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Física

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Conteúdo
Vetores............................................................................................................................................3

Cinemática escalar..........................................................................................................................4

Cinemática vetorial........................................................................................................................10

Dinâmica.......................................................................................................................................19

Trabalho e energia.........................................................................................................................25

Estática.........................................................................................................................................27

Gravitação.....................................................................................................................................30

Hidrostática...................................................................................................................................32

Termologia....................................................................................................................................34

Óptica geométrica.........................................................................................................................51

Movimento harmônico simples (MHS)..........................................................................................66

Ondulatória...................................................................................................................................69

O estudo do som...........................................................................................................................74

Carga elétrica................................................................................................................................79

Força elétrica.................................................................................................................................82

Campo elétrico . ...........................................................................................................................82

Corrente elétrica............................................................................................................................87

Resistores......................................................................................................................................88

Geradores......................................................................................................................................90

Capacitores...................................................................................................................................94

Campo magnético.........................................................................................................................96

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Vetores Método analítico


Sejam dois vetores de módulos A e B, e que for-
mam entre si um ângulo a.
Grandezas vetoriais •• Se a = 0º, os vetores são paralelos, têm a mes-
ma direção e mesmo sentido, conforme a figura
Módulo ou intensidade abaixo:

 
Valor numérico da grandeza, acompanhado de A B
uma unidade.
Módulo do vetor resultante será a soma dos mó-
Direção dulos desses dois vetores:
Reta suporte da grandeza; admite dois sentidos.
R = |A + B|
Sentido
Orientação da grandeza. •• Se a = 180º, os vetores são paralelos, têm a
mesma direção e sentidos opostos, conforme
  a figura abaixo:
A B
 
B A

Soma de vetores O módulo do vetor resultante será a diferença dos


módulos dos dois:
Método do paralelogramo
R = |A – B|
Consiste em desenhar um paralelogramo utilizan-
do os vetores como dois lados adjacentes. Veja o de-
•• Se a = 90º, os vetores são perpendiculares, con-
senho abaixo:
forme a figura abaixo:

  
A B A

 
 B
A S 
R

 Módulo do vetor resultante será a raiz quadrada


B
da soma dos quadrados dos módulos dos dois (teo-
rema de Pitágoras).
Método geométrico
Nesse método une-se a origem de um vetor com |R| = A2 + B2
a extremidade do próximo e assim sucessivamente.
Veja o desenho a seguir: •• Se a for um ângulo qualquer, diferente dos men-
cionados anteriormente, os vetores são oblíquos,
 
conforme a figura abaixo:
A B

B 
  B
A S 
A α

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Módulo do vetor resultante entre esses dois veto- Aplicando-se o teorema de Pitágoras conclui-se que:
res será dado pela lei dos cossenos:

|V| = V2x + V2y


|R| = A + B + 2 . A . B . cos a
2 2

Diferença de vetores Cinemática escalar


A diferença vetorial nada mais é do que um caso
especial da soma vetorial. Efetuar a diferença vetorial
entre dois vetores A e B significa realizar a soma do
Referencial
vetor A com o oposto do outro vetor (B). Sendo que
o oposto do vetor B é um vetor idêntico ao vetor ori- Só se pode afirmar que um corpo está em mo-
ginal, porém com sentido contrário. Veja o exemplo vimento ou repouso tomando-se um determinado
com o método geométrico: objeto ou posição como referência.



B Movimento e repouso
A
 Diz-se que um corpo está em movimento em re-
-B
lação a um determinado referencial, quando a sua

-B posição a esse referencial varia com o decorrer do
    
D = A − B = A + ( −B)  tempo. Ao contrário, um corpo está em repouso em
D 
A relação a um referencial se a sua posição a este não
variar.

Componentes de um vetor Trajetória


Todo vetor ( V), inclinado de um ângulo ( ) qualquer É a linha formada pela união dos pontos que repre-
com respeito a determinado sistema de eixos, pode sentam as sucessivas posições de um móvel durante
ser decomposto em dois outros vetores, perpendicu- um intervalo de tempo. É importante ressaltar que a
lares entre si. São os chamados componentes retan- trajetória é relativa ao referencial.
gulares de um vetor: Vx e Vy
Na figura abaixo vemos uma situação na qual a
y relatividade da trajetória se faz presente.

 V como João
Vy João
veria o disco
x
θ 
Vx
P
Da trigonometria do triângulo retângulo é fácil P
concluir que:

Vx = V . cosq Figura 1: na figura tem-se um ponto P em um dis-


co que gira em torno de seu centro e um observador
Vy = V . senq (João), que percebe que o ponto descreve a trajetória
indicada.

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Marcos
∆S = S – S0
como Marcos
veria o disco
S = posição do móvel no instante t.
P
P S0 = posição do móvel no instante t=0.
•• Distância percorrida (d): corresponde ao que o
Quando um observador, como Marcos, móvel efetivamente andou.
olha uma circunferência com uma inclina-
ção, terá a impressão de ver uma elipse.

Velocidade escalar média (Vm)


Figura 2: nessa figura, vemos um outro observa-
dor localizado em outro ponto, percebendo assim, É a razão entre o deslocamento (DS=S–S0) e o tem-
uma outra trajetória para o mesmo ponto. po gasto para efetuá-lo (Dt).

Origem

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como Pedro
veria o disco
P

P ti tf
Pedro

No caso descrito para Pedro, quando ele


olha uma circunferência no seu mesmo pla-
no, terá a impressão de ver uma reta. S=0 Si Sf
DS= Sf – Si
Figura 3: nessa outra figura a trajetória do mes- DS Sf – Si
mo ponto agora é vista de forma diferente para uma Vm= ou Vm=
Dt tf – ti
nova posição do observador.

Unidades S.I.: metro/segundo (m/s).


Deslocamento e Note que, como 1km = 1000m e 1h = 60min e
distância percorrida 1min = 60s, tem-se que:
Considere um móvel que se desloca em uma tra-
km 1000m 1000m 1m
jetória conhecida, um carro em uma estrada, por 1
h
=
60x60s
=
3600s
=
3,6s m
x 3,6
km
exemplo. Fixamos um ponto O, ao qual denomina- s : 3,6
h
1
mos origem, arbitramos um sentido positivo para o 1km/h = m/s 1m/s = 3,6km/h
3,6
movimento e associamos uma escala (km por exem-
plo) como indicado na figura a seguir:

+
Velocidade escalar instantânea (V)
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Origem
Registra os valores da velocidade em cada instante
do movimento do corpo. Por exemplo: um automóvel
S
percorreu 80km de 10h às 11h com a mesma velocida-
de. Parou de 11h às 12h e viajou de 12h às 14h, per-
O
correndo 100km. A velocidade instantânea do auto-
móvel foi: 80km/h de 10h às 11h, zero de 11h às 12h e
Para caracterizar a posição de um móvel num certo 50km/h de 12h às 14h; enquanto que a sua velocidade
instante t, é suficiente fornecer o número s correspon- média foi de 45km/h. Matematicamente tem-se:
dente à posição que ele ocupa (sendo s contada ao
longo da trajetória).
•• Deslocamento (variação de posição) (∆S) é v = lim DS = ds
Dt 0 Dt dt
definido por:

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Aceleração escalar média (a ) •• S = espaço ou posição no instante t.
•• S0 = espaço ou posição inicial
É a relação entre a variação da velocidade (∆V =
V – V0) e o tempo gasto nesta variação. (instante t0 = 0).
•• v = velocidade do móvel.

Dv v–v
am=
Dt
ou am= t – t 0
0
Velocidade escalar relativa
Define-se velocidade escalar relativa do móvel B, em
Unidades S.I.: metro/segundo2 (m/s2).
relação ao móvel A, como sendo a grandeza dada por:

Aceleração instantânea (a) VBA = VB – VA


A aceleração instantânea registra os valores da
aceleração em cada instante do movimento do cor- Temos ainda:
po. Matematicamente tem-se:

VAB = VA – VB e VBA = – VAB


a= Dtlim0 Dv = dv
Dt dt
Assim:
a) quando os móveis caminham no mesmo sen-
Movimento uniforme (MU) tido, o módulo da velocidade relativa é dado
pela diferença entre os módulos das velocida-
É o movimento que se processa sem que a velo-
des de A e B:
cidade escalar mude com o tempo (v = constante e
diferente de zero).
VBA = VB – VA
VA VB
VBA > 0 Se VB > VA
Movimento retilíneo VBA < 0 Se VB < VA
A B

uniforme (MRU)
Corresponde ao movimento mais simples da ci- b) quando os móveis caminham em sentidos
nemática e tem como característica trajetórias sobre opostos, o módulo da velocidade relativa é
linhas retas com velocidade constante. Uma vez que dado pela soma dos módulos das velocidades
a velocidade é constante, a aceleração, que trata da de A e B.
sua variação, é nula ou simplesmente não existe.
VA VB VA VB
Como a velocidade é constante, a velocidade ins- A B A B
tantânea é igual à velocidade média (vm = v). Com
isso, distâncias iguais são percorridas em intervalos VBA = VB – VA
de tempos iguais. VBA > 0 Se VB > VA e também
VBA < 0 Se VB < VA
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t=0s 1s 2s 3s 4s 5s

pos.=0m 10m 20m 30m 40m 50m Situações importantes


•• Saída da origem – caso o móvel esteja partindo
•• Função horária do espaço
da origem, ou o problema não se refira à posição
inicial (o que normalmente acontece), ela será
S = S0 + vt zero (So = 0) e a posição final do móvel coincidirá
com a distância percorrida pelo mesmo. Tem-se
então, a equação anterior mais simplificada:

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S = vt Movimento retilíneo
uniformemente variado (MRUV)
•• Passagem pela origem – ao passar pela origem
É o movimento variado cuja trajetória é uma linha
o espaço é sempre nulo então:
reta e a aceleração escalar instantânea é constante.
Com isso a velocidade sofre variações iguais em tempos
S=0 iguais. Observe o exemplo abaixo:

•• Encontro de móveis – dois ou mais móveis vão t(s) 0 1 2 3 4 5


se encontrar quando suas posições se tornarem
v (m/s) 15 18 21 24 27 30
iguais, isto é, se os móveis A e B se encontraram
num instante tE, então neste instante:
Função horária da velocidade
SA = SB
V = V0 + at
Sendo assim, para encontrar o tempo de encontro
basta igualar as funções horárias dos móveis.
Função horária da posição
Classificação do movimento uniforme
•• Progressivo (V>0) – é o caso em que a partícu- S = S0 + v0t + (½)at2
la movimenta-se no mesmo sentido da orienta-
ção da trajetória, ou seja:
Relação de Torricelli
+
O
V2 = V02 + 2a∆S

•• Retrógrado (V<0) – nesse caso o móvel cami-


Classificação do movimento
nha em sentido contrário à orientação da tra- •• Acelerado – o módulo da velocidade aumenta ao
jetória. longo do tempo:

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0,0m/s 5,0 m/s
5,0m/s 10,0 m/s
10,0m/s 15,0m/s
15,0 m/s
0,0 m/s
O

0,0s
0,0s 1,0s
1,0s 2,0s
2,0s 3,0s
3,0s

•• Retardado – o módulo da velocidade diminui ao


longo do tempo:
Movimento variado (MV)
20,0m/s 15,0m/s 10,0m/s 5,0m/s 0,0m/s
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É um movimento em que a velocidade sofre varia-


ção em seu módulo. Isto é, corresponde ao movimen-
to em que a aceleração não é nula. 0,0s 1,0s 2,0s 3,0s 4,0s

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Sinais de velocidade e aceleração A representação gráfica dessa função é uma pa-
rábola.

Repouso Progressivo Retrógrado espaço a>0 espaço a<0


retardado vértice (V=0)
v=0 v:+ v:– V>0 acelerado
Uniforme V<0
a=0 a=0 a=0 V>0
acelerado
v:+ v:– V<0
Acelerado retardado vértice (V=0)
a:+ a:– 0
tempo
0
tempo
(A) (B)
v:+ v:–
Retardado
a:– a:+
(A) Parábola com concavidade voltada para cima
(a>0).

Gráficos dos movimentos retilíneos (B) Parábola com concavidade voltada para baixo
(a<0).

Gráfico posição x tempo (s x t) Gráfico velocidade x tempo (v x t)


MRU MRU
•• Função horária: Sendo a velocidade constante, a aceleração é nula
e o gráfico é o de uma reta.
S = S0 + Vt
V V>0 V V<0
t
Sendo do 1.º grau a função horária desse movi-
t
mento, trata-se de uma reta.

S
Características
V>0 S V<0
•• Retas acima do eixo do tempo indicam um movi-
t t mento progressivo;
•• Retas abaixo do eixo do tempo indicam um movi-
mento retrógrado;
Características •• A área sob o gráfico indica o deslocamento es-
•• Retas inclinadas ascendentes indicam um movi- calar.
mento progressivo (V > 0);
MRUV
•• Retas inclinadas descendentes indicam um mo-
vimento retrógrado (V < 0); •• Função horária:
•• Retas horizontais indicam que o corpo está em
repouso (V = 0); V = V0 + at
•• A inclinação das retas desse gráfico representa a
velocidade do móvel em cada momento: v = tgα.
Sendo do 1.º grau a função horária desse movimen-
MRUV to, trata-se de uma reta.

•• Função horária: V a>0 V a<0

t
S - S0 = V0t + (½)at2 t

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Características que sofre somente a ação da gravidade resultando
numa aceleração constante (a = g 10 m/s2), como
•• Retas inclinadas ascendentes indicam um movi-
indicado abaixo.
mento com aceleração positiva;
•• Retas inclinadas descendentes indicam que o cor-
po tem movimento com aceleração negativa;
•• Retas horizontais indicam que o corpo está em
MRU;
•• A inclinação das retas desse gráfico representa 0m/s 0s
a aceleração do móvel: a = tgα; 10m/s 1s

•• A área sob o gráfico indica o deslocamento es- 20m/s 2s

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calar.

Gráfico aceleração x tempo (a x t) 30m/s 3s

MRU
•• Função horária: 40m/s 4s

S = S0 + Vt

sendo,
50m/s 5s

a = cte = 0 Nessa figura percebe-se que a velocidade sofre va-


riações iguais em tempos iguais.
A queda livre não depende da massa, do tamanho
a V > 0; V < 0 e nem do peso do corpo. Assim trata-se de um caso
importante de aplicação das equações do MRUV.

t Características
2h
•• Tempo de queda → tq = .
g
g = gravidade local; h = altura de queda.
MRUV
•• Velocidade após cair de uma altura
Sendo a aceleração constante o gráfico é o de uma h → v = 2gh.
reta.
•• Função horária da velocidade → v = gt.
a •• Função horária da posição (altura contada na
vertical com orientação para baixo e origem no
Nesse gráfico a área entre a reta e o
eixo dos tempos é numericamente igual à ponto de lançamento) → h = v0t + gt2/2.
A variação de velocidade.

t1 t2 tempo
Lançamento vertical
Queda livre
No lançamento vertical o corpo é lançado verti-
calmente para cima (ou para baixo) com uma velo-
Queda livre é o movimento vertical descrito por cidade inicial diferente de zero ficando submetido
um corpo que é abandonado (velocidade inicial igual somente a efeitos da gravidade o que resulta, nesse
a zero) num ponto qualquer da superfície terrestre, caso também, num MRUV.
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Características •• Vetor posição inicial: r0 (origem em 0 e extre-
V midade em A).
•• Tempo de subida→ ts = g0 .
•• Vetor posição: r (origem em 0 e extremidade
V0 = velocidade inicial; g = gravidade local.
em B).
•• Tempo de subida ts = tempo de descida tD.
•• Vetor deslocamento: Dr (origem em A e extre-
•• Função horária da velocidade → midade em B).
V = V0 + gt.
•• Função horária da posição (altura contada na Vetor velocidade
vertical com orientação de acordo com a veloci-
dade inicial e origem no ponto de lançamento) Vetor velocidade média (vm)
→ h = V0t + gt2/2.

A
 Observação t0• 
Δr
O sinal da aceleração depende somente da orienta- Dr
Vm= Dt
ção da trajetória e não do fato de o corpo estar subin- B

do ou descendo. t

•• Dr = vetor deslocamento.
Propriedades do lançamento vertical •• Dt = intervalo de tempo = t – t0.
•• Ponto mais alto da trajetória: Altura máxima al-
cançada pelo corpo (hmax). Características
•• No ponto de altura máxima: velocidade é nula •• Módulo (intensidade):
(Se h = hmax ⇒ V = 0). Dr ;
v =|Vm|= Dt
•• A velocidade de chegada é igual e contrária à
velocidade de saída para qualquer ponto de •• Direção: mesma do deslocamento (secante à
sua trajetória. curva);

(Vsaída = – Vchegada). •• Sentido: mesmo do deslocamento.


Note-se que o vetor velocidade média tem sua
direção tendendo para a tangente à medida que o

Cinemática vetorial intervalo de tempo tende a zero.

Vetor velocidade instantânea (v)


Vetor posição e vetor deslocamento A
t0 •
A figura abaixo mostra um corpo que se desloca do 
Δr
ponto A até o ponto B: V = lim Vm
Dt 0

• B

A t


B Características
•• Módulo (intensidade): v =|V|= velocidade
0 escalar instantânea;
•• Direção: tangente à trajetória;
Os vetores indicados abaixo localizam o corpo ao
longo da trajetória. •• Sentido: mesmo do movimento.

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 Importante Características
Imagine uma pedra presa a um barbante colocada •• Módulo (Intensidade):
em rotação. Se o barbante arrebentar em certo pon- DV
am = |am|= Dt ;
to P, ver-se-á que a pedra segue a trajetória retilínea
mostrada a seguir: •• Direção: mesma do vetor variação de velocidade;
•• Sentido: mesmo do vetor variação de velocidade.

 Vetor aceleração instantânea ou


V
P aceleração vetorial ( a )

a = lim am
Dt 0

a) o vetor velocidade instantânea tem direção sem-


pre tangente à trajetória em cada instante e sen-
Características
tido do próprio movimento.
De um modo geral o vetor aceleração aponta para
P(t1) o interior da curva. Dessa forma, pode-se decompor
V2
V1 P(t2) tal aceleração em duas.

Vetor aceleração tangencial ( at )
b) |Vt | = |Vt |, isto é, o módulo do vetor velocidade
1 1
Responsável pela variação do vetor velocidade.
instantânea é igual ao módulo da velocidade
escalar instantânea. Características
•• Módulo (intensidade):

Vetor aceleração
at = | at | = aceleração escalar instantânea;
•• Direção: tangente à trajetória;
Vetor aceleração média (am)
•• Sentido: mesmo do movimento quando este
for acelerado e contrário ao movimento quan-
do retardado.
am= DV
Dt
Movimento acelerado.

•• DV= vetor variação de velocidade. 


V


(DV = V – V0 ) at

•• Dt = intervalo de tempo = t – t0.


Movimento retardado.

V0 
V0 
V
t0•
A B• t •

ΔV


  at
V V

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Vetor aceleração centrípeta (ac) •• velocidade vetorial instantânea e velocidade
escalar instantânea se equivalem em módulo.
Responsável pela variação da direção e sentido do
•• num movimento retilíneo a aceleração centrí-
vetor velocidade.
peta acp é nula e num movimento circular uni-
forme a aceleração tangencial at é nula.
Características
•• Módulo (intensidade):
V2
Composição de movimentos
aC = |aC |=
R
V = módulo da velocidade instantânea e R = Movimento relativo – mudança de referencial
raio da trajetória;
•• Direção: radial; Princípio da simultaneidade de Galileu
•• Sentido: voltada para o centro da curva. “Em todo e qualquer movimento composto, cada mo-
Desse modo, a aceleração vetorial corresponde à soma vimento componente atua independentemente dos ou-
vetorial das suas componentes. Ou seja: a = a t + a C tros e concomitantemente”.
Como já é sabido, o movimento de determinado
corpo depende do referencial sob o qual ele é obser-
vado. Desse modo, um mesmo corpo poderá ter os
a
mais variados movimentos, podendo inclusive estar
at
ac em repouso.
A figura a seguir mostra um ponto P e dois re-
Para calcular-se o módulo do vetor aceleração, ferenciais: S (representado pelos eixos 0y e 0x) em
quando se conhece o módulo das suas componentes repouso em relação às estrelas fixas no firmamento e
perpendiculares, pode-se aplicar o teorema de Pitá- S’(representado pelos eixos 0’y’ e 0’x’) em movimen-
goras: a = a2t + a2c to uniforme relativamente a S.

Como o vetor aceleração tangencial varia o módu- y


lo do vetor velocidade, ele será nulo quando o movi- y’
mento for uniforme, uma vez que nesse movimento o •P
x’
módulo do vetor velocidade é constante. Já nos movi- 0’
x
mentos retilíneos a velocidade não muda de direção, 0
logo, o vetor aceleração centrípeta é nulo.
Assim: Para um observador no referencial S’ o ponto so-
•• quando, em um movimento, o módulo do vetor fre o deslocamento DrP/S’ indicado a seguir:
velocidade instantânea v (que é denominado ve-
locidade escalar instantânea V) for constante, o y,
movimento é denominado uniforme. Podendo,
DrP/S’
portanto ser retilíneo ou não.
•• o módulo do vetor aceleração a t é denominado P

x,
aceleração escalar instantânea (at = a ou γ). Se γ
é constante, o movimento é denominado unifor-
memente variado.
Para um observador no referencial S, tanto o pon-
•• não devemos confundir aceleração vetorial média
to quanto o referencial estão em movimento, desse
com aceleração escalar média e nem velocidade
modo o deslocamento de P em relação ao referencial
vetorial média com velocidade escalar média (nem
S é o vetor DrP/S indicado a seguir:
mesmo em módulo!).

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y ,
y y, X
DrP/S • t=
P
VLA
P DrP/S’

DrS/S’ ,

x,
x,
,
0 0
x •• deslocamento rio abaixo d pode ser calculado
0 com a velocidade horizontal (já que d é um
deslocamento horizontal) e o tempo t de tra-
vessia já calculado anteriormente:
Da figura acima tem-se:
DrP/S = DrP/S’ + DrS/S’ → eq.1
d = vAM . t
Dividindo a equação 1 por Dt (intervalo de tem-
po):
Imagine agora uma roda rolando sobre uma su-
VP/S = VP/S’ + VS/S’ → eq. 2
perfície plana horizontal sem escorregar, de modo
É comum a equação 2 aparecer da seguinte for- que a velocidade do centro da roda em relação à ter-
ma: ra é VC . Vamos calcular os módulos das velocidades
VRESULTANTE = VRELATIVA + V ARRASTAMENTO em relação à terra, dos pontos A, B, D e E assinalados
na figura. (Suponha que o segmento AB é horizontal
 Importante e o segmento DE é vertical).
Imagine uma lancha saindo de uma das margens de D
um rio em direção à outra, com velocidade V1 em rela-
ção à água, de modo que seu eixo fique perpendicular
C VC
à correnteza. A B

Vamos considerar três velocidades:


•• VLA = velocidade da lancha em relação à água. E

•• VAM = velocidade da água em relação à margem. O movimento da roda em relação à Terra pode ser
•• VLM = velocidade da lancha em relação à margem. imaginado como composição de dois movimentos:
Observe a figura a seguir: um de rotação e o outro de translação.

