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Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício


ISSN 1981-9900 versão eletrônica
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A ELETROESTIMULAÇÃO MUSCULAR LOCALIZADA COMO RECURSO NO TRATAMENTO DE


REDUÇÃO DA GORDURA SUBCUTÂNEA ABDOMINAL EM INDIVÍDUO SEDENTÁRIO:
UM ESTUDO DE CASO

1,2 1,3
Enrico Maresca , Eduardo Paulo Borges ,
1,4
Francis Newton Cardoso Lins

RESUMO ABSTRACT

Objetivo: Verificar a redução de gordura The localized muscular electrical stimulation as


abdominal subcutânea e possível diminuição a resource in a subcutaneous abdominal fat
das circunferências da cintura e do quadril, reduction treatment in a physically inactive
com a aplicação de eletroestimulação de baixa individual: a study of case.
freqüência (BF), sem modificação nos hábitos
diários de um indivíduo sedentário. Materiais e Objective: To verify subcutaneous abdominal
Métodos: Foram avaliados: peso, estatura, fat reduction and possible decrease in circles
IMC, circunferência de cintura e de quadril, waist and hip, with the implementation of low
ICQ e dobras cutâneas abdominal e supra- frequency electrical stimulation without change
ilíaca de indivíduo homem sedentário de 19 in daily habits of a sedentary individual.
anos, submetido a um protocolo de Materials and Method: We evaluated: weight,
eletroestimulção de baixa freqüência de 8 stature, BMI, waist and hip circumference,
semanas. Resultados: Redução de percentual waist-to-hip ratio (WHR) and abdominal and
nas dobras cutâneas abdominal e suprailíaca, suprailiac skin fold of a 19 years old physical
sem alterações nos demais parâmetros. inactive man, subjected to an 8 weeks low
Discussão: Somente com a redução do frequency electrical stimulation protocol.
percentual de gordura das dobras avaliadas, o Results: Reduction in the percentage of
sujeito estudado neste caso não teria os abdominal and suprailiac skin folds without
benefícios nos parâmetros da síndrome changing other parameters. Discussion: Only
metabólica e na resistência à insulina. with the reduction in the percentage of fat folds
Entretanto, observamos uma elevação na of assessed, the subject studied in this case
tonificação da musculatura estimulada e uma would not have the benefits in the parameters
elevação na auto-estima do indivíduo. of the metabolic syndrome and insulin
Conclusão: O protocolo de eletroestimulção de resistance. However, we observed an increase
baixa freqüência, aplicado neste estudo de in tonifying the stimulated muscles and an
caso, somente reduziu porcentual das dobras increase in self-esteem of the individual.
cutâneas abdominal e supra-ilíaca em 18,1% e Conclusion: The low frequency electrical
14,8% respectivamente. stimulation protocol in this study of case, can
only decrease the percentage of the abdominal
Palavras-Chave: Sedentarismo. Gordura. and suprailiac subcutaneous fold in 18,1 and
Fator de Risco. Eletroestimulação. 14,8% respectively.

1- Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu Key words: Physical Inactivity. Fat. Risk


da Universidade Gama Filho – Fisiologia do factor. Electrical Stimulation.
Exercício: Prescrição do Exercício.
2- Bacharel em Fisioterapia pela Universidade
São Marcos. Endereço para correspondência:
3- Licenciatura Plena e Bacharel em Educação eibmaresca@uol.com.br
Física pela Uniban. acmalphaprof.du@hotmail.com
4- Licenciatura Plena em Educação Física pela francislins@ig.com.br
Escola Superior de Educação Física de
Cruzeiro.

