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SUMÁRIO
Introdução ........................................................................................................04
ORIGENS..........................................................................................................04
Maçonaria e Sociedade.....................................................................................07
O Papel do Maçom............................................................................................08
Aprendizado Maçônico......................................................................................09
Organização da Maçonaria...............................................................................10
Regularidade em Maçonaria.............................................................................11
Princípios gerais da Maçonaria.........................................................................12
Religião.............................................................................................................16
O sigilo maçônico..............................................................................................17
Silencio do Aprendiz.........................................................................................21
Salmo 133........................................................................................................21
Dia do Maçom..................................................................................................25
A Maçonaria e a Independência do Brasil.......................................................26
O Aprendiz e sua Iniciação..............................................................................28
A Condição para Ingressar na Maçonaria.......................................................30
Ser Livre..........................................................................................................32
Ser de Bons Costumes...................................................................................36
1. INICIAÇÃO..................................................................................................40
2. CÂMARA DE REFLEXÕES.........................................................................44
A Lâmpada......................................................................................................50
O Pão, a Bilha e a Água..................................................................................50
VITRIOL...........................................................................................................51
Sal e o Enxofre.................................................................................................51
Mercúrio Vital....................................................................................................52
O Galo...............................................................................................................52
Ampulheta.........................................................................................................52
Os Emblemas Fúnebres...................................................................................52
Advertências.....................................................................................................53
Testamento.......................................................................................................53
APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . ...........................................................................144
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................198
Introdução
ORIGENS
Muitas lendas envolvem a Maçonaria, mas muito poucos sabem o que ela
representa na realidade, temos aqui algumas definições:
Nas palavras de Newton: "A Maçonaria não é uma obra de época; pertence
a todas as épocas e, sem aderir a nenhuma religião, encontra grandes
Verdades em todas elas. A Maçonaria ostenta a Verdade comum às religiões
superiores que formam a Abóbora de todos os credos. Não se apoia senão
em dois sustentáculos extremamente simples: o amor a Deus e o amor ao
Homem, que leva a si a Divindade e caminha para Ela."
Maçonaria e Sociedade
O Papel do Maçom
Aprendizado Maçônico
Credo, Política, Cor, Raça ou qualquer outro parâmetro que possa servir
para dividir os homens.
Organização da Maçonaria
Porém esta regra não é universal, até porque não existe uma autoridade
internacional que confira regularidade Maçônica. Portanto, temos em cada
país uma Potência ou Obediência Maçônica, ou ainda, como acontece no
Brasil, um Grande Oriente do Brasil, soberano, e as Grandes Lojas estaduais
e Grandes Oriente independentes estaduais, também soberanos e que não
prestam obediência ao GOB. É por isso que em nosso país temos mais de
cinqüenta obediências regulares.
Regularidade em Maçonaria
onde o mais forte não é aquele que mata, mas aquele com maior
capacidade de servir. Os privilégios e regalias não são compatíveis com uma
sociedade que não exige do candidato sangue real, raça eleita ou
determinado credo. Somente um coração puro, mente e corpo limpos, um
desejo profundo de conhecimento, maior do que a própria vida que o
direcionará virtualmente para a dignidade de ser reconhecido como Pai e
Concidadão de sua Pátria.
VII – “Considera irmãos todos os maçons, quaisquer que sejam suas raças,
nacionalidades e crenças.”
Religião
O SIGILO MAÇÔNICO
Nessa ocasião, no correr dos séculos XVIII e XIX, a Maçonaria, como ordem
dita secreta, tornou-se muito poderosa, tendo sido responsável pelos
movimentos revolucionários que eclodiram no mundo todo, dos quais fez
parte os ocorridos no Brasil, sendo o mais conhecido o movimento contra o
jugo português, o da Inconfidência Mineira.
Como pode ser secreta uma organização que não tem um poder central,
como as praticadas por àquelas marginais e herméticas e por muitas
organizações religiosas, inclusive as suas inimigas?
Como se sabe, muitos livros escritos por Irmãos de nossos quadros, por
Irmãos que deixaram nossas colunas e, até mesmo, por leigos estudiosos
da Maçonaria, estão aí enchendo as prateleiras das livrarias, à disposição de
quem queira adquiri-los. Esses livros contam tudo? Sim, quando se trata de
Irmãos descontentes. Contam; contam quase tudo, quando se trata de
autores verdadeiros e justos maçons. Neste caso, só não contam o
essencial, aquilo que só aos iniciados cabe conhecer e que são os nossos
mistérios, guardados do grande público, através da prática do sigilo.
A Maçonaria tem sim os seus segredos, não há o que negar. Mas longe está
de ser uma organização secreta. A exigência de sigilo de seus segredos
começa no juramento do recipiendário, do profano que está sendo iniciado
nos mistérios da Maçonaria, o qual segue, resumido: “... jurais e prometeis,
... em presença do Grande Arquiteto do Universo: e de todos os Maçons ...
nunca revelar os Mistérios da Maçonaria que vos forem confiados...?
Não seria demais citarmos que o próprio Jesus Cristo, o nosso amantíssimo
Redentor, no seu ministério aqui na terra usava as duas formas, a exotérica
Silêncio do Aprendiz
Vosso coração conhece em silêncio os segredos dos dias e das noites; Mas
vossos ouvidos anseiam por ouvir o que vosso coração sabe.
SALMO 133
3. É como o orvalho do Hermón, que desce sobre o Monte Sião: Porque ali o
Senhor derrama a sua bênção, a vida para sempre!
É esse amor fraterno que o verdadeiro Maçom deve praticar, não só dentro
das Lojas, mas, sim e principalmente, na vida profana, para exercitar aquilo
que foi aprendido nos nossos templos; do contrario seremos apenas
acadêmicos bem formados.
Nos três graus simbólicos, o Venerável Mestre ergue uma prece ao Grande
Arquiteto do Universo na qual se diz “... subjuguemos paixões e
intransigências a fiel obediência dos sublimes princípios da Fraternidade,
afim de que nossa Loja possa ser o reflexo da Ordem e da Beleza que
resplandece em Teu trono.” Esta prece reitera para os maçons, que o amor
fraternal é a preparação indispensável para pretender-se alcançar o cimo da
Eis aqui a primeira lição daquele que deverá ser o Eterno Aprendiz. A União
que o faz fraterno pela Iniciação.
O óleo nos faz ungidos para serviço ainda maior na direção do ideal Maior
da Fraternidade Universal.
Era costume beijar a barba de um amigo. Ofensa grave cortar parte ou toda
a barba de alguém.
Não podemos esquecer que Aarão é o sacerdote que sacrifica para purgar
os pecados do seu povo, daí o odor nauseabundo da carne queimando no
altar.
Finalmente:
“É como o orvalho do Hermón, que desce sobre o Monte Sião: Porque ali o
Senhor derrama a sua bênção, a vida para sempre.”
O óleo que ungiu Aarão é o mesmo orvalho que cobre o Monte, que é todo
Luz onde tudo mais é sombra.
Moisés subiu o SINAI para receber a Lei. Não face a face como o Grande
Arquiteto do Universo, mas como elo intermediário da Luz que habita e
habitará sempre a FONTE INESGOTÁVEL E ETERNA que transborda seu
orvalho para aqueles que suave e prazerosamente aceitam sua bênção e A
VIDA PARA SEMPRE.
DIA DO MAÇOM
Eis aí, porque o dia 20 de agosto foi escolhido para ser o dia do maçom
brasileiro. Foi nesse dia que realmente passamos a ser nação e
independente.
INTRODUÇÃO
mas uma escolha feita por quem tem poder para predestinar,
firmando-se assim, um pouco mais, da crença do que algo, a quem
denominamos de Deus, tudo pode.
O caminho mais difícil será para aquele que busca a libertação, como
aspiração, como uma solução dada por alguém, um por um impulso
inato.
Por que seguir a tradição? Porque constitui uma herança familiar que
toda família preza e conserva transmitida aos descendentes.
Ser livre e de bons costumes não são duas atitudes separadas, mas
uma complementação inseparável; ninguém poderá ser livre se não
tiver bons costumes e ninguém terá bons costumes se não for livre.
