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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 CONCEITOS E ETIMOLOGIAS .................................................................. 5

3 Definições de Ergonomia ............................................................................ 6

4 RISCOS ERGONÔMICOS.......................................................................... 9

5 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA - FREDERICK W. TAYLOR (1900)........ 10

5.1 Considerações da Administração Científica de Taylor ....................... 12

6 REAÇÃO DOS TRABALHADORES ......................................................... 13

7 O DESENVOLVIMENTO ATUAL DA ERGONOMIA ................................. 14

7.1 Os investimentos em Ergonomia proporcionam harmonia entre o


homem e o seu trabalho ........................................................................................ 18

8 O PROCESSO DE ERGONOMIA ............................................................. 22

8.1 Metas do processo de ergonomia ...................................................... 23

9 NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA ................................ 25

9.1 Identificação das Limitações do Organismo Humano ........................ 25

10 SISTEMA LOCOMOTOR ...................................................................... 27

10.1 Sistema Esquelético ........................................................................ 28

10.2 Coluna vertebral .............................................................................. 29

10.3 Principais doenças da coluna.......................................................... 30

10.4 Músculos ......................................................................................... 34

10.5 Tendões .......................................................................................... 35

11 POSTURA INADEQUADA ..................................................................... 37

11.1 Repetitividade ................................................................................. 39

11.2 Prevenção ....................................................................................... 42

12 ANÁLISE POSTURAL DO CORPO HUMANO ...................................... 44

12.1 O trabalho na postura sentada ........................................................ 49

12.2 Antropometria.................................................................................. 51
2
12.3 Critérios par dimensionamento dos postos de trabalho .................. 54

13 BIBLIOGRAFIAS ................................................................................... 57

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 CONCEITOS E ETIMOLOGIAS

Fonte: pt.slideshare.com

As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos


ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes
com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores
eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os
empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos
físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo
terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro
benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam
por situações de precariedade (NETO, 2012).
Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizavam para lutar por
melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade
unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho
dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como “quebradores de
maquinas”, os ludistas invadiam fabricas e destruíam seus equipamentos numa forma
de protesto e revolta com relação a vida dos empregados (NETO, 2012).
O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela vida política
conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores. Nessa mesma época
surgiram estudos encabeçados por Frank e Lilian Gilbreth e Morris Cooke adaptando
os princípios da administração cientifica em organizações nas não industrias (NETO,
2012).
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Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel
criou na Inglaterra a primeira sociedade nacional de Ergonomia, a Ergonomic
Research Society. Nesta espoca que iniciou a concepção sobre Ergonomia.
Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em números países industrializados,
como a França, Estados Unidos, Alemanha, Japão e países escandinavos (NETO,
2012).

3 DEFINIÇÕES DE ERGONOMIA

Fonte: comunidadesebrae.com.br

A ergonomia ou engenharia humana é uma ciência relativamente recente que


estuda as relações entre o homem e seu ambiente de trabalho e definida pela OIT
(Organização Internacional do Trabalho) como "A aplicação das ciências biológicas
humanas em conjunto com os recursos e técnicas da engenharia para alcançar o
ajustamento mútuo, ideal entre o homem e o seu trabalho, e cujos resultados se
medem em termos de eficiência humana e bem-estar no trabalho" (KASSADA,
LOPES, KASSADA, 2011).
A ergonomia integra diferentes campos do conhecimento, como áreas de
estudo da fisiologia e da psicologia quando estuda o homem em situação real de
trabalho para identificar os elementos críticos sobre a saúde e a segurança originados
nestas situações e a partir daí elabora recomendações de melhoria das condições de
trabalho, bem como desenvolve instrumentos pedagógicos para qualificar os
trabalhadores (ASSUNÇÃO, LIMA, 2003).
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Para Slack et al (2002), entender como os locais de trabalho afetam o
desempenho, a fadiga, os desgastes, os danos físicos é parte da abordagem
ergonômica do posto de trabalho.
De acordo com Iida (2004) “ao contrário de muitas outras ciências cujas origens
se perdem no tempo e no espaço, a ergonomia tem uma data oficial de nascimento:
12 de julho de 1949. Nesse dia, reuniu-se, pela primeira vez, na Inglaterra, um grupo
de cientistas e pesquisadores interessados em discutir e formalizar a existência desse
novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência”.
Iida (2005) ainda diz que “em uma segunda reunião do grupo, ocorrida em 16
de fevereiro de 1950, foi proposto o neologismo ergonomia, formado pelos termos
gregos ergon= trabalho e nomos = regras, leis naturais.

A ergonomia no seu processo evolutivo enquanto disciplina científica


incorpora atividades de caráter sistêmico e interdisciplinar, pois, ao tratar das
condições de trabalho humano tem que dar conta de dimensões múltiplas na
sua avaliação. O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez em 1857
pelo polonês Woitej Yastembowky. Ele publicou um artigo intitulado “Ensaios
de ergonomia ou ciência do trabalho, baseado nas leis objetivas da ciência
sobre a natureza” (IIDA, 2005. Apud BARBOSA FILHO, 2010).

Fonte: render.com.br

Conceito da International Ergonomics Association (IEA): É o estudo científico


da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços de trabalho. Seu objetivo
é elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas científicas que a compõem,
um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve
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resultar em uma melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos
ambientes de trabalho e de vida” (FREITAS, MINETTE, 2014).
Conceito da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO): “A ergonomia é o
estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser
humano”.
Definição da OIT: É a aplicação das ciências biológicas humanas e o
ajustamento mútuo ideal entre o homem e seu trabalho, cujos resultados se medem
em termos de eficiência humana e bem estar no trabalho. É um conjunto de ciências
e tecnologias que procura o ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e o seu
trabalho.
Entende-se que a ergonomia já faz parte do ambiente organizacional de forma
a contribuir de forma positiva para adaptação do trabalhador ao posto que ocupará.
De acordo com Iida (2005) “os praticantes da ergonomia são chamados de
ergonomistas e realizam o planejamento, projeto de tarefas, postos de trabalho,
produtos, ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com as necessidades,
habilidades e limitações das pessoas”. Iida (2005) ainda ressalta para a questão que
os “ergonomistas analisam o trabalho de forma global, incluindo os aspectos físicos,
cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais e outros”.
Segundo o mesmo autor, os ergonomistas trabalham em domínios
especializados, abordando certas características específicas do sistema, tais como:
Ergonomia física – ocupa-se das características da anatomia humana,
antropometria, fisiologia e biomecânica, relacionados com a atividade física. Os
tópicos relevantes incluem a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos
repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de
postos de trabalho, segurança e saúde do trabalhador.
Ergonomia cognitiva – Ocupa-se dos processos mentais, como a percepção,
memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações entre as
pessoas e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem a carga
mental, tomada de decisões, interação homem-computador, estresse e treinamento.
Ergonomia organizacional – Ocupa-se da otimização dos sistemas sócio
técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos. Os tópicos
relevantes incluem comunicações, projeto de trabalho, programação do trabalho em
grupo, projeto participativo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações
em rede, tele trabalho e gestão da qualidade.
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4 RISCOS ERGONÔMICOS

Fonte: conclusao.pt.com.br

De acordo com Jorge e Alexandre (2005), a ergonomia está relacionada ao


homem e seu ambiente de trabalho, este ambiente não se limita ao espaço físico, mas
abrange os instrumentos, organização local e os métodos usados para desenvolver
as atividades. Seu principal objetivo visa promover a saúde e bem-estar, adaptando o
trabalho ao trabalhador.
Os riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade física ou
mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença. São considerados
riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada,
controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno,
jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição de rotina
intensa (KASSADA, LOPES, KASSADA, 2011).
Contudo esses riscos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e
provocar sérios danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no
organismo e estado emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e
segurança, tais como: LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios
osteomusculares Relacionados ao Trabalho), cansaço físico, dores musculares,
hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia,
doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de
coluna, entre outras. Este trabalho teve por objetivo realizar uma revisão bibliográfica

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sobre os principais riscos que comprometem as atividades e a saúde do trabalhador
(KASSADA, LOPES, KASSADA, 2011).
Os fatores de nível ergonômico estão relacionados a movimentos e esforços
musculares excessivos e postura inadequadas, os de nível organizacional estão
relacionados a gestos repetitivos, jornadas de trabalho prolongadas e ritmo intenso de
trabalho, já os níveis de natureza psicossocial relacionam-se ao ambiente se este for
tenso, se houver hierarquia na organização do trabalho, pressão de chefia e as
relações interpessoais (BIGOTTO, SILVA, SAILER, 2009).
Trabalho físico pesado, posturas incorretas, treinamento
inadequado/inexistente, trabalhos em turno, Trabalho noturno, monotonia,
repetitividade, ritmo excessivo, pressão explícita ou implícita para manter este ritmo,
metas estabelecidas sem a participação dos empregados e colaboradores, patamares
de metas de produção crescentes sem a adequação das condições para atingi-las,
incentivo a maior produtividade por meio de diferenciação salarial e prêmios,
induzindo as pessoas a ultrapassar seus limites, jornada de trabalho prolongada, falta
de possibilidade de realizar pequenas pausas espontâneas, quando necessário,
manutenção de postura fixa por tempo prolongado, mobiliário mal projetado, ambiente
de trabalho desconfortável(muito seco, muito frio, muito quente, pouco iluminado,
barulhento, apertado) (BIGOTTO, SILVA, SAILER, 2009).

