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LIVRO DE BOLSO DO APRENDIZ-MAÇOM

José Robson Gouveia Freire, M∴I∴(*)

SUMÁRIO

PARTE I – MAÇONARIA (GENERALIDADES)

Introdução ........................................................................................................04
ORIGENS..........................................................................................................04
Maçonaria e Sociedade.....................................................................................07
O Papel do Maçom............................................................................................08
Aprendizado Maçônico......................................................................................09
Organização da Maçonaria...............................................................................10
Regularidade em Maçonaria.............................................................................11
Princípios gerais da Maçonaria.........................................................................12
Religião.............................................................................................................16
O sigilo maçônico..............................................................................................17
Silencio do Aprendiz.........................................................................................21
Salmo 133........................................................................................................21
Dia do Maçom..................................................................................................25
A Maçonaria e a Independência do Brasil.......................................................26
O Aprendiz e sua Iniciação..............................................................................28
A Condição para Ingressar na Maçonaria.......................................................30
Ser Livre..........................................................................................................32
Ser de Bons Costumes...................................................................................36

1. INICIAÇÃO..................................................................................................40

2. CÂMARA DE REFLEXÕES.........................................................................44

A Lâmpada......................................................................................................50
O Pão, a Bilha e a Água..................................................................................50
VITRIOL...........................................................................................................51
Sal e o Enxofre.................................................................................................51
Mercúrio Vital....................................................................................................52
O Galo...............................................................................................................52
Ampulheta.........................................................................................................52
Os Emblemas Fúnebres...................................................................................52
Advertências.....................................................................................................53
Testamento.......................................................................................................53

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3. VIAGENS PELOS NÍVEIS SUPERIORES DO AR, DA ÁGUA E DO FOGO ................... 54


A primeira viagem..............................................................................................55
A segunda viagem.............................................................................................56
A terceira viagem...............................................................................................57
No início era o verbo..........................................................................................61
Levantar templos à virtude.................................................................................63

PARTE II - MAÇONARIA – CONCEITOS

Questionário de 600 perguntas ...................................................................67/143

PARTE III - HISTÓRIA DA MAÇONARIA

APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . ...........................................................................144

PRIMEIRA PARTE: DAS ORIGENS ATÉ 1717.................................................144

Considerações Preliminares ...............................................................................144


A Doutrina Interior ...............................................................................................145
Os Mistérios ........................................................................................................146
A Unidade da Doutrina ........................................................................................147
A Hierarquia Oculta .............................................................................................148
As Comunidades Místicas ...................................................................................149
As Escolas Filosóficas ........................................................................................150
A Escola Gnóstica ...............................................................................................151
A Cabala Hebraica .............................................................................................151
Alquimia e Hermetismo ......................................................................................152
Templários e Rosacruzes ...................................................................................153
Espírito, Alma e Corpo ........................................................................................154
A Ars Structoria ...................................................................................................154
Maçonaria Operativa e Maçonaria Especulativa .................................................155
As Corporações Construtoras .............................................................................156
A Religião dos Construtores ...............................................................................157
O Grande Arquiteto do Universo .........................................................................158
As Primeiras Corporações ..................................................................................159
Os Construtores Fenícios ...................................................................................160
Construtores Gregos e Romanos .......................................................................160
As Corporações Medievais .................................................................................161
Os Maçons Aceitos..............................................................................................162
A Loja de São João..............................................................................................163

SEGUNDA PARTE: DE 1717 ATÉ O FINAL DO SÉCULO XIX

O Desenvolvimento Histórico da Maçonaria Moderna ........................................164


A Grande Loja de Londres ..................................................................................164
Primeiros Dirigentes ............................................................................................166
A Constituição de Anderson ................................................................................167

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Deveres Maçônicos .............................................................................................167


A Essência da Maçonaria Moderna ....................................................................168
Multiplicação das Lojas .......................................................................................169
O Desenvolvimento na Inglaterra ........................................................................169
A Maçonaria na França .......................................................................................171
Primeiro Anátema . .............................................................................................171
O Exórdio na Itália ..............................................................................................173
Na Península Ibérica (Portugal e Espanha) ........................................................174
Na Alemanha e Áustria........................................................................................175
Nos Demais Países da Europa ...........................................................................176
Na América ..........................................................................................................177
A Maçonaria na Primeira Metade do Século XIX.................................................178
Novas Perseguições ...........................................................................................179
Os Carbonários....................................................................................................180
Extensão da Maçonaria no Novo Continente ......................................................181
A Segunda Metade do Século XIX ......................................................................181

TERCEIRA PARTE: SÉCULO XX E PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI

O Poder da Maçonaria Anglo-Saxônica ..............................................................183


A Maçonaria Européia .........................................................................................184
Ásia, África e Oceania..........................................................................................186
Na América Latina ...............................................................................................187
O .Domínio Mundial. da Maçonaria......................................................................188

QUARTA PARTE: A MAÇONARIA NO BRASIL

Contexto Histórico e Político de sua Introdução no Brasil ..................................189


Período Colonial (1768 a 1822)...........................................................................189
Período Monárquico (1822 a 1889).....................................................................191
Período Republicano (1889 em diante) ..............................................................192

QUINTA PARTE: CONCLUSÃO .........................................................................197

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................198

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Introdução

O presente trabalho, fruto de laboriosas pesquisas da nossa Arte, brotou da


necessidade sentida de buscar respostas às naturais dúvidas de todo aquele
que se inicia no Mistério Maçônico. Resolvi fazer um guia pratico para
consultas.

Este porém talvez não satisfará tão cabalmente, devido á vastidão e


complexidade do assunto, e também não tenho nenhuma pretensão de
apresentar nenhuma originalidade.

A maior dificuldade em vencer foi a de encontrar, selecionar e compilar


todas matérias que se acham na ampla bibliografia maçônica.

Este se divide em três partes: Historia da Maçonaria do Brasil, Instruções do


Grau de Aprendiz com perguntas e respostas e Iniciação.

A Maçonaria possui um “SEGREDO”. Todo aquele que procura admissão em


seus mistérios para desvendá-lo jamais logrará êxito. Somente aquele que
contaminar-se pela beleza da Arte Maçônica, permitindo que a Maçonaria
penetre no fundo do seu Ser, poderá, um dia, cruzar o véu de Isis e triunfar
no êxtase do descobrimento do Segredo que não se encontra em parte
alguma mas no Todo Unificado.

ORIGENS

Se pesquisarmos e estudarmos isentos de paixões e ânimos, chegaremos a


decepcionante conclusão de que existe muita insegurança e uma grande
confusão entre os que pretendem explicar as origens da Maçonaria,
vejamos então as várias teorias defendidas ou difundidas:

1. Deus iniciou Adão na Maçonaria


2. Desde que o homem formou a primeira sociedade com a finalidade de
lutar contra a opressão e pela liberdade.

3. Civilização Persa, com mais de cem mil anos de existência, se


considerarmos que estes já tinham as suas sociedades secretas,
encerrando no meio destas a guarda dos conhecimentos místicos e
científicos.

4. Em 529 com a fundação da Ordem dos Beneditinos, já que estes


receberam de seu fundador a iniciação e seus fundamentos.

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5. Século X, com a Confraria de York, precisamente em 926, sendo esta


a primeira associação que a historia registra onde aparece a
denominação Franco-maçom, bem como a sua ordem hierárquica de;
Aprendiz, Companheiro e Mestre.

6. No século XI, com a fundação dos “obreiro construtores de ogivas” na


Alemanha.

7. No século XIII, quando os leigos já conhecedores dos segredos da


construção bem como da forma de associação e aprendizado, se
tornam independentes da Ordem dos Beneditinos.

8. Em 1498, quando o Imperador Maximiliano I resolve legalizar as


associações de construtores.

9. No século XV com a “Constituição de York”, codificação das


organizações de construtores, já decadentes e portanto pela
necessidade de instrui-las e moraliza-las.

10.Em 1717, quando o naturalista João Theophilo Degulier e o ministro


protestante Jaques Anderson reuniram os membros das Lojas
existentes para uma reunião no Albergue da Macieira, em Londres,
na Inglaterra, com a finalidade de congrega-las, com o entendimento
entre estas, desaparece a figura das antigas sociedades, e entra em
cena a “Franco Maçonaria”.

11.Em 1723, com a Constituição dos Maçons Livres e Aceitos


(Constituição de Anderson).

Todas as pesquisas criteriosas, referentes às origens da Maçonaria,


convergem à Idade Média. Portanto as alegações dos que defendem épocas
remotas em torno do nascedouro maçônico não passam de suposições
fictícias, hipóteses fabulosas, obviamente contrárias às provas documentais,
aos indícios confiáveis ao proverbial bom-senso dos autênticos estudiosos e,
enfim, contrárias à seriedade caracterizadora da História Universal.

A Maçonaria da maneira que conhecemos hoje, que é também conhecida


como Franco-maçonaria (nome que tem origem nos mestres de obras das
catedrais medievais, conhecidos na Inglaterra como Freestone mason), é,
antes de tudo, uma associação voluntária de homens livres, cuja origem se
perde na Idade Média, se considerarmos as suas origens Operativas ou de
Ofício. Modernamente, fundada em 24 de junho de 1717, com o advento da
Grande Loja de Londres, agrupa mais de onze milhões de membros em todo
o mundo. É o mais belo sistema de conduta moral, que pretende fazer com
que o Iniciado seja capaz de vencer suas paixões, dominar seus vícios, as
ambições, o ódio, os desejos de vingança, e tudo que oprime a alma do
homem, tornando-se exemplo de fraternidade, de igualdade, de liberdade
absoluta de pensamento e de tolerância.

Em função disso, os objetivos perseguidos pela Maçonaria são: ajudar os


homens a reforçarem o seu caráter, melhorar sua bagagem moral e
espiritual e aumentar seus horizontes culturais.

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É uma sociedade fraternal, que admite a todo homem livre e de bons


costumes, sem distinção de raça religião, ideário político ou posição social.
Suas únicas exigências são que o candidato possua um espírito filantrópico
e o firme propósito de tratar sempre de ir em busca da perfeição.

Simbolicamente, o Maçom vê-se a si mesmo como uma pedra bruta que


tem de ser trabalhada, com instrumentos alegóricos adequados, para
convertê-la em um cubo perfeito, capaz de se encaixar na estrutura do
Templo do Grande Arquiteto do Universo.

Ela se fundamenta na crença em um Ser Superior ou Deus, ao qual


denominamos Grande Arquiteto do Universo, que é o princípio e causa de
todas as coisas. Parece rígida em seus princípios, mas é absolutamente
tolerante com todas as pessoas, ensinado aos iniciados que é mister
respeitar a opinião de todos, ainda que difiram de suas próprias, desafiando
a todos à mais sincera Tolerância. A Ordem não visa em hipótese alguma
lucro ou benefício, pessoal ou coletivo.

Uma pessoa para se iniciar na Maçonaria, tem que ser apresentado e


avalizado por maçom, ser livre, de boa reputação junto a sociedade,
exigindo dele, unicamente que possua espírito filantrópico, o firme propósito
de estar sempre em busca da perfeição e que acredite em Deus.

A Maçonaria é rígida em seus princípios, mas é tolerante com as pessoas,


ensinando-as a respeitar as diversas opiniões por mais antagônicas que
sejam, incitando a prática sincera da tolerância.

Seu objetivo e ajudar ao homem a reforçar seu caráter, melhorar a sua


visão moral e espiritual, procurando assim aumentar o seu horizonte
mental.

Aos maçons, é exigido através dos seus “Landmarks” que proclamem os


seguintes princípios:

1. Amem a Deus, a sua pátria e a humanidade.

2. Pratiquem a beneficência se modo discreto, e sem humilhar.

3. Pratiquem a solidariedade maçônica nas causas justas, fortalecendo


assim os laços maçônicos de fraternidade.

4. Defendam os direitos e garantias individuais do homem.

5. Considerem o trabalho digno e lícito como dever do homem.

6. Exijam de seus membros boa reputação moral, cívica, social e familiar,


pugnando pelo aperfeiçoamento dos costumes.

7. Sejam tolerantes para com toda forma de manifestação de


consciência, de religião ou de filosofia, cujos objetivos sejam os de
conquistar a verdade, a moral, a paz e o bem social.

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8. Lutem pelo princípio da equidade, dando a cada um o que for justo, de


acordo com sua capacidade, obras e méritos.

9. Combatam o fanatismo, as paixões, o obscurantismo e os vícios

10. Simbolicamente, o maçom se vê como uma pedra bruta, que


trabalhando com suas ferramentas alegóricas e adequadas, procura
converter-se em um cubo perfeito e polido, para assim poder encaixar-
se justo e perfeito na estrutura do Templo do Grande Arquiteto do
Universo.

Há três graus em Maçonaria. Outros corpos conferem graus adicionais, até


o 33º no Rito Escocês, mas nas lojas normais ou simbólicas, tem-se os
graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

A maioria das lojas tem reuniões regulares e semanais e congregam-se em


Potências Maçônicas, chamadas Grandes Orientes ou Grandes Lojas.

Muitas lendas envolvem a Maçonaria, mas muito poucos sabem o que ela
representa na realidade, temos aqui algumas definições:

Nas palavras de Wilmshurst: “Maçonaria é um sistema sacramental que,


como todo sacramento, tem um aspecto externo visível, consistente em seu
cerimonial, doutrinas e símbolos, e outro aspecto interno, mental e
espiritual, oculto sob as cerimônias, doutrinas e símbolos, e acessível só ao
maçom que haja aprendido a usar sua imaginação espiritual e seja capaz de
apreciar a realidade velada pelo símbolo externo.”

Nas palavras de Lincoln: “A mais sublime de todas as Instituições é a


Maçonaria, porque prega e luta pela fraternidade, que cultiva com
devotamento; porque pratica a tolerância; porque deseja a humanidade
inteirada em uma só família, cujos seres estejam unidos pelo amor,
dominados pelo desejo de contribuir para o bem do próximo. É uma honra,
para mim, ser maçom.”

Nas palavras de Newton: "A Maçonaria não é uma obra de época; pertence
a todas as épocas e, sem aderir a nenhuma religião, encontra grandes
Verdades em todas elas. A Maçonaria ostenta a Verdade comum às religiões
superiores que formam a Abóbora de todos os credos. Não se apoia senão
em dois sustentáculos extremamente simples: o amor a Deus e o amor ao
Homem, que leva a si a Divindade e caminha para Ela."

Maçonaria e Sociedade

A Maçonaria exige de seus membros, respeito às leis do país em que cada


Maçom vive e trabalha. Os princípios Maçônicos não podem entrar em
conflito com os deveres que como cidadãos têm os Maçons. Na realidade
estes princípios tendem a reforçar o cumprimento de suas responsabilidades
públicas e privadas.

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A Ordem induz seus membros a uma profunda e sincera reforma de si


mesmos, ao contrário de ideologias que pretendem transformar a
sociedade, com uma sincera esperança de que, o progresso individual
contribuirá, necessariamente, para a posterior melhora e progresso da
Humanidade. E é por isso que os Maçons jamais participarão de
conspirações contra o poder legítimo, escolhido pelos povos. Para um
Maçom as suas obrigações como cidadão e pai de uma família, devem,
necessariamente, prevalecer sobre qualquer outra obrigação, e, portanto,
não dará nenhuma proteção a quem agir desonestamente ou contra os
princípios morais e legais da sociedade.

Em suas Lojas são expressamente proibidos o proselitismo religioso e


político, garantindo assim a mais absoluta liberdade de consciência, o que
lhe permite permanecer progressista, sobrevivendo às mais diversas
doutrinas e sistemas do mundo.

Curioso é perceber que sempre onde faltou a Liberdade, onde grassou a


ignorância, foi aí que a Maçonaria foi mais contundentemente perseguida,
tendo sido inclusive associada aos judeus durante o período de intenso anti-
semitismo da Europa Ocidental, nos primeiro e segundo quartos deste
século.

O Papel do Maçom

A maçonaria mudou muito desde sua criação até os dias de hoje.


Juntamente com ela mudaram os seus membros, os maçons. Todos os tipos
de maçonaria já existentes exigiram um determinado comportamento de
participantes, de acordo com o momento, com o local, com a sociedade. No
entanto, em todas elas foi exigido que seus maçons adquirissem
conhecimentos, e através da discussão desses conhecimentos chegassem à
sabedoria, pois para uma sociedade que tenciona a liberdade, a igualdade e
a fraternidade em todo o mundo sabe que só com sabedoria se consegue
alcançar esses objetivos.

O conhecimento é a aquisição de informações e estas se consegue através


de leituras, conversas, observações, filmes, etc. Mas o conhecimento sem a
sabedoria leva a atos que podem ser usados para o bem e também para o
mau. Temos como exemplos os homens que fazem muitos cursos de vários
graus, formam-se em diversas profissões e não mudam seu comportamento
perante o mundo, a sociedade ou mesmo em relação a sua família. Vemos
os governos formados por esses homens que pouco se preocupam com a
sociedade, atingem um grau de corrupção altíssimo e tentam perpetuar
essa situação através da própria família e de correligionários.

A sabedoria é aplicação dos conhecimentos adquiridos para o bem da


humanidade, de forma a levar todos os homens a alcançarem também a

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sabedoria, e com ela todos cresçam em todos os níveis. A sabedoria prega a


igualdade, que provoca a fraternidade e as duas levam à liberdade.

A maçonaria precisa promover, dentro de seus quadros, a discussão de


informações de todos os tipos, de todas as épocas e trazer isso a reflexão
de seus membros e cobrar de todos eles uma reflexão séria. O quadro
maçônico deve dar bons exemplos de comportamento à sociedade e com
isso transformar essa sociedade, começando pela própria família do maçom.

A maçonaria, de tempos imemoriais, precisa continuar sendo A Maçonaria,


Ordem Universal formada de homens de todas as raças, credos e
nacionalidades, acolhidos por iniciação e congregados em Lojas, nas quais,
por métodos ou meios racionais, auxiliados por símbolos e alegorias,
estudam e trabalham para a construção da SOCIEDADE HUMANA, fundada
no AMOR FRATERNAL, na esperança de que o AMOR ao GRANDE
ARQUITETO DO UNIVERSO, À PATRIA, À FAMÍLIA e ao PRÓXIMO, com
Tolerância, Virtude e Sabedoria, com a constante e livre investigação da
Verdade, com o progresso do Conhecimento Humano, das Ciências e das
Artes, sob a tríade LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, dentro dos
princípios da Razão e da Justiça, propugna para que o mundo alcance
FELICIDADE GERAL e a PAZ UNIVERSAL.

O papel do maçom de hoje continua sendo de grande importância, mas


agora está no âmbito das idéias, do comportamento, do crescimento como
pessoa. A luta agora é por valores intelectuais, não mais de uma classe,
mas de toda a humanidade.

Aprendizado Maçônico

A transmissão dos preceitos Maçônicos se faz através de cerimônias


ritualísticas, ricas em alegorias, que seguem antigas e aceitas formas, usos
e costumes, que remontam às guildas dos construtores de Catedrais da
Idade Média, usando inclusive as mesmas ferramentas do Ofício de
pedreiro. Este aprendizado passa pela necessidade de todo iniciado
controlar as suas paixões, de submeter a sua vontade às Leis e princípios
morais, amar a sua família e à sua Nação, considerando o trabalho como
um dever essencial do Ser Humano. O sistema de aprendizado está assente
sobre a busca, por parte de cada Irmão, no seu trabalho dentro da Ordem,
e respectivo ao seu Grau, de um aperfeiçoamento interior, em busca da
perfeição, para fazer-se um Homem bom, Um Homem melhor.

A Maçonaria estimula a prática de princípios nobres, tais como: Gentileza,


Honestidade, Decência, Amabilidade, Honradez, Compreensão, Afeto

Para os membros da Ordem todos os Homens, fazem parte da Grande


Fraternidade Humana, portanto, todos são Irmãos, independentemente de

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Credo, Política, Cor, Raça ou qualquer outro parâmetro que possa servir
para dividir os homens.

Os Três Grandes Princípios sobre os quais está fundamentada a busca do


progresso e da auto-realização do Maçom são:

O Amor Fraterno: O verdadeiro Maçons mostrará sempre a mais profunda


tolerância e respeito pela opinião dos demais, portando-se sempre com
compreensão.

Ajuda e Consolo: Não só entre os Maçons, mas com toda a Comunidade


Humana.

Verdade: É o princípio norteador da vida do Maçom, mesmo porque faz-se


necessária toda uma vida para chegar-se próximo de ser um bom Maçom.

Organização da Maçonaria

Desde a fundação da Grande Loja de Londres, em 24 de junho de 1717, as


Loja Maçônicas têm-se organizado em Obediências, sejam elas Grandes
Lojas ou Grandes Orientes.

Os Maçons estão reunidos em Lojas, que se reúnem regularmente uma vez


por semana, geralmente. A verdadeira e antiga Maçonaria, divide-se em
três Graus Simbólicos que compõem as Lojas Azuis: Aprendiz,
Companheiro, Mestre.

Em regra as Grandes Lojas recebem reconhecimento da Grande Loja Unida


da Inglaterra, que se arroga o direito de guardiã da ortodoxia maçônica, de
evidente cunho teísta, enquanto que os Grandes Orientes, são reconhecidos
pelo Grande Oriente da França, fiel ainda à constituição de Anderson de
1723, com evidente influência iluminista, e caracterizado por uma profunda
tolerância.

Porém esta regra não é universal, até porque não existe uma autoridade
internacional que confira regularidade Maçônica. Portanto, temos em cada
país uma Potência ou Obediência Maçônica, ou ainda, como acontece no
Brasil, um Grande Oriente do Brasil, soberano, e as Grandes Lojas estaduais
e Grandes Oriente independentes estaduais, também soberanos e que não
prestam obediência ao GOB. É por isso que em nosso país temos mais de
cinqüenta obediências regulares.

Ora, cada Obediência goza de absoluta soberania e independência em sua


base territorial, sem que isso implique num completo desregramento.
Exemplo disso é a Confederação Maçônica Brasileira, que reúne num foro
único os Grandes Orientes estaduais, para que se promovam estudos sobre
temas importantes de liturgia e ritualística, que exigem uma determinada

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unidade. A COMAB apenas sugere a aceitação destas determinações, o que


geralmente é bem vindo.

O Grande Oriente de Santa Catarina, Obediência Maçônica independente, é


governado por um Grão-Mestre, eleito entre os Mestres Maçons,
assessorado por um Grande Conselho. Existem também uma Câmara
Legislativa e um Poder Judiciário. O GOSC tem uma Constituição e um
Regulamento que regem o ordenamento jurídico da Potência.

As unidades administrativas do Grande Oriente constituem-se das Lojas,


onde estão congregados os Maçons, sob a liderança de um Venerável
Mestre, eleito para um mandato de um ano.

Regularidade em Maçonaria

A regularidade Maçônica refere-se a um conjunto de deveres a que estão


sujeitos os Maçons, suas Lojas e sua Obediência, os quais podemos resumir
em três aspectos principais:

Legitimidade de Origem: Um Grande Oriente ou Grande Loja necessita, para


ser regular do reconhecimento e da transmissão da Tradição, por outro
Grande Oriente ou Grande Loja previamente regular junto às outras
Potências, tendo assim uma Regularidade de Origem.

Respeito às antigas regras: A principal regra a ser seguida é a Constituição


de Anderson, de 1723, formulada por Anderson, Payne e Desaguilliers, para
a recém-fundada Grande Loja de Londres. Podemos, no entanto, levantar
cinco pontos fundamentais para Regras que devem ser respeitadas:

1. Absoluto respeito aos antigos deveres, que estão reunidos em forma


de Landmarks;

2. Só é possível aceitar homens livres, respeitáveis e de bons costumes


que se comprometam a por em prática um ideal de Liberdade, Igualdade
e Fraternidade;

3. Ter sempre como objetivo o aperfeiçoamento do Homem, e como


conseqüência, de toda a Humanidade;

4. A Maçonaria exige de todos os seus membros a prática escrupulosa


dos Rituais, como modo acesso ao Conhecimento, através de práticas
iniciáticas que lhe são próprias;

5. A Maçonaria impõe a todos os seus membros o mais absoluto respeito


às opiniões e crenças de cada um, proibindo categoricamente toda
discussão, proselitismo ou controvérsia política ou religiosa em suas
Lojas.

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Reconhecimento: Além das condições anteriores, para que uma Obediência


seja regular, ela deve ser reconhecida por outras, geralmente após um
tempo de observação. No entanto, o reconhecimento não é incondicional,
pois caso o Grande Oriente ou Grande Loja desvie-se destes preceitos, ele
deixa de ser regular, perdendo reconhecimento.

“Nunca houve nem nunca haverá um Homem que tenha um conhecimento


certo dos deuses e de tudo aquilo de que eu falo. Se, mesmo por acaso, lhe
acontecesse dizer toda a verdade, nem disso se daria conta. Todos se
apóiam na aparência.”

PRINCÍPIOS GERAIS DA MAÇONARIA

As Constituições das Potências Maçônicas Modernas, geralmente, contêm


princípios gerais a serem seguidos pelos Maçons.

I – “A Maçonaria é uma Instituição essencialmente iniciática, filosófica,


educativa, filantrópica e progressista. Proclama a prevalência do espírito a
matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da
humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da pratica
desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.
Seus fins supremos são: a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.”

A palavra INICIAÇÃO vem do latim INITIARE, de início ou ainda IN, para


dentro. Começar de novo morrendo para o mundo profano, sectário e
fanático que possibilitará a realização da gnose transcendental.

A Iniciação como drama, oferece a oportunidade de adentrarmos o


inconsciente adormecido onde o Iniciador depositará o segredo maçônico de
tal forma que, somente individual e misticamente, será compreendido, não
se revelando por intenção, mas por ideal de operar a arte na construção dos
símbolos, que refletirá a sinceridade, o fervor e a persistência no estudo e
na prática.

Nossa doutrina é interior, oculta e esotérica. Manifesta-se pela via iniciática,


induzindo o buscador a um estado reflexivo somente alcançado quando
ingressa no estado particular de consciência conhecido pelos antigos como
VITRIOL.

Temos a real oportunidade do conhecimento primeiro que nos torna


verdadeiramente irmãos pelo saber. Nosso pai é o Grande Arquiteto do
Universo e nossa Mãe a Loja que nos fez ver a Luz do Espírito quando gerou
no útero o futuro construtor, livre do fanatismo, companheiro inseparável

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da ignorância. Sendo filosófica, propõe o conhecimento de si mesmo e do


ambiente dialético das realidades platônicas e afins. Educativa porque
reproduz os Mistérios dos antigos nos Templos onde a palavra é ensinada.
Filantrópica, não essencialmente em si mesma, mas na realização de seus
pares e, finalmente, progressista porque transforma a pedra bruta no ouro
fino do saber elevado; e exaltado na morte do Mestre.

Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria quando nos ensina a


percorrer a senda da materialidade própria do aprendiz que deve buscar a
linguagem e princípios da trindade sobreposta ao quadrado. Logo,
compreenderá que sempre estará abaixo do grau colado pois, ao recebê-lo,
ainda não o existenciou.

O aperfeiçoamento moral conduz-nos à Iluminação. Uma Loja


verdadeiramente iluminada e aquela onde brilha um conjunto de pequenas
luzes que, refletindo na contraparte Macrocósmica o Ideal Maçônico,
distribuirá em forma de cascata nossas intenções e virtudes para um mundo
enegrecido por nossa arrogância e intolerância. Este é o esoterismo da
beneficência desinteressada da investigação constante da verdade
maçônica.

Um pretendente ao ingresso na Maçonaria deve ser livre e de bons


costumes e acreditar num Criador, normalmente chamado de Grande
Arquiteto do Universo.

Livre é aquele não comprometido com a vulgaridade, o excesso de arbítrio


em conflito com o interesse alheio. Bons costumes é o super ego acorde os
parâmetros da sociedade em que se vive. O conceito de um Grande
Arquiteto, o Princípio Inteligente, a Atualidade por trás de nossas
realidades, é a grande síntese iniciática que nos iguala na experiência
íntima, pessoal e irrevelável. Brotando do instinto mais primitivo como
essência sem forma, com algo a ser alcançado, o Grande Arquiteto do
Universo é, nós desejamos ser. Como homens iluminados, admitidos pela
porta de São João, guiados pelos Senhores da Sabedoria que constituem a
Grande Ordem Maçônica, deixaremos de maneira justa e perfeita a Babel
Profana e compreenderemos a verdadeira Fraternidade, nossa origem
comum desde a noite dos tempos, compreendendo que o nosso futuro é o
agora, nossa primeira e grande passagem pela porta mística do norte,
estreita para o nosso corpo, pequena para a nossa altura, mas infinitamente
grande no seu interior, que nos faz humildes buscadores na primeira prova
da terra, quando começaremos a compreender a trilogia sintetizadora dos
objetivos construtores do Homem novo numa humanidade renovada.

Desta forma, devemos admirar a divisa LIBERDADE, IGUALDADE e


FRATERNIDADE.

II – “Condena a exploração do Homem, dos privilégios e as regalias


indevidas, enaltece o mérito da inteligência e da virtude, bem como o valor
demonstrado na prestação de serviço à Ordem, à Pátria e à Humanidade.”

Se o nosso Templo representa o Universo, o homem manifesta a vida que


dá movimento ao universo representado na direção da uniformidade social,

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onde o mais forte não é aquele que mata, mas aquele com maior
capacidade de servir. Os privilégios e regalias não são compatíveis com uma
sociedade que não exige do candidato sangue real, raça eleita ou
determinado credo. Somente um coração puro, mente e corpo limpos, um
desejo profundo de conhecimento, maior do que a própria vida que o
direcionará virtualmente para a dignidade de ser reconhecido como Pai e
Concidadão de sua Pátria.

Concluído este apostolado, o Iniciado compreenderá o serviço maior que


deverá prestar à HUMANIDADE.

III – “Afirma que o sectarismo político, religioso ou racial é incompatível


com a universalidade do espírito maçônico. Combate a ignorância, a
superstição e a tirania.”

Quando a Maçonaria adotou o lema LIBERDADE, IGUALDADE e


FRATERNIDADE, pretendeu uma emancipação das classes sociais, de forma
justa e perfeita, independente do credo religioso, social ou raça. Abjurando
o dogmatismo, tendo ainda na memória os horrores da Inquisição, nossa
Arte extirpa de suas colunas o adorador do bezerro de ouro, o autocrático e,
muito principalmente o ignorante que não sabe levantar templos à virtude
nem cavar masmorras aos vícios.

IV – “Proclama que os Homens são livres e iguais em direitos e que a


tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas para que
sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um.”

Mais uma vez o legislador enfatiza o princípio da liberdade responsável.


Livres em seus direitos e não anárquicos em suas vontades. Ensina-nos este
princípio que para termos nosso direito respeitado deveremos usar de toda
tolerância para com o direito do nosso semelhante, cujas convicções devem
dignificá-lo e não desconsiderá-lo.

V – “Defende a plena liberdade de expressão do pensamento como direito


fundamental do ser humano, admitida a correlata responsabilidade.”

A Maçonaria propugna o Estado de Direito onde todos tenham o inalienável


direito de livre expressão sendo igualmente responsável, perante a Lei, por
suas palavras e condutas.

VI – “Declara que o trabalho é um direito inalienável e um dever social do


Homem, dignificante e nobre em qualquer de suas formas e finalidades.”

Nossa Arte propugna o direito ao trabalho. Estimula os IIr.’. na direção


constante do progresso laborativo para ele e para os seus semelhantes,
criando sempre que possível, oportunidade para aqueles que não desejam
permanecer no ócio. Nivela o homem pelo trabalho e não pela titularidade.

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VII – “Considera irmãos todos os maçons, quaisquer que sejam suas raças,
nacionalidades e crenças.”

O Maçom se irmana pelo conhecimento, pela solidariedade e por sua origem


simbólica que se perde na noite dos tempos. Se o Templo é o arquétipo da
solidariedade humana, o Homem deve se considerar o arquétipo da
fraternidade universal.

VIII – “Sustenta que são deveres essenciais do Maçom: amar a família,


servir com fidelidade e devotamento à Pátria e obedecer à Lei.”

Sábia em sua proposição, a Maçonaria estimula a alquimia do amor na sua


própria fonte: A FAMÍLIA.

Partindo do conceito do reto proceder em sua própria casa, o Maçom terá a


oportunidade de dignificar sua cidadania no serviço desinteressado ao seu
País, defendendo intransigentemente sua Carta Magna.

A Maçonaria, como um Estado dentro do Estado, estabelece em todos os


quadrantes os direitos das minorias, o livre expressar, tudo de acordo com
Lei votada por homens livres e de bons costumes.

IX – “Determina que os Maçons estendam e liberalizem os laços fraternais


que os unem entre si a todos os Homens esparsos pela superfície da Terra.”

Aqui nos deparamos com o ideal da FRATERNIDADE UNIVERSAL. Nossa Arte


não elitiza suas fileiras mas, abrindo suas portas ao buscador de boa
vontade, pretende transformar a sociedade internacional pelo conhecimento
da via iniciática, depositando num futuro qualquer a filosofia Maçônica no
coração dos herdeiros da LUZ.

X – “Recomenda a divulgação de sua doutrina pelo bom exemplo e por


todos os meios de expressão do pensamento, opondo-se terminantemente
ao recurso à forca e à violência.”

Aqui desmistifica-se magistralmente a acusação que nos fazem os inimigos


da Arte Real, de que somos uma Sociedade SECRETA que não permite a
informação do seu conhecimento aos outros.

Somos sim, uma Sociedade PRIVATIVA. Privativa daqueles que se


qualificaram por mérito e capacidade.

Privativa daqueles que, compreendendo seus Mistérios farão cumprir seus


princípios. Seria uma Reunião do Presidente da República com seus
Ministros privativa ou secreta? Evidentemente que as decisões do Conselho
de Defesa de qualquer Potência Mundial é privativa de seus pares no
interesse dos seus nacionais, sendo, no máximo, CONFIDENCIAL.

XI – “Adota sinais e emblemas de elevada significação simbólica que, além


de utilizados nos trabalhos das oficinas, servem para que os Maçons se
reconheçam e se auxiliem onde quer que se encontrem.”

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Muito mais do que um meio de reconhecimento entre os maçons, ao lado de


palavra e do toque, os sinais e emblemas pretendem estabelecer uma
linguagem comum e universal, acessível a todos obreiros sem distinção
cultural, social ou racial. Sendo possuidora do SEGREDO DA PALAVRA, outra
coisa não pretende senão o aperfeiçoamento do HOMEM, seu mais elevado
EMBLEMA que pelo auxílio mútuo finalmente compreenderá NOSSA ORIGEM
COMUM.

Religião

A Maçonaria, confirma e complementa a fé religiosa. Os princípios da nossa


Ordem são baseados nos mesmos preceitos morais que fundamentam toda
fé verdadeira. Todo Maçom deve crer na Existência de um SER SUPREMO
(DEUS). Ele deve lutar para viver moralmente em conformidade com os
mais altos padrões de caracter individual e conduta social.
Consequentemente, todo Maçom aceita e executa os “Regulamentos da
Ordem,” trabalha toda a sua vida para cumprir os objetivos da Maçonaria,
que são; a filantropia para os necessitados e o amor fraterno para todos os
membros da raça humana.

A Maçonaria tem sempre as suas portas abertas para todos os homens


livres e de bons costumes e de todas as fés e crenças religiosas, que creiam
no Supremo Arquiteto do Universo e na imortalidade da alma. Através de
procedimentos e símbolos o maçom se prepara para receber a graça
espiritual. Com uma fundamentação moral interna rígida, a Maçonaria
trabalha para que os homens possam melhorar o seu edifício interior, sendo
assim, cada Irmão dentro das Oficinas ou Lojas, seja através do seu
trabalho ou dos outros Irmãos, Construirá o seu Templo Interior com os
melhores princípios éticos e morais, ganhando a humanidade um
Mensageiro Realizador da Vontade do Supremo Arquiteto do Universo.

A Fé de um maçom, após Ter percorrido os estreitos caminhos da sua


iniciação, que, Infelizmente, em alguns casos poderá levar toda a sua vida,
está muito acima do sectarismo estreito e das limitações dos Dogmas. O
maçom trabalhará incansavelmente para imitar a perfeição do seu Criador.

A maçonaria não é um credo ou seita religiosa, o maçom busca a sabedoria


contida em todos os Grandes Livros Sagrados reconhecidos pela Fé
Universal, da Bíblia ao Alcorão. Crendo que neles encontra e sempre
encontrará, os meios para buscar e promover a felicidades neste mundo e
aguardar a sua recompensa no próximo. Portanto, a Maçonaria estará
sempre com as suas Portas Abertas, para receber todos os Homens Livres e
de Bons Costumes, sejam eles, Cristãos, Judeus, Muçulmanos, Budistas,
etc, bons homens de todas as religiões, que verdadeiramente aspirem viver
segundo a vontade do Criador.

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A Maçonaria é uma filosofia e uma Fraternidade, onde os homens bons se


“encontram no Nível e se separam no Quadrado.” Isto une todos maçons
através de um laço místico de irmandade sincera e amor mútuo. Fé e
trabalho, alma e corpo, coração e mão estão sempre unidas entre os
Maçons, por isto, em toda lugar onde trabalha, a Maçonaria levará PAZ E
HARMONIA PARA HONRAR O CRIADOR E SERVIR A HUMANIDADE.

Os objetivos da Maçonaria complementam e não contradizem as crenças


religiosas, como alguns dos seus inimigos querem fazer crer.

A Maçonaria é uma fonte e uma poderosa força universal, que promove a


melhora espiritual do indivíduo e deste na sociedade.

O SIGILO MAÇÔNICO

Em todas as religiões orientais herméticas, desde as praticadas na China,


Índia, Egito, Grécia e outras, o processo de ensinamento consta de duas
vertentes: a primeira, é o discurso livre, exotérico, para o conhecimento de
todos, do povo em geral, sem reservas, em que pese o seu singelo estado
cultural. O outro, é o processo esotérico, reservado aos homens
rigorosamente selecionados, segundo o seu maior potencial e mais
adiantado estado cultural, para a “iniciação” nos mistérios religiosos. Esses
serão preparados devidamente para entrar na posse do conhecimento da
verdade. Neste último ensinamento é que reside a exigência do “Sigilo”,
para que os mistérios religiosos não sejam divulgados àqueles que não
estão preparados para conhecê-los.

Como teria surgido nas religiões antigas a necessidade de se manter sigilo ?

Presume-se que nos idos do pós Dilúvio, quando prevalecia na terra as


religiões na forma de idolatria, os judeus decidiram formar uma ordem
religiosa distinta, a qual acolheria não somente os filhos de Israel mas,
também, os gentios que tradicionalmente professavam a fé no mesmo
Deus. Num dado momento em que a prática da religião tornou-se perigosa,
para fugir à perseguição, para preservar os seus segredos, tiveram que
lançar mão do artifício de ministrar os seus ensinamentos religiosos através
de símbolos. Dentre os povos idólatras, os segredos religiosos sempre
estiveram somente nas mãos dos sacerdotes, os quais praticavam a
iniciação de adeptos sob o maior segredo. Mais tarde, a mesma prática foi
adotada pelos devotos de outras religiões herméticas, chegando no correr
dos tempos até à Maçonaria.

Dentre as práticas das religiões antigas o “Sigilo” foi um dos subsídios


absorvidos pela nossa Sublime Ordem, conservados que foram os mesmos
conceitos, até hoje.

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A Maçonaria Universal, a nossa Sublime Ordem, na sua milenar sabedoria,


ministra os seus mistérios através de um processo gradual de ensinamento,
o processo esotérico, absorvido das religiões antigas, o qual é dado a
conhecer aos seus membros ao longo de todos os seus graus. Dentre as
recomendações transmitidas, duas delas merecem especial destaque neste
trabalho. Em primeiro lugar, a recomendação da Moral Maçônica, que é o
comportamento que os membros deverão observar, não somente nos
templos maçônicos mas, o que é mais importante, nas suas atividades
profanas, como homens livres e de bons costumes, para contribuírem como
paradigmas na construção do bem estar social da Humanidade A segunda
recomendação está inserida na primeira, é a do Sigilo Maçônico, o qual já é
exigido do neófito no seu primeiro contato com a Maçonaria, no juramento
que presta na sua Iniciação, como de resto é, também, exigido de todos os
membros permanentemente no encerramento dos trabalhos das Lojas.

O Sigilo é, senão o mais importante, pelo menos um dos conceitos mais


atacados pelos opositores da Maçonaria. Essa oposição teve início depois da
Constituição de 1723, a conhecida Constituição de Anderson, o qual,
coadjuvado por Desagulliers, modificou os rituais da Ordem, já, então,
começando esta a ser dominada. pelos intelectuais, pelos aristocratas e
pelos dissidentes religiosos. Começou aí a maçonaria especulativa. A partir
de então teve início o confronto com as igrejas anglicana e católica. Isso
aconteceu provavelmente porque a Constituição de Anderson não
considerou o aspecto cristológico das Old Charges, as quais eram o esteio
da Maçonaria Operativa desde o século XIV.

Nessa ocasião, no correr dos séculos XVIII e XIX, a Maçonaria, como ordem
dita secreta, tornou-se muito poderosa, tendo sido responsável pelos
movimentos revolucionários que eclodiram no mundo todo, dos quais fez
parte os ocorridos no Brasil, sendo o mais conhecido o movimento contra o
jugo português, o da Inconfidência Mineira.

No que respeita ao significado do vocábulo “sigilo”, se nos valermos do


Dicionário Aurélio verificaremos que os verbetes relacionados em seguida
querem significar, em suas raízes a mesma coisa. São praticamente
sinônimos, encontram-se entrelaçados em seus mais diversos significados.
São eles Mistério, Secreto, Reserva, Cautela, Precaução, Confidencial,
Sigilo, Segredo, Enigma, Oculto.

Para os leigos e de um modo geral para o grande público, esses termos


passam a tomar significados diferentes, na medida em que tocam mais ou
menos as emoções de cada um. Assim, alguns desses vocábulos, tais como
Reserva, Cautela e Precaução, transmitem idéias normais, sem grande rigor
na sua observância. Todavia, outros como Mistério, Secreto, Oculto e
Enigma, representam idéias muito fortes e estremadas, de atividades
pagãs, anti-cristãs, demoníacas, ligadas ao sobrenatural e que extrapolam
os sentidos humanos. Esses vocábulos levam o homem a relaciona-los mais
ao ocultismo, no seu sentido mais de feitiçaria, magia, adivinhação,
quiromancia etc. Outros, ainda, como Sigilo e Segredo transmitem idéias
medianas, cuja observância, entretanto, fica determinada, fica exigida.

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Assim é que a adjetivação usada pelos inimigos da Maçonaria, rotulando-a


de religião ou organização secreta, objetiva impactar os sentimentos, as
emoções do grande público incauto, transmitindo-lhe sempre o sentido
“negro” do ocultismo.

Como pode ser secreta a Maçonaria, quando as suas Constituições são


registradas em cartório? Como pode ser secreta a Maçonaria, quando ela
dispõe de CGC? Como pode ser secreta a Maçonaria, quando você, meu
caro Irmão, eventualmente paga os seus compromissos com a sua Loja, em
banco, através de Ficha de Compensação nominal? Como pode ser secreta a
Maçonaria quando o seu endereço, através dos templos maçônicos, são
notoriamente conhecidos? Esses templos pagam os seus impostos e as taxa
de consumo de água e luz. A Maçonaria é, portanto, conhecida dos povos e
de todos os governos onde ela é praticada livremente.

Ao contrario de nossa Sublime Ordem, as organizações secretas operam na


clandestinidade, na ilegalidade, sem paradeiros, sem endereços, em locais
“subterrâneos”, desconhecidos e não sabidos. E mais, reúnem-se com fins
escusos.

A Maçonaria já esteve na clandestinidade mais de uma vez, principalmente


em países totalitários. Mesmo no Brasil, pelas mãos do Imperador D. Pedro
I, a Maçonaria, que o elevou ao alto cargo de Grão-Mestre da Loja Grande
Oriente do Brasil, em 1822, foi fechada, por problemas políticos. O
movimento maçônico estava procurando a liberdade do povo, não mais que
isso.

Dizer-se que a Maçonaria é uma organização secreta, dentro desse conceito


ocultista usado pelos seus detratores que sofismam na sua argumentação é
realmente mera especulação.

Como pode ser secreta uma organização que promove solenidades


“brancas”, trazendo para os seus templos autoridades dos três poderes do
governo, como convidados ou como palestrantes e, até mesmo, como
homenageados?

Como pode ser secreta uma organização que não tem um poder central,
como as praticadas por àquelas marginais e herméticas e por muitas
organizações religiosas, inclusive as suas inimigas?

Como se sabe, muitos livros escritos por Irmãos de nossos quadros, por
Irmãos que deixaram nossas colunas e, até mesmo, por leigos estudiosos
da Maçonaria, estão aí enchendo as prateleiras das livrarias, à disposição de
quem queira adquiri-los. Esses livros contam tudo? Sim, quando se trata de
Irmãos descontentes. Contam; contam quase tudo, quando se trata de
autores verdadeiros e justos maçons. Neste caso, só não contam o
essencial, aquilo que só aos iniciados cabe conhecer e que são os nossos
mistérios, guardados do grande público, através da prática do sigilo.

Mas a segurança da Maçonaria é frágil. Ela pode e tem sido facilmente


penetrada. Como poderemos, então, guardar os nossos segredos? A porta
de penetração é a seleção de profanos para tomarem lugar entre nós. Por

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isso que a infidelidade maçônica começa na má indicação de candidatos,


passando pela sindicância mal feita. Esse é o ponto Aqueles que foram mal
selecionados, certamente não permanecerão por muito tempo na nossa
Sublime Ordem. Esses, via de regra, são potencialmente os que mais
provavelmente não titubearão em dar a público o pouco conhecimento que
chegaram a ter acesso. São esses maus maçons que até mesmo nos
“passos perdidos” aproveitam a oportunidade para solapar a Maçonaria.
Como deveremos reagir contra esses que, através da ignorância, da inveja,
da insatisfação e do ciúme, denigrem a nossa Sublime Ordem?

Entendo que a fórmula certa para evitar essas desastrosas atitudes de


homens não preparados para integrar a nossa Sublime Ordem é, realmente,
aumentar a segurança, apertar o cerco da escolha. É depurar rigorosamente
na seleção, inclusive divulgando e submetendo as propostas às outras
Lojas. Propor somente àqueles de boa formação moral, espiritual, justos,
honestos, livres de consciência, de bons costumes, àqueles que já nasceram
“maçons”. Essa é talvez a maneira de enobrecermos nossa colunas, a
maneira de preservarmos e mantermos a intimidade de nossa Sublime
Ordem.

A Maçonaria tem sim os seus segredos, não há o que negar. Mas longe está
de ser uma organização secreta. A exigência de sigilo de seus segredos
começa no juramento do recipiendário, do profano que está sendo iniciado
nos mistérios da Maçonaria, o qual segue, resumido: “... jurais e prometeis,
... em presença do Grande Arquiteto do Universo: e de todos os Maçons ...
nunca revelar os Mistérios da Maçonaria que vos forem confiados...?

Bem, mas o que há de extraordinário nisso? Qual a organização, seja ela


religiosa, comercial, intelectual ou familiar, que não tenha segredos ou não
pratica reservas ou sigilo de algumas coisas ou fatos? Isso começa a ser
praticado na célula social, a família. Todas, inclusive a nossa,
evidentemente, mantém no recôndito de sua intimidade fatos, negócios,
particularidades físicas e espirituais de seus membros. Esse é o sigilo. É o
recatamento natural, inerente ao ser humano. Todos os governos têm os
seus assim chamados “segredos de estado” e nem por isso são de caráter
ocultista. E, no mundo dos negócios a “alma” é o segredo.

Os nossos segredos maçônicos sujeitam até mesmo os nossos Irmãos. São


segredos de câmaras, tratados em níveis diferentes, especificamente nas
Loja de cada grau. A Maçonaria proclama o cuidado que se deve ter no trato
dos assuntos, sejam eles filosóficos, morais, ritualísticos, administrativos e,
o que é muito comum e particularmente importante, os assuntos pessoais
de Irmãos, cuja câmara específica para analisar e decidir sobre os mesmos
é o Conselho de Família. Por isso que, para resguardar o sigilo da Ordem,
não se encontram segredos escritos em nossos rituais. A sua transmissão é
oral. É de boca para ouvido. É o sigilo de “confessionário”! De resto é isso
que nos permite reconhecermo-nos discretamente.

Não seria demais citarmos que o próprio Jesus Cristo, o nosso amantíssimo
Redentor, no seu ministério aqui na terra usava as duas formas, a exotérica

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e a esotérica, nos seus ensinamentos ao povo e aos discípulos,


respectivamente. Quando falava aos discípulos, pedia-lhes sigilo daquilo que
ensinava. Entre tantas citações que se encontram na Bíblia a esse respeito,
vale mencionar pelo menos a que se encontra em Mt. 17: 9, a qual registra
as palavras de Jesus a Pedro, Tiago e João, depois da transfiguração:

Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou:

“A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado


dentre os mortos.”

A prática do sigilo é permanentemente lembrada nas Lojas. Por exemplo,


em algumas Lojas, o encerramento dá-se sempre pelo Venerável Mestre
pronunciando as seguintes palavras, que resumimos: “... Antes, porém. de
nos retirarmos, juremos o mais profundo silêncio sobre tudo quanto aqui se
passou!”

O cuidado de preservar os nossos segredos, o nosso sigilo, é muito


importante e deve merecer de todos Irmãos uma grande e firme atenção,
para assegurar à nossa Sublime Ordem uma eficiente, tranqüilizadora e
cada vez maior segurança. Isso é parte indispensável do comportamento
maçônico.

Silêncio do Aprendiz

O Aprendiz é um silenciário. Portanto deve se manter em constante silêncio,


porém é necessário falar do silêncio que se manifesta a nossa volta; o
silêncio é a chave das sociedades secretas; é ele que mantém viva as
fraternidades iniciáticas. O silêncio é uma força poderosa, o Grande
Arquiteto do Universo, em sua sabedoria, dotou o homem de dois ouvidos e
uma só boca, o que significa que devemos ouvir o dobro do que falamos.

Uma chave de ouro colocada sobre a língua do iniciado simboliza o silêncio


de um segredo misterioso, que ao revelá-lo deixou de ser segredo, e
perdemos a confiança de quem nos confiou. Pois todo SEGREDO deve
habitar no SILÊNCIO.

Vosso coração conhece em silêncio os segredos dos dias e das noites; Mas
vossos ouvidos anseiam por ouvir o que vosso coração sabe.

SALMO 133

A EXCELÊNCIA DO AMOR FRATERNAL

Salmo 133 - Cântico de Romagem. De Davi

1. Ó quão bom e quão suave é viverem os irmãos em união!

2. É como um azeite precioso derramado na cabeça, que desce sobre a


barba, a barba de Aarão, que desce à orla do seu vestido;

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3. É como o orvalho do Hermón, que desce sobre o Monte Sião: Porque ali o
Senhor derrama a sua bênção, a vida para sempre!

O Salmo 133 representa para os Maçons LIBERDADE, IGUALDADE e


FRATERNIDADE. Para os seguidores das Doutrinas Orientais temos os
MANTRAS. Para os Hebreus, os SALMOS. Para os esoteristas a SÍNTESE; o
que é desvendado além do véu, O SOM DAS ESFERAS.

A união que este Salmo descreve depende tão-somente da união de cada


irmão, individualmente com o Senhor Deus. Somente esta união pode
apresentar um testemunho eficiente perante o mundo, e uma atmosfera na
qual nossa fé pode florescer.

A unção do sumo sacerdote Aarão, nessa passagem, simboliza a sua


vocação de manter o povo de Israel em comunhão com Deus, sendo esta,
portanto a grande e mais significativa mensagem transmitida por esse texto
bíblico e esta reunida no titulo resumo que encima os versículos citados, ou
seja, A EXCELÊNCIA DO AMOR FRATERNAL.

A citação do orvalho do Hermon alude ao fato que, naquelas regiões do


Oriente, apesar do clima muitas vezes inóspito, o orvalho faz os campos
florescerem e produzir boas ceifas. Simbolicamente demonstrando aos
maçons que, apesar das dificuldades em semear bons e verdadeiros
ensinamentos no coração humano, não se deve desanimar, pois sempre se
pode contar com o orvalho simbólico, da fé em Deus, para se obter uma
excelente ceifa, ou seja, para atingir o desiderato de bem formar homens
para a construção Moral e Social a que se propõe a Ordem.

Segundo a palavra de Jesus Cristo, o AMOR AO PRÓXIMO está associado ao


AMOR DE DEUS, que lhe dá, portanto, a mesma importância e o mesmo
destaque.

Do ponto de vista maçônico, encontramos na terceira Instrução do Ritual de


Aprendiz Maçom a assertiva de que a inteligência, quando dirigida por uma
sã Moral, é suficiente para discernir o Bem do Mal.

A Moral ensinada pela Maçonaria baseia-se no AMOR AO PRÓXIMO, nesse


mesmo amor ensinado por Deus e por Jesus Cristo, que podemos conhecer
pelos textos bíblicos acima citados é que nos dão a certeza do cuidado de
Deus para com todos nós.

É esse amor fraterno que o verdadeiro Maçom deve praticar, não só dentro
das Lojas, mas, sim e principalmente, na vida profana, para exercitar aquilo
que foi aprendido nos nossos templos; do contrario seremos apenas
acadêmicos bem formados.

Nos três graus simbólicos, o Venerável Mestre ergue uma prece ao Grande
Arquiteto do Universo na qual se diz “... subjuguemos paixões e
intransigências a fiel obediência dos sublimes princípios da Fraternidade,
afim de que nossa Loja possa ser o reflexo da Ordem e da Beleza que
resplandece em Teu trono.” Esta prece reitera para os maçons, que o amor
fraternal é a preparação indispensável para pretender-se alcançar o cimo da

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Escada de Jacó, que os verdadeiros Maçons haverão de galgar, um por um,


todos os seu degraus, na busca Deus e de sua perfeita conformidade com
Ele (Deus), tendo sempre presente em sua mente e em seu coração, o
solene e fundamental dever de estreitar os laços de amizade fraternal que
nos une (os maçons) como verdadeiros irmãos.

Em sua primeira estrofe, ouvimos com emoção:

“Ó quão bom e quão suave é viverem os irmãos em união!”

Eis aqui a primeira lição daquele que deverá ser o Eterno Aprendiz. A União
que o faz fraterno pela Iniciação.

Toda subida, como a saída de nossos irmãos do cativeiro babilônico parece


à primeira vista dolorosa, porém, a visão do alto do Monte é o prêmio da
LIBERDADE.

CIRO liberta o povo eleito da Babilônia. Os irmãos em União caminham para


Jerusalém. O APRENDIZ suporta o cativeiro da CÂMARA e começa suas
viagens da direção da Jerusalém Celeste, guiado e exaltado pelos louvores
da promessa suave e boa da União Interior.

A dor do cativeiro não se compara com a alegria da LIBERTAÇÃO NA


EXCELÊNCIA DO AMOR FRATERNAL.

Levemos em conta que o salmista preocupava-se coma dispersão dos


hebreus, que se acontecesse, iria sempre enfraquecer as tribos e tornar
problemática a continuidade da raça e a crença em um só Deus, o que era
um apanágio, porque só a religião e a fé em um Deus Único mantinha unido
um povo com tendência à dispersão. Por ser um povo dedicado
exclusivamente ao pastoreio, sua força e poderio refletia-se no volume dos
rebanhos pertencentes à família, que normalmente permanecia unida,
evitando-se inclusive casamento de seus varões com mulheres de outras
Tribos, o que iria inevitavelmente provocar uma diminuição no rebanho
bovino, caprino ou ovino com a passagem do homem para a tribo da
esposa, isso sem falar na perda do guerreiro o que, naqueles tempos de
conquistas, representava perda irreparável para o clã.