1. INICIAÇÃO
2. CÂMARA DA REFLEXÕES
Dá-se conta sobre o que lhe foi dito (deve meditar) porque os
escritos colocados nas paredes são curiosos: todos despertando o seu
interesse para o além da vida.
Pouco a pouco, reage e nota que esta passando por uma prova, e
descobre que, por mais lúgubre que possa ser o recinto onde se
encontra enclausurado, jamais será como a realidade. A meditação se
aprofunda e o candidato, descobrindo sua situação física, nem nu
nem vestido, só e abandonado, aspirando um ar mofado, enxergando
pouco, ouvindo apenas o bater do coração, percebe o que possa ser a
passagem da vida para a morte.
Deveres convosco?
A LÂMPADA
VITRIOL
A palavra “vitriol”
O SAL E O ENXOFRE
Que propõem ao candidato uma vida virtuosa pela Energia Ativa que
reside na Força. Universal, no princípio criador e imanente,
simbolizado pelo SAL agregado ao princípio atrativo que constitui o
magnetismo vital, a estabilidade que permitirá a criação e expressão
da gnose.
MERCÚRIO VITAL
O GALO
Que adverte o profano que ele receberá a Luz. Não é este animal que
anuncia o nascer do dia sem princípio nem fim somente medido
simbolicamente pela ampulheta.
AMPULHETA
OS EMBLEMAS FÚNEBRES
ADVERTÊNCIAS
TESTAMENTO
uma vida nova. Ele serve para o profano testemunhar, por escrito,
suas intenções filosóficas.
Estas três pancadas significam que pode ser feita a segunda viagem.
Por fim, é a sua união eterna com a fraternidade, com seus ideais,
aspirações e tendências, deverá consagrar-se aos seus irmãos dentro
do princípio da Fraternidade Universal representada pelo Grau de
Aprendiz e Internacionalizada pela Maçonaria Mundial.
Para o iniciado, LUZ significa SABEDORA. Por duas vezes foi lhe dada
a oportunidade de vê-la, foi-lhe permitido retirar-se do Templo para,
simbolicamente, recompor-se. Sempre solicitado a reafirmar seus
compromissos solenes, o futuro irmão estará apto para o Mistério e a
Luz lhe será dada como gáudio à sua coragem.
Palavras:
Saudação:
Toque:
Bateria:
Marcha:
Tempo de Trabalho:
O Aprendiz a recebe no ouvido, letra por letra para que possa meditar
profundamente sobre o seu real significado e, desta forma, formular
a segunda, tornando-se digno de receber a terceira. Tudo conforme
foi na Noite que antecedeu o Tempo.
Quando alguém satisfaz um vício, seja ele qual for, não é somente
ele que está perdendo e sim todos os que estão próximos dele, como
a família, como também a população e, geral pois terá que pagar por
sua recuperação ou pelos danos causados.
Um segredo
A Maçonaria
Mandaram-me entrar.
15 - Como entrastes?
17 - Que respondestes?
21 - Que respondeste?
26 - Que respondestes?
31 - Onde a prestastes?
33 - Que respondestes?
A Luz.
37 - Explicai-me?
58 - E qual a profundidade?
61 - Por que?
Três colunas.
63 - Como se chamam?
71 - Por que?
Ao meio dia.
A meia-noite.
Sol e a Lua.
81 - Qual é o sinal?
82 - Dei-me a P∴S∴
Força e alegria.
Sentido Horário
No Salmo 133.
98 - O que é maçonaria?
99 - A Maçonaria é Regional?
Não, é Universal.
Ven∴M∴– um esquadro
1º Vig∴– um nível
Chanceler – um timbre
Expertos – um punhal
130 - O que é preciso para que uma Loja seja justa e perfeita?
Redigir, escrever.
Redigir, escrever.
Significa escrever.
MM∴IIr∴C∴T∴M∴R∴
214 - Que sinais são feitos com malhete pelas Três Luzes? E
com os bastões pelo Mestre de Cerimônias? E com a espada
pelo Cobridor?
SIMBOLOGIA DO GRAU
ALEGORIA DO GRAU
FILOSOFIA DO GRAU
Na Coluna do Norte.
No Ocidente.
MM∴IIr∴C∴T∴M∴R∴
Ao Ir∴Orador.
Sim, em pé e a ordem.
SIMBOLISMO
300 - Uma vez iniciado na Maçonaria, uma pessoa jamais poderá desfiliar-
se?
b) praticar a justiça
c) amar o próximo
No amor ao próximo.
OS LANDMARKS E OS MANDAMENTOS
A MAÇONARIA SIMBÓLICA
O MAÇOM
c) combater a ambição;
e) praticar a justiça.
A LOJA MAÇÔNICA
A abóbada celeste.
a) Abertura ritualística;
b) Leitura do Balaústre;
c) Leitura do expediente;
d) Entrada de visitantes;
f) Ordem do dia;
g) Tronco de Solidariedade;
j) Encerramento ritualístico; e,
j) Cadeia de união.
A ADMINISTRAÇÃO DA LOJA
I - o 1º e 2º Vigilantes;
II - o Ex-Venerável;
420 - O que é preciso para que uma Loja seja Justa e Perfeita?
OS SÍMBOLOS MAÇÔNICOS
Porque ele deve ser o maçom mais reto e mais justo da Loja.
A INICIAÇÃO
O APRENDIZ MAÇOM
Do meio-dia a meia-noite.
Três anos.
OUTRAS INFORMAÇÕES
A solidariedade.
590 - Por que se usa uma sacola para coleta das propostas e
informações?
APRESENTAÇÃO
É de suma importância que todos os maçons conheçam bem a gloriosa História
da Maçonaria, pois .quem conhece o seu passado, conhece o seu futuro.. Com
isto em mente, nossa Oficina elaborou esta apostila, que é um simples resumo
dos principais acontecimentos de nossa Sublime Ordem, como estímulo para
que os Irmãos se aprofundem cada vez mais no Conhecimento de nossa
História e tenham consciência da Responsabilidade que temos para com a
Tarefa que nos foi confiada.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Das três perguntas .De onde viemos?, "Quem Somos?, e .Aonde vamos?", nas
quais podem se dividir e expressar o Grande Mistério da Existência, assim
como, o princípio de todo o verdadeiro conhecimento e toda a sabedoria, a
primeira delas é a que especialmente diz respeito ao Aprendiz.
Aplicada a nossa Instituição, para dar a conhecer sua essência, esta pergunta
suscita-nos em primeiro lugar o problema em suas origens, ou seja, aquelas
instituições, sociedades, costumes e tradições, nas quais a Maçonaria tem sua
raiz, seu princípio espiritual, ainda que sem nelas diretamente ter origem. Deste
ponto de vista é certo, conforme nos dizem os catecismos, que suas origens
perderam-se "na noite dos tempos", ou seja; naquelas remotas civilizações pré-
históricas das quais tem-se perdido os vestígios e a memória, e que remontam
provavelmente a centenas de milhares de anos antes da era atual.
Os primeiros rituais baseados nas tradições bíblicas, uma vez que seus
redatores apoiaram-se pela fé nessas tradições, contam que: "Adão foi iniciado
na Ordem do Éden, pelo G∴A∴ em todos os ritos da Maçonaria, isto
significando, evidentemente, que as origens da Maçonaria devem remontar à
primeira sociedade humana, da qual Adão é um símbolo, correspondendo à
Era Saturniana ou Idade de Ouro da tradição greco-romana, e ao Satra Yoga
dos hindus.
É certo, pois, que esse íntimo desejo de progresso, essa profunda aspiração
em direção à Verdade e à Virtude, esse desejo de trabalhar reta e sabiamente,
de que a maçonaria constitui, para seus adeptos a encarnação nasceram, já na
aurora da civilização (que todas as tradições concordam em considerar
luminosa).
