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Lei geral de

proteção de
dados
O guia completo!
LGPD: O GUIA COMPLETO PÁGINA 01

sumÁRIO
Como surgiu a Lei Geral de Proteção de Dados? - PÁGINA 2

Do que se trata a legislação e seus agentes - PÁGINA 3

Princípios da legislação - PÁGINA 4


Quais dados a LGPD trata? - PÁGINA 5

Os direitos dos titulares dos dados - PÁGINA 7

Quando podemos tratar dados? - PÁGINA 8

Perguntas frequentes sobre a LGPD - PÁGINA 9


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c o m o s u r g i u a lei g e r a l d e p ro t e ç ã o d e d a d o s ?
A lei geral de proteção de dados foi aprovada (promulgada) no
Brasil em 2018, mas passará a valer apenas em 2021.

O Direito à Proteção de Dados nasce do Direito à Privacidade,


que é o direito de poder excluir do conhecimento de terceiros as
particularidades da vida pessoal.

Com o surgimento da internet o Direito Privacidade ganhou


ainda mais força e aos poucos foi abrindo espaço para um novo
direito: o Direito à Proteção de Dados Pessoais, isso pelo alto
compartilhamento de dados que temos nas redes sociais.

No Brasil a proteção de dados já teve destaque no nosso Marco


Civil da Internet, que abordou, de forma genérica, o tratamento
de dados, sendo o início para a LGPD ganhar forças.

Por fim, em 2016, na Europa, surgiu a GDPR, a lei de proteção


de dados europeia. O GDPR inspirou nosso país, e desde 2018
temos aprovada a LGPD, que entrará em vigor em 2021.
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D o que se trata Q u e m são os agentes


a legislação? apresentados n a lei?
A legislação traz as regulações para a coleta, Titular de dados: pessoa natural a quem se refere os
armazenamento, compartilhamento, tratamento e dados pessoais que são tratados.
exclusão de dados por parte das organizações.
Controlador: quem vai tomar as decisões de como
Assim, a lei buscou trazer diretrizes sobre como as vão ser tratado os dados pessoais.
empresas devem agir em relação aos dados, bem
como, os direitos dos titulares de dados, diretrizes Operador: quem vai, efetivamente, tratar os dados.
para dados captados por órgãos públicos, princípios
e muito mais! Encarregado de dados: responsável pela
comunicação entre os titulares e a empresa. Também
Tudo isso você confere aqui nesse e-book. ponte entre governo e organização.
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Princípios da Legislação
A LGPD traz uma série de Princípios que devem ser observados sempre pela empresa. Nenhum princípio é mais importante que o
outro, de forma que devemos observar e seguir todos com o mesmo comprometimento.

1. Finalidade: significa tratar os dados com fins legítimos, 6. Transparência: significa que todas informações passadas
específicos, explícitos e informados ao titular. pelo Controlador devem ser claras, precisas e verdadeiras.

2. Adequação: significa que os dados solicitados ao titular 7. Segurança: significa que o Controlador deve ter um nível
devem ser compatíveis com os fins da empresa. de segurança adequado para armazenar os dados.

3. Necessidade: a empresa deve utilizar apenas os dados 8. Prevenção: implica na obrigação de que as empresas
estritamente necessários para o alcance da finalidade adotem medidas para evitar quaisquer danos e incidentes
definida previamente. relativos aos dados captados.

4. Livre acesso: o titular de dados tem o direito de consultar 9. Não discriminação: significa que os dados não podem ser
de forma simples e gratuita todos dados que a empresa tem usados para discriminar ou promover abusos aos seus
a seu respeito. titulares.

5. Qualidade dos dados: deve ser garantido ao titular dos 10. Responsabilização e prestação de contas: significa que o
dados que as informações passadas, devem ser verdadeiras controlador deve demonstrar todas as medidas que toma
e atualizadas. para cumprir a LGPD, ou seja, deve prestar contas em
relação à sua responsabilidade.
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Quais dados a L G P D trata?


