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Direito Financeiro

RENATO RAMALHO
renato@aprovacaopge.com.br

Procurador do Município de Porto Alegre.


Mestre em Direito Tributário (UFPE).
Pós-graduado em Direito Tributário (ESA-OAB/PB)
Aprovado na PGM-POA (3º), PGE-PE (4º), PGE-AC
(6º), PGM Campinas (8º) e PGM Fortaleza.
@renatoramalho
Análise das bancas
CESPE, FCC e VUNESP
Advocacia Pública (AGU, PGEs e PGMs)
Direito Financeiro – 2015-2019

LRF = 45%
CF/88 (arts. 165-169) = 36%
L. 4320/64 = 19%
Como estudar
1. Doutrina/Resumo

2. Letra de lei

 CF = Arts. 165, 167 e 169


 LRF = Arts. 4º, 5º, 14, 18, 19, 21, 22, 23, 29, 38, 52 e 54
 Lei 4320/64 = Arts. 2º a 6º, 16, 18, 35, 40 a 45, 56, 58 a 65, 68 e 69

3. Dúvidas?
- Manual Técnico do Orçamento – MTO (https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/doku.php)
- Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/mcasp)

 Focar nas exceções!


Principais fontes formais do Direito Financeiro
1. CF (principalmente arts. 165-169)

2. Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000)

3. Lei 4320/1964 (Lei da Contabilidade Pública)

 Art. 165. (...)


§ 9º Cabe à lei complementar: (...)
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para
a instituição e funcionamento de fundos.

- Recepcionada pela CF/88 como lei complementar


Competência Municipal em matéria de Direito Financeiro
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Art. 30. Compete aos Municípios:


I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
- Conclusões:
1. Município NÃO possui competência legislativa concorrente em matéria de Direito Financeiro.
2. Contudo, o Município possui competência para suplementar a legislação federal e estadual sobre o tema, desde que haja
interesse local. O Município não pode inovar em matéria de Direito Financeiro. Ex: Códigos Municipais de Responsabilidade
Fiscal.
3. Assim, inexistindo norma federal ou estadual, não surge para o Município a competência legislativa plena (aplicável somente
no âmbito da competência concorrente dos Estados – art. 24, §3º, da CF).
Leis orçamentárias
Muito cobrado!!!
Plano Plurianual (PPA)

• PPA -> D.O.M = Diretrizes, Objetivos e Metas –> Vigência 04 anos

 CF, Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


(...) §1º: A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas
da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada. [superior a dois anos].

 Investimentos de longo prazo devem estar previstos no PPA:


CF, Art. 167. § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

Ex: PPA vai dispor sobre a melhoria na infraestrutura, prevendo a reforma de aeroportos (investimentos -> despesa de
capital)
Leis orçamentárias
Muito cobrado!!!

2) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

• LDO -> M. P. = Metas e Prioridades -> anual

Art. 165: § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da


administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.
VUNESP - 2019 - Mun. São José do Rio Preto - Proc. do Município

Ex: LDO de 2019 prevê quais aeroportos serão reformados e que a LOA vai dispor sobre o valor dessa despesa
Ex: LDO da União vai dispor sobre a política de financiamento do BNDES (Indústrias? Agricultura? Em quais
regiões?)
Leis orçamentárias

• LDO na LRF:

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:


I - disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas;
b) critérios e forma de limitação de empenho [contingenciamento], a ser efetivada nas hipóteses previstas
na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;
(...) e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com
recursos dos orçamentos;
f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
Leis orçamentárias
• Anexos da LDO:

1) Anexo de Metas Fiscais (art. 4º, §§ 1º e 2º, LRF): metas -> receitas, despesas, resultado nominal e primário (diferença
entre receitas e despesas, excluídas despesas com juros da dívida pública).
CESPE - PGM Campo Grande – 2019 + FCC - Câmara Legislativa DF - Consultor Legislativo – 2018

2) Anexo de Riscos Fiscais (art. 4º, §3º, LRF): avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas
públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
CESPE - PGM JP - 2018

 Anexos específico da LDO da União:

3) Anexo de objetivos macroeconômicos (Art. 4º, §4º, LRF): Anexo com os objetivos das políticas monetária, creditícia e
cambial e metas de inflação, para o exercício subsequente.

4) Anexo de agregados fiscais e investimentos (Art. 165, § 12, da CF – Incluído EC nº 100/2019): criado pela EC nº
100/2019, o Anexo deve prever agregados fiscais (dados para o acompanhamento das contas) públicas e a proporção de
recursos a serem destinados a investimentos.
Leis orçamentárias
• Lei Orçamentária Anual (LOA)

Art. 165.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal*** referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento*** das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto [empresas controladas]
III - o orçamento da seguridade social [saúde, previdência e assistência social], abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas,
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
*** § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de
reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

Ex: Após o PPA prever o objetivo de reformar os aeroportos e a LDO indicar quais aeroportos serão reformados, a LOA deve prever o
valor das despesas necessárias para a realização das obras.
Leis orçamentárias
• Lei Orçamentária Anual (LOA)

> Cuidado! Recente alteração!

Art. 166, § 14, CF (EC 102/2019): “A lei orçamentária anual poderá conter previsões de
despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos plurianuais e
daquele sem andamento”.

Ex: Obra com duração de 04 anos. LOA 2019 prevê o início da obra e poderá prever a
estimativa da despesa para 2020, 2021 e 2022.
Leis orçamentárias
• LOA na LRF

• Reserva de contingência:

Art. 5º. III: reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base
na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias

Ex: LDO prevê que a reserva de contingência é de 2% da RCL e que terá utilização prioritária nas
contingências das áreas de educação e saúde -> a LOA vai trazer o valor exato (R$ 10, 30, 100
milhões)
Leis orçamentárias
• LOA na LRF

• Proibição de dotações globais (princ. da especialidade): VUNESP-2019–Valinhos–Procurador

Art. 5º, §4°, LRF: É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com
dotação ilimitada.

-> Exceção: Programas especiais de trabalho podem ter dotações globais:


L. 4320, Art. 20, parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não
possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser
custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.

