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Títulos de crédito

LETRA DE CÂMBIO
ORIGEM
A letra de câmbio, praticamente, começou a se formar na Itália, no século XIV. Para não transportar
dinheiro de uma cidade para outra, estando uma pessoa sujeita à emboscada e à perda, procurava um
banqueiro de sua própria cidade, que tinha relação comercial com outro banqueiro onde pretendia se dirigir,
e entregava-lhe o dinheiro. Em troca, recebia uma carta, uma ordem de pagamento, que dava tal
incumbência ao banqueiro de outra cidade, onde faria o pagamento. Assim, em vez de as pessoas
transportarem dinheiro, transportavam a carta, documento representativo da soma a ser paga. Essa prática
deu origem ao atual título de crédito, hoje de uso universal. Portanto, enviava-se dinheiro de um local para
outro através do instrumento do contrato de câmbio: uma ordem de pagamento.
Facilmente podemos imaginar a intervenção de, pelo menos, três pessoas nessa operação: o banqueiro que
recebia o dinheiro e expedia a carta – o sacador; aquele que recebia a carta – o tomador ou beneficiário o; e
o encarregado do pagamento – o sacado. Atualmente, o mecanismo é o mesmo: há o sacador que emite a
letra de câmbio, entregando-a ao tomador (credor), para que este receba do sacado (devedor).

SAQUE
“Não se pode transformar obrigação civil em dívida cambiária líquida e certa emitindo letra de câmbio sem
expressa previsão legal ou contratual, pois sem esta o saque é ilegal, configurando abuso de direito,
inclusive por coagir o apontado devedor ao pagamento através de seu protesto sem que tenha reconhecido
a dívida” (in RT 625/188).
A ementa do acórdão destacado retrata a hipótese do saque de uma letra de câmbio para o recebimento de
certa quantia a título de despesas financeiras; não em decorrência de um contrato.
O Tribunal considerou tal saque como abuso de direito, pois a emissão de letra de câmbio só é possível com
expressa previsão legal ou contratual. De fato, caracteriza abuso de direito, saque de letra de câmbio sem lei
ou contrato que o autorize. Vale dizer, só será legítima a emissão de letra de câmbio quando existir previsão
legal ou contratual expressa que autorize o saque.
A letra de câmbio é uma ordem de pagamento. Uma pessoa dá a ordem de pagamento, determinando que
certa quantia seja paga para uma outra pessoa. É o sacador quem dá a ordem ao sacado, para realizar o
pagamento. Há, ainda, o beneficiário da ordem, que é o credor, conhecido como tomador. Quem cria a letra
de câmbio é o sacador. O saque é o ato de criação, de emissão do título.
Após a entrega da letra de câmbio ao tomador, este procura o sacado para obter o aceite ou o pagamento,
conforme o caso. Contudo, o saque produz outro efeito: o de vincular o sacador ao pagamento da letra de
câmbio. Caso o sacado se negue a pagar o título, o tomador poderá cobrar do próprio sacador. “É ensinança
tradicional da melhor doutrina que o sacado, enquanto não aceitar, não é um obrigado cambial”

CONCEITO DE LETRA DE CÂMBIO


A letra de câmbio é o saque de uma pessoa contra outra, em favor de terceiro. É uma ordem de pagamento
que o sacador dirige ao sacado, seu devedor, para que, em certa época, este pague certa quantia em dinheiro,
devida a uma terceira, que se denomina tomador. É, enfim, uma ordem de pagamento à vista ou a prazo.
Quando for a prazo, o sacado deve aceitá-la, firmando nela sua assinatura de reconhecimento: é o aceite.
Nesse momento, o sacado se vincula na relação jurídico-material, obrigando-se ao pagamento.
Portanto, a relação se estabelece entre três pessoas: o sacador, o sacado e o tomador. Entretanto, a lei faculta
que uma mesma pessoa ocupe mais de uma dessas posições. Nada impede que a letra de câmbio possa ser
sacada em benefício do próprio sacador ou o sacador seja a mesma pessoa do sacado (LU, art. 3.º).

REQUISITOS ESSENCIAIS DA LETRA DE CÂMBIO


O formalismo é da essência da letra de câmbio, devendo, portanto, conter determinados requisitos essenciais
preestabelecidos por lei. Faltando um dos requisitos essenciais, a letra de câmbio deixa de ser uma letra de
câmbio. Assim, ela deve trazer:
1. denominação “letra de câmbio” no seu contexto;
2. a quantia que deve ser paga, por extenso;
3. o nome da pessoa que deve pagá-la (sacado);
4. o nome da pessoa que deve ser paga (tomador);
5. assinatura do emitente ou do mandatário especial (sacador).
A declaração da quantia em cifra não é requisito essencial, tanto que, se surgir uma disparidade entre a
importância declarada por cifra e a declarada por extenso, valerá esta última.
O nome do sacado, por força de hábito, deve ser colocado abaixo do contexto e do lado esquerdo, enquanto
que a assinatura de próprio punho do sacador ou de seu mandatário especial, deve ser firmada,
obrigatoriamente, abaixo do contexto, do lado direito, como acontece em uma carta.
A letra de câmbio não pode deixar de levar o nome do sacado, pois ela não pode ser emitida ao portador.
Porém, se ela for emitida incompleta, por exemplo, sem o nome do tomador, poderá circular. Mas os
requisitos devem estar totalmente cumpridos, antes da cobrança judicial ou do protesto do título. É que o
portador de boa-fé, é considerado procurador bastante do sacador para completá-la.
Registre-se que é somente o sacador quem a assina. A assinatura do sacado ou aceitante não figura entre os
requisitos indispensáveis à sua validade. A falta dela faz apenas permanecer a vinculação entre o emitente
(sacador) e o tomador, não vinculando o sacado na obrigação cambial.

REQUISITOS NÃO-ESSENCIAIS DA LETRA DE CÂMBIO


São os seguintes:
1. o lugar do pagamento;
2. a importância declarada por cifra;
3. a data do vencimento do título;
4. a data da emissão.
“Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente” (§
2º do art. 889, CC).
A falta da época do vencimento não afeta a validade do documento. “É à vista o título de crédito que não
contenha indicação de vencimento” (§ 1º do art. 889, do CC).
“Deve o título de crédito conter a data da emissão,” (CC, art. 889). A data da emissão, a partir da vigência
do novo Código Civil, passou a ser requisito essencial. Contudo, dispõe o art. 888 do CC que a “omissão de
qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do
negócio jurídico que lhe deu origem”, apenas, deixa de ser um título executivo extrajudicial.

VENCIMENTO DA LETRA DE CÂMBIO


O pagamento do título deve ser efetuado pelo devedor no dia do vencimento.
Pode ser:
a) à vista.
O sacado deve pagá-lo no ato de sua apresentação.
b) em dia certo.
O sacado deve pagá-lo:
1. no dia do vencimento indicado no título;
2. a tempo certo da vista, significando a tantos dias a partir da data do aceite, ou seja, da data em que o título
é exibido ao sacado;
3. a tempo certo da data, isto é, tantos dias contados da data da emissão do título.

