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Dolo

Em Direito Civil, dolo é uma espécie de vício de consentimento, caracterizada na


intenção de prejudicar ou fraudar um outro. É o erro induzido, ou proposital. Má-fé.

Diferencia-se da culpa por que no dolo o agente tem a intenção de praticar o fato e
produzir determinado resultado: existe a má-fé. Na culpa, o agente não possui a intenção
de prejudicar o outro, ou produzir o resultado. Não há má-fé.

Diferencia-se da simulação por que no dolo existe má-fé de uma parte contra a outra. Na
simulação, a má-fé ocorre contra terceira (é o caso da maior parte dos crimes tributários).

Em Direito Penal, por sua vez, dolo é um elemento subjetivo dos tipos, caracterizado
pela vontade livre e consciente de praticar uma conduta descrita em uma norma penal
incriminadora. Uma ação dolosa, por si só, não pressupõe a existência de um crime, pois
faz-se necessária a constação de que a conduta era ilícita (não estar amparada em
nenhuma excludente de ilicitude/anti-juridicidade), e o agente culpável (inexistir qualquer
eximente de culpabilidade).

Segundo a redação do Código Penal (artigo 18, inciso I), é dolosa uma ação quando o
agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.

A partir daí, observa-se a possibilidade de dividi-lo em duas modalidades, dolo direto e


dolo enventual. O primeiro é o dolo propriamente dito, compreendendo a primeira parte
da da norma supra mencionada. Já o dolo eventual é aquele em que o indivíduo, em seu
agir, assumi o risco de produzir determinado resultado, anuindo com sua realização. A
diferenciação desta espécie de dolo com a chamada culpa consciente é sutil, não sendo
incomum a confusão dos conceitos.

Dolo direto é o dolo propriamente dito. Caracteriza-se pela vontade livre e consciente de
um indivíduo de praticar uma conduta tipificada na legislação penal. Com efeito, aquele
que disfere um tiro de revólver em outrem, com o intuito de matar essa pessoa, pratica,
com dolo direto, um homicídio.

Culpa
A negligência produz acontecimentos culposos, tal como este acidente de comboio na
Gare Montparnasse de Paris (França) em 1895.

Culpa se refere à responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo
material, moral ou espiritual a si mesma ou a outrem. O processo de identificação e
atribuição de culpa pode se dar no plano subjetivo, intersubjetivo e objetivo.
No sentido subjetivo, a culpa é um sentimento que se apresenta à consciência quando o
sujeito avalia seus atos de forma negativa, sentindo-se responsável por falhas, erros e
imperfeições. O processo pelo qual se dá essa avaliação é estudado pela Ética e pela
Psicologia.

No sentido objetivo, ou intersubjetivo, a culpa é um atributo que um grupo aplica a um


indivíduo, ao avaliar os seus atos, quando esses atos resultaram em prejuízo a outros ou a
todos. O processo pelo qual se atribui a culpa a um indivíduo é discutido pela Ética, pela
Sociologia e pelo Direito.

Em direito, culpa é a violação ou inobservância de uma regra, que produz dano aos
direitos de outros, por negligência, imprudência ou imperícia, ou seja, em razão da falta
de cuidado objetivo. É o erro não-proposital.

Diferencia-se do dolo porque, neste, o agente tem a intenção de praticar o fato e produzir
determinado resultado: existe a má-fé. Na culpa, o agente não possui a intenção de
prejudicar o outro, ou produzir o resultado. Não há má-fé.

Sentido psicológico

Em psicologia discute-se a culpa como o sentimento de culpa ou remorso.

Sentido religioso

O sentido religioso de culpa, pelo qual um acto da pessoa recebe uma avaliação negativa
da divindade, por consistir na transgressão de uma norma religiosa. A sanção religiosa é
um ato social, e pode corresponder a repreensão e pena objetivas. De outra parte, a culpa
religiosa compreeende também um estado psicológico, existencial e subjetivo, que
propõe a busca de expiação de faltas ante o sagrado como parte da própria experiência
religiosa. O termo pecado está geralmente ligado à culpa, no sentido religioso.

Reserva mental
Reserva Mental

Há a reserva mental quando um dos contratantes reserva-se, secretamente, a intenção de


não cumprir o contrato. A reserva mental é combatida no Código Civil no seu artigo 110,
onde disõe que "a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a
reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha
conhecimento".

Alguns doutrinadores a chamam de "Simulação Unilateral".

Exemplos:
a) um autor declara que o produto da venda de seus livros será para fins filantrópicos,
mas faz isto unicamente para granjear simpatia e assim fazer com que a venda seja boa;
não poderá depois voltar atrás e não destinar o valor auferido para o fim anunciado;

b) alguém vende imóvel supondo que a venda será anulada por vício de forma, como por
exemplo a ausência de escritura pública; a venda do imóvel poderá até não estar
perfectibilizada, mas a relação obrigacional persistirá.

Coação
Coação é um dos vícios do consentimentos nos negócios jurídicos, caracteriza-se pelo
constrangimento físico ou moral para alguém fazer algum ato sob o fundado temor de
dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família ou a seus bens (Art.151 do CC).

