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PEQ UENA ".

IIISTORIJ\ Di) llll i\ZIL


POR P El\GUNTAS E RESPOSTAS

l'AHA U~O DA 1:'\FAJ:I:CIA BHAZI L Elfl.A

I' ELO

na. JOA QUlM ~ i.\l~i .\ IH' LAC I~H.O A

l'lovlsslmll edição. lll u:.t eada com m u itas gra vur-a~,


I'<>VI>t n tl liUUilU h tOJ R até 190\l

LUIZ LEOPOLDO FI:f\1TAND:SS PINHEIRO

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FH.ANCISCO .ü..YES & u~


1'1'o, 111.:.. li • Üt ' , (Ht, •13'•

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PEQUEN A

HISTORIA DO BR AZIL
POR PERGUNTAS E RESPOSTAS
..
PEQUENA
3
HISTORIA DO BRAZII_J
POR PERGUNTAS E RESPOSTAS

PA RA USO DA INFANC TA BHA~TLEIHA

PELO

nn. .IOAQUIM MARIA DE LA CE BDA


Mcmhro ela Ac·c•aclia llnmana

Novlsslnaa edição. lllustrodo com multas gravuras,


revista e ougmentada até 1906

1'1111

LUIZ LEOPOLDO FERNANDES PINHEIRO

FRANCIS CO ALVES & CJa


ruo DE JANElHO 1!J', , lli,A 00 OuvJDon, 1 3~

n !' \ ()\ RA li I A ll UA DE S. Bt:liTO, ~5

ngLLO IIOHI ZONTE S ,\ 0 PAULO


i9 07
PREFACIO
DA SEGUNDA EDIÇÃO

El'!ta sl'gunda l'clição da Peqnrnn Jlistoria do


Braúl por prryuntas r respostas, o a uto r a publica
dr baixo da mais grata satisfação qut' lhe causo u
a nolicia de ha\'<'1' a su a obrin ha merecido a in-
sig nr honra de ser approvada pr lo Conselho Supe-
rior da lns lrucção Publi ca. Foi lambl'm animado
a cmprcltend PI-a pelo li sonjeiro acolhimcnlo quP
ella oblcYc junl o dos Srs. ProfessorNl <' Dirl'clorrs
de Collcgios. a qucnt se dp·,:r o gra n(IC resullado
til' se ler em poucos annos psgotado a primeira
ed ição, que foi tl t' dei: mil r.remJJ!ares.
Taes l'a\'orcs, de que o autor confessa sinccra-
mcnlc n ão set· credor , mas qut' prm avelmeniP lhe
g-rangcou o ser a obi'inha pscripla com clarrza. c
dt uma maneira adaptada á capacidade das crian-
ças. são para el!P nO\'O itH:cnli' o para qu~> cm pr·c-
gue Lodos os csi'OI'ços e o nmis at urado e cserupu-
loso cuidado n a C'\t'<' u<:ãO !los tra ba lhos pscolas-
Licos que Lent en lrP mãos, com que espera pode r
prestar algum se rviço ú sua palria, l' para os quaes
pede dPsdP j á a bcnPvolcncia dos S rs. Professores
c Oit·eclorcs de collegios .

.Pariz. a 2 df' .Tunlto de 18110.

Dr. Joaquim .1/aria clr Lacerdn


PRO LOGO
DA PRESENTE EDIÇÃO

A extraordinaria rapidez com qae se esrroton a


primeira edição desta obra por mim preparadn
para a Livraria Francisco .llves, P prot1r1 eoic!l•nll'
da aceitarão que ella mereceu do publim. 1/(liJ so
pela conservarão do mel!todo do autor, como fll'los
melhoramentos e accrescimvs nel/11 inlroduúdos.
igual favor espero que merecerá esta edir{w, que
vae augntentada até 15 de Novembro de I!)06.

O S. ltii)Jiwel, u;n i o porlu!nJez do xv1 serulo


c~rgundo o modelo exl~tente na escola naval L. L. F~llNAi\lli;S 1'1:\HFIRO.
de Lisboa).
W"'.·
,,...,. .:
~-·

Padr~o. IJUI' o~ Pol'ltlltli<'7.C~ collocavam


nns terra~ que !:1111 dc;.col)l'lndo.

DIVISÃO DA HISTORIA DO BRA ZIL

A Jlislo?·i:t !lo Brnzil púdc-se dh·idir· em 7 períodos, a


saber·:
1o Período - Desde o !'CU dcscobrimenlo aló o do-
mínio hespanhol {1500·1580).
20 Período - O Brat.il debaixo do domínio hespan hol
(1580- 16'•0).
30 Período - Desde a Hestaur•açi.1o de Por lugal a té a
chegada da família r·c:1.l ao Br·nzi t (16'•0- 1808).
'to Pcr·iodo - [)csdf' a chPgada da famí lia r·cal alé a
indepcnucnein do Br·nr.il {l!!ll!! 18~2).
5" Perinclo- nr.inado de 1>. Pedr·o I (1822-1831).
6° Período- Hrin:HIIl rlc. n. l't><lrO 11 (18:!1-1889).
7o Período- Hepuhli<·a ( 1!l!l~l-190:í).
III.~COBRUIEl\ ro 00 BRAZ IL

PEH.lODO I
í DESDE O DESCOBRIMENTO DO BRAZIL ATE O
DOMINIO HESPANHOL (1500-1580)

Descobrimento do Braz.ll

P. Por quem fo i descobe1·to o JJra;.il?


R. O Brazil foi descoberto pelo almirante
port ugucz Pedro A!Yart's Cabral.
P. Quando teJ•e Lutrar este descobri menlo?
R. Teve lugar a 22 de Abril de 1:100, reinando
em Portugal el-rci D. Ma-
nuel.
P. O que deu occ,ui,w
a este notavel aconit?CI-
menlo?
H. O descobrimento do
Bruzil foi um eíTcito d<>
acaso. ?\avegava Cabral
para a India, quando,
I'EORO AL\'AJIES CAllRAl
para evitar as calmarias
CaiJral.
M.mumrnto lnnugurado no Rio de Janeiro por occasião du da costa d'Africa, afas- Segundo uma pmtura
IV centenarlll da d r~robPrln dn Jlrutl. to u-se tanto d'ella, que existente em Lisboa.
OESCOili\IMbtiTO 00 üllAZIL
13
orscouunn::ITO oo BRAZIL
veio a avistar do lado do Occidcnle uma lerra
desconhecida.
P. Que nome r·ecebeu a uova terra descoberta
por Cabral?
R. Cabra l deu á nova terra o nome deVera-
Cnt,, que depois foi mudado no de Terra da
Sanla-Cru,, c mais lard e subslituido pelo nome
-5-
~
·;:;
aclual de B1·a{il.
P. D' onde se deriv ou esle nome de Bra!(il?
"tt
i: H. O nome de Brazil derivou-se da grande
..,... abundancia que na terra havia de páo Bra1,il,
.:=
"E c;..cellenle para a tinturaria, cuja côr vermelha
"
--:
..., se parece muito com a da bra1:a .
~

? P. Em que p011/0 da costa fundeou Cabral?



R. Cabral, depois de descobrir o monte Pas-
""
E:
choal (1), foi fundear na enseada de Porto- Se-
·;::;
".... guro, onde se demorou alguns dias, seguindo
:::1

~
- depois para a India.
P. Que se passou de nolaJ•el em. Por lo-Seguro?
o;
.!>
R. Cabral tomou ahi posse da nova terra
.,"<.>
o" ~ para a corôa de Portugal; c o guardião francis-
cano frei Henrique de Coimbra celebrou no
domingo da Pnschocla a primeira Missa que
se disse no· Brazi l.

{ll O moulc Puschoal foi o p•·imeil'O ponto da costa do


B!'azil que Cabral avistou : foi a~sim chamado por ler
sido descoberto no oilavario da Puschoa.
PO\ OS INDIGI!:-IAS DO 8RAZIL
15
POVOS I\[)ICENAS 00 DRA7.1L

entre Santos e Rio-Grande do Sul ; os Tupinam-


Povos indigenas do Brazil bás e os Tupiniquins, no estado da Bahia; os
Cahetés e os Tabayares, em P ernambuco ; os
d poPos ltabitaváo 0 Bra.,.il
d p · Que 1. na epoclta Pitagoares, na Parahyba e Rio-Grand e do
o seu escobrimenlo?
~orle .
.·R. O Brazil era habilado poi· mats . . ci e cem P. Quaes eráo as outras principaes naçfíe~ in-
1II1JUS ou naçücs de I n d IOS
' se. Ivagens.
digenas?
p. Qual era a principal d'e ~
!ndios? ssas naçoes de

U~ten~lllo~ e instrumcntog dos Tndio~.

Annas c adornos dos lntlios. R . Notavão-se ainda : a dos Tapuias, no Norte


do Brazil, que cont~wa mu itas lrib us sendo a
R. A princi pa l era a na ção dos T . dos Aymo1·és a mais feroz; a dos Goytaca;es,
dominav· · upzs, qu e
d' ·r cl em grande cxlcns·io ' u.~ o l"Lt · f esc
L ora que occupava parte elos estados do Rio-de-Ja-
t VI < ra em muitas lribus dislinclas. , n eiro e de Minns ; a dos Guayana{es, nas pla-
P. Nomeai alg umas das tribus mais nicies d e Piratiningn (S. Paulo); a dos Guaycu-
lanles? impor-
nís, in<Iios caYallcit os, no eslndo de J[allo-
~· As lribus mais importantes e rão : os Ta- Grosso; r te.
motos, no estado do Rio de Janeiro ., os Carz;"ós,
PRIMEIRAS EX PLOR \ ÇÕES DA COSTA 00 BRAZIL 17
POVOS I NDIGENAS D O BRAZIL

( P . Juaes erão os usos e costumes caracteris- P . Que t·eligião pt·ofessaJ'áo os Indios do Bra-
zcos . essas tribus selJ'agens? '{il e quaes erão os seus sacerdotes ?
R. Vivi à o errantes; andavão em nudez . R. Póde-se dizer que os lndios do Brazil não
.
completa ' Ltazen<. 10 apenas enfeites d quast Linhão religião ou culto algum. Seus pagés erão
de var ias c· r e pcnnas
ores; a tmenlavão-se da caça, da pretendidos feiticeiros e adevinhadores, que vi-
vião retirados em palhoças c em grutas, c exer-
cião immenso imperio nos animos dos selva-
gens.

P r imeiras explorações da costa do Bra:z:il

P. Que .fert el-rei D. M auuel quaudo soube da


descoberta do Bnt,il?
R . El-r ei D. ~In nuel mandou duas expedições
eJo.plorar o \ittoral: a p1'imeira, em 1:J01 , sob o
commando de Gonçalo Coelho; a outra, em
l:J03, ás ordens de Christovão Jacqucs, vindo
em ambas como piloto o famoso Americo Vcs-
Taba india. pucci, que deu seu nome á America.
P. Que expedição foi euviada ao Bra1_il no
pesca, de fnt ctas c raizes . guerr - r·einado seguinte?
contin uo umas ás o u tr as. , e a teavao-se .
11 1 0 ó
de R. D. João UI, filho ~ successor de D. Ma-
quasi todas devo ra - ' . '. P pbagas nuel, expedia em 1526 Christovào .Jacques com
p ' vao os pnswneiros.
R. De qu.e a~mas se servião os Jndios do Bra.,.il? uma esqnadra de Gnavios para guardar a costa
. As pnnctpacs armas e.- t aooarcoea ll "1 elo Brazil contra os estrangeiros, que vinhiío ahi
que maneja vão conl a (lm1ravel . dest . , ec l a, fazer carregamentos de páo brnzil.
. d unssmlO
maça ou clava ' fei ta (I e pao . . l eza, c a P. N áo fundou ChristoJ•áo Jacques alguma
e d
a q ue chamavão tacape. pesa o, feitoria 11a costa do Bra,il?
18 P RI\I F. I RAS llXPI.OR IÇÔF.S DA COSTA 00 IIRA71f. AVENTURA~ UL OIOGO AL\'Af\ES L DL fl\MALIIO 19

R. Chrislovão Jacq ues fund ou em Pernam-


buco a feitoria de Itamaracá, que mais tarde Aventuras d e Dío go Alvares e de Ra m a lho
cahio em poder dos Francezes, mas foi-l hes
logo retomada. P. Que naufragio memoraJ'el se deu em 1510?
P. Que com missão coufiou el-rei D. João 1/I a R. Em 1510 naufragou nos haixios ao Norte
111ar fim Affonso de Souí.a? da Bahia de Todos os Santos um n avio porlu-
H. :\Iartim Affo nso de Souza partio de Lisboa guez; os naufragas q ue se p udérão salvar, farão
em 1530, com uma esquadra d e cinco velas pnru devorados pelos Tupinambás.
da r pr inc ipi o á colonisação do Rrazil, e imped ir p. N áo escapou uenhwn a láo triste sorte?
q ue os F ra ncczes o u outra qu alq uer naçno ahi R. Só u m escapo u , que foi Diogo Alvar es
fun dassem esta belecim entos.
Corrêa.
P. Que praticou A1artim Affonso de Sow;:a p. Que jef{ elle para que os Tupinambás o
digno de meução?
poupassem?
H. ~1 artim Afl'onso de Souza ap risionou trcs R. Matando um dia Diogo Alvares um pas-
navios fra ncczes na altura do cabo de S. Agos- sara á vista d os selvagens com a espingarda
tinho, c seguindo para o Sul, percorreu toda n que salvára de bordo, cheios de lerror come-
costa a lé o Rio da Pra ta sem encontrar 1H'nlnm1 . - e lles 'a bNri lar .• Caramuní'• Caramuní!
çarao '
estab eleci mento de Jlespanhócs. nome por que ficou elle sendo conhecido.
P. Que colonias fundou j\{a1·t i m Affnll!w de p. Que significa a palav1·a Caranwrú? ~
SOU:jt:l?
R. Q uer dizer homem de Jogo, filho do t1·o~ao .
R. Volta nd o do R io da P rata, :\fartim Affo nso p . Como lralárão depois os indigenas a Dwgo
de Souza fun do u n a b a h ia de Santos a colo n in
Alvares?
de S. Viceute, c dez lcguas para o mterior a de P. Os principaes ch efes dos T u p inam bás
Pira/ininga. q ue foi origrm d a ridnde dr S. preslárão obediencia a Diogo Alvares, e lhe
Pa ul o ( l :í32).
offerecêrão suas filhas por esposas.
p. Onde fixou Caramurú sua residencia?
R. Caramurú fixou sua residencia no logar
o nde depois foi fundada Villa- Velha .
21
20 01\I S\0 llO llllA/IL n1 C.\PITAI\ 1\ ~ IIISTOIIIA O.\ H '\ll\Ç\U ll \S C\l'll \'11\~

P. N.io voltou Cara mune nunca lllt1lS a R. D . .Joüo UI dividia o Brazil em capitanias
Europa? hereditarias de quarenta, cincoenla e mais
H. Sim : embarcou-se com sua mnlhcr, a ]cuuas de costa.
famosa P .v·.1guassú, em um navio frauce.r. que p. A quem foráo dadas essas capitanias?
aportára a Bahia. R. Essas capitanias !'orúo dadas a vassallos
P. Que acolhi menlo encontránfo elles em hcncmeri los com a ohrig:u;üo de crearem n 'e lias
França? <.'slalJclcci mentos permanentes à sua custa.
H. Forào bem recebidos na cÔ!'Ie de llenriq ue p. Quaulas c.1pitauias for.w creadas no Bra-
li, c Paraguassú foi enl:'io baptizada com o -:;il?
nome de Catharina. H. Farão creadns doze capitanias. mas só se
P. Quefet depois Caramurú? sahcm os nomes de dez, a sahc1 : S. Vicente,
R. Nào podendo ir a Portugal, Cara mu r li en- S. Amaro, Para!tyba-do-Sul, Espirilu-Sauto,
viou a D . .Joüo llf informações de suas aven- p 01·to-Segm·o, Jlhéos, Bahi.1 de Todos-os-S.m.los,
turas, c voltou a Bahia. Pernambu..:o, Ceará e lvlanmhão.
P. Que az•enlttras succedêráo a João Ramalho?
H. Havendo naufragado n a costa de S. Pau lo, Historia dn fundação Jas capitanias
Íl'\'e .lot'io Hamalho a felicidade de agradar a
'J'ibirerâ, chefe dos (;uayanazcs, que lhe de u P. Oue sorte LeJ•e a capitmlia de S. Yicente?
sua Jill.:.1 em casamento. l\
H. capitania d e S. Yiccntc foi uma das que
P. Que sen•iços preslárão Caramurú e Ra- mais prosperárüo.
malho aos Porlugueíes? p. Quem foi 0 don.ttario da c.1pi tanza de S ·
H. Caramurú c Ramalho aj ud:lr<lo muito aos Fh·enle?
Portuguczes na grande obra da colo nizaçao do ... H. Foi l\lartim All'onso de Somm .
13ntzil. p. Que {e;. elle para a prospe!'idadc da capi-

Divisão do Brazil em capitanias 11584),


lani<l?
H. Tendo concluiclo alliança com Tibireçá,
P. Que fe'í. el-rei D. João li! para coloni1_ar o chefe dos Guayanazes, Martim Ail'onso de Souza
Bra1,iL? fez alli plantar as primeiras canoas de assucar,
22 IIISTOR I.\ DA FUNDAÇÃO DAS CAPITA S . VICENT E, S. AMARO , PAIIAIIY BA 23
;oiiAS 00 SUL

que vierã o da ilha da Made ira, e criou o pri- P. Que sorte te11e a capit ania da Para hyba
meir o gado , de sorte que foi da capit ania de do Sul?
S. Vice nte que as outra s se abasl ecêrã o. R. Esta capit ania foi uma das que não vin-
gárão .

P. Que lerrit orios abra11gia a capit ania de


S. Ama ro?
R. A capit ania de S. Ama t·o comp unha -se
de dous senh orios mui lo afast ados um do oulro
,
com clous estab eleci ment os, um na ilha de S.
Ama ro, prox ima a S. Vice nte, e o outro na ilha
de llam aracá, na costa d e Pern ambu co.
P. Quem foi o dona la rio da capit ania de
S. Ama ro?
R. Foi Pcro Lope s de Souz a, irmã o de l\far-
lim Affonso de Souz a, clona tario da capit ania
Antiga po,•oaç ãu o.! a P:trah) lia.
d e S. Vicen te.
P. Que successo obteve Fero L opes na sua
empre1.a? P. Quem fiot. o dOI1aial·io da capi /allia da Pa-
R. Pero Lope s de Souz a não foi feliz na s ua rahy ba do Sul ? . .
empr eza. Vollo u para Portu gal, deixa ndo para R . Foi Pedr o d e Góes ela SJlvc ml.
. 9
admi nistr ar a sua capit ania a Gonç alo Affonso p. Que acOIIIeceu a este dona tm·lo . ~
e m S. Ama ro, e a João Gonç alves em Itam a- R. Depo is de ri nco :-~ n nos de g~~rr r~ co~l o.,
racá, e perec eu em um naufr agio perto d e Ma- Goyt arazc s, P edro de (~úes. da Sdvr u·a vJo-sc
claga scar, quan do volta va da lndia . força do a evacu a r n cnpll ama.
24 lllSTORIA DA FU~D~ÇÀO DAS CAPITA~IAS 25
ESPIRITO SAt\TO, POIITO S t:<:t 110, ll.lll'<l!i

P. Como se fundou a caritania do Espírito- P. Quem foi o donatario da capitania dos


Santo?
R. Yasco Fernandes Coutinho, seu donal'lrio,
!llzéos? , .
R. Foi .Jorge de Figueiredo Corrca. .
lrou:-..e muitos colonos, contando-se entre elles
p. A quem encarregou este i ona t ar w de to- L
varios fidalgos, c fundou, n' uma bahia ao ~orle
mar conta da capl't anla
. ·9
do Rio de Janeiro, a villa de Nossa Senhora
da Victoria.
P. Porque lhe derão este uome de Nossa Se-
nhom da Victoria?
H. Dcnio-Jhc o nome de Nossa Senhora da
Yictoria em razão das victorias alcançadas
sobre os (7oytacazes.

