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Carmem Zara
Niterói, RJ
2015
Introdução
Programas e armadilhas
mentais
INTRODUÇÃO
Este capítulo servirá para abordar alguns fenômenos muito comuns
e que influenciam diretamente o desempenho dos candidatos. São os
programas e as armadilhas mentais.
O cérebro, como extraordinário computador que é, “roda” com
programações das mais diversas, que vão sendo construídas durante toda
a nossa vida, em geral, de modo inconsciente.
Ao mesmo tempo, alguns desses programas podem se transformar
em problemas, em verdadeiras armadilhas. Na verdade, o tempo todo
o cérebro está procurando servir ao seu “dono” e encaminhá-lo para a
obtenção da felicidade.
Um dos pressupostos da PNL é que “todo comportamento tem uma
intenção positiva”. A criação dos programas mentais tem, é certo, uma
intenção positiva.
1 Mensagem de Provérbios 4.23, 24 (NTLH), cujo texto integral diz: “Tenha cuidado com o que você pensa,
pois a sua vida é dirigida por seus pensamentos. Nunca fale mentiras, nem diga palavras perversas.
Olhe firme para frente, com toda a confiança; não abaixe a cabeça, envergonhado. Pense bem no que
você vai fazer, e todos os seus planos darão certo. Evite o mal e caminhe sempre em frente, não se desvie
nem um só passo do caminho certo”.
120 | Como usar o cérebro para passar em provas e concursos
Equilíbrio emocional,
relacionamentos e aumento
de desempenho
EQUILÍBRIO
A saúde, já abordada, e o equilíbrio emocional, que trataremos aqui,
são necessários para que a pessoa possa empreender seus projetos. Pois
bem, motivado pela necessidade de manter a saúde, um dos recursos foi
me render ao Pilates. Depois de um período de rejeição e implicância, me
curvei à eficácia do método. A técnica está me trazendo, admito, muitos
benefícios! Sua análise traz lições para quem estuda para concursos.
Inicialmente, registro que a mudança do estúdio e da professora
fizeram muita diferença. Às vezes, é preciso mudar de curso, professor
ou livro para vencermos alguns obstáculos que, aparentemente pessoais,
podem ter sua gênese no método do curso ou professor. Embora seja uma
hipótese corrente, nem sempre isso significa que o curso e/ou o professor
sejam ruins. Trata-se apenas de uma questão de afinidade, empatia.
Um dos exercícios do Pilates – o que me inspirou a escrever primeiro
um artigo para o UOL, onde sou colunista, e a acrescentar este tema ao
presente livro – é realizado com um disco inflável. Consiste em o aluno
ficar em pé sobre uma base de borracha, com algum ar no seu interior,
em formato de disco. Imagine um disco com o diâmetro de uma bola de
basquete, entre 10 e 12 centímetros de altura, sem que esteja totalmente
cheio de ar. O resultado é que, por ser praticamente uma bexiga com
186 | Como usar o cérebro para passar em provas e concursos
ar pela metade, ficar ali em cima gera uma boa dose de desequilíbrio.
Não bastasse isso, o professor (no meu caso, a professora) fica a uns dois
metros de distância arremessando duas bolas, uma atrás da outra, para
que sejam agarradas e devolvidas. Tudo isso sendo feito em cima daquela
base “bamba”, claro!
O início, como todos os inícios, é enjoadíssimo, mas com o tempo
pega-se o jeito e é possível cumprir a “missão” dada pela professora. O
segredo para se equilibrar é manter a postura correta e estabelecer o
centro de equilíbrio, o que exige enorme reprogramação, ao menos para
pessoas que, como eu, por décadas não cuidam desse importantíssimo
aspecto da vida.
Pois bem, aos poucos percebi melhoras em mim e até recebi elogios
da professora. A base não mudou, muito menos a rotina, frequência
e modo de lançamento das bolas em minha direção. Porém, eu estava
mais equilibrado e, acredite, tranquilo! A mudança não foi externa, mas
interna. Veio de dentro de mim. A professora explicou que tudo havia
melhorado, pois minha postura estava mais ereta.
