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CURITIBA
2017
AMANDA HILST VARGAS
Trabalho apresentado à
disciplina de Pesquisa e Produção
Científica em Psicologia na FAE
Centro Universitário.
Orientadora: Professora Jessica
Paula da Silva Mendes.
CURITIBA
2017
RESUMO: O objetivo dessa revisão sistemática de literatura é investigar
se abuso sexual infantil pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de
transtornos alimentares em adultos e descobrir qual transtorno alimentar tem
prevalência. Métodos: Foram pesquisadas as bases de dados Google
Acadêmico, Scielo e Pepsic, e selecionados artigos com temas próximos ao
proposto dando preferência para os transtornos alimentares: anorexia nervosa,
bulimia nervosa e transtorno compulsivo alimentar periódico - TCAP; dos anos
de 2009 a 2016. Resultados. Dos 382 estudos encontrados, 2 atenderam os
critérios de inclusão. Foram identificadas conclusões diferentes para o mesmo
tema. Em um estudo, sujeitos que sofreram abuso sexual infantil tinham mais
diagnóstico de anorexia nervosa; já em outro estudo os diagnósticos eram mais
de bulimia nervosa; para TCAP houve resultados positivo, mas para a amostra
estudada eram resultados insignificantes. Conclusões. Percebe-se a
necessidade de mais estudos em relação ao tema proposto, pois há discrepância
nos resultados encontrados.
1
ABSTRACT: The purpose of this systematic review article is to
investigate if childhood abuse can be a risk factor to the development of eating
disorders in adults and find out which eating disorder has more prevalence.
Methods: A research of Google data base was used using Google Academic,
Scielo e Pepsic, and selected articles with themes similar to the one suggested
giving preference to eating disorders: anorexia nervosa, bulimia nervosa and
binge -eating disorder; from 2009 to 2016. Results. From de 382 studies found,
2 met the criteria of inclusion. Different conclusions for the same subject were
identified. In a study, individuals that suffered childhood sexual abuse had more
diagnoses of anorexia nervosa; in the other study, the diagnoses of bulimia
nervosa were present on a larger scale; for Bing-eating disorder, the results were
positive, but for the sampled studied, the results were insignificant. Conclusion.
It is noticeable the need of more studies about the proposed topic, because there
are discrepancies in the founded results.
2
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
2. MÉTODO ..................................................................................................... 7
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 8
4. CONCLUSÃO ............................................................................................ 10
Referências: .................................................................................................... 11
3
1. INTRODUÇÃO
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“A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio
de compulsão alimentar é caracterizado pelos seguintes
aspectos: 1. Ingestão, em um período determinado (p. ex.,
dentro de cada período de duas horas), de uma quantidade de
alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas
consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes.
2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o
episódio (p. ex., sentimento de não conseguir parar de comer ou
controlar o que e o quanto se está ingerindo). B. Os episódios
de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos
seguintes aspectos: 1. Comer mais rapidamente do que o
normal. 2. Comer até se sentir desconfortavelmente cheio. 3.
Comer grandes quantidades de alimento na ausência da
sensação física de fome. 4. Comer sozinho por vergonha do
quanto se está comendo. 5. Sentir-se desgostoso de si mesmo,
deprimido ou muito culpado em seguida. C. Sofrimento marcante
em virtude da compulsão alimentar. D. Os episódios de
compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por
semana durante três meses. E. A compulsão alimentar não está
associada ao uso recorrente de comportamento compensatório
inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre
exclusivamente durante o curso de bulimia nervosa ou anorexia
nervosa.
E para a Anorexia Nervosa o DSM- 5 especifica os seguintes critérios
diagnósticos:
“A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades,
levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto
de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física.
Peso significativamente baixo é definido como um peso inferior
ao peso mínimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes,
menor do que o minimamente esperado. B. Medo intenso de
ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que
interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso
significativamente baixo. C. Perturbação no modo como o
próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência
indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou
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ausência persistente de reconhecimento da gravidade do
baixo peso corporal atual.
Geralmente os transtornos alimentares Bulimia Nervosa, Anorexia
Nervosa e Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico (TCAP) aparecem mais,
quando a criança é exposta a eventos que ameacem a sua integridade física.
Alguns estudos sugerem que abuso sexual na infância podem ser fator de risco
na etiologia dos TA. (Morgan; Vecchiatti e Negrão 2002).
