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Você encontrará, nos próximos capítulos, questões dos últimos anos dos concursos de Residência Médica.
Leia cada questão com muita atenção e aproveite ao máximo os comentários. Se necessário, retorne ao texto de sua apostila.
Sugerimos que você utilize esta Área de Treinamento fazendo sua autoavaliação a cada 10 (dez) questões. Dessa forma,
você poderá traçar um perfil de rendimento ao final de cada treinamento e obter um diagnóstico preciso de seu desempenho.
Estude! E deixe para responder as questões após 72 horas. Fazê-las imediatamente pode causar falsa impressão.
O aprendizado da Medicina exige entusiasmo, persistência e dedicação. Não há fórmula mágica. Renove suas energias e se
mantenha cronicamente entusiasmado.
Atenciosamente,
Dr. Gama
Coordenador Acadêmico
SJT Puericultura 2016
Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.
Carlos Drummond de Andrade
UNIOESTE – 2016
21. Assinale a afirmação INCORRETA. FMJ – 2015
a) o crescimento é considerado um dos melhores indi- 25. No atendimento do adolescente, em relação à matura-
cadores de saúde da criança, uma vez que, ao longo ção sexual, recomenda-se investigar:
desse processo, ele sofre influência direta do ambiente a) adolescente do sexo feminino que não apresenta si-
b) levando-se em conta a faixa etária de 0 a 2 anos de nais de puberdade aos 13 anos de idade
idade, o fator genético é o que mais interfere no pro- b) adolescente do sexo masculino que não apresenta
cesso de crescimento sinais de puberdade aos 13 anos de idade
c) os bebês prematuros, com peso abaixo de 2.500 g, po- c) puberdade iniciada antes dos 10 anos de idade em
rém com o peso adequado para a idade gestacional meninas
(AIG) ao nascer, apresentam um bom prognóstico d) puberdade iniciada antes dos 11 anos de idade em
em relação ao crescimento pós-natal compensatório meninos
d) a velocidade de crescimento da criança é especial- e) adolescente, masculino ou feminino, que não apre-
mente elevada nos dois primeiros anos de vida, com senta sinais de puberdade aos 12 anos
declínio acentuado até o final da fase pré-escolar, em
ACERTEI ERREI DÚVIDA
torno dos 5-6 anos de idade
e) na atenção primária, o peso foi um índice priorizado
por ser de fácil aferição e muito sensível, capaz de Hospital Angelina Caron – 2015
sinalizar de forma rápida a existência de problemas 26. Paciente de 7 anos de idade, feminina, vem ao con-
que afetam a saúde da criança menor de 5 anos sultório para consulta de rotina, mãe refere sudorese
exagerada e cheiro forte nas axilas. Na anamnese a
FMJ – 2015 mãe teve menarca aos 13 anos. Ao exame apresenta
22. Qual é a relação SS / SI (segmento superior / segmen- desenvolvimento de M3 e P2 segundo classificação de
to inferior) ao nascimento? Tanner. Sua conduta:
INCA – 2015
AMRIGS – 2015
36. Criança de 3 anos é levada ao pediatra para avaliação
33. Em uma Unidade de Saúde (US), um adolescente do
sexo masculino, com 13 anos, vem à consulta por pondero-estatural. Na curva do gráfico observa-se
apresentar aumento mamário bilateral há aproxima- IMC (Índice de Massa Corpórea) para Idade entre os
damente 3 meses. Ele fica muito constrangido com valores +1 e +2 do Score Z. Assinale abaixo a classifi-
essa situação e evita expor-se sem o uso de camisetas. cação que deve ser atribuída a esta criança de acordo
Ao exame físico, palpa-se nódulo mamário bilateral com o Score Z:
de aproximadamente 2,5 cm, que apresenta estágio a) risco de sobrepeso
de maturação sexual G3 de Tanner. Nesse caso, qual a b) eutrofia
conduta CORRETA? c) sobrepeso
a) encaminhar para a avaliação com cirurgião d) obsesidade
b) continuar acompanhamento clínico na US e orien-
tar quanto à normalidade ACERTEI ERREI DÚVIDA
c) prescrever tamoxifeno 10 mg, 2 vezes por dia, du-
rante três meses PUC-PR – 2015
d) solicitar exame de cariótipo e estudo ecográfico 37. Uma criança do gênero masculino com 18 meses de
e) solicitar dosagem
idade, nascida a termo, é conduzida pela genitora ao
ACERTEI ERREI DÚVIDA Posto de Saúde para uma avaliação pediátrica do de-
senvolvimento. Analise as proposições a seguir:
Hospital Infantil Varela Santiago – 2015 I. Espera-se que esta criança fale entre 10-15 palavras.
34. Pré-escolar de cinco anos de idade, cujo peso está no II. Espera-se para esta criança que suba as escadas
percentil 15 (p15) da curva de crescimento da OMS. sem apoio, corra, pule e salte.
Esse quadro pode ser interpretado como: III. Espera-se que esta criança construa uma torre
a) 15% das crianças do mesmo gênero com esta idade composta de oito cubos.
têm este peso IV. Espera-se que esta criança coma sozinha e identi-
b) 85% das crianças do mesmo gênero com esta idade fique uma ou mais partes do corpo.
estão abaixo deste peso
V. A criança, ao atingir 24 meses, terá a metade da sua
c) 85% das crianças do mesmo gênero com esta idade
altura final de adulto.
têm este peso
d) 15% das crianças do mesmo gênero com esta idade
estão acima deste peso Estão CORRETAS as proposições:
e) 15% das crianças do mesmo gênero com esta idade a) I, II e III
estão abaixo deste peso b) I, IV e V
c) III e V
ACERTEI ERREI DÚVIDA d) II e IV
e) I, II, III, IV e V
Hospital Infantil Varela Santiago – 2015 ACERTEI ERREI DÚVIDA
35. Sobre o crescimento da criança, podemos afirmar:
a) o crescimento é considerado um dos melhores indi-
cadores de saúde da criança e sofre influência direta PUC-RS – 2015
de fatores como alimentação, condições de habita- 38. Menino de 5 anos frequenta a escola infantil, brinca com
ção, fatores socioeconômicos, dinâmica familiar, outras crianças, veste-se sozinho, expressa ideias próprias
afeto (principalmente na relação mãe-bebê), acome- e preferências. Ao exame, apresenta IMC no escore Z aci-
timento de doenças e acesso aos Serviços de Saúde ma do +3. Em relação ao caso, analise as afirmativas:
a) cada criança tem ritmo próprio de desenvolvimento, c) após verificar que a idade óssea é compatível com a
que sofre pouca interferência do meio social em que vive idade cronológica da criança, ao raio X de mão e pu-
b) o crescimento caracteriza-se pela aquisição de habi- nho, você conclui que se trata de baixa estatura fami-
lidades progressivamente mais complexas liar e tranquiliza os pais
c) o desenvolvimento de cada criança é analisado em re- d) independente da suspeita clínica, deve-se solicitar na
lação às curvas de referência construídas a partir de primeira consulta dosagem de TSH, T4 livre, IGF-
uma população padrão -1,IGFBP-3, cortisol, testosterona total, albumina e
d) o desenvolvimento tem características próprias como raio X de mão e punho.
ser próximo distal, ou seja do tronco para as mãos
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
Santa Casa-SP – 2012
Unificado-MG – 2012 77. A respeito das novas curvas de crescimento da OMS,
74. Ao analisar o cartão de saúde de criança de 8 meses assinale a INCORRETA:
de idade, verifica-se na curva de peso para idade que a) o estudo para elaboração das novas curvas foi dese-
a posição do peso atual encontra-se entre o percen- nhado de tal forma que fornece dados baseados em
tual 10 e 97 com inclinação ascendente da curva nos como a criança deve crescer segundo as recomenda-
últimos meses. A conclusão da análise da condição da ções ideais para promoção de saúde
criança quanto ao peso e a correspondente conduta b) caso as atuais curvas já existissem no mesmo molde
deverão ser, respectivamente: há 20 anos, a epidemia de obesidade que vem ocor-
rendo principalmente nos países desenvolvidos teria
a) alerta e investigar causa infecciosa como, por exemplo,
sido detectada precocemente
infecção urinária
c) as novas curvas da OMS são mais adequadas para a
b) alerta e investigar possíveis causas com atenção ao
população norteamericana e europeia do que para
desmame
os países da América do Sul e África
c) alerta e promover restrição calórica
d) uma das características mais importantes das novas cur-
d) satisfatória e parabenizar a mãe pelo crescimento da
vas foi estabelecer o aleitamento materno como modelo
criança
normativo de alimentação para o crescimento adequado
ACERTEI ERREI DÚVIDA e) a natureza longitudinal do estudo multicêntrico pos-
sibilita o desenvolvimento de curvas de normatização
da velocidade de crescimento
SES-RJ – 2012
75. Com relação ao desenvolvimento considerado normal ACERTEI ERREI DÚVIDA
de uma criança é INCORRETO afirmar:
a) aos 3 meses de idade, um bebe é capaz de votar a ca- UFPR – 2012
beça na direção de um som feito ao nível do ouvido 78. Em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor do
b) com 7 meses, uma criança é capaz de transferir um lactente, considere as seguintes afirmativas:
brinquedo de uma mão para a outra 1. O perímetro craniano aumenta 1,5 a 2 cm ao mês
c) com 1 ano, consegue construir uma torre com 7 cubos nos primeiros 12 meses de vida.
d) com 1 ano e seis meses, consegue comer sozinho 2. O reflexo de Magnus-Kleijn pode persistir até os 3
a 4 meses de idade.
ACERTEI ERREI DÚVIDA 3. O reflexo cutâneo plantar em extensão pode estar
presente nas crianças normais de 12 meses de idade.
4. A fontanela anterior pode persistir aberta até o
SES-RJ – 2012 período de 18 a 24 meses de idade.
76. Luiz, de 8 anos de idade, é levado pelos pais ao pedia- 5. O tônus muscular diminuído com arreflexia pode
tra, preocupados porque é o menor. Relataram parto ser normal nos primeiros 3 dias de vida.
normal, a termo e que o peso e estatura foram ade-
quados para a idade gestacional. Levaram o cartão de Assinale a alternativa correta.
crescimento que mostrou que a linha de crescimento a) somente as afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras
b) somente as afirmativas 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras
cruzou os percentis para baixo nos dois primeiros anos
c) somente as afirmativas 3 e 5 são verdadeiras
de vida, e posteriormente, ficou estável, sempre no per- d) somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras
centil 5 para estatura. Os pais reconheceram que são e) somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras
baixos: mãe mede 1,56 e o pai 1,64 de altura. O exame
físico da criança é normal, com estatura igual a 116 cm ACERTEI ERREI DÚVIDA
e peso igual a 22 kg. É INCORRETO afirmar:
a) uma boa história clínica e familiar é importante para UFPR – 2012
elucidação de casos de crianças com baixa estatura 79. Sobre as causas da baixa estatura na infância, identifi-
b) o alvo estatural da criança é 166 cm, mas poderá ser que os agrupamentos de fatores a seguir como verda-
mudado com boa alimentação e exercícios deiros (V) ou falsos (F):
( ) Doença celíaca, anemia crônica e hipertireoidismo. d) a impressão de obesidade poderá ser confirmada
( ) Puberdade precoce, hiperplasia adrenal congênitas pelos gráficos de crescimento se o peso-para-altura
e hipertireoidismo. exceder 120% do peso-para-altura padrão médio
( ) Hipotireoidismo, doença celíaca e insuficiência re- e) somente após os 5 anos de idade podemos perceber a
nal crônica. influência dos genes no crescimento da criança, cor-
( ) Uso crônico de glicocorticoides, craniofaringeoma
relacionando o tamanho da mesma com a média da
e deficiência de hormônio de crescimento.
altura dos pais
Em seguida assinale a alternativa que corresponde à
ACERTEI ERREI DÚVIDA
sequência correta, de cima para baixo:
a) V – F – V – F
b) F – F – V – F UFRN – 2012
c) F – V – F – V 83. Sobre o crescimento, é correto afirmar:
d) V – V – F – F
a) a associação de análogo de GnRH e GH deve ser re-
e) F – F – V – V
comendada a todas as crianças com baixa estatura
ACERTEI ERREI DÚVIDA grave (abaixo de 2 DP) e que iniciam tardiamente o
seu tratamento
b) a hipótese de Síndrome de Turner deve ser sempre con-
PUC-PR – 2012
siderada em meninas com baixa estatura importante
80. Segundo o estadiamento puberal estabelecido por Tan-
ner, uma menina com mamas (M) com tecido glandular (abaixo de 2 DP), mesmo na ausência de estigmas
apenas subaerolar e pelos pubianos (P) grossos e encara- c) o uso de esteroides sexuais pode ser considerado uma
colados, com distribuição em vulva e região suprapúbi- alternativa adequada e de menor custo para o trata-
ca, em pequena quantidade, deve ser classificada como: mento da baixa estatura constitucional
a) M1 – P2 d) a estatura média da família não deve ser considerada
b) M2 – P1 no cálculo de estatura-alvo de um determinado pa-
c) M2 – P3 ciente em avaliação clínica
d) M3 – P2
e) M3 – P3 ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) solicitar radiografia de mão, punho e crânio e mar- a) PC = 42 cm, transferir objetos de uma mão para ou-
car retorno para três meses para avaliar velocidade tra, apresentar movimento de pinça polegar-indica-
de crescimento dor, balbuciar, sentar sem apoio e ter preferência por
b) solicitar radiografia de mão, punho e crânio, testes pessoa de seu convívio
para avaliação da função tireoidiana e de hormônio b) PC = 42 cm, tentar alcançar um brinquedo, procurar
do crescimento e avaliar intervalo do retorno para objetos fora do alcance, voltar-se para o som, rolar
verificar os resultados dos exames no leito e tentar chamar a atenção da mãe
c) não solicitar exames nesta consulta e marcar retorno em c) PC = 42 cm, observar sua própria mão, seguir obje-
2 meses para avaliação da velocidade de crescimento tos com o olhar ultrapassando a linha média, reagir
d) não solicitar exames nesta consulta e marcar re- ao som, elevar a cabeça e mantê-la a 45º
torno em 6 meses para acompanhar crescimento d) PC = 44,5 cm, transferir objetos de uma mão para
e desenvolvimento. outra, apresentar movimento de pinça polegar-indi-
ACERTEI ERREI DÚVIDA cador, balbuciar, sentar sem apoio e ter preferência
por pessoa de seu convívio
e) PC = 44,5 cm, tentar alcançar um brinquedo, pro-
Hospital Albert Einstein – 2011 curar objetos fora do alcance, voltar-se para o som,
86. Os pais de um menino de 9 anos de idade estão preocu- rolar no leito e tentar chamar a atenção da mãe
pados com a estatura do filho. A curva de crescimento,
apresentada abaixo, revela o desenvolvimento, sendo ACERTEI ERREI DÚVIDA
que a estatura do pai é 1,72 m e da mãe 1,61 m.
UNITAU – 2011
88. Quanto aos marcos de desenvolvimento nos primei-
ros 2 anos de vida da criança, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) aos 2 meses, sustenta a cabeça sentada
b) aos 4 meses, perda do reflexo tonicocervical assimétri-
co e da preensão palmar
c) aos 6 meses, balbucio monossilábico
d) aos 6 meses, preensão com polegar indicador
e) aos 6,5 meses, rola da posição de decúbito dorsal para
o decúbito ventral
ACERTEI ERREI DÚVIDA
UNITAU – 2011
89. Adolescente de 15 anos, sexo feminino, comparece a
O Pediatra deve dizer aos pais que:
consulta com sua mãe, que está preocupada com o fato
a) a estatura é normal e está acompanhando o esperado
de a filha não ter apresentado a menarca. Nega antece-
como estatura alvo, podendo ficar tranquilos e mar-
dentes patológicos. A menarca materna ocorreu aos 11
cando retorno para acompanhamento
anos. Exame físico: peso no percentil 50, altura no per-
b) a estatura, apesar de estar dentro do que é esperado,
centil 25, velocidade de crescimento: 5 cm/ano. Tanner:
pode ser melhorada com a administração de hormô-
M1P1. A hipótese diagnóstica é:
nio de crescimento
c) deve ser colhido hormônio de crescimento, pois a es- a) síndrome de Turner
tatura está abaixo do esperado b) puberdade normal
d) deve ser realizada avaliação da idade óssea, pois a c) anorexia nervosa
estatura está abaixo do esperado d) bulimia
e) a estatura está abaixo do esperado, porém perdeu-se e) atraso puberal
o período ideal para a administração do hormônio
ACERTEI ERREI DÚVIDA
de crescimento
PUC-PR – 2010
FMJ – 2010
109. Analisando uma criança normal no ambulatório, obser-
105. Criança escolar, 8 anos, suspeita de baixa estatura fami-
varam-se as seguintes habilidades: a) anda com apoio;
liar (BEF). O que esperar, para esse diagnóstico, da radio-
b) solta um objeto sob comando; c) aproxima-se quando
grafia de punho e mão esquerda para idade óssea (IO)? chamado; e d) emite uma ou duas palavras com signifi-
a) IO igual à idade altura cado. Levando-se em consideração as diretrizes com re-
b) IO maior que a idade cronológica ferência à faixa superior de normalidade, você diria que
c) IO igual à idade cronológica esta criança tem:
d) IO menor que a idade cronológica a) 6 meses de idade
e) IO igual à idade peso b) 9 meses de idade
c) 12 meses de idade
ACERTEI ERREI DÚVIDA
d) 18 meses de idade
e) 24 meses de idade
FMJ – 2010 ACERTEI ERREI DÚVIDA
106. A puberdade no sexo masculino é iniciada por:
a) surgimento de pelos pubianos
b) surgimento de pelos axilares PUC-RS – 2010
c) crescimento do pênis 110. Lactente, 2 meses, hígido, amamentado exclusivamente
d) crescimento do testículo ao seio materno, pesa 4.800 g, mede 57 cm e tem PC 39,5
e) estirão do crescimento cm. Ao nascer por cesariana a termo, o peso foi 3.000 g,
comprimento 50 cm e PC 36 cm. Em relação a este lac-
ACERTEI ERREI DÚVIDA tente, são apresentadas as assertivas abaixo:
I. Seu comprimento está adequado para a idade. a) Código de Ética Médica do Conselho Federal de
II. A circunferência da cabeça está fora do esperado. Medicina, artigo 103
III. O ganho ponderal está insuficiente. b) Lei Nº 8.069/90
Qual é a alternativa correta? c) Norma federal 789
a) apenas I d) Constituição de 1988
b) apenas II e) CES/CNE 11.33 de 2001
c) apenas III
d) apenas I e III ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) I, II, III
UFF – 2010
ACERTEI ERREI DÚVIDA
114. Em relação ao crescimento normal, assinale a alterna-
tiva VERDADEIRA:
UFSC – 2010 a) nos primeiros dias de vida, o bebê perde até 10% do
111. Uma adolescente do sexo feminino de 14 anos e seis peso de nascimento, que devem estar recuperados
meses vêm à consulta preocupada “porque ainda não em torno do décimo dia de vida
menstruou”. O exame físico não evidenciou anorma- b) crianças nascem com aproximadamente 25 centíme-
lidades, e o estadiamento puberal de Tanner é P-2 e tros de perímetro cefálico
M-3. A hipótese diagnóstica mais provável é: c) o peso do bebê dobra no segundo mês de vida, tripli-
a) tumor hipofisário ca no sexto e quadruplica com um ano
b) síndrome de Turner d) nas meninas, a velocidade máxima de crescimento
c) testículo feminilizante ocorre no ano após a menarca
d) imperfuração himenal e) o perímetro cefálico cresce aproximadamente 15
e) adolescente normal centímetros no primeiro ano de vida
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
UFSC – 2010
112. Um paciente adolescente de 15 anos compareceu desa- UFF – 2010
companhado à primeira consulta. Ao relatar o ocorri- 115. Escolar do sexo feminino, sete anos, apresenta es-
do a um colega, este o advertiu de que infringira a lei tatura de 110 cm (< P5), velocidade de crescimen-
e o Código de Ética Médica. Baseado no relato acima, to 2,5 cm/ano, 25 kg (P 75), ausência de caracteres
é correto afirmar que o atendimento a menor de idade sexuais secundários e queixa de sonolência diurna
desacompanhada: e esquecimento. Exames complementares demons-
a) pode ser feito desde que se faça relato ao responsável tram idade óssea de três anos e ausência de anemia.
b) pode ser feito desde que este tenha capacidade de ava- O principal exame complementar a ser solicitado é
liar seu problema o seguinte:
c) pode ser feito desde que autorizado por escrito pelo a) ultrassonografia abdominal
responsável b) radiografia de crânio (e sela túrcica)
d) pode ser feito desde que autorizado por escrito e com
c) dosagem de hormônio do crescimento
relato ao responsável
d) tomografia computadorizada de crânio
e) não pode ser feito mesmo que autorizado por escrito
e) hormônios tireoidianos
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
PUC-PR – 2010
113. Lina tem 18 anos, vai ao consultório e demonstra di- UFF – 2010
ficuldade de falar sobre o que a aflige. O médico per- 116. O atraso puberal pode ser reconhecido através da au-
cebendo o conflito de Julia, informa que ela pode ficar sência de certos achados clínicos normalmente pre-
sossegada, pois ele não irá contar a ninguém sem auto- sentes em determinada idade cronológica. A alterna-
rização dela. Tranquilizada a paciente relata que traba- tiva em que se apresenta um desses achados é:
lha e estuda, namora há 3 meses e tem atividade sexual. a) ausência de telarca aos 14 anos
A mãe tem conhecimento. A queixa principal é devi- b) pubarca masculina aos 13 anos
do a persistência de secreção vaginal, purulenta em c) aumento testicular aos 12 anos
grande quantidade, e ardência. O namorado apresenta
d) menarca aos 14 anos
o mesmo sintoma. Ele foi ao médico e foi constatado
e) pubarca feminina aos 14 anos
gonorreia. Neste caso ocorreu uma situação de “Confi-
dencialidade, definida como acordo entre profissional ACERTEI ERREI DÚVIDA
de saúde e o cliente, em que as informações discutidas
durante a consulta não devem ser repassadas a seus
pais sem a permissão explícita do adolescente.” Esta UFRN – Pediatria – 2010
situação se apoia em qual das citações abaixo? 117. Em relação ao desenvolvimento puberal, é CORRETO:
FESP – 2009
UNISA – 2009 131. Lactente com história de gestação e parto sem intercor-
127. Frente a um lactente do sexo masculino, em aleitamento rências nasceu a termo e sem asfixia. Ao exame, susten-
materno exclusivo, que nasceu de parto normal, a termo, ta a cabeça, roda sobre seu próprio eixo, acompanha
pesando 3.250 g e 49 cm de comprimento, com 3 meses com os olhos o examinador, sorri e reage com garga-
de idade, apresentava peso de 5.925 g e comprimento de lhadas aos estímulos maternos. Colocado sentado, não
59 cm, e com 6 meses peso de 8.000 g e comprimento de se sustenta e cai. Sua idade provável em meses é de:
64 cm. Qual seria a classificação mais adequada? a) 2
a) eutrófico, crescimento adequado b) 4
b) eutrófico, crescimento inadequado c) 6
d) 8
c) ganho de peso inadequado, crescimento inadequado
d) ganho de peso inadequado, crescimento adequado ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) ganho de peso adequado, crescimento inadequado
ACERTEI ERREI DÚVIDA FESP – 2009
132. Em relação à puberdade, pode-se afirmar que:
UNISA – 2009 a) o surgimento dos pelos axilares em meninos aconte-
128. Em relação ao desenvolvimento infantil, é CORRE- ce no estágio V de Tanner
TO afirmar, exceto: b) os níveis séricos de androgênios provenientes da su-
a) por volta dos 3 meses de idade, a criança traz as mãos prarrenal começam a se elevar entre 6 e 8 anos
c) a puberdade inicia-se mais tarde em meninas obe-
para a linha média e fica brincando com elas
sas, sendo 13 anos a média de idade da menarca
b) qualquer criança de 7 meses que não fique sentada
d) a menarca geralmente acontece entre os estágios II
sem apoio deve ser investigada
de Tanner, coincidindo com o período de maior ve-
c) o teste de Snellen para avaliação da acuidade visual locidade de crescimento
pode ser feito a partir dos 3 anos de idade
d) a partir dos 9 meses, algumas crianças já podem falar ACERTEI ERREI DÚVIDA
as palavras papa e mama referindo-se ao pai ou à mãe
e) aos 3 meses, a criança é capaz de seguir objetos por 180º
UERJ – 2009
ACERTEI ERREI DÚVIDA 133. Um menino de nove anos apresenta baixa estatura,
pregas em epicantos oculares, fissuras palpebrais
desviadas para baixo, ptose palpebral bilateral, pon-
UFRN – 2009 te nasal achatada, pescoço curto, baixa implantação
129. Em relação à baixa estatura, é INCORRETO afirmar: posterior dos cabelos, tórax em escudo, um sopro
SES-CE – 2009
138. Os eventos habituais no desenvolvimento puberal
normal, em ordem de surgimento, são:
a) velocidade máxima de crescimento, surgimento de pe-
los pubianos, brotamento mamário, menarca
b) surgimento de pelos pubianos, velocidade máxima de
crescimento, brotamento mamário, menarca
c) brotamento mamário, surgimento de pelos pubianos,
velocidade máxima de crescimento, menarca
d) brotamento mamário, menarca, surgimento dos pelos
pubianos, velocidade máxima de crescimento
e) surgimento de pelos pubianos, brotamento mamário,
menarca, velocidade máxima de crescimento
SES-CE – Pediatria – 2009 Atenção: o caso a seguir deve ser utilizado para res-
139. Um menino de 13 anos está abaixo do percentil 3 para ponder às próximas duas questões.
altura (equivalente ao percentil 50 aos 9 anos de ida-
de). O seguinte achado dará a ele o melhor prognósti- SES-DF – Pediatria – 2009
co para uma altura normal quando adulto: 143. Adolescente de 14 anos de idade em avaliação por
a) idade óssea de 9 anos baixa estatura: Apresenta atraso das características
b) idade óssea de 13 anos sexuais secundárias e ainda não apresentou menarca.
c) idade óssea de 15 anos Refere também dificuldade escolar, timidez e baixa
d) ter o peso no percentil 50 para idade autoestima. O diagnóstico provável é:
e) ter o peso no percentil 3 para a idade a) hipotireoidismo
ACERTEI ERREI DÚVIDA b) nanismo hipofisário
c) síndrome da insensibilidade androgênica
d) síndrome de Turner
UEL – 2009
e) síndrome de Edward
140. Quanto aos fatores que afetam o momento do início
da puberdade, analise as afirmativas a seguir: ACERTEI ERREI DÚVIDA
I. O estado psicológico, a exposição à luz e a localiza-
ção geográfica são fatores que influenciam o início
da puberdade. SES-DF – Pediatria – 2009
II. O estado nutricional e a saúde desempenham papéis 144. Nesse caso, a investigação deve incluir:
importantes na determinação do início da puberdade. a) dosagem de TSH, T4, T3 e radiografia de punhos
III. A menarca precoce é frequente em meninas com b) cariótipo, radiografia de punhos, dosagem de TSH,
obesidade mórbida, diabetes, naquelas que se exer- T3 e T4
citam intensamente ou que têm anorexia nervosa. c) dosagem de FHS e LH
IV. O fator determinante do início da puberdade mais d) somente pesquisa de idade óssea D
importante é o genético. e) dosagem de 17-OH progesterona e glicemia
Assinale a alternativa correta:
a) somente as afirmativas I e III são corretas ACERTEI ERREI DÚVIDA
b) somente as afirmativas III e IV são corretas
c) somente as afirmativas I e II são corretas
UFF – 2009
d) somente as afirmativas I, II e IV são corretas
145. Com relação ao desenvolvimento infantil, assinale a
e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas
alternativa CORRETA:
ACERTEI ERREI DÚVIDA a) o desenvolvimento adequado da criança não depen-
de de um ambiente social propício
UEL – 2009 b) o uso de álcool durante a gestação não é fator de dis-
141. Assinale a alternativa correta para a avaliação de crian- túrbios do desenvolvimento
ças durante a adolescência: c) por volta de um ano e dois meses a criança é capaz
a) critérios de Marques e Marcondes, para o desenvolvi- de combinar duas palavras
mento neuropsicomotor d) o sorriso social surge aos seis meses de idade
b) critérios do NCHS, para o desenvolvimento pubertário e) o lactente senta sem apoio por volta dos seis meses de
c) critérios de Morley e Woodland, para a maturação óssea idade
d) critérios de Greulich e Pyle, para a maturação emocional
ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) critérios de Tanner, para o desenvolvimento sexual e
o crescimento
UFPR – 2009
ACERTEI ERREI DÚVIDA
146. Acerca da puberdade, assinale a alternativa incorreta:
a) é considerado normal o início da puberdade a partir
UEL – 2009 dos 8 anos nas meninas e 9 anos nos meninos, mas
142. Assinale a alternativa que indica corretamente duas aproximadamente 3% das crianças normais iniciam
características do desenvolvimento neuropsicomotor a puberdade antes dessas idades
para a idade citada: b) nas meninas, a pubarca pode acontecer como primei-
a) aos 9 meses de idade anda sozinha e combina duas ro sinal de puberdade em até 20% dos casos
palavras c) o aparecimento de pelos pubianos antes dos 7 anos de
b) aos 5 meses de idade nega com a cabeça e reconhece idade nas meninas pode indicar a presença de uma
os familiares doença do córtex da adrenal
c) aos 10 meses de idade engatinha e senta-se sem apoio d) o início da puberdade em meninos normais é mar-
d) aos 12 meses de idade tira qualquer peça do vestuá- cado pelo aumento do volume testicular (> 4 mL)
rio, corre e sobe degraus e) o aparecimento de mamas em meninas antes dos 2
e) aos 18 meses de idade diz seu próprio nome e se veste anos de idade indica puberdade precoce central em
sozinha aproximadamente 90% dos casos
UFRN – 2008
UFPE – Endocrinologia – 2009 155. Em relação ao desenvolvimento físico, é correto:
151. A ausência do desenvolvimento puberal em meninos com a) a curva de crescimento para o IMC não deve ser uti-
mais de 14 anos de idade, que apresentem níveis plasmáti- lizada em adolescentes
cos elevados de LH e de FSH, indica a realização de: b) o estirão puberal é mais tardio e curto nas meninas,
a) ressonância magnética da hipófise se comparado ao dos meninos, principalmente pela
b) cariograma ação diferencial do estrógeno
UFG – 2007
UMC – 2008
160. A medida do perímetro cefálico da criança é impor-
156. Puericultura é:
tante para indicar:
a) conhecimento da doença, visando à prática para de-
a) o fechamento precoce da fontanela
senvolvimento de novos medicamentos
b) a época do início da marcha
b) conhecimento e a prática visando à prevenção da
c) o crescimento do cérebro
doença e a promoção da saúde, da concepção ao fi-
nal da adolescência d) o início da fala
c) estudo das populações visando à melhoria da quali- ACERTEI ERREI DÚVIDA
dade de vida desde a infância à idade adulta
d) pesar e medir a criança, em intervalos regulares, a fim
de que se possa analisar seus desvios e corrigi-los a UFPE – 2007
tempo de não haver repercussão nos dois primeiros 161. O período de maior velocidade de crescimento na
anos de vida que possa afetar o desenvolvimento neu- criança é:
ropsicomotor futuro a) adolescência
e) nenhuma correta b) intrauterino
c) lactente
ACERTEI ERREI DÚVIDA d) escolar
a) a puberdade fisiológica pode se iniciar a partir dos 8 Somente estão corretas as afirmações:
anos de idade a) I e II
b) o não aparecimento dos caracteres sexuais secundários b) I e III
após os 11 anos de idade caracteriza a puberdade tardia c) II e III
c) o aparecimento da menarca antes dos 11 anos é con- d) II e IV
siderado puberdade precoce e) I, II e III
d) a puberdade precoce é sempre consequência de tu-
mor ovariano ou de suprarrenal ACERTEI ERREI DÚVIDA
e) a puberdade manifesta-se pela sequência de fenôme-
nos que se inicia pela pubarca, passa pelo estirão, te- HSPM – 2007
larca e, finalmente, menarca 168. A criança nascida de termo, que apresenta crescimen-
to e desenvolvimento normais, deve triplicar seu peso
ACERTEI ERREI DÚVIDA
de nascimento e atingir a estatura de um metro, res-
pectivamente, com as idades de:
CRM – 2007 a) 6 e 18 meses
165. Paciente de 13 anos, menarca aos 12 anos. Mãe refere b) 8 e 27 meses
ciclos menstruais irregulares, com intervalos de 2 em c) 10 e 36 meses
2 meses, duração de 6 dias, com fluxo regular. Nessa d) 12 e 48 meses
situação, a orientação médica é: e) 15 e 60 meses
a) indicar progesterona na segunda fase do ciclo mens- ACERTEI ERREI DÚVIDA
trual, pois se trata de anovulação por imaturidade
do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano
b) indicar ciclo artificial com estrogênio e progesterona SES-SC – 2007
sequenciais para regular a menstruação 169. Assinale a alternativa correta. A causa endocrinológi-
c) indicar um contraceptivo hormonal oral de baixa do- ca mais frequente de baixa estatura é:
sagem para regular o ciclo menstrual a) diabetes mellitus
d) indicar progesterona injetável de depósito (acetato de b) nanismo hipofisário
medroxiprogesterona - 150 mg) a cada 3 meses por c) hipoparatireoidismo
um período de 1 ano, para deixá-la em amenorreia d) hipotireoidismo adquirido
e) não fazer nada e observar, pois se trata de anovulação e) hipogonadismo hipogonadotrófico
por imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
SES-SC – 2007
FESP – 2007 170. No ambulatório dos residentes do Hospital Infantil Jo-
166. Uma menina de 12 anos é levada à consulta médica com ana de Gusmão chega um lactente que nasceu de par-
queixa de baixa estatura. Nasceu a termo, pequena para to normal, pesando 3.300 g, tendo sido alimentado ao
a idade gestacional. Vem desacelerando o crescimento seio e apresentando peso atual de 7.800 g. Assinale a
desde os primeiros meses de vida, e isso se perpetuou alternativa correta, em relação à idade desse lactente:
até a idade atual. Aos 10 anos, teve diagnóstico de hipo- a) 4 meses
tireoidismo, quando iniciou tratamento, mas seu cresci- b) 5 meses
mento se manteve ruim. Sua altura é bem abaixo da cur- c) 6 meses
va do 3º percentil de altura para a idade, e sua genitália é d) 7 meses
impúbere. Apresenta cúbitos valgos, nevos pigmentados e) 8 meses
e um sopro sistólico em foco aórtico à ausculta cardíaca. ACERTEI ERREI DÚVIDA
Essa menina deve ser investigada quanto a:
a) síndrome de Turner
b) pan-hipopituitarismo HSLRM – 2007
c) resistência ao hormônio tireoideano 171. Em relação à evolução ponderal da criança normal,
d) atraso constitucional do desenvolvimento nascida de termo, pode-se afirmar que:
a) a criança, em geral, perde cerca de 25% do seu peso
ACERTEI ERREI DÚVIDA de nascimento nos dois primeiros dias de vida
b) a criança, após a perda inicial, recupera seu peso de
nascimento no final do primeiro mês de vida
HSPM – 2007 c) a criança atinge o dobro do seu peso de nascimento
167. Afirmações relativas ao desenvolvimento neuropsico- em torno do oitavo mês de vida
motor da criança normal, de acordo com os conceitos d) o peso da criança, com um ano de idade, correspon-
de Gesell: de ao triplo do seu peso de nascimento
I. Aos 12 meses, diz duas ou mais palavras. e) o peso da criança, a partir do segundo ano de vida,
II. Adquire controle esfincteriano aos 18 meses. dobra a cada intervalo de seis meses
III. Com 40 semanas de vida, usa a colher.
IV. Com 2 anos de idade, veste-se sem ajuda. ACERTEI ERREI DÚVIDA
IAMSPE-SP – 2005
184. A primeira manifestação de puberdade no sexo femi- UNB – 2002
nino é, geralmente: 188. Com referência aos estágios do desenvolvimento sexual e
a) estirão de estatura do crescimento na adolescência, assinale a opção correta:
b) pilosidade axilar a) a menarca ocorre aproximadamente dois anos após
c) botão mamário a telarca
d) menarca b) a velocidade máxima de crescimento ocorre um ano
e) pelos pubianos com aspecto adulto após a menarca
ACERTEI ERREI DÚVIDA c) a pubarca é o primeiro sinal de desenvolvimento sexual
d) a idade média em que ocorre a menarca é quatorze anos a) telarca, pubarca, menarca
e) a idade média da telarca é doze anos b) pubarca, telarca, menarca
c) menarca, pubarca, telarca
ACERTEI ERREI DÚVIDA
d) telarca, menarca, pubarca
e) menarca, telarca, pubarca
UNICAMP – 2001
ACERTEI ERREI DÚVIDA
189. Os homens são, em média, 12 a 13 cm mais altos do
que as mulheres. Essa diferença é devida a:
a) não tem relação com o desenvolvimento puberal IAMSPE-SP – 2003
b) somente ao estirão de crescimento puberal mais tar- 193. Assinale a alternativa que corresponde ao ganho nor-
dio no sexo masculino
mal de peso do lactente em sua faixa etária:
c) somente ao pico de velocidade de crescimento maior
a) 30 g/dia no primeiro trimestre
no estirão puberal masculino
b) 20 g/dia no segundo trimestre
d) maior crescimento durante toda a infância e puber-
dade no sexo masculino c) 10 g/dia no terceiro trimestre
e) tanto ao estirão de crescimento puberal mais tardio d) 15 g/dia no quarto trimestre
quanto ao pico de velocidade de crescimento maior e) 600 g/mês no segundo mês
no sexo masculino
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
IAMSPE – 2003
USP – 2002 194. Com relação ao desenvolvimento puberal normal, as-
190. Dentre as faixas etárias abaixo, qual apresenta a etapa sinale a alternativa INCORRETA:
de desenvolvimento mais adequada? a) os meninos apresentam aceleração do crescimento 2
a) 4 meses: postura de barriga para cima, pernas e bra- a 3 anos após as meninas
ços fletidos, cabeça lateralizada b) o estirão de crescimento se inicia distalmente, com
b) 5 meses: reflexo de Moro aumento das mãos e dos pés
c) 6 meses: engatinha
c) a menarca ocorre aproximadamente 2 anos após a
d) 9 meses: responde de forma diferente aos familiares
telarca
e estranhos
e) 11 meses: senta-se somente com apoio d) o aumento peniano precede o aumento testicular
e) telarca é evento puberal comum em mais de 50% dos
ACERTEI ERREI DÚVIDA meninos
1. A partir dos 3 meses de idade a criança inicia a observação A resposta C é a mais adequada embora exista um erro con-
das mãos e dedos, juntando-as na linha média, leva mãos a ceitual nela: meninas com mais de 13 anos e meninos com
boca e a, partir dos 4 meses, ficando com as mãos abertas a mais de 14 que não tenham entrado na puberdade têm o
maior parte do tempo, pega objetos colocados em suas mãos. diagnóstico de retardo puberal, o que não significa necessa-
Dos intervalos assinalados na questão, o que melhor se aplica riamente anormalidade (a maioria será, inclusive, normal,
para essa resposta está na alternativa b. Resposta b. com o diagnóstico de retardo constitucional do crescimento
e da puberdade). Resposta c.
2. O estirão puberal das meninas é, em geral, anterior ao dos
meninos. A variabilidade do início e da velocidade de pro- 8. As habilidades apresentadas nas alternativas “B”, “C” e “D”
gressão das transformações puberais é fato durante a adoles- são mais tardias; é a partir de 12 meses que a criança aponta
cência e exatamente depende dos fatores genéticos (consti- os objetos que quer e que inicia as primeiras palavras com
tucionais) e ambientais (fundamentalmente nutricionais) do sentido. Fundamentalmente, a criança de 5 meses, já sorri,
indivíduo. Durante a puberdade há um ganho de cerca de identifica seus pais (principalmente a mãe), acompanha com
25% da estatura final e 50% do peso. Resposta c. o olhar e identifica quando falam com ela. Resposta a.
3. Deve-se deixar claro, inicialmente que a estatura entre -1 9. Questão clássica: o primeiro sinal puberal na menina é te-
e -2 desvios-padrão não configura situação de baixa estatura. larca e no menino não é o crescimento do pênis, e sim, o
De qualquer forma, estando ou não preocupada com a esta- aumento do volume testicular. Resposta a.
tura, o melhor dado clínico para ser acompanhado durante a
consulta pediátrica para a avaliação do crescimento é a velo-
10. Engatinhar é uma habilidade um pouco mais tardia,
cidade de crescimento (VC). Resposta c.
mas que alguns bebês nem manifestam. A criança, a partir
dos 9 meses pode ficar em pé, com apoio das mãos. A partir
4. A nova curva do OMS, chamada de MGRS é um referen-
dos 10 meses, pode caminhar com apoio das duas mãos. É
cial multicêntrico (6 países do mundo – Brasil, EUA, Gana,
fundamental que consiga sentar-se aos seis meses de idade.
Noruega, Índia e Omã) e realizada com crianças que tiveram
Resposta d.
acesso ao aleitamento natural exclusivo (padrão-ouro de ali-
mentação infantil). Resposta b.
11. Na alternativa a, estão as principais características da
5. No sexo feminino, em M2 há início da aceleração do cres- nova curva de crescimento da OMS. Obviamente não é pre-
cimento, em M3 seu pico, em M$ a desaceleração e a me- ciso ter a idade óssea para predizer o crescimento; todas as
narca que, é, portanto, um fenômeno tardo da maturação informações da alternativa b são benvindas, e, dados isolados
puberal. Resposta b. não predizem nada. O principal parâmetro para acompanhar
o crescimento é a velocidade de crescimento, calculada a in-
6. Observe que a velocidade de crescimento está normal (5 tervalos de, pelos menos, 4 meses. Resposta a.
cm/ano), o que nos faz pensar, inicialmente em uma baixa
estatura (embora não haja esse diagnóstico gráfico –p < 3) 12. A preensão palmar existe reflexamente até cerca de3 me-
normal ou uma variação da normalidade. Como está dentro ses, quando a pega passa a ser voluntária. Resposta a.
do canal familiar e a puberdade ainda está iniciando (G2 aos
12 anos) a hipótese mais plausível é de um retardo constitu- 13. A sustentação cervical ocorre aos 3 meses, o sentar-se
cional do crescimento e da puberdade. Resposta b. sozinho aos 6 meses, o engatinhar aos 9 meses (não obri-
gatório) e o andar voluntário sem apoio após os 12 meses.
