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25/07/2021 Cyrano de Bergerac – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cyrano de Bergerac
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Hector Savinien de Cyrano de Bergerac (Heitor Saviniano


de Cyrano de Bergerac) (Paris, 6 de março de 1619 — Cyrano de Bergerac
Sannois, 26 de julho de 1655) foi um escritor e duelista que se
tornou mais conhecido pelos muitos trabalhos de ficção que
têm sido feitos sobre sua vida. Nessas histórias, ele é sempre
retratado com um grande nariz, em especial na peça feita por
Edmond Rostand sobre sua vida. Em uma de suas obras,
publicada em 1657, Bergerac fez a primeira descrição
conhecida de uma máquina feita para viagens espaciais.[1]

Índice
Biografia
Características literárias e pessoais
Obras principais
Notas e referências
Referências bibliográficas
Ver também
Ligações externas
Nascimento 6 de março de 1619
Paris, França
Biografia Morte 26 de julho de 1655
Sannois, França
Cyrano de Bergerac — nascido Savinien de Cyrano — nasceu Nacionalidade francês
em uma família parisiense, e passou a infância em Saint-Forget Ocupação Escritor, soldado
(atualmente Yvelines). Estudou e viveu em Paris, enquanto não
estava em campanha militar. Ele não era, portanto, um gascão. Magnum opus A morte de Agripina
Somente em 1638 adiciona “de Bergerac” a seu nome,
inspirado nas terras que sua família teria possuído. Seu pai era o Senhor de Mauvières e de Saint-Laurent, e
como o antigo nome de Mauvières era Bergerac, da antiga família gasconha,[2] que havia sido proprietária da
região nos séculos XV e XVI, quando deixou a casa paterna e foi para Paris, adotou o nome Bergerac. Muitos
de seus soldados eram gascões, e ele adquiriu muitos de seus costumes, daí o mito de sua origem gasconha.

Contemporâneo de Boileau e Molière, poeta e livre-pensador, assinava suas obras com pseudônimos criativos
escolhidos aleatoriamente. Foi um escritor de sucesso em sua época, e sua primeira obra foi “Le pedant Joué”
(O pedante enganado), que foi escrita para ridicularizar Jean Grangier, então seu professor de retórica.

Aos 20 anos, perdeu a pensão que recebia de seu pai, ao envolver-se num duelo, entrando para o exército, junto
ao Capitão Carbon de Casteljaloux. Supõe-se que Cyrano tenha duelado perto de mil vezes, em especial devido
às brincadeiras que faziam com seu nariz, bastante grande. Teve dois ferimentos em combate, e um deles lhe
deixou uma cicatriz, paralela ao nariz. Destacou-se não apenas como escritor, mas também como espadachim e
soldado.

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Em 1641 deixou o exército, e escreveu suas obras mais importantes: a


peça A Morte de Agripina e dois livros de ficção científica: Histoire
comique des Estats et empires de la Lune ("História Cômica dos
Estados e Impérios da Lua") (1657) e Histoire comique des Estats et
empires du Soleil ("História Cômica dos Estados e Impérios do Sol"),
entre 1642 e 1655. Tais livros foram publicados em 1657 e 1662,
respectivamente, e descrevem jornadas ao sol e à lua. Os métodos do
voo especial que Cyrano descreve são inventivos, e refletem seu
materialismo filosófico.

Há especulações atuais de que Cyrano era homossexual.[3][4] Acredita-


se que, por volta de 1640, ele começou um romance com Charles
Coypeau d'Assoucy, um escritor e músico, relacionamento que parece
ter se estendido até por volta de 1653, quando eles iniciaram uma
amarga rivalidade. Bergerac começou a enviar ameaças de morte a
d’Assoucy, levando-o a deixar Paris. A questão se estendeu a uma série
de textos satíricos escritos por ambos. Bergerac escreveu Contre
Soucidas (um anagrama com nome de seu inimigo), e Contre un ingrat,
enquanto d’Assoucy contra-atacou com Le Combat de Cyrano de
Bergerac avec le singe de Brioché au bout du Pont-Neuf (“A Batalha de
Cyrano de Bergerac numa gravura Cyrano de Bergerac com o Macaco de Brioché sobre a Ponte Nova”).
do século XVII
A personagem Roxane que a peça de Rostand apresenta era uma prima
de Bergerac, que viveu com sua tia, Catherine de Cyrano, em um Convento das “Daughter of the Cross”, onde
Bergerac foi atendido após ter sido atingido por uma viga de construção. Na peça, Bergerac luta no Cerco de
Arras (1640), uma batalha da Guerra dos Trinta Anos, entre França e forças espanholas. Um dos companheiros
de batalha foi o Barão de Neuvillette, que casou com a prima de Cyrano. Contudo, a história da peça
envolvendo Roxane e Christian é ficcional.

Adoeceu, em 1654, após ser ferido na cabeça por uma viga que caiu acidentalmente de uma construção sob a
qual passava, e nunca mais se recuperou completamente.[5] Doente e pobre, ficou sob a proteção do duque de
Arpajon, e posteriormente ficou abrigado pela prima, a baronesa de Neuvillette,[6] morrendo em Sannois, na
casa de seu primo Pierre de Cyrano, em 1655.[7]

Savinien de Cyrano está enterrado na mais célebre necrópole parisiense, o Cemitério do Père-Lachaise. Sua
estátua é o marco de um parque no município francês de Bergerac.

