Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RENATO RAMALHO
renato@aprovacaopge.com.br
LRF = 45%
CF/88 (arts. 165-169) = 36%
L. 4320/64 = 19%
Como estudar
1. Doutrina/Resumo
2. Letra de lei
3. Dúvidas?
- Manual Técnico do Orçamento – MTO (https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/doku.php)
- Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/mcasp)
Ex: PPA vai dispor sobre a melhoria na infraestrutura, prevendo a reforma de aeroportos (investimentos -> despesa de
capital)
Leis orçamentárias
Muito cobrado!!!
Ex: LDO de 2019 prevê quais aeroportos serão reformados e que a LOA vai dispor sobre o valor dessa despesa
Ex: LDO da União vai dispor sobre a política de financiamento do BNDES (Indústrias? Agricultura? Em quais
regiões?)
Leis orçamentárias
• LDO na LRF:
1) Anexo de Metas Fiscais (art. 4º, §§ 1º e 2º, LRF): metas -> receitas, despesas, resultado nominal e primário (diferença
entre receitas e despesas, excluídas despesas com juros da dívida pública).
CESPE - PGM Campo Grande – 2019 + FCC - Câmara Legislativa DF - Consultor Legislativo – 2018
2) Anexo de Riscos Fiscais (art. 4º, §3º, LRF): avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas
públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
CESPE - PGM JP - 2018
3) Anexo de objetivos macroeconômicos (Art. 4º, §4º, LRF): Anexo com os objetivos das políticas monetária, creditícia e
cambial e metas de inflação, para o exercício subsequente.
4) Anexo de agregados fiscais e investimentos (Art. 165, § 12, da CF – Incluído EC nº 100/2019): criado pela EC nº
100/2019, o Anexo deve prever agregados fiscais (dados para o acompanhamento das contas) públicas e a proporção de
recursos a serem destinados a investimentos.
Leis orçamentárias
• Lei Orçamentária Anual (LOA)
Art. 165.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal*** referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento*** das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto [empresas controladas]
III - o orçamento da seguridade social [saúde, previdência e assistência social], abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas,
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
*** § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de
reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
Ex: Após o PPA prever o objetivo de reformar os aeroportos e a LDO indicar quais aeroportos serão reformados, a LOA deve prever o
valor das despesas necessárias para a realização das obras.
Leis orçamentárias
• Lei Orçamentária Anual (LOA)
Art. 166, § 14, CF (EC 102/2019): “A lei orçamentária anual poderá conter previsões de
despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos plurianuais e
daquele sem andamento”.
Ex: Obra com duração de 04 anos. LOA 2019 prevê o início da obra e poderá prever a
estimativa da despesa para 2020, 2021 e 2022.
Leis orçamentárias
• LOA na LRF
• Reserva de contingência:
Art. 5º. III: reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base
na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias
Ex: LDO prevê que a reserva de contingência é de 2% da RCL e que terá utilização prioritária nas
contingências das áreas de educação e saúde -> a LOA vai trazer o valor exato (R$ 10, 30, 100
milhões)
Leis orçamentárias
• LOA na LRF
Art. 5º, §4°, LRF: É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com
dotação ilimitada.
- Ex: PPP para a concessão patrocinada de uma rodovia recém-construída (não se sabe o valor
exato que a Administração vai pagar para subsidiar a tarifa, porque o fluxo de automóveis é
sempre variável)
Proc. legislativo:
Leis Orçamentárias
FCC - PGE-AP - 2018
• Trâmite (Art. 166 da CF):
Projetos do PPA, LDO e LOA (e suas emendas): parecer prévio por Comissão Mista Permanente de Deputados e
Senadores (“CMO”) + votação, em separado, nas duas Casas
- Vigência do PPA 2016-2019, LDO 2019 e LOA 2019 aprovados pela gestão anterior -> busca pela continuidade dos
programas governamentais
- Envio do projeto da LDO 2020 até 15/04 (oito meses e meio antes do fim do exercício) -> aprovação até 17/07
(fim primeiro período da sessão legislativa)
- Envio do projeto da LOA 2020, com base na LDO aprovada, até 31/08 (quatro meses antes do fim do exercício) ->
aprovação até 22/12 (fim da sessão legislativa)
- Envio do projeto do PPA 2020-2023 até 31/08 (quatro meses antes do fim do exercício) -> aprovação até 22/12
(fim da sessão legislativa)
Leis Orçamentárias
Proc. legislativo:
STF (RE - 592581 - Info 797 - 2015): “O orçamento possui caráter apenas
autorizativo, isto é, apenas permite que, caso se pretenda utilizar o recurso
financeiro, este uso estará permitido na peça orçamentária proposta pelo Executivo
e aprovada pelo Legislativo. Não possui, entretanto, caráter obrigatório para a
execução daquela dotação”.