7. No sexo masculino, o primeiro sinal puberal é o aumen- Resposta b
to do volume testicular. A média de entrada na puberdade,
no sexo feminino é por volta dos 9,5 aos 10 anos de idade 14. O primeiro marcador social do bebê é o sorriso social que
(telarca). O crescimento não tem relação direta com a idade ocorre a partir da sexta a oitava semana de vida da criança.
cronológica e, sim, com a idade maturacional. Resposta c.
159
2 Crescimento e desenvolvimento
15. Essa menina entrou em puberdade. A princípio é uma 24. As mucopolissacaridoses (MPS) compreendem um gru-
maturadora mais precoce, mas em nada se configurando um po de doenças de depósito lisossômico que em seu conjun-
estado patológico ou, mais amplamente, uma puberdade pre- to representam uma situação de frequência moderada, com
coce (antes dos 8 anos). A telarca não é isolada, pois já ocorreu uma prevalência combinada estimada de 1:22.500 indivíduos
também o desenvolvimento da pilificação pubiana e o estirão, e uma incidência mundial de 1:100.000 nascidos vivos. São
presumivelmente, também deve estar iniciando. Resposta a. doenças metabólicas hereditárias (ou erros inatos do meta-
bolismo) causadas pela deficiência de determinadas enzimas
16. A adrenarca é um fenômeno independente da gonadarca lisossomais responsáveis pela degradação dos glicosami-
(puberdade) e geralmente pode precedê-la. Em uma menina noglicanos (mucopolissacaríeos). Por conta disto, ocorre o
de 9 anos, prestes a entrar em puberdade, nada de errado ini- acúmulo destas macromoléculas no interior dos lisossomos,
ciar o desenvolvimento dos pelos pubianos. Resposta e. resultando na disfunção de células, tecidos e órgãos. Atual-
mente são conhecidos 7 fenótipos de MPS que incluem:
17. Estamos realmente diante de um garoto com baixa estatu- • Tipo I (Hurler, Hurler-Scheie e Scheie)
ra (menor que escore z -2) e impúbere. Não se configura ainda • Tipo II (Hunter)
um retardo puberal (não tem 14 anos). Pais não são baixos, o
• Tipo III ( Sanfilippo A, B, C e D)
que a princípio invalida a alternativa a. Embora não tenha-
mos a velocidade de crescimento (presumivelmente normal) • Tipo IV ( Morquio A e B)
o atraso de idade óssea (cerca de 2 a 2,5 anos) fala a favor de • Tipo VI ( Maroteaux-Lamy)
um retardo constitucional do crescimento. Resposta b.
• Tipo VII ( Sly)
18. Somente para lembrar que o principal parâmetro para a • Tipo IX
identificação da baixa estatura patológica é o comprometi- As MPS incluem ampla gama de sintomas e manifestações
mento da velocidade de crescimento. Resposta b. clínicas. As MPS estão associadas a efeitos patológicos na
maioria dos tipos de tecidos. As manifestações clínicas das
19. O caso, muito provavelmente é de uma ginecomastia MPS são de natureza multissistêmica, incluem aumento do
puberal, fisiológica e comum nesse momento maturacio- fígado e do baço, ossos com conformação anormal e artropa-
nal. Mesmo com o tamanho maior (> 5 cm) não há grande tia grave, fácies característica (feições grosseiras), opacidade
preocupação, pois pode haver involução. Geralmente ocorre da córnea, e apneia do sono. As funções auditiva, visual, res-
em G3 (daí a importância do estadiamento) e o paciente não piratória (vias aéreas) e cardiovascular são todas afetadas e,
deve ter doenças de base ou uso de medicações e drogas (es- tipicamente, a mobilidade das articulações fica gravemente
sas são as informações mais importantes a serem coletadas). diminuída. Na MPS I (Hurler), MPS II (forma grave) e na
Para ser ginecomastia puberal tem que ocorrer durante a pu- MPS III há ainda o comprometimento do sistema nervoso
berdade. Resposta a. central (involução do desenvolvimento) Resposta c.
20. A velocidade de crescimento é o principal parâmetro a ser 25. Conceito de atraso puberal: menina que, aos 13 anos, não
acompanhado para a avaliação auxológica de uma criança. apresenta início da puberdade (telarca) ou menino que, aos 14
Resposta d. anos, não iniciou o desenvolvimento puberal (aumento testi-
cular). Conceito de puberdade precoce (mais variável que o
21. Nas crianças pequenas, particularmente o lactente, os de retardo puberal): critérios clássicos estabelecem o limite de
fatores externos (ambientais) são os que mais interferem no normalidade para o início puberal em 8 anos para as meninas
processo de crescimento. Resposta b. e em 9 anos para os meninos. (há alguma variação entre os au-
tores, o que não impede a resolução dessa questão!) Resposta a.
22. As proporções corporais seguem uma sequência previsível
de mudanças durante o crescimento. A cabeça e o tronco são
proporcionalmente grandes ao nascer, e essa proporção vai re- 26. Embora os limites etários para a consideração da puber-
dade precoce sejam pouco variáveis entre os autores, é níti-
duzindo com o alongamento progressivo dos membros, parti-
do que sinais puberais (observados no enunciado) evoluídos
cularmente durante a puberdade. A proporção entre o segmento
(M3!) em uma menina com 7 anos, são indicativos de inves-
superior (SS= diferença entre estatura e o segmento inferior) e o
tigação. Muitos encaminhariam direto ao endocrinologista,
segmento inferior (SI= medida desde a sínfise púbica até o chão) mas n alternativa A, mais completa, observa-se a realização
é uma característica marcante do desenvolvimento infantil. Ao de exames subsidiários comprobatórios da evolução puberal
nascimento a relação SS/SI é de 1,7. Aos 3 anos de idade é de 1,3 e, particularmente o exame de imagem para a avaliação ini-
e torna-se 1,0 entre 8 e 10 anos. Resposta d. cial quanto à grave possibilidade tumoral. Resposta a.
23. Ambas as causas de padrões fisiológicos de baixa estatu- 27. Somente o conceito de que é o aumento do volume testi-
ra (BE familiar e retardo constitucional do crescimento e da cular o primeiro indicativo de puberdade no sexo masculino
puberdade cursam com velocidade normal de crescimento. já o ajudaria a gabaritar a questão. Embora os limites para
O parâmetro da idade óssea (IO) é bastante útil para esse di- o diagnóstico de puberdade precoce possam variar entre os
ferencial: IO costuma estar compatível com a idade cronoló- autores, o clássico é ainda considerar os primeiros eventos
gica na BE familiar e atrasada (cerca de dois anos) no RCCP. antes de 9 anos nos meninos e antes de oito anos em meni-
Resposta d. nas. Resposta d.
28. Lembre-se que pode haver dois momentos de mudança 34. A velha questão clássica sobre a interpretação sobre essa
de canal de crescimento que não necessariamente serão indi- variável estatística, percentil. Percentil é uma medida de po-
cativos de problemas: no início da vida (primeiro ano e pu- sição e localiza o valor em uma “fila de 100 normais”. Assim,
berdade). As demais alternativas estão corretas. Resposta e. estar no percentil 15 significa: 15% estão abaixo e 85% estão
acima. Resposta e.
32. Questão conceitual com as novas definições na classifi- 39. Espera-se que, aos 4 meses, já haja sustentação cervical.
cação antropométrico-nutricional: peso maior que 2 desvios Resposta a.
padrão (assim como altura), classificam o indivíduo como
peso/altura elevado para idade; essas variáveis menores que
dois desvios-padrão, a classificam como baixo peso/baixa es- 40. As informações antropométricas apresentadas facilitam
o cálculo da velocidade de crescimento; no último ano (en-
tatura.Valores entre z=-2 e z=+2, são classificados como ade-
tre 9 e 10 anos), estando a menina impúbere (sem telarca),
quados. IMC entre z-escore 0 e +1, classifica a criança com
a velocidade foi de 6cm/ano, uma velocidade absolutamente
menos de 5 anos como eutrófica; entre +1 e +2, como risco
compatível com seu estágio maturacional infantil. Ter idade
de sobrepeso, entre +2 e +3 como sobrepeso e maior que +3, óssea um pouco atrasada (2 anos) pode apenas ser indicativo
como obesa. (atenção pois essa classificação é somente para a de um retardo constitucional de crescimento e puberdade,
criança com menos de cinco anos !) Resposta a. embora ainda essa menina esteja muito distante do diagnós-
tico de atraso puberal (ausência do primeiro sinal puberal
aos 13 anos de idade) Resposta d.
33. Quadro clássico da ginecomastia puberal, um evento co-
mum em adolescentes, durante a maturação puberal (mais
comum em estágio G3). A conduta é expectante, o quadro 41. Em menina obesa, impúbere, com baixa estatura e, prin-
costuma regredir em cerca de uma ano. Deve-se tranquilizar cipalmente , com velocidade de crescimento comprometida e
o adolescente quanto à benignidade e normalidade do caso. idade óssea muito atrasada deve-se pensar em baixa estatura
Resposta b. patológica, de causa endocrinológica Resposta c.
42. Novamente uma questão de classificação nutricional, 49. Tlarca após os 8 anos de idade (pela referência da questão
utilizando os novos parâmetros propostos pela Organização aos 8 anos e 4 meses) não configura quadro de puberdade
Mundial de Saúde e pelo Ministério da Saúde. Entretanto há precoce. Embora haja alguns valores diferentes na literatu-
um detalhe conceitual na questão. O diagnóstico de sobrepe- ra médica, a maior parte dos autores (inclusive o que consta
so/obesidade deve advir da análise do índice de massa corpo- no Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria)
ral (IMC), sempre que possível e não do peso isoladamente. ainda define a precocidade puberal como o aparecimento de
Quanto à variável peso, única informação que poderíamos caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos nas meninas
afirmar é que está adequado para idade (escore z entre -2 e antes dos 9 anos nos meninos. Essa definição vem sendo re-
e +2). O que o examinador chama de peso para estatura é vista nos últimos anos, pois estudos populacionais têm mos-
IMC? Conceitualmente não, embora , pelo gabarito ofereci- trado haver uma tendência à antecipação puberal na popu-
do, é interpretado da mesma forma: escore z entre +1 e +2 lação geral, o que facilita a resposta desta questão. O fato de
indica risco de sobrepeso. Resposta d. uma mama ter se desenvolvido anteriormente à contralateral
não representa nenhum problema, fato comum observado na
meninas púberes iniciais. Resposta d.
43. Geralmente há desaparecimento do reflexo de Moro a
partir dos 4 meses, estando aos seis meses totalmente elimi-
nado. O reflexo tônico-cervical assimétrico desaparece aos 4 50. Este caso trata-se de uma puberdade anormalmente pre-
meses de idade. Portanto, a manutenção desses achados aos coce, aos 4 anos de idade, momento em que não resta dúvida
10 meses é francamente patológica. As outras alternativas são sobre a precocidade. Observa-se nitidamente que a puberda-
de afirmações categoricamente errôneas. Resposta e. de iniciou-se: estirão, aumento peniano e testicular, de massa
muscular e aparecimento de acne, além do avanço da idade
óssea. Diante de uma situação dessa, o primeiro passo a ser
44. As principais comorbidades do paciente obeso: alteração realizado é identificar se a puberdade precoce é central (PPC-
do metabolismo lipídico (dislipidemias), alteração do meta- ativação do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal), quando o
bolismo glicídico (resistência insulina, intolerância à glicose desenvolvimento sexual geralmente reproduz a sequência da
e diabetes tipo 2), hipertensão arterial, alterações ortopédicas puberdade normal, o que parece acontecer nesse caso. Basica-
e dermatológicas, esteatose hepática (doença hepática gordu- mente a PPC pode ser idiopática ou neurogênica. A etiologia
rosa não alcoólica), síndrome dos ovários policísticos (em idiopática é mais comum na menina e não se identifica uma
mulheres) e, síndrome da apneia do sono. Resposta a. causa na investigação. As causas neurogênicas incluem todas
as anormalidades do sistema nervoso, congênitas ou adquiri-
45. Os primeiros dentes decíduos aparecem na cavidade das e são mais comuns nos meninos. Aproximadamente 20%
bucal entre 6 e 10 meses de idade, estando a dentição de- dos meninos com PPC têm lesão no SNC. A lesão tumoral
cídua completa por volta do 30º mês de vida. Os primeiros sempre precisa ser afastada. Portanto, a dosagem das gonado-
dentes a aparecer costumam ser os incisivos centrais infe- trofinas, identificando a ativação do eixo e o estudo de imagem
riores. Resposta c. do SNC são mandatórios. Na puberdade precoce periférica,
ocorre desenvolvimento secundário à produção autônoma de
esteroides sexuais pelas adrenais ou gônadas, independente-
46. Na baixa estatura devido ao retardo constitucional de mente da ativação do eixo. Nos meninos, o desenvolvimento
crescimento e de puberdade (RCCP), tem-se a velocidade dos testículos é, em geral, indicação de ativação do eixo, en-
de crescimento normal, o atraso dos sinais pubertários (em quanto na puberdade periférica, o crescimento peniano ocorre
relação à média de aparecimento), a história familiar do atra- sem o concomitante desenvolvimento testicular. Assim, nes-
so no crescimento e na puberdade durante a adolescência e se caso, a dosagem das gonadotrofinas e estabelecimento do
o atraso na idade óssea em relação à idade cronológica. O diagnóstico diferencial central x periférico deve ser realizada
prognóstico é bom, bem melhor que na baixa estatura fami- e a exclusão de doenças graves tumorais ou malformativas em
liar, pois no RCCP há “reserva de crescimento” Resposta a. SNC, que exigem intervenção mais rápida representam os pri-
meiros passos na investigação complementar. Resposta a.
53. Em todas as meninas com baixa estatura de causa inex- 60. Mais uma questão clássica sobre o principal parâmetro
plicada, deve-se pensar na possibilidade de Síndrome de Tur- a ser acompanhado em auxologia pediátrica: a velocidade
ner, particularmente as formas não clássicas (mosaico), onde de crescimento. Lembre-se do gráfico de velocidade de cres-
os estigmas não são tão clássicos. Observe que a estatura fa- cimento por idade e as três fases do crescimento humano:
miliar (alvo) não é tão baixa e não há indícios de atraso cons- lactância (velocidade alta porém, desacelerativa), infância
titucional (menarca materna na idade média); portanto, a (velocidade baixa, estável, de cerca d e4 a 6 cm/ano) e ado-
causa da baixa estatura não está clara nesse caso. Resposta c. lescência, com aceleração do crescimento, até um valor de
pico, com posterior desaceleração até a altura final (estirão
do crescimento). A puberdade, em média começa entre 9 e
54. A velocidade de crescimento no primeiro ano de vida é
10 anos no sexo feminino, tornando a alternativa “c”, a mais
de cerca de 25 cm/ano e o crescimento do perímetro cefálico
correta da questão. Resposta c.
no primeiro ano de vida é de 12 cm, seguindo-se a seguinte
regre de crescimento trimestral: 2 cm/mês no primeiro tri-
mestre, 1 cm/mês no segundo trimestre e 0,5 cm/mês nos 61. Com 10 semanas de vida, cerca de 2 meses e meio, es-
terceiro e quarto trimestres. Apenas com essas informações pera-se que a criança já apresente sorriso social, acompanhe
você responderia essa questão. Resposta a. com olhar, tenha certa sustentação cervical, apresente emis-
são de sons rudimentares e guturais e ainda apresente o refle-
55. A primeira aquisição motora digna de nota e que deve xo de Moro (até cerca de 4 meses); obviamente ainda não tem
ser monitorizada no bebê é o controle cervical que permite movimentos de pega nem reconhece a linha média, levando
sustentar a cabeça. Inicia-se aos 2-3 meses de idade. A capa- objetos à boca. Resposta c.
cidade de mudar de decúbito (rolar) é um pouco mais tardia
e inicia-se por volta dos 3-4 meses. Resposta a.
62. A evolução do desenvolvimento motor ocorre no sen-
tido crânio-caudal; portanto, primeiro há controle cervical,
56. Além do clássico critério de identificação da condição depois do tronco, depois dos membros, preparando para a
chamada baixa estatura que é a presença da estatura menor deambulação que é uma importante aquisição do segundo
que dois desvios-padrão (z escore < 2), outro critério utili- ano de vida da criança. Resposta a.
zado é o distanciamento do alvo familiar, calculado a partir
da estatura média dos pais (EMP) +/- 5 cm. O valor de EMP
difere entre meninos e meninas (adiciona-se ou subtrai-se 13 63. A menarca ocorre, geralmente, no estágio de desenvolvi-
cm no numerador da conta para a média dos pais). Identi- mento maturacional de Tanner M4, durante fase de desacele-
fica-se, nesse caso, que a criança cresce fora de seu canal e ração do crescimento. Em meninos, o primeiro sinal puberal
isso merece atenção e investigação, inicialmente através da é o aumento do volume testicular; seu momento de pico do
análise da velocidade de crescimento. Isso não significa que a estirão ocorre durante o estágio puberal G4. Por eliminação,
criança é doente, como também não existem dados que ela é a alternativa “c” é correta, fato observado pois os meninos,
saudável: deve ser acompanhada. Resposta b. durante sua fase puberal G2, ainda permanecem com velo-
cidade de crescimento estável infantil, apenas iniciando seu
estirão em G3, enquanto as meninas, em M2 já estão em ace-
57. Todos os reflexos primitivos devem desaparecer no pri- leração do crescimento. Resposta c.
meiro semestre de vida, cedendo espaço para uma habilida-
de motora correspondente. Exceção ocorre para a preensão
plantar que ocorrre mais tardiamente, no segundo semestre. 64. Primeiro aparecem os pelos pubianos, depois os axilares.
Landau não é reflexo primitivo, é reação postural adquirida. A primeira manifestação puberal nas meninas é a telarca. Nas
Reflexos profundos não são perdidos! Resposta a. meninas, quando surge o broto mamário ocorre a aceleração
do crescimento; é o início do estirão pubertário. A menarca
é um fenômeno tardio da maturação puberal; ocorre na fase
58. O sentar-se sem apoio ocorre quando há controle pro-
de desaceleração do estirão. Resposta a.
ximal dos membros inferiores e estabilidade paravertebral;
isso ocorre após os seis meses de vida. As reações posturais
(equilíbrio e retificação) iniciam-se aos 6 meses. Resposta b. 65. O volume de colostro produzido nos primeiros dias do
puerpério é bem reduzido, mas suficiente para manter o
equilíbrio hídrico da criança recém-nascida. Espera-se uma
59. Observe que este garoto não apresenta retardo puberal,
diminuição do peso de nascimento de até 10% nos primeiros
pois aos 13 anos já apresenta seu primeiro sinal pubertário 2 a 3 dias de vida, com recuperação completa até o décimo
que é o aumento do volume testicular (G2). A idade limite dia. Resposta c.
para esse diagnóstico é aos 14 anos no sexo masculino. En-
tretanto, observe que , somente aos 13 anos é que ele mani-
festa-se no estágio puberal G2, deslocado, portanto, da mé- 66. A velocidade de crescimento do primeiro ano de vida é
dia populacional. É um menino com maturação mais lenta, de 25 cm/ano. A velocidade de crescimento do segundo ano
verificado também, na sua idade óssea que es´ta cerca de 2 de vida é de aproximadamente 12 cm/ano. A velocidade de
anos “atrasada”, corroborando o diagnóstico de retardo cons- crescimento do período infantil propriamente dito, estável e
titucional de crescimento e da puberdade (anedoticamente baixa, é de cerca de 4 a 6 cm/ano. O estirão puberal ocorre
entendido como “lerdeza”). Resposta a. mais cedo nas meninas do que nos meninos. Resposta e.
67. Cuidado na avaliação de prematuros. Os dados antro- 73. Cada criança tem seu ritmo e velocidade próprios de de-
pométricos e de desenvolvimento devem ser avaliados pela senvolvimento, porém, que são bastante influenciados pelos
idade corrigida e não a cronológica. Este bebê, por exemplo, estímulos ambientais (familiares e sociais) a que a criança é
tem uma idade corrigida de 28 semanas + 5 m (20 semanas) submetida. O desenvolvimento caracteriza-se pela aquisição
= 40 semanas + 8 semanas. Portanto, uma criança de 2 meses, de habilidades progressivamente mais complexas. O processo
agora é que vai adquirir controle cervical. Resposta c. de crescimento (e não o desenvolvimento), particularmente,
as medidas antropométricas obtidas, é avaliado também pela
comparação dos dados obtidos com as curvas referenciais
68. Obviamente, Clara estará sob o regime de amamentação existentes. Resposta d.
materna exclusiva (até os sexto mês de vida), apresentará
sorriso social (a partir do primeiro/segundo mês de vida) e
apresentará sustentação cervical (a partir do segundo/tercei- 74. A análise do canal de crescimento representa a melhor
ro mês de vida). Sentar-se sozinha é uma habilidade do se- maneira de avaliar a evolução antropométrica de uma crian-
gundo semestre de vida da criança, assim como engatinhar. ça. A curva de tendência ascendente, dentro dos percentis
Resposta a. (ou, mais atualmente, escore-z) mais adequados, indica um
condição adequada de crescimento da criança. Resposta d.
A curva MGRS (2006) representa um trabalho multicêntrico, diagnóstico da obesidade, hoje, deve fundamentar-se na clí-
extrapolável em suas conclusões para todos os continentes nica, história nutricional e avaliação do índice de massa cor-
do planeta (alternativa C incorreta). Lembre-se que a cur- pórea (z-score ou percentil). O parâmetro peso para altura
va MGRS (2006), na faixa etária de 0 a 2 anos foi realiza- está cada vez mais em desuso. Assusta também a informação
da através de método longitudinal, valorizando mais ainda da alternativa C, quando fala do “único” bom indicador. E a
os resultados obtidos, permitindo o cálculo de velocidades. anamnese? E o exame físico? Portanto, questão muito ruim,
Resposta c. pela nossa avaliação. Mas, prepare-se. Resposta sem gabarito.
78. O perímetro craniano aumenta cerca de 2 cm ao mês 83. A associação GnRH e GH é uma alternativa cada vez
no primeiro trimestre de vida da criança, diminuindo para mais utilizada para tratamento das baixas estaturas graves
1 cm/mês no segundo trimestre e 0,5 cm/mês no segundo diagnosticadas precocemente (e não tardiamente!). Lembre-
semestre de vida. O tônus da criança recém nascida deve ser -se das meninas com síndrome de Turner, que são mosaicos
normal e atitude de flexão geralmente é observada com exa- e que não apresentam estigmas clínicos (apenas BE). Não se
cerbação dos reflexos, inclusive com a existência dos reflexos utilizam esteroides sexuais para tratamento da BE (fecham
primitivos. Crianças “largadas”, hipotônicas, merecem aten- cartilagem de crescimento!). A estatura alvo é calculada a
ção para a possibilidade de doenças. Resposta d. partir dos valores da família (mãe e pai): estatura da mãe +
estatura do pai +/- 13 cm / 2. Resposta b.
pela mãe. É imprecisa a expressão “tentar chamar a atenção sição e, por último, assumindo o comando voluntário dessas
da mãe”; se for vocalizando ou pedindo colo, isso já ocorre atividades, que somente permanecerão em condições patoló-
após 6-7 meses, tornando a alternativa E também válida. O gicas nos pacientes com lesão cerebral. Os reflexos primitivos
gabarito foi D. Questiona-se, como a maioria das questões de são reações automáticas desencadeadas por estímulos que
desenvolvimento. Resposta d. impressionam diversos receptores e que compartilham, com
o resto do processo evolutivo, as características dinâmicas da
maturação infantil. A pesquisa dos reflexos primitivos cons-
88. Impossível a criança sentar-se aos dois meses de idade a titui-se numa ferramenta útil para verificar a integridade do
sustentação cervical inicia-se aos 2 meses de idade (podendo sistema nervoso de RN. Algumas manifestações reflexas pri-
variar). Novamente um ponto de consideração, que torna a mitivas desaparecem durante os 6 primeiros meses de vida,
questão duvidosa: a pinça (polegar-indicador) costuma apa- reaparecendo no 2º semestre como atividade motora volun-
recer aos 9 meses de idade. As demais alternativas (B, C e E) tária; outras devem desaparecer com a evolução normal do
apresentam marcos do desenvolvimento esperados. Definiti- sistema nervoso e serão observadas somente em condições
vamente, as provas para 2011, no quesito desenvolvimento, patológicas. Alguns autores afirmam que dentre os reflexos
foram mal formuladas. Resposta d. tônicos, o reflexo tônico cervical assimétrico (RTCA), quan-
do persiste após os 3 meses, é o de maior importância para o
89. Embora o fato de a velocidade de crescimento estar com- diagnóstico precoce de encefalopatia; segundo outros, deve-
patível com o estágio de desenvolvimento puberal (M1), esta -se valorizar a persistência além dos 7 meses de vida. De fato,
adolescente tem mais de 13 anos e ainda não entrou em pu- se o RTCA fixar-se ao comportamento da criança impedirá
berdade, definindo, conceitualmente, o retardo puberal. A o desenvolvimento das coordenações visocefálica e oculo-
atenção não será para o “atraso” da menarca mas para o fato manual. Quanto ao reflexo de Moro, considera-se que a sua
de não ter entrado ainda em puberdade. Resposta e. persistência após o sexto mês de vida pode indicar suspeita
de lesão neurológica. O reflexo de preensão palmar é con-
siderado um sinal indicativo de encefalopatia grave quando
90. Obviamente, o primeiro evento puberal (e não de maior está presente após o sexto mês de vida. Quanto ao reflexo
maturidade) no menino é o aumento do volume testicular. de sucção, a ausência ao nascimento e durante os primeiros
Também é importante a adoção de limites flexíveis para o meses é indício de grave comprometimento do sistema ner-
adolescente, embora seja verdadeira a sua característica críti- voso central. Em relação ao reflexo de marcha automática,
ca e contestadora. As manisfestações puberais completam-se sua persistência além do segundo ou terceiro mês de vida
entre 2,5 e 4 anos. A ginecomastia puberal é evento absoluta- pode ser considerado sinal precoce de lesão neurológica. Se
mente comum nos rapazes, necessitando apenas seguimento considerarmos o reflexo cutaneoplantar em extensão, única
ambulatorial. Resposta a. e especificamente, pode persistir até os 7-9 meses, deixando
dúvida na resposta da questão. Por esse motivo, entendendo-
-se que o reflexo cutaneoplantar é um reflexo neonatal. Res-
91. Nada para preocupar-se: adolescente em fase de pico de posta C (discutível).
velocidade de crescimento, filho de pais altos, com evolução
puberal normal. Deve-se apenas monitorar a velocidade de
crescimento e orientar o adolescente quanto à normalidade 94. Oficialmente, considera-se baixa estatura quando a al-
do evento. Resposta c. tura do paciente estiver abaixo do percentil 3 da curva de
referência para idade (ou z-escore menor que -2). Como
o paciente está em estágio pré-puberal (G1), numa ida-
92. Ginecomastia puberal que evolui por mais de dois anos, de compatível (menor de 14 anos), com idade óssea evi-
sem a regressão esperada, dificilmente irá involuir, pois há re- denciando reserva de crescimento, apenas observaremos
arranjo histológico do tecido glandular, com fibrose. Se houver a estatura pois deve haver um certo atraso constitucional
repercussões psicossociais significativas, indica-se a remoção de crescimento (evidenciado pelo atraso da IO). O termo
cirúrgica do tecido glandular para o adolescente. É o caso do “vigilância para baixa estatura” está em desuso, e não é
adolescente em questão que já está totalmente desenvolvido mais utilizado pelo Ministério da Saúde, com os novos re-
do ponto de vista puberal (G5), sua ginecomastia já tem 5 anos ferencias. Resposta c.
e há nítido sofrimento do rapaz. Uma observação importante
é não deixar de perguntar sobre o uso de substâncias (anaboli-
zantes, p. ex.) ou medicamentos pelo adolescente que possam 95. O pico de velocidade de crescimento no sexo masculino
causar ginecomastia patológica. Resposta b. encontra-se no estágio púberal G4. O início do desenvolvi-
mento puberal do menino é marcado pelo desenvolvimento
testicular inicial (4 mL), que caracteriza o estágio 2 de Tan-
93. O desenvolvimento da criança do ponto de vista neurop- ner. Os meninos demoram mais para crescer e maturar; po-
sicossensorial e motor depende do processo de maturação do rém chegam nos mesmos estágios de Tanner terminais ao fim
sistema nervoso central (SNC), principalmente no primeiro do crescimento. Resposta c.
ano de vida. O processo de maturação está relacionado com o
grau de mielinização, arborização e formação de sinapses das
células nervosas no SNC, que aos poucos vão inibindo as ati- 96. (Altura da mãe + 13) + Altura do pai / 2 = 178,5 cm.
vidades reflexas primitivas, passando por uma fase de tran- Resposta d.
97. Pelo traçado da curva de crescimento percebe-se a ní- aproximadamente 2 anos a 2 anos e meio, não há nada com
tida desaceleração, evidenciando a alteração da velocidade o que se preocupar, ainda mais tendo crescido normalmente
de crescimento. Este é o ponto básico da questão, apontan- (velocidade de crescimento normal) no período e evoluindo
do para o diagnóstico de baixa estatura patológica. A idade bem do ponto de vista de maturação puberal. Resposta c.
óssea comprometida (em 5 anos) aponta também para uma
causa patológica, particularmente de causa endócrina. A
ação do hormônio de crescimento (GH) sobre o crescimen- 101. Quanto maior a criança, maior as influências sociocul-
to esquelético é uma ação indireta mediada por um outro turais e familiares no desenvolvimento, dificultando a inter-
fator. Este fator inicialmente denominado Sulfatation Fac- pretação rápida de aspectos comportamentais, que passam a
tor Activity, foi posteriormente renomeado somatomedina ser bastante particulares e variáveis de criança para criança.
e finalmente IGF (Insulin-like Growth Factor) ou fator de Resposta d.
crescimento insulina símile. Assim, o eixo do GH tem uma
configuração semelhante à maioria dos demais eixos hor-
monais, onde um hormônio secretado pela hipófise estimu- 102. Não há uma idade definida para o início puberal; existe
laria a produção periférica de outros hormônios que seriam grande variação fisiológica para o início das mudanças pube-
responsáveis pela sua ação final. Os IGFs são produzidos rais. O intervalo entre menarca e telarca costuma ser de cerva
na maioria dos órgãos e tecidos, sendo o fígado a principal
de dois anos. O primeiro sinal puberal do sexo masculino é
fonte dos IGFs circulantes. Suas ações autócrinas, parácri-
o aumento do volume testicular. O primeiro sinal de puber-
nas e endócrinas são observadas na maioria dos tecidos do
organismo. Diversos fatores estão envolvidos na regulação dade nas meninas é a telarca. A alternativa A apresenta uma
da síntese dos IGFs. O GH é um dos principais promotores informação errada: o padrão de pulsatilidade e amplitude
da produção de IGF-1, cuja síntese é também estimulada dos hormônios gonadotróficos também não tem idade defi-
pelos hormônios tireoideanos, esteroides sexuais, insulina nida para ocorrerem e variam entre os indivíduos, sendo, de
e influenciada pelo estado nutricional, dentre outros fato- forma geral, mais precoces no sexo feminino; esse fenômeno
res. Diferentemente da maioria dos hormônios proteicos, corresponde ao desencadeante das modificações puberais.
os IGFs são encontrados em associação com uma família Resposta e.
de seis proteínas transportadoras (IGF-binding proteins,
IGFBP-1, 2,3,4,5 e 6) que apresentam elevada afinidade pe-
los IGFs e modulam suas biodisponibilidades e bioativida- 103. A evolução puberal e o crescimento não se relacionam
des. O GH é o principal estimulador da síntese da IGFBP-3. diretamente com a idade cronológica e sim, com a idade
No momento, existem ensaios disponíveis para determina- maturacional. Sabe-se, entretanto, que, no sexo feminino a
ção das concentrações séricas dos diversos componentes do puberdade e o estirão puberal ocorrem mais cedo do que no
sistema GH-IGF. Para o IGF-1 e IGFBP-3, valores de refe- sexo masculino. O estágio puberal M2 de Tanner (broto ma-
rência padronizados para idade (incluindo a idade óssea) e mário), primeiro evento puberal no sexo feminino, coincide
sexo são mandatórios. Valores abaixo de –2 DP para o IGF- com o início do estirão (aceleração do crescimento), nas me-
1 e/ou IGFBP-3 sugerem fortemente uma anormalidade no ninas. O primeiro sinal puberal do sexo masculino é o au-
eixo GH. Observe que a produção de IGF-1 está deficitária
mento do volume testicular e não do tamanho peniano. No
para a própria idade óssea que já está atrasada. Resposta b.
estágio M3 as meninas costumam estar no pico de velocidade
de crescimento e não na desaceleração. A muda vocal é um
98. A dosagem basal do hormônio de crescimento (GH) não fenômeno tardio da maturação puberal masculina, como a
é útil para o diagnóstico de seu déficit; faz-se, portanto, sua menarca é no sexo feminino também. Resposta b.
dosagem após um teste de estímulo. Vários agentes podem
ser utilizados para promover a secreção de GH após jejum
noturno em protocolos padronizados. O teste da hipogli- 104. A estatura-alvo (TH) pode ser calculada por diversa
cemia insulínica é considerado o padrão-ouro. Os testes da fórmulas. Uma das mais conhecidas é a que utiliza uma mé-
clonidina, do glucagon e da L-Dopa também poderão ser re- dia aritmética das estaturas dos pais (no caso de um menino,
alizados. Resposta a. adicionando-se 13 à estatura materna). Portanto 168 + (155
+ 13) / 2 = 168 cm. Resposta d.
99. A primeira alternativa é verdadeira e define legalmente
adolescência em nosso país. A segunda alternativa apresenta 105. As características básicas da baixa estatura familiar ou
duas características clássicas dos adolescentes, não necessa- genética, que corresponde a uma das principais causas de
riamente patológicas. As meninas tem o pico do estirão no
baixa estatura fisiológica (variação da normalidade) são; ve-
estágio M3 de Tanner; os meninos, mais tardiamente (alter-
locidade de crescimento normal, padrão familiar de baixa
nativa 3 é falsa). As demais afirmativas são corretíssimas e
esse calendário vacinal é o proposto pela Sociedade Brasileira estatura e idade óssea compatível com a idade cronológica.
de Pediatria (observe que não é o do Programa Nacional de Resposta c.
Imunizações). Resposta d.
106. Questão clássica sobre o primeiro sinal puberal no sexo
100. Telarca iniciada um pouco mais tardiamente (matura- masculino e a terrível confusão existente com o crescimento
dora tardia) indica que a menarca também terá esse com- peniano que não é o primeiro fenômeno, e sim, o aumento
portamento. Se pensarmos no intervalo telarca-menarca de do volume testicular para maior ou igual 4 mL. Resposta d.
107. Trata-se de adolescente absolutamente normal, com as ou responsáveis legais, desde que o menor tenha capacidade
preocupações habituais desse momento de vida, ainda mais de avaliar seu problema e de conduzir-se por seus próprios
quando está no estágio puberal de Tanner G2, onde existe o meios para solucioná-lo, salvo quando a não revelação pos-
crescimento do volume testicular porém o pênis ainda não sa acarretar danos ao paciente. Lembrar que o Novo Código
iniciou crescimento que, muito provavelmente, ocorrerá em de Ética Médica foi instituído em 2010 (RESOLUÇÃO CFM
breve (estágio G3). Resposta b. Nº 1931/2009), com essa disposição contida no artigo 74.
Resposta a.
113. No Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 119. Questão que pode gerar alguma discussão e confusão
1.246/88, DE 08.01.88 - D.O.U 26.01.88), encontramos que pois, o conceito mais aceito ainda de puberdade precoce no
é vedado ao médico: Art. 103 – Revelar segredo profissio- sexo feminino considera o aparecimento dos primeiros si-
nal referente a paciente menor de idade, inclusive a seus pais nais puberais antes dos oito anos de idade; alguns autores,
entretanto, consideram outras idades, como sete anos e meio O peso de nascimento geralmente triplica quando a crian-
(podendo gerar questionamentos). Existem controvérsias ça completa o primeiro ano de vida, chegando, portanto, aos
quanto à idade normal para o início puberal, pois tem sido 9-10 kg. Resposta b.
descrito um subgrupo de crianças normais que iniciam a pu-
berdade mais cedo, e que progridem lentamente ou apresen-
tam involução dos sinais puberais, sem repercussão sobre a 122. Embora o enunciado seja bastante incompleto em infor-
idade da menarca ou sobre a estatura final. A situação telarca mações, principalmente relacionadas aos dados de velocida-
idiopática precoce é definida como o aparecimento do broto de de crescimento e dados clínicos ou estigmas sindrômicos
mamário e seu desenvolvimento até fases iniciais, precoce- presentes no paciente, diante de uma baixa estatura numa
criança do sexo feminino sem causa explicável, está perfei-
mente e, de forma isolada, ou seja, sem concomitância de
tamente autorizada a investigação para síndrome de Turner,
outros sinais puberais. Lembre-se que neste caso a menina é
pois, seus quadros mosaicos podem se manifestar unicamen-
descrita como M2P2. Resposta d.
te com a baixa estatura. Hemocultura, cintilografia óssea,
tomografia óssea e ultrassonografia óssea (esta última tecni-
120. As etapas do desenvolvimento não são estáticas, e a se- camente impossível) são exames absurdos para o diagnóstico
quência das aquisições motoras são encadeadas; sendo cada diferencial da baixa estatura. Resposta e.
etapa preparatória das subsequentes. As idades em que são
alcançados os marcos do desenvolvimento são dados es-
123. Ginecomastia puberal, ou, mais corretamente andro-
tatísticos e servem como guias para o reconhecimento dos mastia, é conceituada como aumento do tecido glandular
desvios da normalidade. O desenvolvimento normal é carac- mamário no sexo masculino. A menarca, primeira menstru-
terizado pela maturação gradual do controle postural, pelo ação da adolescente é fenômeno tardio da maturação puberal
desaparecimento dos reflexos primitivos em torno de 4 a 6 no sexo feminino, ocorrendo, geralmente no estágio puberal
meses de idade e pela evolução das reações posturais (retifi- M4 de Tanner, portanto, já em fase de desaceleração do cres-
cação e equilíbrio). Alguns sinais de alerta são propostos pela cimento. A gonadarca é sim o primeiro sinal puberal do sexo
Sociedade Brasileira de Pediatria. masculino; entretanto caracteriza-se pelo aumento do volu-
Sinais de alerta no fim do 1º trimestre: me testicular (> 4 cm3) e não pelo aumento peniano. Embo-
ra haja certas discordância entre vários autores caracteriza-se
Ausência de sorriso social
a puberdade precoce quando os primeiros sinais puberais
Olhar vago, pouco interessado ocorrem antes dos 7,5 anos no sexo feminino e antes dos 8,5
Nenhuma reação a ruídos fortes (surdez) anos no sexo masculino (bem distante da faixa etária apre-
sentada na alternativa). Resposta d.
Mãos persistentemente fechadas
Sinais de alerta no fim do 2º trimestre:
124. O crescimento pós-menarca ainda persiste, com velo-
Não vira a cabeça para localizar sons (4 meses) cidades menores, pois a primeira menstruação geralmente
Hipertonia (rigidez) dos membros inferiores ocorre na fase de desaceleração do estirão (comumente es-
Hipotonia do eixo do corpo: controle deficiente da cabeça tágio M4 de Tanner). Os textos e a experiência nos mostram
um incremento pós-menarca de geralmente 5 a 7 centíme-
Não dá risada tros totais, particularmente condensados nos dois primeiros
Falta de reação aos sons (surdez?) anos de idade ginecológica. Resposta c.
Sinais de alerta aos 9 meses (obrigatório tomar providência):
Não senta sem apoio (hipotonia do tronco) 125. Durante o primeiro mês, o PC aumenta em média 2
cm, velocidade que persiste no primeiro trimestre de vida do
Pernas duras, “em tesoura” (espasticidade)
bebê, caindo para 1 cm/mês no segundo trimestre e 0,5 cm/
Pernas moles em “posição de rã” (hipotonia) mês no segundo semestre. Resposta c.
Não tem preensão em pinça
Incapacidade de localizar um som (surdez?) 126. O teste de Gesell é um teste de desenvolvimento infantil.
Sinais de alerta no 1º aniversário: As tabelas de Gesell consistem numa série de observações e
reações, registradas por nível etário, a diversas situações pa-
Ausência de sinergia pés-mãos (colocada em pé com dronizadas do nascimento até os cinco anos de idade. Em
apoio não procura ajudar com as mãos) cada nível etário, um inventário de atividades é dividido em
Criança parada ou mumificada quatro categorias de comportamento: (1) motor; (2) adap-
tativo; (3) linguagem; (4) pessoal-social. Cada uma dessas
Psiquicamente inerte ou irritada, sorriso social pobre
categorias de comportamento é avaliada observando-se a
Não fala sílabas; cessação do balbucio (surdez?) criança num certo número de situações padronizadas. Como
Resposta a. a maioria das escalas, ela é descritiva, classificatória e mede
principalmente comportamentos (as variáveis articuladas
com a constituição da subjetividade aparecem pouco ou não
121. Trata-se de uma das regras mais importantes da Puericultu- aparecem), daí as críticas dispensadas aos testes de avaliação
ra e bastante prática para o dia a dia do ambulatório de Pediatria. do desenvolvimento. Mesmo neurologistas não memorizam
todas as habilidades e recorrem às pranchas e tabelas. Para o tres com ganho de 25 g/dia (750 g/m) = total de 2.250 g + 3
não especialista, sugiro a memorização de alguns “pontos- trimestres de 20 g/dia (600 g/m) = 1.800 g, teremos: 3.250 +
-chave”. Três momentos especiais poderiam ser memoriza- 2.250 + 1.800 = 7.300 g. Paciente está com 8 kg, leite materno
dos: 1) passagem do segundo para o terceiro mês, em que exclusivo (o ganho inicial é até maior) – crescimento ponde-
há progressivamente mudança da atitude assimétrica para ral adequado. Resposta a.
simétrica (cabeça mediana, não lateralizada); 2) transição do
quarto para o quinto mês, quando de uma atitude mais pas-
siva, em decúbito dorsal, o bebê passa para uma atitude mais 128. Pela contundência da afirmação da alternativa B, já per-
ativa, espontânea, com tendência a mudança de decúbito; 3) cebemos que ela está incorreta. Nenhum parâmetro de de-
a partir do sexto mês, particularmente a partir do décimo senvolvimento é avaliado de forma tão restritiva. Como foi
primeiro mês, no qual a criança se libera e, voluntariamente, discutido numa questão anterior: simplificadamente a posi-
adota uma atitude sentada ou de posição ortostática (uma ção sentada pode ser entendida: com apoio (a partir dos 4
etapa bem mais evoluída do desenvolvimento). Portanto, meses, quase todas a partir dos 6 meses) e sem apoio (metade
tentar sentar-se sozinha ainda é uma ação não comum numa inicia por volta dos seis meses e aos nove meses, praticamen-
criança de seis meses – descartam-se alternativas B, E e C te todas). Resposta b.
