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Núcleo Comum
Construção
de Projetos
Pedagógicos
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 5
PEDAGÓGICO..................................................................................................15
EDIFICANTE .................................................................................................... 18
PROJETO.......................................................................................................... 37
12.MARCO REFERENCIAL.............................................................................41
REFERÊNCIAS………………………………………………………………………………………………………………..54
INTRODUÇÃO
Educação.
Pedagógico como instrumento norteador das ações que permeiam os espaços escolares,
porém ele não se constitui modelo rígido a ser seguido, pois deve ser embasado por
Não nos referimos aqui à mera carta de intenções ou, simplesmente, a aspectos
construção do projeto.
protagonistas.
Bons estudos!
documentos escolares e tende a ser marcado por um discurso acadêmico, por vezes,
muito bem embasado, todavia, desligado de uma perspectiva práxica. O senso comum
compreendido pelo coletivo dos que com ele se relacionam na escola, se não houver uma
A realidade posta dentro do âmbito escolar revela, porém que nem todos os segmentos
elaboração do PPP.
um ensino público que não foi prioridade das políticas públicas que se implantaram ao
longo da história.
O planejamento educacional no Brasil e o desenvolvimento econômico e social
afirma CALAZANS:
Até a década de 1920 não havia uma função educadora para o nível médio e
primário, razão pela qual eles não mereceram atenção do Estado. A educação era um
instrumento de mobilidade social e era utilizada como distintivo de classe, em que a classe
média procurava como via de ascensão social, prestígio e integração com o poder
dominante.
A década de 1930, no Brasil, foi marcada por dois modelos de Estado, sendo que
antes disso a estrutura econômica brasileira era baseada na agricultura e o poder político
ativa do Estado na economia, passando este a desempenhar funções cada vez mais
empreendidas.
a sua primeira manifestação explicita nos é dada pelo Manifesto dos Pioneiros da
Educação Nova, lançado em 1932‖ (2002, p.72), embora o conteúdo deste Plano de
responsável pelo atraso e pelo subdesenvolvimento, passa a ser visto como necessário e
Para confirmar e concluir este esboço histórico cita-se OLIVEIRA, para quem:
de racionalismo científico sob a égide da Escola Nova e, no período que se segue até
Nos anos de 1964 a 1985 – período da ditadura militar -, com o fim de ―planejar e
pelo sistema autoritário do Regime Militar, embora este sistema já estivesse marcado pela
social, uma vez que as reformas propostas apresentam como tendência geral à
começa a ser deixado de lado como um modelo a ser perseguido, sendo apontado como
GARCIA,
O planejamento e os planejadores vivenciam esta situação de horizontes nebulosos
ontem já não servem para hoje. A ideologia de que o Planejamento é uma técnica
neutra já foi esclarecida á exaustão, quando revela seu caráter comprometido com
pobres e ajuda a enriquecer ainda mais a diminuta parcela que tudo tem. Em
Dentro deste cenário, o planejamento central começa a ser substituído por formas mais
sem, contudo, abalar o equilíbrio do todo, que deve sobreviver apesar das suas
planificação, onde o poder não emana mais exclusivamente do Estado. (...) Não é
parece, ele tem se adequado à nova realidade que se apresenta de forma mais
democrática do ensino público, na forma da lei‖ (art. 206, inciso VI). E porque a gestão
colaboração entre si, com os estados e com a União (art. 211), traduzindo uma concepção
educação brasileira, apenas recentemente as reflexões sobre esse tema pareçam ter se
transformado em ações práticas, uma vez que foi apenas com a promulgação da
escola, pois gestão participativa pode ser compreendida como aquela que envolve em
suas atividades, além do gestor escolar, professores, funcionários, alunos e pais que
do processo pedagógico, pois parece ser um caminho mais viável para a participação
compromisso coletivo com resultados educacionais cada vez mais efetivos e significativos,
sendo assim a mesma vem sendo percebida como uma das alternativas possíveis para a
uma atenção especial às questões referentes à gestão escolar com superação do enfoque
gestão financeira.
para elaborar seu próprio plano de trabalho, definindo seus rumos e planejando suas
equipe escolar uma atuação que a torna sujeito histórico de sua própria prática.
Pensar no processo de construção de um projeto político-pedagógico requer uma
No artigo 12, inciso I, que vem sendo chamado o ―artigo da escola‖ a Lei dáaos
pedagógica.
