MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
MEIO AMBIENTE, ENERGIA E SUSTENTABILIDADE

O MEIO AMIENTE E A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

Amanda de Lima Barbosa Marques

Natália Felipetto Martins

Santa Maria, 2021

 Sumário
RESUMO .......................................................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 4
1. A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA E O MEIO AMBIENTE .............................................. 6
1.1 As questões ambientais em relação a indústria automobilística .......................... 6
1.2 A indústria automobilística adotando modelos de gestão ambiental .................. 7
CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 11
 RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo estudar a relação da indústria

automobilística no meio ambiente abordando, seu processo de fabricação, os
impactos industriais gerados no ecossistema, a implementação do Sistema de
Gestão ambiental no mercado automobilístico e medidas para certificação e
viabilização da diminuição dos impactos causados no meio ambiente.
 INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da existência humana na Terra, vem ocorrendo

inúmeras transformações no homem e em seu meio, essas transformações são
ocasionadas pela incessante vontade do homem em melhorar sua condição de vida
na Terra, afim de tornar sua existência em algo muito além do que apenas
sobreviver. Mas esta constante busca por evolução tem deixado muitas marcas da
ação do homem no meio ambiente.

De todas as fases que o nosso planeta já passou, uma delas parece ser o
estágio mais avançado da modernidade, acredita-se que é a que trouxe as maiores
transformações visuais ao falarmos do meio ambiente e conceituais ao falarmos do
homem.

A indústria tem um papel fundamental nas transformações que vem

acontecendo em nosso meio, ela tem grande parcela de responsabilidade na
degradação ambiental, e quando colocamos em pauta a questão dos impactos
ambientais causados pelas as indústrias, a indústria automobilística tem grande
expressão neste contexto.

Mesmo não sendo uma das maiores poluidoras ao tratar-se de seu processo
de produção, ela se encontra sempre presente nos setores de maior potencial de
poluição, devido as elevadas quantidades de emissões de gases poluentes,
resultado das queimas de combustíveis e também pelo fato da produção de uma
grande quantidade de lixo através das sucatas dos automóveis ao fim da sua vida
útil.

Nas últimas décadas, tem-se dado maior enfoque para o desenvolvimento

de fontes mais alternativas de combustíveis para utilização em automóveis, o que
é um grande fator para contribuir na diminuição das emissões de gases poluentes
na atmosfera. Também vem sendo analisado nos projetos automobilísticos a
redução do peso do automóvel que tem como resultado a redução do consumo de
combustível, sendo assim mais uma maneira na contribuição da diminuição da
poluição atmosférica.

Outro fator importante a ser analisado, são os procedimentos a serem

empregados ao descarte do automóvel após ao encerramento da sua vida útil.
 O processo de descarte não se resume somente ao transporte do automóvel
para empresas de sucatas, levando em consideração que os automóveis
produzidos na maioria das vezes não são aptos a serem desmontados e
reaproveitados novamente, além de que os automóveis possuem inúmeros
componentes dos mais variados tipos de materiais dificultando a eficácia da coleta
e reciclagem.
1. A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA E O MEIO AMBIENTE

1.1 As questões ambientais em relação a indústria automobilística

A indústria automobilística tem grande importância no cenário econômico
mundial devido, ao seu alto nível de ocupação de mão de obra e a sua grande
capacidade de exportação, entretanto, ela também gera grandes impactos
negativos ao meio ambiente. Estes impactos podem ser gerados através de vários
fatores, tais como: a utilização de elevadas quantidade de materiais diversos em
seu processo de produção, quantidade de resíduos poluentes emitidos pelos
automóveis e a forma incorreta de descarte dos automóveis ao final de suas vidas
uteis.

A degradação ambiental gerada pela indústria automobilística não se

encerra ao fim de seu processo produtivo, os automóveis são um dos grandes
geradores da poluição do ar devido à queima de combustíveis, o que pode ser visto
facilmente nos grandes centros urbanos, onde há elevado consumo de automóveis.

Segundo FONSECA (2005), as questões ambientais concernentes à indústria

automobilística, apresentam duas vertentes a saber:

▪ Àquelas relacionadas ao produto automóvel: que abrangem as questões

relacionadas ao ciclo de vida do produto dos automóveis desde sua
fabricação até sua destinação final (pós-uso), o que inclui consumo de
combustíveis, utilização de fontes renováveis de energia, entre outros;

▪ Àquelas ligadas ao processo produtivo: que compreendem a busca pela

minimização do uso de energia, água e matérias-primas, tratamento dos
efluentes, dos resíduos, redução no uso de certas substâncias químicas, etc.