(mas ainda não tenta levantar-se quando sentada!). Simplifi-
cadamente, a posição sentada pode ser entendida: com apoio
129. Questão com uma “nomenclatura regional”. O que é re-
(a partir dos 4 meses, quase todas a partir dos 6 meses) e sem
ferido como BE constitucional é o que a maioria dos serviços
apoio (metade inicia por volta dos seis meses e aos nove, pra-
nomeia de BE genética ou familiar. Não confunda com Retar-
ticamente todas). Desenvolvimento da sociabilidade (reações
diante da cultura social do meio em que vive): 1 mês (olha o do Constitucional de Crescimento. O primeiro tem idade ós-
rosto das pessoas que a observam), 4 meses (brinca com as sea compatível com idade cronológica e o segundo tem idade
mãos e roupa, reconhece a mamadeira), 7 meses (brinca com óssea mais atrasada que a IC. As demais alternativas, embora
seus pés e com brinquedos, manifesta expectativa na hora de específicas, sobre causas menos comuns de BE, apresentam
comer), 10 meses (brincadeiras simples, come uma bolacha conceitos verdadeiros: a investigação do déficit de GH deve
sozinha), 12 meses (ajuda a se vestir, alcança os brinquedos, ser mais ampla (se é isolada ou está associada a outros défi-
come com os dedos). Outro ponto a ser observado e identi- cits hormonais); nas BE desproporcionais (relação entre cor-
ficar corretamente a resposta da questão refere-se ao desen- po e membros desproporcional, por comprometimento das
volvimento da linguagem. Eis os pontos principais: RN até cartilagens de crescimento, prejudicando o desenvolvimento
fim do primeiro mês (choro inarticulado, pequenos ruídos dos ossos longos), deve-se pensar em displasias ósseas. Em-
guturais), 2 a 4 meses (lalação evidente, percebe os sons, ri e bora questionada por alguns autores, como a secreção de GH
brinca com os sons que ouve), 5 a 6 meses (estabilização da ocorre em picos durante o dia, sendo o maior à noite, existe
lalação, sons consoantes), 6 a 10 meses (balbucia, apresenta essa preferência de administração noturna (muito questioná-
gestos para a comunicação e mostra uma sequência de con- vel). Questão mal elaborada, gerou dúvidas. Resposta c.
soantes e vogais), 10 a 12 meses (começa a compreender pa-
lavras, usa gestos sociais e diz a primeira palavra). De 12 a 18
130. Pergunta bastante questionada, como todas malformu-
meses o bebê usa a linguagem por meio de palavras isoladas
ladas em desenvolvimento neuropsicomotor. Muito difícil
(palavras-frase).
apostar numa idade com um dado único de aquisição, como
Outros pontos para memorizar: início da preensão voluntá- apresentado nessa situação. A criança começa a brincar com
ria aos 4 meses, inicialmente dismétrica sem a participação as mãos aos 3-4 meses, sendo claramente evidenciado esse
do polegar (dos 6 aos 8, quase todas apresentam); a preensão achado aos 4 meses. Será que o examinador queria a valori-
em pinça inicia-se no sexto mês, existindo em quase todas a zação do “nos últimos dois dias”(?). Mesmo assim, gabarito
partir dos 9 meses. O alcance do brinquedo ou do chocalho questionável. Vale recurso. Resposta c (gabarito oficial).
ocorre após os 5-6 meses. Nesta fase, os bebês começam a
passar o objeto de uma das mãos para a outra, de forma não
especular, simétrica, ou seja, cada mão executa uma ação de 131. A informação de não se manter sentado, torna pouco
modo dissociado. Portanto, para esta questão, classificada prováveis as alternativas C e D. Como já sustenta a cabeça
como difícil, a resposta correta é a alternativa A (gabarito), (aos 4 meses todas já sustentam a cabeça de modo completo)
embora alguma dúvida possa existir em relação à alternativa e muda de decúbito, esperamos mais de três meses de idade
D (não entendemos o que o examinador chama de “imitar para essa criança. Resposta b.
ações”, pois, por exemplo, pode existir sorriso social em res-
posta aos olhos de uma pessoa logo cedo no desenvolvimen-
to infantil. Vale o aprendizado nesse comentário. Resposta a. 132. O surgimento de pelos axilares é mais tardio no desen-
volvimento puberal, geralmente seguindo-se ao aparecimen-
to da pilificação pubiana, mas não mantém correlação signi-
127. Lembremos da velocidade de crescimento no primeiro ficativa com a maturação de Tanner. A obesidade costuma
ano de vida (25 cm/ano), divididos em 15 cm no primeiro se- adiantar a maturação puberal e o crescimento ósseo. A média
mestre e 10 no segundo semestre. Portanto, 49 + 15 = 64 cm de menarca em nosso meio é de 12,2 anos e ocorre na fase
(absolutamente adequado o crescimento). Quanto ao peso, IV de Tanner (desaceleração). A alternativa B apresenta o
é marco fundamental dobrar o peso de nascimento aos 4-5 evento denominado adrenarca, independente da puberdade.
meses (6,5 kg). Se somarmos peso de nascimento + 3 trimes- Resposta b.
133. A síndrome de Noonan é caracterizada por baixa es- tardo constitucional de crescimento e de puberdade, carac-
tatura, dismorfismo craniofacial, pescoço curto, criptorqui- terizado por velocidade de crescimento normal, exame físi-
dismo (masculino), diátese hemorrágica e anormalidades co normal, história familiar de atraso e idade óssea < idade
cardíacas e esqueléticas. É o principal diagnóstico dife- cronológica. É a hipótese mais plausível para o caso relatado.
rencial da síndrome de Turner (que é um diagnóstico do Resposta d.
sexo feminino!). Os pacientes com a síndrome de Noonan
têm sido descritos como os pacientes com “Turner do sexo
masculino”, mas, na verdade, a síndrome de Noonan, que é 138. Questão clássica: primeiro sinal puberal da menina,
herdada por uma via autossômica dominante, pode ocorrer broto mamário. Último sinal, que ocorre tardiamente na fase
em ambos os sexos. Tal como os pacientes com a síndrome de desaceleração do crescimento, a menarca (M4). O pico
de Turner, os pacientes com Noonan podem exibir defeitos de velocidade de crescimento na menina ocorre geralmente
físicos similares, como por exemplo: baixa estatura, pesco- em M3, antecedendo, portanto, a menarca. A pubarca pode
ço alado, cubitus valgus, deformidades torácicas e hipopla- anteceder ou seguir-se ao aparecimento do broto mamário
sia facial; mas retardo mental é geralmente mais intenso e (evento pode estar ligado apenas à adrenarca), dado que não
mais frequentemente associado aos pacientes com Noonan compromete a resposta da questão. Resposta c.
do que naqueles identificados com Turner. Além disso, en-
quanto o achado de estenose da valva pulmonar combinado 139. Baixa estatura com idade óssea atrasada significa me-
com alterações físicas características poderia ser conside- lhor prognóstico estatural, desde que o paciente seja adequa-
rado altamente sugestivo de Noonan, coarctação da artéria damente acompanhado e nenhuma doença seja negligencia-
aorta sugere o diagnóstico de Turner. Entretanto, o aspecto da. Idade óssea atrasada significa “reserva de crescimento”.
mais importante na distinção entre ambas é que os pacien- Resposta a.
tes com a síndrome de Noonan apresentam constituição
cromossômica normal. Resposta b.
140. Nas afirmativas I e II, embora os fatores estejam relacio-
nados (por exemplo: crianças com carência psicoafetiva em
134. Questão “diferente”, na qual o aluno deve identificar áreas de alta prevalência de desnutrição demoram mais para
as idades prováveis das crianças esquematizadas (pelo me- iniciar a puberdade), todos os dados apresentados influen-
nos grosseiramente) e atribuir outras habilidades esperadas. ciam o início puberal. Chama a atenção que a informação
Fernando já engatinha, embora não seja uma habilidade ne- genética/hereditária é muito importante nessa determinação.
cessária no desenvolvimento infantil, tem mais de 8-9 meses: Questiono o gabarito, pois se, há agravo substancial à nutri-
sendo assim, já senta, mas não fala 6 palavras (exclui alterna- ção ou doença grave coexistente no momento da puberdade,
tiva C). Nina senta-se sem apoio e brinca com seus pés (B e esta pode se atrasar, mesmo com o fator hereditário definido
D descartadas), aparentemente mantendo-se nessa posição. (valeria estar escrito na afirmativa IV, “desde que não existam
Também mais de nove meses se espera. A criança começa a agravos”. Daí não seria mais o “mais importante”. Detalhe,
compreender o “não” por volta dos 9 meses de idade. Ficar mas valeria um recurso (alternativa C seria também correta).
em pé com apoio inicia-se aos 7 meses, aos 11, praticamen- Na anorexia nervosa e na mulher atleta, classicamente obser-
te todos os bebês já ficam (bem possível o Fernando ficar!). vamos a amenorreia. Resposta d.
Resposta e.
de Turner (hipogonadismo hipergonadotrófico), mesmo sem mar que é um indicador prognóstico do crescimento restan-
estigmas completos, pois existem muitas meninas que não te. A ginecomastia puberal é uma variante normal do desen-
têm cariograma XO e, sim, mosaico, com menos manifesta- volvimento puberal do menino, absolutamente comum. O
ções clínicas. Resposta d. adolescente tem direito à privacidade e à confidencialidade;
portanto, a presença dos pais não é obrigatória durante toda
a consulta, inclusive indesejável, numa parte dela. O estirão
144. Na verdade, a investigação incluiria a idade óssea, o ca- de crescimento ocorre paralelamente à maturação puberal.
riótipo, a dosagem dos hormônios tireoidianos (hipotireoi- Resposta a.
dismo pode ocorrer na síndrome de Turner) e, também, a
dosagem de FSH/LH, que confirmaria o hipogonadismo hi-
pergonadotrófico. Mancada do examinador. Resposta b. 151. Meninos com mais de 14 anos que não apresentaram seu
primeiro sinal puberal (aumento testicular) são diagnostica-
dos como “atraso puberal”. Descartando-se a causa fisiológica
145. Observe como a habilidade de sentar-se é explorada nas
(mais comum), que é o retardo constitucional de crescimento
provas. O sorriso social surge precocemente nos dois primei-
e de puberdade, passa-se à classificação dos hipogonadismos
ros meses de vida. A combinação de duas palavras é mais tar-
em hipergonadotróficos (FSH e LH elevados), como na ques-
dia (frases), por volta de 18-24 meses. Aos 14 meses a criança
ainda está nas primeiras palavras. Resposta e. tão apresentada e hipogonadotróficos (FSH e LH baixos). Na
primeira situação deve-se pensar em causas gonadais – a gô-
nada está doente e não responde ao estímulo das gonadotro-
146. Conceitualmente, só para lembrar, a pubarca pode pre- finas. As disgenesias gonadais representam causa importante
ceder o primeiro sinal puberal e não ser o primeiro sinal pu- dessa condição, síndrome de Klinefelter, em particular, nos
beral (alternativa B). O aparecimento da mama isolado (sem meninos. Ressonância e função olfativa nos remetem a cau-
concomitância de outros eventos pubertários) antes dos dois sas primárias de retardo puberal (centrais), em que as gona-
anos de idade incluiria os casos (frequentes) de desenvolvi- dotrofinas estarão em níveis baixos. Resposta b.
mento mamário neonatal por passagem de hormônios ma-
ternos e a telarca idiopática precoce. As demais alternativas
estão corretas. Resposta e. 152. Baixa estatura com velocidade de crescimento reduzi-
da deve nos alertar para a possibilidade de doença do cres-
cimento. Em se tratando de baixa estatura patológica, sem
147. Questão clássica: o primeiro fenômeno pubertário no dúvida, epidemiologicamente, deveremos descartar a possi-
sexo feminino é o aparecimento do broto mamário (telarca) e bilidade de doença sistêmica crônica ou desnutrição crônica,
o fenômeno mais tardio da puberdade da mulher é a primeira que respondem pela imensa maioria de casos nessa situação.
menstruação (menarca). Pode haver pubarca antes ou após a A doença endócrina (tireoidiana e hipofisária), particular-
telarca (geralmente é pós), o que, isoladamente, não significa mente essa última, é a situação mais rara no algoritmo de
puberdade iniciada (poderá apenas representar adrenarca e investigação. Portanto, as dosagens hormonais não devem
não gonadarca). Portanto, a questão é discutível (alternativa ser solicitadas de início. Entretanto, uma idade óssea muito
B também pode ser correta). Resposta c. comprometida (grande atraso) aponta a possibilidade mais
evidente de doença endócrina. A avaliação da idade óssea é
parâmetro auxiliar importantíssimo na avaliação da baixa es-
148. Novamente, no ano de 2009, uma questão sobre sen-
tar-se sem apoio. A escala de Denver também é um teste tatura, só ficando atrás da análise de VC. Resposta a.,
padronizado no qual as habilidades são perguntadas e ob-
servadas na criança. Falar dadá ou mamã específicos (no 153. Lembre-se de que o tecido nervoso (crescimento de
sentido de palavras) ocorre geralmente aos 12 meses. A SNC e sua repercussão no perímetro cefálico) não se proces-
criança é capaz de copiar um quadrado geralmente com 4 sa de maneira significativa na puberdade. É um tecido que
anos. Resposta b. foge à regra geral, tendo seu momento máximo de desenvol-
vimento na fase 1 do crescimento (lactância). Resposta d.
149. Por eliminação, podemos responder a essa questão.
Alternativa D: absurdamente errada, pois os primeiros três
154. Questão absolutamente tranquila. Desde já, acostume-se
anos de vida são de desaceleração (a adolescência, mais cor-
com alguns “presentes” que o examinador pode te dar numa
retamente, a puberdade, é sim, um período de aceleração). O
prova. A alternativa incorreta é “absurdamente incorreta” e
período máximo de mielinização e de desenvolvimento do
as demais são “absolutamente certas”. Todos os médicos sa-
sistema nervoso ocorre nos primeiros anos de vida, particu-
bem que imunização não é apenas assunto pediátrico; isso é
larmente no primeiro (alternativa A errada). O pico máximo
o que pensa o leigo. Embora não seja o tema desse momento,
de desenvolvimento do tecido linfoide ocorre no pré-escolar
e escolar e não no lactente (alternativa B errada). Resposta c. não custa relembrar a necessidade da vacina dupla adulta ge-
ralmente aos 15 anos e de atualizar hepatite B e tríplice viral
(caso o jovem não tenha recebido, respectivamente, 3 e 2 do-
150. A menarca é um dos últimos fenômenos puberais da ses num momento pregresso). A alternativa ainda explicita
menina. Quando ocorrem, sinaliza-se o fim do estirão (fase uma expressão grosseira, que a torna mais falsa ainda: não é
de desaceleração), em que o crescimento restante se situa na necessário “atualizar” vacinas! Crime para a Saúde Pública.
ordem dos 5 a 7 centímetros totais. Portanto, é correto afir- Resposta c.
155. Questão confusa e discutível. Atualmente, para adolescen- 159. Questão conceitual sobre a maior velocidade de cres-
tes, a análise do índice de Quetelet (IMC) e sua avaliação na res- cimento do período pós-natal, ou seja, a do primeiro ano
pectiva curva de percentis é que define a classificação gráfica do de vida, que é de 25 cm por ano. Lembre-se do componente
excesso nutricional (entre p85 e p95, sobrepeso e, acima deste desacelerativo dessa velocidade, que corresponde aos incre-
último, obesidade). O estirão puberal feminino é mais “preco- mentos de 15 cm no primeiro semestre e 10 cm no semestre
ce” quando comparado ao sexo masculino. O pico do estirão no seguinte. Resposta c.
sexo masculino costuma ocorrer no estágio G4 de maturação
puberal. Nesse momento, o volume testicular costuma estar na
média 12 a 16 mL (e isso checando nos livros-textos, desneces- 160. O acompanhamento pelas medidas do perímetro cefá-
sário memorizar!). Os valores são um pouco maiores do que os lico é componente fundamental da puericultura do lacten-
apresentados na alternativa C, o que a tornaria “errada”. Medida te, particularmente no primeiro ano de vida, quando sua
de testículos é padrão pouco confiável isoladamente para a aná- velocidade de crescimento é de aproximadamente 12 cm.
lise da puberdade; testículos adultos podem ter entre 15 e 30 mL Essa medida reflete diretamente o crescimento do sistema
(grande variabilidade) e a sua aferição é difícil na prática clíni- nervoso da criança, que repercute nas habilidades progres-
ca e pouco acessível. Estranha a alternativa C, que correlaciona sivas que o bebê vai demonstrar. O fechamento da fontanela
PVC com VT. Outra correlação mais rara na prática é de PVC acompanha-se, na propedêutica, pela sua rotineira palpação
com idade óssea. A correlação do dia-a-dia é PVC com esta- e mensuração. Resposta c.
diamento puberal de Tanner. A menarca comumente ocorre no
estágio M4 de Tanner, época de desaceleração do crescimento, 161. O período de maior crescimento, pico da velocidade de
momento tardio da maturação; claro que em algumas meninas crescimento ou período de maior intensidade do fenômeno do
pode ocorrer em M3 ou até M5!. O gabarito oficial apresenta desenvolvimento somático é, sem dúvida, o antenatal. Lembre-
a resposta D (questionável). Confesso que a alternativa C gera -se de que a criança nasce com uma grande velocidade de cres-
muita discussão. Vale o sentido geral da pergunta e a importân- cimento, porém, essa é desacelerativa, evidenciando que uma
cia do tema nas provas! Resposta d. velocidade bem maior já ocorreu pregressamente. No período
pós-natal, consideramos a maior velocidade de crescimento a
156. A Puericultura é a especialidade da Pediatria que se preocu- do primeiro ano de vida (25 cm/ano). Resposta b.
pa com o acompanhamento integral do processo de desenvolvi-
mento da criança. É de fundamental importância, uma vez que 162. A menarca é marco fundamental do processo puberal e
é por meio dela que o pediatra tem condições de detectar preco- representa um evento tardio na maturação da menina. O pri-
cemente os mais diferentes distúrbios das áreas do crescimento meiro fenômeno puberal feminino é a telarca, que a paciente
estatural, da nutrição e do desenvolvimento neuropsicomotor. A em questão já apresenta, pois ela é M2 no estadiamento de
detecção precoce dos distúrbios é essencial para seu tratamento, Tanner. A menarca ocorre comumente cerca de dois anos
uma vez que, quanto mais cedo se iniciarem as medidas adequa- após o primeiro evento pubertário, na fase de desaceleração
das, menos sequelas ocorrerão e melhor será o prognóstico do do crescimento, portanto, após o pico de estirão (pico de ve-
quadro clínico. Observe que, embora a maioria das alternativas locidade de crescimento). Resposta c.
esteja mal redigida, a resposta B é mais completa, e o acompa-
nhamento não se restringe aos dois primeiros anos de vida (pelo
menos, não deveria se restringir!). Resposta b. 163. A criança de 3 meses já consegue seguir objetos ou foco
luminoso próximo, inicia sua sustentação cervical, podendo
já elevar seu pescoço em posição prona, e já deve estar apre-
157. Engatinhar não é aquisição motora obrigatória para a sentando seu sorriso social desde 1-2 meses. Resposta b.
criança, diferentemente de sentar, ficar de pé e andar. Por-
tanto, a conduta é a tranquilização desta mãe, já que seu filho
tem todas as habilidades citadas adequadas para sua idade 164. No sexo feminino, a média da telarca (primeiro fenôme-
atual. Resposta b. no pubertário) é de cerca de 9,7 anos, com grande variação,
de modo que aos 8 anos o início da telarca não se caracteriza
como anormalidade, na maioria das vezes. A puberdade tar-
158. Questão também mal redigida, a verificar-se pela res- dia se caracteriza pelo não aparecimento dos caracteres pu-
posta correta (na verdade, nenhuma é correta). Peso repre- bertários iniciais até os 13 anos na menina e 14 anos no sexo
senta crescimento de todos os sistemas orgânicos e todos os masculino. Sabendo-se que o intervalo entre telarca e menar-
componentes do sistema musculoesquelético e, óbvio, não ca é de aproximadamente dois anos, a primeira menstruação
apenas de ossos. Perímetro cefálico expressa crescimento de aos 11 anos não caracterizaria puberdade precoce. A telarca
SNC (conteúdo da caixa craniana). Estatura e comprimento antecede o estirão puberal na menina. Resposta a.
refletem, sim, o estado nutricional, mas em momentos dife-
rentes: avaliação do peso mais o momento agudo e o com-
ponente estatural ou crônico (portanto, por definição, alter- 165. Imaturidade do eixo CHHG (córtex-hipotálamo-hipó-
nativa C está errada!). IMC se calcula dividindo-se peso por fise-gônada) reflete nos primeiros anos pós-menarca, como
estatura ao quadrado. Reitero que trata-se de uma questão descrito (idade ginecológica menor que 2 anos) em ciclos
pessimamente elaborada. Tudo isso pode acontecer no dia de anovulatórios e irregularidade menstrual subsequente.
sua prova! Resposta e. Resposta e.
166. Inicialmente, deve chamar sua atenção a informação co diferencial da síndrome de Turner. Os pacientes com a
preciosa da desaceleração do crescimento, alertando para a síndrome de Noonan têm sido descritos como os pacientes
BE patológica. A questão é clássica, e descreve os estigmas com “Turner do sexo masculino”, mas, na verdade, a sín-
típicos da síndrome de Turner, hipogonadismo hipergona- drome de Noonan, que é herdada por uma via autossômi-
dotrófico no sexo feminino. O tema é recorrente em provas. ca dominante, pode ocorrer em ambos os sexos. Tal como
Resposta a. os pacientes com a síndrome de Turner, os pacientes com
Noonan podem exibir defeitos físicos similares, como por
exemplo: baixa estatura, pescoço alado, cubitus valgus, de-
167. Com cerca de um ano, a criança pode dizer palavras formidades torácicas e hipoplasia facial; mas retardo mental
com significado (por exemplo: “mama” de mamãe ou “papa” é geralmente mais intenso e mais frequentemente associado
de papai); o controle esfincteriano, embora com algumas va- aos pacientes com Noonan do que naqueles identificados
riações individuais, pode se iniciar aos 18 meses. Quanto às com Turner. Resposta a.
praxias (fluência na sequência), aos 4 anos a criança é capaz
de abotoar roupas e aos 7 anos, dar laço no sapato (aos 3 anos
coloca o sapato). A criança se veste sem ajuda por volta dos 173. Comumente, temos como “regra prática” sobre o cres-
6-7 anos. Com 40 semanas (10 meses), é óbvio que um bebê cimento de crianças: “o peso de nascimento duplica aos 4-5
ainda não consegue usar uma colher com a finalidade de ali- meses e triplica aos 12 meses”. A velocidade de crescimento
mentação. Resposta a. estatural no primeiro ano de vida é de 25 cm/ano (15 cm no
primeiro semestre e os demais 10 cm no segundo semestre.
Tendo o simples conhecimento da variável auxológica mais
168. Considerados marcos fundamentais do desenvolvimen- importante, a velocidade de crescimento, a questão já está
to somático de uma criança: duplica peso de nascimento aos respondida. Resposta c.
4 meses, triplica aos 12 meses e atinge a estatura média de
100 cm com 4 anos de idade. Resposta d.
174. Por volta dos nove meses, juntando o polegar ao indicador,
os dedos funcionam como uma pinça para pegar pequenos ob-
169. Quando consideradas as causas endocrinológicas de jetos. É um dado da evolução tão importante quanto a primeira
baixa estura, que são bem menos frequentes do que as causas palavra e o primeiro passo. Aos sete meses, idade apresentada
viscerais e nutricionais, duas glândulas devem ser lembradas: na alternativa D, a criança ameaça e pega os objetos com a mão
tireoide e hipófise. Os distúrbios da primeira representam toda, inclusive, passando-os de uma para a outra. Entretanto, o
causas mais comuns do que o hipopituitarismo (nanismo hi- movimento mais fino de pinça é relativamente mais tardio. Como
pofisário). Resposta d. todas as questões sobre desenvolvimento, esta é passível de críti-
ca (em todas as alternativas) por conta da variabilidade na cro-
170. Considerando o marco de duplicar o peso de nascimen- nologia das aquisições. Categoricamente, não podemos afirmar
to aos 4 meses e, no segundo trimestre, o bebê ganhar cerca que em determinada idade as crianças demonstram essa ou outra
de 20 g/dia - 600 g/mês (ainda mais estando em aleitamento habilidade. Entretanto, as demais alternativas evidenciam funções
natural), o peso de 7.800 g poderia ser alcançado aos 6 meses mais apropriadas para o período referido. Há ressalva também na
(6.600 g + 600 g + 600 g = 7.800 g). Utilize suas habilidades alternativa E, pois existem crianças que não engatinham no perí-
matemáticas. Resposta c. odo pré-marcha. Resposta d.
171. Em geral, a criança perde até 10% de seu peso de nasci- 175. Eis uma outra “roupagem” na forma de perguntar sobre
mento nos primeiros dias de vida, com recuperação até os 10 o principal parâmetro a ser acompanhado em uma criança/
dias de vida. Duplica seu peso de nascimento no quarto mês adolescente com queixas relacionadas ao crescimento: a ve-
e triplica no fim do primeiro ano de vida. Resposta d. locidade de crescimento. Sendo a radiografia de mão/punho
esquerdos para idade óssea (IO) evidenciadora de uma idade
com −1DP para idade e sexo, possivelmente estamos dian-
172. Os estigmas descritos: baixa estatura em menina, com te de um indivíduo que matura mais lentamente do que a
linfedema de mãos e pés ao nascimento, otites de repetição média. Esse é o achado clássico da IO nos clientes com bai-
e cardiopatia (cerca de 1/3 das pacientes), nos fazem pen- xa estatura, com velocidade normal e cuja causa é o retardo
sar em síndrome de Turner, principalmente na sua forma constitucional de crescimento (RCC).
clássica, cariótipo X0 (lembrar da possibilidade de mosai- Lembre-se de que, para variáveis que seguem distribuição
co – 50% – com manifestações bem mais atenuadas, mui- gaussiana, a amplitude de +/−1DP engloba 68% dos indiví-
tas vezes somente com a BE). Descreve-se um aumento da duos e entre +/−2DP, 95% desses. Resposta a.
frequência de hipotireoidismo nessas meninas, geralmente
por uma tireoidite autoimune. O atraso puberal é muito
comum, pois se trata de uma forma de hipogonadismo hi- 176. Quando utilizamos a fórmula idade (anos) x 6 + 77,
pergonadotrófico. A síndrome de Noonan é caracterizada temos um valor esperado de estatura para a criança. Outra
por baixa estatura, dismorfismo craniofacial, pescoço curto, fórmula existente é (para os 3 anos em diante): E = (idade
criptorquidismo (masculino), diátese hemorrágica e anor- – 3) × 6 + 95. Observe que as fórmulas fazem sentido, pois
malidades cardíacas e esqueléticas. É o principal diagnósti- consideram a média de 6 cm/ano como VC pré-puberal
do desenvolvimento infantil. Quando ocorre, o “engatinhar” 196. Lembre-se de que a menina entra na puberdade (M2) e
ou “arrastar-se” processa-se por volta dos nove meses. O lac- inicia o estirão. O menino entra na puberdade (G2) e man-
tente deve sentar-se sem apoio até, no máximo, nove meses. tém-se em velocidade de crescimento pré-puberal até atingir
A reação de “estranhamento” é tipicamente normal e habi- G3. O PVC no sexo feminino ocorre em M3. Colocamos es-
tual nas crianças a partir dos oito meses de idade: é aquele sas questões no material para você ir se acostumando com o
típico momento em que o exame pediátrico, que até então que pode aparecer por aí. Sem resposta.
processava-se tranquilamente, reveste-se de choro e irritação
por parte do bebê. Resposta d.
197. Questão conceitual, sobre técnica de obtenção da idade
óssea: mão e punho esquerdos e não “mãos e punhos”! Res-
191. Lembrar que o adolescente, quando entra em puber- posta b.
dade, estágio G2 de Tanner, ainda mantém velocidade de
crescimento pré-puberal (4 a 6 cm/ano), compatível com o
descrito no enunciado do caso. Não há critério para atraso 198. A importância do colostro é o fornecimento de fatores
puberal, pois o adolescente já entrou em puberdade. Encon- imunológicos e de oferta hídrica suficiente para os primeiros
tra-se, possivelmente, à direita da curva de distribuição gaus- dias de vida do RN. À medida que o leite amadurece, o con-
siana da normalidade, sendo um maturador mais tardio, es- teúdo lipídico aumenta (lembrar que o colostro é mais fluido
sencialmente normal. Veja que a menarca materna também que o leite materno propriamente dito) – veja aula específica.
foi mais tardia, condição frequentemente observada nesses Resposta c.
casos (característica constitucional). Resposta b.
c) motivação e incentivo para a manutenção da ama- c) verificar e corrigir hipoglicemia, hipotermia, hidra-
mentação por maior período de tempo, já que a tação, distúrbio hidroeletrolítico e avaliar possibili-
OMS preconiza o aleitamento materno exclusivo dade de infecção
(sem água, chá ou outros leites) até quatro meses d) puncionar acesso venoso central para infusão de co-
de vida e o aleitamento complementado com outros loide, passar sonda nasenteral para uso de hidrolisa-
alimentos até dois anos ou mais do, coletar exames e iniciar com antibioticoterapia
d) aumento mais rápido da produção de colostro, o profilática
qual proporciona maior proteção contra infecções,
uma vez que o colostro funciona como uma primei- ACERTEI ERREI DÚVIDA
ra imunização do bebê
Hospital Angelina Caron – 2015
ACERTEI ERREI DÚVIDA
32. Na avaliação nutricional do lactente são parâmetros
confiáveis, exceto:
FMABC – 2015 a) dobras cutâneas
29. É correto afirmar que o Ministério da Saúde, a Orga- b) peso
nização Pan Americana da Saúde e a Sociedade Brasi- c) índice de massa corporal
leira de Pediatria estabeleceram como passos a serem d) circunferência abdominal
seguidos em alimentação para menores de 2 anos que: e) estatura
a) após os 6 meses, deve-se dar alimentos complemen-
ACERTEI ERREI DÚVIDA
tares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas
e legumes) três vezes ao dia se a criança receber leite
materno e cinco vezes ao dia se estiver desmamada Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015
b) a partir dos 6 meses, deve-se introduzir de forma 33. Em relação à amamentação, marque a alternativa
lenta e gradual outros alimentos, mantendo-se o lei- CORRETA:
te materno até 1 ano de idade I) A criança deve ser colocada para sugar na primeira
c) deve-se dar somente leite materno até os 6 meses, hora de vida após o parto, de preferência na sala de parto
sem oferecer chá ou quaisquer outros alimentos, II) O esvaziamento das mamas propicia o leite do fi-
permitindo-se água nal que é rico em proteínas
d) deve-se oferecer diferentes alimentos, a cada 5 dias III) As mamadas devem ser oferecidas em livre de-
manda
ACERTEI ERREI DÚVIDA IV) Na sucção eficiente, a boca da criança fica bem
aberta, pegando a maior parte da aréola
a) se apenas a alternativa I, II estão corretas
FMABC – 2015
b) se I, III, IV estão corretas
30. A desnutrição energética proteica grave forma Kwa-
c) se todas as alternativas estão corretas
shiorkor é caracterizada por:
d) se apenas a alternativa III está correta
a) edema generalizado, lesões de pele, hepatomegalia e
cabelo descolorido ACERTEI ERREI DÚVIDA
b) perda do tecido celular subcutâneo, apatia e emagre-
cimento intenso
c) lesões periorificiais, fraturas, “crânio tabes” e alarga- IAMSPE – 2015
mento de epífises ósseas 34. Sobre o aleitamento materno, assinale a alternativa
d) queratomalácia, xerose cutânea, queda de cabelos e que apresenta contraindicação(ões).
sangramento gengival a) HIV, HTLV, galactosemia
b) hepatites B e C
ACERTEI ERREI DÚVIDA c) tuberculose pulmonar bacilífera
d) herpes simples labial ou genital
e) prótese de silicone nos seios
FMABC – 2015
31. Lactente desnutrido, grave forma, marasmo, dá entra- ACERTEI ERREI DÚVIDA
da na UPA Vila Luzita acompanhado da sua mãe que
conta que ele apresentou 3 episódios de vômitos hoje.
IAMSPE – 2015
Hemodinamicamente estável, ativo e reativo. Qual a
35. Recém-nascido vomita sangue logo após a mamada
conduta inicial tendo em vista o Protocolo dos Dez Pas-
no peito. Assinale a alternativa que indica a causa
sos do Tratamento da Criança Gravemente Desnutrida
mais provável.
Hospitalizada da Organização Mundial de Saúde?
a) gastrite
a) verificar possibilidade de infecção, desidratação, co- b) úlcera de estresse
letar exames e aguardar resultados para iniciar anti- c) disturbio hemorragico
bioticoterapia se necessário d) plaquetopenia
b) puncionar acesso venoso periférico para hidratação, e) sucção de sangue materno por fissura mamilar
passar sonda nasogástrica para dieta hipercalórica e
sonda vesical de demora para controle de diurese ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) recém-nascidos a termo, de peso adequado, em alei- b) a comparação de medidas prévias da própria criança
tamento materno, devem receber 2 mg/kg/dia de é mais útil para a avaliação de seu estado nutricional
ferro elementar do segundo ao 12º mês de vida do que a simples correlação com tabelas de referên-
b) recém-nascidos a termo, de peso adequado, em alei- cia para a idade e sexo
tamento materno, devem receber 1 mg/kg/dia de c) para a introdução da alimentação complementar,
ferro elementar do sexto mês (ou desmame) até o deve-se considerar a maturidade fisiológica, o de-
24º mês de vida senvolvimento motor global e o desenvolvimento
c) recém-nascidos prematuros com peso de nasci- sensoriomotor oral da criança (mastigação, degluti-
mento >1.500 g e aqueles com baixo peso ao nascer ção, digestão e excreção)
devem receber 1 mg/kg/dia de ferro elementar do d) o leite de vaca fornece taxas elevadas de proteínas e
sexto ao 24º mês de vida a relação caseína/proteínas do soro é inadequada, o
d) recém-nascidos a termo, de peso adequado, em uso que dificulta sua digestão e absorção, além de preju-
de mais de 500 ml de fórmula infantil, devem rece- dicar o ganho ponderal
ber 2 mg/kg/dia de ferro elementar do segundo ao e) deve haver restrição de gordura e colesterol durante
12º mês de vida os dois primeiros anos de vida da criança, uma vez
que há o risco do desenvolvimento de obesidade no
ACERTEI ERREI DÚVIDA futuro e os riscos cardiovasculares associados
a) dar somente leite materno até os seis meses, sem ofe- PUC-PR – 2015
recer água, chás ou quaisquer outros alimentos 59. Deve-se orientar que a puérpera NÃO amamente, por
b) estimular o consumo diário de frutas, verduras e le- colocar em risco o recém-nascido, no caso de:
gumes nas refeições a) sorologia positiva para HTLV 1e 2
c) após os seis meses, dar alimentos complementares b) sorologia positiva para hepatite B
(cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, le- c) sorologia positiva para hepatite A
gumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite d) sepse materna
materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada e) herpes vírus
d) as respostas A, B, e C estão corretas
e) a resposta D está errada ACERTEI ERREI DÚVIDA
sendo que às vezes o jantar é substituído por uma ma- c) orientar a preparar os alimentos com sal, pois assim
madeira de leite de vaca com farinha láctea. A defici- a criança irá aceitar mais facilmente os alimentos da
ência nutricional mais provável é de: família.
a) vitamina c d) as frutas devem ser preferencialmente oferecidas na
b) ferro forma de sucos pela imaturidade mastigatória do
c) vitamina a lactente e pelo risco de aspiração
d) proteína e) frutas com alto teor de gorduras, como abacate, de-
e) selênio
vem ser contraindicadas
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
UFSC – 2015
63. Assinale a alternativa que completa CORRETAMEN- UNAERP – 2015
TE a frase abaixo. 65. Anemia ferropriva é a principal causa de anemia na
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a ali- infância. Qual das crianças apresenta o maior risco
mentação complementar deve ser introduzida con- para desenvolver anemia?
forme o seguinte esquema: a) criança com incompatibilidade ABO
a) suco de fruta aos 4 meses, papa salgada sem carne aos
b) criança com hiperbilirrubinemia fisiológica
5 meses, papa salgada com carne aos 6 meses, segun-
c) criança pós-termo
da papa principal aos 7 meses e progressão para a ali-
mentação da família a partir dos 12 meses de idade d) criança com policitemia
b) suco de fruta aos 6 meses, primeira papa principal e) criança prematura
aos 7 meses, segunda papa salgada aos 8 meses e
ACERTEI ERREI DÚVIDA
progressão para a alimentação da família a partir
dos 12 meses de idade
c) primeira papa principal aos 6 meses, papa/suco de UNICAMP – 2015
frutas aos 6 meses, segunda papa principal aos 7 me- 66. Atualmente, em lactentes não amamentadas com leite
ses e alimentação da família (respeitando a adequa- materno, o uso de fórmulas lácteas tem sido cada vez
ção) a partir dos 12 meses de idade.
mais estimulado porque o leite de vaca possui:
d) primeira papa principal sem carne aos 6 meses, segun-
a) menor carga osmótica
da papa principal com carne aos 7 meses e progressão
para a alimentação da família aos 8 meses de idade b) deficiência de sódio
e) papa/suco de frutas aos 6 meses, primeira papa prin- c) menor quantidade de proteínas
cipal aos 7 meses, segunda papa salgada aos 8 meses d) maior possibilidade de contaminação
e progressão para a alimentação da família aos 12
meses de idade ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA Colesterol total 175 mg/dL (ref: < 150 mg/dL)
LDL-c 120 mg/dL (ref: < 110 mg/dL)
HDL-c 35 mg/dL (ref: > 45 mg/dL)
FMABC – 2014 Triglicérides 180 mg/dL (ref: < 100 mg/dL)
70. Quanto ao papel da alimentação da criança e desen- Em relação ao perfil lipídico pode-se afirmar que:
volvimento de doenças futuras podemos afirmar que: a) trata-se de uma dislipidemia familiar
a) ingestão de frutas, legumes e verduras protegem con- b) o perfil lipídico está normal para uma criança
tra o desencadeamento futuro de câncer pré-púbere
b) não há relação entre dietas com grandes quantidades c) trata-se de uma dislipidemia associada à obesidade
de gordura e aumento de risco de câncer d) trata-se de uma dislipidemia associada a um defeito
c) aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida no metabolismo da Apo-A2
protege o bebê contra doenças a curto prazo mas não
tem ação em doenças a longo prazo ACERTEI ERREI DÚVIDA
d) a Epigenética não tem ação sobre o genoma
a) triglicérides, fração HDL do colesterol, glicemia, a) a síndrome da desnutrição pode ser diagnosticada por
pressão arterial dados antropométricos como o peso (P) e a altura (A)
b) triglicérides, colesterol total, glicemia, pressão arterial em relação à idade (P/I e A/I) e em relação a eles mes-
c) colesterol total, pressão arterial, glicemia e teste de mos (P/A) sempre considerando-se um padrão de re-
tolerância oral a glicose ferência
d) triglicérides, fração LDL do colesterol, glicemia e b) a gravidade da desnutrição também pode ser feita
pressão arterial pelos critérios de Gomez. Segundo esse escore, que
e) fração HDL do colesterol, glicemia, transaminases, relaciona o peso da criança e a média teoricamente
pressão arterial esperada (percentil 50 na curva Peso/Idade), é nor-
mal quando essa relação é superior a 75%
ACERTEI ERREI DÚVIDA c) desde 1975, a Organização Mundial da Saúde adota o
termo desnutrição para caracterizar a carência de de-
terminados nutrientes, isoladamente, como é o caso
UERJ – 2014 da deficiência de ferro, de proteínas ou energética
76. Recém-nascido a termo, Apgar 9/9, peso de nascimen- d) segundo as curvas da Organização Mundial da Saúde,
to 3.300 g, chega ao ambulatório com 20 dias de vida a criança pode ser classificada como desnutrida quan-
para consulta de rotina. A mãe informa que o menino do o Peso/Idade e/ou Altura/idade estiver abaixo de
é tranquilo e dorme muito, inclusive durante as mama- −2 escore z ou IMC estiver entre −1 e −2 escore z
das que são oferecidas exclusivamente ao seio materno, e) a classificação da gravidade da desnutrição pode ser
cinco a seis vezes por dia. O exame físico foi todo nor- feita a partir de diferentes métodos. Segundo a Orga-
mal e o peso 3.320 g. A conduta neste caso deve ser: nização Mundial da Saúde, a relação Peso/altura e/ou
a) indicar sulfato ferroso altura/idade entre −3 escore z e −2 escorez é conside-
b) solicitar hemograma e urinocultura rada desnutrição grave
c) iniciar complemento com fórmula láctea
d) orientar a técnica correta de amamentação ACERTEI ERREI DÚVIDA
João, 8 meses de idade, consulta com a queixa de pou- Hospital Albert Einstein – 2013
co ganho de peso. Ao avaliar, você constata, após ana- 85. No raquitismo devido à deficiência de vitamina D,
mnese e avaliação do estado nutricional, que o lac- são achados laboratoriais:
tente apresenta desaceleração do crescimento. Frente
ao bom estado geral, você procede a investigação
paratormônio fosfatase cálcio fósforo
ambulatorialmente. Ao retorno com os exames, você (PTH) alcalina urinário urinário
constata como positivos uma hemoglobina 9,5 g/dL e
aumen-
VCM de 65 μ3 sugerindo anemia ferropriva. Entre os a) diminuído diminuída diminuído
tado
fatores dietéticos que predispõem à anemia carencial
nesta faixa etária, você deve inicialmente pesquisar: aumen-
b) aumentado aumentada diminuído
tado
a) introdução tardia da gema de ovo
b) ingestão insuficiente de hortaliças aumen-
c) aumentado diminuída diminuído
c) ingestão insuficiente de vitaminas lipossolúveis tado
d) ingestão de grandes volumes de leite de vaca não d) diminuído aumentada aumentado diminuído
modificado e) diminuído aumentada aumentado diminuído
e) ingestão insuficiente de vitaminas hidrossolúveis
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
AMP – 2013
UFSC – 2014 86. A Organização Mundial da Saúde, o Ministério da
83. Assinale a alternativa CORRETA. Saúde do Brasil e a Sociedade Brasileira de Pediatria
Mariana, 5 meses de idade, apresenta-se à consulta recomendam amamentação exclusiva por aproxima-
com um quadro clínico de desnutrição grave, derma- damente seis meses e complementada até os dois anos
tite descamativa, periorificial e em extremidades. Nos ou mais. As crianças que recebem alimentos comple-
antecedentes, sua história alimentar informa ter feito mentares antes dos seis meses em adição ao leite ma-
uso de leite de vaca diluído ao meio e adoçado com terno comparadas a crianças amamentadas exclusiva-
açúcar, desde o nascimento até os 4 meses, e após leite mente com leite materno:
de vaca a 2/3. Nesse período há relato de episódios de
a) adoecem menos de infecção intestinal
diarreia e infecções respiratórias. Os sinais clínicos
b) apresentam menos hospitalizações por doença res-
do exame físico são indicativos de deficiência impor-
piratória
tante de:
c) apresentam diminuição da duração do aleitamento
a) riboflavina
materno
b) zinco
c) niacina d) não apresentam interferência na absorção de nu-
d) ferro trientes do leite materno
e) tiamina e) apresentam déficit de crescimento
UFRN – 2013
AMP – 2013
84. A prevalência da obesidade em faixa etária pediátrica
87. O leite materno contém todos os nutrientes essen-
tem apresentado crescimento importante na maior
ciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos
parte das populações urbanas estudadas nos últimos
30 anos. Dos fatores abaixo, aquele que tem maior im- da criança pequena, além de ser mais bem digerido,
portância na origem desse problema é: quando comparado com leites de outras espécies.
a) o aumento do uso da internet por crianças e adoles- Assinale a alternativa INCORRETA sobre o leite
centes, diminuindo o tempo dedicado às atividades materno:
físicas a) o colostro contém mais proteínas e menos lipídeos
b) o aumento de algumas alterações genéticas (defici- do que o leite maduro
ência de leptina, aumento da resistência insulínica) b) o leite de mães de recém-nascidos pré-termo difere
na população geral do de mães de bebês a termo
c) a redução de espaços urbanos para recreação de c) a concentração de gordura aumenta no decorrer de
crianças e adolescentes, impedindo a prática de es- uma mamada e o leite do final da mamada é mais
portes rico em energia
d) a mudança rápida de hábitos, com piora do sedenta- d) a principal imunoglobulina do leite materno é a IgA
rismo e excesso de consumo de alimentos inadequa- e) o leite humano pasteurizado tem o mesmo valor
dos biológico do leite cru
a) orientar compressas quentes e altas doses de analgé- gramento gengivais. O hemograma revela a presença
sicos para alívio da dor de anemia microcítica e hipocrômica e, ao raio X de
b) orientar ordenha manual das aréolas, para facilitar a membros, evidenciam-se rarefação óssea e hemorragia
pega, e prescrever analgésicos sistêmicos subperiostal. A deficiência vitamínica mais provavel-
c) prescrever antibióticos e analgésicos mente envolvida neste caso é:
d) suspender a amamentação para que haja descanso na a) C
produção láctea e, consequentemente, alívio da dor b) K
e) usar antibiótico profilático associado com compres- c) A
sas frias para evitar possível abscesso mamário d) B1
ACERTEI ERREI DÚVIDA e) B6
USP-RP – 2012
111. Menino, 13 anos de idade, refere ganho de peso ex-
cessivo nos últimos 6 meses. Nega queixas respirató-
rias e urinárias. Dorme cedo e é “preguiçoso” para
levantar de manhã. Evacua a cada dois dias, fezes
marrons, endurecidas, ocasionalmente faz esforço
para evacuar. Não toma café da manhã, não consome
verduras e frutas, somente arroz e feijão em grande
quantidade, carne (2 a 3 bifes médios) e dois copos
de refrigerante no almoço e jantar; salgadinhos fri-
tos no recreio da escola. Frequenta escola pela ma-
nhã, tendo rendimento escolar regular. Joga futebol
por 40 minutos, duas vezes por semana, na aula de
educação física. Mãe e pai têm peso proporcionado
para altura. É filho único.
a) risco de sobrepeso Ao exame: bom estado geral, hidratado, tireoide pal-
b) sobrepeso pável, de tamanho e consistência normais; exame do
c) obesidade tórax sem alterações; panículo adiposo bem desen-
d) obesidade mórbida volvido na região abdominal, sem outras alterações.
e) eutrofia
Apresenta estrias esbranquiçadas no tórax, abdome e
ACERTEI ERREI DÚVIDA dorso. T. axilar = 36,8ºC; PA = 110x70 mmHg; esta-
SES-SC – 2006
SES-DF – 2005
216. Assinale a alternativa correta. O leite de vaca, em rela-
220. Criança de 25 meses apresenta edema generaliza-
ção ao leite humano, contém:
do há 5 dias e aumento de peso, sem qualquer outra
a) menor quantidade de sais minerais
queixa. Pai desempregado há 7 meses, mãe é do lar
b) igual quantidade de proteínas
e cuida de 6 filhos. Ao exame físico: Peso = 13,5 kg.
c) menor quantidade de lactose
Palidez cutâneo-mucosa +++/4+. Fígado 4 cm abaixo
d) menor quantidade de gordura
do rebordo costal direito e a 6 cm do apêndice xifoide,
e) menor quantidade de proteínas
de consistência normal. Manchas hipercrômicas nos
ACERTEI ERREI DÚVIDA membros e nas nádegas. Há locais com hipocromia.