O artigo 12, inciso VII define como incumbência da escola informar os pais e
pedagógico da escola.
Segundo Libâneo (2004), é o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do
escolar.
valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que participaram da sua
elaboração.
Assim, o projeto orienta a prática de produzir uma realidade. Para isso, é preciso
primeiro conhecer essa realidade. Em seguida reflete-se sobre ela, para só depois planejar
pessoais.
número 9394/96, tem seu respaldo na porfia dos segmentos populares e dos educadores,
que lutaram para que esse princípio fosse contemplado em lei, embora venha arraigada
com uma forte influência das agências internacionais nas diretrizes educacionais
incorporadas à Lei.
Segundo LÜCK,
orientado por uma vontade coletiva. Esta, aliás, é condição fundamental para que a
(PARO,2004, p.49).
fundada nos princípios que deverão nortear a escola democrática, pública e gratuita, entre
eles destacamos a gestão democrática que exige uma ruptura histórica na prática
a participação dos representantes dos diferentes segmentos da escola nas decisões e nas
Para Veiga:
2007, p.13)
refletindo a crise que ocorre na sociedade que é caracterizado pelo distanciamento entre
discurso e ação.
As decisões tomadas na escola, para se efetivarem, devem partir da própria prática
história, modifica-se e modifica as relações sociais. Muitas vezes, o trabalho nesta relação
cotidiana deixa de ser vital, criador e prazeroso passando a ser um espaço onde alguns
Isto significa resgatar a escola como espaço público, lugar de debate, do diálogo,
social.
A escola irá conceber seu PPP, buscando autonomia para executá-lo e avaliá-lo,
saber e o agir. Este tipo de inovação ―(...) é uma rearticulação do sistema que se apropria
A inovação regulatória ou técnica deixa de fora quem inova e,portanto, não é afetado
por ela. Há uma separação entre fins e meios, em que se escamoteiam os eventuais
Nesta perspectiva, a introdução do novo implica mudança do todo pela mudança das
partes. A reforma educacional, preconizada pela LDB, Lei nº 9.394/96, tem-nos dado
hipóteses de sucesso se os atores não são chamados a aceitar essas inovações e não se
instituída, há fortes riscos de que seja absorvida pelas lógicas preexistentes, pelos quadros
de referência reguladores.
certa forma, a palavra ―inovação‖ vem associada amudança, reforma, novidade. O ―novo‖
só adquire sentido a partir do momento em que ele entra em relação com o já existente. Se
Inovar é, portanto, introduzir algo diferente dentro do sistema, para produzir uma
mesmo que seja temporária e parcial. Essa mudança não produz um projeto pedagógico
construído projetos, sem muita consciência das consequências para o sistema educativo.
concepção de
política e sociocultural.
conjunto de atividades que vão gerar um produto: um documento pronto e acabado. Nesse
produto.
A inovação de cunho regulatório ou técnico nega a diversidade de interesses e de
atores que estão presentes, porque não é uma ação da qual todos participam e na qual
fichas, parâmetros, critérios etc.) proposto em nível nacional. Como medidas e ferramentas
instituídas, legalmente, devem ser incorporadas pelas instituições educativas nos projetos
credenciados.
técnica do conhecimento.
trilhas.
5. O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO COMO INOVAÇÃO
EMANCIPATÓRIA OU EDIFICANTE
concreta em que quem aplica está existencial, ética e socialmente comprometido com o
impacto da aplicação‖ (Santos,1989, p. 158). Não há separação entre fins e meios, uma
vez que a ação incide sobre ambos pois ―(...) os fins só se concretizam na medida em que
de poder. É um processo de dentro para fora. Essa visão reforça as definições emergentes
instituição educativa. Bicudo afirma que a importância do projeto reside ―no seu poder
Sob esta ótica, o projeto é um meio de engajamento coletivo para integrar ações
Costa & Madeira (1997) consideram alguns elementos conceituais do projeto político-
pedagógico:
ao campo educativo;
educativo;
administrativo‖;
e) a participação só poderá ser assegurada se o projeto perseguir os objetivos dos
p. 192).
fundamentais:
dificuldades e os pessimismos da realidade educacional, mas não se deixa levar por esta,
b) Está voltado para a inclusão a fim de atender a diversidade de alunos, sejam quais
gestão democrática nada tem a ver com a proposta burocrática, fragmentada e excludente;
institucional.
pedagógico.
continuidade de ações.
