúdos, que façam
ao planejamento, ao currículo, ao processo de
planos de aula, que consigam cativar os alunos,
formação do cidadão e da cidadã.
que utilizem metodologias e procedimentos
Ao pensar dessa maneira, a Lei de Diretrizes adequados à matéria e às condições de
e Bases, obedecendo ao que está instituído na aprendizagem dos alunos;
Constituição Federal, estabelece nos primeiros
b) existência de projeto pedagógico-curricular
artigos o sentido a ser dado à educação. Sendo
com um plano de trabalho bem definido;
assim, no artigo 1º, lê-se que a educação abrange
os processos formativos. Esses processos ocorrem c) bom clima de trabalho;
em espaços formais e não formais de ensino. E
por conta disso sua amplitude é extensiva, pois não d) estrutura organizacional e boa organização
limita a educação ao âmbito da escola e da família. do processo ensino-aprendizagem;
No artigo 2º, lê-se que a educação é um dever e) papel significativo da direção e da coordenação
atribuído à família e ao Estado, o que indica a pedagógica;
responsabilidade dessas duas instituições para
f) disponibilidade de condições físicas
a sua promoção e seu desenvolvimento. Ainda
e materiais;
ressalta que a base da educação deve pautar-
se nos princípios da liberdade e nos ideais de g) estrutura curricular e modalidades de
solidariedade humana, o que sinaliza para os organização do currículo com conteúdos bem
conceitos de autonomia, cidadania e alteridade. selecionados;
Ainda, no artigo 2º, é apresentada a finalidade da h) disponibilidade da equipe para aceitar
educação que se destina ao pleno desenvolvimento inovações, observando o critério de mudar sem
do educando, seu preparo para o exercício da perder a identidade.
cidadania e sua qualificação para o trabalho. Isso
sinaliza que a educação não se limita apenas ao Essas ações impactarão a forma como a finalidade
preparo da mão de obra, mas à formação integral educativa é percebida no contexto da instituição de
do sujeito, pois o exercício de cidadania requer ensino, ao mesmo tempo em que criará condições
reconhecimento de si, do outro e do contexto em para o exercício docente e gestor do ensino.
Políticas educacionais Unidade 04
Sendo assim, para que a finalidade educacional se os artigos presentes nesse título abordarão sobre
torne uma realidade, será necessário que a proposta a responsabilidade do Estado com a educação
de ensino caminhe levando em consideração a pública, no sentido de realizar o censo, assegurar
direção manifesta, por isso deve apoiar-se nos o acesso, a gratuidade, a permanência, a oferta, o
seguintes princípios, os quais estão alistados no padrão de qualidade. Esse título ainda aborda a
artigo 3º: responsabilidade dos pais de matricular os filhos
na escola, a partir dos 4 anos de idade.
I- igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola. Vale ressaltar que no Título III não aparece o
ensino superior, o que pode inferir-se que esse
II- liberdade de aprender, ensinar, pesquisar, nível de ensino não faz parte do dever do Estado,
divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o ou seja, não tem responsabilidade para sua oferta
saber. e manutenção, o que é muito estranho, não é
III- pluralismo de ideias e de concepções mesmo? Afinal, a garantia da educação deve ser
pedagógicas. restrita ou ampliada?
33
no regimento escolar. A composição do conselho a proposta de ensino e o perfil esperado da
é proporcional ao número de alunos, professores e formação humana a ser desenvolvida.
funcionários da escola, observando o princípio da A composição dos currículos deve observar o que
paridade: 50% de integrantes da escola e 50% de está previsto na LDBEN, ou seja, além de ter uma
integrantes da comunidade. abrangência nacional, ele deve conter duas partes:
O Título V trata sobre a composição dos níveis e a base nacional comum, de acordo com a etapa de
da modalidade de ensino, o que será examinado ensino (ensino fundamental e ensino médio) e a
mais de perto, visto que essa temática está bem diversificada, que é flexibilizada de acordo com as
presente na realidade da sociedade, quer em forma peculiaridades do local. Ou seja, uma escola rural
de projetos, programas e políticas. A LDBEN comporá esta parte de temáticas que são alusivas
9394/96, ao apresentar os níveis da Educação, ao local, diferente da escola urbana que integrará
divide-os em dois: Educação Básica, que inclui outras temáticas.