Orçamento impositivo?
- Regra geral: orçamento meramente autorizativo
- Exceção 01: Emendas individuais impositivas (art. 166, §§ 9ºa 11, CF – EC nº 86/2015)
Ex: emenda para transferir recursos para Município do interior para reforma de hospital
É obrigatória a execução orçamentária
Execução equitativa: critérios objetivos e imparciais, atendendo de forma igualitária e impessoal as emendas
apresentadas
Limite: 1,2% da receita corrente líquida
Metade será destinada para ações e serviços de saúde (computa-se para o percentual de aplicação de recursos
mínimos em saúde)
Não será de execução obrigatória em caso de impedimentos de ordem técnica (ex: Município beneficiário não
apresenta um plano de trabalho)
“Contingenciamento”: Verificando-se risco de descumprimento da meta do resultado fiscal estabelecida na
LDO, poderá haver redução na mesma proporcional da limitação aplicada às demais despesas discricionárias.
Orçamento impositivo?
- Regra geral: orçamento meramente autorizativo
- Exceção 02: Emendas impositivas de bancada estadual (art. 166, §§ 12 e seguintes, CF - EC nº 100/2019)
Art. 165, §10, CF (EC nº 100/2019) : “A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os
meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade”.
Art. 165, §13, CF (EC nº 102/2019): limitou o dispositivo acima apenas à União.
Princípios Orçamentários Muito cobrado!
• Legalidade: receitas, despesas e endividamento devem estar previstos nas leis orçamentárias.
Art. 167. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou
adicionais;
• Unidade: o orçamento deve ser uno, ou seja, deve existir apenas um orçamento para cada ente da Federação
em cada exercício financeiro.
• Universalidade: todas as despesas e receitas devem estar previstas no orçamento
• Anualidade: o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um período de um ano (exercício financeiro,
que, no Brasil, coincide com o ano civil).
Exceção: 02 tipos de créditos adicionais (especiais e extraordinários): podem ser REABERTOS no ano seguinte se
tiverem sido abertos no último quadrimestre do ano anterior (não se aplica ao crédito suplementar!).
Princípios Orçamentários Vai cair!!!
• Princípio do orçamento bruto: todas as receitas e despesas constarão na LOA pelos seus valores TOTAIS, vedadas
quaisquer deduções. Ex: não se abate nas receitas previstas na LOA as transferências constitucionais obrigatórias (tudo
deve estar consignado na LOA).
• Exclusividade:
CESPE - PGM Boa Vista - 2019
CF, Art. 165, §8º: A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Princípios Orçamentários
Muito cobrado!!!
• Princípio da não vinculação (ou não afetação) de receitas de IMPOSTOS: é vedada “a vinculação de receita de
impostos a órgão, fundo ou despesa” (art. 167, IV, CF).
- Exceções:
• Jurisprudência:
STF Info 906/2018:
STF julgou inconstitucional o art. 226, § 1º da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, que
criou o Fundo de Desenvolvimento Econômico e a ele vinculou recursos provenientes do Fundo
de Participação dos Estados (verbas do IR e do IPI, transferidas pela União).
O mesmo entendimento se aplica ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM)!
• Princípio do equilíbrio orçamentário: deve-se buscar que a despesa não seja superior à receita.
Cuidado: admite-se o orçamento DEFICITÁRIO (art. 7, §1º, da Lei 4.320/64). O princípio apenas impõe
uma busca pelo equilíbrio das contas, não uma obrigação de que o orçamento público seja sempre
superavitário.
Regra de Ouro
Denomina-se Regra de Ouro os dispositivos legais que vedam que os ingressos financeiros
oriundos do endividamento (operações de crédito) sejam superiores às despesas de capital
(investimentos, inversões financeiras e amortização da dívida). Ou seja, tal regra visa a
evitar que as operações de crédito sejam contratadas para financiar despesas correntes.
