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4 PRESERVAÇÃO AMBIENTAL........................................................... 13
BIBLIOGRAFIA........................................................................................... 43
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1 SANEAMENTO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
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estamos evitando a proliferação de diversas doenças, garantindo, assim, uma melhor
qualidade de vida.
Além de garantir uma melhoria na condição de vida da população, o
saneamento básico de qualidade ajuda indiretamente o meio ambiente. Ao dar um
destino adequado ao esgoto e aos resíduos sólidos, evitamos a poluição de rios e
lagos, por exemplo.
É importante destacar que todas as cidades devem garantir a universalização
do acesso ao saneamento básico, ou seja, devem levar esses serviços a todas as
residências. Entretanto, ainda muitas localidades no país não têm acesso a esses
serviços tão importantes, sendo fundamentais investimentos nessa área.
Entre as ações de saneamento tem aquelas que nós chamamos de básicas,
compreendendo o abastecimento de água, acesso a rede coletora e tratamento de
esgoto, acesso a coleta e destinação de resíduos sólidos e a drenagem de águas
pluviais.
A ausência desses serviços tem resultado em precárias condições de saúde e
incidência de doenças, principalmente de veiculação hídrica.
Segundo o IBGE (2007), no Brasil, 76% da população conta com
abastecimento de água por rede geral, 44% da população dispões de rede de esgoto
e 76% da população tem seu resíduo coletado. No Paraná de um total de 399
municípios 191 ainda utilizam lixões para a destinação dos resíduos sólidos, apenas
64% dos municípios são atendidos pela rede de esgoto
A ocorrência de doenças infecciosas ocorridas pelas más condições de
saneamento e esgotamento sanitário estão entre as principais causas de ausência no
trabalho e baixa produtividade do trabalhador. Dados divulgados pelo Ministério da
Saúde, afirma que para cada R$1,00 investido no setor de saneamento, economizase
R$4,00 com hospitais e doenças.
Já o Saneamento ambiental é o conjunto de ações socioeconômicas que tem
por objetivo alcançar a Salubridade Ambiental, ou seja, um ambiente capaz de
prevenir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente e de promover
condições favoráveis à saúde da população urbana e rural.
Enquanto um se preocupa mais com a questão do acesso ao serviço, esta tem
uma aplicação uma pouco mais ampla, além do acesso aos serviços de saneamento,
inclui as questões ambientais e de preservação ambiental, tais como: Qualidade do
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ar, qualidade da água, qualidade do solo, destinação dos resíduos sólidos, impactos
ambientais e educação ambiental.
A crise de água que São Paulo vem atualmente passando é resultado de uma
série de questões como a falta de cuidado das nascentes, desmatamento da mata
ciliar, poluição e desperdício. Para não afetar o abastecimento de água para a
população, estão tendo que pensar em uma alternativa para captação dessa água.
Para não agravar mais ainda a situação o Governo de São Paulo está buscando
alternativas para captação de água para abastecimento público.
Saneamento ambiental é o conjunto de investimentos públicos em políticas de
controle ambiental que busca resolver os graves problemas gerados na infraestrutura
das cidades, contribuindo para uma melhor qualidade de vida da população.1
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “saneamento é o controle
de todos os fatores ambientais que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar,
físico, mental e social dos indivíduos”, tais como, poluição do ar (emissão de gases),
do solo (lixo urbano) e das águas (dejetos lançados nos rios, represas etc.), poluição
sonora e visual, ocupação desordenada do solo (margens de rios, morros etc.), o
esgoto a céu aberto, enchentes etc.
Uma geração de empreendedores dedicados ao que se tornou conhecido no
mercado como negócio de impacto, ganhou força e despertou a ideia de que os
grandes problemas ambientais e sociais não serão solucionados só por governos ou
ONGs, mas por “negócios de impacto” – empresas que aliam impacto social ou
ambiental a um retorno financeiro, atuando nos setores de saúde, educação, nutrição,
habitação, saneamento, agricultura, energia etc.
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Extraído do link: www.todamateria.com.br
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2 GESTÃO AMBIENTAL
Fonte: www.geoscan.com.br
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Extraído do link: www.significados.com.br
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Portanto, para uma melhor qualificação das condições de vida e de
desenvolvimento humano de um país, é necessário que toda a população seja
contemplada com as medidas acima apresentadas, o que não ocorre ainda no Brasil.
Segundo o IBGE, cerca de 98% da população possui água potável e 79% não dispõe
de acesso à rede sanitária, conforme dados de 2010. Outro dado de 2012, também
do IBGE, afirma que 29,7% dos domicílios no Brasil não possuem acesso simultâneo
à água, esgoto, coleta de lixo e eletricidade.
O correto tratamento de água, assim como a instalação de redes de esgoto,
coletas de lixo, entre outras ações de melhoria das condições sociais de higiene
pública, é uma questão de saúde. Isso porque existe uma grande quantidade de
doenças provenientes de contato de pessoas com esgotos a céu aberto, da ingestão
de água com impurezas, além do contágio envolvendo insetos contaminados. Dentre
essas enfermidades, podemos citar: a hepatite A, a febre amarela, a dengue, a febre
tifoide, a cólera, a malária e muitas outras.
Atualmente, tanto no Brasil quanto em várias partes do mundo – notadamente
os países subdesenvolvidos –, a maior parte dos esgotos é despejada em rios, lagos
e mares, não recebendo qualquer tipo de tratamento e propiciando a queda da
qualidade de vida da população a curto e longo prazo, com a contaminação das águas
e dos solos. Portanto, um dos objetivos do saneamento ambiental é promover a
sustentabilidade nos sistemas de coleta e transporte de dejetos e lixos de toda ordem
e tipo.
Conforme aponta o Ministério do Meio Ambiente, o sistema de saneamento
envolve diferentes estruturas de acordo com o tipo de elemento a ser trabalhado. O
fornecimento de água é composto por estações de tratamento, sistemas de
abastecimento e sistemas de captação. A coleta de esgoto é constituída por
interceptores, rede coletora, estação elevatória e estações de tratamento de esgoto
(ETEs). Já os resíduos industriais possuem diferentes vias de tratamento e
destinação, havendo atenção especial para certos tipos, tais como os agrotóxicos,
embalagens de produtos químicos, restos de produtos hospitalares, entre outros.
Um dos problemas para a não contemplação de toda a população com
saneamento ambiental adequado é, em muitos casos, a ausência de recursos
imediatos dos governos para conseguir estruturar uma rede de qualidade. Isso
acontece porque o crescimento das cidades, sobretudo nos países desenvolvidos,
vem ocorrendo de forma muito acelerada e desordenada nos últimos anos, o que faz
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com que as administrações públicas não consigam acompanhar o ritmo de
crescimento com ações de infraestrutura, estas geralmente destinadas para os
setores mais nobres e especulados das cidades.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que
aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo não contam com
saneamento básico e/ou ambiental, o que revela a gravidade dessa questão na
atualidade.3
Você sabe o que é saneamento ambiental? Como já discutimos aqui no blog, o
saneamento está diretamente ligado à qualidade de vida da população. Hoje, vou lhe
explicar o conceito de saneamento ambiental e mostrar como ele altera a qualidade
de vida das pessoas.