Mas, se o espírito maçônico existiu desde as primeiras épocas conhecidas (e
desconhecidas) da História, e não foi alheio ao primeiro homem esse mesmo
espírito (se realmente tiver existido tiver se expressado naturalmente de uma
forma adaptada e conveniente nas primeiras comunidades - íntimas e, portanto
secretas - de homens que se isolavam dos demais pelo seu desejo de saber e
penetrar o Mistério Profundo das coisas é igualmente correto que nem sempre
ter-se-á manifestado exatamente da forma em que hoje se conhece, se exerce
e se pratica.
Entretanto, os princípios imutáveis sobre os quais foi estabelecido essa
manifestação, e que constituem seu espírito e sua característica fundamental,
não podem ter sofrido variações substanciais, e uma vez que foram
estabelecidas em épocas de Antigüidade incalculável, devem também ter
permanecido basicamente os mesmos através de todas suas metamorfoses ou
encarnações exteriores.
Também devem remontar os sinais, símbolos e toques, a íntima essência da
alegorias e o significado das palavras que correspondem aos diferentes graus,
(por seu caráter e sua transmissão ininterrupta) até a mais remota Antigüidade.
Ainda que as alterações das lendas - em sua forma exterior - possam ter sido
notáveis, entretanto, face ao reduzido e eliminado meio social no qual foram
disseminadas, pela própria aparência exterior e ainda, pelas provas e a
fidelidade que eram solicitadas aos iniciados, essas alterações sempre se
A DOUTRINA INTERIOR
Todos os povos antigos conheceram, além do aspecto exterior ou formal da
religião e das práticas sagradas, um ensinamento paralelo interior ou esotérico
que era ministrado unicamente aos que moral e espiritualmente eram
reputados dignos e maduros para recebê-la.
O aspecto esotérico da religião - conhecida exotericamente pelos profanos –
era provido especialmente pelos chamados Mistérios (palavra derivada de
"mysto", termo que era aplicado aos neófitos, e que significava
etimologicamente mudo ou secreto, referindo-se evidentemente a obrigação de
segredo selado por juramento, que era pedido a todo iniciado), Mistérios dos
quais a Maçonaria pode considerar-se herdeira e continuadora, por intermédio
das corporações de construtores e demais agrupamentos místicos que nos
transmitiram sua Doutrina.
Esta Doutrina Interior - esotérica e oculta - é essencialmente iniciática, pois que
somente será alcançada por intermédio da iniciação, isto é, pelo ingresso num
particular estado de consciência (ou ponto de vista interior), pois somente
mediante ele pode ser entendida, reconhecida e realizada.
A Doutrina Interior tem sido e continua sendo a mesma para todos os povos em
todos os tempos. Em outras palavras, enquanto para os profanos (os que se
encontram na frente ou fora do Templo, isto é sujeitos à aparência puramente
exterior das coisas) tem havido e haverá sempre diferentes religiões e
ensinamentos, em aparente contraste uns com os outros, para os iniciados não
houve nem haverá mais do que uma só e única religião Universal da Verdade,
que é Ciência e Filosofia, ao mesmo tempo em que Religião.
OS MISTÉRIOS
Em todos os povos conhecidos da história, na era pré-cristã, houve instituição
de mistérios: no Egito como na Índia, na Pérsia, Caldeia, Síria, Grécia e em
todas as nações mediterrâneas, entre os druidas, os godos, os escitas e os
povos escandinavos na China e entre os povos indígenas da América.
Traços deles podem ser observados nas curiosas cerimônias e costumes das
tribos da África e Austrália, e em todos os chamados povos primitivos, aos
quais possivelmente, de forma mais justa, deveríamos considerar como
originários da degeneração de raças e civilizações mais antigas.
Tiveram fama especialmente os Mistérios de Isis e de Osíris no Egito; os de
Orfeu e Dionísios e os Eleusinos na Grécia; os de Mitra, que da Pérsia se
estenderam com as legiões romanas, por todos os países do império. Menos
conhecidos e menos brilhantes, especialmente em seu período de decadência
e degeneração, foram os de Greta e os da Samotrácia; os de Vênus em
Chipre; os de Tammuz na Síria, e muitos outros.
Também a religião cristã teve no princípio seus Mistérios, como deixam
transparecer os indícios de natureza inequívoca que encontramos nos escritos
dos primitivos Pais da Igreja, ensinando aos mais adiantados um aspecto mais
profundo e interno da religião, à semelhança do que fazia Jesus, que instruía o
povo por meio de parábolas, alegorias e preceitos morais, reservando ao
pequeno círculo eleito dos discípulos - os que escutavam e punham em prática
a Palavra seus ensinamentos esotéricos. A essência dos Mistérios Cristãos
tem-se conservado nas cerimônias que constituem atualmente os
Sacramentos.
Igualmente a religião muçulmana, assim como o Budismo e a antiga religião
brahmânica, tiveram e têm seus Mistérios, que conservaram e em alguns casos
conservam até hoje muitas práticas sem dúvida anteriores ao estabelecimento
de ditas religiões, reminiscência daqueles que eram celebrados entre os
antigos árabes, caldeus, aramaicos e fenícios, pelo que se refere à primeira, e
entre os povos da Ásia Central e Meridional, pelos segundos.
Ainda que os nomes difiram e sejam parcialmente discordantes, a forma
simbólica e as particularidades dos ensinamentos e suas aplicações tem sido
característica fundamental e originária de toda a transmissão de uma mesma
Doutrina Esotérica, em graus diversos e sucessivos, conforme a maturidade
moral e espiritual dos candidatos, os quais eram submetidos a provas (muitas
vezes difíceis e espantosas) para reconhecê-la, subordinando-se a
comunicação do ensino simbólico, e os instrumentos ou chaves para interpretá-
la, à firmeza e fortaleza de ânimo demonstradas na superação destas provas.
A própria Doutrina nunca variou em si mesma, ainda que tenha-se revestido de
A UNIDADE DA DOUTRINA
Esta Doutrina-Mãe Eclética que tem sido perpetuamente Fonte inesgotável dos
ensinamentos mais elevados de todos os tempos (foco de luz inextinguível,
conservado zelosa e fielmente no Mistério da Compreensão e do Amor, que
nunca deixou de brilhar mesmo nas épocas mais obscuras da História, para os
que tiveram "olhos para ver e ouvidos para ouvir", é a própria Doutrina Iniciática
manifestada nos Mistérios Egípcios, Orientais, Gregos, Romanos, Gnósticos e
Cristãos, e é a mesma Doutrina Maçônica revelada por meio do estudo e da
interpretação dos símbolos e cerimônias que caracterizam nossa Ordem.
É a Doutrina da Luz interior dos Mistérios Egípcios, que era desperta no
candidato e tornava-se para sempre mais firme e ativa na medida em que
chegava a "osirificar-se", ou seja conhecer sua unidade e identidade com
Osíris, o Primeiro e Único Princípio do Universo. É a mesma Doutrina da luz
simbólica que os candidatos procuram em nossos Templos, e que se realiza
individualmente na medida em que cada um se afasta da influência profana ou
exterior dos sentidos, e busca o secreto entendimento no íntimo de seu ser.
É a Doutrina da Vida Universal encerrada no simbólico grão de trigo de Elêusis,
que deve morrer e ser sepultado nas entranhas da terra, para poder renascer
como planta, à luz do dia, depois de abrir caminho através da escuridão em
que germina. É a mesma doutrina pela qual o candidato, tendo passado por
uma espécie de morte simbólica no quarto de Reflexões, renasce a uma nova
vida como Maçom e progride por meio do esforço pessoal dirigido pelas
aspirações verticais que o prumo simboliza.
É a Doutrina da redenção cristã, obtida por intermédio da fidelidade na palavra,
com a qual o Cristo ou Verbo Divino (nossa percepção interior ou
reconhecimento espiritual da verdade) nasce ou se manifeste em nós e nos
conduz, segundo a antiga expressão brahmânica "da ilusão à Realidade, das
trevas à luz, da morte à Imortalidade".
É a mesma doutrina do Verbo ou Logos sobre a qual colocamos nossos
instrumentos simbólicos ao abrirmos a Loja, isto é, ao iniciar a manifestação do
Logos.