5 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA - FREDERICK W. TAYLOR (1900)

Fonte: tourinews.es.com.br

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No fim do século XIX surgiram os trabalhos de Frederick Winslow Taylor, que
sistematizaram o conceito de produtividade, ou seja, a procura incessante por
melhores métodos de trabalho e processos de produção, com o objetivo de obter
melhoria da produtividade com o menor custo possível (SILVA, SILVA, SILVA,
SOUZA, SANTOS, 2009).
Taylor acreditava que, para resolver um dos principais problemas da época, os
salários, era necessário descobrir, de maneira científica e exata, qual a velocidade
máxima em que o trabalho poderia ser executado. Sua resposta para esse problema
foi o que ele chamou de “estudo sistemático e científico do tempo”, que consistia em
dividir cada tarefa em seus elementos básicos e, com a colaboração dos
trabalhadores, cronometrá-la e registrá-la. Em seguida, eram definidos tempos padrão
para os elementos básicos (MAXIMIANO, 2004).
Para Robbins (2006), Taylor conseguiu, utilizando técnicas de administração
cientificas, definir a melhor maneira de fazer cada trabalho. Dessa forma, ele poderia,
depois de selecionar as pessoas certas para os trabalhos, treiná-las para que os
executassem precisamente do melhor modo. Para motivar os trabalhadores, era
favorável a planos de incentivo salarial. No geral, Taylor obteve melhorias constantes
na produtividade, algo em torno de 200% ou mais.
Frederick W. Taylor desenvolveu estudos a respeito de técnicas de
racionalização do trabalho dos operários. Suas ideias preconizavam a prática da
divisão do trabalho. A característica mais marcante do estudo de Taylor é à busca de
uma organização científica do trabalho, enfatizando tempos e métodos e por isso é
visto como o precursor da Teoria da Administração Científica. Taylor via necessidade
de aplicar métodos científicos à administração para assegurar seus objetivos de
máxima produção a mínimo custo, para tanto seguia os seguintes princípios:
 Seleção científica do trabalhador - O funcionário desempenha a tarefa
mais compatível com suas aptidões. É importante para o funcionário que
é valorizado e para empresa, que aumenta sua produtividade e aumenta
seus lucros;
 Tempo padrão - O funcionário deve atingir a produção mínima
determinada pela gerência. Esse controle torna-se importante pelo fato
do ser humano ser naturalmente preguiçoso;
 Plano de incentivo salarial - O funcionário ganha pelo que produz;

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 Trabalho em conjunto aos interesses da empresa e dos funcionários
quando aliados, resultam numa maior produtividade;
 Gerentes planejam, funcionários executam - Cabe aos gerentes
planejarem e aos funcionários agirem;
 Divisão do trabalho - A tarefa subdivide-se ao máximo, dessa forma se
ganha velocidade, produtividade e o funcionário garante lucro de acordo
com seu esforço;
 Supervisão - É especializada por áreas. Controla o trabalho dos
funcionários verificando o número de peças feitas, assegurando o valor
mínimo da produção;
 Ênfase na eficiência - Há uma única maneira certa de se fazer o trabalho.
Para descobri-la, a administração empreende um estudo de tempo e
métodos, decompondo os movimentos das tarefas exercidas.

5.1 Considerações da Administração Científica de Taylor

Enfoque mecanicista - A organização é comparada com uma máquina, que


segue um projeto pré-definido. Recebe críticas dos estudiosos em administração. A
partir desta visão, cada funcionário é visto como uma engrenagem na empresa,
desrespeitando sua condição de ser humano.
Homo economicus - O salário é importante, mas não é fundamental para a
satisfação dos funcionários. O Reconhecimento do trabalho, incentivos morais e a
autor realização são aspectos importantes que a Administração Científica
desconsidera.
Abordagem fechada - A Administração Científica não faz referência ao
ambiente da empresa. A organização é vista de forma fechada, desvinculada de seu
mercado, negligenciando as influências que recebem e impõe ao que a cerca.
Superespecialização do funcionário - Com a divisão de tarefas, a
qualificação do funcionário passa a ser supérflua. Dessa forma, o funcionário executa
tarefas repetidas, monótonas e gera uma desarticulação do funcionário no processo
como um todo.
Exploração dos empregados - A Administração Científica faz uso da
exploração dos funcionários em prol de seus interesses particulares, uma vez que o

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estímulo à alienação dos funcionários, falta de consideração do aspecto humano e
deficiência das condições sociais da época.

6 REAÇÃO DOS TRABALHADORES

Fonte: senaigo.com.br

Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por


melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade
unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho
dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o
ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam
fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com
relação à vida dos empregados (MAXIMIANO, 2004).
O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política,
conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores. Nessa mesma época
surgiram estudos encabeçados pôr Frank e Lilian Gilbreth e Morris Cooke, os
primeiros preocupados com os estudos dos movimentos de mão e corpo para a
otimização dos esforços, eliminando-se movimentos inúteis e projetando o uso de
ferramentas e equipamentos mais adequados para os trabalhadores, e Cooke
adaptando os princípios da administração científica em organizações nas não
industriais (MAXIMIANO, 2004).
Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel
criou na Inglaterra a primeira sociedade nacional de ergonomia, a “Ergonomic
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Research Society”. Nesta época que iniciou a concepção sobre Ergonomia.
Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em numerosos países industrializados,
como a França, Estados Unidos, Alemanha, Japão e países escandinavos
(MAXIMIANO, 2004).

7 O DESENVOLVIMENTO ATUAL DA ERGONOMIA

Fonte: ergonomiadaatividade.com

A busca por melhores índices de produtividade sempre foi um dos principais


objetivos das organizações. Com o fenômeno da globalização, a produtividade passou
a ser um diferencial competitivo para as empresas. A atividade produtiva na área de
confecção não é imune a esse processo. Cresce a exigência dos consumidores com
a qualidade e os preços dos produtos (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS,
2009).
Dentre tais medidas, a adequação ergonômica dos postos de trabalho pode ser
apontada como de significativa importância. Fornecer ao trabalhador condições de
trabalho ergonomicamente adequadas, antes de ser uma imposição legal, revela-se
um importante diferencial para as modernas organizações (SILVA, SILVA, SILVA,
SOUZA, SANTOS, 2009).
A preocupação com a produtividade deve estar presente em todas as ações da
empresa, sob pena de perder-se competitividade. Assim, é de fundamental
importância o bom planejamento do posto de trabalho e seus aspectos ergonômicos.
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Para Martins e Laugeni (2006), o trabalho e o local de trabalho devem se adequar ao
homem e não o contrário. As empresas do ramo da indústria de confecções buscam
oferecer aos seus colaboradores postos de trabalho que ofereçam condições
adequadas para a obtenção de um nível satisfatório de produtividade com o mínimo
desconforto.
Modernamente, as organizações possuem uma função produção que objetiva
produzir bens e serviços. Para tal fim, além de outros recursos, precisam de recursos
humanos, os quais são coordenados pelos gerentes de produção, que respondem
pelo desenvolvimento da atividade produtiva. Grandes mudanças ocorreram no
contexto empresarial nas últimas décadas (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS,
2009).

Algumas empresas abandonaram a produção em série e adotaram uma


produção flexível, globalizada e mais adequada à demanda do mercado. A
competição e os avanços tecnológicos geraram outras formas de gestão das
empresas e, portanto, inúmeras transformações no mundo do trabalho
(CELERINO, PEREIRA, 2008. Apud SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA,
SANTOS, 2009).

As organizações também mudaram sua forma de ver e tratar a gestão de


pessoas, ampliando sua visão e atuação estratégica. Todo processo produtivo
somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual
contribuindo com algum recurso. Os empregados contribuem com seus
conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que
dinamizam a organização (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009).
Nesse contexto, adquirem importância para as organizações as condições de
trabalho oferecidas ao trabalhador. É inegável, portanto, a relação de causa e efeito
entre o ambiente de trabalho, o modo de organização da produção e a saúde do
trabalhador (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009).
A depender da forma como o processo de trabalho é organizado, o cotidiano
no local de trabalho é configurado por contextos nos quais os modos de trabalhar, de
se relacionar, de lidar com o tempo, com o espaço e com os equipamentos é
sabidamente danoso à saúde (MONTEIRO, GOMES, 1998).

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Fonte: br.pinterest.com

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 6°,


inciso XXII, inclui com direito dos trabalhadores a redução dos riscos inerentes ao
trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Para que o Estado
cumprisse seu papel de garantir os direitos básicos de cidadania foi necessária a
formulação de políticas ações de governo norteadas por abordagem transversais e
Inter setoriais (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009).
A implementação dessas políticas vem ocorrendo de forma precária haja vista
que a fiscalização do que preceitua, legislação tem carecido tanto de recursos
materiais quanto de pessoal. Nessa perspectiva, as ações de segurança e saúde do
trabalhador exigem uma atuação multiprofissional, interdisciplinar Inter setorial capaz
de contemplar a complexidade das relações entre produção-consumo, ambiente
saúde (BRASIL, 2004).
A partir da constituição do Grupo de Trabalho Interministerial formado pelo
Ministério da Previdência Social (MPS), Ministério da Saúde (MS) e Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Portaria Interministerial 153, de 13 de
fevereiro de 2004, surgiu uma política nacional de segurança e saúde voltada ao
trabalhador (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009).
Nesse sentido, o Ministério do Trabalho e Emprego tem expedido normas que
objetivam resguardar a saúde e a segurança do trabalhador. Tais normas têm
recebido a nomenclatura de Normas Regulamentadoras (NR), e a obrigatoriedade de
seu cumprimento pelos empregadores é prevista na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), em seu artigo 155 (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009).
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A Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde do Trabalhador (NR 17)
estatui em seu item 17.1: “Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer
parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente” (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009).
É de responsabilidade da administração do estabelecimento industrial verificar a
adaptação dos postos de trabalho às regras ergonômicas, que visam oferecer ao
colaborador mobiliário, equipamentos, condições ambientais e organização do
trabalho adequados à eficiente atividade laborativa (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA,
SANTOS, 2009).
Tal responsabilidade fica evidenciada no item 17.1.2, da NR 17: “Para avaliar a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho,
devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme
estabelecido nesta Norma Regulamentadora” (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA,
SANTOS, 2009).

Fonte: 9project.net.com.br

Ainda, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 157, inc. II, atribui
às empresas a obrigação de instruir os empregados, mediante ordens de serviço,
sobre precauções para evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. No
Brasil, o governo tem demonstrado cada vez mais interesse e preocupação com os
aspectos relacionados à segurança e à saúde do trabalhador sobretudo face aos
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prejuízos econômicos decorrentes de fatos danosos à integridade física e mental dos
empregados (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009).
A Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador tem por finalidade a
promoção da melhoria da qualidade de vida e da saúde do trabalhador, mediante a
articulação e integração, de forma contínua, das ações de governo no campo das
relações entre produção-consumo, ambiente e saúde (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA,
SANTOS, 2009).
Tradicionalmente, no Brasil, as políticas de desenvolvimento têm se restringido
aos aspectos econômicos e vêm sendo traçadas de maneira paralela e pouco
articulada com as políticas sociais, às quais cabe arcar com os ônus tanto de possíveis
danos gerados à saúde da população, dos trabalhadores em particular, quanto da
degradação ambiental (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009).

Normalmente, quando se aborda o gerenciamento da atividade produtiva em


uma organização, tende-se a focar os estudos sobre as partes não humanas.
Não há dúvida de que o fator humano desempenha papel importante no
desenvolvimento de uma organização industrial (MAXIMIANO, 2004. Apud
SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009).

Para Maximiano (2004), desde o início da moderna sociedade industrial ficou


claro que a produtividade e o desempenho das organizações dependem também do
comportamento das pessoas, e não apenas da eficiência dos sistemas técnicos.

7.1 Os investimentos em Ergonomia proporcionam harmonia entre o homem e


o seu trabalho

A ergonomia tem evoluído de forma significativa e, atualmente, pode ser


considerada como um estudo científico interdisciplinar do ser humano e da sua
relação com o ambiente de trabalho. Ela contribui no projeto e modificação dos
ambientes de trabalho maximizando a produção, enquanto aponta as melhores
condições de saúde e bem-estar para os que atuam nesses ambientes (FREITAS,
MINETTE, 2014).
No Brasil as empresas estão abarcando a ergonomia com grande ênfase para,
além de facilitar a interação entre o homem e o trabalho, permitir que o ambiente de
trabalho seja favorável a execução das tarefas e benéfico aos colaboradores. No
Nordeste, em especifico na Paraíba, focando especialmente no ramo de vestuário não
é diferente, pois as organizações enfrentam muitos problemas como: ritmo acelerado
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de trabalho para garantir a produção, trabalho fragmentado (onde cada um exerce
uma única tarefa de forma repetitiva), ambientes quentes, ruidosos, mal ventilados e
mobiliário inadequado (FREITAS, MINETTE, 2014).
Todos esses problemas geram distúrbios psicológicos, fisiológicos e provocam
sérios danos à saúde como a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e a DORT
(Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), o que compromete a
produtividade, saúde e segurança (FREITAS, MINETTE, 2014).