- Lembrar que os créditos extraordinários não estão submetidos à exigência legal de indicação de existência de recursos
disponíveis
Receitas públicas
• Classificações
- Quanto à previsão no orçamento – Muito cobrado!
Receitas orçamentárias Receitas extraorçamentárias
- Ingressam no patrimônio público. Caráter - Não acrescentam ao patrimônio público. Não pertencem ao Estado. São recursos
de perenidade. Financiam os gastos provisórios. Não estão previstas no orçamento. Meros ingressos financeiros.
públicos. Estão previstas no orçamento. Exemplos:
Cobrem despesas orçamentárias. - Depósito em caução (como garantia)
Exemplos: - Operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO) -> é pago até 10/12
- Tributos - Consignações diversas (ex: consignações de plano de saúde na remuneração do servidor)
- Multas - Desconto previdenciário nas remunerações
- Doações - Receitas destinadas à inscrição em restos a pagar (despesa empenhada, mas não paga no
exercício financeiro) -> deve ser pago até o fim do exercício financeiro seguinte
Receitas públicas
- Quanto à categoria econômica - Muito cobrado! FCC– PGE-AP - 2018
LRF. Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição,
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da
Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não
observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
Receitas Públicas
• Limitação de empenho [contingenciamento]:
LRF
Art. 9º. Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de
diretrizes orçamentárias. -> FCC - 2019 - Proc. Jurídico SANASA Campinas
(...) § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do
ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes
orçamentárias.
Receitas Públicas
• Renúncia de receita: compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em
caráter não geral [específica], alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique
redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.
Requisitos:
a) estimativa do impacto orçamentário-financeiro
b) atender o disposto na LDO
c) observar uma das seguintes condições:
c.1) demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da LOA e de que não
afetará as metas de resultados fiscais (anexo da LDO) ou
c.2) estar acompanhada de medidas de compensação, por meio do aumento de receita, proveniente
da elevação de alíquotas, ampliação da BC, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
Receitas Públicas
1) Previsão;
2) Lançamento (de ofício, declaração, por homologação);
3) Arrecadação (pagamento pelos devedores);
4) Recolhimento (entrega dos valores, que são depositados na conta único do Tesouro).
Despesas Públicas
Muito cobrado!
• Classificações
- Quanto à categoria econômica
a) Despesa corrente: gasto sem aumento do patrimônio do Estado. O Estado gasta e “tchau!”.
Dividem-se em:
a.1) Despesa de custeio: há uma contraprestação em favor do Estado.
Ex: gastos com servidores, aluguel de imóveis, pagamento de fornecedores de serviços e bens
licitados.
a.2) Transferência corrente: dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação
direta em bens ou serviços.
Ex: pagamento de aposentados e pensionistas.
Despesas Públicas Muito cobrado!
b) Despesa de capital: gastos que implicam aumento de patrimônio. O Estado gasta porque ganhou ou vai
ganhar depois. São despesas para a aquisição de bens de capital (que servem para a produção de outros bens
ou serviços). Dividem-se em:
b.1) investimentos: execuções de obras, construção prédios públicos, aquisição de material permanente
(duração superior a dois anos)
b.2) inversões financeiras (aquisição de patrimônio com rentabilidade): aquisição de imóveis já em utilização +
título do capital de empresas
b.3) transferência de capital: repasses para arcar com investimentos ou inversões financeiras de outras pessoas
de direito público ou privado.
Despesas Públicas
• Subvenções:
L. 4.320. Art. 12, § 3º: Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências
destinadas a cobrir despesas de CUSTEIO das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:
I - SUBVENÇÕES SOCIAIS, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter
assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
II - SUBVENÇÕES ECONÔMICAS, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de
caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril [com finalidade lucrativa]
-> Por não corresponderem a uma contraprestação direta ao Estado, as subvenções classificam-se
como DESPESSA CORRENTE da espécie TRANSFERÊNCIA CORRENTE.