VC D D
d VC VC

B C
C VC C B
A B A VC
vLA vLM
X
VC
VC VC
vAM E E
A Para um observador na Terra, as velocidades dos
pontos podem ser obtidas pela superposição das fi-
•• a velocidade da lancha em relação às margens
guras anteriores.
pode ser calculada aplicando o teorema de Pitá-
goras entre as outras duas velocidades: D
vD = 2vc
vC vA
VLM = V 2LA + V 2AM
A B vC
vC

•• o intervalo de tempo de travessia independe vC


vB = 2 vc
da velocidade da correnteza (sempre), isso nos E
vE = O
possibilita o seu cálculo através da equação:

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Lançamento oblíquo Direção vertical – MRUV
O lançamento oblíquo tem como exemplo mais co- •• Espaço:
mum o lançamento de projéteis. Projéteis são pontos
materiais (ou que tenham o mesmo comportamento) y(t) = y0 + v0y . t – (½) . g . t2
que, após um impulso inicial, continuam seu movi-
mento, no entanto ainda submetido a ação (exclusiva) com
de seu peso. Em qualquer instante de movimento sua v0y = v0. senθ
aceleração resultante é a = g a qual vamos considerar,
a priori, constante (módulo, direção e sentido) durante
todo o movimento. Como, em geral, a duração de tais •• Velocidade:
movimentos é muito pequena comparada à rotação
da Terra, poderemos considerá-la (a Terra) um sistema
Vy (t) = V0y – g . t
de referência inercial e o mesmo acontece com qual-
quer sistema ligado à Terra. com

y
v0y = v0 . senθ
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yMAX Vx = V0x

V0y V0 Vx = V0x
q g
X •• Torricelli:
V0x Vy V

Vy2 = V0y2 – 2 . g. Dy

Equação da trajetória
Para facilitar a análise adote-se xo = 0 e yo = 0 (dis-
Descrição do movimento paro a partir da origem do sistema de coordenadas),
Nesse movimento a única aceleração atuante é a da a equação da trajetória descrita pelo móvel se obtém
gravidade cuja direção é sempre vertical. Desse modo, eliminando-se o parâmetro t entre as equações x(t) =
não haverá aceleração na horizontal e, nesta direção, vo. cosθ . t e y(t) = vo.  senθ . t – (½)g . t2 . Obtém-se:
tem-se um movimento uniforme. Na direção vertical,
a aceleração é constante logo se trata de um movi- g
mento uniformemente variado. y0 = tgθ . x – . x2
2V2 . cos2 q
Equações de movimento
Que é identificado como um “arco de parábola”.
Direção horizontal – MRU Para um projétil lançado a partir do solo tem-se:
Só teremos equação horária para a posição e será •• altura máxima atingida (contada a partir do
do tipo: solo) para um dado vo e θ obtém-se:

x(t) = x0 + vX . t com vX = v0 . cos θ ymáx.= vo2 . sen2 θ/2g = hmáx

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Física
•• alcance horizontal (distância máxima coberta ho- Equação da trajetória
rizontalmente) para um dado vo e θ obtém-se:
A equação da trajetória descrita pelo móvel se ob-
tém eliminando-se o parâmetro t entre as equações:
xmáx. = vo2 . sen2 θ/g

x(t) = vo . t e y(t) = (½)g . t2


•• condição de tiro para alcance horizontal
máximo: Obtém-se:

θ = 45º   e  xmáx. = vo2/g g


y= . x2
2V02
•• ângulos de tiro para alcances iguais: θ e (90 - o

θ) (complementares).
Assim, de uma forma geral tem-se: Cinemática dos sólidos
Sistemas rígidos ou corpos rígidos correspondem
Y
a sistemas de pontos materiais cujas posições relati-
vas são constantes independentes do tempo. Uma
esfera de aço, um banco de roda-gigante, uma cadei-
lançamento com q0=45º ra, um pião etc., são exemplos de corpos rígidos.
45º + a No geral um corpo rígido em movimento não exe-
45º – a cuta um movimento simples. Na grande maioria das
X vezes se trata de um movimento complexo, mas que
O V20
Am =
no entanto, pode ser estudado com o auxilio da te-
g
oria da composição de movimentos. Em outras pala-
vras, um movimento geral é composto da superposi-
Lançamento horizontal ção de movimentos simples ou fundamentais.
Corresponde a um caso particular do lançamento Os movimentos fundamentais de um corpo rígido
oblíquo. Nesse caso, o ângulo de lançamento θ = 0º. são translação e rotação. Qualquer outro movimento
As equações do movimento são: pode ser decomposto em uma sequência de transla-
ções e rotações puras.
Vejamos em particular cada um deles:
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V0x = V0 X
Translação
Vx = V0
g
Neste movimento qualquer segmento de reta to-
Vy V
mado a partir de quaisquer dois pontos distintos A e B
do corpo, se mantém paralelo à posição inicial.

Direção horizontal – MRU


x(t) = v0 . t Posição no
instante t 2
Posição no

Direção vertical – MRUV instante t1

•• Espaço: y(t) = (½) . g . t2


Rotação
•• Velocidade: Vy (t) = g . t com
Trata-se do movimento de todos os pontos do cor-
voy = vo . senθ = 0
po em torno de uma reta fixa que passa pelo mesmo,
•• Torricelli: Vy2 = 2 . g . Dy denominada eixo de rotação.
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Física
•• ∆θ é o deslocamento angular.
•• ∆t é o intervalo de tempo gasto.

A unidade de velocidade angular no S.I. é o radia-
• no/segundo (rad/s); mas também pode ser utilizado
o grau/segundo (º/s).

Velocidade angular instantânea (w)


Propriedades na translação Registra os valores da velocidade angular em cada
1. Numa translação todos os pontos do corpo des- instante do movimento do corpo.
crevem trajetórias superponíveis; qualquer uma Por definição:
delas pode ser considerada a trajetória do corpo.
Essa propriedade é importante para aplicações Dq dq
do centro de massa. w = lim =
Dt 0 Dt dt
2. Todos os pontos do corpo, em cada instante,
têm a mesma velocidade vetorial e a mesma
aceleração vetorial, que se denominam veloci-
Aceleração angular média (gm)
dade e aceleração do corpo em translação. É a relação (razão) entre a variação da velocidade
angular (∆ω = ω – ω0) e o tempo gasto para essa
Propriedades na rotação variação. Assim:

1. Todos os pontos descrevem circunferências em


planos paralelos e cujos centros se acham sobre Dw w–w
γm= Dt ou γm= t – t 0
o eixo de rotação. 0

2. Todos os pontos do corpo, em cada instante,


Unidades S. I.: radiano/segundo2 (rad/s2).
têm a mesma velocidade angular e a mesma
aceleração angular.
Aceleração angular instantânea (g)
3. Para cada ponto do corpo em rotação, a velocida-
de escalar é proporcional à sua distância ao eixo, Ao contrário da aceleração média que mede o
o mesmo acontecendo com o módulo do vetor deslocamento em intervalos de tempos longos, a
aceleração, em cada instante. aceleração instantânea registra os valores da ace-
leração em cada instante do movimento do corpo.
Matematicamente tem-se:
Movimentos circulares
Tratam-se de movimentos em que a trajetória é
uma circunferência ou um arco de circunferência. γ = Dtlim0 Dw = dw
Dt dt
Exemplos: vitrola, ponteiros de um relógio, hélice de
um motor. Uma vez que se trata de um movimento
circular, são percorridos ângulos ao longo tempo. Movimento circular uniforme (MCU)
Quando o movimento circular tiver velocidade es-
Velocidade angular média (wm) calar constante teremos um MCU.

Por definição:
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V1

ac V2
ac V1 = V2 = V3 = V4
wm = Dq
Dt ac V1 V2 V3 V4
V3
V4
Onde:
V4

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Física
Características fundamentais Aceleração no MCU
O MCU é um movimento periódico, isto é, repete- No movimento circular há uma variação na dire-
se em intervalos de tempos iguais. ção do vetor velocidade, existe um vetor aceleração,
•• Período (T): é o tempo gasto para o corpo em caracterizado aqui somente pela aceleração centrí-
movimento completar uma volta, ou seja, retor- peta (ac), uma vez que o movimento é uniforme.
nar ao ponto de origem. A unidade de período
no S. I. é o segundo (s). v
•• Frequência (f): é o número de voltas comple- a
tadas na unidade de tempo. A unidade de fre- r v
quência no S. I. é o Hertz (Hz), mas também é a θ a
utilizado na prática a rotação por minuto (rpm). v
a
A relação entre frequência e período é facilmente
demonstrada como: v

v2
Mostra-se que: aC =
f=1 r
T

Transmissão do MCU
Relação entre grandezas
O movimento circular uniforme pode ser transmiti-
angulares e lineares
do de um corpo a outro através de roldanas, polias e
eixos. Para esses casos, temos duas situações: transmis-
são pelo centro e transmissão pela periferia.
R A transmissão pelo centro ocorre quando dois ou
mais corpos circulares possuem uma união pelo seu
O ∆ ∆ eixo. Nesse caso, a velocidade angular, a frequência e
o período são iguais para todos os movimentos.

Durante o movimento do corpo o deslocamento do


corpo determina um ângulo e também é percorrida R1
uma determinada distância. A relação entre distância 1
percorrida e tempo já foi estudada nos movimento re- R2
ω1 ω2
tilíneos. Aqui, ela vai receber o nome de velocidade
linear ou tangencial (v), para ser distinguida da velo-
cidade angular. w1 = w2 f1 = f2 T1 = T2 V1/R1 = V2 /R2

A sua relação com a velocidade angular é: A transmissão pela periferia ocorre quando dois
ou mais corpos circulares possuem uma união pela
v=ω.R sua parte externa través de polias ou roldanas ou
através de contato direto, como é o caso das engre-
nagens. Nesse caso, a velocidade linear é igual para
Onde R é o raio da circunferência. todos os movimentos.

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Física
Correias ligando as
engrenagens
Funções horárias do MCUV

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Engrenagens encostadas
•• Função horária da velocidade:

ω = ω0 + γt
wB B
wA A
wB
RA B RA A
RB •• Função horária da posição angular:
RB wA

ϕ = ϕ0 + ω0 t + (½ ) γt2
V
R
R
V

Equação de Torricelli
V1 = V2 w1R1 = w2R2 f1R1 = f2R2 Usada quando não se tem a variável tempo:

Movimento circular ω2 = ω02 + 2γ∆ϕ


uniformemente variado (MCUV)
É importante perceber que as equações usadas no
Por definição o movimento circular uniformemen-
movimento circular são as mesmas usadas no movi-
te variado (MCUV) é aquele que apresenta acelera-
mento linear, fazendo, é claro, as devidas correções
ção angular constante e diferente de zero. Assim:
de linear para angular. Lembrando que para isso basta
dividir a grandeza linear pelo raio da trajetória.
MCUV ⇔ γ = cte ≠ 0
Relação entre velocidade linear e
Com uma aceleração angular constante tem-se velocidade angular no MCUV
uma aceleração tangencial também constante. Des-
se modo a partícula tem sua velocidade aumentando Sabe-se que : ∆s = ∆ϕ . R
diretamente com o tempo e a partícula descreverá Dividindo a equação anterior pelo tempo teremos:
espaços cada vez maiores (no movimento acelerado)
ou menores (no movimento retardado).
V=ω.R

V
Sendo R o raio da trajetória.

at Aceleração do MCUV
Durante o movimento circular, há uma variação na di-
reção e no módulo do vetor velocidade, o que determina
então a existência de vetor aceleração total. Assim:

Aceleração centrípeta (aCP):

V2
aCP =
R
A figura anterior mostra uma partícula, com ve-
locidade tangencial aumentando com o tempo, em Sendo: V o módulo da velocidade escalar (tangen-
sua primeira volta. cial) e R o raio da trajetória.

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Física
Aceleração tangencial (at): •• Direção: vertical
•• Sentido: para baixo.

at = a
Força de tração (T)
Assim, o módulo da aceleração tangencial é a ace- Chamamos forças de tração as forças de contato
leração escalar. entre as extremidades de um fio e corpos presos a ele.
Consideramos ideal fios de comprimento inextensível e
Relação entre aceleração linear e massa desprezível.
aceleração angular no MCUV
Força elástica – lei de Hooke
Lembrando que: É constante a razão entre a intensidade F da força
aplicada numa mola e a deformação Dx que ela expe-
Dw Dv rimenta; a constante de proporcionalidade k é uma ca-
g= g= g=a a=g.R
Dt RDt R racterística da mola e denomina-se constante elástica
da mola; simbolicamente:

Dinâmica

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A dinâmica é a parte da mecânica que estuda os F =k ou F = k . Dx
movimentos e suas variações preocupando-se com Dx
suas causas. Dx
A
Estudo das forças
F
Costuma-se definir uma força como sendo o
agente físico, de características vetoriais, responsável
pelas deformações dos corpos (conceito estático) ou
Força normal (N )
pela modificação de seus estados de repouso ou mo- Força sempre perpendicular às superfícies de con-
vimento (conceito dinâmico). tato entre os corpos.
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Ponto de
Linha aplicação
de ação N N
F A N
F
Força-notação
Força de atrito (FA)
tamanho proporcional à Força de interação entre um par de superfícies em
intensidade da força F contato. A principal característica dessa força é que
ela sempre se opõe ao movimento ou à tendência de
Força peso (P) movimento relativo.
Corresponde à ação do campo gravitacional da Ter- De acordo com o estado de movimentação do
ra sobre os corpos que com ela interagem. corpo pode-se ter:
•• força de atrito estático (superfícies em repouso
Características fundamentais relativo);
•• Intensidade: P = mg, onde m é a massa e g o •• força de atrito dinâmico ou força de atrito ciné-
módulo da aceleração da gravidade. tico (superfícies em movimento relativo).
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Física
 Observação 2.ª Lei de Newton (princípio fundamental)
1. a força de atrito estático varia desde zero a um valor
máximo (FAEmáx), isto é: Enunciado da 2.ª lei
A resultante das forças que atuam sobre um corpo
0 FAE FAE max de massa m produz uma aceleração a de forma que:

F = ma
2. a força de atrito de destaque (FAEmáx) é dada por:
Por ser uma equação vetorial, a equação acima rela-
ciona duas grandezas vetoriais, logo F terá mesma dire-
FAE max = mE N ção e sentido de a e também intensidade proporcional.

3.ª Lei de Newton (lei da ação e reação)


µE é o coeficiente de atrito estático.
3. a força de atrito dinâmico é constante e pro- Enunciado da 3.ª lei
porcional à força normal, isto é:
Quando um corpo A exerce uma força (FA) sobre
um corpo B (ação), o corpo B exerce uma força de re-
FAD = mDN ação (FB) igual e contrária sobre o corpo A (reação).

Implicações
µD é o coeficiente de atrito dinâmico (cinético). Isto significa que as forças sempre ocorrem aos pa-
4. tanto µE quanto µD são constantes adimensio- res, sendo que cada membro desse par atua em um
nais que dependem do tipo de material que dos corpos. Cabe salientar que essas duas forças são
constitui as superfícies. iguais em módulo (valor), porém têm sentidos contrá-
5. µE > µD para a maioria dos casos. rios. Essas duas forças (ação e reação) atuam em corpos
diferentes, motivo pelo qual não podem se anular.
Muitas situações do nosso dia a dia se explicam
Leis de Newton pela 3.ª lei de Newton: uma pessoa ao andar, “empur-
ra” o chão para trás e este a “empurra” para frente;
As leis de Newton, também conhecidas como prin- um avião ao voar, “empurra” o ar para trás e este o
cípios da dinâmica, são a base do estudo das causas “empurra” para frente.
do movimento dos corpos.
Força em trajetória curvilínea
1.ª Lei de Newton (lei da inércia)
Reta tangente em P
Inércia

Ft
Tendência que um corpo tem de manter o seu es- Trajetória

tado de movimento ou repouso inalterado. Em ou- at

tras palavras, é a tendência em manter sua velocida- a 
de vetorial constante. P F

aC
Enunciado da 1.ª lei 
FC
Se a resultante das forças que atuam sobre um cor-
po for nula, dizemos que este está em repouso ou
Reta normal em P
movimento retilíneo uniforme (MRU).

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Física
Componente tangencial (Ft) •• Para a figura 1 o movimento é acelerado.

Determina a variação na velocidade escalar ins- •• Para a figura 2 o movimento é retardado.


tantânea.
 Importante
Módulo:

Movimento de corpo num elevador


Ft = mat

Elevador com aceleração ascendente

m = massa do corpo e at = aceleração escalar.


N

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Componente normal ou centrípeta (Fc)
Determina a variação na direção do vetor veloci-
dade.
Módulo: a

FC = maC = m V
2

R
m.g

•• R é o raio de curvatura da trajetória no ponto


considerado.
•• V é o módulo da velocidade escalar instantâ- •• N = força da balança no indivíduo (peso apa-
nea. rente).
•• mg = peso do corpo.
Relação entre as componentes Aplicando a lei de Newton:
Nas figuras abaixo mostramos as acelerações de FR = m.a → N – mg = m.a → N = m(g + a)
uma partícula em trajetória curvilínea.

 
Elevador com aceleração descendente
aT  aT 
V V

 
N
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aC aC
 
a a

O• O•
Figura 2
Figura 1

a = aC +at

m.g

•• at → aceleração tangencial → modifica o mó-


dulo da velocidade instantânea.
•• ac → aceleração centrípeta → modifica a dire- Para esse caso:
ção da velocidade instantânea.
FR = m.a → mg – N = m.a → N = m(g – a)

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Física
Plano inclinado Vamos inicialmente determinar os eixos de referên-
cia para montar as equações:
Sem atrito
y
A figura abaixo mostra as forças atuantes em um
corpo que se encontra sobre um plano inclinado liso. Fa N

mg.senα
N
mg.cosα x

mg α
mg

α Aplicando a 2.ª lei de Newton:


Eixo y: N = m.g.cosα (não há aceleração em y).
Vamos inicialmente determinar os eixos de referên- Eixo x: para o atrito tem-se:
cia para montar as equações:
Fa = µ.N= µ.m.g.cosα.
Assim:
y
m.g.senα – µ.m.g.cosα = m.a ⇒ a = g.(senα –
N
µ.cosα).

mg.senα
A centrípeta e a segurança nas curvas
mg.cosα x
Toda vez que um corpo descreve uma curva, sua
mg velocidade vetorial varia em direção. Pelo princípio
α
fundamental da dinâmica, as forças que atuam no
corpo devem garantir a aceleração centrípeta que é
Aplicando a 2.ª lei de Newton: responsável por essa mudança.
Eixo y: N – m.g.cosα = 0 → N = m.g.cosα (não há Numa curva plana e horizontal a força responsável
aceleração em y) pela centrípeta é o atrito. Em alguns casos quando o
Eixo x: m.g.senα = m.a ⇒ a = g.senα atrito não é suficiente o carro pode derrapar, isto é, des-
lizar para fora da curva. O carro tem maior tendência de
Com atrito derrapar se fizer a curva com maior velocidade, ou se a
curva for muito fechada, isto é, de pequeno raio.
A figura abaixo mostra as forças atuantes em um
corpo que se encontra sobre um plano inclinado. Na Uma análise matemática nessa situação mostra-nos
situação representada na figura o coeficiente de atrito que a velocidade de um carro na curva depende do raio
entre o corpo e o plano vale µ e o movimento é para e do coeficiente de atrito µ. Assim, caso o coeficien-
baixo ao longo do plano. te de atrito entre os pneus e a estrada for pequeno, a
velocidade máxima possível diminui e a segurança do
N veículo é, desse modo, afetada. Algo parecido pode
Fa ocorrer quando a superfície da pista está coberta com
uma camada de areia. Esta areia diminui o coeficiente
de atrito entre as superfícies em contato.
mg Uma maneira de se resolver essa situação e ga-
rantir o máximo de segurança é construir estradas
α
sobrelevadas, como indicado a seguir:

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Física
N Força constante

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N
Quando a força aplicada ao corpo é constante a
acp
Fcp m
Fcp expressão do impulso é dada por:

q I = F.Dt
P
P = mg

| t|
Quando a pista não é horizontal, mas tem um cam- I
F
bamento, a força normal à estrada deixa de ser verti-
cal e terá uma componente centrípeta, que contribuirá
para a força centrípeta. Unidade SI de impulso: [Ns]=[kg.m/s]
Assim, como somente as forças N e P atuam decisi-
vamente, a resultante centrípeta FCP será o resultado Força variável
da adição vetorial das forças normal e peso. Cálculo do impulso através do gráfico F x t:
F
Da figura acima tem-se: tg θ = CP
P F
Como: |I | = Área
v2
FCP = m e P = mg →
R
I
mv2
v2 t
tg θ = R → tg θ =
mg Rg
Teorema do impulso
“O impulso da resultante das forças que agem so-
Quantidade de movimento bre um corpo é igual a variação da quantidade de

(momento linear ou movimento”.

momentum) de um corpo I = DQ
Grandeza física vetorial dada pelo produto da
massa de um corpo pela sua velocidade vetorial ins-
tantânea.
Conservação da quantidade
v
Q de movimento
Q = m.v
Quando a resultante das forças externas que agem
em um sistema é nula, consequentemente o impulso
Unidade SI de quantidade de movimento: também será e a quantidade de movimento se con-
[kg.m/s] serva.

Impulso de uma força Q inicial = Q final


Q x inicial = Q xfinal
Q yinicial = Q yfinal
Grandeza física vetorial dada pelo produto da for-
ça aplicada em corpo pelo intervalo de tempo decor-
rido durante a aplicação da força.
Colisões unidimensionais
Uma colisão corresponde à aproximação mútua en-
I = F.dt
tre dois corpos. Quando dois corpos se encontram, ou

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Física
colidem, existe uma interação entre eles que pode ou Fase de restauração (restituição)
não mudar a velocidade de cada um. Em uma colisão
as forças que atuam no sistema são do tipo internas
e impulsivas. Sendo internas, o sistema é mecanica-
mente isolado, não havendo, portanto, variação na
quantidade de movimento. Ocorre também que numa
colisão nem sempre a energia cinética do sistema se
conserva.
Essa fase pode não existir dependendo do tipo de
As forças de interação no choque entre os corpos choque entre as superfícies. Essa fase se inicia no mo-
são internas, e por isso, têm impulso resultante nulo. mento em que a força de interação mútua atinge seu
maior valor quando, a partir de então, ocorre uma di-
Força atuante durante colisão minuição na intensidade dessa força e os corpos ten-
Uma colisão é caracterizada pelo fato de haver uma dem a se afastar um do outro.
mútua interação entre as superfícies em contato. Essa
interação se torna clara pelo fato de as superfícies se Elementos do choque
deformarem mutuamente. Assim, durante a colisão
existe um par de forças atuando nesse contato. Essas
Coeficiente de restituição
forças são impulsivas tendo portanto, uma duração
muito pequena e intensidade elevadíssima cujo gráfi- O coeficiente mede a elasticidade da colisão. Ma-
co típico é mostrado a seguir: tematicamente tem-se:

FORÇA Vrel Afas


e=
Vrel Aprox

TE MPO Ex. 1:

10m/s 5m/s 8m/s 11m/s

Fases de uma colisão e=


11 – 8
=
1
10 + 5 5
Durante uma colisão podem-se destacar duas fa-
ses, as quais caracterizarão a colisão. Ex. 2:

Fase de deformação 10m/s 5m/s 3m/s 8m/s

8–3
e= =1
10 – 5

Ex. 3:

4m/s 3m/s
Nessa fase as superfícies são deformadas mutu-
amente até que uma pare em relação à outra. Nes-
se momento a força de interação entre elas atinge
3–3
o máximo valor e, consequentemente, a aceleração e= =0
4–0
produzida também será máxima.

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Física
Tipos de choque O impulso sofrido durante a deformação é igual,
em módulo, ao impulso sofrido durante a restituição.
Os choques podem ser classificados sob três formas: Dessa forma o gráfico da força é simétrico.

Choques inelásticos ou plásticos Valores do coeficiente de restituição


É o tipo de choque, em que os corpos, após a coli- •• e = 0 (choque perfeitamente inelástico).
são, se movimentam juntos e com a mesma velocida-
•• e = 1 (choque perfeitamente elástico → con-
de. Nesse tipo de choque a energia cinética diminui
servação total da energia).
após a colisão, devido à perda de energia sob forma
de calor, som e deformações permanentes. •• 0 < e < 1 (choque parcialmente elástico).

FORÇA

Trabalho e energia
Trabalho de uma força
TEMPO

Choques parcialmente elásticos Força constante


Nesse tipo de choque os corpos se movimentam
separados e com velocidades diferentes após a coli- Trajetória retilínea
são. Aqui a energia cinética do sistema também di-

minui após a colisão. F

FORÇA
θ d

A B

TEMPO τ = F . d . cosθ

Nesse caso o impulso sofrido durante a deforma- Unidade S.I.: joule = newton x metro = J = N.m
ção não é igual, em módulo, ao impulso sofrido du-
rante a restituição. Dessa forma o gráfico da força é Casos especiais
assimétrico. •• F e d têm a mesma direção e o mesmo sentido.
O trabalho é dito motor, pois favorece o desloca-
Choques perfeitamente elásticos mento. O ângulo é 0º, como cos0º=1, a fórmula se
Nesse tipo de choque os corpos se movimentam simplifica assim:
separados e com velocidades diferentes após a coli-
são. Ao contrário dos tipos anteriores, a energia ciné- τ=F.d
tica do sistema se conserva após a colisão.
•• F e d têm a mesma direção e sentidos opos-
FORÇA tos. O trabalho é dito resistivo, pois é realizado
contra o deslocamento. O ângulo é 180º, como
cos180º = -1, a fórmula se simplifica assim:

TEMPO
τ=–F.d

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Física
•• F e d têm direções perpendiculares. O ângulo Trabalho resultante ou trabalho
é 90º, como cos90º = 0, o trabalho será nulo:
τ=0
da resultante
Soma dos trabalhos de todas as forças atuantes
Força variável no sistema.
O trabalho é calculado a partir do gráfico da força
X deslocamento (posição). Energia cinética
É a energia devido ao movimento.
f(x) [f x d]
fB

EC = m . V
2

fA
A t = área
Teorema da energia cinética
A B x “O trabalho da resultante das forças é igual à va-
riação de energia cinética”.
O trabalho é numericamente igual à área sob a Matematicamente:
curva.

Sinal do trabalho τ = EC FINAL – EC INICIAL

•• Se τ > 0 a força cede energia ao corpo.