ACEITE
“Letra de câmbio” sem aceite não enseja execução forçada contra o sacado. “O saque da letra é ato unilateral
do sacador. O aceite é que a transforma num contrato perfeito e acabado, completando-lhe a cambiariedade”
(in RT 495/225). “Sem o aceite o sacado não se vincula, não se torna devedor, não se gerando para ele
qualquer obrigação decorrente do título” (in RT 625/188).
O aceite é o ato praticado pelo sacado que se compromete a pagar a letra de câmbio no vencimento,
assinando no anverso do título. Basta a sua assinatura, ou a de seu mandatário especial, podendo ser
acompanhado da expressão esclarecedora tal como: “aceite” ou “pagarei”, ou ainda, “honrarei”.
A falta de aceite não extingue a letra de câmbio. O sacador continua o responsável e o sacado nenhuma
obrigação assumiu em relação ao título, embora haja a menção do seu nome na letra. Se o sacado ao receber
a letra de câmbio para o aceite não a devolve, retendo-a indevidamente, está sujeito à prisão administrativa.
Basta requerer ao juiz. O art. 885 do CPC indica essa situação: “O juiz poderá ordenar a apreensão de
título não restituído ou sonegado pelo emitente, sacado ou aceitante; mas só decretará a prisão de quem o
recebeu para firmar aceite ou efetuar pagamento, se o portador provar, com justificação ou por
documento, a entrega do título e a recusa da devolução.
Parágrafo único. O juiz mandará processar de plano o pedido, ouvirá depoimento se for necessário e,
estando provada a alegação, ordenará a prisão”.

ENDOSSO DA LETRA DE CÂMBIO


Sendo a letra de câmbio um título de crédito, o endosso é perfeitamente admissível e, havendo uma cadeia
de endossos em preto, o último endossatário é considerado o legítimo proprietário da letra.
Se o sacador inserir a expressão “não à ordem”, a letra não poderá circular por meio de endosso. Entretanto,
normalmente a letra de câmbio contém a cláusula “à ordem” e, assim, o credor poderá negociar o crédito
mediante um ato jurídico denominado endosso, consistente da sua assinatura no verso ou anverso do título.
O primeiro endossante será sempre o tomador; o segundo endossante é o endossatário do tomador e assim
sucessivamente. Não há qualquer limite para o número de endossos.
Quando o proprietário do título o endossa, torna-se coobrigado solidário no pagamento.

AVAL DA LETRA DE CÂMBIO


A letra de câmbio, como título de crédito que é, pode receber aval. O avalista é responsável da mesma forma
que o seu avalizado, ou seja, o avalista responde pelo pagamento do título perante o credor do avalizado e,
realizado o pagamento, poderá voltar-se contra o devedor.

PAGAMENTO
O pagamento é o resgate da letra e, para que ocorra, é indispensável a sua apresentação. Isto porque o título
é circular e o devedor não tem como saber quem é o último portador da cambial.
O pagamento, validamente feito, acarreta uma série de efeitos. Destacam-se dois básicos:
1. o pagamento extintivo: encerra o ciclo cambiário, desobrigando todos os responsáveis. É o caso do
pagamento feito pelo sacado que desonera todos os coobrigados;
2. o pagamento recuperatório: desonera apenas os coobrigados posteriores, mas os demais ficam
obrigados ao pagamento e o avalista do aceitante pode propor ação regressiva contra este.

PRESCRIÇÃO DA LETRA DE CÂMBIO


A prescrição é a perda do direito de propor ação judicial em consequência do não uso dela, durante um
determinado espaço de tempo previsto em lei. A prescrição da letra de câmbio é a perda da execução judicial
pelo seu não-exercício dentro do prazo de três anos.
Vencida a letra e não paga, o credor tem o direito de propor ação executiva e, para tanto, terá o prazo de três
anos a contar da data do vencimento da cambial. Se deixar passar esse prazo prescritivo, essa ação não será
cabível. No entanto, se deixar passar o prazo de 3 anos para o exercício da referida ação contra o devedor
principal e seu avalista, ocasião em que a letra perde a natureza de título executivo extrajudicial, terá, ainda,
o direito de propor ação monitória, que é ação de conhecimento, a partir de prova escrita sem eficácia de
título executivo, para constituição de título judicial. É o que se extrai da dicção textual do art. 1.102-A do
CPC: “A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título
executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou determinado bem móvel”. Para
melhor conhecimento, veja nosso “Curso Básico de Direito Processual Civil, vol. 4, cap. 132. O prejuízo
assim será enorme: a correção monetária começa a incidir a partir da propositura da ação, enquanto que,
propondo ação executiva em tempo, a correção monetária incidirá a partir da data do vencimento do título.
O pior é o credor ter que provar a origem do título, pois, com a prescrição, o documento “letra de câmbio”
deixou de ser um título de crédito. Também traz prejuízo a demora da penhora, pois antes virá a contestação,
a instrução, a sentença e o recurso.
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE?