Nos tempos atuais, esta representatividade é trazida para os Templos


Maçônicos, buscando mostrar que dentro de uma comunidade de
pensamentos e religiões diferentes, embora com etnias diversas, pode-se
viver em perfeita união e harmonia, desde que se busque o mesmo
objetivo, que é o progresso coletivo através da eliminação das imperfeições
individuais e busca incessante do conhecimento que traz como
conseqüência, a liberdade espiritual. No ponto de vista prático, esta frase
nos lembra que a união dá a força e proteção, devendo reunir-nos em torno
da família e daqueles a quem amamos a fim de criar um escudo protetor
contra as agressões externas. Levando-se um pouco mais longe, lembremos
que devemos viver em união permanente com toda a humanidade, uma vez
que, quando dizemos que Deus é o nosso Pai e o nosso vizinho, da casa ao
lado, ou o habitante da longínqua Tasmânia, é o nosso irmão. Negar tal fato
seria uma incoerência e até mesmo no tocante à religiosidade, uma heresia.

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O versículo dois nos diz:

“É como um azeite precioso derramado na cabeça, que desce sobre a


barba, a barba de Aarão, que desce à orla do seu vestido.”

Como sabemos, o óleo ou azeite, fazem parte, desde tempo imemoriais,


das cerimônias de consagração. Através dos mais variados rituais, este
transmutador alquímico é despejado sobre a cabeça, que é o centro da
inteligência e a sede do espírito. Já naquele tempo o salmista determinava a
unção sagrada do "escolhido" através da colocação do óleo na parte física
que representava o "canal" de comunicação com o Criador, a cabeça, que
como sabemos, recebe as influências vindas dos planos superiores, sejam
astral ou espiritual.

Aquele que é ungido com o azeite, passa a portar as virtudes alquímicas


deste transmutador que, junto com o Mercúrio nos fará compreender o Sal
da Vida e o significado solar do enxofre divino.

Fomos informados de que nas cerimônias maçônicas de Ordem Co-Maçônica


o óleo é usado durante a admissão do Companheiro e nas Instalações de
Lojas.

O óleo nos faz ungidos para serviço ainda maior na direção do ideal Maior
da Fraternidade Universal.

Os Patriarcas tinham profunda consideração pela barba, atributo do varão


que, com ela, mostrava toda sua dignidade. Não somente ter a barba, mas
cuidá-la, pois não o fazendo, poderia ser considerado num estado de
loucura.

Era costume beijar a barba de um amigo. Ofensa grave cortar parte ou toda
a barba de alguém.

Vemos, deste modo, que o óleo do ungido desce sobre a dignidade do


sacrificador, sua barba, a barba de Aarão, até a orla do seu vestido.

Observemos que o óleo antes de descer à orla do vestido de Aarão, deslizou


pela sua barba, mas foi inicialmente derramado sobre sua cabeça, SEDE DA
MENTE.

Não podemos esquecer que Aarão é o sacerdote que sacrifica para purgar
os pecados do seu povo, daí o odor nauseabundo da carne queimando no
altar.

Livre e ungido, ele prestará o SERVIÇO simbolizado pelo perfume do


incenso, como o espiral na direção do Mestre Espiritual por excelência.

Neste instante, ele é incorruptível como a Mirra. Ele é o Ouro de Melquior e


companheiro da Luz dos outros Magos, que o fazem retornar a Vida pelo
Amor prestado no Altar dos Altares Quando o Homem adentrou no Templo

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precisou da pele e, a vestimenta do nosso irmão de ontem, é o nosso


avental de hoje.

Finalmente:

“É como o orvalho do Hermón, que desce sobre o Monte Sião: Porque ali o
Senhor derrama a sua bênção, a vida para sempre.”

O orvalho do Hermon está representando para o salmista, a renovação da


vida, seguindo os parâmetros da Natureza que revigora a vida na vegetação
com a irrigação provocada pelo orvalho durante a madrugada do novo dia,
recebendo a benção do Senhor pela renovação cíclica da vida, o que em
linhas gerais significa a VIDA PARA SEMPRE.

Toda uma comparação aqui se encontra entre a Natureza prodigiosa e a Paz


Profunda que reina nos corações dos Irmãos que vivem em União.

O óleo que ungiu Aarão é o mesmo orvalho que cobre o Monte, que é todo
Luz onde tudo mais é sombra.

Moisés subiu o SINAI para receber a Lei. Não face a face como o Grande
Arquiteto do Universo, mas como elo intermediário da Luz que habita e
habitará sempre a FONTE INESGOTÁVEL E ETERNA que transborda seu
orvalho para aqueles que suave e prazerosamente aceitam sua bênção e A
VIDA PARA SEMPRE.

Quando estivermos presentes em Templo, estaremos, também, por ocasião


da leitura do Salmo 133, recebendo o óleo precioso sobre as nossas cabeças
e sentiremos que ele desce sobre nossos rostos e pela gola de nossas
vestes, ocasião em que deve orvalhar o nosso coração, quando estaremos
recebendo a benção do Grande Arquiteto do Universo na certeza da Vida
Eterna.

DIA DO MAÇOM

Primeiramente, a proposta para a criação do DIA DO MAÇOM foi levantada


pela Grande Loja de Santa Catarina, por ocasião da V MESA-REDONDA das
Grandes Lojas do Brasil, realizada em Belém, nos dias 17 a 22 de julho de
1957 e, lá por sugestão da Grande Loja de Minas Gerais, escolheu-se o dia
20 DE AGOSTO, que na justificativa: “por ter sido nesse dia que a
Independência do Brasil foi proclamada dentro de um Templo Maçônico”. E
assim vários Trabalhos de esmerados irmãos têm consignado esta data
como sendo o dia do registro da moção de independência do Brasil de
Portugal, lá pelos idos de 1822.

A assertiva de que 20 de agosto foi quando se votou a moção de


independência do Brasil dentro de um Templo Maçônico é menos verdade,
não tem fundamento histórico/documental, conforme vimos – aconteceu
sim esta moção, mas em 9 de setembro de 1822. Portanto, nossos irmãos
das Grandes Lojas erraram ao justificar, em 1957, que a data aludia ao
referido ato. E ainda notificamos que desde 1923, encontra-se na

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BIBLIOTECA NACIONAL DO RIO DE JANEIRO, para quem quiser pesquisar, a


Certidão das Atas do Grande Oriente do Brasil, de 1822, com o título
DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA, VOLUME I, LISBOA
– RIO DE JANEIRO, 1923 – A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA. Neste
documento, grafa quando se refere à “Ata da Sessão de 20 do 6º mês Ano
1822” a data correspondente no calendário Gregoriano como “(nove de
setembro)” e ponto final.

Hoje, o 20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM, é uma efeméride nacional


consagrada e, como tal, deve ser comemorada com toda pompa, pois a
Maçonaria em muito contribuiu para a efetiva emancipação político-social do
Brasil e os Maçons de um modo geral devem reverenciar seus membros
responsáveis pelas idéias e as efetivas ações, mas sempre sabedores da
verdade histórica.

A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

De acordo com o Decreto no. 125 de 29 de setembro de 1821, o Rei de


Portugal, D. João VI extinguiu o reinado do Brasil e determinou o regresso
de D. Pedro com toda a família real para Portugal. Nessa época,
funcionavam no Rio de Janeiro, a Loja Maçônica Comércio e Artes, da qual
eram membros vários homens ilustres da corte como o Cônego Januário da
Cunha Barbosa, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira entre
outros. Esses maçons reunidos e após terem obtido a adesão dos irmãos de
São Paulo, Minas Gerais e Bahia, resolveram fazer um apelo a D. Pedro para
que permanecesse no Brasil e que culminou com o célebre "como é para o
bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico".

Mas não parou ai o trabalho dos maçons. Começou-se logo em seguida,


um movimento coordenado, entre os irmãos de outras províncias brasileiras
com o intuito de promover a Independência do Brasil.
Os movimentos nativistas para a convocação de uma assembléia
constituinte e a concessão do título de “Príncipe Regente Constitucional e
Defensor Perpétuo do Reino Unido do Brasil”, autorgado a D. Pedro, pelos
brasileiros, acirrou ainda mais os ânimos entre os portugueses e nativistas.
Nessa época, havia na metrópole, três lojas maçônicas funcionando, a
“Comércio e Artes”, a “Esperança de Niterói” e a “União e Tranqüilidade”, e
nenhuma pessoa era iniciado em qualquer das três lojas, sem que fossem
conhecidas suas opiniões sobre a Independência do Brasil e o neófito jurava
não só defendê-la como também promovê-la.

Em princípios do ano de 1.822, funda-se no Rio de Janeiro, o Grande


Oriente, onde se filiaram todas as lojas existentes naquele oriente, sendo
eleito seu primeiro Grão Mestre José Bonifácio de Andrada e 1º Grande
Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo.

A 13 de julho de 1.822, por proposta de José Bonifácio, D. Pedro é iniciado


na maçonaria na loja Comércio e Artes e logo elevado ao grau de Mestre
Maçom. Enquanto isso, crescia em todo o Brasil, o movimento pela
Independência, encabeçado pelos maçons.

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Os acontecimentos se sucediam, até que a 20 de agosto de 1.822 é


convocada uma reunião extraordinária do Grande Oriente e nessa reunião
assume o malhete da loja, Joaquim Gonçalves Ledo que era o 1º Grande
Vigilante, devido a ausência de José Bonifácio que se encontrava viajando.
Joaquim Gonçalves Ledo, profere um eloqüente e enérgico discurso,
expondo a todos os irmãos presentes, a necessidade de se proclamar
imediatamente a Independência do Brasil. A proposta foi posta em votação
e aprovada por todos e em seguida lavrou-se a ata dessa reunião.
Presume-se que a cópia da ata dessa memorável reunião, tenha sido
enviada a D. Pedro, juntamente com outros documentos que o alcançaram
na tarde do dia 7 de setembro de 1.822 as margens do riacho Ipiranga e
culminou com a proclamação da Independência do Brasil oficialmente
naquele dia e que a história assim registra.

Eis aí, porque o dia 20 de agosto foi escolhido para ser o dia do maçom
brasileiro. Foi nesse dia que realmente passamos a ser nação e
independente.

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O APRENDIZ E SUA INICIAÇÃO

INTRODUÇÃO

Em todos os sistemas e ritos da Maçonaria Simbólica universal,


denomina-se aprendiz o iniciado nos seculares segredos dessa
Ordem. O termo foi tirado da Maçonaria Operativa, na qual o
Aprendiz ocupava o lugar mais inferior da escala entre os operários. A
Maçonaria Especulativa, que sucedeu à Maçonaria Operativa, ocupada
não mais com a arte de construção, mas com a moral, com o
simbolismo e rituais, adotou os usos, costumes e regulamentos bem
como os instrumentos da antiga modalidade. Através da adoção de
todos os elementos da Maçonaria Operativa, a Maçonaria
Especulativa estabeleceu o seu próprio sistema de organização e de
moralidade.

O que representa o homem quando é apresentado aos primeiros


elementos da Maçonaria, o aprendiz, portanto? Representa o ser
humano nos primeiros passos da civilização, na sua infância cultural,
tentando sair da escuridão, da ignorância. Assim são deveres do
Aprendiz a luta contra os inimigos naturais do homem as paixões, o
estudo das leis, usos e costumes da Maçonaria através do seu
trabalho simbólico em desbastar a Pedra Bruta desde o meio-dia até
a meia-noite, o combate contra a mentira, o fanatismo, a ambição e
a ignorância. O Aprendiz deve lutar arduamente pela vitória da luz
sobre as trevas, da honra sobre a perfídia, da verdade sobre a
hipocrisia.

O Aprendiz, em Loja, deve permanecer em absoluto silêncio, em


atitude de respeito e meditação, sempre procurando tirar o máximo
de proveito de cada ensinamento vindo do Oriente. O Aprendiz deve
saber esperar a concessão da palavra e saber usá-la com sabedoria.
O Sinal de Ordem ao falar, deve lembrar ao Maçom que precisa
dominar a exteriorização de seus pensamentos.

O trabalho em Loja sempre é iniciado ao meio-dia porque esta hora


faz alusão ao período da vida em que o homem estaria capacitado a

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trabalhar pelo semelhante. Antes do meio-dia o homem vive a fase


de aprendizado sobre os mistérios da existência. Ao meio-dia começa
o seu trabalho. A morte, o fim, o encerramento dos trabalhos chega
com as doze badaladas da noite.

Enquanto Aprendiz, o Maçom recebe a revelação do que representa o


trabalho da Maçonaria, e aprende que para ser digno e capaz de
desempenhar suas funções como legítimo Maçom precisará libertar e
purificar o seu coração. Apagar antigos rancores, superstições, ódios
e equívocos históricos e filosóficos. Nessa fase diz-se que a Pedra
Bruta começa a ser desbastada, ou seja, todos os maus costumes são
abandonados juntamente com os preconceitos e paixões que enchem
o nosso mundo profano. Para o trabalho de desbastar a Pedra Bruta,
o Aprendiz recebe as suas ferramentas especiais: o Cinzel para tirar
as asperezas da pedra, que equivale a faculdade de pensar com
retidão. O Cinzel é impulsionado pelo Maço ao ser aplicado sobre a
Pedra Bruta. É sempre seguro com a mão esquerda o lado passivo
que corresponde à receptividade intelectual e ao discernimento
especulativo. O Cinzel produz a beleza final da obra e realiza os
ornamentos e adornos ao mesmo tempo em que dá vida às figuras.
Representa ainda o senso crítico para afastar o supérfluo e corrigir o
erro sob os golpes do Maço. A outra ferramenta que o Aprendiz
recebe é o Maço ou Malho instrumento de madeira com cabo, usado
pelos carpinteiros e escultores. Simboliza a força dirigida e
controlada. Representa a aplicação da força em determinado ponto;
representa a vontade ativa e a perseverança do Aprendiz. O Maço
direciona a energia necessária para dar forma ao trabalho.

Além do Cinzel e do Maço, o Aprendiz recebe ainda o Avental, sempre


presente no traje maçônico. Esta peça tem a forma quadrada com
uma abeta triangular voltada para cima, simbolizando a sua falta de
conhecimento do ofício. A cor é branca para traduzir a inocência do
Aprendiz. Uma vez trajando seu Avental, o Aprendiz não é mais
aquela pessoa de antes. Tem agora gestos solenes, postura serena,
porém disciplinada, e sua palavras, estando à ordem devem ser
calmas e cuidadosamente pronunciadas ao defender suas idéias e
posicionamentos.

Em Loja, um Aprendiz ocupará a coluna do Norte ou o Setentrião que


é a Coluna destinada aos que ainda receberam mui fraca luz, e ainda
não compreendem os simbolismos e as mensagens do Oriente. Ali o
Aprendiz desenvolverá seu trabalho recebendo toques, gestos e
palavras secretos e outros ensinamentos básicos para um Maçom,
esperando pela oportunidade em que receberá um aumento de
salário. O pagamento do trabalho dos Aprendizes e Companheiros é
feito pelos Vigilantes. Pagar em linguagem maçônica quer dizer
ensinar, satisfazer a vontade por conhecimento, fazer justiça. É
através de um aumento de salário que os Aprendizes e Companheiros

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são recompensados, isto é, pela promoção ou elevação a um grau


superior. Tanto o Cinzel como o Maço, tanto o Avental como o
Pagamento e o Aumento de Salário, são símbolos retirados da
Maçonaria Operativa.

O Aprendiz não deve deixar que tanta riqueza em simbolismo e


tantas informações representem um obstáculo para o seu trabalho
em Loja. Com calma e sensatez ele será capaz de compreender todos
os elementos que encontrar pela frente, contando sempre com a
valiosa ajuda dos Companheiros e Mestres. Ele descobrirá que as
reuniões são realizadas muitas vezes num clima de grande emoção e
outras vezes dando a impressão que são muito difíceis de serem
entendidas. É importante para o Aprendiz saber que tudo virá a seu
tempo certo, sempre obedecendo o progresso do seu trabalho em
Loja.

Do momento em que sua venda lhe é arrancada dos olhos, quando


ele se encontra cercado de Irmãos conhecidos e desconhecidos em
um ambiente absolutamente novo e intrigante para o resto de sua
vida, o Aprendiz de Maçom jamais será o mesmo, e, todas as suas
dúvidas serão esclarecidas na freqüência assídua de sua Loja. Poderá
então perceber, mas não poderá divulgar ao mundo profano todas as
maravilhas que lhe serão apresentadas. Poderá logo aprender, mas
não poderá ensinar, sob o peso de um solene juramento, as
revelações milenares que constituem o vasto conhecimento
maçônico.

A CONDIÇÃO PARA INGRESSAR NA MAÇONARIA

A seleção do candidato obedece a alguns requisitos, devendo ser uma


pessoa que faz parte da sociedade, simples, honesta, crendo em
Deus e numa vida futura e que tenha inclinação para a socialização e
com recursos financeiros para atender os compromissos da
Instituição.

No entanto, existem mais duas condições essenciais: ser livre e de


bons costumes.

Hoje, pelo menos entre nós, o conceito de liberdade passa a ser


simples, e o de bons costumes, diz respeito a um comportamento
normal.

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No Brasil, todos os cidadãos são livres.

Em conseqüência, a condição do candidato de ser livre, já não


desperta qualquer interesse.

E evidente que o conceito de liberdade e muito mais amplo que o


direito de ir e vir.

Da mesma forma, ser de bons costumes não significa o


comportamento dentro de certos padrões ordenados pela sociedade.

O bom costume, prima faciela, se entenderia como aquele que


demonstra bom comportamento social, porque pretende ingressar em
uma Instituição Fraternal, como e a Maçonaria. Bom costume e
moral, aqui, seriam sinônimos.

A Maçonaria é milenar, mas fixemo-lhe uma data limite para


argumentar, como existindo em fins do século passado, em 1890;
apenas cem anos atrás.

O que se entendia por bons costumes, naquela época?


Indubitavelmente, um conceito muito diverso da atualidade!

É evidente que um bom comportamento não diz respeito,


exclusivamente, a obediência de certas regras sociais.

Como qualquer outra Instituição, a Maçonaria, constantemente,


reúne os seus adeptos para analisar as novas posições a serem
tomadas, diante dos novos conceitos que surgem.

Nós, quando permanecemos na horizontalidade profana, sufocamos o


instinto de liberdade.

O ser livre não e privilegio algum; apenas, o anseio de buscarmos o


primeiro passo do caminho.

Ninguém pode considerar-se livre e independente, a começar pelo


seu nascimento, pelo nome que lhe e imposto, pela dependência, ate
a sua maioridade, pelo longo preparo para a vida.

Ser livre não significa romper as cadeias da tradição, do sistema


social, da conjuntura familiar; ser livre significa trilhar um caminho de

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satisfações puras, sadias, que possa conduzir a uma meta realista: a


felicidade.

Ninguém poderá considerar-se livre, se infeliz.

A liberdade da tranqüilidade e paz de espírito.

Liberdade não e acomodação.

O asceta pretende libertar-se de todas as convenções; Buda


principiou assim; pos-se em contemplação, abandonando tudo. E no
exagero que iremos encontrar a supressão da liberdade.

Um povo livre não é um povo arruaceiro. Dai a grande dificuldade dos


homens viverem em democracia.

Não se pode confundir as coisas.

SER LIVRE, no conceito maçônico é possuir o pensamento flutuante,


pronto a aceitar o que é bom e satisfatório, sem depender ate de
uma analise profunda. O pensamento livre e rápido, instantâneo.

A filosofia maçônica e a plenitude de uma vivencia correta e feliz,


mas de difícil alcance, porque os seus adeptos não vem sendo
selecionados com rigor; já não são convidados os homens livres, mas
o são somente aqueles que tem uma conduta normal.

E a horizontalidade da liberdade, quando há necessidade de uma


liberdade vertical.

Ser livre e a possibilidade de dispor de animo para receber o Irmão


Maçom, com fraternidade.

Pelo menos, com o primeiro impulso de concordância.

O retoque para a conquista plena será dado posteriormente; pouco,


através do convívio salutar, da experiência e do cultivo.

A fraternidade é algo que deve ser conquistado; ninguém poderá


impor a alguém, que ame a seu irmão de ideal! Seria atentar contra o
conceito de liberdade que a Maçonaria proclama.

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Essa proclamação não constitui o sigilo maçônico, porque quando o


proponente contata o proposto, lhe fará a pergunta: Sois livre e de
bons costumes?

Não basta a simples resposta afirmativa, porque os conceitos usuais


sobre a liberdade e moral são muito acanhados e primários.

Compete ao proponente pesquisar sobre essas condições, as quais,


poderíamos dizer, seriam inatas do candidato.

Ninguém, isoladamente e de forma individual, poderá formar um


candidato e adapta-lo as exigências maçônicas.

Um candidato visado poderá ser instruído a ponto de se tornar apto


ao ingresso na Ordem maçônica.

A maçonaria precisa encontrar para propor, alguém que seja livre e


de bons costumes, porque será um predestinado.

E por este motivo que os Maçons são em número limitado; uma


Instituição milenar tem poucos prosélitos, justamente porque e muito
difícil encontrar um candidato ideal.

Felizmente a humanidade não e tão dissoluta a ponto de não possuir


elementos aceitáveis para a maçonaria. Podemos adiantar que são
milhões de homens dignos, mas a grande dificuldade e que nos não
os encontramos e às vezes, estão ao nosso lado e dentro de nossa
própria família.

Aqui deveria funcionar a terceira visão. Logo, um proponente deve


estar apto a enxergar no candidato em potencial, o elemento justo e
perfeito para vir a ser... Mais um irmão.

Seria muito penoso respondermos a provável pergunta: e os maus


maçons? Realmente, são por não ter havido uma seleção correta;
existem os maus maçons; talvez não devêssemos exagerar e nos
expressar melhor: existem dentro das Lojas maçônicas elementos
que não eram, ao serem propostos, livres e de bons costumes, e que
se tomaram pomo de discórdia, mas, nada podemos fazer, senão
usar de melhor arma que a maçonaria nos proporciona, para com
esses, a tolerância!

A esperança de que, algum dia, possam ser instruídos e que se


ajustem, o que seria, para a instituição, um beneficio, mas para esses
elementos, uma grande conquista!

Para que alguém se possa considerar livre ou que os outros o possam


assim admitir, faz-se necessário o toque espiritual.

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A aproximação de Deus - pois para o profano, a expressão da


espiritualidade e Deus, enquanto para o maçom e o Grande Arquiteto
do Universo poderá ser consciente ou inconsciente; quem busca a
Deus o fará por desejo, por impulso ou por necessidade, mas será
sempre a Grande Busca.

Aqui não entra qualquer conceito de religião; apenas o


comportamento natural entre o homem e o seu Criador. Será um
sentido, além dos cinco sentidos físicos, orientador para uma espécie
de sobrevivência espiritual.

Sabemos, e qualquer compendio filosófico nos instrui, que além dos


cinco sentidos físicos, possuímos mais outros cinco materiais, como,
por exemplo, citaremos a terceira visão, que não constitui um
mistério, mas uma faculdade do homem; oculta para a grande
maioria, mas perfeitamente desenvolvida para os que tem interesse.

Além desses dez sentidos, obviamente, existem outros, mas não


devemos suscitar confusões; o sentido da busca de Deus é Místico.

O conceito pleno de liberdade admite certa dose de misticismo.

Ser livre, portanto, passa a constituir um dom espiritual, que pode


ser inato ou cultivado.

Inato, numa condição de privilégios; certos homens nascem com o


dom de serem livres, assim como existem os dons para a música,
para a pintura, o canto, enfim, o que e exceção ao homem comum.

Certa corrente espírita afirma que o homem virtuoso, assim e porque


esta em sua última reencarnação.

A maior virtuosidade, além do que se nota como excepcional ou


paranormal, não será possuir uma voz privilegiada e um ouvido
apurado, ou qualquer outro dom artístico, mas sim: SER LIVRE!

São pessoas predestinadas; não só os homens, mas também, as


mulheres. O fato da maçonaria não aceitar mulheres não significa que
elas não sejam, espiritualmente, iguais aos homens.

Ser predestinado a ser livre não constitui um condicionamento que


poderia ser interpretado como uma interferência a essa liberdade,

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mas uma escolha feita por quem tem poder para predestinar,
firmando-se assim, um pouco mais, da crença do que algo, a quem
denominamos de Deus, tudo pode.

A escolha independe de berço, ou seja, de onde provem a pessoa, de


raça, cor, situação social ou intelectual. Os mistérios do espírito estão
colocados acima dessas diferenças; há diferenças, mas dentro da
estreiteza mental do homem que não quer admitir que todos sejam
iguais.

O caminho mais difícil será para aquele que busca a libertação, como
aspiração, como uma solução dada por alguém, um por um impulso
inato.

Se alguém se aproximar a um maçom e lhe disser que deseja


ingressar na Ordem maçônica e como resposta ficar ciente de que a
condição primeira será a de ser livre e de bons costumes e, em 13
não o sendo, busque a maneira de conquistar a liberdade, poderá
perfeitamente, despir-se de todos os entraves e aperfeicoar-se para
se sentir livre, dentro dos conceitos acima expendidos e, assim,
habilitar-se ao ingresso na instituição maçônica.

De forma que, o homem pode se reconstruir num trabalho de auto -


realização!

Excluído o ingresso na maçonaria, o ser livre gratifica o homem,


porque se tomara receptivo a compreensão do mistério da Vida e da
Morte, principio e fim da existência humana e principio da existência
espiritual.

Dentro da Sociedade moderna e permanente a reunião desses


homens livres, esperança derradeira para o Mundo melhor que todos
querem e de que a humanidade necessita.

O primeiro grande passo para a Vida Mística é esse; ninguém poderá


usufruir da potencialidade que o homem possui sem esse primeiro
passo.

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Num gesto de reflexão, cada um deve perguntar-se: sou um homem


livre?

A auto-análise conduzira a bons resultados; o homem não esta só;


ele pode encontrar um número enorme de entidades orientadoras; de
amigos que individualmente o podem aconselhar; de bibliografia
abundante, experiência de outrem que já superaram as mesmas
dificuldades.

Em qualquer parte do mundo, o homem pode, com extrema


facilidade, encontrar o seu Mestre; esse não precisa ser um guru,
mas alguém que passou e superou a mesma dificuldade.

É verdade, a triste realidade, que este trabalho deveria ser encetado,


em primeiro lugar, nas fileiras dos Membros da Ordem maçônica,
para uma recauchutagem, porque, muitos e muitos esqueceram de
que devem ser livres.

Para a maçonaria - em tese - congregar os simpatizantes e filia-los,


seria uma tarefa simples, porque para os que forem livres e de bons
costumes, meio caminho já seria andado; somando essa condição, o
conhecimento filosófico, não seria trabalho ingente.

SER DE BONS COSTUMES - sociologicamente, costume a atitude ou


valor social consagrado pela tradição e que, impondo-se aos
indivíduos do grupo, transmite-se através de gerações.

Esses costumes, obviamente, devem ter uma característica: serem


bons porque não se aceitaria em Maçonaria algo que não se pautasse
por uma moral aceita, consagrada e já comprovada de ser adotada.

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Bons costumes, portanto, no sentido lato, seriam o comportamento


moral do indivíduo dentro da sociedade.

Sociedade de grupo, evidentemente, quer compreendida no meio


social ambiente, quer num meio privado, como é a Sociedade
Maçônica, que apesar de ser universal, em cada recanto do mundo,
restringe-se a uma Loja formada de um pequeno grupo.

Seja o grupo diminuto ou muito extenso, o comportamento social


deve ser um só e ter, como norma, os princípios consagrados pela
tradição, posto que de época em época, esse comportamento possa
ser alterado.

O bom comportamento faz parte da filosofia da vida; do que ficou


convencionado ser recomendável, assim os excessos num
comportamento apresentam-se como desvio de conduta.

O hábito pode ser considerado sinônimo de costume, ele é uma


disposição duradoura, formada pela repetição.

Repetição é a técnica de educação familiar; de tanto recomendar e


repetir o indivíduo adquire o hábito do bom comportamento;
comportar-se bem, tanto no lar, como na escola ou na sociedade, é
uma resultante dessa constante repetição. Maçonicamente, o método
é igual; nas reuniões os Maçons, ao repetirem os Rituais, nada mais
fazem que incutir o bom hábito de uma convivência tradicional.

Diz-se que a família brasileira é conservadora e tradicional; em certos


Estados, com maior veemência; em outros com maior liberalidade.

Por que seguir a tradição? Porque constitui uma herança familiar que
toda família preza e conserva transmitida aos descendentes.

A moral tem sido, sempre, o motivo da ordem, do prestígio, da


credibilidade e, de certa forma, da estabilidade.

É evidente que o vocábulo moral, comporta muitas digressões, o


dicionarista diz: Parte da filosofia que trata dos costumes ou dos

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deveres do homem. Logo, o comportamento moral, faz parte do


sistema de valores que devem ser preservados e cultivados.

A moral não é um freio, nem uma camisa de força, nem um entrave à


liberdade, porque tudo deve ser considerado como possuindo
implicitamente o valor moral.

Classificar os atos sob o ponto de vista moral, se toma muito difícil,


porque as fronteiras são indefinidas; o ato imoral depende de uma
série de circunstancias, de momentos psicológicos.

É a preocupação de todos frear o mau comportamento, parta ele do


próprio indivíduo, da família ou da sociedade.

Seria simples convidar para ingressar na Ordem Maçônica um profano


que demonstre ser de bons costumes, ou que tenha, sempre,
pautado a sua conduta de forma a ser reconhecido como pessoa de
excepcional bom comportamento, ou na linguagem maçônica, de
ilibado comportamento.

Um grande número de candidatos e analisado e considerado


capacitado para ingressar na Maçonaria.

A seleção tem processo simples; há um proponente que apresenta


por escrito sua proposta dando todas as qualificativas do proposto; o
nome do proponente permanece em sigilo para a congregação;
apenas e conhecido pelo Venerável Mestre porque a proposta e
retirada do receptáculo que as coleta; todos os presentes fazem o
gesto de colocar propostas na Bolsa; além dessas, são colocadas,
também, as proposições e informações; por esse motivo, o
receptáculo e denominado de Bolsa de Propostas e informações. O
venerável Mestre, de imediato, lê o coletado e o Põe em votação para
uma aprovação preliminar; uma vez aprovadas, expede sindicâncias
e faz a comunicação ao Poder Central.

Os sindicantes que devem ser, no mínimo em número de três,


passam a pesquisar o comportamento do proposto; o Poder Central
emite Circulares para as demais Lojas.

Decorrido um período plausível, as sindicâncias retomam e passam


pela aprovação ou rejeição.

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Portanto, o método obedece a uma regra comum a todas as


Instituições, Entidades congêneres e Associações.

Certos Sindicantes buscam junto ao Poder Publico civil, cientificar-se


sobre a situação do proposto, obtendo negativas fiscais, criminais ou
no âmbito do cível, para verificar se o proposto não teve algum titulo
protestado ou não responde a algum processo ou ação.

Todos os Maçons sabem que a analise do proposto diz respeito,


exclusivamente ao seu comportamento moral.

Ninguém cogitara de perquirir se o candidato e de condição livre, eis


que não há preocupação neste sentido; afinal, todos nos, não somos
livres?

Aqui e que cabe a critica a respeito da pratica tradicional da


sindicância.

E muito pouco constatar-se que o candidato e possuidor de bons


costumes dentro do conceito social.

Dessa pratica tradicional e que se apresenta, mesmo assim,


superficial e que as Lojas recebem, sucessivamente, pessoas que não
tem qualquer inclinação para ser Maçom.

O grande trabalho para os Maçons da atualidade e a preocupação,


sempre crescente, de melhorar, os Irmãos de suas fileiras!

O Maçom que ingressou na Loja totalmente despreparado, com o


convívio com aquele devidamente preparado, descobrira por si o que
deve fazer para unir-se aos verdadeiros Iniciados.

Nosso estudo não diz respeito à necessidade de elitizar uma Loja; em


absoluto. Não queremos apenas, intelectuais, mas sim, pessoas de

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bons hábitos intelectuais; pode ser pessoa de cultura modesta;


possuir, apenas, o grau de escolaridade mínimo; não importa, porque
o valor esta na disposição de somar conhecimentos, para penetrar
em uma filosofia de vida, compatível com o ideal maçônico que e o
amar ao próximo como a si mesmo.

Essa ansiedade nos vem do bom costume que trazemos do mundo


profano, porque é comum a todos.

Ser livre e de bons costumes não são duas atitudes separadas, mas
uma complementação inseparável; ninguém poderá ser livre se não
tiver bons costumes e ninguém terá bons costumes se não for livre.

Portanto, a condição para um profano ser proposto para a Iniciação


maçônica há de ser o acima exposto, através de uma analise seria e
completa, sem vacilações ou protecionismos, porque o ingresso de
um só elemento desajustado põe em risco toda a instituição.

1. INICIAÇÃO

O ano de 1717 fixa o marco inicial da Maçonaria Moderna, ou seja, da


Instituição atual, pois nessa data surgiu a Constituição de Londres.

Na atualidade, cada país possui a sua própria Instituição,


independente, ligando-se às demais, tão-somente por tratados,
reconhecimentos e atos de tradição.

Com a evolução natural das coisas, do pensamento, da filosofia e até


da religião, cada país possui uma Maçonaria própria; os Rituais são
alterados, as Constituições formadas pelas necessidades locais, os
Regulamentos e Estatutos ficam na dependência de uma só vontade,
a de um Grão-Mestre.

Porém, conservam-se os princípios fundamentais, e entre tantos o de


que, para ser aceito um novo Membro, esse deverá ser Iniciado.

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41

A Iniciação é um ato de liturgia; com nuanças variadas, mas sempre,


mantendo uma tradição e uma base.

A tradição é histórica e a base, mística.

Todas as Iniciações se assemelham; uma mais requintadas, outras


mais severas, mas sempre, sigilosas.

A Câmara das Reflexões é um local onde têm início os mistérios da


iniciação, é um local mantido com a maior discrição.

Ninguém adentra na Câmara por sua espontânea iniciativa; sempre


será conduzido por um Experto; para dela sair, também deverá
aguardar que o venham buscar, agora, uma criatura débil que deve
ser conduzida pela mão. O segundo aspecto é o de que o Neófito
recebe um novo nome que a Maçonaria denomina de nome simbólico,
comprovando que o que nasceu, ainda não tem sequer,
personalidade jurídica.

Nova criatura; novas roupagens; novo nome!

O candidato, lá dentro da Câmara, age como ser humano comum e


profano, e morre, lentamente, sofrendo a agonia própria do
moribundo.

Os seus pensamentos são conduzidos, para provar que não possui


vontade própria.

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42

O candidato concordou em submeter-se à prova da terra; ingressa


conscientemente na Câmara; enfrenta como se fora uma aventura
em sua vida, eis que já ingressou na maioridade e é homem maduro.

Assume pela sua virilidade e entusiasmo, qualquer risco, mormente


porque já lhe fora esclarecido de que iria ingressar em um mundo
simbólico.

Ao ser fechada a porta da Câmara, no silencio do ambiente, a sua


imaginação e despertada; suprimida a vontade, ele passa a notar os
símbolos que a Câmara contém; como há muita penumbra, ele
descobre, a luz bruxuleante do toco de vela ou da pálida chama de
uma candeia, não só as frases escritas nas paredes, como a
ampulheta, a formula do testamento, as disposições finais, o
questionário, as ossadas, tudo o que compõe a Câmara.

Esses são os momentos de agonia; o homem cai em si; realmente,


ele e criatura frágil, desamparada e desconhece o que o dia do
amanha lhe reserva.

Medita; passa a limpo a sua vida; reveste-se de esperança porque já


tem certeza de que existe muito mais, dentro de si, a ponto de
desprezar a morte e ansiar pelo novo nascimento.

A Iniciação, portanto, não e simples ato litúrgico; não e apenas um


ingresso simbólico no ventre da terra, mas uma etapa inicial, muito
séria.

As conseqüências da Iniciação são notadas de imediato. O Neófito em


sua aprendizagem, que na Antiguidade abrangia um período de três
anos e que hoje foi reduzido a um ano, deve demonstrar que,
realmente, é nova criatura, e que no seu aprendizado demonstra ter
assimilado os ensinamentos que conduzem a disposição de amar ao
seu Irmão como a Si mesmo.

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43

Assistimos com freqüência alarmante, dissensões nas Lojas das quais


os Aprendizes participam.

Vemos atitudes de desamor, de ódio, de competição desonesta, de


menosprezo, caluniadoras; notamos desligamentos e expulsões.

Essas atitudes, infelizmente muito comuns, comprovam que poucos,


dentro do Quadro de uma Loja Maçônica, foram Iniciados!

De uma Iniciação resulta uma nova criatura que os Mestres adotam e


cultivam para que possa haver continuidade no ideal maçônico.

Se, de um lado, o Neófito não absorveu a lição da Câmara das


Reflexões, do outro, os Mestres fracassaram.

Quem não foi Iniciado não poderá tomar-se, realmente, um


verdadeiro Mestre.

Como pode o Mestre orientar a outrem se não sabe orientar a si


próprio?

Perguntamos a ti, leitor: como esta a tua Loja Maçônica?

Amas a cada um, indistintamente, de teus Irmãos?

Como te comportas dentro da Cadeia de União?

As respostas, darás a ti próprio e saberás se es um Iniciado!

Se não fores, terás, ainda, a oportunidade de buscar em outros


Graus, o aperfeiçoamento que te falta.

Já escrevemos, em outro livro, do oportunismo de uma Loja, em


Cerimônia própria, de renovar a Iniciação.

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44

Maçonicamente, temos somente uma Iniciação mas, espiritualmente,


e dentro de nos mesmos, no mundo espiritual interior, a cada dia,
uma nova Iniciação nos aguarda.

Como a luz do Sol, em cada hemisfério, a cada dia ressurge, assim


em nos, a cada dia, a cada momento, a Nova

Criatura adquire novas perspectivas, para lançar aos mundos


(material e espiritual) os frutos sazonados e úteis.

Durante o aprendizado, permanece humildemente na escuta; no


silencio da submissão, acumula conhecimentos, ate que lhe e
permitido avançar e ingressar no companheirismo, através da
Cerimônia de Elevação.

Já terá deveres a cumprir.

Tudo se desculpa no Aprendiz; quem dele exigir atitudes adultas,


estará comprometendo o aprendizado.

Da Iniciação, surge uma nova criatura.

Uma criatura, espiritual; com conteúdo interior iluminado.

O candidato tem que passar por quatro provas, a da terra, a da água,


a do ar e a do fogo. Ele deve triunfar os quatro elementos que
compõem o seu corpo físico.

A câmara da Reflexão é a prova da terra.

2. CÂMARA DA REFLEXÕES

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A Maçonaria é escola, das mais úteis e minuciosas: sempre e em tudo


estamos aprendendo.

O candidato, com os olhos vendados, não se encontra propriamente


em escuridão. Inexiste a escuridão total. A percepção da vida é muito
acurada, pois embora com os olhos vendados, as vibrações alcançam
o fundo do olho e a retina passa a perceber certas luzes, certos
lampejos até então desconhecidos.

Estas vibrações formam quadros coloridos. Cada cor tem o seu


significado e se o candidato tiver percepção acurada, saberá fazer
distinções. A escuridão límpida difere da escuridão confusa e opaca. O
órgão da visão reage à escuridão.

Ele passa a funcionar com maior intensidade, com a vantagem de que


não gasta a mesma energia se os seus olhos estivessem abertos. O
candidato de olhos vendados coloca na visão a sua maior
preocupação. Ele busca encontrar uma definição, dentro do seu
casulo.

Passado um determinado momento, o Mestre de Cerimônias toma a


mão direita do candidato e diz: acompanhe-me.

Não há resistência. Obediente e submisso, com muita dificuldade


porque o candidato está sentado e não experimentou caminhar às
cegas, acompanha o estranho e, após percorrer determinado trecho,
ouve o seu guia bater a uma porta.

Ninguém responde. A Câmara das Reflexões está situada numa parte


muito restrita, oculta, na maioria das vezes, em um porão e cerrada
por uma porta robusta, maciça. O candidato ouve os sons das batidas
e sabe que a porta é de madeira maciça. Já pressente que adentram
em alguma parte oculta, segura, quiçá perigosa.

Passados instantes, a porta é aberta. O candidato não sabe se


alguém abriu de dentro. O guia e o candidato entram.

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A porta se fecha com certo estrépito: um ferrolho é manejado, o


ruído é característico. O candidato sabe que seu guia ou alguém
cerrou a porta e sente, pelo olfato, que se encontra em um recinto
fechado, com pouco ar. Cheiro de mofo, de coisas velhas.

Sem esperar, o guia retira a venda dos olhos do candidato. A luz é


escassa, uma lanterna ou uma vela, colocada sobre uma mesa, um
tanto tosca. Pouco a pouco, o candidato percebe que está em uma
masmorra, ou caverna, em suma, em um local tenebroso. Não vê o
guia porque está encapuzado.

Por que este guia é o Mestre de cerimônias e não o Experto? Quem


pode passar por uma porta, batendo ou não, só pode ser um Mestre
de Cerimônias. Ninguém mais tem a faculdade de bater à porta,
senão um Mestre de Cerimônias. Ele será o guia do candidato até
posterior ingresso no Templo, quando o entregará a um dos Expertos.

O candidato é abandonado ao seu destino. É deixado sozinho e nada


lhe é explicado; apenas lhe é dito que deve meditar, ler o que está
sobre a mesa, preencher o questionário e fazer seu testamento. O
silêncio se faz tumba.

Ele nota que há uma cadeira, na verdade um banco tosco, e senta.


Perscruta tudo.

Paulatinamente, seus olhos descobrem os objetos, Os símbolos, e que


se encontram em um lugar um tanto tenebroso. A curiosidade, o
exame acurado e a observação o afastam abruptamente do
misticismo.

Dá-se conta sobre o que lhe foi dito (deve meditar) porque os
escritos colocados nas paredes são curiosos: todos despertando o seu
interesse para o além da vida.

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Vê a fórmula do testamento e então inicia as suas conjecturas: para


que deve ele deixar um testamento?

Nem sempre um candidato possui bens, e não entende que esse


testamento é apenas mais um símbolo para que materialize a
possibilidade de vir a sucumbir, deixando para a sua família uma
última mensagem.

Não se poderá, aqui, proceder a uma análise a respeito da Instituição


do testamento.

Obviamente não é assim que um testador dispõe de seus bens. No


entanto, trata-se de um alerta, de que a vida é fugaz e que, de certa
forma, sempre é conveniente estar prevenido e deixar aos seus entes
queridos, aos amigos, aos vivos, uma última vontade sua.

Temos assistido - e muitas vezes testemunhado a testamentos.

Nossa lei prevê duas modalidades de testamento: o público e o


fechado. Este último escrito do próprio punho do testador e ninguém
tendo acesso às disposições que contém. É entregue ao tabelião na
presença de cinco testemunhas, aquele o dobra, o autentica, o
costura com uma linha grossa e forte e apões selos, lacrando-o e
colocando num envelope, que é fechado, o guarda ou o entrega à
guarda; mas não há registro dessa última vontade.

O testamento público também é escrito, é elaborado pelo tabelião e


ditado pelo testador na presença de cinco testemunhas que tomam
conhecimento de seu conteúdo. É feito um termo, registrado e
permanece uma cópia em cartório.

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48

Se da primeira modalidade ninguém toma conhecimento do


conteúdo, da segunda, de certa forma pública, no entanto, sem que
haja exigência a respeito, as testemunhas, escrivão e tabelião
guardam um sigilo espontâneo.

O respeito a uma última vontade e ato de boa educação, de


sensibilidade e de consideração.

Quando alguém faz um testamento cerrado, trazendo-o já pronto, os


momentos de emoção por que passa o testador são de foro intimo, e
ele os supera quando comparece a presença do tabelião.

Porem, o testador, ao tomar parte no ato que reflete os seus últimos


desejos, dispondo do que lhe pertence, aquinhoando mais a quem
mais preza, propicia momentos de grande emoção para todos. Temos
assistido a quadros pungentes, com lagrimas vertidas, porque o
testador não se crê próximos dos seus últimos momentos. São
emoções naturais, normais.

No entanto, vendo-se o candidato nas circunstancias já descritas.


Cercado de símbolos que lhe dão certeza absoluta de um momento
que, fatalmente, ha de vir, a emoção toma conta de todo o seu ser e
ele passa então, como inicio de uma meditação, ao exame de
consciência. Momentaneamente se vê as portas da morte.

Pouco a pouco, reage e nota que esta passando por uma prova, e
descobre que, por mais lúgubre que possa ser o recinto onde se
encontra enclausurado, jamais será como a realidade. A meditação se
aprofunda e o candidato, descobrindo sua situação física, nem nu
nem vestido, só e abandonado, aspirando um ar mofado, enxergando
pouco, ouvindo apenas o bater do coração, percebe o que possa ser a
passagem da vida para a morte.

O questionário contém perguntas que nas atuais circunstancias lhe


parecem bastante adequadas.

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Como define Deus?

Deveres com Deus?

Deveres com a Humanidade?

Deveres com a Pátria?

Deveres com a família?

Deveres com o próximo?

Deveres convosco?

Percebe, então, que sua situação tem varias dependências. Deve se


preocupar com a permanente questão sobre a existência ou não de
um Deus. A cada questão, maior e a sua ânsia, o seu desconforto.
Um turbilhão de idéias, definições apressadas, enfim, propósitos que
deseja cultivar, contratando com a serenidade da caverna, com a
tranqüilidade da tumba, com a realidade de seu intimo,
transformaram a curiosidade inicial em um torvelinho de confusões,
que cessa comente quando ouve batidas a porta.

Nem sempre a luz da lanterna ou da vela permanece por muito


tempo acesa. O candidato, ao se ver em total escuridão, passa a
outro estado de consciência; o temor. Nota que a antecâmara da
morte e a falta da luz.

As batidas na porta tem o dom de estancar os pensamentos que


afligem o candidato, Há, no entanto, candidatos de certa forma já
com um conhecimento a respeito do que possa ser a morte.

Esses não se afligem.

Sua meditação será serena e apreciara a oportunidade de um contato


tão real do seu EU interno. A morte, ao final, não é chegada do terror
e da desgraça, mas o primeiro passo para a eternidade.

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Analisemos, porem, com mais cuidado, o comportamento do homem


comum, que se situa na faixa mais numerosa. As batidas na porta
não significam que o candidato deva abri-la, pois sabe perfeitamente,
e não se esqueceu, que quando o seu guia saiu, fechou aporta e
aferrolhou-a por fora.

Se alguém bateu e porque o candidato já não esta só. Então fica na


expectativa.

A porta se abre, surge o guia que entra e recoloca no candidato a


venda, conduzindo-o pela mão até um lugar, onde para. Novamente
uma porta e batida. Alguém de dentro pergunta: Quem vem lá?
Recebida à resposta: É um profano que busca a Luz! A porta se abre.

De acordo com os antigos gregos a verdadeira Gnose estava no


CONHECE A TI MESMO. Dentro do homem reside a contra parte do
Grande Arquiteto do Universo à disposição do profano que se
dispuser a entrar num puro estado de consciência, cuja porta
primeira da Maçonaria é a da CÂMARA DA REFLEXÃO.

Negra e escura, simboliza o corpo físico que aprisiona o Ser Real,


impedindo sua expressão e desenvolvimento. Isola-se o profano para
que contemple a nudez da vida até o momento que se tornar digno
dos paramentos da SABEDORIA OCULTA.

Vários são os símbolos ou emblemas nesta câmara.

A LÂMPADA

Representa o conhecimento objetivo material. O superego freudiano.


Tudo o que o homem aprendeu e esquecerá. Inspirado, ele
compreenderá mais tarde que tudo que a Alma aprende jamais será
perdido. Neste estado deverá se alimentar simbolicamente com
disposição de progresso.

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O PÃO, A BILHA E A ÁGUA

Em si mesmo nos lembram a falibilidade dos nossos cinco sentidos


objetivos. Individualmente, O PÃO significa a matéria prima, o trigo
que semeado ao solo apropriado brotará na direção do sol
revitalizador.

O vaso com água, o elemento úmido, outro aspecto da Substância


Mãe, apresenta-se como fator indispensável para o crescimento,
amadurecimento, reprodução e regeneração. Estes elementos, em
adição ao despojamento dos metais, farão do profano um homem
renascido. Saindo do útero humano para o ventre cósmico,
compreenderá a Matéria Prima.

VITRIOL

VISITA INTERIORA TERAE RECTIFICANDO, INVENIES OCCULTUM


LAPIDEM, ou seja, VISITA O INTERIOR DA TERRA, RETIFICANDO
ENCONTRARÁS A PEDRA OCULTA. Descendo ao fundo de si mesmo,
pesquisando no mais recôndito do seu ser, o profano terá a
oportunidade pela real iniciação de descobrir a pedra filosofal que
constitui o segredo dos sábios, a verdadeira sabedoria. A Alquimia do
iniciado não transforma o ferro em ouro mas, fundamentalmente, a
pedra bruta, que reside em nosso interior no ouro puro do
conhecimento maior.

A palavra “vitriol”

V.I.T.R.I.O.L. é uma sigla, alusiva à máxima hermética alquímica


"Visita Interiore Terrae Retificando que Invenies Ocultum Lapidem"
(Vá ao Interior da Terra e Seguindo em Linha Reta, em Profundidade,
Encontrarás a Pedra Oculta). A alusão é à pedra filosofal, que teria o
poder de transformar os metais inferiores em ouro. Mas, para a
alquimia oculta é um convite à procura do "eu" interior, do espírito,
do âmago de cada ser.

O SAL E O ENXOFRE

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Que propõem ao candidato uma vida virtuosa pela Energia Ativa que
reside na Força. Universal, no princípio criador e imanente,
simbolizado pelo SAL agregado ao princípio atrativo que constitui o
magnetismo vital, a estabilidade que permitirá a criação e expressão
da gnose.

Assim como o PÃO e a ÁGUA penetram no seu interior, vitalizando o


HOMEM MÁQUINA, os outros dois elementos projetam uma imagem
do HOMEM DEUS como alimentos espirituais, vitalizando a imagem
que o fará semelhante ao Grande Arquiteto do Universo.

São representativos dos aspectos ativos e passivos da criação. Fluxo


e Refluxo do Universo.

MERCÚRIO VITAL

Ou seja, o equilíbrio que dá a forma, a síntese da transformação real.


A possibilidade de optar pelo bem ou pelo mal. Pela vida ou morte.
Livre é de Bons Costumes ou escravo dos vícios. O MERCÚRIO
representa o pensamento humano, aquilo que transmuda, - que -
molda, forjando nosso próprio destino. O futuro Maçom deverá
VIAJAR sempre. Terá que estar atento na investigação dos símbolos,
mostrando-se PERSEVERANTE na busca esotérica do significado dos
emblemas usados pela Arte Real.

O GALO

Que adverte o profano que ele receberá a Luz. Não é este animal que
anuncia o nascer do dia sem princípio nem fim somente medido
simbolicamente pela ampulheta.

AMPULHETA

Primeiro relógio humano que nos diz: O TEMPO PASSA MAIS


DEPRESSA QUE A MINHA AREIA; TENS DE SER PERSEVERANTE NA
AÇÃO PORQUE SABE TU, Ó MORTAL, QUANTO TEMPO TENS PARA
ENCONTRAR O CAMINHO QUE TE LEVARÁ À SABEDORIA DIVINA?

OS EMBLEMAS FÚNEBRES

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Representam as forças regeneradoras da Natureza pois transmudam


as forças negativas em positivas.

São as imagens da morte que fazem o profano compreender que


deverá morrer para o mundo e renascer para a vida. Se os cinco
sentidos oferecem morte, a Luz da Maçonaria lhe dará a vida eterna.

Este novo nascimento, todo ele representado nos símbolos citados,


requer uma declaração de vontade, um último desejo antes da morte,
onde o profano reconhecerá seus deveres para com a Ordem.

ADVERTÊNCIAS

Assim como os ossos e imagens da morte se acham nas paredes da


câmara, também as inscrições indicam conselhos do ser interno que
deve guiar o homem à verdade e ao poder.

Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te

Se queres bem empregar tua vida, pensa na morte

Se temes que se descubram os teus defeitos, não estás bem entre


nós

Se és apegado às distinções mundanas, retira-te, nós aqui, não as


conhecemos

Se fores dissimulado será descoberto

Se tens medo, não vá adiante

TESTAMENTO

Testar vem da palavra “TESTARE” que significa testemunhar. Na


Maçonaria o testamento difere do testamento civil que é, uma
preparação para a morte enquanto que a disposição de vontade do
candidato está direcionada para a vida filosófica; é preparação para

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uma vida nova. Ele serve para o profano testemunhar, por escrito,
suas intenções filosóficas.

Como última manifestação de sua vontade, o testamento maçônico


permitirá a compreensão da PREPARAÇÃO necessária para que o
profano esteja apto a prosseguir na senda iniciática.

3. VIAGENS PELOS NÍVEIS SUPERIORES DO AR, DA ÁGUA E DO


FOGO

Antes de ser admitido no templo interior o candidato, prepara-se da


seguinte maneira:

Venda-se os olhos, põe – se uma corda ao pescoço e descobre o peito


ao lado esquerdo, joelho direito e pé esquerdo.

A venda é para simbolizar o estado de cegueira do mundo profano


em que se encontra o candidato e a cegueira dos sentidos, para o
candidato sentir primeiro as emoções antes que seus olhos possam
contemplar o que se passa.

A corda simboliza o estado de escravidão às paixões, lembra-nos


também o cordão umbilical do feto no ventre materno.

A desnudez do coração figura a de todo preconceito, ódio,


convencionalismo, que impede a manifestação sincera dos
sentimentos.

A desnudez do joelho direito simboliza a vanglória, o orgulho


intelectual que impede a inclinação do joelho ante o altar da Verdade.

A desnudez do pé esquerdo é para marcar a caminhada para o


templo em busca de luz, e para se preparar para pisar em solo
sagrado.

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Preparado fisicamente, o candidato continuará sendo instruído


normalmente pelo simbolismo iniciático.

Sua cegueira é uma perfeita continuação da Câmara da Reflexão.


Ainda ignorante à Luz do Conhecimento, deverá estar consciente de
que seu sacrifício é voluntário. Não estará sofrendo, não será um
mártir, pois logo compreenderá que o iniciado não sofre as dores
físicas porque conhece o segredo que reside no seu interior.

Desnudo de toda arrogância, deverá sentir o frio metal no seu peito e


tropeçar no primeiro degrau da Luz que busca.

À porta do templo bate três vezes e é recebido pelo irmão cobridor


que é o responsável pela entrada do templo.

Informa-se que o candidato sendo livre e de bons costumes deseja


obter a luz. Com deferência e dignidade deverá afirmar sua condição
de homem livre e de bons costumes.

O candidato é recebido com a ponta da espada no peito para chamar-


lhe a atenção à solenidade do ato.

O candidato é interrogado sobre suas meditações na câmara das


reflexões, quais são seus deveres para com Deus, para consigo
mesmo, para com a pátria, para com sua família, e para com a
humanidade. Quais são suas idéias sobre o vício e a virtude?

Após responder estas questões, faz as três viagens superiores que


são do ar, da água e do fogo.

Cruzando o Umbral encontrará a síntese dos três degraus simbólicos,


representados pelas três viagens que terá de fazer. Cada viagem
representará uma nova etapa do seu progresso.

