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Introdução

O Cacuriá é uma dança típica do estado do Maranhão, no Brasil,


surgida como parte das festividades do Divino Espírito Santo no
Maranhão, uma das tradições juninas. A dança é feita em pares com
formação em círculo, o "cordão", acompanhada por instrumentos de
percussão chamados caixas do Divino (pequenos tambores). O Cacuriá
surgiu no município de Guimarães. O Cacuriá agrega vários outros
ritmos e festas da região como A Dança do Carimbó, o Bumba meu boi,
os ritmos das caixas da Festa do Divino Espírito Santo e as festividades
juninas.

História
No final da Festa do Divino Espírito Santo, após a chamada derrubada
do mastro, as caixeiras do carimbó podem descansar. É neste
momento que elas passam à porção profana da festa, com o Cacuriá.
Alauriano Campos de Almeida (1017-1993), festeiro do Divino e
organizador de brincadeiras como Bumba meu boi e Baião Cruzado
que, ao final dos festejos do Divino, levava para a praça pública uma
suíte de brincadeiras as quais deu o nome de Cacuriá. Essa brincadeira
ganha espaço nos festejos de toda a capital São Luís e no interior

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maranhense sendo popularizada principalmente por Almerice da Silva
Santos (1924), conhecida como Dona Teté. Caixeira, lavadeira e
rezadeira, montou um Cacuriá com o apoio do Laborarte, que ficou
muito conhecido por Cacuriá de Dona Teté. Ela cria em 1986, o grupo
que hoje é conhecido em todo o país, o “Cacuriá de Dona Teté” que
vem difundindo a dança desde então.
Após essa fase o Cacuriá assume e realça sua dança sensual.
Inicialmente, o Cacuriá era praticado unicamente com as caixas, mas
aos poucos foi-se acrescentando outros instrumentos,
como banjo, violão, clarinete e flauta.
A representante mais conhecida do cacuriá é Dona Teté do Cacuriá,
uma percussionista maranhense muitas vezes acreditada como uma
das criadoras do ritmo e considerada responsável pela introdução dos
novos instrumentos.

Música
A música e as danças são constituídas por músicas menores. O seu
ritmo é dado por caixas e sempre há uma pessoa que introduz a
ladainha, seguida pelos participantes que, além de dançar, respondem
ao coro. O ritmo é uma derivação do carimbó maranhense.

Dança
A dança é feita aos pares ou em formato de roda. As moças dançam
com blusas geralmente curtas e saia comprida rodada, sempre
adornadas por flores. Já os rapazes costumam usar colete sem camisa
por baixo e calças curtas. Ambos dançam descalços.
Aqui veremos as letras de algumas músicas do Cacuriá, mas é preciso
lembrar que como se trata de uma dança popular, é comum que os
versos sejam trocados ou improvisados:

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Bananeira
Bananeira ou banana
Ainda ontem eu comi
Uma banana de lá
Não me bota n'água
Que eu não sei nadar
A toada é a mesma
Olha lá
O mel é bom com cará
A toada é a mesma
Olha lá
Vamos dançar cacuriá
A toada é a mesma
Olha lá

Cabeça de Bagre
Cabeça de bagre não tem que chupar
Joguei anzol n'água peguei acará
Cabeça de bagre virou jerêrê
Ora bota no copo que eu quero beber
Cabeça de bagre virou lobisomem
Só que essa acará com pirão se come
Cabeça de bagre não tem que chupar
mulher bota fora homem vai juntar

Choro da Lera
Boa noite minha gente
Foi agora que eu cheguei
Fui chegando e fui cantando
Se é do seu gosto eu não sei

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Lera chorou, Lera chorou
Eu te disse lera
Vão te tomar teu amor
O coco para ser coco
Deve ser coco inteiro
E o homem para ser homem
Ele deve ter dinheiro
Nunca vi carrapateiro
Botar cacho na raiz
Nunca vi rapaz solteiro
Ter palavra no que diz
Eu vou dar a despedida
Como deu a jaçanã
Não cantamos tudo hoje
Deixo o resto pra amanhã

Divino
Ah! Meu divino Espírito Santo
Divino Consolador
Consolai minha alma
Quando deste mundo for
Ah! Meu divino Espírito Santo
Pé de prata bico de ouro
Dê licença dê licença
Licença queira me dar
No meio deste salão
Eu vim trazer o cacuriá

Gavião
Atirei mas não matei
Passarinho de Angola
Lá foi meu tiro perdido
Gavião avoou e foi embora

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Avoou, avoou
Avoou deixa voar
No galho da imbaúba
Gavião Totoriá
Atirei mas não matei
Lá foi meu tiro perdido
Minha pólvora foi queimada
Meu chumbo foi derretido
Se eu soubesse que tu vinhas
Como de certo vieste
Mandava varrer caminho
Com galinho de acipreste
Se eu soubesse que era assim
Aqui eu não tinha vindo
Eu tinha ficado em casa
Na minha rede dormindo
Se eu soubesse que tu vinhas
Eu tinha me preparado
Com a minha casa varrida
E o meu cabelo penteado

Fontes de Pesquisa:

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