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2020/2021

Glamping

Uma nova forma de acampar

Docente: Jorge Umbelino


Discente: Daniela Pereira, nº10249
Unidade Curricular: Seminários de Especialização em Produtos Turísticos
Mestrado em Turismo, Ramo de Gestão de Destinos Turísticos, 1º ano
Índice
Introdução..................................................................................................................... 2
Parte I: Contextualização do conceito de Glamping ...................................................... 3
1. A Origem do Glamping ....................................................................................... 3
2. Conceito de Glamping ........................................................................................ 4
3. Tipos de Glamping ............................................................................................. 6
4. Tendências e o Mercado .................................................................................... 8
5. O Glamping a Nível Internacional ....................................................................... 9
6. Glamping em Portugal...................................................................................... 10
7. O Glamping e o Turismo de Natureza .............................................................. 11
8. Dimensões da experiência ............................................................................... 12
Parte II: Empreendedorismos de Glamping ................................................................ 14
1. Portugal............................................................................................................ 14
1.1. Eco-lodge Brejeira, Silves ......................................................................... 14
1.2. Reserva Alecrim ........................................................................................ 14
1.3. Parque dos Monges .................................................................................. 14
1.4. Aterra Eco-Camping .................................................................................. 15
1.5. Bukubaki ................................................................................................... 15
1.6. Banana Glamping ..................................................................................... 16
2. No Mundo ........................................................................................................ 16
2.1. The 72 Hour Cabin, Suécia ....................................................................... 16
2.2. Levin Lapinkylä Oy, Finlândia.................................................................... 17
2.3. Lake Inari Mobile Cabins, Finlândia........................................................... 17
2.4. Cottar’s 1920s Camp, Quênia ................................................................... 17
2.5. Baan Talay Resort, Tailândia .................................................................... 18
2.6. Rafiki Safari Lodge, Costa Rica ......................................................... 18
2.7. Four Seasons Resort Bora Bora ........................................................ 18
2.8. Mendocino Grove ...................................................................................... 19
Parte III: Análise Critica do Produto – Problemáticas e Estratégias ............................ 20
Conclusão................................................................................................................... 23
Bibliografia .................................................................................................................. 24
Anexos ....................................................................................................................... 27

1
Introdução
O presente trabalho, que tem como tema “Glamping – Uma nova forma de acampar”,
foi elaborado no âmbito da unidade curricular de Seminários de Especialização de
Produtos Turísticos, lecionada pelo docente Jorge Umbelino no Mestrado de Turismo,
Ramo de Gestão Estratégica de Destinos Turísticos, da Escola Superior de Hotelaria e
Turismo do Estoril.

Os discentes da unidade curricular tiveram a oportunidade de selecionar um tema de


trabalho à sua escolha tendo apenas a condição de que este fosse sobre um produto
turístico.

Desta forma, a discente, após alguma pesquisa sobre diversos produtos turísticos,
acabou por escolher o tema “Glamping”, por ser um tema sobre o qual nunca tinha
trabalhado e pela vastidão de ofertas deste novo tipo de alojamento, tanto em Portugal
como no resto do mundo.

Com a elaboração da pesquisa e, por consequência, do trabalho, a discente pretende


dar a conhecer este novo conceito que junta o acampar com o luxo, bem como os vários
tipos de alojamento que o glamping proporciona. Após a apresentação geral do produto,
a discente, pretende apresentar exemplos de empreendedorismos de glamping em
Portugal e no estrangeiro.

Para a realização deste trabalho a discente procurou informação online fidedigna,


nomeadamente em trabalhos académicos e sites oficiais, e através de blogs e contas
de turismo para a procura de opiniões sobre os vários espaços de glamping.

2
Parte I: Contextualização do conceito de Glamping

1. A Origem do Glamping
O conceito de glamping deverá ter sido introduzido na Grã-Bretanha, uma vez que os
pioneiros deste tipo de turismo eram membros da alta sociedade inglesa no século XIX,
destacando-se Thomas Holding, que escreveu o livro “Ciclismo e Camping em
Connemara” em 1898. (Portela, 2019)

Para MacLeod (2017), a experiência de campismo confortável está presente há


centenas de anos, contudo o termo “glamping”, apenas começou a ser utilizado em
2005.

O desenvolvimento do campismo como um tipo de turismo em massa, barato e simples,


afastou-se do conceito e ideia inicial de acampar com o objetivo de contactar com a
natureza e atividades relacionadas. Com o objetivo de aumentar o contacto com a
natureza, nunca esquecendo a classe e o luxo, criou-se o campismo de luxo, ou
glamping, que cresceu tendo como base os safaris africanos. (Portela, 2019)

Ainda que o conceito em si seja bastante recente, a prática de glamping e,


principalmente, de campismo são, na realidade, bastante antigas.

As tendas, mesmo com características diferentes das que conhecemos atualmente, são
utilizadas há cinco séculos enquanto habitação para viver ao ar livre, fornecendo abrigo,
nomeadamente em campanhas militares ou religiosas.

A civilização Otomana, utilizava tendas para cerimónias culturais ou da realeza, tendas


estas que, em geral, se apresentam com extravagâncias e grandiosidades consideradas
palácios transportáveis. Muitas destas tendas eram decoradas com tecidos de seda,
bordados, tapetes e até mobília otomana. (Lopes, 2016)

Também em África, no início do século XX, com o objetivo de cumprir com as


expetativas e necessidades dos viajantes mais ricos da Europa e América, foram criados
acampamentos de safari luxuosos, em grandes tendas com camas em tamanho real,
roupa, tapetes e mobiliário de luxo e ainda uma equipa de funcionários que atendiam as
necessidades dos clientes. (Lopes, 2016)

Assim, é curioso analisar como as tendências atuais são, muitas vezes, baseadas no
passado, transportando costumes e comportamentos do antigamente para o presente.