Hematócrito = 22% e hemoglobina 7,3 g/dL. Qual (is)
o(s) mais provável(eis) diagnóstico(s)?
UFPE – 2006 a) kwashiorkor
217. Em relação à amamentação e ao leite humano, assina- b) hepatopatia crônica + anemia carencial
le a alternativa CORRETA: c) síndrome nefrótica + pelagra
1. Os critérios de normalidade, em geral, correspondem aos 6. Não se posterga mais a introdução do ovo. Ele pode ser
intervalos entre z = -2 e z = +2, que englobam cerca de 95% administrado para criança já após o sétimo ou oitavo mês. As
da população. Na classificação do índice de massa corporal, demais alternativas estão corretíssimas em suas afirmações.
entretanto, há um detalhe que deve ser lembrado; nas Resposta c.
situações entre z = +1 até z = +2, a identificação do excesso já
deve ser realizada; nos menores de cinco anos, a condição é 7. Magreza configura-se com escore z < -2. Escore z > + 2
atualmente chamada de risco de sobrepeso e, nos maiores, de para peso identifica a condição peso elevado para idade.
sobrepeso. As demais informações sobre o desenvolvimento Escore z < -3 configura peso muito baixo para idade. Escore
estão corretas. Resposta a. z > +1 até +2 configura risco de sobrepeso nos menores d e5
anos; nos maiores, identifica o sobrepeso. Resposta a.
2. Na criança acima de 5 anos, o IMC entre o percentil 85 e
95, classifica o indivíduo como sobrepeso (z = +1 até z = +2). 8. A classificação do IMC para esse menino identifica a
Somente essa informação já identifica a resposta correta da situação de obesidade, que é a explicação mais plausível
questão. Quanto à puberdade, nada a se preocupar. A média (erro alimentar e sedentarismo) para as alterações lipídicas
de entrada na puberdade das meninas costuma ser entre 9 e observadas (CT > 170 mg/dL, HDL < 45 mg/dL e TG > 90 mg/
dL). A primeira intervenção deve ser a dietética. Resposta d.
10 anos. Resposta d.
9. Das proteínas do leite materno (que estão em menor
3. Uma questão interessante sobre técnica de antropometria,
número em relação ao leite de vaca) chama a atenção do
especificamente sobre a medida da cintura abdominal.
predomínio das proteínas não coaguláveis, em especial da
Nas tabelas utilizadas em Pediatria, a medida da cintura é
alfalactoalbumina. No leite de vaca predomina a caseína e,
realizada no ponto médio entre a última costela e a crista
dentre as não coaguláveis, a betalactoglubulina). Resposta d.
ilíaca. Isso é uma padronização. Questão difícil, pois o aluno
deveria saber, inclusive, a posição dos pés do paciente (que 10. A questão aponta sinais crônicos de intoxicação pela
não devem estar juntos). Resposta a. vitamina A lipossolúvel. Embora também possa evoluir
com cefaleia, esta apresentação é mais comum em quadros
4. A prolactina é responsável pela produção láctea e a agudos (síndrome do pseudo tumor cerebral). Cuidados com
ocitocina responsável pela ejeção. Resposta a. suplementação vitamínica sem controle! Resposta e.
5. Alimentação complementar é aquela introduzida após 11. Uma questão sobre a técnica de amamentação:
os seis meses, “complementando” o leite materno (que preferencialmente o bebê deve ficar à vontade, com roupas
deve ser estimulado a permanecer). O termo substituiu a frouxas e não enrolado em cobertas ou “rolinhos”. As demais
expressão “alimentação do desmame” para não confundir a alternativas estão corretas. Resposta d.
mãe sobre a parada da amamentação. Aleitamento materno
predominante admite apenas derivados com água (água, chá 12. A capacidade de sucção aparece após a trigésima quarta
e suco) com o aleitamento materno. Resposta b. semana; portanto, essa criança, pode sugar no peito materno.
Resposta e.
215
4 Tópicos de nutrologia
13. Em relação à vitamina D, o leite materno contém cerca de 19. As recomendações mais atuais preconizam conservação
25 UI por litro, dependendo do status materno desta vitamina. do leite materno ordenhado cru por 12h sob refrigeração (é
A necessidade diária da criança no primeiro ano de vida é de importante lembrar que a localização correta do frasco na
400 UI de vitamina D. O Departamento de Nutrologia da SBP geladeira deve ser próximo ao fundo e não na porta, local
(terceira edição do manual de nutrologia – 2012) preconizava que não garante uma temperatura constante). Já para um
que não havia necessidade de suplementação de vitamina D armazenamento mais prolongado, os frascos podem ser
nas seguintes condições: 1. Lactentes em aleitamento materno colocados no freezer, onde poderão ficar armazenados por
com exposição regular ao sol. 2. Lactentes que recebem ao até 15 dias. Resposta b.
menos 500 mL/dia de fórmula infantil. Nas demais situações,
recomendava-se a suplementação de 400 UI/dia de vitamina 20. O leite materno, assim como o leite de vaca, é pobre em
D até os 18 meses. Em documento científico lançado em vitamina D e a exposição solar deve ser estimulada. Crianças
outubro de 2014, o Departamento de Nutrologia recomenda, com maior grau de pigmentação da pele possuem maior
para RN termo, a suplementação medicamentosa profilática risco para hipovitaminose D. Comumente, no raquitismo,
de 400 UI de vitamina D/dia, a partir da primeira semana de pelo estímulo do hormônio da paratireoide, a cálcio sérico
vida até os 12 meses, e de 600 UI/dia dos 12 aos 24 meses, costuma estar normal. No raquitismo, há diminuição do
inclusive para lactentes em aleitamento materno exclusivo, fósforo sérico e aumento da fosfatase alcalina. Resposta e.
independentemente da região do país. Por ausência de
consenso na literatura em relação à exposição solar segura 21. Os retrovírus, HIV e HTLV 1 e 2 são contraindicações
e necessária para se atingir concentrações séricas adequadas formais ao aleitamento materno. Resposta b.
de vitamina D em lactentes, suplementação medicamentosa
profilática é sempre recomendada. O gabarito fornecido pela 22. Essa é a dose profilática da vitamina D em lactentes
instituição, portanto, está desatualizado, com realização às menores de um ano de idade. Em documento científico
recomendações atuais. Resposta b. lançado em outubro de 2014, o Departamento de Nutrologia
recomenda, para RN termo, a suplementação medicamentosa
14. A descrição clínica é compatível com o raquitismo. Os profilática de 400 UI de vitamina D/dia, a partir da primeira
valores laboratoriais de calcemia normal, fósforo sérico baixo
semana de vida até os 12 meses, e de 600 UI/dia dos 12 aos
(normal entre 3,8 a 6) e fosfatase alcalina elevada (> 350)
24 meses, inclusive para lactentes em aleitamento materno
confirmam o diagnóstico provável de raquitismo carencial.
exclusivo, independentemente da região do país. Resposta d.
Resposta a.
23. Questão fácil, onde as alternativas incorretas exibem
15. Nas formas aguda e crônica da doença de Chagas,
informações claramente erradas e com atitudes obesogênicas.
estudos mostram que o Trypanosoma cruzi pode ser isolado
Resposta c.
no leite materno. Embora possam aparecer sequelas tardias,
a doença aguda no lactente tende a evoluir de forma benigna.
24. Recém-nascidos (RN) de termo, após o sexto mês de vida
Esse fato, juntamente com a raridade da transmissão da
que recebem, pelo menos 500 mmL de fórmula enriquecida
doença, justifica a manutenção do aleitamento materno em
mulheres com a forma crônica da doença, exceto se houver com ferro não necessitam profilaxia medicamentosa.
sangramento e fissura no mamilo. Nos casos de doença RN prematuros com menos de 1500 g devem receber,
aguda, a nutriz não deve amamentar. Resposta e. profilaticamente, a partir dos 30 dias de vida 3 mg/kg/dia de
ferro no primeiro ano de vida. A utilização de carne vermelha
16. O leite da mãe do RN prematuro tem maior quantidade de deve ser estimulada, mas não impede a utilização do ferro
proteínas, imunoglobulinas e gordura, em relação ao do RN medicamentosos profilático. O leite de vaca não deve ser
de termo. O leite de mães desnutridas (leves e moderadas) administrado até os 12 meses de vida. Resposta a.
tem concentração da maioria dos nutrientes iguais às não
desnutridas. A ocitocina é o hormônio produzido pela 25. Trata-se de um caso clássico de um adolescente obeso
neuro-hipófise e que faz contração das células mioepiteliais com fenótipo de resistência à insulina: cintura abdominal
dos canalículos, favorecendo a ejeção. Em tese, o aleitamento elevada e acantosis nigricans (dermatose microverrucosa
de gemelares pode ser realizado sem complementação; na hiperpigmentada em região de dobras, particularmente no
prática. Resposta b. pescoço, axilas e região inguinal). Resposta b.
17. A alimentação complementar inicia-se com alimentos 26. O citomegalovírus (CMV) pode ser excretado de forma
espessos desde o início, ou seja, preferem-se purês ou papas intermitente na saliva, urina, trato genital e leite humano
ao invés de sopas. Atualmente não se recomenda o uso de por vários anos após a primoinfecção e na ocorrência de
peneiras e muito menos do liquidificador; jamais liquefaça a reativação de suas formas latentes. A infecção do lactente ou
papa salgada de uma criança. Resposta d. do feto pode ocorrer a partir de mães com infecções na forma
primária ou na reativação e ocorre com mais frequência
18. Obviamente não se indica espessamento nem adição de durante a passagem pelo canal do parto ou no período
açúcares em mamadeiras de crianças pequenas. O aleitamento pós-natal. Porém, devido à passagem de anticorpos por via
materno é uma das poucas intervenções comprovadas com placentária, a doença não é comum em RN. Na infecção pós-
repercussão na diminuição de sobrepeso/obesidade futuras. natal, a relação com amamentação é evidente. Entretanto,
Resposta c. infecções sintomáticas ou sequelas tardias não têm sido
observadas nos bebês, provavelmente devido à passagem quentes e, para possibilitar uma melhor visão global de todo
de anticorpos maternos específicos que os protegem contra o tratamento, são divididos em três fases:
a doença sistêmica. Parece ser preferível a contaminação Fase 1 (inicial ou estabilização) que compreende as ações
precoce da criança amamentada, pois, se ocorrer em descritas nos passos 1 a 7 e objetiva:
período mais tardio da vida, o risco de doença sintomática
é maior. Esses dados justificam a não contraindicação da Tratar os problemas que ocasionem risco de morte;
amamentação. Resposta a. Corrigir as deficiências nutricionais específicas;
Reverter as anormalidades metabólicas; e
27. A recomendação para a criança após iniciar-se o desmame
(aos 6 meses), se não receber pelo menos 500ml de fórmula Iniciar a alimentação.
infantil enriquecida com ferro, é que se inicie profilaxia Fase 2 (reabilitação) que englobam as ações estão descritas
medicamentosa com 1mg/kg/dia de ferro elementar. nos passos 8 e 9 e objetiva:
Resposta c.
Dar a alimentação intensiva para assegurar o crescimento
rápido visando recuperar grande parte do peso perdido,
28. O reflexo da sucção é um reflexo primitivo, nasce com a ainda quando a criança estiver hospitalizada;
criança e não depende de nenhum evento exógeno a sua esti-
mulação. Portanto, a alternativa “a” está incorreta. É verdade Fazer estimulação emocional e física;
que um dos reflexos da lactação, o da ejeção, dependente do Orientar a mãe ou pessoa que cuida da criança para con-
hormônio ocitocina, é estimulado durante a amamentação; tinuar os cuidados em casa e,
entretanto, a contrário do que está contido na alternativa “b”, Realizar a preparação para a alta da criança, incluindo o
essa substância estimula a contração e acelera a involução
diagnóstico e o sumário do tratamento para seguimento
uterina, prevenindo também alguns quadros de sangramen-
e marcação de consulta, na contra-referência da alta hos-
to. Na alternativa “c”, observa-se o clássico erro de se consi-
pitalar.
derar o aleitamento materno exclusivo por um período me-
nor que seis meses (duração recomendada pela Organização Fase 3 (acompanhamento) que objetiva, após a alta, encami-
Mundial de Saúde e por quase todas as Associações Científi- nhar para acompanhamento ambulatorial/centro de recupe-
cas de Pediatria do mundo. Resposta d. raçãonutricional/atenção básica/comunidade/família para
prevenir a recaída e assegurar a continuidade do tratamento.
Das situações que ocosionem risco de morte, na fase 1, a hi-
29. O erro da alternativa “b” consiste na indicação de manu-
poglicemia, a hipotermia e os distúrbios eletrolíticos (inicial-
tenção do aleitamento materno, se possível, até os dois anos
mente a temida desidratação) são os aspectos primordiais a
de idade. Na alternativa “c”, não permite-se água no aleita-
serem avaliados e tratados. Resposta c.
mento materno exclusivo: o leite humano é capaz de suprir
as necessidades hídricas do bebê. Recomenda-se que os ali-
mentos sejam oferecidos separadamente, para que a criança 32. Embora o enunciado da questão esteja simplista e mal
identifique os vários sabores e, desta forma, aceite-os. A ex- redigido (confiável em que sentido ?), a circunferência ab-
posição frequente a um determinado alimento facilita a sua dominal é a única medida dentre as citadas não utilizada
aceitação. Em média, são necessárias de 8 a 10 exposições para a classificação nutricional do bebê, embora em crianças
ao alimento para que ele seja aceito pela criança. Resposta a. maiores, adolescentes e adultos relaciona-se muito bem com
resistência insulina e risco cardiovascular (com implicações
nutricionais, portanto) Resposta d.
30. O grande marcador da desnutrição tipo kwashiorkor é a
hipoproteinemia que se expressa clinicamente com o edema.
O quadro também é rico em lesões de pele e fâneros (secun- 33. O esvaziamento mamário propicia o leite posterior (final
dários às disvitaminoses acompanhantes) e cursa com he- da mamada), mais nutritivo e rico em gorduras, o que torna a
patomegalia (esteatose hepática). O emagrecimento intenso informação II incorreta. As demais assertivas estão corretas.
com perda de tecido gorduroso e muscular é achado do qua- Resposta b.
dor de desnutrição tipo marasmo. Resposta a.
sada pela deficiência de vitamina K, na sua forma clássica, é colonização do trato gastrointestinal com uma flora saprófi-
bastante conhecida dos pediatras e a sua importância clínica ta, que passa a competir com a flora patogênica da unidade.
deixou de ser uma preocupação em virtude do uso de vitami- Em tese, pode-se utilizar a colostroterapia mesmo quando o
na K após o nascimento como uma forma efetiva de prevenir bebê permanece em jejum, sobretudo nas primeiras 24h de
a doença. Resposta e. vida. Algumas equipes de neonatologia desenvolvem proto-
colos em que se propõe um conjunto de ações: a higiene oral
feita com colostro; a lavagem gástrica feita com colostro e a
36. De acordo com a recomendação da Sociedade Brasileira administração orofaríngea de gotas colostrais. Para o sucesso
de Pediatria, o lactente, após o desmame (geralmente aos 6 da prática é vital praticar o cuidado canguru precocemente e
meses), deve iniciar profilaxia da anemia carencial com 1mg/ ter norma escrita na unidade, orientando a adequada utili-
kg/dia de ferro elementar, a não ser que seja desmamado com zação do colostro no ambiente de terapia intensiva neonatal.
fórmula infantis enriquecidas com ferro, o que não ocorrerá Resposta c.
com esse bebê que manterá o aleitamento materno com ali-
mentação complementar. Resposta c.
42. Embora o padrão de referência seja de 2007 (e não de
2006 !!) para crianças acima de 5 anos e adolescentes, o IMC
37. As fissuras mamilares (causa mais frequente) importan- entre os escore-Z -2 a -3, classifica o indicíduo como “magro”.
tes podem causar vômitos borráceos ou com raias de sangue A magreza acentuada corresponde ao IMC abaixo do escore-
nos primeiros dias de vida do RN; o efeito gástrico irritati- -Z -3. Resposta d.
vo do sangue pode induzir vômitos. A doença hemorrágica
do recém-nascido, causada pela deficiência de vitamina K,
na sua forma clássica, é bastante conhecida dos pediatras e a 43. Recém-nascidos a termo, de peso adequado, em aleitamen-
sua importância clínica deixou de ser uma preocupação em to materno, devem receber 1 mg/kg/dia de ferro elementar do
virtude do uso de vitamina K após o nascimento como uma sexto mês (ou desmame) até o 24º mês de vida: essa é a re-
forma efetiva de prevenir a doença. Resposta c. comendação da Sociedade Brasileira de Pediatria. Resposta b.
38. Crianças prematuras, a partir do trigésimo dia, iniciam 44. Questão muito mal redigida; hoje, com todas evidên-
profilaxia da ferropenia com 2mg/kg/dia, no primeiro ano cias que temos, além da ferropenia (resposta “gabarito” da
de vida, para pacientes com peso de nascimento entre 1,5 e questão) pela péssima biodisponibilidade do ferro no leite de
2,5 kg, 3mg/kg/dia para lactentes entre 1 e 1,5kg e 4 mg/kg/ vaca, a estimulação de hipersensibilidade (alergia à proteína
dia para lactentes com peso de nascimento menor de 1 kg. A do leite de vaca, com todas suas consequências negativas para
dose do segundo ano de vida é de 1mg/kg/dia. Resposta c. a criança, os riscos infecciosos do preparo e limpeza inade-
quados da mamadeira e o risco de obesidade/sobrepeso do
desmame precoce são morbidades conhecidas, entre outras
39. A definição de obesidade na infância compreende o valor da exposição precoce ao leite de vaca. Essa questão poderia
de índice de massa corporal maior que escore-Z +2 (maior ser anulada. Resposta e.
que o percentil 97,5). Valores de IMC entre o escore-Z +1 e
+2 correspondem ao diagnóstico de sobrepeso. Resposta a.
45. Definição conceitual atual e que gera confusão: aleita-
mento materno predominante é leite materno mas qualquer
40. Questão epidêmica, no ano de 2015 nas provas: as fissuras líquido (água e chá), mas não leite. Resposta a.
mamilares (causa mais frequente) importantes podem causar
vômitos borráceos ou com raias de sangue nos primeiros dias
de vida do RN; o efeito gástrico irritativo do sangue pode 46. Alimentação complementar: é o período durante o qual
induzir vômitos. Resposta a. outros alimentos ou líquidos são oferecidos à criança junto
com o leite materno. A introdução de alimentos diferentes do
leite materno era denominada “desmame” ; hoje prefere-se
41. Colostroterapia ou terapia colostral é a utilização do co- utilizar o termo “alimentação complementar”, pois desmame
lostro com o fim diferente do nutricional, sobretudo para os pode ser interpretado como a interrupção imediata do alei-
recém-nascidos de MBP (muito baixo peso) para os quais tamento materno, substituindo-o pelos “alimentos de desma-
o colostro representa verdadeiro suplemento imunológico. me”, que pelo mesmo motivo hoje são chamados alimentos
Trata-se de proposta de prática clínica que ainda necessita complementares ou alimentos de transição. Resposta a.
de evidências científicas para que seu uso possa ser genera-
lizado. Especula-se se citocinas já não seriam absorvidas na
mucosa oral ou gástrica, ativando o sistema imunológico do 47. Na alternativa b está descrito o quadro de kwashiorkor,
prematuro. Sabe-se que os fatores de crescimento concentra- a desnutrição edematosa por carência proteica. Segundo a
dos no colostro promovem ação trófica sobre os enterócitos. classificação de Gomez (1956), a criança é considerada eu-
Ademais, a IgA secretora reveste a mucosa imatura, impe- trófica, ou seja, sem desnutrição, quando o seu peso para a
dindo a adesão de germes patogênicos e substâncias pré e idade for superior a 90% do padrão adotado de referência.
probióticas, também presentes no colostro, determinam a O recém-nascido desnutrido intra-útero pode ter sido alvo
de um retardo no crescimento proporcionado ou simétrico, 52. A perda fisiológica de até 10% do peso de nascimento
onde o peso e o comprimento são afetados desde o primei- ocorre nos primeiros dias de vida do bebê e justifica-se pelo
ro trimestre da gestação (com risco de comprometimento peso de alta menor que o peso de nascimento. Entretanto, o
do desenvolvimento), ou desproporcionado ou assimétrico, ganho ponderal dessa criança nesses primeiros 21 dias de vida
sofrendo alterações no último trimestre da gestação e afetan- es´ta em torno de 13g/dia, francamente abaixo do esperado
do mais o peso que o comprimento. A antiga classificação (25 a 30g/dia). O fato da criança estar vomitando (não é re-
de Waterlow utiliza a avaliação conjunta dos parâmetros clí- gurgitação), indica avaliação de afecção obstrutiva. Resposta b.
nicos (não laboratoriais) de estatura para idade e peso para
estatura. Resposta a.
53. O excesso de vitamina A pode ser tóxico, quer seja toma-
da numa única dose (intoxicação aguda), quer durante um
48. A mastite, em tese, não contraindica a amamentação, longo período (intoxicação crónica). A intoxicação crónica
exceto quando apresentar-se com abscesso drenado na área em crianças maiores e adultos é em geral provocada pela
areolar de pega do bebê. Como a malária não é transmiti- ingestão de grandes doses (dez vezes a quantidade diária
da entre humanos, a amamentação pode ser mantida se as recomendada) durante meses. A intoxicação pela vitamina
condições clínicas da mãe permitirem. Não há nenhuma evi- A pode desenvolver-se nas crianças pequenas em poucas
dência indicando que a malária possa ser transmitida pelo semanas. Os primeiros sintomas da intoxicação crónica são
aleitamento materno. Resposta d. alterações no cabelo, queda parcial das sobrancelhas, lábios
gretados e pele seca e rugosa. Cefaleias intensas, hipertensão
49. A síndrome de recuperação nutricional ocorre durante craniana e fraqueza generalizada são manifestações tardias.
o tratamento correto dos casos de desnutrição graves, sendo As protuberâncias ósseas e as dores articulares são frequen-
mais exuberante nos casos de Kwashiorkor, observado entre tes, especialmente nas crianças. O fígado e o baço podem au-
o 20º e 40º dias de tratamento. Estas alterações costumam mentar de tamanho. Resposta a.
regredir por volta da 10ª a 12ª semana após o início do tra-
tamento. Não se sabe ao certo a etiologia dessas alterações.
54. Que questão mal feita ! Fácil, mas desperdiçando duas
As manifestações clínicas observadas nessa síndrome clínica
alternativas para deixar o aluno confuso. Resposta d.
variam de intensidade e as mais comumente encontradas são:
hepatomegalia a custa do lobo esquerdo, com maior aumento
sendo encontrado por volta da quinta semana após o início 55. O conceito atual de aleitamento materno predominante
do tratamento; distensão abdominal com circulação venosa é esse: leite materno mais qualquer outro líquido exceto leite
colateral; ascite; fácies de lua cheia; alterações de pele e fâne- (água, chás, sucos). Na exclusividade, nada mais é adminis-
ros (sudorese intensa em região cefálica, hipertricose, unhas
trado para a criança além do leite materno. Resposta c.
com desnível transversal, cabelos com pontas mais claras) e
telangiectasias em face. Resposta b.
56. Alguns autores chama de colostro a secreção mamária
dos primeiros 5 dias da nutriz; outros o consideram até o
50. Apenas com o conceito que as manifestações ocu-
sétimo dia. Trata-se verdadeiramente de uma secreção imu-
lares (cegueira noturna e xeroftalmia) são as principais
nológica proteica, fundamental ao desenvolvimento do neo-
da hipovitaminose A consegue-se responder essa ques-
nato. Resposta a.
tão – alternativa B. Atenção especial deve ser dada aos
alimentos que interferem na absorção do ferro, como:
alimentos fontes de cálcio (cálcio compete com o ferro na 57. A Galactosemia é uma doença metabólica em que o de-
formação de complexos insolúveis, diminuindo a absorção feito congênito é a ausência de uma enzima que toma parte
tanto do ferro heme quanto não-heme), fitatos (potente ini- da decomposição do açúcar galactose no organismo do RN.
bidor da absorção do ferro não-heme) e compostos fenólicos O resultado imediato é o acúmulo de metabólitos da galacto-
(flavonóides, ácidos fenólicos, polifenóis e taninos, inibido- se no organismo. Caso não seja diagnosticada e tratada pode
res da absorção de ferro, provavelmente pela formação do
levar o recém-nascido a um retardo mental, danos graves
complexo ferro-fenólico no lúmen do trato gastrointestinal,
ao fígado e catarata. A galactose não se apresenta sob for-
o que torna o ferro menos biodisponível) Resposta b.
ma livre nos alimentos, ela resulta da hidrolise intestinal da
lactose. O recém-nascido com a galactosemia não pode ser
51. Vários são os motivos para que se evite o leite de vaca na amamentado pela mãe, porque a lactose do leite é a principal
dieta de uma criança menor de um ano de idade e a alternativa fonte de galactose na dieta. A doença pode se manifestar logo
correta aponta os dois principais (baixa biodisponibilidade de após o nascimento, ou os primeiros dias de vida com anor-
ferro e maior carga de solutos). Não existem ácidos graxos es- malidades gastrintestinais, devido as primeiras mamadas:
senciais (linoleico e linolênico) em quantidades adequadas no vômitos, diarreia, icterícia, perda de peso, hepatomegalia,
leite bovino. O leite de vaca contém maiores quantidades protei- esplenomegalia, distensão abdominal, letargia, catarata. O
cas que o leite humano, o que justificava, em tempos passados, objetivo do tratamento dietoterápico é retirar da dieta todos
a sua diluição para ser ofertada à criança pequena. Resposta c. os alimentos que contenham lactose. A primeira providên-
cia é a suspensão imediata do aleitamento materno; o leite, 66. O leite de vaca tem grande quantidade proteica e de solu-
derivados lácteos e produtos que contenham lactose devem tos (carga osmótica). Resposta d.
ser eliminados da dieta. A fórmula infantil de soja é uma boa
opção terapêutica pois não contém lactose. Resposta b.
67. Crianças com menos de 5 anos tem a seguinte classifica-
ção nutricional pelos valores de IMC:
58. Sucção reflexa mais efetiva inicia-se após a trigésima escore Z > + 3: obesidade;
quarta semana de gestação; portanto, deve-se indicar para
essa criança amamentação ao seio materno. Resposta e.
escore Z entre +2 e +3: sobrepeso;
escore Z entre +1 e +2: risco de sobrepeso;
escore Z entre -2 e +1: eutrofia;
59. Sem dúvida, retrovírus (HIV e HTLV) são contraindica-
ções à amamentação. Apenas um detalhe na questão: a mu- escore Z entre -2 e -3: magreza;
lher com quadros graves e debilitantes não deve amamentar escore Z < -3: magreza acentuada.
(sepse, por exemplo) embora conceitualmente, não seja por Resposta a.
colocar em risco o RN. Resposta a.
62. Já pelo fato de ter nascido prematuro, essa criança mere- 70. A epigenética é um campo da biologia que estuda as
ceria profilaxia da anemia ferropênica. Além disso, tem nesse interações causais entre genes e seus produtos que são res-
momento uma dieta predominantemente láctea (leite e fari- ponsáveis pela produção do fenótipo. A epigenética inves-
nha láctea), com substituição do jantar também pelo leite. A tiga a informação contida no DNA, a qual é transmitida na
vulnerabilidade é clara para a deficiência de ferro. Resposta b. divisão celular, mas que não constitui parte da sequência do
DNA. Os mecanismos epigenéticos envolvem modificações
63. O aleitamento materno exclusivo deve ser mantido até químicas do próprio DNA, ou modificações das proteínas
os seis meses de idade, quando então introduz-se a papa de que estão associadas a ele (por exemplo, nas histonas que se
fruta (preferencialmente ao suco) rapidamente seguida (ou ligam e compactam a cadeia do DNA formando a cromati-
concomitantemente) com a papa principal do almoço. A na ou nas proteínas nucleares e nos fatores de transcrição,
alimentação da família deve ser ofertada após os 12 meses. moléculas que interagem e regulam a função do DNA). Nas
Resposta c. demais alternativas (B e C), não resta dúvida que são afir-
mativas incorretas, como por exemplo a ideia moderna que
o aleitamento materno previne doenças crônicas, como a
64. Não há no guia alimentar brasileiro para crianças meno- obesidade. Resposta a.
res de dois anos, restrições quanto à introdução de peixe e
ovo, ou seja, ele pode ser introduzido a partir do sexto mês.
O sal deve ser restrito como o açucar. As frutas devem, pre- 71. O citomegalovírus (CMV) pode ser excretado de forma
ferencialmente, serem ofertadas na forma de papas. Não há intermitente na saliva, urina, trato genital e leite humano por
contraindicação de nenhuma fruta para a criança pequena vários anos após a primoinfecção e na ocorrência de reativa-
Resposta b. ção de suas formas latentes. A infecção do lactente ou do feto
pode ocorrer a partir de mães com infecções na forma pri-
mária ou na reativação e ocorre com mais frequência duran-
65. A Sociedade Brasileira de Pediatria preconiza, quanto à te a passagem pelo canal do parto ou no período pós-natal.
suplementação profilática de ferro, que prematuros e recém- Porém, devido à passagem de anticorpos por via placentária,
-nascidos de baixo peso, a partir do 30º dia de vida, recebam a doença não é comum em recém-nascidos. Estudos mos-
profilaxia com ferro, na dose 2 mg/kg de peso/dia, no primei- tram que 30% de filhos de mães soropositivas e amamentadas
ro ano de vida (maiores de 1,5Kg de peso de nascimento). adquirem a infecção nos primeiros anos de vida, chegando
Resposta e. a 70% dos casos quando o vírus é isolado no leite materno.
Entretanto, infecções sintomáticas ou sequelas tardias não 76. Observa-se nesse caso que a criança não está apresentan-
têm sido observadas nos bebês, provavelmente devido à pas- do o ganho ponderal esperado (cerca de 25 a 30 g/dia, com
sagem de anticorpos maternos específicos que os protegem recuperação do peso de nascimento aos 7 a 10 dias de vida.
contra a doença sistêmica. Parece ser preferível a contami- Diante de uma situação de dificuldades em amamentação
nação precoce da criança amamentada, pois, se ocorrer em (queixas maternas ou dificuldade de ganho de peso do bebê
período mais tardio da vida, o risco de doença sintomática a primeira conduta a ser tomada é a reavaliação da técnica da
é maior. Esses dados justificam a não-contra-indicação da amamentação. Resposta d.
amamentação. Porém, atenção especial deve ser dada para
prematuros, principalmente os de menor idade gestacional.
A decisão de amamentar recém-nascido pré-termo, filho de 77. O tratamento preventivo da TB, ou quimioprofilaxia, ocu-
mãe CMV-positiva, deve ser considerada em termos do risco pa importância no que diz respeito à proteção individual de
da transmissão da doença versus os benefícios da amamen- pessoas vulneráveis à TB-doença. Isto é, evita que infectados
tação. Os prematuros podem não ter anticorpos protetores e pelo M. tuberculosis passem para a condição de doentes. No
apresentar infecções sintomáticas. No entanto, o vírus pode Brasil, emprega-se a INH na dose de 10 mg/kg/dia (dose máxi-
ser inativado pela pasteurização do leite humano, e a carga ma de 300 a 400 mg), diariamente, em uma única tomada pela
viral, reduzida pelo congelamento a -20 ºC. Resposta a. manhã, durante seis meses. Segundo a OMS, não há necessi-
dade de separar a mãe da criança e, em circunstância alguma,
a lactação deve ser impedida. Resposta a.
72. A suplementação com ferro na dose de 1 mg/kg deve ser
realizada para todas as crianças a partir do desmame, exceto nas
crianças que realizam o desmame com fórmulas infantis, quan- 78. O sistema de classificação nutricional proposto por Water-
do a suplementação não é realizada. Os lactentes que recebem low é antigo e menos utilizado atualmente. Considera a ava-
vitamina D, na dose de 500 UI/dia, são aqueles provenientes de liação de dois parâmetros: a estatura para idade (indicativo de
regiões onde a exposição solar não é adequada ou as condições cronicidade quando comprometida) e o peso para a estatura.
climáticas não satisfatórias. Portanto, não são todos os lactentes Portanto, nessa questão, não há comprometimento da estatura
que recebem essa profilaxia do raquitismo carencial. Não se li- (mais de 95% de adequação), indicando que não há cronici-
quefaz comida de criança pequena; deve ser amassada desde o dade e comprometimento do peso para a estatura (menos que
início, o que torna a alternativa D incorreta. Resposta c. 90% de adequação), indicando comprometimento agudo ou
atual do estado nutricional. Resposta d.
73. Trata-se do perfil lipídico típico do paciente obeso: coles-
terol total/ LDL pouco aumentado (nos casos de dislipidemia 79. O diagnóstico “gráfico” do comprometimento nutricional
familiar, os valores são maiores), HDL baixo denunciando a é avaliado pelos dados antropométricos correlacionados aos
inatividade e o sedentarismo e triglicérides elevado, denun-
dados de referência (população eutrófica de referência). Ob-
ciando os erros e a inadequação alimentar. Resposta c.
viamente, o diagnóstico clínico é muito mais importante do
que a simples análise gráfica; correlacione os dados obtidos
74. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes com a história e o exame físico do paciente. A resposta b é
(IDF), a definição de SM em adolescentes (não existem cri- correta na sua primeira parte; entretanto, segundo os crité-
térios para definição de SM em crianças com menos de 10 rios de Gomez, considera-se o paciente eutrófico quando a
anos) é simples e fácil de ser aplicada na prática clínica. Assim adequação peso para a idade é maior que 90%. A carência de
como na Síndrome Metabólica adulta, a medida de cintura é alguns micronutrientes é denominada “fome oculta”; o termo
o componente principal para o diagnóstico. Para as crianças desnutrição refere-se ao componente proteico-calórico. Nas
com mais de 10 anos, o diagnóstico pode ser feito através da alternativas D e E, uma confusão de nomenclaturas: estatura
medida da cintura e a presença de duas ou mais caracterís- para idade menos que dois desvios-padrão é baixa estatura;
tica clínicas, como triglicérides elevados, HDL-colesterol bai- IMC menos que dois desvios-padrão é magreza e peso para
xo, pressão arterial elevada e glicose aumentada do plasma. idade menor que dois desvios-padrão é baixo peso. Desnutri-
Resposta d. ção é diagnóstico clínico e não gráfico. Resposta a.
75. Assunto atual e recorrente. De acordo com a Federação 80. O conceito de complementação se refere à introdução da
Internacional de Diabetes (IDF), a definição de SM em adoles- alimentação infantil (alimento complementar). O conceito
centes (não existem critérios para definição de SM em crianças de exclusivo não compreende nada além do leite materno e o
com menos de 10 anos) é simples e fácil de ser aplicada na de predominância tolera alimentos à base de água (chás e su-
prática clínica. Assim como na Síndrome Metabólica adulta, a cos). Questão mal redigida, pode gerar dúvidas. Resposta b.
medida de cintura abdominal é o componente principal para o
diagnóstico. Para as crianças com mais de 10 anos, o diagnós-
tico pode ser feito através da medida da cintura e a presença 81. Os principais diferenciais do colostro em relação ao leite
de duas ou mais característica clínicas, como triglicérides ele- definitivo é sua maior concentração de proteínas, incluindo
vados, HDL-colesterol baixo, pressão arterial elevada e glicose as imunoglobulinas, com menos lipídios e carboidratos, o
aumentada do plasma. Resposta a. que lhe confere aspecto mais fluido. Resposta b.
82. Um dos principais contribuintes para a anemia ferropriva resume, de forma mais completa o desbalanço da equação
no lactente após o desmame, além da baixa ingesta de car- ganho x gasto, motivo principal da epidemia de obesidade
ne (não colocação na papinha da ciraná esse componente), a que observamos atualmente. Resposta d.
manutenção de dieta láctea predominante, particularmente
se for introduzido erroneamente o leite de vaca. Resposta d.
