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2020/2021

Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

Docente: João Reis


Discente: Daniela Pereira, nº10249
Unidade Curricular: Geografia dos Territórios Turísticos
Mestrado em Turismo, ramo de Gestão Estratégica de Destinos Turísticos, 1º
ano
2020/2021

Índice
Introdução..................................................................................................................... 2
Parte I – O Turismo Ativo e de Experiências ................................................................. 3
Parte II – Caracterização da Região ............................................................................. 5
1. Introdução ao Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina ....................................... 5
2. Elementos Geomorfologia .................................................................................. 6
3. Hidrologia ........................................................................................................... 7
4. Clima .................................................................................................................. 7
5. Fauna e Flora ..................................................................................................... 8
5.1. Fauna .......................................................................................................... 8
5.2. Flora............................................................................................................ 9
6. Turismo ............................................................................................................ 10
6.1. Recursos Turísticos .................................................................................. 12
Parte III – Potencialidades da Região ......................................................................... 15
1. Análise SWOT.................................................................................................. 15
2. Desenvolvimento de um novo produto turístico – Itinerário Turístico ................ 17
3. Análise e benefícios do novo produto turístico ................................................. 19
Conclusão................................................................................................................... 21
Bibliografia .................................................................................................................. 22
Anexos ....................................................................................................................... 25

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Introdução

O presente trabalho, que apresenta como tema a região do Sudoeste Alentejano e Costa
Vicentina, foi elaborado no âmbito da unidade curricular de Geografia dos Territórios
Turísticos, lecionada pelo docente João Reis no Mestrado de Turismo da Escola
Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril.
Os discentes desta unidade curricular tiveram a oportunidade de escolher uma das
várias regiões propostas pelo professor, apresentando-a e tentar melhora-la.
Desta forma, a discente escolheu a região do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina
não só pela beleza natural da paisagem como também pela proximidade da aluna à
região em causa.
Apesar do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina terem vindo a ganhar dimensão nos
últimos anos, quer a nível internacional como mesmo nacional, principalmente pela sua
gastronomia ligada ao peixe e marisco da costa, pela beleza das suas praias e pelos
desportos associados, como é o caso do surf, a região encontra-se ainda em
desenvolvimento turístico, dependendo muito dos meses de verão.
Com este trabalho a discente procura ficar e dar a conhecer mais sobre esta região do
ponto de vista e geográfico e turístico, ao mesmo tempo que analisa as potencialidades
da mesma e quais os seus pontos fortes fracos. Após a analise, a discente irá tentar
resolver um dos pontos fracos, ao criar um itinerário pela região que promova o turismo,
dando a conhecer não só a paisagem como também os vários produtos e cultura da
região.
Para a elaboração do trabalho a discente procurou informação online fidedigna,
utilizando web sites como o ICNF e diversos trabalhos de caracter académico.

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Parte I – O Turismo Ativo e de Experiências

Cada vez mais a tendência de o turista procurar não só destinos de sol e praia ou
culturais, mas também um tipo de turismo que proporcione novas experiências e
atividades, muitas vezes físicas, tem vindo a aumentar.

Para Francisco Silva (2020), definir turismo ativo é bastante difícil uma vez que este é
bastante generalista, estando frequentemente associado ao deporto e à natureza. Para
o autor, este tipo de turismo apresenta uma série de benefícios, proporcionando a
sensação de bem-estar dos turistas, tornando os destinos (geralmente rurais) mais
sustentáveis economicamente, ao mesmo tempo que se valoriza a experiência turística
e os setores de eventos e animação turística.

Segundo Nuno Vieira (2006), este tipo de atividades podem constituir um complemento
da oferta turística já existente ou, noutros casos, apresentarem-se como o foco
essencial da oferta de um certo destino, proporcionando atividades físicas e ligadas à
natureza que poderão ou não se aliar ao fator do risco.

Dentro do turismo ativo podem destacar-se: o turismo de aventura, que acaba por ser
um nicho do turismo de natureza associado aos deportos de aventura; o turismo
desportivo que pode ser ativo ou passivo (participante ou espetador) e ter objetivos
diferentes como competição ou recreativo.

Baseado em Aspas (2000), António Alves (2010) define uma série de atividades que
podem ser consideradas para turismo ativo como escalada, montanhismo, bicicleta,
paintball, voo livre, canoagem, vela, entre muitas outras.

Alves (2010), defende ainda a divisão deste tipo de turismo em natureza hard e soft,
apresentando o perfil dos consumidores de cada uma. No que diz respeito aos
consumidores soft, o autor defende que são, geralmente, famílias, casados e
reformados que procuram, essencialmente, descansar, caminhar e descobrir as
paisagens. Por sua vez, os consumidores hard, apresentam-se como um cliente mais
jovem ou aficionado pelo desporto e procuram praticar desportos e atividades físicas,
aprofundar os seus conhecimentos sobre a natureza e a educação ambiental.

O turismo de experiências apresenta-se também como o conceito abrangente, podendo


ser considerado tudo o que é consumido pelos turistas uma vez que tudo pode ser visto
como uma experiência e criar estas experiências deverá ser a essência do turismo.

Segundo Holbrook e Hirschman (1982), o turismo de experiências é uma ocorrência


pessoal que poderá ter significado emocional na interação com produtos e serviços.

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Caru e Cova (2003), acrescentam que “o consumidor é visto como um indivíduo


emocionalmente envolvido no [consumo] no qual os aspetos multissensoriais,
imaginários e emotivos, em particular, são apreciados e considerados”.