É pois, sempre e onde quer que seja, um mesmo ensinamento que se revela
por infinitas formas, adaptando-se à inteligência e à capacidade de
compreensão dos ouvintes; uma Doutrina secreta ou hermética, revelada por
meio de símbolos, palavras e alegorias que só podem entender e aplicar em
seu real sentido os ouvidos da compreensão. É uma doutrina vital que deve
fazer-se carne em nós, sangue e vida, para produzir o milagre da regeneração
ou novo nascimento, que constitui o Télos ou "fim da iniciação".
A HIERARQUIA OCULTA
O reconhecimento da Identidade fundamental desta Doutrina em suas múltiplas
concessões e manifestações exteriores, da idêntica finalidade destas e da
identidade dos meios universalmente empregados para ensiná-la, em suas
distintas adaptações às diferentes circunstâncias de tempo e lugar, como selo
de sua origem comum, faz com que se torne patente a existência de uma
Hierarquia Oculta, uma Fraternidade de Sábios de Mestres, que tem sido
através das eras sua íntima, secreta e fiel depositária, manifestando-a
exteriormente em formas análogas ou diferentes, conforme a maturidade dos
tempos e dos homens.
As origens desta Fraternidade Oculta de Mestres da Sabedoria, chamada
também Grande Loja Branca (e, na Bíblia, Ordem de Melchisedeck), podem
unir-se às primeiras civilizações humanas das quais esses Mestres, como Reis-
Sacerdotes Iniciados (conforme é indicado pelo nome genérico Melchisedeck),
foram Reveladores e Instrutores, pode-se dizer, desde a aparição do primeiro
homem sobre a Terra. Sua existência tem sido e pode ser reconhecida por
todos os discípulos adiantados, dos quais os Mestres tem-se servido e ainda se
servem para sua Obra no Mundo.
Devemos a esta Hierarquia Oculta, formada pelos genuínos Intérpretes,
Depositários e Dispensadores da Doutrina Secreta, o primitivo estabelecimento
de todos os Mistérios e todos os cultos, em suas formas mais antigas, mais
puras e originárias, assim como, o estabelecimento da Instituição Maçônica e
todo o movimento progressista e libertador.
Elevar e libertar as consciências, conduzir os homens das trevas da ignorância
e da ilusão, à luz da Verdade; desde o vício até à virtude; e da escravidão da
matéria à liberdade do espírito, tem sido sempre e constantemente, a finalidade
destes Seres superiores, destes verdadeiros Mestres Incógnitos em suas
atividades no mundo.
Todo Movimento elevador e libertador deve considerar-se, direta ou
indiretamente, inspirado por esta Hierarquia, formada pelos que se elevaram e
se libertaram por si mesmos, sobrepondo-se a todas as debilidades, limitações
e correntes (que atam a maioria de nós e nos fazem escravos da fatalidade ou
da necessidade em aparência, mas em realidade somos escravos de nossos
próprios erros e ilusões); realizando assim o verdadeiro Magistério.
Pelo contrário, todo movimento (político, social ou oculto) que tende a limitar,
escravizar, entorpecer e adormecer a consciência dos homens tem uma oposta
e diferente inspiração, sendo obra manifesta do Senhor da Ilusão, ou seja, do
movimento de refluxo das ondas espirituais. A liberdade individual e o respeito
pleno desta tem sido sempre e ainda o são, a característica da linha direita e
esquerda da Evolução Ascendente, enquanto a escravidão e coerção
assinalam o caminho esquerdo ou descendente.
AS COMUNIDADES MÍSTICAS
Ao lado das mais antigas instituições oficiais dos Mistérios - protegidas por reis
e governos com leis e privilégios especiais, por sua influência
reconhecidamente benéfica e moralizadora e instintivamente veneradas pelos
novos - existiram em todo o Oriente, e especialmente na Índia, Pérsia, Grécia e
AS ESCOLAS FILOSÓFICAS
Não podemos esquecer igualmente, nesta sintética enumeração das origens da
Maçonaria, as grandes escolas filosóficas da Antigüidade: a vedantina, na
Índia, a pitagórica, a platônica e a eclética ou alexandrina no Ocidente, as
quais, indistintamente, tiveram sua origem e inspiração nos Mistérios.
Da primeira, diremos simplesmente que seu propósito foi a interpretação dos
livros sagrados dos Vedas (Vedanta significa etimologicamente fim dos Vedas),
antigas escrituras brahmânicas inspiradas, obras dos Rishis, "videntes" ou
"profetas" com propósito claramente esotérico, como é demonstrado por sua
característica primitivamente adavaita ("antidualista" ou unitária), com o
reconhecimento de um único Princípio ou Realidade, operante nas infinitas
manifestações da Divindade, consideradas estas como diferentes aspectos
desta Realidade Única.
A ESCOLA GNÓSTICA
Diretamente relacionada com a escola eclética alexandrina, a tradição ou
escola gnóstica do Cristianismo, tem sido considerada e foi posteriormente
perseguida como heresia pela Igreja de Roma.
A CABALA HEBRAICA
As antigas tradições orientais e herméticas encontram na Cabala e na Alquimia
duas novas encarnações ocidentais que não foram estranhas às origens da
moderna Maçonaria.
ALQUIMIA E HERMETISMO
TEMPLÁRIOS E ROSACRUZES
As tradições herméticas orientais encontram no Ocidente, durante a Idade
Média e o princípio da Idade Moderna, outros tantos canais para sua expressão
nas muitas sociedades e ordens místicas e secretas, que se manifestaram aqui
e acolá, ainda que aparentemente com diversa finalidade exterior, mas todas
intimamente relacionadas com a Tradição Iniciática e ligadas interiormente pela
A "ARS STRUCTORIA"
AS CORPORAÇÕES CONSTRUTORAS
Nenhuma atividade, arte ou obra importante pode ser o resultado dos esforços
e da experiência de um indivíduo isolado. Por conseqüência, os primeiros
construtores tiveram, necessariamente, que agrupar-se, fosse para a
aprendizagem e o aperfeiçoamento, aonde a experiência dos demais pudesse
ser aproveitada, fosse para o exercício e a prática regular da Arte, agregando-
se cada um a outros membros como ajudantes ou aprendizes, que deveriam
cooperar nas mais rudes tarefas sem entretanto conhecer os princípios e
segredos, que se adquirem com o tempo, com o esforço e com a aplicação.
A divisão em Aprendizes, Companheiros e Mestres, teve de ser espontânea em
qualquer grupo de obreiros com intenção construtiva, devendo-se distinguir os
braçais e noviços, que não podiam dar mais que sua força, sua boa vontade e
suas faculdades ainda indisciplinadas, dos obreiros, que já conheciam os
princípios da arte e cuja atividade podia ser utilizada mais proveitosamente.
Estes obreiros diferenciavam-se, por sua vez, daqueles outros consumados ou
perfeitos que já dominavam esses princípios e estavam capacitados a executar
qualquer obra, assim como, a dirigir a ensinar aos demais.
Como a unidade de uma tarefa sempre uma correspondente unidade de
conceito e de direção, é óbvio também, que estas três categorias tiveram de
manter-se fielmente disciplinadas (no duplo sentido intelectual e moral da
palavra disciplina, isto é, tanto na teoria como na prática) sob uma Autoridade
reconhecida como tal, por sua experiência e conhecimento superior, eleita ou
proposta sobre eles, o Mago por excelência, ou Arquiteto, a cuja iniciativa e
direta responsabilidade encomendava-se evidentemente a obra, um Mestre
Venerável entre os Mestres da Arte, ao qual todos os demais deviam respeito e
obediência.
Assim, toda a corporação construtora ou agrupamento de obreiros para um fim
determinado deve ter-se constituído espontaneamente à semelhança de
nossas Lojas, sendo ainda necessário além do Mestre Arquiteto, diretor da
Obra, um ou dois Vigilantes que o Ajudaram e puderam substitui-lo em caso de
necessidade, e outros membros que tiveram cargos e atribuições especiais,
diferentes dos demais.