Despesas Públicas
Abrangência: qualquer despesa com servidores e tributos incidentes sobre a folha, relacionada a ativos e
inativos (aposentados e pensionistas). Não abrange as de caráter indenizatório. - CESPE - PGE-PE - 2018
Limites (com base na RECEITA CORRENTE LÍQUIDA): -> CESPE - PGM Campo Grande - 2019
- União = 50%
- Estados e DF = 60%
- Municípios: 60%
Despesas Públicas
- Abrange as empresas estatais?
APENAS estatais dependentes (que recebem recursos para pagamento de despesas de custeio) = são
abrangidas pelos limites de despesa com pessoal.
- Não confundir com empresa controlada (em que a maioria do capital social com direito à voto pertence
ao Poder Público).
a) Mão de obra para atividade-fim (com substituição de servidores e empregados públicos): despesa de
pessoal (ex: convênio com OSC para colocação de mão-de-obra na área da saúde - Acórdão TCU
1187/2019).
- Não serão considerados, para o cálculo do limite, as despesas de pessoal com inativos, desde que
custeadas por arrecadação de contribuições dos segurados. Se o ente tiver que realizar aportes para cobrir
déficits da previdência, esses valores serão considerados para o cálculo do limite (art. 19, §1º, LRF).
- São nulos os atos que impliquem aumento de despesa com pessoal expedidos nos 180 dias anteriores ao
final do mandato do titular do respectivo poder ou órgão (art. 21, LRF).
Despesas Públicas
• Despesas com pessoal
-> Prazo para retorno ao limite legal: 2 quadrimestres, sendo 1/3 no primeiro
- STF -> NÃO poderá haver redução dos salários, ainda que haja a redução da carga horária. Maioria formada pela
inconstitucionalidade do art. 23, §2º, da LRF (julgamento pendente – ADI 2238):
LRF.
Art. 23 (...)
§ 2º É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga
horária
Despesas Públicas
-> Ou seja, as sanções não se aplicam se o Município ultrapassa os limites de despesa com pessoal devido, por
exemplo, à queda na receita em virtude da queda no recebimento de royalties de petróleo.
STF Info 817/2016: É inconstitucional lei estadual que amplia os limites máximos de gastos com pessoal fixados pelos
arts. 19 e 20 da Lei de Responsabilidade (LC 101/2000). O art. 169 da CF/88 determina que a despesa com pessoal da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar. Esta lei complementar de que trata a Constituição é uma lei complementar nacional que, no caso, é a LC
101/2000. A legislação estadual, ao fixar limites de gastos mais generosos, viola os parâmetros normativos contidos na
LRF, e, com isso, usurpa a competência da União para dispor sobre o tema.
- Apenas condenações pecuniárias -> Não se aplica a obrigações de fazer/não fazer (Súmula 866/STF)
3) A quem se aplica
a) Regra geral: Administração Direta, Autárquica e Fundacional (PJ de Direito Público)
b) Empresas estatais (PJ de Direito Privado)?
STF (RE 852302, julg. em 15/12/2015 - Info 812).
Requisitos: (i) prestadoras de serviços públicos próprios de Estado + (ii) natureza não concorrencial + (iii) ausência de
intuito lucrativo
Ex: Correios + Metrô de SP.
Cuidado! Não se aplica aos conselhos fiscais de profissão (ex: CFM): STF - RE 938837
Fundamentos: não estão submetidos às regras constitucionais de finanças públicas -> não possuem orçamento público -> não há
como garantir dotação orçamentária para o pagamento dos precatórios
Precatórios e RPVs – Pontos importantes
4) Procedimento:
-> Transito em julgado
-> Cumprimento de sentença (liquidação -> fixação do valor do crédito)
-> Juiz da execução requisita a verba ao Presidente do Tribunal
-> Presidente do Tribunal apresenta o precatório ao Executivo para inscrição no orçamento
-> Uma vez previsto no orçamento, o Executivo deposita em conta administrada pelo Tribunal
-> Presidente do TJ determina o pagamento conforme a ordem cronológica e as preferências constitucionais
Precatórios e RPVs – Pontos importantes
5) Juros e correção monetária
Art. 100, § 12, CF. “A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização [correção monetária] de valores de
requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora [juros de mora], incidirão
juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de
juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62/09)”.
a) Não há mora até o fim do período de pagamento previsto no art. 100, §5º, da CF.