3
2. Conceito de Glamping
O turismo e a procura turística estão em constante mudança, seguindo-se tendências,
novos tipos de turismo e novas experiências. Atualmente, o turista, procura cada vez
mais experiências diferenciadoras que o permitam sentir-se único, experiências estas
que se podem encontrar nas atividades oferecidas num certo destino, através da
gastronomia, nos eventos, no desporto e até mesmo durante a sua estada.

Assim sendo, o turismo tem assistido à criação e inovação de empreendedorismos


turísticos, procurando espaços novos e singulares.

O campismo é um ótimo exemplo da evolução e inovação dos espaços, tendo evoluído


das tradicionais tendas de campista, para bungalows e, agora, para o conceito de
glamping.

Considerado uma ramificação do campismo, o glamping é um conceito de campismo de


luxo que procura proporcionar uma experiência diferente e marcante.

Ainda que em França seja uma prática comum há mais de 20 anos, só mais
recentemente é que a tendência tem crescido, sendo que a sua procura no motor de
pesquisa Google só começou a ser significativa em 2007, sendo os destinos mais
pesquisados a Irlanda e o Reino Unido. (Lopes, 2016)

Cintando Silvestre (2011), Rebôcho (2016) define o glamping como uma nova tendência
do campismo que surge da fusão de camping e glamour, conseguindo aliar o contacto
com a natureza que é procurado no campismo e o conforto e qualidade que se espera
com glamour.

Para Rebôcho (2016), o glamping é um conceito ecológico, glamoroso e inovador que


se encontra aliado ao Turismo de Natureza e que pretende despertar os sentidos dos
seus visitantes, integrando-se plenamente com o meio, oferecendo experiências únicas
e em contacto com a biodiversidade, história, cultura e costumes dos territórios ao
mesmo tempo que oferece uma esta de elevada qualidade, confortável e sofisticada.

Long & Lane (2000), acrescentam que esta nova forma de turismo combina o conforto
do hotel e o contacto com a natureza, sendo que o cliente procura um serviço autêntico,
personalizado e que permita a interação real entre o turista e a comunidade local,
procurando o consumo de produtos biológicos e regionais, ao mesmo tempo que se
apresentam enquanto ambientalmente responsáveis.

Henriques (nd) define alguns pressupostos que devem ser incluídos no conceito de
glamping, distinguindo facilmente esta tipologia de alojamento. Desta forma, o autor

4
afirma que o glamping deverá manter a raiz do campismo, mantendo o uso de tendas,
ainda que com maior dimensão e com materiais de construção diversos; não deverá ser
necessário que o turista tenha que levar objetos básicos para a sua estadia, como tenda,
colchão e toalhas; o interior deverá oferecer as comunidades como camas, armários e
eletricidade e pressupõem-se ainda que a tenda deverá possuir casa de banho, se
possível; glamping, estando diretamente ligado à natureza, deverá demonstrar
comportamentos de preocupação ambiental, desde os materiais utilizados, à poupança
e recuperação das águas; por fim deverá proporcionar atividades ligadas ao turismo de
natureza, que complementam o alojamento.

Assim, Henriques (nd) define glamping como um alojamento turístico na natureza,


inspirado no campismo e associado ao luxo e conforto, que para além de uma tipologia
de alojamento é uma experiência caracterizada pelas suas condições, pelo seu conforto
e pelo contacto com a natureza.

5
3. Tipos de Glamping
Sendo o glamping um tipo de alojamento que pressupõe a inovação, são vários os tipos
de alojamentos oferecidos ao cliente.

Para MacLeod (2017), o conceito inclui todos os tipos de estruturas de campismo


semipermanentes, desde tendas a caravanas, ao mesmo tempo que os consumidores
aproveitam as facilidades de uma casa.

As tipologias mais comuns são, possivelmente, as roulottes, caravanas, reboques,


celeiros, fazendas, camarotes, vagens, cúpulas, cubos, eco lodges, cabanas, yurts,
tendas, tipis, moradias e casas nas árvores

Henriques (nd) defende que, na realidade, existem apenas 6 tipologias de alojamento


de glamping: as tipis, as yurts, os domos, as tendas safari, as tendas sino e as tendas.

As tipis são tendas em forma de cone, semelhantes a uma tenda de índio, inspiradas no
estilo nativo americano, possuindo apenas uma entrada. Por serem altas, o espaço
interior é espaçoso e acolhedor. São ainda suportadas por paus assentes na base
cilíndrica1.

As tendas Yurt, originárias da Mongólia, destacam-se pela base cilíndrica que termina
em cone no telhado. São as tendas mais espaçosas, permitindo incluir uma casa de
banho no interior e decoração que pode ser temática2.

Por sua vez, as tendas Safari, inspiradas nos safaris africanos, apresentam uma forma
em V, com um interior espaçoso que poderá ser dividido em divisões como cozinha e
casa de banho. Na parte exterior costumam ter uma varanda3.

A domos, espaçosas e com casa de banho no interior, tem como principal característica
a sua forma arredondada, em forma de Domo Geodésico4.

As tendas Sino, também em forma de cone e com uma dimensão variável, são
identificáveis pelo suporte da estrutura através de um ferro ou madeira no centro do
interior5.