O saneamento ambiental é o conjunto de práticas que objetivam melhorar a
qualidade de vida da população através do controle do ambiente de forma a evitar
doenças e propiciar maior higiene.
Assim como o saneamento básico, o saneamento ambiental é estabelecido
através de ações como o fornecimento de água potável de qualidade, coleta de lixo,
tratamento de esgoto, limpeza das vias públicas, entre outros fatores importantes. O
grande foco deste conceito é preservar o meio ambiente e o meio de vida da
população.
O crescimento urbano e a ocupação de áreas com pouca, ou nenhuma,
infraestrutura têm tornado essencial a discussão sobre saneamento ambiental. Mais
que a garantia dos serviços básicos, deve ser previsto ações para a sustentabilidade
do ambiente. Um ambiente saudável mantém uma população saudável.
O Ministério das Cidades define o saneamento ambiental como o conjunto de
ações técnicas e socioeconômicas a fim de alcançar níveis crescentes de salubridade
ambiental e promover e melhorar as condições de vida urbana e rural.
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água. E ainda, mais de 100 milhões de pessoas não têm acesso aos serviços de coleta
e tratamento de esgoto. Isso é quase metade da população.
Um dos motivos desses números, segundo o Instituto, é o crescimento da
população urbana. Os municípios não conseguem estruturar a cidade
proporcionalmente ao ritmo de crescimento populacional pelos custos de implantação
desses serviços.
O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), foi instituído pela Lei
11.445/07 e objetiva a universalização dos serviços de saneamento básico no
Brasil. O Decreto nº 7.217/2010 determina que os municípios só receberão recursos
da união caso elaborem o Plano Municipal de Saneamento Básico. Este decreto já
sofreu alguns adiamentos, porém deve entrar em vigor a partir de 2018.
O intuito de ambas legislações é fomentar a discussão e investimentos na área
de saneamento de forma a alcançar o objetivo final: universalizar os serviços no país.
Entretanto, o ritmo desses investimentos anda devagar. Em março deste ano, o
governo admitiu não ser possível atingir a meta do Plansab.
De acordo com o Ministério das Cidades, a meta do Plansab deve ser revista e
será necessário aumentar o prazo. Segundo o órgão, as crises e instabilidades
econômicas sofridas pelo país nos últimos anos afetaram os investimentos na área de
saneamento.
Mas isso ocorre em todo o Brasil?
Há grandes disparidades quando se olha os números entre as regiões
brasileiras. Quando se observa os números de coleta e tratamento de esgoto, o norte
e nordeste possuem os maiores déficits. De acordo com o instituto Trata Brasil, os
investimentos nessa área são desproporcionais.
Os maiores investimentos em saneamento básico durante três anos, foram os
estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Bahia. Essas
aplicações corresponderam a 63,3% do total investido. Porém, em contrapartida, os
investimentos do Amazonas, Acre, Amapá, Alagoas e Rondônia, nesses mesmos três
anos, totalizaram apenas 1,7%.
As obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) elevaram os
índices de atendimento dos serviços básicos, porém ainda não é suficiente. Estimase
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que, atualmente, para a universalização do saneamento seria necessário um
investimento de R$ 500 bilhões até 2040.4
Segundo o Instituto Trata Brasil, o saneamento afeta diretamente seis setores.
Vamos discutir sobre eles?
3.1 Saúde
Fonte: www.eosconsultores.com.br
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Extraído do link: www.eosconsultores.com.br
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Os fatores são diversos: consumo de água suja, lixo espalhado pelas ruas,
esgoto não tratado, ambientes poluídos. Tudo isso produz um espaço perfeito para as
doenças. Estudos da ONU apontam que 10% das doenças registradas ao redor do
mundo poderiam ser evitadas através dos investimentos em saneamento básico.
As doenças mais comuns são:
• Disenteria Bacteriana
• Cólera
• Febre Amarela
• Malária
• Hepatite A
• Leptospirose
• Esquistossomose
Além de muitas outras epidemias que podem ser agravadas tal como a dengue.
A OMS, em 2015, apontava a ausência de saneamento como o 11º fator de risco para
as mortes no mundo.
Assim, como se pode ver, os investimentos em saneamento ambiental são
essenciais na melhoria da saúde pública. Contribui não somente para a redução dos
gastos com internações, mas também melhora a taxa de mortalidade infantil e o
número de casos de doenças infecciosas. Ademais, não é à toa que a ONU vê o
saneamento como um fator primário para prevenção de problemas de saúde.
Estudos apontam que 11% das faltas do trabalhador estão relacionadas a
problemas gerados pela falta de saneamento. Além disso a renda per capita
aumentaria em 6% com a universalização do acesso.
Em 2013, 14 milhões de afastamentos do trabalho foram gerados por diarreia
ou vômito. Em 2015, as horas não trabalhadas propiciaram um custo de R$ 872
milhões para as empresas.
Dessa forma, o saneamento também proporciona uma redução de custos no
trabalho. Estudos os Instituto Trata Brasil mostram que o acesso a rede de esgoto,
um trabalhador aumenta sua produtividade em 13,3% e resulta em 3,8% de ganho
salarial por diminuição das faltas.
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3.2 Educação
3.3 Cidadania
3.4 Turismo
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Isso afeta diretamente a renda do trabalho e o número de pessoas ocupadas
no setor. Previsões mostram que a universalização do acesso entre 2015 e 2035
geraria ganhos de renda do turismo por volta de R$ 1,2 bilhão por ano.
Fonte:www.eosconsultores.com.br
4 PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
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Além da poluição, perde-se muito ao longo do sistema de abastecimento. Mais
uma vez, ressaltamos que as perdas de água no Brasil correspondem a quase 40%
do volume disponibilizado pelas concessionárias.
Reduzir as perdas de água melhora não somente nos investimentos
relacionados ao abastecimento, mas também auxilia na preservação dos recursos
hídricos brasileiros.
São muitos os fatores que podem ser relacionados como consequência da falta
de saneamento. Os impactos ambientais e a saúde pública são os mais relevantes
quando se trata da qualidade de vida da população.
Pudemos perceber, no decorrer deste texto que a população tem melhorado a
sua visão nas questões de saneamento ambiental. Entretanto ainda há bastante
espaço para melhorias. É preciso investir mais nos serviços de saneamento e também
cobrar mais dos órgãos gestores.