P. Quem foi o dona ta rio da ca pit.mia de


Porto-Seguro?
H. Foi Pedro de Campos Tourinho.
P. Que sorte coube á capitania de Porto-
Clle~ad a rlo> ' . co lllll)~
pl' illlCirllb 1 -o ~ llhcu~.
Segtwo? · · ·

R. A capitania de Porto-Seguro foi tima das


R. Jorge de Figueiredo Con~ên encat-r~g~u de
que prospernrão.
'1 da su·t cat1ilama ao hesthlnhol
P Como se hotwe o donatario com os indi- lon1ar con l < • < , , • •cr
Francisco Homero, para n:lo !H:~·der o c_~,~r:• c~o
[Jenas?
. J> rlugul de cscrn ao da f.lzctHI ,l.
R. Pedro de Campos Tourinho travou rela- que cxcrcw em 0 · · ios
ções a migavcis com os Tupiniquins, e dislri- p. Porque uao ~
p1·osp e1·ou a c"1ptlanw L
lntio-os rm povoaç·õcs. nas qnaec; introduzia a f lhéos? · "Jle ·on
· dos Ilhéos nao pr0 :s 1
R A capt-1ama '
policia c os costumes europêos.
. . d' )Oslo Homero com os colonos.
por ler-se m lSl
BAHIA, PERNAMBUCO , CP.ARÁ
27
26 HISTORIA DA FUNDAÇÃO DAS CAPITMiiAS

P. Quem foi o donatar io da capilauia da P . Moslrárão-se os Tupinam bás por muito


Bahia de Todos-o s-Santos ? tempo hostís aos Portugu e\es ?
R. Foi Francisc o Pereira Coutinho, que se R. Não; sentindo logo a falla de certos arli-
havia anterior mente distingu ido nas guerras da gos europêos, os Tupin ambás fizerão a paz com
India . Coutinh o.
P. Que je1_ então o donatar io?
H. Coutinh o embarco u-se para a Bahia; mas,
naufrag ando na ilh a de llaparic a, elle e os seus
perecêrã o ás mãos dos Tupinam bás (15-17).
P. N áo escapou nenhum dos naujrag os a esta
canti.fici na ?
n. Caramu rú e alguns de seus compan heiros
foriio respeita dos p elos selvagens, c vollát·ào a
residir na Villa-Vclha.
P. Que foi feito da capitani a por mo1·te de
Co uti11ho?
Pcnlnsula de Hapaglpe <}Jn 1 ~9 tDahia de Todos os Santos). H. Por morte de Coutinh o a capitan ia da
Bahia de Todos-os-Sa ntos r everteu á corôa de
P. Onde se estabeleceu este donalar io? P ortuga I.
R. Coutinh o veiu estabelecer-se na Villa-Ve -
lha, onde residia Diogo Alvares (o Ca.ramurú.)
P. Como t1·atárão os Tupinam bás a Couti- P . Como se fundou a capitani a de Pernam -
nho ? buco?
R. Pratican do os colonos toda a sorte de vio- R. Duarte Coelho Per eira, seu donatar io, fun-
lencias e rapinas, os Tupinam bás, depois de dou o seu primeir o estabelecim ento em Olinda.
longa e encarniç ada guerra, obrigárã o o dona- P. Foi elle bem succedido na sua empre{_a?
lario a refugiar -se na capitani a dos Ilhéos com R. Sim; a capitani a de Pernam buco foi de
lodos os seus, inclusive Caramurú.. todas a que mais floresceu e prosper ou.
28 PRI&IEIRO 1:0\ ER'i I DOR GF.RAL DO ORAZIL PRni EIRO GOVERNADOR GERAL 00 BRAl\IL 29

p. Como se how•e Coelho Pereira com os indi- R. O primeiro governador gc1al do Brazil foi
genas? Thomé de So uza, que já se ill uslrara nas guer-
H. Teve que sustentar porfiada guerra com ras da Africa e da India.
os C~hctés, e sahio triumphanle com o auxilio P. Que 1·a:róes levá1·áo el-rei D. João JJJ a
dos fabayarrs, seus alliados. crea1· um go11erno get·al no Bra{i l?
R. D. João UI creou um governo geral, afim
p · Quem foi o donalario da capitania do que os colonos das diversas capitanias, reu-
Ceará? nindo seus esforços em roda de um poder
R. Foi Antonio Cardozo de Barros, mas nno director , podcssem conler os selvagens e mal-
c~nsta que fizesse empenho algum para colo- lograr qualquer lenlativa das oulras nações eu-
mzat a sua capitania. ropéas contra o Brazil.
P · Quem foi o doual.1rio da capitania do M C!- P. Quando veio Thomé de Sou{a par·a o
rauhão? · Bra~il?
R. A capitania do Maranhão, a maior de lo- R. Thomé de Souza partio de Lisboa a 2 de
das, foi doada ao celebre historiador João de Fevereiro, e chegou a Bahia a 29 de Março de
Barros, que se associou com Fcrnanuo .\h·ares 1549 com 6 navios, trazendo muilas familias,
de Andrade c .\yrcs da Cunha. 600 homens de armas c 400 degradados.
P· qu:
succedeu â p-r,wde e.x:pediçáo que elles P. Que missiouarios 11ierão em companhia de
mandarao para coloni!íar a capitania do Ma-
Thomé de Sow;.a?
ranhão? R. Com Thomé de Souza vierão 6 Jesuilas (1)•
R. A expedição que cllcs mandárào perdeu-
se, ao chegar ao Brazil, em uns bahios, pere-
cendo quasi toda a gente. (1\ A ordem dos Jesuilas ou Companhia de J esus foi
fundada em 153? por S. l gnacio de Loyola, e lem por fim
a salvação das almas e a maior gloria de Deos. Dxlincta
Primeiro governad or geral do Brazil (1 549-1553) em 1?73 pelo papa Clemente XIV, foi restabelecida em
181't por Pio VTI. Deu á Egt•cju muitos c grandes santos:
p. Quem foi o primeiro governador geral do S. Ignacio de Loyola, S. Francisco Xavier, S. Francisco
Bra1_il? de Borja, S. Luiz Gonzaga, S. Eslanisláo Kostka, S. Fran·
30 PRUIEIRO GOVERNAD OR CERAL DO RRA7.1L
SERVIÇOS PRESTAD OS PELOS JESUI'rAS

os primei ros que aporlá rão á Ameri ca trazen do


por superi or ao P. 1\I;.muel da Nobrega.
Serviço s prestad os pelos Jesuita s
P. Que Je\ Cm·amurzí á chegad a do gove1·-
uado1· geral'? p. Que se1·viços prestá ráo os Jesu.itas no Bra-
R. Caram urú veio logo presta r obedie ncia a
~il? . -
Thom é de Souza c assegurar -lhe a am izade dos R. Desde sua chegad a empre gara o-se os .J ~-•
Tupin ambás . suitas com incans avel zelo na conve rsão e ctvt-
P. Que cidade fundou Thomé de Sou\a no
lisaçào dos lndios .
Bratil ? p. Que obstacu.los encout ráráo elles u' essa em-
R. Thom é de Souza fundou com o auxilio
vre~a?
dos Tupin ambás a cidade de S. Sa!J•ador, em R~ Os Jesuila s tiverão que lutar, não só com
uma altura escarp ada pouco distan te da praia immen sos obstac ulos da parle dos selvagens:
e da Vi li a- Vclha. cuja inclina ção para a antrop ophag ia era c~uas:
P. Como progre dia a cidade de S. SalJ•a dor? invcnc ivcl; mas sobret udo conlra a cobJça c
R. A cidade nascen te progre dia rap idamr nte lascivia dos colono s Porlug uczes.
com os soccor ros que vicrão da metrop oll'. p. Que malda des pratica váo pois .os_ colono s?
Entre os cdificios mais impor tantes notava -se R. Os colono s reduzi ào á escrav tdao os po-
o collcgio dos Jesuita s. bres indigenas, c lomav ão-lhc s as mulhe res e
P. Que Je'i. Thomé de Sou:{_a depois de fun-
as filhas.
dada a cidade de S. Sab,ado1·? p. Que resulta dos obtiver ão os J esuitas de
R. Visitou depois as capitan ias do Sul, in- . 9
seus t1·abalh os aposlolzcos.
spccci onand o as suas fortificações e regula ndo R. Á força de pacien cia e com o e::-emplo de
a admin istraçã o da justiça . uma vida edifica nte e desint eressa da, con~e­
.
cisco Regis, S. Francis co de Jeronym o, o B. João de o
auirão os Jesuila s conve rter varias tribus , exllr-
. .
panda d'ellas os seus usos abomm aveiS.
Brito (portuguez), o B. Pedro Canisio, o D. João Ber·ch-
mans. o B. Pedr·o Clavcr·, o B. Affonso Rodrigu es, o B. p. Além da catheche~e dos Jndios, em que se
Bobola, varios Santos ;\Iar'l) res do Japii.o, os 40 Marlyre s occupavão ainda esses ~elosos missio nar·ios ? ,
do Brnil. etc. n. Os J esuitas occup avão-s e lambe m em cai-
SECUNDO COVI:RN~UOR 1\ERAL DO BRAZIL 33
32 SECU;'\00 COVF. RJ\AD OR GE RAl, 00 nn IZII.
de São P a ulo (23 de Janeiro de 1554), o collegio
rigir a imm ora1idade dos colonos, c e m ins- tomou o nome d'este Aposlolo, cujo nome se
lruil-os na r eligião c na pra tica das Yirtudes estendeu m ais tarde á cidade alli fundada e a
chrislãs. Al.Hirào la mbem exccllcnlcs coll cgios toda a capi tania.
para inslrucçào da mocidade. p . Que perseguição so.ffreu o n0110 collegio '?
R. Os Jesuitas, prolector es constantes dos
Segundo governador geral do Brazil (1553-1558 ) Indios, virão-se logo perseguidos p elos Mame-
lucos (1).
P . Quem succedeu a Tlzonté de S ou1a 110 go- p. Que .fií.e1·áo estes malfeitores aos J esw.tas .9
verno geral do Bratil '? R. Os Mamelucos, excitand o varias tribus,
R. A Thomé de So uza s ucced eu Dua rte da atacárão o collegio d e S. Paulo; farão porém
Costa em 1553. rep ellidos pelos Indios convertidos, a quem o
P. Como J'eio acompanhado Duarte da Costa:; P. Anchieta fizera pegar em armas.
R. Yicrào com Duarte da Costa 16 J es uil<ts, p. Como procedeu o go11ernador geral a res-
en tre os quacs se no taYa J osé d e Auchirlt peito d'estes aggressores?
destinado a ser o Apostolo e o Thaum~ilurgo d~ R. Duarte d a Costa mostrou-se pouc o severo
Braz iI. com os aggressor es, o que originou serias d esa-
lJ. De que commissáo fo i encarregado o P. venças entre elle e D. P edro Fernandes Sar-
A nchiela? dinha, primeiro bispo da Bahia.
R. O padre An- p . Que je'{ afinal es te prelado'?
chieta foi enca rrega-
do da fundação de
( I) Erão a~sim cha mados os mestiços descend~nles
um col lcgio nas pln-
das raças porl.Jgueza e indigena. Erão elles os mat.ores
nicies de Piraliningn. inimigos dos Indios, que elles capturaviio para os virem
P. Que nome foi vender aos colonos, indo p1·ocu ral-os alé no Paraguay,
dado ao collegio de nas tranquillas Rcdttcçües dos J esuit.as, os qua.es, para
r echaçar tão formidavcis inimigos, virão-se obrigados a
~ , Piratininga'? exercitar nas armas os pobres 1ndios, que d 'antes só se
R. Sendo fundado occupavão na cultura de seus campos.
O padre Ancl.llcta. no dia da conversão 2
34 SECUNDO GOVERNA DOR GE RAL DO BRAZIL
TERCEIRO GOVERNADOR GIIRAL DO BMZIL 35
R. O. Pedro F ernandes Sardinha embarcou- P. Quando Jalleceu el-rei D. João 111, e quem
se para Portugal, afim de pedir providencias a Lhe succedeu no throno de Portugal?
el-rei. R. D. João III falleceu em 1557, e succedeu-
P. Que catástrophe succedeu a este bispo ? lbe o seu neto D. Sebastião, que apenas contava
H. ~aufragando entre os rios S. Francisco e 3 annos de idade, tomando as r edeas do go-
verno como regente sua avó a rainha D. Catba-
rina d'Auslria.

Terceiro governador geral do Brazll (1558-1572)

P. Quem foi o 3° governador get·al do


Bra~il?
R. O 3o governador geral do Brazil foi Mem de
Sá, que succedeu a Dum·Le da Costa em 1548.
P. De que o incumbio o governo porlugue~ ?
H. O governo portuguez incumbio aMem de
Sá de expulsar os Francezes da bahia do Rio
M atan ~a tlu I • hbpo da Bahia e IIC ~~~us cuntpauhciros. de Janeiro.
P. Como deu elle cumprimento a esta ordem ?
Cururipc, o bispo e toda a tripolação do navio R. Mero de Sá partio da Bahia para o Rio de
forão devorados pelos Cabetés (1556). Janeiro em 1560, e lendo recebido os reforços
P. Que outro Jacto importante se deu no go- que o padre Nobrega fôra buscar em S. Vicente,
1•erno de Duarte da Costa ? atacou e tomou o forte de Coligny. que elle
R. Foi no governo de Duarte da Costa que o mandou demolir.
calvinista francez Nicoláo Durand de Villega- P . Que outro triumpho alcançou M em de Sá?
gnon levantou o forte de Coligny n'uma ilha R. De volta a Bahia, Mem· de Sá marchou
da bahia do Rio de Janeiro, que ainda co11serva contra os Aymorés, que assolavão as capitanias
o nome do seu fundador (1555). dos llhéos e de Porto-Seguro, destroçou-os em
DO DRAZ IL 37
T ERCEI RO GOVERNADOR GERAL
DO BRAZIL
36 TEII CJ::I RO GO HilNA DOR GE RA L
fome
m-se R. A epid emi a das bex igas e dep ois a
vari as com bate s, obrigando-os a reti rare e nos
caus árão imm enso s estr ago s nos colo nos
mui to para o interior (1561). gran de num ero
tempo Indi os domestic ado s, que em
P. Que uova luta surg io por esse mesmo
no Sul do Bra:{Jl '? fugirão para os mat os.
er a
entr e P. Que f e{ o goJJerno portugue:r ao r eceb
R. Os Tam oios , senh ores de todo o paiz ?
árão uma noticia da pafí. con clwda com os Tam oios
o Rio de Janeiro e S. Vicente, form fun-
nias R. O governo porl ugu ez r esol veu entã o
formidav el conf eder ação con tra as colo Jan eiro ,
port uguezas . dar uma colo nia n a bah ia do Hio de
? e expu lsar d'ah i os Fra ncezes.
P. Como se sahírão os Tam oios n'essa empre~a i por
no ataq ue da P. Não tinháo já elles sido expu lsos d'alz
R. Os Tam oios farã o repe llido s
sob M em de Sá?
villa de S. Pau lo pelo s Indi os con vert idos r os
reçá . R.l\ Iem de Sá não fizer a mai s que desa loja
o com man do do cele bre Tibi rão-sc
- Fra ncezes da ilha de Vill egag non ; forlificá
P. For áo os T amoios batidos nos outr os pon o a occ upa r
tos'? porêm elles no cont inen te e lor nárã
etira do.
São a .ilha apen as os P ortu guezes se havião r
R. Não ; os Tam ois farã o victoriosos em lsar os Fra n-
ond e P. Quem foi enca rreg ado de expu
Vice nte e na capi lani a do Esp írito -San to,
filho do cetes da bahia do Rio de Jan eiro ?
mor reu com bate ndo Fern ão de Sá, cio
H. Foi enc arrega do d'es ta emp reza Esta
governad or gera l.
fiad a de Sá, sob rinh o do governa dor gera l.
P. De que man eira acabou esta por de
gue rra? P . Qua ndo cheg vu Esta cio de Sá ao Rio
Ta- Jane iro?
R. Tinh ão-s e reun ido toda s as tribu s dos cio
pad res R. Em :\Iar ço de 1563 dese mba rcou Esta
moi os para um ataq ue gera l, qua ndo os o ao
patr iotis - de Sá no port o do lH o de Janeiro, junt
Nob rega e Anchieta, cheios de zelo e xera de
long os Pão d'Assuca r, com as forç as que trou
mo, farã o ter com os selvagens, e apó s nas di-
ro, con- Port uga l e as que foi poss ível reun ir
pad ecim ento s e prov ações de lodo gcne
versas capi tani as.
segu irão fazer a paz com elles (15G3). da
P. Que 1·esislencia encontrou Esla cio de Sá
P. Que outras cala midades pesá rão po1· esse
part e dos France;_ es ?
mesmo tempo sob1·e a B ahia '?
38 TERCEIRO GOVERNADOR CERAJ.. DO ORAZIL FUI TRACICO DF D . LUIZ DE \'ASCO:I'CELLOS

R. Erão osFrancezes tão superiores em forças,


que osPorluguezes por muilo mais de um anno Fim traglco de D. Luiz de Vasconcellos (1570)
a penas podérão manter-se em suas fortificações.
P. Como Joráo em.fim os France{es expulsos P. Quem foi 11omeado para sueceder a Aiem de
da bahia do Rio de Janeiro? Sá no governo p:eral do Bt·a,il?
.R. Tendo chegado afinal o governador geral O nomeado para succeder a Mcm de Sá foi
com reforços a 18 de Janeiro de 1567, forão D. Luiz de Va:;concellos.
dous dias depois ilwcstidas e tomadas todas as P. Que fim tragico leJ'e esle governador get·al:"'
posições dos Francezes (1). R. Vinhn Vasconcellos tomar posse do seu
P. Que perda sensível sojJt·êráo os Portu- cargo, acompanhado de quarenta religiosos da
gue'l_es n' esse a taque? Companhia de Jesus, quando a sua frota foi
H. A victoria custou a vida a muitos bravos, atacada pelos corsarios protestantes Jacques
entre outros a Estacio de Sá, que foi ferido no Sore e .João Capdevillc. Vasconcellos morreu
rosto por uma flecha. c01nbatcndo, e os Jesuí tas forão marlyrisados
P. Depois d'esla assignalada victot·ia que {e1_ (1570) : são estes os -10 :\Iartyres do Brazil bea-
e goJ•et·nador geral? tificados por Pio IX.
H. Lançou Mcm de Sá os fund amentos da
cidade de S. Sebastião, assim chamada por ter Divisão do Brazil em dous governos (1572-1577)
sido no dia deste glorioso martyr que se alcan-
çou a victoria (20 de Janeiro de 1567). P. Que alteração foi feita na administração
P. Quem foi o primeiro governador da 11011a do Bra,il depois da morte de D. Lui'{ de Yascon-
cidade? ccllos?
H. O primeiro governador da cidade de S. Á vista dos rapidos progressos da colonia,
Sebastião ou Hio de Janeiro foi Salvador Corrêa resolveu a côrle de Lisboa dividir ..> Brazil em
de Sá, sobrinho de Mem de Sá. dous governos geraes distinctos.
P. Quaes farão as sédes dos dous got,ernos
( 1) Erào cs.tas o fot•lc ue U1·açumi1·i, leYantado scgu ndo
uns no conllnente, segundo uulros na ilha de Villega- geraes?
gnon; e o forte de Paranapucuy, na ilha do Governador. R. A cidade da Bahia ficou sendo a séde do
40 DI V I S ~ O DO RRAZI L E\1 DOUS r.O VE R"iOS
Ql.illiTll GOl ERiiALh)tl Gt:RAL DO BRAZIL (t i
governo do Norte, e a cidade do Rio de Ja ne iro
a séd c do govcm o do Sul.
P. Que terrilo r ios comprehendia o go1'er no do Quinto gove rnador eernl. O Brazil p ass a pa ra o
domi nlo hespan h ol (157 8-1 580)
Sul?
H. O govern o do Sul compreh endia todas as
P . Quem foi o 5ogoJ•ernador ge1·al do Bral_il?
capi ta nias do Sul a começar da de P orto-
H. O 5° governador geral foi Lourenço da
Seguro.
Yeiga, que su cccdcu em 1578 a Luiz de Brito .
P . Quem jo1·áo os dous go1'ernado1·es-geraes?
P . Que calam idade acon teceu á monarchia
H. Os do us governa dor es geraes for:.io Lui z el e
porlugue~a no go1;erno de Lm11'e11ÇO da Veiga?
Brilo , do govemo do Nort e, c o Dr. Antonio
R. Foi n o p ri meiro a nno da adminis tração d e
Salema, d o go verno do Sul.
Lo uren ço da Veiga qu e se deu na Africa a ba-
P · Como pr·ocedeu o Dr . Salema com os indi-
talha d e A lquacer-qu ibirJ na qual pereceu el-r ei
genas?
D . Sebastião co m a fl ô r da no breza porlugneza
. R: O Dr. Anto nio Sa lem a extermin ou qu asi
(4 d e Agosto de 1578).
mlctram cnte a nação d os Ta m oios, c o bri ao u os
P . Quem succedeu llO throno a el-rei D. Sebas-
T upin ambâs a fugirem pa ra os scrtõ~s da
Ba hia . tião?
R. A el-r ei O. Sehaslião succedeu o Yelho
P. Para onde dep ois em igráráo estes selva-
cardeal infante D. Henr ique, q ue morreu em
gens?
principias de 1580.
R .. Vendo-se perseguidos p o r toda a parte, os
P. Quem succedeu a este car deal-r ei 110 throno
Tupmamb:is cmigr árà o p a ra o Norte e se esta-
he lccêrào n a m argem m eridional d o Amazo-
de Portugal?
H. Ao car deal D. IJcnriqn c s uccede u P hilip p e
n as.
11, r ei de H espanba, q ue foi acclam a d o r ei de
P. Quando fonnou de no1;o o Brar_il um só go-
Portugal n as côrtcs de Th o m a r (1580), passando
venw geral?
assim o Brazil e as demais colonias p ortuguezas
R. Em 1577 o governo do Hio d e Jane iro fo i
para o dominio h espanhol.
de n ovo subordinado a o governo da Bahia.
r~TAOO no nRA71L f\1 lfi80 43
TABOA CHRO:\'OLOGI CA DO PR IMEIRO PER IODO

TABOA CHRONOLOGICA DO PRIMEIRO PERlODO

RE{S DE PORTUGAL
PERIODO li
1495-1521. D. Manuel o Ventu1·oso.
1521-1557. - D . João III, filho de D. Manuel.
1557- 1578. - D . S ebastião, nelo de D. João III. O BRAZIL DEBAIXO DO OO MIN IO HESPANHOL
1578-1580. - O cardeal D . Henrique, lio de D. Sebas- (1580- 1640\
tião e irmão de D. J oão lll.

GOVE RNADORE S GERAES DO ll11AZIL

1549-1553. - to Thomé de Souza.


- 2o Duarle da Cosla. Estad o do Br azil e m 1580
1553-1558.
1558-1572. - 3° Mem de Sá.
1572-1577 . - i 0 Luiz de Brilo. P. Qual era o estad1 do Bra;_il quando
1578- 1581. - 5° Lourenço da Veiga. passou para o domínio hespanhol?
PIIINCIPAES ACONTECUIE'ITOS R. O Brazi I linha fc: lo progressos considc-
1500 . Descobrimenlo do Brazil por Cabral.
- raveis nog RO annos decorridos depois do seu
1510 . Naufragio e aventuras de Caramurú.
- descobrimento : a cidade da Bahia conla,·a já
1530 . Expedição de Marlim Alfonso de Souza.
- cerca de 10,000 hahilantrs .
1532. Fundação das col. de S. Vicen Le e Piralininga.
-
153r.. Divisão do llrazil em capilanias.
-
p . Como prosperava a capitania de Pernam-
IM7. ~!orle lragica de Francisco Pereira Coulinho.
- buco?
1519. Fundação da cidade de S. Salvador ou Bahia.
- R. Pernambuco aprcscnlnYa um aspecto mui
155't.. Fundação do collegio de S. Pa ulo por Anclllela.
-
1555. Conslrucção do r. de Colig ny po1· Villegagnon.
-
florescente, devido sobretudo a cultura da
1560. Tomada do fo1·1e de Coligny po1· i\lcm de Sá.
- canna de assucar, cujos engenh os não er:lo
1563 Paz celebrada <'om os 'l'amoios.
- menos de 6() .
1567. Ex pul~ão dos f1·ancezes elo Hio de .Janei 1·o (20
P. Como prO{fl·edia a capitania de S . ViceJJte?
Jan.) : fund a<;<io da cidade de S. Sebaslião.
1570. - Morte t1·agica de D. Lu iz de Vasconce llos. R. A villa cl'rste nome ia em decaden cia ; mn s
1572- 1577.- O Brazil dividido em dous governos geraes. em compensação prospcravão a vi !la de S. Pau lo
1578. - Batalha de Alcacer-quibil· c morte del-rei D . e a de Santos, que era o seu pdncipa l porto.
Sebastião.
DO DRA7.1 L o5
1