A instituição educativa não é apenas uma instituição que reproduz relações sociais e
proposição de inovações. A inovação educativa deve produzir rupturas e, sob essa ótica,
verbo projicere, que significa lançar para diante. Plano, intento, desígnio. Empresa,
p.1.144).
Ao construirmos os projetos de nossas escolas, planejamos o que temos intenção
de fazer, de realizar. Lançamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar
que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo
O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido
explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico
Político e pedagógico têm assim uma significação indissociável. Neste sentido é que
constitutiva" (Marques 1990, p. 23). Por outro lado, propicia a vivência democrática
da cidadania. Pode parecer complicado, mas trata-se de uma relação recíproca entre a
organização da sala de aula, incluindo sua relação com o contexto social imediato,
na sua globalidade.
relativa autonomia da escola, de sua capacidade de delinear sua própria identidade. Isto
significa resgatar a escola como espaço público, lugar de debate, do diálogo, fundado na
Buscar uma nova organização para a escola constitui uma ousadia para os
temos que recorrer para a compreensão de nossa prática pedagógica. Nesse sentido,
temos que nos alicerçar nos pressupostos de uma teoria pedagógica crítica viável, que
parta da prática social e esteja compromissada em solucionar os problemas da educação e
do ensino de nossa escola. Uma teoria que subsidie o projeto político-pedagógico e, por
sua vez, a prática pedagógica que ali se processa deve estar ligada aos interesses da
"chão da escola", com apoio dos professores e pesquisadores. Não poderão ser
inventadas por alguém, longe da escola e da luta da escola. (Freitas 1991, p. 23)
ou Municipal, não compete a eles definir um modelo pronto e acabado, mas sim estimular
ou mobilizá-los de forma espontânea, mas propiciar situações que lhes permitam aprender
O ponto que nos interessa reforçar é que a escola não tem mais possibilidade de ser
dirigida de cima para baixo e na ótica do poder centralizador que dita as normas e exerce o
autonomia e qualidade.
da escola, mas a uma qualidade em todo o processo vivido. Vale acrescentar, ainda, que a
sociedade.
como um todo, está fundada nos princípios que deverão nortear a escola democrática,
pública e gratuita:
a) Igualdade de condições para acesso e permanência na escola. Saviani
autor destaca:
técnica e a política. Uma não está subordinada a outra; cada uma delas tem perspectivas
próprias.
fins, valores e conteúdos. Quer dizer "a competência humana do sujeito em termos de se
fazer e de fazer história, diante dos fins históricos da sociedade humana" (Demo 1994,
p.14).
Nesta perspectiva, o autor chama atenção para o fato de que a qualidade centra-se
qualidade formal está relacionada com a qualidade política e esta depende da competência
dos meios.
todos. Qualidade para todos, portanto, vai além da meta quantitativa de acesso global, no
permanência dos que nela ingressarem. Em síntese, qualidade "implica consciência crítica
funcionários, alunos e pais a definição clara do tipo de escola que intentam, requer a
definição de fins. Assim, todos deverão definir o tipo de sociedade e o tipo de cidadão que
pretendem formar. As ações específicas para a obtenção desses fins são meios. Essa
distinção clara entre fins e meios é essencial para a construção do projeto político-
pedagógico.
populares.
pela prática pedagógica. Ela visa romper com a separação entre concepção e execução,
entre o pensar e o fazer, entre teoria e prática. Busca resgatar o controle do processo e do
para que sejam elas legítimas, garante o controle sobre os acordos estabelecidos e,
sobretudo, contribui para que sejam contempladas questões que de outra forma
Neste sentido, fica claro entender que a gestão democrática, no interior da escola,
remete-nos para regras e orientações criadas pelos próprios sujeitos da ação educativa,
político pedagógico.
profissionalização do magistério.
escola, uma vez não só ela possibilita a progressão funcional baseada na titulação, na
político pedagógico.
seus profissionais;
b) elaborar seu programa de formação, contando com a participação e o apoio
meio das relações de poder que se expressam nas práticas autoritárias e conservadoras
dos diferentes profissionais, distribuídos hierarquicamente, bem como por meio das formas
entrecruzam e são dependentes uns dos outros, como se verá a seguir. Antes, é
necessário que fique claro que não há uma única forma de se construir um projeto, devido
A importância da participação vem sendo ressaltada por todos que defendem uma
gestão democrática. No entanto, embora nenhum segmento tenha uma importância menor
níveis hierárquicos diferenciados dentro da escola. Ou seja, todos devem ter o seu espaço
se vão constituir no núcleo das preocupações da escola. São eles, de fato, o alvo de todo
esse esforço.
