Você está na página 1de 2

Universidade Federal do Maranhão – UFMA.

Centro de Ciências Humanas.

Departamento de História.

Discente: Werick Gabriel Marinho Veras

Disciplina: História Moderna: Poder, ideias políticas e manifestações sócio- político-


cultural.

Análise do filme “Henrique IV O grande rei da França

O filme traça a tragetória de Henrique IV, desde sua infância até a sua morte,
passando-se entre o século XVI e XVII. Em geral, o filme é situado num tema muito
importante e marcante do renascimento e por conseguinte, das correntes humanistas: A
desvinculação do catolicismo e o surgimento de novos moldes do cristianismo,
chamados de religiôes protestantes. Henrique era filho de Joana III, rainha de Navarra,
reino essse que ficava localizado entre os reinos de França, Castela e Aragão. Joana
havia sido convertida ao protestantismo calvinista, e portanto, os Navarra passaram a
representar e defender esse molde cristão. Nesse período as guerras religiosas estavam
devastando a França, a disputa era entre os católicos e os protestantes calvinistas,
chamados huguenotes. Catarina de Médici, mãe do menino rei Carlos IX de Valois, e
regente da França, decide arranjar um casamento entre Henrique de Navarra e
Margarida de Valois, ou seja, uma união entre catolicismo e protestantismo. Porém, era
tudo uma armadilha e um massacre acontece, Henrique sobrevive, e o evento fica
conhecido como “O massacre da noite de São Bartolomeu”.

Após a morte de Henrique III, em 1586, Henrique de Navarra assume o trono, e


aí começa sua batalha pela liberdade religiosa na frança. O filme aborda um tema
recorrente no renascimento, que é a separação entre o poder do papa e o poder do rei. O
poder do Papa ainda era enorme, de forma que o rei não governava se sua conduta não
estivesse de acordo com a do Papa e sua igreja. O próprio Maquiavel, apesar de propôr
uma regência principesca que foi criticada pela igreja, nunca deixou de enfatizar que o
príncipe devia sempre estar de acordo com o Papa, pois o poder depende do mesmo.
Tanto é que Henrique, ao se tornar rei, não vê outra forma de se manter no poder senão
abdicando de seu protestantismo e virando católico novamente. Não é atoa que
Henrique IV, ao desafiar o Papa, ficando com Gabrielle d’Estrées, sua amante, sofre a
perda da mesma, num cruel envenenamento. Tal é a força do catolicismo na época.
Henrique foi considerado um rei bom e justo, apesar de ter traído sua mulher, a italiana
Maria de Médici, varias vezes. Quando seu povo passa por miséria e fome, ele usa
grande parte das riquezas reais para ajudá-los, o que por consequẽncia, enfraquece seu
exército. Nesse ponto é possível fazer uma boa relação com os dizeres de Maquiavel,
pois este, sempre enfatizava a importãncia do exército ao poder de um governante, e que
o exército devia ser composto pelo proprio povo, e não por mercenários. Percebe-se que
pela conduta de Henrique, a guerra estaria perdida, visto que ele não priorizou um
exercito forte, os “soldados”, aparentemente compostos por alguns mercenários,
estavam insatisfeitos pela falta de dinheiro. O que somente se resolve graças a sua
amante Gabrielle, e assim ele ganha a guerra contra os Espanhois. Sua bondade talvez
tenha-o matado, no filme ele é bem proximo de seu povo, interagindo diretamente com
ele, coisa que poucos reis de fato faziam. Ele é assassinado por François Ravaillac,
coincidentemente, em sua visita ao povo enquanto admirava uma jovem camponesa, o
que parece ser apenas uma interpretação feita pelo filme.

Você também pode gostar