SEXT O t:OVE R'iAD OR GE RAL


!STA DO DO IIRA7.1L !11 1580

canit . "
P. Qual era o estado das outraç· :r amas Sex to gov ern ado r ger al (158
8-15 91)
R. As ou t rns capitanias apresenta - um as-
· vao
t por ém do Veig a no
p~c od pJouc~ ani ma dor 1 li ..
cxc epç ão
P. Qu em succedeu a Lourenço da
R
, á
e ane1ro ' que ' pc a ertiJJdade do sólo
lO
· g ifi e g ot'erno ger al do BraJ(il?
vanta.~osa situação da sua ma R. A Lo ure nço da Veiga succed
eu em 1583
. n ca hah ia,
pro me ttia já um bri lha nte fut um 1\Ianuel Tclles Bar reto , que foi
o pri me iro go-
lipp e 11.
ver nad or geral nom ead o por Plú
e a adm i-
P. Que occorreu de notavel dur ant
nistração de Telles Bar ret o ?
R. Na adm inis traç ão de Telles
Bar reto comc-
ios inglezes na
çár ão as depredações dos cor sar
Hc spa nha em
costa do Brazil, por ach ar- se a
e lug ar a con -
gue rra com a Ing late rra , c lev
ba (1586) .
quista c colonisação da Par ahy
Ba1·reto, e
P. Em que anuo falleceu Telles
quem lhe succedeu no pod er ?
R. Telles Bar reto falleceu em
1587, e succc-
dur ou qua tro
deu-lhe um governo inte rin o que
am but·o .
Alcacer da Boa Vis ta em Pern ann os .
aul e esse
P. Que occorreu de notavel dur
enas 9 Er ã
.P. Que me di:\eis das lribus indíg governo inte rin o ?
a expedição
am da .e/las for~zidaveis aos Por
.cs ? o
tug ue; R. Em 1588 chegou á Bah ia um
ze:· A exce~ça~ dos Aymorés e dos
. . .as demaJs tnh us selvagens csta
hci
Guayana-
(!cídas na
ingleza, sob o com ma ndo de Ro
gton.
ber to Wi lhr in-

v· . - os Jng le\e s?
costa desde ·Per nam buc o até S · lCente, hnh ao P. Que hostilidades praticá1·ão
sid
o ext erm ma das ou sub me tt'd as, ou ~'<'pelli- R. Depois de ass ola rem o Rec
onc avo , tentú-
das par a os sertões do int elio r.' ade da Ba hia ;
rão os lnglezes apo der ar- se da cid
SFTI\10 GOVPR:\'ADOR GERAl. DO BRAZ I I.
SETIMO GOVERNADOR GCRA I. DO 81\AZIL 47
mas forão repellidos ·a a . .
Christovão de Gou ,ê' gt ç s a energ•a do jesuita P. Quem era pois este Robel"io Dias?
" a, que fez pega
aos lndios convertidos. r em armas R. Roberio Dias era um descendente de Cara-
murú, que tinha ido a Madrid oiTerecer a Phi-
Setlmo governador geral lippe li o descobrimento de ricas minas de
prata, com a condição de lhe ser conferido o
P. Quemjoi 0 7 o governador geral do B .19 titulo de marquez das l\linas.
R. O 7o goveJ.na d Ol' geral foi D F. ra"'l .
. 1 P. Concedeu-l/te o monarcha esta me1·cé?
Souza que · · 1 ancJsco ele
1591. ' veJo render 0 .
governo mterino e•u R. Não lhe foi concedido o que requeria, e
Roberio resenlido levou para a sepultura o seu
segredo.
P. Que succedeu de importante no goverllo de
D. Fmncisco de Sou~a?
P. No governo de D. Francisco de Souza
tiverão lugar a expedição do corsario inglez
Cavendish con tra S. Vicente e Espirito-Santo
(1591), e a dos inglezes Lancasler e Venner
contra Pernambuco (1595).
P. Que {e1_ Ca11C11dislt?
R. Thomaz Cavendisb surprendcu os habi-
tantes de Santos a ouvir Missa, e como estes de
noite tivessem fugido para o interior com suas
Transmigrações para as minas. riquezas, por se terem entregado os Inglezes
p · Que projectos t1·a7ia D F. . aos excessos da intemperança , mandou Caven-
S oU';:a? 1 • 'anczsco de dish incendiar S. Vicente, c fez-se ao mar.
R. D. Francisco de Souza ve· P. Que aconteceu depois ao corsa1·io i11gle{?
ças de encontrar a . JO com esperao- R. Sendo arrojado por um temporal á costa
por um certo Rob s :nuD1~S de prata descobertas de Santos, Cavendish perdeu 25 homens que
el'JO 1as.
ali desembarcarão, e seguio pa ra o Espirito-
48 SUCCESSORE S DE o. FRA."C ISCO DE SOUZA SUCCESSORES DE O. FRANCISCO DE SOUZA 49

Santo, donde sendo repellido vigorosamente, e com·erlidos pelo jcsuila Domingos Rodri-
afasto u-se do Brazil. gues.
P. Que façanhas praticárão os outros dous P. Quem succedeu a Diogo Botelho 110 got'erllO
corsarios ingle;,es, Lancoster e Venner? a-eral do Bra\il?
0
R. Heun;ndo as suas forças, James Lancaster R. A Diogo Botelho succedeu D. Diogo de
e João Venner apoderárão-se do Recife d'ondc .:\[enezes, em 1608.
partirão ~arregados de despojos, have~do po- P. Que occorreu de notavel no governo de
rém perdido grande parte de sua gen te em uma D. Diogo de M eue,es? .
emboscada. R. O governo de D. Diogo de Menezes fo1
P · Que oull·o j'acto importante succedeu 110 assignalado pela crcação do primeir0 tribunal
goJ,erno de D. Francisco de Sou.l(a? da Relação do Brazil na cidade da Bahia em
R. .Nes!e governo teve lugar a conqu ista e 1609, pela colonisação do Ceará em 1610, e
colomsaçao do Rio-Grande de Norte (1597). pelo estabelecimento dos Francezcs na ilha do
Maranhão em 1612.
p. Quem foi o 10° goJ'ernado1· geral do
Successores de D. Francisco de Souza
Bra~il?
P · Quem succedeu a D . F1·ancisco de Sou\ a R . O 10° governador geral foi Gaspar de
como go1'ernador geral do Bm1.il? Souza, que tomou posse em 1612.
R. A O. Francisco de So uza succedeu Diogo P. Quaes joráo os fac!os nola1'eis que assigua-
Botelho, que tomo u posse em 1602. láráo o governo de Gaspar de Sou~a?
P. Por quemjoi uomeado Diogo Botelho? R. Os factos mais nolavcis do governo de
. R. Diogo Botelho foi nomeado por P hi- Gaspar de Souza lorão : a expulsão dos Fran-
l~ppe llJ , que succedêra cn 1598 a seu pai Phi- cczes da ilha do Maranhão por J cronymo de
hppe 11 nos thronos de Hespa nha c Portugal. Albuquerque e Alexandre de Moura (1615); c
.p · Que fac lo nolavel se deu no goveruo de a conquista do Pará e fu nd ação da cidade de
D 10go Botelho? Belem (1616) .
R. Os Aymorés, que assolavão as capitanias P. Quem foi o successo1· de Gaspar de Sou,a?
dos Ilhéos e de Porto-Segw·o, forão pacificados R. A Gaspar de Souza succedeu em 1617
50 TOMADA DA DAlilA P E LOS HOLLAND EZES TO~IAOA DA DAlilA PELOS IIOLLANOP.7F.S 51

D. Luiz de Souza, filho de D. Francisco de R. A côrte de Madrid, acordando-se emfim do


Souza, 7° governador geral. seu lethargo, exped ia uma grande armada com
P. Que alteração se jq então na administra- 12,000 homens de desembarque, sob as ordens
ção do Bra1il? do almirante hespanhol D. Fradique de Toledo.
R. Philippe IV, que succedera em 1621 a seu
pai Philippe UI nos lhronos de Hespanha e
Portugal, formou das capitanias do Pará, Ma-
ranhão e Ceará um governo á parte, a que
chamou J::stado do Ma1·anhão (1621).

Tomada da Bahia pel os Hollandezes

P. Quem foi o successo1· de D. Lui~ de Sou1a


no governo g~ral do Brai,il?
R. A D. Luiz de Souza succedeu em 1622
Diogo de l\lcudonça Furtado.
P. Que occorreu de particular no governo de
M eudonça Furtado?
R. Achando-se a Hespanha em guerra com a • Planta ria Bahia 1 üZ~ .

Hollanda , foi a Bahia tomada sem resistencia


p. Que triump!Io obteJ•e este almi1·au le?
por uma esquadra hollandeza ao commando de
R. D. Frndiquc de Tolcdo obrigou os Hollan-
Jacob \Yillckens, e o governador geral feilo
dczes a capit ul ar e Jorão elles conduzidos a
prisioneiro (10 de Maio de 1624).
Europa em navios forn ecidos pelo almirante
P. Quem vew succeder a Diogo de Mendonça
Fu1·tado ? para este fim (;'~faio ele lfi2S).
p. Que je'{ depois D. Fradique de Toledo?
R. A Mendonça F w·tado succedeu Malhias
R. D. Fradique de Toledo entregou depois o
de Albuquerque, governador de Pernambuco.
governo a D. Fran cisco de Moura Rolim (14o go-
P. Que fe{ a cô1·te de Madrid, quando soube
da tomada da Bahia peLos Hollande:;,es? vernador geral), e regressou para a Europa.
52 OCCUPAÇÃO DE PER!'AMRUCO PELOS IIOLLAXDEZES 53
OCCU PA Ç~O OI': PER:-iMIDt:CO PELOS II OLI.A~DEZFS

Recife pelo terror que se apoderara dos seus,


Occupação de Pernambuco pelos Hollandezes pôz fogo aos armazens e aos n avios ancorados
(1630-1654)
no porto, e retirou-se para a oulra margem do
P . Quem succedeu a D. F1·aucisco de Moura rio Capiberibe.
Rolim?
R. A D. Francisco de l\Ioma Rolim succedeu
em 1626 Diogo Luiz de Oliveira, 15° governa-
dor geral.
P. Que aconteceu logo no principio do go11erno
de Diogo Lui' de Oli11eira ?
R. O almirante hollandez Pedro Heyn entrou
duas vezes no porto da Bahia, onde tomou mui-
los navios mercantes, e assolou o Reconcavo.
P. Que occon·eu de nolavel no anno 1630?
R. No dia 14 de Fevereiro de 1630 appareceu
diant e de Olinda uma grande frota hollandeza
de 70 velas, trazendo 6,000 homens de desem-
barque. • Pernambuco. - O necife.
P. Como .foi tomada O/inda pelos Hollande,es?
R. Emquanto os navios inimigos entrelinbão P. Quauto tempo durou o dominio lwllandeí_
as baterias da costa, o gen~ral hollandez \Veer- no Brap'l?
denburg desembarcou com 3,000 homens no R. O dominio holla ndez no Brazil dmou 2-1
Páo Amarello, c, seguindo por terra , apoderou- annos, desde 1630 alé 1654.
se de Olinda no dia 16 de Fevereiro. P. Que posição occupou Matlzias de Albu-
P. Que fer. o general portugue' depois da que7·que?
tomada de Olinda pelos H ollande:tes? R. 1\Iathias de Albuquerque fortificou-se a
R. Mathias de Albuquerque, governador de uma legua do Recife no arraial do Bom Jesus.
Pernambuco, vendo que não porua defendei· o d'onde os Ilollandezes debalde lenlárão desa-
.'i't OCCUPAÇÃO nr Pf'II'\A~IRI'CO PELOS HOLI.ANOr?f'S OCCUPAÇÀO DE PEIINAliBUCO PELOS IIOLLANDEZES 55

JojaJ-o; c com as famosas guerrilhas conheci- R. O desertor Domingos Fernandes Calabar


das pelo nome de companhias de emboscada era um homem de côr, nalural de Pernambuco,
impedia que o inimigo se internasse no paiz. que conhecia perfeitamente lodo o territorio d.a
P. Que pro1•idencias tomou então a côrte de capitania; guiados por seus conselhos, recobra-
Madrid'?
rão os Hollandezes o seu primeiro ascendente.
R. Tendo sido informada que se aprrstava p. Que victorias alcançá1·áo os Hollande:{_es
em Hollanda uma grande expedição contrn 0 em 1632?
BraziJ, a côrle de l\Iadrid mandou para defen- R. Os Hollandezes sorprendêrão e saqueárã_o
dei-o uma poderosa armada sob o commando a villa de I guarasszí, e tomárão o fort~ do ~lO
de D. Antonio Oqnendo.
Formoso, que lhes oppoz a mais hermca resis-
P. Onde se encontráráo as duas annadas, e a lencia.
qual das par·tes coube a victoria?
p. Que rez,e:r.es sojjrêráó os I!ollande:{_es em
R. As duas armadas encontrárão-se ao norte
1633 ? . -
da Bahia, c a' icloria, que foi muito disputad: 1, R. Por conselho de Calabar, alacarao os
conhe aflnnl aos Hespanhóes (1631 ). Hollandezes em 1633 o campo de Bom Jesus;
P. Como pereceu o almirante hollande;_ ? mas forão repellidos, perecendo na acção o
R. O hraYo a lmirante Adrião Paler, vendo a seu chefe Rembach. Sigismundo van Schoppe,
sua nüo incendiada, atirou-se ao mar envolto que succedeu a esle no commando, foi lambem
no seu pavilhão exclamando : ((O oceano é a repellido em um segundo ataque conlra o
unica sepultura digna de nm almirante hatnvo. »
mesmo campo.
P · Que fe\ Oquendo depois da sua victoria .'~ p. Mas em compensação d' estes reve~es., que
R. Oquendo desemharcou 700 homens sob conquista .fi';,_erão os Hollande~es em fins de
as ordens do conde Bagnuolo, e regressou para
1633?
a Europa. Os Ilollandezcs enlrclanlo, julgando R. Os IIollandezes tamárão em fins de 1~3 3
o reforço muito mais consideravel, incendüíráo o forte do Rio Grande do Norle, ficando assim
Olinda c concenlrárào-se no Recife.
senhores d'esla capitania.
P. Quem era Calabar, e que sen,iços p1·esLou p. Para onde dirigirão os Hollande';,_es os seus
elle aos Ilollandetes?
esforços em 1634?
OCCUPAÇÃO DE PE RNA~IB UCO PELOS IIOLLA 'IDEZES 57
56 OCCUPAÇÃO DE PER:I'MIO UCO PELOS IIOLLANDEZES

R. O conde Bagnuolo que succed e u a Rojas


R. Os Ilolla ndezes conquistárào e m 163 1 a
Parahyba. y B01ja,fortificou-se n o P orto-Calvo, e começou
uma guer ra d e emboscadas e guerrilhas, na qual
P . Como correu tt g uerra com os I I ollande~es
em 1635'1 se distinguirão o chefe indio Cam a rão e o preto
Henrique Di as.
R. Em 1635 o campo do Bom Jesus c o fo l't e
P. Quem fo i o novo go1'ernado1· hollandeí. que
de Na;arelh, que erao os unicos pontos q11 e
chegou a Pernambuco em 1637 ? .
ainda I'Cstavüo aos P o rtuguezes em P erna m-
buco , Uvcl'ao de capitular. R. Em 1637 ch ego u a P ernambuco o pnn-
cipe João Ma uricio, co nde d e Nassau, com um
P. Que fe\ então o general portugue:;_ M athias
de Albuquerque? poderoso r eforço.
P . Qual foi o p·imei1·o cuidado do conde de
R. l\1a thias de Albuqu er q ue evac uou então
Nassau ?
a ca pila nia c r ctil'ou-se para as Alagoas, acom-
R. O primeít·o c uidad o do conde d e Nassa u
pa nhado d e 8,000 emigra ntes.
foi a tacar Por to- Calvo. que capi tulou d epois de
P. Oue fim J'eiu a ler o pel:fido Cala bar ?
renhida ba talha, retira ndo se o conde Bagnu olo
H. De ca minho pa ra as Alagoas, Ma thias de
com seu exercito para a Bahi a.
Albuquerque tomou a Yilla de Porto- Calvo, e
P . Como se sahio o conde de Nassau na sua
fez prisioneiro a Calabar, que foi co ndcmnado
á forca . expedição contra a Bahia em 1638?
R. Em Abril de 1638 o conde de Nassau
P . Quem succedeu a M athias de Albuquerque
appareceu na Ba hia com uma a rmad a de 40 n~­
no commaudo do exercito de P ernambuco?
vios e muita tropa de d esembarque, e paz
R. Succcdcu-1hc no commando D. Luiz de
cerco á praça , m as o conde Bagnuolo , qu e
Hajas y Borja, que trouxe de Europa um re-
forço de 1,700 homens. acudira em se u a uxilio, obl'igou-o a levantar o
cerco e regressar pa ra P ernambu co com gran -
P. Que desgraça aco11teceu a este general?
d es perdas.
H. Tomand o logo a o!Tensiva, D. Luiz de Rojas
p. Quem era então goventador geral do
y BOJj a foi ba tido e pe receu na batalha (1636).
B ra':{,il?
P . Que plano de campanha seguio o seu sue-
cessar P R. Era en tão governad or geral Pedro da
TADOA CHRONOLOGICA DO SEGUNDO PERIODO 59
58 OCCUPAÇÃO DE PER'IMIBUCO PE LOS HOLLANDEZES

Silva, depois conde de S. Lourenço, que


tomara posse do governo em 1635.
TA BOA CHRONOLOG!CA DO SEGUNDO PERlODO
P. Que fe'i. a côrte de M adrid, qtlando e/regou
a noticia da audaciosa tentativa de Nassau
RE IS DE ll ESPANH \ E DE PORTUGAL
contra a Bahia ?
R. A côrte de Madrid mandou em 163U uma 1580-1598. - Philippe II, filho de Car·los V .
1598-1621. - Philippe III, filho de Philippe 11.
grande esquadra ás ordens de D. Fernando de 1621-16,.0. - Philippe IV, filho de Philippe lll.
Mascarenhas, conde da Torre, que veio na
qualidade de governador geral (17°). GOVERNADOI\ES GERA~:S DO BRAZIL

P. Como se condu\io este governador geral ? 1583-1687. 6o Manuel Tolles Barr·elo; succede-lhe um
R. O conde da Torre travou qualro co mbates gover·no in ter·ino qu e durou quutr·o arrno!'.
n avaes com os Hollandezes, que afinal sahirào 1591- 1602. - 7o D. Fra ncisco de Souza.
1602- 1608. - So Diogo Botelho.
victoriosos, c regressou a Lisboa, onde fo i 1608-16 12. - 9o D. Diogo ele Menezes.
enca rcerado na torre de S. Julião (1640). 1612- 1617 . - 10° Gaspar de Snuza.
P. Q11em foi o successor do conde da Torr e? 1617-1622. - Jlo D. Luiz de Rouw.
1622-162'• . - 12o Diogo de ;\[endonc;a Fur·tndo.
H. Quem suceedeu ao conde da Torre foi
1624-1625. - J3o ;\lalhias de Albuquerque. .
D. Jorge de Mascarenhas, marqu ez de Montai- 1625- 1626. - l '•o D. Ft·a ncisco de ;\loura Rohm.
vão, que veio com o tilulo de 11ice-rei d o 1626- 1635 . - 150 Oiogo Luiz de Oliveira.

Brazil (1 G-10). 1635-1639. - t6o Pedro da Silva ( o Du.r•o).


16 39- 16',0. _ L7o D. Fer·oaodo de Mascarenhas, conde
P. Que jàcto importante se deu em Lisboa da Torre.
n'esse mesmo anno de 1610 ? 1640-1641. _ t8o O. Jorgr de Mascarenhas, marquez de
H.. Em HHO rebentou uma revolução contra Montalvõ.o, 1° vice-rei do B r·azil.
o dominio hcspa nhol, a qual restiluio a Portu- PI\11\CIPAilS ACONTEC IM EI\TOS
gal a sua indcpcndcncia, sendo aclamado rei o
1580. _ Portugal e todas as suas colonias passão para o
duque de Bragança, que tomou o nome de
dominio hespanhol.
D. João IV (Dezen1bro de 1640). O domínio 1586. - Conquista e colonisação da Parahyba.
hespanholtinha durado 60 annos. 1588. _ Expedição de Roberto \Vilhringlon contra a
Bahia.
EXPULSÃO DOS IIOLLANDEZES DO BRAZIL
61
60 TAROA CII RONOLOCICA 00 SEGUNDO PERIODO

159 1. - Expedi~ão de Cavcndish contra S. Vicente.


1595 . - E:-:pedi~ão de Lancaste•· e V euner contra Per-
nambuco.
1597. - Conquista e colonisação do Rio Grand e do
N01'lc.
1609 . - Jns ta llação do primeiro tribunal da Relação na PERIODO III
Bahia.
1610. Colon isaç;io do Ceará.
161:!. - Estabelecimento dos Francezes no :\Iat·a nh;\o. DESDE A RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL
ATÉ A CHEGADA DA FAM ILIA REAL
161 5. - K~.pulsão dos Francezes do Maranhão.
AO BRAZIL (1 640 -180 8 )
1616 . - Conquis ta do Pat·á e fund ação da cid. de
Belém.
162 1. - Crcaçüo do Estado do :\Iaranhão.
1624. - T omada da Bahia pelos Hollandezes.
1625. - D . ~<'•·adiqu e de Toledo retoma a Bahia nos
Expulsão dos Hollandezes do Bra.z ll
J loll andt>zcs .
1630 . - Occupa~.io de T'crnamhuco pe los 1Jollandczcs.
163 1. - D. Anlunio Oquentlo ganha uma haLalha naval p _ Que je'{ o Bra~_il, qua11do chegou a noticia
aos l lollandczes, que inccndi:'o Olinda c se da revoluçóo e emancipação de Portugal?
<'Onccnlr;1o no Hccifc.
R. O Brazil, como as demais colonias por-
1633. - Conquista do I-tio Grande do :Not·te pelos JJ ol-
landezes. luguezas, reconheceu immedialamente a au-
163'• · - Conquista da Pat·ahyba pelos mesmos. toridade de D. João IV.
l635. - T omada do campo do Bom J esus c do forte de P. Que aconteceu ao marque\ de M onta/vão?
1\'azm·eth pelos Holla ndezes : abandono da
proví ncia de Pernambuco pot• :\Ialhias de
R. O marquez de Montalvào foi injustamente
Albuque•·que. deposto e remeltido preso para Lisboa (16-11).
1636. - Derr~t~ c morte de D. Luiz de Rojas y Bo rja. P. Quem veio succeder ao marque:{_ de Mon-
1638. Mauncto de Nassau tenta debalde toma •· a
Bahia. ta/vão?
16't0. - O cond e da To1Te é batido no mru· pelos IIolla n- R. Ao marq uez de Monlalvão succedeu Telles
dezes. da Silva (19° governador geral).
1640 . - Hcs lauração de Po•·lugal : acclamação de p . D e quaudo data a decadencia do domínio
D. J oão IV.
lzollande:t no Bra'{il?
R. A decadencia do dominio hollandez no
t:XPULSÃO DOS IIOLLANDEZES DO BRA7.1L
62 EX PULSÃO DOS HOLLAN DEZES DO BRAZIL

der dos Holland ezes senão o forte de Cabe-


Brazil data da retirada de Mauricio de Nassau
para a Holland a em 1644. dell o.
P. Que ordens 1·ecebeu por· esse tempo de
P. Como se portárã o os outros governadores
Lisboa o go1'f! rnador geral do B1·a~il?
lzollande1_es que succedêrão ao conde de Nassau?
R. D. João IV, que havia concluíd o um ar-
R. Os outros governa dores hollande zes pro-
mistício de dez annos com a Ilolland a, ordenou
vocárão com seus vexames uma insurrei ção,
iros (sincera mente ou não) ao governa dor Tclles da
que foi promov ida por André Vidal deNeare
a, e João Fernand es
t>
Vieira
'
Silva que fizesse cessar a insurrei ção de Per-
natural da Parahyb
' na mbuco, ordem a que não se submellêrão os
natural do Funcbal na ilha da Madeira (1645).
chefes dos insurgen tes.
P. Que victo1·ias alcançárão os insurgen tes?
P. Que soccot·ro recebêráo os li ollande'{eS em
R. Fernand es Vieira derrotou os Holland ezes
1646 ?
no monte das Tabocas : e tendo-se-lhe reunido
R. Em circums lancias bem criticas acbavão-
as forças de Ca marão, Henriqu e Dias, Vid al de
se já os Ilolland ezes, quando em Agosto de 16-16
Negreiros c Soares Moreno, tomou o engenho
chegou ao Hccife uma esquad ra holland cza, tra-
de ·w lth ou Casa-Fo rte, onde o inimigo esta-
bclecêra o seu quartel general. zendo o general Sigismu ndo van Schoppc com
4,000 soldado s.
P. Quaes foráo as cousequencias d' estas vicio-
rias? P. Que (e{ o gelleral Sigismzm do ?
R. Depois de um a taque mallogr ado con tra
R. Depois d'cstas victoria s, occupár ão os in-
OJinda e de outros revezes, parlio Sigismu ndo
dependen tes (1) Nuzareth, Olinda, Porto-Calvo e
em 10-17 para a Bahia c occupou a ilha de lla-
o forte de ~Iauricio sobre o rio S. Francisc o.
parica, onde levantou um forte.
P. Que fe'í. a Parahyb a á vista d'estas victo-
1'ias? P. Que succedcu á expedição mandad a pelo
g overnado1· ge1·al pa1·a desalojar· o inimigo de
R. A Parahyb a imitou o exemplo de Pernam -
f tapa1·ica ?
buco e insurgi o-se lambem , não deixand o em po-
R. A expedição foi derrotad a, ficando mortos
o seu valen te chefe Francisc o Rebello e 600 sol-
(J) Erão assim chamados os insurgeul es de Pet·nam-
buco-
dados.
64 EXPULSÃO DOS IIOLL/o.:I'DP.ZF.S DO DRAZII.
65
EXPULSÃO DOS IIOLLANDEZES DO DRA ZIL