- Ex: PPP para a concessão patrocinada de uma rodovia recém-construída (não se sabe o valor
exato que a Administração vai pagar para subsidiar a tarifa, porque o fluxo de automóveis é
sempre variável)
Proc. legislativo:
Leis Orçamentárias
FCC - PGE-AP - 2018
• Trâmite (Art. 166 da CF):
Projetos do PPA, LDO e LOA (e suas emendas): parecer prévio por Comissão Mista Permanente de Deputados e
Senadores (“CMO”) + votação, em separado, nas duas Casas

• Prazos para envio e aprovação (Art. 35, §2º, do ADCT).


a) LDO
- Envio: até oito meses e meio antes do fim do exercício – 15/04
- Aprovação: até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa – 17/07
b) PPA e LOA
- Envio até 04 meses antes do fim do exercício financeiro – 31/08
OBS: PPA > enviado no primeiro ano do mandato com vigência até o primeiro ano do mandato seguinte
LOA > anual
- Aprovação: até o fim da sessão legislativa – 22/12.

- Cuidado! Envio sempre pelo Chefe do Poder Executivo


- Se não enviar -> Legislativo considera os valores do orçamento vigente (art. 32 da Lei 4320/64)
Proc. legislativo:
Leis Orçamentárias
2018: Eleições

2019: Primeiro ano de mandato

- Vigência do PPA 2016-2019, LDO 2019 e LOA 2019 aprovados pela gestão anterior -> busca pela continuidade dos
programas governamentais

- Envio do projeto da LDO 2020 até 15/04 (oito meses e meio antes do fim do exercício) -> aprovação até 17/07
(fim primeiro período da sessão legislativa)

- Envio do projeto da LOA 2020, com base na LDO aprovada, até 31/08 (quatro meses antes do fim do exercício) ->
aprovação até 22/12 (fim da sessão legislativa)

- Envio do projeto do PPA 2020-2023 até 31/08 (quatro meses antes do fim do exercício) -> aprovação até 22/12
(fim da sessão legislativa)
Leis Orçamentárias
Proc. legislativo:

• Emendas parlamentares – Requisitos:

- Emendas ao projeto da LDO: compatibilidade com o PPA

- Emendas ao projeto da LOA:


1) Compatibilidade com LDO e PPA;
2) Indicação de recursos provenientes de anulação de despesa, excluídas as relacionadas a a) pessoal;
b) serviços da dívida; c) transferências obrigatórias OU;
3) Sejam relacionadas a erros ou omissões no PLOA.
• Modificação pelo Executivo: Art. 166. § 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao
Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não
iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
Orçamento impositivo?
- Regra geral: orçamento meramente autorizativo

CESPE - PGM JP - 2018

 STF (RE - 592581 - Info 797 - 2015): “O orçamento possui caráter apenas
autorizativo, isto é, apenas permite que, caso se pretenda utilizar o recurso
financeiro, este uso estará permitido na peça orçamentária proposta pelo Executivo
e aprovada pelo Legislativo. Não possui, entretanto, caráter obrigatório para a
execução daquela dotação”.
Orçamento impositivo?
- Regra geral: orçamento meramente autorizativo

- Exceção 01: Emendas individuais impositivas (art. 166, §§ 9ºa 11, CF – EC nº 86/2015)

 Ex: emenda para transferir recursos para Município do interior para reforma de hospital
 É obrigatória a execução orçamentária
 Execução equitativa: critérios objetivos e imparciais, atendendo de forma igualitária e impessoal as emendas
apresentadas
 Limite: 1,2% da receita corrente líquida
 Metade será destinada para ações e serviços de saúde (computa-se para o percentual de aplicação de recursos
mínimos em saúde)
 Não será de execução obrigatória em caso de impedimentos de ordem técnica (ex: Município beneficiário não
apresenta um plano de trabalho)
 “Contingenciamento”: Verificando-se risco de descumprimento da meta do resultado fiscal estabelecida na
LDO, poderá haver redução na mesma proporcional da limitação aplicada às demais despesas discricionárias.
Orçamento impositivo?
- Regra geral: orçamento meramente autorizativo

- Exceção 02: Emendas impositivas de bancada estadual (art. 166, §§ 12 e seguintes, CF - EC nº 100/2019)

 Ex: emenda da bancada dos parlamentares do estado de PE para reforma de escola


 É obrigatória a execução orçamentária
 Execução equitativa: critérios objetivos e imparciais, atendendo de forma igualitária e impessoal as emendas apresentadas
 Limite: 1,0% da receita corrente líquida
 Não será de execução obrigatória em caso de impedimentos de ordem técnica
 “Contingenciamento”: Verificando-se risco de descumprimento da meta do resultado fiscal estabelecida na LDO, poderá haver
redução na mesma proporcional da limitação aplicada às demais despesas discricionárias.
 Quando se tratar de investimento de duração de mais de um exercício, deverá ser objeto de emenda pela mesma bancada
estadual, a cada exercício, até a conclusão da obra ou do empreendimento.

- Exceção 03: Norma aplicável à União:

 Art. 165, §10, CF (EC nº 100/2019) : “A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os
meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade”.
 Art. 165, §13, CF (EC nº 102/2019): limitou o dispositivo acima apenas à União.
Princípios Orçamentários Muito cobrado!

• Legalidade: receitas, despesas e endividamento devem estar previstos nas leis orçamentárias.
Art. 167. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou
adicionais;

• Unidade: o orçamento deve ser uno, ou seja, deve existir apenas um orçamento para cada ente da Federação
em cada exercício financeiro.
• Universalidade: todas as despesas e receitas devem estar previstas no orçamento
• Anualidade: o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um período de um ano (exercício financeiro,
que, no Brasil, coincide com o ano civil).
Exceção: 02 tipos de créditos adicionais (especiais e extraordinários): podem ser REABERTOS no ano seguinte se
tiverem sido abertos no último quadrimestre do ano anterior (não se aplica ao crédito suplementar!).
Princípios Orçamentários Vai cair!!!