1 Consultar anexo 1
2 Consultar anexo 2
3 Consultar anexo 3
4 Consultar anexo 4
5 Consultar anexo 5

6
Já as tendas, segundo Henriques (nd) são consideradas todas as restantes formas de
alojamento que se insiram no glamping, não apresentando nenhumas características
singulares ou identificadoras

Já Pereira (2013), admite que a divisão seja feita da seguinte forma: tendas, vilas e
cabanas, cubos e iglôs, yurts e tepees, casas de árvore, Eco-Chalés e Safari-Chalés e
outro tipo de alojamento invulgares com um forte componente de inovação em termos
de design.

Portela (2019), cita Perkins e Twose, que identificaram e dividiram os diferentes tipos
de alojamento de glamping em três grandes grupos: as Tendas, os Pods e os Espaços
Naturais.

Dentro do grupo das tendas incluem as tendas luxuosas, definidas como grandes tendas
de lona, mobiliadas com camas e, em alguns casos, casa de banho completa, e as
tendas de safari, tendas de estilo colonial que servem como acomodações em
organizações africanas de safari.

Os pods estão subdivididos em cúpulas, que se apresentam como estruturas em forma


de cúpula e construídas com uma combinação de materiais que as tornam fáceis de
construir, e os eco pods6, construídos com materiais sustentáveis e organizados de
forma a alcançar uma pequena pegada ecológica.

Já os espaços naturais dividem-se em casas da árvore, igloos, tipi, yurt e cavernas. A


casa da árvore pode ser uma versão atualizada ou tradicional da típica casa da árvore
e o acesso dá-se através de escadas. Os igloos, são casas construídas em forma de
cúpula e que são feitas através de blocos de gelo e isolados em peles. As tipi são
estruturas baseadas nas antigas tendas de índio, caracterizadas por ser construída com
postes de madeira dispostos em forma triangular e revestidos por uma espécie de lona.
Os yurts foram construídos pelos mongóis para suportar os invernos; são construídos
com tecido enrolado em torno de uma estrutura de madeira. Por fim, as cavernas são
espaços subterrâneos naturais, totalmente mobilados.

Apesar das diversas denominações dadas pelos diversos autores em relação às várias
tipologias de glamping, torna-se consensual que estes alojamentos se caracterizam pela
singularidade

6 Consultar anexo 6

7
4. Tendências e o Mercado
Sendo o glamping uma tendência crescente na procura e na oferta turística de diversos
destinos da Europa e do mundo, a discente acredita que seria uma mais valia apresentar
alguns dados e informações relativos às tendências e mercados atuais deste tipo de
alojamento.

Quando efetuada a pesquisa da palavra “glamping” no Google Trends, os resultados


demonstram que, durante os últimos cinco anos, a procura tem vindo a aumentar de
forma geral. Contudo é interessante notar que o gráfico apresenta diversos altos e
baixos na procura, o que pode ser justificado pela sazonalidade associada a este tipo
de turismo. Segundo os dados fornecidos pela Google Trends, identifica-se que a
procura por este tipo de alojamento começa a aumentar nos meses de abril e maio,
atingindo o pico no mês de julho e começando a diminuir novamente nos meses de
outubro e novembro.7

No que diz respeito ao mercado, segundo o Google Trends, o país que mais procura
este tipo de alojamento é a Eslovénia, seguido pela Irlanda e pelo Reino Unido.8 A nível
nacional, as cidades que mais procuram informação sobre o tema são Castelo Branco
e Coimbra, e, nas pesquisas efetuadas, destaca-se a procura do empreendimento
turístico Reserva Alecrim, no Alentejo, e a procura por glamping no Fundão e na
Madeira.9

Segundo a GeoDomos (2021), uma empresa de desenho e fabricação arquitetónica


especializada em Domos e tendas personalizados para glamping de luxo, o mercado
global de glamping foi estimado em 2,299 bilhões de dólares americanos em 2019 e
deverá atingir entre 2019 e 2025 uma taxa de crescimento de 12,5%. A GeoDomos
acrescenta que a Europa domina o mercado global de glamping uma vez que os
principais operadores turísticos e prestadores de serviços associados a este tipo de
alojamento sejam europeus.

7 Consultar anexo 7
8 Consultar anexo 8
9 Consultar anexo 9

8
5. O Glamping a Nível Internacional
Tanto a nível internacional como nacional, os alojamentos de glamping localizam-se em
locais ricos em recursos naturais, que por si só é uma vantagem para o desenvolvimento
destes locais, do alojamento e das atividades que aqui podem ser realizadas.

Muitos operadores de parques de campismo têm vindo a inserir alojamento de glamping


nos parques, funcionando como fonte de receitas extra e com distinção entre as duas
atividades. Lopes (2016), dá o exemplo de uma sociedade na Califórnia que opera um
parque de caravanismo sofisticado e um parque de glamping enquanto produtos
distintos; o caravanismo é feito por acessos fácies e com uma grande afluência
enquanto o glamping fica localizado numa zona mais afastada, sem circulação de
veículos.

Desta forma, é necessário assegurar que os segmentos-alvo são compatíveis, uma vez
que o público-alvo e o conceito de alojamento são bastante distintos.

Contudo, apesar de ser uma maioria, o glamping não está apenas relacionado com a
natureza, sendo que o “glamping urbano” é uma nova tendência, principalmente na
austrália.

Segundo Lopes (2016), a América do Norte é a região do mundo com maior número de
alojamentos glamping, contado com um total de 2528 alojamentos. Destacam-se ainda
o continente europeu, com 830 alojamentos, e a região do Pacifico Sul, com 272.10

Portela (2019), defende ainda que, a nível global, os resorts de glamping podem ser a
solução e uma oportunidade para reduzir ou até mesmo superar a sazonalidade,
atraindo novos segmentos de mercado para o campismo.