A primeira loja foi constituída, conseqüentemente, pelo primeiro grupo de
construtores que uniram disciplinadamente seus esforços para alguma obra
importante, ou para a realização de um Ideal comum. E como as regras morais
são necessárias para a ordem, a disciplina e a eficiência em toda atividade
material, é evidente que estas devem ter sido inseparáveis das normas e
regras próprias da Arte. O conjunto destas normas e regras, que constituíam
uma necessária disciplina para os que eram admitidos a tomar parte na Obra,
ou como membros da corporação, formou a característica da Ordem, pois, sem
ela não poderia ter existido nenhuma ordem verdadeira e a aceitação desta
disciplina deve ter naturalmente sido exigida como condição preliminar para
admissão na Ordem.
AS PRIMEIRAS CORPORAÇÕES
Esta digressão sobre um dos pontos fundamentais da Maçonaria, tem nos
parecido necessária para mostrar o caráter iniciático, eclético e universal da
Ordem em seus próprios conceitos e símbolos em aparência mais vulgares,
mas que encerram em si um propósito e uma profunda doutrina.
Voltando ao nosso tema, sobre as origens maçônicas, resta-nos traçar
sumariamente a história das corporações construtoras desde as primeiras
civilizações até os nossos dias.
As pegadas das antigas corporações construtoras encontram-se em todos os
povos que nos deixaram alguma notícia de sua experiência. Entre os mais
antigos e importantes monumentos que restam de antigas civilizações,
devemos ressaltar as pirâmides do Egito. A princípio, foram consideradas
tumbas magníficas dos reis, mas um estudo mais atento tem revelado que se
trata de monumentos simbólicos, nos quais e próximo aos quais, com toda
probabilidade, desenvolveram-se ritos e cerimônias iniciáticas.
Isto parece particularmente certo com respeito à Grande Pirâmide, cujas
medidas e proporções calculadas escrupulosamente tem sido reveladas em
seus arquitetônicos conhecimentos geográficos, astronômicos e matemáticos,
não menos exatos que os que se consideram exclusiva conquista dos nossos
tempos. É suficiente dizer que a unidade de medida testa pirâmide, o côvado
sagrado (que pode ser identificado com a régua maçônica de 24 polegadas) é
exatamente a décima milionésima parte do raio polar terrestre, uma medida
mais justa e mais exatamente determinada que o metro, base de nossos
sistema. Seu perímetro revela um conhecimento perfeito da duração do ano;
sua altura, a exata distância da Terra ao Sol, e o paralelo e o meridiano que se
cruzam em sua base constituem o paralelo e o meridiano ideais, uma vez que
atravessam a maior parte das terras. Por outro lado, a precisão com a qual
estão cortados e dispostos os enormes blocos de pedra de que se compõem,
daria muito o que pensar a um engenheiro moderno que quisesse imitar estas
obras.
Apesar do Egito ter sempre sido considerado como a terra clássica da
escravidão, já que realmente em épocas posteriores os obreiros dirigidos pelos
sacerdotes não tinham nenhuma liberdade ou iniciativa, muito difícil admitir que
uma obra como a Grande Pirâmide - obra caracteristicamente maçônica - tenha
sido outra coisa que a Obra Mestra da mais sábia e celebrada corporação
construtora de todos os tempos.
Além disso, é possível que nossa Era Maçônica (que começa no ano 4000 A.
C. e que vem de antigas tradições) date precisamente da construção da
Grande Pirâmide, que alguns, entretanto, consideram mais recente em quanto
outros, por sua vez, julgam mais antiga.
Outra importante construção da Antigüidade, além dos templos cujos traços se
encontram esparsos pela Terra, parece ter sido a Torre de Babel, de bíblica
memória, diferenciando-se esta construção da precedente pelo emprego de
tijolos em lugar de pedras cortadas, e de outro material em vez de cal. O mito
da confusão das línguas antes da conclusão da obra, e da conseqüente
dispersão das corporações de construtores que se reuniram para executá-la,
dá muito o que pensar ao estudante das tradições antigas.
OS CONSTRUTORES FENÍCIOS
Em épocas mais recentes (cerca de 1000 anos A. C.), encontramos as
corporações e a obra de Construtores Fenícios em todos os países do
Mediterrâneo nos quais este povo estabeleceu suas colônias e a influência de
sua civilização.
Estas corporações viajavam, evidentemente, de um país a outro conforme
delas se necessitava e solicitado era o seu concurso, erguendo com igual
habilidade e facilidade templos e santuários para os diferentes cultos e
mistérios, ainda que sempre erigidos conforme o mesmo tipo fundamental, que
revela, nas obras das idênticas corporações ou de corporações afins, uma
mesma identidade de conceitos.
Podemos considerar como um exemplo típico (e como obra simbolicamente
mestra dos construtores fenícios) o Templo de Jerusalém, erigido na época
indicada no livro das Crônicas (cerca de 1000 anos A. C.) pelos obreiros que
Hiram, rei de Tiro, enviou a Salomão para este efeito, construção sobre a qual
é baseada nossa atual tradição maçônica.
AS CORPORAÇÕES MEDIEVAIS
latinos), e São João foi honrado como protetor da Ordem, em lugar do antigo
deus bifronte Janus.
Assim renovada, a tradição dos antigos colégios romanos seguiu no Oriente a
sorte do Império Bizantino, adaptando-se depois, com igual facilidade, à fé
islâmica, enquanto no ocidente, com a queda do Império e a invasão dos
vândalos e dos godos, encontrou um asilo seguro numa pequena ilha, perto da
cidade italiana de Como, na Lombardia (país assim denominado em
conseqüência da invasão longobardos, "os de longa barbas", de onde tomaram
seu nome os magistri comacini, que deram origem àquele estilo proveniente do
romano, chamado românico, que fez sua primeira aparição por volta do ano
600 e continuou dominando por vários séculos depois o estilo na Itália e nos
países contínuos, até que o estilo gótico, produzido pelas corporações
nórdicas, obteve depois o predomínio.
Nas obras destes artistas encontramos vários símbolos maçônicos, e a
expressão de uma singular independência do pensamento que é revelada
pelas curiosas e mordazes sátiras contra o Igreja, gravadas com uma audácia
surpreendente nas próprias esculturas das catedrais. Apesar do hermético
segredo com que guardavam suas tradições e crenças, parece que estas
corporações (que existiam em várias cidades da Itália, entre outras em Siena,
desde o século XI) não era estranho o conhecimento de um G. A. D. U, nem a
lenda de Hiram.
No fervor religioso que caracterizou este período, algumas ordens monásticas
da Igreja também se dedicaram, especialmente na França e na Alemanha, à
Arte de Construir, levantando templos com a ajuda dos obreiros nômades que
encontravam, contribuindo assim, indiretamente, para a organização destes em
corporações que depois tornaram-se independentes.
Por obra e esforço das corporações independentes que se formavam em
diversos países, nasceu então, e rapidamente se afirmou, o chamado estilo
gótico, que converte o simples arco romano e românico em ogival, magnífico
símbolo do fervor religioso e das mais ardentes aspirações humanas que se
levantam, como cântico majestoso, da terra ao céu. Nos dois estilos orientais,
árabe e russo, encontramos um desenvolvimento ulterior desta idéia que fez
evoluir o arco gótico do romano, com a curvatura especial que caracteriza
estes estilos.
Estas corporações dedicadas especialmente à arte gótica, constituíram na
Inglaterra os guilds de obreiros; na França o compagnonnage (dos quais
existiam três seções diferentes que tomavam o nome, respectivamente, de
filhos de Salomão, de Mestre Jacques e de Mestre Soubise) e na Alemanha as
oficinas e uniões de canteiros (Steinmtzen), entre as quais tomou justo renome
aquela que levantou a Catedral de Estrasburgo, erigida no século XV.
Os documentos que delas nos chegam, provam que os obreiros achavam-se
divididos em aprendizes, companheiros e mestres, que se reuniam em
pequenas casas e empregavam de uma maneira emblemática os instrumentos
de sua profissão, levando-se consigo como insígnias. Além disso,
reconheciam-se por meio de palavras e sinais que chamavam saudações. Os
neófitos eram recebidos com particulares cerimônias e juravam o mais
profundo segredo sobre o que ia ser-lhes comunicado e ensinado.