Ao iniciar as viagens é perguntado: Em quem no caso de dificuldades


o candidato deposita a sua confiança? Comumente se reponde “Em
Deus”

O venerável lhe responde que agrada a confiança depositada em


Deus e este jamais lhe faltará.

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A primeira viagem a prova do ar, é cheia de obstáculos a vencer, e


muitos perigos a enfrentar que sem o apoio do condutor o candidato
poderá sucumbir.

Esta viagem simboliza os conflitos da vida humana, o tumulto das


paixões, o choque dos interesses, as dificuldades das empresas, os
obstáculos que concorrem para nos extraviar - mos, tudo isso é
significado nos alvoroços, perigos e dificuldades a vencer, nessa
primeira viagem.

A viagem termina com três pancadas pelo Segundo Vigilante nas


espáduas do candidato.

Estas três pancadas significam que pode ser feita a segunda viagem.

A bonança, como resultante das tempestades, será sua única


esperança quando se deparar com os ventos instáveis das falsas
crenças, correntes ideológicas contrárias ao progresso do homem e
da Ordem Estabelecida pelo Pacto Adâmico.

Alvoroços, ruídos e água do mar de bronze, na qual é submersa a


mão do candidato.

A segunda viagem representa a prova da água, domínio e


purificação do corpo, os combates que o homem virtuoso tem de
sustentar para triunfar do vício, até alcançar o caminho da
purificação, tudo isto é figurado pelos estrondos, ruídos de espadas,
assim como pela água, onde é em parte purificado o candidato.

Sabe que deverá superar suas paixões, hábitos e tendências


negativas. Retificando os pensamentos, estará apto para o batismo
que o transmudará pela água que desce pelo monte Hermon, onde o
Grande Arquiteto do Universo fez a sua morada. Purificado e

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regenerado, estará apto para o batismo do fogo, do espírito que


domina a matéria, o positivo que se manifesta no negativo.

A segunda viagem termina com três pancadas na outra espádua pelo


Primeiro Vigilante. Significam que pode ser feita a terceira viagem

A terceira viagem torna-se uma viagem mais silenciosa e tranqüila


a prova do fogo, que é o emblema da purificação completa do
candidato.

O fogo é a essência do amor infinito, livre de todo o desejo, as


chamas devem acender nos corações dos maçons, o amor a seu
semelhante. A descida do espírito, a purificação pelo fogo, eliminarão
qualquer resíduo de impureza.

Quando a luz brilhar, tudo o mais será trevas.

Aprendendo a caminhar no fogo, o candidato desconsiderará para


sempre as ilusões e contra-sensos dos sentidos.

A terceira viagem termina com três pancadas na cabeça do candidato


pelo Venerável Mestre. Ela significa que estão terminadas as viagens.

Vitorioso nas provas, redimido pelo sacrifício, renascido pelo


conhecimento, estará, finalmente, pronto para provar o cálice da
amargura.

O candidato é convidado a apurar o cálice da amargura, simboliza a


purificação do coração, representa os dissabores e dores da vida,
sendo uma advertência tendente a assegurar o silencio.

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A doçura do cálice é a promessa que lhe é feita de que não estará


mais sozinho. Seus pares serão os elementos e as espadas outrora
apontadas para seu coração não mais o atingirão e sim o protegerão.

Todavia, a amargura do mesmo cálice poderá levá-lo ao desespero,


tendo contra si seus pares e irmãos. Não mais disporá de sua língua,
pois sua garganta será cortada e seu corpo um objeto ao sabor das
ondas.

Compreendendo a alquimia do cálice, o futuro maçom guardará o


Terrível Segredo da Maçonaria que não se encontra em parte alguma,
mas apenas no coração de alguns poucos, no âmago de seus seres.

Após ter tragado até a ultima gota, o candidato é convidado à prova


da sangria.

Diz-lhe que deve assinar um juramento com o próprio sangue, firmar


um juramento com sangue significa aderir à Causa Sagrada
eternamente, de modo que esse pacto, assinado com sangue não
pode quebrar-se nem com a morte.

Estando o candidato disposto a dar seu sangue para o juramento ou


em qualquer tempo e em qualquer condição, deve defender seus
irmãos maçons, ainda que seja à custa do seu próprio sangue.
Bastando a resignação do candidato, o Venerável Mestre satisfaz-se.

Solicita-se uma esmola para as viúvas e órfãos que a maçonaria


ampara. Estando o candidato quase desnudo e sem nenhum valor
consigo, sente não poder fazê-lo, e vendo isso o Venerável Mestre
afirma-lhe que aprecia os seus sentimentos.

Esta prova tem como objetivo conhecer os sentimentos caridosos do


candidato, para convencer os irmãos presentes que o candidato não
tinha consigo nenhum metal (dinheiro), e para que a todo tempo o
candidato não se esqueça que foi recebido pobre e quase nu.

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Livre de todas as suas impurezas, pelos elementos o candidato estará


apto para interrelacionar-se com a Ordem prestando e recebendo
compromissos. O candidato esta pronto para receber o premio de
seus esforços.

Ele é conduzido ao oriente e em frente ao altar coloca sua mão direita


sobre o Livro da Lei, e com a mão esquerda segura um compasso
cujas pontas estão encostadas ao seu peito, e este pode feri-lo se
fizer mau uso ou revelar os segredos que recebe.

Compreendendo o inevitável não encontrará palavras para revelá-lo,


somente atitudes e comportamentos a adotar, é o juramento do
Silencio “não deis pérolas aos porcos”. Terá, então, cumprido sua
primeira obrigação.

Sua segunda obrigação será a de não escrever ou revelar quaisquer


palavras ou sinais que venha a receber. Este segundo princípio
deverá ser guardado como uma severa advertência de que, aquilo
que é recebido por graça, com dignidade deverá ser guardado.

Por fim, é a sua união eterna com a fraternidade, com seus ideais,
aspirações e tendências, deverá consagrar-se aos seus irmãos dentro
do princípio da Fraternidade Universal representada pelo Grau de
Aprendiz e Internacionalizada pela Maçonaria Mundial.

Fraternidade, entretanto, não significa discriminação, elitismo ou


distorções de valores. A Maçonaria, embora esteja sempre dando sua
Luz ao buscador sincero, espera receber permanentemente o
concurso de seus obreiros na distribuição da justiça, da igualdade e
da liberdade, não apenas entre eles, mas a todo aquele que, por
mérito próprio, concorrer com maçons ou não.

Lamentável engano pensar que a Maçonaria é um clube de favores,


onde o membro incapaz, irresoluto ou preguiçoso, encontrará apoio
para seus objetivos em detrimento de um melhor qualificado. A nossa
Arte busca o homem na sociedade e não a aparência representada
pela máscara que nos envolve a fronte. Um dos seus maiores
segredos está na arte de dar sempre sem esperar receber, a não ser
a vontade ainda maior de continuar servindo.

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Cumpridas as obrigações, compreendido o sentido maior da união de


propósitos, seus irmãos estarão dispostos e felizes por poderem
participar do ponto culminante da Iniciação.

Para o iniciado, LUZ significa SABEDORA. Por duas vezes foi lhe dada
a oportunidade de vê-la, foi-lhe permitido retirar-se do Templo para,
simbolicamente, recompor-se. Sempre solicitado a reafirmar seus
compromissos solenes, o futuro irmão estará apto para o Mistério e a
Luz lhe será dada como gáudio à sua coragem.

A terceira pancada do malhete, o Venerável Diz: Faça-se a Luz. Cai,


então, a venda dos olhos do candidato e “A LUZ FOI FEITA!”.

A principio o neófito fica deslumbrado, depois vê os irmãos com as


espadas dirigidas para ele. Essas espadas não são ameaças, elas
demonstram as dificuldades que deve o iniciado afrontar. Quer dizer
também que não somente aquelas espadas porem centenas de
milhares de outras se acham ocultas estão prontas a acudir em
socorro, mas também serão as defensoras da ordem se o maçom se
tornar culpado e perjuro.

No início o mundo vivia em trevas. Esta escuridão não existia em si


mesma, mas como contraparte absorvente da Luz que não teve
começo e jamais terá fim, apenas aguarda que o véu da obscuridade
humana seja levantado e o profano morra para a vida morta e
renasça para a imortalidade do Ser, único bem imperecível, tão bem
Simbolizado pela Luz.

Não sopramos as velas, pois não desejamos dispersar a Luz do


Conhecimento, mas concentrá-la para que, em união ternária esteja
sempre ardendo no nosso triângulo de Luz, de Vida e Amor.

Compreendendo que o conhecimento maçônico é o conhecimento da


Alma, portanto eterno, desprezará a importância dos bens materiais
que são temporários e efêmeros.

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61

Conduzido novamente ao altar, confirmará ainda uma vez seus


solenes compromissos com a espada flamígera, acompanhada dos
golpes do grau.

Finalmente terá chegado o momento de receber sua insígnia


representada pelo avental.

Assim como a espada flamígera encontrava-se com os querubins,


representando o poder criador latente no homem, o avental maçônico
deverá ser entendido como a pele, o invólucro que encobre o homem
real. Será sempre o seu instrumento primordial de serviço, pois assim
como a alma se expressa no corpo, a Arte Maçônica precisará sempre
da Loja revestida com a pele honrada de seus membros que formam
o corpo da Instituição.

Dois pares de luvas brancas lhe serão entregues. Símbolo da pureza,


estas luvas lembrarão para sempre seus compromissos de honra para
consigo mesmo e para com a Maçonaria. Um dos pares deverá ser
entregue à sua companheira, ou a sua contraparte mais amada.

Ainda que nossas irmãs não possam adentrar a moderna Maçonaria,


este ato deve ser entendido como uma admissão, pelo menos moral,
ou se preferirem, espiritual na nossa Instituição. São elas que darão
o necessário apoio ao obreiro. Pacientes e amorosas, saberão
dignificar a Arte ainda que dela não façam parte física. Que sublime
paciência e amor à Maçonaria! Que homem seria capaz de tal
sacrifício? Ser não sendo, elas serão sempre muito mais maçons do
que qualquer procedimento discriminatório; justificado ou não por
princípios que nos limitam, estabelecidos numa época em que ainda
existiam escravos e os índios não possuíam alma.

São revelados ao neófito os mistérios do Grau de Aprendiz de Maçom.

Palavras:

Saudação:

Toque:

Bateria:

Marcha:

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Tempo de Trabalho:

NO INÍCIO ERA O VERBO

Esta afirmação do evangelista João é essencialmente iniciática, ou


seja, só podemos entendê-la se adentrarmos sua essência.

Antes de Ser na forma, o Homem existia em pensamento. Por meio


da PALAVRA, o SER tomou forma sensível e o Grande Arquiteto do
Universo outorgou os atributos que fizeram dele uma Alma Vivente.

O uso correto da palavra que o Aprendiz recebe estabelecerá. a


disciplina que ele mesmo busca, quando, regenerado e integrado,
construirá, em harmonia, a síntese do seu próprio pensamento.

A PALAVRA SAGRADA distingue-se das demais por ser o próprio


Verbo, ou seja, o que de mais elevado podemos conceber.

O Aprendiz a recebe no ouvido, letra por letra para que possa meditar
profundamente sobre o seu real significado e, desta forma, formular
a segunda, tornando-se digno de receber a terceira. Tudo conforme
foi na Noite que antecedeu o Tempo.

Sendo sábio, compreenderá a Força da Palavra, o próprio Verbo que


reside no seu interior.

Portanto, se a primeira letra nos conscientiza objetivamente, a


segunda nos levará a percepção do mundo interior, a atualidade que
reside por trás de toda e qualquer realidade, a Unidade representada
pela terceira letra.

A cerimônia iniciática chega ao seu término. O novo irmão ocupa seu


lugar na Coluna Norte após o reconhecimento de todos os seus
irmãos e da restituição dos metais.

Esta restrição dos metais significa que seu conhecimento profano


poderá novamente ser possuído.

Nada se perdeu. O NOVO HOMUS provou seu merecimento nas


provas e testes. Deste modo estará apto a distribuir exotericamente o
que aprendeu esotericamente.

Completo pelo que conhecia e, ainda exaltado pelo que vivenciou,


estará apto para sua primeira Instrução Maçônica:

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63

No ritual maçônico, durante o interrogatório, é feita a pergunta: Para


que nos reunimos? A Resposta é: Para levantar templos à Virtude,
forjar algemas ao Vício e cavar masmorras ao Crime. Vamos tentar
explicar esta resposta.

Virtude, que do latim virtus, significa disposição constante de praticar


o bem e evitar o mal; ato virtuoso; castidade pudicícia; qualidade
própria para produzir certos efeitos, propriedade; força, poder físico
ou moral. Segundo a Teologia, para o cristianismo, as virtudes
naturais, ou morais, se fundamentam na natureza do ser humano; as
principais dentre elas, que condicionam as outras, são chamadas
cardeais: a prudência, a justiça, a força (fortaleza) e a temperança.
As virtudes sobrenaturais ou infusas, são dadas por Deus no
dinamismo da graça. A Escritura e a Tradição privilegiam, sob o nome
de virtudes teologais, três dessas virtudes: a fé, a esperança e a
caridade.

Prudência é a qualidade da pessoa que age com moderação,


comedimento, de forma a evitar tudo que possa causar danos;
cautela, precaução; circunspecção, serenidade de espírito. A religião
diz que essa virtude ajuda a inteligência a discernir os meios ao fim
sobrenatural. O instrumento que representa a prudência é o Prumo.

Justiça é a virtude moral pela qual se atribui a cada indivíduo o que


lhe compete; conformidade com o direito; ação ou poder de julgar
alguém, punindo ou recompensando. O instrumento que representa é
a Espada.

Força é toda causa capaz de agir, de produzir um efeito; violência;


vigor físico; energia moral; autoridade; virtude e eficácia das coisas;
vivacidade, veemência; auge, o mais alto grau de uma coisa;
necessidade, urgência; motivo, determinação; abundância, grande
quantidade; resistência, solidez. Fortaleza significa força, vigor,
robustez, energia, força moral.

Temperança é a disciplina dos desejos e das paixões humanas;


moderação, comedimento, parcimônia.

Fé é a adesão total do homem a um ideal que o excede; fidelidade


em honrar seus compromissos. Leva o homem a aderir às verdades
reveladas por Deus.

A Esperança leva o homem a aderir a Deus enquanto fim supremo do


homem, para obter a graça divina e a eterna união com Deus.

A Caridade leva o homem a amar a Deus e a seu próximo, prestar


favores e benefícios, a ser bondoso e ter compaixão dos outros.

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Levantar templos à Virtude significa desenvolver essas qualidades


de forma rígida a ponto de se agir sempre mediante seus princípios.
Desenvolvimento esse que se consegue mediante o estudo, o
conhecimento e a sabedoria.

Para isso a prática do dia a dia, sempre se corrigindo as faltas,


sempre se refletindo sobre tudo que foi feito, o que se poderia fazer
ou deixar de fazer, o que precisa ser refeito, é assim que se consegue
transformar-se as virtudes em hábito. A confiança em Deus e em
nossos irmãos que sempre estão prontos a nos ajudar, a sintonia com
as correntes de pensamentos positivas, o desejo de sempre se
praticar o bem nos ajuda a desenvolver essas habilidades.

O que mais se vê ultimamente são os maus exemplos de todas as


formas, em todos os lugares, desde a uma simples tonalidade de voz
ao desrespeito total às leis do país. Isso tudo à frente de amigos,
pais, filhos, ao público em geral.

Vício do latim vitium significa defeito que torna algo ou alguém


inadequado a determinado fim, imperfeição, deformidade; tendência
a determinado hábito prejudicial; disposição para o mal; costume
moralmente censurável, devassidão, libertinagem.

A definição é muito clara, a tendência que precisa ser mudada. Ao se


violar uma virtude e ao se conseguir vantagem com essa violação,
tende-se ao hábito de repetir a violação. Tudo isso porque existe uma
falsa sensação de que é melhor, mais fácil, mais agradável, mais
rápido não importando o preço que se pague, quem sairá
prejudicado, o que será destruído. E aí estão colocados os furadores
de fila, os viciados em produtos químicos, os violadores de leis, os
que faltam com respeito aos outros, os que lesam a empresa em que
trabalham, etc..

Quando alguém satisfaz um vício, seja ele qual for, não é somente
ele que está perdendo e sim todos os que estão próximos dele, como
a família, como também a população e, geral pois terá que pagar por
sua recuperação ou pelos danos causados.

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Os homens costumam calcular somente prejuízos monetários mas


existem também os prejuízos sociais e afetivos, sem se levar em
conta os prejuízos espirituais.

Crime do latim crimen qualquer violação grave da lei moral, civil ou


religiosa; ato ilícito; contravenção; ato condenável, de conseqüências
desagradáveis.

Se a tendência a violar as virtudes é vício, sua violação propriamente


dita é um crime, não importando sua graduação ou sua
conseqüência.

Costuma-se considerar como crimes somente aqueles cujas


conseqüências são consideradas graves ou imediatas, mas existem
aqueles crimes cujas conseqüências somente aparecerão muito
tempo depois ou talvez mesmo nem apareçam.

Muitos pais são criminosos ao acostumarem seus filhos a cultivarem


certos hábitos que serão prejudiciais a eles próprios e à sociedade em
geral, tempos depois.

Portanto, levantar templos à Virtude significa cultivar bons hábitos,


assim já se está forjando algemas ao vício e cavando masmorras ao
crime, pois portador de virtudes tem sempre boas tendências e,
portanto, não cometerá crimes. A melhor maneira de se adquirir as
virtudes é adquirindo conhecimento e a partir do conhecimento
chegar-se à sabedoria, pois é através dela que se desvia dos vícios e,
portanto, dos crimes.

O grau de Aprendiz representa o polimento individual do iniciado,


simbolizado pelo desbastamento da pedra bruta e pelo seu
esquadrejamento, com o uso do malho e do cinzel. O compasso,
símbolo do conhecimento, tendo as suas hastes presas pelos ramos
do esquadro, mostra que, no Aprendiz, ainda muito imperfeito, a
razão encontra-se embotada pelas paixões e pelos preconceitos
humanos; do ponto de vista místico, mostra o encarceramento do
espírito, ainda suplantado pela matéria. A corda de nós, além da
fraternal união maçônica universal, mostra, por ser aberta, que a
Maçonaria é uma escola de aprendizado e é evolutiva, estando
sempre aberta às idéias que possam contribuir para o
aperfeiçoamento da Humanidade.

Os três degraus de acesso ao templo, referem-se ao número do


Aprendiz: a Loja, iluminada por três luzes, os três passos, as três
pancadas da bateria. Ele é encontrado na mística do Delta Radiante,
que, representativo de Deus, simboliza a divindade única, mas

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também as tríades divinas dos povos antigos: Osíris, Ísis e Hórus,


dos egípcios; Brahma, Vishnu e Siva, do hinduísmo; Yang, Ying e
Tao, do taoismo, etc.

O quadro do Primeiro Grau representa, através de uma simbologia


muito depurada, o ser humano individual e o lugar que ocupa nos
Quatro Mundos. Representando a lei da dualidade temos o sol, a lua
e as estrelas. No nível da psique, a idéia está expressa pelas colunas
dóricas e jônicas. A “Regra de Três” está nas três colunas. O
pavimento quadrado representa o pátio, em íntima relação com o
mundo físico. A zona média-dominada pelas colunas-representa a
câmara central da alma, a essência da psique; os céus levam à porta
de acesso, em íntimo contato com o espírito. O quarto nível, a
divindade em si mesma, é representado pela glória, situada no centro
do quadrado. Os pontos cardeais situados nos bordos do Quadro
definem a direção Leste-Oeste, é a direção da "dimensão consciência"
que é a matéria de estudo. A escada de Jacó, mostra o caminho na
direção Leste-Oeste. Símbolo que representa níveis hierárquicos de
consciência. A escada tem três degraus principais: Fé, Esperança,
Caridade

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PARTE II - MAÇONARIA - CONCEITOS

600 PERGUNTAS RELATIVAS AO GRAU DE APRENDIZ-MAÇOM

1 - Entre vós e mim existe alguma coisa?

Sim, existe um Culto

2 - Que Culto é este?

Um segredo

3 - Que segredo é este?

A Maçonaria

4 - Sois Maçom e qual a vossa idade?

Meus irmãos como tal me reconhecem e minha idade é de três


anos.

5 - O que é preciso para ser Maçom?

Ser livre e de bons costumes

6 - Como vós se preparastes para ser recebido maçom?

Principiei a preparar-me pelo coração

7 - Aonde fostes depois levado?

A uma câmara contígua, a Loja.

8 - Como estáveis preparado?

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Nem nú, nem vestido, tiraram-me todos os metais, vendaram-


me e fui conduzido à porta do Templo por um amigo.

9 - Como soubestes que estáveis à porta do templo, se


estáveis vendado?

Por um amigo, que depois reconheci como irmão.

10 - Como foste admitido?

Por uma grande pancada.

11 - Que vos disseram?

Quem vem lá.

12 - E como pudestes conceber tal esperança?

Porque sou livre e dotado de bons costumes.

13 - Que vos disseram então?

Pediram-me para declarar meu nome, Pátria, idade,


qualidade civil e profissão.

14 - Que vos mandaram fazer depois?

Mandaram-me entrar.

15 - Como entrastes?

Entrei tendo a ponta de uma espada assentada no peito.

16 - Que vos perguntaram?

Se eu sentia ou via alguma coisa.

17 - Que respondestes?

Que sentia e porem nada via.

18 - Por quem fostes recebido depois de vossa entrada?

Pelo Segundo Vigilante que me entregou ao Primeiro


Experto.

19 - Que vos fez ele?

Mandou-me ajoelhar e tomar parte de uma oração que o


Ven∴ recitou.

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20 - Que vos perguntaram depois dessa Oração?

Perguntaram em quem eu punha a minha confiança.

21 - Que respondeste?

Que depositava em Deus.

22 - Que vos fizeram depois?

Pegaram-me pela mão direita, fizeram-me levantar, disseram-


me que nada receasse, e sem temer seguisse a mão que me
guiava.

23 - Aonde vos conduziu este guia?

Fez-me praticar três viagens.

24 - Onde encontraste o primeiro obstáculo?

Encontrei o primeiro obstáculo no meio dia, por trás da coluna


do irmão 2º Vig∴, onde bati levemente três pancadas.

25 - Que resposta vos deram?

Perguntaram quem vem lá.

26 - Que respondestes?

O mesmo que havia respondido na porta.

27 - Aonde encontrastes o segundo obstáculo?

Encontrei o segundo obstáculo por trás do 1º Vig∴no


Ocidente, onde dei também três pancadas, e dei também as
mesmas respostas as suas perguntas.

28 - Aonde encontrastes o terceiro obstáculo?

Encontrei o terceiro obstáculo por trás do Ven∴ onde bati da


mesma forma e dei as três respostas.

29 - O que vos foi ordenado então?

Mandaram conduzir ao irmão 1º Vig∴no Oc∴para ser


instruído.

30 - Que instrução vos deu ele?

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70

Este me ensinou a dar os primeiros passos no ângulo de um


quadrilátero, a fim de que pudesse chegar ao altar e ali
prestar a minha obrigação.

31 - Onde a prestastes?

No altar dos Juramentos.

32 - Depois de prestar esse juramento, que vos disseram?

Perguntaram-me o que mais queria.

33 - Que respondestes?

A Luz.

34 - Quem vos deu a Luz?

A mim foi dada pelo Ven∴M∴e todos os irmãos.

35 - Quando recebestes a Luz, o que vistes?

Vi neste momento o L∴L∴, o Esq∴, o Comp∴

36 - Que vos disseram significar estas luzes?

Disseram significar três grandes luzes da maçonaria.

37 - Explicai-me?

O L∴L∴regula a nossa conduta no Lar, no Trabalho e na


Sociedade; o Esq∴ é o símbolo da retidão, nos ensina a
permanecermos fiéis para com os nossos semelhantes; e o
Comp∴ que representa a justiça que nos ensina onde
começam e onde terminam os nossos direitos.

38 - Que vos mostram depois?

Mostraram-me as três sublimes luzes da Maçonaria, o Sol, a


Lua e o Ven∴

39 - Que vos disseram depois?

O Ven∴tomou-me pela mão direita, deu-me o toque e a


palavra e disse-me, levantai-vos meu irmão e ensinou-me
também os números que compõem uma Loja.

40 - Que números compõe uma Loja, meu irmão?

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Três, Cinco e Sete.

41 - Porque razão o número três compõe uma Loja?

Três foram os mestres na construção do Templo de Salomão.

42 - E o número Cinco, por que?

Porque todo homem deve possuir cinco sentidos.

43 - Quais são os cinco sentidos?

Audição, Olfato, Visão, Paladar e o Tato.

44 - Para que servem eles na maçonaria?

Três dentre eles para muito.

45 - Explicai-me os seus usos?

A visão para ver os sinais, o tato para sentir o toque e


reconhecer os irmãos, tanto nas trevas como na luz, a audição
para ouvir as palavras.

46 - Por que razão o número sete compõe uma Loja?

Porque sete são as ciências liberais.

47 - Dizei-me quais são?

A gramática, a retórica, a lógica, a aritmética, a geometria, a


música e a astronomia.

48 - De que utilidades são estas ciências na Maçonaria?

Elas têm grande utilidade de ensinamento.

49 - Que nos ensina a retórica?

A retórica é a arte de falar e de discorrer sobre qualquer


assunto.

50 - Que nos ensina a aritmética?

Nos ensina o valor do número.

51 - Que nos ensina a geometria?

Nos ensina a medir a terra, para nela marcarmos o pedaço


que nos pertence na grande partilha da humanidade.

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52 - Que nos ensina a música?

Nos ensina a virtude dos sons.

53 - Que nos ensina a astronomia?

Nos ensina o conhecimento dos corpos celestes.

54 - Que forma tem a vossa Loja?

Tem a forma de um quadrilongo.

55 - De que largura é a vossa Loja?

Tem a largura do norte ao sul.

56 - De que comprimento é uma Loja?

Tem o comprimento do Oriente ao Ocidente.

57 - De que altura é uma Loja?

Tem a altura da Terra ao Céu.

58 - E qual a profundidade?

Tem a profundidade da superfície ao centro da terra.

59 – Por que a Loja Maçônica tem essas medidas?

Porque a Maçonaria é universal e o Universo é uma Loja.

60 - Por que razão a Loja está situada do Oriente ao Ocidente?

Porque assim estão todas as Lojas.

61 - Por que?

Porque o Evangelho principiou a ser pregado no Oriente e


estendeu-se depois para o Ocidente.

62 - O que sustenta a Loja?

Três colunas.

63 - Como se chamam?

Sabedoria, Força e Beleza.

64 - Quem representa o pilar da Sabedoria?

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É representada pelo Venerável no Oriente.

65 - Quem representa o Pilar da Força?

Representa o Primeiro Vigilante no Ocidente.

66 - Quem representa o Pilar da Beleza?

Representada pelo Segundo Vigilante no Meio Dia.

67 – Por que representa o V∴M∴o Pilar da Sabedoria?

Porque dirige os obreiros e mantém a ordem.

68 – Por que representa o Primeiro Vigilante o Pilar da Força?

Porque paga os obreiros, cujos salários são a força e a


manutenção de sua existência.

69 – Por que representa o Segundo Vigilante o Pilar da


Beleza?

Porque faz repousar os obreiros, fiscalizá-los no trabalho a


fim de que ao V∴M∴resultem honra e glória ao G∴A∴D∴U∴

70 – Por que a Loja é sustentada por três colunas?

Porque a sabedoria, a força e a beleza são o complemento de


tudo, sem elas nada é duradouro.

71 - Por que?

Porque a sabedoria inventa, a força sustenta e a beleza


adorna.

72 - Como a Loja é coberta?

É coberta por uma Abóbada Celeste e de diversas nuvens.

73 - De onde sopram os ventos para os maçons?

Sopram do Oriente para o Ocidente.

74 - À que horas começam os Aprendizes Maçons os seus


trabalhos?

Ao meio dia.

75 - À que horas terminam?

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74

A meia-noite.

76 - Quais os símbolos que representam o início e o término?

Sol e a Lua.

77 - O que significa P∴B∴?

Significa a inteligência, o sentimento do homem primitivo


áspero, que mais tarde, que com as instruções dos mestres
adquira finalmente a educação liberal e virtuosa. A
P∴B∴significa o estado imperfeito de nossa natureza.

78 - Quais os instrumentos que os AAp∴ utilizam para poli-la?

O Maço, o Cinzel e a Régua Lisa.

79 - Onde se encontram localizados em nossa Loja (Maço e o


Cinzel)?

Junto ao Pedestal do Primeiro Vigilante.

80 - Como faz um maçom para se reconhecer?

Utilizam sinais, toques e palavras.

81 - Qual é o sinal?

O sinal é o gutural representa que o Maçom prefere ter


cortada a garganta e arrancada a língua pela raiz, a faltar
com o juramento.

82 - Dei-me a P∴S∴

N∴V∴P∴D∴S∴S∴Dá-me a 1ª L∴e eu V∴D∴a S∴

83 - Qual é o seu significado?

Força e alegria.

84 - Para que é utilizada no início dos trabalhos?

Com o objetivo de transmitir aos irmãos que guiarão a sessão


uma palavra de estímulo e coragem, para que tudo ocorra
com harmonia e perfeição.

85 - O que significa S∴S∴S ∴?

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75

Sapientia, Salus e Stabilitas.

86 - Quais são os tipos de colunas existentes em um Templo


Maçônico?

- Jônica – a Sabedoria – V∴M∴– Minerva

- Dórica – a Força – 1º Vig∴– Hércules

- Coríntia – a Beleza – 2º Vig∴– Vênus

87 - Quais os ornamentos, paramentos e jóias de uma Loja


Simbólica?

Os ornamentos são três: O Pavimento de Mosaico, a Orla


Denteada e a Corda de 81 Nós.

Os Paramentos são: O Livro da Lei, o Compasso e o Esquadro.

As jóias são: - Móveis: O Esquadro, o Nível e o Prumo.

- Fixas...: A P∴B∴, a P∴P∴e a Prancheta da Loja.

88 – Por que são ditas jóias móveis e jóias fixas?

Jóias Móveis porque os Oobr∴que as utilizam, não serão


sempre os mesmos, e a cada eleição elas passarão as mãos de
novos iir∴

Jóias Fixas porque sempre serão utilizadas pelo mesmo tipo


de Obr∴dependendo do grau que a utiliza.

89 - Quais símbolos representam a Fé, a Esperança e a


Caridade?

Fé - Cruz, Esperança – Âncora, Caridade – Taça.

90 - Quais suas relações com a escada de Jacó?

Representa o Início, o Meio e o Fim.

91 - Quais são as dignidades de uma Loja Maçônica?

Ven∴M∴, 1º Vig∴, 2º Vig∴, Orador e Secretário.

92 - Qual a diferença entre Templo, Loja e Oficina?

Templo – representa especificamente a construção, o prédio,


o edifício, onde funciona uma Loja ou Oficina.

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Loja – é uma Oficina composta de diversos membros, que se


reúnem liturgicamente com fins definidos longe das vistas e
indiscrições profanas, e é dirigida por suas luzes.

93 - Explique o que é Maçonaria Operativa e Maçonaria


Especulativa.

Maçonaria Operativa é a fase dos Construtores e Artífices


estritamente profissionais, antigos mistérios.

Maçonaria Especulativa é a fase atual.

94 - Qual o significado das Romãs na Maçonaria?

As Romãs simbolizam a UNIÃO de todos os maçons da face da


terra, pela LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.

95 - Quais as quatro virtudes cardeais?

Temperança, Justiça, Coragem e Prudência.

96 - Qual o sentido para se circular em uma Loja Maçônica?

Sentido Horário

97 - Em que parte do L∴L∴são abertos os trabalhos do Grau


de Aprendiz?

No Salmo 133.

98 - O que é maçonaria?

Maçonaria não é uma religião, nem uma associação


dogmática, muito menos uma teoria política ou um partido.
Também não é uma corrente filosófica. Seu conceito fica como
o de uma sociedade secreta, educativa, filantrópica,
destinada a reunir homens de boa vontade que se proponham
a debater e equacionar os grandes problemas da humanidade,
do seu tempo, de sua Pátria e de sua comunidade, lutando
pela realização das soluções. Cultua valores básicos e
imutáveis, como a existência de um Princípio Criador, a
filosofia liberal, o patriotismo e a liberdade de pensamento.

99 - A Maçonaria é Regional?

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Não, é Universal.

100 - Quais os três graus básicos da Maçonaria?

Aprendiz, Companheiro e Mestre.

101 - Os membros da administração da Loja usam jóias


pendentes nos respectivos colares, quais são as jóias do:

Ven∴M∴– um esquadro

1º Vig∴– um nível

2º Vig∴– um prumo ou perpendicular

Orador – um livro aberto

Secretário – duas penas cruzadas

Tesoureiro – duas chaves cruzadas

Chanceler – um timbre

Hospitaleiro – uma bolsa

Diáconos – uma pomba

Expertos – um punhal

Porta Bandeiras – uma bandeira

Porta Estandarte – um estandarte

Cobridor Interno – duas espadas cruzadas

Cobridor Externo – um alfanje

Arquiteto – uma trolha

Mestre de Harmonia – uma lira

Mestre de Banquete – uma taça

102 - Quais os segredos que não podem ser revelados a


profanos?

Sinais, Toques e Palavras.

103 - O que é a Sala dos P ∴P ∴? e o Átrio?

A Sala dos PP∴PP∴é o local que precede imediatamente o


Átrio. Lugar onde os maçons se revestem de suas insígnias

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assina o livro de presença. Também ai, os visitantes explicam


aos expertos a razão de sua presença e apresentam a
documentação de maçom regular.

O Átrio em sentido histórico refere-se as três portas do


Templo de Salomão, onde havia um átrio destinado a praça
dos gentios; um átrio de Israel destinados aos Hebreus; um
átrio dos sacerdotes que exerciam seu ofício. Em linguagem
maçônica é a área livre que fica a frente da porta de entrada
do Templo. Neste espaço livre os irmãos se preparam para a
entrada ritualística no Templo.

104 - O que é o sólio?

Sólio é o Trono do Venerável Mestre.

105 - O que é o Delta Luminoso?

É a figura triangular que aparece sobre o trono ocupado pelo


Ven∴M∴, no centro do triângulo aparece o Olho que tudo Vê,
símbolo do mais alto poder, da sapiência, da verdadeira Luz.

106 - O que significa a palavra profano?

Que não pertence a Ordem. Aquele que está fora do Templo,


que está diante do Templo, mas ainda não admitido e nem
está dentro. È composta de “pro”, antes, fora, e “fanum”,
templo.

107 – Por que sois sempre obrigados a trazer o seu avental


em Loja, assim como os demais irmãos?

Porque ele nos lembra que o homem nasceu para o trabalho


e que todo maçom deve trabalhar infatigavelmente para a
descoberta da verdade e o aperfeiçoamento da humanidade.
O avental, entre nós, é um símbolo de fraternização, e por
isso dois irmãos desavindos não podem absolutamente usá-lo
antes da reconciliação.

108 - O que lembra o Sinal de Ordem?

Uma das sanções do antigo juramento do maçom: preferir ter


o pescoço cortado ao invés de ser perjuro á nossa ordem.

109 - Para fazer o Sinal de Ordem, como deve estar o


maçom?

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Com o corpo ereto, os pés formando uma esquadria.

110 - Quais são os meios universais de reconhecimento e que


são os segredos da ordem?

Os sinais, toques e palavras.

111 - Para que serve o Sinal de Saudação?

Para saudar, á entrada, as três luzes da Loja depois de se ter


feito a marcha real de três passos.

112 – Por que o Sinal do Rito Brasileiro é muito expressivo?

Porque a sua terceira parte, a mão estendida, é um apelo a


fraternidade.

113 - Para que servem o sinal de obediência e a parte final do


sinal do Rito Brasileiro?

Valem como senha e contra senha de reconhecimento no


mundo profano.

114 - Em Loja de Apr∴há Palavra de Passe? Por que?

Não, porque na antiga maçonaria o aprendiz não podia ir ao


mundo profano e assim não precisava de uma palavra para
sair e voltar.

115 - Porque são as Lojas Maçônica Loja de São João?

São João (Evangelista), o discípulo dileto de Jesus, foi o


último patrono das Corporações de Construtores ou Lojas da
idade média. Não resta dúvida de que a expressão “São João
Nosso Padroeiro”, vêm da Maçonaria Operativa.

116 - O que é o Pavimento de Mosaico?

Ornamento colocado no centro da Loja, formado por ladrilhos


alternadamente brancos e pretos. Estes Ladrilhos são unidos
uns aos outros por meio de cimento, significando
simbolicamente a união de todos os maçons do mundo, coisas
que os profanos não vêem, pois só vislumbram os ladrilhos,
enquanto que os irmãos maçons vão além, ultrapassando os
obstáculos que por ventura deparem na busca da verdade. O
simbolismo representado pelo pavimento de mosáico
compreende a gama dos opostos, isto é, do positivo e do

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negativo, conforme se observa em toda a natureza, sendo um


espaço consagrado da Loja.

117 - Porque os símbolos são essenciais a maçonaria?

Porque sem eles iria se tornar uma instituição profana.

118 - O que significa a venda nos olhos do candidato no dia de


sua iniciação?

Significa as trevas e os preconceitos do mundo profano e a


necessidade, que tem os homens de procurar a luz entre os
iniciados.

119 - O que significa o p∴d∴calçado de alpargata no dia de


sua iniciação?

Representa o respeito que todo profano deve nutrir pelo


templo sagrado da maçonaria.

120 - O que significa o lado esq ∴do peito desnudo, no dia de


sua iniciação?

Exprime o desejo do profano de dar o seu coração aos


irmãos.

121 - O que significa as purificações na iniciação?

Afirma que o profano não pode alcançar, por si só, o templo


da filosofia.

122 - O que significa os três pp∴formando cada um e a cada


junção dos pés um ângulo reto?

Significam que a exatidão é necessária aos que desejam


vencer na ciência e na virtude.

123 - O que nos lembra as pontas do C∴sobre o peito?

Lembram que, na maçonaria a retidão regula os pensamentos


e as ações de seus adeptos.

124 - O que significam as três viagens do candidato?

As três viagens revelam as conquistas de novos


conhecimentos. Na primeira o candidato representa a criança,
na segunda o discípulo e na terceira o amigo.

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125 - No L∴L∴há alguma referência sobre o pé d∴do


candidato calçado de alpargata?

Esse uso milenar lembra a lição do Supr∴Arq∴do Un∴quando


apareceu a Moisés, numa sarça de fogo, sobre o monte Horeb:
“ Não te chegues assim: tira os sapatos de teus pés, porque o
lugar em que estas, é Terra Santa.

126 - Qual é o símbolo mais expressivo do grau de aprendiz


em relação ao neófito?

É a Pedra Bruta, que ele tem que desbastar para prosseguir a


sua carreira maçônica.

127 - Porque a idade do Aprendiz é de três anos?

Essa era o tempo necessário ao seu preparo, no trabalho do


maço, do cinzel e da régua, que eram suas ferramentas.

128 - Sendo o avental símbolo de fraternidade, poderá ele


ser usado entre dois irmãos desavindos? O que deve ser feito
então?

Não, se na Loja estiver um ir∴com quem estejamos em


desacordo, devemos não entrar e convidá-lo á sala dos passos
perdidos para amigavelmente resolver a divergência, o que,
obtido, podemos então colocar nossa insígnia, entrar no
templo é trabalhar. Se, porém, a animosidade não for
suprimida, será preferível que um ou ambos se retirem, e
imediatamente após, o Ven∴M∴formará o conselho de
família.

129 - Onde fostes recebido maçom?

Em uma Loja justa e perfeita e regular.

130 - O que é preciso para que uma Loja seja justa e perfeita?

Que três a governem, cinco a componham e sete a


completem, isto é: o Ven∴M∴e os VVig∴; o Ven∴M∴, os
VVig∴, o Orador e o Secretário; finalmente, o Ven∴M∴, os
VVig∴, o Orador, o Secretário, o Mestre de Cer∴e o Cobridor.

131 - O que é uma Loja regular?

É a que sendo justa e perfeita, obedece a uma Potência


regular, da qual recebeu sua Carta Constitutiva e pratica

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rigorosamente todos os princípios básicos da maçonaria


universal.

132 - Porque usa símbolos a maçonaria?

Porque se origina dos antigos mistérios, onde os símbolos e


alegorias eram a chave da ciência; conserva-os por tradição e
para auxiliar a memória a reter os seus ensinamentos pela
impressão que causa aos sentidos e ao espírito.

133 - Conheceis a escada de Jacó?

Sim, ela é um expressivo símbolo iniciático: representa a


ponte de ascensão da terra ao céu.

134 - Ao longo da escada de Jacó vedes alguns símbolos?

Sim, há três símbolos: na base, no centro e no topo,


representando a fé, a esperança, a caridade. A escada coroa-
se pela estrela radiante de sete pontas, inscrita num círculo,
símbolo do Arq∴Univ∴

135 - Que há no interior de uma Loja maçônica?

Há os paramentos, os ornamentos e as jóias.

136 - Quais os paramentos de uma Loja Maçônica?

Os Paramentos são: o L∴da L∴, o Comp∴e o Esq∴

137 - O L ∴L∴é um L ∴determinado?

Não. Usamos freqüentemente a Bíblia, mas o L∴da L∴é o


L∴Sagr∴de cada religião, onde os crentes afirmam existirem
as verdades pregadas por seus profetas.

138 - Conheceis a Esp∴Flam∴?

A E∴ F∴ou ondulada, é emblema de magistério e instrumento


necessário á consagração do neófito pois nela soa a bateria
do grau.

139 - O que se vê de cada lado da entrada do Templo?

Duas colunas de bronze, designadas pelas letras J e B, são


ocas e nelas guardam as ferramentas dos companheiros e
aprendizes.

140 - O que representam as colunas B e J?

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Marcam os dois pontos solsticiais, a coluna B representa os


solstícios do inverno e a coluna J os solstícios do verão.

141 - Quantos degraus existem entre o piso do ocidente e o


piso do oriente?

Sobe-se ao oriente por quatro degraus e representam a força,


o trabalho, a ciência e a virtude.

142 - O que é Mar de Bronze?

Recipiente para as purificações litúrgicas pela água.

143 - A que é consagrado o Grau de Aprendiz?

Lavrar a Pedra Bruta.

144 - Como esta coberta uma Loja Maçônica?

Está coberta por uma Abóbada Celeste.

145 - De onde sopram os ventos para os MMaç∴?

Do Oriente para o Ocidente.

146 - A Maçonaria se divide em dois grandes ramos que são


estreitamente ligados, quais são?

É a Maçonaria Simbólica e a Maçonaria Filosófica.

147 - Quais são os graus básicos da Maçonaria Simbólica?

Grau de Aprendiz, Grau de Companheiro e Grau de Mestre.

148 - O que são os Landmarks?

Podemos dizer que as Leis Não Escritas, ou regras


consagradas pela prática na Maçonaria constituem os
Landmarks. Landmark é uma palavra inglesa aplicada ao
direito Maçônico e foi tirada da Bíblia e significa Marca,
Senda, Sinal sagrado e inviolável que dividia terras de
diferentes donos.

149 - Qual a origem do REAA?

O REAA, em seus graus filosóficos, surgiu na França, em 1739,


em virtude de uma dissidência ocorrida na Grande Loja da
Inglaterra.

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150 - A que é consagrado o Grau do Aprendiz?

O Grau do Aprendiz é consagrado á Fraternidade Humana,


simbolizada na União dos irmãos.

151 - O que é a P∴S∴?

A P∴S∴é uma senha temporária, alterada de seis em seis


meses pelo Sob∴Grão Mestre Geral da Ordem e serve para
atestar a regularidade dos OObr∴

152 - Como é dada a P∴S∴?

A P∴S∴é dada somente em Loja e é comunicada aos


integrantes do Quadro em cerimônia especial designada como
Cadeia de União.

153 - O que é Trolha Falada?

Trolha Falada é o trolhamento feito ao visitante que não seja


conhecido de nenhum irmão do Quadro que por ele se
responsabilize.

154 - O que é Trolha Muda?

A Trolha Muda não é muito comum, mas as lojas podem


empregá-la, consiste que o visitante que bate a porta do
templo receba das mãos de um dos membros da Loja o L∴da
L∴e o esq∴, que o visitante deverá colocar na posição do grau
na página correspondente ao versículo.

155 - Qual o significado da palavra que se encontra na Coluna


B?

Os significados e as interpretações desta palavra são


diversos, mas para o Aprendiz a Palavra da Coluna B quer
dizer força e alegria.

156 - Qual é a jóia do Primeiro Vigilante?

O Nível é a jóia do primeiro vigilante, sendo que ela é uma


jóia móvel.

157 - Qual é a jóia do Segundo Vigilante?

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O Prumo é a jóia do Segundo Vigilante, sendo que ela é uma


jóia móvel.

158 - O que é Pilar?

Pilar (deriva do Latim = pilore), é uma coluna simples e sem


ornatos que sustenta uma construção.

159 - O que é Coluna?

Coluna (deriva do Latim = columnu), é um pilar cilíndrico que


sustenta abóbadas ou que serve de ornatos em edifícios, e se
divide em três partes base, fuste e capitel.

160 - Quais são as Colunas e quais são os Pilares?

As Colunas são B e J, que existem na entrada do Templo;


Coluna do Norte e Coluna do Sul, que são as colunas onde
tomam acento os irmãos.

Os Pilares são Jônico, Dórico e Coríntio, são três pilares


gregos de grande significado simbólico.

161 - O que é Malhete?

O Malhete é o símbolo da autoridade do Ven∴M∴, também os


VVig∴ usam o Malhete. O Malhete é o símbolo da firmeza e da
perseverança.

162 - O que é Óbolo?

Óbolo é uma oferta, uma dádiva ou metal que o irmão coloca


no Tronco de Beneficência.

163 - O que é Tronco de Beneficência?

Em maçonaria, a palavra tem origem no francês = tronc, que


tanto significa Tronco, como Caixa de Esmolas, em nosso caso
o que importa é o segundo sentido. A expressão original para
designar a coleta era “TRONCO DA VIÚVA”, mas
modernamente é mais conhecido como TRONCO DE
BENEFICÊNCIA ou TRONCO DE SOLIDARIEDADE. É o auxílio
material que os irmãos oferecem, através de suas respectivas
Lojas, a quem esta em necessidades.

164 - O que é Livro de Arquitetura?

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É o Livro destinado a lavratura das atas.

165 - O que é Loja Aberta?

É a Loja que está em funcionamento, ou seja realizando uma


sessão ordinária.

166 - O que é Loja Adormecida?

É a Loja que abateu colunas; o contrário de Loja ativa.

167 - O que é Loja Coberta?

É a Loja que está funcionando a coberto, ou seja, sem a


presença de profanos. Diz-se, também, da Loja que trabalha
sob a égide de uma Obediência maçônica, ao contrário de
uma Loja descoberta, que não está inserida em nenhuma
jurisdição, condição considerada irregular (também chamada
de Loja livre).

168 - O que é Loja de Mesa?

É a sessão ritualística em que os maçons confraternizam-se


em torno de uma mesa de refeições. Solenidade
impropriamente chamada de banquete ritualístico.

169 - O que é uma Loja Justa, Perfeita e Regular?

Para que uma Loja seja justa e perfeita, segundo as


instruções maçônicas, é preciso que três a governem, que
cinco a componham e que sete a completem. Os três são as
Luzes, os cincos são as Dignidades — incluídas as Luzes — e
os setes são os obreiros necessários, no mínimo, para que
uma Loja seja aberta. Para que a Loja justa e perfeita, seja
regular, é necessário que ela tenha o seu breve constitutivo
emitido por uma Obediência regular, à qual ela fica
jurisdicionada.

170 - O que é uma Loja Mãe?

Primitivamente, era o titulo dado à primeira Loja de um país,


ou de uma região. Embora esse conceito ainda esteja em
vigor, ele se tornou mais amplo, significando, para o maçom,
a Loja em que ele foi iniciado.

171 - O que é LOWTON?

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É o filho (HOMEM) do maçom, o qual, mediante um ritual


próprio, é adotado pela Loja, ficando sob a sua tutela e
orientação. Alguns chamam a cerimônia de “batismo
maçônico”, o que É UM ERRO.

172 - O que é Medalha Cunhada?

Expressão usada para designar o dinheiro, ou melhor, a


moeda circulante no país. Ao anunciar o produto do Tronco, o
Orador da Loja diz que ele “produziu a medalha cunhada
de...”.

173 - O que são os metais?

Quaisquer objetos de metais nobres e, por extensão, o


dinheiro.O uso do termo vem dos tempos em que imperava
um costume maçônico de entregar, á Loja, peças de metais
preciosos.

174 - O que é Oficina?

É o local de trabalho dos maçons, seja no templo, ou em outro


local onde se reúnam para tratar de assuntos maçônicos (em
Loja de Mesa, por exemplo). O termo tem sido usado como
sinônimo de Loja, embora se prefira, como definição de Loja,
a corporação de maçons reunida no templo, ou na oficina
(terminados os trabalhos, a Loja é fechada).

175 - O que é um Oficial?

Em Loja, designa o detentor de um cargo, que é, portanto, o


maçom que exerce um, oficio. Embora todos os detentores de
cargos sejam Oficiais, o uso maçônico consagrou, para os três
principais dirigentes de uma Loja (Venerável Mestre e
Vigilantes), o titulo de Luzes e, também, Dignidades (neste
caso, juntamente com o Orador e o Secretário).

176 - O que é o ORIENTE?

Além de ponto cardeal que designa, no templo maçônico, o


local onde, simbolicamente nasce o Sol — e, portanto é onde
reina a Luz — e onde têm assento as Dignidades da Loja e da
Obediência, é, também, o termo maçônico usado para
designar uma cidade, ou uma localidade. Primitivamente,
referia-se a um local onde houvesse Loja, já que esta, como
irradiadora de luz, tinha que estar no Oriente, onde nasce o
Sol. Depois, o termo passou a designar a cidade onde

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residisse o maçou, onde houvesse Loja e, de maneira geral,


qualquer cidade. Especificamente como local do templo, por
ser o fim da escalada iniciática, que vai das trevas à Luz, ou
seja, do Ocidente para o Oriente, passando, sucessivamente,
pelo Norte e pelo Sul, é vedado aos Aprendizes e
Companheiros Maçons.

177 - O que é Oriente Eterno?

Trata-se do céu metafísico. Quando do falecimento do maçom,


diz-se que ele partiu para o Oriente Eterno.

178 - O que é o Painel?

É um quadro que contem símbolos alusivos ao grau em que a


Loja está trabalhando. Sua origem está na época em que não
existiam templos maçônicos e os maçons reuniam-se em
tabernas e nos adros das igrejas, traçando os símbolos, com
giz ou carvão, no chão. Depois surgiram artistas que
desenharam painéis.

179 - O que é Peça de Arquitetura?

É o nome maçônico para qualquer peça de oratória (discurso,


ou trabalho cultural).

180 - O que é PLACET, OU QUITE-PLACET?

Placet — cuja pronúncia correta é placé — é uma palavra


francesa que significa memorial, ou anotação das coisas que
devem ser lembradas não deve ser confundida com “place”,
cuja pronúncia é placê e significa colocação. Designa,
portanto, o memorial da vida maçônica do obreiro. O quite-
placet alem do memorial, traz a comprovação de que o
obreiro está livre de obrigações financeiras para com a Loja
(“quite” significa livre de dívida ou de obrigação). O quite-
placet é expedido a pedido de um obreiro, quando ele deseja
sair de uma Loja, para se filiar a outra, O placet demonstra
que ele é maçom regular, enquanto que a prova de quitação
mostra que ele saiu da Loja espontaneamente e não por
eliminação devida à falta de cumprimento de suas obrigações.

181 - O que é Polir?

Redigir, escrever.

182 - O que é Prancha?

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É o nome maçônico para designar as cartas e circulares


trocadas entre maçons, Lojas, ou Obediências. Pode aludir à
prancha — grande tábua larga e grossa — usada como
material de construção. Todavia, como o termo deriva do
francês “planche”, o qual vem do latim “planca”, que
significa, entre outras coisas, lâmina (gravura) e placa (de
metal), mais de acordo com o significado de prancha
maçônica estaria a chapa de metal usada para a gravação de
caracteres, a partir da Idade dos Metais (5.000 anos a.C.).

183 - O que quer dizer Profano?

É, para os maçons, aquele que não é maçom, ou seja, o


individuo leigo, que não faz parte da associação e não está
iniciado em seus conhecimentos.

184 - O que é quadro?

Designa o conjunto de maçons de uma Loja; é o rol, a lista, a


relação dos obreiros.

185 - O que quer dizer Recreação?

Designa a suspensão momentânea dos trabalhos de uma Loja,


realizada segundo uma ritualística própria; diz-se, então, que
há a chamada para a recreação, ao final da qual há a chamada
para o trabalho.

186 - O que quer dizer reerguer colunas?

Quer dizer reabrir uma Loja que estava parada, ou


adormecida, ou seja, Loja que estava de colunas abatidas.

187 - O que é Sagração?

É a cerimônia durante a qual o neófito é investido no grau de


Aprendiz Maçom, o Aprendiz, no de Companheiro Maçom e o
Companheiro, no de Mestre Maçom. Sagrar, ai, não tem o
sentido de santificar, mas, sim o de INVESTIR NA DIGNIDADE
DO GRAU. O termo também é usado para a cerimônia de
inauguração de um templo maçônico (sagração do templo).

188 - O que é Sessão Branca?

É a sessão aberta ao público, ou Sessão Pública. Estão nesse


caso as sessões de Adoção de Lowtons, de Confirmação
Matrimonial, de Pompas Fúnebres (em uma parte), as
Festivas, as Cívicas e as de Conferência sobre temas não

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vedados a profanos. Nessas sessões, A ABERTURA É


RITUALÍSTICA e, depois dela, ingressam os profanos, seguidos
das autoridades maçônicas e da Bandeira Nacional, que é a
última a entrar (com exceção das Pompas Fúnebres, onde não
há entradas festivas das autoridades e da bandeira). Todos os
profanos têm lugar designado no templo: os homens sentam-
se, EXCLUSIVAMENTE, na Coluna da Força (a do lº. Vig∴) e as
mulheres, EXCLUSIVAMENTE, na Coluna da Beleza (a do 2º.
Vig∴).

189 - O que quer dizer “Sob Malhete”?

Diz-se do assunto que fica para ser resolvido posteriormente,


ou seja, cuja discussão é adiada.

190 - O que é Telhamento?

É o exame de alguém, nos toques, sinais e palavras, para


verificar sua qualidade maçônica, ou se tem grau suficiente
para assistir a um trabalho maçônico em grau superior ao de
Aprendiz. Representa uma cobertura e, como as telhas, serve
para COBRIR O TEMPLO a profanos, ou aos que não possuam
grau suficiente para assistir à sessão. O termo é muito
confundido com “trolhamento”, que, para este caso, é
TOTALMENTE ERRADO, pois quando o Cobrídor (ou Telhador)
examina alguém nos toques, sinais e palavras, etc estará se
cobrindo e cobrindo o templo e os trabalhos a eventuais
intrusos; estará fazendo o telhamento e não “trolhamento”,
que é outra coisa.

191 - O que quer dizer traçar?

Redigir, escrever.

192 - O que é TROLHAR?

Significa passar a trolha. A trolha é uma espécie de pá


retangular, na qual fica a argamassa, de que o pedreiro vai se
servindo; depois da aplicação do material, ele usa a trolha
PARA ALISAR A MASSA APLICADA, APARANDO AS ARESTAS.
Assim, passar a trolha — ou trolhar — significa apaziguar as
divergências entre maçons, aparando e alisando as arestas.
Não confundir com telhar.