10 Consultar anexo 10

9
6. Glamping em Portugal
Portugal apresenta-se como um destino privilegiado no que diz respeito ao turismo de
natureza, possuindo cerca de 9,2% de superfície como áreas protegidas por
localização geográfica, sendo 21% do território nacional comporto por áreas
classificadas. (INE, 2020)

Estima-se que Portugal possua cerca de 51 empreendedorismos de glamping no seu


território, sendo que uma boa parte dos proprietários são estrangeiros, principalmente
holandeses. (Lopes, 2016)

Lopes (2016) defende ainda que o maior número de alojamentos glamping encontra-
se na região Centro e as tipologias mais utilizadas são as tendas tipi, yurts, domos,
pods, gipsy caravans, casas na árvore e casas de campo.

Em Portugal, as atividades mais associadas ao glamping são, sem dúvida, atividades


de natureza, nomeadamente BTT, canoagem, escalada, caminhada e passeios a
cavalo. Destacam-se ainda atividades relacionadas com a agricultura biológica, como
workshops, e com a componente de bem-estar, como o yoga.

10
7. O Glamping e o Turismo de Natureza
Como foi referido anteriormente, o glamping está intrinsecamente ligado ao turismo de
natureza uma vez que os seus clientes procuram o contacto com a natureza, mantendo
o conforto e luxo ao qual estão habituados.

Assim, segundo Portela (2019), o glamping surge alinhado com a perspetiva


implementada pelo turismo de natureza, definindo-se como uma tendência e uma nova
forma de viajar e acampar luxuosamente, procurando uma experiência diferenciadora
no que diz respeito ao alojamento escolhido. O autor acredita que este tipo de turismo
tem vindo a crescer rapidamente por juntar dois conceitos quase inconcebíveis: a
extravagância de um alojamento 5 estrelas e o contacto com a natureza, conseguido
através do campismo.

Este é ainda considerado um tipo de turismo que, em princípio, deverá ser amigo do
ambiente uma vez que pressupõe que a energia utilizada para a sua construção seja
reduzida e que os espaços estejam equipados com energia solar, estruturas de apoio
para a reutilização de águas, sanitários de compostagem e a utilização de materiais
reciclados.

Para além do impacto direto da construção de alojamentos turísticos, existem outros


fatores que têm vindo a prejudicar as regiões com componente turística nomeadamente
no que diz à capacidade de carga.

Tendo em conta que o princípio de capacidade de carga é tido como o número máximo
de visitantes que poderão visitar a área turística sem que esta e as suas características
sejam postas em causa, procurando sempre um desenvolvimento turístico sustentável,
o facto de os alojamentos de glamping partirem do principio de que os seus
empreendimentos turísticos não são feitos para as massas, traduz-se na redução do
impacto dos turistas na região, minimizando os aspetos negativos associados ao
turismo.

Sakáčová (2013) realizou um estudo para tentar entender a relação entre a procura do
glamping e as preocupações com os fatores ecológicas que, à partida, estão ligados à
prática de glamping. Assim, o autor dividiu os glampers em três categorias: os glampers
que são motivados pelo facto deste tipo de alojamento ter um impacto ecológico
relativamente baixo; os glampers que apreciam e acreditam que o facto do glamping ser
eco-friendly melhora a experiência, contudo não o praticam necessariamente por essa
característica; e os glampers que assumem que não praticam glamping por ser mais
sustentável.

11
8. Dimensões da experiência
A experiência turística pode ser constituída por diversas dimensões e sendo este setor
um setor de experiências e inovação, é importante que as experiências oferecidas
estejam em constante melhoria e crescimento, procurando surpreender o turista a cada
visita.

Desta forma, o turismo de experiências tem vindo a crescer, uma vez que já não chega
ao turista ser um espetador na sua própria viagem, querendo ser o protagonista da
mesma.

Lopes (2016), cita Bartaletti (1998) e Pine & Gilmore (1999), defendendo que é
importante para o turismo criar experiências compensadores através da inovação e
desenvolvimento de novos produtos e serviços, devendo compreender quatro
dimensões: o entretenimento, a educação, a estética e a escapista.

No que diz respeito ao entretenimento, defende que os indivíduos deverão absorver a


experiência através dos seus sentidos, nomeadamente através da observação de um
concerto. Na educação o individuo deverá absorver a experiência, contudo fazendo
parte dela ativamente, com o objetivo de melhorar os seus conhecimentos em relação
a um certo assunto. No escapismo, o turista procura envolver-se muito mias ativamente
na atividade, como é exemplo na procura de parques de diversões e temáticos. No
ambiente estético, o turista deverá ter um papel muito mais passivo, procurando um
ambiente confortável e livre.

Coelho (2017) realizou um estudo no qual definiu as dimensões do glamping. Baseado


em ideias de Pereira (2013), Rebôcho (2016) e Sakácová (2013), o autor afirma que o
glamping deverá estar assente nas dimensões espiritual, física, intelectual e verbal que
podem ser traduzidos em quatro grandes grupos: a natureza, a comida, os
equipamentos e o serviço.

A natureza, como foi referido anteriormente é uma das dimensões mais associadas ao
glamping, quer seja através do contacto e proximidade à natureza, a presença de
elementos naturais e a possibilidade de relaxar, ao mesmo tempo que há a interação
com os aspetos naturais do local, a nível visual e estético.

