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VII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA

VIII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA

DRACENA, 05 e 06 DE OUTUBRO DE 2011

Comportamento de dominância entre Eqüinos

Ferreira da Luz, M. P.1; Porto, L. P.¹; Crisóstomo, C.1; Bertoloni, A. V.1; Maciel, I. N.2 Silva, E. S. M.³;
Surian, C. R. S.4; Puoli Filho, J. N. P.5; Chiquitelli Neto, M.6
1
Acadêmicas do curso de Zootecnia, FMVZ/UNESP/Botucatu
2
Acadêmicas do curso de Medicina Veterinária, FMVZ/UNESP/Botucatu, Fazenda Lageado Portaria I
³Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/UNESP/Botucatu
4
Departamento de Produção Animal, FMVZ/UNESP/Botucatu
5
Professor Assistente Doutor do Departamento de Produção Animal, FMVZ/UNESP/Botucatu
6
Professor Assistente Doutor do Departamento de Biologia e Zootecnia, FE/UNESP/Ilha Solteira

Introdução
A etologia equina é de grande importância e utilidade, uma vez que melhora a
compreensão e interação do animal com o homem, implicando diretamente no bem-estar
dos animais criados em pequenas propriedades e na cooperação entre eles, de forma a
atingir um melhor aproveitamento e desenvolvimento (VAN DIERENDONCK &
GOODWIN., 2005).
A estrutura social definida através de séculos de evolução do cavalo é uma
tendência natural para sua sobrevivência, predominando o comportamento de afiliação,
ao invés do comportamento agressivo, o qual culminaria no gasto de recursos e energia,
além da dispersão e vulnerabilidade do grupo. Para tanto, a divisão social é feita de forma
a hierarquizar o bando de acordo com suas regras e funções no rebanho (RANSOM &
CADES., 2009).
O cavalo possui um comportamento espacial, no qual cada animal permite
determinados indivíduos a permanecer a certa distância sem ameaças. Já animais
criados em cativeiros não possuem o mesmo espaço que os situados na natureza, sendo
mais difícil evitar a zona de perigo e conseqüentes agressões, devido ao comportamento
dominante (MILLS & NANKERVIS., 2005). Desta forma, o objetivo desta revisão é
esclarecer, de acordo com métodos de análise da etologia equina a importância do
comportamento de dominância entre o grupo e como este pode variar em situações
diversas.

Desenvolvimento
O Equus caballus tem suas características comportamentais resultantes da
adaptação evolutiva ao seu ambiente, de forma a aperfeiçoar a sobrevivência em um
nicho de determinada comunidade. Para tanto seus sentidos são agudos, suas reações
rápidas, e desempenham uma forte coesão social. (HOFFMAN & BECKER., 2005)
A estrutura social do grupo é determinada pelo tipo e qualidade das relações entre
os indivíduos, sendo estas definidas por si mesmas na natureza das interações. Tais
interações entre os membros ou comportamentos de um indivíduo sugerem que estes
possuem, no grupo, funções específicas, sendo a hierarquia parte de sua formação e
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naturalmente respeitada. Animais mais velhos e maiores são normalmente encontrados


na ordem de dominância. (GODWIN, D., 2002).
Um garanhão dominante do grupo desempenha a função de conduzir o movimento
do rebanho pela área de pastagem, além de manter um papel de vigilância em geral. Este
animal pode ser descrito como um coordenador de ações, liderando e encorajando o
grupo a se manter unido. O garanhão maduro, embora muitas vezes retratado como
agressivo e dominador, vive relativamente em silêncio, e não usa todo seu tempo
brigando, mas sim demarcando territórios pelo cheiro de marcação de suas pilhas de
esterco e urina (defesa intra e interespecífica de território) (HOUPT, 2002;
WORTHINGTON-KILEY, 2005). Tal função é de suma importância, uma vez que,
determinado indivíduo que inicia uma atividade não é seguido pelos membros do grupo, a
menos que o indivíduo controlador junte-se ao movimento.
Uma égua mais velha é considerada líder do grupo uma vez que possui maior
conhecimento da área que se encontra e de seus perigos potenciais, em relação aos
outros animais do grupo (MILLS & NANKERVIS, 2005).
Segundo Mills e Nankervis (2005) os cavalos possuem uma zona de perigo, um
determinado espaço ao redor destes, no qual ocorre uma ordem de hierarquia secundária,
onde o equino subordinado respeita o dominante e mantém-se a uma distância segura.
Tal dominância social é principalmente exibida quando se possui um lugar restrito para a
alimentação, forçando-os a entrar na zona de perigo dos outros animais, tal situação
quase não ocorre na natureza, pois a competição por alimento é menor (FRASER, 2010;
HOFFMAN & BECKER, 2005).

Conclusão
Atualmente o cavalo cumpre uma variedade de funções na sociedade, sendo que
os métodos de gestão equina exigem conhecimento na área de etologia, de forma a
compreender o comportamento normal do animal e identificar a raiz de problemas
emergentes na criação, além de promover melhor aproveitamento e bem-estar do animal.

Referências
FRASER F. A. The Behaviour of the Horse - Developmental and Social Behaviour. p.
159-191. Editora: Oxfordshire, ©2010.

GOODWIN, D. Horse behaviour: Evolution, domestication and feralisation. In (ed) N.


Waran, Welfare of Horses, p. 1-18. Animal Welfare series - Dordrecht, The Netherlands:
Kluwer. Academic Publishers 2002.

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HOFFMAN, L.;BECKER L., Influence of Novel Environments and Group Dynamics on


Equine Dominance Hierarchies. Department of Dairy and Animal Science Penn
State.2005

HOUPT, K. A. 2002. Formation and Dissolution of the Mare-Foal Bond. Applied Animal
Behaviour Science. Volume 78, Number 2, 10 September 2002. p.319-328

MILLS, D.; NANKERVIS, K., Equine Behaviour: Principles & Practice - Mechanisms of
Behavior: Communication and Social Organization. p.110-137. Tradução Washington
Fogli da Silveira. São Paulo – Roca, 2005

RANSOM I., J., CADES.,B., Quantifying Equid Behavior: A Research Ethogram for Free-
Roaming Feral Horses - U.S. Geological Survey, Reston, Virginia: 2009. p.1-21. 2009

VAN DIERENDONCK, M.C; GOODWIN, D.,The Human-Animal relationship: forever


and a day. P.65-82. Ed.2005.

WORTHINGTON-KILEY, M. – Horse Watch – Hardcover. 2005. J.A Allen & Co Ltd.

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