Cyrano de Bergerac é o primeiro a imaginar a viagem espacial.[1] Em seu livro Histoire comique des Estats et
empires de la Lune há o que é considerado a primeira descrição de uma máquina construída para esse fim.[8]
Segundo a descrição o objeto seria uma caixa grande o suficiente para caber um passageiro. Nesta caixa o teto
era feito de cristal oco para focalizar os raios solares. O ar quente se elevava e saía por um tubo na parte
superior enquanto entrava ar pela parte de baixo. Dessa maneira, de acordo com o escritor, a máquina era
impulsionada para cima.[1]

Características literárias e pessoais


Suas obras História Cômica dos Estados e Impérios da Lua, e História Cômica dos Estados e Impérios do Sol
inspiraram várias obras posteriores, tais como Micrômegas, de Voltaire, e Viagens de Gulliver, de Jonathan
Swift.

Questionou os intelectuais de sua época, criando polêmicas relacionadas à religião e crenças tradicionais. Sua
peça A Morte de Agripina foi considerada blasfêmia pela igreja.

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Cyrano foi um livre-pensador e um aluno de Pierre Gassendi, um dignitário da Igreja Católica que tentou
reconciliar o atomismo de Epicuro com o cristianismo. O pensamento racionalista apresentado por Cyrano foi
algo raro na época, pois o iluminismo começou um século após a sua morte. Defendia idéias consideradas
ousadas para a época, tais como a de que a matéria se compõe de átomos e de que os animais são dotados de
inteligência.

Obras principais
Le Pédant Joué (O pedante enganado) – 1637
Les Mazarinades (1649)
La Mort d’Agrippine (A morte de Agripina) – 1654
Lettres (1654)
Histoire comique des Estats et empires de la Lune (História cômica dos estados e impérios da
Lua) - escrito entre 1642 e 1655. Editado em 1657
Le Fragment de Physique (1662)

Notas e referências
1. «O homem que imaginou naves espaciais em 1657» (https://www.bbc.com/portuguese/geral-466
27967). BBC News Brasil (em inglês). 21 de dezembro de 2018
2. Em francês a palavra gasconade pode ser traduzida como fanfarronice, exagero. Na literatura
popular da França o estereótipo do herói gascão, habitante da Gasconha, corresponde a um tipo
fanfarrão
3. Cronk, Nicholas (Introduction), Cyrano de Bergerac: A Heroic Comedy in Five Acts, (Oxford
University Press, 1998), ISBN 0192836439
4. Addyman, Ishbel, Cyrano: The Life and Legend of Cyrano de Bergerac, (Simon & Schuster Ltd,
2008), ISBN 0743286197
5. «The Other World, Afterword» (http://www.bewilderingstories.com/issue54/cyrano41.html#death).
www.bewilderingstories.com. Consultado em 6 de março de 2021
6. Edmond Rostand teria se inspirado na baronesa de Neuvillette para criar Roxana, em sua peça
Cyrano de Bergerac
7. «Cyrano raconte Savinien : ... Et samedi, vingt-six... - CYRANO DE BERGERAC : toute l
information sur cyrano (s) de bergerac, personnage de Edmond de Rostand» (http://www.cyranod
ebergerac.fr/cyrano_savinien_contenu.php?contenu_id=8). www.cyranodebergerac.fr.
Consultado em 6 de março de 2021
8. «Cyrano de Bergerac» (http://authorscalendar.info/bergerac.htm). authorscalendar.info.
Consultado em 21 de dezembro de 2018

Referências bibliográficas
Addyman, Ishbel (2008). Cyrano: The Life and Legend of Cyrano De Bergerac, Simon & Schuster
Ltd.
ROSTAND, Edmond (1976). Cyrano de Bergerac. Abril Cultural, Victor Civita. Introdução:
Mosqueteiro e poeta. [S.l.: s.n.]
VÁRIOS (1985). Cyrano de Bergerac. São Paulo: Editora Teatral. Programa lançado por ocasião
da estréia da peça Cyrano de Bergerac no Teatro Cultura Artística (SP - Brasil). Dir: Flávio
Rangel. [S.l.: s.n.]

Ver também
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cyrano_de_Bergerac 3/4
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Cyrano de Bergerac (peça de teatro)

Cyrano de Bergerac (1950)


Cyrano de Bergerac (1990)
Asteroide 3582 Cyrano.

Ligações externas
Brief biography at Kirjasto (Pegasos) (https://web.archive.org/web/20150214031903/http://www.ki
rjasto.sci.fi/bergerac.htm)
Le Vrai Cyrano de Bergerac (https://web.archive.org/web/20160201161408/http://www.levraicyran
o.com/) (French)—Biography
Cyrano(s) de Bergerac (http://www.cyranodebergerac.fr) (French)—Information on fictional
portrayals versus real person
The Other World: Society and Government of the Moon (http://www.bewilderingstories.com/speci
al/tow.html)—em inglês
Cyrano de Bergerac (http://www.gutenberg.org/etext/1254) no Projeto Gutenberg —em inglês.
Cyrano de Bergerac (http://www.gutenberg.org/etext/1256) no Projeto Gutenberg —em inglês.

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Esta página foi editada pela última vez às 09h32min de 6 de março de 2021.

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