O trabalho dos funcionários, por se realizar em uma escola, tem uma dimensão
pedagógica que é muito pouco reconhecida, até por eles próprios. As relações que eles
formação da cidadania.
Os pais e a comunidade devem participar efetivamente das decisões sobre o
orçamento e a utilização dos recursos financeiros que a escola recebe. Além disso, os
pais devem participar das discussões sobre as características do cidadão que se quer
O processo de mobilização
Uma das mais importantes tarefas da equipe gestora é encontrar pontos de partida
para atingir um nível esperado de mobilização, pois, durante o processo, muitas lideranças
vão emergir, provocando novas adesões. O papel do Conselho Escolar nesse trabalho
seja ampliada com a presença de outras pessoas, além daquelas que já fazem parte do
Conselho.
Essa mobilização é indispensável, sob pena de não se conseguir construir a
proposta de uma forma democrática, legitimada por aqueles que fazem da escola um
O processo de negociação
evitar tais situações, porque elas existem de fato e revelam a variedade de concepções
É aqui que entra o papel da negociação. Saber negociar significa dar lugar ao
do qual resulte a assunção coletiva dos conflitos e dos problemas, a cooperação voluntária
dos professores ou a dos alunos ou a dos pais. Ela é resultante da confluência de várias
individuais.
proposta pedagógica tem um conteúdo que vai sendo construído por meio desses
processos. Dentre esses conteúdos, está a definição do cidadão que se quer formar.
escola tem espaço para definir essas características? Afinal, que espaço tem a escola
nessa definição?
valores são básicos para a vida do cidadão em qualquer lugar do mundo, é também
constituem a especificidade das diversas culturas. Isso significa dizer que o espaço da
produção cultural de seu povo, de forma a afirmar a sua identidade. É o espaço do ensino
competente que, sem negar as tradições e, até mesmo, tomando-as como base, prepare
seus alunos para a plena participação na vida econômica, sociopolítica e cultural do país.
nos documentos oficiais que definem e orientam a educação brasileira, quanto à
família e da comunidade.
escola.
8. A IDENTIDADE DA ESCOLA
Toda escola deve ter uma alma, uma identidade, uma qualidade que a faz ser única
para todos que nela passam uma parte de suas vidas... Esse vínculo cognitivo e afetivo
deve ser construído a partir das vivências propiciadas a toda a comunidade escolar. E essa
deve contribuir para criar ou fortalecer a identidade da escola. Quanto a esse aspecto, a
a seu papel na comunidade em que está inserida. Esse levantamento dos traços
Identificadores da escola constitui um diagnóstico que servirá de base para a definição
dos objetivos a perseguir, dos conteúdos que devem ser trabalhados, das formas de
diagnóstico:
comunidade?
Como se vêm dando o desempenho escolar dos alunos nos últimos dois anos?
escola?
9. CURRÍCULO ESCOLAR
Sabe-se que o currículo escolar é um dos pontos mais difíceis a serem enfrentados
pela escola. Duas questões podem ser inicialmente levantadas em relação a esse aspecto:
maioria das vezes, em uma prática curricular muito pobre, que não leva em conta
nem a experiência trazida pelo próprio professor, nem a trazida pelo aluno, ou
de programa ou, pior ainda, de uma simples grade curricular, ou de mera listagem
dos conteúdos que devem ser tratados. Daí porque muitos professores se orientam
escolares pelos alunos, na própria escola ou fora dela, e isso precisa ser muito bem
Assim sendo, é indispensável que a escola se reúna para discutir a concepção atual
de currículo expressa tanto na LDBEN quanto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para
Uma Base Nacional Comum, com a qual se garante uma unidade nacional, para
que todos os alunos possam ter acesso aos conhecimentos mínimos necessários
articulação entre os vários aspectos da vida cidadã (a saúde, a sexualidade, a vida familiar
significa?
áreas significativas.