Art. 100, § 5º: É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento
de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de
julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
SV 17/STF: “Durante o período previsto no parágrafo 1º [atual §5º] do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de
mora sobre os precatórios que nele sejam pagos”.
- Apresentado o precatório até 1º de julho e não pago até 31/12 do exercício seguinte, incidirão juros de mora.
Precatórios e RPVs – Pontos importantes
- STF (RE 579431, julgado em 2017): incidem juros de mora no período compreendido entre a data de elaboração de cálculos (fixação do
valor na fase de liquidação de sentença) e a expedição do precatório/RPV (CESPE – PGM Manaus - 2018).
OBS: Se for aplicada a taxa SELIC, esta deve incidir de forma exclusiva, já abrange correção e juros
Precatórios e RPVs – Pontos importantes
6) Preferências:
1º - “Superpreferência” (art. 100, §2º): precatórios de natureza alimentícia, cujos titulares sejam pessoas:
a) A limitação do valor para o direito à “superpreferência” estabelecida no art. 100, § 2º, da CF (triplo do pequeno valor), aplica-se
para cada precatório de natureza alimentícia, ainda que mais de um tenha sido apresentado no mesmo exercício financeiro e
perante o mesmo devedor. Assim, se um portador de doença grave possui vários créditos para receber da Fazenda Pública, sendo
expedidos para tanto diversos precatórios, não se devem somar os valores para aferir se respeitam o limite em questão (STF, RMS
46.155-RO);
b) Litisconsórcio facultativo: o “pequeno valor” é considerado individualmente (não se soma as quantias devidas a cada credor (STF,
RE 568.645);
c) O advogado tem direito a receber seus honorários por RPV, mesmo que o crédito da parte (principal) deva ser pago por precatório
(STF, RE 564.132/RS; STJ, REsp 1.347.736/RS);
d) Apenas justifica a intervenção federal por descumprimento de decisão judicial a falta de pagamento VOLUNTÁRIA e
INTERNACIONAL dos precatórios. Se ficar demonstrado que o ente não pagou por dificuldades financeiras não há intervenção (STF.
IF 5101/RS, IF 5105/RS, IF 5106/RS, Min Cezar Peluso, 28/03/2012)
2) Despesa: a despesa é contabilizada no exercício financeiro em que foi prevista, ainda que
não tenha sido executada (regime de competência)
Transferências entre os Entes
1) Transferências obrigatórias
- Regra geral: proibida a retenção de transferências obrigatórias.
- Exceções:
1º) falta de cumprimento na aplicação do mínimo em SAÚDE (cuidado!!! Não abrange ensino) – art. 160, par. único, II, CF
2º) pagamento dos créditos do ente responsável pelo repasse – art. 160, par. único, II, CF
3º) para garantia ou contragarantia em favor do ente responsável pelo repasse – art. 167, §4º, CF
Transferências entre os Entes
2) Transferências voluntárias
Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro
ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os
destinados ao Sistema Único de Saúde.
§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:
I - existência de dotação específica;
II - (VETADO) ;
III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição [proibição de transf. voluntária para pagamento de despesas com
pessoal];
IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto
à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos;
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à EDUCAÇÃO e à SAÚDE***;
c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por ARO, de inscrição em Restos a Pagar
e de despesa total com pessoal;
d) previsão orçamentária de contrapartida.
§ 2o É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada.
§ 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas
relativas a ações de educação, saúde e assistência social.
Transferências Voluntárias
• Mínimo em saúde:
U -> 15% / E, DF -> 12% / M -> 15% (art. 198, §2º, I, da CF e LC nº 141/2012)
• Mínimo em educação:
U -> 18% / E, DF, e M -> 25% (art. 212, CF)
• Lembrar que as transferências voluntárias não podem ser utilizadas para pagamento de despesa com pessoal e com inativos (art. 167,
X)
• Jurisprudência
Lei 10.225/06 -> Afasta as restrições para transferências voluntárias destinadas a “ações sociais”:
Art. 26. Fica suspensa a restrição para transferência de recursos federais a Estados, Distrito Federal e Municípios destinados à
execução de ações sociais ou ações em faixa de fronteira, em decorrência de inadimplementos objetos de registro no Cadin e
no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI. (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013)
- STJ – Info 566/2015: A restrição para transferência de recursos federais a Município que possui pendências no Cadastro Único de
Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC) não pode ser suspensa sob a justificativa de que os recursos destinam-se à
pavimentação e drenagem de vias públicas. Essas atividades (pavimentação e drenagem) não podem ser enquadradas no conceito de
ação social previsto no art. 26 da Lei 10.522/2002.