Um dos maiores desafios a serem enfrentados pela indústria automobilística é

a implementação de projetos que tornem os automóveis um bem reciclável e
sustentável. Esta preocupação fica evidente ao se depararmos com a quantidade
de carros já produzidos que ainda tem circulação pelo mundo e também com o
aumento da produção de automóveis a cada ano.Além disso outro fator importante
é encontrar maneiras para solucionar os grandes montes de sucatas de automóveis
velhos que são produzidos anos após anos, sabe-se que essa tarefa possui grande
complexidade pois os automóveis são compostos de diversos materiais o que
acaba dificultando a separação e reciclagem das sucatas.

1.2 A indústria automobilística adotando modelos de gestão ambiental

A questão ambiental agora é um fator a relevante no meio empresarial.
Atualmente, espera-se que empresas contribuam para a conservação e melhora do
meio ambiente, seja por meios tecnológicos ou concepções de âmbito gerencial.

Essa preocupação por parte das empresas não é algo que surge
instantaneamente. Para que isso aconteça é necessária uma pressão do governo,
da sociedade e do mercado. Com os negócios se globalizando cada vez mais, a
população consciente da importância do meio ambiente e a internacionalização dos
padrões ambientais, a preocupação ambiental e qualidade de vida são esferas
exigidas pelos novos consumidores, e que para uma empresa se manter no
mercado, são coisas que devem ser atendidas.

Em específico no caso do automóvel, visando o intuito de conjugar qualidade

com preocupação ambiental, as montadoras de automóveis trabalham com os
modelos de gestão ambiental conhecidos como Design for the Environment (DFE).
O DFE é um modelo de gestão ambiental que tem como objetivo criar inovações
de produtos e processos que possam contribuir para a redução da poluição nas
etapas produtivas. Em suma, busca prever e assim solucionar os problemas antes
mesmo que ocorram, e, portanto, visa analisar e pesquisar os problemas
ambientais desde a fase do projeto. A respeito da indústria automobilística, o DFE
incorpora as questões ambientais desde, como dito, no projeto do produto, no caso
o próprio automóvel e suas autopeças, no processo de fabricação das peças e de
sua montagem, e também no tratamento de materiais, na pintura, etc.

Além disso, o DFE pode ser desdobrado para priorizar diferentes objetivos a
serem atribuídos pelas empresas, como para reduzir o consumo de energia do
produto, aumentar o número de materiais reciclados no produto e facilitar a
manutenção e a separação dos materiais após o uso.
1.3 A reciclagem de um automóvel

Não é requerido somente a interação das montadoras de automóveis quando

se trata do caso do desenvolvimento em torno da reciclagem automotiva, mas
também dos fabricantes de autopeças, que fabricam em materiais diversos como
estofamentos, eletrônicos, componentes químicos, etc. Portanto, esta é uma
atividade que deve se realizar tanto dentro quanto fora do setor automotivo.

O processo de reciclagem começa quando termina a vida útil do veículo, ou

seja, quando ele não é mais possibilitado de cumprir as funções para as quais ele
foi fabricado, seja por completo, ou de uma maneira segura e ambientalmente
correta.

Por se tratar de um produto complexo e de grande variedade de materiais,

para que seja possível a reciclagem, um fator importante é o estabelecimento de
uma sequência de procedimentos que pode ser resumida através das seguintes
etapas:

1. Descontaminação dos automóveis: etapa onde são retirados os resíduos

líquidos como restos de combustível, óleo dos amortecedores, óleo de motor e
câmbio, óleo do diferencial, fluidos de freio e embreagem; também são retirados a
bateria, filtro de ar, filtro de óleo, extintor de incêndio e o restante de líquidos
armazenados. Após serem retirados, estes fluidos são encaminhados para
reservatórios especiais, onde será feita a divisão entre recicláveis e não recicláveis.
Os materiais recicláveis são enviados para unidades de tratamento específicas, e
os não recicláveis também recebem um tratamento diferenciado;

2. Desmontagem do automóvel: etapa em que é retirado peças que são

possíveis de serem reaproveitadas posteriormente, como faróis, portas, capô,
catalisador, etc.;

3. Separação e seleção das peças que não serão trituradas: retirada de

tecidos, espumas do estofamento, borrachas, vidros;