P. Que J•anlagem tirou Sigisnumdo d'esta montes Guararapes, ficando complelamen le


victoria?
derrolado 0 exercito hollanclcz, que nunca
R. Sigismundo não tirou vantagem alguma da mais ousou medir-se com elles em campo raso.
sua vicloria, porque chamado com instancia p. Como correu a guerra com os H ollaude'{_es
para o Recife, arrazou o forte e abandonou a nos ires annos seguintes ?
ilha.
P. Que pt·ovidencias tomou no em tanto a côrte
de Lisboa?
R. A côrte de Lisbóa, temendo pela segurança
da Bahia, expedio uma esquadra sob o com man-
do de Telles de Menezes, conde de Villapouca,
nomeado governador geral do Brazil (20°).
P. Quem foi o g eneral nomeado pat·a com-
mandar o exer cito de Pernambuco ?
R. Informado D. João IV de que partira da
Hollanda para Pernambuco uma expedição de
44 navios e 9,000 homens de desembarque,
despachou secrelamenle a Barrelo de ·Menezes
com algum reforço para tomar o commando Cerco do Recife pelas forças Luso-Brasileiras 1653.
do exercito de Pernambuco (1647).
R. A guerra conlinuou frouxamente alé o
p. Que vzclot·ia alcançát·ão os Independentes
anuo 1653, por persislir D. João IV em não
em 1648?
auxiliar os Independentes de Pernam.buco.
R. Os Independentes derrolárão a 19 de Abril
p. Que soccot·1·o 1·eccberão os Judependentes
de 1648 nos montes Guararapes o exercilo hol-
em 1653?
landez commandado por Sigismundo. R. A 20 de Dc;r,embro de 1653 chegou á visla
P. Que outra victoria alcançárão elles em 1649?
de Pernambuco Pedro Jacques de Magalhães
R. Os Independentes ganbárão a 19 de Feve-
com uma esquadra de mais de 60 navios e~­
reiro de 16-!9 uma segunda vicloria nos mesmos
quipada pela Compauhia geral de Comme1·cw
3
66 GO VEnNAOOnES GERAES
QUE SUCCEOêRÃO A BARRETO DE liENEZES 67
do B1·azil, e pôz-se logo em communicação com
R. Farão: 24° D. Vasco de Mascarenhas,
os chefes dos Independentes.
conde de Obiclos, 2°vicc-rei elo Brazil , em 1663;
P. Como e qumzdo terminou a dominação lzol- - 25° Alexandre de Souza Freire, em 1667; -
laude\a no Bratil?
26° Furtado de Mendonça, visconde de Barba-
R. Apertou-se então tão vigorosamente o
cena, em 1671.
cerco do Recife, que os Hollandezes capitulárão p. Que aconteceu de notavel durante o governo
a 26 de Janeiro de 1654, obrigando-se a entre- interino que succedeu ao visconde de Barba-
gar a cidade e todas as praças que ainda occu-
cena?
pavão no Brazil.
R. Em 1676 foi elevado o bispado da Bahia
P. Qaudofoi celebrada apat com a Ilollauda? a arcebispado metropolitano do Brazil, c farão
R. A paz com a Hollanda foi celebrada 7
creados os b ispados do Rio de Janeiro, de Per-
annos depois em 16 de Agosto de 1661, no r ei- nambuco e do Maranhão.
nado de D. Aflonso VI, que succedera em 1656 p. Quem fo i o 27° go1•ernador geral do Bra-;il?
a seu pai D. João IV.
R. O 27° governador geral foi Roque da Cosla
P . Quemj01·áo os success01·es de Telles de M e-
Barreto, que tomou posse em 1678.
1/e'{es no governo geral do B1·a1Jl até a celebra-
p. Que jacto no lavei occorreu no governo de
ção da pa~ com a Hollanda?
Costa Barreto?
R. Os successores de Telles de Menezes, conde
R. Em 1680 o governo porluguez, desejoso de
de Villapouca, farão: 21° Rodrigues de Vascon-
estender a fronteira meridional do Brazil alé á
cellos, conde de Castello Melhor, em 1650; -
margem seplentdonal do Rio da Prata, man-
22°]) . .Teronimo de Atahide, conde de Atouguia,
dou fundar n'ella a Colouia do Sacrameuto, que
em 1651; - 23° Barreto de Menezes, em 1657.
foi durante um seculo o pomo de discordia
entre Porlugal c Hespanha.
Govel'nadot•es geraes que succedêl'ão a Barreto p . Quaes jot·ão os ou tros goJ'emad01·es get·aes?
de Menezes. R. Farão : 28° Souza el e l\1enezes, em 1682;
_ 29° D. Antonio Tcllo de Menezes, marquez
P. Quem forão os governadores geraes que
das Minas, em 168-t., o qual se distinguia por sua
succedêrão a Ban·eLo de M ene:{_es?
caridade na peste que assolou a Bahia em 1686;
QUE SUCCEDÊRÃO A BARRETO DE MENEZES 69
68 GOVERNADORES GERAES

- 30° ;\1alhias da Cunha, em 1687; - 31° Gon-


P. Quem forão os successores de D. João de
Lencast1·e no go1'erno do Brar_il ?
çalves da Cama ra Coutinho, em 1690.
R. Farão : 33° O. Rodrigo da Costa, em 1702;
P. Quemfoi o :~2o l(OJ 1er11ado7· g eral do Bra;Jl?
- 34o Cezar de Menezes, em 1705.
H. O 32° governador geral foi O. João de
L encastre, que Lomou posse em 1694.
P. Que houve digno de m.enção durante a ad-
P. Quaes jorão os factos mais nola1,eis occo1·- ministração de Cesar de Mene{_es?
1·idos no governo R. Subia em 1706 ao throno de Portugal O .
de D. João de Len· João V por morte de seu pai D. Pedro li. Em
cast1·e? l\Iinas-Gera es rebentou em 1708 uma guerra
R. No governo civil entre os Paulistas e os E mboabas (1).
de O. João de Len- P. Que novas capitanias forão cTeadas no
caslrc, descobrirão Braí_iluo 1·einado de D. João V?
os Paulistas ricas R. No reinado de D. João V farão creadas
minas de ouro na as capitanias de Minas, Goyaz, l\Iallo-Grosso,
província de Mi- Piauhy e Santa-Cath arina.
nas-Gcraes , c foi P. Quaes erão as outr·as capitanias do Bra{il
destruída em 1697 creadas anteriorme nte?
a formidavel r cpu- R. Farão creadas anteriorme nte as capitanias
Pad•·e Antonio Vieira.
blica de negros dos do Pará, Maranhão, Ceará, Rio-Grande do
Norte, Parahyba, Pernambuc o, Bahia, Ilhéos,
Palmares, nas Alagoas, que chegou a conlar
Porto-Segu ro (2), Espírito-Sa nto, Rio de Ja-
cerca de trinta mil escravos fugidos.
neiro, S. Paulo.
P. Que 1•arão i/lustre morreu na Bahia po1·
esse tempo?
R. Fallccen na Bahia em 1697 o famoso je- (1) E ram assim alcunhados pelos Paulistas os Por·lu-
guczcs que a descobe rta de ricas minas de ouro havia
suíta paure An lonio Vieira, qu e se distinguiu par·n ali allrahido em gra nde numero.
mui lo por seus eloquentcs escriplos e por seu (2) As capitanias dos Ilhéos c Porlo-Segui'O reverllkão
zelo apostolico na cathecheze e defeza dos para a corOa e forão incorporadas á Bahia, esta em 1759,
aquella dous annos mais tarde.
indios.
70 EXPEDIÇÕllS DOS PIIANC!Z!S CONTRA O RIO OE JAJ'IEIRO
EXPEDIÇÕES DOS PnANCEZES CO;"\TRA O RIO DE JAN EIRO 71
P. Que capitani as jorão ainda c1·eadas no p. Como terminou a expedição de Duclerc ?
Bra{_i[ pelos successores de D. João V?
R. Sendo os Francezes r epellido s na ataque do
R. Forão creadas as capitani as do Rio-Negro
palacio do governo, acurralá rão-se no trapiche
(no Alto-Amazonas) e do Rio-Grande-do-Sul, da cidade, c como o governa dor os ameaçasse
por el-rei D. José I; e as capitani as das Alagoas de lançar fogo ao edificio, rendêrã o-se prisione i-
c de Sergipe, por D. João VI. ros. Seis mezes depois foi Duclerc de noite assa-
sinado na casa que se lhe dera para morar.
Ex pedições dos Francet:es cont ra o Rio de .Janeiro P. Qual foi a out1·a expedição dos Ft·ancez..es
contra o Rio de Janeiro ?
P. Quem foi o 35° governa dor geral do B1·a:til? R. A outra expedição dos Francez es contra o
R. O 35° governador geral foi D. Lourenç o Rio de Janeiro foi a do famoso Duguay-Trouin ,
de Almeida, em 1710. que entrou no Rio de Janeiro a 12 de Setembr o
P. Que facto impoda nte succedeu durante a de 1711 com 16 navios de alto bordo e 5,000 ho-
sua administ ração ?
mens de desemb arque.
R. Teve lugar em Setembr o de 1710 a expedi- p. Como se portou o governa dor Francisco
ção franceza de Duclerc contra o Rio de Janeiro.
de Castro Moraes ?
P. O que deu motivo a esta expediçã o? R. O governa dor Francisco de Castro Moraes
R. O que deu motivo á expedição de Duclerc portou-se com o mesmo desleixo e imprevi-
foi a alliança que Portugal continu ava a man- dencia que mostrár a na expedição anterior .
ter com a Inglater ra contra Luiz XIV, rei de P. Que vantage ns obteve o chefe france'{_?
França, na guerra da successão de Hespanh a. R. Duguay-Trouin occupou a ilha das Cobras,
P. Como penetrou Duclerc na cidade do Rio d'onde começo u a bombar dear a cidade; desem-
de Janeiro ? barcand o depois na praia de Valongo, atacou-a
R. Tendo Duclerc desemba rcado com 1,000 em uma noite tempestuosa c occupou-a, depois
homens no porto de Guaratiba, marcho u para de havei-a o governa dor cobarde menle aban-
o Rio de Janeiro, onde penetro u sem que o
donado com suas tropas.
governa dor Francisco de Castro Moraes lhe P. Com que dm·as coudiçóes consentia Duguay -
oppozesse resistencia. Trouin retira1·-se do Rio de Janeiro 'I
EX P EDIÇÕES DOS PRA1'iCI!ZES CO~TRA O RIO DE J ANEIRO 73
í2 EX P EDIÇÕES DOS PRANCEZES CONT RA O RIO DE JA NE IRO

R. Vendo Duguay-Trouin que não podia con- 1718; - 39° Fernand es Cesar de Menezes , 4°
ser var a cidade, propoz o seu resga te, que foi vice-rei do Brazil, em 1720.
estipula do em 610,000 cruzado s em dinheiro , P . Quaes fõrão os jactos mais int eressantes
500 caixas de assucar e 200 bois, além do que occorridos no governo d'este ,lo 11ice-1·ei?
pagárão os particul ares para resga tar os seus R. No governo de Fernand es Cesar de Me-
effeitos. zes, descobr írão-se
P. Como foi punida a conducta iudigna do go- as minas de ouro
vernado r do Rio de Janei1·o? de Cuyahá , e as de
R. Castro .l\Ioraes foi deposto e condemnado a diamantes do Ser-
prisão perpetua em uma das fortalezas da ro do Frio. Em
India. 1733 foi nomead o
P. Quem joi o 36° governa dor gemi do Era;;:_i!? governa dor do Rio
R. O 36° governa dor geral foi P edro de Vas- de Ja neiro Gomes
concell os e So uza em 1711. Freire de Andrade,
P. Que houve de nolavel dll1·ante a sua admi- conde de Boba-
1listração? della, que gover-
R. Celebro u-se em 1713 a paz ger al de Utrechl, nou de uma ma-
que reconciliou P ortugal com a França c fixo u neira mui homosa Gomes F'reire de Andrade,
coode de Bobadclla.
até 1763.
os limites entre o Brazil c a Guya na Franceza,
desistind o a França de suas pretcnçõcs sobre P. Quem }oi o 40° governa dor geral do Bra{il?
o terr itorio situado entre os rios Amazon as e R. O 40° governa dor geral foi Andr é de Mello
Oyapoc. e Castro, conde das Galvêas , 5° vice-r ei, q ue
P. Quem Jorão os successo r es de Vascoucellos tomou posse em 1735, e deu grande impulso á
c Sou{a 1l0 go1'er1w geral do Bra1_il? exploração das minas de ouro.
R. Os successorcs de Vasconcell os c Souza P. Que bispados jorão creados no govemo du
forão : 37° D. Pedro de Noronha, marquez de conde das Galvêas ?
Angeja, 3° vice-rei do Brazil, em 1714; - 38° R. Forão creados em 1746 os bispados de
D. Sancho de Faro, conde de Vimieiro, em São Paulo e de Marian na.
GUERRA COM OS HBSPANH 6ES 15
74 EXPEDIÇÕ ES DOS PRANCEZ ES CONTRA O RIO DE JANEIRO

a expuls ão dos Jesuíta s de Portug al c do Bt·azil


P. Quem joi o successor do conde das Gal-
por decret o de 19 de Janeir o de 1759.
1'~as?
P. Quem joi o 8° vice-t·ei do Bra{_il, que suece-
R. Ao conde das Galvêas succed eu em 17-19
deu ao conde dos Arcos ?
D. Luiz )lenezes de Alahid e, conde de Atou-
guia, 6° vice-rei. R. O 8° vice-rei foi D. Anton io de Almei da
Soares e Portug al, marqu ez do LaVJ·adio, que
P. Que tratado foi celebrado 110 anuo seguinte?
tomou posse em 1760 e govern ou apena s seis
R. Em 1750 celebr ou-se em Madri d entre a
mezes, succed endo-l he um govern o provis orio.
Hcspa nha e Portug al um tratad o de limites , pelo
qual este cedia áquell a a Colon ia do Sacra-
mento em troca de algum as Missões forma das
Guerra com os Hespan hóes ; tratado de S. lldefon so
pelos Jesuíta s nas marge ns do Urugu ay; este (1762-1 777)
tratado porém nunca pôde ser levado a ciTeilo
pelas difficuldades locaes .
P. Quaes farão os princi paes factos que oc-
P. Quem succedeu no tll1'ono de Portug al a
corr~t·ão no p1·incipio da guerra com os 11espa-
D. João V?
nhóes?
R. A D. João V succed eu em 1750 seu filho
R. Logo que rompe u a guerra com a Hes-
D. José I, que entregou a direcç ão dos negoci as
panha em 1762, D. Pedro Cevallos, govern ador
public as ao celebr e marqu ez de Pomb al.
de Bueno s-Aire s, tomou a Colonia do Sacra-
P. Quem foi o successor do conde de A tougui a
mento e invadi a o Rio Grand e do Sul.
no governo geral do Bra1,il?
P. Que outros factos se derão n'esta guerr a?
R. Ao conde de Atoug uia succcd eu D. Marcos
R. Apeza r do armisUcio conclu ído em 1763
de Noron ha, conde dos Arcos, 7° vice-rei, que
entre as côrtes de Lisboa e Madri d, continuá:rão
tomou posse em 1755, no mesm o anno em que
as hostili dades na Ameri ca do Sul. Em 1775
succed eu o espant oso terrem oto de Lisboa , que
fundár ão os Porlug uezes o presid ia de Nova-
deslru io quasi toda a cidade.
Coimb ra sobre o rio Paragu ay. No anno se-
P. Que Jacto importante occorreu no governo
guinte farão os Hespa nhóes expuls os do Rio
do conde dos A t·cos ?
Grand e do Sul.
R. No povern o do conde dos Arcos leve logar
76 VICE-REIS l\OMEADOS I'AilA O RIO DE J\'ii::IRO 77
GUERRA CO M OS HESPA;'iHÓES

P · Que expedição mandou a H espauha contra


o Bra1_il emfms de 1776 ? Vice-reis do Brazil d epois d a trasladação d a séde
R. A llespanha mandou uma poderosa ar- do governo geral p ara o Rio de J a n eiro
mada com 10,000 homens de desembarque sob
as ordens de D. Pedro Cevallos. p. Qua11do e por que ra:;:óes .foi trau~ferida a
P. Que vantagens obteve a armada hespa- capital do B1·a,il da Bahia para o Rio de .Ja-
nhola? nei1·o?
R. A armada hespanhola apoderou-se da ilha R. A capital do Brazil foi transferida para o
de Santa-Catharina e da Colonia do Sacra- Rio de Janeiro em 1763, não só pelo grande de-
mento, que havia sido reoccupada p elos Porlu- senvolvimento que linhâo lid o as capitanias
guezes, e tencionava levar avante suas conquis- mcridionaes, como sob retudo anm de acudir
tas, quando chegou a noticia de ler -se assignado com mais presteza á guerra do Sul com os 1-Ics-
no t o de Outubro de 1777 o tra tado de paz de panhóes.
S. Ildejouso. p. Quem joi o pt·i7nei7·o ''ice-rei nomeado para
P. Que resob,eu este tratado? o Rio de Janeiro?
R. O t ra tado de S. Ildefonso fixou os limites R. O primeiro vice-rei nomeado para o Rio
entre o BraziJ e as colonias hespanholas, e ce- de Janeiro foi D . Antonio Alvares da Cunha,
deu á Hespanha a Colonia do Sacramento e a conde da Cunha, que tomou posse en1 1763 c
margem seplentrional do Rio da Pra ta. crco u no Rio de Janeiro os arsenaes de mari-
P. Quando mo1·reu el-rei D. José I e quem lhe nha e de guerra.
succedeu uo tlwono de Portugal? p. Quem foi o segundo vice-rei nomeado para
R. D. José I falJeceu em Fevereiro de 1777, e o Rio de .Jaueiro?
succedcu-lhc sua filha D. Maria I. R. O 2° vice-rei nomeado para o Rio de Ja-
P. Qual foi o p1·imeiro acto do novo 1·einado? n eiro foi D . Anlonio Ilo)im de Moura Tavares,
R. O primeiro acto do r einado de D. Maria I cond e de Azambuj a, que tomo u J)Osse em 1767 ·
foi a demissão e desterro do celebre ministro p. Quem foi o 3° 1•ice-1·ei nomeado para o Rio
marquez de Pombal. de .!aneiro?
R. O 3° vice-rei foi D. Luiz de Almeida Por-
78 CONSPIRAÇÃO DO TIRA·DENTES VICE- REINADO DO CONDE DE REZEND E E DE SEUS SUCCESSOIIf.S 79
tugal, marquez do Lavradio , que tomou posse p. Que fim teve a conspi1·açáo do Tira-dent es?
em 1769 ; foi um dos melhores administr adores R. Tendo um dos conjurad os, por nome Joa-
que teve o Brazil pelo impulso que deu á agri- quim Silverio dos Reis, denuncia do a conspi-
cullura e ao co mmercio. ração ao visconde de Barbacen a, governad or de
P. Quem succedeu ao marque~ do Lavradio 1\linas-Ge raes, forão immedia tamenle presos os
como vice-rei do Bra'{il ? denuncia dos (1789) e remetlido s depois par a o
R Ao marquez do Lavradio succedeu em Rio de Janeiro, onde se installara a alçada que
1779 Luiz de Vasconcellos e Souza, ao qual os d evia julgar.
muito deve a cidade do Rio de Janeiro (1). p. Que sentença foi proferida contra os con
spirador·es ? . _
Conspiraçã o do Tira-dente s R. Os principae s conJurad os forao cond em-
P. Qualfoi o acontecimento mais zmporlanle qua nados ao ultimo suppli cio, mas commulo u-se-
occo1-reu 110 f[OJ1erno de Lu i'{ de Va scoucellos? lhes a pena em degredo para n co~ln ~'Africa .
H. 1\'o governo de Vasconcellos deu-se a p. Qual } oi dos chefes da conspzraçao o que
co nspiração do Tim - rientes, que se tramou em soffreu a pena ultima?
Min as-Geraes com o fim de proclama r a inde- R. Foi o Tira-dent es, que foi enforcado c es-
pendencia d'aquella capitania . quartejad o no Rio de Janeiro, sendo a sua casa
P. Quaes foráo os principae s personag ens que arrazada e seus filhos declarado s infames.
figuráráo n'essa conspiração?
R. Os principaes que nella figurárão farão os VIce-reinad o do conde de Reze nde e de seus
poetas Ignacio de Alvareng a Peixoto, Claudio successore s
~Ianuel da Costa, Thomaz Antonio Gonzaga, e
o alferes Joaquim José da Silva Xavier, alcu- p. Quem foi o 5° vice-rei nomeado pa1·a o
nhado o Tira-dentes. Rio de Janeiro?
R. O 5° vice-rei nomeado para o Rio de Ja-
(1 ) Entre as p1·incipaes ooras por elle mandadas cons- neiro foi D. José Luiz de Castro, cond e de Re-
truir notão-se o Passeio Publico, o Cáes em frente do zende, que tomou posse em 1790.
Paço, o chafariz das Marrecas, etc. P. Como gover110ll este vice-1·ei?
80 VI CE·REINADO DO CONDE DE REZENDE E DE S EUS SUCCESSO RES TADOA CHRONOLOGICA DO TE RCE IRO PERIODO 81

R. O conde de Rezende foi um contraste do toda a côrte, partio de Lisboa a 29 de Novembro


seu predecessor, alheando de si a sympathi a do de 1807 com uma esquadra de sele náos, cinco
povo por sua admü1islração arbitraria c ine pta . fraga tas c o utros navios.
P. Que succedeu no ultimo amw do governo P. Que aconteceu á esquadra portugue~a e
do conde de R e\ende? qual fo i o p 1·i1nei1·o porto do Bra~il em que de-
R. E m 1801 r ebentou de novo a guerra entre sembar cou o principe regente'?
a Hcspanha e P ortugal, terminando no m esmo R. Um temporal dispersou a esquadra por tu-
a nno pelo tratado de paz de Badaj oz. gueza, arribando parte d'ella a Bahia , onde o
P. Quaes joráo os p1·incipaes acontecimentos príncipe regente desembar cou a 23 de Janeiro
d'esta g uerra'? de 1808.
R. Os principaes acontecimentos qu e nella P. Quem era este príncipe regente, e porque
se derão, forão a conquista dos sete po1•os das tomou este titulo'?
M issões por um punh ado de aventureiros p or- R. Alteradas as faculdades menlaes da rainha
tuguezes, e o a taque m allogrado dos Ilespa- D. Maria I, encarregou-se do governo do Es-
nhóes contra o forte da Nova- Coimbr a, na tado em 1792 o principe D. J oão, seu filho.
província de 1\Ia llo-Grosso.
P. Quem f oráo os successo1·es do conde de Re-
~ende?
R. Os successores do conde de Rezende forfio :
D. F ernando de Portugal c Castro, marquez de
Aguiar, em 1801 ; e D. ~Iarcos de Noronha , TABOA CHRONOLOGICA DO TERCEIRO PER IODO
cond e dos Arcos, 7° c ullimo vice-rei, em 1806.
P . Que facto importa11te occo1T eu em 1807? R E IS DE PORTUGAL