Pois, como vimos hoje, os investimentos em saneamento ambiental afetam
direta, ou indiretamente, os investimentos em outros setores. Além do mais, o
saneamento é capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas e ainda, aumentar
a renda e a produtividade do cidadão.5
A fim de mantermos a saúde do ambiente em que vivemos, precisamos levar
em consideração algumas regras importantes para obtermos qualidade de vida. Para
isso já foram estabelecidos alguns conceitos básicos para compreendermos esses
parâmetros. Para facilitar nossa introdução vamos citar um deles que é a definição de
saúde pela Organização Mundial da Saúde – OMS, que é “o completo bem-estar
físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças”. Segundo Philippi Jr
em 1988, “quando desejamos saúde a alguém estamos desejando que esta pessoa
não adquira nenhuma doença, não levando em consideração que ela precisa estar
em um perfeito bem-estar de maneira geral, com seu trabalho, sua família e consigo
própria para realmente ter saúde”.
Dessa forma, para que o homem possa alcançar esse estado de saúde em
perfeito bem estar geral, é de extrema necessidade o desenvolvimento de diversas
outras atividades que interagem no dia a dia dos seres humanos, tais como:
desenvolvimento urbano apropriado contemplando transporte, educação, sistema de
saúde adequado, condições de trabalho com iluminação e ventilação adequadas,
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Extraído do link: www.eosconsultores.com.br
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prevenção para mitigar a fadiga, ruídos e alimentação saudável, caso contrário
acarretará em problemas de saúde o que poderá levar até à morte. Em 1992 o Brasil
assumiu compromisso perante a Agenda 21 em combater as desigualdades sociais,
melhoria em sistemas de transporte e saúde, ciência e tecnologia, uso do solo, uso
dos recursos hídricos entre outros, ficando bem evidenciado a questão do
Saneamento Ambiental, haja vista, o grande crescimento desordenado das cidades
sem nenhum planejamento eficaz, gerando doenças nas pessoas por falta de
saneamento. Considerando essa carência, a Saúde Pública surgiu também como
ciência, com a atribuição de solucionar problemas de morbidade e mortalidade, pois
segundo Philippi Jr em 1988, “a Saúde Pública é a arte de promover, proteger e
recuperar a saúde, através de medidas de alcance coletivo e de motivação da
população. Cumpre principalmente as funções de educar e prevenir, tendo como
colaboradores a medicina preventiva e social e o saneamento do meio”.
Falando então sobre a relação entre o saneamento e a saúde pública, podemos
analisar alguns dados do Brasil através de IRAS (Informações Relacionadas à
Assistência à Saúde) e notamos que o nosso país teve e tem ainda apesar de uma
significativa evolução positiva, um estado grave de saúde. A taxa de mortalidade
infantil em 2002 era de 32,4 em cada 1.000 nascidos, muito maior do que em outros
países latinos; 15% das mortes de crianças com menos de um ano de idade foram
por diarreia; No Brasil já foram registrados 10 milhões de casos de esquistossomose;
Nos últimos 10 anos registramos 170 mil casos de cólera; A OMS – Organização
Mundial da Saúde recomenda o mínimo de US$ 500,00 por habitante para
investimento na saúde, enquanto que no Brasil é da ordem de US$ 60,00; No início
do plano real no Brasil há pouco mais de 20 anos atrás, o que não mudou muito nos
dias atuais, constatou-se pelo senso daquela época que 20% mais ricos detinham 32
vezes mais renda que os 20% mais pobres, comprometendo o acesso dos menos
favorecidos aos serviços de saúde e de saneamento. Houve uma tentativa há 14 anos
atrás para se reduzir a miséria e a pobreza, mas apesar dos esforços assistencialistas
não terem sidos sistematizados de forma autossustentáveis retrocedemos de forma
significativa comprometendo o nosso IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. O
Brasil possui um IDH de 0,699 e atualmente ocupa o 73° lugar no ranking mundial. O
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um dado utilizado pela Organização das
Nações Unidas (ONU) para analisar a qualidade de vida de uma determinada
população.
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Os dados acima demonstram como a situação estava extremamente crítica dos
serviços de saneamento no Brasil, o que evidenciava a gravidade de determinadas
doenças logicamente tendo o seu controle administrado, a reincidência de doenças
que já haviam sido erradicadas, enfim, o desencontro entre o desenvolvimento
econômico e o da saúde pública e os problemas de governanças corporativas da sua
falta ou de sua gestão não apropriada, isto é, não há integração entre os planos e
programas de saúde com os de saneamento. As ações no campo da saúde pública
se caracterizam mais pelo apagar fogo, ou melhor, sempre se estabelecem
disposições corretivas e nunca ações definitivas e de caráter preventivo. Exemplos
atualmente não faltam quando se observa os problemas de malária e febre amarela
em regiões do Brasil que já haviam sido erradicadas há algumas décadas atrás.
Com base nos últimos números pesquisados cerca de 35 milhões de crianças
menores de 5 anos estão sob risco se a meta de mortalidade na infância não for
atingida. Relatório divulgado em 2013 pelo UNICEF apontava que a taxa de
mortalidade de crianças menores de 5 anos no Brasil caiu 77% entre 1990 e 2012,
uma das quedas mais significativas no mundo nesse período. Reduzir essa taxa nas
populações mais vulneráveis é um dos desafios de países como Brasil. Nesse mesmo
relatório de 2013 divulgado pelo UNICEF indica que, se permanecesse as atuais
tendências de 4 anos atrás, o mundo não atingiria o Objetivo de Desenvolvimento do
Milênio 4 que era (diminuir em dois terços a taxa de mortalidade de crianças menores
de 5 anos até há dois anos atrás, isto é, em 2015). Pior ainda: se continuarem as
atuais tendências, o objetivo não será alcançado até 2028. Essa é a má notícia. Mas
o relatório também oferece algumas boas notícias. Mostra que é possível fazer
importantes avanços na área da sobrevivência infantil. Em termos globais, o número
anual de mortes de menores de 5 anos caiu de estimados 12,6 milhões em 1990 para
aproximadamente 6,6 milhões em 2012. Ao longo dos últimos 22 anos, o mundo
salvou cerca de 90 milhões de vidas que, de outra forma, teriam sido perdidas.
Em 2016 o Correio Brasiliense publicou matéria de um estudo realizado pela
Universidade de Washington onde demonstrava que das 188 nações investigadas, 50
concentram mais de 70% da população de até 19 anos; por isso, o relatório foi feito
apenas com os dados desses países. Os números refletem a desigualdade entre o
mundo desenvolvido e em desenvolvimento, com diferenças ainda mais acentuadas
em relação à África e à Ásia. Enquanto no Japão, onde há a menor incidência de
óbitos infanto-juvenis, houve 25,9 mortes em cada 100 mil crianças e adolescentes
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em 2013, na Nigéria, nação com o pior cenário, foram 856,7 ocorrências. O país
africano, aliás, também é recordista nos óbitos por doenças infecciosas do trato
respiratório (concentra 12% do total mundial) e malária (38%). Com Índia, República
Democrática do Congo, Paquistão e Etiópia, a Nigéria registrou metade de todas as
mortes por enfermidades associadas à diarreia.
