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TATUAPÉ-SP
2021
RA: 1920024
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
MODALIDADES
ENSINO FUNDAMENTAL II
ENSINO MÉDIO
EJA
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................3
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Introdução
Este trabalho conta com três capítulos, cada um irá apresentar um texto, uma
entrevista e a análise de um filme em suas diferentes modalidades de ensino
( Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA). Os temas dos textos
desenvolvido foram os deixados no Card História do Modulo Estágio Virtual do
AVA Sumaré e os filmes também, as entrevistas seguiram as respectivas
perguntas que foram deixadas como orientação no AVA.
Ao ler esse trabalho de estágio poderá refletir sobre temas como diversidade
cultural, o ser humano com construtor da própria história e os desafios
enfrentados pela grande maioria de professores e professoras do nosso país.
Também vai notar os fundamentos básicos da docência pelo ponto de vista de
três professores em modalidades diferentes e através da reflexão das análises
dos filmes verá como a Educação pode ser extremamente importante para a
vida de muitas pessoas.
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Parte I
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Mas foi com a Escola dos Annales no século XX que a fonte histórica
passou a ter uma nova forma de consideração, com os Annales todo vestígio
do ser humano na história, seja esse ser humano de qualquer nação, credo,
etnia ou classe social e posição política deveria ser considerado como fonte
histórica. A partir daí também não foi mais considerada a neutralidade do
historiador mas sim que tudo aquilo que o ser humano produz contém um
objetivo, intenções, parcialidade e influencia. Com isso a história se tornou
menos restritas aos povos “vencedores” e em destaque na história, podendo
assim abranger novos pontos de vista sobre um mesmo período ou
acontecimento na história.
O uso das fontes históricas em salas de aula também pode ser estudada em
analises de filmes e músicas que retratem ou tragam a reflexão sobre temas
abordados em sala de aula. O próprio ambiente escolar também pode ser
usado como fonte histórica de estudo com sua arquitetura (sempre foi assim?
Ocorreu expansões ou modificações?) e como se deu o processo da história da
instituição de ensino dede a idéia e construção até os desafios e marcos de
sua trajetória.
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Há também como possibilidade se a escola tiver material informático
pedir para que os alunos acessem as fontes pela internet ou que trabalhem
pesquisas sobre a tradição oral e apresentem uma aula oral sobre determinado
tema para a turma como contar sobre um aniversário, feriado ou férias
apresentando fotos ou apenas narrando como foi fazendo assim uma aula bem
dinâmica sobre as fontes históricas que os próprios alunos carregam consigo.
Minha mãe foi militante política, presa e torturada durante a Ditadura Militar
Brasileira e o debate político me acompanham desde minha infância.
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exclusivamente na PUC-SP, Universidade onde minha mãe foi presa. No final
do ano do cursinho, os debates políticos me levaram a encarar a educação
como espaço fundamental para a formação humana e cidadã, por essa razão,
escolhi a docência.
Descobri que o aluno era vítima de violência em sua casa e a figura masculina
era uma ameaça a ele, e eu, com posicionamento autoritário reforçava esse
medo. Aquilo foi um choque e a partir disso eu ressignifiquei meu trabalho a
ponto de toda e qualquer relação, com os alunos, pais e colegas de trabalho
ser construída no diálogo, na horizontalidade e sem a expressão do poder.
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mais gostava. A cada dia a morte se aproximava e tentava não perder o
controle por conta disso, procurei em Deus entender o porquê de um garoto tão
jovem, tão alegre e amável ser acometido com essa doença. Quando ele
faleceu, estive por um longo período de tempo no velório e a cena de meu
aluno, meu parceiro, meu amigo dentro do caixão me feriu de tal modo que até
hoje a cicatriz não foi fechada.
Segundo o Censo Escolar de 2017, 58% das escolas do país não possuem
rede de esgoto, 11% não tem água encanada, 53% não dispõe de laboratório
de informática, 65% de acesso à internet, 45% biblioteca e 69% espaços de
acessibilidade. Esse panorama é um impeditivo para as aprendizagens dos
alunos e para o trabalho docente, somado a precarização do trabalho, baixos
salários e pouca perspectiva de plano de carreira.
- O amor, não como sentimento romântico, mas como ato e potência. O amor
como condição de transformação humana, forma potencializar o coletivo, como
forma de criar poesia, como forma de levar a paz, a diversidade e ao mesmo
tempo alcançar o impossível. Sou professor porque sou motivado ao amor,
minha relação com os alunos é a mesma no Ensino Fundamental, no Cursinho
Pré-Vestibular, nos cursos de graduação da Universidade ou na Pós-
Graduação.
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Sou professor porque a docência está relacionada com o privilégio de semear o
amor e volto a repetir que não me refiro a forma romantizada, mas sim, a
potencia política que destrona os poderosos, resgata a dignidade do ser,
perdoa o imperdoável e cria o impossível.