Nacionais introduzem os temas transversais que, tomando a cidadania como eixo básico,
uma única questão a partir de uma perspectiva plural. Isso exige o comprometimento de
toda a comunidade escolar com o trabalho em torno dos grandes temasdefinidos pelos
do contexto da escola.
pelos alunos, e o reconhecimento dessa trama, presente na vida escolar, vai dar à equipe
pedagógica.
para que ensinar, como ensinar –, a equipe gestora e a comunidade escolar devem
básica.
deve estar todo o tempo viabilizando as condições para sua execução, e uma delas é a
formação contínua de seus professores para que eles possam desenvolver, com
fim de que esta tarefa seja assumida, tenha significado para a comunidade.
passos seguintes.
passam rapidamente por esta etapa, considerando-a quase desnecessária, já queo que
vem a seguir é uma coisa boa e temos que chegar logo lá'. Deve-se estar atento a este
momento para não se cair num ritual vazio, semelhante à distorção que ocorreu com o
Plano de Ensino-Aprendizagem. Vale a pena relembrar que não basta o indivíduo estar
fazendo; há que se analisar corno está fazendo. O professor pode estar preenchendo os
seja baseada numa realidade não falseada. Para que a verdade possa emergir, é preciso
garantir um clima de respeito e liberdade, pessoas joguem claro, coloquem suas dúvidas,
suas desconfianças, etc. para que as questões do grupo possam aparecer, serem
Decisão Coletiva
Feita a sensibilização, cabe à decisão. Deve ficar claro que se trata de decisão
mesmo e não de 'jogo de cena' para ratificar uma decisão já tomada. Concretamente: a
possibilidade de não iniciar a elaboração do projeto deve ser real: se o grupo não percebeu
funcionários, alunos, pais, comunidade local, equipe de coordenação e direção), bem como
Além disto, é importante se fazer uma previsão primeira dos passos e do tempo
Esta equipe deve se capacitar para tal. Dos participantes não é necessário o domínio de
perguntar?
que desviam a nossa atenção do essencial. Devemos, pois, sempre nos questionar se
sugeridas, sem uma análise da própria realidade. O grupo deve elaborar suas perguntas,
Estas contradições não devem ser camufladas ou desprezadas. Devem ser apontadas e
trabalhadas. E importante que a contradição seja discutida pelo grupo, para ser assumida,
não deixando pairar ambiguidades. Se for necessário, que se prolongue a discussão, que
contradição pelo grupo. Por outro lado, quando na elaboração do Projeto algum ponto
ficar por demais polémico, pode ser mais produtivo prever, como uma ação concreta da
gente se entende', o 'não era bem isto que queria dizer', etc. Por outro lado, ficamos muito
verdade, numa análise mais atenta, percebemos que o que passa a ocorrer é apenas a
também a combinação das diferenças: alguns atinam mais para o sonho, outros para a
crítica da situação presente, outros ainda para o fazer. Estamos, portanto, apontando para
uma outra possibilidade de resolver conflitos que não aquela típica do planejamento
discursiva.
• Comodismo por parte dos sujeitos: não quererem a desacomodação que poderá
• Imediatismo: ter pressa, não querer 'perder tempo' com as discussões; achar que
• Falta de esperança/confiança na instituição: 'Não adianta falar que nada vai acontecer
mesmo;
elaborar um documento, sem vida, sem significado, sem envolvimento com as ideias, com
as propostas;
• Nominalismo: achar que definir uma linha de trabalho para a escola é se 'filiar' a alguma
na instituição;
acompanhamento;
Estes eventuais obstáculos, uma vez localizados, deverão ser tematizados, enfrentados,
que nos colocamos: em que medida enquanto escola democrática, podemos efetivamente
enquanto escola? Constatamos que, diante destes questionamentos, muitas escolas, por
não encontrarem sentido para a própria existência, acabaram perdendo toda força e
capacidade de aglutinação, o que não surpreende, visto que ninguém consegue viver sem
um sentido maior que sustente a dura luta... No Marco Referencial procuramos expressar o
realização do Diagnóstico.
