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Isaías 25-36 25.07.

2021

Seguindo o mesmo estilo do que vinha sendo feito, os capítulos em questão tratam
majoritariamente de como Isaías consegue ver para um futuro não muito distante a ruína
das nações estrangeiras e, além disso, versa sobre os acontecimentos que sucederão no
Dia de Iahweh, anunciando o apocalipse. Esses capítulos são extremamente inflamados e
o estilo de Isaías é decididamente impactante. Longe de querer poupar seus concidadãos,
o profeta não se comove com a vontade dos israelenses de “pedir visões que não revelem
o que é reto” e sempre querem ouvir “coisas agradáveis, visões ilusórias”. Ele não tem
qualquer interesse em agradar e só procura a cura de seu povo, mesmo que ela venha do
remédio amargo, mas necessário, que é sua palavra de acusação.
Assim é que a decadência dos povos estrangeiros será anunciada como eminente.
Eles que, outrora, se ergueram e sobrepuseram as terras de Jerusalém sob a inspiração de
Iahweh, por Sua permissão foram bem sucedidos militarmente para flagelo de Israel. As
grandes civilizações, sem consciência disso, creem que suas obras foram única e
exclusivamente provindas de suas mãos humanas. Pretensamente autossuficientes, o
profeta vê para o futuro a queda dessas grandes civilizações arrogantes que querem passar
por inabaláveis. Desse modo, podemos compreender como era assustador para aqueles
que saídos de um modo camponês de vida, viam a rápida construção das grandes
civilizações que iam se fazendo para demonstrar o quão grande as obras humanas podiam
alcançar. Mais assustador ainda, contudo, era a força que possuía Iahweh que podia
destruir tudo isso de uma hora para outra, afinal “da cidade fizeste um entulho”.
Além disso, o apocalipse narrado por Isaías é marcado, como em tudo, pela
descrição de dor e sofrimento tão cara ao profeta. Anúncio de tragédia para aqueles que
não se comprazem nas retas veredas, o dia do Santo de Israel será um acontecimento para
acerto de contas. Tal como a descrição da dor é impressionante, logo acontece também a
contrapartida que o profeta nos mostra no modo como se dará a reconciliação entre Israel
e seu Deus. Celebrado como em um banquete de fartura ímpar, Iahweh convida para a
celebração na qual romperá os véus da ignorância que impedia a bem aventurança. O Dia
de Iahweh será um momento onde teremos purificação para a felicidade suprema de
participação dos mistérios de Deus.
Do que nos narra Isaías, podemos ver uma narrativa muito marcada no chamado
à conversão. O principal objetivo do profeta é que seu povo abra mão de viver de maneira
tão vil e baixa, do jeito como então vivia, e abrace a fé em Iahweh para a condução de
suas vidas. O Dia de Iahweh, longe de ser um acontecimento puramente histórico no
tempo, é uma descrição de como todos os servos de Deus devem suportar as expiações
do pecado e se purificar espiritualmente. A vida assim, seguindo as veredas das Justiça,
leva ao monte onde Iahweh celebra seu banquete. Acontecimento maior na vida de um
sábio, esse banquete é a alegoria da vida bem vivida e que alcançou a plenitude.

Texto do dia 25 de julho de 2021.


Para a leitora ávida e exigente de cartinhas.

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