A palavra maçom (do latim medieval "macio", equivalente de canteiro, de onde
teve origem igualmente o termo alemão Metzen) parece que foi usada pela
primeira vez no século XIII, sendo exportada da França para a Inglaterra. A
OS MAÇONS "ACEITOS"
O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA
MAÇONARIA
MODERNA
Os princípios da Maçonaria, conforme os conhecemos atualmente, se devem
principalmente ao estado de decadência em que se encontravam, ao fim do
século XVII, os antigos grupos de construtores, assim como as demais
corporações de ofício, que tinham florescido nos séculos anteriores,
alcançando o seu apogeu próximo ao fim da idade média. As causas dessa
decadência foram por um lado a diminuição do fervor religioso que seguiu a
Reforma, de maneira que a construção das igrejas foi cedendo seu lugar a
outros edifícios profanos, tanto públicos como privados; e também por um grau
maior de especialização dos operários nos respectivos trabalhos, e a falta de
conveniência por parte desses, de seguirem reunindo-se em associações
organizadas para a prática de uma arte determinada.
Precisamente por esta razão, no mesmo século XVII, havia se estendido a
prática de admitir nos grupos de construtores, membros honorários (maçons
aceitos), ainda inteiramente estranhos à prática da arte de construir, porém que
cooperavam para proverem materialmente e moralmente esses grupos. O dia
em que estes maçons-aceitos começaram a prevalecer sobre os de ofícios, e
se lhes concederam cargos de direção (dos quais estavam excluídos
anteriormente), foi precisamente o ponto que assinalou a transformação
conhecida com nome de maçonaria operativa em especulativa; ainda que o
desenvolvimento de um caráter teve de ser mais gradual, entretanto de
nenhuma maneira necessariamente implicado pela presença dos membros
honorários, apesar do número destes.
utilizado nessa ocasião, ainda que poderia muito bem ter sido; com esta
atribuição restrita. Sem dúvida, somente depois, e por mérito de homens que,
sob diversas circunstâncias foram atraídos à essa "Grande Loja", que as
denominações de Grão Mestre e Grande Loja adquiriram real significado e
importância.
O desenvolvimento futuro de nossa Instituição, a partir dessa modesta reunião,
não estava de nenhuma forma condicionado à mesma, e só se deve à Força
Espiritual que aproveitou e vivificou esse pequeno e modesto agrupamento do
qual brotou um movimento que se estendeu para toda a superfície da terra.
Sempre são, pois, as idéias, as que operam no mundo, por sobre os indivíduos
que se fazem seus meios, veículos e instrumentos. É na força das idéias, que
animam e inspiram os homens, que se deve todo o progresso e toda a obra ou
instituição de alguma importância, por traz daqueles que aparecem
exteriormente como seus fundadores e expoentes.
No que particularmente se refere à Maçonaria, não há dúvida que suas origens
mais verdadeiras, vão muito além desses homens de boa vontade e de
medíocre inteligência que unicamente se preocuparam em salvar suas lojas da
decadência que as ameaçava, por meio da união das mesmas. Deve-se buscar
essas origens na Idéia Espiritual central, que oculta no seu cerne, o verdadeiro
segredo maçônico, assim como das demais idéias relacionadas com aquela,
das quais se fez, em diferentes momentos e circunstâncias especiais.
A essa idéia central, ainda oculta e secreta para a maioria de seus adeptos,
também devemos o conjunto de tradições, alegorias, símbolos e mistérios, que
tem vindo se apropriando, e em parte criando e modificando, para embelezar e
dar maior brilho a seus trabalhos, cujas origens, como a de seus cerimoniais,
são antiqüíssimos, tendo nos sido transmitindo através de diferentes
civilizações que se desenvolveram sucessivamente sobre o nosso planeta.
Desse ponto de vista está perfeitamente justificado o empenho dos primeiros
historiadores maçônicos, começando com Anderson, e dos que fizeram ou
adaptaram os seus rituais, para relacionar nossa instituição com todos os
movimentos espirituais e tradições místicas iniciáticas da Antigüidade, segundo
também tratamos de fazê-lo no manual do Aprendiz.
Pois se é certo que a Maçonaria Moderna tem sua iniciação nessa fortuita
agremiação de quatro Lojas que juntando-se, puderam salvar-se da dissolução
a que pareciam inevitavelmente destinadas - como são todas as coisas que
não sabem renovar-se quando chega o momento oportuno - e que, dessa
maneira prosperaram muito além de suas expectativas, não é menos certo que
souberam recorrer em segredo a herança de todos os segredos, mistérios e
tradições, assim como souberam fazer-se o receptáculo das grandes e nobres
idéias que constituem um fermento vital e um impulso renovador no meio em
que atuavam.
E se pela natureza da obra pode-se reconhecer o artista que a concebeu e
realizou, julgamos a Maçonaria pela mística beleza de seu conjunto simbólico-
ritual, a essa obra sem dúvida não se pode dar outro qualificado que não o de
Magistral. em sua essência mais íntima e profunda, qualquer que possa ser
sua filiação exterior e aparente, não pode ser se não Obra de Mestre na
acepção mais profunda da palavra. Essa essência íntima é o Logos, ou
verdadeira palavra que deve buscar-se em toda Loja Justa e Perfeita, a idéia
espiritual que nela se deve realizar.
PRIMEIROS DIRIGENTES
A CONSTITUIÇÃO DE ANDERSON
DEVERES MAÇÔNICOS
3. das Lojas,
4. dos Mestres, Vigilantes, Companheiros e Aprendizes,
5. dos trabalhos das Oficinas,
6. da conduta em Loja bem como fora da mesma, em passos perdidos, em
presença de profanos, no lar e na vizinhança.
No que concerne a Deus e à Religião dizem : "um maçom está obrigado, como
tal, a obedecer a lei moral; e, se bem compreende a Arte, nunca se será um
ateu estúpido, nem um libertino irreligioso.
"Ainda que, antigamente, os maçons estiveram obrigados, em cada país, a
praticar a correspondente religião, qualquer que fosse, estima-se atualmente
oportuno que se lhes imponha outra religião, fora daquela sobre a qual todos
os homens estão de acordo, deixando-lhes toda a liberdade no que concerne
as suas opiniões particulares.
Assim, pois, é suficiente que sejam homens bons e leais, honrados e probos,
qualquer que sejam as confissões e convicções que os constituam".
"Assim a maçonaria será o centro de união e o meio para estabelecer uma
sincera amizade entre pessoas as quais, fora dela, sempre estiveram mantidas
mutuamente afastadas".
Sobre o assunto da autoridade civil escreve : "O Maçom é um sujeito tranqüilo
diante dos poderes civis, em qualquer lugar em que resida ou trabalhe; nunca
deve estar implicado em complôs e conspirações contra a paz e contra a
prosperidade da nação, nem comportar-se incorretamente com os magistrados
subalternos, porque a guerra, o derramamento de sangue e as insurreições
foram em todo o tempo funestas para a Maçonaria ...
"Se algum Irmão viesse a insurrecionar-se contra o estado, deveria se cuidar
de favorecer sua conversão, ainda que tendo piedade dele, com um
desgraçado. Sem dúvida, se não está envolvido em nenhum outro crime, a leal
fraternidade, ainda que desaprovando sua rebeldia, fiel ao governo
estabelecido, sem dar-lhe motivo de desconfiança política, não poderia
expulsá-lo da Loja, já que suas relações com ela são indispensáveis ".
E sobre a conduta na Loja nos recomenda : "que vossos desgostos e pleitos
não passem nunca do umbral da Loja; mais ainda : evitar as controvérsias
sobre religião, nacionalidades e política, pois, em nossa qualidade de maçons
não professamos mais que a Religião Universal antes mencionada. Por outro
lado, somos de todas as nações, de todos os idiomas, de todas as raças, e se
excluirmos toda política é por razão de que nunca contribuiu no passado para a
prosperidade das Lojas, nem o fará no futuro ".