•• Se τ < 0 a força retira energia do corpo.
Energia mecânica e sua
conservação
Trabalho de forças particulares
Cinética (EC)
Trabalho da força PESO:

m . V2
τ = ± mgh EC =
2

(+) para movimentos descendentes e (–) para mo-


Potencial (EP)
vimentos ascendentes.
•• Gravitacional: EPg = m.g.h
Trabalho da força elástica
k.x2
•• Elástica: EPEL =
K (x 2 – x 2) 2
t=
2 2 1

•• Mecânica: EM = EC + EP
F
F2 Princípio da conservação
A energia não pode ser criada nem destruída, só
τ pode ser transformada. Isso é notado quando a ener-
F1 gia mecânica das águas em queda é transformada
x1 x2 x em energia elétrica, a energia mecânica de um corpo

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Física
pode ser transformada em energia sonora e térmica. Equilíbrio do corpo extenso
Devido ao atrito, a energia orgânica dos alimentos é
transformada em energia mecânica pelo nosso corpo, A condição de equilíbrio de um ponto material
a energia elétrica é transformada em energia sonora é válida para corpos extensos (pense nos mesmos
por um rádio etc. como um conjunto de pontos materiais). Porém para
estes corpos temos que garantir ainda outra condi-
Transformação da energia ção: a ausência de rotação.

A energia está constantemente se transformando, Momento de uma força


mas não pode ser criada nem destruída.
Como visto acima, no caso de um corpo exten-
•• Em uma usina hidrelétrica, a energia mecânica
so, deve-se também levar em consideração a rota-
da queda d’água é transformada em energia
ção que ele pode vir a sofrer. A grandeza física que
elétrica.
relaciona força e rotação sobre um eixo é chamada
•• Em uma locomotiva a vapor, a energia térmica de momento ou torque. Para se entender bem essa
é transformada em energia mecânica para mo- grandeza deve-se começar percebendo que é mais
vimentar o trem. fácil abrir uma porta quando aplicamos a força cada
•• Em uma usina nuclear, a energia proveniente vez mais distante do eixo de rotação. Portanto há
da fissão dos núcleos atômicos se transforma uma relação entre a força aplicada e a distância do
em energia elétrica. ponto de aplicação ao eixo de rotação. Essa relação é
•• Em um coletor solar, a energia das radiações denominada momento ou torque.
provenientes do Sol se transforma em energia

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térmica para o aquecimento de água.

Estática F

Estática é a parte da Mecânica que estuda os


corpos em equilíbrio.

Equilíbrio de um ponto material Definimos momento (M) em relação a um referen-


cial, no caso o ponto A, como sendo o produto da
A condição de equilíbrio de um ponto material é a
força aplicada a um corpo pela distância dessa força
manutenção constante da nulidade da resultante do
até o ponto de referência.
sistema de forças aplicadas neste ponto (FR = 0).
Um ponto material pode estar em equilíbrio das d
seguintes formas: •• A

Equilíbrio estático F

É aquele no qual o ponto está em repouso, isto é,


sua velocidade é nula no decorrer do tempo. Por definição:

Equilíbrio dinâmico M= ± F.d


É aquele no qual o ponto está em movimento re-
tilíneo uniforme, isto é, sua velocidade é constante
em módulo (v = cte), diferente de zero e também O momento é uma grandeza vetorial, mas por es-
mantém a mesma direção e sentido. tarem a força e a distância no mesmo plano de ação

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Física
podemos considerar somente seus módulos e adotar
M R = ∑M = M1 + M2 + ... Mn
uma convenção para o sinal do momento.

Caso a força aplicada forneça uma


Equilíbrio estático de
rotação em relação ao ponto de refe-
rência no sentido anti-horário, tere- um corpo extenso
mos momento positivo: As condições necessárias e suficientes para que
um corpo extenso, isto é, de dimensões não despre-
+ zíveis, se mantenha em equilíbrio estático são:

Caso a força aplicada forneça uma C A resultante de Essa condição faz


rotação em relação ao ponto de re- O todas as forças que Fx=0 com que o corpo não
1.ª nele agem é nula. FR = 0 tenha movimentos
ferência no sentido horário, teremos N Fy=0 de translação.
momento negativo: D
I A soma algébrica Essa condição faz
Ç dos momentos de com que o corpo não
– Õ 2.ª
todas as forças que ∑ M= 0 tenha movimento de
nele atuam em re- rotação.
E lação a um mesmo
S ponto é nula.

 Observação
1. corpo rígido é aquele em que as posições de suas Máquinas simples
partículas (macroscópicas) não se alteram em re-
lação a um referencial fixado no próprio corpo. São dispositivos práticos que permitem a obtenção
de forças muito intensas a partir de forças pouco inten-
2. denomina-se binário um sistema formado por
sas, ou ainda o redirecionamento de determinada força.
duas forças de mesma intensidade e mesma di-
reção, porém de sentidos opostos e aplicadas
Alavanca
em pontos distintos, cujas linhas de ação se en-
contram a uma distância d, chamada de braço De forma simplificada pode-se dizer que uma ala-
do binário. vanca é uma barra que pode girar em torno de um pon-
to de apoio. Temos três tipos de alavancas:

P
F Alavanca interfixa IESDE Brasil S.A.

N
d B O A
–F F
Q R

•• F = força motriz ou força potente.


•• R = força resistente ou resistência.
Em que:
Momento resultante •• N = força normal de apoio.
O momento resultante de um sistema de forças •• AO = braço da força motriz.
em relação a um ponto é a soma algébrica dos mo- •• OB = braço da força resistente.
mentos das forças componentes em relação ao mes-
Como exemplos, podemos citar as balanças e as
mo ponto. Assim:
tesouras.

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Física
Alavanca inter-resistente

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N F
B
O A
R

Note-se que nessas polias:


Como exemplos, temos o carrinho de mão e o
•• Fm = força motriz ou força potente.
quebra-nozes.
•• R = força resistente ou resistência.
Alavanca interpotente •• |Fm| = | R |

IESDE Brasil S.A. Talha exponencial


F
Consiste em uma associação de polias móveis com
O B
N A uma só polia fixa, como se mostrou na figura acima.
R
Na próxima figura temos:

Exemplos: pinça e o pegador de gelo.

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Condição de equilíbrio de uma alavanca Fixa Fixa Fixa

R N F
M1 M1
R
B O A F=R/4

R . BO = F . AO F=R R F=R/2
M2

Essa relação, embora demonstrada para a alavan- VM=1 VM=2


ca interfixa, é válida também para as alavancas inter- R VM=4=22

resistentes e interpotentes.
Montagens sugeridas para desenvolvimento da
Polias ou roldanas talha exponencial.

De forma simples constitui-se de um disco que


pode girar em torno de um eixo que passa por seu R
F=
centro. As polias podem ser fixas ou móveis. Nas fixas 2n
os mancais, seus eixos, permanecem em repouso em
relação ao suporte onde foram fixados. Nas móveis,
tais mancais se movimentam juntamente com a carga
que está sendo deslocada pela máquina.

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Física
Vantagem mecânica As elipses possuem excentricidades no intervalo:
0<e<1
Denomina-se vantagem mecânica da talha a rela-
ção entre a força resistente e a força motriz. As circunferências podem ser vistas como elipses
R em que c = 0, portanto, e = 0 e a = b = R.
Vantagem mecânica =
Fm Como as excentricidades das órbitas de quase to-
dos os planetas do sistema solar são pequenas, du-
VM = 2n rante muito tempo acreditou-se que se tratavam de
n = n.0 polias móveis circunferências e não de elipses. Somente a partir das
observações acerca da órbita de Mercúrio é que Ke-
pler determinou que as órbitas eram todas elípticas,
sendo a maioria de pequena excentricidade, confor-
Gravitação me a tabela abaixo.

Leis de Kepler Planeta e


Mercúrio 0.2
1.ª Lei – lei das órbitas Vênus 0.07
As órbitas dos planetas em torno do Sol são elip- Terra 0.02
ses, com o Sol ocupando a posição de um dos focos. Marte 0.09
Júpiter 0.05
2c
Saturno 0.06
y
Urano 0.05
Netuno 0.009
d1 d2

2b  Observação
x
F1 F2
Na verdade, o foco da elipse que determina a órbita
de cada planeta não é ocupado pelo Sol, mas sim pelo
centro de massa do sistema solar. No entanto, como o
2a
Sol representa cerca de 99,8% da massa total do sis-
tema solar, a sua posição difere pouco da posição do
Em uma elipse, destacam-se os seguintes elemen-
centro de massa do sistema e, portanto, não se comete
tos:
um erro muito grande ao se fazer essa simplificação.
•• F1 e F2 → focos;
•• a → semieixo maior (raio médio);
•• b → semieixo menor;
2.ª Lei – lei das áreas
•• c → semi distância focal; As áreas determinadas pela trajetória do planeta e a
posição do Sol são diretamente proporcionais aos inter-
Equações principais:
valos de tempo que o planeta gasta para percorrê-la.
a–b
e= → Excentricidade DT1
a+b
A1
x2 y2 → Equação canônica (simplificada)
+ =1
a2 b2
A2

d1 + d2 = 2a → Definição
DT2

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Física
Dessa forma, temos que: Força gravitacional

A1 A
= 2 = cte G.M.m
DT1 DT2 F G=
d2

A 2.a lei de Kepler mostra que os planetas se mo- m


FG
vem mais rapidamente no periélio (posição mais pró-
xima do Sol) e mais lentamente no afélio (posição
mais distante do Sol) pois se tomarmos áreas iguais FG d
em torno dessas posições (conforme a figura acima)
teremos intervalos de tempos iguais. Como a base em
M
torno do periélio é maior do que a base em torno do
afélio para um mesmo intervalo de tempo então tem-
se que o planeta deslocou-se com maior velocidade
no primeiro caso.  Observação
G = 6,67 . 10 -11 N. m2 / kg2
3.ª Lei - lei dos períodos
As razões entre os quadrados dos períodos dos pla-
netas no movimento de translação em torno do Sol
e os cubos dos raios médios (semieixos maiores) das Campo gravitacional
respectivas órbitas fornecem todas o mesmo valor.
m

h
M
R
T2

Sol T1
R2 R1 d

R3 FG G.M G.M
g= g= ou gh = (R + h)2
T3 m d2

como
T12 T2 T2
= 23 = 33 = cte 2
R13
R2 R3 G.M ⇒ g = g . R
gsup = sup R + h
R2 h

Gravitação universal de Newton Velocidade de órbita, velocidade


A força gravitacional entre dois corpos é direta- angular e período
mente proporcional ao produto de suas massas e in-
versamente proporcional ao quadrado da distância A força gravitacional atua como resultante centrí-
entre seus centros de massa. peta do movimento circular. Logo:

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Física
Por conservação de energia, temos:
G.M.m = m . v0
2
FG= F cpt V0= G.M
d2 d d ECIN,0 + EPOT,0 = ECIN,F + EPOT,F

m . vE2 G.M.m
V
w0= 0 w0= G.M – =0 VE= 2. G.M
d d3 2 R R

2p d3
T=w
0
T = 2p
G.M Hidrostática
Elevando a última expressão ao quadrado, temos:

Massa específica ou
d3 T2 = 4p2 = cte
T = 4p . densidade absoluta ( ):
2 2
G.M d3 G.M

Que traduz exatamente a 3.a lei de Kepler!


Por definição: =m
V
Energia potencial gravitacional
Unidade de massa específica (SI): [kg/m3]

Epot, grav = – G.M.m


d
Densidade relativa
É um adimensional dado pela razão entre duas
O sinal negativo indica que quanto mais afastados massas específicas de duas substâncias distintas.
estiverem as massas, maior a energia potencial do Ex: douro/alumínio = 7,15; dHg/Água = 13,6
sistema, ou seja, mais próximo de zero, conforme o

Peso específico
gráfico a seguir:

EPOT, GRAV Por definição:

Peso P
= = = .g
0 d Volume V

Unidade de peso específico (SI): [N/m3]

Pressão
Fn
Por definição: p= , sendo:
A
 Observação
•• Fn = Intensidade da componente normal de
Para o gráfico anterior, consideraram-se ambas as uma força aplicada a uma superfície.
massas como puntiformes. •• A = área da superfície.

Fn
Velocidade de escape F
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Velocidade mínima necessária para ser lançado da q Ft


superfície de um planeta ou satélite e alcançar o infi-
nito com velocidade nula.
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Física
Unidade de Pressão (SI): [N/m2] = [Pa]; pascal. Vasos comunicantes
Utilizam-se também outras unidades práticas de
Uma consequência prática do teorema de Stevin
pressão (utilizando g = 9,81m/s2):
é a distribuição dos líquidos quando em um sistema
•• bária [ba] = [dyn/cm2] → 1Pa = 10ba de vasos comunicantes, ou seja, um recipiente com
•• atmosfera padrão [atm] = [kgf/cm2] → 1atm = vários ramos que se comunicam entre si.
9,8. 104Pa ≅ 105Pa

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•• milímetros de coluna de mercúrio [mmHg] →
760mmHg = 1,01. 105Pa
•• metros de coluna d’água [mca] → 10mca =
1,01. 105Pa
A B C
Pressão exercida por uma
coluna de líquido
IESDE Brasil S.A. Experiência de Torricelli
Vácuo

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Hg
h P
760mm

A
Hg

Um discípulo de Galileu, Evangelista Torricelli,


gAh
p= F=P= p = gh resolveu fazer a experiência com um líquido mui-
A A A
to denso: o mercúrio. Tomou um tubo de vidro de
1,30m de comprimento, fechado em uma extremida-
de, encheu-o completamente com mercúrio e, tam-
Teorema de Stevin pando a extremidade aberta, emborcou-o num reci-
“A diferença de pressões entre dois pontos de um piente contendo mercúrio também. Ao destampar o
líquido homogêneo em equilíbrio sob a ação da gra- tubo, Torricelli verificou que a coluna de mercúrio no
vidade é dada pelo produto massa específica do lí- tubo descia até o nível de aproximadamente 76cm
quido pelo módulo da aceleração da gravidade local acima do nível do mercúrio do recipiente, formando-
e pelo desnível entre os pontos considerados”. se vácuo na parte superior do tubo (na verdade esse
espaço fica preenchido com vapor de mercúrio, mas
esse fato não é relevante para a experiência).
p2 – p1 = µ.g.h
Torricelli concluiu que a coluna de mercúrio era
equilibrada pela atmosfera através de sua pressão. Ao
nível do mar, num local onde g = 9,8m/s2, a coluna de
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h1 mercúrio tem a altura de 76cm ou 760mm.

1 h2
Teorema de Pascal
h
“Um incremento de pressão comunicado a um pon-
2 to qualquer de um líquido incompressível em equilíbrio
transmite-se integralmente a todos os demais pontos
do líquido, bem como às paredes do recipiente”.
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Física
Pressão absoluta e Termologia
efetiva (hidrostática)
Temperatura
Pressão efetiva (hidrostática ou
É a grandeza física diretamente associada ao grau
manométrica)
de agitação das moléculas.
É a pressão exercida pela coluna de líquido. •• Aumento na agitação molecular → Aumento
na temperatura.
Phid = µ.g.h
Calor
É a energia em trânsito de um corpo para outro
Pressão absoluta em decorrência da diferença de temperatura existen-
É a pressão da superfície do líquido (normalmente te entre eles. Dessa forma nenhum corpo possui ca-
é a pressão atmosférica) somada à pressão exercida lor. Deve-se então observar que um corpo com tem-
pela coluna de líquido. peratura elevada quando colocado nas proximidades
de outro com temperatura menos elevada, “resfria”
enquanto que o último “aquece”, havendo, então
Pabs = po + µ.g.h um fluxo de calor do corpo com maior temperatura
para o de menor temperatura.

Teorema de Arquimedes  Observação


“Quando um corpo é imerso totalmente ou par- O calor sempre passa espontaneamente de corpo
cialmente num fluido em equilíbrio sob a ação da de maior temperatura para o de menor temperatura.
gravidade, ele recebe do fluido, uma força denomi-
nada empuxo, vertical, para cima e com intensidade
igual ao peso de fluido deslocado”.
Equilíbrio térmico
E = µVig “Dois ou mais corpos estão em equilíbrio térmico
quando suas temperaturas são iguais”.
Sendo, Vi = volume imerso.
 Observação
O funcionamento dos termômetros clínicos baseia-
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se no equilíbrio térmico.

Lei Zero da termodinâmica


“Sejam três corpos A, B e C. Se A e C estão em
equilíbrio térmico e, da mesma forma, B e C também
estão em equilíbrio térmico, então A e B estão em
equilíbrio térmico”.

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Física
Grandeza termométrica e •• Fahrenheit: adota-se os valores 32 e 212 para o
1.0 e 2.0 pontos fixos respectivamente. O inter-
substância termométrica valo é então divido em 180 partes.
•• Kelvin (absoluta): assume os valores 273 e 373
Substâncias termométricas para os pontos fixos 1.0 e 2.0 respectivamente. O
Têm suas propriedades físicas alteradas conforme a intervalo entre os pontos fixos é dividido em 100
temperatura varia. partes iguais.
Nas escalas termométricas o 0º não indica o me-
Grandezas termométricas nor nível de energia, isso somente acontece na escala
absoluta. Pode-se inferir a seguinte relação de pro-
São grandezas físicas que se alteram com a variação
porção entre os valores lidos nas escalas.
de temperatura e permitem mensurá-la.
qc qf – 32 qk – 273
Escalas termométricas 5
=
9
=
5

Trata-se de um conjunto de valores arbitrários da


Para as variações de temperatura vale:
grandeza termométrica e da temperatura correspon-
dente. Por serem valores arbitrários pode-se cons-
Dqc Dqf Dqk
truir uma diversidade muito grande de escalas que = =
5 9 5
registram, para uma mesma situação térmica, tem-
peraturas diferentes.
O Zero Absoluto corresponde à temperatura para a
Graduação das escalas qual o nível energético das moléculas é mínimo.
Para a graduação de uma escala termométrica ado- Toda escala termométrica em que o valor numéri-
tam-se valores particulares para condições fixas cha- co nulo (zero) coincide com o zero absoluto é deno-
madas pontos fixos (PF), que servem de referência. minada de escala absoluta. A escala Kelvin tem essa
característica, dessa forma a escala Kelvin é uma es-
Pontos fixos fundamentais cala absoluta.

•• 1.º PF: (ponto de gelo) → temperatura na qual a


água e o gelo encontram-se em equilíbrio sub-
Dilatação térmica
metidos à pressão normal (1atm).
•• 2.º PF: (ponto de vapor) → temperatura em que a Dilatação linear dos sólidos
água inicia a ebulição para uma pressão normal. É a variação que ocorre predominantemente em
uma dimensão, isto é, ao longo de um comprimento.
ºC ºF K
100 212 373 ponto de vapor
(ebulição da água) L
θ0
C F K ∆L = L – L0
θ
ponto de gelo
0 32 273 (Fusão) L

Principais Escalas
•• Celsius: adota-se para os pontos fixos os seguin- Dilatação superficial dos sólidos
tes valores 00 C (1.0 ponto fixo) e 1000 C (2.0 ponto É a variação que ocorre predominantemente em
fixo). O intervalo entre esses valores é dividido em duas dimensões.
100 partes iguais.

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Física
Dilatação térmica dos líquidos
θ0 S0 θ S S0 Para o estudo da dilatação dos líquidos deve-se le-
var em consideração a dilatação do recipiente que o
contém.
Dilatação volumétrica dos sólidos Portanto, a dilatação real do líquido é a soma da
dilatação sofrida aparentemente pelo líquido (sem
É a variação que ocorre predominantemente em considerar o recipiente) com a dilatação do recipiente
três dimensões. que o contém.

θ0 θ
V ∆Vreal = ∆Vaparente + ∆Vrecipiente

V0

V0
V0
Dilatação anômala da água
A água tem um comportamento anor­mal duran-
te seu aquecimento e resfriamento no intervalo de
0ºC a 4ºC.
Resumidamente temos:
•• De 0ºC a 4ºC o volume diminui.

Linear Superficial Volumétrica •• A partir de 4ºC o volume aumenta.


Comprimento ( ) Área (S) Volume (V)

Dλ = λ0 α ∆q. ∆S = S0 β ∆q. DV = V0 γ Dq. Calorimetria


Dλ = λ - λ0 ∆S = S – S0 DV = V – V0
Quando um corpo recebe ou cede calor ocorre
λ = λ0 (1 + α ∆q) S = S0 (1 + β.∆q) V = V0 (1 + γ Dq)
uma variação de temperatura ou mudança de estado
físico.
Falamos em calor sensível quando ocorre a mu-
Coeficientes Relação
dança de temperatura e em calor latente quando a
α ⇒ coeficiente de mudança de estado físico acontece.
dilatação linear.
Calorímetro: dispositivo destinado a medir quan-
β ⇒ coeficiente de α=β = γ tidade de calor.
dilatação superficial. 1 2 3
γ ⇒ coeficiente de di- IESDE Brasil S.A.

latação volumétrica. T

 Observação
1. os termos (1 + α∆θ), (1 + β∆θ) e (1 + γ∆θ) são R
denominadas binômio de dilatação. Ar
V
2. o coeficiente angular da reta que representa
graficamente a dependência entre o compri-
mento e a temperatura θ, é numericamente
igual ao produto do comprimento inicial jun- S S'
tamente com o coeficiente de dilatação linear
do material.
3. quando o corpo que irá ser aquecido for oco, a di- O efeito do calor recebido por um corpo depende
latação ocorrerá como se o corpo fosse maciço. das condições iniciais de temperatura e pressão.

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Física
Capacidade térmica (C) e calor específico (c) Calor atômico (CA)
Capacidade térmica: quantidade de calor necessá- É a capacidade térmica do átomo-grama de um
ria por unidade de variação de temperatura do corpo. elemento:

Q C A = A.c
C=
Dq

A capacidade térmica é uma característica do cor- Calor molar (CM)


po e não da substância. É a capacidade térmica de um mol de átomos de
cal
Unidade de medida: um elemento:
ºC
Calor específico: capacidade  térmica da unidade
de massa. CM = M.c

C
c= C=m.c
m Lei de Dulong e Petit
“A grande maioria dos elementos no estado sóli-
O calor específico c é uma característica da subs-
do possui um calor atômico vizinho de 6cal/ºC”.
tância e não do corpo.
Unidade de medida: cal  Observação
gºC
(sendo que 1cal equivale a aproximadamente Tal como a capacidade térmica e o calor específi-
4,1855J). co, o calor atômico depende da temperatura. Quanto
maior a temperatura, melhor se aplica a lei de Du-
Equação fundamental da long-Petit.

calorimetria
Do conceito de capacidade térmica tem-se: Calor latente (L)
Mede a quantidade de calor necessária para fazer
Q uma unidade de massa mudar de fase. Existe um valor
c= Q = C . Dq
Dq
para o calor latente de cada mudança de fase, para
cada substância.
Do conceito de calor específico tem-se:
Quantidade de calor latente
C=m.c
A quantidade de calor necessária para fazer uma mas-
sa de certa substância mudar de fase é dada por:
Substituindo então a segunda equação pela pri-
meira:
Q = m.L

Q = C.∆θ = m.c. ∆θ ⇒ Q = m.c. ∆θ


Sendo m = massa que muda de fase e L é o calor
latente de mudança.
Essa última é conhecida como equação funda-
mental da calorimetria. Calor de combustão
Sendo: Q > 0 → calor recebido.
Quantidade de calor liberada durante a queima de
Q < 0 → calor cedido. cada grama de combustível.

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Física
Princípio geral das trocas de calor T2 T1

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Num sistema termicamente isolado, a soma algé- DT
brica das quantidades de calor trocado é nula.

Propagação de calor
Existem três mecanismos de transmissão de calor e
sendo eles:

Condução
A transmissão de calor é feita molécula a molécula,
sem que haja transporte das mesmas. Esse fenômeno
ocorre tendo em vista que a energia de vibração de
uma molécula se transmite às moléculas vizinhas.  Observação
Em geral os metais são bons condutores de calor.
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Convecção
Calor

A transmissão de calor é feita com transporte de


massa. Esse tipo de transmissão ocorre devido à pro-
priedade de variação de densidade dos materiais com
a temperatura.

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Regime permanente (ou estacionário)
A condução em regime permanente ocorre quan-
do a temperatura, em cada ponto não se altera com
o tempo. Com isso o fluxo de calor que entra em uma
dada seção é a mesma que sai em outra qualquer.