A reprodução deste material é condicionada a autorização, sendo terminantemente proibido o seu uso para fins comerciais. A violação do direito autoral é crime, punido com prisão e
multa, sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis. Inscrição no INPI: 905146603 para Classe 41 (educação) e 905146573 para Classe
16 (livros didáticos e congêneres) - Biblioteca Nacional: n° 2012/RJ/19521 - 641.675, livro 1.233 folha 417- Website protegido por leis de direitos autorais.
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ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE?
Os primeiros direitos referentes à propriedade industrial surgiram em Roma e na Grécia durante a
Antiguidade, face a necessidade de diferenciar um produto dos demais. Neste período, a diferenciação era
feita por meio de figuras, letras e símbolos os quais eram considerados marcas, entretanto estes não
possuíam o valor patrimonial que possuem hoje (VIEIRA, 2001, p. 5).
Nesta época, o que era protegido pelos Romanos era somente o invento, ou seja, o objeto materializado, não
havendo proteção alguma sobre o esforço inventivo (DOMINGUES, 1989).
Em Veneza, no século XI, alguns artesãos que tinham por ofício fabricarem vidros, eram reconhecidos
mundialmente, com isto o governo deste país começou a reconhecer o direito sobre o conhecimento que
vinha embutido nos produtos fabricados com vidro (REIS E LÍRIO, 2001).
Com relação à concessão do primeiro privilégio relacionado à propriedade intelectual, há divergência entre
alguns autores, pois de um lado os autores entendem que o primeiro privilégio foi concedido em 1236, para
um cidadão que efetuava tingimento em tecidos de lã que seriam utilizados para a confecção de ternos
(BASSO, 2000). Por outro lado, alguns doutrinadores acreditam que o primeiro privilégio ocorreu em
Veneza, ocasião em que foi concedida proteção relacionada à arte de impressão, sendo o direito de exercer
este ofício de uso exclusivo de Giovanni de Spira (VIEIRA, 2001, p. 5).
Em 1623, o rei Jacques I, reconheceu por meio do Statute of Monopolies, os direitos de inventor,
concedendo proteção à invenção pelo período de 14 (catorze) anos (VIEIRA e BUAINAIN, 2006).
Com o passar dos anos, as empresas sentiram a necessidade de elaborarem sinais para distinguirem os seus
produtos dos demais concorrentes (REQUIÃO, 1984).
Assim, no final do século XVIII é que surgiram as leis de patentes, na França e nos EUA; neste momento a
concessão do privilégio era realizada pelo Estado e não mais pelo monarca, passando a existir o direito de
propriedade (VIEIRA, 2001, p. 7).
No Brasil, o direito industrial surgiu no início do século XIX, quando a Corte portuguesa veio para o país
fugindo de Napoleão. Desta forma, em 1809 o Príncipe Regente reconheceu o direito do inventor
concedendo assim o direito à exclusividade do uso pelo prazo de 14 (catorze) anos, para as invenções que
fossem registradas junto a Real Junta do Comércio (COELHO, 2001).
Em 1824, com a edição de uma nova Constituição surge a possibilidade de proteção dos inventos. Já em
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1830 o país consegue a sua independência política e edita uma lei que versava sobre invenções.
A primeira lei brasileira sobre marcas surgiu em nosso país somente em 1875, em decorrência dos interesses
de um cliente de Ruy Barbosa, a firma Meuron e Cia. o qual possuía a marca Rapé Areia Preta e estava
processando a firma Moreira e Cia. por falsificação pela utilização da marca Rapé Areia Parda (COELHO,
2001; VARELLA, 1996).
Apesar de Rui Barbosa, vencer em primeira instância, o referido processo foi anulado posteriormente, tendo
em vista não existir no ordenamento jurídico uma norma que descrevesse o ocorrido como sendo um crime,
não podendo assim se falar em punição. Com isto a Comissão de Justiça Criminal da Câmara dos Deputados
propôs o Projeto de lei o qual fora convertido na Lei nº 2.682/75, referida lei concedia aos comerciantes a
possibilidade de utilizar uma marcar como forma de assinatura de seus produtos e que dessa maneira,
pudessem diferenciá-los dos demais produtos comercializados (VARELLA, 1996).
No ano de 1882, ocorre a edição de uma nova lei de patentes, e nos anos de 1887 e 1904 outras leis que
versavam sobre a proteção de marcas (VIEIRA, 2001).
Na França, em 1883, ocorre a Convenção de Paris a qual definiu quatro princípios a serem seguidos pelos
países que aderissem a esta Convenção, são eles:
1 - tratamento nacional
2 - prioridade unionista
3 - interdependência dos direitos
4 - territorialidade.

Em 1971, por meio da Lei nº 5.772 é criado o Código de Propriedade Industrial, o qual teve sua vigência até
o ano de 1996, ocasião em que é editado um Novo Código de Propriedade Industrial por meio da Lei
9.279/96, o qual fornecia proteção às invenções, marcas, desenho industrial, indicações geográficas não
permitindo a ocorrência de concorrência desleal.

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Propriedade intelectual
A propriedade intelectual tem um papel fundamental em nossa sociedade, pois é por meio desta que as
empresas conseguem ter um retorno financeiro de seus investimentos com P&D.
Isto se deve ao fato da propriedade intelectual ser considerada uma forma de reconhecimento a atividade
inventiva, pois permite que o autor receba um retorno financeiro pelos investimentos realizados pela
pesquisa e por outro lado tende a incentivar e a estimular que ocorram mais investimentos em inovações
tecnológicas (SAMPAIO E SANTOS, 2000).
A propriedade intelectual é um meio de apropriação dos resultados inventivos, pois serve para impedir que
terceiros se utilizem da inovação sem autorização do inventor, entretanto, sua eficácia varia de acordo com a
matéria e o setor da inovação (CORREA, 1999, p. 1).
Segundo Buainain (2004), a propriedade intelectual:
“possibilita transformar o conhecimento, em princípio um bem quase público, em bem privado e é o elo de
ligação entre o conhecimento e o mercado”.
Um dos temas mais controvertidos relacionados à propriedade intelectual recai sobre os seres vivos e os
novos processos biológicos, tendo-se ainda muitas questões sem respostas, pois envolvem aspectos políticos,
sociais, técnicos, econômicos e culturais. Por este motivo não são encontrados nas legislações anteriores do
Brasil, a possibilidade de patenteamento de seres vivos, devido ao fato da pesquisa genética não ser
avançada neste período da forma como é nos dias atuais (VIEIRA E BUAINAIN, 2006 e VIEIRA, 2001).
O pais em 1994 assinou o TRIPS - Agreement on Trade Related Intellectual Aspects of Intellectual Property
Rights, o qual em português recebeu a denominação de Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade
Intelectual Relacionados ao Comércio – ADPIC, se obrigando com isto a elaborar uma legislação que
atendesse as diretrizes estipuladas pelo Acordo com relação a proteção aos direitos relacionados a
propriedade intelectual.
Desta forma, no ano de 1996, foi aprovada a Lei nº 9.279 a qual regula direitos e obrigações relativos à
propriedade industrial; no ano de 1997, foi editada a Lei nº 9.456 a qual institui a lei de cultivares e no ano
seguinte, em 1998 foi promulgada a Lei nº 9.610 a qual consolida a legislação sobre direitos autorais.
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A propriedade intelectual pode ser dividida em 3 (três) grupos: um denominado de propriedade industrial;
outro de direito autoral e o sui generis.
O termo propriedade industrial tem como finalidade proteger os direitos relativos às patentes (de invenção
ou de modelos de utilidade), marcas, desenho industrial e indicação geográfica, cabendo de acordo com a lei
ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI a repressão a concorrência desleal (art. 2º da lei
9.279/96).
Por outro lado, o direito autoral protege as obras decorrentes do intelecto humano, ou seja, protege as obras
literárias, científicas e artísticas, bem como os programas de computador.
As novas variedades vegetais obtidas por meio de melhoramento vegetal, recebem proteção pelo sistema sui
generis, o qual faz parte da propriedade intelectual e são protegidas em nosso país pela Lei nº 9.456/97 – Lei
Proteção de Cultivares.