A melhoria das condições de trabalho e o projeto de dispositivos de técnica


adaptado às características do homem, com base em critérios ergonômicos,
têm um duplo objetivo. O primeiro refere-se ao conforto e a saúde dos
operadores. Trata-se de evitar os riscos de acidentes e de doenças ligadas
ao trabalho e de procurar diminuir, tanto quanto possível, todas as fontes de
fadiga, sejam elas associadas ao metabolismo do corpo humano (trabalho
em turnos, trabalho em altas temperaturas) à força muscular e das
articulações, ou a exigências cognitivas do (tratamento de informação,
resolução de problemas). O segundo objetivo da ergonomia visa à eficiência
na utilização de produto ou na operação de um sistema de produção, que
pode ser comprometida por exigências inadequadas ou excessivas das
funções humanas (NAEL, 1995. Apud MASCIA, SZNELWAR, 2010).

Atualmente a busca pela melhoria da qualidade do trabalho e o


estabelecimento de programas que incentivem a saúde do trabalhador, estão levando
as empresas a investir em projetos e estudos sobre as vantagens da ergonomia para
a melhoria da produção. Se esse investimento por um lado, sugere maior gasto, por
outro representa uma economia para a empresa, tendo como consequência, a
melhoria da saúde do trabalhador (FREITAS, MINETTE, 2014).

Fonte: portal-administracao.com

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As organizações estão cada vez mais empenhadas na criação de um dinamismo
facilitador para sua evolução, produtividade, economia, ou seja, meios que otimize
tempo e o alcance de suas metas. Nesse contexto um dos fatores de grande
importância influencia é a ergonomia, que segundo Iida (2005), é o estudo da
adaptação do trabalho ao homem.
O trabalho em uma acepção bastante ampla, abrangendo não apenas aqueles
executados com maquinas e equipamentos, utilizados para transformar os materiais,
mas também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e uma
atividade produtiva (MARQUESZ, TUARES, SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010).

A ergonomia é uma ferramenta multidisciplinar e holística abrangendo os


mais diversos setores e componentes da empresa, suas possíveis
consequências e interações, impactando desde aspectos físicos a
organizacionais. Contudo viabiliza ainda o planejamento, projeto e avaliação
das necessidades e limitações das pessoas, máquinas, ambiente e dos
processos durante a realização do trabalho (IIDA, 2005. Apud MARQUESZ,
TUARES, SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010).

O desempenho produtivo de uma organização depende das condições


ergonômicas que ela disponibiliza procurando reduzir a fadiga, estresse, erros e
acidentes; proporcionando segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores para uma
melhor qualidade de vida e que as atividades sejam executadas com mais motivação
e empenho levando ao aumento da moral, conforto e melhoria nas comunicações
entre os membros da equipe e dos fluxos de processo (MARQUESZ, TUARES,
SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010).

Fonte: reliza.com.br

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A interação homem-máquina-ambiente é foco do estudo ergonômico, e a
participação dos colaboradores e da empresa é fundamental para aprimorar, atualizar
os meios de trabalho e mostrar a todos os benefícios de uma eficiente e comprometida
ergonomia (MARQUESZ, TUARES, SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010).
Para uma empresa a aplicação de métodos ergonômicos é essencial, pois reduz
o absenteísmo, aumenta à produtividade, qualidade do produto, motivação e
qualidade de vida no trabalho proporcionando mais do que um posto de trabalho
melhor, mas também uma vida melhor no trabalho; além de levar a organização a um
crescente desenvolvimento, contribuir para que permaneça competitiva e alcance o
sucesso (MARQUESZ, TUARES, SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010).
De acordo com Iida (2005), posto de trabalho pode ser considerado como a menor
unidade produtiva, geralmente envolvendo um homem e o seu local de trabalho. Entre
os vários enfoques de análise do posto de trabalho, destaca-se mais o de caráter
ergonômico, no qual se observa o homem como centro das atenções. Para Iida (2005),
o enfoque ergonômico tende a gerar resultados que possam ser aplicados no design
de postos de trabalho que reduzam as exigências biomecânicas, elevam as condições
de trabalho e facilitam a percepção de informações.
Para Slack et al (2002), entender como os locais de trabalho afetam o
desempenho, a fadiga o desgaste e os danos físicos é parte da abordagem
ergonômica do posto de trabalho. A análise ergonômica é um trabalho construtivo e
participativo para a resolução de problemas complexos que exige o conhecimento das
tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para
se atingirem o desempenho e a produtividade exigidos.
Iida (2005) aponta alguns critérios para avaliar a adequação de um posto de
trabalho, dentre eles estão o tempo gasto na operação, o índice de erros e acidentes,
a postura e os esforços físicos exigidos dos trabalhadores, onde é possível determinar
os principais pontos de concentração de tensões, que tendem a provocar dores e
desconforto.
Com relação à iluminação, para evitar reflexos, as superfícies de trabalho,
paredes e pisos, devem ser foscas, é recomendado que se equilibre as iluminâncias
usando cores suaves em tons mate. Os coeficientes de reflexão das superfícies do
ambiente, devem estar em torno de: 80% para o Teto; 15 a 20% para o piso; 60% para
a parede (parte alta); 40% para as Divisórias, para a parede (parte baixa) e para o
mobiliário (MARQUESZ, TUARES, SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010).
21
8 O PROCESSO DE ERGONOMIA

Fonte: reliza.com.br

Segundo Iida (2005) os diversos fatores que influenciam no sistema produtivo,


pois “procura reduzir as suas consequências nocivas sobre o trabalhador. Assim, ela
procura reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes, proporcionando segurança,
satisfação e saúde aos trabalhadores, durante o seu relacionamento com esse
sistema produtivo”.
Na perspectiva de Dul e Weerdmeester (2004), a ergonomia pode contribuir
para solucionar um grande número de problemas, tendo como objetivo melhorar a
segurança, a saúde, o conforto e a eficiência no trabalho. Falando sobre a ergonomia
Minicucci (1995), demonstra que seu objetivo é estudar:
 As características materiais do trabalho, como o peso dos instrumentos,
a resistência dos comandos, a dimensão do posto de trabalho;
 O meio ambiente físico (o ruído, iluminação, vibrações, ambiente
térmico);
 A duração da tarefa, os horários, as pausas no trabalho;
 O modelo de treinamento e aprendizagem, e;
 As lideranças e ordens dadas.
O objetivo da ergonomia é proporcionar ao homem condições de trabalho que
sejam favoráveis, com o intuito de torná-lo mais produtivo por meio de ambiente de
trabalho saudáveis e seguros, que solicite dos trabalhadores menor exigência e, por

22
consequência, concorra para um menor desgaste e um maior resultado (BARBOSA
FILHO, 2010).
Observa-se que os autores concordam que esta ciência veio para ajudar o
trabalhador e organização para manter os trabalhadores satisfeitos e com isso
conseguir alcançar as metas almejadas.
O objetivo da ergonomia está voltado ao estudo das condições de trabalho que
não apenas evitem a degradação da saúde, mas, também, favoreçam a construção
da saúde. Esta perspectiva ativa é incapaz de ser focalizada prioritariamente pela
ergonomia. Na maioria das vezes, ela é focalizada sobre uma visão instantânea do
indivíduo (FALZON, 1996).
Vale ressaltar a opinião de Barnes (1977), sobre o objetivo da ergonomia, ele
afirma que a ergonomia pode ser definida como sendo o estudo da adaptação do
trabalho ao homem. Tendo como objetivo principal o estudo do ser humano, suas
habilidades e limitações. A partir dessas informações se torna fácil identificar quais
são as ferramentas, materiais e métodos de trabalho que melhor atendem as
necessidades dos trabalhadores.

O objetivo da ergonomia é o estudo: Da adaptação das tarefas e do ambiente


de trabalho às características sensoriais, perceptivas, mentais e físicas das
pessoas. Essa adaptação leva a consecução de melhores projetos de
equipamentos, de sistemas homem-máquina, de produtos de consumos, de
métodos e ambientes de trabalho (ERNEST 1957. Apud BARNES, 1977).

8.1 Metas do processo de ergonomia

Para uma qualidade de vida organizacional adequada os colaboradores devem


estar desempenhados, satisfeitos e motivados, pois todos os resultados são afetados
pelo grau de satisfação dos colaboradores com o seu emprego. Empresas que
investem na qualidade de vida do trabalhador melhoram seus resultados de forma
mais rápida e eficiente e o desempenho financeiro da organização (PRATES, 2007).
A valorização dos funcionários é positiva para reduzir custos, ter um clima
organizacional mais leve e agradável, diminuição dos conflitos e aumento da
confiança entre as equipes. Todos esses benefícios impactam diretamente os
resultados da empresa, funcionários satisfeitos produzirão mais e com maior
qualidade, e a organização aumentará sua rentabilidade (MÁSCULO, 2011).

23
Segundo Prates (2007), a questão da busca pela qualidade de vida no trabalho,
está ligada a melhoria da produtividade; de maneira que os esforços para melhorar a
qualidade de vida do trabalhador, deve atender as necessidades de produção da
organização; e ser adaptado às exigências das tarefas almejando uma otimização do
conforto, da segurança e da eficácia; assim conscientizando o trabalhador a usufruir
os benefícios dos postos de trabalho com as limitações do seu corpo, certificando que
o trabalhador permanece seguro e confortável, sendo assim mais produtivo e eficiente
em suas atividades.
De acordo com Limongi-França (2004), a QVT é um conjunto de ações que
envolve diagnostico e implantação de melhorias e inovação gerenciais, tecnológicas
e estruturais; quanto mais melhorias e condições plenas de desenvolvimento humano
para e durante a realização do trabalho; mais produtiva e eficiente será a organização,
podendo assim levar a resultados satisfatórios; à medida que, modificando os
elementos parciais dos postos de trabalho como dimensões, iluminação, temperatura,
dispondo de comodidade e tendo uma interação entre o homem, sistema e ambiente.
Conforme Mario Persona (2010), ações voltadas a QVT nem sempre exigem
grandes investimentos; porem exigem necessidades fundamentais para o
enriquecimento do cargo capaz de trazer reconhecimento, motivação, satisfação e
condições físicas para uma atividade eficiente e produtiva; visto que se sintam bem
com seus colegas de trabalho, confiante com seu trabalho ao mesmo tempo que
cooperam com o grupo; dado que com a competitividade do mercado, as
organizações tem buscado melhorar o desempenho dos seus colaboradores cm
ginastica laboral antes e depois do expediente, trazendo benefícios tanto para o
colaborador quanto para a empresa.
Segundo Jair Lot Vieira (2011), a ergonomia é o entendimento das interações
entre seres humanos e outros elementos de um sistema; não só otimizar o bem-estar
humano como o desempenho geral para uma boa produtividade; de forma que se a
qualidade do trabalho for elevada conduzirá a um clima de confiança e respeito mútuo,
no qual as pessoas tendem a aumentar suas contribuições e elevar suas
oportunidades; buscando resolver problemas de doenças ocupacionais, por
intermédio da consciência corporal, estimulando o seu próprio corpo com exercícios
de compensação aos movimentos repetitivos ou a posturas desconfortáveis
assumidas durante o período de trabalho.