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INTRODUÇÃO estimulação elétrica neuromuscular tem sido


consistentemente associada com aumento de
massa, força e resistência em músculos
Hoje, a sociedade vivencia uma normalmente ou anormalmente enervados, e
dicotomia: de um lado existe um grupo que mais recentemente, na disfunção muscular
quer se exceder nos níveis de atividade física periférica e intolerância ao exercício,
diária, por outro há, também, um grande grupo resultantes de doenças sistêmicas (Ambrosino
onde a vida moderna leva ao sedentarismo e Strambi, 2004).
(Hossri, 2007). Além disto, são observadas A busca pelo corpo ideal é incessante
mudanças do estado nutricional da população e é neste ponto que a parte estética poderia
que, além do contínuo crescimento da entrar como fator motivacional para a pratica
desnutrição, agora apresenta um crescimento regular de atividade física. Muitas vezes as
desordenado e preocupante do número de pessoas buscam o método mais fácil para ficar
obesos distribuídos por todas as faixas etárias em forma, o que talvez não seja o ideal (Grillo
e classes (Fernandez e Colaboradores 2004). e Simões, 2003). Atualmente os equipamentos
Estudos clínicos bem observados e de estimulação elétrica ou eletroestimulação
desenhados, concluíram que o sedentarismo é (EE), conhecidos como “ginástica passiva”,
condição indesejável e representa risco para a têm sido amplamente difundidos com a
saúde (Carvalho e Colaboradores, 2001). A promessa de tonificar e fortalecer a
inatividade física ou sedentarismo, tem musculatura, além da queima de gordura para
apresentado a maior prevalência entre os perda de peso (Angeli, 2003).
fatores de risco para morbimortalidade Países desenvolvidos, e em
cardiovascular (Matsudo e Colaboradores, desenvolvimento, por meio de instituições e
2002). organizações, têm dado ênfase à redução do
Dentre uma das conseqüências que o sedentarismo, mediante planos de adoção de
sedentarismo pode contribuir esta a atividade física regular para melhoria da saúde
obesidade. Nas últimas décadas, a individual e coletiva (Oehlschlaeger e
prevalência de sobrepeso e obesidade Colaboradores, 2004). Os indivíduos
aumentou acentuadamente, tanto nos países fisicamente aptos e/ou treinados tendem a
desenvolvidos, quanto naqueles em apresentar menor incidência da maioria das
desenvolvimento, independente da idade, do doenças crônico degenerativas, explicável por
gênero, da etnia e da classe social, sendo uma série de benefícios fisiológicos e
considerada uma epidemia mundial (Hauser, psicológicos, decorrentes da prática regular da
Benetti e Rebello, 2004; Sabia, Santos e atividade física (Carvalho e Colaboradores,
Ribeiro, 2004; Ferreira e Colaboradores, 2001).
2006). Em julho de 2002, com o objetivo de
Pelo fato, de nossa sociedade atual avaliar o nível de atividade física (NAF) da
lidar com a obesidade e a inatividade física, a população do Estado de São Paulo, foram
musculatura abdominal vem sendo colocada entrevistados 2001 indivíduos de 14 a 77 anos
em evidência. Cientistas e médicos do esporte de idade (953 gênero masculino e 1048 do
reconhecem que uma mínima resistência e feminino), por meio do Questionário
força abdominal são necessárias para manter Internacional de Atividade Física (IPAQ) na
um adequado alinhamento do esqueleto axial forma curta. Os indivíduos foram classificados
e dar suporte para os movimentos das em muito ativo, ativo, irregularmente ativo e
extremidades superiores, inferiores e da sedentário. O sedentarismo foi maior nas
cintura pélvica, e suporte para a expansão e classes A (55,3%) e E (60%), sendo que nas
compressão da cavidade abdominal e das classes B, C e D a porcentagem variou de
vísceras. A população em geral, também, está 42% a 49% (Matsudo e colaboradores, 2002).
interessada no papel estético desta A obesidade é considerada um
musculatura (Camargo e Colaboradores, 2003; problema de saúde pública e que pode levar a
Hildebrand e Noble, 2004). sérias conseqüências sociais, psicológicas e
A estimulação elétrica neuromuscular físicas, sendo associada a maior risco de
(EENM), já vem sendo utilizada normalmente morbimortalidade por enfermidades crônicas
na reabilitação de pacientes com doença não transmissíveis (Meirelles e Gomes, 2004).
neuromuscular e ortopédica. A aplicação da Ela é considerada uma doença de

