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LIBERDADE DE EXPRESSÃO E SEU LIMITE (RESPONSABILIZAÇÃO POR DANOS

MORAIS E OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE DIREITO À DIGNIDADE HUMANA)


Discente: Matheus Mendes
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Constituição Federal Brasileira
Título I: DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º tem como fundamento a dignidade da pessoa humana.

Título II: DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


Capítulo I: DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei.
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.
XLII – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.
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Em 10 de dezembro de 1948, é adotada e sancionada pela Assembleia Geral das Nações
Unidas a Declaração dos Direitos Humanos ____
_No preâmbulo da Declaração, encontra-se a prerrogativa da dignidade inerente a todos os
membros da família humana.
_O Artigo 19 ressalta o direito à Liberdade de opinião e expressão, sem interferência e
independentemente de pensamentos. (A partir disso, é possível dizer que não há limites para a
Liberdade? Que essa liberdade até mesmo é ilimitada? É plausível pôr limites aos
pensamentos de cada indivíduo?
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O certo é que o humor, ao passo que celebra as gargalhadas e os momentos de
descontração, permite a transmissão de ideias estereotipadas da pessoa negra, servindo como
perpetuação e manutenção do preconceito e do racismo na sociedade brasileira. Nesse ínterim,
cabe exemplificar com o programa de Tv – Os Trapalhões –, tendo o Mussum como um
personagem negro, preguiçoso, pinguço e malandro. Essas formas de entretimento, não
obstante a liberdade da emissora compor tais obras assegurada legalmente, tentam reproduzir
ou reproduzem condutas embricadas nas relações sociais, até mesmo a prática preconceituosa
toma rumos humorísticos no convívio social, mas que na verdade corresponde a uma nódoa
histórica.
Nesse sentido, é lícito repensar as atitudes dos indivíduos em sociedade de forma
que criem hábitos sociais baseados em consciência dos fatos históricos – que por muito tempo
massacraram a vida de milhares de pessoas negras -, e não tornem hilárias práticas as quais
mancham a imagem de uma pessoa.
Cabe perguntar se as composições de conteúdo estereotipado e racista devem ser
levadas a juízo para julgamento condenatório do autor? Ou os compositores apresentam
liberdades infinitas no tratamento de temas sociais sérios nas suas construções??
Responde-se que é assegurado na Constituição Federal Brasileira o direito à livre
manifestação intelectual, científica e artística. Mas, cabe ressaltar as limitações desse direito,
uma vez que não impeça o direito de outrem e não pressuponha intensão de denegrir a
imagem de um indivíduo.
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O Humor Racista: consiste em práticas preconceituosas e racistas, tendo como
referência o humor, sendo responsável pela transmissão de estereótipos do negro, como
preguiçoso, incompetente, irresponsável e desinteligente. O fato é que todo esse contexto
constitui fenômenos de estigmatização da pessoa negra, tanto mulher quanto homem, velando
qualquer responsabilidade social através de gargalhadas.
Importante salientar o fenômeno do Patrimonialismo no contexto brasileiro o qual
pressupõe cordialidade e sentimentalidade dos indivíduos, acarretando ações baseadas na
amizade. Desse modo, esse fenômeno, sem dúvida, é responsável pela perpetuação do
preconceito e estereótipos racistas, uma vez que cria um amortecedor na consciência dos
indivíduos
Ressalta-se, nessa lógica, a des-instrumentalização do princípio fundamental da
Constituição Federal: a dignidade da pessoa humana. Isso porque essas formas estereotipadas
do negro causam óbices sociais, a exemplo da não garantia de direitos sociais, desprivilégios e
até mesmo o não tratamento como cidadão e participante político. Quando são usadas
expressões de cunho estereotipado e de inferioridade da pessoa negra, disfarça-se nesse
cenário uma atitude de denegrir a imagem da pessoa, bem como conspurcar a dignidade da
pessoa humana, desvalorizando-a.

OS DIREITOS DE PERSONALIDADE
Os direitos de personalidade são aqueles definidos como irrenunciáveis,
intransmissíveis e que todo cidadão tem de controlar: uso do corpo, imagem, nome ou
aparência. Nessa lógica, esses direitos de personalidade configuram formas de resguardar a
dignidade da pessoa humana, qualidade necessária ao desenvolvimento de potencialidades
físicas, psicológicas e morais. Além disso, os direitos de personalidade constituem objetivos
de preservação da integridade física, intelectual e moral das pessoas. Por isso, qualquer ato,
que venha a conspurcar a dignidade ou até mesmo infringir os direitos de personalidade, será
regido pela Responsabilidade Civil, o qual se interessa pela valorização desses direitos.
A Responsabilidade Civil representa forte ramificação do Direito, assegurando ao
Magistrado a autorização de aplicar duras sanções e o uso de todos os artifícios hábeis a fim
de reparar danos e garantir à vítima o ressarcimento em virtude de ato finalizado por ferir sua
integridade física, intelectual ou moral.

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