O DESENVOLVIMENTO NA INGLATERRA
A Loja de York foi talvez a mais importante entre as que não reconheceram a
autoridade da Grande Loja londrina e se mantiveram apartadas. Considerada
como a Oficina mais antiga, fazendo remontar suas origens ao ano 600, na
qual o Rei Edwin havia se assentado "como Grão-Mestre". Em 1725 assumiu o
título de "Grande Loja de York ", dizendo que seu Grande Mestre devia ser
reconhecido como tal em toda Inglaterra; mas no fundo nem teve outras Lojas
sob sua dependência até 40 anos depois.
A MAÇONARIA NA FRANÇA
Depois da Inglaterra a França foi o primeiro país no qual fincou suas raízes a
Maçonaria Moderna. Lojas maçônicas isoladas fundadas por ingleses, parecem
haver existido neste país desde antes de 1700 ; mas tal fato não tem
comprovação histórica.
As primeiras quatro Lojas parisienses, sobre as que se tem notícias certas,
sereuniram em 1736, estando presentes cerca de 60 membros, e procedendo-
se pela primeira vez a eleição de um Grande Mestre na pessoa de Charles
Radcliff, conde de Derwentwater, fundador que foi da primeira Loja na
hospedaria Au Louis d'Argent.
Devendo este abandonar o país, foi eleito em 1783, em uma segunda
assembléia, como Grande Mestre ad vitam, Louis de Pardaillon, duque de
Antin, quem aceitou o cargo, apesar de o Rei Luis XV ter ameaçado com a
Bastilha ao francês que a aceitara.
Principia nessa época as primeiras graves hostilidades contra a Maçonaria,
tanto de caráter político como religioso. As primeiras suspeitas nasceram
quando ela já não se limitava a reunir entre si elementos estrangeiros, se não
que admitia igualmente a membros da nobreza e cidadãos ordinários,
fraternizando mutuamente com toda aparência de conspiração. Então as Lojas
foram vigiadas e se chegou até a suspende-las, aprendendo-se os Maçons e a
todos que os hospedassem; sem dúvida, tudo isto não obstruiu seu processo, e
as lojas seguiram reunidas, aumentando-se as precauções e até o lance a que
se expunham, mas atrativo em pertencer a mesma.
Essa última novidade não foi a princípio muito bem acolhida, e um artigo das
Ordenanças Gerais da "Grande Loja Inglesa da França" (como assim se
chamava então) não reconhecia os Mestres Escoceses, quanto aos direitos ou
privilégios acima dos três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. Sem
dúvida, doze anos mais tarde, repudiando-se o nome da Grande Loja Inglesa,
substituído pelo nome simples de "Grande Loja da França", e revisando-se os
Estatutos de Lojas, o privilégio de permanecer cobertos nas posses, assim
como o direito de inspecionar as Lojas restabelecendo a ordem quando fora
necessário.
O conde de Clermont, que em 1743 havia sido eleito em substituição ao duque
de Antin, não levou a sério o cargo aceito, e até transcorridos os primeiros
quatro anos não se atreveu a ostentar o título de Grande Mestre. Para esquivar
sua responsabilidade elegeu em princípio um substituto que não foi mais ativo
que ele, e depois um intrigante mestre de dança que levantou veementes
protestos, e recusa pela maioria dos componentes da Grande Loja a reunir-se
sob sua presidência. Apesar de haver sido, em 1762, revogado seu cargo e
substituído pelo Deputado Grande Mestre e não obstante a boa vontade deste,
não se pode evitar a anarquia, que levou as Lojas a autonomia mais completa,
dissolvendo-se praticamente a Grande Loja; esta, por mandato do rei, foi
suspensa em 1767, quatro anos antes da morte do conde de Clermont.
Nessa ocasião foi novamente convocada, sendo eleito como Grande Mestre o
duque de Chartres. E como desde um princípio não se faziam demasiadas
ilusões os maçons franceses sobre suas funções essencialmente honoríficas,
se nomeou também, como Administrador Geral, ao duque de Luxemburgo,
destinado a substituí-lo efetivamente.
O duque de Luxemburgo, que teria então 33 anos, tomou como muito zelo e
ardor seu cargo, elaborando um plano completo de reorganização, convocando
em Assembléia, para aprová-lo, os representantes de todas as Lojas da
França. Ficou assim constituída a Grande Loja Nacional, sendo representadas
permanentemente nas mesmas, por meio de disputas (eleições), todas as
Lojas, juntas a autoridade central direta que tomou o nome de Grande Oriente
da França. Também se pôs fim ao privilégio dos Mestres de Lojas, que se
consideravam até então vitalícios, estipulando-se que todas as oficinas
elegeriam anualmente seus oficiais.
PRIMEIRO ANÁTEMA
O primeiro anátema contra a Maçonaria foi lançado como vimos, em 1738, pelo
papa Clemente XII, havendo preocupado muito o clero de então, de que
"homens de todas as religiões e de todas as seitas, satisfeitos com a
pretendida aparência de certa classe de honradez natural, se aliam em estreito
e misterioso laço". O segredo maçônico (cuja verdadeira natureza tratamos de
por em evidência nestes manuais) foi o ponto de acusação contra a Ordem. Os
homens em geral, e ainda mais as autoridades, divagam e desconfiam e tem
medo de tudo aquilo que não compreendem: a crença no mal (o verdadeiro
pecado original do homem) lhes faz supor que ali deva esconder-se algo mal e
indesejável, e portanto atribuem facilmente más intenções ainda que onde não
há o menor traço delas. Assim nasce a suspeita, e dessa passa facilmente à
acusação, à condenação e à perseguição.
A encíclica não teve o mesmo efeito em todos os países: ainda que os Estados
Pontifícios e a Península Ibérica, a qualidade de maçom se castigou até com a
pena da morte (e não faltaram à Maçonaria seus mártires), na França, pelo
contrário, nem essa encíclica nem a seguinte (que o Parlamento francês
O EXÓRDIO NA ITÁLIA
NA ALEMANHA E ÁUSTRIA
Na Holanda já havia Lojas em 1725, que se regularizaram dez anos mais tarde
sob a jurisdição da Grande Loja de Londres. Em 1757a Grande Loja
Providencial tinha treze oficinas e em 1770 se fez independente.
Na Suíça a cidade de Genebra e sua região foram os primeiros onde se
formaram Lojas Maçônicas; a vida da Sociedade foi ali muito ativa, porem não
menos agitada por causa das cisões internas que esgotaram suas energias.
Na Suécia a primeira Loja foi constituída em redor de 1735 pelo conde Axel
Ericson Vrede-Sparre, que foi iniciado em Paris quatro anos antes. Como
conseqüência da encíclica papal, o rei Frederico I ameaçou castigar com a
morte a participação em reuniões maçônicas, retardando assim o
desenvolvimento da Instituição. Depois, sem dúvida, os reis da Suécia se
distinguiram em proteger a Ordem, sendo atualmente uma de suas
características que os monarcas daquele pais unem a essa qualidade de Grão
Mestres. Uma Grande Loja se constituiu em 1761, reorganizando-se em 1780
com um rito especial de 12 graus, que rege na atualidade.
depois muitas outras nas principais cidades daquele pais. Cerca da metade do
século XVIII havia Lojas em todas as partes do mundo.
NA AMÉRICA
Washington foi iniciado em 1752, e durante toda sua existência tomou parte
muita ativa na vida maçônica: todos os atos de sua vida pública levam
impressos os imortais princípios da Instituição. Quando foi eleito Primeiro
Presidente dos Estados Unidos, prestou seu juramento sobre a Bíblia da St.
John.s-Lodge, e em 1793, quando se colocou a primeira pedra do Capitólio,
apareceu com as insígnias de Venerável honorário de sua Loja.
A atividade maçônica não sofreu nenhuma interrupção durante a campanha da
Independência, senão que constituíram nos partidos muitas Lojas regimentais
que contribuíram notavelmente a manter a união e o espírito de solidariedade
entre seus membros, fazendo mais íntimos os laços da disciplina exterior.