• Princípio do orçamento bruto: todas as receitas e despesas constarão na LOA pelos seus valores TOTAIS, vedadas
quaisquer deduções. Ex: não se abate nas receitas previstas na LOA as transferências constitucionais obrigatórias (tudo
deve estar consignado na LOA).

• Exclusividade:
CESPE - PGM Boa Vista - 2019
 CF, Art. 165, §8º: A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Princípios Orçamentários
Muito cobrado!!!

• Princípio da não vinculação (ou não afetação) de receitas de IMPOSTOS: é vedada “a vinculação de receita de
impostos a órgão, fundo ou despesa” (art. 167, IV, CF).

- Exceções:

1) repartição constitucional dos impostos;


2) destinação de recursos para saúde e educação;
3) recursos para a administração tributária;
4) garantias às operações de crédito por antecipação de receita (ARO);
5) garantia ou contragarantia à União e pagamento de dívidas com esta;
6) 0,5% pelos Estados para os Programas de Apoio à Inclusão e Promoção Social e a fundos destinados ao
financiamento de programas culturais (arts. 204, par. único, 216, §6º, CF).
Princípios Orçamentários

• Jurisprudência:
STF Info 906/2018:
STF julgou inconstitucional o art. 226, § 1º da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, que
criou o Fundo de Desenvolvimento Econômico e a ele vinculou recursos provenientes do Fundo
de Participação dos Estados (verbas do IR e do IPI, transferidas pela União).
O mesmo entendimento se aplica ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM)!

• Princípio do equilíbrio orçamentário: deve-se buscar que a despesa não seja superior à receita.
 Cuidado: admite-se o orçamento DEFICITÁRIO (art. 7, §1º, da Lei 4.320/64). O princípio apenas impõe
uma busca pelo equilíbrio das contas, não uma obrigação de que o orçamento público seja sempre
superavitário.
Regra de Ouro

Denomina-se Regra de Ouro os dispositivos legais que vedam que os ingressos financeiros
oriundos do endividamento (operações de crédito) sejam superiores às despesas de capital
(investimentos, inversões financeiras e amortização da dívida). Ou seja, tal regra visa a
evitar que as operações de crédito sejam contratadas para financiar despesas correntes.

Art. 167. São vedados:


III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas
de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou
especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria
absoluta;
FCC - PGE-AP - 2018
Importantes vedações na CF

Art. 167. São vedados:


VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de
um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados [vedação a dotações ilimitadas];
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para
suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos
Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e
pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de
despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
Créditos Adicionais

Diferenças Suplementares Especiais Extraordinários

São abertos quando determinado Destinados a despesas para as


Destinados a despesas urgentes e
crédito previsto na LOA mostra-se quais não haja dotação
Qual a imprevisíveis, tais como “guerra,
insuficiente. São, assim, um reforço orçamentária específica. Abrange
finalidade? comoção interna e calamidade
de dotação orçamentária já despesas que não foram
pública”.
prevista na LOA. inicialmente previstas na LOA.

SIM. Sempre anterior à sua


SIM. Sempre anterior à sua abertura.
NÃO. Independe de autorização
Depende de abertura. Como trata de despesa nova, a
legislativa prévia. Após sua abertura,
autorização Essa autorização já pode constar na autorização nunca vai constar
deve-se dar conhecimento imediato
legislativa? própria LOA ou em outra lei previamente na LOA.
ao Poder Legislativo.
específica. Eles são autorizados por LEI
ESPECÍFICA.
Créditos Adicionais
Diferenças Suplementares Especiais Extraordinários

- UNIÃO: abertos por MP (art. 62, CF)


- ESTADOS e MUNICÍPIOS:
Abertos por DECRETO do Poder
Abertos por DECRETO do Poder Se houver previsão na CE de MP, pode ser
Como são abertos? Executivo, após autorização
Executivo, após autorização legislativa. abertos por esse instrumento. Caso
legislativa.
contrário, devem ser abertos por DECRETO
(art. 44, Lei 4320/64)

Precisa de indicação Independe de indicação de recursos. Assim, é


Indicação obrigatória Indicação obrigatória
de recursos? FACULTATIVA.

Regra geral: vigência limitada ao exercício em que forem autorizados.


Qual o período de
Vigência limitada ao exercício em que Exceção: Se o ato de abertura for promulgado nos últimos 04 meses do
vigência desses
foram autorizados (até 31/12). Não exercício, tais créditos podem ser REABERTOS, no limite dos seus saldos, para a
créditos? Admite-se a
podem ser prorrogados. utilização até o fim do exercício seguinte. Portanto, podem ser prorrogados,
prorrogação?
obtendo vigência em mais de um exercício financeiro.
Créditos adicionais

- Fontes para a abertura de créditos adicionais (créditos especiais e suplementares)

• Art. 43 da Lei nº 4320/64 e art. 166, §8º, da CF:

a) Superávit financeiro -> apurado em balanço patrimonial do exercício anterior


b) Excesso de arrecadação -> deduzidos a importância dos créditos extraordinários
c) Anulação total ou parcial de dotações (anulação de despesas previstas na LOA)
d) Operações de crédito -> empréstimos/financiamento
e) Recursos sem despesa correspondentes -> decorrem de veto, emenda ou rejeição de dispositivo do PLOA

- Lembrar que os créditos extraordinários não estão submetidos à exigência legal de indicação de existência de recursos
disponíveis
Receitas públicas
• Classificações
- Quanto à previsão no orçamento – Muito cobrado!
Receitas orçamentárias Receitas extraorçamentárias
- Ingressam no patrimônio público. Caráter - Não acrescentam ao patrimônio público. Não pertencem ao Estado. São recursos
de perenidade. Financiam os gastos provisórios. Não estão previstas no orçamento. Meros ingressos financeiros.
públicos. Estão previstas no orçamento. Exemplos:
Cobrem despesas orçamentárias. - Depósito em caução (como garantia)
Exemplos: - Operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO) -> é pago até 10/12
- Tributos - Consignações diversas (ex: consignações de plano de saúde na remuneração do servidor)
- Multas - Desconto previdenciário nas remunerações
- Doações - Receitas destinadas à inscrição em restos a pagar (despesa empenhada, mas não paga no
exercício financeiro) -> deve ser pago até o fim do exercício financeiro seguinte
Receitas públicas
- Quanto à categoria econômica - Muito cobrado! FCC– PGE-AP - 2018