A coação absoluta ou coação física torna nulo o negócio jurídico. O direito de pedir a
decretação judicial de nulidade é imprescritível e os efeitos da decretação são retroativos
(ex tunc). Já a coação relativa ou moral, quando há opção a quem foi coagido, torna
anulável o negócio jurídico. O prazo para entrar com a ação judicial é decadencial e de 4
anos, os efeitos da sentença não são retroativos (ex nunc). Apenas os interessados podem
pedir a anulação.

Ius perfectum, é o direito que pode ser aplicado através da coação (força), ou, Direito
para o cumprimento do qual é lícito recorrer também a força. Pelo Ius imperfectum:
Direito que não pode ser aplicado através da força ou, em outras palavras, para o
cumprimento do qual o uso da força seria considerado ilegítimo. Para Kant o Direito está
intimamente ligado ao Ius Perfectum. ``Norberto Bobbio´´

Lesão
Uma lesão é um termo não-específico usado para descrever um tecido anormal no corpo
humano. Tais anormalias podem ser causadas por doenças ou traumas, por exemplo.

Culpa consciente
A Culpa Consciente é quando o agente, embora prevendo o resultado acredita
sinceramente na sua não ocorrencia, dando continuidade na sua conduta.
Exemplo de Culpa Consciente

Como exemplo clássico da Culpa Consciente podemos citar daquele artista de circo que
utiliza-se de facas para acertar um alvo e, este último possui, geralmente, uma pessoa
para tornar o espetáculo mais divertido e emocionante. Caso o atirador de facas acerte a
pessoa, ele responderá pelo crime praticado a título de culpa, sendo esta culpa consciente.

O agente (atirador de facas) embora prevendo o resultado (acertar a pessoa matando-a ou


lesionando-a) acredita sinceramente na sua não ocorrência, em via de todos os anos de
árduo treinamento, dando continuidade na sua conduta.

Culpa Consciente e Dolo Eventual

O caso muda inteiramente se, ao invés do exímio atirador de facas, vier para fazer o
mesmo número circense uma pessoa qualquer da platéia, sem nenhuma preparação ou
habilidade para exercer tal arte. Sendo assim, caso esta pessoa venha a realizar o número
e, para sua infelicidade acertar a vítima, matando-a por exemplo, responderá pelo crime
de homicídio doloso (com intenção), a título de dolo eventual. Dolo Eventual é, portanto,
quando o agente não quer diretamente o resultado, contudo assume o risco de produzí-lo
e, se este vir a acontecer "tanto faz".

Erro
Erro é um vício no processo de formação da vontade, em forma de noção falsa ou
imperfeita sobre alguma coisa ou alguma pessoa.

Erro é um dos vícios do consentimento dos negócios jurídicos. A manifestação de


vontade é defeituosa devido à uma má interpretação dos fatos.

Subdivide-se em erro substancial ou essencial e erro acidental. O erro substancial


invalida o ato jurídico. O erro acidental é aquele que pode ser resolvido facilmente, não
invalidando o ato jurídico.

Direito Brasileiro

Para tornar anulável o negócio jurídico, no Direito Brasileiro, o erro deve ser substancial
(erro quanto à pessoa, objeto ou natureza do negócio), cognoscível (isto é, devido ao
princípio da boa-fé o negócio jurídico é perfeito se for impossível para a outra parte saber
do erro) e escusável (qualquer pessoa de inteligência normal cometeria aquele erro).

Para quem requere judicialmente a anulação do negócio jurídico o prazo é decadencial e


de 4 anos. Apenas as partes interessadas podem pedir a anulação e os efeitos da setença
não retroagem (ex nunc).
Fraude
Num sentido amplo, uma fraude é um esquema inventado para obter ganhos pessoais,
apesar de ter, juridicamente, outros significados legais mais específicos, os detalhes
exatos divergem entre as jurisprudências. Muitos hoax são fraudulentos, apesar dos que
não são criados para obter ganhos pessoais não são adequadamente descritos desta
maneira. Nem todas as fraudes são hoax ou fraude eleitorais, por exemplo. A fraude é
difundida em muitas áreas da vida, incluindo a fraude artística, fraude arqueológica e a
fraude científica. Num sentido legal amplo, uma fraude é qualquer crime ou ato ilegal
para lucro daquele que se utiliza de algum logro ou ilusão praticada na vítima como seu
método principal.

Definição

Em Direito Penal, fraude é o crime ou ofensa de deliberadamente enganar outros com o


propósito de prejudicá-los, usualmente para obter propriedade ou serviços dele ou dela
injustamente. Fraude pode ser efetuada através de auxílio de objetos falsificados.

No meio acadêmico, fraude pode se referir a fraude científica – a falsificação de


descobertas científicas através de condutas inapropriadas – e, de uso comum, fraude
intelectual significa a falsificação de uma posição assumida ou sugerida por um escritor
ou interlocutor, dentro de um livro, controvérsia ou debate, ou uma idéia apresentada
enganosamente para esconder conhecidas fraquezas lógicas. Fraude jornalística implica
numa noção similar, a falsificação de [furos|Furo (jornalismo)] jornalísticos.