O Marco Referencial é composto de três grandes partes: O Marco Situacional (onde
estamos, como vemos a realidade) O Marco Doutrinal ou Filosófico (para onde queremos
realidade em geral: como avê, quais seus traços mais marcantes, os sinais de vida e de
está inserida. E importante por situar, dar todo o pano de fundo, os elementos estruturais
que condicionam a instituição e seus agentes. Devemos enfatizar aqui que neste Marco o
que se visa é uma visão geral da realidade e não uma análise dá instituição, (essa análise
tendência de apontar apenas os aspectos negativos, pois são os que mais nos
esperança.
pessoa e educação que o grupo assume. Aqui são expressas as grandes opções do grupo
que ocorre frequentemente nas escolas é que estas visões não são explicitadas, nem
discutidas, podendo levar a sérias distorções na formação dos educandos, que estarão sob
personalidade. Obviamente, não estamos nos referindo aqui a uma massificação, onde
proposta dos critérios de ação para os diversos aspectos relevantes da instituição, tendo
Marco Operativo diz respeito a três grandes dimensões do trabalho escolar,a saber:
• Dimensão Pedagógica
• Dimensão Comunitária
• Dimensão Administrativa
O Processo de Planejamento?
O Currículo?
O Professor?
A Equipe Técnica?
Os Objetivos?
Os Conteúdos
A Metodologia?
A Disciplina?
A relação Professor-Aluno?
Elaboração Individual
empenho.
biunívoca), procurando deixar clara sua resposta, sem ser prolixo. Cada um deve ter
oportunidade de responder todas as questões, mas pode escolher aquelas que mais se
interessa (para não ficar uma tarefa desgastante e desprovida de significado). Deve-se, no
entanto, garantir um número mínimo de respostas para cada item. Para que alguma área
relação a todos os aspectos da instituição; em caso negativo, pode-se solicitar que mais
algumas pessoas, voluntariamente, respondam, até que se tenha uma quantidade mínima
alguns membros — e depois o resultado que aparece é sempre muito inferior ao conteúdo
do debate).
Trabalho Coletivo
O grupo vai fazer uma primeira redação, que nada mais é do que um agrupamento
inteligente das ideias (não uma mera colagem); é, portanto, uma tarefa técnica de
ideia básica. Cabe também identificar possíveis contradições entre as respostas; verificar
ideias que eventualmente 'não se encaixaram'. A redação deve ser feita no grupo: um
Deve-se tomar cuidado para não perder a riqueza do que vem e querer sintetizar
tudo com chavões (tentar resumir tudo numa palavra). Estar atento também com a
por pergunta e dividindo-as pelos grupos. Pode-se deixar dois grupos com a mesma
pergunta, mas com conjuntos diferentes de respostas para se ter opção de redação.
Como é uma tarefa técnica, a rigor, pode ser feita por uma ou várias comissões de
redação, não necessitando que o grupo todo esteja reunido no mesmo horário.
Plenário
encaminhamentos. Normalmente começa por uma breve explicação de como foi feito o
texto pelo grupo (contextualização); faz-se a leitura (todos devem ter cópias em mãos das
pontos tidos como fora de contexto. Inicia-se a análise em cima de três aspectos básicos:
Técnico: este é um texto coerente para tal parte do Projeto (Marco Referencial,
elaboração)?
Conteúdo: é isto que desejamos para nossa escola? Estamos de acordo com as
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico aqui está sendo entendido não num sentido difundido no senso comum
Diagnóstico tem origem no grego diagnostikós, sendo que foi apropriado pela
e/ou mediante exames diversos (laboratoriais, radiológicos, etc.) (cf. Aurélio). Sua raiz,
a partir de seus dois componentes dia -t- gnosis como através do conhecimento. Ocorre
que o termo diagnose foi incorporado à História Natural ou Botânica com o sentido de
descrição minuciosa do animal e da planta, feita pelo seu classificador, em geral em latim
(cf. Aurélio). Seu uso está muito marcado por esta perspectiva de descrição ou mera
modo ideal de ser, de se organizar, de agir da instituição), juízo este realizado com critérios
Conhecer a Realidade
Julgar a Realidade
ideal e o real, entre aquilo que desejamos e aquilo que estamos sendo. Podemos apontar
Localizar as Necessidades
Necessidade é aquilo que falta em cada aspecto relevante analisado para que a escola
escola (ex.: 'adiantar aula' quando outro professor falta) e ficar marcado por colegas;
espaço de tempo previsto no plano, que tem por objetivo superar as necessidades
Determinações.