A comida, ou gastronomia, está diretamente relacionada com o glamping uma vez que
os turistas procuram conhecer e provar os alimentos biológicos e frescos, o sabor
tradicional e a cozinha local, deixando claro que uma das razões da procura de glamping
é o disfrutar de comida de qualidade. Desta forma, é importante que os alojamentos
tenham em atenção a qualidade e variedade dos alimentos e das refeições.

12
Os equipamentos, ou alojamento, são, possivelmente, a característica mais
diferenciadora do glamping, uma vez que se destacam pela singularidade e inovação.
Assim, o cliente poderá fazer turismo num bungalow, numa tenda, numa casa da árvore
ou até mesmo numa cabine, tendo sempre experiências diferentes. Este novo conceito,
veio trazer a possibilidade de estar num ambiente mais natural e selvagem, com as
comodidades, privacidade e conforto de um quarto de hotel ao mesmo tempo que se
preserva as caraterísticas tradicionais da região.

Finalmente, os serviços são uma ferramenta importante na experiência uma vez que há
a constante preocupação com a personalização e qualidade do serviço a prestar, com
a simpatia e prontidão dos colaboradores e com a atenção ao detalhe. No contexto de
glamping, o conceito de autenticidade é também bastante importante para o turista.

13
Parte II: Empreendedorismos de Glamping
1. Portugal
1.1. Eco-lodge Brejeira, Silves
O Eco-lodge Brejeira, situa-se em São Marcos da Serra, na Brejeira, Silves, no sul de
Portugal.

Localizado num terreno com seis hectares, o Eco-lodge Brejeira encontra-se no meio
de montes, num ambiente selvagem que une a natureza ao conforto.

Segundo a NIT (nd), este alojamento turístico permite que o seu cliente pernoite numa
antiga caravana cigana, numa carrinha de bombeiros dos anos 60 ou numa tenda Yurt.
A caravana terá vindo da Holanda e possui uma sala de estar, uma cozinha e uma cama
de casal; a carrinha dos bombeiros é alemã e tem cozinha e sala de estar que se
transforma em quarto; e a tenda Yurt possui um quarto com cama e sofá e um terraço
de madeira com vista para a serra de Monchique.11

1.2. Reserva Alecrim


Localizado em Santiago do Cacém, entre a Comporta e a Costa Vicentina, a Reserva
Alecrim é considerada o primeiro Glamping Boutique Resort do Alentejo

Numa propriedade com 28 hectares e 32 alojamentos, o seu cliente poderá usufruir com
o contacto total com a natureza, quer pelo mar, as estrelas, o sol, a fauna e a flora.

Os seus 32 alojamentos, cuidadosamente colocados na paisagem, estão divididos em


domes, casas de campo, tenda de safari, eco houses e eco suits. Para além do
alojamento, a Reserva Alecrim possui ainda um bar lounge, um pizza bar, atividades
para os mais pequenos, uma série de experiências e um total de três piscinas: uma
aquecida na dome, uma biológica e uma piscina infinita.12

1.3. Parque dos Monges


O Parque dos Monges é, de facto, um parque localizado em Alcobaça que alberga uma
série se serviços e atividades como é exemplo a Quinta Pedagógica, a Aldeia Medieval,
o Museu dos Doces Conventuais e o Jardim Bíblico.

11 Consultar anexo 11
12 Consultar anexo 12

14
Também neste parque existe o glamping, constituído por cabanas de tipologias
diferentes, entre duas e seis pessoas, construídas sobre o lago das Freiras existente no
parque. 13

1.4. Aterra Eco-Camping


Localizado a poucos quilómetros da Costa Alentejana e, consequentemente de uma
série de praias encantadoras, o Aterra Eco Camping, possui um ambiente ecológico e
exótico.

O Eco Camping é servido de uma casa de banho e área de chuveiro partilhada, mas
cuidadosamente cuidado, projetada com matérias naturais como a madeira e o bambu,
situada numa árvore de cortiça, junto ao rio. Toda a água utilizada, nomeadamente para
banhos, é aquecida através do aquecimento solar.

O lago, que também serve com piscina, é o local ideal para os turistas se refrescarem
ao mesmo tempo que estão em pleno contacto com a natureza.

Atualmente o Aterra é constituído por três tendas Rajasthani, duas tendas Tipi e dois
Yurts, todos equipados com um grande quarto mobilado, com casa de banho privada e
ainda um terraço privado.14

1.5. Bukubaki
O Bukubaki Eco Surf Resort é um resort localizado em Monte Medo em Peniche que
une uma das atividades mais reconhecidas da região, o surf, e o conceito de glamping
ecológico.

Este eco resort afirma-se como um resort que pretende unir a sustentabilidade ao
conforto e à aventura, sendo este um local onde são praticadas diversas atividades e
experiências únicas.

Atualmente, o Bukubaki, é composto por seis casas na árvore, um bungalow, dezanove


tendas canadianas, balneários e restaurantes. No que diz respeito às atividades, o resort
inclui uma piscina de água salgada, sauna, salas de massagem, um parque de skate,
escolas de surf, de yoga e de skate.15

13 Consultar anexo 13
14 Consultar anexo 14
15 Consultar anexo 15

15
1.6. Banana Glamping
O Banana Glamping é um projeto que ainda não está de todo concluído, mas que
apresenta um conceito bastante interessante.