H. Tendo em 1807 Napoleão I m andado um 1640-1656. - D . Jo9o IV, duqu e de B1.·agant;a.


exercito francez occupar P ortugal, resolveu a 1656-1683. - D . Affon s o VI, filho de O. J oão IV .
côrle de Lisboa m udar-se para o Rio de Janeiro. 1683-1706. - D . P edro li, filho de D. J oão IV.
1706-1750. - D . Joã o V , fi lho de D. Pedro H.
P. Quando se realisou esta transjerencia '? 1750- 1777 . - D . José I, filho de O. J oüo V.
H. O príncipe regente, com a familia real e 1777-1816. - D . Maria I, filha de O. José I.
TABOA CHRONOL OGICA DO TERCEIRO PERIOOO
82 TABOA CIIRONOL OGICA DO TERCEIRO PEnJODO 83
1755-1760 . - 42o D. Marcos de Noronh a, conde dos
Arcos, 7o vice-rei do Brazil.
C:OVERNADORES GERAES DO DRAZIL 1760-1763 . 43o D. Antonio de Almeid a Soares e P or-
tugal, marqu ez do Lavradi o, 8o vice-rei :
16~2-16 '• 7. - 19o Telles da Silva. governou só 6 mezes, succedendo-lhe
16!,7- 1650. - 20° Telles de Menezes, conde de Villa- um governo provisorio.
pouca.
1650-165r.. - 21° Rodrigu es de Vascon cellos, conde de VICI!·RE IS NOMEADO S PARA O RIO DI! JAl'II!IRO
Castello-l\felhor.
1654-1657 . - 22° D. Jeronym o de Atahide, conde de 1763-1 767. - 1 o D. Antonio Alvares da Cunha, conde
Atou guia. da Cunha.
1657-1663 . - 23° F1·ancisco Barreto de Menezes. 1.767-1769. - 2o D. Antonio Rolim de Moura Tavares ,
1663- 1667. - 24° D. Vasco de Masca r·onhas, conde de conde de Azambuja.
Obidos, 2° vice-rei do Br·azil. 1769-1779 . - 3o D. Luiz de Almeida Portuga l, marquez
1667-167 1. - 25° Alexand re de Souza Freire. do Lavr·adi o.
1671-16 75. - 26° FUI'tado de Mendon ça, viscond e de 1779-1790. 'J.o Lui z de Vasconcellos e Souza.
Barbace na; succedeu-lhe um govei'Do 1790-180 1. 5o D. José Lui z de Castro, conde de R c:·
intel'ino. zende.
1678- 1682. - 27° Roque da Costa Barreto . 1.801- 1806 . - Go D. Fer·na ndo de Portuga l e Castro,
1682- 168!•. - 28° Antonio de Souza de Meneze s. marque z de Aguiar.
1684-1687. - 29° Tello de Menezes, mar·quez da s Minas. 1806-1808 . 7o D. Marcos de Noronh a, conde dos
1687- 1690. - 30° 1\!athi as da Cunha. Arcos.
1690- 169't. - 3 1° Gonçalves da Camar·a Coutinho.
1694-1702. - 32° D. João de Lencasl re. PRINCIPA ES ACONTEC IMENTOS
1702-1 705. - 33° D. Rodri go da Costa. 16 ~4 . ~ Retit·ada de Mauricio de Nassau para a llol-
1705-1 710 . - 34° Luiz Cesar de Menezes.
landa : decaden cia do domínio holland ez no
1710- 17•LJ . - 35° D. Lourenço de Almeida .
Brazil.
1711 - 1714 . - 36° Pedro de Vascon cellos e Souza.
1645 . - Insurrei ção de Per nambuco e da Parahyb a
1714-1718 . - 37° D. P edro de Noronh a, m:ll'qu ez de
contr·a o dom ínio holland ez. - Os indepen-
Angeja , 3o vice-rei do Br·azil.
dentes denolão os lloll andezes no mon te das
1718- t 720. - 38° D. Sancho de Fa ro, cond e de Vimieit·o.
Tahocas, lomào-lhcs a Casa-Fo rle e occupão
1720- 1735. - 39° Fern andes Cesa1· de Menezes, t, o vice-
Olinda, Nazar·c lh, Porto-Calvo, ele.
rei do Br·azil. 1648. - Ba r· reto de i\Icneze s lo ma o com mando do exer-
1735-1749. - 40° André de l\lello e Castro, conde das
c ilo de Perna mbuco. - Primeir a victoria dos
Galvêas , so vice-rei do B1·azil.
Guara1·apes.
1749-1755 . - 41° D. Luiz Meneze s de Atahid e, conde de
1649 . - Segund a vicloria dos Guarara pes.
Atouguia, !lo vice-rei do Brazil.
8~ TADOA CIIRONOLOG ICA DO TERCEIRO PERIODO
PRUI EIROS ACTOS DO PRI'ICII'E REGE:-ITE 85
165L - Capitulação do Hecife : fim da dominação hol-
land eza no Brazil.
1660. - P:tz celebrada entre Portugal c a l!oll anda.
1676. - O bis pado da Bahia elevado a ar·ccbispado;
cr·etrçào dos bispados do Hio de Jan eir·o, P er-
nambuco c i\lar·anhão. PERIODO [V
1680 . - Fundação da Colonia do Sacr·amento na mar·-
gcm scptentrional do rio da Pr·ala pelos P or-
tuguezcs. DESDE A CHEGADA DA FAM I LIA REAL AO BRAZIL
1697. - Destruição da r·epublica de negros dos Palmares. ATÉ A INDEPENDENCIA D'ESTE PAIZ
1708 . - Guerra em Minas-Geraes entre Paulistas c ( 1808-1822)
Emboabas.
1710 . - E xpedição de Duclerc contr·a o Rio de Janei•·o.
1711. - Expedição do Duguay-T•·ouin co ntr·a o Hio de
Jan eir·o. Primeiros actos do príncipe regente
1713 . - Paz get·al de ULrccht.
1720. - Creação do bispado do Pará. P. Qual foi o primeiro aclo do principe r egente,
1733. - Gomes fo'reirc de Andrade, co nde de Bobadella, em chegando á Bahia?
govcr·nador do Hio de Janeir·o até J 763.
1746. - Cr·eação dos bispados de S. Paul o e de Ma-
R. Logo depois da sua chegada à Bahia. o
ria nna. principe r egcnle promulgou um decrelo fran-
'1750. - Tr·atado de Madrid ent•·c llcspanh a e Portugal. queando os portos do Brazil a lodas as nações
1759. - Expulsão dos Jesuítas de P ortuga l c do Br·azil.
1762. - Guer-ra co m os IJespanhóes, qu e tomão a Colo-
amigas.
nia do Sacramen to c invadem o Rio Grande P. Quando chegou elle ao R io de Janeiro?
do Sul. R. O principe regente chegou ao Rio de Ja-
1763. - Trasladação da capital do Brazil da Bahia para neiro a 7 de 1\Iarço do m esmo an no de 1808, e
o Hio de Janeiro.
1777. -Tomada da Jlha de S. Catharina pelo genera l ahi estabeleceu a séde da monarchia portu-
hes panhol P edt·o CeYallos. Tnrtado de -paz de gueza.
S. Ildefonso en tre Il espa nha e Por·tugal. P. Como se apoderáráo os Portugue{_es de
J 789 . - Conspit·ação do Tira-dentes em 1\linas-Geraes.
Cayenna?
1801 . - Guerra com os llespanhóes : conquista dos sete
povos das i\lissõcs pelos Portuguetes. R. Havendo o príncipe regente declin·ado
1807 . - Par·tida do Pdncipe Regente de Portuga l com guerra á França, foi expedido um corpo de 900
toda a córte de Lisboa para o Br·azil. soldados ao mando do coronel Manoel Marques
86 PRIMEIROS ACTOS DO PRINCIPE REGENTE
l GUERRA NO SUL DO BRAZIL 87

contra a praça de Cayenna (na Guyana franceza), foi o Brazil elevado á categoria de reino, unido
a qual se rendeu por capitulação em Janeiro ao de Portugal e Algarves.
de 1809. p. Quando o príncipe regente subio ao throno?
P. Que estabelecimentos fundou o príncipe re- R. O príncipe regente, que desde muitos ao-
gente no Rio de nos já reinava de facto, subia ao throno com o
Janeiro? nome de D. João VI em Março de 1816, por
R. Além dos morte da rainha D. Maria I.
trihunaes supe-
riores e todas Guerra no Sul do Brazll; annexação da Banda
as outras repar- Oriental (1811-1821)
tições necessa-
rias á nova ca- p. Que providencias tomou o governo do Rio de
pilal da monar- Jaueiro, quando soube da insurreição que rebentara
chia, creou D. no Rio da Prata contra o domínio hespanhol?
João um banco R. Ao saber da r evolução que rebentara no
nacional, uma ruo da Prata, mandou o governo do Rio de
imprensa regia, Janeiro organisar na fronteira do Rio Grande
uma bihliotheca do Sul um exercito de observação sob as or-
publica, acade- dens do capitão general da província D. Diogo
mias para a ma- de Souza, depois conde do Rio Pardo (1811).
D. João VI. rinha e o exe1·- P. Que deu origem á guerra com Buenos-Ayres?
cito, uma escola R. Tendo as tropas de Buenos-Ayres sob as
de medicina, uma academia de bellas-artes c orden s do coronel Rondeau posto cerco a Mon-
varias outros estabelecimentos de grnnde utili- tevidéo, o general hespanhol Elio, que com-
dade. mandava a praça, pedia auxilio ao general por-
P. Quando foi o Bra{il elevado d categoria de tuguez.
reino? P. Que je{ então D. Diogo de Sou{a?
R. Por decreto de 16 de Dezembro de 1815 R. D. Diogo de Souza entrou na Banda
88 GUERRA NO SUL DO DRAZIL
GUERRA NO SUL DO DRAZI L 8!l
Orient al, occup ou Serro Largo e contin uou sua
march a viclori osa até Mald o nado, onde rece- conde da L aguna), teve ordem de occu par lo da
beu um expresso de E li o, partici pando -lhe o a Banda Orient al.
armísti cio conclu ido com H.ondeau c recla- p. Que triunfo s alcançáráo as al·mas luso-b,·ati-
mando a r etirad a das forças portug uczas. leiras ?
P. A nnuio D Diogo de Sou:ta a este pedido ? R. Emqu anto Lccor march ava sobre .1\lo.n le-
R. Não annuio : o que obrigo u o exerci to vidéo, Artigas e outros caudil hos argent mos
argent ino a levant ar o cerco de Montevid éo e erão batido s em S. Borja e em outros pont~s
a repass ar o Rio da Prata . pelas forças brazile iras estacio nadas no R 10
P. Que outros factos nolaveis occorréráo n'esta Grand e do Sul.
guerra ? p. Quando foi occupada a cidade de Mo11tevidéo
R . No anno seguin te (1812) partio D. Diogo pelas jor~as portugue{_as?
de Souza de l\1aldonado para Paysa ndú, e ba- H. 0 genera l Lecor, depois de ter derr?tado
teu em varios recon lros as forças de Ar ligas c em. I ndia-M orta o caudil ho Fruclu oso Rivera ,
de outros caudil hos. c ter occup ado Maldo nado, march ou sobre
P. Como teve fim esta guerra ? Monle vidéo, onde entrou tr iunfa nte a 20 de
R. Tendo D. Diogo de Souza r ecebid o parti- Janeiro de 1817.
cipação do armist ido conclu ído em Maio do P. Que fe:t em seguida o genel·a l Lecor?
mesmo anno 1812 entre a junta de Bueno s- H. O genera l Lecor mando u em seguid a
Ayrcs e o enviad o portug uez Radem aker, deu occup ar a Colonia do Sacram enl? e o S_:rro-
ordem ás suas tropas de cessar as hostili dades Largo, e bater as guerri lhas que mfeslavao as
e de r ecolher-se para o tcrrito rio brazile iro.
marge ns do Urugu ay ·
P . Que fe{ o príncip e 1·egente, quando em 1814 P. Como continu ou a guerra do Sul nos annos
Montevidéo cahio em poder dos Argen tinos?
seguin tes?
R. O prínci pe regente mando u vir de Portu-
H. As nossas armas colhêr ão ainda novos
ga l a divisão dos Volunt arios d'el-Rei, a qual
louros , alé que emfim a 22 de J aneiro de 1820
unida ás tropas brazilc iras, debaix o do com-
as forças de Arligas forão compl etam ente der-
mando do genera l Freder ico Lecor (depoi s vis-
rolada s nas margens do Taquar embó pelo conde
90 REVOLUÇÃO DE PE RNA~IBUCO BN 1817 REVOLUÇÃO DE PERNAMBUCO EM 1817 91

da Figueira, capitão general do Rio Grande do das colonias hespanholas que se havião decla-
Sul. rado independentes.
P. Que succedeu a Artigas depois d'essa derrota? P. Que succedeu no a cto de pôr-se em execução a
R. Tendo Arligas perdido todo o prestigio, dita ordem de prisão ?
refugiou-se no Paraguay, onde foi relido pri- R. O capitão de artilharia Barros Lima e
sioneiro pelo doutor Francia durante a vida mais outro official mat~\rão a estocadas o briga-
d'esle. deiro Barbosa de Castro, c em seguida insur-
P. Como a Banda Oriental foi annexada ao gia-se a tropa (Março de 1817).
Bra:r.il? P. Que je{ o governador de Pernambuco á vista
R. Em Abril de 1821 reunirão-se em Monte- d'esta insurreição?
vidéo os deputados das diversas povoações da R. O governador Miranda Montcnegro refu-
Banda Oriental, c resolvêrão incorporar este oaiou-se então na fortal eza do Brum, onde
paiz ao Brazil com o nome de Provincia Cis- capitulou, e seguia para o Rio de Janeiro.
platina (31 de Julho). P. Que proporções assumio a 1·evolução de Per-
nambuco?
Revolução de Pernambuco em 1817 R. A revolução estendeu-se á Para hiba, ao
Rio Grande do Norte c ás Alagoas.
P. Que deu principio á revolucão de Pernambuco P. Que je{ o governador da Bahia quando lhe
de 1817 ? ' chegou a noticia da revolução de Pernambuco?
R. O que lhe deu principio foi um facto de R. O conde dos Arcos, que governava en tão
pouca entidade, a saber : a ordem de prisão a Bahia, expedia logo forças por terra sob as
contra alguns officiaes brazileiros. ordens do marechal Cogominho de Lacerda , e
P. Quaes jorão porém as verdadeiras causas alguns navios, que reunidos á esqu adra de
d'esta revolução ? Rodrigo Ferreira Lobo, bloqueárão o Recife.
R. As suas verdadeiras causas forão : a riva- p. Como foi reprimida a 1·evolzu;ão de Pernam·
lidade sempre crescente entre Portuguezcs e buco?
Brazileiros, a parcialidade do governo a favor R. Não tardou a declarar-se a reacção contra
d'aquelles, e o exemplo dos Estados-Unidos e os insurgentes nas Alagoas, Parahyba e Rio
REVOLUÇÃO DE PORTUGAL EM 1820 , REVOLUÇÃO DE PORTUGAL E~l 1820 93

Grande do Norte, e o governo illegal do Recife, commercio estrangeiro com grave prejuízo seu,
vendo-se pouco apoiado, tratou de capitular. c a sua antiga colonia elevada á categoria de
P. Quando se entabolaváo as negociações para reino c sendo rcsidencia da côrte.
este fim, que je{ o dictador Domingos Theotonio ? P. Que effeitos produ{_ÍO no Bra:;,il a ,-evolução
R. O dictador Domingos Theotonio retirou- de Po1·tugal ?
se do Recife com a guarnição, e ao saber que R. Apenas chegou ao Brazil a noticia da re-
a cidade fôra occupada por Ferreira Lobo, volução de Portugal, pronunciárão-sc em favor
fugio vergonhosamente, e a sua tropa deban- da futura constituição o Pará, a Bahia e outras
dou-se (Maio de 1817). províncias.
P. Como forão castigados os revolucionarios? P. i vista d'estes factos, que política seguio a
R. As cadêas do Recife não forão sufficicntes córte do Rio de Janeiro?
para conter os presos; confiscárão-se-lhcs os R. A exigencias das tropas da guarnição e da
bens, c muitos d'clles forão condcmnados á população do Rio de Janeiro, os principe~
morte. O. Pedro e O. Miguel jurárão, em nome d'cl-ret
seu pai e nos seus proprios, a constituição que
Revolução de Portugal em 1820; seus etfeitos
as côrtes de Lisboa houvessem de promulgar
no Brazil (Fevereiro de 1821).
P. Que resolução tomou depois D. João VI?
P. Como teve lugm· a revolução de Portugal? R. Por decreto de 7 de Março do m esmo
R. Rompeu a revolução na cidade do Porto anno manifestou O. João VI a sua intenção de
em Agosto de 1820, e triumphou em Lisboa, reQTessar para Portugal, e mandou proceder á
onde se reunirão as côrtes para elaborarem el;ição dos deputados ás córlcs de Lisboa.
uma constituição polilica. p. Como se portáráo os eleitor·es?
P. Quaes forão as causas que originárão a revo- R. Reunidos os eleitores na Praça do Com-
lução de Po1·tugal de 1820 ? mcrcio, não tardárão a exceder as suas allr~­
R. Portugal não podia supportar o governo buições, exigindo que cl-rei adoplasse a co~slt­
despotico e militar que o opprimia, nem ver tuição hespanhola e tomando outras medidas
om bons olhos os portos do Brazil abertos ao extraordinarias, pelo que um destacamento da
94 MEDIDAS TOMADAS PELAS CÔRTES DE LISBOA MEDIDAS TOMADAS PELAS CÔRTKS DE LISBOA 95

tropa portugucza invadiu a Praça do Commer- vernador das armas, delegado do poder _execu-
cio c dispersou a asscmbléa . tivo de Lisboa, c decidirão que se envia~sem
P. Quando partio D. J.oáo VI para Portugal? reforços de tropas para Pernambuco e o Rio de
R. D. João VI partio com a família real a Janeiro.
26 de Abdl de 1821, tendo antes nomeado o P. Que effeitos produ{_iráo no Bra{_il esses actos
príncipe D. Pedro regente do r eino do Brazil. despoticos? _ .
R. Esses aclos despolicos exasperárao os a?I-
mos dos Brazilciros, inspirando-lhes deseJOS
Medidas tomadas pelas côrtes de Lisboa a respeito .
de independencia.
do Brazil
~ - d" · "d
p. Que representaçoes fOI· ao rrzgt as a o przn-
P. Que decretáráo as cô1·tes de Lisboa para redu- cipe 1·egente?
;rir o BrarJI ao antigo estado colonial? R. As juntas de S. Paulo e Minas-Geraes pe-
R. As côrles de Lisboa declarárão em Abril dirão ao príncipe D. Pedro que não regres-
de 1821 independentes do Rio de Janeiro lodos sasse para Portugal.
os governos provinciaes, ficando estes sujeitos P. Que fer. da sua parte a camara mwzicipal do
tão sómcnle a Portugal. Rio de Janeiro ?
P. Que resultou d'esta medida? R. A 9deJaneiro
R. Resultou d'essa medida que algumas pro- de 1822 a camara
ví ncias não quizerão reconhecer a autoridade municipal do Rio
do príncipe D. Pedro, chegando a junta da de Janeiro apre-
Bah ia a pedir reforço de tropas ao governo sentou no mesmo
portuguez. sentido ao prínci-
P. Que outras medidas oppressiJ1as tomártío as pe uma petição do
côrtes de Lisboa a respeitÓ do Bra:ril? povo, e D. Pedro '
R. As côrtes de Lisboa abolírão os tribnnaes respondeu ao seu
mais importantes do Rio de Janeiro, dcrão or- presidente José
dem ao príncipe D. Pedro de voltar para Por- Clemente Pereira :
tugal, nomeárào para cada província um go- « Como é para bem José Clemente Pereira.
96 MEDIDA S TOMADAS PELAS CÓRTES DE LI SOOA I'IDEPE'<OI!NCIA 1)0 ORAZIL 97
de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo
que fico. » lndependencla do Brazil
P. Que fe::. a g uarnição portugue:r_a do Rio de
Janeiro, á vista d'esta declaração? P. Quaes J orão os principaes actos do príncipe
R. A divisão auxiliadora em numero de 2,000 regente depois da partida da esquadra porhtgue;:.a?
homens occupou o morro do Caslello; mas R. D. Pedro partio a 25 de Março de 1822
teve de capitular diante das numerosas forças para 1\linas-Geraes, afim de chamar á obedien-
brazileiras que se reunirão no campo de cia a junta governa liva d'aquella província; a
Sanl'Anna, retirando-se para Nilherohy, onde 13 de l\Iaio aceitou o titulo de Defensor perpetuo
embarcou para Europa a 15 de Fevereiro do do Bra::..il para si c seus successorcs, e a 3 de
mesmo nnno (1822). Junho convocou uma AsscmbJéa constituinte.
P. Depois da sua declaração que fe{ o príncipe P. Que manifesto publicou D. Pedro em Agosto
D. Ped1·o? do mesmo anno, e qualfoi o motivo?
H. D . Pedro nomeou José Bonifacio de An- R. Ao receber a noticia que as côrles de Lis-
drada e Silva ministro do r eino e dos negocias boa ião exped ir tropas ao Brazil, publicou
estrangeiros, e convocou um conselho dos pro- D. Pedro o manifesto do 1° de Ago~to, em que
curadores das províncias. exhortava os Brazileiros a se unirem para con-
P. Como foi recebida a esquadra portugue{a en- seguir a sua independcncin.
carregada de condu:r.ir D. Pedro a Portugal? P. Que viagem emprehendeu em seguida. o prín-
R. Chegando ao IUo de Janeiro a esquadra cipe regente?
porlugueza no dia 5 de Março de 1822, só se R. D. Pedro partio no dia 14 de Agosto para
lhe permillio entrar no porto no dia 10 com a S. Paulo, onde rcinavão graves dissensões.
condição de voltar immediatamentc para Por- P. Que resolução importante tomou o príncipe
tuga l sem locar em porto algum do Brazil. em S. Paulo?
R. Tendo D. Pedro alli recebido noticias da
allilude que con tra clle lomavão as côrles de
Lisboa, r esolveu proclamar desde logo a inde-
pendencia do Brazil.
4
O PI!R IOOO 99
TADOA CII RONOLOG ICA 00 QUART

P. Quando e em que luga r foi esta proc


lama da ?
R. Foi no dia 7 de Sete mbr o do m esmo
anno
prin -
de 1822, ás mar gens de Ypiranga (1), que o
pend enci a
cipe D. Ped ro solto u o grilo de lnde
ou mort e, grilo que ccho ou em toda s as
prov in-
o inde pend ente .
cias e cons tilui o o BrazH naçã
rado r
P. Quan do foi D. Pedro proc lama do impe
do B ra1_il?
ro
R. De volta ao Rio de Janeiro, foi D. Ped
il
proc lam ado imperado r constituc ional do Braz
e sua coro ação leve
13 no dia 12 de Out ubro , e a
p.,
de
.,
'O
luga r no l o de Dez emb ro do m esm o anno
a im-
e 1822, send o ness a mes ma da ta instiluicla
..
'O
::l
.E:
peri al orde m do Cruz eiro .
"'
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o
;;;:

..
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o
DO
·ac TABOA CHRO NOLOGICA DO QUA RTO PERIO
.,
"O
.,cc. PRI~C I PAES ACONT ECIME NTOS
.,
Bahi a
Dese mbar·que do princ ipe r egen te na
"O
c 1808. -
fr·anq ucand o os po1·los
{2:J de J an.) .- Dec•·elo
il a lodas as naçõe s amig as. - Che-
do B•·az
o
gada do prinr ipe J'egenle ao Rio de J aneir
(7 de \far·ço).
J\Jar-
1809 - Toma da de Caye nna pelo coron el Man oel
ques
0 ueJ'J'a com Bu,.uo~·Ayl'cS. O gene ral D.
Diogo
18 11 . -
faz levan laJ• o l'CJ'CO de ::llonlevidé o.
de í:louza

(1) Pequ eno rio perlo de 8 . Paul o.