85. O perfil laboratorial clássico do raquitismo carencial é:
cálcio sérico normal (mantido às custas do PTH elevado) ou
83. Tem sido relatada a importância do zinco (Zn) no orga- levemente diminuído, fósforo sérico baixo, fosfatúria elevada
nismo dos seres humanos, principalmente crianças, as quais e fosfatase alcalina elevada, por aumento da atividade osteo-
são mais suscetíveis à deficiência de Zn, que pode levar a inú- blástica. Se dosássemos o PTH (hormônio da paratireoide)
meros prejuízos em seu desenvolvimento. Depois do ferro, o também observaríamos seus níveis elevados, denunciando a
zinco é o micromineral com distribuição mais abundante no descalcificação óssea. Resposta b.
corpo humano, correspondendo de 1,5 a 2,5 g do peso ponde-
ral. Este metal se encontra em grandes quantidades em todos
os tecidos, especialmente na musculatura esquelética (57%), 86. A introdução precoce e errônea dos alimentos complemen-
ossos (29%), pele (6%) e fígado (5%), além de estar presente tares que favorece, sobremaneira o desmame precoce. Portanto,
também em secreções e fluidos corporais. O zinco é primaria- deve-se insistir para o aleitamento exclusivo por seis meses. O
mente um íon intracelular. Alimentos como a carne bovina e desmame precoce facilita os quadros infecciosos intestinais e
de frango, que apresentam a forma mais rapidamente disponí- respiratórios das crianças pequenas. Resposta c.
vel de zinco dietético, além de peixe e laticínios, fornecem 80%
do total de zinco dietético. A deficiência de zinco ocorre pela
87. O colostro, realmente, tem mais proteínas e fundamental-
ingestão ou biodisponibilidade inadequada deste nutriente e/
mente fatores imunológicos do que o leite maduro. O leite das
ou do aumento da necessidade do mesmo. É frequentemente
mães de prematuros contém maior quantidade de proteínas,
observada em dietas vegetarianas limitadas e na desnutrição
gorduras e imunoglobulinas. A concentração de gorduras au-
energético-proteica, sendo que esta última, provavelmente, é a
menta no leite posterior, a fração emulsão do leite, mais densa
causa mais comum de deficiência do mineral. Também pode
e nutritiva. A principal imunoglobulina, que perfaz 90% das
ser decorrente de outros estados hipercatabólicos, além de do-
proteínas de defesa do leite materno é a IgA. Obviamente, o
enças intestinais, insuficiência renal crônica e uso de agentes
leite pasteurizado, submetido às oscilações de temperatura,
quelantes. Períodos em que há um crescimento rápido, como
tem comprometimento de alguns fatores biológicos e elemen-
no terceiro trimestre de gravidez, infância e adolescência, são
tos vivos, como suas células. Resposta e.
particularmente mais vulneráveis à carência de zinco dietético.
Entre os efeitos da deficiência de zinco se destaca a redução
da função imune. Esta situação é proveniente de uma redu- 88. A melhor medida que se correlaciona com a obesidade
ção do número total de leucócitos, principalmente linfócitos, visceral é a mensuração da circunferência abdominal, um dos
tornando os indivíduos que padecem da deficiência de zinco critérios para o diagnóstico da síndrome metabólica e fenótipo
mais sujeitos à ação de diversos patógenos, além de ter um clássico da resistência insulínica. Questão tão simples. Sonho
período de recuperação mais longo. Outro efeito indiscutível de qualquer aluno em prova. Resposta d
da deficiência de zinco é seu prejuízo para o crescimento du-
rante a infância e adolescência.
89. Lactentes nascidos a termo, que não foram baixo peso,
A deficiência de zinco pode manifestar-se em graus progressi- em aleitamento materno exclusivo não devem receber su-
vos, com sintomatologia leve, moderada ou intensa. Na defici- plementação de ferro até o seu desmame, assim como os
ência leve há anorexia, alterações neurossensoriais, retardo da lactentes que estão em uso de fórmula infantil. Lactentes
velocidade de crescimento e hipodesenvolvimento, com dimi- em uso de leite de vaca devem receber ferro ou se, após o
nuição do peso corporal e da massa muscular. A deficiência desmame, não receberem no mínimo, 500 mL de fórmula
moderada de zinco é agravada pelo desenvolvimento de letar- ao dia. Resposta e.
gia, diminuição mais acentuada do apetite, pele áspera e espes-
sa, com dificuldade de cicatrização decorrente da disfunção da
imunidade mediada por células, além do retardo da velocidade 90. A causa mais comum de obesidade na infância é a exó-
de crescimento e da maturação sexual. A deficiência grave se gena ou nutricional. Não existem evidências e muitas drogas
manifesta como acrodermatite enteropática, na qual ocorre uma anorexígenas são contraindicadas e não liberadas para uso
deficiência na absorção do zinco pelo intestino, de causa genéti- pediátrico. Hoje, a base para o diagnóstico gráfico do excesso
ca. Trata-se de uma rara doença autossômica recessiva, caracte- nutricional é o cálculo do índice de massa corpórea e o seu
rizada pela presença de diarreia crônica e dermatite periorificial respectivo escore-z ou percentil, por idade e sexo. A maioria
e nas extremidades, além de outros sintomas, como alopecia, das crianças obesas tornam-se adultos obesos. Resposta a.
alterações do humor e hipodesenvolvimento. Resposta b.
siderados adequados para o fenilcetonúrico no primeiro ano gundo a Academia Americana de Pediatria, recém-nascido
de vida devem situar-se entre > 2 mg/dL < 6 mg/dL. Como a de mãe com tuberculose pulmonar em fase contagiante ou
phe é um aminoácido essencial também para o fenilcetonú- bacilífera, sem tratamento ou com menos de 3 semanas de
rico, a dieta deve contê-la em quantidade adequada, possibi- tuberculostáticos no momento do parto, deve ser separado
litando tanto a manutenção dos seus níveis sanguíneos em da mãe mas alimentado com o leite humano ordenhado, uma
limites considerados seguros quanto o crescimento e o desen- vez que a transmissão geralmente se dá pelas vias aéreas. A
volvimento dos indivíduos dentro dos parâmetros da norma- mãe deve realizar pesquisas do bacilo álcool-ácido resistente
lidade. No tratamento tradicional para PKU, recomenda-se a (BAAR) no escarro até sua negativação, quando poderá ter
suspensão do leite materno (LM) devido à dificuldade em se contato com o bebê. Este deve receber quimioprofilaxia com
quantificar a phe ingerida pela criança e, consequentemente, isoniazida na dose de 10 mg/kg/dia por 3 meses e, então, re-
o controle de seus níveis sanguíneos. Estudos mais recentes alizar o teste tuberculínico (PPD). Se o teste for positivo, está
vêm demonstrando ser possível controlar os níveis de phe indicado rastrear a doença através de exame clínico e radio-
no sangue utilizando o LM como fonte de phe. Nos lactentes lógico. Se não se detecta infecção ativa, mantêm-se a vigilân-
com fissura labiopalatina o aleitamento materno também é cia e a quimioprofilaxia até o sexto mês, quando se aplica o
recomendado pelo seu próprio valor nutritivo, auxiliando no BCG-ID. Se o PPD for negativo aos 3 meses de idade, a qui-
combate de infecções, inclusive as de orelha média, que são mioprofilaxia pode ser interrompida e o BCG-ID pode ser
comuns nos portadores de fissura. Mas o aleitamento mater- aplicado, mantendo-se a vigilância clínica. Segundo a OMS,
no deve ser conduzido respeitando os aspectos emocionais e a amamentação deve ser mantida, porém deve-se diminuir o
afetivos da relação da família com o bebê, além de considerar contato íntimo mãe-filho, além de se tomar os seguintes cui-
as limitações decorrentes da própria malformação. As difi- dados: amamentar com máscara ou similar, lavar cuidadosa-
culdades se relacionam à impossibilidade anatômica de isolar mente as mãos, rastrear os comunicantes, especificamente os
a cavidade oral, da falta de apoio e estabilização do bico do domiciliares. Em mãe em fase não-contagiante da tubercu-
peito e da posteriorização da língua. O grau de inabilidade de lose cujo tratamento foi iniciado há mais de 3 semanas não
sucção está diretamente relacionado ao tipo de fissura. Ge- há restrições quanto ao aleitamento materno, sendo indicado
ralmente o lactente que apresenta fissura pré-forame incisivo vacinar o bebê com BCG-ID ao nascer. Resposta d.
não encontra dificuldade para alimentar-se. Porém, aqueles
com fissura pós-forame incisivo podem apresentar dificulda-
des na extração do leite materno por não conseguirem pres- 94. No ingurgitamento mamário, há três componentes bási-
são intra-oral adequada. Vários instrumentos já foram pro- cos: congestão (aumento da vascularização), acúmulo de lei-
jetados visando ajudar as crianças com fissura labiopalatina te e edema decorrente da congestão e obstrução da drenagem
a se alimentarem, mas nenhum é aceito universalmente. Há do sistema linfático. Não havendo alívio, a produção do leite
relatos do uso de mamadeira, copinho, colher, conta-gotas, é interrompida, com posterior reabsorção do leite represado.
seringa e sonda. O uso de placas palatinas obturadoras tem O aumento da pressão intraductal faz com que o leite acumu-
sido defendido por alguns profissionais. Tais placas palatinas lado sofra um processo de transformação, tornando-se mais
funcionariam como um palato artificial que forneceria um viscoso, o “leite empedrado”. No ingurgitamento patológico,
apoio contra o qual a criança poderia pressionar o bico com a a distensão tecidual é excessiva, causando grande descon-
língua durante a sucção. Não há ocntraindicação alguma em forto, às vezes acompanhado de febre e mal-estar. A mama
criança cardiopata amamentar. Resposta a. encontra-se aumentada de tamanho, dolorosa, com áreas di-
fusas avermelhadas, edemaciadas e brilhantes. Os mamilos
ficam achatados, dificultando a pega do bebê, e o leite, muitas
92. Torna-se claro, na observação da foto que a criança apre- vezes, não flui com facilidade. As seguintes recomendações
senta o rosário raquítico, ou seja, o espessamento das junções são úteis na prevenção do ingurgitamento mamário: iniciar
condrocostais. O perfil laboratorial clássico do raquitismo a amamentação o mais cedo possível; amamentar em livre
carencial é: cálcio sérico normal ou levemente diminuído, demanda; amamentar com técnica correta e evitar o uso de
fósforo sérico baixo, fosfatúria elevada e fosfatase alcalina suplementos. Uma vez instalado o ingurgitamento, recomen-
elevada. Se dosássemos o PTH (hormônio da paratireoide) dam-se as seguintes medidas:
também observaríamos seus níveis elevados, denunciando a
- se a aréola estiver tensa, ordenhar manualmente um pouco
descalcificação óssea. Resposta b.
de leite antes da mamada, para que ela fique macia o suficien-
te para o bebê abocanhar a mama adequadamente;
93. A tuberculose é uma doença transmissível por via res- - amamentar com frequência, em livre demanda;
piratória; portanto, a mãe bacilífera, em tratamento, pode e
- fazer massagens delicadas nas mamas
deve amamentar. Para mães com tuberculose, as recomenda-
ções para amamentação dependem da época em que foi feito - usar analgésicos sistêmicos/antiinflamatórios (ibuprofeno é
o diagnóstico da doença. Segundo a OMS, não há necessida- considerado o mais efetivo, auxiliando também na redução
de de separar a mãe da criança e, em circunstância alguma, da inflamação e do edema);
a lactação deve ser impedida. O bacilo de Koch excepcional- - usar suporte para as mamas ininterruptamente;
mente é excretado pelo leite materno, e, se houver contami-
nação do recém-nascido, geralmente a porta de entrada é o - usar compressas mornas para ajudar na liberação do leite;
trato respiratório. Assim, mãe com tuberculose extrapulmo- - usar compressas frias após ou nos intervalos das mamadas para
nar não necessita de cuidados especiais para amamentar. Se- diminuir o edema, a vascularização e a dor. Apesar de não haver
comprovação quanto à eficácia das compressas frias (ou gelo 97. As manifestações clínicas iniciais da hipovitaminose C
envolto em tecido) no alívio dos sintomas do ingurgitamento são a fadiga, perda de apetite, sonolência, palidez, falta de for-
mamário, elas podem ser úteis quando se quer reduzir a produ- ça nos membros e articulações, irritabilidade, defeitos dentá-
ção do leite. A hipotermia local provoca vasoconstrição tem- rios, cicatrização lenta de pequenos ferimentos e presença de
porária e, consequentemente, reduz o fluxo sanguíneo, com pequenas hemorragias na pele. Já a deficiência grave de ácido
redução do edema, aumento da drenagem linfática e menor ascórbico leva ao escorbuto; em geral a doença se torna sin-
produção do leite. Por outro lado, compressas mornas promo- tomática quando os níveis séricos se apresentam abaixo de
vem vasodilatação, aliviando a compressão local, porém poste- 0,20 mg/dL. Os sinais e sintomas clássicos desta deficiência
riormente aumentam o volume de leite nas mamas, o que pode grave incluem hemorragias, particularmente subperiostais
ser desvantajoso na vigência de ingurgitamento mamário. (com bastante dor à manipulação dos membros), gengivas
Resposta b. edemaciadas e inflamadas, levando à perda de dentes; feridas
que não cicatrizam devido à diminuição na síntese do colá-
geno e infecções secundárias que se desenvolvem facilmente
95. O início do processo de amamentação é um período no nas áreas sangrentas. Resposta a.
qual a mãe e a criança estão se conhecendo; ela interpreta as
demandas do filho, responde a suas solicitações e atitudes e
interage com ele de maneira simbiótica, como se a criança 98. Não há dúvidas que se trata de uma menina obesa, com
ainda fosse parte dela. Nesse contexto, existem dificuldades, elevação do índice de massa corporal e da cintura abdominal;
conflitos, ansiedades que aos poucos vão sendo ultrapassados. sedentária e, possivelmente com erros alimentares que jus-
Muitas mães mostram-se inseguras sobre sua capacidade de tificam a obesidade exógena. Deve-se pensar em obesidade
amamentar. É necessário, durante o pré-natal e o período pós endógena, componente de algum quadro sindrômico quan-
-parto, que a equipe de saúde seja sensível e perceba essas difi- do se descrevem alguns estigmas particulares, comprometi-
culdades, estando pronta para discuti-las, esclarecendo even- mento de velocidade de crescimento (ou baixa estatura) ou
tuais dúvidas e em especial apoiando a família nesse processo dados clínicos mais específicos. Resposta c.
inicial da relação com a criança. A alta precoce da maternidade
e o atraso no primeiro atendimento ambulatorial da puérpera 99. Para mães com tuberculose, as recomendações para ama-
e do recém--nascido dificultam e, por vezes, impossibilitam o mentação dependem da época em que foi feito o diagnóstico
início e a continuidade dessas orientações e o suporte emocio- da doença. Segundo a OMS, não há necessidade de separar a
nal nessa fase crítica, que podem favorecer o desmame pre- mãe da criança e, em circunstância alguma, a lactação deve
coce. O Ministério da Saúde, considerando a necessidade de ser impedida. O bacilo excepcionalmente é excretado pelo
incentivar a lactação e o aleitamento materno, favorecendo o leite materno, e, se houver contaminação do recém-nascido,
relacionamento mãe/filho e o desenvolvimento de programas geralmente a porta de entrada é o trato respiratório. A mãe
educacionais de saúde; considerando a necessidade de dimi- deve realizar pesquisas do bacilo álcool-ácido resistente
nuir o risco de infecção hospitalar, evitar as complicações ma- (BAAR) no escarro até sua negativação. O bebê deve rece-
ternas e do recém nascido; considerando a necessidade de es- ber quimioprofilaxia com isoniazida na dose de 10 mg/kg/
timular a integração da equipe multiprofissional de saúde nos dia por 3 meses e, então, realizar o teste tuberculínico (PPD).
diferentes níveis; considerando ainda que o Estatuto da Crian- Se o teste for positivo, está indicado rastrear a doença atra-
ça e do Adolescente no capítulo I, Art. 10º, inciso V, estabele- vés de exame clínico e radiológico. Se não se detecta infecção
ce que: “ Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção ativa, mantêm-se a vigilância e a quimioprofilaxia até o sexto
à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a mês, quando se aplica o BCG-ID. Se o PPD for negativo aos
manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a per- 3 meses de idade, a quimioprofilaxia pode ser interrompi-
manência junto à mãe”, resolve que altas não deverão ser dadas da e o BCG-ID pode ser aplicado, mantendo-se a vigilância
antes de 48 horas, considerando o alto teor educativo inerente clínica. Segundo a OMS, a amamentação deve ser mantida,
ao sistema de “Alojamento Conjunto” e, ser este período im- porém deve-se diminuir o contato íntimo mãe-filho, além
portante na detecção de patologias neonatais. Resposta a. de se tomar os seguintes cuidados: amamentar com máscara
ou similar, lavar cuidadosamente as mãos, rastrear os comu-
nicantes, especificamente os domiciliares. Em mãe em fase
96. As principais comorbidades que devem ser pesquisadas
não-contagiante da tuberculose cujo tratamento foi iniciado
em todos os pacientes obesos são: dislipidemias, alterações
há mais de 3 semanas não há restrições quanto ao aleitamen-
do metabolismo glicídico (resistência à insulina e diabetes
tipo 2, esteatose hepática (infiltração gordurosa no fígado), to materno, sendo indicado vacinar o bebê com BCG-ID ao
hipertensão arterial sistêmica, apneia do sono e alterações nascer. Nos casos em que o diagnóstico de tuberculose ma-
ortopédicas. Na adolescência, período já entendido como terna for feito após o início da amamentação, o lactente deve
bastante tardio para implementação de ações terapêuticas, a ser considerado potencialmente infectado e receber quimio-
adesão costuma ser baixa aos programas de reeducação ali- profilaxia. A amamentação deve ser mantida, pois a adminis-
mentar e de modificação de estilo de vida. A maior causa de tração de drogas tuberculostáticas para o tratamento da mãe
obesidade, em ambos os sexos, é a primária ou nutricional. não contraindica o aleitamento. Resposta d.
Há correlação direta entre obesidade e número de horas gas-
tas em frente à televisão (ou videogame), tanto que, tenta-se, 100. Essa é a definição mais atual para aleitamento materno pre-
na prática pediátrica, limitar esse período entre 1 e 2 horas dominante (leite materno + água, chás ou sucos), conceito novo
por dia, no máximo. Resposta a. que substituiu uma visão antiga (alternativa E). Resposta b.
101. A lactoferrina é a proteína de defesa e a encontrada em 107. Todos os prematuros e crianças nascidas com baixo peso
maior quantidade no leite materno. Age como um quelan- devem receber, a partir dos 30 dias de vida, ferro profilático, na
te do ferro, indisponibilizando-o para o metabolismo de dose de 2 mg/kg/dia (peso de nascimento entre 1.500 e 2.500
enterobactérias, responsável, portanto, pela particular flora g) ou 3 mg/kg/dia (peso de nascimento entre 1.000 e 1.500 g),
intestinal da criança amamentada ao seio (poucas enterobac- além da vitamina D (500 UI/dia). Resposta e.
térias). Resposta c.
108. Calculando-se o IMC dessa paciente (peso dividido por
102. Trata-se do reflexo gastrocólico aumentado, comum dessa estatura ao quadrado), chegamos ao valor de 22,4, valor que,
faixa etária, em bebês alimentados exclusivamente com o seio ma- plotado no gráfico de IMC para idade, está entre z-score +1
terno. Observe a ótima evolução ponderal da criança. Resposta a.
e +2, correspondendo à classificação atual de sobrepeso. Ris-
co de sobrepeso corresponde a essa posição no gráfico nas
103. A aferição da pressão arterial em Pediatria deve ser feita crianças abaixo de cinco anos. Resposta b.
rotineiramente em toda consulta a partir dos três anos idade. As
demais informações contidas nas alternativas são todas corretas.
Resposta c. 109. É bastante comum o médico lembrar das evacuações
frequentes e abundantes do lactente pequeno alimentado
com leite materno exclusivo, causado pelo reflexo gastrocóli-
104. Segundo o manual de tratamento da desnutrição grave co aumentado nesses bebês. Ao contrário, a obstipação fisio-
em nível hospitalar (disponível em http://www.opas.org.br/
lógica determinada pelo leite materno, na criança um pouco
familia/UploadArq/desnutricao_grave.pdf), todas as crianças
maior é esquecida, levando a mudanças desnecessárias na
com desnutrição grave têm deficiências de vitaminas e sais mi-
alimentação do bebê. Observe que é uma criança crescendo
nerais. Uma das mais importantes deficiências de vitaminas,
e que representa risco de vida e de cegueira para a criança, é bem e sem nenhum sinal de alerta. Resposta e.
a de vitamina A. É importante realizar um exame cuidadoso
dos olhos da criança com desnutrição grave para identificação 110. São contraindicações absolutas à amamentação a infec-
da presença ou ausência de manifestações clínicas oculares de- ção pelo HIV e pelo HTLV (o aleitamento é a principal via
correntes da hipovitaminose A. Na criança com desnutrição de transmissão vertical). Mãe soropositiva para HBsAg duran-
grave, as deficiências de minerais/eletrólitos mais importantes te a gravidez determina a necessidade de a criança receber a
são as de zinco, cobre, magnésio, potássio e ferro. No entanto, primeira dose da vacina logo após o parto e imunoglobulina
devido ao risco do agravamento de infecções, a suplementa- hiperimune da hepatite B (HBIG) nas primeiras 12 horas de
ção com ferro somente deve ser feita quando o estado geral da vida, aplicadas concomitantemente, mas em locais diferentes.
criança melhora e ela começa a ganhar peso, o que geralmente A eficácia dessa conduta elimina o eventual risco de transmis-
ocorre a partir da segunda semana de tratamento. Resposta a.
são pelo leite materno. O citomegalovírus (CMV) pode ser
excretado de forma intermitente na saliva, urina, trato geni-
105. As informações apresentadas nas afirmativas I, II e III re- tal e leite humano por vários anos após a primoinfecção e na
presentam as principais inadequações do leite de vaca integral, ocorrência de reativação de suas formas latentes. A infecção
que não deve, portanto, ser administrado para a criança menor do lactente ou do feto pode ocorrer a partir de mães com in-
de um ano de idade. Todas as vitaminas e oligoelementos estão fecções na forma primária ou na reativação e ocorre com mais
presentes em pequenas quantidades no leite de vaca. Resposta a. frequência durante a passagem pelo canal do parto ou no pe-
ríodo pós-natal. Porém, devido à passagem de anticorpos por
106. Na criança com desnutrição grave, diferentemente da via placentária, a doença não é comum em recém-nascidos.
criança eutrófica, frequentemente ocorrem infecções sem si-
Na infecção pós-natal, a relação com amamentação é evidente,
nais clínicos evidentes, tais como febre, inflamação e dispneia.
embora o vírus possa ser adquirido através do contato com
O processo infeccioso é suspeitado apenas porque a criança
outras pessoas soropositivas que vivem no mesmo domicílio.
está apática ou sonolenta. Dessa forma, presume-se que todas
Estudos mostram que 30% de filhos de mães soropositivas e
as crianças com desnutrição grave tenham infecção que fre-
amamentadas adquirem a infecção nos primeiros anos de
quentemente é sub-clínica (infecção oculta), e devem receber
antibioticoterapia desde o início do tratamento. O calendário vida, chegando a 70% dos casos quando o vírus é isolado no
vacinal pode e deve ser atualizado durante a internação. O leite materno. Entretanto, infecções sintomáticas ou sequelas
esquema antibiótico sugerido pelo manual de tratamento do tardias não têm sido observadas nos bebês, provavelmente
desnutrido do Ministério da Saúde é (disponível em http:// devido à passagem de anticorpos maternos específicos que
www.opas.org.br/familia/UploadArq/desnutricao_grave.pdf): os protegem contra a doença sistêmica. Parece ser preferível a
Para uma criança sem sinais aparentes de infecção, dê sulfa- contaminação precoce da criança amamentada, pois, se ocor-
metoxazol + trimetoprima (25 mg/kg de peso/dia, via oral, rer em período mais tardio da vida, o risco de doença sinto-
de 12 em 12 horas, durante 7 dias). mática é maior. Esses dados justificam a não contraindicação
Para uma criança letárgica ou com complicações tais como da amamentação. Porém, atenção especial deve ser dada para
hipoglicemia, hipotermia ou com sinais clínicos de infecção, prematuros, principalmente os de menor idade gestacional.
use: gentamicina: 7,5 mg/kg de peso, IM ou IV 1 vez ao dia A decisão de amamentar recém-nascido pré-termo, filho de
durante 7 dias associado à ampicilina: 50 mg/kg de peso IM mãe CMV-positiva, deve ser considerada em termos do ris-
ou IV a cada 6 horas, por 2 dias, seguido por amoxicilina, 15 co da transmissão da doença versus os benefícios da ama-
mg/kg de peso, via oral de 8 em 8 horas durante 5 dias. mentação. Apesar do vírus da hepatite C ter sido detectado
Resposta a. no leite de mães HCV-positivas, sua transmissão por essa via
não foi comprovada. Por isso, a amamentação em mães HCV- 114. Reiterando comentário da questão anterior: na infecção
-positivas não está contraindicada. Entretanto, a prevenção de pós-natal pelo CMV, a relação com amamentação é evidente,
fissuras mamilares é muito importante, pois ainda não foi de- embora o vírus possa ser adquirido através do contato com
terminado se o contato do bebê com o sangue materno pode outras pessoas soropositivas que vivem no mesmo domicílio.
favorecer a transmissão da doença. Para mães com tuberculo- Estudos mostram que 30% de filhos de mães soropositivas
se, as recomendações para amamentação dependem da época e amamentadas adquirem a infecção nos primeiros anos de
em que foi feito o diagnóstico da doença. Segundo a OMS, não vida, chegando a 70% dos casos quando o vírus é isolado no
há necessidade de separar a mãe da criança e, em circunstância leite materno. Entretanto, infecções sintomáticas ou sequelas
alguma, a lactação deve ser impedida. O bacilo excepcional- tardias não têm sido observadas nos bebês, provavelmente
mente é excretado pelo leite materno, e, se houver contamina- devido à passagem de anticorpos maternos específicos que
ção do recém-nascido, geralmente a porta de entrada é o trato os protegem contra a doença sistêmica. Parece ser preferí-
respiratório. Resposta b.
vel a contaminação precoce da criança amamentada, pois, se
ocorrer em período mais tardio da vida, o risco de doença
111. Não há dúvidas que a grande maioria dos quadros de sintomática é maior. Esses dados justificam a não contraindi-
obesidade sejam de causa exógena, primária ou nutricional, cação da amamentação. Resposta a.
causa bastante provável para o paciente em questão pela
história alimentar apresentada, irregular, com vários erros,
justificando-se, inclusive o padrão irregular das evacuações 115. Não se orienta mais a “preparação” da mama para a pega
endurecidas (baixa ingesta de fibras). É imprescindível a in- do bebê, através de exercícios, que se mostraram ineficazes. O
vestigação das comorbidades do indivíduo obeso (dislipide- leite da mãe do prematuro tem mais proteínas (material cons-
mia, diabetes, hipertensão, resistência à insulina, esteatose trutor), mais imunoglobulinas (mais defesa) e mais lipídios
hepática). Alguma dúvida poderia surgir sobre a investigação (mais energia). Logo após o nascimento, o que ocorre é a pro-
da função tireoidiana obrigatória para esse paciente, embora dução de colostro e, não de leite propriamente dito. A redação
os dados apresentados na questão são inespecíficos e justifi- desta questão poderia ser muito melhor! A definição de aleita-
cáveis pelo erro alimentar grosseiro do paciente. Além disso, mento materno predominante está correta. Resposta c.
a dosagem de cortisol apresentada na alternativa C (a que fala
sobre dosagem de hormônios tireoidianos) não é indicada. 116. O que geralmente confunde o profissional são as doen-
Portanto, por eliminação, a resposta mais coerente para essa
ças metabólicas. Fenilcetonúria (PKU) não é contraindicação
questão é alternativa A. Resposta a.
absoluta ao aleitamento materno. A possibilidade de manter o
aleitamento natural como fonte de fenilalanina no tratamento
112. Embora seja “academicamente” incorreto comparar dois da PKU permite oferecer ao lactente fenilcetonúrico todas as
leites “incomparáveis”, absolutamente diferentes em sua im- vantagens advindas do leite humano (LH), mesmo que usado
portância para a criança pequena, ainda é comum a pergunta de forma mista. Entretanto, para que a utilização do LH tenha
sobre as diferenças entre o leite humano o e leite de vaca, que êxito no tratamento da PKU, é necessário que os pacientes te-
deve ser desestimulado no primeiro ano de vida. O leite de nham consultas frequentes no serviço de referência, possibili-
vaca tem maior carga osmolar (três vezes mais sódio), maior
tando ajustes dietéticos constantes e controle metabólico ade-
quantidade absoluta de cálcio (embora com menor biodispo-
quado, evitando níveis indesejáveis de fenilalanina no sangue.
nibilidade), quantidades relativamente semelhantes de ferro
A Doença do Xarope do Bordo (leucinose) é causada por uma
(com maior disponibilidade do leite humano), menor quan-
deficiência dos componentes catalíticos do complexo alfaceto-
tidade de lactose (quem tem mais é o leite humano) e maior
acidodesidrogenase das cadeias ramificadas, responsável pelo
quantidade de proteínas, importantíssimo diferencial entre
catabolismo dos aminoácidos de cadeia ramificada (leucina,
os dois leites, que reforça a inapropriação do leite integral
para a criança pequena. Resposta d. isoleucina e valina); nessa situação, também podemos manter
a amamentação desde que possível o acompahamento bioquí-
mico e clínico da crainça. Na galactosemia, deve-se usar fór-
113. Infecção por HIV, HTLV-1 e HTLV-2 são containdica- mula isenta de lactose. Deficiência de G6PD e hipotireoidismo
ções clássicas ao aleitamento materno. Em relação ao cito- congênito não contraindica a amamentação. Resposta c.
megalovírus, na infecção pós-natal, a relação com amamen-
tação é evidente, embora o vírus possa ser adquirido através
do contato com outras pessoas soropositivas que vivem no 117. A classificação de Waterlow, embora pouco utilizada
mesmo domicílio. Estudos mostram que 30% de filhos de atualmente, responde a essa questão. Considera-se adequada,
mães soropositivas e amamentadas adquirem a infecção nos a relação estatura para idade acima de 95%. Quando menor
primeiros anos de vida, chegando a 70% dos casos quando o que isso, considera-se “estatura comprometida”. No parâme-
vírus é isolado no leite materno. Entretanto, infecções sinto- tro peso para estatura, considera-se adequado, quando acima
máticas ou sequelas tardias não têm sido observadas nos be- de 90%. Estatura comprometida com peso “adequado”, nessa
bês, provavelmente devido à passagem de anticorpos mater- questão, indica desnutrição pregressa. Resposta a.
nos específicos que os protegem contra a doença sistêmica.
Parece ser preferível a contaminação precoce da criança ama- 118. Todos devem conhecer a perda ponderal absolutamente
mentada, pois, se ocorrer em período mais tardio da vida, o normal nos primeiros dias de vida de até 10% do peso de
risco de doença sintomática é maior. Esses dados justificam nascimento, com recuperação total após a primeira semana
a não contraindicação da amamentação. Os vírus A, vírus da de vida (até 10 dias). Indica-se o leite materno exclusivo, sem
caxumba e da rubéola não são contraindicações. Resposta e. complementação alguma. Criança com cinco dias de vida
(tardia) e icterícia leve, zona 1, possivelmente fisiológica, não que pequenas. Mas a maior via de transmissão do vírus da mãe
necessita obrigatoriamente exame laboratorial da bilirrubina. para a criança é a exposição do bebê ao sangue materno, que
Deve-se apenas acompanhar a criança. Resposta b. acontece no parto. Mãe soropositiva para HBsAg durante a gra-
videz determina a necessidade de a criança receber a primeira
119. Nas crianças menores de 5 anos, o critério classificatório dose da vacina logo após o parto e imunoglobulina hiperimune
de obesidade é o índice de massa corpórea acima do z-escore da hepatite B (HBIG) nas primeiras 12 horas de vida, aplicadas
+3 (entre +2 e +3 = sobrepeso e entre +1 e +2 = risco de so- concomitantemente, mas em locais diferentes. A eficácia des-
brepeso). Baixa estatura é a altura abaixo do z-escore -2. Cui- sa conduta é de 95% e elimina o eventual risco de transmissão
dado com a classificação no maior de 5 anos onde IMC entre pelo leite materno. O vírus é, portanto, excretado pelo leite ma-
o z-escore +1 e +2 é sobrepeso, entre o +2 e +3 é obesidade e terno. Deve-se ter atenção na leitura cuidadosa das alternativas.
acima d e +3 é obesidade grave. Resposta a. De fato, não há evidências indicando que a malária possa ser
transmitida pelo leite materno. Resposta c.
120. Sem dúvida alguma a morbidade da criança alimentada
com leite materno é menor; várias doenças agudas e crônicas 124. Mancha de Bitot: área triangular de aspecto grumoso ou
são protegidas pelo aleitamento materno. A amamentação ex- caseoso, branco-acinzentada, na conjuntiva seca de uma crian-
clusiva deve ser até os 6 meses de idade do bebê, independen- ça é sinal bastante sugestivo de hipovitaminose A, associado à
temente do reinício das menstruações pela nutriz. Mãe porta- cegueira noturna. Resposta d.
dora de HIV não deve amamentar. A alternativa C apresenta
um dos grandes efeitos protetores do aleitamento materno, 125. Um conceito clássico em alimentação infantil é que a
responsáveis pela microbiota diferenciada e pela proteção con- presença de fitatos e cálcio pode prejudicar a absorção de
ferida contra as infecções intestinais. Resposta c. ferro. Os fitatos são encontrados nos cereais integrais (trigo
integral. aveia, arroz integral, farelo de trigo), grãos (legumi-
121. O regime de alimentação preconizado para a criança nosas) e farelos que formam ácido fítico. Resposta d.
nesse início de vida é o de aleitamento materno livre deman-
da, onde a mãe oferece para criança sempre que ela solicitar, 126. Ganho de 750 gramas em um mês indica incremento de
sem esquemas rígidos de horários. As demais afirmativas são 25 g/dia, que está absolutamente adequado para a idade da
absolutamente corretas. Resposta c. criança. Relembrando: 25 a 30 g/dia no primeiro trimestre, 20
g/dia no mínimo no segundo trimestre, 15 g/dia no terceiro
122. Baixo peso para idade se avalia pelo referencial peso para trimestre e 10 g/dia no quarto trimestre. Deve-se manter o
idade. Magreza (até 5 anos de idade) é avaliada pela utiliza- aleitamento materno exclusivo e tranquilizar a mãe. Resposta
ção dos referenciais peso para estatura (menor que z-escore e.
-2) e, mais modernamente, índice de massa corporal (menor
que z-escore -2). Estatura se avalia pelo gráfico estatura para 127. A partir das 34 semanas, de forma geral, entende-se que
idade. Todos esses gráficos, preferencialmente devem ser o já se estabeleceu a capacidade da criança sugar. O leite ma-
spreconizados pela OMS (MGRS-2006). Resposta d. terno é o padrão ouro de alimentação no período neonatal,
ainda mais nos prematuros. Portanto, o leite materno já pode
123. Mãe que tenha apresentado varicela até 5 dias antes ou 2 ser oferecido diretamente no seio materno. Resposta e.
dias após o parto pode transmitir a doença à criança. Nesses
casos, está indicado o isolamento da mãe na fase contagiante 128. O leite materno deve ser indicado e mantido, de forma
das lesões até a fase de crosta, além da administração, o mais exclusiva, se os parâmetros clínicos de boa evolução ponde-
precocemente possível, de imunoglobulina específica contra ral e hidratação estiverem mantidos. Aos dez dias de vida a
varicela (VZIG) na criança. O recém-nascido deve ficar em ob- produção de leite pela mãe pode não ser ainda muito grande.
servação até o 21º dia de vida. Também não se sabe se o vírus A sucção da criança, desencadeando o reflexo de produção e
poderia ser encontrado no leite materno e se poderia infectar a tranquilidade materna, facilitando ejeção, colaboram para
a criança. Assim, durante esse período, o leite materno pode o estabelecimento de uma lactação adequada e sem dificul-
ser ordenhado e oferecido ao recém-nascido. Para mães com dades. Na primeira semana há, basicamente, produção de
tuberculose, as recomendações para amamentação dependem colostro, seguido por um leite que ainda não será o definitivo
da época em que foi feito o diagnóstico da doença. Segundo a (leite de transição). Resposta a.
OMS, não há necessidade de separar a mãe da criança e, em
circunstância alguma, a lactação deve ser impedida. O bacilo 129. Lembremos da dose profilática de ferro para prematuros
de Koch excepcionalmente é excretado pelo leite materno, e, se e RN baixo peso:
houver contaminação do recém-nascido, geralmente a porta de acima de 1.500 g = 2 mg/kg/dia no primeiro ano de vida
entrada é o trato respiratório. Mãe vacinada pode amamentar.
e 1 m/kg/dia no segundo ano de vida;
Os vírus das hepatites B e C são transmitidos pelo contato com
acima de 1.000 g = 3 mg/kg/dia no primeiro ano de vida
sangue e secreções genitais. O antígeno de superfície do vírus
da hepatite B (HBsAg) tem sido detectado no leite de mulheres e 1 m/kg/dia no segundo ano de vida;
soropositivas para o HBsAg, e é possível que pequenas quan- abaixo de 1.000 g = 4 mg/kg/dia no primeiro ano de vida
tidades de sangue possam ser ingeridas pelo recém-nascido e 1 m/kg/dia no segundo ano de vida.
durante amamentação, a partir de lesões nos mamilos, mesmo Resposta d.
130. Questão conceitual sobre a importantíssima exposição afirmativa V está correta pois a única contraindicação para
solar da criança pequena. Lembrar da utilização do filtro de amamentação na mastite seria a presença de abscesso com dre-
proteção solar somente após os seis meses de idade. A expo- nagem para área de pega. A alternativa VI também está correta
sição deve ser precoce; os números apresentados foram de- pois é sabido que as maiores concentrações de proteína e cálcio
finidos por trabalhos e essa é a recomendação da Sociedade (material de “incorporação”) estão no leite bovino (animal que
Brasileira de Pediatria. Resposta d. mais cresce no primeiro ano de vida, quando comparado ao se
humano); já a lactose está presente em maior concentração no
131. Isso não é diarreia: é reflexo grastrocólico exacerbado! leite humano. Embora não melhor explicitado no enunciado, a
Deve-se manter o regime de aleitamento materno exclusivo. A alternativa VII está incorreta, pois a biodisponibilidade do fer-
questão poderia ter sido mais clara na informação do peso de ro no leite humano é cinco vezes maior que no leite de vaca e
alta, pois este é menor que o peso de nascimento, permitindo não a concentração (esta é um pouco maior no leite de vaca); a
melhor a avaliação do ganho ponderal do bebê. Resposta a. concentração de lactoferrina é verdadeiramente maior no leite
humano. A alternativa mais difícil que requer memorização
e conhecimento mais específico se refere às drogas contrain-
132. Informação absolutamente variável de mãe para mãe. dicadas na amamentação. Carbamazepina é droga compatível
Mas, diante das alternativas, a resposta D a mais plausível. O com amamentação (talvez essa informação seja importante
leite é considerado definitivo na sua composição a partir dos memorizar devido ao uso frequente desta droga na clínica),
15 dias de vida. A produção da primeira semana ainda é de o que torna a alternativa III inválida. Sertralina e Haloperidol
colostro (pequena quantidade). Resposta d. são drogas com efeitos ainda desconhecidos e que merecem
cuidados (uso criterioso). Resposta a.
133. O que define obesidade exógena ou nutricional (98%
dos casos) é a história, a estatura adequada e a velocidade
137. O leite humano é um dos leites dos mamíferos que mais
de crescimento normal. Obesidade com baixa estatura e al-
contém lactose. Proteínas, cálcio (em quantidade absoluta),
teração de velocidade aponta para causas intrínsecas e sin-
fósforo (em quantidade absoluta) e sódio estão em maior
drômicas. O valor do IMC em nada ajuda nesse diagnóstico
concentração no leite bovino. Resposta a.
diferencial. Resposta b.
136. O colostro tem uma concentração de lípides bem me- 142. Questão absolutamente tranquila, fácil. A afirmação A
nor que o leite maduro definitivo, justificando seu aspecto é totalmente correta, exceto pela expressão “láctica”. O colos-
mais aquoso e fluido e, portanto, menos calórico. O colostro tro é formado basicamente por proteínas e é responsável pela
é fundamentalmente uma secreção imunológica com grande proteção imunológica do bebê muito pequeno e não pela ma-
concentração de imunoglobulinas (fundamentalmente IgA nutenção do peso, que, inclusive, diminui nos primeiros dias
secretora) e proteínas de defesa, como a clássica lactoferrina; de vida. Técnica correta (pega e sucção) e tranquilidade ma-
portanto, tem maior quantidade de proteínas que o leite ma- terna representam os principais determinantes da duração e
duro e não o que está referido na afirmativa II (alternativas B qualidade do aleitamento; sendo que a pega deve incluir o
e D eliminadas). Entendo que a fase 2 da lactogênese, nesse bico e grande parte da aréola. (o que poderia estar melhor
enunciado, se refira ao reflexo de ejeção, que depende menos descrito na afirmação D). Porém, esse detalhe não inviabiliza
da sucção e mais do reflexo psicossomático da ocitocina. A o gabarito da questão. Resposta c.
143. Lactente maior que 1 ano, com desnutrição tipo edema- queta) raramente é identificado nas lesões. Assim, não há con-
tosa, palidez, hepatomegalia que pode corresponder à estea- traindicação à amamentação após o tratamento adequado. Mães
tose hepática, sugere quadro de desnutrição grave edematosa portadoras de toxoplasmose podem amamentar. Resposta c.
do tipo kwashiorkor com anemia associada, possivelmente
ferropriva. A hipótese da síndrome nefrótica fica a princípio 147. A introdução dos alimentos, com especial atenção ao
descartada pela idade, pela hepatomegalia e pela ausência de aporte de ferro ao lactente deve ser realizada a partir dos seis
outras queixas (vide capítulo específico). Resposta e. meses e não aos quatro meses de idade; até esse momento, o
regime de alimentação indicado é o de aleitamento natural
144. Em várias doenças virais maternas, tais como hepatite, exclusivo. Resposta c.
herpes vírus, sarampo, caxumba e rubéola, dentre outras, pode
haver excreção de vírus no leite humano. Porém, exceto para 148. O número de refeições apresentados na alternativa A
as infecções causadas pelos retrovírus – vírus da imunodefici- está correto, incluindo, portanto, já os lanches dos intervalos
ência humana (HIV-1), vírus T-linfotrópicos humanos tipo I da manhã e da tarde, mantendo a regularidade e a não per-
(HTLV I) e vírus T-linfotrópicos humanos tipo II (HTLV II) –, manência por tempos prolongados em jejum. O que torna
a transmissão por essa via tem pouco valor epidemiológico. Na essa alternativa inválida, entretanto, é a afirmação de que ali-
maioria das doenças viróticas maternas, outras fontes de con- mentos devem ser oferecidos nos intervalos. A alternativa B
taminação para o recém-nascido devem ser avaliadas antes de é duvidosa pois, para os menores de 12 meses, o leite de vaca
se atribuir essa possibilidade apenas ao aleitamento. O risco de não é recomendado, o que não ocorre, após esta idade, onde
transmissão pode estar aumentado nos casos de infecção agu- o leite e derivados deve ser oferecido (em torno de 600 mL/
da no momento do parto, uma vez que o leite pode conter ele- dia no segundo ano de vida). Alimentar-se em frente à TV é
vada concentração de partículas virais e baixos títulos de an- claramente um fator de risco para obesidade. A questão po-
ticorpos protetores capazes de neutralizar o agente infeccioso. deria ter uma redação bem melhor. Resposta c.
