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INDICADORES DE DESEMPENHO ECONÔMICO – A TAXA DE CRESCIMENTO AGREGADO (O PIB)

Recapitulando. Entende-se por indicador o elemento que permite o acompanhamento de um fenômeno em observação.
Alguns indicadores econômicos, baseados em variáveis conhecidas, são construídos (tais como o consumo industrial de
energia elétrica, venda de eletrodomésticos e de automóveis, etc.), e seu comportamento passa a identificar o
comportamento provável da atividade econômica. Evidências desse tipo são utilizadas como "termômetros" pelos
mentores da política econômica para mudança e redirecionamento dos instrumentos de política. A previsão orçamentária
de recursos requer a construção ou adoção de indicadores que possibilitem acompanhar oscilações de curto prazo das
variáveis que afetam o comportamento das receitas.
Ao lado de tantos indicadores, um dos mais expressivos é o Produto Agregado, ou Produto Interno Bruto (PIB), que pode
ser considerado como Produto Efetivo e Produto Potencial. O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores
monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer seja, países, estados, cidades),
durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na
macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região. Na contagem do PIB, considera-se
apenas bens e serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo de intermediário (insumos). Isso é feito com o
intuito de evitar o problema da dupla contagem, quando valores gerados na cadeia de produção são contados duas vezes
na soma do PIB.
Hiato do PIB
Dada a multiplicidade dos fins da política macroeconômica, seus resultados são aferidos por uma multiplicidade de
indicadores de desempenho.
A taxa de crescimento do produto agregado sinaliza um dos mais importantes objetivos da política macroeconômica: a
expansão da oferta agregada de bens e serviços. A relevância desse objetivo decorre de, pelo menos, três razões:
1. A produção é a atividade econômica essencial. Dela resultam a geração de renda, o atendimento das
necessidades individuais e coletivas, a prosperidade e a renda.
2. Embora não seja condição suficiente, o crescimento do produto agregado é uma das condições necessárias para a
consecução dos demais objetivos da política macroeconômica.
3. Não se mantendo taxas satisfatórias de crescimento do produto agregado, aumentam ao longo do tempo as taxas
de ociosidade da economia. E a capacidade ociosa é perversa, não apenas por sua correlação positiva com o
desemprego, mas também porque exerce uma espécie de “efeito bumerangue” sobre o próprio crescimento, à
medida que desestimula novos investimentos em expansão e em modernização da estrutura da produção.
Não são, porém, quaisquer taxas positivas de crescimento do produto agregado que satisfazem às condições requeridas
para um bom desempenho macroeconômico. E mais: taxas de expansão que se podem considerar satisfatórias em
determinado país poderão ser insatisfatórias em outras. [...]
As taxas satisfatórias de crescimento do produto efetivo definem-se, assim, a partir da potencialidade de expansão da
economia, expressa pelo produto potencial.
O produto potencial indica a magnitude possível do PIB (ou da oferta agregada) se todos os recursos disponíveis forem
empregados plenamente. É a fronteira de produção de economia: conceitualmente, não é possível ir além dela. Já o
produto efetivo é o que resulta do emprego corrente dos recursos. É o resultado da atividade produtiva, medido pela
metodologia convencional de aferição macroeconômica. No máximo, o produto efetivo pode ser igual ao produto
potencial. E, quando isto ocorre, define-se uma situação típica de pleno-emprego.
A variação do produto potencial depende de variações na disponibilidade e na qualificação dos fatores de produção.
Depende ainda de mudanças na relação quantitativa entre os fatores capital e trabalho, bem como de alterações nos
padrões tecnológicos e na eficiência com que se dá a operação do processo produtivo.
A variação do produto efetivo depende dos objetivos definidos pelos gestores do processo macroeconômico e dos meios
associados para alcançá-los. Os objetivos tanto podem ser de forte expansão da procura agregada e do produto, como de
retração de ajuste. Além da gestão macroeconômica, outros fatores internos definem o nível a variação do produto
efetivo, como o clima dos negócios, as expectativas e os comportamento dos agentes econômicos. Por fim, ao conjunto de
fatores internos, geralmente se sobrepõem fatores externos. São os fatores determinantes dos produtos potencial e
efetivo:
Um dos indicadores-síntese do desempenho macroeconômico é o hiato do produto: ele revela a um só tempo como se
tem comportado, cumulativamente, o produto agregado e qual a taxa de desemprego dos recursos. O hiato do produto
mede a distância, absoluta ou relativa, entre o produto potencial e o efetivo.
Hiato do PIB = ((Produto potencial – Produto efetivo) / Produto potencial) x 100
Hiato do Produto

A Curva de Phillips
Os anéis hiato-preços são derivações estendidas de um dos mais importantes marcos da moderna macroeconomia, a
curva de Phillips. Ela mostra que existe uma relação inversa não linear entre taxas de inflação e de desemprego, dois
relevantes indicadores do desempenho macroeconômico.

Quando o produto real está muito próximo do produto potencial, a economia está aquecida, a demanda por
trabalhadores aumenta, o nível de emprego está alto e a tendência para os salários nominais é de elevação. Como os
salários são um item importante no custo das empresas, elas tendem a aumentar os preços.