Antes de mais nada, a verdade é que quando alguém começa a
se abaixar demais e olhar para baixo, a aceitar vaticínios pesarosos e
contrários, as coisas pioram. Ficar ereto ajuda a mudar esse quadro.
A grande aplicação dessa metáfora é a manutenção do próprio eixo,
o eixo central, é a verticalidade. Assim como no exercício de Pilates, a
vida – não somente nos concursos, mas em qualquer desafio – pede que
você ache seu eixo. Quando ele está identificado e no lugar, a pessoa
encontra equilíbrio e isso muda tudo.
O que define nossa capacidade de andar sobre um terreno instável
não tem nada a ver com o terreno! O que define a marcha não é a
natureza do terreno, mas a natureza do caminhante. Uma pessoa “torta”,
mesmo com o chão estável, vai mancar. Uma pessoa equilibrada, porém,
caminha bem no terreno fofo ou irregular. E é fato: a vida é repleta de
terrenos irregulares, instáveis, pantanosos, com buracos, brita...
Em suma: o que define sua capacidade de caminhar em direção aos
sonhos não é o terreno, mas sua verticalidade. Se perder o eixo, você
entra em caos. E com o caos, as coisas não andam, sua vida não progride,
talvez você nem sequer veja esperança ou sentido. E, provavelmente,
você impute tudo isso ao cenário em que se desenvolvem suas lutas.
Posso dizer que o problema não é o cenário: é você! Eis uma notícia
maravilhosa: quando a solução dos nossos problemas não reside na
Capítulo 11 — Equilíbrio emocional, relacionamentos e aumento de desempenho | 187
qual você deve ser grato (ou grata)! Em seguida, faça a lista dos sonhos, o
mural dos planos. Anote tudo... Se quiser, insira fotos ou imagens nesse
espaço fantástico de motivação, que é o cartaz de tudo o que você almeja.
Planejamento básico e simples inclui registrar onde você está, para onde
quer ir e quais caminhos e estratégias você pode usar para chegar lá. Se
fizer isso, começando pela respiração, gratidão e planejamento, você já
terá dado passos importantes. Pode não ser tudo, mas como disse Lao Tsé,
“uma caminhada de mil quilômetros começa com um passo”.
Outro caminho para manter seu eixo é se esforçar muito pelo sonho,
mas sem que isso gere demasiado grau de estafa. Tenho presenciado
muitas pessoas que surtam, entram em crise ou depressão porque se
submetem a um tratamento desumano. Acham que são super-homens
ou “mulheres maravilha”! Não somos nada disso! É preciso um mínimo
de equilíbrio na administração do tempo. Nessa linha, recomendo com
convicção plena, após mais de 30 anos de concursos, que o mais eficiente é
respeitar o “Shabbat” diário e semanal, e não dar margem ao sedentarismo.
Para este último caso, criei um “programa” mínimo de exercícios chamado
WDPTS. Esse programa pode ser acessado gratuitamente no site www.
williamdouglas.com.br.
Igualmente disponível de forma gratuita no site e para aqueles
que apreciam esse tipo de auxílio (sou um deles), selecionei trechos da
sabedoria bíblica específicos para momentos de dificuldade pelos quais
passamos. Ali é possível encontrar força espiritual, fé, garra e renovação
das esperanças. Basta clicar em PEV, na home do site, e será iniciado um
download gratuito da compilação feita por mim.
Por fim, ressalto que o concurso é um projeto para médio e longo
prazos. Estar a par disso é muito válido, assim como chegar a acordos
com a família, além de válido, é muito importante. Tratarei do tema
relacionamentos logo adiante.
O eixo principal do leitor precisa ser estabelecido em si mesmo, mas
nada impede que Deus ou sua família – ou alguém que você admire –
participe desse esquema, da montagem dessa estrutura emocional tão
importante para o nosso equilíbrio. Há quem tome a mãe ou o pai
falecidos como exemplos inspiradores. Outros usam o que querem legar
para os filhos como instrumento de força psíquica. Seja como for, saiba
que a hora em que você encontrar seu eixo, o caminho mais arenoso será
trilhado com firmeza.