OBSERVAÇÕES METODOLÓGICAS
necessidade e a possibilidade da ação. Estes dois critérios é que vão dar a consistência do
plano, visto que se colocamos coisas para fazer que são possíveis, mas não relevantes,
colocamos coisas relevantes, mas impossíveis, estas não irão acontecer e desmoralizarão
o plano. A ideia é seguinte: o que vai para o plano deve ser relevante e é para acontecer!
sujeitos estarão fazendo propostas de ação. Cabe refletir agora sobre sua possibilidade:
qual a mudança possível de ser feita na escola? Qual a viabilidade de se executar o que se
propõe? Deve-se identificar para poder fazer avançar o processo. Muitas vezes, em função
dos limites da instituição, será preciso fazer uma hierarquia de necessidades, vendo aquilo
Enfatizamos que não adianta propor algo que, em determinado momento histórico,
Nunca teremos a certeza absoluta de que tal proposta de ação possa ser colocada
em prática, mas devemos nos esforçar ao máximo para nos aproximar desta clareza.
da realidade (ainda que parcial, dados os limites) em direção ao desejado (dada a utopia, a
força da vontade política). Esta tensão vai nos dar o horizonte do histórico-viável. Ao
tratarmos dos conteúdos, por exemplo, poderíamos propor o fim do uso do livro didático?
Do ponto de vista meramente lógico, sim, pois esta é uma possibilidade, mas a
questão é saber até que ponto temos condições históricas para viabilizar tal proposta, qual
Assim, podemos nos questionar: por que uma coisa planejada não acontece?
Diríamos que ou porque não captamos bem a necessidade (a ação proposta não
correspondia de fato a uma carência da instituição), ou não captamos bem a possibilidade
é claro que isto é sempre limitado: coisas novas podem ocorrer depois de desencadeada
uma ação. Tanto as necessidades quanto as possibilidades são construtos históricos, não
estão desde sempre inscritas em algum lugar secreto' a serem descobertas... A viabilidade
chegar a elas é preciso conhecer muito bem a realidade, portanto fazer um bom
Diagnóstico, ―onde além das resistências aparecem as forças de apoio, que são um dos
Articulação
necessidades das pessoas (no sentido coletivo, não individualista) e da instituição. Daí
uma bela filosofia, colocamos ao lado uma leitura de realidade e ao lado uma proposta
de ação, sem que haja interação entre elas. Precisamos de um bom Marco Referencial
que dê o pano de fundo, o horizonte para o qual se caminha, para poder fornecer
construído: a definição do que vai ser feito e dos meios para a superação dos
proposta de ação. Ou seja: definição do que é necessário e possível fazer para diminuir
programação ou projeto pode ter abrangência anual, bianual ou outra definida pelo
grupo.
educacionais
INTRODUÇÃO
DIAGNÓSTICO
Contexto da escola
profissional dos pais, acesso aos serviços de saúde e de assistência social, condições de
habitação, etc. População atendida pela escola: nível de instrução dos pais e irmãos,
registro de dados.
Organização da escola e do ensino: estatuto, regimento, planos e projetos
civil; relacionamento com outras escolas; utilização dos espaços da escola pela
Municipal de Educação).
comum; como está posta a parte diversificada; forma de composição curricular; definição
idade e série. Medidas que estão sendo tomadas para a melhoria do desempenho dos
alunos.
Convivência na escola
PEDAGÓGICA
Diretrizes
Fundamentos
Dispositivos legais
relação à educação escolar. Ver: Constituição federal de 1988, Lei de Diretrizes e Bases
Currículo
PLANO DE ATIVIDADES
Prioridades
convivência na escola.
Objetivos
escola.
Metas
Para cada objetivo específico, definir metas. Metas são desdobramentos dos
prazos.
Previsão e provisão de recursos
IMPLEMENTAÇÃO
execução do Plano, bem como o trabalho dos professores, apoiando-os nas dificuldades
que surgirem, provendo os recursos necessários, etc. Poderão ser previstas reuniões
Avaliação
situações imprevistas, correção de desvios e ajustes das atividades propostas. Podem ser
comunidade escolar.
REFERÊNCIAS
Educação Nacional.
Vozes, 2006.
MACHADO, José Nilson. Educação: Projetos e Valores. São Paulo. Escrituras Editora,
______,L.M. e SILVA, C.S.B. da. Nova LDB. Trajetória para a cidadania?. São Paulo:
MOREIRA, A. F. & SILVA, T. T. (orgs) Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez
Editora, 1994.
SAVIANI, Dermeval. Histórias das Ideias Pedagógicas no Brasil. Campinas, São Paulo:
Da Nova LDB ao Novo Plano Nacional de Educação: por outra Política Educacional.
______, Ilma Passos (0rg.). Quem sabe faz a hora de construir o Projeto Político-