a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o A despeito de existir uma resolução que
Ensino Médio; Ensino Superior, que envolve regulamenta as diretrizes curriculares de
os Cursos de Graduação, Sequenciais e Pós- cada nível de ensino, em 13 de julho de
Graduação. 2010, a Câmara de Educação Básica (CEB)
do Conselho Nacional de Educação (CNE)
A Educação Básica tem como finalidades
definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais
“desenvolver o educando, assegurar-lhe a
para a Educação Básica (DCNEB) por meio
formação comum indispensável para o exercício
da Resolução 4/2010. Tais DCNEB têm
da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir
como fundamento a responsabilidade que o
no trabalho e em estudos posteriores” (art.23).
Estado brasileiro, a família e a sociedade têm de
Em relação ao currículo, a Educação Básica deve garantir a democratização do acesso, a inclusão,
seguir as diretrizes que são voltadas para: a permanência e a conclusão com sucesso das
crianças, dos jovens e adultos na instituição
I - a difusão de valores fundamentais ao educacional, a aprendizagem para continuidade
interesse social, aos direitos e deveres dos dos estudos e a extensão da obrigatoriedade e
cidadãos, de respeito ao bem comum e à da gratuidade da educação básica. (LIBÂNEO,
ordem democrática; OLIVEIRA, TOSCHI, 2012, p. 344-345).
II - consideração das condições de As Diretrizes Curriculares da Educação Básica são
escolaridade dos alunos em cada normas obrigatórias e devem ser seguidas pelas
estabelecimento;
Políticas educacionais Unidade 04
escolas e instituições de ensino. Elas devem ser e possibilitar a correspondente
contempladas na construção do Projeto Político concretização, integrando os
Pedagógico, documento norteador da missão, da conhecimentos que vão sendo adquiridos
visão, da finalidade e da base política, filosófica, numa estrutura intelectual sistematizadora
social e educacional de formação do educando. do conhecimento de cada geração;
finalidades do Ensino Superior. Essas finalidades Nacionais, o Ensino Superior tem para cada
apontam para a tríade que norteia a função das Curso a definição das suas Diretrizes Curriculares.
Universidades: essa tríade contempla, então, a Essas Diretrizes têm abrangência nacional e
pesquisa, a extensão e o ensino. Não há como devem ser observadas quando da construção pelas
conceber uma Universidade sem a integração Instituições de Ensino Superior dos seus projetos
dessas funções, visto que sua visão basilar ancora- pedagógicos dos Cursos a serem ofertados.
se na divulgação, produção e construção de
conhecimentos que devem ser disseminados de O Título VI aborda os profissionais da educação,
forma pública para a comunidade. ou seja, dispõe sobre o processo de formação de
docentes para a educação básica; docentes para
I - estimular a criação cultural e o o ensino superior; educadores ligados à (ao):
desenvolvimento do espírito científico e do administração; planejamento; inspeção; supervisão
pensamento reflexivo; e orientação.
II - formar diplomados nas diferentes áreas A lei dita que a formação de docentes para atuar
de conhecimento, aptos para a inserção em na Educação Básica será feita em nível superior,
setores profissionais e para a participação no em curso de licenciatura, de graduação plena, em
desenvolvimento da sociedade brasileira, e universidades e institutos superiores de educação;
colaborar na sua formação contínua; admitida, como formação mínima para exercício
do magistério na Educação Infantil e nas quatro
III - incentivar o trabalho de pesquisa primeiras séries do Ensino Fundamental, a
e investigação científica, visando o oferecida na modalidade Normal. (Decreto
desenvolvimento da ciência e da tecnologia e nº3276/99-regulamentação).