Para Francisco Silva (2020) as experiências turísticas resultam da predisposição do


consumidor e da capacidade dos prestadores de serviços de oferecerem produtos
estimulantes para os clientes. Segundo o autor, estas experiências podem ser
conseguidas no desporto, na gastronomia, nos eventos, na natureza, na cultura e no
alojamento.

Sílvio Vianna (2015) define este tipo de turismo como um turismo que formata produtos
turísticos de forma a tornar o turista protagonista da sua própria viagem, sendo
fundamental entender as expetativas do turista que vão além da contemplação passiva.

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Parte II – Caracterização da Região


1. Introdução ao Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

O Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, ou Parque Natural do Sudoeste Alentejano e


Costa Vicentina (PNSACV), é um parque natural e uma região portuguesa localizada no
sudoeste de Portugal, que se estende por mais de 100 km da costa sul do país, desde
São Torpes, Alentejo, ao Burgau, Algarve, e uma área total de cerca de 131 000
hectares. Desta forma, o parque atravessa quatro concelhos nacionais: Sines, Odemira,
Aljezur e Vila do Bispo1. Desta forma, o PNSACV, possui, no total, uma área de 76 mil
hectares, com uma largura entre 0,31 milhas a norte de Porto Covo e 18 km em
Odemira.

No que diz respeito às acessibilidades, pode chegar-se ao PNSACV de diversas


maneiras, desde autocarro, comboio e carro. Referente ao automóvel, partindo de
Lisboa e em direção a Sines, o percurso é de fácil acesso, usufruindo de autoestradas
como a A2 e a A26, contudo, à medida que se via descendo pela costa, o percurso
poderá tornar-se mais trabalhoso uma vez que não há alternativa rápida para chegar a
regiões como a costa de Odemira.

Apesar de ser uma região com algum significado a nível territorial, no que diz respeito à
sua população esta tem vindo a diminuir, tanto pela preferência dos grandes centros
urbanos como pelo envelhecimento progressivo da população residente. Odemira, o
maior concelho do país, conta com cerca de 26 mil habitantes; Sines com 14 mil
habitantes e, por fim, Aljezur e Vila do Bispo com pouco mais de 5 mil habitantes cada.2

O tipo de povoamento é maioritariamente concentrado, destacando-se os pequenos


aglomerados e afastados entre si, associados, muitas vezes, à atividade piscatória e ao
turismo. Contudo, segundo Carla Gomes e Filipa Ramalhete e Luís Marques (2006), nos
últimos anos a construção dispersa tem vindo a crescer devido à presença de segundas
habitações. Os principais aglomerados são Porto Covo, Zambujeira do Mar, Odeceixe,
Rogil, Aljezur e Bordeira.

A região do sudoeste alentejano e costa vicentina, devido à grande diversidade de


espécies de fauna e flora, foi considerada Área de Paisagem Protegida em 1988 e, em
1995, foi aprovada a denominação de Parque Natural, procurando preservar os valores
naturais existentes na região.

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Consultar anexo 1
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Ter em conta que nem todos os concelhos se encontram localizados na totalidade no Parque do
Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

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O azul do mar e as cores claras provenientes do cultivo de cereais são, sem dúvida as
cores que definem a paisagem do PNSACV. Sendo o mar um dos elementos mais
marcantes da região e da paisagem litoral, torna que quase todas as sensações, quer
visuais como olfativas, a ele estejam associadas. Também a paisagem selvagem se
destaca neste parque uma vez que são características raras no litoral nacional.

Segundo o Turismo de Portugal, atualmente, o PNSACV é considerado o litoral melhor


conservado da europa, contando por diversas espécies de fauna e flora e sendo, por
isso, paragem obrigatória para zoólogos e botânicos internacionais.

Apesar desta ser uma região que tem vindo a crescer no que diz respeito ao turismo, a
sua principal fonte do sustento é o setor primário, ligado principalmente à agricultura,
pesca e pecuária. No que diz respeito à agricultura, esta tem sido uma preocupação
para a população residente, principalmente nos concelhos de Odemira e Aljezur, devido
ao seu caracter intensivo que, segundo o movimento “Juntos Pelo Sudoeste”, põe em
causa a integridade social, ambiental e económica do território.

Atualmente são várias as marcas e produtos desta região reconhecidos


internacionalmente como a Sudoberry, produtora de morangos, ou o Vinho Vicentino.

2. Elementos Geomorfologia

Por ser um parque natural que se estende por uma grande área, o PNSACV, apresenta
paisagens muito distintas, que podem ser divididas em três “setores”: a planície litoral,
localizada entre Sines e Arrifana; uma zona constituída maioritariamente por serra,
localizada no Concelho de Odemira; e ainda o relevo irregular, “cortado” por linhas de
água ou pequenos vales, característicos das regiões entre Arrifana e Vila do Bispo.

Segundo Carla Gomes e Filipa Ramalhete e Luís Marques (2006), o relevo do local é
bastante movimentado, com um traçado retilíneo, constituído predominantemente por
arribas de xisto que formam uma vasta planície litoral na linha da costa.

As arribas características da região, podem variar entre os 50 e 100 m de altitude,


demonstrado uma costa recortada com alguns acidentes como o Cabo Sardão ou o
Cabo de Sines. Em comparação com a planície litoral, as arribas vivas juntas ao mar,
apresentam declives algo acentuados.

No que diz respeito às suas praias, estas são geralmente de pequenas dimensões e
protegidas por arribas mais recuadas e por dunas. No caso das praias de Odeceixe e

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Carrapateira, o facto de serem a foz de pequenas ribeiras dá às praias o formato de


pequenas penínsulas. Devido à forte erosão marinha, muitas das praias possuem
fissuras, baias, cavernas ou até mesmo pequenas ilhotas que as tornam bastante
características.

