Fui criado na campanha No cabo de um socador Em rancho de barro e capim Com as mão brotiada de calo Por isso é que eu canto assim No meu mango eu dou estalo Pra relembrar meu passado E sigo a minha campeirada Eu me criei arremedado E uma perdiz ressabiada Dormindo pelos galpão Voa e me espanta o cavalo Perto de um fogo de chão Com os cabelo enfumaçado Quando rompe a estrela D'alva Aquento a chaleira Quando rompe a estrela D'alva Já quase no clariá o dia Aquento a chaleira Meu pingo de arreio Já quase no clariá o dia Relincha na estrebaria Meu pingo de arreio Enquanto uma saracura Relincha na estrebaria Vai cantando empoleirada Enquanto uma saracura Vai cantando empoleirada Eu escuto o grito do sorro E lá no piquete Escuto o grito do sorro Relincha o potro tordilho E lá no piquete Na boca da noite Relincha o potro tordilho Me aparece um zorrilho Na boca da noite Vem mijá perto de casa Me aparece um zorrilho Pra enticar com a cachorrada Vem mijá perto de casa Pra enticar com a cachorrada Lá no centro do capão Ouço o piar de um nambú Numa cama de pelego Numa trincheira o jacú Me acordo de madrugada Grita o sabiá nas pitanga Escuto uma mão-pelada E bem na costa da sanga Acuando no banhadal Berra a vaca e o bezerro Eu me criei xucro e bagual No barulho do cincerro Honrando o sistema antigo Eu encontro os bois de canga Comendo feijão mexido Com pouca graxa e sem sal Quando rompe a estrela D'alva Aquento a chaleira Quando rompe a estrela D'alva Já quase no clariá o dia Aquento a chaleira Meu pingo de arreio Já quase no clariá o dia Relincha na estrebaria Meu pingo de arreio Enquanto uma saracura Relincha na estrebaria Vai cantando empoleirada Enquanto uma saracura Vai cantando empoleirada Escuto o grito do sorro E lá no piquete Eu escuto o grito do sorro Relincha o potro tordilho E lá no piquete Na boca da noite Relincha o potro tordilho Me aparece um zorrilho Na boca da noite Vem mijá perto de casa Me aparece um zorrilho Pra enticar com a guapecada Vem mijá perto de casa Pra enticar com a guapecada