A seguir pouco mais de dez anos depois dos dados citados na introdução, isto
é, a partir de 2015, já é possível evidenciarmos uma significativa melhoria desses
resultados, mas não significa que é o que queremos, ainda estamos longe das metas
que ora buscamos. Não podemos deixar de lembrar que uma das variáveis que
influenciam de forma negativa nessa evolução é o crescimento desordenado
decorrente da pressão urbana das populações e cidades que iniciam com a total falta,
escassez ou não adequados sistemas de saneamento. Nos países desenvolvidos,
anomalias congênitas — alterações ocorridas durante o desenvolvimento fetal, quase
sempre por questões genéticas — lideram as causas de mortalidade, seguidas por
complicações decorrentes de parto prematuro; acidentes de trânsito; distúrbios
neonatais, como as doenças metabólicas; encefalopatia neonatal (síndrome
caracterizada por alterações no desenvolvimento neurológico); infecções
respiratórias; sepse (infecção geral) neonatal; diarreia e desnutrição. Já nas nações
em desenvolvimento, incluindo o Brasil, doenças no trato respiratório estão no topo
das causas, e os acidentes de trânsito na base. Enquanto os países ricos não tiveram
registro estatístico de morte por malária, no restante do mundo, a enfermidade
infecciosa matou 652.820 crianças e adolescentes, com taxa de mortalidade de 29,3
em cada 100 mil.
“Em alguns sentidos, países desenvolvidos e em desenvolvimento têm
semelhanças nas principais causas de morte. Em ambos, complicações de partos
prematuros e anomalias congênitas são causas comuns de óbito entre crianças com
menos de 5 anos, enquanto que, entre adolescentes, as lesões lideram”, observa o
epidemiologista Vos, Theo - 2016, professor de saúde pública da Universidade de
Washington e autor correspondente do levantamento. “Quanto às principais
diferenças, doenças infecciosas, sepse, malária, diarreia, HIV/Aids, meningite e
tuberculose continuam sendo os grandes desafios para nações em desenvolvimento”,
diz. No ranking das 25 causas de óbito, meningite ocupa a 13ª posição; HIV/Aids, a
14ª; e tuberculose aparece na 21ª. As demais citadas por Vos, Theo - 2016 fazem
parte da lista das 10 principais causas.
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Para falarmos de como a ausência de saneamento afeta a saúde, em primeiro
lugar vamos citar a definição de saneamento conforme a OMS – Organização Mundial
da Saúde como “o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem
ou podem exercer efeito deletério sobre seu bem-estar físico, mental e social”. Com
essa definição o saneamento nunca deve se dissociar do conceito de saúde. Várias
doenças infecciosas e parasitárias são transmitidas através do meio ambiente, sendo
uma dessas formas de veículo a água.
Para evitar a transmissão das doenças, não basta desenvolver atividades em
saneamento e nem tão somente os cuidados médicos, devemos também investir na
sensibilização e conscientização sanitária, e para promover essa educação é
necessário estabelecermos condições que permitam condições de praticarmos
hábitos de higiene, e dentre esses hábitos, incluem-se: o uso e manutenção
apropriada de instalações sanitárias, bem como a melhoria da higiene pessoal,
doméstica e dos alimentos, o que não é possível alcançar se não vier acompanhada
de recursos que permitam o investimento nas áreas de educação, saúde, o que
somente é possível quando se atinge um nível de desenvolvimento em que as
pessoas são incluídas dentro da população economicamente ativa do país.
Então, como as doenças são transmitidas quando os serviços de saneamento
não existem ou são inadequados? Uma grande parte de doenças que podem ser
transmitidas para o ser humano é causada por microrganismos através da água, das
fezes, do lixo e das condições de habitação. Aos técnicos de Saneamento é
importante saber e identificar os meios de transmissões e as ações de prevenções,
conforme resumo a seguir:
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Também pela água pode ser transmitida uma diversidade de substâncias
químicas nocivas ao ser humano, às quais podem gerar gravíssimos problemas de
saúde, se consumido por prolongado período em quantidades elevadas, conforme
demonstramos no quadro a seguir:
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Com a Figura a seguir, foi possível evidenciar uma situação do dia a dia, onde
crianças que habitam as palafitas nas margens do Igarapé do 40 em Manaus-AM
convivem em contato com águas contaminadas tanto com vetores, agentes
infecciosos além de componentes orgânicos, inorgânicos fezes e lixos diversos.
Esta cena foi retratada às 07:30 h do dia 05/06/2004, Dia Internacional do Meio
Ambiente, quando nos deslocamos para participar de evento alusivo a esse dia, no
entorno do Polo Industrial (Região do Igarapé do 40 entre as Avenidas General
Rodrigo Otávio e Silves, bairro do Crespo em Manaus-AM, evento esse que se
denominava Projeto de Sensibilização Social para a Educação Ambiental,
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denominado “Consciência Limpa”, onde várias empresas do Polo industrial
participaram sob a Coordenação da Fundação Rede Amazônica, junto à comunidade
de moradores dessa região. Nesse dia também ocorreram oficinas para sensibilizar e
educar a comunidade sobre os riscos evidenciados.
Fonte:pt.linkedin.com
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Falando agora das doenças relacionadas com o lixo. Quando não existe um
sistema de coleta e disposição apropriada do lixo, uma grande diversidade de doenças
pode ser transmitida aos seres vivos, principalmente aos seres humanos. Ainda nos
dias atuais não se tem domínio pleno de como ocorrem alguns mecanismos de
transmissão, logo, de forma indireta, o lixo impacta de forma significativa nas
transmissões de doenças, pois é no lixo que os vetores se hospedam, se alimentam
e se proliferam.
No quadro seguinte demonstra-se os vetores, as vias de transmissões e as
principais doenças relacionadas com o lixo.
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A falta do uso de equipamentos de proteção individual por trabalhadores
também acarreta em acidentes de trabalho devido a doenças em consequência de
manuseio e contato direto com o lixo. A disposição inadequada do lixo no solo como
a sua queima, impacta na poluição do ar, do solo e das águas superficiais e
subterrâneas.
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Sobre as doenças relacionadas à habitação, a malária é uma doença
transmitida com maior intensidade em residências construídas em locais onde as
concentrações dos vetores é significativa. Dessa forma, o local onde devemos
construir nossas moradias deve ser previamente avaliado para o bem da saúde das
pessoas. Uma vez definida a área adequada para construir moradias, devemos
considerar que seja dada condição para se efetuar a higiene doméstica, como forma
preventiva para evitar doenças feco-orais e das doenças procedentes do uso da água.
Ao projetarmos residências devemos levar em consideração as condições de
espaço, temperatura e umidade do ar, prevenindo o não favorecimento da
transmissão de patogênicos pelo ar, transmitindo doenças como: catapora, caxumba,
meningite, difteria e doenças respiratórias. Uma vez que as pessoas estejam morando
em suas casas, os materiais, móveis e utensílios em condições impróprias para o uso,
colabora com a proliferação de vetores transmissores de doenças como ratos,
mosquitos, carrapatos, piolhos, pulgas, ácaros. Podemos citar como exemplo o
surgimento dos barbeiros que são os vetores da doença de Chagas.