Lei de Fourier ou equação da condução


O fluxo de calor de uma seção do condutor é dado
por: Quando líquidos e gases são aquecidos tendem a
ocupar mais espaço, fazendo com que a densidade
kS diminua. Uma fonte de calor que aquece o ar (ou um
φ= DT fluido qualquer), por exemplo, numa região inferior
e
do sistema faz com que este se desloque para a parte
superior do sistema, em contrapartida, as correntes
onde:
de ar com menor temperatura tendem a descer, ocor-
•• k = constante característica do material. rendo assim as chamadas correntes de convecção.
•• S = área de contato.
•• e = espessura do material. Irradiação
•• ∆T = variação de temperatura entre as duas su- Na irradiação a transmissão ocorre através de on-
perfícies do material sendo T2 > T1. das eletromagnéticas, sendo assim, não necessita

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Física
de um meio material. A maneira pela qual a Terra O poder emissivo (E) de um corpo qualquer se re-
é aquecida pelo Sol é um exemplo de condução de laciona com o poder emissivo do corpo negro (ECN) a
calor por irradiação. partir da emissividade (e) do corpo:
A relação desse tipo de condução de calor se dá
da seguinte forma:
e= E
ECN
Qincidente = Qrefletido + Q absorvido + Q transmitido
Note que para que o corpo negro e = a = 1

Corpo espelhado Radiação do corpo negro


É o corpo que reflete uma parcela sensível do fluxo A emissão de ondas eletromagnéticas (radiação
incidente. Para um espelho ideal: emitida) do corpo negro pode realizar-se em função de
diferentes tipos de energia, no entanto, a mais comum
é a radiação de calor, isto é, emissão de ondas eletro-
a = 0 => r = 1 magnéticas decorrentes da energia interna dos corpos.
Sendo assim, pode-se observar que de uma forma
Corpo opaco geral tem-se:
•• acima do 0K de temperatura todos os objetos
É o corpo que não deixa nenhuma parcela do flu- emitem calor (radiação térmica).
xo incidente ser transmitida.
•• quanto mais escura for a superfície, mais ela
Corpo transparente absorve e, em consequência, mais emite calor.
Na situação ideal de um corpo negro a absor-
É o corpo que permite que uma grande parcela do ção e a emissão são integrais.
fluxo incidente seja transmitida.
Histórico da radiação do corpo negro
Corpo negro
No início do século XX o que mais quebrava a
Corpo que é capaz de absorver todas as radiações cabeça dos grandes cientistas era explicar como a
que nele venham a incidir. Para o corpo negro ideal: energia radiante total emitida por um corpo negro
era distribuída entre as várias frequências ou compri-
a = 1 => r = 0 mentos de onda da radiação.
Nessa ocasião, havia um conjunto de teorias capa-
O calor irradiado por um corpo depende, entre ou- zes de explicar todos os fenômenos físicos conhecidos
tros fatores, da temperatura do mesmo, o que pode à época. Uma dessas, a teoria clássica de oscilado-
ser analisado pela lei de Stefan-Boltzmann para um res eletromagnéticos, elaborada por James C. Ma-
corpo negro ideal: xwell talvez fosse a mais indicada para explicar a dis-
tribuição da radiação do corpo negro. No entanto, ela
veio a sofrer um grande baque, pois não foi capaz de
ECN = σ.T4 explicar e prever a distribuição da radiação observada
com precisão aceitável.
Sendo: Por volta de 1900, Max Planck ressuscitou o mo-
Potência Poder emissivo delo corpuscular da luz o que foi determinante no
•• ECN = =
Área do corpo negro.
desenvolvimento da teoria que implicou na explica-
•• σ = constante de Stefan-Boltzmann = ção definitiva para o comportamento da emissão de
5,7. 10 -8Wm-2K-4. radiação do corpo negro.
Planck, audaciosamente, assumiu que a energia da
•• T = temperatura absoluta do corpo.
radiação eletromagnética emitida fosse quantizada.

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Física
Essas quantidades discretas de energia foram cha- Equação de estado de um gás
madas à ocasião de quanta de energia.
É qualquer relação entre as variáveis de estado que
Segundo Planck, o material constituinte da superfí-
expresse as leis que definem um gás. Essas leis são
cie emissora do corpo negro era como que composto
válidas apenas aproximadamente para os gases da na-
de pequenos osciladores que, ao oscilarem, emitiam
tureza (gases reais), entretanto um gás perfeito com-
radiações eletromagnéticas.
porta-se exatamente como rege a lei. Para que isso
O resultado dessa hipótese de Planck foi a capa- aconteça devemos assumir por hipótese que:
cidade de deduzir a distribuição da radiação de um
•• os gases não têm forma nem volume constante,
corpo negro e mostrar sua dependência com o com-
adquirem a do recipiente que os contêm.
primento de onda e com a temperatura. O gráfico
abaixo mostra o comportamento da radiação emitida •• a força de coesão entre as moléculas é mínima, fa-
em várias faixas de temperatura e como a distribuição zendo com que não exerçam ações recíprocas, a
de energia se dá ao longo do espectro. não ser quando colidem.
•• as colisões das moléculas são perfeitamente
1100K elásticas.
•• o volume de cada molécula é tão pequeno, em
relação às dimensões do recipiente que contém
intensidade

1000K
o gás, que pode ser desprezado.

800K Equação de Clapeyron


600K
Generalizando as equações, chega-se à equação
0 2 4 6 8 10 de estado de um gás ideal:
comprimento de onda em microns

Note que do gráfico pode-se tirar duas proprie- pV = nRT


dades:
•• a potência total emitida é proporcional à tem-
peratura (lei de Stefan). Valores de R:
•• o pico da curva de distribuição se desloca para os
menores comprimentos de onda com o aumento J
R = 0,082 atm.λ = 2cal = 8,31
de temperatura (lei do deslocamento de Wien). mol.K mol.K mol.K

Lei do deslocamento de Wien


Transformações gasosas
λ(max) ~  0.29/T particulares

•• λ(max)  = comprimento de onda máximo da ra- Lei de Charles e Gay-Lussac – transformação


diação em cm. isocórica, isométrica ou isovolumétrica
•• T = temperatura absoluta do corpo negro. Tomando-se certa massa de gás e mantendo seu
volume constante verifica-se que um aumento de
Estudo dos gases temperatura repercute num aumento de pressão,
isto é, pressão e temperatura são diretamente pro-
Variáveis de estado (P, V, T e m) porcionais. Assim:

Costuma-se definir o estado de um gás como o con-


P = k = constante
junto de valores de pressão (P), volume (V), temperatu-
T
ra (T) e massa (m) destas grandezas.
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Física
Lei de Charles – transformação isobárica Velocidade quadrática média
O volume de uma dada massa gasosa, mantida a
pressão constante, é diretamente proporcional à sua
3RT
temperatura absoluta. v=
M

V = k = constante
T

Termodinâmica
Lei de Boyle-Mariot – Trata-se do ramo da Física cujo objeto de estudo são
transformação isotérmica as mútuas transformações entre energia térmica (ca-
Se a temperatura de uma determinada massa gaso- lor) e energia mecânica (trabalho).
sa for mantida constante, o volume desse gás será in- Nesse estudo a energia interna (U) dos sistemas
versamente proporcional à pressão exercida sobre ele. será tratada como uma forma de energia com a ca-
pacidade de ser transformada em energia mecânica
ou em calor e vice-versa.
pV = k = constante

Energia interna
Transformação adiabática Os sistemas termodinâmicos, em geral, são forma-
Numa transformação adiabática, o gás não troca ca- dos por inúmeras partículas, as quais estão em cons-
lor com o meio exterior ficando isolado termicamente. tante movimentação.
Para a transformação adiabática: A energia total de um sistema é composta de duas
parcelas: a energia externa e a energia interna.

PV γ = constante O somatório de todas as formas de energia dos ele-


mentos que constituem o sistema é denominado ener-
γ = coeficiente de Poisson. gia interna.
Em um sistema, não se mede diretamente a ener-
Consequências: gia, mas é importante conhecer a variação da ener-
•• numa expansão adiabática ocorre uma diminui- gia interna (∆U) do sistema durante um processo ter-
ção de temperatura. modinâmico.

•• numa contração adiabática ocorre uma eleva- Há processos em que a energia interna varia e a
ção de temperatura. temperatura permanece constante. A energia recebi-
da (calor latente) aumenta a energia interna do siste-
ma durante o processo.
Teoria cinética Nas transformações gasosas, a variação de energia
Trata-se de uma análise das grandezas variáveis de interna é sempre acompanhada de variação de tem-
estado (grandezas macroscópicas) com base numa peratura (∆T). Assim, ao receber calor o gás tem sua
visão microscópica de tais grandezas. temperatura aumentada e, ao perder calor, sua tem-
peratura diminui.
Energia cinética média molecular De uma forma geral tem-se:
•• ∆T > 0 ⇒ ∆U > 0: energia interna aumenta.
1 •• ∆T < 0 ⇒ ∆U < 0: energia interna diminui.
Ec = kT
2
•• ∆T = 0 ⇒ ∆U = 0: energia interna não varia.
A constante de Boltzmann é Para o caso particular de um gás perfeito monoatô-
mico a energia interna é dada por:
k = 1,38 x 10 -23J/K.
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Física
P
U = (3/2)n.R.T
t=A τ
V
Onde n é o número de mols do sistema e R é a
constante universal dos gases.

Trabalho em um sistema 1.ª Lei da termodinâmica


O trabalho num sistema termodinâmico (t) só é A primeira lei da termodinâmica é, na verdade,
efetivamente realizado ou recebido quando há uma aplicação do princípio de conservação da energia
variação do volume (DV) do fluido. nos processos de transformação mútua de calor em
trabalho e em energia interna.
Trabalho numa transformação isobárica t

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A figura a seguir mostra uma porção de gás con-
tida num recipiente cilíndrico provido de um êmbolo
móvel e sem atritos.
DU
Q
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DV
Na figura anterior, o gás recebeu uma quantidade
de calor Q, sofreu uma variação de energia interna ∆U
e ainda realizou o trabalho τ.

Na situação em que o volume do gás no cilindro Tomando por base o princípio de conservação da
sofre variação (expansão ou contração), mantendo a energia deve-se ter que o somatório das energias re-
pressão constante, o gás executa trabalho positivo (ex- cebidas deve ser igual à energia armazenada mais a
pansão) ou negativo (contração). energia cedida.

Pode-se mostrar que o trabalho (τ) realizado quando Assim, a expressão:


o gás sofre uma variação de volume (∆V) estando sob
pressão (p) é dado por: ∆U = Q – τ

τ = p.∆V ou τ = p (V2 – V1) representa analiticamente o primeiro princípio da ter-


modinâmica cujo enunciado pode ser:
Assim, temos: “A variação da energia interna de um sistema é
•• ∆V > 0 (expansão) ⇒ τ > 0: gás realiza trabalho igual à diferença entre o calor e o trabalho trocados
sobre o meio. pelo sistema com o meio exterior.”
•• ∆V < 0 (contração) ⇒ τ < 0: meio realiza traba- Para a aplicação do primeiro princípio de termodi-
lho sobre o gás. nâmica devem-se respeitar as seguintes convenções:
•• ∆V = 0 ⇒ τ = 0. •• Q > 0: calor recebido pelo sistema.
•• Q < 0: calor cedido pelo sistema.
Trabalho numa transformação geral •• τ > 0: volume do sistema aumenta.
Nesse caso recorre-se ao diagrama pressão x volu- •• τ < 0: volume do sistema diminui.
me. Aqui, o trabalho realizado pela força que o gás
•• ∆U > 0: temperatura do sistema aumenta.
exerce sobre o êmbolo é numericamente igual à área
sob a curva. •• ∆U < 0: temperatura do sistema diminui.

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Física
Transformações particulares •• Expansão ⇒ ∆V > 0 ⇒ τ > 0 ⇒ ∆U < 0
•• Contração ⇒ ∆V < 0 ⇒ τ < 0 ⇒ ∆U > 0
A primeira lei da termodinâmica traz muitos resul-
tados importantes quando aplicada às transforma-
ções gasosas particulares. Vejamos:
Transformações cíclicas
a) Isotérmica ⇒ T = constante ⇒ ∆T = 0 ⇒ Denomina-se ciclo termodinâmico um conjunto
∆U = 0 de transformações em que o sistema, após sofrer as
transformações, volta ao estado inicial. Desse modo,
Da primeira lei:
após um ciclo, a energia interna volta ao seu valor
inicial, pois a temperatura inicial se restabelece.
∆U = Q – τ ⇒ 0 = Q – τ ⇒ Q = τ
Graficamente, as transformações cíclicas são re-
presentadas por curvas fechadas representando en-
Todo o calor trocado com o meio exterior é equiva- tão a coincidência do estado inicial com o final. O tra-
lente ao trabalho realizado. balho realizado em cada ciclo seria a área no interior
do ciclo, conforme a figura a seguir.
b) Isométrica ⇒ V = constante ⇒ ∆V = 0 ⇒
τ=0
P

∆U = Q – τ
A
Como:
B

τ = 0 ⇒ ∆U = Q – 0 → ∆U = Q

Expansão V
Todo o calor trocado com o meio externo é trans-
formado em variação da energia interna.
P
Se o sistema recebe calor:
•• Q > 0 ⇒ ∆U > 0: temperatura aumenta se o
sistema recebe calor. A
•• Q < 0 ⇒ ∆U < 0: temperatura diminui se o
sistema cede calor. B

c) Isobárica ⇒ P = constante ⇒ V ~ T
Numa isobárica, o aumento de temperatura im-
plica num aumento de volume e uma diminuição de
Compressão V
temperatura implica numa diminuição de volume.
Expansão ⇒ ∆V > 0 ⇒ τ > 0 e ∆T > 0 ⇒ ∆U > 0
P
Contração ⇒ ∆V < 0 ⇒ τ < 0 e ∆T < 0 ⇒ ∆U < 0
d) Adiabática ⇒ Q = 0
A
∆U = Q – τ
B

Como:

Q = 0 ⇒ ∆U = 0 – τ → ∆U = – τ V
Ciclo

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Física
que ocorrem na natureza. Assim, mesmo que uma
∆U = Q – τ
determinada transformação obedeça ao primeiro
princípio (conservação da energia) é possível que
Como:
nunca possa ocorrer. Desse modo, não é a conser-
vação de energia que determina se um determinado
∆U = 0 ⇒ ∆U = Q – τ → Q = τ evento na natureza pode ocorrer. De uma forma ge-
ral, em qualquer processo natural a energia total se
Num ciclo todo o calor trocado equivale ao traba- mantém constante.
lho realizado, portanto, ao percorrer um ciclo, o siste- Na busca por determinar quais são os eventos que
ma transforma calor em trabalho e vice-versa: podem ocorrer, “criou-se” a grandeza física chamada
•• ciclo horário – transformação de calor em tra- entropia. Sua determinação enquadra-se no fato de
balho. que em todo processo natural há um aumento na
entropia.
•• ciclo anti-horário – transformação de trabalho
em calor. Costuma-se associar a entropia ao grau de desor-
dem (ordem) do sistema. Um aumento da entropia
Expansão livre aumenta a desordem do sistema e uma diminuição
de entropia resulta em uma diminuição da desordem
A energia interna de um gás depende somente da do sistema. É importante lembrar que quanto maior
sua temperatura absoluta. for a ordem do sistema, maior o grau de energia útil
Através da experiência da expansão livre pode-se do mesmo.
observar essa propriedade.
Em uma câmara fechada e em equilíbrio térmico, 2.ª Lei termodinâmica
tem-se, de um lado da partição um gás a uma pres-
A segunda lei da termodinâmica corresponde a
são P e do outro lado, vácuo.
um princípio da natureza, ligada diretamente à en-
tropia, e que determina o sentido natural das trocas
Partição
removida de energia.
Um enunciado interessante seria:
“Em qualquer processo natural a entropia do uni-
verso sempre aumenta.”
Mas a segunda lei está diretamente ligada às má-
Ao se retirar a partição, o gás se expande com
quinas térmicas, daí tem-se o seguinte enunciado:
uma pressão externa nula (do lado onde havia vácuo)
o que caracteriza a chamada expansão livre. Devido a “É impossível construir uma máquina que, ope-
isso o trabalho realizado pelo gás é nulo. rando em transformações cíclicas, tenha como único
efeito transformar integralmente em trabalho a ener-
W=0
gia térmica recebida de uma fonte quente única”.
Portanto W = ∫dw =v∫PdV não se aplica.
1
Note-se que a 2.ª lei determina que não exista
uma máquina térmica ideal, isto é, com rendimento
 Observação
igual a 100%.
É preciso saber qual é o sistema. O sistema é a câ-
mara toda, e não só uma partição. Portanto, não hou-
Máquinas térmicas
ve variação das fronteiras do sistema e da vizinhança.
Uma máquina térmica é um dispositivo cuja fun-
ção é transformar energia térmica em energia me-
cânica, isto é, a máquina térmica transforma calor
Entropia
em trabalho. A complexa natureza do calor exige
A entropia é uma grandeza de estado ligada dire- condições especiais para a transformação. A princi-
tamente ao sentido preferencial das transformações pal característica desses dispositivos é sua operação
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Física
em ciclos. A figura a seguir mostra um esquema do Vejamos o ciclo:
funcionamento da máquina térmica:
P adiabática 1
Reservatório
Q1 Q2
Reservatório adiabática 2
térmico Máquina térmico
térmica •
Fonte quente Fonte fria
• isoterma T A

t
• isoterma TB

V
Da figura destaca-se:
•• Q­1 = calor recebido da fonte quente. O Ciclo de Carnot corresponde ao conjunto de trans-
•• Q­2 = calor rejeitado para a fonte fria. formações cíclicas que determina o maior rendimento
•• τ = trabalho. entre duas dadas temperaturas.
O princípio de conservação da energia garante que: Teorema de Carnot
Carnot mostrou que:
τ = Q1 – Q2

Q2 T
= 2
Q1 T1
Rendimento de uma máquina térmica - η
O que diferencia uma máquina de outra é sua capa- Cujo enunciado é:
cidade de aproveitamento dos recursos empregados.
“A quantidade de calor retirada da fonte quente e
Essa capacidade é determinada pelo seu rendimento
rejeitada à fonte fria é diretamente proporcional às
que, por definição, é dado por:
suas temperaturas absolutas”.

Q
η= t =1– 2
Rendimento máximo
Q1 Q1
O máximo rendimento de uma máquina térmica,
que opere entre duas dadas temperaturas, ocorre
quando a máquina opera segundo o ciclo de Carnot.
Note-se que, matematicamente, η < 1
Esse rendimento é dado por:

Ciclo de Carnot
T2
Os processos de transformação de calor em tra- η=1–
T1
balho são, de uma forma geral, pouco rentáveis em
função das perdas ocorridas durante as transforma-
ções gasosas (normalmente não reversíveis). Assim,
Principais ciclos termodinâmicos
para se obter o máximo rendimento devem-se tomar
transformações reversíveis.
Ciclo de Otto
Tal problema foi resolvido em 1824 pelo ainda
jovem engenheiro francês Nicolas L. Sadi Carnot ao Esquematização idealizada do que ocorre num mo-
publicar seu livro Reflexões sobre a potência motriz tor a gasolina de 4 tempos. Definido por 4 etapas:
do fogo e sobre os meios adequados de desenvolvê- •• AB – representa a compressão rápida (adiabáti-
la. Nesse livro ele idealizou uma máquina que realiza ca) da mistura de ar com vapor de gasolina, de
ciclos reversíveis, compostos por quatro transforma- um volume inicial Vo para um volume Vo /r (r é a
ções: duas adiabáticas intercaladas e duas isotérmicas. taxa de compressão).

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Física
•• BC – representa o aquecimento a volume cons- Rendimento:
tante devido à ignição;
•• CD – é a expansão adiabática dos gases aqueci- γ
1
γ
1
dos, empurrando o pistão; –
T –T 1 re rc
η=1– 1 D A =1– .
•• DA – representa a queda da pressão associada γ TC – TB γ 1 1
à exaustão dos gases da combustão. A mistu- re – rc
ra é tratada como um gás ideal de coeficiente
adiabático γ.
γ = coeficiente de poisson.
Pressão

C
Ciclo de Joule
Corresponde a uma idealização do que ocorre
numa turbina a gás. Nesse ciclo tem-se:
D
•• AB e CD – são adiabáticas;
B •• BC e DA – representam, respectivamente, aque-
cimento e resfriamento a pressão constante; r
A
= PB/PA é a taxa de compressão.
V0 /r V0 Volume
Pressão
Rendimento: B C

TD – TA γ–1
η=1– =1– 1
TC – TB r

γ = coeficiente de poisson A D

Ciclo Diesel Volume

Processo que ocorre num motor diesel de 4 tem- Rendimento:


pos. A diferença em relação ao ciclo de Otto é que a
taxa de compressão adiabática rc = Vo/V1 é maior do γ–1

que no ciclo de Otto, aquecendo mais o ar e permi- 1 γ


η=1–
r
tindo que ele inflame o ar sem a necessidade de uma
centelha de ignição, o que ocorre durante o trecho
BC a pressão constante. A taxa de expansão adiabá- γ = coeficiente de poisson
tica durante CD é re = Vo/V2.
Mudança de fases
Pressão
B C Toda a matéria, dependendo da temperatura,
pode se apresentar em 5 estados (fases): sólido, lí-
quido, gasoso, plasma e condensado de Einstein.
Esses estados ou fases estão vinculados à pressão e
D à temperatura a que o corpo estiver submetido. Em
nosso estudo falaremos apenas dos três primeiros.
A
Análise das fases
V1 V2 V0 Volume
a) Fase sólida

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Física
Nessa fase, as partículas que compõem o corpo •• as partículas não estão tão próximas, mas ain-
estão fortemente ligadas, fazendo com que haja da há força entre elas;
uma organizada disposição das moléculas. Esta rígi- •• há movimentação das partículas no interior do
da disposição recebe o nome de retículo cristalino e corpo.
faz com que um material nesse estado mantenha as
c) Fase gasosa
seguintes características:
Nessa fase as partículas que compõem o corpo pra-
ticamente não possuem mais nenhuma ligação. As mo-

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léculas estão livres umas das outras de forma a possuir
completa mobilidade. Esse estado físico mantém as se-
guintes características:

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Sólido – forma e volumes definidos.

•• forma e volumes bem definidos;


A atração molecular é
•• as partículas estão próximas umas das outras e pequena.
ligadas por forças elétricas intensas;
•• as fortes ligações não permitem movimentação •• volume e forma do recipiente que contém a
das partículas no interior do corpo; massa gasosa;

•• a única movimentação das partículas é devido •• as partículas estão livres umas das outras;
à agitação térmica em torno de uma posição •• há movimentação (desorganizada) das partículas
de equilíbrio. no interior do gás.
•• consideram-se exceção, as subs­tâncias amorfas
que, embora possam ser consideradas como Mudança de estado de agregação
sólidas, não apresentam o retículo cristalino, ou (mudança de fase da matéria)
seja, suas molé­culas não mantêm um arranjo or-
Os estados de agregação da matéria (comumente
ganizado como é o caso, por exemplo, do vidro.
chamados fases da matéria) são funções da condição
b) Fase líquida de temperatura e pressão.
Nessa fase, as partículas que compõem o corpo Sendo assim, uma mudança nessas variáveis pode
estão ligadas, mas não com a mesma intensidade acarretar uma alteração na forma como as partículas do
que na fase sólida. Não há também a mesma dispo- corpo estão agregadas. Com isso, podem vir a ocorrer
sição organizada das moléculas o que faz que esse as chamadas mudanças de fase. Tais mudanças são:
estado físico mantenha as seguintes características:
Sublimação
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Sólido Gasoso
Fusão Líquido Vaporização

Solidificação Liquefação

Líquido – apenas volume definido.


Todas as transformações podem ser agrupadas em:
•• endotérmicas – ocorrem com ganho de ener-
•• volumes bem definidos; gia térmica.
•• a forma é a do recipiente que contém a massa •• exotérmicas – ocorrem com perda de energia
líquida; térmica.
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Física
Propriedade das mudanças •• durante o processo a temperatura permanece
constante desde que a pressão também se man-
De uma forma geral as mudanças de fase ocorrem tenha constante.
obedecendo a duas propriedades fundamentais:
•• a pressão influencia na ebulição, pois ela difi-
•• se a pressão sob a qual a substância encontra-se culta o desprendimento de moléculas para o es-
submetida se mantiver constante durante a trans- tado gasoso. Quanto menor a pressão do meio
formação, a temperatura do sistema se manterá exterior sobre a superfície do líquido mais fácil
constante também. será a ebulição. Em regiões de maior altitude a
•• para cada pressão existe uma temperatura caracte- pressão atmosférica é menor, fazendo com que
rística na qual ocor­re a mudança de fase. a temperatura de ebulição seja menor. Ao nível
do mar a água ferve a 100ºC. Em La Paz (muito
Estudo das fases acima do nível do mar) a água ferve a 87°C.

Fusão

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87ºC
Corresponde à passagem da fase sólida para a fase La Paz
90ºC
líquida. Ocorre com recebimento de calor, de modo
que ao receber energia as partículas tendem a se agi- 96ºC Quito

tar mais e, e em consequência, ocorre um aumento Brasília


98ºC
na distância média das partículas, proporcionando a
100ºC São Paulo
condição de líquido. Define-se a temperatura de fu-
são como aquela na qual ocorre a mudança de fase. Recife

Solidificação Mar

Corresponde à passagem da fase líquida para a


fase sólida. Durante a transformação ocorre perda
 Importante
de calor, gerando uma aproximação das partículas
determinando assim a condição de sólido. Define-se A utilização da panela de pressão se baseia no
a temperatura de solidificação como aquela na qual fato de a temperatura de ebulição aumentar com o
ocorre a mudança de fase. aumento da pressão à qual o líquido está exposto.

