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Ambiguidades domésticas e a pandemia

REFLEXÕES NA PANDEMIA
Eugênia Motta
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

O
principal argumento de minhas análises sobre casas é que elas são constituídas por meio
de circulações e fluxos. No movimento de pessoas, coisas, dinheiros e substâncias, as casas
são feitas, nos múltiplos sentidos que elas podem assumir: como lugares de abrigo; como
produtoras de pessoas, de parentes, de homens e mulheres; como lugares de cuidado e de se ganhar
a vida; como mercadorias. Nos últimos meses, o mundo está sendo acometido por uma epidemia
de uma doença que se espalha com bastante facilidade, justamente por meio de pessoas e objetos
que se movem, transmitindo-a de um indivíduo a outro pelo contato direto com substâncias
corpóreas. A única forma de se lidar com ela, por enquanto, é reduzir seu caráter destrutivo em
termos de escala, com a máxima diminuição de contatos e deslocamentos. Isso coloca uma questão
crucial para se pensar, então, sobre as casas: o que acontece com elas e dentro delas quando
circulações e fluxos precisam ser interrompidos ou drasticamente reduzidos?
Neste texto em forma de ensaio, levanto algumas ideias sobre casas neste momento tão singular que
é o das políticas de isolamento e distanciamento. A partir disso, arrisco algumas questões analíticas sobre
o que se pode compreender sobre casas, morar, conviver e viver nesta experiência sui generis a nós
oferecida pela pandemia do novo coronavírus. Escolhi como eixo de reflexão as ambiguidades que esse
momento cria, intensifica, esconde ou revela no uso, na concepção sobre casas e em sua construção.
Como qualquer tentativa de fazer alguma ciência social neste momento e sobre ele, esta reflexão é
também um experimento. Etnógrafos produzem dados fazendo trabalho de campo, “indo até lá”,
observando pessoas e acontecimentos in loco. Como não vou a lugar algum faz algumas semanas, meu
ponto de vista é, mais do que nunca, o da casa. Da minha casa, e do que é possível ver, ouvir e
experimentar dentro dela, olhando para fora através de janelas e telas de computadores e celulares. Peço
licença aos leitores para apresentar situações que dizem respeito a minha experiência pessoal e a de
pessoas próximas, tenham sido essas relações estabelecidas ou não a partir de interlocução durante
trabalho de campo. O tipo de imaginação etnográfica que utilizo aqui pode e deve ser um objeto de
reflexão coletiva cuidadosa; outra boa chance de se pensar sobre a natureza do nosso trabalho e da
produção teórica por meio da proximidade com as pessoas. Mas isso é assunto para depois.
As casas, vistas de perto e por dentro, são lugares de muitas ambiguidades. São os espaços onde
cuidado e violência, afeto e dinheiro, liberdade e aprisionamento, intimidade e vida pública se misturam
e frequentemente são faces dos mesmos processos vitais. Isso tem a ver com uma questão central que é
a casa ser um espaço de existência comum. Uso aqui a palavra comum nos três sentidos que ela pode
suscitar. O primeiro é o que alude ao que é ordinário e cotidiano, o segundo diz respeito ao que é
compartilhado, propriedade de muitos, e o terceiro conota a coincidência existencial e a constituição

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mútua de pessoas e delas com coisas e substâncias. O comum doméstico é feito de concepções,
moralidades, coisas, humanos, animais, substâncias e imaginação. Essas ideias abstratas que apresentei
até agora são resultado de uma tentativa de compreender casas como esse arranjo complexo, mutante e
povoado de aparentes e efetivas contradições. A densidade vital (a quantidade, qualidade e centralidade
do que acontece nas casas e para que elas existam) as torna espaços especialmente críticos durante as
políticas de isolamento que dizem: #fiqueemcasa.