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caráter multifatorial. Suas causas estão Devido ao fato de o IMC evidenciar


divididas em fatores genéticos, como: etnia, uma proporção entre estatura e massa
idade e gênero, fatores macro e corporal, não quantificando a gordura corporal,
microambientais, que envolvem cultura, a Organização Mundial de Saúde ou World
padrões sócio-econômicos, hábitos Health Organization (WHO) não utiliza mais o
alimentares, sedentarismo, ambiente familiar, termo obesidade e, sim, sobrepeso I com IMC
2
escolar e amigos (Ferreira e Colaboradores, entre 25 e 29,9 kg/m (Sabia, Santos e
2006). Ribeiro, 2004). A obesidade I com IMC entre
2
As informações dadas pelo Instituto 30 e 34,9 Kg/m , obesidade II com IMC entre
2
Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN), 35 e 39,9 kg/m e obesidade III com IMC maior
2
evidenciam que 32% da população brasileira ou igual a 40 kg/m (Poirier e Colaboradores
apresentam algum tipo de sobrepeso, destes 2006).
8% são obesos, sendo tal prevalência maior Guedes (2006) comentou que
entre as mulheres chegando a 38%, enquanto dimensões de perímetros de cintura maiores
nos homens essa proporção chega a 27%. A que 102 cm em homens e 88 cm em mulheres,
proporção do sobrepeso e obesidade aumenta tendem a aumentar a incidência de disfunções
com a idade, principalmente entre os 45 a 55 crônico degenerativas. Contudo, em estudo
anos, sendo 37% nos homens e 55% nas feito em seis cidades da Índia por Mohan e
mulheres. Para o gênero masculino o Deepa (2007), onde foram encontradas
percentual de gordura considerado aceitável perimetrias de cintura de 85 cm em homens e
para a saúde é de 18% a 25% e para o gênero 80 cm em mulheres, quando o Guia para
feminino é de 20% a 30% (Sousa e Virtuoso, Populações do Pacífico Asiático da WHO
2005). recomenda 87 cm e 82 cm para homens e
Na obesidade, os depósitos de mulheres respectivamente.
gordura corporal estão aumentados. Os A medida da circunferência abdominal
diferentes depósitos de gordura, a saber: em adultos é aceita como ferramenta
tecido adiposo visceral, tecido adiposo importante para avaliação de risco de
subcutâneo abdominal, tecido adiposo doenças, especialmente da aterosclerose
subcutâneo glúteo-femoral e tecido adiposo (Almeida e Colaboradores, 2007). A
intramuscular. Estes depósitos possuem graus circunferência da cintura é positivamente
metabólicos e endócrinos diferenciados, correlacionada com o conteúdo de gordura
podendo estar, portanto, interferindo de forma abdominal e pode oferecer ao clínico a mais
específica nos processos inerentes à importante medida antropométrica de
adiposidade corporal em obesos e diabéticos avaliação da quantidade de gordura destes
(Hermsdorff e Monteiro, 2004). pacientes (Poirier e Després, 2003; Guedes,
A obesidade abdominal, em particular 2006).
da gordura visceral, é um fator de risco para A eletroestimulação e seus similares:
morbimortalidade e pode estar associada com eletroestimulação transcutânea (ETC),
doenças cardiovasculares, hipertensão, estimulação elétrica muscular, estimulação
síndrome metabólica e resistência à insulina. elétrica neuromuscular (EENM), estimulação
Sendo, portanto, necessária uma mudança elétrica funcional (FES) e estimulação Russa,
nos hábitos de saúde para sua prevenção vem sendo utilizada com êxito na reabilitação
(Paek e Hong, 2006; Zahorska-Markiewicz, após períodos de imobilização ou inatividade.
2006; Silva, Flexa e Zanella, 2007). Esta técnica de treinamento começou a ser
Muitos índices têm sido utilizados para estudada no esporte a partir da década de 70
determinar quando o excesso de peso por si na União Soviética e mostrou-se capaz de
só pode trazer risco para o desenvolvimento causar ganhos na força muscular em
de doença cardiovascular e outras morbidades indivíduos atletas e sedentários. Os
(Dagenais e Colaboradores, 2005). Porém mecanismos responsáveis por esses ganhos
estes índices necessitam de uma revisão das de força ainda não estão totalmente
classificações tradicionais, pois valores elucidados (Piazzi, Ugrinowitsch e Tricoli,
considerados normais já se associam, por 2005).
exemplo, com aumento da ocorrência de A estimulação elétrica funcional é um
hipertensão arterial sistêmica (Sarno e método de exercício que pode ser usado por
Monteiro, 2007). aqueles impossibilitados de se exercitar de