da criação e difusão da cultura, e, desse modo,
desenvolver o entendimento do homem e do A formação de profissionais de educação para
meio em que vive; administração, planejamento, inspeção, supervisão
e orientação educacional para a educação básica
IV - promover a divulgação de conhecimentos será feita em cursos de graduação em pedagogia ou
culturais, científicos e técnicos que constituem em nível de pós - graduação, a critério da instituição
patrimônio da humanidade e comunicar o de ensino. A formação docente, exceto para a
saber através do ensino, de publicações ou Educação Superior, incluirá prática de ensino de,
de outras formas de comunicação; no mínimo, trezentas horas. A preparação para o
V - suscitar o desejo permanente de exercício do magistério superior será feita em nível
aperfeiçoamento cultural e profissional de pós -graduação, prioritariamente em programas
Políticas educacionais Unidade 04
de mestrado e doutorado. ças mais vulneráveis e em maior desvantagem;
O Título VII apresenta a temática dos Recursos 2- assegurar que todas as crianças, com especial
e Financiamento da Educação. Nesse título ênfase nas meninas e crianças em circunstâncias
são tratados sobre um dos dispositivos mais difíceis, tenham acesso à educação primária,
fundamentais, pois define de onde deve vir o obrigatória, gratuita e de boa qualidade até o
dinheiro para financiar a educação no país. São ano de 2015;
definidos, também, os percentuais constitucionais
3- assegurar que as necessidades de aprendiza-
de recursos para a educação em geral, as despesas
gem de todos os jovens e adultos sejam atendi-
para manutenção e desenvolvimento do ensino,
das pelo acesso equitativo à aprendizagem apro-
o padrão mínimo de oportunidades educacionais
priada, a habilidades para a vida e a programas
para o ensino fundamental e o custo mínimo
de formação para a cidadania;
por aluno, de modo a se atingir um mínimo de
qualidade no ensino. 4- alcançar uma melhoria de 50% nos níveis de
alfabetização de adultos até 2015, especialmente
Assim, os recursos públicos destinados à educação
para as mulheres, e acesso equitativo à educação
são originados das receitas: de impostos próprios
básica e continuada para todos;
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; de transferências constitucionais 5- eliminar disparidades de gênero na educa-
e outras; do salário-educação e de outras ção primária e secundária até 2005 e alcançar a
35
contribuições sociais; de incentivos fiscais e de igualdade de gênero na educação até 2015, com
outros recursos previstos em lei. enfoque na garantia ao acesso e o desempenho
pleno e equitativo de meninas na educação bási-
O Título VIII trata das disposições gerais
ca de boa qualidade;
que visam ao estabelecimento de programas
intensivos de ensino e pesquisa para oferta de 6- melhorar todos os aspectos da qualidade da
educação escolar bilíngue e intercultural aos educação e assegurar excelência para todos, de
povos indígenas; incentivo ao desenvolvimento e forma a garantir a todos resultados reconheci-
à veiculação de programas de ensino a distância dos e mensuráveis, especialmente, alfabetização,
em todos os níveis e modalidades de ensino, e de matemática e habilidades essenciais à vida.
educação continuada; permissão de organização
de cursos ou instituições de ensino experimentais; A Declaração Mundial sobre Educação para Todos
aproveitamento dos discentes da educação objetiva, ainda, a redução da taxa de analfabetismo,
superior em tarefas de ensino e pesquisa pelas a universalização do Ensino Fundamental e a
respectivas instituições, exercendo funções de melhoria da qualidade de ensino. O Brasil com
monitoria, de acordo com o seu rendimento e seu intuito de atingir esses objetivos criou os seguintes
plano de estudos. programas: Brasil alfabetizado; Fome Zero e
Bolsa- Família.