24
O enfoque ergonômico tende a desenvolver postos de trabalho que reduzam
as exigências biomecânicas e cognitivas, procurando colocar o operador em uma boa
postura de trabalho. Os objetivos a serem manipulados ficam dentro da área de
alcance dos movimentos corporais. As informações colocam-se em posições que
facilite a sua percepção. Em outras palavras, o posto de trabalho deve envolver o
operador como uma “vestimenta” bem adaptada, em que ele possa realizar o trabalho
com conforto, eficiência e segurança. Um exemplo típico são as centrais de controle
operacional de sistemas complexos (MÁSCULO, 2011).
No enfoque ergonômico, as máquinas, equipamentos, ferramentas e materiais
são adaptados às características dos trabalhos e capacidades do trabalhador, visando
promover o equilíbrio biomecânico, reduzir as contrações estáticas da musculatura e
o estresse geral. Assim, pode-se garantir a satisfação e segurança do trabalhador e a
produtividade do sistema. Procura-se também eliminar tarefas altamente repetitivas
(IIDA, 2005).

9 NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA

Fonte: designeinova.wordpress.com

9.1 Identificação das Limitações do Organismo Humano

Sabendo-se que a Ergonomia tem por objetivo adequar o trabalho às


características do homem, sejam físicas, sejam psíquicas, é necessário ter-se
conhecimentos mínimos de como nosso organismo funciona e quais são as limitações
25
do nosso corpo, para que se possam desenvolver projetos que correspondam a tais
características (FREITAS, 2012).
Através de conhecimentos de Anatomia e Fisiologia, compreenderemos o
porquê de algumas das reações adversas no organismo humano.
A Anatomia estuda a localização dos órgãos de nosso corpo, bem como lhes
dá uma terminologia adequada, conforme tal localização. Já a Fisiologia estuda como
funcionam os órgãos e qual a relação de interdependência de cada órgão com os
sistemas que compõem o organismo humano (FREITAS, 2012).
A aplicação da ergonomia procede-se para uma melhor interação entre trabalho
e trabalhador no qual são identificadas necessidades de mudanças para obtenção de
resultados que venham estabelecer ou restabelecer o equilíbrio do corpo, mente e
espirito no sentido de eliminar hábitos algumas vezes despercebidos através de
efeitos indesejáveis na postura corporal e na saúde como um todo (FREITAS, 2012).
Os objetivos práticos da ergonomia são saúde, segurança, satisfação e o bem-
estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. A eficiência
virá como resultado. Em geral, não se aceita colocar a eficiência como sendo o
objetivo principal da ergonomia, por que ela, isoladamente, poderia significar sacrifício
e sofrimento dos trabalhadores e isso é inaceitável, por que a ergonomia visa, em
primeiro lugar, o bem-estar do trabalhador (FREITAS, 2012).

O trabalho para muitos estudiosos funciona como uma força elevada de


socialização humana, representando, muitas vezes um aprendizado e um
contato permanente entre as pessoas. Seu significado é de compreensão
dialética, propicia a criatividade, a imaginação, o progresso para alguns e,
para outros sofrimentos, a insatisfação e a doença (MIELNIK, 1976. Apud
FREITAS, 2012).

Entende-se que o estado de saúde de um trabalhador não independe de sua


atividade profissional, porém, de um modo geral, o assunto acerca da relação saúde-
trabalho, está mais voltado a degradação de saúde enquanto ausência de doença ou
dano funcional ao seu organismo. Não obstante isso deve-se ter em mente que as
marcas deixadas por uma atividade profissional dependem de fatores, como a
natureza da atividade, as condições nas quais ela se realiza, o tempo de duração
desta atividade e as características individuais do trabalhador (MUSSI, 2006).
É importante caracterizar o trabalho e ter conhecimento geral acerca do
trabalho, analisando profundamente o seu cotidiano aspecto físico, cognitivo e
psíquico. Pois possibilita o diagnóstico das condições reais de trabalho, verificando
26
problemas que possam interferir na qualidade de vida dos trabalhadores (FREITAS,
2012).

10 SISTEMA LOCOMOTOR

Fonte: conteudos.com.br

O aparelho locomotor recebe continuamente informações do meio externo, que


são captadas e interpretadas pelo sistema nervoso. Estas permitem a criação de uma
resposta condizente ao estímulo percebido, favorecendo a adaptação do sujeito às
condições do ambiente em que se encontra (GUYTON, 1992).
Dependendo da eficiência do aparelho locomotor na recepção e interpretação
das informações externas, o controle sobre o movimento do corpo pode ser
modificado. Desta forma, o conhecimento da percepção das cargas externas torna-se
importante quando se considera seu papel como elemento desencadeador das
estratégias de adaptação às demandas mecânicas geradas pelo meio (FIOLKOWSKi,
2005).
Subdividiremos o estudo de tal sistema em Esquelético e Músculo-Ligamentar.
O primeiro representa a estrutura de sustentação de todo o corpo, tanto como base à
movimentação, quanto para proteger órgãos vitais. O segundo possibilita justamente
os movimentos do corpo e a força aplicada nos diversos segmentos, bem como a
velocidade e precisão de tais movimentos.

27
10.1 Sistema Esquelético

Fonte: susttexchile.com.br

A título de organização do estudo deste sistema, o mesmo pode ser dividido


em três partes fundamentais: Cabeça, Tronco e Membros, a saber:
 A cabeça, na extremidade superior do esqueleto, sustentada pela coluna
vertebral;
 O tronco, na região central do corpo, abrangendo a coluna vertebral e as
costelas;
 Os membros, superiores e inferiores, compreendendo, acima, os braços,
antebraços, punhos e mãos e, abaixo, as pernas e pés;
 As cinturas, escapular (acima) e pélvica (abaixo).
Das partes acima descritas, algumas merecem destaque para o estudo e
aplicação da Ergonomia, em função das posturas adotadas por nosso organismo,
quando em atividade.

28
10.2 Coluna vertebral

Fonte: ergonomiaaplicada.com.br

A coluna vertebral é uma haste óssea longitudinal, mediana, formada a partir


da sobreposição das vértebras, estruturas discoides e irregulares. A coluna vertebral
constitui um importante eixo de conexão anatômica e funcional entre o sistema
nervoso central e o sistema nervoso periférico, por meio da medula espinhal, contida
no canal vertebral da coluna vertebral (SIQUEIRA, SILVA, 2011).
Constitui importante papel na postura, sustentação de peso, locomoção,
proteção da medula espinhal e raízes nervosas. Ao sentar, a coluna vertebral
transmite o peso do corpo por meio das articulações sacrilíacas para o osso ilíaco, e
assim para as tuberosidades isquiáticas. Na postura ereta, o peso do corpo é
transferido das articulações sacrilíacas para os acetábulos dos ossos do quadril, em
seguida para os fêmures (SIQUEIRA, SILVA, 2011).
A coluna vertebral é uma estrutura flexível composta por 33 vértebras, localizadas em
quatro regiões distintas: Região Cervical, Região Torácica ou Dorsal, Região Lombar
e Região Sacrococcígea. Também se verificam as curvaturas que a coluna vertebral
apresenta, quando vista lateralmente: A Lordose Cervical, a Cifose Dorsal e a Lordose
Lombar (SIQUEIRA, SILVA, 2011).
O amortecimento das pressões exercidas sobre cada vértebra, que forma o
conjunto da coluna vertebral, é desempenhado essencialmente pelos núcleos
pulposos (NP’s), que distribuem radialmente a pressão recebida. Isto equivale a dizer
que o núcleo, que se encontra dentro dos anéis, tende sempre a aumentar seu
29
diâmetro quando recebe a carga de cima para baixo, fazendo pressão sobre as
paredes dos anéis que o envolvem, enquanto diminui de altura (SIQUEIRA, SILVA,
2011).
Os discos intervertebrais são extremamente complexos em sua anatomia,
fisiologia e propriedades mecânicas. O ânulo é uma estrutura laminada composta de
fibras colágenas orientadas a 30º do eixo horizontal. As fibras internas estão ligadas
à placa de cartilagem, enquanto as fibras externas se ligam à estrutura óssea dos
corpos vertebrais. As fibras colágenas só resistem à tensão (JUNIOR, BARROS,
OLIVEIRA, UHLENDORFF, PEDROSA, NARDELLI, AMATUZZI, 1999).
Na rotação as fibras são colocadas em direção horizontal porque aumenta sua
resistência à tensão. O núcleo pulposo apresenta matriz proteica, proteoglicanos e
água que atua como gel não compressivo. Durante a compressão o núcleo e as fibras
internas do anel transmitem forças de vértebra a vértebra, provocando deflexão dos
platôs vertebrais adjacentes, protrusão discal e o desenvolvimento de tensão no
ânulo. A compressão pura não causa a hérnia discal (JUNIOR, BARROS, OLIVEIRA,
UHLENDORFF, PEDROSA, NARDELLI, AMATUZZI, 1999).

10.3 Principais doenças da coluna

Fonte: fisioterapeutico.com.br

30
Hérnia de disco
A hérnia de disco é um problema ainda mais grave que a protusão discal. Na
hérnia, o NP, após ter rompido todos os anéis, consegue extravasar-se de dentro do
anel e sai do disco intervertebral, empurrando os tecidos da região, pressionando-os
(veja a Ilustração 6, abaixo). Esta lesão se verifica mais na região lombar,
principalmente quando o indivíduo flexiona o tronco para erguer cargas (hérnia
posterior) e quando o rotaciona lateralmente, movimentando a carga da direita para a
esquerda, por exemplo, (hérnia póstero-lateral). É possível ver uma hérnia
pressionando uma terminação nervosa (SIQUEIRA, SILVA, 2011).
A formação da hérnia inicia-se com o surgimento de fissuras no anel fibroso,
por onde o conteúdo gelatinoso nuclear pulposo infiltra, acometendo as raízes
nervosas espinhais de diferentes formas e graus. Nesse processo, pode haver desde
o abaulamento do disco, até o rompimento da parede discal com extravasamento do
conteúdo nuclear para o canal medular, o que chamamos respectivamente de
protrusão e extrusão com sequestro (SUSSELA, BITTENCOURT, RAYMONDI,
TERGOLINA, ZIEGLER, 2012).
Estes eventos podem ocorrer em quatro zonas do disco - central, póstero
lateral, foraminal ou extraforaminal - e, dessa forma, provocar apresentações clínicas
distintas. Os danos às raízes nervosas podem ocorrer de duas formas principais, seja
através da compressão mecânica direta, seja através da irritação nervosa pela ação
de mediadores inflamatórios liberados durante este processo (SUSSELA,
BITTENCOURT, RAYMONDI, TERGOLINA, ZIEGLER, 2012).