O que então devemos entender por controle de vetores? Os vetores portadores
de doenças que geram riscos à saúde pública, e essas transmissões podem ocorrer
de forma direta ou por meio de vetores, que são seres vivos com capacidade para
infectar diversos hospedeiros. A importância do controle desses vetores é prover
ações que acarretam em: Mitigação da mortalidade infantil; redução da mortalidade e
aumento da vida média do ser humano; prevenir doenças relacionadas aos vetores; e
preservar as condições de conforto à vida humana.
O controle químico é realizado periodicamente por meio de substâncias
químicas com a finalidade de destruir os vetores, porém devemos ter muito cuidado,
haja vista que eles são nocivos ao ser humano ao mesmo tempo em que os vetores
podem desenvolver resistência à sua aplicação. São os que são aplicados pelas
empresas dedetizadoras e desratizadoras e demais finalidades de combate e controle
de pragas e vetores nos hospitais, clínicas, restaurantes, residências e outros.
O controle ambiental caracteriza-se pelo saneamento do meio a longo prazo,
com o objetivo de estabelecer condições que impeçam o desenvolvimento dos
vetores. Na figura acima, todos os lixos destinados a aterro devem ser enterrados e
compactados pelo solo, evitando assim que o lixo fique exposto a céu aberto. O
controle ambiental por meio de aterro sanitário quando executado apropriadamente
dentro das técnicas requeridas, ele traz excelentes benefícios à saúde pública, ao
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conforto da população e à atividade econômica, permitindo o aproveitamento de gases
pelo processo de biodigestor e da cogeração, além de não gerar impacto ambiental
através de produtos químicos.
O controle biológico pode ser efetuado por meio de lançamento de outros
organismos predadores naturais dos vetores, ou que realize competição entre eles.
Essa técnica ainda possui limitações quanto a sua praticidade, pois depende muito
ainda de pesquisas a serem desenvolvidas. É possível que seja necessário a
aplicação das três modalidades de controle, o que denominamos de controle integrado
de vetores, que na realidade é a mais eficaz.
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Fonte: pt.linkedin.com
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do saneamento para a saúde pública é o tratamento dos esgotos, à qual vamos
demonstrar a seguir. Obviamente que para ocorrer a floculação pode ser necessário
uma determinada reação química. Além disso, como é o caso da cidade de Manaus
cuja captação de água vem do Rio Negro e que sua cor é escura por isso seu nome,
que é resultado dos ácidos húmicos e fúlvicos resultantes da decomposição do húmus
no solo que são lentamente transportados para o rio. O húmus que dá a cor preta é
carregado para dentro do rio com as inundações, e o grau de acidez elevado é
explicado exatamente por essa grande quantidade de ácidos em seu interior
provenientes da decomposição dos vegetais. E nas Estações de Tratamento de Água,
para reduzir essa cor que não é um problema, e sim apenas um problema de estética
que impressiona quem vai consumir, é o que custa mais caro. Enfim, reduzir a cor da
água captada do Rio Negro sai mais caro que propriamente realizar o tratamento
necessário para se enquadrar nos parâmetros de potabilidade.
Quanto à importância dos esgotos para a saúde pública verifica-se que, após
as águas serem utilizadas pela população, ocorre a geração das águas servidas, isto
é, a geração de esgotos, que se não forem tratados e destinados deforma
ambientalmente adequado, eles impactam na poluição do solo, das águas,
acarretando em alto risco de focos e transmissão de doenças. Os serviços de esgotos
constituem-se de coleta individual ou coletiva, separação rápida e segura dos esgotos
por meio de fossas ou redes e no tratamento e disposição sanitária adequada. Os
benefícios de um sistema de esgotos, obviamente que também possui seus aspectos
sanitários bem mais expressivos que os sociais e econômicos.
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Antes de qualquer ação de implementar tratamento de esgotos, devemos
considerar também os aspectos com relação aos objetivos do tratamento, nível do
tratamento e os estudos de impacto ambiental nos corpos receptores, de maneira a
alcançarmos o principal objetivo do tratamento que é a remoção dos poluentes
existentes nas águas servidas que tanto podem ser oriundas de esgotos domésticos
como de esgotos industriais. Nos domésticos, objetivamos a remover a matéria
orgânica, sólidos em suspensão e organismos patogênicos, já nos industriais buscase
a remoção além dos citados nos sanitários, também a remoção de nitrogênio, fósforo,
compostos tóxicos e compostos não biodegradáveis, tudo em conformidade legal com
os parâmetros da Resolução CONAMA 357/05, que dispõe sobre classificação das
águas, padrões de qualidade dos corpos receptores e padrões de lançamento de
efluentes nos corpos d’água. No esquema da Figura a seguir um fluxo resumido de
tratamento em ETE – Estação de Tratamento de Efluentes e a destinação
ambientalmente adequada do lodo gerado.
Sequência de tratamento de efluentes tanto de procedência industrial e
biológico simultâneo, porém depois que trata o industrial em seguida o biológico é
tratado.
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Agora vem a última e vital parte para fechar o ciclo do saneamento que é a
importância da limpeza pública para a saúde pública. O lixo ainda é uma grande
preocupação ambiental para a sociedade, e essa mesma sociedade continua a
exercer pressão sobre os recursos naturais, pois tudo que é matéria tem seu tempo
de vida limitado e um dia se torna resíduo, e em diversos casos ainda não se tem uma
solução para a sua destinação ambientalmente adequada. Estamos cientes que isso
tudo é inevitável perante o desenvolvimento e crescimento socioeconômico
necessário as nossas vidas, isto é, estamos falando do metabolismo industrial e
social. Considerando que em todas as atividades dos seres vivos, humanos ou não,
ocorre a geração de resíduos, e se não houver um sistema de coleta, tratamento,
reciclagem, reuso e destinação ambientalmente e sanitariamente adequada,
corremos sérios riscos de contaminação do solo, do ar, da água e com a proliferação
de vetores e doenças, que é uma grave ameaça à saúde pública e ao meio ambiente.
Do ponto de vista econômico, a geração desordenada e descontrolada em excesso
de resíduos sem que haja uma destinação apropriada para reciclagem transformando
em outras matérias-primas, nos leva a um grande desperdício de novos materiais, de
energéticos e aumento dos impactos sobre os recursos da natureza, como mostra a
figura seguinte.
Para evitar os problemas visualizados na figura anterior, a sociedade por meio
de seus governantes deve decidir sobre as definições do que deve ser feito com a
destinação final dos resíduos urbanos e industriais de uma forma controlada e em
conformidade legal, para que seja prevenido a não poluir o solo, a água e o ar, não
atrair vetores, eliminar riscos de incêndios e explosões e outros. Dentre as alternativas
para tratamento e disposição final do lixo, a mais adequada é o aterro sanitário, apesar
também de ser possível decidir para determinados segmentos, a incineração e a
compostagem. Há formas mais modernas de tratar e tornar inerte os resíduos
transformando em novas matérias-primas, porém em função do volume e da
viabilidade técnica-econômica ainda não é possível praticá-la. Entretanto ainda penso
que a mais adequada é a implantação de usinas com uso de biodigestores para
transformação do lixo em energia elétrica e também em gás, contudo, somente
daqueles resíduos que não for mais possível aplicar a “Análise do Ciclo de Vida”, isto
é, “do berço ao túmulo”. Mas isso é um outro assunto a tratarmos em um artigo
específico.