THIO\ C ll i10~01.0G tC,\ DO 0 1'A11 TC\ Pr.!UODO EVAC UAÇÃO 00 BnAZIL PELA S TROPAS PORTCGt:I: 7..\S J0 I
100

! 812. - Ar·mislit'io ('0111 13uenos-AYres: O. Diogo de


."uuza retira suas lt·opas da Banda Ot·i ental.
18 15 . - ( 1 llrazil e[p,·ado á calegOJ·ia ele reino unido.
1810. - )lor·Le de D. )hu·iu I; sueccdc-lhc seu li lho
D.•João YI.- A dh·isão pol'lugueza de Vo- PE RI ODO V
lun tarios d'el-Hci recebe OJ•dem de t'ccupar a
Banda Or·icnlal. Vicloria de lnd ia r.l orla con-
tra Fntcluoso Hivera. RE INADO DE O. PEDRO I (1 822-1831 )
1817. - Occ upa~iío da praça de )Iontevidéo pelo gene r·a l
Let·or· (20 de Jan .). - Revolução de Pet·nam-
buco ()la r·ço). - Casamento do príncipe
O. Pedro com a arch iduqueza D. Carolina
Leopoldina (Nove mbro). Evacuação do Brazll pe las tropas po1•t ug uezas
1820. - Viclor·ia de Taquar cmbó alcanaçda pelo conde
da Figueira (Jan.) . - Hevolução de P ortuga l P. Que m edidas jorão tomadas para a expulsão
(Agosto). das tropas portugue;,as da Bahia ?
182 1. - Os [)I'Ín ei pcs D. Pcdr·o e D. ) liguei juriio, em
nome d'cl-rei c nos seus JH'oprios, a futur·a R. Lord Cochrane, a quem foi conferido o
constiluição por·Lugucza (26 de Fe,·cr·ci ro). - commando da esquadra brazilcira, bloqueou a
1). Pedro nomeado regente do Ur·azil (22 de
Abril). - Partida de D. João V I c da eOrtc
Bah ia por mar, ápezar da superioridade da es-
para Lisboa (26 de Abril). - 1ncorpora~ão dn quadra portugueza, emquanto por terra a si-
Banda Or·ienta l ao Dr·azil com o nome do Pr·o- tiava o exercito imperial commandado pelo ge-
uincia Cisplatina (3 1 de Julho). neral Laba tut.
1822 . - D. ~Pcdr·o resolve-se a ficar no Brazil (9 de J a-
neir•o). - Evacuação do Hio de J ancir·o pelas P. Quando as tropas p ortugue1_as evacuáráo a
tr·opas porluguezas (1 5 de Fcvereiro).-D.Pe- Bahia?
dr·o aceita o titulo de Defensor perpetuo do R. As tropas po rluguezas commandadas pelo
Br·a:il ( 13 de l\Iaio) . - Convocação de uma
Assemb léa Constituinte (3 de Junho).- Par- generall\Iadeira evacuárão a Bahia no dia 2 de
tida de D. Pedro pa ra S. Paulo (Agosto) . - Julho de 1823 c cmharcó.rào-sc na esquadra
O grito de independencia do Ypir•anga (7 do portugueza, que foi p erseguida alé a foz do
Sctembr·o). - D. Pedro acclamndo impe•·adot·
co ns titucional do Br·azil (12 de Outubro). -
Tcjo por navios da divisão de lord Cochrane.
Sun ror·oaçiio e instituição da ordem do Cr·u- P. Que outros serviços prestou ford Cochrane em
zei•·o (l o de Dczombt•o). favor da causa da independencia do Bra1_il?
SI:P \RAÇÃO DA PRO\'INCIA CISPLATINA 103
102 REVOLUÇÃO DE PERNAMBUCO EM 1824

R. Seguindo lord Cochrane para o Maranhão, R. Manoel de Carvalho Paes de Andrade


fez que esla provincia adherissc á causa da indc- proclamou em 2-1 de Julho a Confederação do
Fr1uado1·, na q11al enlrárüo a Parahyba, o Rio
pendencia, e expedia ao P ará o capitão Pascoe
(irandc do Norte c o Ccarú.
Greenfcll, que conseguia alli o mesmo resultado.
P. Que p rovidencias tomou o governo imperial
P. Queje'{ o general portugue'{ que commandav a
para suffocar esta revolução?
na Província Cisplatina ?
R. O governo imperial mandou uma divisão
R. Vendo o general D. Alvaro da Costa que
naval ás ordens de lord Cochrane, com tropas
as tropas portugueza s linhão sido expulsas de
sob o commando do brigadeiro Francisco de
lodos os pontos do Brazil, evacuou i\Iontevidéo,
Lima e Silva (Agosto).
embarcand o com a sua divisão para Portugal.
P. Que vantagens alcançou este general?
P. Quando foi 1·econhecida por Portugal a inde-
pendencia do Bra~_il?
R. Francisco de Lima e Silva entrou no Re-
cife, balen os republican os na Boa-Vista, e sup-
R. Portugal reconheceu a indepcndcn cia do
plantou a r evolução (Setembro) .
Brazil pelo tratado assignado no Rio de Janeiro
a 29 de Agoslo de 1825.
Separnçti.o da Provlncia Cisplatina, que se constitue
em estado independente
Revoluç4o de Pernambuco em 1824
P. Quem deu principio á sublevação da Provincia
P. Como p r incipiou a revolução de P ernambuco
Cisplatina~'
de t8~ i '?
H. Quem deu principio a esta sublevação foi
R. Manoel de Carvalho Paes de Andrade, que
Ltl\'alleja, que com 32 Argentinos saltou em
governava a província , não querendo entregar
.\ bril de 1825 no lerrilorio Orien tal, onde ateou
o governo a Francisco P aes Barreto, nomeado
:1 rcYolução em toda a cDmpa nha.
pelo imperador para succe<lcr-lh e, foi preso, e
P. Como se sahio La valleja no primeiro combate
no mesmo dia reintegrado na presidencia pela
com as tropas bra ~_ileiras?
tropa (20 de i\Iarço de 182-!).
R. Lavallej a derrotou em Sarand_r no dia 12
P. Que fe1. dep!Jis Manoel de Carvalho Paes de
A11drade?
de Outubro do mesmo anno (1825) as tropas
104 SE PARAÇÃO DA PROVINCIA CISPLATI\'I A
SEPARAÇÃ O DA PROVINCIA CISPLATII'! A 105
brazileiras comma ndadas por Bento Manuel
o menor motivo , recebêr ão ordem de reti-
Ribeiro. rada.
P. Que nota dirigia o governo Argenti no ao go-
P. Que outros t·ever.es soffrérá o os Bt·ar.ilciros?
verno Bra{ile iro por essa occasiáo ?
R. Uma divisão da esquad ra brazileira foi
R. O governo Argentino dirigio ao Brazilciro
d~s~ruida no Uruguay por Brown , e uma expc-
a 4 de Novem bro uma nota declara ndo a Banda
diçao manda da á Patago nia cahio em poder
Oriental incorpo rada á Republica Argentina, o do inimigo .
que equivalia a uma declara ção de guerra.
P. Até quando continuou esta guerra, e qual foi
P. Quaes foráo as primeir as hostilidades da parte o seu resultado final?
do Bra{il contra a R epublica Argent ina?
R. A guerra continu ou frouxa mente alé a ce-
R. A esquad ra brazile ira bloque ou o Rio da
lebraçã o do Lr·atado de paz de 27 de Agosto de
Prata, onde obteve em Julho de 1826 uma vic-
1828, pelo qual foi reconh ecida a independenci a
toria contra a esquad rilha de Buenos-Ayres, da Banda Orienta l.
comma ndada por Brown.
P. Que noticias importa ntes chegdráo de Portu-
P. Que fatia entretanto o nosso exercito ?
gal no principi o da guerra com Buenos -Ayres?
R. O exercito brazileiro comma ndado por
R. No princip io d'esta guerra chegou a noticia
Lecor perman ecia inactivo em Montevidéo.
da morte de D. João VI, fallecido a 10 de Março
, o
P. i vista d'este estado de cousas que t·esolucá
de 1826, e da acclam ação de D. Pedro como
tomou D. Pedro I?
rei de Portug al.
R. O impera dor partio a 24 de Novem bro
P. Qual foi o partido que D. Pedro 1 tomou em
para o Rio Grande do Sul; mas a morte da im- tal conjunc tura? ,
peratri z o obrigou logo a regress ar ao Rio de .
Janeiro , conferindo o comma ndo do exercito
. R: Par~ não excitar a desconfiança dos Bra-
ZJle•ros, D. Pedro abdico u a coróa de Portug al
ao marquez de Barbac ena.
em sua filha D. Maria da Gloria, nomea ndo
P. Que batalha se deu sob o commando do mar-
~eu _lugar- tenente no reino de Portug al a seu
quei de Barbac ena?
1rmao D. Miguel.
R. Deu-se a 20 de Fevere iro de 1827 a batalha
P. Que desordens occorrérán no Rio de Janeiro
de lttt{aing o, em que as tropas brazile iras, sem em f828 ?
FUI DO REI{';ADO DE D. PEDRO I
FIM DO RE ISA DO DE D. P E!ORO 1 107
106
R. Em Junho de 1828 sublevárão-se no Rio Janeiro, onde chegou a 16 de Outubro de
1829.
de Janeiro as tropas estrangeiras ao serviço do
P. Que prince=ta veiu em companhia de D . Maria
Brazil.
da Gloria ?
P. Como foi restabelecida a ot·dem publica?
R. A ordem p ublica foi restabelecid a pelo R. Com D. Maria da Gloria vciu a princeza
emprego da força e depois de uma lu cta san- D. Amelia, d u-
guinolenta, sendo transportados os revoltosos q ueza de Leuch-
lcmberg , futu ra
para Europa.
esposa do impe-
·.
P. Que veio ja~er o almi1·ante jrance~ R oussin ao
Rio de Janeiro em 1828? rador.
R. O almirante Roussin chegou a 6 de Julho P. Quando se ce-
de 1828 com um a náo e duas fragatas, c exigio lebrou este casa-
com os morrões accesos a entrega dos navios mento ?
francezcs apresados durante o bloqueio do Hio R. O casamento
da P ra ta e uma in demnisação de perdas c tle D. P edro I com
damnos. D. Amelia cele-
P. A tlendeu o gover·no impet·ial a taes exigen- brou-se no dia se-
cias ? guinte (17 de Ou-
R. O governo imper ial, vendo-se sem forças tubro), insliltiin-
para rcpcllir tamanho altentado, teve que ceder do-se por esta OC- E >lalua c.Jc D. Pedro 1 (IUo de Jaoeu·o).

ás r eclamações do almirante francez. casião a ordem da Rosa.


P. Que ejfeitos produ71.io no Bra71.il a revolucão
Fim do reinado de D. Pedro l; s u a a bd icação fran ce1_a de 1830? >

~· A r evolução franccza de 1830 produ zio tal


P. Que je~ D . Pedro I ao ver que o reconheci- excitação nos animas, sobretudo em Minns-
mento de sua fi lha como rainha de Po1·tugal encon-
Gera: s, .que D. Pedro I r esolveu visitar aquella
tr ava serias obstaculos ? provmcta.
R. D. Pedro I fêl-a voltar para o Rio de
108 FIM DO REINADO DE D· PEDRO I
TA.BOA CIIRONOLOGICA DO QUINTO P I! RIODO 109

P. Voltou D. Pedro I satisfeito da sua viagem a R. Vendo o aspecto sério que tomavão os
Minas? negocias, O. Pedro I abdicou a 7 de Abril de
R. Não tendo O. Pedro I recebido alli o aco- 1831 em seu filho
lhim ento en thusiaslico que esperava, e vendo o o príncipe O. Pe-
máo effeilo que produzira a sua proclamação de dro, que só con-
Ouro Prelo, voltou desgostoso para o Hio de tava 3 annos de
Janeiro, aond e chego u a 11 de Março de 1831. idade, c nomeou-
P. Que des01·dens occorrêrão 110 Rio de Janeiro lh e por tu to r a
_vor occasião da volta do imperador ? José Bonifacio de
R. Parte da população do Rio de Janeiro, na Andrada e Silva.
qual avultavão os Portuguezcs, resolveu festejar P. QuefeJí.D.Pc-
a volta do imperador, o que provocou um con- dro I depois da sua
fli clo sa ngu inolento com o partido exaltado . abdicação? D. Ped ro t•.
P. Por que nome é conhecido esse conjlicto, e R. Depois da
quando teve elle lugar? sua abdicação retirou-se D. Pedro I para a náo
R. Esse conflicto é conhecido pelo nome de ingleza Warspite, onde se demorou alguns dias,
noite das garrafadas, e Leve lugar na noite de 13 c partio para Europa na fragata Volage da mes-
para 14 de J)larço (de 1831). ma nação no dia 13 de Abri l.
P. Que deu occasião á abdicação do imperador
D . Pedro I ?
TABOA CHRONOLOGICA DO QUINTO PERlODO
R. Foi nomear O. Pedro I um novo ministc-
rio, composto de seis titulares pouco populares. PRI NCII'AES ACO NT E CI~It: ;o, TOS

P. Que resultou d'alli? 1823. - Evacuação da llahia pelas l•·opas p01•luguezas


H. Rcunírão-se então os descontentes no (2 de Julho). - Lord Cochrane faz o Maranhão
adherir á causa da ind cpend encia , e Greenfel
campo de Sant'Anna, pedindo a reintegração obtem o mes mo resultado no Pará. - Disso-
do ministcrio demitlido, ao que o Imperador lução da Assemhléa Consliluin le (12 de No-
não accedeu. vembro). - Evacuação de :Monlevidéo pelas
tropas po1•Luguezas (Novembro).
P. Que resolução tornou por fim D. Pedro I?
110 TADOA CIIDONOLOGICA DO QUINTO PERIODO )(INORIDAD il OI: D. PEDRO 11 111

1824 . - Juramento da Consl ituição {25 de Ma t·ço). -


Hevolução de Pemam buco, s upplan t.'lda pelo
genet·al Ft·an cisco de Lima e Sil va (.Julho-
Selemlwo) .
1825 . - S uhl cvaç;io da Pt·oyincia Cisplatina (Abril) . - PERIODO VI
Pot•Lugal r·econhece a indepenclencia do Dt·azil
{ll·atado de 29 de Agosto).- Det·rota dos Bra- REINADO DE D. PEDRO 11
zilei t·os em Sarandy ( 12 de Oulubt·o). - Nas-
cimento de D. Ped t•o II {2 de Dezem bt·o). -
O Brazil decla t·a g uerra á Republica Argen- Minoridade de D. Pedro 11 ; regentes do lmperio
tina (10 de Dezembro).
1826. - l\fot·te d e D. J oão V I (10 de Março). - D. P e-
P. Quando foi nomeada a 1·egencia permanente, e
dr·o I abd it'a a cot·ôa de P ortu gal e m sua fllha de que memb1·os se compunha ?
O. Maria da Olo1·ia (3 de l\Iaio). - Partida do R. A regencia per-
Impet·adot· para o Hio Grand e do S ul (2'o do mancnle, que só foi
Novrmhro). - "\forte da Tmpe1·att·iz D. Ca t·o-
lina Lcopoldina ( 11 de Dezeml)l'o). nomeada a 17 de
1827. - Uma dtvisiio da esquadra brazileira é deslt·uida Junho de 1831, com-
no Ut·uguay por Bt•own ( Pevereit·o).- Ba- punha - se de lres
talha de Iluzaingo (20 de Fevereit·o). - Ct•ea-
ção de duas facu lda des jurídicas em S. Pau lo
m embros, a saber :
e Olinda. - Cr eação dos bispados de Goyaz c o brigadeiro Lima e
do Cuyabá.
1828. - Sublevação das tropas eslt·angeiras no Hio do
J aneiro (Junho). - Chegada do almi ra nte
, SilYa, e os depula-
dos Cosla Carvalllo
e Braulio l\Iuniz.
Roussin ao Hio de Janeit•o (6 de Julho). -
Tratado de paz com a Republica At·gcntina, P. Que revoluções
que reconhece a independencia do Estado occorrêrão dm·ante
Ot•icntal (27 de Agosto).
1829 . - Casamento do D. Pcd1•o I com D. Amclia c Cl'ea- esta 1'egencia? O. Ped ro H.
çíio da o t•dem da 11osa ( 17 de O utubt•o). R. Duranle esla
1831. - P t·ocla mação de D. Pedr·o I em Out·o-Pt·cto regencia pcnnancnlc occorrêrão revoluções
(Feve reit·o). - ~oil e das garrafadas (13- 14 de
Março). - Abdtcação de D. Pedt•o I (7 de provocadas pela soldadesca insubo•·dinada er_n
Abril). Pernambu co, Bahia, Maranhão, Rio de Janei-
ro, Ceará, Pará c Minas.
112 MINOR IDA OE DE O. PE DRO 11
liiNORID ADB DB O . PEDRO 11 11 3
P. Que succedeu em 1.833 a José Bonifacio de An-
do Impe rio, o senad or Pedr o de Arau jo Lim a,
drada e Silva, tutor do imperador? depoi s mnrq uez de Olind a, que foi nome ado
R. A 15 de Deze mbro de 1833 fo i José Bo ni- regen te efTectivo a 22 de .\bril de 1838.
facio preso por ordem do gover no, dentro do P. Que factos impor tantes occorrérão na regcn-
propr io paço da Boa-Vista.
cia do marqu e{ de
P. Depois da regencia perma nente quem foi eleito O/ind a?
regen te do /mpe do?
R. Os facto s m ais
R. F oi o padre im porla nlcs que
Di ogo A nt o ni o occor rêrão na re-
F eijó , que foi gen cia do marq ucz
eleito regen te a de Olinda for:io as
7 de Abril de r evolu ções q ue rc-
1833 c t omo u benlá rão na Ba hia
posse do ca rgo a em 1837, e no 1\Ia-
12dc Outu bro do ranha o em 1838 ;
mesm o anno . e a <lcr rola que Pcdr·o de Araujo Lim:r, lll'll'fiUI 'Z
de Olinua.
P. Qual foi o em Abril de 1838
Padre Diogo Antonio l•'ciJó. princ ipal aconte- so fTrêrã o as arma s impc rincs na Tfi/la do Rio
cimento occorrido Pardo , no Rio Gra nde do Sul.
na 1·egcncia do padre Feij6 ?
p. Que estabelecimentos littera rios jorão funda-
R. O acont ecim ento de mais vullo occor rido
dos em 1838 no R io de Janei ro ?
na regencia do padre F cij ó foi a revol ução do
R. Farã o funda dos em 1838 o collcgio de
Rio Grand e do Sul, que reben to u em Setem bro
P edro li c o lnslilulo Ilislo rico c Gcog raphi co
de 1835 c duro u cerca de dez anno s.
do Brazi l.
P. Quando o padre FeiJó deixo u a 1·egencia e
quem lhe succedeu ?
R. O pad re Feijó deixo u a r egenc ia a 19 de
Setem bro de 1837, transmillin do-a ao minis tro
114 PROCLAMAÇÃO DA ~I AIORIDADE DE O. PEDRO 11
PROCLAMAÇÃO DA AIAIORIDADE DE O. PEDRO 11 115

nado e manda rão uma deputa ção ao Imper a-


Proclam ação da m aioridad e de D. Pedro 11
dor para pedir-lhe que tomasse as redeas do go-
P. Por que grave motivo se procla mou a maiori - verno.
dade do Impera dor antes do tempo marcado pela P. Qual foi a decislio do Imper ador?
R. Como o regent e consullasse o Imper ador
Constituição?
se elle qu eria ser acclamado no dia 2 de De-
R. Procla mou-s e a maior idade do Imper ador
zembr o ou já, respon deu-lh e o joven monar cha:
em razão do esta-
Quero já; e mando u convo car para o dia se-
do de agitaçã o em
guinte a Assembléa geral.
que se achava o
P. Que occorreu n'essa sessão ?
Brazil : a guerra
R. A Assembléa geral procla mou a maior i-
civil do Rio Grand e
dade de D. Pedro li no meio do maior enlhu-
do Sul contin uava
siasmo de lodos, presta ndo este Senho r no
com medon ho as-
m'csm o dia o juram ento ordena do pela Consti -
pecto e a situaçã o
tuição (23 de J ulbo de 18"10).
do Maran hão ins-
P. Qual foi um dos primei ros actos do governo de
pirava serias re-
D. Pedro li?
llernanlo Pereira de Vasconcellos. ceios.
R. No dia 22 de Agosto concedeu D. Pedro li
P. Que veio apres-
sar a solucão d'esta questão da maiori dade?
uma amnis lia geral para os crimes políticos, a
' qual conco rreu efficazmente para a pacificação
R. O que apressou a sua solução foi o decreto
do adiam ento das camar as, aprese ntado a 22 do Maran hão.
P. Quando teve lugar a cerimo nia da sagração e
de Julho pelo minist ro do imperio Berna rdo
coroação do joven monarc ha ?
Pereir a de Vasconcellos.
R. A sagração e coroaç ão de D. Pedro li teve
P. Que fi:terão entl"io os deputados e senadores
que pugnav ão a favor da maiori dade?
lugar no dia 18 de Julho de 1841.
R. Os deputa dos e senado res que pugnavão
a favor da maior idade reunu·ão-se então no se-
~ 16 llF.YOLUÇ\0 l!ll S. I'AULO E AIIN AS CERAES
PACIF ICAÇ;{O DO nlO GRANDE DO SUL 117

ordens do barão de Caxias, qu e conseguia suf-


Revolução em S. Paulo e Minas-Geraes focar a rcbellião.
p . Que outra província se insurgia contra o go-
P. Quaes (01·ão as causas que suscitárão a revo-
l•CrllO imperial ?
lução de S. Paulo ? R. Ainda não eslava de Lod o sufTocada a rc-
R. As causas da revolu ção de S. Paulo fonio: v~ução de S. Paulo, quando em Junho de 18 12
a promulga<;:.lo de duas leis votadas em 1811 se declarou a insurreição em :Minas-Gcra es, no-
p e I a Assembléa meando os r ebeldes pr·esidente da província a
geral , e a disso- FeJjciano Pinto Coelho.
luçào da camara P. Quem foi encarregado de pacificar a província
dos deputado s de Minas?
em :\Iaio de 18 12. R. Foi mandado para pacifi cai-a o barão de
P. Quaes ercío Caxias, que a 20 de Agosto de 18 12 derrotou
essas duas leis vo- completam ente os rebeldes em Santa-Ll~'iJa :
tadas em 184 1 '! esta victoria pôz lermo á rebellião de U-Ima s-
R. Erão : a lei Geraes.
que crcava um P. Que occorreu de notavel no amzo 1 8~3 '!
Duque de Caxias.
novo conselho de R. Celebrou-s e a 4 de Setembro de 18 13 o
Estado, e a lei casamento do Senhor D. Pedro li com D. The-
das reformas do codigo do processo. resa Christina Maria, princeza de Na poles.
P. A quem os rebeldes de S . Paulo escolhêrão por
chefe?
Pacificação do Rio Grande do Sul
Os rebeldes de S. Paulo escolhêrão por chefe
ao brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar, que P. Quando par tio o barão de Caxias para o Rio
foi acclamado presidente da província.
Grande do Sul?
P. Que medidas tomou o govemo para suffocar a R. O Hluslre pacificador do Maranhão, de S.
ilzsw-reicão
>
de S. Paulo? Paulo e de l\linas-Ger aes partio do Rio de Ja-
R. O governo mandou algumas forças sob as neiro em fins de Outubro de 1842.
118 REVOLUÇÃO DE PERNAMBUCO EM 1848 119
GUERRA CONTRA ROSAS EM 1851
P. Como conseguia c/le pôr termo á longa guerra R. 0 governo nomeou presidente de Perna~­
intestina que assolava aquella província? buco ao deputado Manuel Vi eira Tosla, depots
R. O barão de Caxias conseguiu pacificar o barão de Muriliba, e deu o commando das ar-
Rio Grande do Sul já por suas victorias, já so- mas ao brigadeiro José Joaquim Coelho.
bretudo por sua moderação ; concorreu lam- P. Que occorreu de notavel n'essa revolução!
bem muito para isto a amnislia concedida pelo R. Depois de varios combates, resolvêrao os
Imperador aos rebeldes em fins de 1844.
rebeldes alacar o Recife, mas forão derrotados
. . ,
P. Quando terminou a guerra civil do Rio morrendo na acção um dos seus prmctpacs
Grande?
chefes, o desembarg ador Joaquim Nunes Ma-
R. A guerra civil do Rio Grande do Sul ter- chado (2 de Fever eiro de 1849).
mjnou em Fevereiro de 1845, entregando os re- p. Quaes jorão os resultados d'esta de1·rota dos
beldes as armas.
t·ebeldes?
P. Que viagem emprehendérão pouco depois Suas R. Esta derrota enfraquece u extremame nte
Magestades Imperiaes?
o partido rebelde, c em breve r estabeleceu -se
R. Suas l\ll\I. TI. visitárão as províncias de a ordem em toda a província.
Santa Ca tharina, S. Paulo c Rio Gra nde do Sul
(Outubro de 1845- Abril de 1846).
Guerra contra Rosas em 1851