Vaporização

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Como você sabe, esse é o nome que se dá para a Válvula de
mudança de estado líquido para gasoso. Tal mudan- segurança
ça pode receber, conforme a maneira segundo a qual Vapor
ela se processa, três denominações particulares:
Líquido
Ebulição
A panela de pressão não permite que o vapor ex-
Temperatura determinada, agitação do líquido e panda para a atmosfera, desse modo a pressão do
formação de bolhas. vapor d’água no interior da panela é maior que a pres-
O processo de ebulição consiste na vaporização são atmosférica local. Assim a temperatura de ebuli-
forçada, porém não tão brusca como a calefação. ção é maior que a normal o que diminui o tempo de
Observa-se que: cozimento.
•• a uma dada pressão, a temperatura na qual ocorre
a ebulição é bem definida para cada substância.
•• uma vez estabelecida a temperatura em que
Evaporação
ocorrerá a ebulição é necessário fornecer ener- Se processa em qualquer temperatura, mudança
gia para que o processo possa ocorrer. lenta e sem formação de bolhas.
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Física
Quanto maior for a pressão que estiver sendo exer- Pressão atmosférica
cida pelo meio externo sobre a superfície do líquido, Quanto maior for o valor da pressão atmosféri-
maior deverá ser a energia necessária para que uma ca no local onde o líquido se encontra, maior será a
partícula “escape” para a fase gasosa. Se as partículas dificuldade das partículas escaparem para o estado
que “escapam” são as de maior energia, sobram no lí- gasoso. Dessa maneira poderemos concluir que um
quido as de menor energia, o que implica numa dimi- aumento da pressão atmosférica implica numa dimi-
nuição da temperatura do mesmo (lembre-se: quanto nuição da velocidade de evaporação, ou seja, a velo-
menor a energia das partículas de um corpo menor cidade de evaporação é inversamente proporcional à
será sua temperatura). Sendo assim, para que a evapo- pressão atmosférica.
ração continue é necessário absorver energia do meio
externo, o que classifica o processo de endotérmico. Calefação
Para exemplificar esse fato, experimente jogar um
Quando se deixa cair uma gota de um líquido sobre
pouco de álcool sobre as costas de sua mão. Você
uma chapa metálica que esteja aquecida a uma tempe-
terá a sensação de frio. Isso se deve ao fato de que,
ratura bem mais alta que a de ebulição do líquido der-
para evaporar, o álcool irá retirar energia de sua mão
ramado ocorre a calefação. As gotas adquirem forma
e quando perdemos calor, sentimos a sensação de frio
aproximadamente esférica. Se a temperatura da chapa
(quando ganhamos energia térmica, temos a sensa-
metálica diminuir, aproximando-se da de ebulição do
ção de “calor”).
líquido, deixa de existir a calefação e as gotas entram
em ebulição. O glóbulo do líquido em calefação não
Fatores que influenciam na velocidade de evaporação
entra em contato com a superfície superaquecida.
Características físicas do líquido
Fatores como ser mais volátil ou menos volátil ou Liquefação (ou condensação)
ainda a temperatura em que o líquido se encontra po- Passagem do estado de vapor para o estado líquido.
derão influenciar na velocidade de evaporação.
Quanto à volatilidade Sublimação
Observa-se que quanto mais volátil for o líquido É a passagem do estado sólido direto para o esta-
maior será sua velocidade de evaporação, afinal maior do gasoso, sem passar pelo estado líquido. Ex.: naf-
será a tendência natural de suas partículas passarem talina, CO2 sólido, cânfora.
para o estado gasoso.
Costuma-se chamar de cristalização a passagem do
Quanto à temperatura estado gasoso direto para o estado sólido, sem passar
A temperatura também está ligada de maneira dire- pelo estado líquido. Ex.: se aquecermos iodo cristalino
ta à evaporação, pois quanto maior for a temperatura ele irá evaporar. Colocando-se uma superfície fria logo
do líquido, maior será a energia de suas partículas o acima da evaporação, notaremos que o iodo se liga à
que facilita o escape das mesmas. superfície na forma de pequenos cristais.
Assim: quanto mais volátil e quanto maior for a
temperatura do líquido, maior será sua velocidade de  Observação
evaporação. A água tem um comportamento diferente quan-
Área de contato com o meio externo do é aquecida de 0 a 4oC pois seu volume diminui
Como as partículas que passam para o estado nessa faixa de temperatura. Após os 4oC volta a ter
gasoso são aquelas que se encontram na superfície o comportamento como as demais substâncias, ou
do líquido, teremos que, quanto maior for a área de seja, o volume aumenta. Isso explica o aparecimen-
contato, maior será o número de partículas em con- to dos icebergs apenas com uma pequena parte de
dições de escape. Assim, a área de contato é direta- seu volume na superfície e também essa é a causa
mente proporcional à velocidade de evaporação. do congelamento apenas na superfície dos lagos,
A velocidade de evaporação de um líquido é dire- uma vez que, quando a água começa a perder tem-
tamente proporcional à área de sua superfície livre. peratura, antes de congelar, tem seu volume dimi-
nuído, consequentemente tornando-se mais densa.
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Física
Como é mais densa, a camada superior desloca- o divide: após a passagem completa do fio, o bloco
-se para baixo até que a temperatura diminua de 0oC, continua inteiro!
onde não há mais diminuição do volume, congelan- Explicação: o acréscimo de pressão que o fio exer-
do então apenas a parte superior, isso mantém as ce no gelo que está abaixo dele provoca a sua fusão.
espécies marinhas vivas. Então, o fio atravessa a água produzida que, em se-
guida, retorna ao estado sólido (regelo), pois a pres-
são sobre ela volta a ser a pressão ambiente.
Curva de aquecimento
O gráfico a seguir ilustra a variação da tempera- Diagrama de fase
tura de uma substância em função do calor absorvi-
Como vimos na seção anterior uma substância pode
do pela mesma. Durante uma mudança de estado a
se encontrar na natureza sob três fases: sólida, líquida
temperatura não se altera.
e gasosa. O que veremos agora é que cada uma des-
sas fases depende das condições físicas de pressão e
Temperatura
temperatura a que a substância está submetida. Essas
F
tv D condições são apresentadas através de diagramas que
E estabelecem, sob a forma de gráficos, as temperaturas
tF B C e pressões sob as quais determinada substância está
em um ou outro dos três estados.
Quantidade
de calor Analisaremos dois diagramas característicos, o pri-
A
meiro do CO2, considerada uma substância de com-
portamento normal e depois o diagrama de fases da
•• AB = sólido. água, que juntamente com bismuto, a prata, o ferro
e o antimônio, têm um comportamento anômalo.
•• BC = fusão.
•• CD = líquido. P(atm)
CO2
•• DE = vaporização.
Sólido Líquido
•• EF = vapor.
•• tF = temperatura de fusão. 5
T

•• tV = temperatura de vaporização. 1 Vapor

Regelo -78 -56,6 T(ºC)

Consideremos um bloco de gelo em temperatura


um pouco inferior à temperatura de fusão. P (mmHg) ÁGUA

760
IESDE Brasil S.A.

Líquido
Sólido

58
T Vapor

0 0,01 100 T(ºC)

Conforme podemos verificar no primeiro gráfico,


as regiões foram divididas conforme a substância se
encontra em um dos três estados.
Um fio metálico é apoiado no bloco, mantendo
suspensos em suas extremidades dois corpos de pe- A curva que separa as regiões da fase sólida e lí-
sos convenientes. O fio atravessa o bloco, mas não quida é chamada curva de fusão, a curva que sepa-

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Física
ra as regiões da fase líquida e de vapor é chamada
curva de vaporização e a curva que divide as regiões
das fases sólida e de vapor chama-se curva de subli-
V
mação. Observe que os pontos sobre qualquer uma
dessas curvas indicam uma condição de temperatura Feixe cilíndrico
e pressão na qual a substância existe nos dois esta- Feixe convergente
dos limitados pela curva. Existe ainda um ponto, no
centro, no qual as três curvas se encontram, onde a
substância pode existir nos três estados ao mesmo
V
tempo. Este ponto chama-se ponto tríplice ou triplo.

Óptica geométrica
Feixe divergente

•• Feixe policromático: é um feixe de luz cons-


Luz tituído de várias cores. Exemplo: luz branca,
constituída de sete cores (vermelho, alaranja-
É uma onda eletromagnética, e se propaga com
do, amarelo, verde, azul, anil, violeta).
uma velocidade de 300.000km/s ou 3x108 m/s.
•• Feixe monocromático: é um feixe de luz cons-
•• Fontes de luz: é qualquer corpo capaz de emi-
tituído de apenas uma cor. Exemplo: luz verde,
tir luz (própria ou por reflexão).
vermelha, amarela.
•• Fontes primárias: (ou corpos luminosos) são
•• Meio transparente: permite a propagação com-
aqueles corpos capazes de emitir luz própria,
pleta da luz e a visualização nítida dos objetos.
tais como o Sol, as estrelas, uma lâmpada ace-
Exemplo: ar, vidro das lentes dos óculos.
sa, a chama de uma vela etc.
•• Meio translúcido: permite a propagação apenas
•• Fontes secundárias: (ou corpos iluminados) são
parcial da luz, e não permite a visualização nítida
aquelas que refletem parte da luz que recebem
dos objetos. Exemplo: vidro fosco, neblina.
de uma fonte primária, como, por exemplo, a
Lua, a Terra e os demais planetas, espelhos, as •• Meio opaco: não permite a propagação da luz e
pessoas, uma lâmpada apagada etc. nem a visualização dos objetos. Exemplo: parede
de tijolos, madeira, placa de ferro.
•• Raio de luz: é a representação gráfica da luz
(graficamente trata-se de uma seta indicativa da •• Meio homogêneo: quando apresenta as mes-
direção e do sentido de propagação da luz). mas características físicas em todos os pontos.

•• Feixe de luz: é o nome dado ao conjunto de •• Cor dos corpos: quando um corpo recebe luz,
vários raios de luz. parte da energia é absorvida e parte é refletida.
A cor do corpo corresponde à cor da radiação
refletida. Assim, um corpo iluminado com luz
Raio de luz branca é verde porque absorve todas as outras
Feixe de luz
radiações e reflete o verde.

Tipos de feixe Princípios da óptica


•• Feixe cilíndrico: é aquele cujos raios são pa-
ralelos. Princípio da propagação retilínea da luz
•• Feixe convergente: é aquele cujos raios con- Nos meios homogêneos e transparentes a luz se
vergem para um ponto comum (denominado propaga em linha reta.
vértice). Em consequência da propagação retilínea da luz,
•• Feixe divergente: é aquele cujos raios divergem pode-se medir a altura de um corpo sem efetuá-la
de um ponto comum (vértice). diretamente. Observe a figura a seguir:
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Física
Princípio da independência dos

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raios de luz
Os raios de luz são independentes uns em relação
aos outros, isto é, quando dois raios se cruzam, um
H não muda a direção de propagação do outro.
h
Estudo da reflexão da luz
L l
É o desvio dos raios de luz sofrido pela incidência
Sombra destes sobre uma superfície opaca.

•• Da semelhança de triângulos: Reflexão irregular (difusão)


É a reflexão que ocorre numa superfície se esta
H= L
for irregular.
h l

Câmara escura
Consiste basicamente de uma caixa de paredes
opacas com um pequeno orifício em uma de suas
paredes. Devido à propagação retilínea da luz, é for-
mada uma imagem de um objeto colocado diante da
caixa. A imagem é formada dentro da câmara, inver-
tida e menor que o objeto original. Esse é o princípio
 Observação
de funcionamento de alguns aparelhos tais como
máquinas fotográficas. A difusão é importante na visualização de objetos,
uma vez que a maioria dos objetos possui superfície
A irregular.
IESDE Brasil S.A.

Ela permite a visualização das cores, uma vez que


B
um corpo sob luz branca, difunde uma cor e absorve
H h
O as demais. Um corpo verde, por exemplo, reflete a
A cor verde e absorve as demais cores.
B p p`

Reflexão regular
•• Da semelhança de triângulos:
É a reflexão que ocorre numa superfície polida ou
lisa.
H=p
h p`

Princípio da reversibilidade
Todo caminho que a luz faz num sentido, ela tam-
bém faz no sentido contrário.

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Física
Leis da reflexão
ATLAS SA LTA
•• 1.ª Lei da reflexão: o raio incidente (Ri), a reta

Jupiter Images - DPI Images.


normal ao plano de incidência (N) e o raio refle-
tido (Rr) são coplanares.
•• 2.ª Lei da reflexão: o ângulo de incidência (i) e
o ângulo de reflexão (r) são congruentes.

Ri N Rr

i r

Superfície

Espelhos planos
Um espelho plano é uma superfície polida plana Translação de espelho plano
(espelhada) que reflete regularmente a luz.
Na figura abaixo o espelho plano E sofre um desloca-
mento b e a imagem sofre um deslocamento a. Vejamos
Propriedades dos espelhos planos a relação entre esses deslocamentos:
A imagem gerada por um espelho plano (I) é sem-
pre virtual (formada atrás do espelho), direita (mes- E E’
ma posição do objeto original) e igual (mesmo tama-
I I’
nho do objeto original). A imagem gerada por um O

espelho plano (EP) está situada a uma distância (p’) c


do espelho, igual à distância (p) que o objeto (O) se a
encontra do espelho. Tem-se: p = p’
d
b
EP
O I
•• I é imagem de O para E. d = b + c (1).
•• I’ é imagem de O para E’. d + b = c + a (2).
p p’ •• Substituindo (1) em (2) vem: b + c + b= c + a.
Logo: 2b = a
A única modificação que um espelho plano causa Assim quando deslocamos um espelho, as ima-
em uma imagem é a inversão do sentido (esquerda – gens nele formadas se deslocam duas vezes mais.
direita), da mesma, originando imagens de letras ao Pode-se fazer então:
contrário; essas imagens são denominadas enantio-
morfas. Por exemplo:
∆Simagem = 2∆Sespelho

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Física
Com isso a velocidade da imagem é o dobro da ve- Espelho Côncavo
locidade do espelho e ainda, a aceleração da imagem
é o dobro da aceleração do espelho.

Espelho esférico Eixo


Definição: é aquele onde a superfície refletora é C F V principal
um pedaço de uma esfera oca (calota esférica).

Calota
esférica
Eixo Espelho Convexo
C F V principal

Esfera

Tipos Eixo
principal V F C
I. Côncavo: se a superfície interna da calota for
refletora.
II. Convexo: se a superfície refletora for a externa.

Luz Luz

Condições de nitidez de Gauss


O ângulo de abertura em torno do vértice deve ser
pequeno (q< 10o).
Espelho esférico Espelho esférico
côncavo convexo Os raios incidentes devem ser para-axiais, ou seja,
próximos do eixo-principal e pouco inclinados em re-
lação a ele.
Elementos
Propriedades dos raios refletidos
•• Centro de curvatura (C): é o centro da esfera
que completa a calota. 1.ª Um raio incidente paralelamente ao eixo princi-
•• Vértice (V): é o polo da calota esférica. pal é refletido na direção do foco principal.

•• Eixo principal: é a reta que passa por C e V.


•• Foco principal (F): é aproximadamente o ponto
médio de C e V.
C F V V F C
•• Eixo secundário: é qualquer outra reta que
passe pelo centro de curvatura, mas não inter-
cepte a calota em V.

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Física
2.ª Um raio incidente na direção do foco principal Espelho côncavo
é refletido paralelamente ao eixo principal.
Dependendo da posição do objeto AB = o, colo-
cado à frente desse tipo de espelho, ter-se-á a forma-
ção de cinco tipos distintos de imagens A’B’ = i.

V F C
•• Objeto além do centro de curvatura C:
C F V

3.ª Um raio incidente na direção do centro de cur- o


vatura é refletido sobre si mesmo (é autocon- B’
B C i F V
jugado).
A’

C F V V F C
real
Imagem i invertida (entre F e C)
menor

4.ª Um raio incidente no vértice do espelho é refleti- •• Objeto no centro de curvatura C:


do simetricamente em relação ao eixo principal.
A

i o

C F V V F C C B
B’ F
r
i

A’
Construção geométrica
das imagens real
Imagem i invertida (No C)
igual
Espelho convexo
•• Objeto entre o centro de curvatura C e o
Qualquer que seja a posição do objeto AB = o, foco principal F:
colocado à frente desse tipo de espelho, ter-se-á
sempre um único tipo de imagem A’B’ = i: virtual,
direita e menor. A

o
A B’
C B F
o A’ i
i
B B’ F C
A’

real
Imagem i invertida
virtual
maior (além do C)
Imagem i direita (entre V e F)
menor

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Física
•• Objeto no foco principal F:  Observação 1
Objeto e imagem reais ⇒ P > 0 e P’ > 0.
A Objeto e imagem virtuais ⇒ P < 0 e P’ < 0.
o
B
C F
 Observação 2

C e F são pontos reais.


Espelho côncavo
R > 0 e f > 0.
Imagem i { imprópria (no infinito).
•• Objeto entre o foco principal F e o vértice V: C e F são pontos virtuais.
Espelho convexo
R < 0 e f < 0.
A’
A
i
o
C F B B’ Aumento linear transversal (A)

Objeto

O
virtual
Imagem i direita C F V
maior I
Imagem

Estudo analítico

Objeto –P’
P A= i =
O P
R
f •• O = altura do objeto.
C F V •• i = altura da imagem.
l
Imagem
P  Observação
Imagem direita ⇒ i > O e A > O.
Imagem invertida ⇒ i < O e A < O.
•• f = distância focal.
•• R = raio de curvatura.
•• R = 2f
Estudo da refração
•• P = distância do objeto ao espelho.
•• P’ = distância da imagem ao espelho. Refração
•• Equação dos pontos conjugados:
É um fenômeno luminoso em que a luz passa de
um meio transparente (1) para outro meio transparen-
1=1+1 te (2), o que acarreta mudança na velocidade da luz.
f P P’

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Física
Índice de refração absoluto (n): Análise do desvio
É a grandeza física que mede a inércia do meio em
N
relação à propagação da luz. Matematicamente é de- Ri
finido por: n2 > n1
i
Meio 1 (n1)

n= c
Superfície Meio 2 (n2)
V dióptrica

r’ R
r

•• c = velocidade da luz no vácuo Nesse caso o raio se aproxima da normal.


(c = 3 x 108 m/s).
•• V = velocidade da luz no meio. N
O índice de refração do vácuo será sempre 1 e Ri
também o índice de refração do ar terá aproximada- n2 < n1 i
mente o mesmo valor, uma vez que a velocidade da Meio 1 (n1)
luz no ar é aproximadamente igual à velocidade da Superfície Meio 2 (n2)
luz no vácuo. dióptrica
r’ Rr

Leis da refração
Nesse caso o raio se afasta da normal.
N
Ri Ângulo limite (L)
i É o ângulo de incidência para o qual a refração é
Meio 1 (n1) rasante (r = 90º).
Superfície dióptrica
Meio 2 (n2)
r’ N
Rr Ri

L
Rr
•• 1.ª Lei: o raio incidente (Ri), a reta normal (N) e
o raio refratado (Rr) são coplanares. r’
•• 2.ª Lei (lei de Snell-Descartes): para cada dióp-
tro existe uma razão constante entre o seno do
n n
ângulo de incidência (i) e o seno do ângulo de sen L = n2 = menos refringente
nmais refringente
refração (r). 1

sen i n2 v1 Se a incidência, nas condições acima, ocorrer com


= = ângulo de incidência maior que L, então ocorrerá a
sen r n1 v2
reflexão total.

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Física
Dióptros •• nobservador – índice de refração do meio onde se
situa o observador.
Definição: é a união de dois meios ordinários (ho-
•• nobjeto – índice de refração do meio onde se situa
mogêneos). Os dióptros podem ser: planos, esféricos
o objeto e também a sua imagem virtual.
etc.

Dióptro plano P = nobjeto


P’ nobservador
É aquele constituído por uma superfície plana se-
parando os dois meios. O exemplo mais simples de
um dióptro plano é o par ar e água.
Associação de dióptros
Formação de imagens
De uma forma geral tem-se, para n1 > n2: Lâminas de faces paralelas
Na figura abaixo vemos dois dióptros planos. O
primeiro é constituído pelos meios 1 e 2 e pela su-
perfície de separação S1. O segundo pelos meios 2 e
O 3 e pela superfície S2.

n1 Meio 1 S1
n2
Meio 2
p p' S2
I Meio 3

Para o caso em que as duas superfícies S1 e S2 fo-


rem planas e paralelas, o meio 2 constituirá o que
se chama de lâmina de faces paralelas. A vidraça de
I uma janela é um exemplo desse tipo de lâmina na
qual os meios 1 e 3 são o ar e o meio 2 o vidro.
p' •• Propriedade: numa lâmina de faces paralelas
os raios incidentes e emergentes são paralelos.
p
n1
n2
i

r
r
O

Nas figuras, têm-se:


i
•• O – observador (vê a imagem I).
•• p – profundidade (ou altura) real do objeto.
•• p’ – profundidade (ou altura) aparente da ima- •• Deslocamento Lateral: é a distância x entre os
gem. raios a e b que, como vimos, são paralelos.

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Física
•• r1 = ângulo de refração na primeira face.
i
•• r2 = ângulo de incidência na segunda face.
i-r •• i2 = ângulo de refração na segunda face.
E r
•• ∆ = ângulo de desvio do raio luminoso.

A
x n1 n1
n2

sen (i – r)
x=E. cos r i1 •

i2
r1 r2
Ri Re
A

Prismas
São compostos pela associação de dois dióptros,
porém as superfícies de separação entre os meios
não são paralelas.
Equações
•• Refração na 1.ª Face: n1. sen i1 = n2. sen r1
•• Refração na 2.ª Face: n2.sen r2 = n1.sen i2
•• Da Geometria: A = r1 + r2 e ∆ = i1 + i2 - A

Desvio mínimo
Demonstra-se que, para n e A constantes, o desvio
é função do ângulo de incidência i.
Elementos Lembrando do princípio da reversibilidade dos
raios, vemos que i2 é igual ao ângulo de refração
•• Faces: são os dois dióptros. na segunda face quando o ângulo de incidência na
•• Aresta: intersecção das faces. primeira for i1. Daí vem que na situação de desvio
•• Secção transversal: interseção com o prisma mínimo: i1 = i2 = i
de um plano perpendicular à sua aresta.
•• Abertura: ângulo entre as faces. Lentes esféricas delgadas
Trajetória de um raio luminoso Lentes esféricas
Sejam: É uma associação de dois dióptros, sendo um es-
•• Ri = raio incidente. férico e o outro podendo ser esférico ou plano.
•• Re = raio emergente.
•• i1 = ângulo de incidência na primeira face.
Tipos de lentes esféricas
•• A = ângulo de abertura ou refringência do pris-
Lentes de bordas delgadas
ma.
•• n1 = índice de refração do meio envolvente. São aquelas que são finas nas extremidades e au-
mentam a sua espessura em direção ao centro.
•• n2 = índice de refração do prisma.

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Física

Lente Lente Lente

Elementos de lentes esféricas


biconvexa plano-convexa côncavo-convexa

Lentes de bordas espessas


e
São aquelas que são espessas nas extremidades e C F
O
F C
diminuem a sua espessura em direção ao centro. f f
R R

•• Raios de curvatura (R): medidas dos raios das


superfícies esféricas originais da lente, ou seja,
representa a distância dos centros de curvatura
Lente Lente Lente até o vértice da lente.
bicôncava plano-côncava convexa-côncava •• Eixo da lente (e): linha que une os centros das
calotas que geraram a lente.
•• Centro óptico (O): ponto central da lente que
Lentes convergentes e divergentes marca a interseção entre ela e seu eixo.
São ditas convergentes as lentes que convergem •• Focos (F): ponto do eixo da lente que possui
os raios que passam por elas. São muito utilizadas conjugado no infinito (elemento impróprio).
em microscópios, projetores (de slides, cinema, re- •• Ponto antiprincipal (2F): situa-se a duas vezes a
tro-projetores), lupas e na correção da maioria dos distância do foco.
defeitos de visão como hipermetropia e presbiopia. •• Distância focal (f): medida da distância entre
os focos e o centro óptico.

Propriedades dos raios


Existem alguns raios de luz especiais, que ao inci-
direm em certos pontos da lente se refratam de uma
forma muito peculiar, o que lhes confere o nome de
raios notáveis. Todo raio que incide paralelamente ao
São ditas divergentes as lentes que divergem os eixo da lente se refrata passando pelo foco do mesmo.
raios que passam por elas. São menos utilizadas que as E como a luz possui reversibilidade, todo raio que in-
de bordas delgadas, sendo uma aplicação mais conhe- cide passando pelo foco da lente é refratado paralelo
cida o seu uso na correção de miopia. ao eixo.

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Física
Objeto entre o foco principal e a lente

A’
e

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C F O F C

B’ F1 B O F2
Imagem Objeto
e
C F O F C

Outro raio notável é o raio que passa pelo centro óp- Objeto sobre o foco
tico da lente, que é refratado sem sofrer mudança em
A
sua direção.