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forma convencional, como por exemplo, em pouco com a especificidade do músculo ou


pacientes com escoliose severa, distrofias grupo muscular. Já, em relação à forma dos
musculares, lesões medulares e pacientes eletrodos: quadrado, retangular ou oval;
com insuficiência cardíaca classe II e III, parece não ter uma relação clínica
(Harris e Colaboradores, 2003; Dobsak e significativa, funcionando mais como
Colaboradores, 2006) e ganho de velocidade estratégia de venda das companhias
de marcha em pacientes pós acidente vascular (Petrofsky, 2004).
cerebral (Robbins e Colaboradores, 2006). A tolerância à dor provocada pela
Uma vantagem do uso da estimulação corrente elétrica depende da familiarização
elétrica é que a inibição de fadiga do sistema prévia ao método e do nível de treinamento do
nervoso central (SNC) é evitada, com isto é indivíduo. A máxima intensidade suportada por
possível maior número de repetições e, sujeitos sadios não atletas é em média de 70
portanto, maior carga, o que também leva a mA e em atletas de alto nível de até 200 mA.
maior massa muscular. Além disso, é possível Quanto maior a intensidade, maior pode ser o
um treinamento isolado (Grillo e Simões, ganho de força (Piazzi, Ugrinowitsch e Tricoli,
2003). Tanto homens ou mulheres saudáveis 2005).
podem se beneficiar da eletroestimução, mas Paralelamente à hipertrofia muscular,
as mulheres parecem precisar de mais tempo a estimulação elétrica de baixa freqüência das
para alcançar tais benefícios terapêuticos fibras musculares esqueléticas tem mostrado
(Alon e Smith, 2005). poder incrementar a capacidade das enzimas
Durante a eletroestimulçao, a ação da oxidativas, estimulando assim, a adaptação ao
corrente elétrica estimula principalmente os metabolismo aeróbio, além de melhorar a
neurônios motores sendo as fibras musculares regeneração muscular e evitar atrofias
ativadas indiretamente. Quanto maior a (Dobsak e Colaboradores, 2006).
proximidade dos eletrodos dos pontos motores Existem poucos artigos disponíveis na
do músculo maior será a contração muscular. literatura sobre a utilização da
Este posicionamento gera uma menor eletroestimulação em musculatura abdominal.
sensação de dor, além de uma necessidade Portanto, o objetivo deste trabalho foi
menor na quantidade de corrente, pois nestes verificar a possível redução de gordura
pontos há uma maior concentração de canais abdominal, ao nível subcutâneo, e como
de sódio e uma menor impedância à conseqüência, uma diminuição das
passagem da corrente elétrica (Petrofsky, circunferências da cintura e do quadril,
2004). somente com a aplicação de um protocolo de
A freqüência de estimulação é um 8 semanas de eletroestimulção de baixa
fator que interfere nos resultados, baixas freqüência, sem uma modificação nos hábitos
freqüências (1-49 Hz) tornam as fibras alimentares nem de uma introdução de um
musculares mais lentas e resistentes. Já programa de atividades físicas regulares
freqüências médias (50-200 Hz) e altas (>200 aeróbias e/ou resistidos com pesos, em
Hz) podem causar elevação da força e da indivíduo sedentário.
velocidade de contração da fibra muscular. A
eletroestimulação transcutânea causa um
recrutamento preferencial das unidades MATERIAIS E MÉTODOS
motoras (UM) rápidas, o que pode favorecer a
obtenção de ganhos de força muscular. Assim
como no treinamento com contrações O cronograma das atividades constou
voluntárias, a eletroestimulação transcutânea de: uma avaliação inicial, um protocolo de
pode causar adaptações morfológicas ou eletroestimulação e uma avaliação final, com
neurais. Contudo, a temporalidade dessas início em 23 de março de 2008 (avaliação
adaptações deve ser determinada (Piazzi, inicial) e término em 27 de maio de 2008
Ugrinowitsch e Tricoli, 2005). (avaliação final), feitas pelo mesmo avaliador,
Geralmente, os eletrodos maiores com o indivíduo trajando apenas sungas e
causam melhor tolerância à eletroestimulação com os pés descalços.
com menor densidade de corrente e menor Os parâmetros avaliados foram: peso,
sensação de dor. Entretanto, apesar da massa estatura, índice de massa corporal (IMC),
muscular estimulada ser maior, se perde um circunferência da cintura e do quadril, índice

