O documento discute os principais aspectos do sistema de pastejo rotacionado, incluindo: (1) as vantagens do sistema como o uso intensivo da pastagem e aumento da produtividade; (2) que o sistema não é viável em todos os territórios como o Pantanal devido à falta de cercas e adubação; (3) que o sistema piora a estacionalidade de produção de forragem e requer mais suplementação no inverno.
Descrição original:
Principais questionamentos sobre o sistema de pastejo rotacionado
Título original
Principais questionamentos sobre o sistema de pastejo rotacionado
O documento discute os principais aspectos do sistema de pastejo rotacionado, incluindo: (1) as vantagens do sistema como o uso intensivo da pastagem e aumento da produtividade; (2) que o sistema não é viável em todos os territórios como o Pantanal devido à falta de cercas e adubação; (3) que o sistema piora a estacionalidade de produção de forragem e requer mais suplementação no inverno.
O documento discute os principais aspectos do sistema de pastejo rotacionado, incluindo: (1) as vantagens do sistema como o uso intensivo da pastagem e aumento da produtividade; (2) que o sistema não é viável em todos os territórios como o Pantanal devido à falta de cercas e adubação; (3) que o sistema piora a estacionalidade de produção de forragem e requer mais suplementação no inverno.
Dr. em Zootecnia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP/Botucatu/ SP
Principais questionamentos sobre o sistema de pastejo rotacionado
Para simplesmente definirmos, pastejo em sistema de lotação rotacionada, nada
mais é que dividir a área em piquetes de acordo com a forrageira utilizada (número de dias de descanso) e dias de ocupação (tempo que os animais permanecem no piquete). Dentre as vantagens do sistema, temos a intensificação do uso da pastagem, aumentando-se a lotação da área e por isso aumentando a produtividade em função de que, viabilizamos o manejo como um todo e, por fundamentalmente, respeitarmos a forrageira e permitir que ela descanse, rebrote e com isso, recupere as suas reservas, vindo forte novamente para cada pastejo. Pois bem, é um sistema viável, e fácil de fazer, no entanto não é perfeito e por isso, embora seja muito indicado, tem os seus porquês. Certa vez fui indagado que este sistema pode ser utilizado em todo território nacional. Por se tratar de um sistema intensivo, que objetivamos construção de cercas e adubação das áreas, não podemos pensar, por exemplo, que é um sistema viável no pantanal. Sim, não é. Não há possibilidade de rotacionarmos todo o território nacional, bem como intensificar tudo que queremos. Sistemas como o do Pantanal requerem outros objetivos e principalmente por serem, digamos, “ecossistemas naturais” não podem ser alterados. Ainda, pensando em Mato Grosso, grandes fazendas, muitas delas ainda pouco desbravadas ou ainda intensificadas, demanda um sistema menos intensivo, não por seu potencial e sim por sua vasta área em que definitivamente não temos condições para intensificá-la, nem para ocupá-la com bois depois de intensificada, em função do grande potencial produtivo dela. Em pequenas palavras, para intensificar o Mato Grosso todo, temos que arrumar muito adubo e muito boi o que certamente de imediato não temos. Outro aspecto interessante, quando falamos de rotacionado, é que por ser um sistema que aumenta a produção, muitos pensam que aumentamos também o pasto no inverno e por isso não teremos que suplementar os animais. Totalmente errado. O rotacionado, por outro lado, piora a estacionalidade de produção de forragem, pois, com o aumento da taxa de lotação, aumenta o número de animais na área e no inverno, como a estacionalidade ocorrerá normalmente, precisaremos suplementar mais animais, ou seja, mais animais para comer em comparação a antes que a área suportava menos animais e por isso suplementaria menos animais na seca. Fato curioso que deve ser atentado. Quanto ao ganho de peso, em rotacionado, a maioria das pessoas pensa que ao rotacionar os animais ganharão mais peso individualmente. Errado. No pastejo, digamos extensivo, o animal por ter uma vasta área para pastejar, acaba selecionando mais o capim e por isso ganham mais peso. Curioso que os animais neste sistema de pastejo, andam mais para pastejar, mas acabam engordando mais ou produzindo mais leite, pois selecionam. De uma forma coloquial, digo que o animal come o capim, e a amanhã quando ele rebrota, o animal vê e diz... oba.. broto novo.. vou comer. Broto novo significa folhe nova que está com alto teor de proteína e baixa fibra que faz o animal ganhar mais em função do maior aproveitamento do capim. Mas, no sistema de lotação rotacionada, o ganho por animal é menor, pois não seleciona. No entanto, como colocamos mais animais na área com certeza o ganho por área é maior, viabilizando o sistema. Claro e evidente que temos algumas ferramentas com o “creep grazing” que nada mais é que deixar os animais mais exigentes pastejar primeiro... e com isso comem mais folhas e ganham mais... Assunto para outro dia. Quanto a espécie ou cultivar utilizado no sistema ainda é motivo de grandes discussões, pois muitos ainda esperam a forrageira milagrosa. Não existe. O melhor capim para o sistema é aquele que você tem, primeiramente. Em segundo lugar á aquele mais produtivo e em terceiro lugar é aquele mais barato para implantar, digamos. Plantar um super capim ou igual ao do vizinho não resolve nada. Resolve é plantar um capim adequado ao seu sistema e que atenda às suas necessidades e se encaixe dentro do seu sistema. Sobre adubação da pastagem neste sistema é preciso? Senhores, como pode um atleta olímpico competir sem se alimentar direito? Comendo pouco corre pouco. Um atleta bem alimentado “bate records”, não é mesmo? Um dia me disseram que uma área rotacionada de certa pessoa... não era adubada e ainda assim, suportava altas taxas de lotações. Senhores, impossível. Não entendo como isto ocorre. Depois de muitas perguntas fiquei sabendo que era área de milho, super adubada e assim por diante... Aí se explicou tudo. Definitivamente se quisermos altas taxas de lotações temos que adubar. Lógico que com viabilidade e bom senso. Indo para os finalmente, outro dia me falaram que pasto rotacionado só serve para gado elite. Senhores, gado elite tem que comer no cocho. Se ele custa milhares de reais, quem é maluco de colocar este animal no pasto? Lógico que podemos, mas rotacionado serve para animal de produção e principalmente, é claro, aqueles mais produtivos, de potencial para ganho. Mas venho aqui dizer que todos os animais do rebanho podem pastejar em rotacionado desde que tenha lugar para todo mundo. O sistema pode atender todo mundo desde que bem dimensionado. Não somente pensar... vai chegando e vai comendo. Tem que planejar. Entretanto, na fazenda, por ser uma área intensiva, pense sempre em intensificar, com a melhoria do pasto e também dos animais. Enfim, manejar pasto, acreditem, é fácil. Difícil é talvez colocar na mente de alguns que isto é preciso. Isto é o maior entrave. Caso alguém queira saber mais e conversar mais conosco faça o curso on line aqui mesmo no Agripoint sob nossa orientação... Não posso encerrar sem antes dizer que sempre precisamos aprender e por isso devemos buscar ajuda. Leia, escute, discuta, aprenda e aplique. O sucesso virá.