A liberdade para (escolher) se aprisionar

Uma parte de nós está em casa, fazendo o que se chama de home office. Usamos basicamente nossos
computadores para trabalhar, produzindo textos, relatórios, planilhas e realizando reuniões por meio de
videoconferência. Uma parte das pessoas pode fazer isso. Outra precisa continuar saindo às ruas para
trabalhar. Outras muitas simplesmente perderam seus trabalhos e estão em casa por conta disso.
Houve muitas mensagens circulando nas redes sociais sobre o “privilégio” que é o
autoisolamento. Não cabe aqui discutir se é ou não adequado chamar de privilégio a possibilidade
de ficar em casa durante uma pandemia. O fato é que o vocabulário em torno desse termo em certos
espaços de militância é uma forma de chamar atenção para as diferentes experiências possíveis de
isolamento, dependendo de onde as pessoas vivem, sua cor e sua renda. A desigualdade faz com que
escolher ou não ficar em casa seja uma distinção notável. Mas quero tratar aqui de outra dimensão
disso, que é o “como” se fica em uma casa durante a pandemia.
A face mais evidente de como as desigualdades se expressam na necessidade de isolamento diz
respeito às condições materiais das casas. Isso foi amplamente tematizado, inclusive na imprensa. Há
casas sem circulação de ar, onde não há água encanada, onde vivem muitas pessoas em espaços exíguos.
Eu mesma conheci muitas casas assim em favelas cariocas. Evidentemente, ficar em casa para quem vive
nessas condições é muito difícil, para dizer o mínimo. Mas essas dificuldades mais diretas, relacionadas
inclusive à forma como o vírus se propaga, são uma parte mais óbvia e visível de por que pode ser tão
difícil ficar em casa para pessoas em condição de pobreza.
O problema é que muitas vezes é impossível transformar esses espaços em espaços de se estar
por muito tempo. Isso tem a ver sempre com condições materiais, mas também com dinâmicas
familiares que conformam a própria materialidade desses espaços. A televisão, o som alto, o
cozinhar e o dormir são atividades que precisam ser coordenadas de modo a concorrerem o
mínimo possível em proveito do bem-estar das pessoas. As dinâmicas dentro da casa são
coordenadas também com temporalidades institucionais: funcionamento das escolas, dos postos
de saúde e dos mercados — de trabalho e para consumo.
Desse modo, as desigualdades no que diz respeito à moradia não se fazem sentir apenas (o que já
seria muito, evidentemente) diretamente quando há condições físicas muito ruins, mas também na
possibilidade de que a casa possa incorporar atividades que normalmente se fazem fora dela ou que
precisem se suceder. Isso tem condicionantes de ordem econômica (no sentido mais comum do termo),
mas vai além disso. Diz respeito às formas de conexão entre casas, pessoas, mercados e instituições.

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A possibilidade maior ou menor de incorporar atividades, de se conectar de maneira alternativa ao


mundo e permitir novos arranjos entre o que cada morador precisa ou quer fazer acentua as
desigualdades entre as casas de maneira substantiva. As casas em que é possível melhor se isolar são
aquelas que melhor estão conectadas: às infraestruturas urbanas (sistema de água e esgoto), ao ar livre
(janelas, quem sabe, quintais), à redes de telecomunicação (internet), às instituições (registros que
permitem acesso a direitos) e aos mercados.

Separação e reunião

A circulações de que tratei até agora constituem o que muitos de nós chamamos de configuração
de casas. Dizendo de maneira simples, são os arranjos que enxergamos quando observamos a direção
e as qualidades desses fluxos. Isso permite concluir que as casas não são unidades isoladas, mas se
constituem na relação com outras casas. São pessoas que moram em uma casa, mas fazem refeições
em outra; crianças que são levadas a viver em outra casa temporariamente; e, especialmente, comidas
e objetos que são levados às casas, ou trazem pessoas a elas. O que acontece numa configuração de
casas quando essas circulações ficam restringidas?
Em um primeiro momento pode-se imaginar, e pude observar isso em alguns casos, que algumas
casas de fato ficaram mais insuladas e as trocas entre elas perderam densidade. Mas em muitos casos o
que aconteceu foi a concentração de pessoas membros de outras casas em casas mais centrais da
configuração de que fazem parte. Conheço vários amigos que foram morar nas casas dos pais durante o
isolamento, famílias que se juntaram nas casas dos membros mais velhos ou numa casa de campo,
irmãos que se juntaram numa mesma casa.
Pelo que pude observar, essas novas reuniões seguiram as mesmas direções que os fluxos
em tempos ordinários e fortaleceram o caráter central de algumas casas nesse arranjo.
Argumentei em outros textos que as relações entre casas numa configuração não são simétricas
e, comumente, as casas das mães ocupam um lugar de destaque. Estando, então, os fluxos entre
casas dificultados (de comida e de cuidados, por exemplo), o arranjo se refaz (sua mutabilidade
é uma característica para a qual chamei atenção) com a reunião de várias pessoas moradoras de
outras casas nas casas centrais de sua configuração.
Foi interessante acompanhar os argumentos e dilemas das pessoas quando estavam por fazer
a opção por morarem temporariamente em outras casas. Todas elas ponderaram sobre a
necessidade de principalmente não se interromperem as relações de cuidado: ajudar com os
idosos, cozinhar para os filhos solteiros, por exemplo. Mas outras coisas precisavam ser
ponderadas, como sua privacidade. Isso levou alguns a optarem por passar “temporadas” nas casas
de seus pais, por exemplo, sem abrir mão de alguns dias em suas próprias casas, sozinhos.
A política de distanciamento parece, então, pelo menos em alguns casos, ter levado famílias a se
reunirem. Mais uma vez, as desigualdades sociais e em termos mais amplos se fazem sentir, quando a
disponibilidade de casas com, por exemplo, mais espaço oferece a esses arranjos — quase sempre
compreendidos como famílias — maiores possibilidades de adaptação.