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cintura-quadril (ICQ) e dobras cutâneas medida a 2,5 cm acima do umbigo, e a


abdominal e supra-ilíaca. Neste estudo de circunferência do quadril, medida na máxima
caso, o individuo avaliado era do gênero protuberância com os calcanhares juntos, se
masculino e apresentando 19 anos de idade e encontram esquematizadas na figura 1 (A). A
não estava praticando nenhum tipo de partir destas circunferências obteve-se o ICQ.
atividade física regular. Os dados com os parâmetros avaliados se
Para a aferição do peso utilizou-se encontram, com maior clareza, na tabela 2.
uma balança digital da marca Plenna - SSE. O aparelho de eletroetimulação
CO. Ltd. A estatura foi medida com utilizado no protocolo foi da marca Neurodyn
estadiômetro de pé, graduado de centímetro Portable – Ibramed de 2 canais, com as
em centímetro, até 2,20 metros, com o seguintes características: forma de onda
indivíduo descalço e encostando os pulsada quadrada bifásica assimétrica,
calcanhares, quadril, escápulas e face occiptal intensidade (i) de corrente por canal de 0 a
do crânio. As dobras cutâneas foram medidas, 100 mA (pico a pico), duração de frequência
com adipômetro N=25E-481, no hemicorpo (F) de 0,5 a 250 Hz e duração de pulso (T) de
direito do indivíduo, com 3 verificações, 25 a 400 µs. Os parâmetros: tempos de subida
adotando-se a média das medidas para a (rise) e tempo de descida (decay) de 1
análise. As circunferências da cintura e do segundo e tempo de contração (tempo on) de
quadril forma medidas com fita métrica 4 segundos e de descanso (tempo off) de 10
inextensível e sem trava SN-4010. Todos da segundos, já padronizados de fábrica e
marca Sanny-Starret. inalteráveis. Utilizou-se eletrodos de carbono
Com os dados do peso e da estatura gel auto-adesivos de 9 X 5 cm. da marca
calculou-se o IMC. A circunferência da cintura, Spes-Medica - Italy.

Figura 1: Esquematização dos Posicionamentos.

Legenda: (A) circunferências da cintura ---- e do quadril ____; (B) posição 1 (C) posição 2

O protocolo de eletroestimulação teve e confortável, foram gastos em média 3


a duração de 8 semanas, num total de 20 minutos. Este tempo gasto servia como uma
sessões, com início em 1º de abril e término espécie de aquecimento para a musculatura,
em 21 de maio de 2008, que se encontra mais pois os parâmetros eram inferiores aos do
detalhado na tabela 1. As sessões foram feitas treinamento com eletroestimulação. Todos os
com o indivíduo deitado em decúbito dorsal, aparelhos utilizados na avaliação e no
joelhos fletidos à 90º e os eletrodos protocolo de eletroestimulação foram
posicionados sobre os pontos motores, em devidamente aferidos e calibrados, bem como
duas posições distintas: posição 1 e posição 2, o indivíduo foi previamente esclarecido e
melhores visualizadas na figura 1 (B) e (C). orientado acerca dos procedimentos do
Antes do início da cronometragem da protocolo em si, de não mudar seus hábitos
sessão, para que o posicionamento inicial dos alimentares, além de ter assinado um termo de
eletrodos sobre os pontos motores fosse consentimento para tal experimento.
efetivo, o indivíduo estivesse bem posicionado

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Tabela 1: Protocolo de Eletro Estimulação abdominal utilizado durante as sessões de treinamento.