Portanto, de modo geral, não há contraindicação formal para
amamentação na maioria dos casos de doenças virais, exceto
149. Questão péssima sob o ponto de vista da redação (é exa-
para o grupo dos retrovírus. Nos casos de hepatite B, a criança
tamente esse o enunciado!?). A literatura médica em geral dá
deve recebe vacina e imunoglobulina específica nas primeiras
respaldo convincente para a recomendação de que as mães por-
12 horas de vida. Nas formas aguda e crônica da doença de
tadoras crônicas do vírus da hepatite B amamentem ao seio os
Chagas, estudos mostram que o Trypanosoma Cruzi pode ser
seus filhos, mesmo que elas sejam HBeAg positivas. O vírus da
isolado no leite materno. Embora possam aparecer sequelas
hepatite B tem sido encontrado no leite materno. No entanto,
tardias, a doença aguda no lactente tende a evoluir de forma
não há evidências epidemiológicas de que o aleitamento ma-
benigna. Esse fato, juntamente com a raridade da transmissão
terno aumente o risco de transmissão mãe-bebê da hepatite B,
da doença, justifica a manutenção do aleitamento materno em
mesmo sem vacinação. Recomenda-se que os recém-nascidos
mulheres com a forma crônica da doença, exceto se houver
filhos de mães portadores do vírus da hepatite B recebam a
sangramento e fissura no mamilo. Nos casos de doença aguda,
primeira dose da vacina contra hepatite B logo após o nasci-
a nutriz não deve amamentar. Resposta e.
mento, nas primeiras 12-24 horas (quanto mais cedo melhor)
e imunoglobulina específica (0,5 mL) – sempre que disponível
145. Peso (em quilos) dividido pelo quadrado da altura (em
– tão logo quanto possível, dentro dos primeiros sete dias após
metros) determina o chamado índice de Quetelet ou índice
o nascimento. É importante salientar que não há necessidade de
de massa corporal, principal parâmetro gráfico para o diag-
retardar o início da amamentação até que a criança esteja imu-
nóstico nutricional de sobrepeso e obesidade, não somente
nizada. Resposta a.
em crianças como em adultos também. Resposta b.
superior ao do leite humano; o que é maior no leite huma- 156. Na tabela abaixo, os sinais clínicos de doenças mais fre-
no é a disponibilidade, pela relção Ca/P de 2:1, que favorece quentes em crianças e adolescentes com excesso de peso
muito a absorção. O teor de proteína do leite humano não :
se modifica com a duração da mamada; isso ocorre com a Dermatológicos: Acanthosis nigricans, infecção fúngica, es-
concentração lipídica. A lactoferrina é um quelante do ferro, trias, celulite, acne, hirsutismo, furunculose
que exerce efeito imunoprotetor por sua ação bacteriostáti- Ortopédicos: joelho valgo (genu valgum), epifisiólise de cabeça
ca sobre as enterobactérias (não deixando o ferro disponível do fêmur, osteocondrites, artrites degenerativas, pé plano
para o seu metabolismo). Resposta a. Cardiovasculares: hipertensão arterial sistêmica
Respiratórios: síndrome da apneia obstrutiva do sono, asma
Hepáticos: colelitíase, doença gordurosa não alcoólica
153. A maior contraindicação ao aleitamento materno ainda Gastrointestinais: refluxo gastroesofágico, constipação intestinal
é a infecção pelo HIV. Em várias doenças virais maternas, tais Geniturinários: síndrome dos ovários policísticos, pubarca
como hepatite, herpes vírus, sarampo, caxumba e rubéola, precoce, incontinência urinária
dentre outras, pode haver excreção de vírus no leite humano. Sistema nervoso: problemas psicossociais
Porém, exceto para as infecções causadas pelos retrovírus – Metabólicos: alterações do metabolismo glicídico (hiperglice-
mia e resistência periférica à insulina), hiperlipidemia
vírus da imunodeficiência humana (HIV-1), vírus T-linfotró-
picos humanos tipo I (HTLV I) e vírus T-linfotrópicos huma- Resposta d.
nos tipo II (HTLV II) –, a transmissão por essa via tem pouco
valor epidemiológico. A sífilis é uma doença essencialmente 157. A descrição de apatia, anorexia e, principalmente, das
transmitida por contato sexual, mas existem outras formas manchas conjuntivais (Bitot), sinalizam o diagnóstico de hi-
de transmissão, como contato com pessoa com lesões ativas povitaminose A, condição comum associada aos quadros de
em mucosas, região genital e mamas. Não há evidências de desnutrição crônica. Resposta a.
transmissão pelo leite humano, sem lesões de mama. A nu-
triz com sífilis primária ou secundária acometendo a mama 158. O leite humano pode perfeitamente ser mantido refrige-
pode infectar a criança pelo contato das lesões com as muco- rado, na porta da geladeira, por cerca de 24 horas, mantendo-
sas. Se as lesões estão nas mamas, sobretudo na aréola, ama- -se, dessa forma, o regime de aleitamento materno exclusivo
mentação ou uso de leite ordenhado está contraindicado até indicado até os seis meses de idade. As alternativas C e D são,
o tratamento e a regressão das lesões. Com 24 horas após o portanto, absurdas, pois desestimulam o aleitamento natural.
tratamento com penicilina, o agente infeccioso (espiroqueta) Não há necessidade de congelar o leite materno nessa situa-
raramente é identificado nas lesões. Assim, não há contrain- ção, o que tecnicamente seria mais complicado, quando se
dicação à amamentação após o tratamento adequado. Mães pode manter o leite refrigerado. Resposta a.
portadoras de toxoplasmose podem amamentar. Resposta e.
159. Questão puramente teórica. O aleitamento materno
154. Calculando-se o índice de massa corpórea (IMC), pela costuma ser classificado em:
fórmula peso/altura2, obtemos facilmente (o examinador aleitamento materno exclusivo: criança recebe somente
ajudou muito na matemática!) o valor de 20. A posição des- leite materno, direto do seio ou ordenhado, sem outros
se valor no gráfico de IMC apresentado está acima do per- líquidos ou sólidos, com exceção das gotas de vitaminas;
centil 97 para a idade, caracterizando o diagnóstico gráfico aleitamento materno predominante: além do leite mater-
nutricional de obesidade para a criança em questão. Embora no a criança recebe água ou bebidas à base de água;
a dosagem de hormônios tireoidianos seja questionada por aleitamento materno: a criança recebe leite materno, in-
alguns autores, pura e simplesmente para o achado de obesi- dependentemente de estar recebendo ou não outros ali-
dade, não existe dúvida de que o perfil lipídico e a glicemia de mentos
jejum devam ser obtidos (assertiva III correta). A principal aleitamento materno complementado: a criança, além do
etiologia da obesidade é a de causa exógena, primária ou nu- leite materno, recebe qualquer alimento sólido ou semis-
tricional (assertiva II falsa). Sabe-se que o obeso comumente sólido com a finalidade de complementar o leite humano
amadurece mais precocemente, avançando em sua idade ós- e não de substituí-lo (leites de outras espécies não são
sea e puberdade (assertiva I correta). Resposta d. considerados alimentos complementares). Resposta a.
155. Que pena! Assunto tão importante, abordado de modo 160. Banhos de sol e exposição solar das mamas são medi-
tão simples na questão. Obviamente a alternativa B está in- das que podem ser indicadas; não se utilizam pomadas ou
correta. “Tratamentos medicamentosos não podem” – claro cremes nos mamilos nem se ordenha o peito para a retirada
que não representam a primeira linha de tratamento, mas de colostro no pré-natal. Questão absolutamente tranquila.
nem todos estão proibidos abaixo de 18 anos, com suas in- Resposta b.
dicações bem específicas, em alguns grupos de pacientes pe-
diátricos (fluoxetina, sertralina, metformina, por exemplo, 161. Descreve-se que a involução uterina pós-parto é mais
são liberados para adolescentes). A maioria dos quadros de rápida e menos suscetível a complicações nas mães que ama-
obesidade é nutricional ou exógena. As de causa sindrômi- mentam (efeito da ocitocina). A alternativa A até poderia ser
ca geralmente cursam com BE. A avaliação da glicemia e da confundida, mas a amenorreia da lactação não pode ser con-
resistência à insulina é regularmente realizada no paciente siderada um método de contracepção efetivo. Resposta d.
obeso. Resposta b. 162. Lactente (clássico grupo de risco para ferropenia) com
anemia: a primeira avaliação, ou seja, a primeira investigação 169. Está é a correta orientação da adequada puericultura:
deve ser no sentido da verificação da alimentação rotineira consultas seriadas de seguimento pediátrico. Intercorrências
do bebê. Decorre dos erros alimentares a principal causa de farão os intervalos entre as consultas diminuírem. Questão
anemia na infância, a anemia ferropriva. Resposta a. absolutamente teórica, pois este esquema de seguimento em
cada serviço, em cada comunidade, costuma ser adaptado
163. Anemia ferropriva não justificaria, isoladamente, um em relação à demanda. Correto.
quadro de desaceleração tão importante do crescimento
somático dessa criança; precisaria ser grave e mais crônica. 170. Adolescente sedentário, com alimentação incorreta e
É intuitivo pensar que algum problema na alimentação da irregular, com IMC entre o percentis 85 e 95 da curva refe-
criança, quantitativa e qualitativamente errado estaria in- rencial é classificado como sobrepeso; obesidade seria diag-
terferindo no crescimento, particularmente, pois os demais nosticada graficamente se o percentil de IMC se localizasse
sistemas estão adequados (não há clínica associada, por acima do valor 95. Resposta b.
exemplo, de alergia ao leite de vaca. Não vejo, entretanto, jus-
tificativa para desconsiderar totalmente a alternativa A, na 171. Uma das principais características do leite humano é a
sua forma aguda, que compromete a curva de crescimento sua riqueza em lactoferrina, quelante do ferro, ajudando, des-
e está intimamente associada ao conteúdo da alternativa E. sa forma, na formação de uma microbiota específica (pobre
Resposta e (com ressalvas). em enterobactérias). Lembre-se de que a lactoferrina com-
bina-se com o ferro. Para conhecimento: as fórmulas atuais
164. Quadro menos frequente, devido à isoniazida, princi- são enriquecidas com ferro. A suplementação profilática com
palmente, efeitos colaterais podem ocorrer em reduzido nú- ferro está indicada, pela SBP, para todas as crianças após o
mero de casos, particularmente em pessoas desnutridas e em desmame (que ocorra sem fórmulas infantis). Resposta c.
mau estado geral. São reações do sistema nervoso central,
como euforia e excitabilidade psicomotora. Podem ocorrer, 172. Questão muito específica, mas intuitivamente e, por eli-
ainda, erupções cutâneas, formigamentos nos lábios e nas ex- minação, a resposta é obtida, visto que nas alternativas B, C
tremidades, náuseas e vômitos. São sintomas reversíveis, que e D, de certa forma, o examinador nega a importância do
desaparecem com a suspensão da droga e podem ser corrigi- aleitamento materno sobre o desenvolvimento da fala. Quan-
dos ou evitados com a administração simultânea de pirido- to à alternativa E, é claro que nos preocupamos com o po-
xina (vitamina B6). Questão difícil e específica. Resposta b. sicionamento adequado da criança durante a amamentação.
Resposta a.
165. Instintivamente observamos a “normalidade” nesse
enunciado. Refluxo gastroesofágico fisiológico, sem reper- 173. O déficit de vitamina C associa-se à deficiência de for-
cussões ponderais na criança, as “cólicas” normais desse pe- mação da substância intercelular e caracteriza-se por hemor-
ríodo, o desenvolvimento normal da criança, apontam para ragias cutâneas e hematomas gengivais. Dor à manipulação
a única conduta a ser tomada: manter aleitamento materno, dos membros pode ocorrer devido às hemorragias subpe-
posicionar a criança adequadamente após mamadas e orien- riostais. Resposta c.
tar a mãe sobre o quadro da criança. Resposta e.
166. Osteomalácia é um nome genérico que define a defici- 174. Terminada a etapa de aleitamento materno exclusivo
ência de mineralização da matriz óssea; com o alargamen- (seis primeiros meses de vida da criança), indica-se ainda
to epifisário, rosário raquítico e deformidades diafisárias, a postergação desse alimento (o leite humano deve ser in-
constituem pontos diagnósticos fundamentais do raquitismo centivado até os dois anos de vida da criança); porém, pa-
carencial. Nictalopia (cegueira noturna) e manchas de Bitot ralelamente, indica-se a introdução dos novos alimentos,
apontam para o diagnóstico de hipovitaminose A. Diarreia, iniciando-se pelas frutas, de maneira gradual. Aos seis meses
demência e dermatose constituem a tríade típica da pelagra há indicação de manter exclusividade do aleitamento natural.
(déficit de niacina). Resposta a. Apenas na ausência do leite materno (impossibilidade) está
indicada a introdução de fórmula láctea. Resposta b.
167. A hipovitaminose A, embora subclínica em inúmeras
crianças (chama atenção esse fato em crianças brasileiras), é 175. Essa é uma questão sobre o clássico fator facilitador da
caracterizada particularmente pelas manifestações oculares, absorção do ferro não heme: ácido ascórbico. Daí, a comum
iniciando-se pela cegueira noturna (inaptidão visual ao es- orientação da oferta de ferro se seguir com a oferta de um
curo), e progressivamente evoluindo com olho seco (xerose suco de fruta, rico em vitamina C. Resposta b.
conjuntival). Lembrar da clássica mancha de Bitot na conjun-
tiva bulbar. Resposta a. 176. Questão fácil e tranquila: um presente do examinador.
Aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e
168. Está correta a orientação do pediatra, pois o ganho de incentivado até os dois anos de idade. Após seis meses, de
peso encontra-se absolutamente dentro do esperado (25-30 forma lenta e gradual, realiza-se a introdução da alimentação
g/dia = 750 g/mês), sendo mantido o acompanhamento na complementar. Hoje, modernamente, em alimentação infan-
puericultura e o regime alimentar de aleitamento materno til não se adotam esquemas e horários rígidos para a criança.
exclusivo até os seis meses de idade. Correto. Resposta c.
177. A alternativa A apresenta os clássicos fatores de prote- tratamento ou em início de tratamento pode amamentar
ção do leite humano, que favorecem a proteção anti-infec- seu filho desde que haja precaução respiratória. Mães com
ciosa conferida por essa alimentação. Essa proteção é ampla, hepatite B, tendo seus filhos sido vacinados precocemen-
não se restringindo apenas à doença diarreica: infecções de te (primeiras 12 horas) e recebido imunoglobulina podem
vias aéreas, doenças alérgicas, doenças crônicas, são exem- amamentar. Resposta c.
plos de afecções menos comuns em crianças amamentadas.
A exclusividade do aleitamento materno deve ser até os seis 185. Não importando a memorização da cifra bioestatística,
meses. A alternativa D é absurda e nem merece comentários! todos sabem que crianças pequenas amamentadas exclusi-
Resposta a. vamente ao peito são mais protegidas particularmente para
doenças diarreicas e afecções respiratórias, com repercussão
178. O leite de vaca, quando comparado ao leite humano, positiva no risco de morte. Correto.
tem menor biodisponibilidade de ferro e excesso de prote-
ínas e eletrólitos. Comumente se descreve, em crianças pe- 186. Não existe diferença significativa na composição do leite
quenas submetidas ao leite de vaca, a perda crônica de ferro materno quando comparado às mães mais jovens ou mais ve-
pelas micro-hemorragias intestiais (sangue oculto positivo). lhas, as de melhor ou pior nível socioeconômico, as nutridas
A questão poderia estar mais bem redigida, mas o fato é que versus desnutridas (talvez apenas a quantidade vitamínica
o leite de vaca interfere sim na absorção do ferro (fica a per- que tem relação direta com a ingestão). Errado.
gunta: o que o examinador quer dizer com contribui? Inter-
fere ou ajuda?). Resposta d.
187. Teorização sobre o papel protetor do leite humano: con-
tra doenças agudas (diarreicas e infecciosas respiratórias, por
179. Trata-se de um bebê que está sendo alimentado com exemplo), doenças crônicas (imunoalérgicas, por exemplo).
o melhor alimento para essa faixa etária; a própria questão Correto.
aponta isso, pois diz: “apresenta bom estado geral e nutri-
cional”. Apenas para complementação, o reflexo gastrocólico
exacerbado é mais comumente verificado nos primeiros dois 188. Cada vez mais se valoriza o contato precoce mãe-filho,
meses de vida, na criança em aleitamento. Uma intolerância preferencialmente já na sala de parto, como reforçador de
ou doença comprometeria o estado nutricional, numa época vínculo e facilitador para o estabelecimento de um regime
em que esse parâmetro é absolutamente sensível. Resposta d. alimentar apropriado para o recém-nascido. É considerado
hoje uma das grandes condições para um prognóstico bom
da amamentação natural. Correto.
180. A associação com o botulismo infantil é a principal ex-
plicação para a contraindicação formal do mel de abelhas
para o lactente menor de um ano de idade. Resposta c. 189. Esses são os valores clássicos para a recomendação pro-
filática; temos utilizado cerca de 500 UI diárias em regiões
com exposição solar irregular e falha, dos quinze dias de vida
181. Além do reflexo gastrocólico exacerbado (aumento do até os dois anos de idade. Somos um país tropical, mas ape-
número de evacuações na criança pequena), a outra apre- nas abrimos mão dessa suplementação, particularmente nos
sentação espectral da evacuação do lactente amamentado estados das regiões Norte e Nordeste. Resposta a.
exclusivamente com leite humano é a obstipação fisiológica,
conforme descrição no enunciado desta questão. Eventual-
mente, até 5 a 7 dias de observação pode ser instituído se não 190. Na eventual condição de ofertarmos leite de vaca para
houverem sintomas/sinais de gravidade. Resposta c. uma criança pequena ou para uma criança em recuperação
nutricional, além da readequação do valor calórico do leite
182. Dessa vez não foi o perfil laboratorial perguntado e, sim, com a utilização de carboidrato, tolera-se também a adição
o achado clínico típico do alargamento das junções condro- de óleo; lembrar que a gordura colabora com o aumento do
costais (rosário raquítico). Só faltou a descrição de uma de- valor calórico do alimento (1 g = 9 cal). Resposta e.
formidade diafisária em membros inferiores. Resposta b.
191. Criança com cinco meses (aproximando-se do perío-
183. Trata-se de uma criança absolutamente normal, em re- do oficial para o desmame, seis meses) em regime pregresso
gime de aleitamento materno exclusivo, no primeiro mês de de leite materno exclusivo, pode ser orientada no sentido da
vida em regime de livre demanda (o que invalida a alternativa introdução lenta dos alimentos sólidos, mantendo-se a ama-
E) e que tem ganho ponderal adequado. Apresenta também mentação natural em todos os períodos em que a mãe estiver
o clássico reflexo gastrocólico exacerbado, particularmente em casa. Essa opção, caso tenha sucesso, é bem mais adequa-
nos primeiros dias de vida. Espera-se que aos dez dias de vida da do que a introdução do leite artificial. Resposta a.
a criança já tenha alcançado, ou, o que é mais comum, ultra-
passado o peso de nascimento. A média de ganho ponderal 192. O leite materno tem menos proteínas que o leite de vaca
no primeiro trimestre é de 25 g/dia. Resposta a. (também existe a diferença qualitativa na relação caseína/al-
bumina), tem mais lactose que o leite de vaca (lembrar dos
184. Talvez a questão mais clássica sobre contraindicação galactolipídios necessários à maturação neurológica) e me-
para amamentação: mães HIV positivas e com Aids. Mãe nos sais minerais que o leite bovino. Resposta c.
com hanseníase em tratamento, mãe com tuberculose em 193. Importantíssimo lembrar que a sucção do mamilo de-
termina, por arco reflexo, o reflexo universal da produção 200. Na impossibilidade da administração do leite materno, e,
de leite (prolactina). O colostro é mais fluido que o leite nessa questão, referência a uma contraindicação clássica, mãe
definitivo, tendo, portanto, menor concentração lipídica. O HIV positivo (o vírus é transmitido pelo leite materno), deve-
desmame deve ser iniciado, por orientação da OMS, OPAS, -se optar pela administração de uma fórmula infantil, evitan-
MS e SBP, aos seis meses. O leite da mãe do pré-termo tem do-se ao máximo a administração de leite de vaca. Portanto,
mais gorduras, mais imunoglobulinas e mais proteínas (ele- essa criança está adequadamente alimentada. Resposta a.
mentos energéticos, de defesa e construtores – o que faz
muito sentido!). O leite posterior é mais denso e contém 201. O teor de sais minerais é maior no leite de vaca quando
mais gordura que o anterior (inicial), que é mais aquoso. comparado ao leite humano. Quando consideramos o sódio,
Resposta a. esse está em concentração três vezes maior no leite de vaca,
justificando sua diluição quando oferecido ao bebê pequeno.
194. Lembre-se de que o déficit de vitamina C (escorbuto), Resposta a.
na criança, manifesta-se principalmente com sintomas ós-
seos (hemorragias subperiostais), além das clássicas mani- 202. Descrição clássica dos achados do raquitismo carencial;
festações de sangramentos gengivais e nasais. A posição tí- atraso de fechamento de fontanela e erupção dentária, de-
pica de rã e a involução motora são bastante características. formidades ósseas, rosário raquítico, alargamento epifisário
Resposta c. e o perfil laboratorial típico de cálcio normal ou pouco dimi-
nuído, fósforo sérico diminuído e fosfatase alcalina elevada.
195. Questão clássica, conceitual e, atualmente, importante, Resposta a.
pois a classificação gráfica do excesso nutricional se faz pelo
IMC (posição na curva referencial). IMC entre os percentis 203. Fenilcetonúria e galactosemia (doenças da criança) e
85 e 95 caracterizam sobrepeso e, acima deste valor, obesi- Aids ou mãe HIV positivo são as mais clássicas contraindica-
dade. Resposta c. ções ao aleitamento materno. Resposta b.
196. Atualmente, posterga-se a introdução do leite de vaca 204. O craniotabes, amolecimento da díploe óssea da calota
o máximo que puder, iniciando seu uso após o primeiro craniana secundário à descalcificação é um sinal precoce, pri-
ano de vida; embora caloricamente comporte-se semelhan- meira manifestação óssea do raquitismo carencial. Resposta d.
temente ao leite humano, tem excesso de proteínas, excesso
de eletrólitos (aumento da carga de solutos renais) e baixa
disponibilidade de ferro. Quanto a essa última informação, 205. Dentre os alimentos citados, apenas a clara de ovo deve
é nítida a diferença de biodisponibilidade (quase 5 vezes ser postergada para sua introdução após os 10-11 meses. Ce-
maior no leite humano), mas, em termos quantitativos, reais, carne vermelha e suco de laranja são os primeiros ali-
nem leite humano nem leite de vaca (motivo da questão) mentos introduzidos para a criança. Resposta a.
tem quantidades adequadas de ferro após os 6 meses de ida-
de do bebê. Resposta c. 206. Questão conceitual, uma das mais clássicas das provas;
a dose profilática, obrigatória, a ser suplementada para todos
os bebês de risco, até os dois anos de idade. Resposta c.
197. Clássico calendário de introdução dos alimentos para
a criança pequena. Na criança alimentada com fórmula
infantil enriquecida com ferro (disponíveis atualmente no 207. O marasmo caracteriza-se pelo “definhamento” da
comércio), a introdução de novos alimentos segue o calen- criança, que passa fome, com restrição importante calórico-
dário da criança amamentada ao seio materno (6 meses). -proteica. Caracteriza-se por emagrecimento intenso com
Lembrar da orientação da OMS de que o leite materno deve consumo de tecido gorduroso e muscular; não se observam
ser incentivado até os dois anos de idade. Resposta a. edema, lesões de pele e esteatose hepática, característicos do
kwashiorkor. Resposta d.
198. O ideal seria a fórmula infantil de partida; em sua au-
sência, leite de vaca diluído a 2/3 (líquido) ou em pó a 10% 208. O perfil laboratorial típico do raquitismo carencial é:
até os seis meses de idade, com 8% de carboidrato a partir cálcio normal ou pouco diminuído, pela ação do PTH, que
do “segundo mês” (no primeiro mês, apenas os 5% de açú- mantém a calcemia a partir da reabsorção óssea; o fósforo
car, sem os 3% de amido). Portanto, a alternativa B não está sérico é baixo, e o fósforo urinário é alto (inibição da reabsor-
correta. Tudo irá depender do entendimento do que é: “a ção); finalmente, a atividade osteoblástica aumentada justifi-
partir do primeiro mês”. Para o mais purista, resposta e. ca os níveis altos de fosfatase alcalina. Resposta e.
199. Questão fácil, ainda mais quando o examinador deta- 209. Índice de massa corpórea (IMC) entre o percentil 85 e
lha toda a explicação (orientação) que deve ser fornecida às 95 caracteriza graficamente o sobrepeso; IMC acima do per-
mães que estão amamentando. Essas queixas são comuns centil 95 identifica o indivíduo obeso. Resposta c.
e não identificam qualquer anormalidade do bebê, ainda
mais quando o ganho de peso está adequado. Lembre-se do 210. Até 10% de déficit, ou seja, adequação maior do que 90%
reflexo gastrocólico aumentado no primeiro mês de vida, do peso para a idade caracteriza, pela classificação de Gomez,
fato que pode confundir muitos candidatos. Resposta e. eutrofia. Resposta a.
% de adequação P/I Avaliação nutricional mam precocemente os seus filhos, se não forem adequadamen-
te orientadas e apoiadas. As mastites são causadas por diversos
> 90 Não desnutrido ou eutrófico micro-organismos, prevalecendo o Staphylococcus aureus como
90-76 Desnutrido de 1º grau (leve) agente etiológico em 50% a 60% dos casos. E. coli é também
75-60 Desnutrido de 2º grau (moderado) agente descrito, em menor frequência. Dentre os fatores que
predispõem à mastite, prevalecem a fadiga, o estresse, fissuras
< 60 Desnutrido de 3º grau (grave)
nos mamilos, obstrução ductal e ingurgitamento mamário. A
Obs.: a existência de edema indica desnutrição de terceiro mastite, quando não tratada precocemente, pode evoluir para
grau, independentemente da %P/I. abscesso. O melhor tratamento é a massagem, seguida de orde-
nha, aplicação de calor local e/ou frio, aumento de ingestão de
211. O escorbuto, déficit de vitamina C (observe que a criança líquidos e repouso. A massagem facilita a fluidificação do leite
tem dieta basicamente láctea), caracteriza-se, na criança, pelos por transferência de energia cinética, utilizada para rompimen-
sangramentos subperiostais, que se manifestam por dores ósse- to das interações intermoleculares que se estabelecem no leite
as e a clássica posição de “rã” e involução funcional. Resposta a. acumulado no interior da mama, além de estimular a síntese
de ocitocina necessária ao reflexo de ejeção do leite. As demais
212. Na alternativa E, apresenta-se o perfil laboratorial típico alternativas estão incorretas: predominam, no leite humano,
da distrofia carencial: cálcio normal ou pouco baixo, fósforo as proteínas não coaguláveis, que, sim, justificam sua melhor
sempre baixo e fosfatase alcalina elevada. O metabolismo do biodigestibilidade. O colostro tem menor quantidade de gor-
cálcio é fundamentalmente mantido pela regulação da ab- duras que o leite definitivo. A ocitocina não é a responsável pela
sorção intestinal e pela disponibilização óssea pelo PTH; o produção e sim pela ejeção do leite. Pudera termos 80% de leite
do fósforo depende, basicamente, da regulação da reabsor- materno exclusivo até os 4 meses! Resposta e.
ção renal e também da disponibilidade óssea (portanto, as
alternativas A e B estão “trocadas”). A causa mais comum, 216. O leite humano tem maior quantidade de lactose que o
em nosso meio, de raquitismo carencial é a interferência no de vaca; menor quantidade de proteínas e quantidades seme-
metabolismo da vitamina D pela dificuldade de exposição lhantes de gordura. Resposta c.
solar e não por síndrome de má absorção (lembre-se de que
“fabricamos” nossa vitamina D). Resposta e. 217. O leite é produzido nos alvéolos mamários pelo estímu-
lo da prolactina. O colostro tem maior quantidade de prote-
ínas que o leite definitivo e menor quantidade de gordura. O
213. Os sangramentos por fragilidade capilar (falta de ci-
leite posterior (fim da mamada) é mais denso, mais espesso,
mento intercelular – alteração do metabolismo do tecido
com maior quantidade lipídica. Resposta a.
conjuntivo) são as principais manifestações do escorbuto.
No adulto, chamam a atenção as epistaxes, gengivorragias e
sangramentos em pele; na criança, além dessas, destacam- 218. Atenção: o RN prematuro, em alimentação exclusiva ao
-se os sangramentos subperiostais e a clássica manifestação seio materno ou mesmo em alimentação artificial, merece su-
de dor óssea. A xeroftalmia costuma ser manifestação do plementação minerálica com ferro, profilática, na dose de 1 a 2
déficit de vitamina A. O beribéri é a manifestação da defi- mg/kg/dia de Fe elementar. Uma leitura mais displicente dessa
ciência de tiamina (vitamina B1). Essa é necessária para a questão leva o examinado a errar facilmente. Resposta e.
síntese de acetilcolina, e a sua falta implica em problemas
com a condução nervosa. A apresentação típica do beribé- 219. Trata-se de um lactente com inadequação do peso para
ri é: fadiga, apatia, irritabilidade, sonolência, anorexia com estatura (normal > 90%) e da estatura para idade (normal >
progressão para neurite periférica (formigamentos e pares- 95%). Segundo os critérios de Waterlow, essa criança é, então,
tesias). Os sintomas paralíticos são mais comuns em adul- classificada como desnutrida crônica. Resposta c.
tos do que em crianças. A pelagra é a apresentação da de-
ficiência de niacina (ácido nicotínico), comum nas regiões 220. Desnutrição acompanhada de edema já é classificada como
onde o milho é a alimentação básica. A tríade clássica da forma grave, e o kwashiorkor é o tipo mais provável de desnu-
pelagra é: dermatite, diarreia e demência, além de anorexia, trição dessa criança: tem mais de um ano de idade, edema (hi-
irritabilidade e glossite, embora não tenham apresentação poproteinemia), lesões de pele (disvitaminoses associadas), ane-
típica na infância. Resposta c. mia carencial e hepatomegalia (esteatose hepática). A alternativa
D é a mais completa para essa questão. Resposta d.
214. Comumente, o leite posterior (final da mamada) é mais
espesso, mais denso, devido ao seu conteúdo maior de lipí- 221. A combinação da absorção relativamente rápida da vita-
dios, diferentemente do leite inicial, mais fluido, mais aquo- mina A e da liberação lenta pode produzir toxicidade aguda,
so, com menor quantidade desses nutrientes. Resposta b. após administração de altas doses, ou crônica, depois de um
período prolongado de ingestão de importantes doses meno-
215. A mastite puerperal ou da lactação é um processo infec- res da vitamina. As manifestações da toxicidade crônica são:
cioso agudo das glândulas mamárias que acomete mulheres em anorexia, irritabilidade, limitação de movimentos e dores
fase de lactação, com achados clínicos que vão desde a inflama- ósseas, craniotabes, eritema e descamação da pele, queilose,
ção local, com sintomas sistêmicos, como febre, mal estar geral, alopecia, hepatomegalia e função hepática anormal. A hiper-
astenia, calafrios e prostração, até abscessos e septicemia. Devi- carotenemia não produz efeitos tóxicos, exceto a coloração
do ao desconforto e à dor, e também por acreditarem que o leite amarelada da pele. Resposta d.
da mama afetada fará mal ao bebê, muitas mulheres desma- 222. Para a alimentação no primeiro ano de vida, insiste-
-se no aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e ali- 230. Com o parto prematuro, as imaturidades fisiológica,
mentação de transição após (com leite materno mantido); metabólica e endócrina da glândula mamária determinam
deve-se evitar a exposição da criança ao leite in natura no alterações na composição do leite materno. Esse apresentará
primeiro ano de vida (sensibilização). Fundamentalmente, 15% a 20% mais proteínas, 40% a 50% mais gordura, 15%
no primeiro ano de vida, o crescimento está na dependência menos lactose e níveis aumentados de IgA. Resposta a.
essencial dos fatores extrínsecos (saúde da criança, alimen-
tação e cuidados), embora pequena colaboração dos fatores 231. Trata-se de situação comum e normal no alojamento
constitucionais existam. O melhor método para acompanhar conjunto: mãe ansiosa, possivelmente ainda não aconteceu
o crescimento é o seguimento da velocidade de crescimento a apojadura, e a quantidade de leite ainda é pequena, porém
e o uso dos gráficos referenciais. O leite materno tem ótima suficiente para o RN. Resposta b.
biodisponibilidade de ferro, ao contrário do leite de vaca. As
vacinas indicadas no primeiro mês de vida são: BCG e Hepa-
232. Questão conceitual sobre o aleitamento natural, que
tite B. Resposta b.
deve ser exclusivo até os 6 meses de idade. As propriedades
protetoras do leite, que não se restringem às doenças diarrei-
223. Espera-se que um recém-nascido amamentado exclu- cas, são conferidas pelos fatores descritos na alternativa C.
sivamente ao peito tenha um ganho ponderal de cerca de 25 Resposta c.
a 30 g/dia no primeiro trimestre de vida. A nutriz deve ser
sempre estimulada a oferecer as duas mamas durante o alei- 233. Não há qualquer necessidade de introdução do leite ar-
tamento. Resposta d. tificial; o aleitamento deve ser estimulado até os 6 meses de
idade. Resposta c.
224. Com um ano de vida, a criança já deve receber a ali-
mentação como todos da casa. Observam-se nessa criança 234. A vitamina D, em nosso meio, deve ser suplementada
diversos erros alimentares, destacando-se: predomínio lác- pela baixa exposição solar e pela quantidade insuficiente no
teo, comida liquidificada e ausência de importantes grupos leite materno (e também no leite de vaca). A melhor digestão,
alimentares. Resposta d. fundamentalmente, se deve à boa relação proteína do soro/
caseína, esta última em menor quantidade do que no leite
225. Destaca-se na composição do colostro, quando compa- de vaca. A concentração de lactose é maior no leite humano.
rado ao leite maduro, sua maior quantidade de proteínas e Resposta c.
imunoglobulinas, sendo menos calóricos (menor quantidade
de gordura) e contendo menos lactose. Resposta b. 235. Indicação precisa de suplementação com Fe, além da
vitamina D. Prematuros nascem com suas reservas de ferro
226. Trata-se de um lactente de 6 meses de idade, cuja indi- depletadas. Resposta b.
cação é de introdução de alimentação de transição. É uma
criança desmamada (já tendo recebido outros alimentos 236. O conteúdo de gordura aumenta durante a mamada,
além do leite materno). Seu leite está inadequadamente pre- mecanismo relacionado à saciedade do bebê, mas não tem
parado. A concentração do leite em pó para essa idade é de relação com o transcorrer do dia! Resposta b.
15% e a de hidrato de carbono é de 5%, dispensando-se nesse
caso os 3% de “farinha”, pois haverá introdução da primeira 237. A causa mais comum de obesidade na infância é a exó-
alimentação salgada e de frutas. Resposta a. gena, decorrente de erros alimentares, que devem ser detec-
tados e corrigidos. Resposta a.
227. Não se realiza suplementação vitamínica ou mineral na
adolescência, exceto em situações especiais como transtor- 238. Cuidado nas questões com essas palavras, como “sem-
nos alimentares (anorexia, por exemplo). Resposta d. pre” ou “nunca”. Lembrar que o cálcio pode estar normal no
início do quadro, por estímulo do paratormônio. Pode haver
228. Lembrar que o critério de Gomez classifica a desnutri- tetania nos quadros graves, mas essa não é a manifestação
ção pela sua intensidade, indicando, de certa forma, prognós- mais frequente. Resposta b.
tico do quadro. Já a classificação de Waterlow nos indica a
duração do processo, podendo ser útil para estabelecimentos 239. O edema tem causa multifatorial no kwashiorkor, estan-
de prioridades de intervenção (pouco se faz nos quadros de do mais associado com a hipoproteinemia. Resposta d.
desnutrição pregressa; entretanto, nos quadros atuais e crôni-
cos, medidas devem ser tomadas!). Resposta e. 240. Trata-se do sinal clínico conhecido como craniotabes,
sinal precoce do déficit de vitamina D ou raquitismo caren-
229. O reflexo lingual possibilita que o alimento sólido cial. Resposta d.
atinja a porção posterior da cavidade oral, como preparo
para sua deglutição, porém não está bem desenvolvido nos 241. Esta é uma questão clássica do raquitismo carencial:
primeiros quatro meses de vida, ocorrendo a extrusão re- com a fosfatase elevada, há estímulo do PTH para aumen-
flexa dos sólidos colocados no segmento anterior da língua. tar a reabsorção de cálcio (manter calcemia a todo custo). O
Resposta b. tratamento é a suplementação com vitamina D. Resposta e.
242. As petéquias, sangramento gengival e sangramentos subperiostais (determinado o quadro doloroso), resultam da fragi-
lidade capilar decorrente do escorbuto, deficiência de vitamina C. Observe que o lactente é desnutrido, condição que facilita
a concomitância de quadros deficitários vitamínicos. Em pouco tempo, desaparecem com a suplementação de vitamina C.
Resposta d.
243. Lembrar da deficiência de folato na criança que recebe aleitamento artificial com leite de cabra, bastante pobre nesse
micronutriente. Resposta c.
244. Contraindicação absoluta ao aleitamento; não resta mais dúvidas da transmissão do HIV pelo leite materno. Resposta c.
A palavra progresso não terá qualquer sentido enquanto houver crianças infelizes.
Albert Einstein
UNIFESP – 2016
UFRN – 2016
4. Um lactente de 2 meses é trazido ao Pronto Socorro
2. Criança de 3 anos chega em pronto socorro com quei-
pela mãe devido ao quadro de choro intenso. Ela re-
madura envolvendo toda a mão direita (em luva) com
lata que a criança rolou da cama e caiu no chão. A to-
limites bem definidos – linha regular até onde esse
mografia de crânio revela hematomas subdurais e no
membro havia sido mergulhado no líquido quente.
exame físico observa hemorragia retiniana bilateral.
Esses achados são característicos de
Qual a hipótese diagnóstica?
a) injúria não intencional
a) coagulopatia
b) acidente doméstico
c) injúria intencional b) cefalo hematoma
d) autoagressão c) trauma acidental
d) malformação vascular do SNC
ACERTEI ERREI DÚVIDA e) abuso físico
237
5 Segurança e maus tratos em pediatria
UFSC – 2012
UFRN – 2015
18. Adolescente, 15 anos de idade, casada, é atendida em
14. As lesões apresentadas a seguir referem-se às injúrias
unidade de pronto-atendimento logo após ter sido ví-
intencionais na infância.
tima de violência sexual. Entre as alternativas abaixo,
I Lesões compatíveis com a idade ou com o desenvol-
assinale a que está de acordo com a Norma Técnica do
vimento psicomotor da criança. Ministério da Saúde para o atendimento desses casos.
II Lesões em várias partes do corpo ou lesões bilaterais. a) deve ser oferecida a anticoncepção de emergência,
III Lesões em estágios diferentes de cicatrização ou cura. preferentemente nos três primeiros dias, podendo
Considerando essas informações, é correto afirmar: ser usada até o quinto dia após o episódio
a) as lesões I e III correspondem à suspeita de sinais b) para a profilaxia do HIV, deverá ser feita a prescrição
gerais de maus tratos de zidovudina associado a ritonavir, preferentemen-
b) as lesões II e III correspondem à suspeita de sinais te nas primeiras 24 horas
gerais de maus tratos c) não há necessidade de comunicação ao Conselho
c) apenas a lesão II corresponde à suspeita de sinais ge- Tutelar, pois a menor é emancipada pelo casamento
rais de maus tratos d) caso resulte uma gestação, deverá ser oferecida a pos-
d) apenas a lesão III correspondem à suspeita de sinais sibilidade de aborto legal após ordem judicial
gerais de maus tratos e) os controles sorológicos laboratoriais devem ser feitos
três meses, seis meses e um ano após a data inicial
ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
CREMESP – 2014
15. A principal causa de morte nas crianças com idade UFRJ – 2011
entre 1 e 14 anos é: 19. De acordo com os dados do Sistema de Vigilância em
a) infecção Saúde do Ministério da Saúde, entre as causas de mor-
b) malformações congênitas talidade na faixa etária pediátrica no Brasil é CORRE-
c) trauma TO afirmar que:
d) encefalopatias a) as anomalias congênitas são as primeiras em menores
e) câncer de um ano de idade
b) as neoplasias são a quinta causa na faixa etária entre
ACERTEI ERREI DÚVIDA cinco e 9 anos de idade
c) os acidentes de trânsito são as principais entre as cau- d) em assento próprio em banco dianteiro, virado para
sas externas nos menores de cinco anos de idade frente
d) as causas externas são as primeiras na faixa etária en- e) no colo da mãe, com cinto de três pontas prendendo
tre cinco e 19 anos de idade somente a mãe
ACERTEI ERREI DÚVIDA ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) a síndrome do bebê chacoalhado (shaken baby) ca- a) tumefação na fronte com uma fratura craniana line-
racteriza-se por lesões em sistema nervoso central ar subjacente
(hemorragia subdural) e hemorragias retinianas em b) múltiplas equimoses nas faces extensoras das pernas
crianças abaixo dos três anos de idade c) equimose periorbitária unilateral (“olho roxo”)
b) a síndrome de Münchausen por transferência é a situ- d) equimoses lineares no dorso
ação na qual a criança é trazida para cuidados médi- e) múltiplas lesões escoriadas infectadas nos braços e
cos, mas os sintomas e sinais que apresentam são in- pernas
ventados ou provocados por seus pais ou responsáveis
c) quando uma queda da cama é aludida como o me- ACERTEI ERREI DÚVIDA
canismo responsável pelo trauma craniano, é im-
portante considerar que a fratura da caixa craniana UNESP – 2003
imatura com lesão neurológica significativa requer a 49. Um menino de 2 anos é trazido ao pronto-socorro;
queda de mais de 150 cm sobre uma superfície dura sua mãe relata que encontrou um frasco contendo
d) lesão pardo-esverdeada significa transformação em comprimidos de 325 mg de sulfato ferroso no assoalho
metemoglobina e hemossiderina, devido à ausência e a criança tinha um comprimido na mão. O menino
de oxigenação e o amarelo-esverdeado, em hemossi- vomitou uma vez, seu comportamento é normal e o
derina, correspondendo ao trauma provocado entre exame físico da criança não revelou anomalias; o peso
3 e 7 dias é de 13 kg. Assinale a alternativa correta:
e) o atendimento à criança vítima de violência sexual a) deve-se observar a criança durante as próximas quatro
só poderá ser realizado após exame de corpo de de- a seis horas; caso não haja sintomas adicionais pode-se
lito por autoridade policial dar alta para o lar e ser reexaminada no dia seguinte
b) o carvão ativado deve ser fornecido para absorver o
ACERTEI ERREI DÚVIDA excesso de ferro no estômago, uma vez que a ingestão
deve ser considerada clinicamente significativa
c) embora ele tenha vomitado uma vez, deve-se admi-
USP – 2004 nistrar ipeca, pois um único episódio de vômito não
47. Criança do sexo masculino, 3 anos de idade, foi esvazia o estômago o suficiente
levada pela mãe ao pronto-socorro. Ao exame físico d) o tratamento com desferoxamina modifica o prog-
apresenta sangramento oral de pequena intensidade nóstico e deve ser iniciado imediatamente após ces-
devido à perda de um dente incisivo central superior, sação dos vômitos
equimose no lábio superior e na região orbitária e) uma radiografia do abdome deve ser inútil neste caso,
direita, além de várias manchas equimóticas pelo porque os comprimidos não são radiopacos
corpo. Indagada, a mãe relata que as lesões são
consequência de castigos corporais impingidos pelo ACERTEI ERREI DÚVIDA
pai, durante seus frequentes estados de embriaguez.