Para ser construído na Madeira, este deverá ser feito de materiais provenientes da
transformação de folhas de bananeira da Madeira, um espaço projetado por três jovens
das áreas do Turismo, Marketing e Engenharia Mecânica que tinham como objetivo criar
um complexo turístico sustentável na ilha. (NIT, 2021)

Baseado na economia circular, este complexo turístico pretende reaproveitar o


desperdício produzido nas plantações de bananas da Madeira para produzir as
estruturas que servirão de casas de glamping. Para além de ser sustentável, permite a
preservação e promoção do património da ilha, ao mesmo tempo que apoia a
comunidade local, através de parcerias.

Este local venceu o prémio do Tomorrow Tourism Leaders Super Edition, promovido
pelo Fórum Turismo e o Super Bock Group, que visa identificar novas oportunidades
nas regiões turísticas nacionais, tornando Portugal mais sustentável.

2. No Mundo
2.1. The 72 Hour Cabin, Suécia
O The 72 hours Cabin consistiu, inicialmente, num estudo que pretendeu promover a
Suécia enquanto destino de natureza e de descanso.

Este estudo decorreu durante três dias nos quais cinco pessoas com empregos
stressantes, nomeadamente um taxista francês e um polícia alemão, trocaram o seu
estilo de vida urbano por uma experiência de conceção com a natureza na ilha
Henriksholm. Durante estes três dias, os participantes viveram em cabines de vidro e
experienciaram atividades outdoor, como pesca.

Após a experiência, os participantes foram avaliados e todos mostraram um decréscimo


na pressão sanguínea, nos batimentos cardíacos e um aumento do sentimento de bem-
estar e de criatividade.

Atualmente é possível alugar estas cabines que se encontram espalhadas por várias
regiões da Suécia.16

16 Consultar anexo 16

16
2.2. Levin Lapinkylä Oy, Finlândia
Localizado na Finlândia, este glamping está inserido no meio da natureza e
tranquilidade, sendo o local ideal para observar o céu e as famosas Auroras Boreais
através do telhado de vidro transparente.

Os igloos estão equipados com camas, sofá, um frigorifico e casa de banho.

O glamping apresenta uma imagem genuína, estando localizado numa antiga quinta de
Levi, que pertence à mesma família há mais 174 anos. 17

2.3. Lake Inari Mobile Cabins, Finlândia


Este glamping, localizado na Finlândia foi criado por um amante do lago Inari que aí
costumava fazer ski e que decidiu construir uma cabine para que pudesse ficar mias
tempo no lago.

Atualmente, existe um campo na vila de Inari, onde estão reunidas as cabines que irão
ser alugadas, e todos os serviços: a cozinha, casas de banho, chuveiros…

Entre as 20h e 21h, o guia leva os seus clientes, dentro destas cabines, para o lago
onde irão pernoitar. Estas cabines têm um grande vidro que permite que os turistas
contemplem o céu e as auroras.18

2.4. Cottar’s 1920s Camp, Quênia


Localizado em Masai Mara, no Quênia, o Cottar’s 1920s Camp, é um alojamento de
glamping apresenta um conceito de luxo e qualidade que transporta o cliente para o
espírito original dos safaris.

Atualmente o campo é composto por nove tendas, todas com casa de banho privativa,
e algumas com lareiras.

Para além das tendas para aluguer, o campo possui duas tendas principais onde estão
as áreas de refeição e convívio.

A sua qualidade foi distinguida através de diversos prémios, incluindo o “Best Tented
Camp in the World”, “Travel Award in the Trip of a Lifetime” e o “Global Eco-sphere
Retreat”.19

17 Consultar anexo 17
18 Consultar anexo 18
19 Consultar anexo 19

17
2.5. Baan Talay Resort, Tailândia
O Baan Talay é um glamping localizado em Koh Tao, na Tailândia, que se distingue
pela privacidade e beleza natural do local onde está situado.

Atualmente, o resort possui três tipos de alojamento: as cabanas com vista para o mar,
as cabanas “cottage”, relativamente maiores, e o campismo de luxo, realizado através
de grandes tendas.

Todos os espaços de alojamento estão equipados com casas de banho privadas, ar


condicionado, e uma área de relaxamento.20

2.6. Rafiki Safari Lodge, Costa Rica


Situado na Costa Rica, perto do rio Savegre, este glamping encontra-se inserido na
selva e oferece uma série de atividades como passeios a cavalo, descidas pelo rio ou
caminhadas pela natureza.

O alojamento é feito em tendas de luxo que unem a parte selvagem do campismo com
as conveniências de um hotel moderno. As suas tendas são importadas da África do Sul
e foram desenhadas com o objetivo de garantir a segurança dos clientes e estão
equipadas com camas, eletricidade, casa de banho privativa e ainda um grande
terraço.21

2.7. Four Seasons Resort Bora Bora


Reconhecido pelas paisagens magnificas e o luxo que oferece aos seus clientes, o Four
Seasons Resort Bora Bora possui um total 115 alojamentos, divididos em bungalows
sobre a água e villas.

Caracterizados pela sua decoração em madeira e com técnicas artísticas polinésias, os


bungalows localização por cima da lagoa, possuindo uma vista esplendida para a água
e para a praia, alguns bungalows estão ainda equipados com piscinas privadas.

Este resort oferece ainda uma série de serviços e atividades como mergulho, pequeno
almoço num barco, circuito de spa e um campo de ténis.22

20 Consultar anexo 20
21 Consultar anexo 21
22 Consultar anexo 22

18
2.8. Mendocino Grove
Localizado em Mendocino, na Californa, o Mendocino Grove possui um total de trinta e
sete tendas, divididas em tendas familiares e tendas estilo safari, todas elas equipadas
com camas aquecidas, mobília e um terraço.