No que diz à geologia do local, segundo Carla Gomes e Filipa Ramalhete e Luís
Marques (2006), esta região está inserida no Maciço antigo, a unidade geológica com
maior extensão em Portugal e onde predominam rochas eruptivas e metas
sedimentares, e na Orla Meridional, constituída principalmente por terrenos
sedimentares do mesozoico e cenozoico.

O ICNF defende que o PNSACV se desenvolve em dois conjuntos distintos. As rochas


mais antigas são comuns em toda a faixa litoral enquanto que as mais recentes, como
arenitos e calcários, são mais comuns na costa vicentina sul.

3. Hidrologia

A rede hidrográfica do parque é principalmente constituída por cursos de água


originários das bacias hidrográficas do rio Mira e do Barlavento Algarvio que são
fundamentais para o sustento de elevando número de espécies de fauna e flora.

O principal curso de água da região é, sem dúvida, o rio Mira que tem a sua nascente
na Serra do Caldeirão em Almodôvar e desagua no oceano Atlântico, perto de Vila Nova
de Milfontes. Deste rio nascem uma série de pequenos ribeiros, comuns nas épocas
mais pluviosas, e que acabam por secar no verão.

4. Clima

O clima desta região é caracterizado por ser um clima mediterrâneo com uma forte
influência marítima, permitindo que o clima seja, de forma geral, ameno contanto com
invernos mais frescos e verões não muito quentes, registando uma temperatura média
anual de 17,5º C.

No que diz respeito à precipitação esta é reduzida, sendo a região NE do parque a mais
pluviosa. Anualmente, os valores da pluviosidade variam entre os 400 mm em Sagres
e os 800 mm em Porto Covo.

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O Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina conta com a presença de ventos de sudoeste,


principalmente no inverno, ventos de levante de baixa incidência durante todo o ano e
as comuns e intensas brisas marítimas durante as tardes de verão.

5. Fauna e Flora

Comos já foi referido anteriormente, o PNSACV, apresenta uma vasta biodiversidade


quer a nível de fauna como em flora e conta com um total de 35 habitats naturais, muito
exclusivos desta região. Os habitats dividem-se em quatro categorias principais: os
habitats de água doce que se traduzem por águas paradas como charcos temporários
mediterrânicos; os habitats de charnecas e matos de zonas temperadas; os habitats de
matos esclerofilos e as florestas.

Segundo o ICNF, destaca-se a existência destes habitats nas zonas marinhas com
arribas litorais e praias e também nos planaltos costeiros e barrancos serranos da
região.

Atualmente está a ser desenvolvido no parque um projeto chamado MARSW, que tem
como objetivo aplicar um sistema de informação e monotorização da biodiversidade
marinha do PNSACV, que permitirá identificar as comunidades e habitantes existentes,
bem como a sua distribuição ao longo da costa, ao mesmo tempo que se criam
ferramentas para avaliar o seu estado de conservação. (MARSW, 2021)

5.1. Fauna

Esta é uma região conhecida, principalmente, pela sua variedade no que diz respeito à
avifauna, destacando-se a espécie cegonha branca. A cegonha branca, ainda que
comum no território nacional, apresenta uma particularidade no parque sendo este o
único local onde elas nidificam em arribas.

Também a águia-pesqueira ou guincho, utiliza a costa para nidificação por estar perto
do mar, de onde provem o seu alimento. Esta águia tem as patas cobertas com escamas
rugosas e a plumagem oleosa que lhe confere um elevado grau de impermeabilização

O falcão-peregrino é capaz de ser uma das espécies mais conhecidas da região,


utilizando as concavidades das arribas e antigos ninhos como locais de nidificação. Esta
ave apresenta-se com um porte grande e robusto e o seu voo pode atingir os 600 km/h.

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Sendo a região uma zona de passagem dos percursos migratórios, são várias as aves
migratórias que se podem observar na costa como o pisco-de-peitp-azul, o papa-
amoras-comum e o alcatraz.

No que diz respeito ao ambiente marinho, destaca-se o polvo, muito comum na


gastronomia da região, e outros tipos de peixe como a sardinha e o carapau. Apesar de
não ser comum é, por vezes, possível avistar os famosos cavalos-marinhos, os meros
e a enguia Anquilla anguilla.

O ambiente terrestre destaca-se, principalmente, pela existência de comunidades de


lontras que se abrigam nas arribas marítimas e utilizam o mar para pescar alimento.
Esta região é única do território nacional onde é possível ver lontras marinhas.

5.2. Flora

O ICNF divide a flora desta região em dois ambientes distintos: o ambiente terrestre e o
ambiente marinho. Flora Terrestre e Flora Marinha

No que diz respeito à Flora Terrestre, esta subdivide-se em três ambientes


geomorfológicos: o barrocal ocidental, onde predominam os solos calcários e o clima
quente e seco; o planalto litoral, conhecido pelas suas dunas e clima mais fresco; e as
serras litorais e barrancos, uma zona mais húmida.

Atualmente, o parque mistura a vegetação mediterrânica, que predomina, atlântica e do


norte de áfrica. O total de espécies existentes ultrapassa as 750, destacando as
espécies endémicas, raras e únicas.

No que diz respeito às espécies endémicas destacam-se plantas como a Biscutella


Sempervirens, espécie endémica da Península Ibérica, especialmente em regiões de
solos arenosos em arribas litorais; e a Hyacinthoides Vicentina que tem preferência pior
matos de solos arenosos e argilosos.

Referente a espécies raras destaca-se a Silene Rothmaleri, endémica de Portugal


Continental, e que, atualmente, apenas existe no sudoeste português. Esta espécie
quase ameaçada procura principalmente arribas litorais e substratos calcários.