.Dados do Entrevistado:
Telefone: 11 995980159
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Esse professor irá iniciar um ensino não voltado a decoração do que é
certo e errado em sua matéria mas sim o que levou a considerarem ser certo
ou errado, os ensina a pensar por si mesmos e revela aos alunos que eles são
construtores de sua própria história, eles (os alunos) são inspirados desde a
primeira aula com o novo professor onde são ensinados a famosa frase de
Horácio: “Carpe Diem” que em tradução livre significa “aproveite o momento”,
isso os levou a reverem a vida que estavam vivendo, os despertando para suas
verdadeiras paixões e vocações. A cada aula o professor transformava cada
vez mais os alunos, os inspirava e os levava ao pensamento crítico que os fez
ver os problemas presentes em suas vidas.
O filme tem grande relação com a educação real ensinada nas escolas.
É evidenciado de forma que inspira o verdadeiro papel do professor como
construtor intelectual da sociedade e principalmente em sala de aula. O modo
como o cinzento e escuro filtro do filme ganha vida nos momentos em que os
alunos passam de aprender por obrigação para realmente quererem aprender
da a sensação de que houve uma transformação no aluno a partir da aula
ministrada pelo professor e principalmente como a sensação de liberdade e
incomodo com a realidade vivenciada pelos alunos que passam a pensar por si
mesmos leva a crer que a educação quando bem aplicada é libertadora,
transformadora e poderosa.
A educação apresentada por esse professor faz lembrar que cada aluno
contem suas fontes históricas e é uma fonte histórica, moldando o jeito de
como eles se auto enxergavam. Essa educação, esse tipo de aula, esse tipo de
objetivo representado no filme sim pode transformar a sociedade, pode quebrar
barreiras ideológicas e construir pontes de tolerância e convivência, evidencia o
valor do professor e a influencia que ele tem, por fim o filme deixa claro que a
vida é mais do que cumprir padrões estabelecidos por outras pessoas para
nossa vida e a chave para abrir as mentes fechadas é o conhecimento que só
é muitas vezes alcançado através da educação.
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Parte II
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alunos e alunas a complexidade das muitas etnias do Brasil, como por
exemplo, propor pesquisas sobre a presença de alguma etnia como os
japoneses ou descendentes de africanos, sobre suas crenças, seus costumes
e valores. Pode se também pesquisar sobre as influencias que esses povos
têm no nosso dia após dia, assim notarão, por exemplo, que coisas como
narguilê, tabacarias, as esfirras e quibes entre outras coisas são herança do
Oriente Médio que se misturou a cultura brasileira, fazendo parte da nossa
diversidade cultural.
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profissionais e como seres humanos. Então o desenvolver a compreensão
étnico-cultural na sala de aula é um processo revolucionário que durante muito
tempo foi ignorado, mas que agora vem abrindo olhos e corações em nossos
alunos, em nosso tempo, esse ato de expansão da compreensão do
conhecimento étnico-cultural amplia o poder da educação, transformando vidas
na sala de aula.
-Eu sempre gostei de matemática, era considerado um bom aluno, com notas
altas desde o ensino fundamental (6º ano até 9º ano) e no ensino médio, tive
um professor chamado Luiz (apelidado de Luizão), que conversamos algumas
vezes e ele me falou da faculdade, em dar aula e apreender “de verdade” a
matemática, com isso me incentivou e ai iniciei a graduação licenciatura plena
em matemática e física (4 anos de duração), e quando eu passei para o meu
segundo ano de graduação eu estava lecionando, para o ensino fundamental e
médio.
-Sempre tive uma boa relação, primeiro comecei a dar aula com 19 anos,
falávamos a mesma “linguagem” e com passar do tempo, fui apreendendo a
lidar com a questão da adolescência e juventude, e hoje, tenho um projeto que
falo com meus ex-alunos (as) por meio de um bate papo entrevista (live) e
tenho a satisfação de muitos deles quererem conversar.
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e muitos alunos que passaram por lá, estão formados e com sucesso na sua
profissão, isso dá um orgulho enorme como docente e entendendo que fiz
parte da vida escolar deles.
-Eu me cobro muito sobre melhorar e me preparar para as aulas, por isso, eu
me capacito em sites, cursos, leituras de livro, revistas e artigos científicos,
com isso, fiz a graduação em matemática e física, pós-graduação em
matemática pura, pós-graduação em física, pós-graduação em educação em
designer instrumental, participação em congresso de matemática e educação,
e com isso a interação e a troca por meio de compartilhamento ajuda vim
novas idéias para as aulas.
-Sim, eu tenho uma afinidade com a tecnologia, com isso, leciono algumas
aulas pelo meu canal do Youtube (que criei e dou muitas vezes aula por lá) e
dentro das minhas capacitações foco muitas vezes em atividades voltadas para
tecnologia.