31
A NBR 8419 dispõe sobre as regras e técnicas para a implementação de um
aterro sanitário, visando dispor os resíduos no solo sem impactar na saúde pública e
na segurança, pois esse tipo de aterro deve contemplar instalações de apoio, sistema
de drenagem de águas pluviais, sistemas de coleta e tratamento de líquidos
percolados e de drenagem de gases, que são formados devido à decomposição da
matéria orgânica, bem como a impermeabilização lateral e inferior, de maneira a
eliminar a contaminação do solo e do lençol freático, conforme figura seguinte:
Entretanto, devemos evitar aterrar resíduo, é aconselhável que precisamos
buscar todas as formas de reciclar o máximo possível, pois nos dias atuais, não se
admite mais desperdiçar e acumular poluentes, podendo os resíduos se tornar
matérias-primas recuperáveis, a prática da reciclagem vem ao encontro de um
mecanismo de desenvolvimento limpo, isto é, da prática da Análise do Ciclo de Vida
dos produtos, que denominamos como “do berço ao túmulo”, retornando ao ciclo de
produção, o que nos traz grandes vantagens, como, a redução dos custos da coleta,
o aumento da vida útil dos aterros, o reuso de bens que antes eram descartados, a
redução dos energéticos (energia elétrica, querosene, GLP, diesel e gasolina),
redução dos custos de produção, a criação de novos empregos, a redução da
exploração de recursos naturais, e principalmente a melhoria do nível de qualidade da
saúde pública e dos seres humanos que nela estão inseridos. Quero aqui fazer um
lembrete que passa despercebido para muitos profissionais. O nosso aterro da cidade
de Manaus não é sanitário, na realidade ele se denomina de Aterro Controlado.
Quando ele iniciou ele queimou muito metano para a atmosfera, gás esse que não foi
aproveitado, e a meta era que quando de cima desse aterro fosse possível visualizar
o Rio Negro, esse seria o limite de uso desse aterro. Mas isso já extrapolou e na
realidade o nosso aterro nos dias atuais não tem mais capacidade de receber
resíduos, estamos no limite do limite de segurança. Mas sabemos que estudos e
planos já estão sendo concluídos para a construção de um novo aterro pelo que
torcemos que seja realmente um aterro sanitário e que fizesse uso do gás que irá
gerar e que fosse feito um complexo onde haveria também usinas para processar os
biodigestores e a geração de energia elétrica de maneira que a nossa cidade possa
atuar como realmente uma representante ecológica e sustentável da grande fábrica
de chuvas de nosso planeta que é a nossa “Rain Forest”.
Vale aqui ressaltar que o novo aterro sanitário que está sendo feito no
quilômetro 13 da BR-174 desde 2010, local com vários balneários nas redondezas
32
teve sua obra paralisada por recomendação do Ministério Público Federal no
Amazonas (MPF/AM), a Construtora Marquise S/A se comprometeu a paralisar as
obras de construção do novo aterro sanitário de Manaus até a conclusão e aprovação
de laudo hidro geológico sobre o local destinado ao empreendimento. No mesmo
documento, o MPF recomendou ainda ao Instituto de Proteção Ambiental do
Amazonas (Ipaam) que apresente um termo de referência para a elaboração do
estudo. O procurador da República Rafael da Silva Rocha, autor do documento,
ressaltou que a construção de aterro sanitário, sem a realização de todos os estudos
ambientais necessários, representa uma grave ameaça ao meio ambiente,
especialmente por conta do risco de contaminação dos rios e lençóis freáticos,
favorecendo, também, o surgimento de vetores transmissores de doenças
infectocontagiosas. “O risco que recai sobre os recursos hídricos não pode ser
assumido por uma decisão governamental, ao contrário, aciona a necessidade de
diálogo e participação, de modo que toda a sociedade, consciente de sua existência,
seja chamada a decidir, com conhecimento e informação”, defende o procurador em
trecho da recomendação. A partir de apuração que acompanha a execução da obra
do novo aterro sanitário de Manaus desde 2010, por meio de inquérito civil público, o
MPF constatou ainda que o licenciamento do novo aterro sanitário de Manaus estava
em desacordo com a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama)
nº 237/97, já que a licença prévia (LMC nº 113/12) foi emitida por um órgão municipal
e a licença de instalação (LI nº 203/11) por um órgão estadual, o que fere o artigo 7º
da resolução. A investigação demonstrou ainda que a licença prévia, com atestado de
viabilidade do aterro, foi emitida quase um ano após a licença de instalação que, por
sua vez, autorizou a implantação do aterro. Empreendimento só deve ser retomado
após conclusão e aprovação de laudo hidro geológico sobre a área de construção.
Com essa pesquisa e estudo quero concluir que, o saneamento visa proteger
a saúde dos seres humanos através de uma infraestrutura voltada à defesa da Saúde
Pública. Para finalizar a pesquisa, muito mais detalhes poderíamos estar citando
nesse trabalho, pois o tema é muito abrangente, mas considerando as limitações da
publicação como artigo, foi necessário sintetizar o máximo possível, o que foi preciso
empreender esforços para não se perder no conteúdo e penso que em alguns pontos
me vi no risco de isso ocorrer, pois esse é um dos assuntos que mais gosto de estudar,
concentrando assim nos pontos importantes relacionados ao tema da pesquisa que
foi a importância do saneamento para a saúde pública. Mas não podemos deixar aqui
33
de mencionar que para implementar serviços de saneamento, é necessário seguirmos
certas regras como: Devemos partir da coleta de informações gerais, no que diz
respeito aos sistemas estudados nesta pesquisa, sendo eles, o abastecimento de
água, o esgotamento sanitário, a drenagem pluvial, a limpeza pública, a situação
epidemiológica, as práticas de controle de vetores e a situação ambiental. Com isso,
nos tornamos capazes para estabelecer um diagnóstico, para aí então elaborarmos,
aprovarmos e licenciarmos um projeto, somente após isso é que partimos para as
obras, e o mais importante e, após o início das operações darmos continuidade na
manutenção. Quero aqui externar meus agradecimentos ao Mestre Prof. Msc.
Edmilson Francisco Urtiga que me orientou com diversos pontos importantes e
significativos, agregando valor nos meus conhecimentos durante a minha pesquisa
para minha especialização no assunto.6
Fonte:pt.linkedin.com
6
Extraído do link: pt.linkedin.com
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no setor, que estavam paralisados há praticamente uma década, a chamada década
perdida (1990), além da formulação do projeto de lei visando dotar o País de uma
política para o setor.