~
Revolução de Pernambuco em 1848 p. Quem era esse Rosas ?
R. D. Manoel Rosas era o diclador de Buenos-
P. Quaes forão as causas immediatas que derãu
Ayrcs.
origem á revolução de Pernambuco de 1848 'l
P. Porque declarou o Bra~il guerra a Rosas?
R. As causas immediata s forão a organisação R. 0 Brazil declarou guerra a Rosas, porque
do gabinete de 29 de Setembro do mesmo anno o general Oribe, á frente de um exercil? forne-
1848, e as numerosas demissões de empregado s cido pelo mesmo Rosas, sitiava havl_a nove
que a acompanhá rão. annos a praça de Montevidéo , e o seu tnumpho
P. Que medidas tomou o governo imperial para comprome tteria a segurança das nossas fron-
debellar a revolução de Pe1·nambuco ?
teit·as do Sul.

• •
120 GUERRA CONTRA ROSAS EM 1851 GU ERRA CONTRA ROSAS E ~ 1851 121

P. Que alliado encontrou o Bra::tiln'esta guerra? Jlfonte-Caseros, devendo-se a victoria ao denodo


R. O Brazil alliou-se com o general Urquiza, da divisão brazileira. ·
goYernador de Entre-Rios, o qual se dcclarára P. Que fo i j eito de R osas depois da derrota de
contra o tyranno de Buenos-Ayres. suas tr opas ?
P. Que successos assignalárão o comeco da cam- R. Para não cahir em pod er dos alliados,
panha ? ' Rosas fugio c embarcou-se para Europa.
R. A 6 de Setembro de 1851 entrou no terrilo- P. Que grande
rio Oriental o conde de Caxias commandando homem representa-
o exercito brazileiro, que contava cerca de va então o Bra{il
16,000 homens; e a 11 de Outubro rendeu-se-] he no Rio da Prata ?
Oriuc com todo o seu exercito, ficando assim R. Achava-se
assegurada a indcpendencia do Estado Oriental. então no Rio da
P. Que f e1. em seguida o exercito bra{ileiro ? Prata como en-
R. Destacou-se então para r eforçar o exercito viado extraordi-
de L'r•Juiza uma divisão de 4,000 homens sob nario e ministro
as or dens do brigadeiro Manoel l\Iarques de plenipotenciario
Souzn , depois conde de Porto-Alegre. do Brazil o gran-
ll onorio ll ermeto Carneiro Leão,
P. Qui! serviços prestou a esquadra b1·a{ileira na de Honorio Hcr- marquez de P aranã.
guerra contra Rosas ? meto Carneiro
. R. _A esquadra brazileira transportou ao tcr- Leão, que alli soube manter bem alta a digni-
nton') :.:rgenlino a divisão brazileira de 4,000 dade do Impcrio, c que por taes serviços rece-
11omens, forçando victoriosa o passo de T oue- beu o titulo de visconde e depois o de mar-
lero, sob o commando do almirante Grcenfcll. quez de Paraná.
P .. Que triumpho alcançárão as j01-ças a//iadas, P. Qual foi uma das principaes vantagens que o
depots de reu.nidas? Bra{_il retirou d'esta brilha11te campanha?
R. Reunidas as Jorças alliadas, marchárão R. Uma das principaes vantagens que retirou
sobre Buenos-Ayres, e a 3 de Fevereiro de 1852 o Brazil d'esta guerra foi a demarcação de li-
destroçárão as tropas de Rosas na batalha de mites com a Republica Oriental do Uruguay.
122 QUESTÃO INGLEZA llal i 862
GUERRA DO PARAGUAY (186'.-1870) 123

Quest ão lnglez a em 1882


Franc isco Solan o Lope z, presi dente da repu-
bUca do Parag uay.
P. Qual foi a orige m da questão ilzgle'{a? p. Que deu occasião a esta longa guerr a ?
R. Farão as reclam ações do gover no inglez, R. A guerr a foi injus tame nte provo cada por
que exigia indem nisaç ão pelo prete mlido saque Lopc z, sob o pretexto de have rem as tropa s
de um navio inglez naufr agado em Junh o de brazi leiras invad ido o Estad o Orien tal do Uru-
1861 na costa do Rio Gran de do Sul.
guay .
P. Que reclam ava ainda o gover no ingle::;_?
P. E por que mo-
R. O gover no inglc z pedia tamb cm satisfação
tivo entrárcío as tro-
pela prisã o de tres officiaes inglezcs, que ves-
pas bra{il eiras no
tidos á paisa na haviã o insul tado um posto de
Estad o Orien tal?
guard a na Tijuc a em Junh o de 1862.
R. As tropa s bra-
P. Nlío teve promp ta soluçlio esta questi io?
zileir as entr árão
R. Não : a quest ão ingle za aggra vou-s e pelo
no Estad o Orien -
contr ario nos ullim os dias de 1862, chega ndo
tal, por ter recus a-
os navio s de guerr a inglczes a captu rar algum as
do o gover no de
emba rcaçõ es m ercan tes brazi leiras .
Mon tevid éo pôr
P. Como se decidia a questão ingle; .a?
R. Os gover nos inglez e brazi lciro subm el- cobro aOS repet i- Alnma nle Tamandare.
dos vexam es c of-
terão -na ao arbitr am ento do rei dos Belga s, que
fensa s feitos aos Brazi leiros residentes n'a-
foi todo favoravel ao Brazil.
quell e Estad o.
P. Quaes Jorcío os pri11cipaes f eitos que assign a-
Guerr a do Parng uay (1864 -1870 ) árcío a campa11ha contra o E stado Orien tal ?

P. Qual foi a questâo de maior vulto occor rida


n. Os principaes feitos da camp a nha Orien tal
no reinado de D. Pedro li?
forão : a toma da do Salto pelas força s do almi-
rante barão de Tama ndaré e do gener al Flore s
R. A questão de maio r vulto foi a guerr a que
o Brazi l suste ntou duran te cinco anno s contr a (Nov embr o de 1864); a toma da de Paysa11dzí
pelo gener al 1\lcnna Barre to (2 de Janei ro de
12't GUEn nA DO PARAGUAY (186't-1870)

1Xô5) ; e a ca pilul ação da praça de M ontevidéo,


:;ne foi entregue no general Flores, alliad o do
llmzil (20 de Feve reiro do mesm o nnno ).
P. Quaes jorcío as prim eiras hostil idades da parte
do governo do Para guay ?
R. O vapo r brazi leiro Marq ue{ de O/inda, que
lcv::tva a se u bord o o coron el Carn eiro de Cam -
p os, no mead o presidente de .i\Iallo-Grosso, foi
r r.t:tur ado em Assu mpçã o (Nov embr o de 1864);
c- o Sul d'esta prov incia foi occu pado por força s
para guayas.
P. Que medid as tomou o governo impe rial?
R. Não estan do o Brazil prep arad o para a
guerr a, Leve o gove rno impe rial de lança r mão
de medi das extra ordin arias : m a ndou cons truir
navios encouraça dos, creou corp os de volu n-
tario s da patri a, cbam ou ao servi ço activ o a
guar da nacio nal, e envio u por terra uma expe-
dição a l\Ialto-Grosso.
P. Quaes jorão os princ ipaes successos da guerr a
com o Paraguay em 1865 'i
R. Os princ ipaes successos da guer ra em 1865
farão : a invas ão pamg uaya na prov ínci a de
Corr ienle s (Abr il); - o !rala do da lripli cc
allian ça entre o Brnzi1 c as republi cas Argentina
e Orien tal, assig nado em Bucnos-Ayres no 1°
de l\faio ; - a invas ão da prov íncia do Hio
Gran de do Sul (Jun ho); - a brilh ante victo ria
126 GUERRA DO PARAGUAY (18&~-1870)
GUE RRA. DO PARAGUA.Y (186',-18/0) 127

naval de Riachuelo, alcançada no rio Paraná a mens; - a tomada de Curui_ú pelo visconde
11 de Junho pela esquadra brazileira sob o de Porto-Al egre; - e o alaque m allogrado de
commando do chefe de divisão Barroso (barão Curupaity.
do ~mazo na s);- a partida do Imperador para P. Quem assumio o commando das forças bra:{i-
o Rro Grande do Sul em Julho; - a rendição lciras em Novembro de 1866 ?
R. Em Novembro de 1866 assumio o com-
de Uruguayana
a 18 de Setcm- mando o mare-
bro,ficando pri- chal m arquez de
sioneiro todo 0 Caxias.
exercito para- P. Como prose-
guayo que in- guio a guerra em
vadira o Rio 1.867 'l
Grande. R. Entre os nu-
P. Quaes fo- merosos feitos de
rão os princi- armas sohresahc
paes feitos mili- a derro ta dos Pa··
tares da campa- rag u ayos, qu e ~l anoel Luiz Ozol'iO, murquez do l!CI'val.
nha de 1866 con- vierào a lacar o
tra o Paraguay?
nosso acampamento de 1'uyuti.
P. Quaes jo,·{io as operações militares que assi-
Almirante Barroso, barão do An~;11 ona..
R. Os princi-
gnalárão a campa Ilha de 18G8 ?
. paes fei los mi-
hlares d~ campanha de 1866 farão : a entrada R. Em 1868 os principaes feitos da campanha
do cxcrcJ lo brazilciro, sob o commando do ae- do Paraguay forão : a brilhante passagem de
n_cru l Ozorio (mnrqu cz do Herval), no tcrri~o­ flumaitá pela esquadra brazileira a 19 de Feve-
n o d~ P:u:aguay pelo Passo da Palria (Abril); reiro; o reconhecimento elas fortificações d'esta
- a \'lclona de Estero-Bellaco; - a batalha de praça, cujo resultado foi a sua evacuação pelos
2l de ~!aio, em que foi batido complclarnenlc Paraguayos a 25 de Julho; - a concentração
o exercito de Lopez em numero de 18,000 ho- do exercito de Lopez enlre Angoslura e Villcta,
128 FACTOS POSTEntORES Á GUERRA DO PAIIACUAY
PACTOS POSTERIORES Á GUERRA DO PAR\GUAY 129
onde foi atacado pelas trepas brazilciras, que R. Depois da guerra do Paraguay os factos
alcanc;ár,io em Dezembro as victorias de Itororó, mais importantes que occo1·reram nó Brazil
Vi/teta c Lomba Valentina; - e n 30 do m esmo forão: a primeira viagem de Suas l\fagestades
mcz a tomada de Angostura, qu e abrio aos Imperiaes á Europa, que durou de 23 de Maio
alliados as portas de Assumpção. de 1871 a 31 de l\Ia rço de 1872, fican do como
P. Quaes jon1o os principaes successos occorridos regente do impc-
na guerra do Paraguay em 186!) e 1870 ? rio a princcza im-
H. Os princi paes succcssos da guerra do Pa- perial D. Isabel ;
raguay cm1869 c 1870 forão : a entrada solemnc - a promulgaçüo
dos Brazilciros em Assum_1:ção a 5 de Janeiro da lei de 28 de Se-
de 1869; - a retirada do marquez de Caxias lembro de 1871 , no
por molestia, c a nomeação do Sr. con de d'Eu minislerio de que
para succcder-lhe no commando (Março); - a era presidente do
perseguição do cxercilo de Lopcz, que se reli- co nselho o illustre
rára para as montanhas do interior do Para- visconde do Hio
guay ; - o estabelecimento de um governo Branco (.José ~Ia­
provisorio no Paraguay (Agosto); - e emfim, ria da Silva Pa rn-
depois de uma serie de gloriosos combates, o nhos), decretando
ataque de Cerro-Corá, á margem do Aquidaban, a liberdade dos
e a morte do sanguinario despota do Paraguay, filhos das escravas VIS<'Oilde do RI O lll'anl'O

que preferi() morrer antes que render-se pn- nascidos d'ahi por
s(oneiro (1° de Março de 1870). A morte de diante c crcando o fund o de em ancipação;
Lopez pôz termo á guerra do Paraguay. - o assentamento de um cabo eleclrico sub-
marino cnlre o Brazil c a Europa (no 1° de Ja-
Factos posteriores á guer1•a do Pa r aguay
neiro de 1871);- a viagem de Suas :\Iagestadcs
Imperiaes aos Estados-Unidos, á E uropa, Asia
P. Quaes forão os factos mais importantes occor- c Africa, de 26 de Março de 1876 a 25 de Se-
t·idos 110 Bra;JL depois da ffUCr ra do Para(fuay? tembro de 1877; - a promulgação da lei de 28
~
130 TABOA CIIRO~OLOCICA DO SEXTO PERIODO TABOA CURONOLOCICA 00 SEXTO PERIODO 131
de Setembro de 1~1>, declarando liYres os es- 1837. O pad•·e Feijó renuncia o cargo de regente (19
cravos sexagenarios e contendo medidas para de Setembro). - Hevolução da Bahia (No-
vembro).
a extincção gradual da escravidão: - a 3" via- 1838 . - Ped r·o do Araujo Lima, depois marquez do
gem de D. Pedro Jf á Europa, em ca mpanhia de Olin.da, eleito regen te do Imporia (22 do
Sua l\Iagestadc a Imperatriz, deixando, como A?•·•l). - De•·•·ola das tropas imperiaes no
Jho- Pardo. - Fu n da~iío do collegio de Pe-
das ou tras vezes, sua filh a D. Isabel regente do
dr·o I I e úo I nstitulo Ilis torico. - R evolução
Imperio, de 30 de .Junho de 1887 a 22 de Agosto do Mar·anbão (Dezembro).
de 1889; - a promulgação da lei de 13 de l\Iaio 18'.0. - P •·oclamação da maio•·idade de D. Pedr·o Il
de 1888, que declarou exlincla a escravidão no (23 úe Julho).-Amnislia geral (22 de Agosto).
J1!', J . - Sag•·açií.o e co roação do D. l'edr·o II (J8 do
Brazil; - a proclamação da Republica, em 15 Julho).
de Novembro de 1889. 1 8~2.
- Hev?lu ção de S. P aulo (Maio). - Revolução de
Mlll~S·Go •·aes (Junho). - Victo•·ia d e Santa
Luz1a alca nçada pelo har<1o de Caxias (20 de
Agosto).
18't3. - Casa•~e~lo de D. Pedro li com D. Theresa
Chr•rslrna, p1·inceza de Xapoles (ft de Selem"
hr·o).
18'.5. - Fim. da rebellião do Rio G•·ande do S ul (Feve-
TABOA CHRONOLOGICA DO SEXTO PERIODO r·eu·o) . - Viagem do f mpcmdo1· ao Sul do
Impe1•io (Outubro).
J8'o8. - Hcvolu ção de Per•nambuco (Novemb•·o).
rni'\C I PAES ACONTECIMENTOS
18'.9. - Derrot..'l dos rebeldes de Pcmambuco (2 de
Fevere i•·o).
1831 . - Eleiçiío da regencia pe•·manenle pela a!'\RPm hlra
geral (t i dl• .Tunho\.- Sedições mili tares e 1851. - Gue1·ra contra Rosas. O gcne•·al 0 1·ibe rend o-se
popu la res em va •·ias províncias. com lodo o seu exercito ao rondo de Ca..'<ias
1833. -Prisão de Josó Boniracio de And •·ada o S ilva. (tI d e Outubro). - A esquad1·a b •·azileira
183'•. - Hefo•·ma da Constitui ção, chamada Acto add i- fór·ça o passo de Touelero (Dezem bro).
cional (Agosto) - Mol'le de D. Ped ro I (2ft de 1852. - Batalha úe ~lontc-Caser·os, em que o exer·cito
Setembro). úc Hosas é completanwnle derTotaJo (3 de
1835. - Revolução do Hio Grande do Sul (Srlembro). F eveJ·eiro).
-O padJ•(• Feijó •·egenle do tmpcrio (12 de 1862. - Ques tão ingleza : l'Ompimento das r•elações di-
Outubro). plomaticas com a Ing laterra.
132 TAUOA CHRONOLOGrCA DO SEXTO PERr ODO
TABOA CIIRO:'\OtOGrCA DO SI!XTO Pt:llrODO
133
1864.. - Campanha do Estado Or·iental : tomada do Salto. 1876. - Viagem de Suas 1\Iagcstad es iJOs Estados-{' oi-
-Captura do vnpor· Jfarquez de Olinda.-
dos, á Eur·opa, Asia c Arrica (~6 de )Jar•çoj.
invasão de ~Iallo-Grosso pelos Pa.raguayos. 1877. Volto. d e Suas )fagcs todcs (25 de Setembro).
1865. - Tomada de Paysandú (Janeir·o). - Capitulação 1885. Pr·omulgação do uma lei, declar·ando livr·es os
de l\lontcvidt!o (20 de Fevereiro). - Tr·alado escravos sexagcnarios e providencian do sobre
de a.Llia.nça entre o Br·azil e as r epublicas Ar- a extincção gradual da escr·avidiio (28 de
gentina e Oriental ( I" de ~raio). - Vict01·ia Solem b r·o).
naval de ltiachuelo (11 d e Junho). -Partida 1887. - Nova viagem de Suas ~Tages
lades a E111·opa e
do I mpe-rador· pm·a o Rio Grande do Sul 3a r·cgencia de D. Isabel (30 de Junho).
(Julho). - H.endição de Urugua.yana ( 18 de 1888. - l:!:xtincç<to da cscr·avidão no Brazil
{13 de Ma io).
Setembro). - Hegr·csso de Suas Magestades (22 de
1866. - Entr·ada do exerci to brazilci ro no Paraguay Agosto).
pelo Passo da Palt·ia (Abr·il), - Batalha de 1889. - Proclamação da Republica ( 15
d e Novembro).
24. de l\fa io em que o exercito do Lopez é
del'l'olado. - Tomada de Curuzú. - Ataque
mallogrado de Curupaity.- O marquez de
Caxias com mandante das forças brazileiras
{Novembro).
1867 . - Os Paraguayos dcrr·otados no ataque de Tuyuti.
1868 . - Passagem de Humaitá pela esquadra b r·azileira
(19 de Fcverei•·o).- Evacuação d'e sta praça
pelos Paraguayos {25 de Julho).
1869. - Entrada dos Brazileiros em Assumpção (5 de
J aneiro). - O Sr. conde d'E u toma o com-
mando do exer·cito bra.zileir·o (Abril).
1870. - Ataque de Cerro-Corá e morte de L opez (1° de
l\Iarço); fim da guerra do Paraguay.
187 1. - Viagem pr·imeira de Suas l\lngestades á Europa
e regc ncia do Imperio con ferida á princeza
D. Isabel (25 de ~J aio) . - Pr·omulgaçào da lei
do 28 do Setembro, decretando a liberdade
dos filhos das escr·avo.s quo nascessem d'ahi
por· diante e creando o fun do de emancipação.
1872. - Chegada do Suas ~! ageslades (31 de ~! a r·ço).
187't . - Assentamen to de um cabo eloctl'ico s ubmarino
enll·e o Brazil e a Europa {lo de Janeiro).
13~ GO VERNO PROVISORIO
GOVERNO PROVISORIO 135
P. Que succedeu depois ?
R. Estabeleceu-se um governo provisorio,
composto de um chefe (o marechal Deodoro) e
PERIODO VII 7 ministros, o qual decretou a republica fed era-
tiva como fórma de governo e intimou no dia
REPUBLICA 16 D. Pedro li a deixar o Brazil no prazo de
24 horas com loda a sua familia.
P. Como procedeu D. Pedro li?
R. Obedeceu á intimação c partiu para Lis-
Governo provlsorio
boa, fazendo votos pela grandeza e prosperi-
P. Quem proclamou a republica no Bra;Jl? dade do Brazil e rejeitando lodos os favores
R. Foi o Marechal Manoel Deodoro da Fon- pecuniarios que lhe fôrão offerecidos pelo go-
seca, de accordo com o tenente-coronel Ben- verno provisodo.
jamin Constant Botelho de Magalhães e outros P. Que aconteceu á fa mília imperial logo ao che-
gar a Lisboa ?
republicanos.
P. Como se realisou este acontecimento? R. A 28 de Dezem bro alli fallcceu a ex-impe-
R. A 15 de Novembro de 18~9 parte da guar- ratriz D. Thercza Christina ~faria.
ni ção da Capital do Impe.rio revo!Lou-se, capi- P. Quando teve fim o governo provisorio?
taneada pelo Marechal Deodoro, dirigiu-se ao R. A 24 de Fevereiro de 1891, data da pro-
quartel-gener al do exercilo, no cam~o de ~a~1l' mulgação da Constituição da Republica pelo
Anna, onde se achava em conferencia o mmts- Congresso Constituinte, elt:ilo a 15 de Setembro
terio presidido pelo visconde de Ouro-Preto. do anno anterior.
Tendo obtido a adhesão de todas as força s de P. Que occorreu de mais notavel durante esse
governo?
terra e mar que alli estavào ou se reuní rào, a
chamado do governo, para resistir á revolta, o R. Reinou sempre a maior ordem em todo
r eferido marechal proclamou então a rcpu- o paiz c foi reformada quasi toda a legislação
blica. nacional de conformidade com as ideias do
novo regimen.
136 COVER'IO DO MARECIIAL DEODORO DA FONSECA (;O\'ERNO DO lllARECII \L PLOI\IANO PEIXOTO 137