Uma outra espécie bastante comum é a Corema Album, mais conhecida como
camarinha. Esta espécie pode ser encontrada em grande parte dos acessos às praias
do PNSACV, uma vez que prefere zonas arenosas, e é reconhecida bastante facilmente
pela sua baga branca e pelo seu cheiro característico

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Por sua vez, as espécies arbóreas mais comuns no parque são os sobreiros, o carvalho-
cerquinho e o medronheiro. Desta última espécie nasce o fruto medronho conhecido
principalmente por ser utilizado para a confeção de um dos produtos mais conhecidos
da região, a bebida alcoólica “medronho”.

Devido à junção de várias massas de água e ao afloramento de águas profundas, a flora


marinha do parque apresenta uma vasta biodiversidade.

Das inúmeras espécies destacam-se as Cordium spp., as Enteromorpha spp., as


Laminárias, as Padina Pavonica e as Gelidium Sesquipedale.

6. Turismo

Como já foi referido anteriormente, o Turismo é uma atividade que tem vindo a crescer
nesta região e, por isso é importante analisar o seu crescimento e o que esta região tem
para oferecer a nível turístico.

Apesar de não existirem informações referentes apenas ao PNSACV, o TravelBI


apresenta dados estatísticos em relação à NUT II Alentejo e à NUT II Algarve. Nestas
NUTs verifica-se um aumento progressivo da procura turística, destacando-se sempre
o mercado nacional. No que diz respeito à procura a nível internacional destacam-se os
mercados emissores de Espanha, França, Alemanha, Brasil e, mais recentemente, um
aumento dos turistas estadunidenses3.

Vanessa Oliveira (2012), efetuou um estudo para descobrir algumas informações sobre
o tipo de visitante que procura o PNSACV, tendo em conta alguns aspetos como:
género, classe etária e habilitações.

Neste estudo, Vanessa Oliveira, chegou à conclusão que o visitante do parque é,


maioritariamente feminino, contando com cerca de 56% da amostra; a faixa etária mais
comum é entre os 35 e 44 anos (31,6%), seguida da faixa dos 25 aos 34 anos (31,1%)
enquanto que os visitantes mais velhos são os que menos procuram a região, tendo a
faixa etária de +65 uma presença de 1,3%; já nas habilitações académicas, estas são
elevadas já que cerca de 61% dos inquiridos é detentor de licenciatura, mestrado ou
doutoramento.

A mesma autora, realizou também uma análise dos destinos concorrentes ao PNSACV
onde os inquiridos foram questionados sobre possíveis escolhas de destinos como

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Consultar anexo 2

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alternativas ao parque. Cerca de 33% dos inquiridos, em alternativa ao PNSACV,


escolheriam outros destinos algarvios como Lagos e Portimão; a categoria “outros
destinos em Portugal” também demonstrou alguma importância como 22,5% dos votos,
com destaque para Lisboa, Açores e Gerês4.

Referente aos empreendimentos turísticos estes dividem-se, principalmente em Hotéis,


Apartamentos Turísticos, Parques de Campismo e Caravanismo, Turismo de Habitação
e Turismo em Espaço Rural.

No que diz respeito ao Caravanismo, esta é uma tendência que cresceu de forma não
sustentável no parque uma vez que os caravanistas não obedeciam às regras
estabelecidas, pernoitando em áreas proibidas. Este comportamento mostrou-se
bastante negativo para os habitats que foram destruídos e/ou poluídos devido à
deposição de resíduos dos campistas. Atualmente, este tipo de caravanismo é proibido
em todo o parque, sendo apenas permitida a pernoita em espaços devidamente
assinalados.

Sendo uma região bastante vasta, a sua oferta é também diversificada. Nesta região as
atividades aquáticas são as mais procuradas, sendo o surf e o bodyboard as prediletas,
contudo a nível cultural também tem muito para oferecer, como é exemplo a Fortaleza
de Sagres e a Fortaleza de Beliche.

Mais uma vez, Vanessa Oliveira (2012), apresenta no seu estudo informação sobre as
preferências dos turistas em relação às atividades praticadas no PNSACV. Desta forma,
a atividade predominante e praticada quase pela totalidade dos inquiridos é sol e praia,
seguida pela gastronomia e vinhos, visita a locais históricos e caminhadas5.

A Rota Vicentina é, também, uma das principais atrações do parque. Este projeto
consiste numa série de trilhos pedestres e para bicicletas que dá a conhecer o parque,
encontrando-se dividido em três trilhos principais: o Caminho Histórico, que percorre as
principais vilas e aldeias num itinerário rural; o Trilho os pescadores, que passa pelas
arribas e praias da costa; e os Percursos Circulares, pequenos percursos para pessoas
que desejem conhecer a região onde estão, sem se movimentar para aldeias distantes6.

De forma a organizar e potencializar o turismo e a requalificar e valorizar a costa do


sudoeste alentejano e costa vicentina, foi criado o projeto Polis Litoral. Dentro deste
grande projeto são várias as ações que estão a ser implementadas que foram divididas

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Consultar anexo 3
5
Consultar anexo 4
6
Consultar anexo 5

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em três grandes eixos: a valorização do património cultural e paisagístico; a qualificação


do território de suporte às atividades económicas tradicionais; e a diversificação da
vivência do território potenciando os recursos endógenos.

Um dos projetos da Polis Litoral é a requalificação e valorização dos espaços balneares


que procura melhorar e criar infraestruturas de apoio ao uso balnear, como acessos,
estacionamento e apoios à praia, garantindo assim a segurança e comodidade dos seus
utilizadores, ao mesmo tempo que mantem a integridade da paisagem e dos seus
habitats.