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-De que forma você interage com as famílias?
-Como leciono na mesma escola pública, por mais de 20 anos, eu lecionei para
o aluno, que teve filho, e hoje até o neto lecionei, ou seja, eu tenho junto com
os alunos uma parceria muito satisfatória com a família e a comunidade.
Dados do Entrevistado:
Telefone: 11 989766483
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Análise do Filme: Escritores Da Liberdade
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Parte III
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O aluno do EJA não se relaciona com temas infantis por não condizerem
com sua realidade e tudo o que é ensinado no Ensino Médio como forma
preparatória para a vida adulta o aluno do EJA já aprendeu formalmente ou
informalmente na vida através de suas experiências pessoais. A falta de
relação entre o ensino proposto pelo currículo tradicional e a realidade
vivenciadas pelos alunos é um dos principais motivos da evasão do EJA e é
responsável pela desmotivação da entrada de mais alunos ao EJA.
O sujeito cultural que é o aluno deve ser entendido como tal, como
portador e construtor da própria história e como protagonista de sua própria
vida, isso tem que ser considerado em sala de aula, subjetivar o aluno
deixando ele em segundo plano mediante o currículo que tem como primeira
intenção transmitir saberes que muitas vezes nada acrescentam no cotidiano
dos alunos. Os conteúdos teóricos não atendem as soluções ou resoluções
que são necessárias na vida dos alunos, podemos lembrar que as questões de
taxas de cartão de crédito, a estruturação do sistema de classes e seu impacto
na vida deles, a formação histórica do lugar onde vivem e problematizar a falta
de respeito e indiferença mediante a diversidade cultural existente na nossa
sociedade e principalmente em sala de aula.
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diversidade, a compreender a sociedade, a ver os benefícios da Educação na
vida deles, a serem cidadãos de pensamento crítico e reflexivo e a progredir
profissionalmente, intelectualmente e humanamente. É preciso que o currículo
tenha em vista os saberes que causem em efeito o sentimento de fraternidade,
a consciência da desigualdade e que evidencie como é importante o respeito e
a solidariedade, é preciso que os alunos se tornem contrários a todo tipo de
opressão, racismo, perseguição, homofobia e outros fatores que causam
tragédias e conflitos em muitas vidas na sociedade e nas salas de aula. Nessa
diversidade étnico-cultural é preciso sobre tudo conceber o aluno com sujeito
cultural e que cada aluno tem sua etnia, sua religião, sua classe social, sua
liberdade de gênero, sua origem e dialeto. O currículo deve os tornar, se caso
não forem, conscientes dessa diversidade e de todas essas culturas e
enfatizara necessidade de respeito, acolhimento e empatia que todas as
pessoas devem ter.
Comecei:
- O que te levou a escolher essa profissão? Tanto no EJA como fora dele.
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- Respondendo a sua pergunta, digo o seguinte: ser professor para mim é uma
realização pessoal e profissional. Trabalhar com a EJA é um prazer, pois esse
público além ser mais adulto, é um pessoal que tem como objetivo concluir
seus estudos ganhando mais tempo.
- Para muitos a EJA é uma forma de retornar aos estudos, pois sabem que irão
concluir em pouco tempo. Isso faz com que muitos se interessem por esse tipo
de ensino.
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- Não tinha muita afinidade com a tecnologia. Tive de me reinventar com ajuda
de outros colegas. Aprendi muito e até hoje continuo aprendendo, agora, hoje
com menos dificuldades.
- Verdade.
- Há uma interação, sim, com as famílias dos educandos, mas de forma ainda
sem muita efetividade. Ou seja, são poucas as famílias que acompanham. Por
mais que escola tente trazê-las, ainda há alguma resistência.
- Não é de agora.
Isso não quer dizer que eu seja perfeito. Longe disso. Tenho meus defeitos
como qualquer outro. Somos humanos.
- Aposentado!(risos)
Dados do Entrevistado:
Telefone: 11 953931829
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Análise do Filme: O Sorriso de Monalisa
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suas perspectivas e seus sonhos e a trama retrata exatamente o impacto de
todas essa diversidade de cultura e pensamentos com a educação.
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Conclusão
Assim como despertou em mim o desejo de ensinar cada vez mais e ser útil
para alguém espero que esse trabalho possa também causar esse efeito a
quem o ler. Ao leitor ou leitora desse trabalho sobre a ciência história espero
que as abordagens e as temáticas tenham grande poder sobre o vosso modo
de pensar, sobre cada uma que tenta por algum modo trazer a si o lado mais
humano em cada pessoa, tentado desvendar paradigmas e sobressair sobre as
tempestades da ignorância, do racismo, do preconceito e do desamor.
Com muita gratidão ao meu Deus encerro aqui este trabalho de estágio.
Andrei Bastos.
2021