Semana/ Tempo de aplicação/ Parâmetros eletroestimulação.


Sessões. Posicionamento dos
eletrodos.

1ª/ 04 min. posição *1 F = 30 Hz


1ª e 2ª. 04 min. posição *2 T = 200 µs; i = máxima tolerável

2ª/ 05 min. posição *1 F = 30 Hz (03 min.) e 35 Hz (02 min.), em cada posição.


3ª, 4ª e 5ª. 05 min. posição *2 T = 200 µs; i = máxima tolerável

3ª/ 06 min. posição *1 F = 40 Hz (03 min.) e 45 Hz (03min.), em cada posição.


6ª, 7ª e 8ª. 06 min. posição *2 T = 250 µs; i = máxima tolerável

4ª/ 08 min. posição *1 F = 45 Hz (04 min.) e 50 Hz (04 min.), em cada posição.


9ª e 10ª. 08 min. posição *2 T = 250 µs; i = máxima tolerável

5ª/ 10 min. posição *1 F = 35 Hz (04 min.), 40 Hz (03 min.) e 45 Hz (03 min.),


11ª e 12ª. 10 min. posição *2 em cada posição.
T = 300 µs; i = máxima tolerável

6ª/ 12 min. posição *1 F = 40 Hz (04 min.), 45 Hz (04min.) e 50 Hz (04 min.),


13ª, 14ª e 15ª. 12 min. posição *2 em cada posição.
T = 300 µs; i = máxima tolerável

7ª/ 15 min. posição *1 F = 40 Hz (05 min.), 45 Hz (05 min.) e 50 Hz (05 min.),


16ª, 17ª e 18ª. 15 min. posição *2 em cada posição.
T = 300 µs; i = máxima tolerável

8ª/ 18 min. posição *1 F = 40 Hz (06 min), 45 Hz (06 min.) e 50 Hz (06 min.)


19ª e 20ª. 18 min. posição *2 T = 300 µs; i = máxima tolerável

Legenda: EE = eletroestimulação; min.= minutos; F = freqüência; Hz = Hertz; T = pulso;


µs = microssegundos; i = intensidade.

RESULTADOS e DISCUSSÃO Pelo fato das avaliações terem sido


feitas no mesmo horário, não encontramos
alterações em relação à estatura do sujeito
A tabela 2, a seguir, apresenta os estudado neste caso. Além de não
dados dos parâmetros avaliados antes e após observamos redução do peso corporal, pois
a aplicação do protocolo de eletroestimulação como descrito em Ferreira e Colaboradores
neuromuscular em musculatura abdominal. (2006), independente da escolha do tipo de
Como se pode observar não houve redução, exercício, o fundamental é que o mesmo
nem aumentos significativos na maioria dos esteja associado à uma dieta equilibrada para
parâmetros avaliados – peso, altura, IMC, ICQ, que possa promover um balanço calórico
circunferência da cintura e do quadril. Apenas, negativo. Notamos, porém, um discreto
no que diz respeito às dobras cutâneas, é que aumento de 0,300kg em relação ao seu peso
podemos notar reduções de 18,1% em dobra corporal.
cutânea abdominal e 14,8% em supra-ilíaca.

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Tabela 2: Parâmetros avaliados antes e pós aplicação eletroestimulação neuromuscular.


Parâmetros Pré-treino Pós-treino
• Peso (kg.) 92,9 93,2
• Estatura (m.) 1,85 1,85
2
• IMC - Índice de Massa Corporal (kg/m ) 27,14 27,23
• Circunferência da cintura (cm.) 88,8 88,6
• Circunferência do quadril (cm.) 104,0 104,0
• ICQ (índice cintura-quadril) 0,85 0,85
• Dobra Cutânea abdominal (mm.) 28,77 23,57
• Dobra Cutânea supra-ilíaca (mm.) 24,77 21,10
Legenda: kg. = quilogramas; m. = metros; cm. = centímetros; mm. = milímetros.