Receitas correntes Receitas de capital


- Aumento do patrimônio público líquido. O Estado - Não há aumento do patrimônio público líquido. O Estado aufere recursos,
arrecada essas receitas sem perder nada em troca. O mas tem algum ônus em troca. O Estado “ganha e perde”. Exemplos:
Estado “só ganha”. É a obtenção de recursos - Alienação de bens -> na venda de um imóvel, o Estado embora arrecade
financeiros que se destinam à manutenção e ao dinheiro, perde parte de seu patrimônio);
funcionamento das atividades meio e fim. - Operações de crédito -> o Estado obtém um empréstimo, auferindo receita,
Exemplos: mas depois vai ter que pagar da dívida
- Receitas tributárias e multas. - Recebimento de amortização de empréstimos -> o Estado, após fornecer um
- Recebimento de juros (rendimentos) de um empréstimo, está recebendo o valor principal -> lembrar que os juros recebidos
empréstimo fornecido pelo Estado (rendimento) quando o Estado empresta recursos são considerados receita
- Transferências correntes (ex: recebimento de transf. corrente
obrigatórias decorrentes da repartição tributária) - Transferência de capital -> receitas recebidas para arcar com despesas de
capital (ex: investimentos -> construção de um hospital)
Receitas públicas

• Conceito de Receita Corrente Líquida (RCL):


Receita corrente líquida é o somatório das receitas correntes (tributárias contribuições, patrimoniais,
industriais, agropecuárias e de serviços), deduzidos as despesas referentes às transferências
obrigatórias (ex: repasse de ICMS ao Município) e deduzidas ainda receitas decorrentes das
contribuições dos servidores para a previdência a assistência social e da compensação entre regimes
- É a base para o cálculo:
(i) do limite despesa de pessoal;
(ii) da reserva de contigência;
(iii) das emendas impositivas (individuais e de bancada estadual)
Receitas públicas
• Conceito de “receita tributária” no âmbito do direito financeiro – CUIDADO!
Na Lei 4320/64 (que se embasou no art. 5º CTN), aplica-se a teoria tripartite dos tributos, de forma que
apenas são receitas tributárias:
(i) impostos;
(ii) taxas e;
(iii) contribuições de melhoria.
Formam a Dívida Ativa Tributária.
Os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais (ex: previdenciárias) não são considerados
tributos, logo, NÃO são receitas tributárias. Fazem parte da Dívida Ativa NÃO Tributária.
Empréstimo compulsório: “operação de crédito” (espécie de receita de capital)
Contribuições especiais: “receita de contribuições” (espécie de receita corrente).
Ademais, multas decorrentes de infrações à legislação tributária (“multas tributárias”) não são “receitas
tributárias”. Classificam-se, segundo a Lei 4320/64, como “outras receitas correntes”.
Receitas Públicas

• Responsabilidade na gestão fiscal e instituição de tributos

LRF. Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição,
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da
Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não
observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
Receitas Públicas
• Limitação de empenho [contingenciamento]:

LRF
Art. 9º. Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de
diretrizes orçamentárias. -> FCC - 2019 - Proc. Jurídico SANASA Campinas

(...) § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do
ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes
orçamentárias.
Receitas Públicas
• Renúncia de receita: compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em
caráter não geral [específica], alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique
redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.
Requisitos:
a) estimativa do impacto orçamentário-financeiro
b) atender o disposto na LDO
c) observar uma das seguintes condições:
c.1) demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da LOA e de que não
afetará as metas de resultados fiscais (anexo da LDO) ou
c.2) estar acompanhada de medidas de compensação, por meio do aumento de receita, proveniente
da elevação de alíquotas, ampliação da BC, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
Receitas Públicas

• Fases da receita: PLAR:

1) Previsão;
2) Lançamento (de ofício, declaração, por homologação);
3) Arrecadação (pagamento pelos devedores);
4) Recolhimento (entrega dos valores, que são depositados na conta único do Tesouro).
Despesas Públicas
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• Classificações
- Quanto à categoria econômica
a) Despesa corrente: gasto sem aumento do patrimônio do Estado. O Estado gasta e “tchau!”.
Dividem-se em:
a.1) Despesa de custeio: há uma contraprestação em favor do Estado.
Ex: gastos com servidores, aluguel de imóveis, pagamento de fornecedores de serviços e bens
licitados.
a.2) Transferência corrente: dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação
direta em bens ou serviços.
Ex: pagamento de aposentados e pensionistas.
Despesas Públicas Muito cobrado!

b) Despesa de capital: gastos que implicam aumento de patrimônio. O Estado gasta porque ganhou ou vai
ganhar depois. São despesas para a aquisição de bens de capital (que servem para a produção de outros bens
ou serviços). Dividem-se em:
b.1) investimentos: execuções de obras, construção prédios públicos, aquisição de material permanente
(duração superior a dois anos)
b.2) inversões financeiras (aquisição de patrimônio com rentabilidade): aquisição de imóveis já em utilização +
título do capital de empresas
b.3) transferência de capital: repasses para arcar com investimentos ou inversões financeiras de outras pessoas
de direito público ou privado.
Despesas Públicas

 CUIDADO! Recente inovação!