Patente
A patente é um título de propriedade temporária fornecida pelo Estado aos inventores (pessoas físicas ou
pessoas jurídicas de direito público ou privado) que recai sobre uma invenção ou modelo de utilidade,
devendo para tanto preencher os requisitos: da novidade, da atividade inventiva e da aplicação industrial,
sendo necessário, ainda, conter uma descrição completa do produto ou processo (GALVÃO, p.10).
Sua concessão pelo Estado é na realidade uma ‘troca’, pois o titular recebe a proteção por meio de patentes
em contrapartida torna público por meio do relatório descritivo, o qual é requisito para o depósito do pedido
de patente a descrição minuciosa do produto ou processo a ser protegido.
Invenção é uma solução técnica a um problema, estando intimamente ligado ao desenvolvimento de um
experimento, podendo ser protegido pela propriedade intelectual. Por outro lado a inovação tecnológica é a
possibilidade de inserção no mercado de determinado produto ou processo, tendo viabilidade econômica e
de mercado, nem sempre sendo passível de proteção pela propriedade intelectual.
A definição do que pode ser patenteável é dada pelo GATT - General Agreement on Tariffs and Trade
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(Acordo Geral de Tarifas e Comércio), o qual descreve que: “qualquer invenção, de produto ou processo, em
todos os setores tecnológicos, desde que seja nova, envolva processo inventivo e seja passível de aplicação
industrial” (GATT/TRIPS, art. 27.1).
O mesmo artigo define também o que os Estados membros podem considerar como não sendo passível de
patenteamento, são eles:
“a) invenções que contrariem a ordem pública e a moralidade e que atentem contra a vida ou a saúde
humana, animal ou vegetal, além daquelas que prejudiquem o meio ambiente;
b) os métodos diagnósticos, terapêuticos e cirúrgicos para tratamento de seres humanos ou de animais; c)
plantas e animais, exceto micro organismos e processos essencialmente biológicos para a produção de
plantas ou animais, excetuando-se os processos não biológicos e microbiológicos” (GATT/TRIPS, art. 27.2
e 3).
A concessão de patentes para os inventores traz consigo algumas vantagens: o titular pode impedir que
terceiros utilizem, ou seja, que produzam, coloquem à venda, usem, vendam ou importem sua invenção ou
modelo de utilidade sem sua autorização tendo o poder de controlar ou limitar a concorrência.
O pedido de patente poderá recair sobre uma invenção ou um modelo de utilidade (art. 2º da Lei 9.279/96),
sendo entendido como modelo de utilidade qualquer objeto de uso prático que apresente uma nova forma ou
disposição e que este decorra de um ato inventivo ou de uma melhoria funcional (art. 9º da referida lei),
protegendo, assim, as partes internas ou externas de um produto (CORREA, 1999, p. 4).
Podemos citar como exemplos de invenção: o telescópio, a dinamite; já com relação ao modelo de utilidade
podemos citar: um canudinho que tenha a molinha na ponta para que ele dobre, o ferro de passar roupa que
tem no pico um recorte para encaixar nos botões das camisas, etc.
O Art. 10 da lei 9.279/97 dispõe do que não pode ser considerado uma invenção nem um modelo de
utilidade, são eles:
“a) descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
b) concepções puramente abstratas
c) esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de
sorteio e de fiscalização;
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d) as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; e) programas de
computador em si,
f) regras de jogo,
g) técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para
aplicação no corpo humano ou animal e;
h) o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela
isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos
naturais”.
O art. 18 da Lei 9.279/97 dispõe que não são patenteáveis:
a) o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;
b) as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação
de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando
resultantes de transformação do núcleo atômico, e
c) o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microrganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de
patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam
mera descoberta.
Desta forma, no caso das cultivares não é possível o respectivo patenteamento, sendo este possível somente
em relação ao processo de obtenção utilizado para sua criação, caso o titular queira proteger a nova
variedade vegetal deverá fazê-lo por meio do sistema sui generis.
As patentes, de acordo com Penteado (2004) exercem um papel fundamental no incentivo à inovação e a
P&D, pois sem elas os inventores e as indústrias não teriam estímulos para investirem dinheiro e tempo para
o desenvolvimento de inovações, principalmente com relação às pesquisas relacionadas com biotecnologias,
nas quais os custos e riscos são altos.
O prazo de proteção é de 20 (vinte) anos nos casos de patente de invenção e de 15 (quinze) anos nas patentes
de modelo de utilidade, contados a partir da data de depósito do pedido, após este período os mesmos caem
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em domínio público.
Sendo que o prazo de vigência da proteção não poderá no caso de patente de invenção ser inferior a 10 anos
e no caso de modelo de utilidade inferior a 7 anos, ambos contados a partir da data de concessão da
proteção. No caso de um depósito de patente de invenção demorar 12 anos para ser concedido a proteção o
titular teria somente 8 anos para gozar do privilégio se não fosse o estabelecido em lei, neste caso como se
trata de uma invenção mesmo já tendo se passado 12 anos do depósito o titular terá 10 anos para gozar do
seu privilégio.

Marca
A Marca é um mecanismo que fornece uma grande diferenciação entre os produtos existentes no mercado.
Essa diferenciação se dá pela qualidade do produto ofertado (FELTRE, 2005, p. 95). Esta pode ser composta
por palavras, símbolos ou signos que a diferenciem dos demais produtos ou serviços existentes no mercado,
podendo até mesmo agregar um valor ao produto ou serviço.
São assim conceituados por Vieira e Buainaim (2006, p. 394) como “sinais distintivos que identificam,
direta ou indiretamente, produtos ou serviços. A identificação se realiza através da aposição do sinal no
produto ou no resultado do serviço etc”.
Pode ser registrado como marca qualquer sinal que distinga visualmente (art. 122 da lei 9.279/96) um
produto ou serviço de outro idêntico ou semelhante ou que tenha como finalidade atestar a conformidade de
um serviço ou produto com as normas e especificações técnicas (art. 123 da referida lei).
A propriedade sobre uma marca somente é adquirida após o registro da mesma perante o órgão responsável
(INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
O titular da marca tem o direito de:
a) ceder o seu registro ou pedido;
b) licenciar o uso da mesma;
c) zelar pela reputação e integridade de sua marca.
As marcas podem ter como finalidade distinguir:
a) um produto – Nestlé, Intel, Garoto;
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b) um serviço – TAM, Pizza Hut, Macdonalds;
c) uma marca coletiva – Mãos de Minas, CONAP;
d) ou uma marca de certificação – INMETRO, ABICAP.
Estas podem se apresentar de forma:
a) nominativa – neste caso a marca é formada por nomes, números, siglas ou combinações destas;
b) figurativa – fazem parte os desenhos, imagens, figuras, símbolos, números ou letras fantasiosos;
c) mista – é uma combinação entre as formas nominativas e figurativas;
d) tridimensional – diz respeito à forma do produto ou de sua embalagem.
Podem requerer o registro de uma marca tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas de direito público ou
privado.
São pessoas de direito público: União, Estados, Municípios, autarquias, fundações públicas, Nações Unidas,
União Europeia, etc.
O registro de uma marca pode extinguir-se:
a) pela expiração do prazo de vigência sem renovação sequencial;
b) pela renúncia do titular dos direitos;
c) pela caducidade dos direitos;
d) se o titular for domiciliado no exterior o mesmo deverá nomear um procurador que seja domiciliado em
território nacional para representá-lo (art. 217, Lei nº 9.279/96).
O prazo de proteção das marcas é de 10 (dez) anos contados a partir da concessão do registro, podendo o
mesmo ser prorrogado por períodos de 5 (cinco) anos sucessivas vezes.