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193 - O que quer dizer CHOVER?

Quer dizer, estar presente algum profano.

194 - O que significa COBRIR O TEMPLO?

Significa fazer sair do templo aqueles que não possam


continuar assistindo uma sessão, ou impedir a entrada de
quem não é qualificado para assisti-la. Quem cobre o templo
a um obreiro é o Cobridor; o obreiro que sai tem o templo
coberto, não se justificando, portanto, as ordens, que
constam em alguns rituais, quando o Venerável Mestre manda
o Mestre de Cerimônias fazer os Aprendizes cobrirem o
templo, ou o Ir.: Fulano cobrir o templo, quando o correto é
mandar cobrir o templo ao obreiro, através do Cobridor.

195 - O que é a Coluna De Harmonia?

É a trilha musical das sessões maçônicas, planejada e


executada pelo Mestre de Harmonia, ou por obreiro
especificamente designado para isso.

196 - O que é Coluna Gravada?

Em linguagem maçônica, designa qualquer papel escrito:


cartas, propostas. comunicações, certificados, etc.

197 - O que quer dizer COPO D’ÁGUA?

Designa, normalmente, o lanche dado em manifestação de


amigos, ou a pequena colação (refeição leve que se toma fora
das horas do almoço e do jantar), oferecida a pessoas a quem
se deseja obsequiar. Em Maçonaria, a expressão é mais usada
para designar um coquetel, embora possa, também, servir
para indicar uma refeição informal.

198 - O que quer dizer DEMOLIR OS MATERIAIS?

Designa o ato de comer, em Loja de Mesa. Como os alimentos


são considerados materiais de construção, que devem ser
destruídos na demolição, para construção de novos edifícios
(são as proteínas que edificam o corpo), comer é demolir

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esses materiais, para que sejam construídas novas células no


corpo.

199 - O que quer dizer dormir ou adormecer?

Significa estar afastado da Maçonaria, estar em estado de


irregularidade (o maçom, ou a Loja). Os maçons que se
encontram nosso caso, são adormecidos, ou estão dormindo,
já que esse é um estado transitório, que pode, a qualquer
momento, ser interrompido, com o retomo a uma Loja (como a
pessoa que dorme e que desperta, novamente, para a Luz).

200 - O que quer dizer “Em Família”?

É a expressão usada para designar as sessões em que, em


caráter excepcional, são dispensadas as formalidades
ritualísticas, principalmente no uso da palavra. Também é
usada para designar a entrada de delegações de Lojas, sem
as formalidades ritualísticas.

201 - O quer dizer “Entre Colunas”?

Significa em segredo. Diz-se do assunto que não pode ser


revelado a terceiros, mesmo quando tratado fora dos
templos.

202 - O que quer dizer “Está Chovendo”?

Expressão usada para dar a entender que não se está a


coberto, ou seja, que existem profanos presentes entre os
maçons, motivo pelo qual fica proibido tratar de qualquer
assunto maçônico.

203 - O que são estrelas?

São as velas, ou luzes. Seu, uso, originariamente, era de


ordem prática: elas eram utilizadas para iluminar o caminho
dos que se apresentavam aos trabalhos. Posteriormente, com
o surgimento de melhores meios de iluminação, embora
mantida a tradição do uso das “estrelas”, houve mudança de
seu significado: conduzidas por uma comissão de recepção as
autoridades maçônicas, ou a maçons ilustres, simbolizam a
luz que emana desses maçons.

204 - O que significa “Fazer Fogo”?

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Significa beber, em Loja de Mesa; como os copos são as


armas. ou canhões, ao beber, faz-se fogo, numa bateria de
saúde.

205 - O que significa dizer “Filhos da Viúva”?

É como se autodenominam os maçons. Seriam, no terreno da


mitologia egípcia, os filhos de Isis (a Terra), viúva de Osíris (o
Sol). Outras explicações, não místicas, são abordadas apenas
no terceiro grau.

206 - O que é goteira?

É o profano presente entre maçons, quando os assuntos dos


diálogos são maçônicos e devem ficar restritos a eles. Nesse
caso, diz-se que “há goteira”, ou “esta chovendo”, para
mostrar que não há cobertura, para tratar de assuntos
maçônicos.

207 - O que é Gravar?

Significa escrever.

208 - O que é Iniciação?

É a cerimônia através da qual se inicia alguém nos mistérios


de uma religião, doutrina, ou sociedade. Em Maçonaria, é o
ingresso do profano em uma Loja, depois de passar pelas
formalidades ritualísticas exigidas.

209 - O que quer dizer “Justo e Perfeito”?

Desde remotos tempos, os construtores verificavam a


exatidão da obra com o Prumo, ou Perpendicular, e com o
Nível, proclamando, ao constatar essa exatidão: “tudo está
justo e perfeito”. A expressão está presente no Rito
Brasileiro, mas tem sido usada, indiscriminadamente, como
sinal de reconhecimento entre maçons, O QUE É UM ERRO, —
tal reconhecimento se faz através da pergunta: “Sois
Maçom?”, a qual exige uma resposta especifica: “MM.: IIr.: C.:
T.: M.: R.:”.

210 - Sois Maçom, Irmão Aprendiz?

MM∴IIr∴C∴T∴M∴R∴

211 - Que idade tendes?

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Três anos V∴M∴

212 - Que objetos devem estar sobre o altar de Juramentos?

O L∴da L∴o Esq∴e o Comp∴

213 - Que jóias representam as Três Luzes?

O Esq∴, o Nível e o Prumo.

214 - Que sinais são feitos com malhete pelas Três Luzes? E
com os bastões pelo Mestre de Cerimônias? E com a espada
pelo Cobridor?

Símbolo do poder de decisão e da força a serviço das luzes da


loja,o malhete deve ser de madeira. Empunhado sempre a
com a mão direita, serve para dar as batidas do grau,
executar as baterias , conceder, pedir ou retirar a palavra,
chamar a atenção dos obreiros e para os demais
procedimentos ritualísticos. Em pé, parados ou circulando, o
Ven∴M∴ e os vigilantes descasam o malhete sobre o peito,
em direção ao ombro esquerdo. O bastão, instrumento de
trabalho do mestre de cerimônias e dos diáconos, deve ser de
madeira escura e ter 2m de comprimento, o do mestre de
cerimônia é encimado por uma régua (jóia do cargo) o bastão
é empunhado com a mão direita, punho para frente,
entreaberto na horizontal e braço colado ao corpo, formando
uma esquadria. O cobridor interno e o cobridor externo
devem empunhar a espada mantendo-a obliquamente em
direção ao ombro esquerdo como punho junto ao quadril
direito. Nenhum ir∴portando espada fará sinais.

215 - Por onde se entra e sai de uma loja?

A porta de entrada e a de saída é no OCIDENTE, no meio da


parede que separa do Átrio, fazendo frente ao Oriente.

216 - Como se faz a circulação dos Obreiros, do tronco de


beneficência e do saco de propostas e informações?

A circulação no Ocidente far-se-á no sentido horário, sem o


Sin∴de Ord∴, no Oriente não há padronização de circulação.
Na circulação do Saco de PProp∴e IInf∴, Escr∴Secr∴e

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Tron∴de Benef∴não é necessário que o Ven∴diga a expressão


com formalidade, pois deve entender-se que o giro é
formal. Na circulação deve seguir-se a ordem: Ven∴, 1° e 2°
Vvig∴, Orad∴, Secr∴, CCobr∴, MMest∴do Or∴, MMest∴das
CCol∴Sul e Norte, CComp∴, AApr∴, e, finalmente, antes de
chegar entre Ccol∴, o próprio portador do recipiente coloca o
seu óbulo, proposta ou voto, ajudado pelo Cobr∴Int∴

217 - Autorizado pelo Venerável Mestre, como entrar em loja,


após iniciados os trabalhos?

Dá-se o ingresso de forma usual, entrar e ficar entre colunas.

218 - Porque razão nossos trabalhos começam ao "meio dia” e


ritualisticamente, como é representado esse fato?

Começam ao meio dia e terminam à meia noite, pois é uma


homenagem a um dos primeiros instituidores dos Mistérios
Zoroastro, que reunia secretamente seus discípulos ao meio
dia e terminava seus trabalhos à meia noite, com um
banquete fraternal.

SIMBOLOGIA DO GRAU

219 - Quantas e quais são as Jóias da Loja?

As jóias são: Três móveis: O Esquadro, o Nível e o Prumo.

Três fixas...: A P∴B∴, a P∴P∴e a Prancheta da Loja.

220 - Quando da iniciação, ao se lhe dar a Luz, o Irmão


Aprendiz viu o Livro da Lei, o esquadro e o compasso;
posteriormente dito que significavam as Três Grandes Luzes
da Maçonaria, pode explicar-nos?

O L∴da L∴regula a nossa conduta no Lar, no Trabalho e na


Sociedade;O Esq∴símbolo da Retidão, nos ensina a
permanecermos fiéis para com os nossos semelhantes; e o
Comp∴que representa a Justiça, ensina onde começam e
onde terminam os nossos direitos.

221 - Que números compõe uma Oficina? Por que?

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Uma Oficina compõe-se de Três, Cinco e Sete. Porque Três


foram os mestres na construção do Templo de Salomão. Cinco
porque todo homem deve possuir cinco sentidos que são:
audição, olfato, visão, paladar e o tato. E sete porque sete
são as ciências liberais: a gramática, a retórica, a lógica, a
aritmética, a geometria, a música e a astronomia.

222 - Para que servem a Prancheta da Loja, a Pedra Bruta e a


Pedra Polida?

A Prancheta da Loja é uma jóia de utilização restrita do


mestre maçom, serve para que ele guarde seus instrumentos
de trabalho, e seu simbolismo será conhecido no terceiro
grau, a Pedra Bruta é uma jóia de utilização do Apr∴M∴, será
utilizada apenas pelo Apr∴M∴, e seu simbolismo detalhado
esta contida na segunda instrução e a P∴P∴é uma jóia de
utilização do Comp∴M∴, será utilizada apenas pelo
Comp∴M∴, e seu simbolismo será conhecido no segundo
grau.

223 - Porque o iniciando se despe dos metais e tem os olhos


vendados, na iniciação?

A privação dos metais faz lembrar o homem antes da


civilização, em seu estado natural quando desconhecia as
vaidades e o orgulho; os olhos vendados lembra a
obscuridade em que se achava imerso, figurava o homem
primitivo na ignorância de todas as coisas.

224 - Em quantas portas bateu o Irmão Aprendiz na sua


iniciação, onde se achavam e que significado têm elas no
Painel Simbólico do Grau?

Em três portas que se localizam nos três altares, sendo estes


o do Ven∴M.'., do 1° Vig∴e do 2° Vig.'., e que significam as
três disposições necessárias à procura da verdade que são:
Sinceridade, Coragem e Perseverança, representados no
Painel da Loja por três Luzes de três janelas.

225 - Que lhe faz recordar o Esquadro, o Compasso, o Nível e


o Prumo?

O Esquadro é um instrumento que permite a construção de


corpos quadrados. Em certo sentido, o Esquadro representa a
ação do homem sobre a matéria; em outro, a ação do homem

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sobre si mesmo. Já o Compasso que não somente serve para


traçar círculos mas também para tomar e marcar medidas,
representa a imagem do pensamento, onde figuram os
diversos modos de raciocínio que em certos casos devem ser
largo e abundante e, em outros apertado e preciso, porém
sempre claro e persuasivo.

O Nível não fornece apenas a linha horizontal, mas a


horizontal precisamente comprovada pela posição correta da
linha vertical, o nível é o símbolo da igualdade. O Prumo é o
símbolo da independência, da dignidade, altivez e
imparcialidade dos justos.

226 - Que significa o Malho, o Cinzel e a Prancheta de


Desenho, no Painel Simbólico do Grau 1?

O Malho e o Cinzel são duas ferramentas necessárias para


talhar a Pedra Bruta. O cinzel, que se aplica sobre a pedra
com a mão esquerda, lado passivo, corresponde a
receptividade, ao discernimento especulativo. O Maço,
vibrado com a mão direita, lado ativo, é a vontade executiva,
a determinação moral, donde emana a realização prática. A
Prancheta serve para o aprendiz guardar seu material de
trabalho.

227 - Porque o uso do avental é obrigatório na Loja, e o


Aprendiz tem a abeta levantada?

O Avental é o adorno ou a insígnia do Apr∴, é a vestimenta de


todo maçom, é o Símbolo do Trabalho, têm a forma de um
polígono de 5 lados, um retângulo encimado por uma parte
triangular chamada abeta. A Abeta simboliza o espírito do
homem. A Abeta levantada significa a proteção do epigástrio
do Apr∴, esotericamente o epigástrio seria o centro das
emoções e sentimentos. A abeta defende o Ir∴Aprendiz
destas emoções e sentimentos, contra as quais ele deve
aprender a se defender, se quiser conquistar a serenidade do
espírito, que constitui o atributo do verdadeiro iniciado.

228 - Em cima das colunas que ladeiam o pórtico descansam


três romãs, explique simbolicamente o significado?

Esses frutos, divididos internamente por compartimentos


cheios de um número considerável de grãos,
sistematicamente dispostos, representam a família maçônica,

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cujos membros são todos harmonicamente ligados pelo


espírito de ordem e de fraternidade. A divisão interna mostra
os bens produzidos pela influência das estações,
representando as Lojas e os Maçons espalhados pela
superfície da terra. Suas sementes, intimamente unidas, nos
lembram a fraternidade e a união que devem existir entre os
homens.

ALEGORIA DO GRAU

229 - Que significa a Pedra Bruta e seu desbastar o que


significa para o Aprendiz?

A P∴B∴serve para nela trabalharem os aprendizes, marcando-


a e desbastando-a, até que seja julgada polida pelo mestre da
Loja. Este processo de julgamento é feito através de provas,
trabalhos de pesquisas apresentados em Loja e da verificação
do trolhamento. A P∴B∴representa a inteligência, o
sentimento do homem primitivo, áspero, que mais tarde, com
as instruções dos mestres, adquire finalmente educação
liberal e virtuosa.

230 - Que representa o Livro da Lei?

O L∴da L∴Regula nossa conduta no lar, no trabalho e na


sociedade Inspira-nos a viver voltados para a pratica do Bem.

No sentido esotérico, quando se abre o L∴ da L∴no início dos


nossos trabalhos, e se faz a leitura do versículo apropriado,
passa-se a circular em Loja uma corrente de energia emanada
do cosmo, que é receptada pela luz do altar dos juramentos e
transmitida instantaneamente as luzes dos altares do
Ven∴Mestre, e dos Vigilantes. Essa corrente de energia
cósmica é que manterá todo o tempo, o equilíbrio das colunas
que sustentam a nossa Loja.

231 - Quais as medidas de uma Loja, porque dessas medidas e


qual a razão da Loja se orientar do oriente para o ocidente?

Tem a forma de um quadrilongo, sendo as suas medidas: A


Largura, do sul ao norte; O Comprimento, do Oriente ao
Ocidente; A Altura, da Terra ao Céu; e a Profundidade, da

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superfície ao centro da Terra, tem essas medidas porque a


Maçonaria é Universal e o Universo um Templo. Está
orientado do oriente para o ocidente porque assim estão
situados todos os Templos, pois o início da vida aconteceu no
Oriente, estendendo-se ao Ocidente, e assim será até o fim
dos Tempos.

232 - Quantas são, que ordens arquitetônicas lhe foram dadas


e que alegorias trazem as colunas que sustentam um templo?

São três ordens arquitetônicas, que são três grandes colunas


– Jônica, a sabedoria; Coríntia, a beleza e Dórica, a força.
Também são chamadas de Minerva, Vênus e Hércules.

233 - Qual o nome dado e que representa a escada existente


no Painel Alegórico do Grau?

Escada de Jacó, e representa a Fé, a Esperança e a Caridade.

234 - Que alegoria guarda o Pavimento Mosaico?

Ornamento colocado no centro da Loja, formado por ladrilhos


alternadamente brancos e pretos. Estes Ladrilhos são unidos
uns aos outros por meio de cimento, significando
simbolicamente a união de todos os maçons do mundo. O
simbolismo representado pelo pavimento de mosaico
compreende a gama dos opostos, isto é, do positivo e do
negativo, conforme se observa em toda a natureza, sendo um
espaço consagrado da Loja. O principal simbolismo do
pavimento de mosaico é a Dualidade Antagônica, sendo as
principais: do bem, do mal, da espiritualidade e da
materialidade.

235 - O que representa a Estrela Flamejante?

Representa a principal luz da loja. Simboliza o sol, glória do


criador e, nos dá o exemplo da maior e da melhor virtude, que
deve encher o coração do maçom a caridade.

236 - Que representa em Loja alegoricamente, o princípio da


atração universal simbolizado no amor?

Representa com seus múltiplos dentes, os planetas que


gravitam em torno do sol, os povos reunidos em torno de um
chefe, os filhos reunidos em volta dos pais, enfim, os maçons
unidos e reunidos no seio da loja, cujo ensinamento a maioria
aprendem, para espalhá-los aos quatro ventos do planeta.

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237 - Pendentes da corda de nós e nos quatro cantos da Loja


há quatro borlas, duas no oriente e duas no ocidente, que
significados têm as mesmas?

A Corda de 81 nós percorre sem interrupção, as paredes do


Templo, terminando, de cada lado da porta do Ocidente, por
uma borla pendente. Duas outras borlas (estas artificiais), são
colocadas no Ocidente, de modo que, ao todo são quatro
borlas: duas (reais) no Ocidente e duas (artificiais) no
Oriente. A razão disso é que as borlas devem representar as
quatro virtudes cardeais: Temperança, Justiça, Coragem e
Prudência. A Coragem e a Temperança devem corresponder
às borlas situadas no Ocidente; a Justiça e a Prudência são
representadas pelas borlas do Oriente, devendo, a Justiça ser
aquela que fica do lado do Orador.

FILOSOFIA DO GRAU

238 - Em síntese, o que é Maçonaria?

Maçonaria é uma instituição essencialmente caritativa,


filantrópica e progressista, tem por objetivo a indagação da
verdade, o estudo da moral e a prática da solidariedade,
trabalhando pelo melhoramento material e moral e pelo
aperfeiçoamento intelectual da Humanidade.

239 - Que existe de comum entre todos os Maçons?

Sinais, toques e palavras.

240 - Qual o significado de "livres e de bons costumes"?

Porque o homem pode estar preso a entraves sociais que o


priva de parte de sua liberdade, e o que é pior, o torna
escravo de suas próprias paixões e de seus preconceitos. É
precisamente desse jugo que se deve libertar o homem que
aspira ser maçom.

241 - Quais os deveres do Maçom?

Independentemente do dever de auxílio e socorro aos seus


IIr∴, o maçom deve trabalhar sem descanso pela realização

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dos fins da maçonaria. Ele deve estudar com cuidado todas as


questões que agitam as sociedades humanas, procurar a sua
solução pelas vias pacíficas e propagar em redor de si os
conhecimentos que tiver adquirido. Deve ser bom, justo,
digno, dedicado, corajoso, isento de orgulho e de ambição,
livre de todo o preconceito e toda a servidão, pronto a todos
os sacrifícios pelo triunfo do direito e da verdade.

242 - Porque o Aprendiz não tem a Palavra de Passe?

Porque ainda não esta em condições de passar para o estudo


do Cosmo e da obra da vida.

243 - Que filosofia encerram as três grandes colunas que


sustentam a Oficina?

Simbolicamente a Ordem Maçônica tem sustentáculos, que


são as três grandes colunas, sendo estas, a Sabedoria, a
Força e a Beleza. A Sabedoria vinda do alto é infinita, a Força,
onipotente; a Beleza, a luminosidade que resplandece em
toda a natureza.

244 - Que corrente filosófica adota a Maçonaria?

Adota a corrente filosófica da moral e da ética pura.

245 - Pode resumir a filosofia do grau?

O Grau de Aprendiz é o alicerce da filosofia simbólica,


resumindo ele toda a moral maçônica de aperfeiçoamento
humano e compete ao Aprendiz Maçom o trabalho de
desbastar a P.'.B.'., isto é, desvencilhar-se dos defeitos e
paixões, para poder concorrer à construção moral de
humanidade, que é a verdadeira obra da Maçonaria.

LEGISLAÇÃO, RITUAL E RITUALÍSTICA

246 - Nas iniciações, de que forma bate à porta o Mestre de


Cerimônias, conduzindo o profano? Por que?

O Ir∴Mestre de Cerimônias bate profanamente à porta do


templo, dando duas pancadas, pois está acompanhado de
candidato, não podendo assim bater maçonicamente.

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247 - Adentrado ao templo, quantas viagens realiza e que


gradação tem as mesmas com as Luzes da Oficina?

São realizadas três viagens, sendo a primeira junto ao 2°


Vig∴; a segunda junto ao 1° Vig∴ e a terceira junto ao
Ven∴M∴ .

248 - Ao realizar o seu primeiro trabalho de aprendizado,


onde e como o faz o Aprendiz? Qual o altar que contém o
material para tanto?

O 1° Vig∴ ensina-lhe como entrar no Templo, depois manda-o


fazer a Marcha, ajoelhar-se com a p∴esq∴e ensina-lhe a
trabalhar na P.'.B∴, faz-se dando Tr∴pancadas com o Malho
sobre o Cinzel.

249 - Em que coluna se assenta o Aprendiz em Loja?

Na Coluna do Norte.

250 - Descreva a constituição física do Templo, determinando,


respectivamente, os lugares das Luzes, Diáconos e Oficiais.

O local de reunião da Loja chama-se TEMPLO, tem, a forma de


um retângulo. A parte do fundo, que fica em plano mais
elevado chama-se ORIENTE, separado por uma grade, a
Balaustrada, aberta ao meio. A porta de entrada é no
OCIDENTE, no meio da parede que o separa do Átrio, fazendo
frente ao Oriente. O Templo não deve ter janelas ou outras
aberturas, a não ser que por elas nada se veja e nada se ouça
do exterior. As paredes são em azul-celeste. Rodeando-as, ao
alto, na frisa fica a corda de 81 nós, que se estende pelo
norte e pelo sul, terminando os seus extremos em ambos os
lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas, que
representam a Justiça (ou Eqüidade) e a Prudência (ou
Moderação). Na parede do fundo, no Oriente, em um painel,
são representados os astros do dia e da noite (Sol e Lua),
ficando o Sol à direita do Venerável e a Lua, em quarto
crescente, à esquerda do Venerável; entre eles, o Delta
Luminoso em fundo dourado. Este painel fica bem em frente à
porta de entrada e sob um dossel vermelho com franjas de
ouro. Pendente do teto, no Meio-Dia, sobre o Altar do 2° Vig∴
estará uma Estrela de 5 pontas com a letra “G” no centro.

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Sob o dossel, num estrado de três degraus, estão o Trono e o


Altar do Venerável, de forma retangular; na face frontal,
deverão estar gravados, aplicados ou pintados um esquadro e
um compasso entrelaçados. Sobre o Altar, um candelabro de
três braços, com três luzes, (devendo ficar acesa somente a
luz do centro), um malhete, um exemplar da Constituição, do
Regulamento Geral da Federação, o Regimento Interno da
Loja, a espada flamejante e o Ritual para os trabalhos. Ao
lado direito, haverá um lugar para a maior autoridade do
simbolismo. Ao lado direito do Venerável, logo abaixo do
estrado, fica o lugar do 1° Diác∴Em ambos os lados do Trono,
ao fundo, ficam os Mestres Instalados à esquerda e as
autoridades do simbolismo à direita.

No Oriente, de cada lado e em frente ao Altar do Venerável,


próximo à balaustrada, há mesas retangulares com assentos,
à direita para o Orador, e à esquerda para o Secretário. Em
cada mesa há um castiçal (com uma luz ou vela), para facilitar
a leitura, que poderá ser acesa pelo próprio sempre que
necessário. À frente do Orador fica o Porta-Bandeira e à
frente do Secretário o Porta-Estandarte.

Junto à parede oriental, no Oriente, lado direito do Venerável,


será colocada a Bandeira Nacional. À esquerda, ficam a
Bandeira do GOB e o Estandarte da Loja.

No centro do Oriente, entre os degraus do Trono e a


balaustrada, fica o Altar dos Juramentos, que é uma pequena
mesa triangular ou uma pequena coluna de um metro de
altura, com caneluras e truncada, em cima da qual ficam: o
L∴da L∴ (Bíblia), um Esquadro e um Compasso.

O Compasso tem a abertura de 45 graus e será colocado com


as pontas voltadas para o Ocidente. No Ocidente, à frente da
coluna do Norte, há, sobre um estrado móvel de dois degraus,
uma mesa retangular e o assento para o 1° Vig∴, podendo, as
faces da mesa serem revestidas por painéis de madeira, nos
quais será gravado, aplicado ou pintado um Nível.

Na parte Sul (direita da entrada do Templo) em sua região


mediana e junto à parede, está uma mesa retangular com um
assento, sobre um estrado de um degrau, destinada ao 2°
Vig∴, podendo, as faces da mesa serem revestidas de
madeira, nas quais será gravado, aplicado ou pintado um

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Prumo. Sobre os Altares dos VVig∴deverão estar um


candelabro de três braços, com três luzes, (devendo estar
acesa unicamente a luz do centro), um Malhete e um
exemplar do Ritual.

Fora da balaustrada, ao lado do Orador, há uma mesa


retangular para o Tesoureiro, decorada com a jóia do cargo. A
sua frente haverá uma cadeira para o Hospitaleiro.
Simetricamente, fora da balaustrada, ao lado do Secretário,
fica uma mesa retangular para o Chanceler, decorada com a
jóia do seu cargo. À sua frente, e à esquerda, é o lugar para o
Mestre de Cerimônias. Ao Sul e ao Norte, são colocadas
cadeiras ou bancos, no sentido longitudinal, em duas ou mais
fileiras, conforme as dimensões do Templo. Por extensão, dar-
se-á o nome de Col∴do Norte e Col∴do Sul ao conjunto de
IIr∴que se sentam nessas cadeiras. No centro do Ocidente é
colocado o Painel do Grau. As almofadas, cortinas, e se for o
caso, os assentos e encostos das cadeiras deverão ser na cor
vermelha encarnada. Chama-se Átrio o recinto que precede o
Templo e onde os Irmãos se revestem de suas insígnias e
paramentos, onde o M∴de CCer∴ organiza o cortejo para a
entrada no Templo. No Átrio, junto à porta do Templo,
deverão estar colocadas as Colunas em estilo egípcio, “J” (à
direita de quem entra) e “B” (à esquerda de quem entra),
ficando o Cobridor Externo junto à porta do Templo (onde fica
durante a abertura dos trabalhos; depois, entra e senta-se no
Ocidente, ao lado sul da porta de entrada). Precedendo o
Átrio, deverá haver uma sala (Sala dos Passos Perdidos)
destinada a receber os visitantes.

251 - Descreva, executando, a circulação em Loja, incluindo a


entrada no oriente.

A circulação no Ocidente far-se-á no sentido horário, sem o


Sin∴de Ord∴No Oriente não há padronização de circulação.
Na circulação do Saco de Pprop∴e IInf∴, Escrut∴Secr∴e
Tron∴de Benef∴não é necessário que o Ven∴diga a expressão
“com formalidade”, pois deve entender-se que o giro é
formal. Na circulação deve seguir-se a ordem: Ven∴, 10 e 20
VVig∴, Orad∴, Secr∴, CCobr∴, MMest∴ do Or∴, MMest∴das
CCol∴Sul e Norte, CComp∴, AApr∴e, finalmente, antes de
chegar entre CCol∴, o próprio portador do recipiente coloca o
seu óbolo, proposta ou voto. (Ajudado pelo Cobr∴ Int∴).

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A saudação maçônica é feita somente ao Ven∴Mestre quando


da entrada e saída do Or∴e ao Ven∴Mestre e VVig∴quando da
entrada no Templo. O Obreiro portando objeto “de trabalho”
quando da entrada e saída do Or∴não fará Sin∴e sim uma
parada (rápida e formal).

252 - Qual a função do Guarda Interno e onde a desempenha?

O Cobridor da Loja deve sempre empunhar a Espada com a


mão direita, ele é o defensor do Templo e, neste caso, a sua
Espada é uma arma, estará sempre de guarda junto a porta
do Templo.

253 - Onde se assentam, respectivamente, os Hospitaleiros,


Segundo Diácono, Arquiteto e Chanceler?

No Ocidente.

254 - Diga-nos onde se localizam, em Loja, o Altar de


Perfumes, dos Juramentos, a Pedra Bruta, Pedra Cúbica e o
Mar de Bronze?

O Altar de Perfumes e o Altar dos Juramentos se localizam no


Oriente e a P∴B∴, a P∴C∴e o Mar de Bronze se localizam no
Oriente.

255 - Quantas colunas zodiacais existem no interior do


Templo?

Doze Colunas Zodiacais.

256 - Que características têm as Jóias: do Venerável, do


Secretário, do Orador e dos Expertos?

A Jóia do Ven∴M∴é um esquadro com ramos desiguais, do


Secretário são duas penas cruzadas, do Orador um livro
aberto e dos Expertos um punhal.

257 - Quais são os ornamentos de uma Loja? Pode o


Pavimento Mosaico, durante os trabalhos, ser cruzado pelos
obreiros?

Os ornamentos são o Pavimento de Mosaico, a Orla Denteada


e a Corda de 81 Nós. O Pavimento de Mosaico durante os
trabalhos pode ser cruzado pelos obreiros.

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258 - Irmão Aprendiz, respondei-me: Sois Maçom?

MM∴IIr∴C∴T∴M∴R∴

259 - Usando um bastão, queira fazer o trabalho do


Ir∴Prim∴Diácono, na abertura dos trabalhos.

O 1° Diac∴sobe os degraus do Trono, pelo norte, com passos


normais e coloca-se em frente ao Ven∴M∴, fazendo a
saudação. O Ven∴M∴dá-lhe, ao ouvido direito, a
Pal∴Sagr∴letra por letra. O 1° Diac∴dirige-se ao 1°
Vig∴transmite-lhe a Pal∴Sagr∴da forma que recebeu e volta
ao seu lugar.

260 - A quem compete a abertura do Livro da Lei, no inicio


dos trabalhos?

Ao Ir∴Orador.

261 - Em que atos ritualísticos o Mestre de Cerimônias porta o


bastão?

Na abertura e no encerramento dos Trabalhos, ou quando o


ritual determinar.

262 - Quais os sinais usados em uma sessão Branca e o que


ela significa?

Em uma sessão branca os irmãos não farão nenhum sinal


maçônico, em nenhuma oportunidade.

263 - Caso se atrase o Ven∴M∴no inicio dos trabalhos, como


deverá se dar sua entrada?

O Ven∴M∴que preside a sessão à vista do aviso do cobridor


dirá: “De pé e à ordem” e assim todos se conservarão até que
o recém-chegado Ven∴M∴ocupe o seu lugar e seja feita a
transmissão do malhete, sentando-se todos logo que o
Ven∴M∴o mande por uma simples pancada de malhete.

264 - O que é Abóbada de Aço e quando ela deve ser usada?

A Abóbada de Aço é o cruzamento das espadas acima da


cabeça e é usada quando de Cerimônia especial, de Honra
prestada a dignitários, treze Mestres, empunhando Espadas

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com a mão direita, formam a Abóbada de Aço, sob a qual


passa a Dignidade que está sendo recebida, sendo que estas
mesmas espadas figuram como arma para defesa e proteção
da personalidade em questão.

265 - Os Irmãos adotam a mesma posição ao falarem na


"Ordem do Dia" e "Palavra a Bem da Ordem em Geral e do
Quadro em Particular"?

Sim, em pé e a ordem.

266 - Descreva os objetos que se encontram sobre o Altar de


Juramentos.

O Compasso e o esquadro, na posição do Grau, e o Livro da


Lei.

267 - Que forma tem o nível Maçônico?

O Nível Maçônico é diferente do nível comum. O Nível


maçônico não fornece apenas a linha horizontal, mas a
horizontal precisamente comprovada pela posição correta da
linha vertical. Para que a horizontal seja realmente a
horizontal, precisa formar, com a vertical, um ângulo de 90
graus. O Nível maçônico é o símbolo da igualdade.

268 - Como o Aprendiz usa seu avental Maçônico? Quais suas


dimensões?

O Avental é o adorno ou a insígnia essencial do Apr∴, é o


símbolo do trabalho. Este ornamento tem a forma de um
polígono de 5 lados, ou seja, um retângulo encimado por uma
parte triangular chamada abeta, é de pele branca, sendo sua
parte retangular de 30 cm por 40 cm, com abeta triangular de
15 cm de altura, preso à cintura por cordões ou fitas brancas
e o Apr∴deverá usar este avental sempre com a abeta
levantada.

SIMBOLISMO

269 - Que simbolismo tem, nos trabalhos Maçônicos, o Grau


1?

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É o alicerce da filosofia simbólica, resumindo ele toda a moral


maçônica de aperfeiçoamento humano e compete ao Aprendiz
Maçom o trabalho de desbastar a P.'.B.'., isto é, desvencilhar-
se dos defeitos e paixões, para poder concorrer à construção
moral de humanidade, que é a verdadeira obra da Maçonaria.

270 - Que significa a abeta levantada no avental de Aprendiz?

A abeta levantada significa a proteção do epigástrio do Apr∴,


do ponto de vista esotérico e antigo, o epigástrio seria o
centro das emoções e sentimentos. A abeta defenderia o
ir∴Apr∴destas emoções e sentimentos, contra as quais ele
deve aprender a se defender, se quiser conquistar a
serenidade do espírito, que constitui o apanágio do
verdadeiro Iniciado.

271 - Lembra-lhe alguma coisa o sinal de ordem?

Sim, o Esquadro ou Esquadria, o Nível e a Perpendicular.

272 - Que significado tem o sinal gutural?

Significa que o maçom prefere ter cortada à garganta e


arrancada a língua pela raiz a faltar ao juramento.

273 - O Irmão poderia interpretar o Painel da Loja de


Aprendiz?

O Painel da Loja de Apr∴representa para o Apr∴M∴a bússola


que determina o rumo seguro a ser seguido, para a realização
da grande tarefa a que se propôs, quando ingressou em nossa
Subl∴Ord∴, ou seja, o Domínio de si próprio. No Painel da
Loj∴estão desenhados todos os símbolos que o
Apr∴M∴deverá dominar, que bem utilizados e interpretados,
o ajudará no seu aperfeiçoamento moral através do polimento
das arestas da P∴B∴e conseqüentemente partir para a
construção do Templo da Virtude, o verdadeiro edifício da
perfeição humana.

274 - Nas iniciações, os candidatos passam por quatro


provas: da terra, do ar, do fogo e da água. Quais as suas
significações simbólicas?

Simbolicamente a prova da terra representa que o verdadeiro


maçom deva morrer para o vício, para os erros, para os
preconceitos vulgares e nascer de novo para a Virtude, para a

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Honra e para a Sabedoria. A prova do ar representa o


progresso de um povo, e o progresso é a vida geral da
humanidade, é o seu avançar coletivo, ela encontra delongas
e obstáculos, tem suas estações e as suas noites, mas sabe
vencer todos os tropeços e tem o seu despertar. A prova do
fogo cujas chamas simbolizam as aspirações, fervor e zelo,
lembra ao maçom que deveis aspirar a excelência e a
verdadeira glória e trabalhar com dedicação pelas causas em
que empenhardes, principalmente as do povo, da Pátria e da
Ordem. A prova da água é simbolicamente a purificação da
alma, e assim como o oceano é um símbolo do povo, a cujo
serviço dedicam-se os verdadeiros maçons, que não deveis
deixar de servir ao povo quando ele precisar dos vossos
serviços, conduzindo-o sempre pelos caminhos da Liberdade e
da Justiça.

275 - Que significado simbólico tem a apresentação, ao


neófito, da Taça Sagrada, com os líqüidos doce e amargo?

Significa que o homem sábio e justo deve gozar os prazeres


da vida com moderação.

276 - Qual o significado do Livro da Lei em uma Loja?

O Livro da Lei regula nossa conduta no lar, no trabalho e na


sociedade, inspira-nos a viver voltados para a prática do bem,
representa a crença ou a mais alta expressão de fé.

277 - Símbolo do que é o Esquadro?

É o símbolo da retidão e das ações pautadas na justiça,


simboliza a Matéria.

278 - O Compasso simboliza o que, no grau 1?

O Compasso simboliza o Espírito.

279 - Que significa o fato de três números compor uma


Oficina? O Irmão pode nos dizer quais são?

Se o número de M∴M∴for inferior a sete, ainda assim,


poderão eles se reunirem, mas nesse caso não formarão ou
fundarão uma Loja, mas sim um Triângulo, o qual é
constituído por mestres em número de três. Um Triângulo
poderá posteriormente transformar-se em Loja, desde que
preenchidas as exigências correspondentes.

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280 - Sendo nossa Oficina um quadrilongo, que mede a


largura do oriente ao ocidente, o comprimento do sul ao norte
e que tem a altura da terra ao céu e a profundidade da
superfície ao centro da terra, que significado tem essas
dimensões?

Significa dizer que a Maçonaria é Universal e o Universo um


verdadeiro Templo.

281 - Nossa Oficina é sustentada por três grandes colunas:


Coríntia, Dórica e Jônica. Dê-nos seus nomes e representações
na organização da Loja.

- Jônica – a Sabedoria – V∴M∴– Minerva

- Dórica – a Força – 1º Vig∴ – Hércules

- Coríntia – a Beleza – 2º Vig∴ – Vênus

282 - Que significado simbólico tem o Pavimento Mosaico?

O principal simbolismo do Pav∴de Mos∴é a dualidade


antagônica, sendo as principais a do bem e a do mal, a
espiritualidade e a materialidade.

283 - Que representa a Orla Denteada?

Representa o princípio da atração universal simbolizada no


amor, os dentes brancos e pretos entravados, simbolizam que
o maçom deve estar unido aos seus irmãos pelo laço
indestrutível da fraternidade, as borlas colocadas nos pontos
extremos da Orla Denteada, lembram as quatro virtudes, que
são a temperança, a justiça, a coragem e a prudência.

284 - Simbolicamente, qual o significado da corda de 81 nós?

Seu maior simbolismo esta na realidade simples que espelha,


ela é confeccionada de fios de fibras frágeis, que porém
unidos, tornam-se fortes e indestrutíveis, como a união de
todos os irmãos maçons.

285 - Que representa a Pedra Bruta?

A P∴B∴representa a inteligência, o sentimento do homem


primitivo, áspero, que mais tarde, com as instruções dos
mestres, adquira finalmente educação liberal e virtuosa. A
P∴B∴significa o estado imperfeito de nossa natureza.

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286 - São jóias móveis de uma Loja; o Esquadro, o Nível e o


Prumo. Diga-nos quais seus significados e porque são móveis?

São jóias móveis porque os obreiros que as utilizam, não


serão sempre os mesmos, e a cada eleição elas passarão as
mãos de novos irmãos. São elas o esquadro, o nível e o
prumo, que são o Ven∴M.'., o 1° Vig∴e o 2° Vig∴.

287 - Que simbolismo tem a circunvolução em Loja?

A circulação em Loja deve ser sempre no sentido do


movimento dos ponteiros do relógio, ou seja, dextrocêntrico,
pois simbolicamente o maçom deve ir sempre para frente,
progredir sempre e nunca retornar.

288 - Que simbolismo tem, nos trabalhos Maçônicos do grau


1, a letra "B"?

São vários os significados e interpretações a respeito, mas


devemos saber que a palavra que dá nome a coluna B, quer
dizer Força e Alegria.

289 - Que simbolismo lhe diz o fato da jóia do Mestre de


Cerimônias ser um triângulo?

Porque reúne três em um; porque formado por três linhas e


três ângulos, é na Geometria a figura principal, e porque
servindo para medir as maiores distâncias, é uma das bases
da ciência humana.

290 - Que significa na Câmara de Reflexões, a presença do


crânio humano ou esqueleto, do galo e da ampulheta,
juntamente com as palavras VIGILÂNCIA E PERSEVERANÇA?

O esqueleto humano foi em tempos passado empregado para


experimentar a coragem do candidato, era essa a primitiva
prova, hoje, porém, é o emblema da verdadeira igualdade, a
sua presença serve para indicar ao candidato o termo fatal de
todos os membros da humanidade, qualquer que seja a
camada social de que cada um faça parte. A ampulheta,
mostrando pelo escoamento da areia o decorrer do tempo e o
galo, geralmente tido como o símbolo da vigilância, servem
para indicar ao iniciado que deve estar vigilante no papel que

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tem, a desempenhar na sociedade, tendo em vista que o


tempo não para.

291 - O que é Maçonaria?

Maçonaria é uma ordem cujas doutrinas básicas são amor


fraterno, auxílio mútuo, filantropia e constante busca da
verdade. Os maçons se esforçam para desfrutar da companhia
de seus irmãos, ajudando-se em tempos de dificuldade
pessoal e reforçamos valores morais essenciais. Um antigo
provérbio maçom diz que a Maçonaria ensina os homens a
serem bons e os que já o são, ela os torna melhor.

Como os homens são um produtos do meio, a Maçonaria


oferece uma oportunidade para se entrar em contato regular
e agradável com homens de caráter, reforçando o próprio
desenvolvimento pessoal e moral, num clima de
companheirismo e fraternidade.

Para manter esta fraternidade, é proibida a discussão de


religião e política dentro das lojas, uma vez que estes
assuntos dividiram freqüentemente os homens ao longo da
história. A Maçonaria encoraja um homem a ser religioso sem
defender uma religião em particular, tanto quanto incentiva
que ele seja ativo na comunidade, sem defender um sistema
ou partido político em particular.

Os Maçons, também conhecidos como pedreiros, não


encontram na Maçonaria ensinamentos sobre a arte da
construção, como o faziam os Maçons operativos da Idade
Média. O trabalho atual da Maçonaria usa os símbolos do
pedreiro como uma para o desenvolvimento moral. Assim, as
ferramentas comuns que eram usado nos canteiros
medievais, como o maço, o cinzel, o nível, o prumo e outros,
têm cada uma um significado simbólico na Maçonaria.

A Maçonaria se distingue de outras ordens fraternais por sua


ênfase no caráter moral, no seu sistema de rituais e na sua
longa tradição, com uma história que data aproximadamente
do século XVII.

Há três graus em Maçonaria. Outros corpos conferem graus


adicionais, até o 33º no Rito Brasileiro, mas nas lojas normais
ou simbólicas, tem-se os graus de Aprendiz, Companheiro e
Mestre

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A maioria das lojas tem reuniões regulares e semanais e


congregam-se em Potências Maçônicas, chamadas Grandes
Orientes ou Grandes Lojas.

292 - O que é o Rito Brasileiro?

Criado em 1878, em Pernambuco, mas tem sua existência


legal a partir de 23 de dezembro de 1914, quando foi
publicado o Decreto nº. 500, do então Grão-Mestre do Grande
Oriente do Brasil, Lauro Sodré, fazendo saber que, em sessão
do Conselho Geral da Ordem havia sido aprovado o
reconhecimento e incorporação do Rito Brasileiro entre os que
compunham o Grande Oriente do Brasil. Depois o Rito
desapareceria, para ressurgir em 1940 e novamente em 1962,
praticamente desaparecer, até que em 1968, o Decreto nº.
2.080, de 19 de março de 1968, do Grão-Mestre Álvaro
Palmeira, renova os objetivos do Ato nº. 1617 de 3 de agosto
de 1940, como o marco inicial da efetiva implantação do Rito
Brasileiro. A partir daí, o rito teve grande crescimento no
país.

O Rito Brasileiro é um corpo de normas que regem os


trabalhos de uma Loja, quando em reunião regular. É o
segundo rito mais praticado no Brasil, enquanto que o mais
utilizado no mundo é o Rito de York ou Rito Emulação. As
diferenças entre eles não chegam a ser significativas. Outros
ritos, como o Escocês, o Moderno e o Adonhiramita convivem
com os dois primeiros.

293 - Se a Maçonaria não é uma religião, por que usa um ritual?

A relação entre ritual e religião é muito freqüente, mas se


analisarmos o assunto vamos notar que os rituais são uma
parte de nós que nós pouco notamos. Ritual é simplesmente a
maneira como algumas coisas são feitas, uma espécie de
procedimento padrão para impor ordem e disciplina aos
trabalhos. Uma reunião de condôminos obedece uma ordem
determinada, da mesma forma como uma reunião de pais e
mestres num colégio. Sem essa seqüência de atos a serem
vencidos temos a baderna e a perda de tempo. O resultado
será sempre questionável.

Há rituais sociais ou convenções que nos dizem devemos nos


Apresentar às pessoas, como participar de uma conversação,
esperando por uma pausa, como enfrentar uma fila, com

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paciência, sem empurrar ou tentar passar à frente com algum


tipo de artifício.

A Maçonaria usa um ritual porque é um modo efetivo para


ensinar idéias importantes. Além disso, o ritual Maçônico é
muito rico e muito antigo, remontando aos primórdios de sua
criação.

294 - O que é um templo maçônico?

Templo é o local onde se realizam as reuniões regulares das


Lojas Maçônicas. Essas reuniões, nos seus primórdios, não
eram feitas em um local específica. A partir da construção do
Fremason's Hall, na Inglaterra, em 1776, as reuniões
ganharam um local fixo. Muitas lojas, em função do tamanho
de seu quadro, utilizam as instalações ou templos de outras
lojas.

Esse templo tem algum caráter religioso?

Não e isso pode ser observado na própria definição da


palavra. Templo pode ser um edifício de tamanho imponente,
que serve o público ou uma organização de algum modo
especial, não tendo, necessariamente, caráter religioso.

295 - O que é De Molay?

A Ordem Internacional De Molay é uma organização fraternal


que congrega jovens entre 13 e 21 anos, fundada na cidade
de Kansas, Missouri, em 24 de março de 1919, por Frank
Sherman Land. Os Capítulos De Molay são patrocinados por
Lojas Maçônicas, cujos membros fazem parte do seu Conselho
Consultivo.

Os Capítulos De Molay celebram reuniões semanais, valendo-


se de um ritual própria para direcionar essas reuniões. Além
disso, promovem atividades que incluem torneios, eventos
sociais, filantrópicos, cívicos, etc.

Seu nome vem de Jacques De Molay, que foi último dos


Cavaleiros Templários a ser executado pela Inquisição, em 18
de março de 1314.

296 - O que é Arco-íris?

A Ordem Internacional Arco-íris para Meninas é uma


organização para meninas de 11 a 20 anos idade, sendo a

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correspondente feminina da Ordem De Molay, com quem


freqüentemente desenvolve atividades conjuntas, com o
mesmo objetivo fraterno.

297 - O que é o avental maçônico?

Durante a cerimônia da iniciação, o Maçom é revestido com


um avental branco, símbolo do trabalho. Ao atingir o grau de
mestre, esse avental é trocado por um outro, com as cores do
rito, normalmente vermelho e/ou azul. Assim como os antigos
pedreiros utilizavam seu avental como proteção,
simbolicamente o Maçom, quando em Loja, usa o seu avental
para realizar seus trabalhosos rotineiros.

298 - O que pensa a Maçonaria do racismo?

Para a Maçonaria, todos os homens foram feitos iguais, não


havendo, entre seus membros, distinção de raça, crença ou
cor.

299 - A Maçonaria é uma elite?

Se considerarmos que apenas são convidados a participar da


Maçonaria homens virtuosos e representativos da sociedade,
pode-se dizer que ela é uma elite, embora o correto seja
afirmar que ela impõe critérios rigorosos para a iniciação de
um novo membro. Costuma-se dizer que o que no homem
comum é uma virtude, no Maçom é uma obrigação.

300 - Uma vez iniciado na Maçonaria, uma pessoa jamais poderá desfiliar-
se?

Não há esse impedimento. Desejando afastar-se da


Maçonaria, basta que o Maçom requeira seu afastamento a
sua Loja, pois isso é um direito seu. A Maçonaria preza a
liberdade de seus membros e defende-a tanto quanto luta
para preservar a liberdade dos cidadãos em geral.

301 - A Maçonaria é uma sociedade secreta?

Não, pois a localização de seus templos é conhecida e pode


ser encontrada facilmente em qualquer lista telefônica. Suas
reuniões são secretas, porque reservadas apenas aos
membros efetivos, diferentemente de uma sociedade secreta,
cuja existência é desconhecida ao público e negada por seus
participantes.

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As reuniões são fechadas para preservar os segredos


maçônicos, que são principalmente seus modos de
reconhecimento, como sinais, cumprimentos e frases pelos
quais os Maçons se reconhecem um ao outro.

302 - A Maçonaria é uma religião?

Não, a Maçonaria não é uma religião, mas defende a


existência de um Ser Superior ou Princípio Criador. Uma
religião é muito mais complexa, implicando em detalhes como
a existência de um plano para salvação ou caminho pelo qual
se alcança uma recompensa depois da vida. Implica também
numa teologia que tenta descrever a natureza Deus e divulga
a descrição de modos ou práticas pelo qual um homem ou um
mulher podem buscar comunicar-se com Deus.

A Maçonaria não faz nenhum dessas coisas. Apenas abre e


fecha seus trabalhos com uma oração e ensina que nenhum
homem deveria começar qualquer empresa importante sem
antes buscar apoio espiritual em Deus. Apesar disso, não
ensina aos homens como eles devem rezar ou o que devem
pedir. Ao invés disso, prega que cada um tem que achar suas
respostas para suas grandes perguntas na sua própria fé, na
sua igreja, sinagoga ou templo religioso.

303 - Quais são as exigências para se tornar um Maçom?

É necessário que o candidato prime pela moral e pelos bons


costumes. Deve ter uma profissão definida que lhe garanta a
subsistência.

304 - Como se faz para ser um maçom?

É preciso que o candidato seja indicado por um Mestre Maçom


e tenha a sua iniciação aprovada pela Loja. Ninguém se
inscreve para ser maçom. Por suas qualidades, ele é notado
por um maçom que o indica para sua Loja. Todo um processo
de admissão é desenvolvido, quando o candidato é ouvido,
bem como sua família. Nesta fase, são prestadas informações
preliminares sobre a Ordem Maçônica, seus objetivos e
atividades.

305 - Um religioso pode ser um Maçom?

Nada impede que um religioso seja aceito como maçom. O que


jamais se verá, no entanto, é um ateu sendo recebido na

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Maçonaria, pois um dos princípios básicos para admissão na


Ordem é a crença num Ser Supremo.

306 - Onde posso encontrar livros sobre a Maçonaria?

Existem editoras especializadas em publicar livros maçônicos.


Pelo seu conteúdo, alguns têm sua leitura restrita apenas a
Maçons, enquanto que outros, pelo conteúdo histórico ou
explicativo, são acessíveis aos não-iniciados. Uma editora
conceituada seguramente prestará as informações
necessárias e fornecerá uma lista de livros recomendados.

307 - Como surgiu a Maçonaria no Brasil?

Maçonaria é a mais antiga fraternidade no mundo.


Provavelmente surgiu nos canteiros de obras dos castelos e
catedrais da Idade Média. Em 1717, A Maçonaria criou uma
organização formal na Inglaterra, quando a primeira loja foi
formada. A partir daí, levada pelo seu lema principal,
Liberdade, Igualdade e Fraternidade, espalhou-se pela Europa
e pelo mundo, chegando à América e ao Brasil. Para saber
mais sobre o assunto, consulte o texto Historia da Maçonaria
no Brasil.

308 - Qual a finalidade da Maçonaria?

Combater a ignorância, os erros e os preconceitos em todas


as suas modalidades.

309 - Qual o programa da Maçonaria?

a) obedecer as leis do País

b) praticar a justiça

c) amar o próximo

d) viver segundo os ditames da honra

e) trabalhar pela felicidade dos homens.

310 - Qual é o objetivo da Maçonaria?

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É o aperfeiçoamento social, moral e intelectual da


humanidade, procurando constantemente a verdade, dentro
de uma moral inflexível e da prática da solidariedade.

311 - Por que a Maçonaria combate a ignorância?

Porque ela é a mãe de todos os vícios.

312 - Por que a Maçonaria combate o fanatismo?

Porque a exaltação religiosa ou política perverte a razão.

313 - A Maçonaria é política ou religiosa?

Nem política e nem religiosa. Ela se coloca eqüidistante de


todos os credos religiosos e partidarismos políticos.

314 - A Maçonaria impõe determinado credo religioso?

A maçonaria deseja para suas fileiras elementos que saibam


dirigir seus passos numa crença qualquer, desde que ligada a
Deus. Assim, não impõe nem cogita de um determinado credo
religioso.

315 - O que prega a Maçonaria?

A crença na existência do Supremo Arquiteto do Universo.


Subsidiariamente a essa crença, exige-se acreditar em uma
vida futura.

316 - Quais as denominações usuais utilizadas na Maçonaria no


que diz respeito ao Criador?

Supremo Arquiteto do Universo, Supremo Construtor e


Grande Geômetra.

317 - Qual o mais precioso bem para a Maçonaria?

A liberdade, que é o patrimônio de toda a humanidade.

318 - Em que se baseia a moral ensinada pela Maçonaria?

No amor ao próximo.

319 - Qual é o segredo maçônico?

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É a significação profunda de seus símbolos. São os sinais


figurativos e as palavras sagradas que compõem o linguajar
maçônico, para comunicação a uma distancia maior e para
reconhecimento dos maçons, não importando o idioma que
falem.

320 - Qual a origem da Maçonaria?

Sua origem se perde na noite dos tempos.

321 - Por que a maçonaria é uma instituição?

Porque tem por objetivo tornar feliz a humanidade pelo amor,


pelo aperfeiçoamento de costumes, pela tolerância, pela
igualdade e pelo respeito à autoridade legalmente
constituída, às leis do país em que se acha estabelecida,
sendo Universal, espalhando-se as suas Oficinas por todos os
recantos da Terra.

OS LANDMARKS E OS MANDAMENTOS

322 - O que se entende por Landmarks?

Os landmarks são considerados como as mais antigas leis que


regem a maçonaria universal, caracterizando-se por sua
antigüidade.

323 - Qual a duração dos Landmarks?

São eternos e imutáveis. Enquanto a maçonaria existir os


landmarks serão os mesmos, como o eram há séculos.

324 - Quantos são os Landmarks?

São vinte e cinco e foram colecionados pelo irmão A. Mackey.

325 - Qual o primeiro Landmark da Maçonaria?

Crer no Supremo Arquiteto do Universo.

326 - Por que o sigilo é um dos principais lindeiros maçônicos?

Porque os métodos de reconhecimento e identificação e os


trabalhos maçônicos devem ser sigilosos. Trata-se de regra
que resulta mais dos ensinamentos bíblicos e do culto da

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modéstia e da humildade, do que do receio de indiscrições


profanas.

327 - O que são regras gerais?

São certas normas tradicionais ainda conservadas nos


Regulamentos Maçônicos, quer como complemento dos
Landmarks, quer como corolário da própria doutrina
maçônica.

328 - Conheça cinco mandamentos da maçonaria universal.

a) adora o Supremo Arquiteto do Universo que é Deus

b) faze o bem pelo próprio bem

c) ama o teu próximo como a ti mesmo

d) não faças o mal, embora não esperes o bem

e) faze do teu corpo um templo, do teu coração um altar e do


teu espírito um apostolo do amor, da verdade e da justiça

329 - No que consistem as boas obras?

No verdadeiro culto que se pode tributar ao Supremo


Arquiteto do Universo que é Deus.

A MAÇONARIA SIMBÓLICA

330 - Como se divide a Maçonaria Simbólica?

A maçonaria simbólica se divide nos três primeiros graus


universalmente reconhecidos e adotados, Aprendiz,
Companheiro e Mestre.

331 - O que é uma Loja Simbólica?