Registro centralizado de projetos de investimento (despesa de capital) da União:


Art. 165, § 15, CF (incluído pela EC nº 102/2019): "A União organizará e manterá registro
centralizado de projetos de investimento contendo, por Estado ou Distrito Federal, pelo menos,
análises de viabilidade, estimativas de custos e informações sobre a execução física e financeira".
Despesas Públicas

• Subvenções:
L. 4.320. Art. 12, § 3º: Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências
destinadas a cobrir despesas de CUSTEIO das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:
I - SUBVENÇÕES SOCIAIS, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter
assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
II - SUBVENÇÕES ECONÔMICAS, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de
caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril [com finalidade lucrativa]

-> Por não corresponderem a uma contraprestação direta ao Estado, as subvenções classificam-se
como DESPESSA CORRENTE da espécie TRANSFERÊNCIA CORRENTE.
Despesas Públicas

• Conceito importante! Despesa obrigatória de caráter continuado (art. 17 da LRF) - DOCC


Características:
(i) despesa corrente;
(ii) derivada de lei, MP ou ato administrativo normativo;
(iii) que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a DOIS EXERCÍCIOS
Ex: criação de vantagens para servidores.
- Para sua criação, é necessária a compensação pelo aumento permanente de receita ou pela redução
permanente de despesa.
Despesas Públicas
• Despesas com pessoal

 Abrangência: qualquer despesa com servidores e tributos incidentes sobre a folha, relacionada a ativos e
inativos (aposentados e pensionistas). Não abrange as de caráter indenizatório. - CESPE - PGE-PE - 2018

- Incluem-se: INSS (contribuição patronal), SAT (Seguro Acidente de Trabalho) e FGTS

- NÃO se incluem: auxílio-transporte, indenização por demissão de servidores ou empregados,


assistência para custeio de educação pré-escolar e auxílio-alimentação [verbas indenizatórias].

 Limites (com base na RECEITA CORRENTE LÍQUIDA): -> CESPE - PGM Campo Grande - 2019

- União = 50%
- Estados e DF = 60%
- Municípios: 60%
Despesas Públicas
- Abrange as empresas estatais?

APENAS estatais dependentes (que recebem recursos para pagamento de despesas de custeio) = são
abrangidas pelos limites de despesa com pessoal.
- Não confundir com empresa controlada (em que a maioria do capital social com direito à voto pertence
ao Poder Público).

- Contratação de mão de obra (terceirização): despesa de pessoal?

a) Mão de obra para atividade-fim (com substituição de servidores e empregados públicos): despesa de
pessoal (ex: convênio com OSC para colocação de mão-de-obra na área da saúde - Acórdão TCU
1187/2019).

b) Mão de obra da atividade-meio (sem substituição de servidores ou empregados públicos): NÃO se


considera despesa de pessoal (ex: serviços de limpeza).
Despesas Públicas
Muito cobrado!
• Despesas com pessoal

- Limite de alerta: 90% do limite -> aviso pelo Tribunal de Contas

- Limite prudencial: 95% do limite -> restrições:


a) proibição de aumento de remuneração (ressalvada a revisão geral, os aumentos determinados por lei ou
por decisão judicial);
b) criação de cargo, emprego ou função pública;
c) alteração na carreira que implique em aumento de despesa;
d) provimento de cargo público, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento das
áreas de educação, saúde e segurança.
Despesas Públicas
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• Despesas com pessoal

- Não serão considerados, para o cálculo do limite, as despesas de pessoal com inativos, desde que
custeadas por arrecadação de contribuições dos segurados. Se o ente tiver que realizar aportes para cobrir
déficits da previdência, esses valores serão considerados para o cálculo do limite (art. 19, §1º, LRF).

- São nulos os atos que impliquem aumento de despesa com pessoal expedidos nos 180 dias anteriores ao
final do mandato do titular do respectivo poder ou órgão (art. 21, LRF).
Despesas Públicas
• Despesas com pessoal

-> Prazo para retorno ao limite legal: 2 quadrimestres, sendo 1/3 no primeiro

-> Medidas a serem adotadas (art. 169 da CF)


1º - Redução em 20% -> CC e FG;
2º - Exoneração de servidor não estável
3º - Exoneração de servidor estável. Nesse caso -> indenização de uma remuneração por ano de serviço + o cargo será
extinto, vedada a criação de novo cargo com as mesmas atribuições por 04 anos.

- STF -> NÃO poderá haver redução dos salários, ainda que haja a redução da carga horária. Maioria formada pela
inconstitucionalidade do art. 23, §2º, da LRF (julgamento pendente – ADI 2238):
LRF.
Art. 23 (...)
§ 2º É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga
horária
Despesas Públicas

• Despesas com pessoal

- Sanções (caso esgotado o prazo para redução ao limite legal):

1º - Suspensão das transferências voluntárias

2º - Impedimento de contratação de operações de crédito -> ressalvadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e


as destinadas à redução de despesas com pessoal

3º - Impedimento de receber qualquer garantia de outro ente


Despesas Públicas
• Despesas com pessoal

- Inovação legislativa – LC 164/2018!


Art. 23. § 5º As restrições previstas não se aplicam ao Município em caso de queda de receita real superior a
10% (dez por cento), em comparação ao correspondente quadrimestre do exercício financeiro anterior,
devido a:
I – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Participação dos Municípios decorrente de
concessão de isenções tributárias pela União; e
II – diminuição das receitas recebidas de royalties e participações especiais.

-> Ou seja, as sanções não se aplicam se o Município ultrapassa os limites de despesa com pessoal devido, por
exemplo, à queda na receita em virtude da queda no recebimento de royalties de petróleo.

-> As referidas regras passaram a produzir efeitos em 01/01/2019.


Despesas Públicas

• Despesas em regime de adiantamento (arts. 68 e 69 da Lei 4.320/64)

VUNESP - 2019 - Mun. São José do Rio Preto - Proc. do Município


 Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente
definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de
empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se
ao processo normal de aplicação.
- Ex: pagamento em processo judicial de despesas de diligência de oficial de justiça
 Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance* nem a responsável por dois
adiantamentos.
*“Servidor em alcance”: não prestou contas do adiantamento anterior ou teve as contas
rejeitadas.
Despesas Públicas
- Jurisprudência:

STF Info 817/2016: É inconstitucional lei estadual que amplia os limites máximos de gastos com pessoal fixados pelos
arts. 19 e 20 da Lei de Responsabilidade (LC 101/2000). O art. 169 da CF/88 determina que a despesa com pessoal da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar. Esta lei complementar de que trata a Constituição é uma lei complementar nacional que, no caso, é a LC
101/2000. A legislação estadual, ao fixar limites de gastos mais generosos, viola os parâmetros normativos contidos na
LRF, e, com isso, usurpa a competência da União para dispor sobre o tema.