Quanto à revelação desse fato à autoridade UNICAMP – 2002
competente, o médico deve considerar como sendo: 50. A síndrome do bebê sacudido (shaken baby) é formada
a) obrigatória por se tratar de dever legal por 3 sinais que, além da ausência de sinais externos de
b) obrigatória por ser uma postura prescrita pelo traumatismo, inclui:
Código de Ética Médica, embora não exigida pela a) hemorragia retiniana e hematoma epidural unilateral
legislação em vigor b) hematoma epidural e fratura temporal
c) necessária como tentativa de defender o paciente e por c) hemorragia subaracnoidea e afundamento de crânio
ser uma postura digna dos altos ideais da medicina, d) hematoma parenquimatoso e trombose de seio venoso
e) hemorragia subaracnoidea ou subdural bilateral e
embora não exigida pela legislação em vigor
hemorragia retiniana
d) inaceitável porque a legislação assegura ao pai o
pátrio poder e desta forma o médico deverá realizar ACERTEI ERREI DÚVIDA
gestões junto à mãe para que ela denuncie o fato
e) inaceitável porque a legislação assegura ao pai o
pátrio poder e obriga o médico a guardar sigilo UFRJ – 2002
51. A conduta mais adequada em relação a maus tratos
dos fatos que teve conhecimento no exercício da
infantis é:
profissão a) após a notificação, a alta hospitalar somente será dada
ACERTEI ERREI DÚVIDA se houver garantia de segurança do lar para a criança
vítima de maus tratos
b) a notificação deve ser feita para o conselho tutelar mais
UNESP – Botucatu – 2003 próximo ao hospital que atendeu a criança vítima de
48. Um menino de 4 anos de idade é levado ao consultório maus tratos
c) a notificação não deve ser feita para os casos suspeitos
pediátrico por um funcionário da pré-escola devido a
d) a notificação é estritamente um procedimento médico,
preocupações com evidências de traumatismo na crian- não cabendo a outros profissionais
ça. Das lesões a seguir, que o pediatra pode detectar,
qual sugere mais provavelmente maus tratos infantis: ACERTEI ERREI DÚVIDA
1. Trata-se da descrição clássica da síndrome do bebê sacudi- 6. Nas atuais recomendações de prevenção da síndrome de
do (shaken baby syndrome), onde a tríade é hemorragia reti- morte súbita do lactente, a condições do sono e a posição
niana + edema cerebral + hemorragia cerebral com ausência para dormir ocupam lugar de destaque. O local de dormir
de outros sinais de injúria. Resposta a. deve ser firme, plano, além de não usar travesseiros, cober-
tores ou brinquedos de pelúcia no berço da criança. Sempre
2. Alguns padrões de queimaduras são bastante sugestivos de colocar o bebê para dormir de barriga pra cima. Nunca deitar
maus tratos: queimaduras em luvas e em meias, queimaduras um bebê para dormir de barriga pra baixo ou de lado; ambas
isoladas em nádegas, queimaduras específicas (marcas de ci- as posições aumentam o risco de SMSL. Assim que o bebê
garro ou ferro de passar roupa). Resposta c. tem idade suficiente para rolar por conta própria (normal-
mente 4-7 meses), não há necessidade de reposicionar um
3. Para cada faixa etária pediátrica, bastante condicionada bebê dormindo se ele escolher uma posição de dormir dife-
pela etapa de desenvolvimento neuromotor da criança, exis- rente. Resposta a
tem os acidentes (ou injúrias não intencionais) mais espe-
cíficos. Condições socioeconômicas e grau de instrução da
7. A queimadura por escaldadura é a principal causa de quei-
família influenciam sim, a ocorrência de acidentes. Não há
madura em menores de 5 anos. Todas as queimaduras devem
associação ainda bem descrita com o tamanho da família.
ser tratadas de forma imediata para reduzir a temperatura
Resposta d.
da área queimada e o dano da pele e tecidos subjacentes. Até
que se tenha acesso ao atendimento médico siga as seguintes
4. Lembre-se que um dos indicativos que deve conduzir a
orientações são pertinentes:
suspeita de maus tratos e violência é a história clínica não
compatível com as habilidades de desenvolvimento da crian- • Retire a roupa que cobre a área queimada. Se a roupa esti-
ça. Assim, um bebê de dois meses não tem ainda a capacida- ver grudada na área queimada lave a região até que o tecido
de de “rolar” da cama. Ainda mais, as hemorragias retinianas, possa ser retirado delicadamente sem aumentar a lesão. Se
denotam movimentos de chacoalhamento do bebê (síndro- continuar aderido à pele, o tecido deve ser cortado ao redor
me do bebê sacudido). Resposta e. do ferimento. • Remova anéis, pulseiras e colares, pois o ede-
ma se desenvolve rapidamente. • Coloque a área queimada
5. Trata-se de questão muito bem elaborada, prática e que de- debaixo da água fria (e não gelada) ou coloque compressas
veria ser respondida tranquila e corretamente por qualquer alu- limpas e frias sobre a queimadura até que a dor desapareça. O
no ao final de sua graduação em Pediatria. Sendo uma situação resfriamento das lesões com água fria é o melhor tratamento
bastante comum, o bom exame físico pediátrico começa com de urgência da queimadura. A água alivia a dor, limpa a le-
a observação da criança e a ausculta torácica (partes em que o são, impede o aprofundamento das queimaduras e diminui
silêncio pode ajudar muito) e termina, elegantemente, com a oto o edema subsequente. • Dê um analgésico para alívio da dor.
e a oroscopia, partes mais desagradáveis à criança. Resposta d Resposta b
246
Puericultura | Questões para treinamento
8. Toda suspeita ou confirmação de maus tratos para a crian- segurança ou simplesmente tornar seu uso mais conveniente.
ça ou adolescente deve ser comunicada ao Conselho Tutelar Alguns modelos possuem bases destacáveis, que se prendem
da região onde a criança mora, independentemente das ações ao carro a fim de permanecer no lugar até que ele não seja
clínicas que se façam necessárias (exame físico e internação, mais necessário. O assento de segurança em si agarra-se à
para proteção se nenhuma outra forma de proteção à criança base e fixa-se no lugar, permitindo que você o use como um
houver). Resposta a. carregador de bebê. Dessa maneira, seu bebê pode ser car-
regado para dentro e para fora do carro, sem que seja ne-
9. O médico que deixa de comunicar seu conhecimento sobre cessário reinstalar o assento inteiro todas as vezes. Alguns
maus tratos pode ser punido (multa). A simples suspeita ou o fabricantes oferecem assentos reversíveis (ou conversíveis),
diagnóstico obriga esse profissional à comunicação ao Conselho com maiores limites de peso e altura. Um assento reversí-
Tutelar (conforme relatado na alternativa c) Resposta a. vel é maior e mais pesado do que um assento exclusivo para
recém-nascidos e pode ainda ser usado por mais tempo por
10. O acidente automobilístico é o primeiro acidente em termos crianças maiores. Uma vez que sua criança tenha atingido a
de mortalidade; as quedasa são as mais comuns em termos de altura e o peso adequados, o assento conversível pode ser gi-
morbidade. Resposta d. rado e, seguindo as instruções do fabricante, usado como um
assento voltado para frente. Em tese, pode-se usar um assen-
to reversível, dependendo da fixação da criança ao dispositi-
11. Fraturas espiroides em diáfises são altamente sugestivas de vo. Existem muitos modelos com fixação inadequada (o que
maus-tratos e, neste caso, totalmente divergentes do mecanis- torna a alternativa “C” inapropriada), além desse modelo não
mo de trauma referido pelo acompanhante. O caso deve ser ser citado na nossa legislação. Resposta a.
notificado ao Conselho Tutelar, independentemente da conduta
clínico-ortopédica. Resposta d. 18. Nunca esquecer que, nas adolescentes, após a violência
sexual, deve ser oferecida a anticoncepção de emergência (le-
12. Questão fácil, com respostas óbvias; a obrigatoriedade da vonorgestrel 1.500 mg) até 120 horas após a violência, deseja-
comunicação, o dever da realização de um prontuário claro e velmente antes das 72 horas. A quimioprofilaxia antirretroviral
ética informação para a família de tudo que está ocorrendo ! está recomendada em todos os casos de penetração vaginal e/
Resposta e. ou anal nas primeiras 72 horas após a violência, inclusive se o
status sorológico do agressor for desconhecido. O esquema de
primeira escolha deve combinar dois inibidores nucleosídeos
13. A vítima na síndrome de Munchausen é a pobre criança que
da transcriptase reversa (ITRN), como a zidovudina (AZT)
nem sabe o que está acontecendo e é submetida a todos os pro-
associada a lamivudina (3TC) e a um inibidor da protease adi-
cedimentos diagnósticos muitas vezes desconfortáveis e invasi-
cionado de ritonavir (IP/r) coformulado, como o lopinavir/
vos. Resposta d.
ritonavir (LPV/r). Os controles sorológicos já devem ser fei-
tos na admissão, com duas semanas, seis semanas, aos 3 meses
14. Lesões incompatíveis com o estágio de desenvolvimento e seis meses após a data inicial. A realização do abortamento
motor, em várias partes do corpo, numerosas, em diferentes es- não se condiciona à decisão judicial que sentencie e decida se
tágios de evolução, esquisitas e em áreas mais centrais do corpo ocorreu violência sexual. A norma técnica sobre prevenção e
(tronco e nádegas) são altamente sugestivas de abusivas. Res- tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra
posta b. mulheres e adolescentes encontra-se disponível no link http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prevencao_agravo_vio-
15. Em todas as faixas etárias pediátricas, excetuando-se o pri- lencia_sexual_mulheres_3ed.pdf. Resposta a.
meiro ano de vida, a principal causa de morte no Brasil é repre-
sentada pela causa externa, prevenível por definição. Esta inclui 19. Não existe dúvida, infelizmente, que a principal causa
todos os acidentes e violências na população infantil. Resposta c. de mortalidade acima de 5 anos de idade são as causas ex-
ternas (todas reunidas numa só categoria), sendo que, aci-
ma de 10 anos, a injúrias relacionadas ao trânsito são as
16. Todos devem ser transportados com um dispositivo de se- principais. Segundo os dados dos indicadores de mortali-
gurança; os maiores de 1,45 devem ser transportados com cinto dade do DATASUS de 2007 (últimos dados disponíveis para
de segurança. Crianças menores de 13 anos não deveriam usar o consulta no site http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2009/
banco dianteiro; caso necessitem, devem usar os mesmos dispo- matriz.htm#mort, temos: Nos menores de um ano, a prin-
sitivos que usariam no banco traseiro. Crianças e adolescentes cipal causa de mortalidade são as afecções originárias no
com estatura inferior a 1,45 m devem utilizar assentos elevado- período perinatal, seguida pelas malformações congênitas.
res com cinto de três pontos no banco traseiro. Resposta d. A partir de um ano, são as causas externas. De 1 a 4 anos, as
doenças do aparelho respiratório correspondem à segunda
17. Segundo nossa legislação de trânsito, crianças com massa causa de morte. Dos 5 aos 9 anos, as neoplasias ocupam o
menor que 9 kg (cerca de um ano de vida), devem ser trans- segundo lugar em termos de mortalidade, assim como dos
portadas em assento infantil apropriado, semireclinado (45 10 aos 19 anos. Nos menores de cinco anos de idade, das
graus), no banco traseiro do automóvel, com a criança vol- causas externas, a sufocação e o afogamento são as princi-
tada para o vidro traseiro do carro. Alguns assentos infantis pais causas. Nos maiores de 5 anos, os acidentes relaciona-
vêm com características adicionais que podem aumentar a dos ao trânsito. Resposta d.
20. Obviamente as evidências de lesões abusivas, específicas ou nais e sintomas que não ocorrem com a ausência materna. As
não, podem servir como substrato para o diagnóstico de maus vítimas desta síndrome podem receber tratamento médico,
tratos. Maus tratos não tem relação direta com distúrbios psi- muitas vezes invasivo, desnecessário. Resposta d.
quiátricos dos pais e sim, de sociopatias. A comunicação aos
órgãos de proteção à criança (Conselho Tutelar) deve ser feita 27. Embora não seja uma questão diretamente relativa a um
diante da suspeita ou confirmação da violência. Crianças peque- assunto que você está estudando, lembre-se que as clássicas
nas, que não referem agressão devem ser investigadas para le- hemorragias retinianas da síndrome do bebê chacoalhado
sões pregressas (calos ósseos ou sequelas de fraturas) por exame (tipo comum de violência/maus tratos ou, pelo menos, des-
radiológico. Não somos tão enfáticos como na afirmativa, nem cuido em crianças pequenas) podem também (menos fre-
entendemos a obrigatoriedade de repetição do exame em todas quentemente pesquisadas) serem observadas após o parto
as crianças, mas é o gabarito oficial da questão. Resposta d. normal, por anóxia ou causa mecânica, ocorrendo resolução
nos primeiros três dias de vida. Resposta a.
21. Nesse caso tão particular, diante de uma escolar desnu-
trida, negligenciada, vítima de violência física no local onde 28. A alternativa A está errada: a simples suspeita de maus tra-
mora e, ainda não sabemos se também vítima de violência tos já deve ser comunicada ao conselho Tutelar. A alternativa
sexual, deve-se internar a paciente para melhor investigação, B está errada: as lesões normalmente são inespecíficas, sem
por profissionais habilitados para avaliação genital, que deve nítida correlação com a história (deturpada, comumente), ofe-
sim ser realizado, mas não forçosamente e numa situação de recendo um grande desafio diagnóstico ao médico. Na alterna-
proteção à criança. Resposta a. tiva D, as equimoses são as manifestações mais comuns e não
as queimaduras (redação péssima da alternativa). Resposta c.
22. Lembre-se que o que define a forma de transportar uma
criança no carro não é a idade e sim a sua massa. Crianças com 29. Criança pequena que chega ao Pronto-Socorro com al-
menos de 9 kg devem ser transportadas no banco traseiro do teração aguda de nível de consciência (torpor, obnubilação),
automóvel, em assento infantil apropriado, semirreclinado (45 sem explicações plausíveis, com hemorragias retinianas bila-
graus), de costas para o motorista do veículo. Resposta a. terais, até prove contrário, podem ter sido sacudidas (síndro-
me do bebê chacoalhado). As hemorragias em retina ajudam
23. Lactente de seis meses não tem habilidade motora para na identificação do quadro. Resposta c.
pular o berço; obviamente há suspeita de maus tratos, abu-
so físico cuja conduta obrigatória inicial é a comunicação ao 30. A utilização de recipientes e tampas de segurança, estra-
serviço de proteção à criança, no nosso meio, entidade de- tégia passiva de proteção, é, sem dúvida, a maneira mais efi-
nominada Conselho Tutelar. Reiteramos que a comunicação caz na prevenção desse tipo de acidente comum na infância.
não é para autoridade policial e sim, judiciária. Resposta c. As demais alternativas apresentam estratégias boas também,
mas note que o examinador sempre perguntará a “mais efi-
24. A lesão típica da síndrome do bebê sacudido é a hemorra- caz”. Resposta a.
gia em sistema nervoso central acompanhada de hemorragia
retiniana. A notificação para o Conselho Tutelar é obrigatória 31. “Epidemia de questões sobre “bebê sacudido” em 2010.
para todos os casos de maus tratos. A alternativa C dispensa Questão copiada do TEP-2008 (vide adiante). A apresenta-
qualquer comentário. A síndrome de Münchausen dita por ção da hemorragia retiniana é o ponto mais importante do
procuração (tradução de ”by Proxy”) é uma desordem na qual exame físico a ser pesquisado nessas crianças além, claro, do
os pais fabricam uma doença no filho, por meio de mentiras na comprometimento do nível de consciência. Resposta a.
história, simulação ou indução de sintomas, e procuram servi-
ço médico para tratamento. Resposta e. 32. Primeira conduta que não deve ser esquecida é a comu-
nicação do Conselho Tutelar pelos maus tratos detectados
25. Aqui está o ponto mais polêmico da resolução 277: a indi- contra a criança (poderia ser apenas suspeita). No atendi-
cação do assento de elevação está indicada apenas até os 7 anos mento ambulatorial dessa criança as ações de monitorização
e meio, idade onde existe grande número de crianças ainda de crescimento e desenvolvimento jamais devem ser deixa-
menores que 150 cm. Crianças até 10 anos sempre no banco das (claro que na dependência do estado clínico da criança
traseiro. Somente após os 9 kg a criança é transportada voltada que, pelo enunciado da questão, não apresenta nenhum dado
para as costas dos motorista; as menores de 1 ano deverão estar de maior importância clínica). Obviamente a mãe deve ser
voltadas para o parte traseira do veículo. A resolução, infeliz- encaminhada para atendimento pré-natal. A alternativa III
mente, exclui transporte escolar, taxis e ônibus. Resposta a. pode ser desejável a médio prazo ou em casos de violência
sexual (que necessita instituição mais preparada para lidar
26. A síndrome de Münchausen dita por procuração (tradução com casos particulares). Resposta c.
de ”by Proxy”) é uma desordem na qual os pais fabricam uma
doença no filho, por meio de mentiras na história, simulação 33. Questão de péssima redação, muito mal elaborada. No
ou indução de sintomas, e procuram serviço médico para tra- Brasil as queimaduras representam a quarta causa de morte
tamento. Em geral, a mãe leva o filho ao médico com sintomas e hospitalização, por acidente, de crianças e adolescentes de
ou sinais recorrentes ou persistentes inexplicáveis, ou com si- até 14 anos. A maioria das queimaduras ocorre na cozinha e
na presença de um adulto. A escaldadura (queimadura por 35. Embora toda fratura diafisária espiroide de ossos longos,
líquidos quentes) é a principal causa em menores de 5 anos até prova em contrário, seja suspeita de maus tratos, nessa
(o que pode deixar dúvidas em relação a alterantiva A). O questão, esse diagnóstico fica em evidência, pois é totalmen-
resfriamento sempre deve ser indicado: “cool the burn”. O te incompatível o diagnóstico clínico do lactente e a história
resfriamento das lesões com água fria é o melhor tratamento (mecanismo do trauma) referido pela mãe (o que, felizmente,
de urgência da queimadura. A água alivia a dor, limpa a le- é comum nas histórias de agressão, facilitando o nosso diag-
são, impede o aprofundamento das queimaduras e diminui o nóstico). A atitude obrigatória imediata diante da suspeita
edema subsequente. A eletricidade produz lesões mais pro- (observe que a simples suspeita!) ou confirmação de maus
fundas e distantes dependendo de sua intensidade. Apresen- tratos é a comunicação ao Conselho Tutelar. Esta conduta
tamos o gabarito oficial, com ressalvas. Resposta c. será sempre solicitada nas questões clássicas da Pediatria.
Resposta a.
34. O tratamento médico avançado de um indivíduo vítima
de quase-afogamento é instituído de acordo com a classifica- 36. Dos acidentes apresentados, quase de forma intuitiva,
ção do afogamento. De maneira bastante simples e didática: embora confirmado pelas nossas estatísticas, o acidente não
Cadáver: vítima com tempo de submersão acima de uma fatal, geralmente ocorrido em ambiente doméstico mais co-
hora ou com sinais físicos óbvios de morte (rigor mortis, li- mum são as quedas acidentais, particularmente quando a
vores e/ou decomposição corporal). Não iniciar ressuscita- criança começa a mudar de decúbito (rolar na superfície).
ção. Encaminhar o corpo ao IML. Intoxicações são menos comuns, pois o acesso da criança aos
Grau 6 – Parada cardiorrespiratória: a ressuscitação iniciada medicamentos depende basicamente do cuidador. Asfixias
por leigos ou guarda-vidas na cena deve ser mantida por pes- podem ser responsáveis por acidentes fatais. Resposta b.
soal médico especializado até que seja bem sucedida ou caso
não seja possível aquecer a vítima no local.
37. Não é necessária a certeza para a comunicação ao Con-
Grau 5 – Parada respiratória: este grau de afogamento é ge-
selho Tutelar. O artigo 13 do Estatuto da Criança e do Ado-
ralmente revertido com a chegada do pessoal treinado em
suporte avançado de vida. A vítima em apneia exige ventila- lescente (ECA) diz que, na simples suspeita, já está indicado
ção artificial imediata. este procedimento, para a segurança da criança. A alternativa
Grau 4 – Edema agudo de pulmão com hipotensão arterial: D apresenta as crianças de risco (epidemiologicamente des-
oxigênio com suporte de ventilação mecânica é a terapia de critas) para maus tratos. As equimoses/hematomas são sinais
primeira linha. Inicialmente o oxigênio deve ser fornecido denunciadores (e fáceis de observar) de maus tratos/abuso
com uma máscara facial a 15 L/min, até que a cânula oro- físico. Resposta c.
traqueal possa ser introduzida. O afogado grau 4 precisa de
intubação orotraqueal em 100% dos casos. 38. Embora os dados oferecidos sejam escassos, a ausência
Grau 3 – Edema agudo de pulmão sem hipotensão: uma víti- de um cuidador no ambiente domiciliar para um bebê de
ma com SaO2 > 90% em uso de oxigênio a 15 L/min via más- um ano e meio, configuraria uma situação de negligência. As
cara facial consegue permanecer sem suporte ventilatório in- demais alternativas são, de certo modo, absurdas. Imperícia
vasivo em apenas 27,6% dos casos. Os outros 72,4% precisam nem é um tipo de maus tratos. Resposta b.
de intubação e ventilação mecânica.
Grau 2 – Ausculta com estertores em alguns campos pulmo-
39. Todas as informações obtidas, dados do atendimento ao
nares: das vítimas com este quadro clínico, 93,2% necessitam
paciente, exames laboratoriais pertinentes devem sempre
apenas de 5 L/min de oxigênio via cânula nasofaríngea.
constar no prontuário do paciente, de forma clara e legível. O
Grau 1 – Tosse com ausculta pulmonar normal: estes pacien-
prontuário é o principal documento do paciente. Notificado
tes não necessitam de oxigênio ou suporte ventilatório.
o Conselho Tutelar, cabe ao médico a avaliação do risco da
Resgate: ausência de tosse ou dificuldade respiratória. Ava-
criança. Não há dados no enunciado (essa questão poderia
liar e liberar do local do acidente, sem necessidade decuida-
estar mais bem redigida), que indiquem encaminhamento
dos médicos.
para abrigo (apenas que os pais vieram espontaneamente e
O atendimento hospitalar de casos graves (graus 4 a 6) só é
preocupados(?) para o hospital). Também não há nada sobre
possível se os cuidados pré-hospitalares de suporte básico e
a gravidade clínica da criança (que obviamente indicaria in-
avançado tiverem sido feitos de maneira eficiente e rápida.
ternação). Resposta b.
Cuidados hospitalares são indicados para afogados de graus
2 a 6. A decisão de internar o paciente em um leito de CTI ou
de enfermaria em vez de mantê-lo em observação na sala de 40. Embora poucos dados existam na questão, diante de
emergência deve levar em consideração fatores como: anam- tal situação clínica é importante o diagnóstico diferencial
nese completa; história patológica pregressa; exame físico de- de maus tratos, particularmente a agressão sexual. Criança
talhado e alguns exames complementares, como radiografia mudou de comportamento, não deixa tocá-la nem tirar-lhe
de tórax e gasometria arterial. Afogados classificados como a roupa na consulta de rotina. Tudo está esquisito. Devemos
grau 3 a 6 devem ser internados no CTI para observação e pedir ajuda a um profissional mais atento a essas questões
tratamento adequados. Os pacientes grau 2 devem ser manti- comportamentais, conversar com os pais e aguardar essa
dos em observação na sala de emergência por seis a 24 horas, avaliação do psicólogo. Ainda são poucos os dados para
enquanto os pacientes grau 1 e os resgates sem queixas e co- “suspeita de maus tratos”, embora o sinal de alerta deva ser
morbidades podem ser liberados. Resposta b. ligado. Resposta b.
41. Criança com quadro neurológico agudo, história de 48. Quanto mais centrais as lesões na criança, mais sugesti-
movimentação tipo-anteroposterior do conteúdo craniano vas de maus tratos, principalmente se múltiplas. Lesões sobre
(queda e trauma) e, particularmente, o achado de hemor- proeminências ósseas, fronte, joelhos e cotovelos, escoriações
ragia retiniana bilateral favorece a suspeita diagnóstica de e ferimentos em membros são lesões habituais dos “traumas”
shaken baby syndrome. Resposta d. cotidianos infantis. Lesões em dorso (local não habitual),
particularmente de formas lineares (“esquisitas”, que podem
42. Esta questão já apareceu numa prova para obtenção significar marcas de cintadas ou traumas com bastões) são
do Título de Especialista em Pediatria (veja mais adiante). lesões suspeitas. Resposta d.
Conceito clássico de que a criança, até os 5-6 anos deve ser
protegida. O risco de acidentes é inerente ao fato de ela ser 49. Embora seja um tema apresentado e discutido no capítulo
criança (não tem nada a ver com o fato de ser boazinha ou “Intoxicações Exógenas”, vale o exercício e as considerações bási-
não), passar por etapas maturacionais e de desenvolvimento cas. Podem ser identificadas cinco fases na intoxicação pelo ferro:
que a torna suscetível a determinados tipos de acidente. É Efeitos irritativos locais sobre a mucosa gastrintestinal
mito a ideia de o acidente “assustar” a criança e ela ficar mais (30 min até 2 horas após ingestão): cessam após 6 a 12
cuidadosa. Resposta a. horas e consistem em vômitos, náuseas, diarreia, dor ab-
dominal, podendo ocorrer hematêmese e enterorragia.
43. A suspeita de corpo estranho nasal deve ser feita na pre- Aparente recuperação (2 a 6 horas após): falsa sensação
sença de obstrução e secreção unilateral com odor fétido. A de segurança.
maioria dos acidentes ocorre em ambiente domiciliar, par- Lesão celular (12 horas após): hipoglicemia e acidose me-
ticularmente na cozinha. Na suspeita de corpo estranho em tabólica, atribuível a um comprometimento mitocondrial
ouvido, a criança deve ser encaminhada ao médico para re- (metabolismo anaeróbio).
tirada; embeber o corpo estranho (dependendo de sua cons- Necrose hepática grave (após dois a quatro dias da inges-
tituição) compromete ainda mais a sua retirada. Resposta d. tão) com elevação de transaminases. Bilirrubinas e altera-
ções de coagulação.
44. Mais uma questão do Título de Especialista em Pediatria Fibrose e estenose de piloro secundárias à ação irritativa
utilizada em prova de residência (Título de Especialista em inicial (2 a 4 semanas após).
Pediatria – 2005). A questão “original” estava assim redigida: Nem todos os pacientes demonstram as fases em incremen-
O acidente responsável pelo maior número de atendimentos tos distinguíveis. A maioria das crianças desenvolve poucos
a crianças menores de cinco anos em serviços de emergência (ou nenhum) sinais ou sintomas, mas deve ser acompanhada
é: a) queda; b) intoxicação; c) afogamento; d) queimadura; e) durante 4 a 6 horas antes de ser considerada livre de toxici-
automobilístico. Dentre os acidentes relacionados à criança dade. Resposta a.
e apresentados, todos, em suas formas graves, previsíveis e
preveníveis, o mais comum entre todos eles, comprovado por 50. Na shaken baby syndrome (síndrome do bebê sacudido),
nossa prática clínica, é a queda acidental. Resposta b. na qual súbita aceleração e desaceleração do conteúdo cra-
niano (movimento em “chicote”), encontramos hemorragia
subdural, subaracnoide, edema cerebral difuso, hemorragia
45. Os casos de suspeita ou confirmação de maus tratos con- retiniana (em até 50%-80% dos casos) e, geralmente, ausên-
tra crianças e adolescentes serão obrigatoriamente comuni- cia de outros sinais de injúria. Resposta e.
cados ao Conselho Tutelar da região onde a vítima mora. Não
há indicação de denúncia para órgão policial, mas judicial, o 51. A notificação, no diagnóstico ou na simples suspeita, será
que torna as outras respostas incorretas (delegacia de polícia realizada ao Conselho Tutelar da localidade onde a criança
e IML são instituições policiais); quem encaminha ao IML é mora; na ausência deste, ao Juizado da Infância e Juventude,
o delegado, não o médico. Claro que a mãe pode procurar a Vara da Família, Ministério Público ou a qualquer autoridade
delegacia para queixar-se, mas o papel do médico é atender, judicial. Resposta a.
examinar e realizar procedimentos técnicos indicados (inclu-
sive internação). Resposta b. 52. ECA – Artigo 13: Os casos de suspeita ou confirmação de
maus tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoria-
46. O atendimento de uma criança ou adolescente vitima- mente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva loca-
dos não tem qualquer relação com procedimentos legais lidade, sem prejuízo de outras providências legais. Resposta c.
ou policiais. Toda assistência pode e deve ser oferecida, e a
53. O ECA é a legislação específica, em nosso país, sobre os
comunicação ao Conselho Tutelar deve ser realizada, inde-
direitos e a atenção para crianças (0 a 11 anos incompletos) e
pendentemente das providências legais que os familiares ou
adolescentes (12 a 18 anos). A alternativa D contempla todas
a autoridade policial irão determinar. Resposta e.
as crianças apresentadas nas demais opções. Resposta d.
47. A comunicação de maus tratos, em nosso meio, para o 54. A síndrome de Caffey, para alguns autores, como maus
Conselho Tutelar ou, na sua ausência, para uma autorida- tratos infantis, na qual se identificam sinais de fraturas em
de judicial (seja esse diagnóstico suspeito ou confirmado) diferentes estágios de consolidação. Trata-se de uma questão
é obrigatória e dever legal, preconizado pelo Estatuto da “regional”, pois em algumas localidades essa terminologia
Criança e do Adolescente (ECA). Resposta a. não é utilizada nem conhecida. Resposta c.
Sou hoje um caçador de achadouros da infância. Vou meio domentado e enxada às costas cavar no meu quintal
vestígios dos meninos que fomos.
Manoel de Barros
FMABC – 2016
FMJ – 2016
2. Criança com 4 meses de idade procura UBS para re-
ceber vacinas atrasadas. A mesma ficou internada 4. Você atende uma criança de 5 anos com coqueluche,
por 15 dias devido quadro de bronquiolite. Mãe está na segunda semana da fase paroxística. O paciente
preocupada porque a criança só recebeu vacinas até mora com o pai, a mãe e um irmão de 6 meses. Qual
2 meses de idade. Assinale a alternativa contendo as a conduta em relação à prevenção da coqueluche
vacinas que deverá receber hoje. desse lactente?
a) meningo C e pneumo10 a) se o irmão de 6 meses já tomou as 3 doses da vacina
b) meningo C, penta, UOP, pneumo10 da coqueluche, nada a fazer
c) meningo C e retorno em 1 mês para as outras vaci- b) independentemente da situação vacinal do irmão de
nas 6 meses, prescrever quimioprofilaxia para ele
d) meningo C, penta (DPT, HIB, Hep B), VIP, rotaví- c) não se recomenda quimioprofilaxia para menores de
rus, pneumo10 1 ano
ACERTEI ERREI DÚVIDA d) realizar, imediatamente, hemograma no pai, na mãe
e no lactente
e) independentemente da situação vacinal do irmão de
FMABC – 2016 6 meses, prescrever quimioprofilaxia para ele e para
3. A poliomielite foi erradiada no Brasil em 1989. Em os seus pais.
1994 o Brasil recebeu o certificado de área livre de cir-
culação do polivírus selvagem pela Organização Pan ACERTEI ERREI DÚVIDA
251
7 Imunizações
Hospital Santa Marta – 2015 c) os prematuros não devem ser vacinados na idade
19. Nos últimos quinze anos, ocorreram modificações cronológica normal, com as mesmas doses
importantes no esquema rotineiro de vacinação das d) o uso atual de antibióticos de antibióticos contra-
crianças. Foi introduzida, aos quinze meses de idade, -indica o uso de vacinas
a tríplice viral, que protege contra
a) rubéola, hepatite B e sarampo ACERTEI ERREI DÚVIDA
b) sarampo, caxumba e rubéola
c) hepatite A, rubéola e gripe
UERN – 2015
d) poliomielite, sarampo e rubéola
24. A conduta para um RN cuja mãe é assintomática e so-
e) rubéola, caxumba e poliomielite
ropositiva para o antígeno de superfície da hepatite B
ACERTEI ERREI DÚVIDA ( HBsAg) deverá ser:
a) iniciar a vacina após um mês de idade
b) acompanhar com sorologia e transaminases nos pri-
IAMSPE – 2015 meiros seis meses de vida e vacinar se houver soro-
20. Quanto às vacinas que utilizam vírus vivo atenuado, conversão
assinale a alternativa correta. c) acompanhar, pois os filhos de mãe soropositiva para
a) influenza o HbsAg não se beneficiam da vacina
b) antipolio VIP d) iniciar vacinação nas primeiras horas de vida, admi-
c) HPV
nistrando também imunoglobulina específica
d) antirrotavírus
e) hepatite B ACERTEI ERREI DÚVIDA
ACERTEI ERREI DÚVIDA
UERN – 2015
25 RN comunicante domiciliar de paciente com tuber-
IAMSPE – 2015
culose pulmonar bacilífera deverá inicialmente ser
21. Menor faz uso contínuo de aspirina. Assinale a alterna-
submetida à:
tiva que apresenta a vacina que pode acarretar compli-
cações ao ser utilizada concomitantemente ao AAS. a) vacinação com BCG, sem quimioprofilaxia
a) febre amarela b) vacinação com BCG e quimioprofilaxia com rifam-
b) varicela picina
c) BCG c) quimioprofilaxia com rifampicina por três meses
d) hepatite B d) quimioprofilaxia com isoniazida por três meses
e) vacinas conjugadas (H. influenzae, Pneumococo,
ACERTEI ERREI DÚVIDA
Meningococo)
Hospital Infantil Varela Santiago – 2015 c) DTPa + Pólio + Anti-pneumocóccica + Vacina con-
28. Lactente com 12 meses de idade é atendida numa Uni- tra Hepatite A + Tetra viral
dade Básica de Saúde e, segundo a acompanhante, a d) DTPa + Hib + Pólio + Anti-pneumocóccica + Vaci-
criança foi adotada e não dispõe do cartão de vaci- na contra Hepatite A + Tetra viral
na. Seu exame físico está normal. Apresenta cicatriz
vacinal no braço direito. O médico decide atualizar ACERTEI ERREI DÚVIDA
o cartão de vacina desta criança. Todas as vacinas do
primeiro ano de vida serão aplicadas, exceto:
UFF – 2015
a) Tríplice viral
32. A Vacina Pentavalente imuniza a criança não só con-
b) BCG e vacina contra Rotavírus
tra tétano, mas também contra:
c) Apenas BCG
d) Tríplice viral e a pentavalente a) difteria, coqueluche, Haemophilus influenzae b e he-
e) Todas as vacinas devem ser aplicadas patite B
b) poliomielite, coqueluche, Haemophilus influenzae b
ACERTEI ERREI DÚVIDA e hepatite B
c) difteria, coqueluche, Haemophilus influenzae b e he-
Hospital Infantil Varela Santiago – 2015 patite A
29. Uma menina com 8 anos de idade acidentou-se com d) poliomielite, coqueluche, Haemophilus influenzae b
metal enferrujado, ferindo-se gravemente em mem- e hepatite A
bro inferior. É levada ao hospital onde é realizada a
e) poliomielite, Haemophilus influenzae b e varicela
sutura. Seu esquema vacinal estava completo. Em re-
lação à prevenção do tétano, neste caso: ACERTEI ERREI DÚVIDA
a) deve-se dar reforço da vacina (tríplice acelular), sem
imunização passiva
FMABC – 2014
b) deve-se dar reforço da vacina (dupla adulto) e imu- 33. Quais vacinas e número de doses a Sociedade Brasileira
nização passiva de Pediatria recomenda a uma adolescente de 17 anos,
c) deve-se dar reforço da vacina (dupla adulto), sem hígida, que recebeu as vacinas relacionadas a seguir?
imunização passiva Ao nascimento: BCG
d) deve-se fazer apenas a imunização passiva 2 meses: DTP (difteria, tétano e coqueluche), vaci-
e) não é necessário vacinação de reforço nem imuniza- na oral contra poliomielite (VOP)
ção passiva 4 meses: DTP+Hib, VOP
6 meses: DTP+Hib, VOP
ACERTEI ERREI DÚVIDA 9 meses: contra sarampo
15 meses: DTP, vacina oral contra poliomielite, va-
INCA – 2015 cina contra Sarampo + Caxumba + Rubéola (SCR)
30. Criança de 4 meses evoluiu com episódio de Síndro- 5 anos: DTP, VOP, Hib (Hemófilos influenza tipo B),
me hipotônica hiporresponsiva nas primeiras 24 ho- Hepatite B
ras após a vacinação com DPT celular. Aos 6 meses a) três doses da vacina contra hepatite B, uma dose de
deverá ser indicada: vacina contra SCR, três doses da vacina contra pa-
a) DPT celular pilomavírus humano (HPV), duas doses da vacina
b) DPT acelular contra hepatite A, reforço da dupla adulto (dT) ou
tríplice bacteriana do adulto (dTpa), uma dose da
c) dT vacina antimeningocócica conjugada
d) DT b) duas doses da vacina contra hepatite B, uma dose de
vacina contra SCR, três doses da vacina contra HPV,
ACERTEI ERREI DÚVIDA
duas doses da vacina contra hepatite A, reforço da
dT ou dTpa, uma dose da vacina antimeningocócica
SURCE – 2015 conjugada
31. A mãe de uma criança de 17 meses de idade apresenta c) três doses da vacina contra hepatite B, duas doses
o cartão de vacinas totalmente adequado para a idade da vacina contra HPV, duas doses da vacina contra
de seu filho. Qual a alternativa que contém as vacinas hepatite A, reforço da dT ou dTpa, duas doses da va-
aplicadas nos últimos três meses? cina antimeningocócica conjugada
d) duas doses da vacina contra hepatite B, reforço da
a) DTPa + Hib + Pólio + Vacina contra Hepatite A +
dT ou dTpa, duas doses da vacina contra HPV, duas
Tetra viral
doses da vacina antimeningocócica conjugada
b) DTPa + Hib + Pólio + Vacina contra Hepatite A +
Tetra viral + Influenza ACERTEI ERREI DÚVIDA
PUC-RS – 2014 em 2013. Com que idade, de acordo com este calen-
40. Em relação às vacinas a serem ministradas na infân- dário, a criança deve receber o primeiro reforço da
cia são feitas as assertivas seguintes: vacina DTP e em qual apresentação é recomendada a
vacina para este reforço?
I. A vacina tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e a) aos 15 meses – vacina tetravalente (DTP + Hib)
varicela) é aplicada em dose única e deve ser rea- b) aos 15 meses – vacina pentavalente (DTP + Hib +
lizada aos nove meses de vida.