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B
F1 O F2
Objeto

e
O F Imagem no
C F C infinito

Objeto entre o foco e 2F (ponto antiprincipal


Formação de imagens do objeto)

Lente divergente A

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Diante de uma lente divergente, qualquer que
seja a posição do objeto, as características da ima- B’
gem são sempre iguais. 2F1 B F1 O F2 2F2
Objeto
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A
A’ A’
Imagem

B F1 B’ O
Objeto Imagem

Centro da lente
Objeto sobre 2F
Olho
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Lente convergente B 2F2


2F1 F1 O F2 B’
A imagem de um ponto é obtida pela interseção de Objeto

pelo menos dois raios refratados correspondentes a A’


dois raios incidentes provenientes do ponto. Imagem

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Física
Objeto além de 2F Equação de Halley ou dos fabricantes
de lentes
A

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B’ 1 = n2 –1 1+1
B 2F1 F1 O F2 2F2 f n1 R1 R2
Objeto A’
Imagem

Onde:
Estudo analítico •• n2 = índice de refração do material da lente.
•• n1 = índice de refração do meio exterior.
y •• R1 e R2 = raios de curvatura das faces.
Objeto
Os raios R1 e R2 são considerados positivos para
o
e superfícies convexas, e negativos para superfícies
C F O F i C x
p p’ Imagem côncavas. O raio de curvatura das superfícies planas
pode ser considerado infinito de forma que:

Equação dos pontos conjugados 1


=0
R

1= 1+1
f p p’

Associação de lentes
Aumento linear transversal (A)
Justaposição
p’ Para essa associação, a distância entre os centros óp-
A=– p = i ticos das lentes é nula ou desprezível.
0

1 = 1 + 1 + ... CEQ = C1 + C2 + ...


Convenções fEQ f1 f2

1. Objetos e imagens reais têm abscissas positivas


enquanto objetos e imagens virtuais têm abs-
cissas negativas.
Sem justaposição
2. f = abscissa do foco principal.
Para essa associação a distância entre os centros não
f<0 lente divergente.
é desprezível. Ao analisar problemas que envolvem as-
f>0 lente convergente. sociações de lentes não justapostas devemos proceder
da seguinte forma:
Potência ou vergência (C) a) determinamos a imagem que a primeira lente
produz do objeto, desconsiderando a existên-
1 cia da segunda lente.
C=
f b) usamos a imagem determinada anteriormente
como objeto para a segunda lente determinan-
Se a distância focal for medida em metros, a con- do em seguida sua imagem, desconsiderando
vergência da lente será medida em dioptrias (di). a primeira lente.

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Física
Olho humano Re

Os olhos são os responsáveis por nossa visão. São


duas bolsas membranosas cheias de líquido, embu-
tidas em cavidades ósseas do crânio denominadas
órbitas oculares.
O globo ocular (bulbo do olho) é formado por três Cristalino
camadas de tecido: esclera, corioide e retina.
O olho humano pode ser considerado, de forma
simplificada, como um sistema óptico que atua como Presbiopia
uma lente biconvexa.
Também conhecida como vista cansada. Consiste
no afastamento do ponto próximo pela perda de vi-
gor da musculatura ocular com a idade. É o que faz
com que pessoas mais velhas afastem livros e jornais
para conseguirem focar as imagens. Para corrigir o
problema usam-se lentes convergentes.

Miopia
Acomodação visual No olho míope, imagens de objetos no infinito se
É a variação da vergência do globo ocular para que formam antes da retina. Os pontos remoto e próximo
a imagem de um objeto se forme sempre na retina. se encontram mais próximos do olho que o normal.

Retina
Ponto remoto
É a distância máxima para a qual o olho não precisa
se acomodar para permitir uma visão distinta, ou seja,
a musculatura está relaxada.
Cristalino

Ponto próximo Para corrigir o problema usa-se uma lente diver-


É a distância mínima para a qual o olho consegue gente.
formar imagens nítidas.
Astigmatismo
Para o olho normal o ponto remoto situa-se sem-
pre no infinito. O ponto próximo varia com a idade. Defeito decorrente do fato da córnea não ser esfé-
À medida que envelhecemos, a musculatura vai per- rica, mas semelhante a um balão sendo comprimido.
dendo sua capacidade de compressão e o ponto pró- E, sendo assim, as imagens formadas sobre a retina
ximo se afasta do olho. Para adultos de visão normal, não são nítidas, aparecendo “borradas”. A correção
costuma-se considerar a distância mínima de visão é feita com lentes cilíndricas.
distinta igual a 25cm.
Instrumentos ópticos
Ametropias ou defeitos da visão
Instrumentos de observação
Hipermetropia Produzem uma imagem virtual. Os raios emer-
Ametropia decorrente ou do pequeno poder de gentes do sistema chegam diretamente aos olhos
curvatura do cristalino ou do fato de o globo ocular do observador. Exemplos: lupa, microscópio, luneta,
ser alongado acima do normal. A correção é feita com telescópio.
lentes convergentes.

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Física
Instrumentos de projeção onde:
•• δd = distância mínima de visão distinta = 25cm
Produzem imagens reais que são projetadas sobre
para um olho normal.
um anteparo. Os raios chegam aos olhos do observa-
dor depois de sofrerem reflexão no anteparo. Exem- •• f = distância focal da lente em centímetros.
plos: câmara fotográfica, filmadoras, projetores.
O Microscópio (ou microscópio composto)
Aumento angular
O aumento gerado por um instrumento óptico é
Associação de duas lentes convergentes
definido como a razão entre o ângulo visual α sob o A primeira, de pequena distância focal chamada ob-
qual o objeto é observado através do instrumento e jetiva, produz uma imagem real, maior e invertida que
o ângulo visual αo pelo qual o objeto é observado a funciona como objeto para a segunda lente. Esta por
olho nu: sua vez, chamada ocular, funciona como lupa e produz
um aumento adicional.
a
A=a Objetiva Ocular
0
Imagem Objeto
da da
Objeto Objetiva Ocular
FOB FOC FOC
Como esses ângulos são em geral pequenos:
Imagem
da
Ocular
tga
A=
tga0
Aumento do microscópio composto
Quando a imagem da objetiva se forma no primei-
Instrumentos de observação ro plano focal da ocular, o aumento é dado por:

A lupa (ou microscópio simples)


L . dd
M=–
Lente convergente para a qual o objeto é colocado fOB fOC
entre o foco e a lente. A imagem produzida é maior,
virtual e direita em relação ao objeto.
onde:
•• L = distância entre o segundo ponto focal da ob-
jetiva e o primeiro ponto focal da ocular.
•• fOB, fOC = distâncias focais da objetiva e da ocu-
lar respectivamente.
•• dd = distância mínima de visão distinta.
•• O sinal negativo indica a inversão da imagem.

Aumento da lupa
A luneta astronômica
O aumento da lupa, para um objeto colocado so- (ou telescópio refrator)
bre o seu primeiro ponto focal, é:
Associação de duas lentes convergentes usadas
para observação de objetos muito distantes. A pri-
dd
M= meira lente chamada objetiva recebe os raios para-
f
lelos provenientes do objeto e conjuga uma imagem

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Física
real no plano focal imagem. A distância focal da ob- Objetiva Ocular
jetiva é da ordem de decímetros ou metros. A segun- Imagem
objeto
da lente, ocular, funciona como lupa. muito
distante

Objetiva Ocular
Objeto FOC FOC FOB
no
infinito
FOC FOB FOC

Imagem

Aumento da luneta
Binóculo
O aumento de uma luneta é dado por:
O binóculo é composto por duas lunetas terres-
tres, sendo dotado de um sistema de prismas, inter-
fOB
M=– no a elas, que permite seu tamanho reduzido, des-
fOC viando adequadamente o feixe luminoso.

Onde o sinal negativo indica que a imagem é inver- Instrumentos de projeção


tida.
A máquina fotográfica
 Observação
Lente convergente que forma a imagem sobre uma
Essa fórmula também é válida para a luneta de
película fotossensível. A distância lente-filme é ajustá-
Galileu. Lembrar, porém, que neste caso fOC < 0, pois
vel de forma que, para diferentes posições do objeto,
a lente é divergente.
sua imagem se forma sempre sobre o filme.

O telescópio (ou telescópio refletor)


A exemplo das lunetas astronômicas, o telescópio
também é usado para observar objetos distantes. Os
F’
raios emergentes do espelho parabólico são desvia-
dos por um espelho plano e incidem numa lente con-
vergente denominada ocular.

Espelho
Espelho
Parabólico
(Objetiva)
Imagem real, menor e invertida.

Lente convergente O projetor de slides


ocular
O projetor de slides (diapositivos) consiste basica-
mente de uma lente convergente que produz imagens
A luneta terrestre reais, maiores e invertidas. Para ser nítida a imagem
Essa luneta produz uma imagem direita em relação deve recair exatamente sobre a tela difusora na qual
ao objeto e por isso é mais adequada para observação é projetada. O projetor de filmes funciona de forma
de objetos terrestres do que a luneta astronômica. análoga.
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Física
Lente Da figura, temos: x = A . cos q
Convergente Tela
Equação horária da posição angular no MCU: q
= q0 + w . t
Logo:
F’

x = A . cos(q0 + w . t)

Projetor
(Equação horária da elongação)

V
V q

Movimento harmônico
VX
VX

simples (MHS) MHS


q

Características
•• Oscilatório (oscila em torno de uma posição de
equilíbrio);
Da figura, temos: v x = –v . senq
•• Periódico (repete-se em intervalos de tempos
iguais). Relação entre velocidade linear (tangencial) e velo-
cidade angular: v = w . A

Modelo teórico Logo:

Massa Mola
v x = –w . A . sen(q0 + w . t)

x = –A x=0 x=A (Equação horária da velocidade)

 Observação
O sinal negativo indica que a velocidade do bloco
é negativa no I e no II quadrantes e positiva no III e
Analogia com movimento circular no IV quadrantes.

uniforme (MCU)

acpt

A MCU
ax
q
q
MHS
MHS
x

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Física
Da figura, temos: ax = –acpt . cos q Ex. 1
Aceleração centrípeta no MCU: acpt = w . A 2

Logo:
t = 0s
ax = –w2 . A . cos(q0 + w . t)
A MCU
(Equação horária da aceleração)
q0
 Observação
MHS
O sinal negativo indica que a aceleração do bloco é
negativa no I e no IV quadrantes e positiva no II e no x = A/2
III quadrantes.

q0 = 60º
Dividindo a expressão da aceleração pela expres-
são da elongação, temos: Equações horárias

ax A
= –w2 ax = –w2 . x X0 = A . cos(60º) =
x 2
Vx0 = –w . A sen (60º) = – 0,87 w . A
(Relação entre aceleração e elongação)
ax0 = –w2 . A
2
Velocidade angular (pulsação) e Ex. 2
período do MHS
Força restauradora:
t=0s
MCU
FR = –k . x m . ax = –k . x m (–w . x)
2

q0
k w= k
= –k . x w =
2
m m V MHS

x = –A/2
2p m
T= T = 2p
w k
q0 = 120º

Fase inicial do MHS Equações horárias


A fase inicial do MHS é a posição angular da par-
tícula que executa MCU no instante t = 0s (início da A
observação). X0 = A . cos(120º) = –
2
Exemplos: Vx0 = –w . A sen (120º) = – 0,87 . w . A
ax0 = w2 . A
2

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Física
 Observação Gráfico de Energia potencial, cinética e
Das figuras anteriores nota-se que a fase inicial de- mecânica X deslocamento
pende da posição e do sentido da velocidade do bloco
no instante inicial. E (J)

Energia no MHS
Epot
Energia potencial elástica.
Ecin
Emec

k . x2
EPOT =
2
x (m)

Energia cinética.
Pêndulo simples
m . v2
ECIN =
2 a
g
T L

Energia mecânica.
PN
DS DS
EMEC = ECIN + EPOT PT
P

X X

Para x = ± A temos v = 0 (mudança de sentido do


movimento), logo: Força restauradora do movimento:
FR = PT m . a = m . g . sena a = g . sena
k.A 2
Sendo a um ângulo pequeno, é válida a aproxi-
EMEC = EPOT =
2 mação:
DS x x
sen a a = – a = –g .
L L L
Como a energia mecânica é constante, podemos g . g
escrever: –w2 . x = – x w2 =
L L

k . A2 k . x2
ECIN = EMEC – EPOT = –
2 2 g
w=
L
k. 2 2
ECIN = (A – x ) 2p
2 T=
w

A seguir temos a distribuição da energia em função L


T = 2p
do deslocamento. g

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Física
Associação de molas em série

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F1
FE = F1 = F2 = ... = FN
F1
F2
xE = x1 + x2 + ... + xN
F2
FE F1 F2 FN
= + + ... + FN
kE k1 k2 kN
FN

1 1 1 1
= + + ... +
kE k1 k2 kN P

Ao passar sob um barco em alto mar, a onda le-


Associação de molas em paralelo vanta o barco transferindo-lhe energia potencial gra-
vitacional, que é devolvida pelo meio em forma de
trabalho e energia cinética.

Classificação das ondas

F1 F2 FN Quanto à natureza
a. Ondas mecânicas: são ondas que necessitam
P de meio material para sua propagação. Essas on-
das são deformações elásticas que ocorrem nos
meios materiais. O principal exemplo é o som.
xE = x1 = x2 = ... = xN
b. Ondas eletromagnéticas: perturbação forma-
FE = F1 + F2 + ... + FN
da por um campo elétrico e outro magnético
kE . xE = k1 . x1 + k2 . x2 + ... + kN . xN que se propaga através do vácuo ou de meios
materiais. O principal exemplo é a luz.
kE = k1 + k2 + ... + kN
Campo

IESDE Brasil S.A.


elétrico Sentido da
propagação

Ondulatória
Onda é uma perturbação que se propaga em um Campo
magnético
meio, transportando apenas energia sem transportar
Direção da
matéria. propagação

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Física
Quanto à direção de vibração •• puntiforme: a frente de onda é um ponto.
•• circular: a frente de onda é uma circunferência.
a) Ondas transversais: são ondas em que as vi-
brações ocorrem numa direção perpendicu- •• reta: a frente de onda é uma linha reta.
lar à direção de propagação. Observe que as •• esférica: a frente de onda é uma esfera.
ondas eletromagnéticas são transversais, pois •• plana: a frente de onda é um plano.
os campos oscilam perpendicularmente à pro-
pagação. A onda da figura a seguir também é Frente de
transversal. onda

Direção de
Onda puntiforme
propagação
Direção de
vibração

IESDE Brasil S.A.


Raio
Raio
b) Ondas longitudinais: são ondas em que a vibra-
ção tem a mesma direção da propagação. São
exemplos de ondas longitudinais: som e ondas em a) Onda reta b) Onda circular

molas (como na figura a seguir): Raio

mola Raio
c) Onda plana d) Onda esférica
Direção de propagação

 Observação
Direção de vibração
Definem-se linhas de ondas como sendo o lugar
geométrico dos pontos que são atingidos ao mesmo
c) Ondas mistas: são ondas mecânicas forma- tempo por uma perturbação.
das por vibrações transversais e longitudinais
concomitantes. O exemplo mais comum é o de
ondas nas superfícies dos líquidos. As ondas
sonoras nos sólidos também são mistas. Raio de onda
A propagação de uma onda pode ser representada
Quanto à dimensão de uma onda por um ente geométrico imaginário denominado raio
a) Onda unidimensional: onda em que a propa- de onda. Assim:
gação se dá ao longo de uma linha. Ex.: onda Raio de onda: linha fictícia orientada que tem ori-
em uma corda. gem na fonte emissora da onda e é perpendicular às
b) Onda bidimensional: onda que se propaga ao frentes de onda:
longo de uma superfície. Ex.: onda sobre a su-
perfície de um líquido.
Frente
c) Onda tridimensional: onda cuja propagação se de onda
Raio de
dá em todas as direções. Ex.: onda luminosa. onda
Frente de
Quanto à frente de onda onda

Frente de onda é a fronteira que separa o meio onde


Observe que o raio de onda caracteriza a propa-
a onda se propaga em duas regiões: a região já atingida
gação ondulatória, isto é, indica a direção e o sentido
e a que ainda será atingida. Temos a seguir algumas
da onda.
classificações:

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Física
Ondas harmônicas como a distância percorrida por um pulso de onda na
unidade de tempo. É medida em m/s.
A figura abaixo mostra o perfil de uma onda har-
mônica numa corda. Para criar tal perturbação fez-
V=λ.f
se a extremidade livre da mesma oscilar em MHS.
Assim, cada ponto da corda simplesmente repete o
movimento feito pela extremidade.
Concordância e oposição de fases
λ Quando o movimento de dois ou mais pontos de
P R
Linha de uma onda estiverem em sentidos contrários dizemos
equilíbrio a
que esses estão em oposição de fase e quando esses
a
pontos estiverem se movimentando no mesmo senti-
Q S
λ do dizemos que estão em concordância de fase.

Elementos
Função de onda
Comprimento de onda (l) Quando uma corda (ou mola) tensa, isto é, esti-
cada por tração, recebe um pulso como na figura
É a distância entre duas cristas ou dois vales con- abaixo, essa perturbação irá se propagar sem perder
secutivos. a forma; dessa maneira o pulso que chegará a qual-
quer ponto P da corda é o mesmo que saiu da fonte
Amplitude (a) em um intervalo de tempo ∆t atrás (∆t é o tempo
É a distância entre a linha de equilíbrio ou média e gasto para a perturbação percorrer a distância x que
uma crista ou vale de uma onda. separa a fonte e o ponto P).

Período (T) A

yF
É o tempo gasto para uma onda realizar uma vibra- yP • P
fonte
ção completa, ou seja, o tempo necessário para que constante XP
x

duas cristas passem pelo mesmo ponto.


-A

Frequência (f)
É o número de oscilações realizadas pela onda por
unidade de tempo, ou seja, o número de cristas que
passam por um ponto num dado intervalo de tempo. y = A cos [2π( t – x ) + q0]
T l
É medida em hertz (Hz). A relação entre período e
frequência é:

Fenômenos ondulatórios
f= 1
T Vários fenômenos podem ocorrer com uma onda:
o desvio ou o contorno que ela realiza ao encontrar
obstáculos em sua propagação (a difração), a interfe-
Velocidade de propagação (V)
rência que ocorre quando se encontram duas ondas
Toda onda se propaga com uma determinada velo- produzidas por diferentes fontes e ainda o fenômeno
cidade de propagação (V), que pode ser interpretada da polarização.

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Física
Reflexão de ondas Ondas bi e tridimensionais
A figura seguinte representa uma onda incidindo
Ondas unidimensionais na superfície de separação de dois meios, sendo ele
duas regiões de profundidades distintas entre si.
Fim livre

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Região rasa

Fim fixo
Região funda

Ondas bidimensionais e tridimensionais


N
A figura abaixo mostra uma onda reta propagan- v2
do-se em um meio e incidindo na superfície de se- Superfície 2

da região rasa r
paração deste com outro meio. Deve-se notar que a
propagação dessa onda pode ser representada por
Superfície
seus raios de onda que, por sua vez, são perpendicu- i da região funda
1
lares às linhas de onda:
v1

Normal
Ondas incidentes Ondas refletidas
Sendo:
•• V1 = velocidade da onda no meio 1.
•• V2 = velocidade da onda no meio 2.
I R •• N = reta perpendicular à superfície de separa-
Sejam: ção (reta normal).
•• N = reta perpendicular à superfície de separa- •• i = ângulo entre o raio incidente e a reta nor-
ção (reta normal). mal.
•• I = ângulo entre o raio incidente e a reta normal. •• r = ângulo entre o raio refratado e a reta nor-
•• R = ângulo entre o raio refletido e a reta normal. mal.
Aqui valem também as leis da reflexão vistas em Para a refração têm-se duas leis (já vistas em Óp-
Óptica Geométrica. tica Geométrica):

Refração de ondas 1.ª Lei da refração

É o fenômeno segundo o qual uma onda muda “O raio incidente, a reta normal e o raio refratado
seu meio de propagação. são coplanares”.

Quando uma onda sofre refração, sua frequência


2.ª Lei da refração
e sua fase não se alteram.
“Para um par de meios a relação entre o seno dos
Ondas unidimensionais ângulos formados entre os raios de onda nos meios é
uma constante”, isto é:

Menos denso Mais denso


sen i
sen r = constante

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Física
A constante mencionada na equação anterior é de-

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finida como a razão entre as velocidades das ondas
P
nos meios incidente e refrator, isto é:

sen i V1 l F1x x F2
=
sen r V2

O quociente V1 / V2 é denominado índice de refra-


ção relativo do meio 2 em relação ao meio 1, cuja Nesta figura, os pontos brancos representam in-
representação é n2,1 terferências construtivas e os pontos escuros interfe-
Deve-se lembrar que, ao passar de um meio para rência destrutiva. Deve-se observar que a diferença
o outro, a onda não perde sua “identidade”, isto é, (∆x) entre as distâncias do ponto P, por exemplo, às
sua frequência. Deste modo, sejam V1 e V2 as veloci- fontes é um múltiplo de λ/2. Tem-se então, caso as
dades nos meios 1 e 2, temos então: fontes estejam em fase:
V1 = λ1f e V2 = λ2f, isto é:
V1/λ1 = V2/λ2 ∆x = N. λ/2
Sendo assim:
•• Se N é par há interferência construtiva.
sen i V l
= 1 = 1 = n2,1 •• Se N é impar há interferência destrutiva.
sen r V2 l2
Para a situação em que as fontes estão em oposi-
 Observação ção de fase:

Quando uma onda sai de um meio A e chega a •• Se N é par há interferência destrutiva.


um meio B, passando a se propagar mais lentamen- •• Se N é impar há interferência construtiva.
te, afirma-se que o meio B é mais refringente que o
meio A. Princípio de Huygens
“Cada ponto de uma frente de onda comporta-
se como fonte de ‘pequenas’ ondas secundárias, que
Interferência se propagam em todas as direções, com velocidade
Quando duas ou mais ondas atingem simultanea- igual à da onda principal. Após um intervalo de tem-
mente um mesmo ponto no espaço o efeito de uma se po ∆t, a nova posição da frente de onda é a envoltó-
superpõe ao efeito das outras. Deste modo, no ponto ria das frentes das ondas secundárias”.
considerado, os efeitos podem se somar mutuamente As figuras a seguir ilustram a construção de fren-
ou suprimirem-se. Assim, temos dois tipos de interfe- tes de ondas a partir do princípio de Huygens.
rência, a saber: interferência construtiva e interfe-
rência destrutiva. • •

A figura a seguir mostra esquematicamente uma •





superfície na qual se propagam duas ondas criadas, • •
• •
em fase, pelas fontes F1 e F2. • •

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Física
Difração O estudo do som
As ondas não se propagam obrigatoriamente em
linha reta a partir de uma fonte emissora. Elas apresen- O som é uma onda mecânica e longitudinal.
tam a capacidade de contornar obstáculos, desde que •• Infrassom: ondas de frequência abaixo de
estes tenham dimensões comparáveis ao comprimento 20Hz.
de onda.
•• Som audível: ondas de frequência entre 20Hz
e 20 000Hz.
•• Ultrassom: ondas de frequência acima de
20 000Hz.

Velocidade das ondas sonoras


Nas ondas sonoras a transmissão de energia ocorre
de molécula a molécula.
Assim, tem-se:

Ressonância
Vsólido > Vlíquido > Vgases
Quando um sistema vibrante é submetido a uma
série periódica de impulsos cuja frequência coincide
com a frequência natural do sistema, a amplitude de
suas oscilações cresce gradativamente, pois a energia
Velocidade em função da temperatura
recebida vai sendo armazenada.
Domínio público.

v = KT

•• K → constante.
•• T → Temperatura absoluta.
γR
•• K =
M

gRT
v=
Ponte de Tacoma. M

Polarização •• γ → coeficiente de Poisson.


•• R → constante universal dos gases perfeitos.
Polarizar uma onda significa orientá-la em uma
•• M → massa molar do gás.
única direção ou plano.

