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UNIJUÌ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RS

MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL

DISCIPLINA: Teoria Das Organizações/ Turma 2021


PROFESSORA: Dra. Maria Margarete Baccin Brizolla
ALUNA: Vivian Auxiliadora Laccal Gomes Rauber

RESENHA

MORGAN, Gareth. Imagens da organização: São Paulo: Atlas, 1996

IMAGENS DA ORGANIZAÇÃO

A obra trata da análise do uso de metáforas para entender, analisar, administrar e


planejar as organizações. O uso de imagens, ou metáforas, nos ajuda a entender melhor as
formas das organizações bem como suas dinâmicas de funcionamento, permitindo inclusive
solucionar problemas que se apresentam.
O autor discorre sobre as metáforas utilizadas, iniciando pela visão mecanicista, que
influenciou as formas de pensar e de se entender o mundo. A organização, neste contexto,
passou a ser vista como uma ferramenta, ou mecanismo para atingir uma finalidade,
teoricamente funcionando como uma máquina.
Esta visão é bastante racional e vários estudiosos utilizaram esta metáfora como ponto
de partida para desenvolver métodos, padronizações, regras de forma a maximizar a eficiência
das organizações. A partir das teorias mecanicistas da organização, o engenheiro e teórico
Frederick Taylor desenvolveu princípios que ficaram conhecidos como as bases para a
administração científica. Os métodos desenvolvidos por ele são amplamente utilizados, em
relação ao planejamento, execução e padronização das tarefas buscando a máxima eficiência.
Apesar de inúmeras contribuições desta metodologia para o campo das organizações,
são levantadas algumas das desvantagens da utilização exclusiva da organização mecanicista
(apesar de bastante defendida por diversos teóricos da administração) que são a rigidez, a
desumanização e a perda da espontaneidade da ação humana dentro das organizações, como
analisado pelo sociólogo Max Weber.
O autor segue apresentando outra metáfora para compreensão das organizações, desta
forma organização é apresentada como um organismo. As organizações, assim como
organismos, precisam se comportar de forma a se adequar ao ambiente onde está inserido.
Além de possuir necessidades internas, depende de trocas externas para sobreviver.
Esta forma de análise é bastante interessante pois permite estender a metáfora à vários
níveis. As empresas dependem do ambiente externo para sobreviver devem se preocupar em
preservá-lo, mantendo uma rede de relações para trocas e procurando atuar de forma a não
degradar o meio ambiente onde estão inseridas.
Morgam também propõe a mais seis metáforas para análise, sendo organização
comparada ao cérebro, à cultura, à um sistema político, à prisões psíquicas, à fluxo e
transformação, e à instrumento de dominação.
Todas as metáforas apresentadas são bastante pertinentes, sendo que todas elas
permeiam, em níveis diferentes, as organizações como conhecemos. Por exemplo, o cérebro
seria como um núcleo que recebe a informação e estabelece plano de ação para os demais
setores. Como cultura a organização deve considerar os aspectos de cada parte envolvida.
Como um sistema político, onde se exige que o líder tenha diplomacia e dinâmica de
negociação para atingir os objetivos da organização.
A metáfora da organização como fluxo e transformação tem bastante relevância na
medida em que tudo está em constante transformação, e se transformando muito rápido. As
organizações devem se adequar às mudanças de forma a prolongar sua existência. Já a
metáfora das organizações como instrumentos de dominação traz um aspecto obscuro, porém
realista das organizações e do modo como podem ser prejudiciais.
De forma geral, no decorrer da leitura se torna bastante claro que todas as metáforas
apresentadas, isoladamente, são insuficientes para uma completa compreensão das
organizações. Como bem pontua o autor, as imagens permitem uma análise parcial, pois
nenhuma metáfora sozinha é capaz de apreender tudo que define uma organização.
O uso dessas imagens, ou metáforas, porém, nos dá a possibilidade de várias formas
de análise e interpretação, para compreensão e planejamento das organizações. O livro propõe
que não fiquemos fechados às imagens tradicionais, abrindo as possibilidades de novas
formas de organizações no futuro.

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