É uma entidade jurídica que congrega um numero ilimitado de


maçons, com um mínimo de sete mestres, sujeita a leis e
regulamentos da sua potência e aos princípios da maçonaria
universal.

332 - Em quantas categorias dividem-se as lojas simbólicas?

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Em três categorias. Constituídas, provisórias e ocasionais.

333 - O que se sabe sobre a Maçonaria Simbólica?

Embora a maçonaria de qualquer grau se inspire em


alegorismo e simbologia, os maçons separam a maçonaria
simbólica da maçonaria de perfeição e da maçonaria
filosófica.

334 - O que constitui a Maçonaria Simbólica?

Constitui a maçonaria básica, essencial e fundamental, só


abrangendo os três primeiros graus.

335 - Todo maçom tem que pertencer a uma Loja Simbólica?

Sim, todo maçom, mesmo do grau máximo de qualquer rito,


tem de pertencer a uma loja simbólica.

336 - O que ocorrerá se ele não pertencer a uma Loja


Simbólica?

Será considerado irregular e perderá até o direito de


freqüentar as reuniões de seu próprio grau.

O MAÇOM

337 - O que significa a palavra Maçom?

Trata-se de palavra vinda do francês “maçon” que em


português recebe a grafia de “maçom” ou “mação” e quer
dizer “pedreiro”.

338 - O que é um Maçom?

É maçom todo aquele que for regularmente iniciado nos


Augustos Mistérios da Ordem Maçônica em Loja Justa e
Perfeita.

339 - Como deve ser um Maçom?

Ser maçom, não é apenas colocar-se dentro de um Templo,


devidamente revestido de suas insígnias e em postura
correta; ser maçom é irradiar as qualidades mentais e
espirituais adquiridas através de uma vivência maçônica.

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340 - O que se espera de um Maçom?

O maçom, desde que integrado na essência da iniciação, deve


ser bom pai, melhor filho, apreciável irmão, ótimo esposo e
invejável cidadão.

341 - Como deve agir um Maçom?

Deve tornar-se uma criatura transfigurada espiritualmente,


pautando sua norma de agir dentro dos princípios maçônicos,
elegendo sua consciência como guia e proclamando sua
liberdade como requisito fundamental.

342 - Quais são os valores que a Maçonaria reconhece?

São os sentimentos nobres e as ações altruísticas, únicos


valores pessoais que a maçonaria reconhece como de alta
valia para os homens.

343 - Como se denominam os atuais maçons?

Maçons antigos, livres e aceitos.

344 - O que se entende por Maçom Aceito?

São maçons não profissionais ou não operativos, admitidos ou


agregados a corporações de pedreiros-livres e respectivas
fraternidades, nos tempos em que a maçonaria operativa
passou a congregar nobres, intelectuais e protetores.

345 - O que se entende pelo adjetivo “Livre” em Maçonaria?

Designa o homem independente, senhor de si mesmo e que


pode, por sua condição, pertencer à Ordem Maçônica, sem
sacrifício de seu bem-estar pessoal e do sustento de sua
própria família.

346 - Quais os principais direitos de um Maçom?

a) a justa proteção de sua Loja, da Ordem e dos maçons;

b) emitir livremente sua opinião, desde que não fira os


preceitos da Ordem;

c) pugnar pelos seus direitos, exercendo a mais ampla


liberdade de defesa;

d) pedir em qualquer tempo a sua demissão.

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347 - Quais os principais deveres de um Maçom?

a) cumprir e fazer cumprir todas as leis e resoluções


emanadas das autoridades maçônicas competentes;

b) instruir-se nos princípios e práticas maçônicas;

c) ser membro ativo de uma loja e ser assíduo em seus


trabalhos;

d) reunir e discutir assuntos maçônicos somente em lugar


vedado à vista e aos ouvidos dos não maçons.

348 - Quais as obrigações de um Maçom?

a) honrar e venerar o G∴A∴D∴U∴ que quer dizer: Supremo


Arquiteto do Universo;

b) tratar todos os homens como seus iguais;

c) combater a ambição;

d) lutar contra a ignorância;

e) praticar a justiça.

349 - Quais são os deveres de um maçom para com o


G∴A∴D∴U∴?

Amá-lo sobre todas as coisas, venerando-o com todo o


respeito e não tomando o seu Santo Nome em vão.

350 - O que ambiciona o Maçom?

Sendo livre de bons costumes e estando nas trevas,


ambiciona ver a luz.

351 - Onde o Maçom é recebido?

Em uma Loja justa, perfeita e regular.

352 - Por quem o Maçom é levado a uma Loja?

Sempre por um amigo que, depois, acaba reconhecendo como


irmão.

353 - Por que se usa o tratamento de Irmão?

Porque os maçons devem amarem-se uns aos outros e serem


leais e dedicados mutuamente. Traduz uma maneira de

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proceder muito afetiva e agradável a todos os corações dos


que militam em seus augustos Templos ou augustos
mistérios.

354 - Qual a obrigação que encerra o titulo de Irmão?

Encerra uma obrigação muito séria, que é a de socorrer


qualquer outro irmão que se achar em situação difícil, desde
que não seja originada por sua própria culpa ou leviandade.

355 - Como o Maçom se liga à Sublime Instituição?

Por um juramento e uma consagração.

356 - Qual a promessa que o Maçom faz ao ser admitido?

Proteger e socorrer a seus irmãos, dentro do que é justo.

357 - Para que serve o segredo maçônico?

O segredo e mistério que cobrem os trabalhos maçônicos


servem para conservar fora de qualquer ostentação os
benefícios distribuídos.

358 - Quais são as características de um bom Maçom?

Ser possuidor de virtude, honra e bondade.

359 - Quais as qualidades essenciais ao Maçom?

Cultivar amor, vontade e inteligência.

360 - O que é trolhamento ou telhamento?

É a verificação da identidade de um visitante em uma Loja


que não seja a sua, quando responderá a um questionário que
lhe é proposto pelo Venerável Mestre, precedido da
apresentação de documentos.

361 - Qual a origem da identificação maçônica?

A identificação por meio de Sinais, Toques e Palavras é de


origem medieval, praticada que era, principalmente, entre os
“pedreiros-livres” nas respectivas fraternidades.

362 - Como o Maçom se faz reconhecer?

Pelos sinais, toques e palavras.

363 - O que significa o sinal?

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A honra de guardar o segredo.

364 - Qual o significado da Palavra Sagrada?

Força, Moral e Apoio.

365 - O que se entende por tolerância em Maçonaria?

Entende-se que o comportamento do maçom deve ser de


respeito a todas as manifestações da consciência.

366 - O que significa a expressão “Entre Colunas”?

Significa “entre irmãos”, ou,” em segredo” e, ainda, em


“Loja coberta”.

367 - Qual a verdadeira insígnia do Maçom?

O Avental que usa.

368 - Pode o Maçom apresentar-se em Loja sem a sua insígnia?

Em nenhuma sessão poderá o maçom apresentar-se sem estar


revestido do avental.

369 - Por que o Maçom deve usar o avental em Loja?

O maçom trabalha de avental. É ele o símbolo do trabalho e a


dignidade do trabalho e mais importante que qualquer outro
distintivo.

370 - Por que o aprendiz usa o avental com a abeta levantada?

A tradição afirma que os aprendizes carregavam pedras junto


ao peito. Por isso a aprendiz usa o avental com a parte
superior levantada.

371 - O que significam as luvas brancas trazidas pelos maçons?

Elas são o símbolo da pureza e significam que o maçom


deverá Ter sempre suas mãos limpas de qualquer impureza.

A LOJA MAÇÔNICA

372 - O que deve ser uma Loja?

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Ela deve ser o reino da harmonia. O modelo da futura


sociedade almejada pelos maçons.

373 - O que é o local onde os maçons se reúnem?

É o mundo da fraternidade e da justiça social, o local onde os


maçons trabalham pela futura comunhão universal.

374 - O que se entende por loja constituída?

São aquelas que possuem Cartas Constitutivas Permanentes,


estando investidas na plenitude de seus direitos.

375 - O que é uma Loja?

É o lugar onde se reúnem os maçons periodicamente para


praticar as cerimônias ritualísticas que lhe são permitidas,
num ambiente de fraternidade.

376 - O que representa o recinto de uma Loja?

O recinto de uma Loja Maçônica representa um sodalício de


elevadas experiências morais, onde são dosados os
caracteres dos homens. É um laboratório de cultura, de
estudo, de progresso moral e de saber avantajado.

377 - Para que os maçons se reúnem em Loja?

Para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os


erros e para glorificar o direito, a justiça e a verdade.

378 - O que pretendem promover os maçons reunidos em Loja?

O bem-estar da Pátria e da Humanidade.

379 - O que se pratica dentro de uma Loja?

Levantam-se Templos à Virtude e cavam-se Masmorras ao


Vício.

380 - Onde se reúnem os maçons?

Os trabalhos de uma Loja regularmente constituída devem


realizar-se em local adequado, especialmente construído para
essa finalidade, ou devidamente adaptado. Este lugar onde os
maçons se reúnem para os seus trabalhos chama-se
“Templo”.

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381 - Qual é o templo espiritual de um Maçom?

É o Templo simbólico construído no coração de todos os


maçons. É através do aperfeiçoamento moral e intelectual de
seus membros que a Sublime Instituição pretende alcançar a
evolução de toda a humanidade.

382 - Qual a linguagem que predomina dentro da Loja?

A linguagem dos símbolos, eis que estes falam


incessantemente à alma humana o idioma da razão, em busca
de um grande ideal – a perfeição.

383 - Quais os tipos de sessões que uma Loja realiza?

Sessões Ordinárias, Extraordinárias e Magnas.

384 - Quantos obreiros são necessários para que uma Loja


possa se reunir?

Deverão estar presentes pelo menos sete obreiros, dos quais,


no mínimo, três Mestres Maçons.

385 - Por que associar-se a loja ao Templo de Salomão?

Na concepção maçônica, ficaram sendo Templos todas as


edificações destinadas às Lojas, reproduzindo, destarte, o de
Salomão, com as imagens e a idéia do Universo e todas as
maravilhas da criação.

386 - O que lembra o designativo “de Salomão”?

Lembra o vulto de grande monarca que se transformou num


símbolo inimitável de sabedoria e de justiça. De sua sabedoria
invulgar nasceu sua magnífica obra arquitetônica, que deu
origem ao simbolismo maçônico.

387 - Qual a forma e quais as dimensões de uma loja?

É a de um quadrilongo. Seu comprimento é do Oriente ao


Ocidente; sua largura é do norte ao sul; sua profundidade é
da terra ao Céu.

388 - O que simboliza tão vasta extensão?

A universalidade da Sublime Instituição.

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389 - O que é uma loja regular?

É a que obedece a uma Potência Maçônica regular.

390 - Por que razão a Loja está situada do Oriente para o


Ocidente?

Porque a luz do sol e as luzes do Evangelho da civilização


vieram do Oriente espalhando-se pelo Ocidente.

391 - O que sustenta uma Loja?

Três grandes colunas, denominadas: Sabedoria, Força e


Beleza.

392 - O que representam essas três colunas?

Respectivamente: Salomão, Hiram e Hiram Abif.

393 - Quais ordens de arquitetura foram dadas a essas três


colunas?

A Jônica para representar a Sabedoria; a Dórica para


representar a Força e a Corintia para representar a Beleza.

394 - O que representa o teto de um templo?

A abóbada celeste.

395 - Quais são os sustentáculos da abóbada que cobre uma


Loja?

Doze lindas colunas que representam os doze signos


zodiacais.

396 - O que simbolizam as romãs sobre os capitéis?

As Lojas e os maçons espalhados pela face da Terra.

397 - O que lembram as sementes?

Suas sementes unidas lembram a fraternidade e a união entre


os homens.

398 - O que é a sala dos passos perdidos?

É uma sala que existe antes do Templo, devendo ser ato


confortável quanto possível, servindo para a recepção dos
visitantes e permanência dos obreiros.

399 - O que é o Átrio?

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Nas Lojas Maçônicas dá-se este nome ao espaço ou sala que


existe entre as entradas do Templo e a Sala dos Passos
Perdidos.

400 - Como é feita a circulação dentro de um Templo?

Da esquerda para a direita, no sentido do movimento dos


ponteiros do relógio.

401 - Para se retirar de um Templo o que se necessita?

A permissão do Venerável Mestre, deixando o óbolo na Bolsa


de Beneficência e jurando nada revelar do que ali foi tratado.

402 - Qual a ordem dos trabalhos em Loja?

a) Abertura ritualística;

b) Leitura do Balaústre;

c) Leitura do expediente;

d) Entrada de visitantes;

e) Saco de propostas e informações;

f) Ordem do dia;

g) Tronco de Solidariedade;

h) Palavra a bem da ordem geral e do quadro em particular;

i) Saudação aos visitantes;

j) Encerramento ritualístico; e,

j) Cadeia de união.

403 - Por que se encontra a Bandeira Nacional dentro do


Templo?

Porque o amor, respeito e glorificação da Pátria constituem o


apanágio permanente da maçonaria. Assim, para que se
preste esse culto é que o Pavilhão Nacional encontra-se
dentro do Templo.

404 - Qual é o traje para as sessões magnas?

É obrigatório o uso de traje a rigor preto ou azul-marinho,


gravata (da cor do Rito), sapatos e meias pretos, camisa

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branca, sendo tolerado, em casos excepcionais, o uso do


balandrau pelos visitantes.

405 - O que é o balandrau?

É o traje antigo usado pelos maçons com formato de “opa” ou


capote longo, com mangas compridas e capuz, hoje
simplificado como simples capa ou beca.

406 - Quando se permite a presença de não maçons


especialmente convidados nas sessões das lojas?

Nas Sessões Magnas Publicas.

A ADMINISTRAÇÃO DA LOJA

407 - Como se compõe a administração de uma Loja?

Compõe-se de Luzes, Dignidades e Oficiais.

408 - Quais são as luzes de uma Loja?

O Venerável Mestre e os primeiro e segundo Vigilantes.

409 - Quais são as dignidades de uma Loja?

Orador, Secretário, Tesoureiro e Chanceler.

410 - Quais são os oficiais de uma Loja?

Mestre de Cerimônias, Hospitaleiro, Primeiro e Segundo


Diáconos, Porta Espada, Porta Estandarte, Primeiro e
Segundos Expertos, Guarda do Templo, Cobridor, Mestre de
Banquetes, Mestre de Harmonia, Arquiteto e Bibliotecário.

411 - Qual é a função do Venerável Mestre em uma Loja?

É o seu presidente nato, representando-a junto à sua Potência


Maçônica, ao poder civil e em suas relações com terceiros em
geral. Internamente dirige a Loja.

412 - Qual deve ser conduta do Venerável?

Deve ser um exemplo aos que dirige de recomendação e


prestigio à Maçonaria.

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413 - Quem substitui o Venerável Mestre em suas faltas ou


impedimentos?

Será substituído, observada a seguinte ordem:

I - o 1º e 2º Vigilantes;

II - o Ex-Venerável;

III - os Grandes Beneméritos da Ordem, Membros da Loja;

IV - os Beneméritos da Ordem, Membros da Loja;

V - o Decano dos Membros presentes

414 - Quais as funções dos Vigilantes?

São responsáveis pela disciplina e ordem em suas colunas,


competindo-lhes anunciar, cumprir e fazer cumprir as ordens
do Venerável Mestre.

415 - Quais as funções principais do Primeiro Vigilante?

Verificar se o Templo está a coberto e se todos os presentes


são maçons.

416 - Quais as funções do Orador?

O Orador é o principal responsável pelo fiel cumprimento das


disposições legais, competindo-lhe entre outras, opor-se, de
oficio, a toda e qualquer deliberação contrária às leis e
resoluções emanadas da autoridade competente,
interpretando e dirimindo dúvidas sobre tais disposições e
apresentar as conclusões finais de toda a matéria em debate,
sem entrar no mérito da questão.

417 - Qual a função do Guarda do Templo?

Verificar se, realmente, o Templo está coberto, zelando para


que ninguém venha perturbar a sessão.

418 - O que simboliza o Mestre de Cerimônias?

Simboliza o ordenamento do caos e a criação do Universo,


tendo a missão de compor a Loja, preenchendo os cargos.

419 - O que simbolizam os bastões usados pelo Mestre de


Cerimônias e pelos Diáconos?

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Os três bastões simbolizam o poder da união, já que, juntos,


não poderão ser quebrados com facilidade. São o símbolo da
autoridade moral e da fortaleza material da Loja.

420 - O que é preciso para que uma Loja seja Justa e Perfeita?

Que três a governem, cinco a componham e sete a


completem.

421 - O que representam as Colunas da Loja?

Jônica – sabedoria – venerável – oriente;

Dórica – beleza – primeiro vigilante – ocidente;

Corintia – beleza – segundo vigilante – sul.

422 - Por que o Venerável representa o Pilar da Sabedoria?

Porque dirige os obreiros.

423 - Por que o Primeiro Vigilante representa o Pilar da Força?

Porque paga o salário aos obreiros, que é a força e a


manutenção da existência.

424 - Por que o Segundo Vigilante representa o Pilar da


Beleza?

Porque faz repousar os obreiros e fiscaliza-os no trabalho.

425 - Quais são as jóias moveis da Loja?

O esquadro, o nível e o prumo, porque são transferidas a cada


ano aos novos dirigentes.

426 - O que significa o Esquadro no colar do Venerável Mestre?

Que deve agir com retidão, obedecendo os Estatutos da


Ordem.

427 - O que significa o nível trazido pelo Primeiro Vigilante?

Significa a igualdade social, base do direito natural.

428 - O que significa o prumo trazido pelo Segundo Vigilante?

Que o maçom deve ser reto em seu julgamento.

429 - Durante os trabalhos quem pode falar sentado?

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O Venerável Mestre, os ex-Veneráveis, os vigilantes e Oficiais.

430 - Quem mais pode falar sentado durante os trabalhos?

O Orador ao fazer as suas conclusões e o Secretário ao fazer a


leitura do balaústre e do Expediente.

OS SÍMBOLOS MAÇÔNICOS

431 - O que é o símbolo na Maçonaria?

Entre a maçonaria antiga e a maçonaria moderna existe um


ponto fundamental e comum: o símbolo. O símbolo é a própria
essência, a razão de ser da maçonaria. O visível é o reflexo do
invisível.

432 - Qual a finalidade dos Símbolos?

Sua finalidade é de selecionar aqueles que os integrando


sejam dignos da verdade.

433 - O que se sabe a respeito dos Símbolos na Maçonaria?

A maçonaria possui inúmeros símbolos, emblemas e adornos,


cada qual com seu significado especial, destinados ao uso de
seus obreiros.

434 - Qual a função dos símbolos maçônicos?

A função dos símbolos não é a de ocultar. Tem a finalidade de


levar aos adeptos da maçonaria os mais sábios ensinamentos,
por meio de instrumentos, sinais, figuras e alegorias que, em
conjunto, se resumem num elevado sistema de moral.

435 - No que se inspira a Maçonaria quando adota os símbolos?

Inspira-se em alto grau na ciência simbólica, sugerindo que o


homem aprende melhor por meio de comparações, do que por
qualquer outro método.

436 - O que transmitem os símbolos na Maçonaria?

Num templo maçônico não há adornos supérfluos, mas, sim,


uma série de símbolos, cada um deles contendo uma
transcendente mensagem que deverá ser decifrada e

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entendida para que se possa, realmente, saber o que é a


maçonaria.

437 - O que constituem as Lojas Simbólicas?

Constituem incontestavelmente o alicerce sobre o qual s


apóia toda a estrutura da pirâmide maçônica.

438 - Quais são as três grandes luzes emblemáticas da


Maçonaria?

O Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso.

439 - O que significa o Livro da Lei?

Significa o traçado espiritual para o aperfeiçoamento do


maçom.

440 - O que representa o Livro da Lei?

O código de moral, a fé que governa e anima a todos os


maçons.

441 - O que prescreve o Compasso?

Como emblema da precessão e da exatidão, prescreve aos


verdadeiros maçons – com o circulo que traça – nada
empreender que não seja justo.

442 - O que representa o Esquadro?

Representa o símbolo da retidão, da justiça e da eqüidade.

443 - Por que o Venerável Mestre usa o Esquadro no colar?

Porque ele deve ser o maçom mais reto e mais justo da Loja.

444 - O que simbolizam as pontas do Compasso ocultas sob o


Esquadro?

Simbolizam que o Aprendiz, trabalhando na Pedra Bruta,


embora consciente da existência do Compasso, não o pode
usar, enquanto sua obra não estiver perfeitamente acabada,
polida e esquadrejada.

445 - O que representam o Compasso e o Esquadro unidos?

A medida justa que deve presidir todas as ações dos maçons.

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446 - Durante que tempo o Compasso e o Esquadro


permanecem unidos em Loja?

Permanecem unidos, enquanto a Loja estiver em


funcionamento

447 - O que recordam o Esquadro, o Compasso, o Nível e o


Prumo?

Recordam o papel de construtor social que compete a todos


os maçons, traçando as normas pelas quais devem se
conduzir.

448 - O que esses instrumentos representam ainda?

O Esquadro representa a retidão;

O Compasso representa a justa medida;

O Nível representa a igualdade; e,

O Prumo representa a justiça

O que representa o Delta Sagrado?

Representa o Supremo Arquiteto do Universo, a Suprema


Perfeição e a Divina Providencia.

449 - O que lembra o Triângulo?

Considera-se o triângulo a figura mais perfeita para lembrar


aquele que foi, que é e que será.

450 - Qual o principal símbolo do Oriente?

É o Delta, ou Triângulo Radiante, representando no alto do


Painel do Trono, de modo que os obreiros possam contemplá-
lo sempre, sem esquecer jamais o Supremo Arquiteto do
Universo.

451 - O que se encontra no centro do Delta?

A letra IOD, inicial do tetragrama IEVE, símbolo da Grande


Evolução (do que existiu, do que existe e do existirá).

452 - O que é o Altar dos Juramentos?

O altar dos juramentos é a parte mais sagrada de uma Loja.


Representa um altar de sacrifícios, eis que o neófito deixará,

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quando de seu juramento, todos os seus vícios e as suas


paixões aí, oferenda ao Supremo Arquiteto do Universo.

453 - O que se encontra sobre o Altar dos Juramentos?

O Livro da Lei, um Esquadro com seus ramos voltados para o


Oriente e um Compasso aberto com as pontas voltadas para o
Ocidente.

454 - O que representam os candelabros de três luzes que


estão em cima dos altares?

Os candelabros de três luzes representam os três aspectos do


Logos, a Trindade Divina, manifestada no poder do Pai, na
solicitude do Filho e na sabedoria do espírito Santo, que
devem presidir os trabalhos da Loja.

455 - O que representa o Maço?

É o símbolo da decisão voluntária que impele o cinzel em sua


obra de aperfeiçoamento. É o instrumento indicado para
trabalhar a Pedra Bruta, representando as resoluções retidas
em nosso espírito.

456 - O que representa o malhete que está sobre o altar do


Venerável Mestre?

Ele representa a vontade quando bem dirigida; a força que


age sob a direção do espírito, da sabedoria e da ciência.

457 - Nas mãos do Venerável Mestre o que representa o


malhete?

Simboliza, nesse caso, a autoridade e o poder. Às suas


pancadas a Loja pára ou se movimenta, segundo a sabedoria
do Mestre.

458 - Que interpretação se dá à movimentação das colunas nos


altares dos Vigilantes?

Sendo o primeiro vigilante o encarregado de velar para que os


trabalhos transcorram com disciplina e ordem, sua coluna
deve ser levantada enquanto têm lugar as trabalhos
maçônicos. Quando, porém cessam estes trabalhos, ou para
recreação ou para seu término definitivo, os irmãos passam à

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responsabilidade do segundo vigilante que, então, levantará a


sua coluna para mostrar a sua autoridade.

459 - O que significa a Espada Flamígera?

É o emblema da Justiça do Ser Supremo.

460 - O que simbolizam as espadas?

O símbolo da lealdade e da honra. Elas são o símbolo da


proteção contra o mundo profano. São símbolos de
combatividade e de igualdade.

461 - Por que a espada é uma insígnia maçônica?

A espada, além de simbolizar a harmonia e o valor, é a


insígnia do poder e do mando, lembrando aos maçons o dever
que têm de proteger-se contra os opressores e a tirania.

462 - Quantos tipos de painéis existem?

Na maçonaria simbólica a cada grau corresponde um painel


próprio. Há dois tipos de painéis: o painel simbólico e o painel
alegórico.

463 - O que representa o Painel para a Loja?

É uma de suas jóias fixas e varia conforme os ritos e graus.

464 - O que é o Painel Simbólico?

É o conjunto de símbolos, jóias e alegorias do grau.

465 - Como também é conhecido o Painel Alegórico do grau de


Aprendiz?

O painel alegórico é mais sugestivo e é também conhecido por


“tábua de traçar”.

466 - Onde é colocado o Painel Alegórico durante as reuniões


da Loja?

Geralmente é pintado ou bordado e é colocado, normalmente,


em frente ao Ara, em lugar visível, porque contém todos os
símbolos maçônicos do grau.

467 - Quais são as jóias fixas da Loja?

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A prancheta da Loja, a pedra bruta e a pedra polida ou cúbica.

468 - O que contém o Painel da Loja?

Nele se condensam todos os símbolos que o maçom deve


conhecer.

469 - O que simboliza a Pedra Bruta?

A inteligência e o sentimento do homem no estado primitivo,


áspero e despolido.

470 - O que representa a Pedra Bruta?

O homem sem instrução, com as suas asperezas de caráter,


devidas a ignorância em que se encontra e as paixões que o
dominam.

471 - O que simboliza a Pedra Polida?

Simboliza o saber do homem no fim da vida, quando a aplicou


em atos de piedade e de virtude.

472 - O que representa a Pedra Polida?

O homem instruído, que dominou as paixões e abandonou os


preconceitos.

473 - O que é a Escada de Jacó?

É o caminho do céu. A escada de Jacó sugere como alegoria o


verdadeiro caminho iniciático da perfectibilidade.

474 - O que representam os degraus dessa Escada?

Representam as virtudes que um verdadeiro maçom deve


possuir.

475 - Que símbolos aparecem nessa Escada?

A Cruz, a Âncora e o Cálice.

476 - O que significa a Cruz?

Significa a fé, ou seja, os sentimentos de confiança e certeza


e a convicção da existência do Supremo Arquiteto do
Universo.

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477 - O que significa a Âncora?

A âncora que simboliza a esperança sugere aos maçons a


segurança com que se pode alcançar os verdadeiros objetivos
da vida.

478 - O que significa o Cálice?

A caridade, representada pelo cálice, significa o verdadeiro


amor que o maçom deve dedicar ao próximo, cuja prática está
na disposição de auxiliar o nosso semelhante.

479 - O que simboliza o Sol?

Simboliza a principal luz da Loja, lembrando a Glória do


Criador. Representa também a Caridade.

480 - Por que o Sol e a Lua foram colocados no Templo


Maçônico?

Porque sendo a Loja a imagem do Universo, nela devem estar


representados os astros.

481 - Por que a Lua se apresenta no seu quarto crescente?

É a maneira de lembrar ao maçom o dever de aumentar os


conhecimentos que recebe.

482 - A abóbada estrelada é exclusiva dos templos maçônicos?

Não. Assim eram decorados os Templos da antigüidade e


também numerosas igrejas antigas. Se o Templo representa o
Universo, seu teto figura o firmamento. Por isso mesmo tem a
forma de abobada, pintada de azul celeste e semeada de
estrelas.

483 - Por que o Maçom contempla em Loja o céu estrelado?

Porque contemplar o céu estrelado estampado no teto da Loja


transmite grande quietude de espírito e incita à meditação.

484 - Qual o significado da palavra estrela?

Maçonicamente, o termo é aplicado para definir o que é


chamado tocha, de que se mune o maçom de comissão para
recepcionar visitantes e autoridades.

485 - O que simboliza a Estrela de Cinco Pontas?

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O homem espiritual, reflexo da verdade, sabedoria e amor de


Deus.

486 - O que simboliza a Estrela de Sete Pontas que encima a


escada de Jacó?

Simboliza as setes principais direções em que, lentamente, se


move toda vida até entrar em harmonia com a vontade do
Supremo Arquiteto do Universo.

487 - O que indica a Estrela de Sete Pontas?

As sete maneiras através das quais o homem pode atingir a


perfeição.

488 - O que representa o Pavimento Mosaico?

Representa a união de todos os maçons.

489 - O que simboliza o Pavimento Mosaico?

Simboliza a diversidade dos homens e de todos os seres,


animados ou inanimados, entrelaçando-se o espírito com a
matéria.

490 - O que representa ainda o Pavimento Mosaico?

Com seus ladrilhos unidos e simétricos representa a harmonia


universal, a união de homens de todas as raças e crenças e a
afirmação de que a maçonaria não admite preconceitos.

491 - O que lembra o Pavimento Mosaico?

Lembra que apesar da diversidade do antagonismo das coisas


da natureza, em tudo reside a mais perfeita harmonia.

492 - O que representa a Orla Denteada?

Ela representa a atração universal, simbolizada no amor.

493 - O que simboliza a Orla Denteada?

Contornando o painel, ela simboliza os astros gravitando em


torno do Sol.

494 - Simbolicamente, o que lembra a Orla Denteada?

O símbolo lembra a família e a Pátria, isto é, os filhos


reunidos em torno dos pais e cada nação reunida em torno do
respectivo chefe.

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495 - O que representam as borlas que aparecem em cada


canto do Painel?

As virtudes que devem existir em todos os maçons:


temperança, coragem, justiça e prudência.

496 - Quem pode pisar o Pavimento Mosaico?

Somente o Oficiante poderá pisar o Pavimento Mosaico na


abertura e no encerramento dos trabalhos.

497 - Quais são os utensílios de trabalho do Aprendiz?

A régua de 24 polegadas, o maço e o cinzel.

498 - O que representam o Maço e o Cinzel?

A inteligência e a razão que tornam o maçom capaz de


discernir o bem do mal, o justo do injusto.

499 - O que simboliza a Trolha?

Os sentimentos e a indulgência que devem animar a todos os


homens esclarecidos e de boa vontade.

500 - O que simboliza a Régua?

A retidão dos princípios maçônicos e a retidão da conduta que


deve ser observada por todos os maçons.

501 - Qual o simbolismo da Abóbada de Aço?

Instrui os maçons que a integram, indicando que os mesmos,


em tal atitude, colocam sua força a serviço de quem eles
honram com a cerimônia.

A INICIAÇÃO

502 - O que é o Ritual de Iniciação?

É o resultado de numerosos mitos esotéricos da antigüidade e


mantém no mundo ocidental as formas primordiais da
espiritualidade elaborada pelos antigos.

503 - A iniciação é exclusiva da Maçonaria?

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Não. Em todas as escolas herméticas há uma cerimônia com a


qual se recebe o candidato chamada de iniciação. É um ato
muito significativo, cuja real importância está oculta sob a
verdadeira aparência do véu exterior.

504 - Como deve ser a Iniciação?

A iniciação é um ato ritualístico e litúrgico que deve cercar-se


do mais absoluto respeito. Durante ela devem ouvir-se
unicamente as vozes dos que nela intervém, guardando os
demais assistentes completo silencio e respeitosa atitude.

505 - O que se pretende através da Iniciação?

Pretende-se dar ao iniciado uma responsabilidade maior não


somente como ser humano com vida espiritual, mas também
como homem e cidadão. Procura-se despertar nele uma vida
interior mais intensa e uma compreensão melhor da vida.

506 - A Iniciação é mística?

Sim, pois em não possuindo o homem, em geral, dotes


intelectuais, capazes de fazê-lo conhecer-se a si próprio e de
compreender o grande mistério do Universo, somente através
do misticismo poderá ele alcançar o Desconhecido, desde que
o anime a crença no Supremo Arquiteto do Universo.

507 - Que requisitos deve preencher o candidato a Iniciação?

a) Ter instrução e qualidades morais suficientes para


compreender e praticar os ensinamentos maçônicos;

b) Ter meios honestos e suficientes de subsistência;

c) Ter reputação ilibada;

d) Ter no mínimo 21 anos.

508 - O que é necessário para se tornar Maçom?

É necessário que o candidato seja proposto por um mestre


Maçom, membro ativo da mesma Loja.

509 - Como o candidato se torna Maçom?

A admissão será sempre através de iniciação, filiação ou


regularização, de acordo com os rituais.

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510 - O que devem os candidatos à maçonaria possuir?

Devem ser livres e de bons costumes, capazes de direito e de


assumir obrigações, isentos de defeitos físicos que os
impossibilitem de se dedicar às práticas maçônicas.

511 - O que pretende o iniciado quando de seu ingresso na


Maçonaria?

O ingresso na maçonaria implica o primeiro passo na senda


infinita que busca a perfeição humana, aspiração fundamental
de todo o maçom, significando que o objetivo principal de
todo o iniciado é converter-se em um modelo útil e proveitoso
para a sociedade, para a família, à pátria e a humanidade.

512 - Como o candidato é recebido?

Nem nu nem vestido, despojado de todos os metais e com os


olhos vendados.

513 - O que significa “nem nu nem vestido”?

Vestido desta maneira um tanto bizarra o candidato é, em si


mesmo, uma preciosa lição de respeito e humildade.
Simbolicamente nu ele se sente fraternalmente igual a todos,
desaparecendo as distinções sociais.

514 - Como o simbolismo explica isto?

Explica como uma preparação para o desnudamento completo


da alma que só será sentido e compreendido pelo candidato
quando ele se der conta de que há um real desnudamento do
corpo.

515 - O que significa a venda sobre os olhos?

Significa as trevas e os preconceitos do mundo profano e a


necessidade que têm os homens de procurar a luz entre os
iniciados.

516 - O que mais lembra a obscuridade?

Lembra o homem primitivo na ignorância de todas as coisas.

517 - O que lembra a privação dos metais?

Ela lembra ao homem o seu estado natural antes da


civilização.

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518 - Qual o primeiro contato que o postulante tem com a


maçonaria?

O primeiro contato real se dá através da câmara de reflexões.

519 - Para que serve a Câmara de Reflexões?

Conduz à meditação, permitindo ao homem o acesso à sua


própria alma e à sua consciência. A meditação profunda é o
único caminho capaz de levar o homem a um reencontro
consigo mesmo.

520 - O que oferece a Câmara de Reflexões?

Oferece a sensação de silencio, penumbra e paz, além de um


conjunto de símbolos capazes de levar o postulante mais
rápida e profundamente à meditação.

521 - O candidato ao ser iniciado quantas viagens pratica?

Depois de colocado entre colunas, fazem-no praticar três


viagens, para que se recorde das dificuldades e atribulações
da vida.

522 - O que simbolizam essas viagens?

As três viagens simbolizam a conquista de novos


conhecimentos. Elas oferecem à consideração dos maçons a
personalidade do candidato que procede dos planos das
trevas e da ignorância em busca da Luz e do verdadeiro
Saber.

523 - Por onde viaja o iniciante?

Viaja do Ocidente para o Oriente e do Oriente para o


Ocidente, primeiro por um caminho em meio de ruídos e
trovões. Depois por outra estrada ouvindo o tilintar de armas.
Finalmente, por uma terceira estrada de caminho plano e
suave.

524 - Que significam os ruídos e trovões da primeira viagem?

Significam, fisicamente, o caos e, moralmente, os primeiros


anos do homem e os primeiros tempos da mocidade.

525 - Que representa o ruído das armas?

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Representa a idade da ambição, os combates que a sociedade


é obrigada a sustentar, as lutas que o homem trava.

526 - Por que se encontram facilidades na terceira viagem?

Porque mostra o estado de paz e tranqüilidade quando se


está protegido pelos irmãos.

527 - Onde terminou cada uma dessas viagens?

Cada uma terminou em uma porta.

528 - Onde se acham situadas essas portas?

A primeira no sul, a Segunda no Ocidente e a terceira no


Oriente.

529 - O que é dito ao iniciado quando bate em cada uma


dessas portas?

Na primeira mandam-no passar, na Segunda é purificado pela


água e, na terceira, é purificado pelo fogo.

530 - Que significam essas purificações?

Que o homem deve desvencilhar-se de todos os preconceitos


sociais ou de educação, procurando a sabedoria.

531 - O que demonstram essas purificações?

As purificações demonstram que para estar em condições de


receber a Luz da Verdade, torna-se necessário abrir mão de
todos os preconceitos sociais e culturais para, aliviado dessa
carga, sair em busca da sabedoria.

532 - Qual a finalidade da purificação pela água?

Tem a finalidade de limpar ou liberar o espírito humano de


suas arestas e imperfeições morais.

533 - O que significa a purificação pelo fogo?

Significa a eliminação das nódoas do vicio. As chamas


simbolizam também as aspirações, o fervor e o zelo.

534 - Que representam as três portas onde bate o iniciando?

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As três disposições necessárias à busca da verdade:


sinceridade, coragem e perseverança.

535 - O que lembra ao iniciando o conteúdo da Taça Sagrada?

Lembra-lhe que o maçom deve gozar os prazeres da vida com


moderação, não fazendo ostentação do bem que goza.

536 - Por que se faz a prece da iniciação?

Porque os maçons não se empenham em empresa importante


sem primeiro invocarem o Supremo Arquiteto do Universo.

537 - O que é o Juramento Maçônico?

O juramento é um compromisso de honra selado pelo coração


aberto e a consciência livre, um corolário de discrição e
fidelidade.

538 - Qual a condição essencial para que o juramento seja


tomado?

Constitui condição essencial do juramento, ser o mesmo


pronunciado na presença do Supremo Arquiteto do Universo.

539 - O que é dado depois ao iniciado?

A luz espiritual, ou seja, a verdade divina.

540 - O que vê então o iniciado?

Raios cintilantes ferem-lhe a vista. Vê então que são espadas


empunhadas por seus irmãos e apontadas para ele.

541 - Qual o significado disto?

As espadas refletem a Luz da Verdade e estão prontas a


acudir em auxilio do irmão, desde que paute sua vida com
base na honra, na justiça e na prática do bem.

O APRENDIZ MAÇOM

542 - O que acontece quando o Aprendiz Maçom recebe a luz?

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Passa a trabalhar para a futura sociedade na qual os homens


se dedicarão ao trabalho e à justiça.

543 - Durante que período trabalha o Aprendiz Maçom?

Do meio-dia a meia-noite.

544 - O que significa a expressão meio-dia?

Como sinônima da divisão do tempo, equivale a doze horas,


marca do instante teórico em que o Sol se acha no zênite do
lugar considerado como centro da abobada celeste.

545 - O que significa a expressão meia-noite?

Significa a hora do repouso material e espiritual do homem,


bem como da própria natureza.

546 - O que indica o período de tempo compreendido entre o


meio-dia e a meia-noite?

Começando os trabalhos ao meio-dia simbólico e


prolongando-se durante doze horas figuradas, indicam que o
maçom deve empregar metade do seu tempo em tarefas
úteis, instruindo-se fundamentalmente.

547 - Por que os aprendizes trabalham do meio-dia a meia-


noite?

Porque Zoroastro, um dos primeiros fundadores dos mistérios


da antigüidade, reunia secretamente seus discípulos ao meio-
dia e terminava seus trabalhos à meia-noite, depois de uma
ceia fraternal.

548 - O que pretende demonstrar a Maçonaria durante as doze


horas simbólicas de trabalho?

Quer apresentar aos maçons as chaves de todos os segredos


de sua doutrina. Combate a ignorância, a tirania e os
preconceitos, glorificando o direito e a justiça, levantando
templos à virtude e cavando masmorras ao vicio.

549 - O que é o Grau de Aprendiz?

É o marco inicial de toda carreira maçônica. Constitui o


pedestal de toda filosofia desenvolvida nos outros graus que
o seguem.

550 - Como um Aprendiz prova que é Maçom?

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Pelas provas de sua iniciação e outras circunstancias,


prestando-se sempre a rigoroso exame, desde que seja
regularmente exigido.

551 - Qual a idade do Aprendiz Maçom?

Três anos.

552 - Como deve trabalhar um Aprendiz Maçom?

Com independência, fervor, devotamento e inteligência.

553 - O que deve procurar o Aprendiz Maçom?

Aproximar-se da verdade do cosmo, convencendo-se de que a


investigação da verdade não deve Ter limites, senão aqueles
dirigidos pelo bom senso, pela moral e pela razão.

554 - Quanto tempo deve um Aprendiz trabalhar para obter


aumento do grau?

Antigamente, sete anos. Atualmente, no mínimo, sete meses.

555 - O que se entende por aumento de salário?

Aumento de salário, maçonicamente, significa aumento de


grau. Assim, completado o seu tempo de serviço, receberá em
retribuição, como aumento, o grau de companheiro.
Esotericamente, representa a evolução que o maçom obtêm
pelo seu próprio esforço.

556 - Quais as exigências para que um aprendiz receba o seu


aumento de salário?

a) Deverá estar colado no grau, no mínimo, há sete meses;

b) Deverá Ter assistido pelo menos a 80% das sessões de seu


grau realizadas pela Loja;

c) Deverá estar em dia com suas obrigações junto a tesouraria


da Loja;

d) Deverá demonstrar conhecimento do simbolismo do grau e


das Leis que regem a Ordem, por questionário e verbalmente,
a critério da Loja;

e) Deverá apresentar trabalho por escrito sob tema fixado


pelo Venerável Mestre da Loja.

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OUTRAS INFORMAÇÕES

557 - O que é a Cadeia de União?

É uma tradicional pratica de fraternidade que deve realizar-


se, principalmente depois de terminados os trabalhos de uma
Loja.

558 - Para que é realizada a Cadeia de União?

Para comunicação da palavra semestral fornecida pelo


Soberano Grão-Mestre Geral.

559 - Que outra finalidade possui a Cadeia de União?

Dar regularidade aos obreiros.

560 - Por que a Cadeia de União é a apoteose da iniciação?

Porque os irmãos se congraçam cingidos pela vontade plena


de solidarizarem-se e fortalecerem-se numa total coesão de
entusiasmo pelo ideal maçônico.

561 - De onde se origina a Cadeia de União?

A sua tradição foi colhida pela maçonaria nos santuários do


Egito, dedicados aos pequenos e grandes mistérios.

562 - O que simboliza a Cadeia de União?

Simboliza a união que deve reinar entre todos os maçons e o


meio de conservá-la para sempre consiste na amizade, na
concórdia e na tolerância.

563 - Qual a meta da Revolução Francesa adotada pela


Maçonaria?

A revolução francesa promulgou a fórmula Liberdade,


Igualdade e Fraternidade como uma de suas metas, tendo a
Maçonaria adotado referida fórmula.

564 - O que se entende por Arte Real?

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É o titulo que se dá à maçonaria para comemorar o apoio que


lhe deram os monarcas antigos nas corporações de obreiros,
das quais, segundo muitos historiadores, provêm da
maçonaria.

565 - A Maçonaria é regional?

Não. Ela é Universal e suas Oficinas espalham-se por todos os


recantos da Terra, sem preconceitos de fronteiras e de raças.

566 - O que é a virtude?

É uma disposição da alma que induz a praticar o bem.

567 - Como conceituar a virtude?

É a força moral que homologa todas as ações condignas e


puras. É a melhor credencial do homem, impondo-o ao
respeito de todos os demais.

568 - O que se deve esperar na prática da caridade?

Nela os atos devem ser efetivados com o pensamento em


ofertar a outros aquilo que de boa mente se destina para tal,
sem nada pedir ou esperar em troca.

569 - O que é a caridade?

É uma virtude que dignifica o espírito. Praticar-se-á


ministrando-se auxilio moral ou material a outrem.

É um dever que alcança todos os corações dos maçons. Não


obstante é preciso saber dar, socorrer ou auxiliar, nada
devendo ser esperado em retribuição, muitas vezes, nem
mesmo o reconhecimento.

570 - O que o Maçom entende por caridade?

É um sentimento sublime que empresta à humanidade apoio


inesperado e revela-lhe o mais belo caráter de sua natureza
divinizada.

571 - O que é o vício?

É tudo que avilta o homem.

572 - O que representa o vício?

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É a imperfeição que alcança e domina a alma débil,


obstaculizando suas tendências mais puras. É a propensão
habitual para a pratica daquilo que é errado.

573 - O que o vício faz ao homem?

Torna o indivíduo impróprio para o fim a que foi destinado na


ordem da criação divina. Torna-se um empecilho que veda o
homem de se pontificar num caráter digno de toda admiração.

574 - O que o vício produz?

Desabona o bom conceito moral, social, familiar e comercial


daquele que luta para vencer as dificuldades naturais da vida;
impede a pessoa de fazer-se um exemplo edificante junto aos
seus semelhantes.

575 - O que o Maçom vê no vicio?

Vê a periculosidade do vicio, exigindo de si mesmo uma linha


de conduta irrepreensível sem resvalos.

576 - Qual o laço sagrado que une os maçons?

A solidariedade.

577 - Que espécie de solidariedade deve existir entre os


maçons?

É a solidariedade mais pura e fraternal, dirigida aos que


praticam o bem ou onde estiver uma causa justa.

578 - Para que serve a beneficência maçônica?

Ela serve para transformar os sentimentos pessoais de cada


um de seus membros. Aprimora o coração do iniciado nas
instituições da bondade. Encarna a grande mestra da piedade
humana pelos males alheios.

579 - Para que serve o óbolo recolhido em assembléia?

Serve para consolar muitos desesperados, de minorar muitas


dores, de estancar muitas lagrimas, de alimentar muitas
bocas famintas, de sustentar muitos órfãos.

580 - O que exterioriza o tríplice abraço maçônico?

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Exterioriza profunda amizade e incomensurável confiança que


selam os laços afetuosos que devem unir os irmãos, dentro e
fora do templo.

581 - O que representa o tríplice abraço?

A prova máxima da verdadeira fraternidade maçônica. Pode


ser traduzido nas palavras: Paz, Confiança e Solidariedade.

582 - Por que o maçom deve ser assíduo em loja?

Somente pela assiduidade e pela intelectualização que


adquirir na escola do progresso maçônico, é que o iniciado
poderá dirigir suas inclinações, seus desejos e propósitos
sociais e templários.

583 - O que exprime a assiduidade?

Exprime atividade constante, positiva, sem quebra da


continuidade do curso de conhecimentos.

584 - Como deve ser o linguajar dentro do templo?

O linguajar merece a maior atenção: deve ser correto e


agradável, cauteloso e entusiástico, nunca deslizando para a
terminologia baixa. Deve primar-se nas atitudes dignas e
sérias.

585 - O que significam as palavras goteira e chove?

Elas surgem quando numa roda formada por maçons surgem


profanos. São usadas para indicar a presença desses
profanos. Os maçons para se prevenirem contra a curiosidade
dos não iniciados usam então essas expressões.

586 - O que essas palavras traduzem?

Traduzem uma cautela astuciosa que corrige o modo de falar


ou comportar-se, evitando qualquer profano saber ou
entender qualquer circunstancia que não convenha ser
propalada.

587 - Onde se localiza o altar das abluções?

A frente do Altar do primeiro vigilante, à direita, está o altar


das Abluções sobre o qual fica o Mar de Bronze, onde o
neófito é purificado pela água.

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588 - Qual o versículo bíblico que é utilizado nos trabalhos do


primeiro grau?

É o versículo 1 do Capitulo CXXXIII de Salmos, que diz:

“Oh! Como é bom, como é agradável para viverem unidos os


irmãos”.

589 - O que representa o salmo 133?

Este é um poema sobre simpatia comunal e gentileza


fraterna.

590 - Por que se usa uma sacola para coleta das propostas e
informações?

A sacola tem sido a maneira mais singela da coleta, porque a


mão que deposita a oferta permanece oculta dentro da bolsa,
deixando de constranger a quem nada deposita e, ao mesmo
tempo, evita conhecer quem entrega a proposta ou
informação.

591 - O que simboliza a corda de 81 nós?

Simboliza o sentimento de igualdade e união dos maçons


espalhados pela superfície da terra.

592 - O que significa a exclamação Glória, Glória, Glória?

É o grito ou exclamação de alegria e contentamento dos


maçons.

593 - Quando se comemora a passagem dos solstícios?

Nos dias 24 de junho e 27 de dezembro.

594 - Quando, obrigatoriamente, devem os maçons reunir-se


em banquete?

A Maçonaria possui os seus dias festivos. Entretanto, são


obrigatórios e os maçons devem reunir-se em banquete nos
dias 24 de junho, data do nascimento de São João Batista e
em 27 de dezembro, data do nascimento de São João
Evangelista.

595 - Quais os tipos de banquete que os maçons realizam?

Dois tipos de banquete: o Litúrgico, que é um complemento à


iniciação, e o Festivo.

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596 - O que se entende por Mestre Instalado?

Chama-se Mestre Instalado aquele que já foi consagrado,


como tal, para poder exercer o cargo de Venerável.

597 - O que se entende por Lowton?

Trata-se do filho, descendente ou dependente de Maçom,


adotado por uma Loja, durante a menoridade.

598 - O que é a adoção de Lowton?

Equivale a um compromisso publico da Loja, que deverá


proteger o adotado, como se um filho fosse.

599 - Quais as prerrogativas do Lowton?

Tem o direito de ser iniciado com menos idade do que aquela


exigida para os profanos. Assim, poderá receber a Luz
maçônica ao atingir dezoito anos de idade.

600 - Quais são os deveres do homem para com o seu


semelhante?

Deve ajudar seus semelhantes a realizarem o seu próprio


destino, impelindo-os na busca da Luz e da Verdade, a fim de
que alcancem o fim nobre e altruísta almejado por todos os
seres.

PARTE III - HISTÓRIA DA


MAÇONARIA

APRESENTAÇÃO
É de suma importância que todos os maçons conheçam bem a gloriosa História
da Maçonaria, pois .quem conhece o seu passado, conhece o seu futuro.. Com
isto em mente, nossa Oficina elaborou esta apostila, que é um simples resumo
dos principais acontecimentos de nossa Sublime Ordem, como estímulo para
que os Irmãos se aprofundem cada vez mais no Conhecimento de nossa
História e tenham consciência da Responsabilidade que temos para com a
Tarefa que nos foi confiada.

DAS ORIGENS ATÉ 1717 (FUNDAÇÃO


DA GRANDE LOJA DA INGLATERRA)
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CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Das três perguntas .De onde viemos?, "Quem Somos?, e .Aonde vamos?", nas
quais podem se dividir e expressar o Grande Mistério da Existência, assim
como, o princípio de todo o verdadeiro conhecimento e toda a sabedoria, a
primeira delas é a que especialmente diz respeito ao Aprendiz.
Aplicada a nossa Instituição, para dar a conhecer sua essência, esta pergunta
suscita-nos em primeiro lugar o problema em suas origens, ou seja, aquelas
instituições, sociedades, costumes e tradições, nas quais a Maçonaria tem sua
raiz, seu princípio espiritual, ainda que sem nelas diretamente ter origem. Deste
ponto de vista é certo, conforme nos dizem os catecismos, que suas origens
perderam-se "na noite dos tempos", ou seja; naquelas remotas civilizações pré-
históricas das quais tem-se perdido os vestígios e a memória, e que remontam
provavelmente a centenas de milhares de anos antes da era atual.
Os primeiros rituais baseados nas tradições bíblicas, uma vez que seus
redatores apoiaram-se pela fé nessas tradições, contam que: "Adão foi iniciado
na Ordem do Éden, pelo G∴A∴ em todos os ritos da Maçonaria, isto
significando, evidentemente, que as origens da Maçonaria devem remontar à
primeira sociedade humana, da qual Adão é um símbolo, correspondendo à
Era Saturniana ou Idade de Ouro da tradição greco-romana, e ao Satra Yoga
dos hindus.
É certo, pois, que esse íntimo desejo de progresso, essa profunda aspiração
em direção à Verdade e à Virtude, esse desejo de trabalhar reta e sabiamente,
de que a maçonaria constitui, para seus adeptos a encarnação nasceram, já na
aurora da civilização (que todas as tradições concordam em considerar
luminosa).
Mas, se o espírito maçônico existiu desde as primeiras épocas conhecidas (e
desconhecidas) da História, e não foi alheio ao primeiro homem esse mesmo
espírito (se realmente tiver existido tiver se expressado naturalmente de uma
forma adaptada e conveniente nas primeiras comunidades - íntimas e, portanto
secretas - de homens que se isolavam dos demais pelo seu desejo de saber e
penetrar o Mistério Profundo das coisas é igualmente correto que nem sempre
ter-se-á manifestado exatamente da forma em que hoje se conhece, se exerce
e se pratica.
Entretanto, os princípios imutáveis sobre os quais foi estabelecido essa
manifestação, e que constituem seu espírito e sua característica fundamental,
não podem ter sofrido variações substanciais, e uma vez que foram
estabelecidas em épocas de Antigüidade incalculável, devem também ter
permanecido basicamente os mesmos através de todas suas metamorfoses ou
encarnações exteriores.
Também devem remontar os sinais, símbolos e toques, a íntima essência da
alegorias e o significado das palavras que correspondem aos diferentes graus,
(por seu caráter e sua transmissão ininterrupta) até a mais remota Antigüidade.
Ainda que as alterações das lendas - em sua forma exterior - possam ter sido
notáveis, entretanto, face ao reduzido e eliminado meio social no qual foram
disseminadas, pela própria aparência exterior e ainda, pelas provas e a
fidelidade que eram solicitadas aos iniciados, essas alterações sempre se

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reduziram ao mínimo, sendo mais intencionais (isto é, causadas por


necessárias adaptações) que causais.
Além disso, por terem tais alegorias girado ao redor de um mesmo tema ou
Idéia Mãe Fundamental, estas alterações devem ter sido geralmente cíclicas,
gravitando ao redor de um mesmo ponto, passando, em conseqüência, mais de
uma vez pela mesma forma ou por formas análogas.
Apesar do segredo que deve ter caracterizado constantemente a atividade da
Ordem, nas diferentes formas assumidas exteriormente, em diversos locais
podemos encontrar alguns vestígios que confirmam esta asserção: nos
Templos sagrados de todos os tempos e de todas as religiões, entre as
estátuas, gravuras, baixos-relevos e pinturas; nos escritos que nos foram
transmitidos, em representações simbólicas de origens diversas, nas próprias
letras do alfabeto, podemos encontrar vários traços de uma intenção
indubitavelmente iniciática ou maçônica (sendo os dois termos, até certo ponto,
equivalentes); e eventualmente ocorre não aparecerem nestas representações
os mesmos sinais de reconhecimento.
Da mesma forma na mitologia, e nas lendas e tradições que constituem o
folclore literário e popular, há muitos traços dos mistérios iniciáticos, daquela
Palavra Perdida à qual se refere nossa Instituição, com seu ensinamento
esotérico revelado de uma forma simbólica.
O aspecto esotérico da religião - conhecida exotericamente - deve ter
conservado através dos tempos esta dupla característica, qualquer que tenha
sido a forma exterior particular na qual tenha se manifestado nos diferentes
povos e nas mais variadas épocas da história.