Para além das estruturas de apoio balnear, a Polis pretende criar infraestruturas e
equipamentos que auxiliem a prática de atividades desportivas e de lazer que são
realizadas no parque, ao mesmo tempo que procura dinamizar novas atividades como
é o caso do Centro de interpretação do Pontal da Carrapateira.

6.1. Recursos Turísticos

Segundo Maria Oliveira (2014) os recursos turísticos constituem o conjunto de recursos


postos à disposição da atividade turística, como são exemplos hotéis, galerias de arte,
artesanato, entre outros, sendo estes recursos que podem criar um produto turístico.

O PNSACV destaca-se, principalmente pelo seus recursos e património natural, sendo


um destino predominantemente de Sol e Mar. Assim sendo, um dos principais recursos
são as praias.

São centenas as praias do PNSACV, muitas com fáceis acessos e conhecidas por
muitos, outras mais recatas, com acessos difíceis. Das várias praias do PNSACV
destacam-se as seguintes: Praia da Ilha do Pessegueiro – Porto Covo; Praia da
Franquia – Vila Nova de Milfontes; Praia do Almograve – Almograve; Praia da
Zambujeira do Mar – Zambujeira do Mar; Praia dos Alteirinhos – Zambujeira do Mar;
Praia da Amália – Brejão; Praia de Odeceixe – Odeceixe; Praia da Arrifana – Arrifana;
Praia de Monte Clérigo – Monte Clérigo; Praia do Amado – Carrapateira; Praia de
Salema – Salema.

Para além das praias, também a fauna e flora é um importante recurso para a região
uma vez que atrai bastantes turistas e académicos que estudam as espécies aqui
presentes. Para além de, por si só ser um importante recurso turístico, desta diversidade
surgiram as atividades de observação de fauna e flora que permitem a observação
acompanhada por especialistas, maioritariamente, de aves e cetáceos.

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Contudo, apesar de ser principalmente conhecida pelos seus recursos naturais, também
os recursos culturais têm uma grande importância para a região.

No que diz respeito ao património construído, por esta zona costeira possuir uma
posição estratégica, os seus grandes recursos construídos estão relacionados com o
património fortificado.

O Forte da Ilha do Pessegueiro, localizado na costa foi edificado nos finais do séc. XVI,
na época filipina, estando, em conjunto com o Fortim da ilha do Pessegueiro, associado
ao projeto que pretendia construir um porto oceânico. Ainda na Ilha do Pessegueiro, é
possível visitar vestígios de ocupação romana.

Descendo um pouco a costa, chega-se ao Farol do Cabo Sardão, edificado no século


XX e que assinala o local mais ocidental da costa alentejana. Curiosamente este é o
único farol português que foi construído, por engano, invertido a 180º.

Mais a sul, destacam-se o Forte de Belixe e a Fortaleza de Sagres. O Forte de Belixe,


construído sobre arribas instáveis, foi durante muitos anos a proteção da região contra
ataques piratas e corsários. Já a Fortaleza de Sagres atual, é o resultado de várias
reconstruções e alterações desde o tempo de Henrique, o Navegador, até ao século
XVIII.

Também a arquitetura popular pode ser considerada um recurso turístico pela sua
tradição e singularidade no Alentejo, caracterizada pelas casas térreas, caiadas de
branco com barras azuis ou amarelas.

Sendo também considerado um dos produtos mais reconhecidos na região, era


impossível não referir a gastronomia enquanto recurso turístico. Os pratos
característicos de pescado, moluscos, como o polvo, e marisco, tornam a estada nesta
região melhor, podendo provar o verdadeiro sabor do mar. Também o pão alentejano,
como acompanhamento à refeição ou até mesmo como uma refeição, é um dos
produtos mais conhecidos, utilizado para fazer receitas como a Açorda e a Tibórnia.

Por fim, o artesanato e a sua procura têm vindo a aumentar tendo sido criados projetos
e festividades que o celebram, como é exemplo da FACECO, uma feira localizada em
São Teotónio, que decorre no mês de julho e pretende promover as atividades da região
como o artesanato e o gado bovino.

Também o projeto PESCARTE tem tido um crescimento importante. Este projeto


pretende investigar e desenvolver técnicas artesanais piscatórias, ao mesmo tempo que
inova o seu design, reintroduzindo o artesanato local à comunidade e ao “mercado” que

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o procure. O PESCARTE apresenta como principais objetivos desenvolver uma linha de


produtos, utilitários, decorativos e lúdicos que se destaquem pela inovação face aos
produtos que são produzidos localmente atualmente, ao mesmo tempo que tenta tornar
a pesca e os seus materiais mais sustentáveis.

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Parte III – Potencialidades da Região


1. Análise SWOT

O PNSACV pode ser considerado um ponto turístico importante para o turismo nacional,
atraindo não só turistas estrangeiros como turistas nacionais.

Como já foi referido anteriormente, esta região apresenta uma vasta oferta de
atividades, património e características que potenciam o turismo na região, como a
paisagem e a gastronomia, que potenciam a oferta turística.

No que diz respeito à oferta das atividades, por ser uma zona extensa, as atividades
são inúmeras e variadas, tendo em conta o local do parque. As atividades relacionadas
com a água são, possivelmente, as mais conhecidas sendo possível experimentar
canoagem, surf, windsurf, mergulho, stand-up paddle, bodyboard, pesca submarina
entre alguns outros. Nas atividades terrestres destacam-se os percursos pedestres e de
bicicletas proporcionados pela Rota Vicentina, os passeios a cavalo e a escalada. Para
além das atividades já mencionadas, destacam-se também as atividades relacionadas
com a observação da natureza, quer de aves, cetáceos, flora ou mesmo geoturismo.