Após um longo processo de discussão com todas as entidades do setor e da
sociedade civil organizada interessada no tema, o projeto foi aprovado no segundo
semestre de 2006, por unanimidade, nas duas casas do Congresso Nacional. Com
isso, a Lei 11.445/2007, que instituiu as diretrizes nacionais e a política federal do
saneamento básico, foi sancionada no dia 05 de janeiro de 2007.
Não poderia deixar de registrar duas felizes coincidências: na primeira, a data
da sanção coincidiu com o meu último dia como Secretário Nacional de Saneamento
Ambiental – sentimento de dever cumprido - e na segunda, a nova lei foi sancionada
exatamente 12 anos após o veto integral, em 05.01.1995, do PLC 199, também
aprovado por unanimidade, que também instituía a Política Nacional de Saneamento
Básico. Obviamente, caso o projeto de lei não tivesse sido vetado, o setor de
saneamento poderia estar, no momento da sanção, com melhores indicadores de
cobertura e ter avançado na universalização, bem como poderia estar aperfeiçoando
a lei existente. Tivemos que recomeçar do zero.
A instituição do marco regulatório e a implantação do PAC Saneamento, em
janeiro de 2007, que disponibilizou nos últimos nove anos mais de 86 bilhões de
recursos para investimentos no setor, trouxeram novo fôlego para o tão maltratado
setor de saneamento básico no País. Após nove anos de implantação da política
nacional de saneamento básico, de lá para cá o que mudou? Quais os avanços e os
desafios que temos pela frente?
Como Secretário Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das
Cidades e coordenador de todo esse processo durante o primeiro mandato do
Presidente Lula e como militante do saneamento há mais de quarenta anos, sinto-me
na obrigação de fazer essa reflexão e uma modesta avaliação de como se encontra
atualmente o setor e quais os desafios futuros.
São inegáveis os avanços ocorridos nesse período. Saímos de uma situação
de ausência de políticas, de planejamento, de regulação e de investimentos para uma
situação completamente diferente. Foram estabelecidas regras que proporcionaram a
previsibilidade e maior segurança jurídica ao setor, a possibilidade de novos arranjos
institucionais na prestação dos serviços e instituídos os princípios da universalização
e do controle social e das diretrizes para o planejamento, a regulação, a fiscalização
35
e a prestação dos serviços de saneamento básico. Além disso, merece destaque o
lançamento do PAC Saneamento, a regulamentação da lei, por meio do Decreto
7.217/2010, a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, por meio da Lei
12.305/2010 e a implantação do PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico,
com a finalidade de estabelecer um planejamento de longo prazo para o setor,
prevendo o volume total de recursos necessários à universalização, da ordem de R$
504 bilhões.
Em função de todos esses fatos, o País está avançando na universalização,
com o aumento da cobertura dos serviços de abastecimento de água, esgotamento
sanitário e dos manejos das águas pluviais e de resíduos sólidos, resgatando a
dignidade do cidadão e garantindo o acesso aos serviços e a melhoria na qualidade
de vida de milhões de brasileiros. Apesar de todos esses avanços, ainda temos muito
por fazer, entendendo que o processo de universalização não está sendo executado
de acordo com as metas do PLANSAB, nem na velocidade desejada por todos
aqueles que militam no setor.
Como avançar mais rapidamente na ampliação dos serviços? O que fazer para
garantir o acesso aos serviços de saneamento básico a quem ainda não dispõe
desses serviços, a exemplo das populações de baixa renda, especialmente da
periferia das grandes cidades, dos pequenos municípios mais pobres e da zona rural?
Segundo balanço do Ministério das Cidades do PAC Saneamento, no mês de
novembro/2015, no período de 2007 a 2015 foram selecionados R$ 86,1 bilhões,
contratados R$ 81,5 bilhões e executados R$ 38,1 bilhões. Ou seja: os operadores
públicos e privados só conseguiram executar 46,7 % de todo o valor contratado. O
fato é que o setor deixou de utilizar cerca de R$ 48 bilhões disponíveis. Segundo o
PLANSAB, a necessidade de recursos para universalizar no período de 2014-2018 é
de R$ 88,4 bilhões. Supondo que sejam disponibilizados mais R$ 40 bilhões, como
executar, até 2018, todo esse montante de recursos?
Diante da escassez de recursos, por que o setor não consegue gastar com
qualidade e celeridade os recursos disponibilizados? Segundo o Ministério das
Cidades, as obras do PAC em geral, levam, em média, mais de cinco anos – alguns
mais de oito anos - para serem concluídas após a contratação dos recursos.
Responder a essa questão – que não é fácil – é um dos pontos chaves para
identificarmos e equacionarmos os problemas para que o saneamento básico possa
avançar na busca da universalização.
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Portanto, é necessário uma especial atenção e reflexão de todos os atores
envolvidos, desde o governo federal, que libera os recursos, passando pelos estados,
municípios e prestadores, que executam as ações, pelas empresas de engenharia,
que elaboram projetos e executam obras, pelos fabricantes de materiais e
equipamentos, pelos órgãos reguladores, pelos órgãos de controle e, particularmente,
pela sociedade organizada, que deveria acompanhar e fiscalizar o planejamento, a
execução das obras e a qualidade dos serviços, visando criar as condições
necessárias para a melhoria da eficiência na aplicação dos recursos, qualificando o
gasto público e o avanço no desempenho da elaboração de projetos de qualidade e
execução de obras sustentáveis.
Uma das reclamações dos operadores do setor é a falta de critérios únicos e
uniformes por parte do Governo Federal para o acesso aos recursos do OGU -cada
órgão define a forma e critérios diferentes. Outra queixa é a demora na liberação dos
recursos, daí a necessidade da simplificação dos processos para acesso aos recursos
de financiamento com a eliminação da duplicidade na fase de análise das propostas.
Com isso, os prazos de contratação, que hoje duram, em média, dois anos, poderiam
ser reduzidos para pouco mais de um ano, sem nenhum comprometimento do
processo. Além disso, a divulgação da disponibilidade dos recursos, pelos órgãos
financiadores, no primeiro trimestre do ano, permitiria aos operadores antecipar o
planejamento das ações e dos projetos, dando mais agilidade na implantação dos
empreendimentos.
Além da questão da morosidade na implantação das obras de ampliação dos
sistemas, uma das questões mais importantes e um dos maiores desafios a ser
enfrentado pelo setor é a eficiência operacional. Não será possível universalizar os
serviços de saneamento básico sem enfrentar essa questão de forma contínua e
planejada. Não podemos conviver, ainda hoje, com a média de perdas da ordem de
40% de tudo que é produzido. É urgente combater esse elevado índice para nos
aproximarmos dos indicadores dos países desenvolvidos do primeiro mundo. Para
isso será necessário definir novas estratégias de combate às perdas, mobilizando
menos recursos humanos e materiais para produzir e distribuir cada metro de água
tratada ou para coletar e tratar cada metro cúbico de esgoto sanitário.