A DOUTRINA INTERIOR
Todos os povos antigos conheceram, além do aspecto exterior ou formal da
religião e das práticas sagradas, um ensinamento paralelo interior ou esotérico
que era ministrado unicamente aos que moral e espiritualmente eram
reputados dignos e maduros para recebê-la.
O aspecto esotérico da religião - conhecida exotericamente pelos profanos –
era provido especialmente pelos chamados Mistérios (palavra derivada de
"mysto", termo que era aplicado aos neófitos, e que significava
etimologicamente mudo ou secreto, referindo-se evidentemente a obrigação de
segredo selado por juramento, que era pedido a todo iniciado), Mistérios dos
quais a Maçonaria pode considerar-se herdeira e continuadora, por intermédio
das corporações de construtores e demais agrupamentos místicos que nos
transmitiram sua Doutrina.
Esta Doutrina Interior - esotérica e oculta - é essencialmente iniciática, pois que
somente será alcançada por intermédio da iniciação, isto é, pelo ingresso num
particular estado de consciência (ou ponto de vista interior), pois somente
mediante ele pode ser entendida, reconhecida e realizada.
A Doutrina Interior tem sido e continua sendo a mesma para todos os povos em
todos os tempos. Em outras palavras, enquanto para os profanos (os que se
encontram na frente ou fora do Templo, isto é sujeitos à aparência puramente
exterior das coisas) tem havido e haverá sempre diferentes religiões e
ensinamentos, em aparente contraste uns com os outros, para os iniciados não
houve nem haverá mais do que uma só e única religião Universal da Verdade,
que é Ciência e Filosofia, ao mesmo tempo em que Religião.

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Deste ensinamento iniciático, esotérico e universal comum a todos os povos,


raças e épocas, as diferentes religiões e as diversas escolas tem constituído e
constituem ainda hoje, um aspecto exterior mais ou menos imperfeito e
incompleto. As lutas religiosas sempre caracterizaram aqueles períodos nos
quais, pela imensa maioria de seus dirigentes, foi perdida de vista aquela
essência interior que constitui o Espírito da religião, compreendido unicamente
o aspecto profano ou exterior. Pois o fanatismo sempre tem sido acompanhado
da ignorância.

OS MISTÉRIOS
Em todos os povos conhecidos da história, na era pré-cristã, houve instituição
de mistérios: no Egito como na Índia, na Pérsia, Caldeia, Síria, Grécia e em
todas as nações mediterrâneas, entre os druidas, os godos, os escitas e os
povos escandinavos na China e entre os povos indígenas da América.
Traços deles podem ser observados nas curiosas cerimônias e costumes das
tribos da África e Austrália, e em todos os chamados povos primitivos, aos
quais possivelmente, de forma mais justa, deveríamos considerar como
originários da degeneração de raças e civilizações mais antigas.
Tiveram fama especialmente os Mistérios de Isis e de Osíris no Egito; os de
Orfeu e Dionísios e os Eleusinos na Grécia; os de Mitra, que da Pérsia se
estenderam com as legiões romanas, por todos os países do império. Menos
conhecidos e menos brilhantes, especialmente em seu período de decadência
e degeneração, foram os de Greta e os da Samotrácia; os de Vênus em
Chipre; os de Tammuz na Síria, e muitos outros.
Também a religião cristã teve no princípio seus Mistérios, como deixam
transparecer os indícios de natureza inequívoca que encontramos nos escritos
dos primitivos Pais da Igreja, ensinando aos mais adiantados um aspecto mais
profundo e interno da religião, à semelhança do que fazia Jesus, que instruía o
povo por meio de parábolas, alegorias e preceitos morais, reservando ao
pequeno círculo eleito dos discípulos - os que escutavam e punham em prática
a Palavra seus ensinamentos esotéricos. A essência dos Mistérios Cristãos
tem-se conservado nas cerimônias que constituem atualmente os
Sacramentos.
Igualmente a religião muçulmana, assim como o Budismo e a antiga religião
brahmânica, tiveram e têm seus Mistérios, que conservaram e em alguns casos
conservam até hoje muitas práticas sem dúvida anteriores ao estabelecimento
de ditas religiões, reminiscência daqueles que eram celebrados entre os
antigos árabes, caldeus, aramaicos e fenícios, pelo que se refere à primeira, e
entre os povos da Ásia Central e Meridional, pelos segundos.
Ainda que os nomes difiram e sejam parcialmente discordantes, a forma
simbólica e as particularidades dos ensinamentos e suas aplicações tem sido
característica fundamental e originária de toda a transmissão de uma mesma
Doutrina Esotérica, em graus diversos e sucessivos, conforme a maturidade
moral e espiritual dos candidatos, os quais eram submetidos a provas (muitas
vezes difíceis e espantosas) para reconhecê-la, subordinando-se a
comunicação do ensino simbólico, e os instrumentos ou chaves para interpretá-
la, à firmeza e fortaleza de ânimo demonstradas na superação destas provas.
A própria Doutrina nunca variou em si mesma, ainda que tenha-se revestido de

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158

formas diferentes (mas quase sempre análogas ou muito semelhantes) e


interpretada mais ou menos perfeita ou imperfeitamente e de uma maneira
relativamente profunda ou superficial, por efeito da degeneração, à qual com o
tempo sucumbiram os instrumentos ou meios humanos aos quais aquela havia
sido confiada. Esta unidade fundamental, assim como a analogia entre os
meios, pode considerar-se como prova suficiente da unidade de origem de
todos os Mistérios de um mesmo e único Manancial, do qual tem emanado, ou
pelo qual foram inspiradas, as diferentes instruções e tradições religiosas, e a
própria Maçonaria em suas formas primitivas e recentes.

A UNIDADE DA DOUTRINA
Esta Doutrina-Mãe Eclética que tem sido perpetuamente Fonte inesgotável dos
ensinamentos mais elevados de todos os tempos (foco de luz inextinguível,
conservado zelosa e fielmente no Mistério da Compreensão e do Amor, que
nunca deixou de brilhar mesmo nas épocas mais obscuras da História, para os
que tiveram "olhos para ver e ouvidos para ouvir", é a própria Doutrina Iniciática
manifestada nos Mistérios Egípcios, Orientais, Gregos, Romanos, Gnósticos e
Cristãos, e é a mesma Doutrina Maçônica revelada por meio do estudo e da
interpretação dos símbolos e cerimônias que caracterizam nossa Ordem.
É a Doutrina da Luz interior dos Mistérios Egípcios, que era desperta no
candidato e tornava-se para sempre mais firme e ativa na medida em que
chegava a "osirificar-se", ou seja conhecer sua unidade e identidade com
Osíris, o Primeiro e Único Princípio do Universo. É a mesma Doutrina da luz
simbólica que os candidatos procuram em nossos Templos, e que se realiza
individualmente na medida em que cada um se afasta da influência profana ou
exterior dos sentidos, e busca o secreto entendimento no íntimo de seu ser.
É a Doutrina da Vida Universal encerrada no simbólico grão de trigo de Elêusis,
que deve morrer e ser sepultado nas entranhas da terra, para poder renascer
como planta, à luz do dia, depois de abrir caminho através da escuridão em
que germina. É a mesma doutrina pela qual o candidato, tendo passado por
uma espécie de morte simbólica no quarto de Reflexões, renasce a uma nova
vida como Maçom e progride por meio do esforço pessoal dirigido pelas
aspirações verticais que o prumo simboliza.
É a Doutrina da redenção cristã, obtida por intermédio da fidelidade na palavra,
com a qual o Cristo ou Verbo Divino (nossa percepção interior ou
reconhecimento espiritual da verdade) nasce ou se manifeste em nós e nos
conduz, segundo a antiga expressão brahmânica "da ilusão à Realidade, das
trevas à luz, da morte à Imortalidade".
É a mesma doutrina do Verbo ou Logos sobre a qual colocamos nossos
instrumentos simbólicos ao abrirmos a Loja, isto é, ao iniciar a manifestação do
Logos.
É pois, sempre e onde quer que seja, um mesmo ensinamento que se revela
por infinitas formas, adaptando-se à inteligência e à capacidade de
compreensão dos ouvintes; uma Doutrina secreta ou hermética, revelada por
meio de símbolos, palavras e alegorias que só podem entender e aplicar em
seu real sentido os ouvidos da compreensão. É uma doutrina vital que deve
fazer-se carne em nós, sangue e vida, para produzir o milagre da regeneração
ou novo nascimento, que constitui o Télos ou "fim da iniciação".

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A HIERARQUIA OCULTA
O reconhecimento da Identidade fundamental desta Doutrina em suas múltiplas
concessões e manifestações exteriores, da idêntica finalidade destas e da
identidade dos meios universalmente empregados para ensiná-la, em suas
distintas adaptações às diferentes circunstâncias de tempo e lugar, como selo
de sua origem comum, faz com que se torne patente a existência de uma
Hierarquia Oculta, uma Fraternidade de Sábios de Mestres, que tem sido
através das eras sua íntima, secreta e fiel depositária, manifestando-a
exteriormente em formas análogas ou diferentes, conforme a maturidade dos
tempos e dos homens.
As origens desta Fraternidade Oculta de Mestres da Sabedoria, chamada
também Grande Loja Branca (e, na Bíblia, Ordem de Melchisedeck), podem
unir-se às primeiras civilizações humanas das quais esses Mestres, como Reis-
Sacerdotes Iniciados (conforme é indicado pelo nome genérico Melchisedeck),
foram Reveladores e Instrutores, pode-se dizer, desde a aparição do primeiro
homem sobre a Terra. Sua existência tem sido e pode ser reconhecida por
todos os discípulos adiantados, dos quais os Mestres tem-se servido e ainda se
servem para sua Obra no Mundo.
Devemos a esta Hierarquia Oculta, formada pelos genuínos Intérpretes,
Depositários e Dispensadores da Doutrina Secreta, o primitivo estabelecimento
de todos os Mistérios e todos os cultos, em suas formas mais antigas, mais
puras e originárias, assim como, o estabelecimento da Instituição Maçônica e
todo o movimento progressista e libertador.
Elevar e libertar as consciências, conduzir os homens das trevas da ignorância
e da ilusão, à luz da Verdade; desde o vício até à virtude; e da escravidão da
matéria à liberdade do espírito, tem sido sempre e constantemente, a finalidade
destes Seres superiores, destes verdadeiros Mestres Incógnitos em suas
atividades no mundo.
Todo Movimento elevador e libertador deve considerar-se, direta ou
indiretamente, inspirado por esta Hierarquia, formada pelos que se elevaram e
se libertaram por si mesmos, sobrepondo-se a todas as debilidades, limitações
e correntes (que atam a maioria de nós e nos fazem escravos da fatalidade ou
da necessidade em aparência, mas em realidade somos escravos de nossos
próprios erros e ilusões); realizando assim o verdadeiro Magistério.
Pelo contrário, todo movimento (político, social ou oculto) que tende a limitar,
escravizar, entorpecer e adormecer a consciência dos homens tem uma oposta
e diferente inspiração, sendo obra manifesta do Senhor da Ilusão, ou seja, do
movimento de refluxo das ondas espirituais. A liberdade individual e o respeito
pleno desta tem sido sempre e ainda o são, a característica da linha direita e
esquerda da Evolução Ascendente, enquanto a escravidão e coerção
assinalam o caminho esquerdo ou descendente.

AS COMUNIDADES MÍSTICAS
Ao lado das mais antigas instituições oficiais dos Mistérios - protegidas por reis
e governos com leis e privilégios especiais, por sua influência
reconhecidamente benéfica e moralizadora e instintivamente veneradas pelos
novos - existiram em todo o Oriente, e especialmente na Índia, Pérsia, Grécia e

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Egito, muitas comunidades místicas que, se por um lado podem ser


comparadas aos atuais conventos e ordens monásticas, por outro, algumas de
suas características as relacionam intimamente com a moderna Maçonaria.
Estas comunidades - algumas das quais tiveram, embora outras não caráter
decididamente religioso - nasceram, evidentemente, da necessidade espiritual
de agrupar-se para levar, ao abrigo das condições contrárias do mundo
exterior, uma vida comum mais de acordo com os ideais e íntimas aspirações
de seus componentes.
As características destas comunidades, que constituem um laço de união com
nossa Ordem, referem-se igualmente à sua dupla finalidade operativa e
especulativa - enquanto se dedicavam igualmente a trabalhos e atividades
materiais, assim como aos estudos filosóficos e contemplação - à iniciação
como condição necessária para nelas serem admitidos, e aos meios de
reconhecimento (sinais, palavras e toques que usavam entre si e por
intermédio dos quais abriam suas portas ao viajante iniciado que se fazia
reconhecer como um deles, tratando-o como irmão, qualquer que fosse sua
procedência.
Destas místicas comunidades muito nos fala Filostrato em sua Vida de
Apolônio de Tiana, baseando-se nos apontamentos de Damis, discípulo do
grande filósofo reformador do primeiro século de nossa Era (ou melhor
dizendo, companheiro de viagem, pois por não ser um iniciado, quase sempre
Damis era obrigado a ficar na porta dos Templos e Santuários que não
possuíam segredos para seu Mestre), Mestre que viajou constantemente de
uma a outra comunidade, assim como de Templo em Templo nas mais
diversas religiões, e onde sempre encontrou hospitalidade e acolhida fraternal,
neles compartilhando o Pão da Sabedoria.
As mais conhecidas foram as comunidades dos Essênios entre os hebreus,
dos Terapeutas do Alto Egito e dos Ginosofistas na Índia. Este último termo -
que literalmente significa sábios despidos - parece muito bem aplicar-se aos
iogues, em seu tríplice sentido moral, material e espiritual, quando se
despojavam de toda sua riqueza ou posse material e reduziam seu traje ao que
de mais simples havia, despindo-se espiritualmente com a prática da
meditação que em seus aspectos mais profundos é um despojo completo da
mente (a "Criadora da Ilusão") e das faculdades intelectuais, das quais está
revestido nosso Ego ou Alma para sua atuação como "ser mental".

AS ESCOLAS FILOSÓFICAS
Não podemos esquecer igualmente, nesta sintética enumeração das origens da
Maçonaria, as grandes escolas filosóficas da Antigüidade: a vedantina, na
Índia, a pitagórica, a platônica e a eclética ou alexandrina no Ocidente, as
quais, indistintamente, tiveram sua origem e inspiração nos Mistérios.
Da primeira, diremos simplesmente que seu propósito foi a interpretação dos
livros sagrados dos Vedas (Vedanta significa etimologicamente fim dos Vedas),
antigas escrituras brahmânicas inspiradas, obras dos Rishis, "videntes" ou
"profetas" com propósito claramente esotérico, como é demonstrado por sua
característica primitivamente adavaita ("antidualista" ou unitária), com o
reconhecimento de um único Princípio ou Realidade, operante nas infinitas
manifestações da Divindade, consideradas estas como diferentes aspectos
desta Realidade Única.

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A escola estabelecida por Pitágoras, como comunidade filosófico educativa, em


Crotona, na Itália meridional (chamada então Magna Grécia), tem uma íntima
relação com nossa instituição. Os discípulos eram inicialmente submetidas a
um longo período de noviciado que pode comparar-se ao nosso grau de
Aprendiz, onde eram admitidos como ouvintes, observando um silêncio
absoluto, e outras práticas de purificação que os preparavam para o estado
sucessivo de iluminação, no qual permitia-se que falassem, tendo uma
evidente analogia como grau de Companheiro, enquanto o estado de perfeição
relaciona-se evidentemente como nosso grau de Mestre.
A escola de Pitágoras teve uma decidida influência, também nos séculos
posteriores, e muitos movimentos e instituições sociais foram inspirados pelos
ensinamentos do Mestre, que não nos deixou nada como obra direta sua, já
que considerava seus ensinamentos como vida e preferia, como ele mesmo o
dizia, gravá-las (outro termo caracteristicamente maçônico) na mente e na vida
de seus discípulos, do que confiá-las como letra morta ao papel.
Em relação a Pitágoras cabe recordar aqui um curioso e antigo documento
maçônico, no qual atribui-se ao Filósofo por excelência (foi quem
primitivamente usou este termo, distinguindo-se como amigo da sabedoria dos
sufis ou sufistas, que ostentavam, com orgulho inversamente proporcional ao
mérito real, o título de sábios) o mérito de ter transportado as tradições
maçônicas orientais ao mundo ocidental grecoromano.
Desta escola platônica e de sua conexão com os ensinamentos maçônicos, é
suficiente que recordemos a inscrição que existia no átrio da Academia
(palavra que significa etimologicamente "oriente"), onde eram celebradas as
reuniões: "Ninguém deve aqui entrar se não conhecer a Geometria"; alusão
evidente à natureza matemática dos Primeiros Princípios, assim como ao
simbolismo geométrico ou construtor que nos revela a íntima natureza do
Universo e do homem, bem como, de sua evolução.
A filiação destas escolas aos Mistérios é evidente pelo fato de que Platão,
como Pitágoras e todos os grandes filósofos daqueles tempos, foram iniciados
nos Mistérios do Egito e da Grécia (ou em ambos), e todos deles nos falam
com grande respeito, ainda que sempre superficialmente, por ser então toda
violação do segredo castigada pelas leis civis até com a própria morte.
Da escola eclética ou neoplatônica de Alexandria, no Egito, podemos
estabelecer a dupla característica de sua origem e de sua finalidade, uma vez
que nasceu da convergência de diferentes escolas e tradições filosóficas,
iniciáticas e religiosas, como síntese e conciliação destas, do ponto de vista
interior no qual se revela e torna patente sua fundamental unidade.
Esta tentativa de unificação de escolas e tradições diferentes, por meio da
compreensão da Unidade da Doutrina que nelas se encerra, foi renovada uns
séculos depois por Ammonio Saccas, constituindo ainda um privilégio
constante e universal característico dos verdadeiros iniciados em todos os
tempos.

A ESCOLA GNÓSTICA
Diretamente relacionada com a escola eclética alexandrina, a tradição ou
escola gnóstica do Cristianismo, tem sido considerada e foi posteriormente
perseguida como heresia pela Igreja de Roma.

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O gnosticismo tentou, até o limite possível, conciliar e fundir o cristianismo


então nascente, com as religiões e tradições iniciáticas mais antigas,
substituindo o dogma (doutrina ortodoxa, da qual pede-se uma aceitação
incondicional como "ato de fé") pela gnosis (conhecimento ou compreensão por
meio da qual alcança-se a Doutrina Interior). De acordo com esta escola, o
Evangelho, à semelhança de todas as escrituras e ensinos religiosos, deve ser
interpretado em seu sentido esotérico, isto é, como expressão simbólica e
apresentação dramática de Verdades espirituais.
O Cristo, mais que uma atribuição pessoal de Jesus, seria o conhecimento ou
percepção espiritual da Verdade que deve nascer e realmente nasce em todo
iniciado, que assim, torna-se seu verdadeiro cristóforo ou cristão. O próprio
Jesus seria também o nome simbólico deste princípio salvador do homem, que
o conduz "do erro à Verdade e da Morte à Ressurreição".
A própria Fé (pistis), considera-se como meio para chegar à Gnosis,
preferivelmente à aceitação passiva e incondicional de qualquer afirmação
dogmática, apresentada como uma Verdade revelada.
Apesar das posteridades interpolações, é certo que o Evangelho, as Epístolas
e o Apocalipse de São João, revelam claramente um fundamento gnóstico (a
mesma doutrina ou tradição gnóstica dizia-se instituída pelos discípulos ou
seguidores de São João), e esta tradição gnóstica ou joanita representa no
Cristianismo o ponto de contato mais direto com a Maçonaria.

A CABALA HEBRAICA
As antigas tradições orientais e herméticas encontram na Cabala e na Alquimia
duas novas encarnações ocidentais que não foram estranhas às origens da
moderna Maçonaria.

A Cabala (do Hebraico kabbalah, "tradição") representa a Tradição Sagrada


conhecida pelos Hebreus, e por sua vez deriva de antigas tradições caldéias,
egípcias e orientais em geral. Trata especialmente do valor místico e mágico
dos números e das letras do alfabeto relacionadas com princípios numéricos e
geométricos, que encerram em si outros tantos significados metafísicos ou
espirituais, dos quais aparece a íntima concordância e a unidade fundamental
das religiões.
A Antigüidade do movimento cabalista e sua proximidade aos hebreus têm sido
negada por alguns críticos modernos, mas, geralmente, admite-se sua
existência após o cativeiro da Babilônia, tornando-se assim manifesta sua
afirmação doutrinária dos magos caldeus. Especial importância possuem na
cabala as palavras sagradas e os Nomes Divinos, atribuindo-se aos mesmos
um poder que se faz operativo por meio de sua correta pronúncia - doutrina
comum a todas as antigas tradições, que também tem sido desenvolvida de
forma racional na Filosofia da Índia, onde o som ou o Verbo é considerado
como um espírito da Divindade (Shabdabralman).

ALQUIMIA E HERMETISMO

Como do Oriente asiático tem chegado as doutrinas cabalísticas, do Egito e da

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tradição hermética (de Hermes Trismegisto ou Thoth, o fundador, tradicional


dos mistérios egípcios) faz-se originar a Alquimia (palavra árabe que parece
significar "a Substância"), daqueles que se autodenominavam verdadeiros
filósofos.
O significado comum e familiar do adjetivo hermético pode nos dar uma idéia
do sigilo por meio do qual os alquimistas costumavam ocultar a verdadeira
natureza de suas misteriosas pesquisas. Não devemos, portanto estranhar se a
maioria das pessoas segue acreditando, ainda hoje, que os principais objetivos
dos alquimistas foram os de enriquecer-se por meio da pedra filosofal, que
deveria converter o chumbo em ouro puro, e alongar notavelmente a duração
de sua existência, livrando-se, ao mesmo tempo, das enfermidades por
intermédio de um elixir e de uma milagrosa panacéia.
Nessa mística lápis philosophorum, entretanto, nós os maçons não podemos
deixar de reconhecer uma particular encarnação, um estado de pureza,
refinamento e perfeição da mesma pedra em cujo trabalho principalmente
consiste nosso labor. Quando refletimos sobre o segredo simbólico, no qual, à
nossa semelhança, envolviam seus trabalhos para ocultá-los aos profanos da
Arte, não podemos ter a menor dúvida de que, além dessas finalidades
materiais, que justificavam para os curiosos suas ocupações, os reais esforços
de todos os verdadeiros alquimistas foram dirigidos para objetivos
essencialmente espirituais.
A pedra filosofal não pode ser, pois, nada senão o conhecimento da Verdade,
que sempre exerce uma influência transmutadora e enobrecedora sobre a
mente que a contempla e se reforma à sua imagem e semelhança. Unicamente
por meio desse conhecimento, que é realização espiritual, podem converter-se
as imperfeições, as paixões e as qualidades mais baixas e vis dos homens
naquela perfeição ideal da qual o ouro é símbolo mais adequado.
Com esta chave é relativamente fácil para nós entendermos a misteriosa
linguagem que os alquimistas utilizam em suas obras, e como a própria
personalidade do homem é o athanor, mantido ao calor constante de um ardor
duradouro, onde devem desenvolver-se todas as operações.
O parentesco entre o simbolismo alquímico e o maçônico aparece com
bastante clareza no desenho que reproduzimos na página 23, extraído de uma
ilustração da obra de Basílio Valentin sobre o modo de fazer o ouro oculto dos
filósofos, igualmente adotado por outros autores.
A Grande Obra dos alquimistas, e aquela que procuramos em nossos
simbólicos trabalhos apresentam, efetivamente, uma idêntica finalidade comum
a todas as escolas iniciáticas, seja no significado místico da realização
individual, como numa iluminada e bem dirigida ação social, que tem por
objetivo o aprimoramento do meio e a elevação, o bem e o progresso efetivo da
humanidade.

TEMPLÁRIOS E ROSACRUZES
As tradições herméticas orientais encontram no Ocidente, durante a Idade
Média e o princípio da Idade Moderna, outros tantos canais para sua expressão
nas muitas sociedades e ordens místicas e secretas, que se manifestaram aqui
e acolá, ainda que aparentemente com diversa finalidade exterior, mas todas
intimamente relacionadas com a Tradição Iniciática e ligadas interiormente pela

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afinidade de seus meios de manifestação e de uma identidade fundamental de


orientação...
Entre estes movimentos, os dois mais conhecidos e que mais influenciaram a
Maçonaria, são a Ordem do Templo, que teve seu apogeu e seu período de
esplendor no século XIII, e a Fraternidade Rosa-Cruz que a influenciou
especialmente no século XVII. A Ordem dos Cavaleiros do Templo nasceu das
Cruzadas e do contato estabelecido por ocasião destas, entre os cavaleiros
vindos do Ocidente e as místicas comunidades orientais depositárias de
tradições esotéricas. Como Ordem, foi fundada em 1118 por dois cavaleiros
franceses, Hugues de Payens e Godefroid de St. Omer, com o fim de proteger
os peregrinos que iam a Jerusalém depois da Primeira Cruzada.
Os cavaleiros faziam os três votos evangélicos de pobreza, castidade e
obediência, como as demais ordens religiosas, e a Ordem compreendia em si
um corpo eclesiástico próprio, dependente direta e unicamente do Grão Mestre
da Ordem e do Papa. Assim, os místicos segredos, dos quais a Ordem se fez
depositária, podiam ser guardados com toda a segurança.
O segredo dentro do qual eram desenvolvidos as cerimônias de recepção e se
comunicavam os mistérios aos que se reputavam dignos e maduros para
possuí-los, foi o pretexto das acusações de imoralidade e heresia que se
fizeram à Ordem, sendo em realidade motivadas pela ignorância, o ciúme e a
cobiça de sua imensa riqueza. Esta última foi principalmente a razão que levou
a Felipe o Belo, rei da França no ano de 1307, a prender sem prévio aviso a
todos os Templários, que foram torturados e julgados sumariamente pelo
Tribunal da Inquisição, como preciso objetivo de acabar com a Ordem, cujo fim
foi tragicamente selado em 1314 com a bárbara morte infligida a seu Grão
Mestre Jacques de Molay, que foi queimado vivo diante da catedral de Notre
Dame de Paris (quatro meses depois da abolição da Ordem ter sido decretada
por obra do pontífice.
Também o movimento filosófico conhecido com o nome de Fraternitas Rosae-
Crucis teve sua origem no contato do Ocidente com o Oriente, e com as
secretas tradições que aqui puderam conservar-se mais livre e fielmente.
Cristhian Rosenkreutz, seu místico fundador, nasceu segundo a tradição da
qual se fala na Fama Fraternitatis, em 1378, e ainda muito jovem viajou para
Chipre, Arábia e Egito, aonde lhe foram revelados muitos importantes segredos
que levou consigo para a Alemanha, aonde fundou a Fraternidade, destinada a
reformar a Europa. Depois de sua morte foi sepultado secretamente numa
tumba preparada expressamente para ele, que devia permanecer
desconhecida para os membros da mesma Fraternidade, até que foi
casualmente descoberta, lendo-se mesma a inscrição: Post CXX anos patebo.
Esta estória, assim como os segredos e maravilhas que se encontram na
tumba, é evidentemente um simbolismo da Tradição Iniciática da Sabedoria,
personificada pelo mesmo Christian Rosenkreutz, que vem do Oriente para o
Ocidente, e é conservada zelosamente em sua tumba hermética, onde a
buscam e encontram seus adeptos, os fiéis buscadores da Verdade.
Quanto à influência destes dois movimentos sobre a Maçonaria, que é a que
neste momento mais nos interessa, é certo que não somente muitas tradições
templárias e rosacruzes encontram seu caminho em nossa Ordem, senão que
também esta se fez a intérprete e natural herdeira de seus objetivos ideais e da
Grande Obra que constitui o objeto de todas as diferentes tendências.
Hermetistas, templários, rosacruzes e filósofos, sempre se confraternizaram

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com os maçons, e desta comunhão espiritual nasceu a Maçonaria conforme


hoje a conhecemos.

ESPÍRITO, ALMA E CORPO

Podemos considerar estas fraternidades e movimentos, como a alma


multiforme do Espírito Uno da Tradição Universal, que veio diretamente e sem
interrupção até nós provindo dos antigos Mistérios. Assim, no que diz respeito
a seu espírito iniciático como à tradição que a anima (e da qual é herdeira e
continuadora), as origens de nossa Instituição não podem ser mais gloriosas,
sendo nós, como Maçons, os herdeiros dos antigos Reis-Sacerdotes
(simbolizados por Melchisedeck e Salomão) e dos Grandes Iniciados de todos
os Tempos.
E no que se refere ao corpo no qual esta Alma tradicional encarnou - isto é, a
forma que domina exteriormente nossa Instituição, que foi tomada
particularmente da Arte de Construir -, nossas origens não são menos
gloriosas, já que se relacionam diretamente com a fonte de toda civilização,
como a causa se relaciona com o seu efeito natural.
Conhecemos, pelo estudo que temos feito nas páginas precedentes, algo de
sua alma, que é tradição e Finalidade, comuns às diferentes ordens, escolas,
movimentos, sociedades e comunidades que acabamos de examinar - uma
Alma formada pelas mais elevadas aspirações humanas e expressada
constantemente em termos de compreensão, tolerância e amor fraternal.
Vejamos agora como também o corpo exterior da Instituição tem suas origens
nos tempos da mais remota História e da pré-história humana, tendo deixado
seus vestígios em todas as grandes obras e monumentos que até nós
chegaram das épocas passadas.

A "ARS STRUCTORIA"

Entre todas as artes, a Arquitetura tem sido venerada e praticada em todos os


tempos como uma arte especialmente Divina. Não devemos maravilhar-nos da
especial consideração em que sempre foi tida, por estar a construção material
intimamente relacionada com a forma exterior de toda civilização, da qual
pode-se considerar ao mesmo tempo como causa, meio, condição necessária
e expressão natural.
A casa representa o princípio da vida civil e não carece de razão sem dúvida,
que a segunda letra do alfabeto hebraico (que constitui a inicial da palavra
sagrada do Aprendiz) signifique exatamente "casa", derivando sua forma do
hieróglifo simbólico da mesma. A Casa representa assim à primeira letra ou o
princípio da civilização, enquanto sua interpretação esotérica em relação às
demais letras da Palavra dá outro significado mais próprio para o Aprendiz, que
estudaremos mais adiante.
Quando os homens tiveram casas ou abrigos protetores, e quando os muros
das cidades constituíram para estas a base de sua segurança, foi quando
puderam desenvolver as artes, as ciências e as instituições sociais.
Então, elevando-se a atenção e as aspirações dos homens, do reino dos
efeitos para o das causas, ou da aparência exterior à realidade interior que nela
se esconde e a anima, foi quando nasceu a idéia e sentiu-se a necessidade de

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construir um Templo, de levantar um edifício ou símbolo exterior do


reconhecimento interior da Causa Transcendente, dos efeitos visíveis.
Esta aspiração interior constitui o princípio de toda iniciação, ou ingresso, numa
forma superior de pensar, de ver e de considerar as coisas. Portanto, podemos
dizer que a Maçonaria teve tanto moral como materialmente origem no primeiro
Templo que se levantou em reconhecimento à Divindade, e que o primeiro
maçom foi quem o levantou, apesar do rude e elementar que foi esse Templo
primitivo, que bem pode ter consistido de uma única coluna, ou tronco de pedra
ou de madeira, cuja tradição foi perdida em seguida nos obeliscos.

MAÇONARIA OPERATIVA E MAÇONARIA


ESPECULATIVA

É evidente, pois, que o elemento espiritual (especulativo ou devocional) e o


material (operativo ou construtivo) encontram-se intimamente unidos desde o
momento em que o primeiro se concebeu e se realizou a idéia de um Templo,
como símbolo exterior de um reconhecimento interior, e que a Maçonaria,
surgiu espontaneamente desta idéia de levantar ou estabelecer um símbolo à
Glória do Princípio ou Realidade interiormente reconhecidos, pois se os
Maçons no sentido material foram "construtores" em geral, sempre tem sido
mais particularmente os que tem elevação Templos para o espírito.
Tendo presentes estas considerações, não há nada de surpreendente na
transformação da maçonaria operativa em especulativa, isto é, de como uma
Instituição Moral e Filosófica tenha podido desenvolver-se sobre uma arte
material, tomando o lugar das corporações medievais e continuando-as.
Ambos os elementos - operativo e especulativo - estiveram juntos desde o
princípio, e isto evidencia-se no desenvolvimento cíclico que faz prevalecer,
conforme os momentos históricos e as necessidades de uma época, uma ou
outra tendência, um ou outro destes dois aspectos da nossa Instituição, tão
inseparáveis como as duas colunas que dão acesso a nossos Templos.
Além de que constitui o selo de sua origem, a construção em geral e a de um
templo em particular - prestou-se sempre e atualmente ainda se presta
admiravelmente como símbolo interpretativo da atividade da Natureza,
podendo-se considerar o Universo como uma Grande Obra, como um Templo
e ao mesmo tempo uma Oficina de Construção, dirigida, inspirada e atualizada
por um Princípio Geométrico, cujas diferentes manifestações são as leis
naturais que o governam e as forças que, segundo estas leis, produzem
diferentes efeitos visíveis.
Esta obra de construção pode o homem observá-la em si mesmo, em seu
próprio organismo físico (muitas vezes comparado a um templo), assim como
em sua íntima organização espiritual, no mundo interior de suas idéias,
pensamentos, emoções e desejos. Todo homem vem a ser assim, um
microcosmos ou "pequeno universo" e um Templo (análogo ao Grande Templo
do Universo que constitui o Macrocosmos), individualmente erguido "a Glória"
do Princípio Divino ou Espiritual que o anima.
Com esta Obra Universal que se desenvolve igualmente dentro e fora de nós,
na qual todo ser participa geralmente de forma inconsciente com sua própria
vida e atividade, o Maçom - ou seja o iniciado nos Mistérios da Construção -
tem o privilégio e o dever de cooperar conscientemente, convertendo-se em
obreiro inteligente e disciplinado do Grande Plano que constitui a evolução.

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Assim, pois, a Ars Structoria é, para quem sabe interpretá-la e realizá-la, a


verdadeira Ciência e Arte Real da Vida, o Divino privilégio dos iniciados que a
praticam especulativa e operativamente; dois aspectos intimamente unidos e
inseparáveis, ainda que possam manifestar-se de diferentes formas, conforme
a evolução particular do indivíduo. E não há altura ou elevação do pensamento
ou do plano da consciência individual que não possa ser interpretado, ou ao
qual não possam utilmente aplicar-se as alegorias, os emblemas e os
instrumentos simbólicos da Construção.

AS CORPORAÇÕES CONSTRUTORAS

Nenhuma atividade, arte ou obra importante pode ser o resultado dos esforços
e da experiência de um indivíduo isolado. Por conseqüência, os primeiros
construtores tiveram, necessariamente, que agrupar-se, fosse para a
aprendizagem e o aperfeiçoamento, aonde a experiência dos demais pudesse
ser aproveitada, fosse para o exercício e a prática regular da Arte, agregando-
se cada um a outros membros como ajudantes ou aprendizes, que deveriam
cooperar nas mais rudes tarefas sem entretanto conhecer os princípios e
segredos, que se adquirem com o tempo, com o esforço e com a aplicação.
A divisão em Aprendizes, Companheiros e Mestres, teve de ser espontânea em
qualquer grupo de obreiros com intenção construtiva, devendo-se distinguir os
braçais e noviços, que não podiam dar mais que sua força, sua boa vontade e
suas faculdades ainda indisciplinadas, dos obreiros, que já conheciam os
princípios da arte e cuja atividade podia ser utilizada mais proveitosamente.
Estes obreiros diferenciavam-se, por sua vez, daqueles outros consumados ou
perfeitos que já dominavam esses princípios e estavam capacitados a executar
qualquer obra, assim como, a dirigir a ensinar aos demais.
Como a unidade de uma tarefa sempre uma correspondente unidade de
conceito e de direção, é óbvio também, que estas três categorias tiveram de
manter-se fielmente disciplinadas (no duplo sentido intelectual e moral da
palavra disciplina, isto é, tanto na teoria como na prática) sob uma Autoridade
reconhecida como tal, por sua experiência e conhecimento superior, eleita ou
proposta sobre eles, o Mago por excelência, ou Arquiteto, a cuja iniciativa e
direta responsabilidade encomendava-se evidentemente a obra, um Mestre
Venerável entre os Mestres da Arte, ao qual todos os demais deviam respeito e
obediência.
Assim, toda a corporação construtora ou agrupamento de obreiros para um fim
determinado deve ter-se constituído espontaneamente à semelhança de
nossas Lojas, sendo ainda necessário além do Mestre Arquiteto, diretor da
Obra, um ou dois Vigilantes que o Ajudaram e puderam substitui-lo em caso de
necessidade, e outros membros que tiveram cargos e atribuições especiais,
diferentes dos demais.
A primeira loja foi constituída, conseqüentemente, pelo primeiro grupo de
construtores que uniram disciplinadamente seus esforços para alguma obra
importante, ou para a realização de um Ideal comum. E como as regras morais
são necessárias para a ordem, a disciplina e a eficiência em toda atividade
material, é evidente que estas devem ter sido inseparáveis das normas e
regras próprias da Arte. O conjunto destas normas e regras, que constituíam
uma necessária disciplina para os que eram admitidos a tomar parte na Obra,
ou como membros da corporação, formou a característica da Ordem, pois, sem

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ela não poderia ter existido nenhuma ordem verdadeira e a aceitação desta
disciplina deve ter naturalmente sido exigida como condição preliminar para
admissão na Ordem.

A "RELIGIÃO" DOS CONSTRUTORES


Nas especulações, cultos e tradições primitivas, tudo tende à unidade: poderes
e atribuições que hoje se distinguem cuidadosamente como por exemplo o
eclesiástico e o civil, o legislativo, e o judiciário, estavam ontem em mãos de
uma mesma autoridade.
Assim, o mundo antigo deu-nos o exemplo dos Reis-Sacerdotes que tomavam
para si diferentes representações e poderes que hoje são consideradas
inteiramente suprimidos.
Igualmente a Religião formava então parte da vida, e as instituições civis e
religiosas entrelaçavam-se mutuamente, constituindo um conjunto quase
inseparável. Por isso, nas primitivas corporações construtoras, o elemento
religioso-moral deve ter sido considerado como formando uma unidade com o
elemento artístico-operativo, desenvolvendo e transmitindo-se igualmente
nestas corporações, os segredos da arte e certas especiais tradições
religiosas.
Note-se, a este respeito, que a própria palavra religião identifica-se, em seu
significado original, com a tradição, indicando simplesmente "o que é legado ou
se transmite". Também nesse mesmo sentido, a Maçonaria é religião ainda que
não uma religião: a religião operativa e especulativa, simbólica e iniciática,
nascida espontaneamente nas primeiras corporações construtoras, na medida
em que seus adeptos se esforçavam em divinizar sua Arte, convertendo-se em
veículos e meios dos quais pode aproveitar-se a Hierarquia Oculta para seus
ensinamentos, encontrando nesse meio em terreno particularmente fértil para
semear a mística semente da Sabedoria.
Também o caráter particular das corporações que se especializaram na
construção de Templos fez com que estas se identificassem, nas diferentes
épocas da história, com distintas tradições religiosas, e em alguns casos com
os próprios Mistérios (aos quais alguns entre eles devem ter sido admitidos
como participantes), e não há como maravilhar-se se assimilaram muitos
ensinamentos esotéricos, transmitidos como patrimônio secreto entre os
mestres da Arte.

Fora da dúvida está que, em qualquer período da História, as corporações


construtoras aparecem como possuidoras de segredos e alegorias, alguns dos
quais provêm de uma época remotíssima, e outros representam antiqüíssimas
tradições revestidas de nomes e formas simbólicas mais recentes. Enquanto
que, por outro lado, bem sabemos que todas tiveram regras e modalidades
particulares para a dupla transmissão do segredo material da arte e de sua
interpretação especulativa, assim como para a admissão de candidatos como
aprendizes, exigindo-se serem "livre e de bons costumes", dando provas
definidas de moralidade, diligência e capacidade para a obra.
Esta "religião dos construtores" teve de ser uma religião eminentemente moral,
isto é, uma ética individual aplicada à vida, como é demonstrado pela Tradição
Maçônica, que mais diretamente lhe dá continuidade.

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O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO


O conceito de um Grande Arquiteto do Universo, ou Princípio Divino Inteligente
que constitui o foco espiritual e a Base Imanente da Grande Obra da
Construção particular e universal, tem representado sem dúvida, em todos os
tempos, o fundamento da Religião dos Construtores.
Este mesmo conceito constitui o Princípio Cardinal da Maçonaria Moderna,
pois não possuem valor maçônico os trabalhos que não forem feitos "a glória"
deste Princípio, isto é, com o fim de que a espiritualidade latente em todo o ser
e em toda a coisa, encontre por meio dos mesmos sua expressão ou
manifestação mais perfeita.
Trata-se, sem dúvida, de um conceito eminentemente iniciático, isto é, no qual
ingressamos progressiva e gradualmente na medida em que nossos olhos
espirituais se abrem à luz maçônica. Assim pois, enquanto no princípio é dada
a cada maçom a liberdade de interpretar esta expressão de Grande Arquiteto
conforme suas particulares idéias filosóficas, opiniões e crenças (teístas e
ateístas, considerando-se neste último caso o Grande Arquiteto como
expressão abstrata da Lei Suprema do Universo), posteriormente, será
conduzido gradualmente, por meio de seu próprio trabalho interior ou do
esforço pessoal com o qual obtém todo progresso, a um reconhecimento mais
perfeito, a uma realização mais íntima e profunda deste Princípio, ao mesmo
tempo imanente e transcendente, que constitui a base e a essência íntima de
tudo o que existe.
Ao redor desta idéia central (cujo caráter iniciático a diferença de todo conceito
ou crença dogmática) tem-se agrupado, como em torno de seu centro natural,
as diferentes tradições, símbolos e mistérios que constituem outras tantas
aplicações e expressões do Princípio Fundamental à interpretação da vida e a
seu aperfeiçoamento.
Desta maneira, sem impor opinião ou crença alguma, mas deixando a cada um
a liberdade de interpretar esta expressão simbólica segundo sua particular
educação e suas convicções todos são naturalmente conduzidos para uma
mesma Verdade, esforçando-se em penetrar cada um mais interiormente,
chegando ao fundo de sua própria visão e crença, que (como todas) tem de ser
tolerada, respeitada e interpretada como um dos infinitos caminhos que
conduzem à Verdade.

AS PRIMEIRAS CORPORAÇÕES
Esta digressão sobre um dos pontos fundamentais da Maçonaria, tem nos
parecido necessária para mostrar o caráter iniciático, eclético e universal da
Ordem em seus próprios conceitos e símbolos em aparência mais vulgares,
mas que encerram em si um propósito e uma profunda doutrina.
Voltando ao nosso tema, sobre as origens maçônicas, resta-nos traçar
sumariamente a história das corporações construtoras desde as primeiras
civilizações até os nossos dias.
As pegadas das antigas corporações construtoras encontram-se em todos os
povos que nos deixaram alguma notícia de sua experiência. Entre os mais
antigos e importantes monumentos que restam de antigas civilizações,
devemos ressaltar as pirâmides do Egito. A princípio, foram consideradas

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tumbas magníficas dos reis, mas um estudo mais atento tem revelado que se
trata de monumentos simbólicos, nos quais e próximo aos quais, com toda
probabilidade, desenvolveram-se ritos e cerimônias iniciáticas.
Isto parece particularmente certo com respeito à Grande Pirâmide, cujas
medidas e proporções calculadas escrupulosamente tem sido reveladas em
seus arquitetônicos conhecimentos geográficos, astronômicos e matemáticos,
não menos exatos que os que se consideram exclusiva conquista dos nossos
tempos. É suficiente dizer que a unidade de medida testa pirâmide, o côvado
sagrado (que pode ser identificado com a régua maçônica de 24 polegadas) é
exatamente a décima milionésima parte do raio polar terrestre, uma medida
mais justa e mais exatamente determinada que o metro, base de nossos
sistema. Seu perímetro revela um conhecimento perfeito da duração do ano;
sua altura, a exata distância da Terra ao Sol, e o paralelo e o meridiano que se
cruzam em sua base constituem o paralelo e o meridiano ideais, uma vez que
atravessam a maior parte das terras. Por outro lado, a precisão com a qual
estão cortados e dispostos os enormes blocos de pedra de que se compõem,
daria muito o que pensar a um engenheiro moderno que quisesse imitar estas
obras.
Apesar do Egito ter sempre sido considerado como a terra clássica da
escravidão, já que realmente em épocas posteriores os obreiros dirigidos pelos
sacerdotes não tinham nenhuma liberdade ou iniciativa, muito difícil admitir que
uma obra como a Grande Pirâmide - obra caracteristicamente maçônica - tenha
sido outra coisa que a Obra Mestra da mais sábia e celebrada corporação
construtora de todos os tempos.
Além disso, é possível que nossa Era Maçônica (que começa no ano 4000 A.
C. e que vem de antigas tradições) date precisamente da construção da
Grande Pirâmide, que alguns, entretanto, consideram mais recente em quanto
outros, por sua vez, julgam mais antiga.
Outra importante construção da Antigüidade, além dos templos cujos traços se
encontram esparsos pela Terra, parece ter sido a Torre de Babel, de bíblica
memória, diferenciando-se esta construção da precedente pelo emprego de
tijolos em lugar de pedras cortadas, e de outro material em vez de cal. O mito
da confusão das línguas antes da conclusão da obra, e da conseqüente
dispersão das corporações de construtores que se reuniram para executá-la,
dá muito o que pensar ao estudante das tradições antigas.

OS CONSTRUTORES FENÍCIOS
Em épocas mais recentes (cerca de 1000 anos A. C.), encontramos as
corporações e a obra de Construtores Fenícios em todos os países do
Mediterrâneo nos quais este povo estabeleceu suas colônias e a influência de
sua civilização.
Estas corporações viajavam, evidentemente, de um país a outro conforme
delas se necessitava e solicitado era o seu concurso, erguendo com igual
habilidade e facilidade templos e santuários para os diferentes cultos e
mistérios, ainda que sempre erigidos conforme o mesmo tipo fundamental, que
revela, nas obras das idênticas corporações ou de corporações afins, uma
mesma identidade de conceitos.
Podemos considerar como um exemplo típico (e como obra simbolicamente
mestra dos construtores fenícios) o Templo de Jerusalém, erigido na época

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indicada no livro das Crônicas (cerca de 1000 anos A. C.) pelos obreiros que
Hiram, rei de Tiro, enviou a Salomão para este efeito, construção sobre a qual
é baseada nossa atual tradição maçônica.

CONSTRUTORES GREGOS E ROMANOS


Na Grécia, as corporações formaram-se, sem dúvida, à influência e
semelhança das fenícias, e dedicaram-se especialmente à construção de
templos, tomando o nome de dionisíacas, relacionando-se evidentemente com
os Mistérios homônimos em honra a Iaco ou Zeus Nisio.

A arquitetura grega, caracterizada pelo uso da arquitrave (em vez do arco


empregado posteriormente pelos romanos), tem, por sua singeleza hierática,
muita analogia com a egípcia, da qual se diferencia pela graça e a esbelteza
que substituem à poderosa majestade daquela. Seus três estilos, dórico, jônico
e coríntio, que se distinguem pela forma dos capitéis e das decorações que os
acompanham, são caracteristicamente emblemáticos dos três graus
maçônicos. E a Maçonaria Simbólica pode muito bem comparar-se,
alegoricamente, à Arquitetura Grega, correspondendo perfeitamente suas três
câmaras às três ordens fundamentais desta.
Á semelhança de ditas corporações de obreiros dionisíacos, Numa Pompílio, o
rei iniciado de Roma, instituiu, segundo a tradição, os collegia fabrorum que,
como nos precedentes, tinham seus próprios mistérios e guardavam e
transmitiam com os segredos da Artes, certos segredos e tradições de
natureza religiosa. Como as Lojas Maçônicas, estavam dirigidos por um
triângulo (como é testemunhado pela clássica expressão três faciunt collegium,
formados por um Magister e dois Decuriões, compreendendo três graus
análogos aos atuais, usando uma especial interpretação emblemática de seus
instrumentos.
Estes colégios estenderam-se depois por todo o império, percorrendo como
forças construtoras o caminho das legiões e levantando, onde quer que
fossem, aqueles monumentos e edifícios dos quais ainda restam múltiplos
vestígios.
Já no século primeiro antes de Cristo, várias destas corporações passaram a
estabelecer-se na Gália, Alemanha e Inglaterra, onde construíram
especialmente campos atrincheirados que depois se converteram em cidades
(o termo inglês chester, dos nomes de muitas localidades revela de forma clara
sua origem latina, de castrum, "acampamento").

AS CORPORAÇÕES MEDIEVAIS

Com o triunfo do Cristianismo, que se converteu em religião oficial durante o


último período do Império Romano, enquanto os Mistérios tiveram de
desaparecer, os collegia fabrorum resolveram adaptar suas tradições pagãs à
nova fé, e isto foi feito muito habilmente, substituindo-se pela lenda da
construção do Templo de Salomão outra transmitida anteriormente, e pelos
nomes de santos e personagens cristãos os antigos deuses pagãos. Nasceu
assim um São Dionísio, em lugar do homônimo deus grego (o Baco dos

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latinos), e São João foi honrado como protetor da Ordem, em lugar do antigo
deus bifronte Janus.
Assim renovada, a tradição dos antigos colégios romanos seguiu no Oriente a
sorte do Império Bizantino, adaptando-se depois, com igual facilidade, à fé
islâmica, enquanto no ocidente, com a queda do Império e a invasão dos
vândalos e dos godos, encontrou um asilo seguro numa pequena ilha, perto da
cidade italiana de Como, na Lombardia (país assim denominado em
conseqüência da invasão longobardos, "os de longa barbas", de onde tomaram
seu nome os magistri comacini, que deram origem àquele estilo proveniente do
romano, chamado românico, que fez sua primeira aparição por volta do ano
600 e continuou dominando por vários séculos depois o estilo na Itália e nos
países contínuos, até que o estilo gótico, produzido pelas corporações
nórdicas, obteve depois o predomínio.
Nas obras destes artistas encontramos vários símbolos maçônicos, e a
expressão de uma singular independência do pensamento que é revelada
pelas curiosas e mordazes sátiras contra o Igreja, gravadas com uma audácia
surpreendente nas próprias esculturas das catedrais. Apesar do hermético
segredo com que guardavam suas tradições e crenças, parece que estas
corporações (que existiam em várias cidades da Itália, entre outras em Siena,
desde o século XI) não era estranho o conhecimento de um G. A. D. U, nem a
lenda de Hiram.
No fervor religioso que caracterizou este período, algumas ordens monásticas
da Igreja também se dedicaram, especialmente na França e na Alemanha, à
Arte de Construir, levantando templos com a ajuda dos obreiros nômades que
encontravam, contribuindo assim, indiretamente, para a organização destes em
corporações que depois tornaram-se independentes.
Por obra e esforço das corporações independentes que se formavam em
diversos países, nasceu então, e rapidamente se afirmou, o chamado estilo
gótico, que converte o simples arco romano e românico em ogival, magnífico
símbolo do fervor religioso e das mais ardentes aspirações humanas que se
levantam, como cântico majestoso, da terra ao céu. Nos dois estilos orientais,
árabe e russo, encontramos um desenvolvimento ulterior desta idéia que fez
evoluir o arco gótico do romano, com a curvatura especial que caracteriza
estes estilos.
Estas corporações dedicadas especialmente à arte gótica, constituíram na
Inglaterra os guilds de obreiros; na França o compagnonnage (dos quais
existiam três seções diferentes que tomavam o nome, respectivamente, de
filhos de Salomão, de Mestre Jacques e de Mestre Soubise) e na Alemanha as
oficinas e uniões de canteiros (Steinmtzen), entre as quais tomou justo renome
aquela que levantou a Catedral de Estrasburgo, erigida no século XV.
Os documentos que delas nos chegam, provam que os obreiros achavam-se
divididos em aprendizes, companheiros e mestres, que se reuniam em
pequenas casas e empregavam de uma maneira emblemática os instrumentos
de sua profissão, levando-se consigo como insígnias. Além disso,
reconheciam-se por meio de palavras e sinais que chamavam saudações. Os
neófitos eram recebidos com particulares cerimônias e juravam o mais
profundo segredo sobre o que ia ser-lhes comunicado e ensinado.
A palavra maçom (do latim medieval "macio", equivalente de canteiro, de onde
teve origem igualmente o termo alemão Metzen) parece que foi usada pela
primeira vez no século XIII, sendo exportada da França para a Inglaterra. A

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expressão franco maçom (maçom franqueado ou livre de impostos) aparece


por primeira vez em 1375.
A origem desta última palavra tem sido relacionada aos privilégios especiais e
isenções concedidas pelos pontífices Nicolas III e Benito XII, em vista da
reconhecida moralidade destas corporações e das obras piedosas a que elas
se dedicavam como construtoras de igrejas. Mas o real significado originário
deste atributo de francos ou livres (em inglês "freemasons") é um assunto
todavia discutido e discutível.

OS MAÇONS "ACEITOS"

Debilitando-se depois, no século XVII, com o renascimento clássico e a


corrupção da Igreja (que ocasionou a reforma e as novas teorias filosóficas), o
fervor religioso dos séculos passados, a arte sagrada teve necessariamente
que decair, e com ela as corporações de maçons operativos que desta
atividade extraiam sua razão de ser sua subsistência.
Mas aqui e ali, e especialmente na Inglaterra, algumas delas subsistiram, se
bem que de forma muito reduzida, passando natural e gradualmente da
atividade construtiva que ocasionou sua formação, até se ocupar
exclusivamente dos assuntos que antes eram para eles de secundária
importância, como por exemplo o estudo e a beneficência.
Sem dúvida contribuiu notavelmente para esta nova orientação de atividade
das lojas a admissão que foi feita desde então, sempre mais liberal e numerosa
(conforme ia decrescendo seu valor como associações profissionais) de
maçons aceitos (accepted freemasons), isto é, membros honorários que nunca
tinham exercido uma profissão relacionada com a arte de construir.
Os novos associados, muitas vezes homens de estudo e filósofos eminentes,
influíram largamente nestes agrupamentos de antigos construtores, os quais
chegaram facilmente a dirigir. Foi assim que as lojas maçônicas profissionais
transformaram-se naturalmente em lojas de maçonaria especulativa, nascendo
dessa maneira a Maçonaria como atualmente conhecemos. E assim também,
muitas doutrinas e tradições iniciáticas e místicas, de diferente origem ou
descendência, passaram a incorporar-se à nascente, ou melhor dizendo,
renascente instituição. As tradições templárias e rosacruzes, em especial,
tiveram parte importante nesta transformação. Enquanto as lojas Maçônicas
encontravam naquelas doutrinas, a alma que lhes infundia uma vida nova,
estas encontraram naquelas o corpo, o veículo ou o meio exterior mais
conveniente à sua expressão, o que de outra forma poderia ocorrer de modo
estéril e deficiente.
Com o século XVII termina assim o estudo das origens maçônicas; desde o
XVIII começa a sua história como instituição moderna preparando-se o futuro,
temas dos quais falaremos nos dois "Manuais" que se seguem, desta mesma
série.