Transferências Voluntárias
- Transferências voluntárias e princípio da intranscendência
Segundo o princípio da intranscendência das sanções, as punições impostas não podem superar a dimensão estritamente pessoal do
infrator, ou seja, não podem prejudicar outras pessoas jurídicas que não sejam aquelas que praticaram o ato.
3) Gestão anterior
ATENÇÃO: Súmula 615/STJ (2018): Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada em
irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos
eventualmente cometidos.
Endividamento Público
• Classificação:
- Quanto à temporariedade:
a) Dívida pública flutuante: dívida para pagamento em curto prazo (inferior a doze meses)
- Por seu pagamento se dar dentro do exercício financeiro, trata-se de uma receita extraorçamentária.
L. 4320/64: Art. 92. A dívida flutuante compreende: I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida; II - os
serviços da dívida a pagar; III - os depósitos; IV - os débitos de tesouraria (operação de crédito por ARO).
• Prazo para o retorno ao limite legal: 3 / 25 -> 3 quadrimestres subsequentes, sendo 25% no primeiro
NÃO CONFUNDIR: Prazos para a recondução ao limite legal de acordo com a LRF
Despesas com pessoal (+ fácil) 02 quadrimestres subsequentes, sendo 1/3 no 1º quadrimestre (prazo menor)
Dívida consolidada (+ difícil) 03 quadrimestres subsequentes, sendo 25% (1/4) no 1º quadrimestre (prazo maior)
• Dica: Ultrapassou limites diversos previstos na LRF (ex: pessoal e de endividamento), haverá a restrição de realização de
operações de crédito.
Endividamento Público
a) Emissão de títulos pelo BCB -> não pode mais emitir títulos da dívida pública (mas poderá comprar e vender, com
o objetivo de regular a moeda e a taxa de juros – art. 164, §2º, da CF)
b) Disponibilidade de caixa: “As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais [bancos públicos], ressalvados os casos previstos em lei” (Art. 165,
§ 3º, CF).
STF: “O depósito de salário ou de remuneração de servidor público em instituição financeira privada não
afronta o artigo 164, § 3º, da Constituição Federal, pois não se enquadra no conceito de disponibilidade de
caixa" (Ag. Reg. no Ag. de Instrumento 837677 – publicado em 2012) -> CESPE (PGE-PE – 2018)
Endividamento Público
(c) Operação de crédito entre entes -> vedada (União não pode emprestar para o Município de Fortaleza)
- Exceção: quando se trate de instituição financeira estatal (CEF pode emprestar para o Município de Fortaleza)
(d) Operação de crédito entre instituição financeira estatal e o ente que a controle (pedalada fiscal) -> vedada, mas o
banco poderá comprar e vender títulos da dívida pública do ente, como forma de investimentos de seus clientes
(ex: CEF não pode emprestar dinheiro para a União, mas pode comprar títulos da União, como forma de
investimento de seus correntistas)
Controle e Fiscalização da Atividade Financeira
• RREO x RGF
Relatórios da LRF
Relatório Objetivo Prazo para divulgação Quem emite
Relatório Resumido
30 dias após o fim de O Poder Executivo
da Execução Divulgar o balanço orçamentário, especificando as receitas e
cada BIMESTRE* (dois (abrangendo todos órgãos
Orçamentária despesas previstas e as que foram efetivamente executadas.
“RRs”) e Poderes)
(RREO)
2) Vedação nos dois últimos quadrimestres do mandato: assumir nova obrigação que
não possa ser cumprida integralmente dentro dele ou que tenham parcelas a serem
pagas no ano seguinte sem a existência de recursos suficientes (Art. 42 da LRF) - VUNESP -
Procurador - Mun. Ribeirão Preto – 2018
3) Ato nulo -> aumento de despesa com pessoal nos últimos 180 dias do final do
mandato (Art. 21 da LRF) - CESPE - PGM Campo Grande - 2019
Controle e Fiscalização da Atividade Financeira
4) Operação por ARO -> vedada no último ano do mandato (Art. 38 da LRF)