Este glamping possui ainda uma série de atividades como yoga e canoagem, e um
espaço para BBQ em cada tenda.23

23 Consultar anexo 23

19
Parte III: Análise Critica do Produto – Problemáticas e Estratégias

Ao longo do trabalho foram analisados, de forma geral, aspetos positivos e negativos


relacionados com o glamping.

Apresentando-se como uma nova tipologia de alojamento que se preocupa com o meio
que o rodeia, ao mesmo tempo que se preocupa com o ambiente e com o bem-estar e
conforto do seu cliente, o glamping pode ser considerado uma solução viável e segura
para assegurar a sustentabilidade no turismo.

Contudo, é importante que os estabelecimentos de glamping se comprometam a cumprir


os valores e ideias de sustentabilidade e conceção com a natureza que se pressupõe.
Ao cumprir, sendo o glamping um tipo de alojamento de menor dimensão, os valores da
carga turística de um local poderão reduzir para valores sustentáveis, tornando o destino
um local mais equilibrado e sustentável.

Também as estruturas de alojamento inseridos no contexto de glamping se apresentam,


geralmente, como mais sustentáveis, tendo um porte inferior e, consequentemente,
consumindo menos energia. Em muitos casos, estas estruturas poderão ser movidas
com facilidade, tornando o glamping mais prático nesse sentido, dando de exemplo a
mudança do local do glamping para outra região, em vez de se comprar mais estruturas
de alojamento, apenas se movem as já existentes.

Contudo não se de aspetos positivos é feito o glamping. Segundo Filipe et al. (2018),
existe uma serie de obstáculos para o glamping, obstáculos estes mencionados pelos
participantes do estudo. Um dos aspetos negativos ou obstáculos mais mencionados
foi, sem dúvida, o preço do alojamento por noite; sendo o campismo uma forma de viajar
mais barata, ao associar o luxo ou glamour ao camping, o valor acresce
consideravelmente, sendo ainda importante mencionar que, muitas vezes, não é só o
alojamento, mas a experiência que o glamping proporciona e que, muitas vezes, se
torna inacessível a muitos. Outro aspeto bastante referido foi a falta de conhecimentos
e informação relativa ao glamping, sendo que muitos dos participantes afirmaram
apenas terem ouvido falar deste conceito recentemente. Um terceiro aspeto
mencionado foi a sobrelotação dos espaços de camping, os turistas afirmam que, por
haver pouca opção de glamping, as que existem são sempre mais caras e estão sempre
esgotadas. Foi ainda referida a questão da autenticidade do contacto com a natureza e
com pessoas; para alguns dos inquiridos, ao contrário do campismo que promove o
contacto com os “vizinhos”, o glamping orgulha-se de promover o conceito de

20
“privacidade”, contudo, para muitos turistas, ao realizar glamping, sentem falta do
contacto com desconhecidos que viram amigos.

É então importante tentar resolver algumas das problemáticas e estabelecer estratégias


inteligentes para o desenvolvimento do glamping.

Estando o glamping principalmente ligado à natureza e procurando locais ricos em


recursos naturais, em Portugal, seria importante o incentivo e criação de
empreendedorismos de glamping na zona interior, uma vez que grande parte da procura
e oferta turística se encontram no litoral. Sendo Portugal um país riquíssimo em recursos
e paisagens naturais, principalmente no interior, a aposta neste tipo de alojamento, em
conjunto com atividades de natureza, poderia servir como plataforma de incentivo para
o crescimento do turismo e, consequentemente, com a fixação de mais população
residente nestas regiões menos populosas.

No que diz respeito à falta de informações em Portugal sobre o glamping quer para o
público em geral, quer para os profissionais de turismo, Henriques (nd), defende a
criação de um Guia Técnico, criado pelo Turismo de Portugal, onde se fornecesse
informação relativamente ao conceito e evolução do glamping, um mapa interativo onde
os turistas pudessem consultar, por região, os empreendedorismos de glamping
existentes, quais as tipologias de alojamento fornecida por cada um deles e informações
gerais como contactos e moradas.

No trabalho de campo realizado por Henriques (nd), e numa entrevista a Luís Lucas,
proprietário do alojamento Azenhas da Seda, demonstrou-se o descontentamento do
proprietário face à legislação atual do glamping em Portugal, uma vez que não existe
paramentos legislativos que definam concretamente o que são e o que não são
alojamentos de glamping. Desta forma, seria importante o Turismo de Portugal
apresentar estes parâmetros, definindo as tipologias e características necessárias para
as tendas, evitando a criação de falsos glamping.

Jorge Pessoa, proprietário do Natura Glamping na Gardunha, numa entrevista para o


Boletim Informativo de Turismo da 4Inova (nd), admite que um dos principais desafios
para curto/médio prazo é o crescimento, com qualidade, da oferta e procura do mercado
dos eventos e team building em ambiente glamping.

No que diz respeito à afirmação de Jorge Pessoa, a discente acredita que os


empreendedorismos, em conjunto com os órgãos responsáveis dos destinos, deveriam
apostar na promoção e numa estratégia de marketing que atraísse o mercado do team

21
building. Através deste mercado, conseguir-se-ia incentivar não só o alojamento
diferente e inovador como também uma série de atividades.

No que diz respeito aos empreendedorismos por sim só, é importante que possuam uma
estratégia comercial e de marketing ativa. No que diz respeito ao marketing é
fundamental que tenham uma presença ativa na internet e redes sociais, com
informação simples e acessível e imagens apelativas. No que diz respeito ao
departamento comercial, é importante que se venda o glamping enquanto experiência
que engloba uma série de aspetos, como o alojamento e as atividades, em vez de se
venderem apenas como mais uma tipologia de alojamento.