A "LOJA DE SÃO JOÃO"

O problema das origens maçônicas acha-se delineado e resolvido


sinteticamente em poucas palavras na pergunta ritual do Ven. Mestre a todo

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irmão visitante: De onde vens?, e na resposta deste: De uma Loja de S. J. justa


e perfeita.
Esta pergunta é fundamental para o Aprendiz e, à semelhança de Édipo, deve
esforçar-se em respondê-la satisfatoriamente, buscando em si mesmo a
solução do problema das origens: a origem de seu ser e do universo que o
rodeia.
Que representa, pois, para os maçons a expressão "Loja de S. J." ?
Já sabemos que a Tradição Maçônica guarda uma relação profundamente
íntima com a Tradição Joanita ou mística do Cristianismo (como é claramente
demonstrado pela superposição de nossos instrumentos sobre a primeira
página do Evangelho de S. J, que representa a Tradição Cristã mais pura,
assim como as Tradições Gnósticas e iniciáticas anteriores).
Igualmente sabemos que S. J. foi tomado como patrono pelas Corporações
Construtoras da Idade Média, e conhecemos também, o uso - que remonta a
uma época remotíssima - de festejar os dois solstícios, cujas datas coincidem
respectivamente com as festas cristãs de S. J.
Estas mesmas festas celebravam-se também antes do cristianismo, sendo, em
época próxima aos romanos, em honra a Janus, o deus de duas faces que
muito bem simboliza a Tradição, estando uma das faces constantemente
voltada ao passado e outra ao futuro. Este nome relaciona-se
etimologicamente com o latim janua, "porta", de onde vem igualmente o latim
januarius, "janeiro". (4) É interessante notar a este respeito que "porta" é
também o significado originário da letra grega delta (do semítico daleth),
representa por um triângulo, e que a antiga porta das iniciações, era triangular.
Este deus presidia todos os inícios (em latim initium, de onde também initiare,
"iniciar") e, em particular, o do ingresso do Sol nos dois hemisférios celestes, e
a própria iniciação cuja chave possuía e guardava. Agora, é evidente que o
nome Janus tem também em sua forma latina, uma semelhança singular com
João (Johannes) e não foi por acaso que este último foi colocado no exato
lugar do primeiro.
Por outro lado, o hebraico Jeho-hannam ou João significa "Graça ou favor de
Deus", isto é, homem iluminado ou iniciado. Assim é que a justo título pode
este último ser chamado irmão ou discípulo de S. J.. A importância iniciática
desta escolha se torna mais evidente por esta dupla ou bifronte etimologia: a
primeira pagã ou voltada ao passado (tradição iniciática da qual constitui a
porta ou passagem, e a outra, cristã ou voltada para o futuro (os eleitos ou
favorecidos de Deus que continuam e darão prosseguimento à tradição por
todos os séculos).
A expressão Loja de S. J. vem a ser assim, um nome simbólico de toda união
ou agrupamento de iniciados, de homens iluminados e favorecidos
espiritualmente, aplicando-se, em sua acepção mais geral, a todos os que são
admitidos nos Mistérios e mais particularmente aos verdadeiros II S. J, os
Mestres da Sabedoria que constituem a Grande Loja Branca, a mais justa e
perfeita "Loja de S. J.", na qual devemos buscar a inspiração e a origem
profunda e verdadeira de nossa Ordem.

DE 1717 ATÉ O FINAL DO SÉCULO XIX

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O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA
MAÇONARIA
MODERNA
Os princípios da Maçonaria, conforme os conhecemos atualmente, se devem
principalmente ao estado de decadência em que se encontravam, ao fim do
século XVII, os antigos grupos de construtores, assim como as demais
corporações de ofício, que tinham florescido nos séculos anteriores,
alcançando o seu apogeu próximo ao fim da idade média. As causas dessa
decadência foram por um lado a diminuição do fervor religioso que seguiu a
Reforma, de maneira que a construção das igrejas foi cedendo seu lugar a
outros edifícios profanos, tanto públicos como privados; e também por um grau
maior de especialização dos operários nos respectivos trabalhos, e a falta de
conveniência por parte desses, de seguirem reunindo-se em associações
organizadas para a prática de uma arte determinada.
Precisamente por esta razão, no mesmo século XVII, havia se estendido a
prática de admitir nos grupos de construtores, membros honorários (maçons
aceitos), ainda inteiramente estranhos à prática da arte de construir, porém que
cooperavam para proverem materialmente e moralmente esses grupos. O dia
em que estes maçons-aceitos começaram a prevalecer sobre os de ofícios, e
se lhes concederam cargos de direção (dos quais estavam excluídos
anteriormente), foi precisamente o ponto que assinalou a transformação
conhecida com nome de maçonaria operativa em especulativa; ainda que o
desenvolvimento de um caráter teve de ser mais gradual, entretanto de
nenhuma maneira necessariamente implicado pela presença dos membros
honorários, apesar do número destes.

A GRANDE LOJA DE LONDRES


Assim foi que, em 1717, os escassos membros remanescentes de quatro lojas
londrinas, que tinham os seus lugares de permanência (segundo o costume
naquela época), em quatro diferentes hospedarias, decidiram celebrar juntos
na hospedaria do Manzano sua reunião anual de 24 de junho (dia de São João
Batista). Nessa reunião, que depois se tornou tradicional por essa razão
histórica, sem que os seus participantes pudessem dar-se conta disso, tratando
de buscar uma solução para as suas condições, que nos últimos tempos se
encontravam cada vez menos prósperas. Os presentes decidiram juntar-se na,
que depois (em 1738) passaram a chamar uma Grande Loja, elegendo para
presidi-la oficiais especiais, que deviam promover a sua prosperidade.
Esses foram: Antônio Sayer, homem desconhecido e de modesta condição,
inteiramente estranho ao ofício de pedreiro, que foi nomeado Grão Mestre;
Jacob Lamball, carpinteiro; José Elliot, capitão; foram eleitos grandes
vigilantes.
Dados que essas Lojas não eram as únicas então existentes (algumas das
outras, como de Preston chegaram até os nossos dias) não há dúvida de que
de nenhuma maneira poderia tratar-se então de eleger a um "Grão Mestre dos
Maçons", que para tal não tinham autoridade, se não apenas dessas quatro
Lojas, não se podendo sequer assegurar-se que tal título foi efetivamente

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utilizado nessa ocasião, ainda que poderia muito bem ter sido; com esta
atribuição restrita. Sem dúvida, somente depois, e por mérito de homens que,
sob diversas circunstâncias foram atraídos à essa "Grande Loja", que as
denominações de Grão Mestre e Grande Loja adquiriram real significado e
importância.
O desenvolvimento futuro de nossa Instituição, a partir dessa modesta reunião,
não estava de nenhuma forma condicionado à mesma, e só se deve à Força
Espiritual que aproveitou e vivificou esse pequeno e modesto agrupamento do
qual brotou um movimento que se estendeu para toda a superfície da terra.
Sempre são, pois, as idéias, as que operam no mundo, por sobre os indivíduos
que se fazem seus meios, veículos e instrumentos. É na força das idéias, que
animam e inspiram os homens, que se deve todo o progresso e toda a obra ou
instituição de alguma importância, por traz daqueles que aparecem
exteriormente como seus fundadores e expoentes.
No que particularmente se refere à Maçonaria, não há dúvida que suas origens
mais verdadeiras, vão muito além desses homens de boa vontade e de
medíocre inteligência que unicamente se preocuparam em salvar suas lojas da
decadência que as ameaçava, por meio da união das mesmas. Deve-se buscar
essas origens na Idéia Espiritual central, que oculta no seu cerne, o verdadeiro
segredo maçônico, assim como das demais idéias relacionadas com aquela,
das quais se fez, em diferentes momentos e circunstâncias especiais.
A essa idéia central, ainda oculta e secreta para a maioria de seus adeptos,
também devemos o conjunto de tradições, alegorias, símbolos e mistérios, que
tem vindo se apropriando, e em parte criando e modificando, para embelezar e
dar maior brilho a seus trabalhos, cujas origens, como a de seus cerimoniais,
são antiqüíssimos, tendo nos sido transmitindo através de diferentes
civilizações que se desenvolveram sucessivamente sobre o nosso planeta.
Desse ponto de vista está perfeitamente justificado o empenho dos primeiros
historiadores maçônicos, começando com Anderson, e dos que fizeram ou
adaptaram os seus rituais, para relacionar nossa instituição com todos os
movimentos espirituais e tradições místicas iniciáticas da Antigüidade, segundo
também tratamos de fazê-lo no manual do Aprendiz.
Pois se é certo que a Maçonaria Moderna tem sua iniciação nessa fortuita
agremiação de quatro Lojas que juntando-se, puderam salvar-se da dissolução
a que pareciam inevitavelmente destinadas - como são todas as coisas que
não sabem renovar-se quando chega o momento oportuno - e que, dessa
maneira prosperaram muito além de suas expectativas, não é menos certo que
souberam recorrer em segredo a herança de todos os segredos, mistérios e
tradições, assim como souberam fazer-se o receptáculo das grandes e nobres
idéias que constituem um fermento vital e um impulso renovador no meio em
que atuavam.
E se pela natureza da obra pode-se reconhecer o artista que a concebeu e
realizou, julgamos a Maçonaria pela mística beleza de seu conjunto simbólico-
ritual, a essa obra sem dúvida não se pode dar outro qualificado que não o de
Magistral. em sua essência mais íntima e profunda, qualquer que possa ser
sua filiação exterior e aparente, não pode ser se não Obra de Mestre na
acepção mais profunda da palavra. Essa essência íntima é o Logos, ou
verdadeira palavra que deve buscar-se em toda Loja Justa e Perfeita, a idéia
espiritual que nela se deve realizar.

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Essa mesma idéia, cujas latentes possibilidades foram depois se


desenvolvendo - a maioria delas esperam ainda a oportunidade para vir à luz -
tem sido a semente da árvore poderosa que representa a Maçonaria Moderna :
um meio destinado ao reconhecimento e à prática da fraternidade, um crisol de
idéias e um movimento libertador das consciências e dos povos.

PRIMEIROS DIRIGENTES

Nas sucessivas assembléias solsticiais de 1718 e 1719 foram eleitos Grandes


Mestres da Grande Loja de Londres, respectivamente, Jorge Payne e Juan
Teófilo Desaguilier, o primeiro dos quais tomou novamente o malhete
presidencial de 1720.
A esses dois homens se devem, o nascimento da Grande Loja e o impulso
espiritual renovador, assim como as linhas ideológicas que depois
caracterizaram a Maçonaria Moderna. O primeiro, ex-funcionário
governamental, homem muito ativo, enérgico e de posições liberal, parece
haver sido levado à sociedade, a que levou o prestígio de sua personalidade e
de suas numerosas relações sociais, por sua à afeição pelas antigüidades. O
segundo, nascido em La Rochelle e filho de um pastor Hugonote, teólogo e
jurista, amigo pessoal de Newton e vice-presidente da Real Sociedade de
Londres, contribuiu sobre tudo, especialmente em colaboração com Anderson,
para o desenvolvimento de sua parte ideológica.

Esses também foram os que atraíram para a Sociedade outras eminentes


personalidades como Duque de Montague quem, em 1721, aceitou a
nomeação de Grão-Mestre, sucedendo G. Payne. A eleição, feita com a
representação de 12 Lojas, de um membro da nobreza, foi sem dúvida muito
acertada quanto ao objetivo de assegurar para a Ordem prestígio e
prosperidade material: tornou-se, pois, moda o pertencer à Maçonaria,
buscando-se nela uma espécie de título de reputação e honradez.
Se fez então necessária a formulação de uma maneira mais clara e completa
dos estatutos e regulamentos da Ordem, sobre a base das antigas
Constituições colecionadas por G. Paynes, e das "General Regulations "
compiladas pelo mesmo no segundo ano de sua presidência. Desta forma, o
Duque de Montague solicitou ao Rev. Jaime Anderson, que foi valiosamente
assistido em sua obra por G. Paynes e J. T. Desagulier, para os quais colocou
"as antigas constituições Góticas" em uma forma nova e melhor.
Assim nasceu o Livro das Constituições dos Franco-Maçons, tratando da
história, deveres e regulamentos daquela antiqüíssima e mui-venerável
Fraternidade. O manuscrito foi examinado pela primeira vez por uma comissão
de 14 Irmãos, nomeada no fim do mesmo ano de 1721 pelo Duque Montague,
e foi aprovado em 25 de março seguinte, com as emendas sugeridas pelos
mesmos, depois do que ordenou a sua impressão, estando 24 Lojas
representadas na assembléia.
O livro foi publicado e foi presenteado solenemente por Anderson na
assembléia da Grande Loja que se verificou no dia 17 de janeiro de 1723,
sendo então confirmado e proclamado Grão-Mestre o Duque de Wharton,
quem se havia feito nomear como tal no dia 24 de junho do ano anterior, numa
assembléia convocada irregularmente por ele mesmo. Foi sucedido pelo Conde

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de Dalkeith, continuando-se depois com o mesmo costume de eleger-se para o


cargo de Grão-Mestre um membro destacado da nobreza.

A CONSTITUIÇÃO DE ANDERSON

A Obra de Anderson foi sempre considerada nos ambientes Maçônicos com


muita benevolência, sem indagar-se até que ponto seu livro das constituições
correspondia com a Obra "Las Antiguas Constituciones Góticas" que não nos
foram transmitidas, e passando por cima das faltas, erros, omissões e
invenções que pudessem conter.
A história legendária das origens Maçônicas que aqui se relata, repousa, como
é natural, sobre A Bíblia, livro que para os povos anglo-saxões foi sempre
objeto especial de veneração. Caim e seus descendentes como os
descendentes de Seth, se consideram como os primeiros edificadores,
mencionando-se a continuação a Arca de Noé, que mesmo sendo de madeira
foi fabricada segundo os princípios da geometria e das regras da Maçonaria.
Noé e seus três filhos foram, assim, "verdadeiros Maçons que, depois do
dilúvio, conservaram as tradições e artes dos antediluvianos e a transmissão
ampla a seus filhos. Depois do qual, se menciona os Caldeus e os Egípcios e
aos descendentes de Jafet que emigraram as ilhas "Gentiles", como todos
igualmente hábeis na Arte Maçônica. Considera-se os israelenses, ao sair do
Egito, como todo um povo de maçons, bem instruídos sob a liderança de seu
Grão-Mestre, Moisés, que as vezes os reuniu numa loja geral e regular".
Finalmente se fala na construção do Templo de Jerusalém, por Salomão,
sendo Hiram o Mestre da Obra. Também a Nabucodonosor, depois de haver
destruído e saqueado esse mesmo Templo, lhe é atribuído haver posto o seu
coração na Maçonaria, construindo as muralhas e os edifícios da sua cidade,
auxiliado pelos hábeis artífices da Judéia e de outros países que haviam sido
levados cativos para a Babilônia.
Também cita-se os gregos, a Pitágoras, os Romanos e os Saxões, que com
natural disposição para a maçonaria, apressaram-se a imitar os Asiáticos,
Gregos e os Romanos na instalação de Lojas, traçando-se uma história
sumária sobre o desenvolvimento da Arte maçônica na Inglaterra.
Somente na segunda edição da obra, redigida no ano de 1738, se dava
escassas notícias sobre a fundação da primeira Grande Loja que teve lugar em
1717, dizendo-se somente na primeira edição que naquela época, em Londres
e em outros lugares floresciam diversas e dignas lojas individuais que
celebravam um conselho trimestral e uma junta geral anual para nelas
conservar sabiamente as formas e os usos da mui antiga e venerável Ordem,
cuidar devidamente a Arte Real e conservar a argamassa da Fraternidade, afim
de que a Instituição parecesse uma abóbada bem ajustada.

DEVERES MAÇÔNICOS

Segue uma compilação dos Deveres de um Franco-Maçom "retirados de


antigos documentos", que tratam:
1. de Deus e da religião,
2. do chefe de estado e dos seus subordinados,

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3. das Lojas,
4. dos Mestres, Vigilantes, Companheiros e Aprendizes,
5. dos trabalhos das Oficinas,
6. da conduta em Loja bem como fora da mesma, em passos perdidos, em
presença de profanos, no lar e na vizinhança.
No que concerne a Deus e à Religião dizem : "um maçom está obrigado, como
tal, a obedecer a lei moral; e, se bem compreende a Arte, nunca se será um
ateu estúpido, nem um libertino irreligioso.
"Ainda que, antigamente, os maçons estiveram obrigados, em cada país, a
praticar a correspondente religião, qualquer que fosse, estima-se atualmente
oportuno que se lhes imponha outra religião, fora daquela sobre a qual todos
os homens estão de acordo, deixando-lhes toda a liberdade no que concerne
as suas opiniões particulares.
Assim, pois, é suficiente que sejam homens bons e leais, honrados e probos,
qualquer que sejam as confissões e convicções que os constituam".
"Assim a maçonaria será o centro de união e o meio para estabelecer uma
sincera amizade entre pessoas as quais, fora dela, sempre estiveram mantidas
mutuamente afastadas".
Sobre o assunto da autoridade civil escreve : "O Maçom é um sujeito tranqüilo
diante dos poderes civis, em qualquer lugar em que resida ou trabalhe; nunca
deve estar implicado em complôs e conspirações contra a paz e contra a
prosperidade da nação, nem comportar-se incorretamente com os magistrados
subalternos, porque a guerra, o derramamento de sangue e as insurreições
foram em todo o tempo funestas para a Maçonaria ...
"Se algum Irmão viesse a insurrecionar-se contra o estado, deveria se cuidar
de favorecer sua conversão, ainda que tendo piedade dele, com um
desgraçado. Sem dúvida, se não está envolvido em nenhum outro crime, a leal
fraternidade, ainda que desaprovando sua rebeldia, fiel ao governo
estabelecido, sem dar-lhe motivo de desconfiança política, não poderia
expulsá-lo da Loja, já que suas relações com ela são indispensáveis ".
E sobre a conduta na Loja nos recomenda : "que vossos desgostos e pleitos
não passem nunca do umbral da Loja; mais ainda : evitar as controvérsias
sobre religião, nacionalidades e política, pois, em nossa qualidade de maçons
não professamos mais que a Religião Universal antes mencionada. Por outro
lado, somos de todas as nações, de todos os idiomas, de todas as raças, e se
excluirmos toda política é por razão de que nunca contribuiu no passado para a
prosperidade das Lojas, nem o fará no futuro ".

A ESSÊNCIA DA MAÇONARIA MODERNA

Destes estratos se depreende a orientação estabelecida naquele tempo pelo


movimento que produziu a maçonaria moderna cujos princípios fundamentais
podem ser formulados, como se segue:
1) um reconhecimento implícito da Universalidade da Verdade acima de toda
opinião crença, confusão ou convicção.
2) a necessidade de obedecer a lei moral, como característica e condição "sine
qua non" da qualidade de maçons.
3) a prática da tolerância em matéria de crenças, opiniões e convicções.
4) o respeito, o reconhecimento e a obediência às autoridades constituídas,

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desaprovando-se toda forma de insurreição ou rebeldia, ainda que não se


considere como crime que mereça a expulsão da Loja.
5) a necessidade de fazer nas Lojas um trabalho construtivo, buscando o que
une os Irmãos e fugindo daqueles que os dividem.
6) A prática de uma fraternidade sincera e efetiva, sem distinção de raça,
nacionalidade e religião, deixando fora das Lojas toda luta, questões ou
diferença pessoal.
7) Considerar e julgar os homens por suas qualidades interiores, espirituais,
intelectuais e morais, muito mais que pelas distinções exteriores da raça,
posição social, nascimento e fortuna.
A promulgação destes princípios realmente universais (que constituem a
essência do humanismo e cuja perfeita aplicação faria desaparecer todas as
diferenças entre os homens, todo motivo de luta e de inimizade, fazendo reinar
em toda a parte a Harmonia e a Paz), no livro de Anderson foi o que atraiu à
Sociedade um número crescente de simpatizantes e ocasionou sua rápida
expansão e difusão em todos os países.
Todos os idealistas se sentiram no dever de colaborar com ela, encontrando na
mesma um campo de ação e uma riqueza exterior, apropriados para expressar
e realizar suas particulares idéias e propósitos. Assim foi como convergiram a
ela os homens mais distintos da época e se concentraram muitos esforços até
então isolados e separados.

MULTIPLICAÇÃO DAS LOJAS

Por um duplo impulso da exposição dos Princípios e de prestígio pessoal de


seus Grandes Mestres, assim como dos que se haviam agrupados ao
movimento, as Lojas se multiplicaram rapidamente: as doze Lojas que haviam
tomado parte na eleição do duque de Montague ascenderam a 20 no fim do
ano, e 49 Lojas foram representadas na assembléia de 1725.
Mas não deve crer-se que nesse número foram compreendidas todas as Lojas
então existentes: muitas das que existiam em 1717 não aderiram ao
movimento iniciado pelo nascimento da Grande Loja por várias razões, entre
elas a de crer usurpada a autoridade dela, e preferiram permanecerem
independentes. Algumas Lojas não aprovaram as novidades introduzidas no
Livro das Constituições, sustentando a obrigação da crença em Deus e a
fidelidade as práticas religiosas; isto, assim como outras razões, produziu,
como veremos, um cisma que conduziu a fundação de outra Grande Loja.
Além de incrementar-se na Inglaterra, Escócia e Irlanda, o número de Lojas,
passou de pronto a multiplicar-se sobre o continente, estendendo-se o
movimento em todo o mundo civilizado.

As primeiras Lojas que se constituíram fora da Inglaterra, a base do modelo


Inglês (já existia antes e depois da fundação da Grande Loja), foram
constituídas em geral por maçons isolados; desejosos de propagar o ideal
maçônico, em virtude do direito que acreditavam ser inerente a essa qualidade.
Toda vez que um maçom isolado, desejoso de formar uma Loja, não podia
juntar-se com outro, ou com outros dois para formar uma loja simples,

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iniciavam um profano que julgavam digno de pertencer a Ordem; os dois juntos


procediam a iniciação de um terceiro, formando-se assim a Loja simples, que
sucessivamente podia fazer-se justa e perfeita.
Assim, pois, no primeiro período, a maioria das Lojas se formaram
simplesmente em virtude desse natural direito maçônico, independente de toda
carta patente ou da autoridade de uma Grande Loja, cuja autoridade não
reconhecida por todos, reservando-se outras Lojas, e fazendo expedir mais
tarde uma patente regular.
Um local qualquer, disposto para a ocasião, com a condição de que pudesse
fechar-se e estar abrigado das indiscrições profanas, era tudo o que se
necessitava para as reuniões, traçando-se no solo cada vez, com giz, os
desejos simbólicos que os transformavam no Templo dos mistérios maçônicos.
Assim, pois, muitas destas Lojas, que contribuíram na formação de maçons e a
rápida propagação da Ordem em sua nova orientação, puderam forma-se e
dissolver-se sem desejar nenhum traço ou recordação. Por conseqüência é
muito difícil fixar com segurança a data do começo da Maçonaria Moderna nos
diferentes países: como sempre, as origens se acham envoltas na obscuridade.
O trabalho das Lojas, segundo dos costumes ingleses, consistia
essencialmente nas recepções ou iniciações, que se fazia com grande cuidado
e atenção, já as que se alternavam com muita freqüência festividades e ágapes
fraternais consolidando-se ao redor de uma mesa comum o espírito de
igualdade e da solidariedade entre seus membros. Não se havia introduzido o
costume de tratar diferentes temas, e especialmente se fugir de todas as
discussões que pudessem comprometer a harmonia e o bom entendimento
entre os irmãos. Sem dúvida, sempre se praticava alguma forma de
beneficência.
Por essa razão as Lojas se constituíram especialmente nas hospedarias que
costumavam ser freqüentadas por pessoas distintas. Ali se alternava a vida
exterior de sociedade com os íntimos trabalhos de ritual. Como a Inglaterra,
também a França encontramos as primeiras Lojas das quais se tem notícias
históricas, instaladas em hospedaria. Duas delas foram constituídas,
respectivamente em 1725 e 1729, em Paris, na casa de um hospedeiro inglês
cuja hospedaria levava o nome de "Au Louis d’Argent"; a última delas obteve
em 1733 a carta patente número 90 da Grande Loja de Londres.
Nesse mesmo ano as Oficinas que pertenciam a Grande Loja chegaram ao
número 109.
Nessas Lojas também se pronunciaram homens eminentes, e durante o Grão-
Mestrado do duque de Wharton os maçons impuseram a mostrar-se em público
com suas insígnias simbólicas.

O DESENVOLVIMENTO NA INGLATERRA

A Loja de York foi talvez a mais importante entre as que não reconheceram a
autoridade da Grande Loja londrina e se mantiveram apartadas. Considerada
como a Oficina mais antiga, fazendo remontar suas origens ao ano 600, na
qual o Rei Edwin havia se assentado "como Grão-Mestre". Em 1725 assumiu o
título de "Grande Loja de York ", dizendo que seu Grande Mestre devia ser
reconhecido como tal em toda Inglaterra; mas no fundo nem teve outras Lojas
sob sua dependência até 40 anos depois.

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Essa Grande Loja, que professava e praticava os mesmos princípios que a


Grande Loja de Londres, não foi a mesma a causa de dificuldades; mas o que
foi bastante a que se opôs em 1751 e se constituiu praticamente em 1753.
Nasceu ela principalmente pela iniciativa de um irlandês, Lorenzo Dermot (na
Irlanda, desde 1724, já se havia fundado uma Grande Loja semelhante da de
Londres), iniciado em Dublin em 1740, na qual, visitando uma Oficina londrina
em 1748, não ficou muito satisfeito com as inovações que encontrou nos
rituais. Formou então um movimento que teria por objetivo uma maior
fidelidade aos usos antigos, e sete Lojas se uniram em Londres desde 1751,
fundando uma Grande Loja da qual foi Grande Secretário.
A nova Grande Loja distinguia os seus membros com o nome de Ancient
Masons (velhos maçons), em contraposição com os "Modern Masons" (maçons
modernos) da qual se constituiu em 1717, baseando sua constituição sobre
outra que se supunha datada do ano de 926.
Não prosperou essa Grande Loja menos que a outra, a qual fixou uma séria
competência (dado que a denominação de antigos angariava maiores
simpatias que a dos modernos), chegando a ter em 1813, quando finalmente
se uniram as duas Grandes Lojas, entre as quais quase não havia nenhuma
diferença, 359 Oficinas sob sua jurisdição.
Foram constituídas por estas duas Grandes Lojas muitas Lojas regimentais,
formadas por militares e que se transladavam com eles, e também algumas
Lojas marítimas, a bordo dos navios de guerra.
Além das Grandes Lojas citadas existia em Edimburgo a Grande Loja da
Escócia, fundada por 34 Lojas em 1736.

A MAÇONARIA NA FRANÇA

Depois da Inglaterra a França foi o primeiro país no qual fincou suas raízes a
Maçonaria Moderna. Lojas maçônicas isoladas fundadas por ingleses, parecem
haver existido neste país desde antes de 1700 ; mas tal fato não tem
comprovação histórica.
As primeiras quatro Lojas parisienses, sobre as que se tem notícias certas,
sereuniram em 1736, estando presentes cerca de 60 membros, e procedendo-
se pela primeira vez a eleição de um Grande Mestre na pessoa de Charles
Radcliff, conde de Derwentwater, fundador que foi da primeira Loja na
hospedaria Au Louis d'Argent.
Devendo este abandonar o país, foi eleito em 1783, em uma segunda
assembléia, como Grande Mestre ad vitam, Louis de Pardaillon, duque de
Antin, quem aceitou o cargo, apesar de o Rei Luis XV ter ameaçado com a
Bastilha ao francês que a aceitara.
Principia nessa época as primeiras graves hostilidades contra a Maçonaria,
tanto de caráter político como religioso. As primeiras suspeitas nasceram
quando ela já não se limitava a reunir entre si elementos estrangeiros, se não
que admitia igualmente a membros da nobreza e cidadãos ordinários,
fraternizando mutuamente com toda aparência de conspiração. Então as Lojas
foram vigiadas e se chegou até a suspende-las, aprendendo-se os Maçons e a
todos que os hospedassem; sem dúvida, tudo isto não obstruiu seu processo, e
as lojas seguiram reunidas, aumentando-se as precauções e até o lance a que
se expunham, mas atrativo em pertencer a mesma.

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Tampouco impediram seu processo da bula de Clemente XII e os meios que se


usaram para difamar a Maçonaria e colocá-la em ridículo, como já se havia
feito na Inglaterra; quando em 1743 morreu prematuramente o duque de Antin,
havia na França mais de 200 Lojas, 22 das quais atuavam em Paris.
Remonta a essa época, e precisamente a 21 de março de 1737, o famoso
discurso de Andrés Miguel Ramsay, Grande Orador da Ordem, pronunciado
durante uma recepção, e que tanta importância teve depois por suas múltiplas
repercussões, as quais ocasionaram por um lado a concepção e criação
daquela famosa obra que foi a Enciclopédia, e pelo outro movimento conhecido
com o nome de Mestres Escoceses, que principiaram em juntar um quarto grau
privilegiado (isto também havia sido feito pela Grande Loja dissidente fundada
na Inglaterra em 1751, com o nome de Real Arco), que depois se multiplicou
em uma série de graus suplementares que queriam reproduzir as antigas
Ordens cavalheirescas, crescendo até os 33 graus atuais do Rito Escocês
Antigo e Aceito.

Essa última novidade não foi a princípio muito bem acolhida, e um artigo das
Ordenanças Gerais da "Grande Loja Inglesa da França" (como assim se
chamava então) não reconhecia os Mestres Escoceses, quanto aos direitos ou
privilégios acima dos três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. Sem
dúvida, doze anos mais tarde, repudiando-se o nome da Grande Loja Inglesa,
substituído pelo nome simples de "Grande Loja da França", e revisando-se os
Estatutos de Lojas, o privilégio de permanecer cobertos nas posses, assim
como o direito de inspecionar as Lojas restabelecendo a ordem quando fora
necessário.
O conde de Clermont, que em 1743 havia sido eleito em substituição ao duque
de Antin, não levou a sério o cargo aceito, e até transcorridos os primeiros
quatro anos não se atreveu a ostentar o título de Grande Mestre. Para esquivar
sua responsabilidade elegeu em princípio um substituto que não foi mais ativo
que ele, e depois um intrigante mestre de dança que levantou veementes
protestos, e recusa pela maioria dos componentes da Grande Loja a reunir-se
sob sua presidência. Apesar de haver sido, em 1762, revogado seu cargo e
substituído pelo Deputado Grande Mestre e não obstante a boa vontade deste,
não se pode evitar a anarquia, que levou as Lojas a autonomia mais completa,
dissolvendo-se praticamente a Grande Loja; esta, por mandato do rei, foi
suspensa em 1767, quatro anos antes da morte do conde de Clermont.
Nessa ocasião foi novamente convocada, sendo eleito como Grande Mestre o
duque de Chartres. E como desde um princípio não se faziam demasiadas
ilusões os maçons franceses sobre suas funções essencialmente honoríficas,
se nomeou também, como Administrador Geral, ao duque de Luxemburgo,
destinado a substituí-lo efetivamente.
O duque de Luxemburgo, que teria então 33 anos, tomou como muito zelo e
ardor seu cargo, elaborando um plano completo de reorganização, convocando
em Assembléia, para aprová-lo, os representantes de todas as Lojas da
França. Ficou assim constituída a Grande Loja Nacional, sendo representadas
permanentemente nas mesmas, por meio de disputas (eleições), todas as
Lojas, juntas a autoridade central direta que tomou o nome de Grande Oriente
da França. Também se pôs fim ao privilégio dos Mestres de Lojas, que se
consideravam até então vitalícios, estipulando-se que todas as oficinas
elegeriam anualmente seus oficiais.

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Como nem todas as Lojas reconheceram essas reformas, se formou também,


em oposição ao Grande Oriente, a Grande Loja de Clermont, que reconhecia
igualmente como Grande Mestre o Duque de Chartres.
Também tiveram existência na França, nessa época, vários ritos e ordens mais
ou menos relacionadas com a Maçonaria, entre aos quais o rito do "Elu Cohen"
fundado por Martinez de Pasquallis (Elu Cohen significa sacerdote eleito), que
teve entre seus adeptos o célebre Louis Claude de Saint-Martin, chamado de o
Filósofo Desconhecido.
Igualmente deve ser notado o rito de Menfis-Misraim ou Maçonaria Egípcia
fundada por José Bálsamo, mais conhecido com o nome de Conde de
Cagliostro, que admitia a mulher e compreendia 96 graus.
Várias associações destinadas a dar à mulher a participação nos trabalhos
maçônicos foram criadas cerca do século XVIII; e em 1774 a Maçonaria
concordou oficialmente em reconhecer a Maçonaria de Adoção, com o rito
especialmente elaborado para a mulher, constituindo-se então muitas Lojas
femininas.
Desde 1773 a 1789 tomou a Maçonaria na França um impulso formidável,
passando de 600 o número das Lojas, sem contar cerca de 70 Lojas
regimentais.
Se fizeram iniciar na Maçonaria homens mais conhecidos da época, entre eles
Voltaire, com idade de 80 anos, que foi recebido em 1778, apresentado por
Franklin e Court de Gebelin, sendo a assembléia presidida pelo célebre
astrônomo Lalande. Com a revolução a Maçonaria suspendeu na França suas
atividades. Se lhe atribui erroneamente haver participado diretamente na
revolução, se bem é certo que participou na revolução intelectual que a
precedeu, com a afirmação do trinômio liberdade-igualdade-fraternidade
que, interpretado profanamente, pode ter sido causa indireta de muitos
excessos. Mas um conhecimento mais profundo da verdadeira essência da
Instituição, e de como deva realmente interpretar-se esse trinômio, colocam-na
acima de toda efetiva responsabilidade daquele cataclismo, do qual foi também
uma das vítimas.

PRIMEIRO ANÁTEMA

O primeiro anátema contra a Maçonaria foi lançado como vimos, em 1738, pelo
papa Clemente XII, havendo preocupado muito o clero de então, de que
"homens de todas as religiões e de todas as seitas, satisfeitos com a
pretendida aparência de certa classe de honradez natural, se aliam em estreito
e misterioso laço". O segredo maçônico (cuja verdadeira natureza tratamos de
por em evidência nestes manuais) foi o ponto de acusação contra a Ordem. Os
homens em geral, e ainda mais as autoridades, divagam e desconfiam e tem
medo de tudo aquilo que não compreendem: a crença no mal (o verdadeiro
pecado original do homem) lhes faz supor que ali deva esconder-se algo mal e
indesejável, e portanto atribuem facilmente más intenções ainda que onde não
há o menor traço delas. Assim nasce a suspeita, e dessa passa facilmente à
acusação, à condenação e à perseguição.
A encíclica não teve o mesmo efeito em todos os países: ainda que os Estados
Pontifícios e a Península Ibérica, a qualidade de maçom se castigou até com a
pena da morte (e não faltaram à Maçonaria seus mártires), na França, pelo
contrário, nem essa encíclica nem a seguinte (que o Parlamento francês

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recusou registrar) foram tomadas em consideração: prelados e sacerdotes


continuaram sendo recebidos nas Lojas, dado que tal qualidade lhe abria
facilmente suas portas.
Uma segunda bula papal, publicada em 1751, por Benedicto XIV, foi também
causa, nos países acima mencionados, de perseguições sangrentas,
considerando-se isto como se fôra um crime, o privilégio de pertencer a Ordem.
Havia muita preocupação do clero de que "homens de todas as religiões e de
todas as seitas, satisfeitos com a pretendida aparência de certa classe de
honradez natural, se aliam no estreito e misterioso laço". O segredo
maçônico (cuja verdadeira natureza tratamos de pôr em evidência nestes
manuais) foi o ponto de acusação fundamental contra a Ordem. Os homens em
geral, e ainda mais as autoridades, teimam desconfiar e ter medo de tudo
aquilo que não chegam a compreender: a crença no mal (o verdadeiro
pecado original do homem) faz supor que ali esconde algo de mal e
indesejável, e portanto atribuem facilmente más intenções onde não há o
menor traço delas. Assim nasce a suspeita, e desta passa-se facilmente à
acusação, à condenação e à perseguição.
A encíclica não teve o mesmo efeito em todos os países: enquanto nos
Estados Pontifícios e na Península Ibérica, a qualidade de maçom se castigou
com pena de morte (e não faltaram a maçonaria seus mártires), na Franca,
pelo contrário, nem esta encíclica nem a seguinte (que o Parlamento francês
recusou registrar) foram tomadas em consideração: prelados e sacerdotes
seguiram recebendo nas Lojas, dado que tal qualidade abriria facilmente suas
portas. Uma segunda bula papal, lançada em 1751, por Benedito XIV, foi
também causa, nos países acima mencionados, de perseguições sangrentas,
considerando nesses como se fosse um crime, o privilégio de pertencer a
Ordem.

O EXÓRDIO NA ITÁLIA

A Maçonaria conforme o uso inglês foi introduzida na Itália em torno do ano de


1733, por Charles Sackville em Florença, em princípio unicamente entre os
ingleses que visitavam as Academias, aos que não tardaram em juntarem-se
vários italianos entre os mais cultos.
A idéia se propagou rapidamente, primeiro em Toscana e depois em toda a
península. Fundou-se uma Loja em Livorno, na que trabalharam
harmoniosamente, católicos, protestantes e judeus e que, precisamente por tal
razão, não tardou em excitar as suspeitas do clero romano, preocupado pela
nascente sociedade na qual via sobre tudo um perigo para sua hegemonia
espiritual. E essa foi a origem da encíclica em eminente da qual acabamos
de falar.
O anátema pontifical não pode ser contrário ao auge da Maçonaria, que seguiu
difundindo-se, naquela mesma época, pelas principais cidades da Itália
setentrional.
Porem um Maçom florentino, Tommaso Crudili, denunciado involuntariamente
pela indiscrição entusiasta de um abade companheiro de Loja, teve de pagar
com a tortura e com a morte (apesar de haver sido posto em liberdade pela
enérgica intervenção do duque Francisco Esteban, iniciado na Haya em 1731)
o crime de pertencer a Sociedade.

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Em Nápoles a Maçonaria floresceu notavelmente, constituindo-se ali, cerca da


metade do século, uma Grande Loja, enquanto as demais oficinas da península
dependiam de Londres. Não teve nenhuma restrição sob o reinado de Carlos
VII, porem não ocorreu o mesmo com seu sucessor Fernando IV, que chegou a
odiar a Instituição por sua mesma debilidade de caráter, tendo medo das
provas da iniciação. Sem dúvida, os maçons napolitanos receberam durante
certo tempo a ajuda e proteção inesperada da rainha Carolina, que fez num
princípio revogar o editorial, suprimindo-se as sanções penais contra os
maçons (1783); porem, depois, a morte de sua irmã Maria Antonieta na
revolução francesa foi causa dessa simpatia se mudar totalmente.

NA PENÍNSULA IBÉRICA (PORTUGAL E


ESPANHA)

A península ibérica tem, indubitavelmente a primazia no martirológio maçônico,


em que o privilégio de haver iniciado a perseguição contra os maçons
corresponda melhor ao clero católico da Holanda que, desde 1734, iniciou com
suas calúnias as massas ignorantes, fazendo que fosse invadida uma Loja em
Amsterdã, destruindo-se móveis e cometendo violência contra as pessoas.
Por causa da perseguição que lhe foi imposta, assim que as primeiras lojas
foram constituídas em 1726 e 1727, respectivamente em Gibraltar e Madri,
tardou na Espanha quase meio século antes de que pudesse constituir uma
Grande Loja, sob o reinado de Carlos III, mais liberal que seu predecessor, o
qual havia autorizado o desterro dos maçons e dado carta branca a Inquisição.
Quase ao mesmo tempo que na Espanha, (1727) foi introduzida a Maçonaria
em Portugal pelo capitão escocês sir George Gordon; porem desde de 1735 se
empenhou em derramar sangue dos maçons por obra de um Frater fanático
que denunciou 17 irmãos por conspirações e heresia. Desde de então os
pedreiros livres foram caçados, condenados à morte e atormentados nas
formas mais bárbaras, até o reinado de José I.
Em Madri, os primeiros maçons foram arrastados e conduzidos aos cárceres
da Inquisição em 1740: oito deles foram condenados às galeras, os demais a
diferentes penas. A Maçonaria foi tolerada e pode prosperar unicamente
durante o mencionado reinado de Carlos III (1759-1788), depois do qual se
proibiu todo trabalho maçônico até a entrada dos franceses em 1808.
No ano de 1750 também floresceu a Maçonaria por algum tempo em Portugal,
sendo primeiro ministro do rei José I, Sebastião de Carvalho, depois marquês
de Pombal, que foi iniciado em Londres em 1744. Esse ministro foi muito
benéfico para o país ao qual deu uma constituição mais liberal, abolindo a
Inquisição e desterrando os jesuítas. Porém, após a morte do rei, eles se
vingaram fazendo-o cair em desgraça com a rainha Maria I e, depois de ser
condenado à morte e anistiado teve o ex-ministro que abandonar Lisboa na
idade de 78 anos.
Renovando, a rainha Maria, a lei de João V contra os maçons, estes foram
novamente perseguidos: alguns puderam escapar, porem outros tiveram que
sofrer por vários anos as penas da Inquisição. Apesar disso, algumas Lojas
seguiram trabalhando em certos barcos ingleses ancorados no porto, um dos
quais se fez célebre como a Fragata Maçônica. Em que não se ousara

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proceder de uma maneira direta a execução dos maçons apreendidos, muitos


deles morreram nas masmorras.

NA ALEMANHA E ÁUSTRIA

Se bem que Lojas maçônicas de caráter mais transitório existiram na Alemanha


anteriormente (sem falar, naturalmente, das antigas corporações de
construtores de igrejas), a primeira que teve certa a importância e duração
parece ter sido a que foi fundada em Hamburgo em 1737, com o nome francês
de Société des acceptés Maçons Libres de la Ville d.Hambourg. O
Barão de Oberg, Venerável da mesma, teve no ano seguinte a fortuna e a
honra de iniciar na Ordem ao príncipe herdeiro Frederico da Prússia. Enquanto
o pai dele, então reinante, sempre se opôs a introdução da Maçonaria em seus
estados, Frederico se fez desde o princípio seu protetor, e ao subir ao trono em
1740 declarou publicamente sua qualidade de Maçom.
A iniciativa do jovem imperador se deve a fundação em Berlim da Loja Os três
Globos, que em 1744 foi elevada a categoria de Grande Loja. Desde então a
maçonaria pode desenvolver-se livremente naquele país e se estabeleceram
Lojas nos principais povoados alemães.
Em Viena foi fundada em 1741, pelo bispo de Breslau, a Loja Os três
Cânones
a que pertenceu o imperador Francisco I, que foi iniciado em La Haya, em
1731, por Desaguiliers, recebendo mais tarde na Inglaterra o grau de Mestre. O
imperador protegeu a Maçonaria da qual se fez protetor numa ocasião, quando,
em 1743, foram arrastados por ordem de Maria Teresa os membros de uma
Loja. Durante a segunda metade do século, na Alemanha como na Franca,
houve um especial fervor na criação de graus suplementáreis aos três
simbólicos e maçônicos propriamente ditos, relacionando a Maçonaria com a
Ordem do Templo, a qual se pretendeu reconstruir, e com outras tendências
místicas da mesma época.
Nasceu assim entre outras, a Ordem da Estrita Observância, fundada em
1754,
pôr J.B. von Hund, que se bem não sobreviveu a morte de seu fundador (em
1776), não deixou de ter certo êxito e ampla ressonância, também fora da
Alemanha, durante sua breve existência, e seguiu exercendo sua influência em
outras ordens, como na Martinista, que a sucederam. Todas essas ordens, de
efêmera duração, tiveram sem dúvida uma influência decisiva na criação do
Rito Escocês, primeiro em 25 e logo em 33 graus, cuja a instituição foi
falsamente atribuída ao mesmo imperador Frederico, que parece não ter
possuído outros graus que os três primeiros, desaprovando ademais a
introdução de outros graus. Entre os homens mais celebres que, no século
XVIII, se iniciaram na Maçonaria na Alemanha, e escreveram
entusiasmadamente sobre a Ordem, citamos Lessing e Goethe que foram
recebidos nela em 1771 e em 1780, respectivamente.

NOS DEMAIS PAÍSES DA EUROPA

Na Bélgica a primeira Loja segundo o uso inglês foi a Perfeita União,


estabelecida em 1721, que converteu-se depois na Grande Loja Providencial.

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Na Holanda já havia Lojas em 1725, que se regularizaram dez anos mais tarde
sob a jurisdição da Grande Loja de Londres. Em 1757a Grande Loja
Providencial tinha treze oficinas e em 1770 se fez independente.
Na Suíça a cidade de Genebra e sua região foram os primeiros onde se
formaram Lojas Maçônicas; a vida da Sociedade foi ali muito ativa, porem não
menos agitada por causa das cisões internas que esgotaram suas energias.
Na Suécia a primeira Loja foi constituída em redor de 1735 pelo conde Axel
Ericson Vrede-Sparre, que foi iniciado em Paris quatro anos antes. Como
conseqüência da encíclica papal, o rei Frederico I ameaçou castigar com a
morte a participação em reuniões maçônicas, retardando assim o
desenvolvimento da Instituição. Depois, sem dúvida, os reis da Suécia se
distinguiram em proteger a Ordem, sendo atualmente uma de suas
características que os monarcas daquele pais unem a essa qualidade de Grão
Mestres. Uma Grande Loja se constituiu em 1761, reorganizando-se em 1780
com um rito especial de 12 graus, que rege na atualidade.

Na Polônia, introduzida em 1739, foi proibida pouco depois e tardou em


propagar-se até o ultimo quarto do século. As Lojas reconheciam em primeiro a
autoridade do Grande Oriente da Franca, e em 1785 se fundou em Varsóvia
um Grande Oriente nacional, que chegou a ter em poucos anos mais de 70
oficinas.
Falam que a Maçonaria foi introduzida na Rússia por Pedro o Grande, iniciado
numa Loja de Londres. De todos os modos é certo que, em 1731, o capitão
Juan Phillips foi nomeado Grão Mestre Provincial da Rússia pela Grande Loja
da Inglaterra, ao qual sucedeu em 1740 Jaime Keith, que então servia no
exercito russo. Vários aristocratas russos, comerciantes e marinheiros se
fizeram então maçons.
Mais tarde a idéia maçônica recebeu um notável impulso pelo celebre gravador
Lorenzo Natter, que em Florença conheceu o Lorde Sackville. Nesta época de
florescimento, a Maçonaria russa foi muito influenciada pelos sistemas e ritos
alemães, e duas figuras dominantes foram nela, o professor Eugênio Schwarz
e o escritor Nicolas Novikov.
Característica da Maçonaria Russa foi o desenvolvimento de benéficas
atividades em favor das massas populares, combatendo o analfabetismo e a
falta de cultura, mediante a impressão e difusão de muitas obras de autores
estrangeiros, fundação de escolas, hospitais e outras instituições, e iniciativa
de beneficência.
A segunda metade do século dominavam dois sistemas rivais, o inglês e o
sueco, cuja a união se logrou em 1776. A Maçonaria, num princípio protegida
por Catarina II, foi depois repudiada por essa Imperatriz, e sua atividade se
restringiu notavelmente a fins do século, sendo depois proibida por completo
durante o reinado de Pablo I.
Desde de então a vida da Maçonaria na Rússia foi muito precária e ocasional:
teve a efêmera esperança de poder ressurgir sob o regime de Kerensky, porem
encontrou no Bolchevismo um inimigo ainda mais implacável que a monarquia
derrotada, motivando-se esta última perseguição pelo fato de tratar-se de uma
instituição tipicamente burguesa.
Também se estendeu a Maçonaria inglesa, em seu primeiro século de vida, em
Constantinopla, Egito, Pérsia e Índia, até chegar a África do Sul. Em Calcutá a
primeira Loja foi fundada em 1728 por sir Jorge Pombret, e a esta seguiram

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depois muitas outras nas principais cidades daquele pais. Cerca da metade do
século XVIII havia Lojas em todas as partes do mundo.

NA AMÉRICA

Na América a primeira Loja parece ter sido fundada em Louisburg (Canadá) em


1721. Quando em 1730 Daniel Coxe era Grão Mestre Provincial em New
Jersey das colônias inglesas da América, se estabeleceram várias Lojas e a
imprensa deu conta do acontecimento.
Benjamin Franklin fez em 1734 a primeira edição americana do Livro das
Constituições de Anderson, e no mesmo ano foi eleito Grão Mestre. A
atividade maçônica se expandiu assim rapidamente.
A divisão inglesa entre Antigo e Moderno Maçons, não deixou de refletir-se
em
suas colônias, particularmente na América, onde assumiu um caráter especial
pelos acontecimentos políticos que culminaram na Guerra da Independência,
contando-se entre os modernos especialmente os funcionários,
conservadores e partidários do governo inglês, e entre os antigos, os
impulsores da Independência.
Apesar de que os trabalhos das Lojas não tiveram um caráter verdadeiramente
político (os Templos sempre foram lugares de reunião onde os mesmos
adversários se acolhiam fraternalmente), nas Lojas dos "antigos" foi concebida
e se concretizou a idéia da União Americana. A maioria dos que levaram a
cabo a independência desse país foram maçons, como o demonstra o fato de
que 53 dos 56 que entregaram a declaração de Independência ostentaram tal
título.

Washington foi iniciado em 1752, e durante toda sua existência tomou parte
muita ativa na vida maçônica: todos os atos de sua vida pública levam
impressos os imortais princípios da Instituição. Quando foi eleito Primeiro
Presidente dos Estados Unidos, prestou seu juramento sobre a Bíblia da St.
John.s-Lodge, e em 1793, quando se colocou a primeira pedra do Capitólio,
apareceu com as insígnias de Venerável honorário de sua Loja.
A atividade maçônica não sofreu nenhuma interrupção durante a campanha da
Independência, senão que constituíram nos partidos muitas Lojas regimentais
que contribuíram notavelmente a manter a união e o espírito de solidariedade
entre seus membros, fazendo mais íntimos os laços da disciplina exterior.
Também entre os adversários de ambos campos, o reconhecimento da
recíproca investidura maçônica deu lugar a muitos atos de generosidade e,
assim como em outros países tal circunstância punha em perigo vida e
liberdade, aqui não, poucos deveram uma ou outra coisa ao fato de serem
maçons.
Estes fatos, à parte que teve a Ordem no movimento de independência,
explicam a extraordinária difusão que teve depois a Maçonaria nesse pais, no
qual se contam atualmente 82 por 100 dos maçons do mundo inteiro.

A MAÇONARIA NA PRIMEIRA METADE DO


SÉCULO XIX

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A princípios do século XIX se observa em qualquer lugar um novo florescer do


Ideal Maçônico. Enquanto nos Estados Unidos se constitui definitivamente o
Rito Escocês em 33 graus (1801), que tão boa acolhida devia ter depois em
todo o mundo (apesar de estar hoje demonstrado que o rei Frederico da
Prússia, ao qual se atribui sua fundação, na data de 1786, pouco antes de seu
descenso, nada teve a ver no assunto), na Inglaterra as duas Grandes Lojas
rivais se fundem em 1813, na Grande Loja Unida que desde de então seguiu
sem interrupção a frente dos maçons da Grã Bretanha.
Na Franca, ressuscita com o advento napoleônico, em que dominada pela
vontade então imperante, que lhe impuseram seus Grãos Mestres, aspirando
fazer da mesma um instrumento do governo. Por esta razão, em que se
encheram de funcionários, nem todos os antigos maçons voltaram a renovar
seus trabalhos. E ao estender-se a dominação francesa lhe deu curto
parênteses de liberdade nos países onde estava então perseguida: em
Espanha, Portugal, Áustria e Itália.
Durante as diferentes guerras que tiveram lugar nesse agitado período da
história européia, foram muitos os episódios nos quais se revelou a influência
benéfica da Maçonaria, eliminando os ressentimentos e ódios nacionais, e
estabelecendo por cima destes os fundamentos de uma Fraternidade Universal
e de uma comum compenetração que talvez seja a única base de uma paz
duradoura entre as nações.
Muitos são os rasgos de heroísmo com os quais os maçons, sobre os campos
de batalha, conseguiram com o perigo da sua, salvar a vida e dar liberdade a
inimigos, que se revelaram como irmãos. E isto se verificava igualmente nos
dois campos contundentes, sem exceção.
Este sentimento de Humanidade, bem pode constituir-se uma acusação pelos
que estão cegados pela visão estreita de um nacionalismo mal entendido,
constitui uma das melhores demonstrações da influência, sempre benéfica
da Instituição: não fazem, por certo, o mesmo os que comungam uma mesma
religião, quando se encontram e se reconhecem como tais no campo de
batalha.

NOVAS PERSEGUIÇÕES

Com a queda de Napoleão, empenharam novamente na Espanha e Portugal as


mais cruéis perseguições contra os Maçons, onde a Sociedade teve que viver
uma vida secreta e extremamente agitada. Se bem que desde 1868, com o
duque Amadeo de Saboya e com a Republica proclamada depois, pode na
Espanha desenvolver-se livremente por alguns meses, as perseguições e
hostilidades se renovaram logo, em que pese não numa forma tão bárbara e
violenta como as anteriores. O mesmo sucedeu em Portugal, onde o Grande
Oriente Lusitano, constituído desde 1805, não pode trabalhar livremente até
1862.
O anti-maçonismo se estendeu nesta época em toda Europa: na mesma
Inglaterra, o ministro Liverpool pediu em 1814, sem conseguir, sua supressão.
Esta se fez efetiva na Áustria até 1768, assim como na Rússia praticamente
seguiu sendo por mais de um século (apesar de várias tentativas esporádicas e

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das 30 Lojas, aproximadamente, que puderam existir durante a guerra),depois


de um curto período de florescimento, entre 1803 e 1822.
Os papas Pio VII, Leão XII, Pio VIII e Pio IX, continuaram confirmando os
anátemas de seus predecessores, e numa forma mais violenta o fez em 1884
Leão XIII, definindo-a, em sua encíclica Humanum genus, como opus
diabuli. As palavras do chefe da Igreja tiveram, como é natural, larga
ressonância no clero romano, que iniciou, de todas as maneiras possíveis, uma
vasta campanha contra a Maçonaria, a qual unicamente se deve (apesar do
caráter eclético da Instituição, que nunca pode ser antireligiosa) a um caráter
decididamente anticlerical.
Todas estas acusações mostram uma falta de conhecimentos da verdadeira
natureza e intentos de nossa Augusta Sociedade, apesar de que seus
princípios foram várias vezes declarados publicamente, em obras das quais
não há dúvida se encontram exemplares na mesma Biblioteca Vaticana. É
suficiente dizer que o papa Leão XIII atribui a Sociedade comprometer seus
membros, obrigando-os a uma obediência absoluta, para estar seguros de que
aqui não pode referir-se à Maçonaria conhecida pelos maçons, senão mais
bem a Companhia de Jesus, cuja a imitação nossa Instituição não foi por certo
forjada.
O efeito não deixou de fazer sentir nos países católicos: na Bélgica se declarou
uma perseguição aberta aos maçons, alem de serem excomungados, foram
danados material e moralmente. Na França se formaram bandos de fanáticos
que iam recorrendo a diferentes populações, com o objetivo de renegarem os
maçons, porém não conseguiram o êxito pretendido. E quando em 1861, numa
circular relativa as sociedades, o ministro Pessigny, se atreve a por no mesmo
nível a Maçonaria com as sociedades católicas, eminentes arcebispos
levantaram sua voz contra essa tolerância que consideravam como
monstruosa impiedade, sem obter mais sinal de êxito.
Unicamente durante o reinado de Luís Felipe, até 1848, a Maçonaria teve na
França um período de relativa decadência.

OS "CARBONÁRIOS"

Em vários Estados da Itália, a Maçonaria continuou sendo perseguida nesta


época, que preparou a unidade e independência do país: desta os maçons se
fizeram especialmente campeões, e é muito provável que foram alguns deles
que fundaram a sociedade secreta dos carbonari (carbonários), de caráter
exclusivamente político, que foi então erroneamente confundida com a Ordem.
Nasceram os carbonários no sul da Itália, propondo-se a liberação e
independência da península do jugo estrangeiro, adaptando uma linguagem
simbólica no qual suas oficinas se chamavam cabanas, suas reuniões
vendas, seus agregados bons primos, sendo o dever destes a caça dos
lobos do bosque, ou seja a luta contra a tirania.
Em seu apogeu, na segunda metade do século passado, a sociedade chegou a
ter na Itália quase um milhão de aderentes.
Os mesmos carbonários faziam, sem dúvida, remontar as origens de sua
sociedade para o ano 1000 aproximadamente, surgindo então com finalidades
de ajuda recíproca, no meio da geral preocupação do fim do mundo, na parte
mais setentrional da Itália (cerca dos Alpes orientais). Outra sociedade política,

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de inspiração maçônica a Giovana Itália (Jovem Itália) fundada por José


Mazzini, o imortal autor daquele livrinho que se chama "Os deveres do
homem", cujo o ideal estava compreendido no trinômio Dios-Patria-
Humanidade, e que foi o principal preparador moral da independência
daquele
pais.