O Título IX trata das disposições transitórias. Aqui
são tratadas as disposições provisórias, ou seja, Mesmo com o desenvolvimento de políticas
por tempo definido. Nesse período, por exemplo, públicas, o Brasil, ainda, não alcançou as metas
as instituições escolares devem aproveitar o tempo e encontra-se como um país intermediário. O
de transição estabelecido para adequarem-se às ranking coloca o Brasil na 88ª posição entre
novas regras estabelecidas na Lei 9394/96. 128 países. O Brasil, apesar de ter um índice de
desempenho bom na alfabetização, possui um
Estabelece ainda que a União deverá propor o percentual insatisfatório dos alunos aprovados no
novo Plano Nacional de Educação, atendendo o 5º ano do ensino fundamental.
acordado na Declaração Mundial sobre Educação
para Todos, que ocorreu em 2000 (Dakar). Esse Esse ranking é obtido por meio da estatística
acordo foi assinado por mais de 160 países e tem realizada que tem por base as taxas de alfabetização
como metas: de adultos, a igualdade de gênero, a matrícula
na educação primária e a aprovação na escola
1- expandir e melhorar o cuidado e a educação até a quinta série do ensino fundamental. Essas
da criança pequena, especialmente para as crian- estatísticas compõem o índice de Desenvolvimento
Políticas educacionais Unidade 04
Educacional (IDE). Para que haja uma elevação Então, lembre-se disso, ao contemplar uma
desse índice, o Brasil deve investir na qualidade inovação na área da educação, saiba que ela não
da educação e, por isso, deve apostar nos seus surge de uma proposta neutra e sem motivações
indicadores. Os indicadores de qualidade da de caráter ideológico, político, social, econômico
educação são: ambiente educativo, prática e cultural. A inovação já pressupõe o interesse
pedagógica e avaliação, ensino e aprendizagem do Estado em planejar, oportunizar ou mostrar
da leitura e da escrita, gestão escolar democrática, seus avanços ou suas intenções em atender as
formação e condições de trabalho, ambiente físico demandas advindas da sociedade, no que se refere
e escolar e acesso e permanência dos alunos. ao campo educacional.
Como você pode ver, a Lei de Diretrizes e Bases da Se assim é, qual seria a proposta de formação
Educação Nacional, além de trazer especificações para os estudantes do Curso de Teologia? Que
sobre formação do educando, sistemas de ensino, diretrizes curriculares estão previstas nessa área?
financiamento, destinação de recursos, ainda Quais os conteúdos? Qual o perfil?
deve fomentar a criação de políticas públicas que
visem à qualidade educacional e que atendam as Ficou curios@? Então aguarde a nossa última
propostas oriundas dos acordos internacionais. Unidade Temática.
Referências
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BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. Brasília: MEC, 1996.
CURY, Carlos Roberto Jamil Cury. A educação básica no Brasil. In: Educação e Sociedade. V.23, n.80,
p.168-200, set., 2002.
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar.
Políticas, Estrutura e Organização. São Paulo: Cortez, 2012.
Políticas educacionais Unidade 04
Atividades
Sei responder
( ) Níveis de Ensino
( ) Declaração Mundial sobre Educação para Todos
( ) Financiamento da Educação
( ) Oito jeitos de mudar o mundo
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( ) Políticas de inclusão social
( ) Princípios e Objetivos da Educação
( ) Índice de Desenvolvimento Educacional
( ) Diretrizes Curriculares Nacionais
( ) Formação Docente
( ) Gestão Democrática
Políticas educacionais Unidade 05
Objetivo
Você sabia que para cada Curso de Graduação 5) Definição e Previsão dos Estágios
existe uma proposta de formação diferenciada? Supervisionados e das Atividades Complementares.
Essa proposta, portanto, não é feita sem uma
diretriz definida, antes é pensada para cada Curso 6) Critérios para acompanhamento e avaliação no
uma linha que define a direção a ser perseguida no decorrer do Curso.
processo de formação humana. As Diretrizes, ainda, preveem o exercício da
Se você quiser conhecer a proposta de formação autonomia da Instituição de Ensino e da sua
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projetada para os Cursos, o melhor canal de proposta pedagógica. Isso demonstra que cada
consulta são as Diretrizes Curriculares. Nela, estão Instituição de Ensino é responsável pela seleção e
presentes um conjunto de definições doutrinárias escolha dos conteúdos que comporão o currículo,
sobre os princípios, fundamentos e procedimentos visto que a matriz curricular deve aproximar-se da
que devem ser colocados em ação pelas diferentes realidade social, na qual o Curso está inserido.
instituições de ensino. A inobservância das Feita essa pequena introdução, chegou agora a hora
diretrizes pode resultar na não aprovação do de conhecer e analisar as Diretrizes Curriculares
projeto pedagógico do Curso. que normatizam o Curso de Bacharel em Teologia.