22
Conclusão
Após a elaboração deste trabalho, a discente acredita que o campismo de luxo é um
produto turístico de grande relevância e que tem a possibilidade de crescer e inovar.

Assim, o glamping, apresenta-se como um novo tipo de alojamento que, ainda que
esteja relacionado com luxo, poderá ser acessível para quase todas as pessoas,
apresentando-se ainda como um alojamento mais sustentável para o ambiente e para
as comunidades locais. Ficou ainda claro que o glamping não é só um alojamento, mas
uma experiência, acrescentando valor ao produto.

No que diz respeito aos objetivos estabelecidos pelo docente e pela própria discente,
esta acredita que estes tenham sido alcançados através da análise co conceito e de
todas as componentes relacionadas com o glamping, e apresentando uma série de
exemplos de glampings, tanto em Portugal como no mundo, demonstrando a
diversidade de alojamentos possíveis.

Sendo este um tema relativamente recente no turismo, a discente acredita que a


realização do trabalho veio acrescentar bastantes conhecimentos sobre a temática à
discente.

23
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reaproveita-bananeiras [obtido a 4/5/2021]

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results/ [obtido a 4/5/2021]

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http://cdn.unykvis.com/4inova/4inova_boletim_informativo_TURISMO.pdf [obtido a
4/5/2021]

26
Anexos

Anexo 1: Tenda Tipi Anexo 2: Yurt

Fonte: http://ocio.dn.pt/files/2018/07/Portugal-lodge.jpg Fonte:


https://lh3.googleusercontent.com/proxy/HD2ucmLiKVd
Lq52OLsfee_d8YjhsZQowFC1QynTaTlfvZqdNMtVTHT
K8_VU7WKqgIWdA8EFcObccatqp1TeUWSz3AVCErNc
wbMbq7a1W_Pbjw0rqKfhgIg8fdDqi1Kc

Anexo 3: Tenda Safari Anexo 4: Domos

Fonte: Fonte: https://a0.muscache.com/im/pictures/119e2a6e-4e4c-4fc9-


https://sc04.alicdn.com/kf/H1609b4a0dd9d48259b071 9d51-b55e58b6b896.jpg?im_w=720
c88d7378e0e6.jpg

27
Anexo 5: Tenda Sino
Anexo 6: Eco-Pods
Fonte:
https://ae01.alicdn.com/kf/HTB1stEkIpXXXXbAXVXXq Fonte:
6xXFXXXg/Tenda-de-algod-o-com-glamping-sino-4m- https://i.pinimg.com/originals/02/f1/fa/02f1fa3af5ef1355f
5m-6m.jpg_Q90.jpg_.webp a42e77aedfc2dd7.jpg

Anexo 7: Pesquisas do termo “glamping” nos últimos 5 anos

Fonte: https://trends.google.pt/trends/explore?date=today%205-y&q=glamping

Anexo 8: Pesquisas por “glamping” por região

Fonte: https://trends.google.pt/trends/explore?date=today%205-y&q=glamping

28
Anexo 9: Pesquisas por “glamping” por sub-região nacional

Fonte: https://trends.google.pt/trends/explore?date=today%205-y&geo=PT&q=glamping

Anexo 11: Eco-Lodge Brejeira


Anexo 12: Reserva Alecrim
Fonte: http://s3-eu-west-1.amazonaws.com/bestguide-
images/p/post_images/images/000/041/444/original/ecolodge Fonte: https://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-
brejeira4.jpg?1502807900 s/1c/4b/c0/4f/perfect-for-a-romantic.jpg

Anexo 13: Parque dos Moges Anexo 14: Aterra Eco Camping

Fonte: Fonte: https://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-


https://escapadinhas.org/img/Escapadinha_972.jpg s/0d/c4/57/14/aterra-eco-camping.jpg

29
Anexo 15: Bukubaki Anexo 16: The 72 Hour Cabin

Fonte: https://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo- Fonte:


s/10/aa/ea/c2/bukubaki-eco-surf-resort.jpg https://images.vastsverige.com/publishedmedia/3cnhpv5zipr3z
pzztqi3/72hCabin_197-
_Photo_Cred_Copenhagen_Wilderness.jpg

Anexo 18: Lake Inari Mobile Cabins


Anexo 17: Levin Lapinkylä Oy
Fonte: https://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-
Fonte: https://www.simplemost.com/wp- s/0f/68/15/28/glorious-night.jpg
content/uploads/2016/06/17388775_772072786294452_4370
047079117432062_o.jpg

30
Anexo 19: Cottars 1920s Safari Camp Anexo 20: Baan Talay Resort

Fonte: https://www.travelplusstyle.com/wp- Fonte: https://newheavendiveschool.com/images/NH-


content/gallery/cottars-1920s/cottars_- Sliders/Accommdation-Sliders/BT-Sliders/Thai-Style-Nature-
_honeymoon_tent_outside.jpg Huts-Simple-and-Elegant.jpg

Anexo 21: Safiki Safari Lodge Anexo 22: Four Seasons Bora Bora

Fonte: https://flavorverse.com/wp- Fonte:


content/uploads/2019/07/Rafiki-Safari-Lodge-Costa-Rica- https://photos.hotelbeds.com/giata/bigger/12/123241/123241a_h
Tree-House.jpg b_a_001.jpg

Anexo 23: Mendocino Grove

Fonte: https://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-s/0b/62/3e/34/our-roomy-safari-tents.jpg

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