EXTENSÃO DA MAÇONARIA NO NOVO


CONTINENTE

Tampouco os Estados Unidos ficaram isentos da onda anti-maçônica que


cercara a Europa sobre nossa Instituição, com muito efeitos diferentes. Foi
causa deste, o assunto Morgan, originado pelo fato de que, em 1826, alguns
maçons imprudentes cometeram o erro de raptar, com o único fim de dissuadir-
lhe de seu intento, a um certo William Morgan, canteiro de ofício, que queria
publicar um livro sobre a Maçonaria, com todos os detalhes dos rituais,
símbolos e sinais de reconhecimento. Seu raptores foram condenados e
Morgan reaparece alguns anos depois, se celebraram em todas as partes
comícios de protestos, culpando os irmãos de assassinato. Se publicaram
muitos periódicos anti-maçônicos e os maçons foram boicotados nos empregos
públicos e privados. Por esta razão muitas Lojas cessaram voluntariamente
seus trabalhos.
Porém a opinião pública não tardou em dar-se conta do erro, e quando o
presidente Andrew Jackson defendeu abertamente a Ordem Maçônica
proclamando-a como uma Instituição que tem por objetivo o bem da
humanidade, se realizou novamente seu prestigio, e desde 1838 seu
progresso e extensão seguiram ganhando continuidade.
No primeiro quarto do século XIX a Maçonaria se estendeu igualmente em toda
a América Latina, onde empenhou em fincar suas raízes desde do século
precedente, porém sem alcançar a extensão lograda nos Estados da União
Norte Americana. Assim a encontramos estabelecida em 1815 em São Tomas,
em 1819 em Honduras, em 1821 em Cuba, em 1822 no Brasil (onde neste fato
foi recebido maçom o imperador dão Pedro I, depois nomeado Grão Mestre),
em 1823 em Haiti, em 1824 em Colômbia e em 1825 no México. É digna de
notar especialmente a fundação, em 1814, em Buenos Aires, por iniciativa de
São Martin e outros maçons, da Loja "Lautaro", cujos os membros se fizeram
promotores do movimento libertador que conduziu a independência dos
diferentes estados da América do Sul. Nos anos sucessivos foi estabelecendo-
se também na Austrália, remontando-se ao século anterior sua introdução nas
ilhas de Java e Sumatra.

A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX

Apesar das excomunhões da Igreja e da intensa campanha clerical contra ela,


a Maçonaria seguiu estendendo-se na segunda metade do século, progredindo
em quase todos os países. Na Itália tomou nova força quando, depois da
"Expedição dos Mil", Garibaldi foi eleito Grão Mestre ad vitam. O mesmo
escreveu, em 1867, que os maçons eram a "parte escolhida do povo italiano".

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Dois anos depois da tomada de Roma, em ocasião da morte de Mazzini,


apareceram pela primeira vez, em 1872, os estandartes maçônicos pelos quais
da Cidade Eterna.
Na França, depois de ter, nos estatutos de 1849, proclamado obrigatória "a
crença em Deus e na imortalidade da alma", mais tarde (depois da terceira
República, na qual a Maçonaria levou a cabo uma atividade realçadamente
política, fazendo um alto labor patriótico) em 1877, foi revisado este artigo,
suprimindo-se esta cláusula, e com a mesma também suprimindo-se a
invocação A∴L∴O∴G∴D∴G∴A∴D∴U∴.
Este acontecimento atraiu sobre o Grande Oriente da França a estigmatização
das Potências Maçônicas anglo-saxônicas, encabeçadas pela Grande Loja
Unida da Inglaterra, que considerando minadas com esta supressão as
mesmas bases da Instituição, recusaram reconhecê-lo. Três anos depois se
verificou uma cisão entre as Lojas dependentes do Supremo Conselho,
constituindo-se estas em "Grande Loja Simbólica Escocesa": mais tarde o
Supremo Conselho achou oportuno conceder a autonomia a todas as Lojas nos
três graus simbólicos, terminando-se em 1897 a cisão com a constituição de
uma "Grande Loja da França".
Enquanto na Áustria estava proibida toda atividade maçônica, na Hungria
puderam constituir-se várias Lojas, que se reuniram em 1870 na Grande Loja,
enquanto paralelamente se desenvolvia a atividade de um Supremo Conselho
para administração dos graus superiores. Todos os Supremos Conselhos do
Rito Escocês se reuniram num Convento em Lausana, em 1875, com o
objetivo de proceder a unificação universal do Rito, adaptando-se às Grandes
Constituições que atualmente o regem. Depois desta data os Supremos
Conselhos seguiram reunindo-se em cada qüinqüênio.
Sem dúvida, na mesma Suíça este Rito não pode estender-se, reconhecendo a
Grande Loja Alpina, constituída em 1844, unicamente aos três graus
simbólicos.
Na Alemanha um dos acontecimentos mais salientes da Maçonaria, que não
cessou de progredir durante todo o século, foi a admissão dos judeus, que
estavam antes excluídos naquele pais pelas Grandes Lojas locais. Tampouco
nesse pais deixou de exercer-se a campanha anti-maçonica, porém em troca,
seguiu vendo-se honrada a Ordem pelo favor de príncipes e imperadores que
alcançaram a dignidade de Grão Mestres.
Não pode omitir-se nesta simples exposição da vida maçônica no século
passado uma breve informação da campanha difamatória de Leo Taxil, da qual
muito se aproveitaram os adversários de nossa Instituição, e cujo epílogo
pretende demonstrar com toda clareza quão fundamentadas são as acusações
que se fazem à Ordem.
Foi este o pseudônimo de um tal Gabriel Pages que, depois de ter sido
educado por Jesuítas numa casa de correção, se fez anti-clerical e por breve
tempo foi maçom, ficando unicamente no primeiro grau e não visitando sua
Loja mais que três vezes.
Publicou, a partir de 1885, uma série de obras anti-maçônicas, que causaram
grande impressão e nas quais (como confessou mais tarde) se propôs
unicamente explorar a credulidade alheia.
Nessas obras, quase de todo fantástica, disse que os maçons se dedicam ao
culto do diabo, e muitos outros absurdos pelo estilo. Vários eclesiásticos
caíram na rede, que culminou em 1896 com um êxito sem precedentes no

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Congresso anti-maçônico de Trento, com mais de 700 delegados, no qual Leo


Taxil foi calorosamente aplaudido.
Porém, todos que creram tiveram uma merecida lição, quando no ano seguinte
declarou publicamente haver logrado com suas obras "a maior mistificação da
época moderna".
Sem dúvida os mistificados não se deram por vencidos, e seguiram e seguem
em sua campanha difamatória, da qual é certo que nossa Ordem, em que não
oponha mais que o silêncio, não pode deixar de sair definitivamente vencedora,
pela simples força da Verdade que proclama e é, assim como por seu labor
construtivo. Assim é como no mesmo campo dos adversários da Maçonaria se
observa já uma troca de tática, enquanto os mais inteligentes reconhecem que
a calúnia e a difamação não podem perdurar muito tempo.

A MAÇONARIA NO SÉCULO XX E NA
PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI
O PODER DA MAÇONARIA ANGLO-SAXÔNICA
Ao longo do Século XX, a Maçonaria se expandiu e se acha hoje espargida
sobre todo o globo, entre os povos de todas as raças. Sem dúvida, o povo
anglo-saxão, o iniciador da idéia em sua atuação moderna, tem uma
supremacia indiscutível de superioridade numérica e organizadora, pois em
comparação com os maçons anglo-saxões os demais constituem uma exígua
minoria. Inglaterra segue a frente do movimento como custódia e defensora da
antiga tradição, e sua Grande Loja Unida é a continuação direta da que se
constituiu em 1717. Formam parte da mesma membros da família real, da
nobreza e do clero e homens de todas as crenças e todas as profissões,
trabalhando em perfeita harmonia com a tolerância mais completa de suas
opiniões individuais. Se contam, dependendo da Grande Loja Unida, mais de
900 Lojas com quase um milhão de maçons, repartidos em 70 Grandes Lojas
Provinciais, entre as quais 26 se acham nas colônias. A Grande Loja sustenta
muitas instituições de beneficência.

Não cremos que se deva dar demasiada importância a sua temporária eclipse
quase completa na Europa, devido a instalação e o triunfo dos regimes
totalitários.
Cremos melhor que a Maçonaria ganhará deste parênteses de inatividade, e
que ressurgirá inteiramente renovada, e mais forte eficiente, para enfrentar-se
com a tarefa social que a incube.
Nos ESTADOS UNIDOS cada Estado tem sua Grande Loja tradicional e sua
Grande Loja .Prince Hall, destinada exclusivamente a negros, totalizando mais
de 17.000 Lojas e mais de três milhões de maçons. Se praticam todos os ritos,
com predominância do Rito Escocês de 33 graus, e há Lojas por onde quer. Os
Templos Maçônicos colossais, que se acham nas principais cidades, dão uma
idéia do predomínio e magnitude do movimento. Se dá nas Lojas americanas
uma importância fundamental a idéia da fraternidade de todos os homens,

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independentemente de suas respectivas crenças e opiniões, reunindo-se


volumosas somas para instituições culturais e de beneficência. No Canadá há
mais de 1000 Lojas repartidas em 9 grandes Lojas. Na Austrália as Lojas se
constituíram inicialmente a obediência das três Grandes Lojas da Inglaterra,
Escócia e Irlanda, formando depois sete Grandes Lojas independentes com
várias centenas de Lojas.

A MAÇONARIA EUROPÉIA

Na FRANÇA segue atuando o Grande Oriente Francês (irregular) e a Grande


Loja Nacional da França (regular) em forma independente porem sem
hostilidade, com um total de mais de 600 Lojas e 100 capítulos. Alem disso há
um Supremo Conselho para a administração dos graus superiores dos
membros dependentes da Grande Loja, enquanto este tem como mesmo
objetivo um Grande Colégio dos Ritos.
Também na França se acha estabelecida a organização maçônica
internacional ou Co-maçonaria conhecida com o nome de "Direito Humano",
com centenas de oficinas espalhadas por todo o mundo, praticando o Rito
Escocês em 33 graus. Esta organização considerada irregular pelas demais
potências maçônicas, se caracteriza pela admissão da mulher em seus
trabalhos, em paridade com o homem. O movimento se originou em 1882, com
a iniciação de Maria Deraismes feita pela Loja Os Livres Pensadores na
Província de Paris, a qual 11 anos mais tarde se fez promotora da nova
organização.
Atualmente o movimento está estritamente ligado com a Sociedade Teosófica.
Outras Lojas adaptaram os mesmos princípios do Grande Oriente Francês,
admitindo a mulher em seus trabalhos, e uma Grande Loja Mista se separou
em 1914 da Co-maçonaria. Ao ser conquistada na Segunda Guerra Mundial
pela Alemanha, em 1940 a Ordem foi suprimida, sendo restaurada ao fim do
conflito, posteriormente restaurada com toda força e vigor: a Grande Loja
Nacional Francesa possui 1.237 lojas e 30.907 membros.
Na ESPANHA havia, antes da guerra recente a instauração do regime
Franquista, mais de cem Lojas organizadas em Grandes Lojas regionais,
dependendo de um só Grande Oriente e outras tantas no Grande Oriente
Lusitano, com tendência decididamente democrática, sendo todas estas Lojas
outros tantos centros de educação liberal, como natural reação a opressão
secular da Igreja. As de Espanha favoreceram abertamente a efêmera
república socialista, contra os "rebeldes" quem de antemão decretaram a
supressão da Ordem. Em PORTUGAL, a ditadura só terminou em 1973 e na
Espanha, em 1976. Lentamente, a Maçonaria vai se reativando nesses países:
em 2003, a Maçonaria espanhola contava 127 lojas e 2000 membros e em
Portugal funcionam 48 lojas.
Na ITÁLIA havia, em 1922, mais de 500 Lojas sob a dependência do Grande
Oriente, constituído a imitação da organização francesa, e um número menor a
obediência da Sereníssima Grande Loja Nacional, dependendo de um
Supremo Conselho em antagonismo com o Grande Oriente. Ao fim desse ano
se originou um movimento entre as Lojas desta última obediência, chegando a
maioria destas a unir-se com o Grande Oriente. Sem dúvida, seguiram
subsistindo os dois corpos antagonistas, até que, ao cabo de dois anos, se

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desencadeou a ofensiva do fascismo contra a Maçonaria, cuja a supressão


decretara Mussolini, apesar de haver em geral a Maçonaria favorecido o
movimento fascista, e de haver uma maioria de maçons até entre os membros
do Grande Conselho do partido. Com isso, o Grande Oriente da Itália passou a
funcionar no exílio, em Londres. Após a libertação da Itália, a Maçonaria foi
restaurada e hoje funciona com 566 lojas.
Na SUIÇA a Grande Loja Alpina constitui uma aliança de Lojas simbólicas
autônomas, cuja atividade se desenvolve principalmente no campo prático
favorecendo as instituições nacionais e ocupando-se dos grandes problemas
internacionais. Um plebiscito de inspiração nazista, que queria acabar com a
Ordem na República Helvética, foi decidido, pouco antes da última guerra, em
favor da mesma. Terminada a Segunda Guerra Mundial, a Maçonaria voltou a
funcionar, chegando a ter 78 lojas e 3842 membros em 2003.
Na BÉLGICA havia 24 Lojas sob a dependência de um Grande Oriente e um
Supremo Conselho para os graus superiores, seguindo um caminho análogo
da Maçonaria Francesa. O Grande Oriente da Holanda tinha em suas
dependências mais de 100 Lojas muitas delas nas colônias; a Maçonaria
holandesa se aproxima da inglesa por seus princípios e fidelidade ao ritual,
perseguindo o ideal da fraternidade e da paz universal. Em 2003, a Maçonaria
belga já contava já contava com 41 lojas reunidas em torno da Grande Loja
Regular da Bélgica.
A Maçonaria na ALEMANHA compreendia, antes do triunfo "nazista", 9
Grandes Lojas reunidas em federação (Grosslogenbund) com várias
centenas de Lojas e dezenas de milhares de maçons. Se caracterizam por sua
variedade e pela importância dada ao lado especulativo, filosófico e educativo,
da Instituição. Havia muitas Lojas decididamente cristãs, considerando "a mais
alta manifestação divina na vida e nos ensinamentos do Mestre de Nazareth"; e
alem disso um Grande Loja chamada Ordem Maçônica do Sol Nascente, com
sede em Hamburgo, considerada pelas as demais como irregular. Passado o
pesadelo nazista, a Ordem se reativou e, em 2003, a Grande Loja Unida da
Alemanha possuía 14000 membros, em 490 lojas.
Depois de mais de um século de proibição, pode a Maçonaria reativar na
ÁUSTRIA seus trabalhos, constituindo-se em 1918 a Grande Loja de Viena que
funcionou regulamente até anexação da Áustria feita pela Alemanha. Em 2003,
a Grande Loja da Áustria possuía 153 lojas e 4804 membros.
Outra Grande Loja se constituiu em 1920 na Tchecoslováquia, enquanto na
Hungria a Grande Loja que pode antes desenvolver-se livremente, chegando
em 1919 a ter 93 oficinas, foi suprimida definitivamente em 1920, sendo seu
edifício ocupado pela força pública. O país atravessou o século sob domínio de
regimes ditatoriais e somente a partir da década de 1990 e dividiu-se em dois.
Em 2003, a Grande Loja da República Checa possuía 8 lojas e 235 membros.
Nos países escandinavos domina o Rito Sueco em 12 graus de inspiração
mística cristã, adaptado também pela Grande Loja Nacional da Alemanha. Se
admitem, por conseqüência, unicamente os cristãos e o Grão Mestre é o
príncipe reinante com o titulo de Vicarius Salomonis (nome do ultimo
grau).Esta concretização da Maçonaria, é eminentemente aristocrática e
contava recentemente com cerca de 78 Lojas na Suécia, 55 na Noruega e 12
na Dinamarca.
Na Rússia a Maçonaria existiu secretamente a princípios do século XX. Tendo
sido descoberta pela polícia, teve que suspender seus trabalhos; depois de

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uma curta revivescência durante a guerra, no que chegou a ter em 1947 cerca
de 30 Lojas, foi novamente suprimida com o triunfo e a instalação sangrenta do
regime bolchevique, como "o engano mais contrário e infame que faz ao
proletário um burguesia inclinada para o radicalismo". Após mais de 70 anos de
comunismo, a Maçonaria russa pôde sair da clandestinidade e em 2003, a
Grande Loja da Rússia possuía 21 lojas em funcionamento.
Na Romênia existia também uma dezena de Lojas fundadas pelo Grande
Oriente da França e reunidas na Grande Loja independente e com a queda do
regime comunista, a maçonaria se reativou, chegando a 94 lojas e 2100
membros no ano de 2003.

Em Belgrado existiam, a princípios do século, várias Lojas de diferentes


sistemas que em 1912 se submeteram a um Supremo Conselho. Em 1919 se
constituiu a Grande Loja de Sérvios, Croatas e Eslovenos Iugoslavos a
semelhança da Suíça. A Maçonaria servia foi injustamente acusada de tomar
parte no atentado de Sarajevo, que originou a guerra européia. A Grande Loja
Regular da IUGOSLÁVIA possuía em 2003, 296 membros e 9 lojas.
Na Grécia havia antes de sua ocupação pela Alemanha e Itália um Grande
Oriente com cerca de 20 Oficinas e na Bulgária uma Grande Loja, nascida em
Sofia de uma Loja regularmente instalada pela Grande Loja da França antes da
primeira guerra européia, e hoje funciona regularmente através da Grande Loja
da Grécia, instalada em Atenas.
Em Constantinopla havia, antes do advento da nova política nacionalista, vários
grupos de Lojas de diferentes nacionalidades, além do Grande Oriente da
Turquia que se constituiu depois da guerra européia, cessando recentemente
sua atividade, de uma maneira aparentemente "espontânea", para comprazer
ao regime imperante. Hoje, a Grande Loja da TURQUIA funciona com 174 lojas
e 12.140 membros.

ÁSIA, ÁFRICA E OCEANIA

Na Síria a Maçonaria é muito próspera, contribuindo notavelmente à


fraternidade e ao bom entendimento entre os homens de diferentes raças e
crenças.
Entre os diferentes povos da Ásia, a Maçonaria se acha muito difundida
especialmente na ÍNDIA, onde as Lojas foram implantadas pelas três Grandes
Lojas da Inglaterra, Escócia e Irlanda. Nos templos maçônicos se igualam
admiravelmente as diferenças de raças, casta e religião, e a Instituição realiza
nesse pais um labor verdadeiramente benéfico.
Também há lojas maçônicas funcionando regularmente em países
muçulmanos como a ARÁBIA SAUDITA e Emirados Árabes Unidos.
A Maçonaria inglesa foi introduzida igualmente na CHINA (hoje tem 13 lojas e
133 membros) e, em 1888, no JAPÃO (18 lojas, 2046 membros).
No EGITO há uma Grande Loja Nacional e mais de 50 oficinas. Outra Grande
Loja existe na República da Libéria, desde de 1850. Noutras partes da África
há lojas dependentes das organizações maçônicas estabelecidas na Inglaterra,
França e Holanda.
Na AUSTRÁLIA, a Grande Loja Unida de Nova Gales do Sul reúne 25000
membros em 433 lojas e foi fundada em 1888.

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NA AMERICA LATINA

No MÉXICO a Maçonaria se acha atualmente num período de reorganização:


há em todo pais vários centenas de Lojas sob a obediência de diferentes
Grandes Lojas, entre as quais as principais são a Grande Loja Vale do México
e a Grande Loja Unida Veracruz. Há um supremo Conselho que trabalha em
harmonia com a Grande Loja Vale do México e outras Grandes Lojas que
competem com esta na mesma jurisdição do Distrito Federal.
Recentemente muitas lojas e outras que anteriormente se separaram, foram
regularizadas no Vale do México.
Além desse Supremo Conselho reconhecido, há no pais outros três, de cada
um dos quais depende certo número de corpos filosóficos: o do Norte
(Monterrey), o do Sul (Yucatan) e um Supremo Conselho Nacional na capital.
Deve também sinalar-se o Rito Nacional Mexicano em nove graus, que suprime
a formula A∴G∴D∴G∴A∴D∴U∴ substituindo com outra (Ao triunfo da
Verdade e Progresso do Gênero Humano), assim como o uso da Bíblia. Admite
a mulher e há apartado outras inovações, nem todas igualmente felizes no
ritual.
Se pratica o princípio da "autonomia das lojas" e há muitas Lojas
independentes que trabalham amistosamente e admitem visitantes de qualquer
obediência. O rito dominante é o escocês. Os trabalhos se dirigem para a
solução dos grandes problemas sociais e o melhoramento das condições da
vida do povo.
Se atribui injustamente a maçonaria mexicana de haver determinado a luta
religiosa no pais; a maioria dos maçons se mantiveram neutros nessa luta, que
deve considerar-se como reação natural ao domínio da Inglesa nos séculos
passados.
O desejo de unificar a Ordem, sentido por muitos irmãos de diferentes
obediências, e que pudera realizar-se por meio de um Grande Oriente, como
órgão central coordenador, não pode, todavia, levar-se ao fim por falta de uma
adequada cooperação.
Em CUBA há uma Grande Loja e um Supremo Conselho fundados em 1859
com um número aproximado de 200 oficinas e, em 2003, a maçonaria cubana
contava 314 lojas e 28.756 membros. Em PORTO RICO há igualmente uma
Grande Loja com 70 Lojas e 2694 membros; no HAITI um Grande Oriente
fundado em 1824, possua em 2003 6.000 membros em 40 lojas e um número
quase igual de capítulos e areópagos, em São Domingo um Supremo
Conselho, fundado em 1861, com uma dezena de Lojas.
Um Supremo Conselho da América Central foi fundada também em São José
de Costa Rica em 1870: em 1899 se constituiu uma Grande Loja que conta
com uma dezena de oficinas, contando com 9 lojas e 240 membros em 2003.
Igual número contam a Grande Loja de PANAMÁ e a de SALVADOR. Também
em GUATEMALA há uma dezenas de Lojas sob a jurisdição de uma Grande
Loja que substituiu a Grande Oriente de Guatemala, fundado em 1887.
Na COLÔMBIA existe um Supremo Conselho desde 1827, há alem dessa,
recentemente não menos de três Grandes Lojas antagônicas, mas muito
atuantes.
Em 2003 havia, na BOLÍVIA, 59 lojas e 2560 membros; na VENEZUELA, eram

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125 lojas e 3650 membros, organizadas, respectivamente, por um Supremo


Conselho fundado em 1833, e um Grande Oriente fundado em 1865 e de duas
Grandes Lojas mais recentes.
Em 2003, o PERU possuía 172 lojas e 7250 membros. Assim como no CHILE
a Maçonaria se limita unicamente aos três graus simbólicos: há duas Grandes
Lojas (a primeira das quais se remonta ao ano 1831 e a segunda a Maio de
1862) que realizam um trabalho muito sério e ativo em beneficio de seus
respectivos países.
No URUGUAI, há um Supremo Conselho e uma Grande Loja, fundados em
1856, reunindo 72 lojas e na ARGENTINA a Ordem possui 89 lojas e 2109
irmãos.
Alem disso há aqui como em outras partes da América, várias Lojas a
obediência de Grandes Lojas e Grandes Orientes estrangeiros.

O DOMINIO MUNDIAL DA MAÇONARIA


Muito se escreveu e falou recentemente, através de inimigos de nossa
Instituição e de sua orientação libertadora das consciências, sobre o domínio
internacional que a Maçonaria exercia ou quis exercer, como fim principal de
sua organização. Se diz especialmente que, na organização maçônica, com
seus altos graus nos diferentes países, se encontra a obediência oculta da
chamada "internacional hebraica", que tem por fim derrubar todos os governos
e de maneira especial as monarquias, estabelecendo uma República Universal
com o domínio dos judeus sobre toda a terra.
Se citam a este propósito os "Protocolos dos Sábios de Sion", nos quais
particularmente se afirma esta oculta conexão entre a Maçonaria e o judaísmo,
e que encontraram um eco em vários ambientes nacionalistas, especialmente
na França e Alemanha, aproveitando vivamente a ocasião os anti-maçons para
lançar novos dardos contra a Instituição. Alguns deles, como Ludendorff,
chegaram as afirmações mais ridículas, como por exemplo a da equivalência
do avental maçônico com a circuncisão judaica.
No mesmo campo de nossos adversários, se levantaram vocês para
declararem lealmente o absurdo dessas invenções e lendas que se apóiam na
ignorância do que é realmente nossa Instituição. No mesmo Congresso
antimaçônico de Trento, foram pronunciadas as palavras "Falsa é a idéia de
um direção central de todas as Lojas do mundo: falsa é a idéia de chefes
desconhecidos e falsa também é a dos segredos não esclarecidos todavia...".
Enquanto aos judeus é suficiente dizer que constituem uma exígua minoria na
Instituição, e que foram e seguem sendo excluídos em vários ritos, como por
exemplo o Sueco, e estão por conseguinte muito longe de poder exercer uma
decidida influência. A Bíblia obrigatória em quase todos os países e aberta no
Evangelho de São João, prova a evidência do caráter mais cristão que judaico
da Maçonaria Moderna, assim como prova certo grau superior.
E no que se refere à unidade de mando necessária para este domínio, pode
assegurar-se que não existe: as diferentes organizações maçônicas nacionais
se limitam unicamente a reconhecer-se mutuamente sobre a base dos
princípios comuns a seus trabalhos e atividade, e este recíproco
reconhecimento está muito longe de ser universal.
Também a Associação Maçônica Internacional de Genebra, não tem maior
autoridade que a Sociedade das Nações tinha sobre seus componentes, e

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200

tampouco logrou em reunir efetivamente a todos os Grandes Corpos que


representam oficialmente a Ordem.
Alem disso, este suspeito mando ou domínio, estas ordens que os maçons
receberam ocultamente e obedeceram cegamente, são fatos contrários a
essência e aos princípios da Sociedade, que quer libertar os homens e não
fazer deles outros tantos escravos. Liberta-los especialmente dos erros, do
vícios e dos prejuízos, encaminhando-os para a senda da Verdade e da
Virtude.
O único e verdadeiro "laço universal entre os maçons está constituído pelos
Princípios que os unem, na medida que cada maçom individualmente os
reconhece e põe em prática, e o único "domínio" que a Maçonaria aspira, é a
da Verdade, fazendo obra de Fraternidade, de Paz e Cooperação, entre os
homens e os povos.

A MAÇONARIA NO BRASIL
CONTEXTO HISTÓRICO E POLÍTICO DE SUA
INTRODUÇÃO NO BRASIL
Com a Fundação da Grande Loja de Londres em 24.06.1717, houve grande
propagação dos ideais maçônicos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade,
sendo a maçonaria responsável pelos movimentos libertários que derrubaram o
sistema colonial por todo o continente americano, iniciado a partir de
04.07.1776 com a Declaração de Independência dos Estados Unidos da
América, sendo também responsável pelo fim do absolutismo na Europa, a
partir da Revolução Francesa em 14.07.1789.
Nesse período, despertava a consciência nacional brasileira e o seu
crescente desejo de independência, avolumados depois das derrotas que
desde o começo do século XVIII vinham os brasileiros infligindo aos seus
colonizadores estrangeiros, mormente os holandeses e quase sem a
ajuda de seus colonizadores lusos. Para agravar, estes se mostravam
implacáveis e cruéis em estrangular qualquer sentimento nativista de
emancipação política do jugo estrangeiro.

PERÍODO COLONIAL (1768 a 1822)

Por este motivo, permanecem algo nebulosas as informações sobre os


primórdios da Maçonaria no Brasil, mas é mas é certo que sua introdução
neste país ocorreu no século dezoito: segundo insuspeitos historiadores, os
primeiros maçons brasileiros foram iniciados em Portugal, a partir de 1768,
quando estudavam na Universidade de Coimbra, os quais, retornando ao
Brasil, disseminaram os ideais maçônicos. Muitos desses se tornaram ilustres,
como José Bonifácio, Tomás Antônio Gonzaga e Visconde de Cairu. Esses
maçons retornaram de Portugal impregnados pelos ideais de liberdade e, em
suas cidades fundaram lojas maçônicas disfarçadas como sociedades e
academias literárias (para evitarem perseguições) e iniciaram novos membros

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201

por comunicação (prática usual até 1907), o que resultou em inúmeros


movimentos de luta pela independência.
Para exemplificar, podemos citar José Álvares Maciel que, em 1787 foi o
iniciador do Alferes Joaquim José da Silva Xavier (o Tiradentes) no Rio de
Janeiro. Este, por sua vez, fundou uma loja maçônica no Tijuco (hoje
Diamantina), em Minas Gerais no ano seguinte, onde ele próprio iniciou muitos
dos participantes da Inconfidência Mineira, delatada em março de 1789.
Contudo, tais lojas eram independentes e não faziam parte de qualquer
Potência maçônica, de modo que somente na virada do século foram dados
passos decisivos para implantação efetiva da maçonaria no país, com a
inauguração de várias oficinas: no nordeste, através do Grande Oriente da
França, com o Rito Moderno ou Francês que, em 1801 fundou em Recife-PE
as Lojas Guatimozim, Firme União, União Campista e Filantropia e Moral e em
Salvador-BA a Loja Virtude e Razão, que todavia teve curta duração, devido a
perseguições do governo português.
Alguns membros remanescentes da Loja Virtude e Razão fundaram em 30 de
marco de 1807 a Loja Virtude e Razão Restaurada, que passou a denominar-
se Loja Humanidade, e a seguir surgiu a Loja União. Com essas Lojas se
fundou o primeiro Grande Oriente Brasileiro, com sede na Bahia, porém teve
vida efêmera, por ter desaparecido com suas lojas na voragem punitiva que
seguiu à fracassada Revolução Pernambucana de 1817.
No Rio de Janeiro, em 1804, com apoio do Grande Oriente de Portugal, foi
fundada a Loja denominada Reunião, funcionando no Rito Adonhiramita,
atraindo os maçons até então dispersos. Contudo, os membros da referida loja
se recusaram jurar obediência àquele potência, de modo que o delegado
enviado pelo Grande Oriente de Portugal, frustrado em seu intento, fundou no
Rio de Janeiro as Lojas Constância e Filantropia e Emancipação, filiadas ao
Grande Oriente de Portugal. Em 1808, com a chegada da corte portuguesa,
surgiu a Loja São João de Bragança, da qual fizeram parte muitos funcionários
do Paço. Seguiu-se a Loja Distintiva em 1812, a qual em seu selo tinha por
emblema um índio de olhos vendados e em cadeias, em postura de quem está
preste a libertar-se.
Em 1815 se fundou a Loja Comércio e Artes na Idade do Ouro, fechada em
1818 por força de decreto imperial que proibia o funcionamento de sociedades
secretas, sendo reerguida em 1821 com o nome reduzido para Comércio e
Artes. Essa loja chegou a contar 94 membros ativos em 1822 e cresceu tanto
que os irmãos resolveram fundar duas Lojas suplementares: a União e
Tranqüilidade e a Esperança de Niterói, com o objetivo de promover a
campanha da libertação política do Brasil e se congregaram para fundar o
Grande Oriente do Brasil em 17.06.1822, a primeira Obediência com jurisdição
nacional, tendo como seus primeiros mandatários José Bonifácio de Andrada e
Silva, ministro do Reino e de Estrangeiros e Joaquim Gonçalves Ledo, Primeiro
Vigilante. Essas três lojas funcionam até hoje e, por sua importância histórica,
são proibidas de abater colunas e se subordinam diretamente ao GOB,
conforme dispõe o artigo 8.º, §§ 1.º e 2.º da Constituição do GOB.

Em 02 de agosto de 1822, D. Pedro, o Príncipe Regente, foi iniciado na Loja


Comércio e Artes, recebendo o codinome Irmão Guatimozim, sendo exaltado
três dias depois e no dia 20 de agosto, o GOB redigiu a histórica

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202

correspondência ao Príncipe Regente, que resultou na Proclamação da


Independência, aos 7 de setembro de 1822.

PERÍODO MONÁRQUICO (1822 a 1889)

A 4 de outubro do mesmo ano, José Bonifácio foi substituído pelo


Imperador D. Pedro I. Este, diante da instabilidade dos primeiros dias de
nação independente e considerando a rivalidade política entre os grupos
de José Bonifácio e de Gonçalves Ledo, mandou suspender os trabalhos
do Grande Oriente, a 25 de outubro de 1822 e, a 20 de outubro de 1823,
baixou Carta de Lei tornando proibidas as sociedades secretas, sob pena
de morte ou exílio.
Somente em 1831, após a abdicação de D. Pedro I, ocorrida a 7 de abril
daquele ano, a maçonaria saiu da clandestinidade: em 24 de junho de
1831 foi fundado e instalado um novo Grande Oriente, com o nome de
Grande Oriente Brasileiro, e que viria a ficar conhecido sob o nome de
Grande Oriente do Passeio (nome da rua onde tinha sede). Porém, em
outubro daquele ano, um grupo de maçons remanescentes do primitivo
Grande Oriente reinstalou os quadros das três Lojas Metropolitanas
primitivas e escolheu o primeiro Grão-Mestre, José Bonifácio, para
reassumir o comando, sendo o Grande Oriente reinstalado em 23 de
novembro de 1831. Em conseqüência, durante 30 anos funcionaram no
Rio de Janeiro dois Grandes Orientes, até que em 1861 o Grande
Oriente do Passeio deixou de existir, sendo suas Lojas absorvidas pelo
Grande Oriente do Brasil.
Ainda nesse período, o GOB foi sacudido por inúmeras disputas internas
que resultaram em diversas cisões, motivadas quase sempre na disputa
pelo Grão Mestrado, o que fragmentou o GOB inúmeras potências
concorrentes, sendo esta questão resolvida somente em 1864, com a
reunificação do GOB, que se tornou novamente a única potência
maçônica em atividade no Brasil.
A partir de 1842 o GOB instalou sua sede no Palácio Maçônico situado
na Rua do Lavradio, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1978,
quando o GOB mudou-se seu Poder Central para a capital da República,
Brasília.
Apesar das disputas internas, a maçonaria brasileira teve grande
expansão ao longo do século XIX, fundando lojas em praticamente todas
as províncias do Brasil e se tornou um participante ativo em todas as
grandes conquistas sociais do povo brasileiro, fazendo com que sua
História se confunda com a própria História do Brasil Independente,
espargindo sua influência através de homens de alto espírito público,
colocados postos chaves da nação, principalmente em segmentos
formadores de opinião, como as Classes Liberais, o Jornalismo e as
Forças Armadas - o Exército, mais especificamente.
Como exemplo, basta citar que a maçonaria teve atuação marcante em
diversas campanhas sociais e cívicas da nação, tais como o movimento
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203

abolicionista (que teve dentre seus expoentes os irmãos Castro Alves,


Euzébio de Queiroz, que foi maçom graduado e membro do Supremo
Conselho da Grau 33 e o Visconde do Rio Branco, como chefe de
Gabinete Ministerial, foi Grão-Mestre do GOB) e a campanha republicana
(com atuação decisiva de inúmeros maçons, dentre os quais Prudente de
Moraes e o próprio Marechal Deodoro da Fonseca, que proclamou a
República e veio a ser Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil), além
de inúmeros outros maçons que tanto contribuíram para o progresso da
Pátria, como Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Joaquim
Ozório, Bento Gonçalves, Saldanha Marinho, Joaquim Nabuco e tantos
outros.

PERÍODO REPUBLICANO (de 1889 em diante)


Nos primeiros quarenta anos da República - período denominado "República
Velha" - foi notória a participação do Grande Oriente do Brasil na evolução
política nacional, através de vários presidentes maçons, além de Deodoro:
Marechal Floriano Peixoto Moraes, Manoel Ferraz de Campos Salles, Marechal
Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Wenceslau Brás e Washington Luís Pereira
de Souza.
Durante a 1ª Grande Guerra (1914 - 1918), o Grande Oriente do Brasil, a partir
de 1916, através de seu Grão-Mestre, Almirante Veríssimo José da Costa,
apoiava a entrada do Brasil no conflito, ao lado das nações amigas. E, mesmo
antes dessa entrada, que se deu em 1917, o Grande Oriente já enviava
contribuições financeiras à Maçonaria Francesa, destinadas ao socorro das
vítimas da guerra, como indica a correspondência, que, da França, era enviada
ao Grande Oriente do Brasil, na época.
Ainda nesse período, destaca-se a fundação do Grande Oriente de São
Paulo, federado ao GOB, ocorrida em 29 de junho de 1921, cujos
membros tiveram participação decisiva no movimento que resultou na
Revolução Constitucionalista deflagrada em 9 de julho de 1932.
Desde o Tratado de União, de 1864, o Grande Oriente do Brasil era uma
.Potência Mista, adotando o nome de .Supremo Conselho e Grande Oriente do
Brasil, de modo que o Grão-Mestre além de exercer a chefia da Maçonaria
Simbólica, assumia automaticamente a chefia dos .altos graus, como
.Soberano Grande Comendador. Do Supremo Conselho do Rito Escocês, de
modo que todas as dissidências havidas ao longo do século XIX, acabaram
sendo reabsorvidas ao longo do tempo, com a reincorporação das Lojas e
Obreiros à Obediência do Grande Oriente do Brasil.
Contudo, novos problemas surgiram em 1925: Mário Behring, que era Grão-
Mestre e Soberano Grande Comendador para o período 1922-1925 e, ao final
de seu mandato, renunciou ao Grão-Mestrado, mas declarou que se mantinha
como Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho, situação que
perdurou até a eleição de Octávio Kelly como Grão Mestre do GOB. Ciente de
que este não dividiria com ele o poder, promoveu uma reunião com apenas
treze dos trinta e três membros do Supremo Conselho e declarou-o rompido
com o Grande Oriente do Brasil em 17 de junho de 1927.

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204

Para dar suporte ao seu Supremo Conselho do Rito Escocês, Mário Behring
estimulou a criação de Grande Lojas estaduais . que já vinham sendo
montadas sigilosamente , outorgando-lhes Cartas Constitutivas emitidas pelo
seu Supremo Conselho. Foram assim criadas as Grandes Lojas da Bahia (que
havia sido fundada em 22 de maio de 1927), do Rio de Janeiro (fundada em 18
de junho de 1927) e de São Paulo (fundada oficialmente em 2 de julho de
1927), a que se seguiram outras.
Essas Grandes Lojas Estaduais e as Lojas que as compõem existem até hoje,
como Obediência estaduais independentes umas das outras e, para dar um
cunho nacional à sua existência, elas criaram, em agosto de 1950, uma
entidade denominada Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil - CMSB,
que é presidida em rodízio anual pelos Grão-Mestres das diversas Grandes
Loja estaduais e atualmente está sediada em Brasília.
Em 23 de maio de 1951, entrou em vigor uma nova Constituição do Grande
Oriente do Brasil, a partir da qual este passou a ser exclusivamente uma
Potência Maçônica Simbólica, separado física e administrativamente do
Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito e das demais
Oficinas Chefes de Ritos, sendo que as Constituições posteriores mantiveram a
completa independência entre o GOB e o seu Supremo Conselho.
A última cisão do GOB deu-se também por questões eleitorais, com o
surgimento dos Grandes Orientes estaduais independentes, congregando
Lojas que discordaram do resultado das eleições para o Grão-Mestrado Geral,
com volumosa retirada de lojas, queixosas quanto à estrutura de poder no
Grande Oriente do Brasil, que em 04 de agosto de 1973 fundaram a
Confederação da Maçonaria do Brasil . COMAB, com Sede em Brasília, que
atualmente congrega 16 Grandes Orientes independentes, dentre os quais o
Grande Oriente Paulista. Essa confederação tem por objetivo integrar a
atuação desses Grandes Orientes independentes e é presidida em rodízio
anual pelos Grãos-Mestres dos diversos Grandes Orientes independentes.
No entanto, muitas das reclamações ficaram superadas com as alterações
havidas posteriormente, principalmente a mudança da sede, em 1978, da
cidade do Rio de Janeiro para a nova Capital Federal do Brasil (Brasília, DF), o
que resultou no retorno de inúmeras das lojas dissidentes. De qualquer forma
ainda existem hoje algumas centenas de Lojas agrupadas nesses Grandes
Orientes independentes na maior parte dos Estados brasileiros.
Mais recentemente, há cerca de 10 anos surgiram as GRANDES LOJAS
UNIDAS, que estão em processo de formação, e pelo que consta, elas
estão em 9 estados brasileiros e funcionam nos mesmos moldes das
Grandes Lojas Estaduais e dos Grandes Orientes Independentes, e
através da COMUB (Confederação da Maçonaria Universal Unida no
Brasil), fundada a partir das Grandes Lojas Unidas do Brasil em 28 de
Julho de 2.002 na Cidade de Campo Grande, capital do Estado de Mato
Grosso do Sul, no Templo Palácio da união Maçônica (sede do Grão
Mestrado da GLUSA) estão se filiando à esta Confederação,
Obediências que até então não eram conhecidas, e que somando à elas,
já ocupam 17 estados do Brasil e contam com algumas Obediências
filiadas vindas de fora do país, como Bolívia, Portugal e Itália entre
outras.

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Tal estado de coisas vem gerando grande confusão entre o povo


maçônico brasileiro, a exemplo do que vem ocorrendo em quase todos
os demais países, onde ocorreram problemas semelhantes, de modo que
por vezes fica até difícil saber se determinada loja ou potência é regular
ou não pois, a rigor, uma potência maçônica, para ser reconhecida como
regular, deve conservar intacta a linha de sucessão da autoridade
maçônica a partir da Grande Loja Unida de Londres, conforme sua List of
Lodges. No entanto, as inúmeras potências fundadas ao arrepio desta
regra se reconhecem mutuamente, sob argumento que o reconhecimento
da sua regularidade não depende da vinculação à referida potência, mas
sim à observação dos aspectos litúrgicos e iniciáticos da maçonaria,
preexistentes à própria fundação da Grande Loja Unida de Londres. Sob
esta ótica, tanto uma quanto a outra são regulares, apenas não se
reconhecem entre si, o que torna o termo "irregular" sem efeito, pois os
que são irregulares para uma determinada Obediência é regular para
outra e os Maçons que não são reconhecidos por uns são extremamente
reconhecidos por outros.
A esse respeito, o Grande Oriente do Brasil encara pragmaticamente:
considera irregulares apenas os agrupamentos maçônicos ou pseudo-
maçônicos auto-intitulados de .Lojas livres. (que não se subordinam a
qualquer Obediência), ou ainda aqueles vinculados a organizações que
se dizem maçonaria mista ou maçonaria feminina, por não estarem de
acordo com os princípios da Maçonaria Universal. Exceto por estas
restrições, o GOB encara com tolerância as demais Obediências
Maçônicas em funcionamento no País: admite que elas existem como
conseqüência de dissidências havidas dentro de sua própria Obediência,
e reconhece que a maioria de seus atuais membros ingressou nessas
Lojas sem ter idéia de que no Brasil houvesse mais de uma Maçonaria
(mais que uma Obediência), também reconhecendo que a grande
maioria das Lojas filiadas às Grandes Lojas estaduais e aos Grandes
Orientes independentes trabalha regularmente segundo os preceitos
universais da Ordem, seguindo os ditames da Constituição de Anderson.
Em face dos princípios de soberania territorial não poderia haver intervisitação
de maçons dessas Obediências, mas a realidade nos mostra que as Lojas dos
três sistemas recebem com maior ou menor freqüência visitas de obreiros das
outras Obediências, desde que pertencentes a uma Loja considerada regular,
de modo que as administrações do Grande Oriente do Brasil e seus Grandes
Orientes estaduais federados mantêm no geral relações cordiais com as
administrações das Grandes Lojas estaduais e dos Grandes Orientes
independentes, sem que isso implique um .reconhecimento. formal, pelos
seguintes motivos:
No caso dos Grandes Orientes independentes não existe interesse em
estabelecer-se o reconhecimento, por se tratar de uma dissidência
relativamente recente e motivada por razões que acabaram superadas, como o
sistema federalizado, a representação das Lojas junto ao Poder Central e a
sede deste na Capital Federal. O sentimento generalizado é que sendo
estruturas semelhantes e baseadas nos mesmos princípios administrativos, o

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lógico em benefício da Sublime Instituição seria a fusão de todos na Federação


Maçônica Nacional, como já aconteceu anteriormente com outras dissidências
havidas ao longo da história.
Quanto às Grandes Lojas, estas seguem o sistema semelhante ao norte
americano, em que cada Grande Loja é soberana e independente em seu
Estado, não existindo uma Grande Loja nacional, o que dificulta as
conversações pois, em que pese o fato de elas estarem congregadas em uma
Confederação (a CMSB) resolvem individualmente a questão de tratados de
reconhecimento, etc.
A dificuldade de comunicação é compreensível: o Grande Oriente do Brasil é
de caráter nacional e seu Grão-Mestre fala e decide por toda a Obediência,
enquanto da parte das Grandes Lojas cada um dos Grão-Mestres estaduais
tem autoridade própria e, também, peculiaridades locais a serem consideradas
mas, apesar disto, verifica-se grande tendência de aproximação, como
exemplifica o Tratado de Reconhecimento Mútuo celebrado entre o GOB e a
GLESP, celebrado a 15 de outubro de 1999.
Além da questão da territorialidade e soberania, existe uma outra dificuldade
ainda sem solução para um possível tratado de reconhecimento entre o Grande
Oriente do Brasil e as demais Grandes Lojas estaduais brasileiras: Segundo
definição do R. W. M. Michael Higham, Grande Secretário da Grande Loja
Unida da Inglaterra, as Grandes Lojas estaduais brasileiras são consideradas
por aquela Potência como .espúrias pela origem, por terem sido criadas por um
Supremo Conselho e não por uma outra Grande Loja, o que as tornaria
impossíveis de reconhecimento segundo os .oito princípios de regularidade. de
1929 e, por estes motivos, a posição do Grande Oriente do Brasil é de
expectativa, aguardando a evolução dos acontecimentos para verificar o que
pode ser feito no sentido de unificação da Maçonaria Brasileira sob um único
comando, que nos daria muito mais força junto à sociedade profana pois
percebe-se entre os maçons de todo o país, um sentimento cada vez mais forte
de que a Maçonaria brasileira tem a imperiosa obrigação de ser mais atuante
no que concerne aos destinos do país e que, para isto, deve ela ser mais
unida, atuante de modo a reconquistar posição de destaque na sociedade, para
fazer jus à sua gloriosa história.
Apesar do inegável enfraquecimento decorrente de todas essas cisões, o
Grande Oriente do Brasil, continuou como ponta-de-lança da Maçonaria,
em diversas questões nacionais, como: anistia para presos políticos,
durante períodos de exceção, com estado de sítio, em alguns governos
da República; a luta pela redemocratização do país, que fora submetido,
desde 1937, a uma ditadura, que só terminaria em 1945, período em que
a Maçonaria esteve proibida de funcionar; participação, através das
Obediências Maçônicas européias, na divulgação da doutrina
democrática dos países aliados, na 2ª Grande Guerra (1939 - 1945);
participação no movimento que interrompeu a escalada da extrema-
esquerda no país, em 1964; combate ao posterior desvirtuamento desse
movimento, que gerou o regime autoritário longo demais; luta pela anistia
geral dos atingidos por esse movimento; trabalho pela volta das eleições
diretas, depois de um longo período de governantes impostos ao país.
O Grande Oriente do Brasil tem o seu Poder Central instalado em Brasília
desde 1978, onde ocupa um edifício com 7.800 metros quadrados de área

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construída e tem, hoje, um patrimônio considerável, distribuído por todos os


Estados, com 2.387 Lojas e 63.303 obreiros ativos (ano de 2007), distribuídos
por todas as unidade da República Federativa do Brasil, cujas Lojas se
agrupam em um Grande Oriente estadual, federado ao GOB e organizado nos
mesmos moldes do Poder Central deste, de modo que o Mestre estadual
representa o Poder Executivo do Grande Oriente do Brasil em seu Estado,
exercendo funções delegadas pelo Grão-Mestre Geral. Estes Grandes Orientes
estaduais não são .Obediências Maçônicas, mas simples representações
administrativas da Obediência Nacional, o GOB, visando a facilitar o
andamento dos processos burocráticos num país de grande extensão territorial
(8,5 milhões de quilômetros quadrados).
Por uma questão de comodismo de que hoje se penitencia, o Grande Oriente
do Brasil nunca se preocupou muito com o formalismo das relações
internacionais, baseando-se no fato de que, tendo o reconhecimento da Loja
Mãe da Maçonaria Universal, deveria automaticamente ter o reconhecimento
de todas as obediências do mundo, o que a prática tem mostrado não
acontecer.
Em função desse descaso, principalmente após o término da II Guerra Mundial,
diversas Obediências que mantinham relações formais com o Grande Oriente
do Brasil, principalmente no Continente Americano, estabeleceram relações
com as Grandes Lojas estaduais brasileiras, gerando uma situação às vezes
constrangedora, pois recebemos em nossas Lojas maçons de qualquer
Obediência regular reconhecida pela GLUI, mas nossos obreiros nem sempre
eram recebidos nas Lojas de algumas dessas Obediências.
Para reverter essa situação o Grande Oriente do Brasil passou a dar uma
atenção mais efetiva ao seu relacionamento internacional, cuidando de manter
correspondência com as Obediências amigas e procurando estabelecer a troca
de Garantes de Amizade com elas. Graças a essa atenção restabelecemos
nestes últimos dois anos relações formais com nove Grandes Lojas dos
Estados Unidos da América e estamos cuidando de regularizar nossos tratados
com as Obediências da América Latina, algumas das quais foram criadas pelo
próprio Grande Oriente do Brasil.
Apesar de todos esses percalços, o GOB é reconhecido por mais de 100
Obediências regulares do mundo, sendo ele a maior Obediência Maçônica do
mundo latino e reconhecida como regular e legítima pela Grande Loja Unida da
Inglaterra, de acordo com os termos do Tratado de 1935.
Por fim, cabe ressaltar: somente o Grande Oriente do Brasil e todas as 27
Grandes Lojas estaduais são reconhecidos pela Grande Loja Unida da
Inglaterra e pela Maçonaria Regular como Potências Regulares e Legítimas
para funcionarem no Brasil.
Como já vimos, o GOB, até o ano de 2007, possuía 2387 lojas e 63.303
obreiros. As Grandes Lojas, até o ano de 2003, totalizavam 2.222 lojas e
86.164 membros, de modo que a Maçonaria Regular brasileira possuía,
aproximadamente, 5.000 lojas e 150.000 obreiros.

CONCLUSÃO
A UNIDADE NA DIVERSIDADE

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Existem cerca de uma centena de Ritos Maçônicos praticados em todo o


mundo. No Brasil, especificamente, são praticados seis, alguns deles
reconhecidos e praticados internacionalmente e outros com valor apenas
regional. São eles, o Rito Schröeder ou Alemão (pouco praticado no Brasil), o
Rito Moderno ou Francês, o Rito de Emulação ou York (o mais praticado no
mundo), o Rito Adoniramita, o Rito Brasileiro e o Rito Escocês Antigo e Aceito
(o mais praticado no Brasil, em 90% das lojas brasileiras).
No entanto, apesar dessa multiplicidade de ritos e em que pese o fato de terem
ocorrido no Brasil e no mundo inúmeras fragmentações de caráter político-
administrativo, a Maçonaria se caracteriza como sendo uma unidade na
diversidade, pois a partir dessa diversidade de ritos e apesar de existirem
inúmeras obediências (que em muitos casos não se reconhecem entre si), a
Ordem conseguiu formar uma unidade superior e perfeitamente caracterizada,
que é a doutrina maçônica universal, uma e única, pois a diversidade de ritos e
de obediências não a divide nem modifica a finalidade das lojas e dos maçons:
quaisquer que sejam os ritos adotados pelas lojas e qualquer que seja a
Potência à qual ela está subordinada, seus membros fazem parte da mesma
Ordem, têm as mesmas doutrinas, tendem ao mesmo fim, são formados com
as mesmas regras e a mesma medida, caminham para chegar ao mesmo
termo, são ligadas pelas mesmas promessas, são lançados no mesmo molde e
animados no mesmo espírito, o que fez os maçons americanos inscreverem na
parte superior do Selo dos EUA a máxima EPLURIBUS UNUM (A Unidade na
Diversidade), sendo este princípio maçônico consagrado pelo 14º Landmark,
que assegura o direito de todo Maçom visitar e tomar assento em qualquer
Loja, sendo inegável que este direito sempre foi reconhecido como inerente a
todo irmão, independentemente do rito praticado ou da potência a que se
submete a loja, estreitando-se, deste modo, os laços da família Maçônica
Universal.

BIBLIOGRAFIA
1. HISTÓRIA DA MAÇONARIA . DA ORIGEM ATÉ OS DIAS ATUAIS . Website .A Casa do
Aprendiz.

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(http://www.acasadoaprendiz.com/aprendiz_fm_01.htm)
2. List of Lodges Masonic . 2003, Grande Oriente do Brasil;
3. CONSTITUIÇÃO DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL, 2001, p 4;
4. A MAÇONARIA E A GRANDEZA DO BRASIL, Tenório de Albuquerque, Ed. Aurora;
5. A MAÇONARIA NA INDEPENDÊNCIA BRASILEIRA, Manoel Rodrigues Ferreira e Tito Lívio
Ferreira, Editora Biblos;
6. A MAÇONARIA NO BRASIL, Boaventura Kloppenburg, Ed Vozes, 1957, Ed Vozes, 3.ª e, p
13/45;
7. A MAÇONARIA NA INDEPENDÊNCIA BRASILEIRA, Manoel Rodrigues Ferreira e Tito Lívio
Ferreira, Ed Gráfica Biblos, 1962, p 40, 85/98, 115/116, 144/148;
8. CURSO BÁSICO DE LITURGIA E RITUALÍSTICA, José Castellani, Ed. .A TROLHA, 1991;
9. REVISTA .A VERDADE. n.º 378, GLESP, novembro de 1993;
10. RITO BRASILEIRO DE MAÇONS ANTIGOS LIVRES E ACEITOS, Fernando de Faria. .O
SEMEADOR. nº 8 (2ª fase) Jul-Dez 1990;
11. ESCOCESISMO, Arnaldo de Faria de Oliveira, Trabalho para aumento de salário no Ilustre
Conselho de Kadosch nº 22, 1992;
12. REVISTA .EGRÉGORA. nº. 1/Jul-Ago 1993; nº. 2/ Set-Nov 1993; nº. 3/Dez 93-Fev 1994;
nº. 4/Mar-Mai 1994; nº. 5/Jun-Ago 1994;
13. A MAÇONARIA NO BRASIL, Jornal .O Malhete, Niterói, de 23.05.1954;
14. UM POUCO DE HISTÓRIA DA MAÇONARIA NO BRASIL, Lázaro Curvelo Chaves,
Delegado da Grande Loja Unida Sul-Americana para as Regiões Norte de São Paulo e Sul de
Minas Gerais,
14/04/2006 (www.culturabrasil.pro.br/maconaria_no_brasil.htm - 46k)
15. Website do Grande Oriente do Brasil (www.gob.org.br).

(*) O Autor é Grande Secretário da Magna Reitoria do Soberano


Supremo Conclave do Brasil para o Rito Brasileiro de Maçons
Antigos, Livres e Aceitos

PS: Os conceitos constantes e demais


enunciados da presente obra foram extraídos do
Ritual de Grau 01 do R∴E∴A∴A∴ e demais
literatura escocesista.


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