Osteofitos marginais
Caracteriza-se pela formação de protuberâncias ósseas nas paredes externas
do corpo da vértebra, mais precisamente em locais onde há contato de um corpo de
vértebra com outro, ocasião em que os dois entram em atrito. Este contato entre uma
vértebra e a outra se dá pela ausência do Núcleo Pulposo no disco intervertebral, já
herniado (extravasado) (ZAVANELA, RIENTE, MOREIRA, FERNANDES, OLIVEIRA,
2008).

31
Fonte: dornacoluna.fst.br

O tecido ósseo, quando submetido a pressões concentradas em determinados


pontos, inicia um processo de multiplicação de suas células, formando um calo ósseo.
Tal processo verifica-se como uma reação de defesa do tecido ósseo, mas traz o
inconveniente de produzir, quando não controlada, a calcificação indesejada de
protuberâncias (chamadas de Osteofitos), resultando em problemas graves de coluna
(ZAVANELA, RIENTE, MOREIRA, FERNANDES, OLIVEIRA, 2008).
Existem dois tipos de Osteofitos marginais. Um consiste na proteção para o
espaço articular e o outro no desenvolvimento das inserções capsulares das
extremidades das articulações. Em ambos os casos, o crescimento dos Osteofitos
segue as linhas das forças mecânicas que incidem sobre a área de crescimento dando
origem aos Osteofitos (ZAVANELA, RIENTE, MOREIRA, FERNANDES, OLIVEIRA,
2008).
Na vértebra, o tecido vai ficando mais denso na região central do corpo,
empurrando os tecidos vizinhos, até chegar na periferia do corpo, onde se formam as
protuberâncias. Um esclarecimento importante se faz presente: tanto a hérnia do disco
quanto o bico de papagaio, por poderem pressionar nervos, podem produzir dores que
se estendem às pernas, a chamada dor ciática (ZAVANELA, RIENTE, MOREIRA,
FERNANDES, OLIVEIRA, 2008).

Dor ciática
É uma das consequências mais comuns dos problemas anteriores. A dor ciática
se dá a partir da pressão que o núcleo pulposo herniado ou o Osteofitos fazem sobre
32
o conjunto de raízes nervosas que formam o nervo ciático. Estas raízes saem do
espaço existente entre as vértebras L4 e L5 (ou seja, quarta vértebra lombar e quinta
vértebra lombar) e S1 (primeira vértebra sacral). Também pode surgir dor proveniente
das raízes que formam o nervo femoral, provenientes dos espaços entre L2 e L3
(SCHMITT, HAHN, 2013).
A síndrome do músculo piriforme é um termo aplicado a um tipo de dor ciática
relacionada a uma condição de espasmo ou hipertrofia do músculo piriforme tendo em
vista sua íntima relação topográfica com o nervo ciático. Aparentemente não existe
uma causa comum que determine o aparecimento dessa síndrome (SCHMITT, HAHN,
2013).
Na literatura encontram-se múltiplas etiologias que incluem hipertrofia do
músculo piriforme, pseudoaneurisma da artéria glútea inferior, excesso de exercícios,
esforço repetitivo, inflamação e espasmo do músculo piriforme, traumas diretos ou
indiretos nas regiões sacrilíaca ou glútea, contratura em flexão do quadril, infecção,
variações anatômicas (SCHMITT, HAHN, 2013).
Essa síndrome representa uma entidade clínica caracterizada por distúrbios
sensitivos e motores na área de distribuição do nervo ciático. Os sintomas consistem
principalmente na dor lombar, estendendo-se ao membro inferior. Pode ocorrer
também atrofia glútea, parestesia do lado afetado e ligeira claudicação (SCHMITT,
HAHN, 2013).

Fonte: fisioterapia.com.br

33
10.4 Músculos

Os músculos são tecidos que se caracterizam por ampla flexibilidade, por


contração e alongamento de suas células, conhecidas por miofibrilas. Tais células são
especialistas em retirar energia química proveniente dos alimentos que ingerimos e
transportada pelo sangue, transformando-a em energia mecânica. O trabalho
produzido pelos músculos é possibilitado pela vaso-irrigação que lhes garante a
devida alimentação, mas dentro de determinadas condições (BATISTA, CAMARGO,
SALVINI, 2008).
A contração dos músculos recebe duas classificações básicas:
 Contração Isotônica ou dinâmica: o tamanho do músculo é alterado, mas
não há aumento de tensão em sua parte interna. Exemplo: Fletir o antebraço
sobre o braço.
 Contração Isométrica ou estática: ocorre o contrário, ou seja, não é alterado
o tamanho do músculo, mas há um aumento de sua tensão interna. Exemplo:
Sustentar uma carga com a mão, enquanto o braço permanece estendido.
Tal classificação é muito importante, pois as diferentes contrações implicam
num consumo variável de oxigênio pelo músculo. Assim, a contração dinâmica implica
em maior consumo de oxigênio, mas possibilita um fluxo sanguíneo facilitado aos
tecidos musculares, pois neste tipo de contração, há períodos intercalados de
contração e relaxamento dos músculos (BATISTA, CAMARGO, SALVINI, 2008).
Já na contração estática, há um aumento de pressão muscular externa sobre
as artérias e vasos capilares, deixando-os parcial ou totalmente fechados, diminuindo
muito o fluxo sanguíneo, e sem que haja relaxamento durante a atividade. Cada fibra
muscular aperta a fibra vizinha, reduzindo, assim, o fluxo. Com esta diminuição do
fluxo sanguíneo, a taxa de oxigênio nos tecidos cai e, ao mesmo tempo, aumenta a
taxa de ácido lático, que é responsável por dores musculares (BATISTA, CAMARGO,
SALVINI, 2008).
Dependendo do tempo de duração da contração, para realizar-se a atividade,
haverá também a presença de espasmos musculares, que prejudicam a precisão dos
trabalhos. Outro detalhe muito importante relacionado à alimentação dos músculos,
seja qualquer a contração por eles apresentada, refere-se à carga hemodinâmica, que
é a coluna a ser vencida pelo fluxo sanguíneo, quando um membro está elevado
(BATISTA, CAMARGO, SALVINI, 2008).
34
Um ótimo exemplo é o do braço estendido acima do nível da cabeça, abduzido
sobre o ombro, desenvolvendo alguma atividade (apertar parafusos com uma chave
combinada, muito comum para mecânicos embaixo de veículos). Com os braços
elevados, o fluxo de sangue encontra enorme dificuldade em subir até a extremidade
(ponta das mãos), resultando em dormência no braço (BATISTA, CAMARGO,
SALVINI, 2008).

Fonte: naturallser.com.br

10.5 Tendões

São feixes de fibras formadas de tecido conjuntivo, denso e modelado, vez que
tais fibras encontram-se orientadas em direções bem definidas, de modo a oferecer
resistência alta em relação às forças que atuam sobre o tecido. Os tendões são
estruturas anatômicas visco-elásticas, ou seja, possuem certo grau de elasticidade,
mas este é inferior à elasticidade apresentada pelas fibras dos músculos, cuja
capacidade de contração e expansão é muito maior, pois os músculos, como acima
vimos, são abastecidos por sangue, o que não se dá com os tendões (VIEGAS,
CAMANHO, 2003).
Uma das características mais importantes dos tendões, em fisiologia, refere-se
ao tempo de repouso necessário para que o tecido que os formam consiga retornar
ao seu estado natural. Quando se sobrecarrega um tendão, solicitando-o em demasia,
o mesmo tende a sofrer lesões nas fibras do tecido conjuntivo, pois o limite de
elasticidade é facilmente ultrapassado (VIEGAS, CAMANHO, 2003).
35
A reparação do tendão não é efetuada pelos fibróticos (fibroblastos
quiescentes), mas sim pelos fibroblastos da bainha interna, na ausência da bainha,
isso ocorre pelo tecido conjuntivo frouxo circunjacente. Essas células crescem em
direção ao interior da lesão e depositam novos feixes de fibras colágenas, restaurando
assim a continuidade do tendão (ENWEMEKA, 2001).
Por haver baixa vascularização, oxigenação e nutrição, o tendão possui baixa
capacidade de regeneração. Os tendões consistem em feixes paralelos de fibras
colágenas firmemente agrupadas, tendo entre as mesmas, fileiras de fibroblastos,
formando um tecido denso e modelado, orientando as fibras do tendão e tornando-o
resistente a uma resposta tensora. Os feixes de colágeno do tendão denominados
feixes primários, se agrupam com feixes menores denominados feixes secundários,
onde são envolvidos por tecido conjuntivo frouxo contendo poucos vasos sanguíneos
e nervos, dando suprimento aos tendões (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2004).
O colágeno é o maior componente da matriz extracelular, e abrange cerca de
90% do peso úmido do tendão. No tendão, as fibras de colágeno possuem uma
disposição que é resultado do seu processo de maturação, sendo usualmente
denominados em fascículos de fibras que contêm unidades menores denominadas
fibrilas, que se apresentam longas, cristalinas e extremamente alinhadas. O
desenvolvimento dessa estrutura acontece devido à adaptação funcional normal dos
tendões (BIRK, TRELSTAD, 1986).
Os tendões são providos de receptores de Golgi, capazes de avaliar a tensão
no tendão e transmitir essa informação ao sistema nervoso central. Este estudo tem
por finalidade realizar uma revisão de literatura dos últimos seis anos, sobre os
diversos tipos de tratamentos de lesões de tendões (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2004).

36
11 POSTURA INADEQUADA

Fonte: imgrum.net.com

Segundo Iida (2005), a postura corporal é o estudo do posicionamento relativo


de partes do corpo, como cabeça, tronco e membros no espaço. A boa postura é
importante para a realização do trabalho sem desconforto e estresse, neste contexto
cabe lembrar que a coluna vertebral é uma das estruturas mais fracas e delicadas do
organismo, sujeita a muitas deformações, onde a maioria delas são adquiridas devido
à má postura no posto de trabalho e o esforço físico.
A postura corporal do homem não sofre alterações, ela se constrói a partir das
vivências corporais e mudanças de atitude de cada um durante a vida. Esta seção
começa fazendo uma breve introdução sobre a coluna vertebral, parte fundamental
para o estudo da postura, em seguida abordaremos o estudo da postura corporal,
onde trataremos a respeito das posturas adequadas e as consequências que a má
postura poderá causar, por fim abordaremos a posição de pé, que é assumida em
muitos postos de trabalho (MELO, 2017).
A coluna vertebral é a estrutura do corpo mais afetada por sobrecargas e tem
como resultado o aumento expressivo de problemas posturais na população mundial.
Para entendermos a postura corporal é imprescindível o conhecimento da coluna
vertebral e seu funcionamento. É uma estrutura complexa de suspensão, equilíbrio,
postura e movimento do corpo humano (MELO, 2017).
De acordo com Dangelo e Fatinni (2002) a principal utilidade da coluna vertebra
é sustentar o peso do corpo, por meio da articulação sacrilíaca, para os ossos do
37
quadril. Independentemente do local de trabalho, nenhuma postura é neutra e a má
postura é adquirida principalmente pelas condições de trabalho oferecidas e ao projeto
deficiente dos equipamentos.