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As razões que mobilizaram pessoas a se mudarem e inspiraram suas ponderações ao fazerem isso
fazem parte do universo moral em torno da casa, que se apresenta como espaço ou a própria forma de
expressão das obrigações recíprocas que as pessoas percebem entre os que se consideram como
próximos. Não é à toa que quase sempre me foram citadas as refeições e as compras de comida como
um fator determinante. A hesitação, por seu lado, também mostra o aspecto tenso presente na dinâmica
entre construção de autonomia (entre casa e entre pessoas) e a interdependência.
Conheço pelo menos uma pessoa cuja mudança para a casa dos pais é vista como permanente. É
possível que isso tenha ocorrido com muitos ou que decisões consideradas temporárias possam se tornar
perenes. Com a diminuição de salários, a perda de empregos, a derrocada de negócios, a solução comum
de corresidência de familiares pode ser reforçada por essas mudanças que não necessariamente — ou,
pelo menos, não em princípio — estavam antes ligadas a questões econômicas.

Solidão e a falta dela

Para os que moram sós, como eu, a política de isolamento traz como problema estarmos muito
mais tempo sozinhos. Observei, nas primeiras semanas dessa experiência, piadas na internet de pessoas
que se consideram caseiras e introvertidas, comemorando que seu “estilo de vida” não mudaria, ou
comentando que já viviam em isolamento “antes de ser modinha”. Isso chamou atenção para a solidão
como um aspecto para se pensar sobre as casas, em algum sentido contrário àquele em que comumente
os antropólogos pensam, segundo a dimensão da convivência. Essas piadas colocam em evidência a
possibilidade de o isolamento (estar totalmente sozinho) ser um aspecto positivo e desejável de se ter
uma casa só para si, escolha que muitas pessoas fazem quando os meios materiais o permitem. Depois
de algumas semanas, o humor na internet mudou de tom. Os solitários, antes orgulhosos, estavam
incomodados: queriam ficar sozinhos, mas por escolha própria. Vários memes circulam com variações
da frase: “Quero que acabe essa quarentena para que eu possa me isolar nos meus próprios termos”. A
questão, ficou claro, não era ficar sozinho, mas que isso fosse uma escolha.
Muitos amigos e familiares se preocuparam comigo e outras pessoas que moram sozinhas relataram
a mesma atenção recebida de seus próximos. No começo do isolamento, havia várias mensagens
circulando nas redes sociais pedindo que as pessoas fossem checar se seus amigos que não moravam
com mais ninguém estavam bem. Fazia todo sentido e fiquei feliz com a atenção.
Mas depois de alguns dias a preocupação era minha, com amigos e, principalmente, amigas, que não estavam
tendo nenhum minuto sozinhos, tendo que conviver dia e noite com companheiros, filhos, pais e sogros. As
pessoas não poderem sair de casa da maneira como costumam e todos os problemas por isso gerados em termos
de solidão ou da falta dela mostram como as casas carregam esse duplo caráter de permitir estar sozinho ou de ser
o lugar de, justamente, não se estar só. Numa casa onde mora apenas uma pessoa ou em uma em que moram
várias, há diferentes momentos do dia, da semana e do ano nos quais pode haver muita gente ou alguém estar
sozinho. Essas variações são fundamentais na forma como as pessoas escolhem ou podem conviver e demonstram
que os movimentos são constitutivos da casa, tanto é que percebemos o quanto pode ser problemático que eles
sejam interrompidos. A questão para as pessoas não é estar sozinhas ou juntas, mas ter em suas casas um espaço
em que se possam fazer escolhas no que diz respeito à convivência, tanto quanto haja condições para tal.