Para além destas atividades, a região é também rica em cultura, quer em património
cultural, nomeadamente em fortalezas e castelos, como em artesanato e gastronomia.

A gastronomia da região é, sem dúvida, um aspeto bastante positivo e uma atração para
a região. O pão alentejano, o marisco e o pescado, são algumas das iguarias principais
no PNSACV que muitas vezes se traduzem em produtos turísticos nomeadamente
através de festivais como é exemplo o Festival do Polvo na Zambujeira do Mar ou o
Festival Prazeres do Mar em Aljezur.

Segundo Vanessa Oliveira (2012), outros pontos fortes da região são o estado de
conservação da natureza e a sua beleza natural, a baixa densidade populacional, a
diversidade e singularidade do território, a qualidade de vida, a ausência de
massificação e o equilíbrio entre o crescimento da oferta e a procura turística.

Contudo, apesar dos aspetos positivos da região, existem também alguns aspetos
negativos que se destacam.

Através da análise pessoal da aluna e uma pequena pesquisa, a discente concluiu que
a oferta de itinerários turísticos completos na região é inexistente, existindo apenas
poucos packs de half day ou full day na região. Esta lacuna, ao ser preenchida, poderá
vir a ser uma mais valia para o turismo uma vez que este pack já feito pode ser vendido
por agências de viagens e dmcs a turistas estrangeiros e nacionais que desejem

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conhecer e aproveitar a região mais profundamente, sem terem que se preocupar com
a pesquisa, marcação e pagamento individual de hotéis, atividades, restaurantes,
transportes, entre outros

Para além da lacuna referida anteriormente, a discente acredita que os acessos a esta
região podiam ser desenvolvidos de forma a fomentar o turismo. Como foi referido
anteriormente, muitas zonas do parque apenas são acessíveis de carro por caminhos
longos e demorados, podendo ser benéfico melhorar as ligações da costa alentejana à
autoestrada, facilitando a chegada de turistas estrangeiros e nacionais.

Também no que diz respeito aos transportes públicos estes podiam ser melhorados,
facilitando o acesso entre as várias freguesias do parque, principalmente de autocarro.

Contudo, na opinião da discente e tendo em conta os vários movimentos existentes, o


maior problema atual da região é a agricultura em estufas intensiva que, por um lado,
causa distúrbio visual, substituindo as bonitas e características paisagens alentejanas
por centenas de terrenos com estufas, e por outro lado, causa a poluição dos solos e
dos mares que causa o desaparecimento de habitats e espécies.

Para além dos pontos fracos referidos pela discente, Vanessa Oliveira (2012)
acrescenta que as regras condicionantes poderão ser um aspeto negativo, limitando,
pela negativa, a potencialidade do parque, a dificuldade de monitorizar o cumprimento
das regras impostas, a falta de recursos, o fraco desenvolvimento das localidades sede
de concelho, a estada média curta em comparação com outras regiões, a falta de
condições para atração de residentes, investimento e turistas e a elevada prática de
caravanismo e campismo selvagem.

Desta forma, e após a apresentação de uma série de aspetos fortes e fracos da região,
a discente acredita que o PNSACV possui a oportunidade de melhorar a região. Para
além de melhorar os aspetos negativos mencionados, a aluna acredita que a região
beneficiaria com novas ideias de caracter turístico de forma a chamar visitantes durante
as épocas baixas.

Desta forma, alguns das oportunidades que a região poderá ter são o maior investimento
de capital, de infraestruturas e de acessos que permitirá o desenvolvimento turístico do
parque; a criação ou desenvolvimento de novas atividades como arborismo e atividades
ligadas à cultura e tradição como workshops de pão alentejano ou de artesanato e
demostrar que este destino não é só sol e praia, mas sim um destino diversificado que
une o turismo à comunidade.

16
2020/2021

No que diz respeito aos riscos associados, destaca-se a possibilidade de um


crescimento descontrolado que poderá levar à massificação do destino e à perda das
suas características “especiais”, a degradação da paisagem e aumento da poluição e o
envelhecimento progressivo da população. 7

2. Desenvolvimento de um novo produto turístico – Itinerário Turístico

Tendo em conta a análise feita anteriormente, a discente decidiu tentar melhorar um dos
aspetos criando um itinerário pela região.

O itinerário que será apresentado tem a duração de 5 dias e 4 noites e será realizado
para grupos fechados de, no máximo, 6 pessoas. Procura dar a conhecer a região do
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, tanto as paisagens naturais,
dominada pelas praias, como as atividades que aqui estão presentes, desde aulas de
surf, a observação de animais.

O itinerário apresentado foi elaborado de forma a ser executado nas épocas menos
chuvosas, de forma a que os clientes usufruam de todas as atividades. Desta forma,
aconselha-se que este itinerário seja realizado entre os meses de maio e outubro.

Para além das atividades estão também incluídas no itinerário as estadas em 4


empreendedorismos turísticos da região com pequeno-almoço incluído, o transporte em
carrinha de 9 lugares com guia e motorista e cinco refeições em restaurantes
tradicionais onde os clientes poderão provar as iguarias da região.

De forma geral este itinerário terá início e fim em Lisboa, sendo possível ser adaptado
para outras regiões do pais, sobre consulta.

O itinerário, quando feito para pessoas, deverá ter o valor final de 695€ por pessoa,
incluído as atividades descritas de seguida, os locais de pernoita, algumas refeições,
guia, motorista e tudo o que inclua o transporte.

O primeiro dia iniciará de manhã com a viagem de Lisboa até ao sudoeste do país,
sendo a primeira paragem em São Torpes, Sines, onde os clientes poderão ficar a
conhecer a paisagem característica desta praia conhecida pela água quente devido à
proximidade ao complexo industrial de Sines.