Angeli (2003) concluiu que a abdominal (28,77mm antes; para 23,57mm


eletroestimulação abdominal não aumenta o após protocolo), como em dobra supra-ilíaca
consumo de oxigênio, não podendo, portanto (24,77mm antes; para 21,10mm depois
aumentar o gasto calórico resultando na perca protocolo), ou seja, reduções de 18,1% e
de peso. Ele sugere que a eletroestimulação 14,8%, respectivamente. Porcari e
tem o mesmo efeito de exercícios voluntários Colaboradores (2005) não observaram
localizados. Vale ressaltar que, neste estudo, reduções nos porcentuais de dobras cutâneas,
foi feita apenas uma sessão de mas como eles utilizaram a média, não
eletroestimulação e não foram feitas medições podemos comparar com uma maior precisão.
antropométricas mas sim avaliações das As reduções nos porcentuais das
varáveis metabólicas, hemodinâmicas e dobras cutâneas abdominal e supra-ilíaca nos
bioquímicas. permitem estimar uma redução da gordura
Guedes (2006) comenta que os abdominal subcutânea, mas segundo Park e
valores desejáveis para o IMC, em sujeitos de Lee (2004) a redução da gordura visceral é
19 a 24 anos de idade, esta entre 19 e 24 mais importante do que simplesmente a
2
kg/m . Segundo Sabia, Santos e Ribeiro redução de peso e/ou da gordura subcutânea,
(2004), o indivíduo deste estudo se encontrava pois os indivíduos têm maiores benefícios nos
2
com sobrepeso I, com 27,14 kg/m ; e após o parâmetros da síndrome metabólica e em
término do protocolo teve um aumento de 0,09 relação à resistência à insulina.
2 2
kg/m , passando para 27,23 kg/m . Neste estudo, as medidas das
No presente artigo, a avaliação da circunferências da cintura e do quadril se
gordura corporal total não foi calculada, mas mantiveram inalteradas, o que contradiz artigo
para uma estimativa localizada da quantidade de Porcari e Colaboradores (2005), onde
de gordura abdominal, foram aferidas as houve redução de 2,6 cm na circunferência
dobras cutâneas abdominal e supra-ilíaca. O abdominal e 3,6 cm na circunferência da
que pode ter sido uma falha na condução cintura. Uma das possíveis explicações para
deste trabalho, pois diminuiu a possibilidade as diferenças encontradas nestes estudos
de comparação com outros artigos que o pode estar pelo tempo maior de aplicação
fizeram, como em Grillo e Simões (2003) e durante as sessões, com 20 minutos nas duas
Porcari e Colaboradores (2005). primeiras sessões, 25 minutos na três sessões
Grillo e Simões (2003), concluíram que seguintes, 30 minutos durante a segunda até a
não há redução no porcentual de gordura e quarta semana, e 40 minutos nas três
nem aumento de massa muscular com o uso semanas finais.
de aparelhos eletroestimuladores. Entretanto Em Porcari e Colaboradores (2005), a
eles utilizaram um aparelho eletroestimulador quantidade total de sessões feitas também foi
vendido no mercado, com características maior. Elas foram feitas cinco vezes por
diferentes aos utilizados por profissionais de semana durante oito semanas, num total de 40
fisioterapia, o que pode ter subestimado os sessões. Outra possível explicação seria o tipo
resultados, além do fato de que musculatura de protocolo utilizado pelo aparelho
estimulada ter sido o quadríceps. estimulador que não foi mostrado.
No presente estudo, foram observadas Como já citado neste artigo, a
reduções significativas tanto em dobra tolerância à dor provocada pela corrente