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Ocultação e publicidade

Muitas pessoas estão usando grande parte de seu tempo acompanhando as notícias. Na
televisão e em vídeos na internet, comentaristas, analistas e repórteres fazem transmissões a partir
de suas próprias casas, usando aparelhos não profissionais como computadores pessoais e
celulares. A mudança estética vai além dos diferentes ângulos, formas de iluminação e captação de
som. Podemos agora ver pedacinhos das moradas dessas pessoas e apreciar, inclusive, aquilo que
elas escolhem mostrar de seus espaços domésticos. O mesmo ocorre com professores e terapeutas,
seus alunos e pacientes, que lançam mão de ferramentas de trabalho remoto com o uso de câmeras.
Muitos de nós, participando de bancas e reuniões com colegas de trabalho oferecemos a eles pela
primeira vez algum vislumbre de nossas casas. O isolamento tem oferecido, de maneira paradoxal,
uma forma sem precedentes de conseguirmos olhar para dentro das casas das pessoas.
Participando de uma banca de doutorado à distância, fazia a transmissão a partir do escritório de
minha casa. Preocupei-me em usar um pouco de maquiagem, arrumar o cabelo dentro do possível,
colocar brincos e uma blusa que transmitisse o ar profissional exigido pelo momento. Nunca faria isso
para “trabalhar em casa” do jeito que costumo. Num momento de descontração, um de meus colegas
comentou: “Ela tem uma rede!”. Fiquei pensando no que significava a observação, mas não importa. As
imagens das casas que circulam por meio de ferramentas de teletrabalho, mesmo oferecendo um ângulo
restrito, permitem uma observação minuciosa dos elementos à mostra. Vi-me também, confesso,
observando o quadro colorido atrás de um outro membro da banca e sempre tento ler os títulos dos
livros nas estantes que servem comumente de fundo para comentaristas nos jornais televisivos.
Muitos de nós que estudamos casas prestamos atenção ao fato de haver uma grande ambiguidade
em relação ao que seja público ou privado e, especialmente, observamos que os muros das casas não
determinam uma limitação entre um tipo de espaço ou outro. Casas são locais públicos, no sentido de
que também são feitas para serem visitadas e ocupadas por pessoas não necessariamente próximas.
Pensemos nas festas religiosas em que os santos são levados para dentro dos espaços domésticos e as
festas públicas se desenrolam ali. Ou nos investimentos materiais e simbólicos na “apresentação” da
casa, como a colocação de enfeites, prêmios, diplomas, fotografias nas paredes.
O olhar para dentro da casa por meio das câmeras, porém, introduz uma maneira sui generis
de se observar a casa a partir de fora, oportunidade oferecida normalmente pelas janelas.
Imagino que muitas, como eu, se preocupem com o que vai aparecer para os colegas de trabalho,
por exemplo, e se aproveitem do pouco ângulo de visão para manipular seus cenários. Fica claro
como isso é relevante quando os erros envolvendo essas tentativas aparecem e vemos os vídeos
mostrando pessoas se levantando e revelando estarem de roupas íntimas da cintura para baixo
ou testemunhamos a intromissão de crianças e animais de estimação nas transmissões.
Os ângulos, os próprios aparatos e os programas utilizados na transmissão dos sons e
imagens introduzem de maneira maciça uma nova forma de olhar para dentro da casa que
envolve problemas e oportunidades novos para as pessoas na administração dos olhares alheios
sobre seus espaços domésticos.

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Para terminar

Há muitas outras questões sobre as casas e a pandemia. Marcella Araujo publicou nesta mesma seção
uma reflexão muito interessante, centrada na relação entre as casas como problemas públicos e as
dinâmicas de se “manter a casa”. O dinheiro da casa certamente é uma questão crítica para as famílias em
um momento de transformação drástica e repentina das formas de se ganhar e gastar. Alguns estudiosos
apostam em mudanças nas preferências de escolha dos imóveis e vários arquitetos e historiadores lembram
como crises foram fundamentais na formatação dos espaços domésticos ao longo da história. O aparente
crescimento da violência doméstica é uma questão que já vem sendo tratada na imprensa e a educação
remota, especialmente de crianças, é um tema importante para professores e pais. Há muitos pesquisadores
se dedicando a estudar as vidas nas e das casas e, não há dúvida, cresce durante a epidemia o interesse geral
sobre o assunto. Os antropólogos somos especialistas em entrar na casa dos outros. Temos uma
contribuição importante para oferecer na compreensão dos processos sociais contemporâneos.
Vivemos um momento realmente extraordinário, no sentido mais literal da palavra. Nossas rotinas
foram rompidas, os ritmos de vida são outros e a incerteza, da mais puramente existencial à mais
comezinha, domina a vida de quase todos. A epidemia nos une tristemente em torno do medo de uma
ameaça tão real quanto invisível. Mas será que nunca tivemos tanto em comum?
Todos nós temos casa, desejamos ter uma ou sofremos por não ter uma. Morar é alguma coisa que
compartilhamos também. Compartilhamos o extraordinário que é a pandemia de Covid-19, mas
compartilhamos também pelos menos alguma coisa do que é ordinário. Esses espaços da vida comum
— em todos os sentidos que acionei no texto — nos unem humanamente também, mas não no puro
medo, mas nas forças que fazem a vida continuar. E quando não há para onde ir, vamos para casa.

EUGÊNIA MOTTA (motta.eugenia@iesp.uerj.br) é


professora do Programa de Pós-Graduação em
Sociologia do Instituto de Estudos Sociais e Políticos
(Iesp), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(Uerj, Rio de Janeiro, Brasil) e pesquisadora de pós-
doutorado do Iesp/Uerj. É doutora e mestre pelo
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
(PPGAS), do Museu Nacional (MN), da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil)
e tem graduação em ciências sociais pela UFRJ.

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