Trabalhos estáticos, ou que requerem o excesso de movimentos repetitivos,


causam fadiga e o trabalhador vai perdendo a força e a velocidade dos
movimentos, podendo resultar em acidentes e, em boa parte dos casos,
lesões graves. Cabe destacar que outros fatores também podem influenciar
os problemas posturais, tais como as doenças, deixando o corpo fraco e
debilitado (DANGELO, FATINNI ,2002. Apud MELO, 2017).

Acrescente-se que a força muscular obtida de uma articulação diminui à medida


em que o aumenta o ângulo da mesma. Em ângulo neutro, a força é de 100%. Em
extensão, consegue-se apenas 75% de força na articulação do punho e, em flexão,
apenas 45%. Se houver contração muscular estática, a força no membro cai para
apenas 60% (MELO, 2017).
Nos dias atuais, problemas posturais são apontados como um sério problema
de saúde pública, pois atingem uma alta incidência na população economicamente
ativa, incapacitando-a temporária ou definitivamente para atividades profissionais. De
acordo com o Software Integrado de Gestão Ocupacional, a Pesquisa Nacional da
Saúde, divulgada em 2014, concluiu que 18,5% da população adulta do Brasil é
afetada por doenças crônicas na coluna, totalizando cerca de 27 milhões de pessoas
e muitas dessas doenças estão relacionadas a má postura corporal. Os distúrbios
localizados na região da lombar são os mais comuns e englobam 21% das mulheres
e 15% dos homens (OLIVEIRA, 2008).
Segundo o Instituto de Traumatologia e Ortopedia, a lombalgia normalmente
manifesta-se na idade adulta e muitos casos estão relacionados com a má postura
proveniente de ambientes de trabalho mal elaborados. Posturas incorretas ao longo
do trabalho podem causar lesões na coluna, consequentemente dores nas costas,
sendo a última a doença que mais afetou os trabalhadores brasileiros em 2013. É de
extrema importância orientar os trabalhadores sobre os riscos ocasionados pela
postura indevida, contribuindo para potencializar os resultados da empresa e o bem-
estar dos indivíduos (MELO, 2017).

38
Fonte: pt.slideshare.net

11.1 Repetitividade

As Lesões por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionados


com o Trabalho (LER/DORT) são uma síndrome cuja terminologia não é consensual
e, apesar de não haver nenhum diagnóstico com essa expressão no Código
Internacional das Doenças (CID-10), sua utilização é bastante difundida na sociedade
como um todo devido ao impacto social e aos danos provocados aos trabalhadores,
sendo comum utilizar no cotidiano de trabalho a expressão “diagnóstico de LER”
(MORAES, BASTOS, 2017).
Na rotina laboral é possível observar pessoas dizendo que tem “ LER” ou que
foram “diagnosticadas com LER”. Em certo sentido, qualquer pessoa, em algum
momento da lida, pode sentir dores associadas à tarefa que realiza e à organização
do trabalho. Com a intensificação de uma série de fatores psicossociais associados
ao aumento do estresse, tais dores podem vir a se tornar insuportáveis (MORAES,
BASTOS, 2017).
Porém, essa utilização disseminada de uma noção pré-científica para
descrever uma série de sintomas produz uma considerável imprecisão na observação
do fenômeno das LER/DORT. Este artigo busca auxiliar na melhor descrição dos
sintomas dolorosos e contribuir para aumentar a precisão na análise e interpretação
desse fenômeno biopsicossocial que vem acometendo um contingente significativo de
trabalhadores (MORAES, BASTOS, 2017).

39
Além das posturas inadequadas, temos um agravante: fazer isto durante muitas
horas e muitas vezes. Claro está que se os nervos, tendões e músculos ficarem
pressionados por horas a fio, pelo fato da pessoa fazer só uma coisa o dia todo, o
problema será agravado. Quando a repetitividade é um problema isolado, a lesão
também pode se manifestar (ou seja, sem postura inadequada e sem o uso da força),
mas isto é raro de acontecer, pois normalmente um posto de trabalho apresenta de
dois a quatro diferentes riscos para o aparecimento de DORT (MORAES, BASTOS,
2017).

Fonte: slideshare.net.com

É um grupo de doenças que estão diretamente ligadas a vários danos à saúde,


causadas por movimentos repetitivos e posições forçadas por um logo período de
tempo, carga horária, trabalho em ritmo prolongado, podendo ocorrer de forma que se
estabeleça por um longo período se tornando assim uma patologia que se instala de
forma silenciosa (ISOSAKI, 2011).
Uma das principais características dessas doenças é a dor que pode se
tornar crônica, também pode ocorrer fadiga muscular, sensação de peso, parestesia,
fraqueza, dormência, formigamento, inchaços, e geralmente acomete mais os
membros superiores (ISOSAKI, 2011).
Segundo Ribeiro et al (2012) a prevalência dos DORT pode se destacar em
algumas partes do corpo, sendo elas, dedos, punho, mão, antebraços, cotovelo,
pescoço e ombro, na região lombar, também podem ocorrer nos membros inferiores,

40
como pernas, joelhos, tornozelos e pés, podendo ser ocasionados devido ao tempo
prolongado em uma só posição.
Segundo Saldanha et al (2013) Distúrbios Osteomusculares (DORT) afeta
grande parte dos trabalhadores, sendo mais ou menos 30% da população mundial
com mais de 25 anos, são um dos principais agravos à saúde, que ocasiona
afastamento do trabalho e consequentemente levam a recorrer ao auxílio doença.
A incidência de LER e DORT vêm aumentando progressivamente nos
últimos anos em todo mundo, dentre as doenças ocupacionais, as mais comuns no
Brasil foram relacionadas como sinovite, lesões no ombro, dorsalgia, tenossinovite,
lombalgia e doença de Quervain, sendo que este conjunto que correspondeu mais o
menos 10,8% do total de acidentes notificado pela previdência social (SALDANHA et
al, 2013).
Foram analisados com o ano anterior, o total de acidentes de trabalho
registrados apresentou uma baixa de 4,3%. Apesar da redução nos números de
assistência médica em 5,8%, incapacidade temporária em 4,1% e incapacidade
permanente em 3,5%, em trabalhadores (SALDANHA et al, 2013).
Sendo assim as LER e DORT são responsáveis pelo grande número de
trabalhadores que estão devidamente afastados do trabalho, grande parte de
trabalhadores em plena idade produtiva e tem como consequência incapacidade seja
ela temporário ou permanente (SALDANHA et al, 2013).
Este tema se deu por se tratar de doenças ocupacionais que causam danos
aos trabalhadores, que geralmente podem levar afastamento permanente do trabalho
e a fatores que afetam tanto o físico como o psicológico e emocional dos
trabalhadores.
Qualquer que seja o DORT que a pessoa venha a manifestar, sempre
apresentará quatro fases distintas, que demonstram a evolução (piora) do quadro
clínico:
 Fase I - Nesta fase o portador da doença pode referir sensação de peso e
desconforto no membro afetado, dor espontânea localizada nos membros
superiores ou cintura escapular, as vezes com pontadas que aparecem
esporadicamente durante a jornada de trabalho e sem interferência com a
produtividade. Não há irradiação nítida de dor e a melhora ocorre com o
repouso. É em geral leve e fugazes estando geralmente ausentes alguns sinais
clínicos característicos das afecções. O prognóstico é bom.
41
 Fase II - a dor é em geral mais persistente e intensa e aparece durante a
jornada de trabalho de forma intermitente. É tolerável e permite o desempenho
das funções laborais, mas já com reconhecida redução de produtividade nos
períodos de exacerbação. A dor torna-se mais localizada e pode estar
acompanhada de Parestesia e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade.
Pode haver uma irradiação definida, sendo a recuperação em geral mais
demorada. Ocasionalmente pode aparecer quadro doloroso fora do ambiente
de trabalho, durante atividades domésticas e ou sociais. O prognóstico é
favorável.
 Fase III - a dor torna-se persistente, mais forte e com irradiação mais definida.
O repouso em geral só atenua a intensidade da dor. São frequentes a perda de
força muscular e Parestesia. Há sensível queda de produtividade e pode
surgir impossibilidade de exercer as funções laborais. Os sinais clínicos estão
presentes, com edema frequente e hipertonia muscular constante. Ocorrem
alterações de sensibilidade e força. Aparecem quadros com comprometimento
neurológico compressivo. Neste estágio o retorno às atividades laborais é
problemático. O prognóstico é reservado.
 Fase IV - a dor é forte, intensa e contínua, por vezes insuportável, levando o
paciente a intenso sofrimento. Os movimentos acentuam consideravelmente a
dor, que em geral se irradia por todo o membro afetado. A perda de força
muscular e a perda dos movimentos se fazem presentes. As atrofias,
principalmente dos dedos, são comuns. A capacidade laboral é anulada e a
invalidez se caracteriza. Neste estágio são comuns alterações psicológicas
com quadros de depressão, ansiedade e angústia.

11.2 Prevenção

Um programa de prevenção das Lesões por Esforços Repetitivos em uma


empresa inicia-se pela criteriosa identificação dos fatores de risco (descritos
anteriormente) presentes na situação de trabalho. A cada situação corresponde um
conjunto de medidas de controle específicas, evitando o surgimento e a progressão
da doença (MAENO, SARLENO, ROSSI, FULLER, 2006).
A Norma Regulamentadora 17 do Ministério do Trabalho estabelece que
compete ao empregador realizar a Análise Ergonômica do Trabalho, para avaliar a
42
adaptação das condições laborais às características psicofisiológicas do trabalhador.
As medidas de controle a serem adotadas envolvem o dimensionamento adequado
do posto de trabalho, os equipamentos e as ferramentas, as condições ambientais e
a organização do trabalho (MAENO, SARLENO, ROSSI, FULLER, 2006).