7
Consultar anexo 6

17
2020/2021

Ainda em São Torpes, o grupo deverá almoçar no restaurante Arte e Sal onde os clientes
terão a oportunidade de provar o peixe fresco da costa, trazido diariamente da lota de
Sines.

Após o almoço a visita seguirá rumo a sul, até Porto Covo, onde se realizará uma visita
à Ilha do Pessegueiro acompanhada por um guia especializado, onde se ficará a
conhecer o património arqueológico, como o Forte do Pessegueiro e o cemitério dos
Mouros. De notar que esta visita só pode ser realizada durante o verão e, por isso, caso
a visita se realize numa outra época, esta atividade poderá ser substituída por passeios
a cavalo ou um workshop de culinária de pão alentejano.

Após a atividade, o grupo deverá dirigir-se ao Monte da Cascalheira, onde pernoitará.


Neste dia, o jantar é livre e, por isso, os clientes estarão por sua conta para escolher o
restaurante.

O segundo dia iniciar-se-á com uma manhã livre para que o grupo possa aproveitar o
monte ou até mesmo a aldeia e praias de Porto Covo. Também o almoço será à escolha
do cliente neste dia.

Após o almoço, o grupo dirigir-se-á para Vila Nova de Milfontes, mais concretamente
para a Praia da Franquia onde terá uma aula de Stand-Up Paddle com a empresa SW
SUP.

Nesta noite o grupo pernoitará no Monte do Zambujeiro, perto de Vila Nova de Milfontes,
e o jantar será na Tasca do Celso, um dos restaurantes mais afamados da região,
conhecido pela boa comida e pelo bom vinho.

O quarto dia iniciará mais cedo que o habitual, uma vez que está prevista uma
caminhada num roteiro da Rota Vicentina. Assim, o grupo irá, na carrinha, de Vila Nova
de Milfontes até ao Cabo Sardão, o ponto mais ocidental da costa alentejana, de onde
iniciará o percurso pedestre até à aldeia da Zambujeira do Mar. Uma vez que o objetivo
do passeio é não só caminhar, mas ficar a conhecer a fauna e flora da região, este
passeio deverá ter uma duração de duas horas e meia, já incluindo paragens.

O almoço será o restaurante “O Sacas”, no porto de pesca Entrada da Barca, um


restaurante que apresenta uma grande variedade de pratos, com destaque para o peixe
fresco da doca e o marisco.

Tanto a parte da tarde como o jantar serão livres e o grupo deverá pernoitar na Herdade
do Touril.

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2020/2021

No quarto dia o grupo começará a descer para a costa vicentina, a parte algarvia do
parque. Assim irá em direção à praia da Arrifana, mas, durante o caminho, fará algumas
paragens em famosas praias como a praia de Odeceixe e Monte Clérigo.

Já na Arrifana, poderá experienciar uma aula de surf com a Arrifana Surf School. Após
a aula, o grupo irá almoçar na Tasca d’Arrifana onde poderá ver, no estendal, moreiras
a secar ao sol.

Da parte da tarde, o percurso será até Sagres onde se visitará as fortalezas de Sagres
e do Beliche e o Farol do Cabo de São Vicente.

Nesta noite, o jantar será livre e o grupo passará a noite no Monte de Santo António.

O quinto e último dia iniciar-se-á com um passeio de barco com observação de golfinhos
e atividade de pesca com a empresa Cape Cruiser.

O almoço será no restaurante “A Sereia”, uma tasca típica da região com comida
tradicionalmente portuguesa.

Na parte da tarde, o grupo regressará a Lisboa onde terminará o itinerário.8

3. Análise e benefícios do novo produto turístico

Sendo o PNSACV um importante ponto turístico nacional, a falta de itinerários nesta


região é uma lacuna que deverá ser preenchida.

Apesar de existirem percursos livres recomendados como a Rota Vicentina, o Roteiro


Fotográfico e o Roteiro do Litoral Alentejano, não existem pacotes que incluam hotéis,
atividades, transporte e guia de forma a facilitar o cliente que não conheça a região.

Desta forma, é quase garantido que o cliente usufruirá do melhor que a região tem para
oferecer, ficando a conhece-la através do guia que o acompanhará. Assim, evita-se que
a imagem da região possa ficar “machada” por serviços ou experiências menos positivas
ao mesmo tempo que se promove o comércio local.

O itinerário apresentado foi pensado e elaborado tendo em vista a principal atração da


região: as praias e atividades inerentes; contudo é possível a realização de muitos
outros itinerários que possam vir a acrescentar valor à região, principalmente durante a

8
Consultar anexos 7, 8 e 9.

19
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época baixa, dando prioridade à zona mais interior do litoral, como por exemplo
Odemira.

Apesar de este ser um produto interessante para a região não deixa de ter os seus
entraves que poderão, mais tarde, vir a ser resolvidos. Um desses entraves é a
quantidade baixa de participantes que torna por si só o custo do itinerário mais elevado,
contudo a discente acredita que esta é uma região que, pelas suas características,
merece o maior acompanhamento possível por parte do guia, nomeadamente na
caminhada, de forma a que os clientes possam experienciar um maior nível de
segurança e de proximidade com o guia e com o local.

20
2020/2021

Conclusão

Após a elaboração deste trabalho, a discente acredita que o Parque Natural do


Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é um dos pontos turísticos com maior
potencialidade.

Assim, o PNSACV apresenta-se como uma região que, pela sua extensão, é bastante
diversificada, quer na paisagem como nos produtos que tem para oferecer, podendo ser
uma alternativa sustentável ao turismo já massificado de zonas como o Porto e Lisboa,
principalmente de caracter cultural, e da faixa algarvia, um dos pontos mais atrativos
enquanto destino de sol e mar em Portugal.