Indicação Geográfica
As indicações geográficas são compostas por nomes geográficos que tenham por finalidade caracterizar a
procedência de um produto, identificando sua cidade ou região; além de ser um mecanismo de diferenciação
de produtos. No Brasil está se subdivide em 2 espécies: indicação de procedência e denominação de origem.
A reprodução deste material é condicionada a autorização, sendo terminantemente proibido o seu uso para fins comerciais. A violação do direito autoral é crime, punido com prisão e
multa, sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis. Inscrição no INPI: 905146603 para Classe 41 (educação) e 905146573 para Classe
16 (livros didáticos e congêneres) - Biblioteca Nacional: n° 2012/RJ/19521 - 641.675, livro 1.233 folha 417- Website protegido por leis de direitos autorais.
Assessoria Jurídica: Tiago Koutchin - OAB/MS 14.707 - contato: tiagok.rosavitoriano@hotmail.com
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE?
A Lei 9.279/96, em seu art. 177, define indicação de procedência como “o nome geográfico de país, cidade,
região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou
fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço”.
Podemos citar como exemplos de indicações de procedência concedidos: Vale dos Vinhedos – para vinhos
(IG200002); Pampa Gaúcho da Campanha Meridional – para carne e derivados (IG 200501); Vale dos Sinos
– para couro acabado (IG200702), dentre outros.
Já a denominação de origem é definida no art. 178 da referida lei como “o nome geográfico de país, cidade,
região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se
devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos”.
Com relação à denominação de origem, temos como exemplos: Região dos Vinhos Verdes – para vinhos de
Portugal (IG970002); Franciacorta – para vinhos e bebidas alcoólicas da Itália (IG200101); San Daniele –
para coxas de suínos frescas e presunto defumado cru (IG980003), dentre outros.
O decreto nº 4.062/01 definiu os termos ‘Cachaça’, ‘Brasil’ e ‘Cachaça do Brasil’ como sendo indicações
geográficas, podendo ser utilizado no caso de destilados simples do caldo de cana-de-açúcar produzidos
dentro do território nacional.
Entretanto, se o nome já for de uso comum, ou seja, já estiver sendo utilizado para identificar um produto ou
serviço, o mesmo não poderá ser protegido como indicação geográfica. Este é o caso do queijo mineiro o
qual já é um uso comum, não podendo os produtores de queijo de minas protegerem este nome como uma
indicação geográfica.

Desenhos Industriais
O art. 95 da Lei nº 9.279/96, define o desenho industrial como sendo “a forma plástica ornamental de um
objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando
resultado novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial”.
A proteção recai sobre a forma externa do objeto, não estando protegida pelo desenho industrial a função
prática deste objeto, o mesmo também ocorre com as cores e os materiais utilizados na fabricação. Não
sendo considerado desenho industrial as obras de caráter puramente artístico.
6
Todos aqueles que criarem desenhos industriais poderão proteger sua criação, desde que preenchidos os
requisitos: da novidade, da originalidade e que o objeto seja passível de fabricação.
O art. 96 da Lei estabelece que o desenho industrial será considerado novo quando não estiver
compreendido no estado da técnica; já no art. 97 da mesma lei, dispõe que será considerado original o
desenho industrial quando sua configuração visual o distinga dos objetos anteriores a ele.
Não podem ser registrados como desenhos industriais:
a) tudo o que for contrário à moral e aos bons costumes;
b) a forma necessária ou vulgar de um objeto;
c) a forma determinada pelas considerações técnicas ou funcionais do objeto.
O prazo de proteção é de 10 (dez) anos a partir da data do depósito do pedido, podendo o mesmo ser
prorrogado no máximo por 3 (três) vezes pelo período de 5 (cinco) anos cada.

Direitos de Autor
O direito autoral de nosso país encontra-se regulamentado pela Lei nº 9.610/98, a qual tem como finalidade
proteger as obras literárias, artísticas e científicas, impedindo desta forma, que terceiros se utilizem
indevidamente das obras protegidas.
A WIPO define direito de autor como sendo “a proteção da criação da mente humana”. Assim, é importante
salientar que o direito autoral protege as obras não estando inseridos neste contexto os pensamentos e ideias.
Ou seja, para que gozem de proteção é necessário que os pensamentos e ideias sejam exteriorizados,
passados para um documento em concreto deixando de existir somente em nossa mente.
O autor poderá ser identificado de várias formas: pelo seu nome civil- seja ele completo, abreviado ou
somente pelas iniciais de seu nome; podendo ainda utilizar um pseudônimo ou qualquer outro sinal que o
identifique.
Todos aqueles que tiverem o seu nome agregado a uma obra serão legalmente considerados coautores, não
se enquadrando nesta definição aqueles que realizam serviços de correção, atualização ou fiscalização de
A reprodução deste material é condicionada a autorização, sendo terminantemente proibido o seu uso para fins comerciais. A violação do direito autoral é crime, punido com prisão e
multa, sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis. Inscrição no INPI: 905146603 para Classe 41 (educação) e 905146573 para Classe
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ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE?
uma obra.
É possível a realização de paráfrases e paródias de obras desde que não caracterizem reproduções e que não
causem descrédito ao autor da obra.
O titular dos direitos autorais tem direito de exigir uma indenização do infrator pelos prejuízos causados,
estando o mesmo sujeito a pena na esfera penal podendo receber pena de detenção que pode variar de 3
(três) meses a 1 (um) ano ou multa.
O prazo de proteção dos direitos autorais é de 70 (setenta) anos contados a partir de 1º de janeiro do ano
subsequente ao da morte do autor, independente de registro.

Referências
BASSO, M. . O direito internacional da propriedade intelectual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2000.
COELHO, F. U. . Curso de direito comercial. Vol. 3. São Paulo: Saraiva. 2001.
CORREA, C. M. . Normativa nacional, regional e internacional sobre propiedad intelectual y su aplicación
em los INIAS del Cono Sur. Programa Cooperativo para el desarrollo tecnológico agropecuário del Cono
Sur – PROCISUR. Uruguay, 1999.
DOMINGUES, D. G. . Privilégios de invenção, engenharia genética e biotecnologia. Rio de Janeiro:
Forense, 1989.
FELTRE, C. . A diversidade de mecanismos de governança na multiplicação de sementes de milho híbrido e
soja no Brasil. Dissertação de mestrado, UFSCAR, 2005.
GALVÃO, A. P. M. . Direitos de propriedade intelectual em inovações vegetais arbóreas para plantios
florestais no Brasil. http://www.cnpf.embrapa.br/publica/seriedoc/edicoes/doc55.pdf, acessado em
25/08/2012.
REIS, B. S.; LÍRIO, V. S. . Negociações internacionais e propriedade intelectual no agronegócio. Viçosa,
2001.
REQUIÃO, R. . Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva. 1984.
7
WILKINSON, J. ; CASTELLI, P. G. . A Transnacionalização da Indústria de Sementes no Brasil. 1ª ed., Rio
de Janeiro: Actionaid, 2000.
VARELLA, M. D. . Propriedade intelectual de setores emergentes. São Paulo: Atlas, 1996.
SAMPAIO, M. J. A. e SANTOS, M. M. . Direitos de propriedade intelectual na agricultura. 2000.
VIEIRA, W. C. . Propriedade intelectual: uma perspectiva histórica. Livro Negociações Internacionais e
propriedade intelectual no agronegócio. Viçoca – MG, DER/UFV. 2001.
VIEIRA, A. C. P. e A. M. BUAINAIN, Propriedade intelectual, biotecnologia e proteção de cultivaes no
âmbito agropecuário. Livro Biotecnologia e recursos genéticos desafios e oportunidades para o Brasil.
Finep. 2006.