O anel Hiato-Preços
A curva de Phillips estendida conduz a conjuntos de combinações desemprego-inflação que, em séries de prazos mais
longos, descrevem trajetórias em formato de anéis. Os anéis hiato-preços resultam da intervenção dos gestores da política
macroeconômica, que buscam reverter desequilíbrios de tipo inflacionário ou recessivo ou, mesmo, situações mais
complexas como as de estagflação, em que as tensões inflacionárias ocorrem em clima de estagnação. Dispostas em
quatro semicírculos, as quatro partes de um anel hiato-preços típico são: 1. A inflação típica (um ramo de curva de Phillips
- diminuição do Hiato a quase pleno emprego provoca um aumento de preços); 2. a estagflação (processo inflacionária
com baixa variação do PIB e aumento do desemprego); 3. a recessão de ajuste (aumentos fiscais e diminuição do crédito
para quebrar alta de preços resulta no aumento do desemprego); e 4. a reversão do hiato (a economia volta a se
estabilizar (baixa o desemprego e a inflação)).

A Curva de Phillips: A relação hiato-preços, equivalente à desemprego-inflação; mostra que há uma relação inversa não-
linear entre taxas de inflação e o desemprego.
O Anel Hiato-preços: Uma versão teórica estendida da curva de Phillips; são conjuntos de combinações desemprego-
inflação que descrevem trajetórias em formato de anéis; são resultados da intervenção dos gestores da política
macroeconômica.

A LEI DE OKUN – A chamada “Lei de Okum” se deve ao economista norte-americano Arthur M. Okun, ex-Presidente do U.
S. Council of Economic Advisors, na Administração Lyndon Johnson. Em seus trabalhos sobre as estatísticas de
desemprego e produção nos Estados Unidos ele observou que havia uma relação, com grande regularidade, entre a
variação no nível de emprego e o PIB nacional. Okun verificou que a redução de 1,0% na taxa de desemprego nos Estados
Unidos estava associada a um aumento do PNB e a uma queda da ordem de 3,0% no hiato de produção (HIATO DE
PRODUÇÃO = PIB POTENCIAL - PIB EFETIVO). Para Okun, a elasticidade da razão entre o PRODUTO REAL e o PRODUTO
POTENCIAL de um país e a mudança na TAXA DE DESEMPREGO é um valor constante de, aproximadamente, 3. Desta
forma se, por exemplo, a taxa de desemprego de um país aumentar em 3,0%, a razão entre o pib real e o pib potencial,
alcançaria o valor de 9,0%.
Para os dados do mercado de trabalho brasileiro, apesar de as séries serem mais curtas, e restritas aos principais centros
metropolitanos, os resultados são basicamente iguais. O que eles indicam é que o PIB deveria crescer aproximadamente
1,9% para poder reduzir em 1% a taxa de desemprego. Ou seja, para reduzir o desemprego para um patamar de 4 ou 5% a
economia deveria crescer entre 7,6 e 9,5% a mais do que a taxa média dos últimos anos (pouco acima dos 2,5%).
Mas o nome de Okun está também ligada a uma outra “lei”: é dentro do contexto da coordenação de políticas
macroeconômicas. Ele definiu o ÍNDICE DE MISÉRIA DE OKUN como a soma da taxa de desemprego e da taxa de inflação.
Acredita-se que, atingindo até 5% da população economicamente ativa (aquela em condições de trabalhar), o desemprego
é normal e não causa maiores complicações. Essa taxa refere-se àquelas pessoas momentaneamente desempregadas por
estarem mudando de profissão, de cidade ou se transferindo de um trabalho a outro. Os manuais chamam isso de
“desemprego fricativo”, pois resulta de fricção entre as vagas existentes e os trabalhadores desempregados em cada
função e em cada região. Mas acima de 5% o desemprego começa a preocupar, porque não é mais fricativo.
Até 4% ao ano a inflação é tolerável. Acima disso, ela começa a corroer mais fortemente o poder de compra dos salários e
piora o padrão médio de vida. Se a inflação ficar em 4% e o desemprego em 5%, a soma de ambos (que dá 9) não causa,
segundo Okun, maiores estragos sociais. Fazendo combinações com os dois índices, Okun chegou à conclusão de que
acima de 12 o estrago no bem-estar social é grande e suficiente para desorganizar qualquer economia e criar tensões
políticas.

DESEMPREGO
Todo mês o IBGE entrevista por meio de uma amostra, 38.500 domicílios, em diversas capitais para representar a
população total brasileira. Com base nas suas respostas, as pessoas são incluídas em uma das três categorias que segue:
a) População Ocupada; uma pessoa está empregada se ela trabalhou na semana anterior a entrevista e/ou está
ausente por doença, greve ou férias.
b) População Desocupada; uma pessoa está desempregada se ela não tinha trabalho num determinado período de
referência, mas estava disposta a trabalhar.
c) População não economicamente ativa; a força de trabalho é composta por todos que estão empregados ou
desempregados, os demais é fora da força de trabalho. Isso inclui estudantes, cônjuges que não trabalham fora
de casa e aposentados. Inclui também pessoas que desistiram de procurar trabalho.
Taxa de desemprego é a porcentagem da força de trabalho que está desempregada.
Efeito da recessão – Uma economia está em uma recessão quando o produto total cai. Uma recessão aumenta a taxa de
desemprego de duas maneiras, quando perdem seus empregos e quando há menos oferta de trabalho.

Tipos e custos do desemprego:


a) Desemprego Fricativo é resultado do funcionamento normal da economia. O desemprego fricativo acontece porque
os trabalhadores demitidos buscam empregos melhores. Os empregadores demitem em busca de melhores
profissionais e os consumidores deixam de comprar determinados produtos e o progresso tecnológico.
b) Desemprego Estrutural ocorre se os consumidores deixam de comprar determinados produtos e pelo avanço
tecnológico, que afetam seriamente certas industrias.
c) Desemprego Cíclico, deve-se ao desaquecimento da economia.

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