- Lembre-se: competência suplementar dos Municípios!

• Fases da despesa pública: F E L P

- Fixação: previsão na LOA


- Empenho: ato que reserva parte da dotação orçamentária para futuro pagamento
- Liquidação: ato declaratório que verifica que o credor cumpriu com sua prestação
- Pagamento
Precatórios e RPVs – Pontos importantes
1) Despesa decorrente de condenação judicial: sentença transitada em julgado contra a Fazenda Pública

- Apenas condenações pecuniárias -> Não se aplica a obrigações de fazer/não fazer (Súmula 866/STF)

2) Fundamento: impenhorabilidade dos bens públicos + anualidade do orçamento

3) A quem se aplica
a) Regra geral: Administração Direta, Autárquica e Fundacional (PJ de Direito Público)
b) Empresas estatais (PJ de Direito Privado)?
STF (RE 852302, julg. em 15/12/2015 - Info 812).
Requisitos: (i) prestadoras de serviços públicos próprios de Estado + (ii) natureza não concorrencial + (iii) ausência de
intuito lucrativo
Ex: Correios + Metrô de SP.

Cuidado! Não se aplica aos conselhos fiscais de profissão (ex: CFM): STF - RE 938837
Fundamentos: não estão submetidos às regras constitucionais de finanças públicas -> não possuem orçamento público -> não há
como garantir dotação orçamentária para o pagamento dos precatórios
Precatórios e RPVs – Pontos importantes

4) Procedimento:
-> Transito em julgado
-> Cumprimento de sentença (liquidação -> fixação do valor do crédito)
-> Juiz da execução requisita a verba ao Presidente do Tribunal
-> Presidente do Tribunal apresenta o precatório ao Executivo para inscrição no orçamento
-> Uma vez previsto no orçamento, o Executivo deposita em conta administrada pelo Tribunal
-> Presidente do TJ determina o pagamento conforme a ordem cronológica e as preferências constitucionais
Precatórios e RPVs – Pontos importantes
5) Juros e correção monetária
Art. 100, § 12, CF. “A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização [correção monetária] de valores de
requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora [juros de mora], incidirão
juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de
juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62/09)”.

a) Não há mora até o fim do período de pagamento previsto no art. 100, §5º, da CF.

Art. 100, § 5º: É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento
de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de
julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
 SV 17/STF: “Durante o período previsto no parágrafo 1º [atual §5º] do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de
mora sobre os precatórios que nele sejam pagos”.

- Apresentado o precatório até 1º de julho e não pago até 31/12 do exercício seguinte, incidirão juros de mora.
Precatórios e RPVs – Pontos importantes
- STF (RE 579431, julgado em 2017): incidem juros de mora no período compreendido entre a data de elaboração de cálculos (fixação do
valor na fase de liquidação de sentença) e a expedição do precatório/RPV (CESPE – PGM Manaus - 2018).

b) Quais índices se aplicam à correção monetária e aos juros de mora?

STF – ADI 4425 (julgado em 2015)


i) Correção monetária: inconstitucionalidade da correção nos índices da poupança (geralmente, TR – Taxa Referencial -> prejuízo
ao credor -> violação ao direito de propriedade)
(i) os créditos em precatórios em geral deverão ser corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E)
e
(ii) os precatórios tributários deverão observar os mesmos critérios pelos quais a Fazenda Pública corrige seus créditos
tributários

ii) Juros: constitucionalidade dos índices rendimentos da caderneta de poupança

OBS: Se for aplicada a taxa SELIC, esta deve incidir de forma exclusiva, já abrange correção e juros
Precatórios e RPVs – Pontos importantes
6) Preferências:

3º - Precatório comum: todos os que não possuem natureza alimentícia

2º - Natureza alimentícia (“preferência normal”): salários, vencimentos, proventos, pensões e suas


complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundada em
responsabilidade civil (art. 100, §1º).

 SV 47/STF: “Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal


devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de
precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza”.
Precatórios e RPVs – Pontos importantes

1º - “Superpreferência” (art. 100, §2º): precatórios de natureza alimentícia, cujos titulares sejam pessoas:

(i) com mais de 60 ANOS;

(ii) portadores de DOENÇA GRAVE;

(iii) portadoras de DEFICIÊNCIA

- Limite da superpreferência: TRIPLO do valor das RPVs


- Possibilidade de fracionamento: receber mediante a superpreferência e o resto mediante a preferência
normal
- EC nº 94/2016 - sucessão hereditária : a “superpreferência” do precatório se mantém no caso de sucessão
hereditária
Precatórios e RPVs – Pontos importantes
8) Cessão de precatórios (art. 100, §13)
- Possibilidade independente de anuência da Fazenda
- Pode ser total ou parcial
- Cessionário perde as preferências (caráter pessoal) -> não confundir com “sucessão hereditária” (mantém a superpreferência)
- Só produz efeitos após a notificação da Fazenda Pública

9) Requisições de Pequeno Valor – RPVs - FCC - PGE-AP - 2018


Art. 100. § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de
obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial
transitada em julgado.

O que é “pequeno valor”?


- Estabelecido por cada ente por meio de lei específica (respeito à capacidade econômica).
- Mínimo: valor do maior benefício do RGPS (R$ 5,800).
- Enquanto não editada lei (art. 87do ADCT):
 Estados e DF = 40 SM
 Município = 30 SM
- Lei 10.259/01 (Juizado Especial Federal)
 União = 60 SM
- É permitido que o credor de precatório renuncie à parte do valor do crédito para receber por meio do RPV (Art. 100, § 7º, da CF). Cuidado: não é
um fracionamento (para receber das duas formas), mas sim uma renúncia.
Precatórios e RPVs – Pontos importantes
10) Jurisprudência do STF

a) A limitação do valor para o direito à “superpreferência” estabelecida no art. 100, § 2º, da CF (triplo do pequeno valor), aplica-se
para cada precatório de natureza alimentícia, ainda que mais de um tenha sido apresentado no mesmo exercício financeiro e
perante o mesmo devedor. Assim, se um portador de doença grave possui vários créditos para receber da Fazenda Pública, sendo
expedidos para tanto diversos precatórios, não se devem somar os valores para aferir se respeitam o limite em questão (STF, RMS
46.155-RO);