A reprodução deste material é condicionada a autorização, sendo terminantemente proibido o seu uso para fins comerciais. A violação do direito autoral é crime, punido com prisão e
multa, sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis. Inscrição no INPI: 905146603 para Classe 41 (educação) e 905146573 para Classe
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SOCIEDADE ANÔNIMA (S/A)


é um tipo de companhia que tem seu capital dividido por ações. Os sócios são chamados acionistas e têm
responsabilidade limitada ao preço das ações adquiridas. Ela surgiu em meados do século XVII, quando a
maioria dos negócios ainda era financiada pelo capital familiar. Promover a entrada de terceiros investindo
capital na empresa tinha como objetivo principal acelerar o crescimento dela. Dessa forma, a maior quantidade
de recurso aumentaria a produção e a circulação de produtos no mercado, o que contribuiria para o crescimento
da economia. As primeiras empresas com essas características foram a Companhia das Índias Orientais e a
Companhia das Índias Ocidentais. A primeira foi pioneira na criação das grandes corporações. A sua atividade
econômica era ligada ao colonialismo: exportava produtos do oriente em nome dos países capitalistas da Europa,
como Inglaterra, Holanda, Espanha, Portugal e França. Era um tipo de empreendimento que misturava o capital
privado e social. No início do século XIX, as instituições que seguiam esse tipo de investimento foram
consideradas, na França, jurídicas. Precisariam, a partir de então, de autorização para serem abertas e teriam que
cumprir leis especiais. Principais características da Sociedade Anônima -Possui capital divido em ações; -O
importante, nesse tipo de sociedade, são os capitais acumulados e não o acionista em si. A posse de ações é que
faz valer a participação do acionista; -As ações só podem ser emitidas pela empresa com autorização da CVM
(Comissão de Valores Mobiliários); -Somente as próprias ações são usadas como garantia financeira da
companhia. Nenhum dos sócios precisa responder com seu patrimônio particular pelas dívidas da empresa; -Sua
estrutura organizacional se compõe por uma assembleia geral, o conselho de administração, diretoria e conselho
fiscal; -Pode ser uma sociedade aberta ou fechada; -A responsabilidade do acionista é limitada ao preço das ações
adquiridas ou subscritas; -As ações são títulos circuláveis, isto é, o acionista tem a liberdade de cedê-las e
negociá-las; -Constitui pessoa jurídica de direito privado. Sociedade Anônima no Brasil As sociedades
anônimas foram aceitas por lei no Brasil em 1850. Nesse época, as sociedades eram abertas para funcionar por
tempo determinado. Ao fim do prazo, elas eram dissolvidas. Cerca de trinta anos depois, estabeleceu-se uma lei
para regulamentar esse tipo de companhia. No século XX, com a evolução comercial do país, o funcionamento
das S/As se tornou mais eficiente, tanto as nacionais quanto as estrangeiras.
Em 1976, uma reforma na lei de número 6.404 favoreceu os acionistas minoritários de sociedade anônima de
capital aberto, que não eram privilegiados por causa de algumas falhas no decreto anterior. Depois, ela foi sendo 2
complementada e modificada por causa das mudanças nos planos econômicos e crises financeiras enfrentadas no
país.

SOCIEDADE LIMITADA
Sociedade limitada é aquela que realiza atividade empresarial, formada por dois ou mais sócios que contribuem
com moeda ou bens avaliáveis em dinheiro para formação do capital social. A responsabilidade dos sócios é
restrita ao valor do capital social, porém respondem solidariamente pela integralização da totalidade do capital,
ou seja, cada sócio tem obrigação com a sua parte no capital social, no entanto poderá ser chamado a integralizar
as quotas dos sócios que deixaram de integralizá-las.
Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem
solidariamente pela integralização do capital social.
A sociedade limitada rege-se, nas omissões, pelas normas da sociedade simples.
Entretanto, admite-se que o contrato social estabeleça a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da
sociedade anônima.
O contrato mencionará, no que couber, as indicações obrigatórias, e, se for o caso, a firma social.
DIVISÃO DO CAPITAL - QUOTAS
O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio.
Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo
de cinco anos da data do registro da sociedade.
É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.
A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência, caso em que se observará o
disposto no artigo seguinte.
No caso de condomínio de quota, os direitos a ela inerentes somente podem ser exercidos pelo condômino
representante, ou pelo inventariante do espólio de sócio falecido.
Os condôminos de quota indivisa respondem solidariamente pelas prestações necessárias à sua integralização.
CESSÃO DE QUOTAS
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ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE?
Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio,
independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um
quarto do capital social.
A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito
pelos sócios anuentes.
SÓCIO REMISSO
Não integralizada a quota de sócio remisso, os outros sócios podem tomá-la para si ou transferi-la a terceiros,
excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora, as prestações
estabelecidas no contrato mais as despesas.
LUCROS - REPOSIÇÃO
Os sócios serão obrigados à reposição dos lucros e das quantias retiradas, a qualquer título, ainda que autorizados
pelo contrato, quando tais lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital.
ADMINISTRAÇÃO
A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.
A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente
adquiram essa qualidade.
A designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o
capital não estiver integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integralização.
O administrador designado em ato separado investir-se-á no cargo mediante termo de posse no livro de atas da
administração.
Se o termo não for assinado nos trinta dias seguintes à designação, esta se tornará sem efeito.
Nos dez dias seguintes ao da investidura, deve o administrador requerer seja averbada sua nomeação no registro
competente, mencionando o seu nome, nacionalidade, estado civil, residência, com exibição de documento de
identidade, o ato e a data da nomeação e o prazo de gestão.
O exercício do cargo de administrador cessa pela destituição, em qualquer tempo, do titular, ou pelo término do
prazo se, fixado no contrato ou em ato separado, não houver recondução.
Tratando-se de sócio nomeado administrador no contrato, sua destituição somente se opera pela aprovação de 3
titulares de quotas correspondentes, no mínimo, a dois terços do capital social, salvo disposição contratual
diversa.
A cessação do exercício do cargo de administrador deve ser averbada no registro competente, mediante
requerimento apresentado nos dez dias seguintes ao da ocorrência.
A renúncia de administrador torna-se eficaz, em relação à sociedade, desde o momento em que esta toma
conhecimento da comunicação escrita do renunciante; e, em relação a terceiros, após a averbação e publicação.
FIRMA OU DENOMINAÇÃO SOCIAL
O uso da firma ou denominação social é privativo dos administradores que tenham os necessários poderes.
BALANÇO
Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do
balanço de resultado econômico.
Base: artigos 1.052 a 1.065 do Código Civil.