Fonte: protecao.com.br

No dimensionamento do posto de trabalho, deve-se avaliar as exigências a que


está submetido o trabalhador (visuais, articulares, circulatórias, antropométricas, etc.)
e as exigências que estão relacionadas com a tarefa, ao material e à organização da
empresa. Por exemplo, deve-se adequar o mobiliário e os equipamentos de modo a
reduzir a intensidade dos esforços aplicados e corrigir posturas desfavoráveis,
valorizando a alternância postural (flexibilidade) (MAENO, SARLENO, ROSSI,
FULLER, 2006).
Sabe-se que os confortos térmico, visual e acústico favorecem a adoção de
gestos de ação, observação e comunicação, garantindo o cumprimento da atividade
com menor desgaste físico e mental, e maior eficiência e segurança para os
trabalhadores. Quanto à organização do trabalho, deve-se permitir que o trabalhador
possa agir individual e coletivamente sobre o conteúdo do trabalho, a divisão das
tarefas, a divisão dos homens e as relações que mantêm entre si (MAENO,
SARLENO, ROSSI, FULLER, 2006).
A divisão das tarefas vai do seu conteúdo ao modo operatório e ao que é
prescrito pela organização do trabalho. A Norma Regulamentadora 17 estabelece que
nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço,

43
ombros, dorso e membros superiores e inferiores, a partir da análise ergonômica do
trabalho, deve ser observado o seguinte:
 Todo sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e
vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as
repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
 Devem ser incluídas pausas de descanso.
O resultado do programa de prevenção depende da participação e
compromisso dos diferentes profissionais da empresa: trabalhadores, supervisores,
cipeiros, engenheiros e técnicos de segurança do trabalho, médico do trabalho,
gerentes e diretores (MAENO, SARLENO, ROSSI, FULLER, 2006).
Os dois programas obrigatórios previstos desde 1.994 pelo MTE também
devem estar integrados à Análise Ergonômica do Trabalho: o PCMSO (exames
médicos) e o PPRA (identificação de riscos, adoção de medidas de controle). A Nota
Técnica 060/01 do MTE deverá ser consultada em conjunto com a NR 17.

12 ANÁLISE POSTURAL DO CORPO HUMANO

Fonte: novorumo.com.br

A postura do corpo é compreendida como o arranjo relativo entre as partes que


compõem este corpo. A boa postura é aquela que se caracteriza pelo equilíbrio entre
os diversos segmentos corporais estruturais (ossos e músculos, de modo geral),
protegendo o organismo contra agressões e deformidades. Na BOA postura, portanto,
as estruturas orgânicas desempenham suas funções de modo eficiente (DUL, 2004).
44
De acordo com Dul (2004), a postura e os movimentos corporais são
importantes na Ergonomia, tanto no dia-a-dia quanto no posto de trabalho, para
realizar os movimentos e manter a postura firme, são acionados vários segmentos
corporais (músculos, ligamentos e articulações), os músculos são responsáveis pela
força que o corpo precisa para manter a postura e realizar os movimentos, os
ligamentos desempenham o papel de sustentar o corpo e as articulações servem para
o deslocamento das partes.
Para Dul (2004) na manutenção da postura é importante evitar movimentos
inadequados e forçados por um tempo prolongado, afim de evitar dores e lesões.
Ainda conforme o mesmo autor, a postura corporal na maioria das vezes é
estabelecida pela natureza da tarefa ou do posto de trabalho.

Fonte: dornacoluna.fst.br

A má postura pode ser conceituada como aquela em que há desequilíbrio entre


aquelas partes do corpo e também na qual o relacionamento entre as estruturas é
ineficiente, induzindo o organismo à agressões e lesões diversas, localizadas ou
generalizadas (DUL, 2004).
Muitos trabalhadores, no desempenho de suas funções, adotam a postura em
pé e, consequentemente, necessitam da coluna vertebral para executar as mais
diversas posturas corporais, tanto nas atividades do dia-a-dia como no ambiente de
trabalho, tais como os profissionais que trabalham em indústrias: linha de montagem,
operadores de máquinas, assim como outros (RUMAQUELLA, 2009).

45
A postura em pé adotada pode influenciar diretamente no aparecimento de
dores ou desconfortos musculoesqueléticos, por exigir uma constante verticalização
do corpo durante o trabalho. O que pode implica em um aumento da sobrecarga nas
estruturas da coluna vertebral o que pode levar a alguma forma de patologia. Patologia
essa que pode ser resultado do efeito acumulativo de repetidos e pequenas
sobrecargas durante um longo período de tempo ou de constantes sobrecargas
anormais durante um curto período de tempo. Este fato torna-se ainda mais
preocupante se a postura for inadequada e estiver associada ao levantamento manual
de carga, flexão, torção e inclinação da coluna com movimentos repetitivos (MAGEE,
2002).

Dessa maneira, a ergonomia vem ao encontro dessas necessidades, pois seu


propósito é justamente o estudo do homem durante o trabalho, com a busca
constante de pesquisas e desenvolvimento global de condições que
melhorem a qualidade de vida aos trabalhadores, com medidas que
diminuem os riscos de posturas inadequadas e, consequentemente dores e
distúrbios musculoesqueléticos (MAGEE, 2002. Apud RUMAQUELLA, 2009).

Para relacionar as posturas corporais com o trabalho, associa-se o conjunto de


todos os movimentos, sejam pequenos ou amplos, leves ou intensos, que produzem
a maneira característica pela qual o indivíduo distribui seu corpo no espaço, seguindo
as exigências impostas pela necessidade de cumprimento das tarefas. A
dissociabilidade entre a postura e a atividade laborativa expressa-se nos fatores
ligados à tarefa que influencia a própria postura, ou seja, a natureza da tarefa, os
fatores ambientais e organizacionais (DELIBERATO, 2002).
Greve (2007) reforça que a boa postura dispõe adequadamente os segmentos
corporais a um esforço muscular mínimo. Ela não causa desequilíbrios e
compensações indesejáveis a curto e médio prazo e permite o bom andamento de
todas as funções corporais. Cada movimento realizado envolve equilíbrio,
coordenação muscular e adaptações no segmento corporal a ser utilizado, com
energia muscular necessária aplicada sobre cada articulação.

46
Fonte: instrusul.com.br

Hamill e Knutzen (1999) defendem que as posições posturais mantidas pelo


tronco são bem determinadas pela eficiência do movimento e das sobrecargas
impostas à coluna vertebral. Sendo o tronco o segmento mais importante para a
estabilidade do corpo, muitos movimentos solicitam a ativação postural dos músculos
do tronco. E se, durante a atividade laborativa, o trabalhador usá-lo em excesso ou de
maneira incorreta, em tarefas repetitivas, pode colocar uma sobrecarga indevida sobre
os elementos musculoesqueléticos do tronco, especialmente na coluna vertebral
(ENOKA, 2000).

Fatores relacionados à Natureza da Tarefa

Dependendo do tipo de tarefa, esta é mais voltada à atividade mental ou à


atividade física. Cada atividade implicará na adoção de posturas que correspondem à
natureza. Exemplos (NUNES, 2016):
 Um operador de painel que trabalha numa sala de controle de uma
fábrica, sentado, observando dezenas de mostradores, controlando
variáveis de um processo industrial. A atividade é de natureza mental.
 Um desenhista que está trabalhando em uma prancheta, executando
um desenho técnico com instrumentos (esquadros, compasso, etc.). A
atividade é de natureza mental, mas implica também em esforços
físicos.

47
 Um estivador que trabalha junto a uma correia transportadora de sacos
de café, no cais do porto. Seu trabalho implica em permanente
movimentação e esforço físico.

Fatores Físicos Ambientais

Compreendem aqueles relacionados ao ruído, calor, frio, iluminamento do


posto de trabalho, no qual está o trabalhador. As pessoas não percebem, mas estes
são alguns fatores que implicam na adoção de posturas. Exemplos a seguir (NUNES,
2016):
 Um metalúrgico controla a qualidade de peças produzidas numa linha
de montagem e sua movimentação nesta linha, observando tais peças
através de uma pequena abertura existente num tapume que serve de
proteção. O tapume não foi previsto originalmente para a linha de
produção, mas o próprio metalúrgico o colocou defronte à linha, pois as
peças que por ali passam ainda estão incandescentes, irradiando calor
em excesso, que não é suportado pelo organismo humano. O
trabalhador acabou inclinando a cabeça até a altura da abertura
existente no tapume, a fim de obter um ângulo de visão das peças.
 Um digitador trabalha sentado defronte à uma janela. A claridade vinda
de fora lhe provoca ofuscamento e fadiga visual. O digitador procura
desviar o olhar, mantendo a cervical rígida, para que o monitor de vídeo
encubra o clarão da janela.

Fatores Dimensionais

Os fatores dimensionais de um posto de trabalho são os que mais influenciam


na adoção de posturas e gestos dos trabalhadores. Referem-se ao tamanho e à
localização de alavancas, botões, pedais, teclados, volantes, tampos de mesas e
bancadas, comandos de máquinas e equipamentos. Também a presença de
estruturas, degraus, passagens, influencia na postura adotada (NUNES, 2016).

Fatores Temporais

48
São de grande importância, derivados de atividades desenvolvidas sob pressão
de tempo, em função da tensão nervosa à qual o trabalhador se expõe.
Vamos imaginar a situação de uma operária numa linha de montagem com
esteira: O controle da velocidade da esteira rolante que corre junto às bancadas de
trabalho não é da operária, sujeitando-a à velocidade imposta por sua chefia. Ela sabe
muito bem que se a velocidade é aumentada na linha de montagem, um “recado” está
sendo enviado à todas as operárias: “trabalhem mais rápido” (NUNES, 2016).
Tal situação às leva muitas vezes a um descontrole emocional, pois estão
sendo pressionadas a aumentar o ritmo de trabalho. Esta situação costuma fazer com
que a concentração mental das trabalhadoras aumente muito, implicando-as a
aproximar o tronco e a cabeça ao plano de trabalho da bancada, alterando a postura.
É uma tentativa de se ficar “mais perto do trabalho” (NUNES, 2016).
Nunca projetar um posto de trabalho levando em conta APENAS o assento
(cadeira, banqueta, etc.). É importante considerar o assento e a superfície de trabalho
com a qual o assento está relacionado (NUNES, 2016).

12.1 O trabalho na postura sentada

Fonte: trabalho.facafisioterapia.net

O ASSENTO: Superfície macia, com revestimento em espuma;


Forração lisa, perfurada;
Borda frontal arredondada;
Altura regulável;
49
Giratório (sempre que possível).

O ENCOSTO: Altura regulável;


Inclinável, conforme movimentos do tronco;
Definição da inclinação (+ ou - ereto, com trava);
Superfície macia, com revestimento em espuma;
Forração lisa, perfurada;
Espaço livre para a região sacrococigeana.

A BASE: Pés fixos para recepções, salas de aula comuns e


auditórios;
Pés com rodízios para trabalho de escritório e atendimento
a público;
Número de rodízios: cinco (menos que isto, pode
desequilibrar e tombar);
Estrutura em aço com revestimento em tinta epóxi eletro
depositada;
Mecanismos macios, sem trancos nas travas.