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elétrica depende da familiarização prévia ao respectivamente, sugerindo que possa ter


método e do nível de treinamento do indivíduo havido uma redução nos níveis subcutâneos
(Piazzi, Ugrinowitsch e Tricoli, 2005). O de gordura nesta região. Contudo, não
proposto no nosso protocolo era trabalhar observamos mudanças nos demais
sempre com intensidades toleráveis máximas. parâmetros avaliados: peso corporal, IMC,
Então, nas duas primeiras semanas, o sujeito circunferências da cintura e do quadril e ICQ .
estudado não suportou intensidades Este estudo de caso sugere que este
superiores a 50 mA. Entretanto, com o tipo de recurso possa ser mais um aliado,
decorrer das semanas estas intensidades tanto no fator motivacional tanto como
foram aumentadas progressivamente, até o coadjuvante, mas não como modalidade
máximo do aparelho, de 100 mA. exclusiva, podendo ser útil no sentido de
Dentre as limitações metodológicas mudarmos nossos de hábito de vida, incluindo
deste estudo podemos citar que, por se tratar exercícios físicos em nossa rotina diária e uma
de um estudo de caso, se perde em evidência melhor atitude em relação a ingestão de
pelo fato da amostra ser pequena e não haver alimentos, para melhor qualidade de vida.
um grupo de controle; além disso, o tempo de Entretanto, outros trabalhos devem ser
aplicação por sessão teve que ser adaptado, conduzidos, com maior elaboração científica
com reduções nos tempos das sessões, para para melhor explorarmos os benefícios que o
poder ser aplicado durante jornada de uso da eletroestimulação possa trazer, tais
trabalho, em horário de almoço do voluntário como: o fortalecimento, a resistência e a
(pré-prandial). Acreditamos que estas definição da musculatura abdominal, tanto
reduções possam ter diminuído a efetividade para indivíduos saudáveis como para aqueles
dos objetivos propostos. com lombalgias e/ou outras condições que
Outro grande empecilho foi o fato de o incapacitem ou impossibilitem de realizar
individuo estudado neste caso ser muito exercícios abdominais e outras formas de
peludo, pois o excesso de pelos dificulta a exercícios tradicionais.
aderência dos eletrodos gerando uma menor
efetividade dos impulsos e conseqüentemente
das contrações. Este fato obrigou o sujeito a REFERÊNCIAS
fazer 4 raspagens dos pelos do tronco
anterior, que não foram muito agradáveis (sic).
Algumas informações colhidas durante 1- Almeida, C.A.N.; Pinho, A.P.; Ricco, R.G.;
protocolo, que não faziam parte do objetivo do Elias, C.P. Circunferência abdominal como
trabalho, porém, podem ter alguma indicador de parâmetros clínicos e
importância clínica. O indivíduo, pelo fato de laboratoriais ligados à obesidade infanto-
ser sedentário, relatou que a região se tornou juvenil: comparação entre duas referências.
mais tonificada, ou melhor, sentiu um abdome Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro. Vol. 83.
mais fortalecido, principalmente a partir da 6ª Num. 2. 2007.
semana, favorecendo uma postura melhor e
uma maior segurança e facilidade na 2- Alon, G.; Smith, G.V. Tolerance and
realização de certos movimentos de tronco. conditioning to neuro-muscular electrical
Este fato contribuiu para uma elevação de sua stimulation within and between sessions and
auto-estima. gender. Journal of Sports Science and
Medicine. Vol. 4. 2005. p.395-405.

CONCLUSÃO 3- Ambrosino, N.; Strambi, S. New strategies


to improve exercise tolerance in chronic
obstructive pulmonary disease. European
Concluímos que um protocolo de 8 Respiratory Journal. Vol. 24. 2004. p. 313-322.
semanas de eletroestimulação neuromuscular
de baixa freqüência em região abdominal, sem 4- Angeli, G. Comparação das variáveis
mudanças nos hábitos alimentares e na rotina metabólicas, hemodinâmicas e bioquímicas
de atividades físicas, reduziu em 18,1 e entre a eletroestimulação e o exercício de
14,8%, o porcentual de gordura nas dobras resistência localizada dos músculos
cutâneas abdominal e supra-ilíaca abdominais. Tese Universidade Federal de

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