Onda
 Observação
IESDE Brasil S.A.

circular
A velocidade das ondas só depende das proprie-
Onda
aniquilada dades físicas do meio, não dependendo, portanto, se
a fonte está em movimento ou repouso, da intensi-
Onda dade ou da frequência das ondas.
polarizada
verticalmente

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Física
Qualidades fisiológicas Timbre
Os sons possuem certas qualidades (associadas a É a qualidade que permite diferenciar duas fon-
propriedades físicas das ondas) que permitem que tes diferentes que emitem um mesmo som. O timbre
sejam caracterizados pelo ouvido humano. está associado à forma da onda e aos harmônicos
presentes.
Altura
Qualidade que permitem classificar os sons em Eco e reverberação
agudos (altos) ou graves (baixos). Os sons agudos A sensação sonora permanece no ouvido por um
são os de maior frequência enquanto que os graves intervalo de aproximadamente 0,1s (persistência
possuem menor frequência. acústica). Quando um indivíduo emite um som que
atinge um obstáculo retornando ao ouvido daquele,
Intensidade pode ocorrer uma continuação da sensação do som
É a qualidade que permite diferenciar um som for- emitido inicialmente (reverberação) ou o som recebi-
te de um som fraco. do após a reflexão chega separado do som emitido
inicialmente (eco).
Essa intensidade pode ser física ou fisiológica.
•• Intensidade física de uma onda tridimensional Intervalo acústico (I)
corresponde à energia transportada por unida-
de de área (perpendicular à propagação) e por uni- Sejam sons de frequências f1 e f2.
dade de tempo, ou seja: Por definição:

f2
I= E ou I = potência I= (para f2 ≥ f1)
DtA A f1

Unidade (SI): W/m2. O quadro abaixo traz alguns valores importantes


de I:
A mínima intensidade capaz de sensibilizar o ou-
vido humano (limiar de audibilidade) é da ordem de
10-12 W/m2. Existindo ainda um máximo de intensidade I f2 /f1
(limiar de dor) em que a sensação sonora vem acom- Uníssono 1/1
panhada de dor; seu valor é da ordem de 1 W/m2. Oitava acima 2/1
•• Intensidade fisiológica ou nível sonoro (N) é a Oitava abaixo 1/2
relação entre a intensidade sonora e a sensação
Quinta 3/2
sonora (é feita em uma escala logarítmica).
Semitom 16/15
Por definição:

N = 10 log
I Cordas vibrantes e tubos sonoros
I0

Modos de vibração de uma corda


Sendo:
•• N → Dado em dB (decibel).
Corda fixa em ambos extremos
•• I → intensidade do som.
Dependendo do ponto onde é induzida a pertur-
•• I0 → limiar de audibilidade.
bação, uma corda pode vibrar de diversas maneiras

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Física
(modo de vibração). Seguem alguns dos modos de Corda livre em um extremo
vibração de uma corda:
A figura a seguir mostra alguns modos de vibra-
•• 1.º modo de vibração (1.o harmônico ou som ção para este caso:
fundamental). Possui apenas 1 fuso.
•• 1.º modo de vibração ou 1.º harmônico. Som
L = 1λ1/2 λ1= 2L/1 fundamental. Possui meio-fuso:

•• 2.º modo de vibração (2.o harmônico). Possui


2 fusos.
L = 1l1 / 4 l1 = 4L / 1
L = 1λ2/2 λ2= 2L/2
•• 2.º modo de vibração ou 3.º harmônico. Possui
3 meio-fusos:

•• 3º. modo de vibração (3.º harmônico). Possui


3 fusos.
L = 3λ3/3 λ3= 2L/3
L = 3l3 / 4 l3 = 4L / 3

•• 3.º modo de vibração ou 5.º harmônico. Possui


5 meio-fusos:

Generalizando: n’ésimo modo de vibração ou


n’ésimo harmônico possui n fusos:
L
l
L = n n → λn = 2L/n
2 L = 5 l5 / 4 l5 = 4L/5

Como v = λf (a velocidade não se altera) então f Generalizando: para o harmônico de ordem


= v/λ, assim: 2n – 1 tem-se 2n – 1 meio-fuso:
f1 = v/λ1 = 1v/2L 1o. Harmônico ou som funda- f1 = v/λ1 = 1v/4L 1o. Harmônico.
mental.
f3 = v/λ3 = 3v/4L 3o. Harmônico.
f2 = v/λ2 = 2v/2L 2o. Harmônico. :
: : : :
: : : f2n-1 = v/λn – 1= (2n – 1) v/4L (2n – 1)’ésimo har-
fn = v/λn = nv/2L n’ésimo harmônico. mônico.

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Física
Modos de vibração em um tubo
Pode-se fazer uma analogia com as cordas vibrantes:

Moléculas que não oscilam


L = 3l3 / 4 l3 = 4L / 3 e
Fonte
f3 = v = 3 v
l3 4L
N V l/2
Generalizando: para o (2n–1)’ésimo harmônico
Moléculas que oscilam tem-se (2n–1) meio-fuso:
com amplitude máxima
l2n – 1 4L
L = (2n – 1)     l2n – 1 = 
4 2n – 1
V V V
e
N v
N N N f2n – 1 = = (2n – 1) v
l2n – 1 4L

É comum então representar a onda estacionária Tubo aberto (ambas extremidades abertas)
em um tubo, conforme a figura a seguir:
•• 1.º modo de vibração ou 1.º harmônico –
apresenta um fuso:
V V V

N
N N N

λ/2 λ/2

Deve-se notar que na extremidade onde se en- L = 1l1 / 2 l1 = 2L / 1 e


contra a fonte, tem-se um ventre de deslocamento,
e na fechada, um nó de deslocamento. f1 = v = 1 v
l1 2L

Tubo fechado (uma extremidade fechada) •• 2.º modo de vibração ou 2.º harmônico - apre-
senta dois fusos.
Abaixo estão representados dois dos vários modos
de vibração de uma onda em um tubo fechado.
•• 1.º modo de vibração ou 1.º harmônico – apre-
senta meio-fuso:

L = 3l2 / 4 l2 = 4L / 2 e

v
f2 = =2 v
l2 4L
L = 1l1 / 4 l1 = 4L/1 e Generalizando: n’-ésimo harmônico possui n fu-
v sos:
f1 = =1 v
l1 4L ln 2L
L=n → λn = e
2 n
•• 2.º modo de vibração ou 3.º harmônico – apre-
fn = v = n v
senta um e meio-fuso: ln 2L

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Física
Assim nos tubos fechados só existem os harmôni- ∆SOBSE
cos de ordem ímpar, enquanto que nos tubos aber- ∆SONDA
tos todos os harmônicos estão presentes. V

F O2 O1
 Observação
1. Todo sistema capaz de vibrar possui pelo me-
nos uma frequência característica de vibração.
Para o caso geral em que tanto o observador quan-
Pode-se fazer um sistema vibrar em uma de suas
to a fonte se movimentam, o esquema abaixo ajuda
frequências naturais aplicando-lhe uma força
na montagem das equações:
oscilante e periódica cuja frequência seja igual
ao do sistema. Nesta situação afirma-se que o
sistema entrou em ressonância.
V0(-) V0(+) VF (-) VF (+)
2. Toda fonte sonora ao emitir qualquer som envia, observador Fonte
além do som fundamental, alguns de seus har-
mônicos. É a presença desses harmônicos que 0 +

determina o timbre da fonte.


f0 fF
Equação geral: =
V V0 V VF

O efeito Doppler Sendo:

Consiste na variação da frequência aparente (fap) •• f0 → frequência aparente.


percebida por um observador em virtude do movi- •• fF → frequência real.
mento relativo da fonte e do observador. •• V → velocidade da onda.
Quando a fonte está em repouso o comprimento •• V0 → velocidade do observador.
de onda λ é o mesmo em qualquer ponto: •• VF → velocidade da fonte.
•• 1.º caso: fonte em movimento e observador
fixo.  Observação
Se a fonte estiver em movimento, o comprimento
1. A expressão acima serve apenas quando o movi-
de onda na frente da fonte é menor que o compri-
mento relativo se dá ao longo da reta que une
mento de onda atrás desta.
fonte e observador. Caso isto não ocorra deve-
-se tomar as componentes das velocidades ao
λ longo dessa reta.
λ
2. As velocidades acima são medidas em relação
V ao meio suposto em repouso. Caso haja movi-
• mento do meio deve-se adicionar a velocidade
F
do meio à velocidade da onda quando aquele
se movimentar no mesmo sentido desta, ou sub-
trair a velocidade caso contrário.
•• 2.º caso: fonte em repouso e observador em
movimento.
Quando um observador se aproxima com velocida-
de V0 de uma fonte fixa, após um intervalo de tempo
Batimentos
∆t ele recebe um número adicional de ondas. Esse nú- Corresponde agora à superposição de ondas de mes-
mero adicional encontra-se na distância ∆SOBS = V0 ∆t: ma amplitude, mas frequências ligeiramente diferentes.

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Física
Nesse caso cada ponto do meio sofre interferência ora
construtiva, ora destrutiva, esse fenômeno é denomina- Carga elétrica
do batimento. No caso das ondas sonoras os batimen-
tos são percebidos devido a variação que ocorre com a É uma propriedade física intrínseca da matéria,
intensidade do som. característica dos elementos que compõe o átomo:
Considere duas ondas de frequências f1 e f2, ligei- prótons e elétrons.
ramente diferentes que se propagam em um mesmo
meio. Carga elétrica puntiforme
1.ª onda de frequência f1 É uma carga cujas dimensões são desprezíveis e
sua massa pode ser desconsiderada na maioria dos
a casos.
t
Unidade de medida
No S. I., em Coulomb (C) ou um de seus submúl-
2.ª onda de frequência f2
tiplos:
•• Microcoulomb – mC – (10 -6C).
a
t •• Nanocoulomb – nC – (10 -9C).
•• Picocoulomb – pC – (10 -12C).

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No encontro, vamos aplicar o princípio da super-
posição dos efeitos e obter a onda resultante cujo
perfil é o seguinte:

P
Próton
(a) Nêutron

(b) Elétron

Carga elétrica dos prótons


Como as ondas são harmônicas, cada ponto do
Por convenção, adotou-se como carga positiva cujo
meio descreverá um MHS, desse modo a frequência
valor é + 1,6 x10-19C.
dos batimentos (número de batimentos por segun-
f –f
do) é então o dobro de 1 2 , ou seja: Carga elétrica dos elétrons
2
Por convenção, é negativa e vale -1,6 x 10-19C.
fBATIMENTO = f1 – f2
Carga elementar (e)
É o valor da carga de cada próton ou elétron e =
Na verdade é o módulo dessa diferença. 1,6 x 10 -19C.

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Física
Eletrização  Observação

•• Corpo neutro – quando possui o mesmo número 1. Quando um corpo constituído de material con-
de prótons e elétrons, possuindo carga total nula. dutor possui cargas elétricas em excesso, essas
tendem a se distribuir pela sua superfície ex-
•• Corpo carregado (eletrizado) negativamen-
terna.
te – é aquele que possui mais elétrons do que
prótons. 2. Nos corpos constituídos de materiais isolantes
não há movimentação das cargas elétricas que
•• Corpo carregado (eletrizado) positivamente – é
acabam por permanecer no local onde são de-
aquele que possui mais prótons do que elétrons.
positadas.

 Observação
O número de elétrons é igual ao número de pró- Princípios da eletrostática
tons, em qualquer átomo, assim, em condições nor-
mais, os átomos são eletricamente neutros.
Princípio da conservação da carga
A carga elétrica se conserva, isto é, a quantidade de

Quantidade de carga em um corpo carga total em um sistema isolado permanece constan-


te, independente dos processos que ocorram nele.
•• Quantização – a carga elétrica é uma grandeza
quantizada, isto é, só é encontrada em quanti- Princípio da atração-repulsão
dades fixas que sejam múltiplas inteiras da car- (lei de Du Fay)
ga elementar.
Cargas de mesmo sinal se repelem, enquanto que
•• Quantidade de carga de um corpo – a carga
as de sinais diferentes se atraem.
total de um corpo (Q) é dada por:

Q = ± ne
+ +

•• n → número de partículas em excesso. + –


•• (+) para excesso de prótons.
•• (–) para excesso de elétrons.
Processos de eletrização
Condutor e isolante
•• Corpo condutor – corpo cujos portadores de car-
Eletrização por atrito
gas elétricas (elétrons ou prótons) possuem maior Atritam-se dois corpos de materiais diferentes, am-
facilidade para se movimentarem no corpo. bos neutros, com isso ocorre a passagem de elétrons
Assim, o maior grau de liberdade das cargas de um corpo para o outro, ficando um corpo carrega-
implica em maior grau de condutância elétrica do positivamente e o outro carregado negativamente
do material. É o caso dos metais, grafite, áci- com cargas de mesmo módulo.
dos, bases e gases ionizados.
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•• Corpo Isolante – corpo em que as cargas apre-


sentam uma dificuldade de se movimentarem
no corpo. Quanto menor o grau de liberdade
dos elétrons, maior o grau de isolamento elé-
trico do material. Como exemplos, citam-se a
borracha, a madeira, o ar, o vidro etc.

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Física
 Observação +
– +
indutor + + + –

++ induzido
1. Durante um processo de eletrização, os prótons + –– ++
nunca se transferem de um corpo para outro,
pois as forças que os mantêm presos ao núcleo Esse efeito é temporário. Quando o corpo indutor
do átomo são tão intensas que tornam tal even- for afastado, o induzido volta a seu estado original.
to praticamente impossível. Mas se o induzido for descarregado por um toque
2. A eletrização por atrito é mais comum de ocorrer ou um aterramento, as suas cargas que estão sendo
em corpos isolantes, devido à facilidade que os repelidas são descarregas, e as que estão sendo atra-
condutores possuem de descarregar a carga na ídas não. Então, cortando a ligação com a terra (com
hora do atrito e nos corpos que os rodeiam. B ainda na presença de A) tem-se a garantia de que
B ficará eletrizado.

Eletrização por contato

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Ocorre quando um corpo previamente eletrizado
é colocado em contato com outro neutro. Após o
processo de eletrização os corpos ficam com cargas
de mesmo sinal.

+ + + + +
+ ++ + +
+ +
+ +
+
++ + + +
++ + + ++ + ++ + +
+
+ +
(a ) (b) (c)

 Observação
1. Preferencialmente, devem ser usados corpos
condutores de eletricidade. Há então uma distri-
buição da carga entre os dois corpos de acordo
com as proporções dos mesmos e ambos ficam
carregados, com cargas de mesmo sinal.
2. Se os corpos forem idênticos, ou seja, se apresen- Eletroscópios
tarem mesma forma e tamanho, então, após o
contato, a carga total se dividirá em partes iguais Como aplicação da eletrização por indução, pode-
entre eles. mos citar o eletroscópio, que é um aparelho utilizado
para identificar a presença de cargas elétricas.
3. A eletrização por contato só pode ocorrer com
corpos condutores de eletricidade. Descreveremos dois tipos básicos:

Pêndulo eletrostático
Eletrização por indução Uma pequena esfera de cortiça suspensa por um
fio preso a uma haste.
É um processo no qual a eletrização ocorre sem
que haja contato entre os corpos. Nele, um corpo A
(indutor), carregado, é aproximado de um corpo B
(induzido), condutor, inicialmente neutro. A presença
de A induz em B uma polarização de cargas devido ao
princípio da atração-repulsão. Ao final do processo, os
corpos terminam com cargas de sinais contrários.

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Física
Eletroscópio de folhas ou repulsão, proporcional ao produto do módulo das
cargas (IQ1I × IQ2I) e inversamente proporcional ao
quadrado da distância (d) entre elas.
Esfera metálica
Isto é:
Rolha de cortiça

Haste metálica K |Q1| |Q2|


F=
d2
Folhas metálicas leves

Carcaça metálica
(ou isolante) Q2 Q1

Força elétrica Se a distância for medida em metros (m) e as cargas


em Coulomb (C), a força será dada em Newton (N).
Essa é a forma de se medir a força elétrica no S. I.
A lei de Coulomb A constante K é a permissividade do meio, e no
caso do vácuo vale 9 x 109 N.m2/C2.
Um dos princípios físicos mais conhecidos é o prin-
cípio da atração e repulsão que se refere às cargas
elétricas. Este princípio nos diz que cargas de mesmo
nome (sinal) se repelem e cargas de nomes (sinais) Campo elétrico
contrários se atraem.
É a região de influência de uma carga elétrica (Q),
q1
+F –F
– q2 onde qualquer carga de prova (q) colocada sofre a
ação da força elétrica (F).
d

q1 q2
–F +F

E
d 
F
As cargas elétricas exercem forças entre si. Essas Q q
forças obedecem ao princípio da ação e reação, ou
seja, têm a mesma intensidade, a mesma direção e
sentidos opostos.
Essa atração e a repulsão são situações específicas Vetor campo elétrico
da grandeza vetorial força, que nestes casos recebe o É a grandeza vetorial que representa o campo elétri-
nome particular de força elétrica. Para a força elétrica co. Por definição o vetor campo elétrico é dado por:
também se aplicam as leis de Newton. Note que a força
com que uma carga atrai ou repele a outra é a mesma
força com que ela é atraída ou repelida. F
E=
q
A direção dessa força é da reta que une as cargas e
o sentido é variável de acordo com o caso: se as cargas
tiverem sinais diferentes, o sentido será de aproxima- Módulo ou intensidade
ção e se as cargas forem de sinais iguais, o sentido
será de afastamento das cargas. O módulo da força
elétrica é determinado pela lei de Coulomb que diz E= F
|q|
que entre duas cargas, existe uma força de atração
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Física
A unidade de medida no S.I. para campo elétrico Propriedades do campo de um condutor
é: Newton/Coulomb (N/C) ou Volt/metro (V/m).
1. Para corpos condutores carregados não puntifor-
•• Direção → mesma da força elétrica.
mes, por repulsão as cargas tendem a distribuir-
•• Sentido → mesmo da força elétrica. se na superfície externa dos mesmos.
2. Para pontos muito distantes da superfície deste
Campo de carga puntiforme condutor, ele pode ser considerado uma carga
puntiforme, com sua carga concentrada em seu
Módulo ou intensidade centro.
3. Para pontos próximos à sua superfície, a distân-
cia do ponto ao condutor é praticamente o raio
kQ
E= do condutor.
d2
4. No interior deste condutor, no entanto, o campo
elétrico é nulo (blindagem eletrostática).
•• Direção → radial (direção da reta que passa
pelo centro). 5. Num condutor de forma irregular as regiões
mais pontiagudas acumulam mais cargas.
•• Sentido → se a carga geradora for positiva o
sentido é para fora e será para dentro se a car-
ga geradora for negativa. Assim: Linhas de campo ou linhas de força
Se Q > 0 São linhas imaginárias que representam grafica-
mente o campo elétrico em cada ponto.
E
Q P
d

Se Q < 0

E
Q P
d

Campo resultante
Para uma distribuição discreta de cargas elétricas
o campo em cada ponto é a soma vetorial do campo
gerado por cada carga do conjunto.
Propriedades das linhas de campo
Q2

1. As linhas são tangentes ao vetor campo resultan-
ER
te em cada ponto.
E2 2. As linhas têm origem nas cargas positivas e fin-
Q1
+ dam nas cargas negativas.
P E1 3. Duas linhas de campo nunca se cruzam.
4. A intensidade do campo elétrico é proporcional
ao número de linhas de força numa determina-
ER = E1 + E2 da região, quanto mais linhas, maior a intensi-
dade do campo elétrico.
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Física
Campo elétrico uniforme (CEU) EPE =
k.Q.q
d
É a região do espaço onde se tem um campo cuja
intensidade é constante para todos os pontos. Note-
se que num CEU as linhas de campo são paralelas No S.I. a Energia potencial é dada em joule (J).
e igualmente distanciadas. As linhas se dirigem do
potencial maior para o menor. Diferença de potencial – DDP (U)
DDP entre os pontos A e B:
U=E.d

UAB = VA – VB
Sendo U a diferença de potencial entre as placas e
d a distância entre elas.
DDP num campo elétrico uniforme
Em um CEU as superfícies equipotenciais são pla-
nos perpendiculares ao vetor campo e tem-se:

τ = q . E . d = qVAB E . d = UAB

VA VB
Potencial elétrico (V)
B 
É a energia por unidade da carga armazenada em E
cada ponto do campo. q
A

Q
A d

d
Note-se que o trabalho e, desse modo, a ddp não
depende da trajetória da partícula no interior do
campo.
EPE kQ
VA =
q
=
d Trabalho num campo elétrico
Trabalho ao deslocar uma carga q de um ponto A
No S. I. o potencial elétrico é dado em Volt (V). até outro ponto B:

Energia potencial elétrica (EPE) τ = EPA­– EPB → τ = qVA­– qVB = q(VA­– VB) = qUAB

É a energia gasta para formar o sistema. Essa for-


ma de energia é uma grandeza escalar e pode ser
determinada por: VB
B
VA q
Q q A
d

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Física
Superfície equipotencial suficiente para se ter o campo uniforme ao longo de
cada pedaço. O fluxo ∆φ sobre cada um dos pedaços
É o lugar geométrico em que todos os pontos pos- é dado por:
suem o mesmo potencial.
1. Para uma carga puntiforme as superfícies equi- ∆φ = E . DA
potenciais são esferas concêntricas à carga.
2. Para campos uniformes, as superfícies equipo- E então o fluxo através da área total φ é a soma
tenciais são perpendiculares às linhas de força. algébrica de todos os fluxos parciais, isto é:

VC
VC φ= E . DA
VB VA
Q
VB VA

 Observação
Se a divisão for feita, tomando-se um número
VB>VC=VA VB>VC=VA
muito grande de áreas, cada uma delas terá dA e o
somatório tornar-se-á uma integral:

Fluxo elétrico: (φ)


φ = ∫ E . dA
Dado um campo cujas linhas de força aparecem
abaixo:


dS
S • Teorema de Gauss

E “O fluxo elétrico total através de uma superfície fe-
chada qualquer é igual à carga no interior da superfí-
cie dividida pela permissividade elétrica do meio”.

A área S apresentada acima é atravessada pelas li- Q


φ=
nhas de força de tal forma que um vetor normal (n) à ε
superfície forma com o campo um ângulo θ. Supon-
do que o campo seja uniforme ao longo de toda área Deve-se observar que o teorema é uma generali-
define-se o fluxo do vetor campo elétrico como: zação da dedução acima, sendo válido para qualquer
φ = E . S = E.S. cosθ superfície fechada e para qualquer carga no interior
da mesma. A superfície envolvendo a carga é chama-
Tem-se então:
da superfície gaussiana.
Se 0< θ, então:

cosθ > 0 e φ >0 Aplicações


Utiliza-se o teorema de Gauss para calcular o cam-
Se θ > p , tem-se:
2 po elétrico de distribuições de carga desde que esta
cosθ < 0 e φ <0 possua algum tipo de simetria, como:

Fluxo para uma distribuição de carga Campo de uma carga puntiforme


não uniforme
|q| k|q| 1
Caso o campo não seja uniforme, deve-se dividir E= = 2 , onde k =
4p ε r2 r 4pε
a área S em pequenos pedaços cujo tamanho seja o
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Física
Condutor em equilíbrio Capacitância em um condutor esférico
Um condutor está em equilíbrio eletrostático quan-
do não há movimentação ordenada de portadores de Q Q R
C= = =
carga. Como consequência, um condutor eletrizado V KQ K
possui uma distribuição externa de cargas. R

Propriedades
Sendo R o raio da esfera condutora.
•• Campo elétrico interno nulo;
•• Não há cargas em excesso internamente; Potencial de equilíbrio (VE)
•• Potencial elétrico constante ao longo de todo o
Quando vários condutores carregados eletrostati-
condutor.
camente são ligados, há uma movimentação de car-
gas no sentido de se chegar ao máximo de estabilida-
Densidade de cargas em um corpo de, isso só ocorrerá quando o potencial elétrico for o
•• Densidade linear de cargas (λ): é definida mesmo.
como a quantidade de cargas por unidade de
comprimento. Cálculo do potencial de equilíbrio
•• Densidade superficial de cargas (σ): corres- Sejam n condutores carregados e isolados com as
ponde à quantidade de cargas armazenadas em cargas Q1, Q2,....Qn e cujas capacitâncias são C1, C2, .....
uma superfície por unidade de área. Cn. Ao colocarmos esses corpos em contato, eles deve-
•• Densidade volumétrica de cargas (ρ): é defi- rão atingir o potencial de equilíbrio V.
nida como a quantidade de cargas armazena- Como não há perda de carga do sistema pode-se
das em uma região volumétrica por unidade de escrever:
volume.
Qinical = Qfinal
Poder das pontas Assim:
Q1 + Q2+ ....Qn = Q’1 + Q’2 ....Q’n , e ainda:
Como mencionado acima, a distribuição de car-
gas na superfície de um condutor depende da for- Q’1 = C1V, Q’2 = C2V.... Q’n = CnV.
ma geométrica desse condutor, pois quanto mais Logo:
pontiaguda for uma região do mesmo maior será a
densidade de cargas ali armazenadas. Uma situação
Q1 + Q2...Qn
interessante ocorre quando o condutor está carrega- V=
do negativamente. Neste caso é possível que ocorra C1 + C2...Cn
uma emissão de elétrons por parte do condutor, é o
que se chama vento elétrico.

Capacitância de um condutor (C) Campo e potencial de uma esfera


Campo elétrico
Q
C= Aplicando a lei de Gauss pode-se mostrar que:
V
Einterior: 0 (nulo)
Q → carga do condutor e V → Potencial elétrico
adquirido. k |Q|
Esuperfície: E =
Unidades de C, no SI: coulomb/volt = C/V = Farad 2 . R2
= F.

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Física

onde k =
1
e R é o raio da esfera. Corrente Real
4pε
Movimento de cargas negativas do polo negativo
k |Q| para o positivo – do potencial menor para o maior.
Eexterior: E =
d2
Sentido convencional

Potencial elétrico
Sentido dos elétrons
kQ
Vinterior = Vsuperfície = V =
R
Intensidade de corrente elétrica – i
Numericamente tem-se:

kQ
Vexterior = V = Q
d i=
Dt

Corrente elétrica
•• Q → quantidade de cargas elétricas que atra-
É o movimento de cargas elétricas. Em um condu- vessam uma seção reta de um condutor.
tor elétrico metálico esses elétrons se movimentam •• ∆t → intervalo de tempo.
desordenadamente. A unidade de medida no S. I é dada em Coulomb/
Quando o condutor é ligado aos polos de um ge- segundo ou ampère (1C/s = 1A). Pode-se usar tam-
rador, os elétrons se dirigem do polo negativo para o bém seus submúltiplos.
positivo num movimento que passa a ser ordenado. •• Miliampère – mA (10 -3A).
•• Microampère – mA (10 -6A).
Natureza das correntes elétricas •• Nanoampère – nA (10 -9A).