Também entre os adversários de ambos campos, o reconhecimento da
recíproca investidura maçônica deu lugar a muitos atos de generosidade e,
assim como em outros países tal circunstância punha em perigo vida e
liberdade, aqui não, poucos deveram uma ou outra coisa ao fato de serem
maçons.
Estes fatos, à parte que teve a Ordem no movimento de independência,
explicam a extraordinária difusão que teve depois a Maçonaria nesse pais, no
qual se contam atualmente 82 por 100 dos maçons do mundo inteiro.
NOVAS PERSEGUIÇÕES
OS "CARBONÁRIOS"
A MAÇONARIA NO SÉCULO XX E NA
PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI
O PODER DA MAÇONARIA ANGLO-SAXÔNICA
Ao longo do Século XX, a Maçonaria se expandiu e se acha hoje espargida
sobre todo o globo, entre os povos de todas as raças. Sem dúvida, o povo
anglo-saxão, o iniciador da idéia em sua atuação moderna, tem uma
supremacia indiscutível de superioridade numérica e organizadora, pois em
comparação com os maçons anglo-saxões os demais constituem uma exígua
minoria. Inglaterra segue a frente do movimento como custódia e defensora da
antiga tradição, e sua Grande Loja Unida é a continuação direta da que se
constituiu em 1717. Formam parte da mesma membros da família real, da
nobreza e do clero e homens de todas as crenças e todas as profissões,
trabalhando em perfeita harmonia com a tolerância mais completa de suas
opiniões individuais. Se contam, dependendo da Grande Loja Unida, mais de
900 Lojas com quase um milhão de maçons, repartidos em 70 Grandes Lojas
Provinciais, entre as quais 26 se acham nas colônias. A Grande Loja sustenta
muitas instituições de beneficência.
Não cremos que se deva dar demasiada importância a sua temporária eclipse
quase completa na Europa, devido a instalação e o triunfo dos regimes
totalitários.
Cremos melhor que a Maçonaria ganhará deste parênteses de inatividade, e
que ressurgirá inteiramente renovada, e mais forte eficiente, para enfrentar-se
com a tarefa social que a incube.
Nos ESTADOS UNIDOS cada Estado tem sua Grande Loja tradicional e sua
Grande Loja .Prince Hall, destinada exclusivamente a negros, totalizando mais
de 17.000 Lojas e mais de três milhões de maçons. Se praticam todos os ritos,
com predominância do Rito Escocês de 33 graus, e há Lojas por onde quer. Os
Templos Maçônicos colossais, que se acham nas principais cidades, dão uma
idéia do predomínio e magnitude do movimento. Se dá nas Lojas americanas
uma importância fundamental a idéia da fraternidade de todos os homens,
A MAÇONARIA EUROPÉIA
uma curta revivescência durante a guerra, no que chegou a ter em 1947 cerca
de 30 Lojas, foi novamente suprimida com o triunfo e a instalação sangrenta do
regime bolchevique, como "o engano mais contrário e infame que faz ao
proletário um burguesia inclinada para o radicalismo". Após mais de 70 anos de
comunismo, a Maçonaria russa pôde sair da clandestinidade e em 2003, a
Grande Loja da Rússia possuía 21 lojas em funcionamento.
Na Romênia existia também uma dezena de Lojas fundadas pelo Grande
Oriente da França e reunidas na Grande Loja independente e com a queda do
regime comunista, a maçonaria se reativou, chegando a 94 lojas e 2100
membros no ano de 2003.
NA AMERICA LATINA
A MAÇONARIA NO BRASIL
CONTEXTO HISTÓRICO E POLÍTICO DE SUA
INTRODUÇÃO NO BRASIL
Com a Fundação da Grande Loja de Londres em 24.06.1717, houve grande
propagação dos ideais maçônicos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade,
sendo a maçonaria responsável pelos movimentos libertários que derrubaram o
sistema colonial por todo o continente americano, iniciado a partir de
04.07.1776 com a Declaração de Independência dos Estados Unidos da
América, sendo também responsável pelo fim do absolutismo na Europa, a
partir da Revolução Francesa em 14.07.1789.
Nesse período, despertava a consciência nacional brasileira e o seu
crescente desejo de independência, avolumados depois das derrotas que
desde o começo do século XVIII vinham os brasileiros infligindo aos seus
colonizadores estrangeiros, mormente os holandeses e quase sem a
ajuda de seus colonizadores lusos. Para agravar, estes se mostravam
implacáveis e cruéis em estrangular qualquer sentimento nativista de
emancipação política do jugo estrangeiro.
Para dar suporte ao seu Supremo Conselho do Rito Escocês, Mário Behring
estimulou a criação de Grande Lojas estaduais . que já vinham sendo
montadas sigilosamente , outorgando-lhes Cartas Constitutivas emitidas pelo
seu Supremo Conselho. Foram assim criadas as Grandes Lojas da Bahia (que
havia sido fundada em 22 de maio de 1927), do Rio de Janeiro (fundada em 18
de junho de 1927) e de São Paulo (fundada oficialmente em 2 de julho de
1927), a que se seguiram outras.
Essas Grandes Lojas Estaduais e as Lojas que as compõem existem até hoje,
como Obediência estaduais independentes umas das outras e, para dar um
cunho nacional à sua existência, elas criaram, em agosto de 1950, uma
entidade denominada Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil - CMSB,
que é presidida em rodízio anual pelos Grão-Mestres das diversas Grandes
Loja estaduais e atualmente está sediada em Brasília.
Em 23 de maio de 1951, entrou em vigor uma nova Constituição do Grande
Oriente do Brasil, a partir da qual este passou a ser exclusivamente uma
Potência Maçônica Simbólica, separado física e administrativamente do
Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito e das demais
Oficinas Chefes de Ritos, sendo que as Constituições posteriores mantiveram a
completa independência entre o GOB e o seu Supremo Conselho.
A última cisão do GOB deu-se também por questões eleitorais, com o
surgimento dos Grandes Orientes estaduais independentes, congregando
Lojas que discordaram do resultado das eleições para o Grão-Mestrado Geral,
com volumosa retirada de lojas, queixosas quanto à estrutura de poder no
Grande Oriente do Brasil, que em 04 de agosto de 1973 fundaram a
Confederação da Maçonaria do Brasil . COMAB, com Sede em Brasília, que
atualmente congrega 16 Grandes Orientes independentes, dentre os quais o
Grande Oriente Paulista. Essa confederação tem por objetivo integrar a
atuação desses Grandes Orientes independentes e é presidida em rodízio
anual pelos Grãos-Mestres dos diversos Grandes Orientes independentes.
No entanto, muitas das reclamações ficaram superadas com as alterações
havidas posteriormente, principalmente a mudança da sede, em 1978, da
cidade do Rio de Janeiro para a nova Capital Federal do Brasil (Brasília, DF), o
que resultou no retorno de inúmeras das lojas dissidentes. De qualquer forma
ainda existem hoje algumas centenas de Lojas agrupadas nesses Grandes
Orientes independentes na maior parte dos Estados brasileiros.
Mais recentemente, há cerca de 10 anos surgiram as GRANDES LOJAS
UNIDAS, que estão em processo de formação, e pelo que consta, elas
estão em 9 estados brasileiros e funcionam nos mesmos moldes das
Grandes Lojas Estaduais e dos Grandes Orientes Independentes, e
através da COMUB (Confederação da Maçonaria Universal Unida no
Brasil), fundada a partir das Grandes Lojas Unidas do Brasil em 28 de
Julho de 2.002 na Cidade de Campo Grande, capital do Estado de Mato
Grosso do Sul, no Templo Palácio da união Maçônica (sede do Grão
Mestrado da GLUSA) estão se filiando à esta Confederação,
Obediências que até então não eram conhecidas, e que somando à elas,
já ocupam 17 estados do Brasil e contam com algumas Obediências
filiadas vindas de fora do país, como Bolívia, Portugal e Itália entre
outras.
CONCLUSÃO
A UNIDADE NA DIVERSIDADE
BIBLIOGRAFIA
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Aprendiz.
(http://www.acasadoaprendiz.com/aprendiz_fm_01.htm)
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∴
Ir:. Nilson Alves Garcia
www.higintel.com.br/nilson