Hepatite B)
II. A vacina BCG confere proteção contra as formas
c) aos 18 meses – vacina DTP
disseminadas da tuberculose (miliar e meningite
tuberculosa). d) aos 15 meses – vacina DTP
III. Crianças entre quatro e seis anos de idade devem e) aos 24 meses – vacina DTP
receber uma dose da vacina do rotavírus, caso não
ACERTEI ERREI DÚVIDA
tenham feito esta vacina no momento adequado.
dez cutânea, hidratada, acianótica, anictérica. Tórax: d) o aumento na incidência tem ocorrido principal-
retração subcostal e de fúrcula esternal, diminuição mente em crianças pré-escolares e escolares
global do murmúrio vesicular e presença de sibilos e) a perda da imunidade após 10 anos ou mais do rece-
em todo campo pulmonar. Qual a medida profilática bimento da última dose da vacina pode ser respon-
que poderia ter evitado este quadro clínico? sável pelo aumento na incidência
a) vacina antipneumocócica conjugada 10 valente
b) antileucotrieno via oral ACERTEI ERREI DÚVIDA
c) vacina antipneumocócica 23 valente
d) anticorpo monoclonal palivizumabe
USP-RP – 2010
ACERTEI ERREI DÚVIDA 65. Mãe de lactente hígido, de 1 mês e meio de idade, traz
o filho ao Pronto Socorro por ter notado um “caro-
UERJ – 2011 ço” na axila direita. A criança está ganhando peso
62. Mãe chega para consulta de rotina de seu bebê de 12 adequadamente. Não há alterações ao exame físico,
meses e informa que o irmão dele, de quatro anos, ini- exceto pela presença de um gânglio axilar de 1,5 cm
ciou quadro de varicela ha dois dias. A orientação em de diâmetro, arredondado, sem sinais flogísticos ou
relação à profilaxia da doença para o lactente será: fistulizações e nem aderências à planos profundos. O
a) afastar as crianças provável diagnóstico e a conduta mais adequada são:
b) aplicar vacina de varicela a) adenite reacional pela BCG; conduta expectante
c) indicar vacina e imunoglobulina b) adenite reacional pela BCG; isoniazida
d) fazer imunoglobulina específica para varicela c) tuberculose ganglionar; rifampicina, isoniazida, pi-
razinamida
ACERTEI ERREI DÚVIDA d) tuberculose ganglionar; isoniazida
UNITAU – 2010
SES-SC – Pediatria – 2011
64. Tem-se observado nos últimos anos um aumento 68. Mulher com 25 anos de idade engravida e, durante
na incidência de coqueluche em diversos países do a realização do pré-natal, descobre ser portadora do
mundo, inclusive nos Estados Unidos da América e antígeno HBsAg. As medidas apropriadas para evitar
no Brasil. Com relação a esse aumento na incidência, a aquisição da doença pelo recém nascido são:
assinale a alternativa CORRETA. a) vacina e imunoglobulina hiperimune intramuscular
a) outras espécies de Bordetella pertussis são responsá- ao nascimento
veis pelo aumento na incidência b) imunoglobulina hiperimune intramuscular ao nas-
b) a baixa cobertura vacinal no Brasil justifica a maior cimento e vacina com 1 mês de vida
ocorrência de casos c) vacina ao nascimento e imunoglobulina hiperimune
c) há um erro no diagnóstico de coqueluche, sendo que intramuscular a cada mês, a partir de 10 dias de vida,
o aumento na incidência não é real por 2 meses
UEL – 2009
CRM – 2006
84. Assinale a alternativa que indique as vacinas citadas e
88. Um menino com 9 anos de idade acidentou-se com
suas respectivas vias de administração, conforme pre- metal enferrujado quando caminhava por uma
conizados pelo Programa Nacional de Imunizações. trilha, em um passeio ecológico, ferindo-se grave-
a) vacina contra o rotavírus: subcutânea e vacina con- mente em um membro inferior. É levado ao hospi-
tra a febre amarela: intramuscular tal, onde realiza-se a sutura. Seu esquema vacinal
b) vacina contra a hepatite B: intradérmica e vacina estava completo. Em relação à prevenção do tétano,
inativada contra a poliomielite: oral neste caso:
c) vacina tríplice viral: subcutânea e vacina tríplice a) deve-se dar reforço da vacina (dupla adulto) e imu-
bacteriana: intramuscular nização passiva
d) vacina contra o hemófilo do tipo B: subcutânea e va- b) deve-se dar reforço da vacina (tríplice acelular), sem
cina contra o rotavírus: intradérmica imunização passiva
e) vacina contra a hepatite A: subcutânea e vacina con- c) não é necessária vacinação de reforço, nem imuniza-
ção passiva
jugada contra o meningococo: intradérmica
d) deve-se dar reforço de vacina (dupla adulto), sem
ACERTEI ERREI DÚVIDA imunização passiva
e) deve-se dar reforço da vacina (tríplice acelular) e
imunização passiva
Nas questões dessa prova, comumente são apresen-
tadas assertivas, que, de forma discursiva, devem ser ACERTEI ERREI DÚVIDA
julgadas, em corretas ou incorretas).
HSPM – Pediatria – 2008
HUB – 2009 89. A vacina BCG ID não pode ser administrada ao re-
85. Por ocasião da visita a uma Unidade Básica de Saú- cém-nascido:
de para vacinar o filho de 4 meses de idade, a mãe a) com peso abaixo de 2.000 g
informou que, quando da primeira dose da vacina b) filho de mãe HIV positivo
c) com menos de 37 semanas de idade gestacional
contra difteria, tétano e coqueluche (DPT) combi-
d) com sífilis congênita
nada ao Hib, a criança apresentou febre, alguma hi- e) em tratamento com aminoglicosídeo
porresponsividade e tumefação dolorosa no local da
aplicação. Revendo a história, o pediatra não identi- ACERTEI ERREI DÚVIDA
ficou fator de risco para doença neurológica. Nessa
situação, o médico deverá recomendar a aplicação HSPM – Pediatria – 2008
de vacina DPT acelular. 90. A mãe de um bebê de 2 meses está preocupada com o
aumento dos casos de gripe entre os seus vizinhos e
ACERTEI ERREI DÚVIDA pergunta ao médico da Unidade Básica de Saúde qual
a idade mínima em que poderia ser aplicada a vaci-
na contra a gripe (influenza) em seu filho. O médico
AMP – 2009
deve responder que a vacina só pode ser aplicada para
86. Qual das vacinas é constituída de vírus vivo atenuado?
crianças com a idade mínima de:
a) hepatite A a) 3 meses
b) influenza b) 6 meses
c) tríplice bacteriana c) 9 meses
d) tríplice viral d) 12 meses
e) hepatite B e) 18 meses
1. Das condições citadas na questão, a única contraindicação da situação vacinal. Nos comunicantes de 1 a 7 anos, é indi-
formal (contraindicação verdadeira) é a imunossupressão cada nos comunicantes não vacinados ou com menos de 4
causada por corticoterapia por mais 15 dias ou mais, na dose doses da vacina. Nos maiores de 7 anos e adultos é indicado
de 2 mg/kg/dia de prednisona (ou 20 mg nas crianças maiores para todos os contactantes, que tiveram contato entre 21 dias
que 10 kg) ou equivalente de outro corticosteroide. As demais antes do início dos sintomas até 3 semanas após a fase pa-
situações apresentadas são contraindicações falsas ou relati- roxística. Nessa questão, portanto, mãe e pai também fazem
vas. Ninguém, por exemplo, injetará em uma região de pele quimioprofilaxia. Resposta e.
com uma lesão com impetigo. Mas o enunciado é bastante
claro sobre vacinas vivas (atenuadas). Embora não desse mar- 5. Sendo a vacina de influenza uma vacina inativada (morta),
gem a dúvidas a Resposta da questão, lembre-se que a vacina não há contraindicação para realiza-la em imunoincompe-
BCG (que é viva) deve ser postergada para quando o peso for tentes. Pacientes portadores do HIV assintomáticos e com
maior de 2 kg (a restrição do crescimento intrauterino não é boa resposta imune podem receber a vacina tríplice viral. A
uma forma de desnutrição? Para pensar...). Resposta d. vacina contra hepatite B pode ser administrada no prematu-
ro e na criança com menos de 2 kg; entretanto, 4 doses, no
2. Aos 4 meses, segundo o calendário atual do PNI, a criança total devem ser administradas, o que já se faz, na rotina, após
receberá: a segunda dose de pentavalente (DPT + hemófilos a introdução da vacina pentavalente. Resposta c.
+ hepatite B), a segunda dose de pneumoco 10-valente, a se-
gunda dose de VIP e a segunda dose de vacina oral de rota-
vírus. Todas essas são rotineiramente aplicadas aos 4 meses. 6. Das opções apresentadas, a única vacina viva é a vacina
Ainda, essa criança não recebeu a vacina contra o meningo- contra o rotavírus. As vacinas inativadas podem ser aplicadas
coco C que deveria ter sido aplicada aos 3 meses. Resposta d. no paciente imunocomprometido. Resposta a.
3. Infelizmente ainda existem dois países do mundo endê- 7. Pacientes alérgicos ao ovo (reações anafiláticas) não re-
micos para a poliomielite. Enquanto eles existirem, o mundo cebem a vacina contra febre amarela e influenza (que são
todo deve realizar ações de vacinação contra essa doença. A feitas em ovos). A tríplice viral era contraindicada nessa si-
vacina usada nas campanhas é a vacina oral contra poliomie- tuação e não é mais. As demais informações apresentadas
lite, viva, que pode (evento raríssimo), relacionar-se à parali- são corretas. As vacinas de sarampo, caxumba, rubéola, va-
sia pós-vacinal e tem a capacidade de vacinação coletiva (re- ricela e febre amarela são administradas por via subcutânea.
banho), tornando as alternativas b e c, incorretas. Resposta a. Resposta b.
4. A quimioprofilaxia é uma medida preventiva, para evitar 8. Embora até pudéssemos realizar a coleta de uma urocul-
o surgimento de casos secundários. É indicada, nos menores tura (exame para confirmação de uma infecção urinária),
de um ano (como o caso em questão), independentemente preferentemente por método mais adequado (sondagem) –
265
8 Imunizações
alternativa que não existe na questão, resta-nos a plausibili- 15. Entendendo-se que essa adolescente encontra-se com
dade da associação do choro persistente com a reação vacinal seu esquema básico até o momento completo ( 3 doses no
ao componente pertussis celular. Resposta c. primeiro ano de vida + 1 reforço aos 15 meses e 1 reforço
aos 5 anos ), ela está há 7 anos sem tomar vacina do tétano (
9. A recomendação da realização da vacina inativada para > 5 anos). Sendo um acidente com um ferimento não limpo
poliomielite, particularmente nas duas primeiras doses não (corte profundo + local “sujo”), há indicação de revacinar se
se iniciou em 2015, mas... é a única alternativa plausível. Não a última dose foi feita há mais de cinco anos. Imunização pas-
há reforço de BCG, vacina para HPV é realizada, no âmbito siva só tem indicação em ferimentos não leves com ausência
privado, ainda em três doses e a proteção contra varicela, pela de vacinação básica. Resposta c.
recomendação da SBP, é realizada com duas doses de vacina.
Resposta c. 16. Vamos à conta: tuberculose + hepatite B + difteria + co-
queluche + tétano + hemófilos + rotavirus + poliomielite +
10. Um resumo geral de todas as vacinas aplicadas antes de pneumococo + meningococo + sarampo + rubéola + caxum-
11 meses de idade: BCG e hepatite B ao nascimento; penta- ba + varicela + hepatite A (acabara de entrar no calendário
valente (difteria, tétano, coqueluche, hemófilos, hepatite B), brasileiro) = total 15 doenças infecciosas. Resposta d.
em três doses (2,4 e 6 meses), assim como a antipólio (até
o ano de 2015, 2 doses VIP e uma dose VOP). Além disso,
recebe rotavírus aos 2 e 4 meses, antipneumococo aos 2, 4 e 17. Criança que não responde à vacina BCG, aplicada ao
6 (a partir de 2016, somente aos 2 e 4) e antimeningococo C nascimento, é revacinada aos seis meses de idade. O habitu-
al é que já haja cicatriz na consulta de três meses; portanto,
aos 3 e 5 meses. Resposta b.
dificilmente a cicatriz aparecerá na consulta de seis meses,
embora essa seja a única opção mais correta da questão.
11. Trata-se de um acidente grave, “não-limpo”, em uma
Resposta e.
criança que, entretanto, supostamente recebeu a última dose
de vacina para o tétano aos 5-6 anos, portanto, há menos de 5
anos. Nada a fazer, portanto, a não ser aguardar a adolescên- 18. A vacina pentavalente brasileira compreende a um imu-
cia (10 anos após última dose) para prosseguir com as doses nobiológico contra a difteria, tétano, coqueluche, hemófilos e
subsequentes. Resposta c. hepatite B, administrada aos 2, 4 e 6 meses. Resposta e.
forma celular após os 7 anos de idade na rede pública). Tendo 42. A vacina contra hepatite B deve ser aplicada no RN filho
a cicatriz de BCG, essa vacina não precisa ser realizada. Em- de mãe com hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida, assim
bora devesse receber vacina para meningococo, essa não é como a imunoglobulina específica para prevenir transmissão
realizada na rede pública para essa idade. A vacina contra a vertical. RN filho de mãe bacilífera não recebe BCG; é ama-
poliomielite pode ser indicada até 15 anos. Resposta d. mentado, recebe profilaxia (6 meses) e é acompanhado. A
vacina contra o rotavirus é aplicada aos 2 e 4 meses de idade.
Resposta b.
36. A vacina contra o rotavírus adotado no Programa Nacio-
nal de Imunizações contempla duas doses com a vacina oral
atenuada aos 2 e 4 meses de idade. Resposta b. 43. O reforço de DPT é realizado aos 15 meses, na forma
da vacina tríplice. No primeiro ano, ela é oferecida na forma
pentavalente (com hemófilos e hepatite B). Resposta d.
37. O número de doses independe do início da vacina (3
doses, sempre). A vacina não é contraindicada em quem já
iniciou atividade sexual, embora tenha risco de já ter conta- 44. Seguramente, o principal componente relacionado aos
to com algum tipo de HPV, tornando a imunização menos fatores adversos é o componente celular Pertussis. Febre é a
efetiva (mas, sempre vale a pena vacinar, pois o indivíduo reação mais comum, não contraindicando as doses posterio-
dificilmente terá entrado em contato com todos os tipos con- res dessa vacina. Resposta c.
templados na vacina). O principal objetivo da vacina é a lesão
precursora e, por consequência, o câncer de colo uterino. A
vacina quadrivalente também protege contra os principais 45. Lembre-se sempre das novas mudanças do PNI a par-
agentes de verruga genital. A vacinação no menino tem como tir do segundo semestre de 2012: introdução do esquema
maior importância a epidemiológica e também no raro, mas sequencial contra poliomielite (as doses de 2 e 4 meses são
existente, câncer de pênis. Resposta e. realizadas com vacina inativada injetável) e a substituição
da vacina tetravalente pela pentavalente brasileira (difte-
ria, tétano, coqueluche, doenças invasivas por hemófilos e
38. Não há qualquer contraindicação (em nenhuma vacina)
hepatite B). A vacina contra pneumococo 10-valente e de
para imunização em quem já teve a doença contra a qual de-
rotavírus continuam sendo realizadas como eram antes.
ve-se proteger. Isso é um mito e uma falsa contraindicação.
Resposta a.
As demais alternativas apresentam informações verdadeiras.
Resposta b.
46. Aos 4 meses uma criança deveria receber, a vacina pen-
tavalente (difteria, coqueluche, tétano, hemófilos e hepatite
39. Ainda não se dispõe de vacina contra malária; as vacinas
B), no calendário atual (estranho a prova da UNESP não
contra difteria (pentavalente), HPV, meningite por hemófilos,
perguntar sobre as modificações de 2012), uma dose de po-
sarampo (tríplice viral), febre amarela, doença pneumocóci-
liomielite (agora inativada), a segunda dose de rotavírus e
ca invasiva, tétano, e doença meningocócica são disponíveis
no calendário do PNI no Brasil. A febre tifoide é uma doença a segunda dose de antipneumocócica 10 valente e antime-
com distribuição mundial, sendo mais frequente em regiões ningococo C. Serão, portanto, todas essas que essa criança
com condições deficientes de saneamento. As vacinas atual- de 5 meses (suponho que 5 meses completos!) deve receber.
mente disponíveis contra a febre tifoide apresentam baixa efi- Resposta e.
cácia e não devem ser recomendadas de forma indiscrimina-
da. Quando o risco de infecção é muito elevado, a utilização 47. A criança deve ter completada seu esquema de imuniza-
de uma das vacinas, como medida complementar, deve ser ção para hepatite B (não reiniciada !), com mais duas doses,
avaliada individualmente. Indivíduos portadores de doenças
receber a BCG, a vacina contra difteria, tétano e coqueluche
crônicas intestinais, gastrectomizados, com diminuição da
(DPT) + hemófilos, este último ainda pensado como agente
acidez gástrica, em uso de antibióticos ou imunodeficientes,
de infecções até os 4 anos de idade. Deve também receber
têm um risco maior de adquirir a doença. Resposta e.
proteção contra sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral).
Rotavírus não deve ser administrada (apenas aos 2 e 4 meses
40. A vacina tetraviral recentemente introduzida no país é de idade). Não está errado administrar antipoliomielite oral;
realizada em dose única aos 15 meses de idade, após uma tanto que, no calendário de São Paulo, existe uma dose dessa
dose de tríplice viral realizada aos 12 meses. A vacina contra vacina até os 5 anos de idade. Resposta b.
rotavírus somente é administrada aos 2 e 4 meses de idade.
Resposta b.
48. A vacina BCG, protetora das formas graves de tuberculo-
se (não todas as formas) é administrada, via intradérmica em
41. Não se realizam vacinas com componentes vivos em pa- deltoide direito, em apenas uma dose para os recém-nasci-
cientes imunossuprimidos ou com suspeita de tal quadro. dos, na maternidade. Portanto, a “antiga” dose administrada
Portanto, aos 2 meses, não devem receber vacina para rota- no escola não é mais realizada. Não deve-se administrar BCG
vírus. Essa criança irá receber a dose de pentavalente, a an- para as crianças com menos de 2000g. RN de mães bacilíferas
tipneumocócica e dose de poliomielite inativada. Resposta c. recebem quimioprofilaxia. Resposta d.
49. A manutenção da vacina oral contra a poliomielite (ví- 55. Ferimento grave, não limpo, em adolescente de 13 anos,
rus atenuado), nos países e regiões onde a poliomielite está que deve ter recebido sua última dose de antitetânica aos 5
erradicada compromete a proposta de erradicação completa anos de idade (portanto, mais de 5 anos), tem indicação de
da doença pelo risco da poliomielite vacinal e pelas formas “adiantar-se” sua próxima vacina para tétano. Somente have-
de poliomielite determinadas pelos vírus mutantes derivados ria indicação para imunoglobulina para tétano ( e não mais
das vacinas, que podem se expressar em surtos de doença soro antitetânico) se o paciente não tivesse recebido o esque-
(VDPV). A vacina oral contra poliomielite induz proteção de ma básico de imunização para a doença. Resposta a.
mucosa, pois é administrada por via oral. Resposta b.
56. Uso contínuo de corticosteroide inalatório ou tópico na-
50. A manutenção da vacina oral contra a poliomielite (ví- sal não contraindica a imunização ativa com agentes vivos;
apenas o uso de medicação oral por mais de 15 dias de uma
rus atenuado), nos países e regiões onde a poliomielite está
dose igual ou superior a 2 mg/kg/d de prednisona (ou equi-
erradicada compromete a proposta de erradicação completa
valentes) representa impedimento para vacinação com agen-
da doença pelo risco da poliomielite vacinal e pelas formas
te atenuado. Portanto, para o paciente em questão, deve-se
de poliomielite determinadas pelos vírus mutantes derivados
realizar a dose perdida aos 12 meses de tríplice viral (saram-
das vacinas, que podem se expressar em surtos de doença
po, caxumba e rubéola) e a tríplice bacteriana celular (dispo-
(VDPV). Essa foi a principal razão para a adoção do esque-
nível pelo PNI) sem cuidados adicionais. Resposta b.
ma sequencial no calendário brasileiro a partir do segundo
semestre de 2012. Resposta c.
57. Desnutrição não representa contraindicação para a va-
cinação, exceção única para a vacina BCG que deve ser ad-
51. Todos os adolescentes devem ter recebido duas doses ministrada na criança com mais de 2kg. Não se faz vacina
de vacina tríplice viral; normalmente receberam a primeira com componente vivo (vírus ou bactérias) para indivíduos
com 12 meses de vida e a segunda dose (introduzida mais imunocomprometidos (imunodeprimidos naturalmente ou
recentemente), entre 4 e 5 anos de idade. Esta ainda é uma imunossuprimidos através de terapêutica). Resposta c.
das vacinas cujo calendário completo ainda é faltante em
grande parte dos jovens, pois não receberam a segunda 58. O uso de imunoglobulina humana antivaricela zoster está
dose. Resposta d. indicado em pacientes suscetíveis (sem história bem-defini-
da de doença ou vacinação) e que apresentem risco de vari-
cela grave ou complicações, após contato significativo com
52. As reações adversas da tríplice bacteriana (incorporada
varicela nas seguintes situações: pacientes imunocomprome-
na pentavalente, atualmente em uso no calendário brasi- tidos, gestantes, RN de mães com varicela nos últimos cinco
leiro), devem-se ao componente Pertussis. Quando ocorre dias de gestação ou até 48 horas após o parto, RN prematuro
convulsão até 72h após aplicação dessa vacina, contraindica- de idade gestacional maior que 28 semanas, cuja mãe nunca
-se doses posteriores de vacina tríplice celular (componente teve varicela ou RN com menos de 28 semanas de idade ges-
Pertussis inteiro na vacina), indicando-se, dessa forma, que tacional, independentemente da história de varicela materna.
as próximas doses sejam realizadas com vacinas acelulares A VZIG deve ser aplicada o mais precocemente possível, até
(fragmentos da Bordetella). Resposta d. 96 horas pós-exposição, por via intramuscular. Resposta a.
53. De acordo com o PNI, as vacinas a serem oferecidas para 59. O principal componente da vacina tríplice bacteriana ce-
essa criança são a tríplice viral (SCR) e a tríplice bacteriana lular (contemplada no PNI), responsável pelas reações adver-
(DPT). No caso da primeira, vacina composta por agentes sas dessa vacina (febre, irritabilidade, sonolência, choro in-
vivos, não há qualquer contraindicação por estar usando controlável, convulsões, quadro hipotônico-hiporresponsivo
corticosteroide inalatório; haveria, sim se estivesse utilizado e encefalopatia é a Bordetella pertussis inativada (morta) que
essa medicação por via oral , por mais de 15 dias, numa dose compõe a vacina. Resposta a.
superior a 2mg/kg/dia, considerada dose imunossupressora.
Corticoterapia tópica não constitui contraindicação para va- 60. A vacina contra varicela tem um importante papel de
cinas vivas. Resposta b. bloqueio quando administrada até 72 horas após o contato
com um caso índice, o que é apresentado nesta questão. Por-
tanto, a vacina pode ser administrada e o resultado esperado
54. Vítimas de abuso imunizadas não precisam receber é de não ocorrer varicela ou, se houver, com número bem
imunoglobulina. Na alternativa “b”, demonstra-se uma situ- atenuado de lesões. A administração de imunoglobulina hi-
ação de contato sexual com uma pessoa que já teve hepatite perimune (específica) fica indicada para comunicantes imu-
B e está curada (anti HBs reagente), assim como o RN da nocomprometidos, gestantes suscetíveis e RN de mães que
alternativa “d” que nasce de uma mãe vacinada ou que já apresentam varicela nos últimos 5 dias de gestação até 48 ho-
teve doença (tem anticorpos). Em tese, deve-se conhecer ras após o parto. Resposta b.
o perfil sorológico do parceiro e saber a situação vacinal
ou sorológica para decidir sobre o uso de imunoglobulina, 61. As infecções do trato respiratório inferior pelo vírus sinci-
tornando a alternativa “e”, simplória para qualquer análise. cial respiratório (VSR) são frequentes e graves nos primeiros
Resposta c. meses de vida, principalmente em crianças menores de seis
semanas de idade, em recém-nascidos pré-termo e naqueles tella pertussis, que tem uma apresentação sintomática muito
portadores de displasia broncopulmonar (DBP), cardiopatias frustra e inespecífica, entretanto, deixando o indivíduo capaz
congênitas graves e imunodeficiências. Os prematuros que de disseminar o agente para não imunizados (crianças muito
desenvolvem doença respiratória crônica têm indicação de pequenas). Daí a indicação atual, se possível, de se realizar
profilaxia para doença respiratória causada pelo vírus respi- a vacina do adolescente, aos 15 anos, com a vacina tríplice
ratório sincicial (VRS). A utilização de uma injeção mensal acelular do adulto. Resposta e.
de anticorpo monoclonal específico para o VRS, durante a
época epidêmica (março a setembro), reduz a incidência de 65. A adenite reacional pela vacinação com BCG é uma ade-
hospitalização por doença respiratória causada pelo VRS. A nopatia unilateral, geralmente axilar, fibroelástica e com ca-
utilização desse anticorpo monoclonal (palivizumabe) está racterísticas evolutivas de benignidade, sem abscesso, sem
fundamentalmente indicada para: fistulização, sem sinais e sintomas sistêmicos, que caracteriza
todos os recém-nascidos prematuros com idade gesta- uma complicação (ou evolução “anormal” ou “inesperada”)
cional abaixo de 28 semanas devem receber profilaxia até da vacina BCG que não requer nenhum tratamento especí-
um ano de idade; fico a não ser a observação e o acompanhamento. O quadro
todos os recém-nascidos prematuros com idade gestacio- é autolimitado e resolve-se espontaneamente, em até seis
nal de 29 a 32 semanas devem receber profilaxia até seis meses. Abscesso frio, supuração e grandes ulcerações seriam
meses de idade; indicações da terapêutica com isoniazida. Resposta a.
todos os prematuros que tenham desenvolvido doença 66. A vacina contra a hepatite A é composta por vírus inati-
pulmonar crônica, com necessidade de oxigênio nos seis vo; a vacina contra a influenza também é composta por vírus
meses anteriores ao período epidêmico (março a setem- morto. As vacinas com vírus vivos atenuados são as contra
bro), devem receber profilaxia até dois anos de idade. O a varicela, poliomielite oral (Sabin) e rotavírus. Resposta d.
seu limitante é o alto custo.
São Paulo, desde 2007, disponibiliza pela Secretaria de Saúde
67. A conduta atual para o bebê que não apresenta cicatriz
o palivizumabe para: crianças menores de um ano de idade
vacinal após BCG (lembrando que o tempo para a cicatri-
que nasceram prematuras (idade gestacional menor ou igual
zação é de até 3 meses) é revacinar aos 6 meses de idade (6
a 28 semanas), após alta hospitalar e crianças menores de
meses após a primeira dose de BCG), sem necessidade de
dois anos de idade, portadores de doença cardíaca congênita
PPD. Não apresentando reação após esta nova dose, não se
com repercussão hemodinâmica importante ou com doença
revacina mais. Resposta e.
pulmonar crônica da prematuridade, que necessitaram trata-
mento nos seis meses anteriores ao período de sazonalidade
do VSR. Resposta d. 68. A recomendação atual é de que filhos de mães HbSAg po-
sitivas recebam nas primeiras 12 horas de vida (quanto mais
62. A vacina contra varicela tem um importante papel de blo- precoce melhor), vacina e imunoglobulina hiperimune para
queio quando administrada até 72 horas após o contato com hepatite B em dois grupos musculares diferentes. Resposta a.
um caso índice, o que é apresentado nesta questão. Existem
vacinas que podem ser administradas após 12 meses de idade 69. Corticoterapia inalatória e nem tópica não são contrain-
e uma apresentação especial que já pode ser administrada aos dicações à quaisquer vacinas. A vacinação para rotavírus
9 meses de idade. Portanto, a vacina pode ser administrada e deve ser realizada, pelo calendário brasileiro, aos 2 e 4 meses
o resultado esperado é de não ocorrer varicela ou, se houver, de idade, com tolerância máxima para a primeira dose de 3
com número bem atenuado de lesões. A administração de meses e 7 dias. Crianças com imunodeficiências e contactan-
imunoglobulina hiperimune (específica) fica indicada para tes de imunodeficientes devem preferencialmente receber
comunicantes imunocomprometidos, gestantes suscetíveis e imunização contra a poliomielite na forma da vacina de ví-
RN de mães que apresentam varicela nos últimos 5 dias de rus morto (VIP – vacina inativada contra polio). Resposta c.
gestação até 48 horas após o parto. Resposta b.
70. A recomendação atual é de que filhos de mães HbSAg po-
63. As ações preconizadas para os filhos de mães HbsAg+ sitivas recebam nas primeiras 12 horas de vida (quanto mais
são: gamaglobulina hiperimune nas primeiras 12 horas em precoce melhor), vacina e imunoglobulina hiperimune para
crianças filhas de mães positivas e vacinação nas primeiras 12 hepatite B em dois grupos musculares diferentes. Resposta b.
horas de vida (grupo muscular diferente da administração de
imunoglobulina). A amamentação não traz riscos adicionais
para os RN de mães positivas desde que tenham recebido a 71. O peso menor que 2 kg é uma contraindicação (ou mais
primeira dose de vacina e de HBIG nas primeiras 12 horas. corretamente, uma indicação de adiamento da vacina) espe-
Prematuros menores de 33 semanas ou 2.000 g deverão re- cificamente para a vacina BCG. As demais situações apresen-
ceber uma dose extra com dois meses de idade (0, 1, 2 e 6 tadas são falsas contraindicações à vacinação. Resposta b.
meses). Resposta c.
72. Viagens para a região norte do país representam indica-
64. Trabalhos demonstram a diminuição de imunidade ao ção para a vacinação para a febre amarela, que deve ser rea-
longo dos anos para coqueluche (após 10 anos), tornando o lizada, pelo menos, dez dias antes, para a garantia de imuni-
adolescente e adulto jovem vulnerável à infecção pela Borde- zação. Observe no enunciado a afirmação: “o cartão vacinal
confirma que seu esquema está completo”, deixando todas disso, as vacinas contra hemófilos existem na forma isolada
as demais alternativas impossíveis de serem cogitadas. No (proteção exclusiva para infecções invasivas do HiB) ou com-
Brasil, os locais de risco são as regiões de matas e rios das binada com a tríplice bacteriana (tetravalente). Resposta d.
seguintes regiões: todos os Estados da Região Norte e Cen-
tro-Oeste, bem como parte da Região Nordeste (Estado do 78. Mãe soropositiva para HBsAg durante a gravidez de-
Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste e extremo-sul da Bahia), termina a necessidade de a criança receber a primeira dose
Região Sudeste (Estado de Minas Gerais, oeste de São Paulo da vacina logo após o parto e imunoglobulina hiperimune
e norte do Espírito Santo) e Região Sul (oeste dos Estados do da hepatite B (HBIG) na dose de 0,5 mL via intramuscular
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). As pessoas que (IM) nas primeiras 12 horas de vida, aplicadas concomitan-
moram nestas regiões, ou aqueles que irão viajar para estes temente, mas em locais diferentes. A eficácia dessa conduta
locais devem tomar a vacina, caso ainda não tenham feito ou é de 95% e elimina o eventual risco de transmissão pelo leite
o fizeram há mais de dez anos. Resposta a. materno. Quando a mulher não foi testada para o HBsAg ou
essa informação não está disponível, o exame deve ser soli-
73. Paciente infectado com HIV ou com Aids (no caso apre- citado logo após o parto. Enquanto se aguarda o resultado, o
sentado, a criança tem manifestação da doença), imunode- recém-nascido deve receber a primeira dose da vacina. Se o
primido, portanto, não tem indicação de receber vacinas com resultado do exame for positivo, a imunoglobulina deve ser
agentes vivos. A antipólio oral deve ser substituída pela va- aplicada o mais cedo possível, dentro dos primeiros 7 dias
cina inativada, parenteral. Não existe vacina contra hepatite após o parto. No entanto, se a pesquisa de HBsAg não for
C e a tríplice viral é uma vacina de agentes atenuados (con- possível, não se justifica dar imunoglobulina para todos os
traindicada no caso). Resposta b. recém-nascidos, já que a vacina isoladamente é bastante
eficaz na prevenção da doença em 70 a 90% dos casos. No
parto de gestante HBsAg-positiva, orienta-se lavar bem o re-
74. Na profilaxia do tétano após acidentes, a única indicação
cém-nascido, retirando todo vestígio de sangue ou secreção
de imunoglobulina (ou soro) antitetânica é quando o feri-
materna. Por outro lado, mesmo que a mãe apresente fissu-
mento não for limpo e a situação vacinal básica do indivíduo
ra mamária com sangramento, não se contraindica a ama-
para o tétano for desconhecida ou incompleta. Não existe
mentação. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda
qualquer indicação de antibiótico profilático após acidentes.
que recém-nascido pré-termo com peso menor que 2.000 g e
Neste caso, como a última dose de proteção para o tétano
filho de mãe HBsAg-positiva deve receber o esquema vacinal
deve ter sido aos 5 anos (tomou todas da infância), tendo 15
de quatro doses (ao nascimento, com 1, 2 e 6 meses de vida),
anos agora, existe indicação da dupla adulto. Resposta b.
além da imunoglobulina30. Se o esquema proposto não for
iniciado no período neonatal, então a criança deverá receber
75. Não há resposta. Esta questão foi anulada, pois a real indi- as três doses habituais de vacina. Em todas as situações, o
cação para esta criança é a vacina dupla infantil, pois tem me- aleitamento materno deve ser recomendado. Resposta b.
nos de 7 anos (não pode receber dupla adulto). Lembre-se que
crianças que tiveram encefalopatia pós-vacinal, não podem re- 79. A vacina para influenza não é contraindicada para os
ceber mais o componente Pertussis em próximas imunizações, portadores de asma. Ao contrário, tem indicação precisa
portanto, nem tríplice acelular e muito menos celular. para essa população, inclusive distribuída nos Centros de Re-
ferência para Imunobiológicos Especiais, gratuitamente, para
76. História família de convulsão é falsa contraindicação para os portadores de asma brônquica. Não existe manifestação
qualquer imunização incluindo a contra a coqueluche. Encefa- gripal, com clínica de vias aéreas após a vacinação para in-
lopatia pós-vacinal é indicação de nunca mais receber o com- fluenza. Este é um grande mito, pois a vacina é constituída
ponente Pertussis. Convulsão febril e quadro hipotônico hipor- por vírus inativado. Quando ocorre reação adversa, esta pode
responsivo é indicação de substituição da vacina celular (células ser local, febril inespecífica ou quadro de mialgia. Segundo a
inteiras) pela vacina acelular. Febre alta, choro e irritabilidade Sociedade Brasileira de Pediatria, esta vacina está indicada a
são efeitos adversos comuns da DPT e, embora no programa na- partir de 6 meses de idade (para todas as crianças até 2 anos
cional, hoje, não permitam oferta de DPT acelular, sempre que de idade). A primeira vacinação é realizada em duas doses
possível, deve-se pensar nessa possibilidade. Resposta d. (com intervalo de um mês) e as doses subsequentes (anuais)
são realizadas em dose única. Resposta c.
77. A vacina contra o Haemophilus influenzae tipo B (HiB)
é uma vacina de polissacáride da cápsula do HiB (chama- 80. Recém-nascido, filho de mãe TB-bacilífera, em tratamen-
do PRP – polímero de ribosil-ribitol-fosfato). Entretanto, to recente ou que ainda não iniciou tratamento: manter em
o PRP é um imunógeno relativamente fraco, à semelhança aleitamento materno e iniciar isoniazida (principal indica-
do que ocorre com outros polissacárides, por atuarem como ção da quimioprofilaxia primária: RN cuja mãe é bacilífe-
antígenos T-independentes, que não induzem formação de ra). Deve ser iniciada isoniazida por 3 meses e ao final deste
memória e não são suficientemente imunogênicos antes dos período realiza-se PPD. Se este for não reator, indica que a
dois anos de idade. A solução encontrada foi a conjugação criança não se infectou e deve ser feita a vacinação BCG. Se o
do PRP a diferentes proteínas, alterando sua imunogenicida- PPD for reator, é sinal de que mesmo com a isoniazida foi in-
de, podendo ser administrada após os dois meses de vida. A fectado e, sendo assim, a quimioprofilaxia deve ser mantida
proteína conjugada pode ser o toxoide tetânico (PRP-T) ou por mais 3 meses). Guarde também que a amamentação deve
o mutante não tóxico da toxina diftérica (CRM-197). Além ser mantida. Resposta b.
81. Como é uma vacina composta por vírus vivo, a vacina con- 85. Quadro hipotônico-hiporresponsivo (e não por causa da
tra sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral) não deve ser febre) constitui uma das indicações de troca pela vacinação
administrada a gestantes e imunodeprimidos, que sofram de com DPT acelular na sequência do calendário vacinal da
doenças imunodepressoras, que estejam recebendo terapêu- criança. Resposta correta.
tica imunossupressora para sua doença de base. Estas cons-
tituem verdadeiras contraindicações dessa vacina. Resposta a. 86. Vacina contra hepatite A: vírus inativado. Vacina contra
influenza: vírus inativado. Tríplice bacteriana: obviamente
82. Possivelmente, esse efeito adverso observado deveu-
não é formada por vírus e, sim, toxoides diftérico e tetânico
-se à administração da vacina tríplice celular (componente
e células mortas do agente da coqueluche. Vacina contra he-
Pertussis). Há nítida indicação de a próxima dose (4 meses)
patite B: pedaços do agente viral produzidos por engenharia
ser realizada com a vacina acelular, assim como se a crian-
genética. Resposta d.
ça apresentasse quadro hipotônico-hiporresponsivo (QHH).
Guarde as duas grandes indicações de substituição da vacina
por acelular (convulsões e QHH). Resposta b. 87. A varicela neonatal pode desenvolver-se em cerca de
um quarto das crianças cujas mães tenham apresentado a
83. A vacina tríplice bacteriana tem sua indicação, na Pe- doença no período perinatal. Uma criança que tenha nas-
diatria, até os 7 anos de idade. A partir desse momento, há cido de uma mãe em fase virêmica da catapora foi exposta
indicação da retirada do componente Pertussis celular, ofere- ao vírus e não recebeu anticorpos protetores, que começam
cendo-se a vacina dupla tipo adulto (dT). Resposta c. a surgir no sangue materno somente no final da fase virê-
mica (cerca de 5 a 7 dias após o início do quadro). Assim,
84. A vacina contra o rotavírus é administrada por via oral; toda criança que tenha nascido de uma mãe que apresentou
a da febre amarela, subcutânea; a vacina da hepatite B, intra- quadro clínico de varicela desde cinco dias antes até dois
muscular; a vacina inativada contra pólio, por via intramus- dias após dar à luz seu RN, deve receber uma dose de imu-
cular; a vacina oral contra pólio, nem precisa falar! A vacina- noglobulina varicela-zoster (VZIG) por via intramuscular.
ção com a tríplice bacteriana (DPT), Hemófilos, hepatite A e Se houver doença, esta costuma ter manifestações clínicas
meningococo são realizadas por via intramuscular. A tríplice mais brandas. Resposta a.
viral é por via subcutânea. Memorize que as duas vacinas
com vírus atenuado (SCR e FA) são administradas por via 88. Vamos analisar a situação com base nas indicações de va-
subcutânea. Resposta c. cina ou soro para profilaxia do tétano.
Ferimento
Outros tipos ferimentos
limpo
Segurança e Maus Tratos Vacina Soro ou Ig Vacina Soro ou Ig
Em Pediatria Sim Não Sim Sim
Três doses ou mais; última há menos de 5 anos Não Não Não Não
Três doses ou mais; última entre 5 e 10 anos Não Não Sim Não
Três doses ou mais; última há mais de 10 anos Sim Não Sim Não
Assim, no paciente em questão, que tem ferimento não lim- doses, com intervalo de um mês nas crianças que iniciarem a
po, calendário vacinal básico completo (3 doses) e último re- vacinação até os 9 anos de idade. O uso rotineiro nas crianças
forço há 4 anos (imaginando-se que, se está tudo correto com entre 6 meses a 2 anos não está, até o momento, incluso no
sua carteira, tomou último reforço aos 5 anos): não há nada a Calendário Básico de Vacinação da Criança. Resposta b.
fazer para esse paciente com relação à vacinação. Resposta c.
91. A infecção disseminada após a vacinação com a BCG é mui-
89. A BCG-ID deve ser adiada, apenas, em crianças abaixo to rara, ocorrendo, na maioria dos casos, em indivíduos imu-
de 2.000 g ou até 3 meses após o uso de imunossupressores nodeprimidos e o tratamento é feito com esquema isoniazida,
ou naquelas com afecções dermatológicas extensas em ativi- rifampicina e etambutol (a cepa vacinal é resistente à pirazina-
dade. Crianças nascidas de mãe HIV+ e que estejam assinto- mida). A administração da BCG é intradérmica em deltoide di-
máticas podem receber esta vacina a partir do nascimento. Já reito, em dose única, ao nascimento. Filhos de mãe HIV + assin-
nos indivíduos HIV+ sintomáticos há contraindicação abso- tomáticos devem receber a vacina. A vacina deve ser conservada
luta ao uso da BCG-ID. Resposta a. entre 2ºC e 8ºC, é inativada à exposição de raios solares (mas
não sofre alteração com a luz artificial) e após o preparo deve ser
consumida em período máximo de 6 horas. Resposta b.
90. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a vacina
contra influenza deve ser aplicada a partir de 6 meses de ida-
de, anualmente, até os dois anos, em todas as crianças. A par- 92. Filhos de mães HBsAg positivas, de qualquer idade gesta-
tir de 2 anos de idade, fica recomendada apenas para grupos cional, deverão receber imunoglobulina humana anti-hepa-
de maior risco. A primovacinação deve ser feita com duas tite B (IGHHB), simultaneamente (mas em sítios diferentes)
à vacina da hepatite B, preferencialmente nas primeiras 12 96. A DPT está associada aos eventos adversos, tais como
horas após o nascimento. Na impossibilidade da aplicação sonolência prolongada, irritabilidade, anorexia e vômitos,
precoce, a IGHHB pode ser feita no máximo até sete dias choro persistente (com duração de mais de 3 horas), crise
após o parto. Resposta d. convulsiva (até 72 horas pós-vacinação), síndrome hipotôni-
co-hiporresponsiva (nas primeiras 48 horas) e encefalopatia
93. Após a imunização por vacinação contra hepatite B, o (até 7 dias após vacinação). Estes eventos são, em geral, tran-
indivíduo deve apresentar perfil sorológico com, somente, o sitórios e estão relacionados à fração Pertussis da vacina. A
Anti-HBS positivo. Na imunidade pós-infecção pelo vírus da DPT acelular é recomendada nos casos em que houve crise
hepatite B, além do Anti-HBs positivo, o paciente apresenta- convulsiva ou SHH em dose anterior da DPT celular. Em si-
rá também o Anti-Hbc total positivo. Resposta c. tuações de encefalopatia pós-vacinação com a DPT, o com-
ponente Pertussis é contraindicado e a criança deve receber a
94. A criança da questão apresenta um quadro clínico agu- DT (dupla infantil). Resposta e.
do e leve, compatível com IVAS e, portanto, NÃO há mo-
tivo para se contraindicar a vacinação. Na descrição não 97. Trata-se de ferimento superficial em paciente com va-
existem sinais e sintomas compatíveis com infecção bacte- cinação pregressa, não havendo, portanto, necessidade de
riana, não havendo necessidade de prescrição de antibióti- soro antitetânico. Porém, a última dose da vacina antitetâ-
co. Resposta b.
nica foi há mais de 10 anos, estando indicada dose de refor-
ço. Resposta a.
95. As vacinas que contêm micro-organismos vivos atenu-
ados são as contra: o sarampo, a caxumba, a rubéola (vaci-
na tríplice viral ou SCR), a poliomielite oral (Sabin), a febre 98. A DPT contém a bactéria Bordetella pertussis inativada
amarela, a varicela, o rotavírus e a BCG. A imunização para (morta) e os toxoides tetânico e diftérico. Todas as alter-
coqueluche é feita através da DPT (ou tríplice viral), sendo nativas contêm vacinas com micro-organismos vivos: sa-
seu componente inativado (morto). As vacinas contra tétano rampo, caxumba, rubéola (vacina tríplice viral ou SCR), a
e difteria (DPT, DT ou dT) contêm o toxoide tetânico e dif- poliomielite oral (Sabin), a febre amarela e a tuberculose.
térico. Resposta b. Resposta c.
É uma jornada árdua, mas prazerosa. Estudar, aprender e divulgar conhecimentos é um dos propósitos da vida.
R.A.G