TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

2ª Câmara

PROCESSO TC N.º 03280/09

Objeto: Prestação de Contas Anuais

Relator: Auditor Oscar Mamede Santiago Melo
Entidade: Instituto Cachoeirense de Previdência Municipal - ICPM
Responsável: Maria Rejane da Silva

EMENTA: PODER EXECUTIVO MUNICIPAL – ADMINISTRAÇÃO

INDIRETA – PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS – GESTOR DE
AUTARQUIA – ORDENADOR DE DESPESAS – APRECIAÇÃO DA
MATÉRIA PARA FINS DE JULGAMENTO – ATRIBUIÇÃO DEFINIDA NO
ART. 71, INCISO II, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA,
C/C COM O ART. 18º, INCISO I, ALÍNEA “B” DO REGIMENTO
INTERNO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA (RN-
TC 01/2011) – Regularidade. Recomendação.

ACÓRDÃO AC2 – TC – 00449/11

Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC 03280/09 referente à PRESTAÇÃO DE

CONTAS DO INSTITUTO CACHOEIRENSE DE PREVIDÊNCIA MUNICIPAL - ICPM, sob a
responsabilidade da Srª. Maria Rejane da Silva, referente ao exercício financeiro de 2008,
acordam, por unanimidade, os Conselheiros integrantes da 2ª CÂMARA do TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, em sessão plenária realizada nesta data, na
conformidade da proposta de decisão do relator, em:

1) JULGAR REGULARES as referidas contas.

2) RECOMENDAR a atual administração do Instituto no sentido de observar às normas

pertinentes à contabilidade pública, bem como no sentido de conferir fiel cumprimento as
Portarias do Ministério da Previdência e Assistência Social, a Lei nº 9.717/98 e a Lei
Municipal que disciplina acerca do Conselho Municipal de Previdência.

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas

Publique-se, registre-se e intime-se.
TCE – Sala das Sessões da 2ª Câmara, Mini-Plenário Conselheiro Adailton Coêlho Costa

João Pessoa, 22 de março de 2011

Conselheiro Arnóbio Alves Viana Auditor Oscar Mamede Santiago Melo

Presidente Relator

REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO

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2ª Câmara

PROCESSO TC N.º 03280/09

RELATÓRIO

AUDITOR OSCAR MAMEDE SANTIAGO MELO (Relator): O Processo TC 03280/09 trata da

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO INSTITUTO CACHOEIRENSE DE PREVIDÊNCIA MUNICIPAL -
ICPM, sob a responsabilidade da Srª. Maria Rejane da Silva, referente ao exercício financeiro
de 2008.

A Auditoria com base nos documentos acostados aos autos emitiu relatório inicial, fls.
539/548, constatando, sumariamente, que: a) a prestação de contas foi apresentada no
prazo legal; b) a receita arrecadada foi de R$ 747.933,56, sendo 95,54% de receitas de
contribuições e 4,46% de receita patrimonial; c) as despesas executadas somaram
R$ 582.483,94; d) o superávit orçamentário alcançou o montante de R$ 165.449,62; d) o
saldo para o exercício seguinte foi R$ 286.204,31, sendo representado pela conta bancos e
correspondentes.

Ao final de seu relatório, a Auditoria desta Corte apresentou, de forma resumida, as

irregularidades constatadas sob a responsabilidade da ex-gestora, Srª Maria Rejane
da Silva: a) não contabilização das receitas de contribuição patronal e do parcelamento da
dívida no grupo específico das receitas intra-orçamentárias, descumprindo assim, a Portaria
Interministerial nº 338/2006 e a Portaria do Ministério da Previdência Social nº 916/03 e
alterações; b) contabilização incorreta da receita de contribuição do servidor no montante de
R$ 12.632,77; c) contabilização de receitas de contribuição do exercício em análise
juntamente com receitas do exercício de 2007, descumprindo a Portaria MPS 916/03, bem
como a Portaria STN nº 338/2006; d) despesas administrativas acima do limite de 2%
determinado pela Portaria MPS nº 4.992/99 (revogada pela Portaria 402/08) e pela Lei nº
9.717/98; e) realizações de reuniões do Conselho de Previdência do Município em número
inferior ao determinado em Lei. Sob a responsabilidade do ex-Prefeito, Sr. Francisco
Dantas Ricarte: ausência de repasse das contribuições previdenciárias ao Instituto, no
valor de R$ 193.314,34, sendo R$ 168.728,38 referente às contribuições patronais e R$
24.585,96 dos segurados.

Notificados os ex-gestores, apresentaram suas respectivas defesas, conforme fls. 555/597,

as quais foram analisadas pela Auditoria que considerou sanadas as falhas referentes à
contabilização de receitas de contribuições do exercício em análise, juntamente com as
receitas do exercício de 2007 e das despesas administrativas acima do limite de 2% pela
portaria do ministério da previdência e pela Lei nº 9.717/98, todas sob a responsabilidade da
ex-gestora do Instituto e também afastou a falha referente à ausência de repasse das
contribuições previdenciárias, cometida sob a gestão do ex-prefeito, mantendo as demais
irregularidades na íntegra.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ao se pronunciar acerca da matéria,

fls. 604/605, opinou pela: a) regularidade da prestação de contas do Instituto Previdenciário
Municipal de Cachoeira dos Índios, exercício financeiro de 2008; b) recomendação à atual
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PROCESSO TC N.º 03280/09

responsável no sentido de que evite a prática de comportamentos administrativos que

maculem as contas de gestão.

É o relatório.

PROPOSTA DE DECISÃO

AUDITOR OSCAR MAMEDE SANTIAGO MELO (Relator): Inicialmente, cabe destacar que as
contas das Autarquias Municipais são julgadas pela 2ª Câmara Deliberativa, conforme
previsto no art. 71, inciso II, da Constituição Estadual, c/c o art. 18º, inciso I, alínea “b” do
Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, com redação dada pela
Resolução Normativa RN-TC nº 01/2011.

Analisando as irregularidades remanescentes, acompanho o Parecer do Ministério Público

Especial, visto que as falhas não são passíveis de reprovação das contas e sim de
recomendações para que seja obedecida a legislação previdenciária federal e municipal, bem
como, as normas de contabilidade pública.

Ante o exposto, proponho que a 2ª CÂMARA do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA

PARAÍBA:

1) JULGUE REGULARES as referidas contas, sob a responsabilidade da Srª. Maria Rejane da

Silva, referente ao exercício financeiro de 2008.

2) RECOMENDE a atual administração do Instituto no sentido de observar às normas

pertinentes à contabilidade pública, bem como no sentido de conferir fiel cumprimento as
Portarias do Ministério da Previdência e Assistência Social, a Lei nº 9.717/98 e a Lei
Municipal que disciplina acerca do Conselho Municipal de Previdência.

É a proposta.

João Pessoa, 22 de março de 2011.

Auditor Oscar Mamede Santiago Melo

RELATOR