4. Prensagem e trituração: os materiais a serem reciclados são compactados

de 10 a 15 cm para que seja armazenado com facilidade. A seleção na etapa
anterior deve ser bem feita para que depois de prensados e triturados, possam ser
facilmente identificados para uso posterior;
 5. Separação e separação magnética: é simultâneo à trituração, já que nesta
são aspiradas pequenas partículas dos materiais, presumidamente inertes, que
então passam por uma separação magnética, onde o material ferroso é
selecionado, aumentando a pureza do material triturado;

6. Separação final por densidade: os materiais não ferrosos da etapa anterior

passam por uma separação por densidade, devido as suas características
moleculares. O objetivo é uma maior filtragem dos compostos presentes.
 CONCLUSÃO

Atualmente é visível a crescente conscientização ambiental por parte da

população, o que, no entanto, apesar de ser de suma relevância para a
minimização da degradação ambiental e para a geração de pressões sobre os
agentes poluidores, não é o bastante. É necessária também uma estrutura jurídica
que estabeleça normas e que assegure o seu cumprimento.
As industrias em geral também estão cada vez mais se preocupando com a
degradação ambiental e tentando de várias maneiras contornar essa situação, seja
por pressão de consumidores, investidor ou imposição de regulamentos
ambientais. Além da preocupação em causar uma boa imagem para os agentes
citados anteriormente, o que funcionaria como um tipo de marketing ambiental, as
indústrias ao considerarem a variável ambiental em suas decisões podem gerar
uma redução de custos, o que gera uma vantagem econômica.
No caso da indústria automobilística, os desafios são maiores, visto que além
de ter que compatibilizar a variável ambiental e a eficiência dos automóveis
produzidos, diferentemente do caso de bens mais simples, não podem ter seu
conforto e, principalmente, segurança diminuídos devido à incorporação de
conceitos ambientais. Assim como o automóvel evoluiu desde que foi inventado, os
materiais necessários à sua produção também passaram por avanços expressivos.
A preocupação ambiental da indústria automobilística primeiramente se deu
com a busca por combustíveis renováveis e menos poluentes e agora também fica
evidente com a utilização de materiais passíveis de serem reciclados. Percebe-se
que ao utilizar cada vez mais materiais fabricados a partir de diversos elementos,
tais como as ligas metálicas, a indústria automobilística acaba por dificultar a
reciclagem dos materiais presentes nos automóveis. A indústria automobilística
propaga que vem adotando diversos tipos de modelos de gestão ambiental, por
outro, ela dificulta a separação e reciclagem de certos materiais ao buscar
proporcionar maior resistência e eficiência aos automóveis por meio do emprego
de materiais compostos de uma junção de distintos elementos.
Materiais que são reconhecidamente recicláveis, tais como o alumínio e o
plástico, vêm sendo intensivamente utilizados pela indústria automobilística com o
objetivo principal de reduzir o peso dos automóveis. A despeito disto, a reciclagem
das peças e acessórios automotivos feitos a partir do alumínio e do plástico, pode
ser dificultada devido ao fato de, em certos casos, não apresentar viabilidade
econômica. Além disto, os materiais automotivos reciclados dificilmente são
empregados na própria indústria automobilística e se forem não são na mesma
função e uso de anteriormente. Isto porque a indústria automobilística exige
elevada qualidade e resistência dos materiais empregados, já que além de durável,
o automóvel acima de tudo tem que proporcionar segurança. Assim que por não
poder utilizar peças fabricadas a partir de matéria prima reciclada, a indústria
automobilística sempre exercerá pressão sobre a utilização dos recursos naturais
do planeta.
Logo, para que a reciclagem de automóveis possa ser viabilizada, há a
necessidade, dentre outros fatores, de se conciliar os avanços tecnológicos com a
reciclagem de materiais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SINDIVAPA; Gestão Sustentável e a Indústria Automobilística.
Disponível em: < http://www.sindivapa.com.br/meio-ambiente/gestao-
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Disponível em: < https://www.ecodebate.com.br/2012/08/14/os-impactos-
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BARBATO, G. ANDREY; Estratégias Ambientais na Indústria
Automobilística: Um Estudo de Caso na Volkswagen de São Carlos –
SP, Unesp, Araraquara-SP, 2011
DE SOUZA, R. KELLEN; Desafios Ambientais na Indústria
Automobilística: Uma Análise do Processo de Reciclagem e
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SANTOS, GABRIEL SIQUEIRA; A Indústria Automobilística e o Meio
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de Sergipe; São Cristóvão/SE; 20 a 23 de outubro de 2015