A instituição das Diretrizes Curriculares deu-se Um dado importante é que o Curso de Teologia
pela LDBEN 9394/96, cuja meta era estabelecer não era reconhecido pelo Ministério da Educação
princípios, diretrizes e critérios de composição e Cultura (MEC) como um Curso de Graduação
curricular que dessem conta da formação humana até o ano de 1999, por meio do Parecer 241.
pretendida. É por essa razão que as Diretrizes Curriculares
As Diretrizes Curriculares para o Ensino Superior voltadas para o Curso de Teologia foram um
foram aprovadas pelo Parecer 776/97, que motivo de discussões e debates no âmbito oficial,
estabeleceu orientações iniciais. Nesse Parecer como nos órgãos de representação e entre as
estão previstas as seguintes bases: flexibilidade, instituições de ensino, principalmente pela
qualidade da formação e estudos independentes diversidade de confessionalidades, que agregam
(referem-se às atividades complementares), a seus conhecimentos, suas manifestações e sua
fim de desenvolver a autonomia profissional e religiosidade. O certo é que em 2010 surgem as
intelectual dos alunos. Diretrizes Curriculares, que foram construídas em
parceria com vários representantes de diferentes
As Diretrizes Curriculares devem apresentar: Instituições de Ensino do país.
1) Perfil do egresso; Assim reza as Diretrizes Curriculares de Teologia
(2010, p.3), em relação ao propósito de sua
2) Descrição das competências, habilidades e
construção:
atitudes;
[...] o estabelecimento
3) Descrição das habilitações, das ênfases e dos
das Diretrizes
conteúdos curriculares;
Curriculares para os
4) Estrutura e organização do Curso; cursos de graduação
Políticas educacionais Unidade 05
em Teologia deverá nentes das Diretrizes Curriculares.
ter o ensejo de elevar Diferentemente da Filosofia, o graduado
a qualidade do estudo em Teologia, além da necessária forma-
da Teologia e oferecer ção acadêmica, a depender da confissão
maior clareza às ou tradição religiosa de sua origem, po-
instituições que buscam derá servir como agente operativo para
o reconhecimento apoiar a transformação social, bem como
oficial, devendo servir em situações de apoio e amparo
também levar em conta humano, e especialmente, mas não unica-
cursos que buscam mente, nas comunidades religiosas de sua
reconhecimento origem. Esse fato inconteste foi perceptí-
oficial sem observar vel no estudo comparativo que levou em
os mínimos requisitos conta 73 matrizes curriculares de institui-
formais e de qualidade. ções já credenciadas pelo MEC.
A proposta é orientar às Instituições de Ensino
que desejam ter o Curso de Teologia reconhecido,
como aquelas que precisam observar os requisitos Os pontos levantados evidenciam a natureza
mínimos para que possa alcançar a qualidade de diversa em que transita a Teologia, devido à
quantidade de tradições e matizes religiosas que
39
ensino desejável e assim pleitear o reconhecimento
do Curso no âmbito do Ministério da Educação e estão representadas no país, o que sinaliza para
Cultura (MEC). uma variedade de disciplinas a serem construídas
e que atendam às especificidades dessas tradições.
Como também, a inserção do teólogo em outras
frentes de atuação, que ultrapassa o campo da
Comunidade Religiosa. Então, têm-se, aqui,
evidenciadas duas questões básicas: currículo
e área de atuação. Essas questões ligam-se à
proposta pedagógica do Curso de Teologia que
deve atentar para a relevância do Curso e sua
Diante da busca pela qualidade de ensino, o Curso
autonomia na criação da matriz curricular do
de Teologia deve, ainda, contemplar os seguintes
Curso, como também a inserção profissional do
pontos:
futuro teólogo na esfera da sociedade. São estes
a) O conteúdo curricular tendo pontos que justificam o sentido de ser do Curso.
em vista a diversidade própria da
Teologia. Esse fato se manifesta não
apenas em termos de conteúdo (item
que necessariamente não é alcançado
pelas Diretrizes), mas nas disciplinas
oferecidas por meio de cada tendência
teológica, considerando-se a sua tradição
de origem, e até mesmo nas suas
nomenclaturas e fontes de pesquisa [...].