b) Litisconsórcio facultativo: o “pequeno valor” é considerado individualmente (não se soma as quantias devidas a cada credor (STF,
RE 568.645);

c) O advogado tem direito a receber seus honorários por RPV, mesmo que o crédito da parte (principal) deva ser pago por precatório
(STF, RE 564.132/RS; STJ, REsp 1.347.736/RS);

d) Apenas justifica a intervenção federal por descumprimento de decisão judicial a falta de pagamento VOLUNTÁRIA e
INTERNACIONAL dos precatórios. Se ficar demonstrado que o ente não pagou por dificuldades financeiras não há intervenção (STF.
IF 5101/RS, IF 5105/RS, IF 5106/RS, Min Cezar Peluso, 28/03/2012)

- Sugestão de leitura: “CF e o Supremo” -> art. 100 da CF


- “Aplicação das Súmulas no STF” -> Súmula Vinculante 17
Regime contábil

-> Regime contábil: de caixa vs de competência

1) Receita: a receita é contabilizada no exercício financeiro em que efetivamente ingressou


(regime de caixa), ainda que prevista inicialmente para outro exercício

2) Despesa: a despesa é contabilizada no exercício financeiro em que foi prevista, ainda que
não tenha sido executada (regime de competência)
Transferências entre os Entes

1) Transferências obrigatórias
- Regra geral: proibida a retenção de transferências obrigatórias.

- Exceções:

1º) falta de cumprimento na aplicação do mínimo em SAÚDE (cuidado!!! Não abrange ensino) – art. 160, par. único, II, CF

2º) pagamento dos créditos do ente responsável pelo repasse – art. 160, par. único, II, CF

3º) para garantia ou contragarantia em favor do ente responsável pelo repasse – art. 167, §4º, CF
Transferências entre os Entes
2) Transferências voluntárias

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro
ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os
destinados ao Sistema Único de Saúde.
§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:
I - existência de dotação específica;
II - (VETADO) ;
III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição [proibição de transf. voluntária para pagamento de despesas com
pessoal];
IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto
à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos;
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à EDUCAÇÃO e à SAÚDE***;
c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por ARO, de inscrição em Restos a Pagar
e de despesa total com pessoal;
d) previsão orçamentária de contrapartida.
§ 2o É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada.
§ 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas
relativas a ações de educação, saúde e assistência social.
Transferências Voluntárias
• Mínimo em saúde:
U -> 15% / E, DF -> 12% / M -> 15% (art. 198, §2º, I, da CF e LC nº 141/2012)

• Mínimo em educação:
U -> 18% / E, DF, e M -> 25% (art. 212, CF)

• Lembrar que as transferências voluntárias não podem ser utilizadas para pagamento de despesa com pessoal e com inativos (art. 167,
X)

• Jurisprudência
Lei 10.225/06 -> Afasta as restrições para transferências voluntárias destinadas a “ações sociais”:
Art. 26. Fica suspensa a restrição para transferência de recursos federais a Estados, Distrito Federal e Municípios destinados à
execução de ações sociais ou ações em faixa de fronteira, em decorrência de inadimplementos objetos de registro no Cadin e
no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI. (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013)
- STJ – Info 566/2015: A restrição para transferência de recursos federais a Município que possui pendências no Cadastro Único de
Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC) não pode ser suspensa sob a justificativa de que os recursos destinam-se à
pavimentação e drenagem de vias públicas. Essas atividades (pavimentação e drenagem) não podem ser enquadradas no conceito de
ação social previsto no art. 26 da Lei 10.522/2002.
Transferências Voluntárias
- Transferências voluntárias e princípio da intranscendência
Segundo o princípio da intranscendência das sanções, as punições impostas não podem superar a dimensão estritamente pessoal do
infrator, ou seja, não podem prejudicar outras pessoas jurídicas que não sejam aquelas que praticaram o ato.

1) STJ - Info 577/2015 – Consórcios públicos


O fato de ente integrante de consórcio público possuir pendência no Serviço Auxiliar de Informações para Transferências Voluntárias
(CAUC) não impede que o consórcio faça jus, após a celebração de convênio, à transferência voluntária a que se refere o art. 25 da LC
101/2000. STJ. 2ª Turma. REsp 1463921-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 10/11/2015. Isso porque o consórcio público é uma
pessoa jurídica distinta dos entes federativos que o integram.

2) STF ACO 2099-AgR/2015 – Outros Poderes


Estados e Municípios não podem ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União por irregularidades praticadas pelos outros Poderes
que não o Executivo.

3) Gestão anterior
ATENÇÃO: Súmula 615/STJ (2018): Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada em
irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos
eventualmente cometidos.
Endividamento Público
• Classificação:
- Quanto à temporariedade:
a) Dívida pública flutuante: dívida para pagamento em curto prazo (inferior a doze meses)
- Por seu pagamento se dar dentro do exercício financeiro, trata-se de uma receita extraorçamentária.
L. 4320/64: Art. 92. A dívida flutuante compreende: I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida; II - os
serviços da dívida a pagar; III - os depósitos; IV - os débitos de tesouraria (operação de crédito por ARO).

b) Dívida pública consolidada ou fundada:


- dívidas para amortização em longo prazo (superior a doze meses) ou
- inferior a doze meses, cujas receitas foram previstas no orçamento (transforma-se uma receita extraorçamentária
em orçamentária)

- Quanto à forma de aquisição


a) Dívida pública contratual: decorre de contrato (ex: financiamento bancário)
b) Dívida pública mobiliária: títulos da dívida pública
LC 148/2014:
Art. 11. É vedada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a emissão de títulos da dívida
pública mobiliária.
Endividamento Público
• Antecipação de Receita Orçamentária (art. 38 da LRF)

 Natureza de operação de crédito (dívida pública flutuante);