A reprodução deste material é condicionada a autorização, sendo terminantemente proibido o seu uso para fins comerciais. A violação do direito autoral é crime, punido com prisão e
multa, sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis. Inscrição no INPI: 905146603 para Classe 41 (educação) e 905146573 para Classe
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1. CONCEITO
Segundo Vivante os títulos de crédito constituem "documentos necessários para o exercício de um direito
literal e autônomo, nele mencionado". Deste conceito, dado pelo ilustre jurista italiano, podemos extrair os
princípios que norteiam esse tema, que são:

- Princípio da Cartularidade: exige a existência material do título ou, como versa Vivante, o documento
necessário. Assim sendo, para que o credor possa exigir o crédito deverá apresentar a cártula original do
documento - título de crédito.
Garante, portanto, este princípio, que o possuidor do título é o titular do direito de crédito.
A duplicata se afasta deste princípio, uma vez que expressa a possibilidade do protesto do título por
indicação quando o devedor retém o título.

- Princípio da Literalidade: o título vale pelo que nele está mencionado, em seus termos e limites. Para o
credor e devedor só valerá o que estiver expresso no título. Deve, por conseguinte, constar a assinatura do
avalista para que seja válido o aval, por exemplo.
A duplicata, por mais uma vez, figura como exceção, já que conforme estabelece o artigo 9°, §1°, da lei n°
5474/68: "a prova do pagamento é o recibo, passado pelo legítimo portador ou por seu representante com
poderes especiais, no verso do próprio título ou em documento, em separado, com referência expressa à
duplicata".

- Princípio da Autonomia: desvincula-se toda e qualquer relação havida entre os anteriores possuidores do
título com os atuais e, assim sendo, o que circula é o título de crédito e não o direito abstrato contido nele.

- Princípio da Abstração: decorre, em parte, do princípio da autonomia e trata da separação da causa ao


título por ela originado. Não se vincula a cártula, portanto, ao negócio jurídico principal que a originou,
visando, por fim, a proteção do possuidor de boa-fé.
Não gozam deste princípio todos os títulos de crédito, mas se pode observar ser ele válido para as notas
promissórias e letra de câmbio.

CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO


- Quanto ao modelo: podem ser vinculados ou livres.
 VINCULADOS: devem atender a um padrão específico, definido por lei, para a criação do título. Ex:
cheque.
 LIVRES: são os títulos que não exigem um padrão obrigatório de emissão, basta que conste os
requisitos mínimos exigidos por lei. Ex: letra de câmbio e nota promissória.
- Quanto à estrutura: podem ser ordem de pagamento ou promessa de pagamento.
 Ordem de pagamento: por esta estrutura o saque cambial dá origem a três situações distintas:
sacador ou emitente, que dá a ordem para que outra pessoa pague; sacado, que recebe a ordem e
deve cumpri-la; e o beneficiário, que recebe o valor descrito no título. Ex: Letra de câmbio, cheque.
 Promessa de pagamento: envolve apenas duas situações jurídicas: promitente, que deve, e
beneficiário, o credor que receberá a dívida do promitente. Ex: Nota promissória.
- Quanto à natureza: podem ser títulos causais ou abstratos.
 Títulos causais: são aqueles que guardam vínculo com a causa que lhes deu origem, constando
expressamente no título a obrigação pelo qual o título foi assumido, sendo assim, só poderão ser
emitidos se ocorrer o fato que a lei elegeu como uma possível causa para o mesmo. Podem circular
por endosso. Ex: duplicatas.
 Títulos abstratos: são aqueles que não mencionam a relação que lhes deu origem, podendo ser
criados por qualquer motivo. Ex: letra de câmbio, cheque.
2. CONSTITUIÇÃO DO TÍTULO DE CRÉDITO
SAQUE
Este instituto somente será encontrado pela emissão de letras de câmbio, já que estas são ordens de
pagamento que, por meio do saque, criam três situações jurídicas distintas, sendo estas: a figura do sacador,
o qual dá a ordem de pagamento e que determina a quantia que deve ser paga; a figura do sacado, àquele
para quem a ordem é dirigida, o qual deve realizar o pagamento dentro das condições estabelecidas; e, por
último, o tomador, credor da quantia mencionada no título.
Saque, portanto, é o ato de criação, ou seja, da emissão da letra de câmbio. Após esse ato, o tomador pode
procurar o sacado para receber do mesmo a quantia devida. Sendo que não tem por única função emitir o
título, mas também visa vincular o sacador ao pagamento da letra de câmbio, assim sendo, caso o sacado
não pague a dívida ao tomador, este último poderá cobrá-la do próprio sacador, que é o próprio devedor do
título.

ACEITE
É por meio deste que o sacado se compromete ao pagamento do título ao beneficiário, na data do
vencimento. Para que seja válido este aceite deverá conter o nome e assinatura do aceitante. Importante
frisar que, se este aceite se der no verso do título, deverá acompanhar a palavra "aceito" ou "aceitamos", para
que não se confunda com endosso; mas se no anverso do título, bastará a assinatura do aceitante.
O sacado/aceitante deverá ser civilmente capaz e não poderá ser falido. Se este vier a falecer poderá o
inventariante proceder o aceite em nome dos sucessores daquele.

Havendo endossantes neste título, deverão estes responder como devedores cambiários solidários e, assim
sendo, deverão pagar o que estabelece o título ao beneficiário, caso o sacado não o aceite. O aceite é
irretratável, ou seja, desde que produzido o sacado não poderá se eximir do pagamento da letra.
Prazo de respiro é o prazo de um dia dado em virtude da primeira apresentação do título para aceite do
sacado. De acordo com o art. 24 da LU: "o sacado pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma segunda
vez no dia seguinte ao da primeira apresentação".
As letras com data certa para vencimento ou à vista dispensam a apresentação para aceite, porque vencem no
momento em que são apresentadas, devendo ser feita em 1 ano.
Será considerada a falta de aceite quando o sacado não for encontrado, estiver muito enfermo, não podendo,
ao menos, expressar-se, ou quando nega o aceite ao título expressamente. Diante da recusa do aceite, o
beneficiário deverá, a fim de receber o valor representado pelo título, protestá-lo no primeiro dia útil
seguinte, já que esta recusa acarreta o vencimento antecipado do título. Podendo o tomador perder o direito,
se não protestar neste prazo, de acionar os demais coobrigados cambiários. Sendo assim, verifica-se que o
protesto pressupõe a ausência do aceite.
O aceite deverá ser puro e simples, não podendo ser condicionado, e poderá ser limitado de acordo com que
o aceitante se obrigar nos termos do mesmo. A lei permite que o sacador estabeleça uma cláusula de
proibição de aceitação do aceite, tornando a letra inaceitável. Com isso, deverá o beneficiário esperar até a
data do vencimento do título para apresentá-lo ao sacado, que só então, se recusá-lo, poderá voltar-se ao
sacador. Se, entretanto, antes da data do vencimento o sacado aceitar o título, ele será válido.
Essa cláusula não será permitida quando a letra for sacada a certo termo da vista, pois quando isso ocorre o
prazo do vencimento só corre a partir da data do aceite.

