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1. INTRODUÇÃO
Historicamente o cavalo (Equus caballus) e seus primeiros ancestrais datam de
55 milhões de anos atrás. O desenvolvimento da espécie foi resultado de adaptações
em decorrência das constantes transformações climáticas e geográficas da pré-história.
(CINTRA, 2011), citado por ROSA 2013.
Relatos apontam que em grande parte da história o cavalo foi determinante para
o desenvolvimento da agricultura, além de influenciar na mobilidade do ser humano e
consequentemente na formação das civilizações antigas.
Conta a história que um homem levou um cavalo forte, belo e fogoso para ser
vendido a um rei. O animal, contudo, era bravo (xucro) e ninguém conseguia montá-lo.
O Rei, sabendo disso, não se interessou pelo animal. Entretanto, Alexandre Magno,
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seu filho, convenceu-o a comprar o animal, dizendo que tentaria domá-lo. Desta feita,
observando o temperamento e as reações do animal, Alexandre, muito inteligente,
percebeu que o cavalo estava amedrontado e, por isso, reagia de forma agressiva.
Então, começou a manejar o animal com muita paciência, perseverança e, sem
maltratá-lo, conseguiu conquistá-lo. Quando o animal já não se assustava e estava
bem dócil, foi montado por Alexandre, que, assim, cavalgou com segurança e
tranquilidade. Este fato demonstra que a doma, realizada de forma racional, vem sendo
desenvolvida e aperfeiçoada há mais de dois mil (2.000) anos.
A doma em cavalos é um processo que tem sofrido uma infinidade de mudanças
através do tempo, todas elas influenciadas pelo conceito de bem-estar dos animais e a
necessidade de não causar maus tratos, que acarretam prejuízos seja no
comportamento do animal ou na ocorrência de vícios.
Dessa forma, por muito tempo a doma se constituiu de um processo de
dominação e submissão do animal à vontade do dono, sendo muitas vezes cruel para o
animal. Embora atualmente ainda se utilize a doma tradicional (ou chamada doma
sertaneja), a prática de doma racional, em que a ênfase do método consiste em ganhar
a confiança do animal ao invés de dominá-lo, certamente é a mais recomendada, seja
em virtude de atender aos aspectos humanitários, seja para atender às exigências da
legislação vigente.
Domar um cavalo exige muitas qualidades. Para que se consiga fazer de forma
racional, é necessário que o domador tenha paciência, seja observador, tenha
autocontrole e bastante conhecimento sobre o animal e seus comportamentos.
A doma racional se configura como um processo importante, diminuindo riscos e
traumas para o animal, formando cavalos dóceis, capazes de serem conduzidos por
qualquer cavaleiro.
Pelos elementos acima explicados, esse trabalho tem como objetivo apresentar
a doma racional como técnica de adestramento com base no bem-estar animal.
2. DESENVOLVIMENTO
Fonte: https://veteriamarpdfs.wordpress.com/resumo-de-equideocultura/
Fonte: https://www.cavalariashop.com.br/
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Na terceira etapa o animal é conduzido para a pista (figura 7), (espaço cercado
de madeira e/ou arame e piso de areia, de dimensões variáveis iniciando em
40mx90m), somente cabresteado, para a ambientação, podendo ajudar na
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Fonte: https://rodeowest/selas/.com.br
Na quinta e última etapa (figura 09), a confiança entre cavalo e domador já está
estabelecida, tornando o animal apto para realizar os exercícios na pista e, mais tarde
iniciá-lo no esporte equestre da modalidade três tambores.
Conforme citado pelo senhor José Martins, as cinco etapas duram cerca de
doze meses para a conclusão da doma racional. Mas, não basta somente o animal
estar habilitado, o cavaleiro deve ser instruído de maneira correta em como conduzir o
animal para formação de uma boa dupla.
Em agosto de 2021 a doma racional do cavalo Quick foi concluída, tornando-o
apto para a realização de exercícios e para competições de três tambores. Com base
no bom desenvolvimento do cavalo nas provas, observou-se que o senhor José Martins
demonstra amplo conhecimento no domínio e condução do animal, de forma muito
profissional.
Figura 09: Treinador José Martins e o animal na prática do esporte três tambores.
3. CONCLUSÃO
De acordo com as observações realizadas e as informações coletadas, conclui-
se que a doma racional como técnica de adestramento com base no bem-estar animal
mostra-se superior às outras técnicas, graças ao respeito entre domador e cavalo.
Além disso, mostrou-se de extrema importância a busca por capacitação do treinador,
pois esta, junto com o conhecimento adquirido no decorrer da prática racional,
proporcionou que os domadores tivessem boas experiências nos adestramentos
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realizados, onde se iniciaram fortes laços de confiança entre homem e animal que
perdurarão por toda a vida.
5. REFERÊNCIAS
DEL-CLARO, Kleber; PREZOTO, Fábio; SABINO, José. O que é comportamento
animal. Disponível em:
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/26062/4/ComportamentoEquinosEstabul
os.pdf. Acesso em: 10 ago. 2021.
GIRALDI, Alice. O encantador de cavalos. UNESPCIÊNCIA, São Paulo, ano 5, ed. 47,
p. 12-18, 1 nov. 2013. Disponível em:
https://issuu.com/unespciencia/docs/unespci__ncia_47. Acesso em: 03 set. 2021
GUILHON, P. Doma racional interativa. 1ª edição. Viçosa: Aprenda Fácil, 208 p. 2011
Disponível em: https://www.afe.com.br/criacao-de-cavalos/livro/doma-racional-
interativa: Acesso em : 30 ago. 2021
https://repository.ufrpe.br/bitstream/123456789/1701/1/tcc_eso_viniciushenriquedasilva
santos.pdf. Acesso em: 04 nov. 2021