Fraudes podem ser cometidas através de muitos métodos, incluindo fraude de


correspondência, por meios de Tecnologia de Informações, fraude por telefone e fraude
por internet

Atos que podem ser caracterizados como fraude criminal incluem:

 A fraude nigeriana
 Propaganda Enganosa
 Roubo de Identidade
 Esquema em pirâmide
 Falsificação de documentos ou assinaturas
 Apropriação de propriedade de outros sob custódia através da violação de
confiança
 Fraude da Saúde, vendendo produtos inócuos, como remédios [charlatães|
charlatanismo]
 Criação de empresas falsas
 Insolvência de instituições bancárias e de seguro

Crime
Em um sentido vulgar, crime é um ato que viola uma norma moral.

Num sentido formal, crime é uma violação da lei penal incriminadora.

No conceito material, crime é uma ação ou omissão que se proíbe e se procura evitar,
ameaçando-a com pena, porque constitui ofensa (dano ou perigo) a um bem jurídico
individual ou coletivo.

Como conceito analítico, crime é a ação ou omissão típica, ilícita e culpável.

Para muitos adeptos da conceito analítico, crime é ação ou omissão típica e ilícita. Sendo
a culpabilidade um pressuposto da pena e a periculosidade um pressuposto da medida de
segurança.

História

Desde as primeiras civilizações, ao cunhar a lei, esteve presente um dos seus objetivos
primordiais que é limitar e regular o procedimento das pessoas diante de condutas
amplamente consideradas como nocivas e reprováveis.

Um dos escritos mais antigos é o código sumeriano de "Ur-Nammu" que data de


aproximadamente 2100 a.C. no qual se vêm arrolados 32 artigos alguns dos quais
preconizando penas para atos delitivos. O Código de Hamurabi que é compilação maior e
posterior, dentre outros regramentos penais contra o crime, adota a chamada Lei de
Talião ou a conhecida lei do olho por olho, dente por dente, que concedia aos parentes da
vítima o direito de praticar com o criminoso a mesma ofensa e no mesmo grau por ele
cometida.

Até a idade média a noção de crime não era muito clara, frequentemente confundinda
com outras práticas reprováveis que se verificavam nas diversas esferas legais,
administrativas, contratuais, sociais (strictu sensu), e até religiosas.

Até a consagração do princípio nullum crimen nulla poena sine lege (não há crime, não
há pena, sem lei), crime e pecado se confundiam pela persistência de um vigoroso direito
canônico que as vezes confundia (e até substituia) a legislação dos Estados.

Deve-se portanto àquele princípio a formulação atual de várias legislações penais que, em
verdade, não proibem nenhuma prática, mas simplesmente tipificam condutas e
preconizam as respectivas penas àqueles que as praticam.

Assim é correto dizer que não há lei alguma que proiba alguém de matar uma pessoa. O
que há é uma lei que tipifica esta ação definindo-a como crime, e prescreve-lhe as
diversas penas aplicáveis àquele que a praticou, levando em conta as diversas
circunstâncias atenuantes ou agravantes presentes em cada caso..
Tipos penais ou tipos legais de crimes

Para efeito de estudos e mesmo em legislações penais os procedimentos considerados


crimes foram agrupados segundo o bem material ou imaterial que atingiam.

Assim, temos abaixo uma lista não-conclusiva sobre alguns dos principais grupos
delitivos.

Crimes contra a vida

 homicídio - matar alguém, infanticídio, aborto


 Induzimento, Instigação e auxilio suicídio.

Crimes contra a honra

 injúria (ofensa verbal, escrita ou encenada)


 calúnia (falsa atribuição de cometimento de crime a alguém)
 difamação (propagação desabonadora contra a boa fama de alguém).

Crimes contra o patrimônio

 furto - subtração de coisa alheia


 roubo - subtração de coisa alheia mediante violência
 Latrocínio - subtração de coisa alheia móvel em que a violência empregada
resulta na morte. (Trata-se de crime contra o patrimônio porque a motivação do
crime é a subtração imediata do patrimônio da vítima)
 receptação - receptar algo ou productos roubados
 dano - danificação de coisa alheia
 extorsão - quando se paga propina em troca de algo
 extorsão mediante seqüestro
 estelionato - falsificação de títulos
 violação de direito autoral - uso não autorizado de obra alheia
 violação do direito de marca - de indústria ou comércio (auto explicativo)

Crimes contra os costumes

 estupro
 corrupção de menores - indução de menor a práticas sexuais
 rapto de mulher

Crimes contra a administração da justiça

 falso testemunho
 lavagem de dinheiro
O nome
"Tanto a nudez da mente como a do corpo são impróprias; nossas maneiras e
ações ganham muito mais respeito quando não são inteiramente expostas.
Quanto às pessoas muito falantes e fúteis, elas normalmente também são vãs e
crédulas, pois aquele que conta o que sabe conta igualmente o que não sabe.
Assim, estabelece para ti que o hábito da discrição é a um só tempo político e
moral", Francis Bacon

A seguir vêm a dissimulação (quando um homem sugere que ele não é o que é)
e a simulação (quando ele sugere que é o que não é).

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