Em outras palavras, no Brasil o estudo
da teologia, como campo do saber, está
claramente ligado à tradição religiosa ou
confessionalidade.
b) Os objetivos de formação graduada
que resultarão no estabelecimento do
perfil do egresso e, por consequência,
também no estabelecimento das suas
competências e habilidades, compo-
Políticas educacionais Unidade 05
Desses pontos, são apresentados os referenciais universalidade de conhecimento que é própria
que substanciam as propostas dos Cursos de do ensino superior;
Teologia. Esses referenciais não anulam o fator
e. além disso, é preciso que os cursos de Teologia
da confessionalidade, mas é ela justificada com o
contemplem o eixo pragmático para qualificar
propósito de guiar a própria natureza do Curso,
não apenas teólogos acadêmicos (mesmo
pois a confessionalidade não interfere na visão
porque um teólogo não se faz apenas com a
academicista e reflexiva tão necessária à formação.
graduação, mas com uma carreira extensiva de
Assim: produção acadêmica), mas agentes comunitários
para atuar efetivamente na sociedade, tanto
a. a confessionalidade, tão cara ao saber em comunidades religiosas, como em serviços
teológico em geral, é garantida de modo geral de capelania (hospitalar, educacional, militar,
na Constituição, se efetiva e se expressa na penitenciária, etc.), e atenção multidisciplinar
educação de modo específico, sendo reafirmada em situações de catástrofes e crises sociais e
por meio da LDB; pessoais, tais como em cuidados paliativos
b. a confessionalidade não impede o caráter (no aspecto religioso) a pacientes terminais
acadêmico e reflexivo da educação teológica, numa ação paralela aos cuidados médicos e
nem impede a necessidade do conhecimento psicológicos;
amplo da Teologia que vá além das fronteiras f. nesse sentido, na graduação deve-se exigir que
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manifestações religiosas;
3- a liberdade de construção curricular, porém f. desenvolver a transcendência como
observando as Diretrizes Curriculares, a fim capacidade humana de ir além dos limites que
de evitar, contudo, o proselitismo, embora se experimentam na existência;
assegurando a identidade confessional; g. ter formação teórica e prática que o capacite
4- a proposta de uma prática multidisciplinar e para exercer presença pública interferindo
interdisciplinar, que possa dar conta da diversidade construtivamente na sociedade na perspectiva
e dos problemas sociais que afetam a sociedade; da transformação da realidade e na valorização
e promoção do ser humano;
5- a reafirmação da presença da religiosidade no
contexto brasileiro; h. assessorar instituições confessionais ou
interconfessionais, educacionais, assistenciais
6- a liberdade da instituição de ensino em defender e promocionais em âmbito teológico, tanto na
sua posição religiosa. perspectiva teórica, quanto na prática;
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Teologia, observadas as Diretrizes Curriculares práticas do curso;
Nacionais e os Pareceres da Câmara de
ii. as atividades teóricas e práticas que deverão
Ensino Superior, indicará claramente no
estar presentes desde o início do curso,
Projeto Pedagógico do Curso os componentes
permeando toda a formação do egresso de
curriculares, abrangendo o perfil do egresso,
forma integrada e interdisciplinar;
as competências e habilidades, os conteúdos
curriculares e a duração do curso, o regime de iii. a visão de educar para a cidadania e a
oferta, as atividades complementares, o sistema participação plena na sociedade;
de avaliação, o estágio curricular supervisionado
e o trabalho de conclusão curso, tudo isso iv. implementação de metodologia no processo
como componentes obrigatórios da Instituição, ensinar-aprender que estimule o aluno a refletir
sem prejuízo de outros aspectos que tornem sobre a realidade cotidiana e a aprender a
consistente o próprio projeto pedagógico; aprender;
Referência
Atividades
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Sei responder