Eletrônica Propriedade gráfica


São os elétrons que se “movimentam”. É o tipo de
Quando temos uma corrente elétrica variável, o
corrente que ocorre nos condutores metálicos.
seu cálculo deve ser feito através do método gráfico.
Aqui, para demonstrarmos essa propriedade, consi-
Iônica deramos uma corrente constante.
Há movimento de cargas positivas (cátions) e nega- Pode-se calcular a quantidade de carga através da
tivas (ânions). Ocorre nas soluções iônicas e nos gases área sob a curva do gráfico, pois esta será numerica-
ionizados. mente igual àquela área.

Sentido real e convencional i

Corrente Convencional
Deslocamento de cargas positivas, do polo positi- Área = Q
vo para o negativo, ou seja, (do maior potencial para
o menor). t

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Física
Tipos de corrente •• Representação:

Corrente contínua
É aquela cujo sentido se mantém constante. Ex.: •• Dispositivos de medida: são os elementos
corrente de uma bateria de carro, pilha etc. cuja função é medir a intensidade da corrente
elétrica (A), a d.d.p do circuito (V) ou ambos.
Corrente alternada •• Representação:
É aquela cujo sentido varia alternadamente. Ex.:
corrente usada nas residências. (amperímetro) A

Elementos de um circuito
(voltímetro ) V

•• Resistor elétrico: é o elemento do circuito cuja


(galvanômetro) G
função é transformar energia elétrica em calor.
Ex.: presente em lâmpadas, chuveiro e ferro Efeitos da corrente elétrica
elétrico.
•• Efeito térmico ou efeito Joule: transforma-
•• Representação: ção de energia elétrica em calor. Esse efeito é
à base de funcionamento dos aquecedores elé-
tricos, chuveiros elétricos, secadores de cabelo,
R lâmpadas térmicas etc.
•• Efeito luminoso: emissão de luz por um gás
•• Gerador elétrico (fonte): é o elemento do cir-
rarefeito durante a passagem de corrente elé-
cuito que transforma outro tipo de energia em
trica no mesmo. As lâmpadas fluorescentes
energia elétrica. A medida de sua capacidade de
e os anúncios luminosos são aplicações des-
transformação é a sua força eletromotriz (f.e.m.
se efeito. Neles há a transformação direta de
= e), que é a tensão fornecida por ela ao circuito.
energia elétrica em energia luminosa.
Ex.: pilha, bateria.
•• Efeito magnético: um condutor percorrido por
•• Representação:
uma corrente elétrica cria, na região próxima a
ele, um campo magnético. Esse efeito é à base
U
do funcionamento dos motores, transformado-
res etc.
i r •• Efeito químico (eletrólise): decomposição de
uma solução eletrolítica quando é atravessada
Gerador por uma corrente elétrica. Esse efeito é utiliza-
do, por exemplo, no revestimento de metais:
•• Dispositivos de manobra: são os elementos cromagem, niquelação etc.
que permitem ou não a passagem de corrente
elétrica. Ex.: interruptores e chaves elétricas.
•• Representação: Resistores
Resistência elétrica
•• Dispositivos de segurança: são os elementos É a medida da oposição à passagem da corrente
que protegem o circuito e seus componentes elétrica. É medida em ohms (Ω).
de corrente elétricas de valores de grande in- 1.ª Lei de Ohm: a resistência elétrica de um resis-
tensidade. Ex.: fusível, disjuntor. tor é constante a uma determinada temperatura.
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Física
Matematicamente: i UE

RE
U = R = cte
i RE = R1 + R2 + R3 ... e UE = U1 + U2 + U3 ...

Associação em paralelo
 Observação
Os resistores são ligados de modo que seus termi-
1. De forma geral a resistência varia com a tem- nais têm as mesmas origens, sendo, portanto, sub-
peratura. metidos a uma mesma ddp.
2. Todo resistor que obedece a 1.ª lei de Ohm é de-
nominado ôhmico. i1 R1
3. Graficamente a lei de Ohm é expressa por: i2
R2
i3 R3
U(V)
R ≅ tg α iE RE
U2

U1
α
1 = 1 + 1 + 1 ... e i = i + i + i ...
i (A) E 1 2 3
RE R1 R2 R3
i1 i2

2.ª Lei de Ohm: a resistência elétrica (R) de um Curto-circuito em resistores


condutor é diretamente proporcional ao seu compri-
Um trecho de circuito está em “curto” quando seus
mento (l) e inversamente proporcional à área de sua
extremos estão ligados por um fio de resistência des-
seção transversal (A).
prezível. Com a presença do fio sem resistência não há
Matematicamente: passagem de corrente no resistor R2 que se encontra
então em curto-circuito.
ρ.l
R= i R1 i R2 R3
A A Bi

i
ρ = resistividade do material

Associação de resistores Ponte de Wheatstone

D
Resistor equivalente R3
R2 G
Resistor que substitui toda a associação. Sua resis-
tência é denominada resistência equivalente. A B
R5

Associação em série
R1 R4
Os resistores são ligados um em seguida do outro
de modo a serem percorridos pela mesma corrente
C
elétrica.
Dizemos que a ponte está equilibrada, quando o
i R1 i R2 i R3 galvanômetro G não indicar passagem de corrente
elétrica. Desse modo, as quedas de tensão entre os

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Física
pontos A e D e entre os pontos A e C são iguais, com
isso, VC = VD e o resistor R5 estará em curto-circuito, Geradores
podendo ser retirado sem alterar o circuito. Em conse-
quência disso, a ponte está equilibrada quando ocor-
rer a seguinte relação entre as resistências: Gerador
É um dispositivo que fornece energia às cargas para
R1R3 = R2R4 que se movimentem no circuito elétrico.

Gerador ideal
Simetrias em circuitos É aquele que não possui resistência interna.

Correspondem a pontos, linhas e planos que divi-


Força eletromotriz ( )
dem o circuito de forma simétrica. A grande proprie-
dade desses elementos é que os que se encontram É a tensão fornecida entre os terminais de um ge-
em simetria estão num mesmo potencial elétrico, rador.
não sendo percorridos por corrente elétrica e, por-
tanto, podem ser retirados do circuito. Gerador real:
É aquele que possui resistência interna r ≠ 0, e
Efeito Joule rendimento inferior a 100%.
Corresponde à transformação de energia elétrica
em energia térmica, isto é, em calor.

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Potência dissipada
R
Tem-se:
U
U E r
+ –
Pot = U . i = Ri . i = Ri2

ou

Pot = Ui = U .
U = U2
R R
Equação do gerador
É a tensão nos terminais do gerador.

 Observação
U = ε – ri
Para calcular a energia dissipada após certo tempo
tem-se:
Circuito elétrico simples
EDis = Pot . ∆t
É um circuito no qual a corrente elétrica só possui
um caminho a percorrer.

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Física
Rendimento de um gerador (η)

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Por definição:

P U
η = PU =
t E

Associação de geradores
Geradores em série
R
r1 e1 r2 e2 r3 e3
i i

req eeq
r ε

Lei de Ohm-Pouillet req = r1 + r2 + r3 e εeq = ε1 + ε2 + ε3

Para o gerador tem-se:

Geradores em paralelo
U = ε - ri
r1 e
No resistor tem-se:
req eeq

U = Ri r2 e

Daí:
r3 e

ε
Ri = ε – ri → i =
R+r

1 =1 +1+1 e ε =ε
req r1 r2 r3 EQ

Potência de um gerador
•• Potência total (Pt).
•• Potência dissipada internamente (PD). Receptores ou motores
•• Potência útil (PU).
Pelo princípio da conservação de energia: Receptores
É um dispositivo que transforma a energia elétrica
Pt = PD + PU das cargas em uma outra forma de energia que não
seja exclusivamente calor.

Sendo: Receptor ideal


Pt = . i PD = r . i 2
PU = U . i É aquele que não possui resistência interna.

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Física
Força contraeletromotriz ( ’) Para o receptor:

É a tensão nos terminais do receptor quando des-


ligado. U2 = ε’ + ri

+ – Sendo:
r’ e’

U = U1 + U2 → i = ε – ε’
R + r + r’

Receptor real
R
É aquele que possui resistência interna r ≠ 0, ha-
vendo, portanto, perda de energia para a forma de e’ r
calor. i i

Equação do receptor r e

É a relação entre a tensão recebida pelo receptor


e a sua força contraeletromotriz.
Potência em um receptor
U = ε’ + r’i •• Potência recebida (Prec).
•• Potência dissipada internamente (PD).
•• Potência útil (PU).
+ i r’ e’ –
Pelo princípio da conservação de energia:

U
Prec = PD + PU

Cujo gráfico é: Sendo:


Prec = U. i , PD = r. i2 , PU = ε’. i.
U

Rendimento de um receptor (η)


e’ Por definição:
i
PU ε’
η= =
Prec U
Lei de Ohm - Pouillet generalizada
Para o gerador tem-se:
Circuitos elétricos simples com
U = ε – ri gerador e receptor
Lei de Pouillet Generalizada:
No resistor tem-se:

∑ε – ∑ε’
U1 = Ri i =
∑R

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Física
 Observação Lei das malhas
1. O sentido da corrente no circuito é aquele em Percorrendo-se uma malha num certo sentido,
que: partindo e chegando ao mesmo ponto, a soma algé-
brica das ddps é nula.
Σε > Σε’
Convenções:

2. A lei de Pouillet só pode ser aplicada a circuitos •• ao passar num resistor a ddp será positiva se o
simples (uma única malha). sentido de percurso for o mesmo da corrente.

3. Não confundir o sentido da corrente nos gera- •• ao passar num resistor a ddp será negativa se
dores e receptores (ver figuras anteriores). o sentido de percurso for o contrário da cor-
rente.
•• ao passar num gerador a ddp será o valor positi-
vo da força eletromotriz se o sentido de percurso
As leis de Kirchhoff for do maior para o menor potencial.
•• ao passar num gerador a ddp será o valor negati-
Circuito Complexo vo da força eletromotriz se o sentido de percurso
É o circuito em que a corrente elétrica tem mais de for do menor para o maior potencial.
um caminho a seguir. •• num receptor a convenção é a mesma da conven-
ção no gerador.

R1
É qualquer ponto em que a corrente elétrica se A B E
divide.
i3
i1 i2
Ramo e3
e1 e2
É qualquer trecho do circuito compreendido entre R3
dois nós. R2
D C F
Malha
É um conjunto de ramos que forma um circuito Malha ABCD
fechado. Seguindo, a partir do ponto A, o sentido indicado
na figura, com os sentidos de correntes indicados:
Lei dos nós
Em cada nó, a soma das correntes que chegam é + R1i1 – ε2 – R2i2 – ε1 = 0
igual à soma das correntes que saem.

Malha BEFC
i1 i3 Seguindo, a partir do ponto B, o sentido indicado
na figura, com os sentidos de correntes indicados:

i2 i4
+ ε3 – R3i3 + R2i2 + ε2 = 0

i1 + i2 = i3 + i4

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Física

Capacitores Energia armazenada

É o elemento do circuito cuja função é armazenar Q2 CU2 QU


E= = =
energia potencial elétrica mediante a criação de um 2C 2 2
campo elétrico.

Capacitor cilíndrico
Tipos de capacitores
As armaduras são dois cilíndricos concêntricos for-
BA
mando um cabo coaxial.

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B
B
A
2.p.eL
C=
In R
r

Plano Cilíndrico Esférico


•• R = raio da armadura externa.

Capacitor plano •• r = raio da armadura interna.


•• L = comprimento das armaduras.

Capacitor esférico
A
Nesse capacitor as armaduras são duas esferas
Q
concêntricas.
d
d E

Q C=4.pe R.r
R–r
•• Armaduras: condutores planos carregados
com cargas de sinais opostos.
•• R = raio da armadura externa.
•• Q: carga do capacitor (+Q numa armadura e
•• r = raio da armadura interna.
–Q na outra armadura).
•• E: campo elétrico uniforme (CEU) gerado entre
as armaduras. Associação de capacitores
•• d: distância entre as armaduras.
Associação em série
Capacitância U1 U2 U3
Q Q Q

C1 C2 C3
Q εA
C= =
U d UE
Q
CE

•• ε = permitividade do meio (ε0 = permitividade CE = capacitância equivalente:


do vácuo = 8,85.10 -12 F/m).
•• A = área das armaduras. 1=1+ 1+1
•• d = distância entre as armaduras. CE C1 C2 C3

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Física
UE = ddp equivalente: Um dielétrico sólido entre as placas de um capa-
citor tem uma função tríplice. Primeiro: resolve o
problema mecânico de manter duas placas metálicas
UE = U1 + U2 + U3
grandes, separadas por uma distância muito peque-
na, sem que haja toque efetivo. Segundo: qualquer
material dielétrico, quando submetido a um campo
Associação em paralelo elétrico suficientemente grande, sofre ruptura dielé-
trica, uma ionização parcial, que permite a condução
Q1
U através de um material supostamente isolante. Mui-
C1 tos materiais isolantes podem tolerar campos elétri-
U Q2
cos mais intensos que o ar.
C2 U QE
U Q3 Em terceiro lugar, a capacidade de um capacitor
CE
C3 de dimensões dadas é muitas vezes maior com um
dielétrico entre as placas do que se as placas estives-
sem no vácuo. Este aumento de capacitância com a
CE = capacitância equivalente:
introdução do dielétrico define a constante dielétrica
do meio (k). Assim:
CE = C1 + C2 + C3

k= C
QE = carga elétrica equivalente: C0

QE = Q1 + Q2 + Q3 Onde:
C = capacitância com o dielétrico e C0 = capaci-
tância sem o dielétrico.
 Observação A permissividade absoluta, ou permitividade elé-
trica de um outro meio qualquer é relacionada com a
É comum, no entanto, utilizar um dielétrico entre
do vácuo, pela equação:
as placas do capacitor para aumentar a sua capaci-
tância. Em geral os dielétricos são isolantes elétricos.
A nova capacitância é determinada multiplicando-se ε = k . εo
a constante dielétrica do meio pela capacitância sem
o dielétrico. Na tabela abaixo fornecemos os valores de k para
alguns meios.

Influência do dielétrico Dielétrico k


A maioria dos capacitores contém entre suas arma- Vácuo 1
duras um material sólido não condutor, chamado die- Ar 1,0006
létrico. Um tipo comum de capacitor é o constituído
Mica 4a8
por tiras metálicas, formando as placas, intercaladas
por folhas de papel impregnadas por cera, constituin- Vidro 4 a 10
do o dielétrico. Enrolando-se um capacitor desse tipo, Porcelana 6,5
pode-se conseguir capacitâncias de vários microfarad
num volume relativamente pequeno.

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Física

Campo magnético N S N

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o o
lsã S lsã N ç ão S
pu pu tra
Re Re AN
S N
N S S
Ímã natural
•• Imantação: os ímãs elementares, que consti-
Mineral denominado magnetita (Fe3O4) que tem
tuem uma barra de ferro não-magnetizada,
a propriedade de atrair materiais ferrosos e interagir
estão distribuídos caoticamente. Aplicando na
entre si.
barra de ferro um campo magnético B, seus
Propriedades dos ímãs ímãs elementares se ordenam, dispõem-se na
direção do campo e ela se magnetiza.
•• Polos magnéticos: regiões dos ímãs em que as
ações magnéticas são mais intensas.

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N S

N
S N
 Observação

S
N N
S S
Uma bússola (sua agulha é um pequeno ímã) se
S
alinha ao campo magnético da Terra que equivale pra- N N S
ticamente à direção norte-sul geográfica do planeta. S N
Podemos dizer que se a agulha aponta para o nor-
te geográfico da Terra é porque lá existe um polo sul
magnético, assim como no polo sul geográfico existe
um polo norte magnético. B

S N S N S N S N
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S N S N S N S N
S N S N S N S N
S N S N S N S N

S N

•• Ponto Curie: um ímã natural pode se desmag-


netizar por vibrações (marteladas) ou por aque-
cimento. A temperatura em que o ímã se des-
magnetiza é denominado ponto Curie e vale
•• Inseparabilidade dos polos: dividindo-se um
cerca de 585ºC.
ímã ao meio, surgem dois novos polos de modo
a se ter novamente ímãs completos. •• Campo magnético: propriedade gerada no es-
paço em torno de um ímã ou ao redor de uma
S N carga em movimento. Esse campo é determina-
do pelo vetor indução magnética B.
S N S N •• Representação do campo magnético: o cam-
po de indução é representado por linhas de for-
S N S N S N S N ça ou linhas de campo como feito no caso do
campo elétrico.
•• Atração e repulsão dos polos: polos de mesmo •• Linhas de campo ou linhas de força: são linhas
nome se repelem e de nomes opostos se atra- imaginárias que representam graficamente o
em. campo de indução magnética em cada ponto.

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Física
Propriedades das linhas de campo

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Sul magnético Norte
1. As linhas são tangentes ao vetor campo resultan- geográfico
te em cada ponto.
S
2. As linhas “saem” do polo norte e chegam ao
polo sul.
3. Duas linhas de campo nunca se cruzam. N
4. A intensidade do campo de indução magnéti- Norte
ca é proporcional ao número de linhas de força magnético
numa determinada região, quanto mais linhas, Sul geográfico
maior a intensidade do campo.


B Lei de Biot-Savart
Considere um fio de forma arbitrária transportando
N S uma corrente i.
A intensidade do campo B produzido no ponto P
devido à passagem de corrente elétrica em um fio
próximo é, numericamente, igual à soma vetorial dos
efeitos magnéticos induzidos por elementos de cor-
Campo magnético uniforme rente-comprimento iD :
É aquele em que as linhas de indução são parale-

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las e o vetor indução magnética é igual em todos os
pontos.
iD
(para fora do (para dentro do q
r DB
D
plano do papel) plano do papel)
• • • • + + + + P
• • • • + + + +
• • • • + + + +

Campo magnético terrestre Corrente elétrica


i
A Terra se comporta como um grande ímã. A mag-
netosfera, ou campo magnético terrestre, tem sua
origem em cargas elétricas em movimento no mag-
ma do centro planetário. µ0 . i . D × r iD . senq
DB = DB =
Os polos magnéticos da Terra não coincidem com 4p r3 r2
os polos geográficos de seu eixo. Além disso, as po-
sições dos polos magnéticos não são constantes e µ0 = permeabilidade magnética do vácuo =
mostram mudanças observáveis de ano para ano. 4 . π . 10-7 (SI).

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Física
O campo total gerado pelo fio seria o somatório •• Espira circular:
(integral) de cada campo elementar dos elementos
do fio.
µ0i
B=
Lei de Ampère 2.R

“A circulação do campo magnético através de um


percurso fechado é igual à soma algébrica das cor-

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rentes que atravessam o percurso multiplicado pela i
permeabilidade magnética do meio”.
B
Matematicamente tem-se:
I
+
∫ B. d I = µ . i i

Círculo de
Ampère
i1
Campo Campo
i3 q B para fora para dentro
D
i2
i i
Direção do
somatório
(integração)
•• Bobina chata:

A lei de Ampère aplicada a um laço de Ampère


µ0.i
arbitrário que envolve dois fios retos longos, mas B=n
exclui um terceiro. 2.R

(n = número de espiras)
Fontes de campo magnético
Aplicando a lei de Ampère temos: •• Solenóide:

•• Condutor retilíneo:
N
B = µ0 i
L
µ0 . i
B=
2p . r
Corresponde a um conjunto de espiras circulares
que se estendem até um comprimento L. Ao ser per-
corrido por uma corrente elétrica de intensidade i
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i i gera-se um campo magnético uniforme no interior


B
do solenoide.
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R
i B
B
i

i i
B B

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Física
L

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B

Sendo: N = número de espiras no comprimento L.


O sentido do campo no interior do solenoide é
determinado aplicando a regra da mão direita em
qualquer das espiras do solenoide.

Força magnética
Força magnética sobre cargas
em movimento
A intensidade da força magnética é dada por:
•• É nula quando o movimento da carga é paralelo
ao campo magnético.
F= qvBsen θ
•• É máxima quando a carga incide no campo
magnético numa direção perpendicular a este.
•• É diretamente proporcional aos módulos da carga θ é o ângulo entre v e B.
(q), sua velocidade (v) e do campo magnético (B).
•• A direção e o sentido de atuação da força mag-
nética são obtidos a partir da regra da mão di-
reita.
Movimento de cargas em um
campo magnético
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Fm O sentido da força magnética F m é


aquele no qual a mão direita daria
•• Carga se desloca no mesmo sentido do campo
um empurrão. magnético: nesse caso não haverá força magné-
tica sobre a carga.
B
V
•• Carga se desloca contrária ao campo magné-
tico: nesse caso também não haverá força mag-
Os outros dedos nética sobre a carga.
apontam na di-
reção e no sen-
O polegar aponta na
tido do campo
direção e no sentido que a
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magnético B
carga está se movendo, isto
é, ao longo de v B

q v
q = 0º v q

 Observação
q = 180º

1. Se a carga for negativa a força terá sentido de um


empurrão com a costa da mão. •• Carga se desloca perpendicularmente ao
2. É importante perceber que a força magnética é campo: como a força é perpendicular à veloci-
perpendicular ao plano formado por v e B. dade, o movimento será circular uniforme.

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Física

2pm
Força sobre fio condutor
Período: T =
|q|.B

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m.v
Raio: R =
|q|.B
B Fm
q

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i

B
F
A força magnética é perpendicular ao fio e ao
campo simultaneamente (lembre-se da regra da mão
v esquerda).
O módulo é dado por:

F = B . i . . sen θ
•• Carga incide em direção oblíqua ao campo
magnético: nesse caso podemos afirmar que a
carga elétrica possui dois movimentos indepen-
dentes:
Força entre dois condutores
•• um movimento retilíneo e uniforme (MRU) paralelos
na direção do campo magnético.
•• um movimento circular uniforme (MCU) no

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i1 i2
plano perpendicular ao campo magnético.
A composição desses dois movimentos faz a carga
executar um movimento uniforme e helicoidal.
Condutor 1

Condutor 2

F
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F •• Campo gerado pelo condutor 1 sobre o con-


v B dutor 2:

µ i1
B=
2p d

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•• Força no elemento de comprimento L do con- Condutor em movimento dentro de um
dutor 2 causada por este campo:
campo magnético
Se uma barra condutora se desloca num campo
µ i
F = i2L2B = i2L2 2p0 1 magnético, surge nos extremos dessa barra uma ddp
d
induzida (e) dada por:

Indução magnética e=B. .v

Fluxo magnético 
B
• • • • • • • • • • • • • • • •
A figura abaixo mostra uma espira imersa num • • • • • • • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • • • • • • • •
campo magnético uniforme em diversas posições. • • •- -• - • • • • • • • • • • • •

Note que o número líquido de linhas de campo que • •


• •
• • •
-
• • •







•
• •
• •


• •
• •
• •
• •
atravessam a espira depende da orientação da espira
V
• • • • • • • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • • • • • • • •
em relação às linhas de campo. • • • +• • • • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • • • • • • • •
+
• • • +• + • • • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • • • • • • • •

B B B
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n q
n •• = comprimento da barra no interior do cam-
n po.
A A A
•• B = intensidade do campo magnético.

cos q < 1 cos q = 1 cos q = 0


•• v = velocidade da barra no interior do campo.
Φ = BA cos q Φ = BA Φ=0

Lei de Faraday e lei de Lenz


Na figura a seguir vemos os elementos associados
ao fluxo magnético: Lei de Faraday
A variação do fluxo magnético através de um circui-
z
to determina o surgimento de uma força eletromotriz
induzida nesse circuito. O módulo da força eletromo-
triz induzida (fem – e) é dado por:
a y

área efetiva Dφ
e =–
de fluxo Dt
b

O sinal de negativo se deve à lei de Lenz.


x
Lei de Lenz
φ = B . An → φ = B . A . cosθ O sentido da corrente induzida é tal que, por seus
efeitos, opõe-se à variação do fluxo magnético que
lhe deu origem.
Sendo θ o ângulo entre a direção do vetor B e o O mais importante aqui é perceber que o que de-
vetor unitário n (normal à área). termina o surgimento da corrente induzida é a varia-
ção relativa do fluxo. Assim, nos casos a seguir tem-
se um exemplo particularmente importante:

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iinduzida iinduzida

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S S
aproximação afastamento

N N

Corrente induzida em
circuito
A figura mostra uma barra condutora que fecha o
circuito. O movimento da barra determina uma varia-
ção no fluxo concatenado, gerando uma ddp indu-
zida de acordo com as leis de Lenz e Faraday. A ddp
induzida é dada por:

e=B. .v
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Fe
A
Fm v

B
i

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