A lei trata sobre os dados pessoais, que são dados que podem
identificar uma pessoa (chamado também de dados
“identificáveis” ou “identificados”). São dados como: nome,
sobrenome, RG, CPF, CNH, endereço residencial, endereço de
e-mail, cookies e endereço de IP.

Além disso, a lei traz uma distinção para os chamados “Dados


Sensíveis”: que são dados que podem levar a algum tipo de
preconceito ou discriminação. Podem causar um alto risco de
exposição, tanto na vida social, quanto na pessoal do titular.

São dados sensíveis, os dados que versem sobre: filiações


sindicais, crenças, opiniões políticas, saúde, vida sexual, entre
outros.

Ainda, a LGPD traz distinções sobre os dados de menores de


idade, que são dados de crianças ou adolescentes. Neste caso a
lei não faz distinção sobre o tratamento de dado sensível ou não.
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Sobre os dados de menores a L G P D 3 tipos de dados que não


institui que: são pessoais
1. A captação desses dados seja feita no melhor interesse da 1. Aquele dado que em que não se consegue identificar
criança e do adolescente. o titular.

2. O consentimento de um dos pais ou responsável pela criança 2. Dados da empresa, como CNPJ, por exemplo.
é sempre necessário.
Uma exceção é quando a coleta for necessária para contatar os 3. Dados anonimizados: que são dados originalmente
pais ou responsáveis, podendo esses dados serem usados relativos a uma pessoa, mas que passaram por etapas
apenas uma vez e que não haja armazenamento. e garantem sua desvinculação. É válido frisar que se
ocorrer a identificação do titular de alguma maneira,
A segunda exceção a esse direito é que os dados podem ser ele não é um dado anonimizado.
usados para a proteção da criança ou do adolescente, podendo
ser, neste caso, usados mais de uma vez e armazenados.

3. É recomendado usar também linguagem acessível ao explicar


o que será feito com os dados.

Por fim, a LGPD traz a noção de Dados Públicos: são os dados


disponibilizados de maneira pública, e devem ser utilizados com
a mesma finalidade a qual foram tornados público.
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O s direitos d o s titulares d o s d a d o s
1. Confirmação e Acesso: trata-se do direito de confirmação 5. Revogação do Consentimento: o titular pode revogar o
da existência do tratamento e acesso aos seus dados pessoais, consentimento dado para o controlador tratar seus dados
e, conjuntamente, deve receber informações claras, além de ter
autoridade de saber quais critérios e finalidades a empresa 6. Compartilhamento: o titular tem o direito de solicitar
usou para tratar os dados. informações sobre com quais entidades seus dados são
compartilhados.
2. Correção: o titular tem o direito de corrigir dados
incompletos, inexatos ou desatualizados. Além disso, o titular 7. Explicação: direito de informação sobre tudo o que será
pode solicitar a anonimização, bloqueio ou exclusão dos feito com o seus dados e inclusive qual será a consequência de
dados. não fornecer seu consentimento para determinada operação
de tratamento de dados.
3. Portabilidade: o titular tem autoridade de solicitar a
transferência de seus dados a outro fornecedor. 8. Oposição: direito de se opor ao tratamento de seus dados
quando o mesmo não estiver de acordo com a LGPD.
4. Eliminação de Dados: o titular pode pedir a exclusão de
seus dados, também chamado de direito ao esquecimento, esta 9. Revisão de Decisão Automatizada: direito de solicitar
exclusão deve ser completa e segura, sem gerar qualquer risco informações claras de critérios e procedimentos utilizados para
de vazamento ou roubo de dados. tomadas decisões, com base em tratamento automatizado de
dados que afetem seu interesse.
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Q u a n d o podemos tratar dados?