Conforme Azevedo e Guerra (1989) o abuso sexual pode ser definido
como:
“Todo ato ou jogo sexual, relação heterossexual ou
homossexual, entre um ou mais adultos e uma criança menor de
18 anos, tendo por finalidade estimular sexualmente a criança
menor ou utilizá-la para obter uma estimulação sexual sobre sua
pessoa ou de outra pessoa. ” (p.42)
O abuso sexual infantil tem sido cada vez mais motivo de preocupação,
mas não há dados exatos da quantidade de vítimas, muitas ainda sofrem
caladas. Há dados aproximados de que a prevalência de abuso sexual na
infância é de 7,6%, e em meninas 18%. (Stolteborgh et al., 2011). Estima-se que
menos de 1% dos casos de violência sexual sejam denunciados (Souto et al.,
2010, apud Santana et al., 2002).
Os transtornos alimentares possuem uma etiologia multifatorial, existem
alguns estudos que relacionam os transtornos alimentares (principalmente a
bulimia nervosa) com abuso sexual na infância, porém esses estudos
apresentam resultados variados. (Narvas e Oliveira, 2009).
Com base em um relato de caso surge o interesse em elaborar uma
revisão teórica e entender se o abuso sexual infantil pode ter como
consequências transtornos alimentares, mais específicos bulimia, anorexia ou
TCAP. O objetivo do presente trabalho é compreender os transtornos
alimentares e suas possíveis origens. A expectativa é adquirir conhecimento e
experiência para tomar decisões assertivas. Sabendo que a investigação e a
intervenção psicológica podem contribuir para a melhora do tratamento clínico
dos transtornos alimentares e para a saúde emocional dos pacientes.
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2. MÉTODO
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Concluíram que o abuso sexual é um fator de risco para o desenvolvimento de
transtornos alimentares, especialmente quando há comorbidades psiquiátrica,
tais como depressão, tentativa de suicídio, transtorno bipolar tipo II, transtornos
de conduta e transtorno de personalidade fóbica, dependência de álcool e de
drogas.
Neste estudo, identificou-se um risco aumentado para anorexia nervosa
em indivíduos com antecedente de ASI quando comparados com grupo controle,
formado por amostra clínica não psiquiátrica. Apesar de artigos pregressos
identificarem associação entre ASI e bulimia nervosa13, nosso estudo não
confirmou tal achado. Entretanto, identificou-se maior prevalência de ASI em
outro transtorno do tipo bulímico, o TCAP, embora essa associação não tenha
demonstrado significância estatística
De acordo com o segundo artigo aqui estudado Oliveira e Narvaz (2009)
em seu estudo concluíram que abuso sexual na infância é fator de risco para o
desenvolvimento de bulimia nervosa. Alguns estudos que comprovam tal
informação: 1º estudo: encontraram uma taxa de 44% de história de abuso
sexual entre 87 mulheres com diagnóstico de bulimia em uma clínica
especializada para tratamento de transtornos alimentares. 2º estudo: amostra
americana representativa de 1099 mulheres, indicou que vítimas de abuso
sexual na infância desenvolveram mais comportamentos bulímicos, sendo que
até um terço dos casos de bulimia pode ser atribuído à experiência de abuso
vivida. 3º estudo: compararam 102 mulheres adultas jovens com bulimia
nervosa com 204 sujeitos controle sem transtornos alimentares e com 102
sujeitos controle com outros transtornos psiquiátricos. Os dois grupos-controles
foram pareados e obtidos dentro de uma mesma amostra comunitária. História
de abuso sexual foi encontrada em 35% dos casos de bulimia nervosa, mais
frequente neste grupo que entre os casos controle assintomáticos. Pacientes
bulímicas apresentam maior incidência de experiências sexuais indesejadas do
que pacientes acometidas de anorexia nervosa. 4º estudo: com 67 pacientes
anoréxicas e bulímicas, encontrou, nestas últimas, mais relatos de contato
sexual indesejado do que em relação às primeiras. 5º estudo: das 190
universitárias pesquisadas, as mulheres com história de abuso intrafamiliar
estavam mais propensas a sofrer de um problema alimentar grave (47%; N=36)
que mulheres que não relataram história de violência sexual (21%; N=142) e
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mulheres que sofreram violência extrafamiliar (36%; N=212). As pesquisadoras
concluíram que, embora abuso sexual não seja fator causal para o
desenvolvimento de transtornos alimentares, há influência da experiência de
abuso no curso do desenvolvimento dos transtornos alimentares.
4. CONCLUSÃO
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Referências:
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