ENDOSSO
É a forma pela qual se transfere o direito de receber o valor que consta no título através da tradição da
própria cártula.
De acordo com o art. 893 do Código Civil: "a transferência do título de crédito implica a de todos os direitos
que lhe são inerentes" e, por assim dizer, entende-se que não só a propriedade da letra que se transfere, como
também a garantia de seu adimplemento.
Figuram dois sujeitos no endosso:
- endossante ou endossador: quem garante o pagamento do título transferido por endosso;
- endossatário ou adquirente: quem recebe por meio dessa transferência a letra de câmbio.
O endosso responsabiliza solidariamente o endossante ao pagamento do crédito descrito na cártula caso o
sacado e sacador não efetuem o pagamento. Portanto, se o devedor entregar a seu credor um título, por mera
tradição e sem endosso, não estará vinculado ao pagamento deste crédito caso as outras partes se tornem
inadimplentes.

Poderá o endosso se apresentar:


 em preto: quando na própria letra traz a indicação do endossatário do crédito. Também conhecido
por endosso nominal.
 em branco: quando apenas constar a assinatura do endossante, sem qualquer indicação de quem seja
o endossatário. Deverá este ser feito sempre no verso do título e se tornará um título ao portador.
Classificações doutrinárias de endosso:
- Endosso próprio: transfere ao endossatário não só a titularidade do crédito como também o exercício de
seus direitos.
- Endosso impróprio: difere do anterior uma vez que não transfere a titularidade do crédito, mas tão somente
o exercício de seus direitos. Este se subdivide em:
 Endosso-mandato ou endosso-procuração: permite que o endossatário aja como representante do
endossante, podendo exercer os direitos inerentes ao título.
 Endosso-caução ou pignoratício: figura como mera garantia ao endossatário de uma dívida do
endossante para com ele. Deve sempre conter a cláusula: “valor em garantia” ou “valor em penhor”.
Tendo, portanto, o endossante cumprido a obrigação para a qual se destinou a garantia, poderá rever
o título de crédito.
Cessão Civil é a transferência de um título de crédito por meio diverso ao do endosso.
Diferenças de Endosso e Cessão Civil:
Endosso – ato unilateral que só será admitido mediante assinatura e declaração contidas no título. Confere
direitos autônomos ao endossatário (direitos novos) e não poderá ser parcial.
Cessão Civil – ato bilateral, por meio de um negócio jurídico; pode ser feita da mesma forma que qualquer
outro contrato; confere os direitos derivados de quem o cedeu e poderá ser parcial.

AVAL
Versa o art. 30 da LU, "o pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido por aval". Com isso estabelece-se que aval é a garantia cambial, pela qual
terceiro (avalista) firma para com o avalizado, se responsabilizando pelo cumprimento do pagamento do
título se este último não o fizer.
Poderá o aval se apresentar:
 em preto: indica o avalizado nominalmente;
 em branco: não indica expressamente o avalizado, considerando, por conseguinte, o sacador como o
mesmo.
É permitido o aval parcial ou limitado, segundo o art. 30 da Lei Uniforme.
O aval difere da fiança pelo fato desta última se caracterizar em contratos cíveis e não sob títulos de crédito,
como a primeira.
Fiança é um contrato acessório pelo qual a pessoa garante ao credor satisfazer a obrigação assumida pelo
devedor caso este não a cumpra, ao passo que a obrigação do avalista é autônoma, independente da do
avalizado. A fiança produz mais efeitos que o aval, uma vez que a posição do fiador adquire características
de principal.
Por fim, cumpre ressaltar que a lei concede ao fiador o benefício de ordem, benefício este inexistente para o
avalista.

EXIGIBILIDADE DO TÍTULO DE CRÉDITO

VENCIMENTO
O vencimento do título ocorrerá, ordinariamente, com o término normal do prazo, sob as seguintes formas
elencadas pelo art. 6° da Lei Saraiva (Dec. 2.044/1908):
a) à vista;
b) a dia certo;
c) a tempo certo da data;
d) a tempo certo da vista.
Ou, também, extraordinariamente, quando se dá pela interrupção do prazo por fato imprevisto e anormal,
elencados no art. 19 da mesma lei em questão.
a) falta ou recusa de aceite;
b) falência do aceitante.

PAGAMENTO
É através do pagamento que se tem por extinta uma, algumas ou todas as obrigações declaradas no título de
crédito. Pode-se dizer, com isso, que o pagamento pode extinguir:
- algumas obrigações: se o pagamento é efetuado pelo coobrigado ou pelo avalista do aceitante, extingue-se
a própria obrigação de quem pagou e também a dos posteriores coobrigados;
- todas obrigações: se o pagamento é realizado pelo aceitante do título.

PROTESTO
É a prova literal de que o título foi apresentado a aceite ou a pagamento e que nenhuma dessas providências
foram atendidas, pelo sacado ou aceitante.
O protesto será levado a efeito por:
- falta ou recusa do aceite;
- falta ou recusa do pagamento;
- falta da devolução do título.

3. AÇÃO CAMBIAL
É a ação cabível para o credor reaver o que deixou de receber pelo título de crédito devido, promovendo a
execução judicial de seu crédito contra qualquer devedor cambial, devendo-se sempre observar as condições
de exigibilidade do crédito. Para a letra de câmbio, a Lei Uniforme, em seu artigo 70 estabeleceu os
seguintes prazos:
 6 meses: a contar do pagamento ou do ajuizamento da execução cambial, para o exercício do direito
de regresso por qualquer um dos coobrigados;
 1 ano: para o exercício do direito de crédito contra os coobrigados, isto é, contra o sacador,
endossante e respectivos avalistas. Prazo este a contar do protesto ou do vencimento, no caso da
cláusula "sem despesas";
 3 anos: para o exercício do direito de crédito contra o devedor principal e seu avalista, a contar do
vencimento.

Referências bibliográficas:
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 17ª Edição. Editora Saraiva, 2006.
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios Gonçalves. Sinopses Jurídicas - Títulos de Crédito e Contratos Mercantis. 2ª Edição.
Editora Saraiva, 2005.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurídicas - Direito das Obrigações - Parte Especial (contratos). 8ª Edição. Editora
Saraiva, 2007.
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