Por outro lado, ficou explicito que nem tudo são aspetos positivos e, por isso, é
importante que a conservação dos valores naturais e culturais do parque se mantenham,
tentando melhorar a oferta turística, mas nunca com o objetivo de massificar o destino
que poderá perder as suas características mais atrativas como o seu estado de
conservação, a fauna e flora e a tranquilidade inerente à região.

No que diz respeito aos objetivos estabelecidos pelo docente e pela própria discente,
esta acredita que estes tenham sido alcançados através da análise da região, das suas
características geográficas e demográficas, da análise do turismo aqui praticado e, em
especial do turismo ativo e de experiências, e, por fim da pesquisa e observação das
potencialidades da região.

De acrescentar que, tendo a discente uma ligação especial à região em análise, este
trabalho apesar da vertente académica, possuiu também bastante análise pessoal da
discente, nomeadamente de questões que têm vindo a ser um problema não só para o
turismo e paisagem como também para a população residente, como é caso da
agricultura intensiva.

No que diz respeito à criação do itinerário, a aluna acredita que este deverá ter um
impacto positivo na imagem da região, na sua promoção, na criação de uma relação
mais forte entre turistas e comunidades locais e no desenvolvimento das atividades e
empresas locais, nomeadamente através de parcerias e acordos com restaurantes,
empreendimentos turísticos, empresas de atividades turísticas, entre outras.

21
2020/2021

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24
2020/2021

Anexos

Anexo 1: Localização do PNSACV

Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Andre-Costa-
37/publication/236150675/figure/fig1/AS:614101600440322@1523424639428/The-Southwest-Alentejo-and-
Vicentine-Coast-Natural-Park-Parque-Natural-do-Sudoeste.png

Anexo 2: Dados estatísticos turísticos das NUTs Alentejo e Algarve em 2019.

Fonte: https://travelbi.turismodeportugal.pt/pt-pt/Paginas/PowerBI/hospedes.aspx

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Anexo 3: Concorrência ao PNSACV

Fonte: Vanessa Oliveira (2012)

Anexo 4: Atividades mais praticadas no PNSACV

Fonte: Vanessa Oliveira (2012)

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Anexo 5: Percursos Rota Vicentina

Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/K1-TUW0dzFs4UL6kjHvN_D6JWUxkOzuZAHWuISVxL0bCnj-
kJAZqbCRNuydSj0KFt3vHtLHGll3wCZqdExNFLcW0ABLOWjZz0eNFv4Y-4NqHzYUyXfzYgNnka6pqSZSZpaQ9HQ

Pontos Fortes Pontos Fracos


Diversidade de atividades Fraca oferta de itinerários turisticos
Riqueza cultural Falta e má qualidade dos acessos
Gastronomia Pouca qualidade nos transportes públicos
Estado de conservação da natureza Agricultura intensiva
Beleza natural Dificuldade na monotorização do cumprimento das regras
Baixa densidade populacional Falta de recursos
Diversidade e singularidade do território Fraco desenvolviemnto das sedes de concelho
Boa qualidade de vida Estada média curta
Ausência de massificação Falta de condições atrativas para residentes, turistas e investimentos
Equilíbrio entre o crescimento da oferta e da procura
Segurança
Oportunidades Ameaças
Maior investimento Crescimento descontrolado
Melhoria das infraestruturas Continuação da degradação da paisagem
Procura turística em épocas baixas Poluição
Novas atividades Perda das caracteristicas tradicionais e singulares
Atividades ligadas ao artesanato Campismo e caravanismo selvagem
Melhoria dos acessos Envelhecimento da população residente
Posicionamento enquanto destino diversificado
Melhoria dos apoios balneares
Envolvimento da comunidade local
Melhoria da divulgação do território
Sinergia Algarve/Alentejo
Potencialidade das energias renováveis

Anexo 6: Análise Swot

Fonte: Autoria Própria

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1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5ºdia


Manhã Lisboa – Manhã livre Ida para o Percurso com Passeio com
Sines para Cabo Sardão paragem em observação
Paragem em aproveitar o Percurso da praias da costa de golfinhos
São Torpes + hotel/ região Rota – Odeceixe, e atividade
almoço Vicentina monte clérigo, de pesca
(Almograve arrifana.
– Zambujeira Aula de Surf na
do mar) arrifana
Tarde Ida para Praia da Tarde livre Visita a Sagres Regresso a
porto covo Franquia – Lisboa
Visita à ilha Aula de
do Standup
Pessegueiro Paddle
Almoço Arte e Sal livre Sacas Tasca A sereia
d’arrifana
Jantar livre Taca do livre livre ---
Celso
Alojamento Cabra- Monte do Herdade do Monte de ---
Monte da Zambujeiro Touril Santo António
cascalheira

Anexo 7: Itinerário pelo PNSACV

Fonte: Autoria Própria

Valores Itinerário
Visita Ilha do Pessegueiro 15 €
Restaurante Arte e Sal 20 €
Monte da Cabra 80 €
Aula Stand Up Paddle 25 €
Tasca do Celso 25 €
Monte do Zambujeiro 80 €
Sacas 20 €
Herdade do Touril 80 €
Aula de Surf 35 €
Visita a Sagres 5€
tasca da Arrifana 20 €
Monte de Santo António 30 €
Passeio Golfinhos + Pesca 60 €
Transporte 150 €
Comissão 50€
Total pax 695 €

Anexo 8: Custos do Itinerário

Fonte: Autoria Própria

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Anexo 9: Mapa do Itinerário

Fonte: Autoria Própria

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