A LGPD nos dá 10 hipóteses em que podemos tratar os dados, vamos ver cada uma delas:

1. Mediante o consentimento/autorização do titular; 6. Para exercício regular de um direito em processo judicial


ou administrativo;
2. Para o Cumprimento de uma obrigação legal ou
regulatória; 7. Para a proteção à vida ou da incolumidade física do
titular ou de terceiro;
3. Pela administração pública para o tratamento e uso de
dados necessários para cumprir políticas públicas; 8. Para a tutela da saúde, em procedimento realizado por
profissionais da saúde;
4. Para a realização de estudos e pesquisas, anonimizando
sempre que possível os dados utilizados; 9. Para atender o legítimo interesse do Controlador ou de
terceiro (sempre respeitando os direitos e liberdades
5. Para execução de contrato; fundamentais do titular);

10. Para proteção ao crédito.


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FAQs - PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE A LGPD


O s dados q u e eu ofereço a u m a em p res a Se houver u m vazamento de dados do
p o d e m ser comp artilh ad os c o m terceiros? terceiro c o m q u e m e u comp artilh o dados,
m i n h a e m p re s a p o d e ser responsabilizada?
As empresas não podem compartilhar dados com terceiros
sem o consentimento do titular, lembrando que, esse Sim, é possível que a sua empresa seja responsabilizada. Por
consentimento deve ser explícito. isso é fundamental estudar se os parceiros com quem você
compartilha dados estão em conformidade com a LGPD e se
Únicas exceções a este consentimento são por conta das possuem segurança adequada para a proteção de dados.
obrigações legais, políticas públicas, pesquisas, exercício
regular do direito e a proteção a vida. Para facilitar este estudo faça algumas perguntas ao seu
parceiro, por exemplo, se eles possuem uma política de
privacidade, onde armazenam esses dados, se há segurança
e qual o tipo dessa segurança, ou ainda, se eles têm algum
programa de adequação a LGPD.
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Posso transferir internacionalmente os Q u e m p o d e ser D P O


dados coletados? (encarregado de dados)?

Sim, desde que você cumpra com o que diz a legislação sobre O DPO é o profissional responsável por mapear o fluxo de
a transferência internacional. Uma das hipóteses que a lei dados da empresa e ser a ponte entre a ANPD e a empresa e
traz é a obtenção do consentimento do titular. também ser a ponte entre o titular de dados e a empresa.

Deve-se observar também se o país de transferência de dados Não é necessário que o DPO seja um técnico em T.I. ou um
proporciona uma proteção de dados equivalente as advogado, no entanto é necessário que o D P O tenha u m
exigências da LGPD. Ou, caso o país não tenha legislação conhecimento sobre a lei geral de proteção de dados, gestão
adequada é possível assegurar o respeito à LGPD por de projetos e T.I.
cláusulas contratuais, declarações, selos e certificados de
segurança.

Ainda, os dados podem ser compartilhados


internacionalmente para fins de cooperação jurídica
internacional, entre órgãos públicos de inteligência e
investigação.

Também, é possível transferir os dados internacionalmente


para fins de cumprimento de políticas públicas, proteção a
vida ou obrigação legal.
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O que pode acontecer se eu não seguir a O que pode acontecer se eu não seguir a
LGPD? LGPD?

O descumprimento da LGPD pode trazer para a empresa Para a aplicação dessas sanções é levado em consideração
algumas sanções, são elas: alguns fatores como gravidade, grau do dano causado, a
boa-fé, condição econômica da empresa, reincidência,
• A suspenção parcial do banco de dados por seis meses, existência de cooperação, entre outros elementos de acordo
podendo ser prorrogada pelo mesmo prazo; com a realidade de cada caso.

• Proibição parcial ou total do exercício de atividade É importante frisar que não é necessário um efetivo
relacionadas ao tratamento de dados da empresa; vazamento de dados para que sejam aplicadas sanções,
podem ser feitas apenas pela inadequação de processos e
• Bloqueio ou eliminação dos dados do banco do infrator; protocolos de atividades!

• Multa de até 2% do faturamento da empresa, esse valor


limitado a 50 milhões de reais por infração, além de multa
diária;

• Publicidade da infração.

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