Outra questão a ser equacionada é com relação à estrutura tarifária praticada
pelo setor de saneamento no Brasil. As tarifas atuais não estimulam o acesso regular
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e contínuo da população de baixa renda aos serviços de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário.
Fonte:pt.linkedin.com
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que com serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. É importante
observar que mesmo com o custo muito mais baixo do que os outros serviços, a
população, que não a tem a cultura da importância do saneamento básico, tem uma
sensação de que os serviços de água e esgoto são muito caros.
Fonte: ciclovivo.com.br
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formação da infraestrutura de um país, permitindo o seu desenvolvimento e,
principalmente, combatendo inúmeras doenças que afetam as populações que não
possuem a cobertura dos serviços.
Corroborando mais essa necessidade, na zona urbana a busca pela
universalização implica na ampliação da cobertura, sobretudo na periferia das
cidades, áreas com os maiores índices de inadimplência, ocupadas
preponderantemente pela população de baixa renda. Acrescente-se que, devido ao
desordenamento urbano, por vezes verificado na periferia, as obras são de difícil
execução, exigindo ações integradas de saneamento básico. A instituição do Fundo
Nacional, com a disponibilização de recursos de várias origens e particularmente do
OGU, contribuirá, de forma decisiva, para garantir a universalização.
Um dos avanços e dos pontos mais importantes da lei é a exigência do
planejamento como instrumento fundamental para o desenvolvimento das ações de
saneamento básico. Em função da exigência legal da apresentação dos planos
municipais de saneamento básico para acessar aos recursos da União, muito embora
o Governo Federal, por meio do Decreto 8.629, de 30.12.2015, tenha prorrogado esse
prazo, passando de 31.12.2015 para 31.12.2017, a elaboração dos planos de
saneamento continua sendo um dos maiores desafios e motivo de preocupação, pois
as sucessivas prorrogações de prazos e o fato de que mais da metade dos municípios
brasileiros ainda não dispõe desse instrumento, demonstram que essa ação,
fundamental para o setor, vem enfrentando obstáculos consideráveis devido à falta de
recursos humanos e financeiros e ao desconhecimento desta obrigação legal por
parte dos titulares dos serviços. Não adianta prorrogar os prazos sem que sejam
criadas as condições técnicas e financeiras para que os municípios elaborem os seus
planos.
O planejamento impacta decisivamente na contratação e execução dos
investimentos, em função da necessidade de uma articulação das suas diretrizes e
das metas de investimento e universalização com os recursos tarifários, que
obrigatoriamente deverão ser tratados nas revisões tarifárias.
O instrumento da regulação é um dos avanços mais expressivos na lei nacional
de saneamento básico, podendo ser considerado um marco na moderna regulação
brasileira, que rompe com um modelo esgotado que causava uma forte insegurança
jurídica, permitindo vislumbrar um novo e promissor ciclo para o segmento.
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A regulação do saneamento, por sua complexidade, ainda carece de
aperfeiçoamento, tendo em vista que existem muitas rotinas e procedimentos ainda
em fase de organização e discussão, com destaque para os mecanismos de
regulação econômica e da qualidade da prestação de serviços. Entendendo que o
instrumento da regulação é fundamental para a universalização dos serviços, tornase
necessário avançar na implementação de uma regulação que coloque o usuário no
centro da proteção estatal e que torne o saneamento básico menos suscetível às
manipulações políticas e aos interesses conjunturais. Para isso, é urgente a
estruturação dos órgãos reguladores de forma a garantir que haja independência
decisória, autonomia administrativa, orçamentária, financeira, transparência,
tecnicidade, celeridade e objetividade nas decisões.
Como vemos, os desafios são imensos. Além dos citados acima, podemos
identificar outros que, no nosso entendimento, devem ser considerados e superados
para o avanço setor:
i Definir um único órgão responsável pelas ações de saneamento básico
no País, reorganizando institucionalmente o setor, racionalizando e
integrando as ações de saneamento básico do Governo Federal, de
modo a tornar factível a implementação da política nacional de
saneamento, de forma a superar os desafios visando a universalização
do acesso aos serviços;
ii Acabar com os conflitos com relação à titularidade nas regiões
metropolitanas. Para isso, o governo federal tem que atualizar a Lei
11.445/2007, adaptando-a às recentes decisões do Supremo Tribunal
Federal - STF e ao Estatuto das Metrópoles (Lei 13.089/2015);
iii Avançar na implementação do PLANSAB, disponibilizando os recursos
necessários à universalização, estabelecendo uma política perene de
alocação de recursos;
iv Criar as condições para a melhoria e a qualificação dos gastos públicos,
de modo que os recursos disponibilizados possam ser efetivamente
aplicados em empreendimentos sustentáveis, que tragam reais
benefícios para a população; Disponibilizar recursos e estabelecer
estratégias para que os municípios e estados possam elaborar os
diversos planos previstos nas leis 11.445/2007 (Lei Nacional do
Saneamento Básico), 12.305 (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e
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v 13.089/2015 (Estatuto das Metrópoles);
vi Criar um Órgão Federal para supervisionar os órgãos reguladores,
definindo a uniformidade de fiscalização e regulação dos serviços,
inclusive de sua remuneração e compatibilidade de planejamento; vii)
Definir, por lei, a imunidade tributária das empresas de saneamento
básico,
vii conforme ampla jurisprudência do STF;
viii Desonerar as empresas de saneamento do PIS/COFINS, com a
utilização desses recursos para investimentos e para o desenvolvimento
institucional e de revitalização das empresas de saneamento básico,
estabelecendo, para isso, regras claras definidas em um programa
específico;
ix Instituir a Política de Saneamento Rural, reforçando as iniciativas do
PLANSAB que prevê, entre os seus programas, recursos para atender a
zona rural, as comunidades indígenas, de remanescente de quilombos,
de reservas extrativistas, de projetos de assentamento da reforma
agrária e populações ribeirinhas;
x Aperfeiçoar o Sistema Nacional de Informações do Saneamento - SNIS,
implantando o SINISA, conforme definido em lei.
Como vemos, a nova lei do saneamento básico está sendo fundamental para a
melhoria do setor. Apesar dos avanços, ainda há muito por fazer para a sua
implantação de fato, em toda a sua plenitude, principalmente no que se refere à
gestão, aí incluídos o planejamento, a ampliação, a regulação, a prestação, a
fiscalização e o controle social dos serviços.
Os desafios ainda são gigantescos e está claro que eles não serão superados
da noite para o dia, principalmente em um momento de crise. Porém acreditamos que
com prioridade, eficiência, criatividade e a participação efetiva de todos os atores na
busca de solução para os grandes problemas, o setor poderá superá-los, de modo a
criar as condições necessárias para o avanço da universalização do saneamento
básico no País, garantindo o acesso e atendendo progressivamente a população
excluída do sistema.7
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Extraído do link: www.sambiental.com.br
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BIBLIOGRAFIA
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