A posição sentada, por sua vez, é definida como a situação na qual o peso
corpóreo é transferido para o assento da cadeira por meio da tuberosidade isquiática,
dos tecidos moles da região glútea e da coxa, bem como para o solo por meio dos
pés. No entanto, sentar é uma ação dinâmica que deve ser vista como um
comportamento e não somente como uma condição estática (MARQUES, HALLAL,
GONÇALVES, 2010).
A adoção de posturas inadequadas na posição sentada altera a atividade
muscular e desencadeia mecanismos que põem em risco a integridade do sistema
musculoesquelético. Resultados de estudos sobre a atividade eletromiográfica e das
pressões intradiscais revelaram que o ângulo de inclinação assento/encosto deve ser
de aproximadamente 120º horizontalmente, considerando a região posterior do
assento no máximo 10º inclinada para trás (MARQUES, HALLAL, GONÇALVES,
2010).
A altura correta do assento deve ser menor que a distância do joelho ao pé, o
que elimina a pressão na fossa poplítea. Os encostos devem estar um pouco abaixo
50
dos ombros (pelo menos 6 cm) para evitar que ocorra extensão na coluna lombar com
um consequente aumento na lordose dessa região, gerando assim interiorização da
vértebra L5. As cadeiras dinâmicas, que têm molas e amortecedores, aumentam a
possibilidade de movimentação do indivíduo na posição sentada. Isso contribui para
a difusão dos nutrientes através da placa vertebral terminal, o que promove a nutrição
do disco intervertebral (MARQUES, HALLAL, GONÇALVES, 2010).
O uso de bolas de exercícios em comparação ao uso de cadeiras de escritório
convencionais não apresenta diferenças significativas na atividade eletromiográfica
dos músculos do tronco. Entretanto, sentar-se em uma bola de exercícios gera
coativação dos músculos flexores e extensores de quadril, o que possibilita maior
estabilidade da coluna lombar e melhor controle neuromuscular (MARQUES, HALLAL,
GONÇALVES, 2010).
O ideal é que a estrutura do assento seja em prancha de madeira moldada e
revestida de espuma com uns 05 centímetros de espessura. A borda frontal deve ser
arredondada. O dimensionamento das cadeiras deve, desde 1997, respeitar ao
conteúdo da NBR 13962, da ABNT. O apoio para os pés está previsto na NBR 13965,
que trata de mobiliário para informática. O item que o especifica é o 4.2.1 apoia-pés
(MARQUES, HALLAL, GONÇALVES, 2010).

12.2 Antropometria

A antropometria trata das medidas físicas do corpo humano. A origem da


antropometria remonta-se à antiguidade pois Egípcios e Gregos já observavam e
estudavam a relação das diversas partes do corpo. O reconhecimento dos biótipos
remontasse aos tempos bíblicos e o nome de muitas unidades de medida, utilizadas
hoje em dia são derivados de segmentos do corpo (SANTOS, 1997).

51
Fonte: drsergio.com.br

A importância das medidas ganhou especial interesse na década de 40


provocada de um lado pela necessidade da produção em massa, pois um
produto o mal dimensionado pode provocar a elevação dos custos e por outro
lado, devido ao surgimento dos sistemas de trabalho complexos onde o
desempenho humano é crítico e o desenvolvimento desses sistemas
dependem das dimensões antropométricas dos seus operadores. Atualmente
a antropometria (antropologia física) associada aos valores culturais
(antropologia cultural) constituem um ponto importante nas questões que
envolvem transferência de tecnologias, é a denominada antropotecnologia
(PANERO, ZELNIK, 1991. Apud SANTOS, 1997).

Em uma relação com a organização dos conhecimentos e pesquisas


ergonômicas de Falzon (2007), a antropometria se relaciona aos objetos de estudo da
ergonomia física: análise do homem em atividade através da avaliação de questões
posturais, de conforto e ambiência ligadas aos materiais de suporte ao seu trabalho
(mesas, cadeiras, teclados, mouses, etc.). A antropometria é uma área específica do
conhecimento que se dedica à medição das partes do corpo humano e de sua relação
funcional com o espaço. Para além desses procedimentos, são analisadas as
recorrências dessas informações dentro de grupos específicos.
Segundo Panero e Zelnik (2008) as variações antropométricas existem entre
grupos sociais, de trabalho, étnicos, de gênero etários. No entanto, as pesquisas
apontam que variações dos dados coletados também são observadas entre as partes
do corpo de uma mesma pessoa, de um mesmo grupo, ou até dentro de uma análise
temporal (entre períodos) nos mesmo grupos. Esses fatos contrariam a possibilidade
de uma visão utópica sobre a função ideal da antropometria de verificar e expor
parâmetros fixos para a melhoria da relação homem-máquina.

52
A mediação entre informações antropométricas e seu uso social - embora não
totalizadora pode, nesse sentido, ser assumida por designers e arquitetos. Peritos na
organização espacial, esses profissionais podem incorporar as contribuições das
medidas corporais estatísticas dos grupos humanos ao exercício de sua atividade
profissional – também relacionada ao campo da promoção da saúde ocupacional.
Assim, a filosofia da engenharia humana seria aplicada na medida em que reconhece
que tudo é projetado para as pessoas a partir do próprio homem" (PANERO, ZELNIK,
2008).
Na antropometria, existem dois tipos de medidas: estruturais e funcionais. Por
medidas estruturais, entendem-se as dimensões das várias partes do corpo humano
e de sua constituição (alturas ou larguras totais, por exemplo). Para os designers e
arquitetos, as medidas corporais usuais são (PANERO, ZELNIK, 2008):
Altura, peso, altura quando sentado, comprimento nádegas-joelho, e nádegas
sulco poplíteo, largura entre os cotovelos e entre os quadris em posição sentada;
altura do sulco-poplíteo, dos joelhos e espaço livre para as coxas" (PANERO, ZELNIK,
2008).
Medidas funcionais, por sua vez, são as dimensões relativas ao exercício ou
movimentação do corpo humano, ou de suas partes, para determinados fins. É a partir
delas que, por exemplo, podem-se estabelecer parâmetros básicos de medidas
lineares e áreas de circulação (de corredores ou entre mobiliários, por exemplo), de
dimensões e organização espacial de mobiliários (mesas, prateleiras, armários,
arquivos, balcões, apoios para livros e documentos, etc.), dentre outros (PANERO,
ZELNIK, 2008).
Dentre os grupos aos quais a antropometria pode ser imprescindível à melhoria
e preservação da saúde de seus integrantes estão os idosos e deficientes com
mobilidade reduzida. Acerca disso, é importante que se compreendam os seus
equipamentos de auxílio motor (cadeiras de roda, muletas, andadores, etc.) enquanto
extensões de seus corpos e, de tal modo que devem ser considerados na mensuração
do espaço de mobilidade e alcance de seus usuários (PANERO, ZELNIK, 2008).

53
12.3 Critérios par dimensionamento dos postos de trabalho

Fonte: slideplayer.com.br

Lembremos que os conceitos de medidas mínimas e máximas são aplicáveis


para postos fixos. O melhor, contudo, é adotar mobiliário e equipamento que seja
flexível, dotado de múltiplas regulagens, como as cadeiras ergonômicas, bancos de
automóveis e carrinhos hidráulicos, sempre que possível (PANERO, ZELNIK, 2008).
 Cadeira ergonômica, com regulagens de altura e inclinação do assento
e encosto, giratória, ajuste para a altura dos braços (que podem ser
removidos, caso se queira) e rodízios para facilitar a locomoção;
 Carrinho com plataforma hidráulica de altura regulável, facilitando o
alcance da mão do trabalhador à carga transportada, sem ter que se
debruçar sobre a plataforma;
 Comandos altos, numa prensa, dificultando o alcance das mãos do
trabalhador. Lembrar que os braços acima da linha dos ombros
dificultam a circulação de sangue, provocam tensão muscular e dor
(alcance motor inadequado), bem como o alcance visual está acima da
linha de visão do trabalhador (fazendo com que este levante a cabeça);
 Comandos na altura adequada, numa prensa, facilitando o alcance das
mãos do trabalhador, bem como o alcance visual.
As medidas e ângulos do corpo humano devem ser levantadas e organizadas,
para que se possa dimensionar cada posto de trabalho em conformidade com a
população da empresa em que se está atuando. Só assim os mobiliários, veículos,

54
máquinas, painéis, bancadas, etc. Sendo assim estarão se adaptando ao ser humano
(SLACK, 2002).
Observe como os conhecimentos adquiridos são aplicáveis com esta simples
situação de trabalho (NUNES, 2016):
 A banqueta tem assento em madeira = as tuberosidades isquiáticas estão
“gritando”, pois não há qualquer revestimento macio (em espuma);
 O apoio para os pés não existe, apenas o da banqueta = os pés são obrigados
a permanecer numa única posição;
 As borneiras localizadas ao fundo da área de teste estão em alcance máximo
= o Eletricista, para que alcance as borneiras, deve esticar os braços e, ainda,
deslocar o tronco do encosto da banqueta. Em antropometria, nunca o alcance
motor de um fundo de bancada que é muito usado poderia ser aceito em tal
profundidade;
 Os músculos ao redor da coluna vertebral ficam tensos = dor;
 As gavetas da bancada (para ferramentas) obstruem o espaço lateral das
pernas, apesar da banqueta ser giratória (não dá quase para girá-la...). Seria
melhor um gaveteiro móvel ou um carrinho e a retirada das gavetas;
 A banqueta desta vez é estofada, mas o Eletricista não a usa. Não dá (não há
espaço para as pernas quando se senta defronte à bobina) = trabalho constante
em pé;
 Os cavaletes usados para se apoiar a bobina não têm regulagem de altura = o
Eletricista se abaixa para ver o que está fazendo e alcançar os contatos a
serem refeitos: aqui, várias são as consequências:
 Cervical, dorsal e lombar em flexão = dor;
 Trabalho constante em pé = mais dor para a lombar e dificuldade para
circulação venosa nas pernas (carga hemodinâmica);
 Repare que a articulação do carpo constantemente fica em desvio ulnar, além
de prono-supinações = risco de DORT;
 Os braços trabalham sem apoio, mas em área de alcance ótimo (que, neste
caso, não adianta nada...) = risco de DORT.
A ergonomia preocupa-se primariamente com os aspectos fisiológicos do projeto
do trabalho, isto é, com o corpo humano e como ele ajusta-se ao ambiente. Isso
envolve dois aspectos: primeiro: como a pessoa confronta-se com os aspectos físicos

55
de seu local de trabalho, onde "local de trabalho" inclui mesas, cadeiras,
escrivaninhas, máquinas, computadores e assim por diante; segundo: como uma
pessoa relaciona-se com as condições ambientais de sua área de trabalho imediata
(SLACK, 2002).
A Ergonomia e uma disciplina científica que proporciona uma visão holística e
sistêmica e centrada no ser humano para melhorar a produtividade e a motivação dos
colaboradores dentro das organizações. As pessoas buscam muito mais do que um
trabalho, elas desejam realizar suas necessidades, auto realizar-se. De que o
processo motivacional e a satisfação no trabalho também são consequências de um
ambiente capaz de estabelecer um projeto ergonômico que abarque as expectativas
das pessoas na empresa (SLACK, 2002).

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