 Destina-se a atender a insuficiência de caixa durante o exercício financeiro;
 Exceção ao princípio da não vinculação de impostos (art. 167, IV, da CF);
 Realiza-se a partir do décimo dia do início do exercício (10 de janeiro);
 Deve ser liquidada até dia 10 de dezembro de cada ano;
 Desde que liquidada até 10 de dezembro, não será computada para o cálculo da regra de ouro
 Taxa de juros prefixada ou indexada à taxa básica financeira – TBF (médias apuradas pelo BACEN)
 Está proibida:
a) Enquanto existir ARO anterior da mesma natureza não integralmente resgatada;
b) No último ano de mandato do Chefe do Executivo
c) Em relação à receitas tributárias cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido (art. 37, I, LRF)
 ARO de Estados e Municípios -> abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo
eletrônico promovido pelo BACEN
Endividamento Público
• Atribuições

a) Congresso Nacional (art. 48, XIV, CF):


Apenas: dispor sobre a “dívida mobiliária FEDERAL”.

b) Senado: todo o resto referente ao endividamento público (casa mais experiente!):


(a) autorizar operações de crédito externo;
(b) fixar condições para operações de crédito externo e interno de TODOS os entes;
(c) fixar limites e condições para o montante da dívida consolidada de TODOS os entes, bem como
para dívida mobiliária dos Estados, DF e Município (lembrando que está proibido pela LC 148/14).
CESPE - PGM JP - 2018
Endividamento Público

• Prazo para o retorno ao limite legal: 3 / 25 -> 3 quadrimestres subsequentes, sendo 25% no primeiro

NÃO CONFUNDIR: Prazos para a recondução ao limite legal de acordo com a LRF

Despesas com pessoal (+ fácil) 02 quadrimestres subsequentes, sendo 1/3 no 1º quadrimestre (prazo menor)

Dívida consolidada (+ difícil) 03 quadrimestres subsequentes, sendo 25% (1/4) no 1º quadrimestre (prazo maior)

• Dica: Ultrapassou limites diversos previstos na LRF (ex: pessoal e de endividamento), haverá a restrição de realização de
operações de crédito.
Endividamento Público

• Algumas vedações importantes da LRF (arts. 34-37) - FCC - PGE-MA - 2016

a) Emissão de títulos pelo BCB -> não pode mais emitir títulos da dívida pública (mas poderá comprar e vender, com
o objetivo de regular a moeda e a taxa de juros – art. 164, §2º, da CF)

b) Disponibilidade de caixa: “As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais [bancos públicos], ressalvados os casos previstos em lei” (Art. 165,
§ 3º, CF).
 STF: “O depósito de salário ou de remuneração de servidor público em instituição financeira privada não
afronta o artigo 164, § 3º, da Constituição Federal, pois não se enquadra no conceito de disponibilidade de
caixa" (Ag. Reg. no Ag. de Instrumento 837677 – publicado em 2012) -> CESPE (PGE-PE – 2018)
Endividamento Público

• Algumas vedações importantes da LRF (arts. 34-37)

(c) Operação de crédito entre entes -> vedada (União não pode emprestar para o Município de Fortaleza)

- Exceção: quando se trate de instituição financeira estatal (CEF pode emprestar para o Município de Fortaleza)

- EXCEÇÃO da EXCEÇÃO: está vedada:


(i) para pagamento de despesa corrente e
(ii) refinanciamento de dívidas com outros bancos.

(d) Operação de crédito entre instituição financeira estatal e o ente que a controle (pedalada fiscal) -> vedada, mas o
banco poderá comprar e vender títulos da dívida pública do ente, como forma de investimentos de seus clientes
(ex: CEF não pode emprestar dinheiro para a União, mas pode comprar títulos da União, como forma de
investimento de seus correntistas)
Controle e Fiscalização da Atividade Financeira
• RREO x RGF
Relatórios da LRF
Relatório Objetivo Prazo para divulgação Quem emite

Relatório Resumido
30 dias após o fim de O Poder Executivo
da Execução Divulgar o balanço orçamentário, especificando as receitas e
cada BIMESTRE* (dois (abrangendo todos órgãos
Orçamentária despesas previstas e as que foram efetivamente executadas.
“RRs”) e Poderes)
(RREO)

Divulgar o comparativo das despesas de acordo com os


Relatório de Gestão limites legais (despesas com pessoal, com a dívida 30 dias após o fim de Todos os titulares dos
Fiscal (RGF) consolidada etc), bem como as medidas adotadas para a cada QUADRIMESTRE* Poderes
recondução aos limites legais.

* Em caso de descumprimento do prazo para divulgação, fica proibido:


(a) Receber transf. voluntárias
(b) Realizar operações de crédito (exceto para refinanciar o principal da dívida mobiliária)
Controle e Fiscalização da Atividade Financeira

• Importantes vedações na LRF :

1) Vedação no último mês do mandato: empenho de mais de 1/12 do orçamento.


Exceção: calamidade pública (Art. 59, Lei 4.320/64)

2) Vedação nos dois últimos quadrimestres do mandato: assumir nova obrigação que
não possa ser cumprida integralmente dentro dele ou que tenham parcelas a serem
pagas no ano seguinte sem a existência de recursos suficientes (Art. 42 da LRF) - VUNESP -
Procurador - Mun. Ribeirão Preto – 2018

3) Ato nulo -> aumento de despesa com pessoal nos últimos 180 dias do final do
mandato (Art. 21 da LRF) - CESPE - PGM Campo Grande - 2019
Controle e Fiscalização da Atividade Financeira

• Importantes vedações na LRF :

4) Operação por ARO -> vedada no último ano do mandato (Art. 38 da LRF)

5) Vedada a alienação de bens/direitos para pagar despesa corrente

 Art. 44, Lei 4320/64: É vedada a aplicação da receita de capital derivada da


alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o
financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de
previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.
CESPE - PGM Manaus - 2018
- Lembre-se: Não dá pra vender a vaca para comprar o leite!
• Muito obrigado!!!
“Se não puder voar, corra.
Se não puder correr, ande.
Se não puder andar, rasteje.
Mas, continue em frente de qualquer jeito”.
Martin Luther King
@renatoramalho
Email: renato@aprovacaopge.com.br

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