P. Quaes jorcío os outros membros do governo FeYereiro de 1891, de conform idad e com dis-
prol'isorio além do Marechal Deodoro ? posições transitarias da Consliluição Federal.
R. Fôrão : o tenente-coronel Benjamin Con- P. Como correu o seu gnver11o?
stant, ministro da guerra; Dr. Ruy Barbosa, H. O governo constitucional do :'!Iarechal
ministro da fazenda; Dr. :\Ianoel Ferraz de • Deodoro foi sempre agitado por dessidencias
Campos Salles, ministro dn justiça; Quintino com o Congresso Nacional, que ell e afinal dis-
Bocayuva, ministro das relações exteriores; solveu a 3 de Novembro de 1891.
Demctrio Ribeiro, ministro da agricullurn, P. Que resultou d'ahi?
commerrio c obras publicas; chefe de esqua- R. Sendo esse aclo inconstilucional, a 23 de
dra Eduardo \V::md cnkolk, ministro da mnri- Novembro do mesmo mez e anno, revoltárão-
nha; e Aristides da Silveira Lobo, ministro do se os navios da esquadra na bahia do Rio de
interior. Janeiro, soh a direcção do conL1·a-almiranle
P. Esses ministros acompanhárc1o o mared1al Custodio José de MelJo.
Deodoro até o fim do seu go11enzo dictatorial? P. E queje1_ enttio o lllarechal Deodoro?
R. Não. Benjamin Con slant fallcceu a 22 de R. Certo de que esse movimento encontrava
Janeiro de 1891, lendo pedido demissão do seu apoio em terra no exercito e querendo evitar
cargo a 18, em virtude de grave enfermidade. derramamento de sangue, renunciou o seu
Os outros ministros, por desintelligcncia com cargo passando o poder no mesmo dia ao Ma-
o .l\Iarechal, pcdírâo demissão a 20, sendo no rechal Floriano Peixoto.
dia seguinte organisado novo ministerio, de
que foi principal personagem o barão de Governo do Marechal Floriano Peixoto
Lucena.
P. Quaes fdnio os acontecimento.> principaes
Governo do 1\larechal Deodoro da Fonseca
occorridos durante o governo do Marechal Flo-
riano?
P. Quem foi o primeil·o presidente da Republica? R. Fôrão a deposição dos governadores dos
R. Foi o Mnrechal Deodoro da Fonseca, Estados, excepto o do Pará ; o fallecimento do
eleito pelo Congresso Consliluinte a 23 de ex-imperador D. Pedro li; - a r evolta àas
138 GOV!I\NO DO IIIARECUAL FLORIANO PEIXOTO
GOVERNO DO iiiARECIIAL FLORIANO PEIXOTO 139
fortal ezas de Santa Crnz e Lage; - a sedição
de 10 de Abril de 1892; - a revolução do Rio chal Floriano a proceder á eleição presidencial
Grande do Sul; - e a revolta da esquadra antes do prazo fixado para o primeiro p eríodo ,
houve no dia 10 uma manifestação popular ao
nacional.
l\Iarechal Deodoro, que se achava enfermo,
P. Porque e como fôrão depostos os gover na-
dores? pensando os seus promotores contar com o
R. Por lerem adherido ao golpe de Estado apoio do exercito para reslabelccel-o no pod er.
de 3 de Novembro, excepto o do Pará, Dr. Esle apoio porém falhou e farão ellcs presos c
Lauro Sodré, organisárão-se nos estados movi- desterrados, assim como algu ns d'aquelles gc-
neraes.
mentos revolucionarias que os fizerão aban-
donar· os seus postos. P. Qual foi a causa da ,·evolução do Rio Grande
P. Em que data e ondefalleceu D. Pedro li ? do Su l?
H. A 5 de Dezembro de 1891, em Pariz. R. Foi ler voltado ao governo do Estado a
P . Como se deu a rc1'0lta das forta[e{_as? 17 de Julho de 1892 com o auxilio da força
R. A 18 de Janeiro de 1892 o 2° sargento federal o ex-presidente Julio de Castilhos, que
Silvi no de Macedo, á frente de muitos presos por ter adherido á dicladura do ~1arechal Deo-
que se achavão na fortaleza de Santa Cruz, doro havia sido deposto pelo povo anles de
prendeu a guarnição no refeitorio e apossou-se 23 de Novembro anterior.
das baterias, obrigando a fortaleza da Lage a P. Quanto tempo durou essa revolução e quem
submcller-se, por estar por ellas dominada. f oi o seu chefe?
P. Quando terminou essa revolta? R. De 4 de Fevereiro de 1893 até 23 de
R. Logo no dia seguinte, tendo sido a forta- Agosto de 1895, excedendo portanto o período
leza de Santa Cruz tomada de assalto por dois de governo do Marechal Floriano. O seu chele
batalhões do exercito, auxiliados pelo bom- foi o general João Nunes da Silva Tavares. .
bardeio da esquadra. P. Que apoio encontrou essa ,.ei'Olução?
P. Em que consistiu a sedição de 1° de Abril?
R. Essa revolução foi apoiada pela revolla
R. Tendo treze generaes de terra e mar pu-
da esquadra nacional no porto do Rio de Ja-
blicado a 6 u;-manifesto intimando o Mare-
neiro, a 6 de Setembro de 1893, á qual adhe-
140 GOVP.R~O DO liARP.CHAL FLORIANO PEIX OTO GOVERNO DO liARECIIAL FLORIA"iO PEIXOTO 1't1

nrao as fortalezas de Villegagnon e Ilha das o abandono pelos mesmos dos seus navios c
Cobras. fortifi cações, a 13 de :\Iarço seguinte, fugindo os
P. Essa r·evolta só operou no porto do Rio de officiaes, inferiores c grande numero de paisa-
Janeiro? nos para bordo de dois navios de guerra portu-
R. ~ão. Alguns navios que sahírào, afron- guezes, que lhes derão asylo.
tando o l ogo das fortalezas da barra que r. E fóra do Rio de Janeiro?
ficürão fieis ao governo, dirigi rão-se a Santa R. Fórào em 189-l: - a invasão do estado do
Catharina c ahi, de accordo com o governa- Paraná pelas forças de Gumercindo Saraiva,
dor, cstabelccêrão um governo provi sori o a do Rio Grande do Sul, a 11 de Janeiro; - a
10 de Outubro. tomada de Paranaguá pela esquadra do conlra-
P. Quemfôrtio os chefes d'essa re11o/ta? almiranlc Mello, a 16 de Janeiro; - a entrada
R. A principio loi sómentc o conlra-almi- festiva <lo dilo con tra-almirante em Coriliba, a
ranlc Cuslodio de Mello. No 1° de Dezembro 20;- a capitulação da Lapa, no P araná, sitiada
partiu cllc porém para Santa Calharina, a drsde 16 de Janeiro pelas for ças de Gumer-
bordo do encou raçado Aquidaban, c no dia 9 cind o, a 11 de Fevereiro; - o abandono do
o con tra-almirante Saldanha da Gama assumiu Paraná pelos revoltosos com destino ao Rio
o commando da esquadra revollada, Lendo-lhe Grande do Sul , a 23 de Março; - o ataque sem
dois dias a ntes dado o concurso dos alumnos r esultado da esquadra do contra-almirante
da Escola Naval. l\Iello á cidade do Rio Grande, de 6 a 11 de
P. Quaes fôrão os principaes successos da revolta Abril; - o fim da revolução em Santa Calha-
no porto do Rio de Janeiro? rina , depois de ler sido alli posto a pique por
R. Foi o bombardeio diario deNiclheroy pela um torpedo da esqu ad ra legal o enco uraçado
esquadra c o de Villegagnon e ilha das Cobras Aquidaban, a 16 de Ahril ; - a en trega dos na-
pelas fort ificações de Santa Cruz, Lage, Gara-
goatá c Armação; - o ataque á Armação a 9
l vios rcvollosos, a 17, ao governo Argentino,
que concedeu asylo ao con Ira-almirante Mello
de Fevereiro de 1891 pelos revoltosos, que alli e seus companheiros; - a chegada da esqu a-
desembarcá rão c só se retirárão depois de dra legal ao porto de Paranaguá, a 2!, pondo
muitas horas de sanguinolento combate; - e em fuga as forças de Gumercindo ; - a morte
GOVERNO DO DR. PRUDENTE DB MORAES 143
142 COVER~O DO DR. PRUDENTE DE l fOIUPS

P. Que outros successos important es occorrérão


do mesmo Gumercin do, no combate de Ca- no amzo de 189fi ?
rovy, a 10 de Agosto.
R. Em Janeiro os inglezes occupárã o clandes-
P. Quando deixou o Marechal Floriano o poder?
tinamenl c a ilha da Trindade ; - a 15 de Maio
R. No fim do primeiro periodo presidenc ial
os francezes invadirão o terrilorio neulralis ado
a 15 de Novembr o de 1894., tendo por successo;
<.lo Amapá, e, depois de um p equeno combale,
o n ovo presirlen le eleito Dr. Prud ente José de
incendiárào casas, commell êrão outros exces-
Moraes Barr-os.
sos e reUrárão-se levando prisionei ros.
P. Que compensação teve o Bra;Jl para esses
Governo do Dr. Prudente de Moraes tristes successos no supradito anllo?
R. O President e dos Estados Unidos da Ame-
P. Como iniciou o Dr. Prudente de Moraes 0 seu
governo? rica, escolhido arbi tro para decidir a questão
de limiles entr e o Brazil c a Rcpublic a A1·gcn-
R. Restabeleceu a 16 de Março de 1895 as re-
tina no terrilorio das l\Iissões, deu o seu laudo
l~ções diplomat icas com Portugal, interrom -
a favor do nosso p aiz, a 5 ele Fevereiro .
ptdas a 13 de Maio anterior, por lerem os na-
P. Os ingle1_es .ficárão senhores da ilha da Trin-
vios portuguezes dado asylo aos r evoltosos · _
dade?
pacificou o Rio Grande do Sul por meio de 'um
R. Não. Logo que o governo brazíleiro teve
accordo celebrado a 23 de Agosto do mesmo
conhecim ento da sua occupaçã o, o que só se
anno en tre o general Galvão de Queiroz, chefe
d eu a 18 ele Julho de 1895, protestou contra
das forças Iegaes, e o general Silva Tavares,
ella e a 5 de Agosto de 1896 conseguiu ver o
chefe dos revoltosos, denomina dos federalistas
seu direito reconhec ido pelo governo brilan-
depois do combate de Campo Osorio, a 21 d~
nico, m ediante a intervenç ão offtciosa do go-
Junho, em que falleceu o contra-al mirante Sal-
verno portuguez.
danha da Gama ; - e amnistiou a 21 de Ou-
P. Que solução teve o conjlicto do Amapá?
tubro as pessoas que directa ou indirecta mente
se tinhão envolvido nos movimen tos occorrido s R. O governo francez mandou sollar os pri-
no terrilorio da Republica até a data do supra- sioneiros brazileiro s, demilliu o governad or de
citado accordo. Cayenna c firmou com o do Brazil um tratado,
GOVERNO DO DR . PRUDENTE DE MORAES GOVERNO DO DR. PRUDENTE DB MORAES 145

a 10 de Abril de 1897, submellendo á decisão P. Como conseguiu elle escapar?


arb itral do Presidente da Confederaçüo Suissa H. Por ler falhado o Liro disparado por
a antiga questão de limites relativa á Guya na ~Iarcellino Bispo, que sendo impedido de exc-
Franceza. cu lar o seu in lento pelo Marechal Carlos Ma-
P. Que outro successo importante occorreu em chado Billencourl, ministro da guerra, e pelo
1897 '? coronel Mendes de Moraes, assassinou o pri-
R. Foi a destruição a 5 de Outubro de Ca- meiro e feriu o segundo, servindo-se de uma
nudos, onde um fanati co conhecido por Antonio faca.
Conselheil·o, consegu indo fanalisar grande nu- P. Qual foi o movei d'esse crime ?
mero de sertanejos (jagunços), formou uma po-
R. Bispo foi apenas o instrumento de uma
voação, que afinal se tornou perigosa á ordem
conspiração, que se m allogrou por não ler elle
publica.
sido feliz na sua tenlaliva.
P. Como foi destruída essa povoação?
P. O Dr. Prudente de Moraes exerceu o seu cargo
H. Quatro expedições fôrão manda das contra
ella, cada qual mais numerosa. As tres pri- sem interrupçt1o?
m eiras fôrão derrotadas, e só a quarta, com- R. Não. De 10 de Novembro de 1896 a Li de
posta de 6 brigadas, sob o comn:ando do ge- Março de 1897 goYernou o paiz o vice-presi-
n eral Arthur Oscar, conseguiu tri um phar, dente Dr. Manoel Viclorino Pereira, por ler
depois de uma lula de mais de seis mezes, em elle adoecido gravemente.
que perdeu cerca de cinco mil homens, inclu- P. Como terminou o seu governo?
sive muitos distinclos officiaes. R. Passando o poder ao seu substituto legal,
P. Que mais de notavel se deu no go1•erno do Dr. o Dr. Manuel Ferraz de Campos Salles, a 13 de
Prudente de }.f.oraes? Novembro de 1898, n o meio das maiores ova-
H. Foi a tentativa de morte contra ell e rea- ções, que se repelirão no dia do seu embarque
lisada por um anspeçada de nome Marcellino para S. Paulo, a 19 do mesmo m ez.
Bispo de Mello, no Arsenal de Guerra, na occa-
sião em que elle ia receber as forças vindas de
Canudos.
H6 GOVERNO DO DR. CAMPOS SALLBS •
GOVERNO DO DR. RODRIG UES ALVES 147

t 7 de Outubro a 8 de Novembro de t900 pelo


Governo do Dr. Campos Salles vice-presidente com elle eleito Dr. Francisco
de Assis Rosa e Silva, quando foi retribuir ao
P. Como achou o Dr. Campos Salles o pai:{?
Presidente da Republica Argentina General
R. Reinava a ordem por toda a parte, e das Roca a visita que ao Brazil fizera no anno an-
antigas dissensões só um mau effeilo predo-
terior.
minava : o mau estado financeiro. P. Quando deixou o poder o Dr. Campos Salles?
P. Qual foi a sua quasi zmíca preoccupação? R. A t5 de Novembro de t902, passando-o
H. Foi cumprir o accordo feito pelo seu ante- ao novo presidente Dr. Francisco de Paula
cessor com os credores inglezes, restabelecendo Rodrigu es Alves, que fôra eleito no t o de Março
assim o credito nacional, e equilibrar a receila anterior com o v ice-presiden te Dr. Affonso
com a despeza nos orçamentos por meio de Augusto Moreira Penna.
severas economias e grande aggravaçào dos
impostos, o que conseguiu. Governo do Dr. Rodrigues Alves
P. Que mais de importante occorreu no seu go-
verno? P. Quaes os principaes acontecimentos de caracter
R. Fôrào a sen tença arbitral dada a favor do internacional d'estr período de governo até 1906'!
Brazíl pelo Presidente da Confederação Suissa, R. Fôrão : - o tratado de Petropolis, assi-
no t o de Dezembro de t900, reconhecendo o rrnado a 17 de Novembro de t 903, pelo qual
b
rio Oyapoc como limite extremo do Brazil ao fi cárão regulados definitiva mente os limit es
n orte, no littoral, - e o tratado de arbitra- entre a Bolívia e o Brazil; - o tratado de
mento celebrado com a Inglaterra a 6 de No- limites com o Equador, assignado no Rio de
vembro de t90t, pelo qual foi submellida â Janeiro a 6 de Maio de 1904;- o laudo profe-
decisão do rei de Italia a antiga questão de rido a 6 de Junho do mesmo anno p elo rei da
limites com a Guyana Ingleza. Ilalia sobre a questão de limilcs com a Guyana
P. O governo do Dr. Campos Saltes não sojfreu Ingleza; - o tratado do Rio de Janeiro de 5 de
interrupção ? Maio de 1906 estabelecendo a fronteira entre
R. O Dr. Campos Salles foi substituído de o Brazil e a Guyana Ilollandeza ; - a reunião
1'.8 GOVERNO DO OR . RODRIGUES Al,VES
GOVER"'O DO DR. ROOnJGUE~ ALVES 149
no Rio de Janeiro da 3" conferencia interna- sidente da Republica, aproveitando-se de um
cional americana (de 23 de Julho a 27 de movimento popular contra a \accina obriga-
Agosto de 1906 .
loria; e a amnislia com·cclida a 2 de Setembro
P. Que proveito tirou o Bra'{íl do tratado de de lH03 a todos aqucllcs que lomárüo parte
Petropolis ~> n~ssc mm'Ímcn lo c naq ucllc leva nlc.
R. O Brazil adquiri u a extensa c rendosa P. Quando deixou o poder o Dr. Rodrigues
região do Acre, habitada só por hrazileiros, Alves?
que se havião revoltado desde muito contra o R. Em 13 de Novembro dC' Hl03, sendo sub-
domínio boliviano. sliluido pelo ex-vice-presidente Dr. Affonso
P. Em que sentido foi o laudo sobre a questão de Augusto Moreirn Penna, eleito presidente no
limites com a Guyana Inglei_a? 1° de :\lnrço ultimo, com o novo vice-presi-
R. O rei da llaJia declarou não achar ele- dente Dr. Nilo Pc~·anh!l.
mentos para decidir com segurança qual o
direito prepondcrente, se o do Brazil ou o da
Inglaterra, c na impossibilidade de dividir o
terrilorio contestado em duas partes iguaes,
fez uma divisão seguindo limites naturaes, mas
em prej uizo do Brazil.
P. E quaes os outros acontecimentos de caracte1·
inten1o?
R. Fôrão : os grandes melhoramentos no
porto c cidndc do Rio de Janeiro, ainda em via
de execu~·ão; a cxlincção da febre amarella;
- um levante militar na Capilnl Federal a
lJ de Novembro de 190 I, dirigido pelo General
Sy!Ycstrc Travassos, c que se mallogron nesse
mesmo din, o qual linha por fim depôr o Pre-
TAIIOA CURONOLOG !CA DO SET!MO PER!ODO 151
150 TAROA CfiRONOLOC!CA DO SETIMO PERIODO
189~. -Invasão do Paraná p elos fede ralistas (11 de Ja-
neiro). - Tomada de PaPanagu á p ela esqua-
dra do co ntra-almi ra nte .Mello (16 d e Janeiro).
- Ataque á Armação, em Nictheroy , pelos.
TABOA CHRONOLOGICA DO SETIMO PERIODO revoltosos (9 de Fevereiro). - Capitulaç ão da
Lapa, no Paraná (11 de Fevereiro ). - Termi-
nação da revolta na bahia do Rio de Janeiro
PRI'CIPAES ACO NTEC!l!ENTOS
(13 de Março). - Abandono do Paraná pelos
navios ela esquadra revoltosa (25 de Março). -
1889. - Partida do ex-impera dor e de toda a sua família Ataque d'esses navios á cidade do Hi o Grande
(17 de Novembro). - Morte da ex-imperatriz (6 a 11 de Abril) . - Fim da revolução em
(28 de Dezembro ). Santa Catharina ( 16 de Abril).- Entrega dos
1890. - Eleição do Congresso Constituin te (15 de Se- navios do contra-alm irante Mello ao Govel'Do
tembro). Argentino (17 de Abr·il). - Fim da revolução
1891. Retirada e substituição do primeiro ministerio no Paraná (17 de Abr·il) . - Rompime nto das
do G~ver·no Prov isorio (20 de Jancir·o). _ relações diplornati cas com Portugal (13 de
Fall~crm ento de Benjamin Constant (22 de Maio). - Combate de Car•ovy, em que foi
Janerro) - Promulga ção da Constituição morto Gumercin do Saraiva (JO de Agosto). -
Federal (2't de Fevereiro). - Eleição dos Ma- O Mar·echa l Floriano Peixoto passa o governo
rechaes Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto ao D1·. Prudente de Moraes (15 de Novembro).
p~ra pres idente e vice-pr·es idente da H.epu- 1895. - Os inglezes occupão a ilha da Trindade (Ja-
bhca (25 de Fcver·eiro). - Dissolução do neiro). - Decisão da questão das Missões fa-
Congress o Nacional pelo Mar·cchal Deodoro voravel ao Brazil (5 de Fevereiro ).- Hesla-
(3 de Novemb ro).- Hevo lução viclor·iosa da belecimenlo das relações diplomali cas com
esquadra, renuncia do Marechal Deodoro e Portugal (16 de 1\larc;o). - Ataq ue dos fr•an-
começo do govcr·no do l\1ar·echal Floriano cezes ao lerrilol'io neuLra.lisado do Amapá
(23 de Novemb ro),- i\lor·te de D. Pedr·o 11 (15 do Maio). - Combate do Campo Osorio;
ex-imperador· do Brazil (5 de Dezeml>r•o). ' den ·ota e mo•·te do contr·a-alrnira nle Salda nha
1892 - Revolta das fortal~zas de Santa Cruz c Lage
. da Gama. (2'. de Junho). - l•'im da. revolução
do Rio Grande do Sul t23 de Agosto).
(18 e 19 de Jan err·o). - Sediçiio no Rio de
J aneir·o (10 de AbPil). 1896. - Heconhec imento da sober·ania do Brazil sobre
a ilha da Trindade (5 de Agosto). - O vice-
1893. - Começo da revolução do Rio G Pande do Sul presidente da Hepublica Dr·.l\fanoel Victol'ino
(4 d~ Feve~c ir·o). - Hcvolla da esquadr·a na assume a presidencia. (10 de Novembr·o).
bahra do Rro de J aneir·o (6 de etcmhro). _
1897. - O Dr. Prudente de Moraes reassume a presi-
Os .revoltosos estabelecem um govern o provi- dencia da Republica (lt de Março ). - Fim da
sorJO em Santa Catharina (10 de Outubro).
152 TADOA CllnO:o<OLOGICA 00 SI!TIMO Pl!niODO

ca~tpan ha de Canudos (5 de Outubro).- Ten-


tallva de morte do D1·. Prudente de Mo1·aes
(5 de Novcmhr·o).
1898. - O D1·. l'1·udentc de :IIoraes passa o poder ao
novo presidente elei to ·ur. Campos Salles
(15 do Novembro).
1900. - O Dr.. Campos Salles é substituído pelo vice-
BREVE NOTICIA
presidente Dr. Hosa e Silva na p1·esidencia da DE
Hepublica (de 19 de Outub1·o a 8 de ~o­
vemlu•o). - Sentença arbi!J·al favo ra ,·el ao ALGUNS BRAZILEIROS ILLCSTRES (1)
13razil na questão do O~·apoe (lo de Dczcm-
IH·o).
190:.!. - O D1•. Campos Sallcs passa o pode1· ao novo
r>rcsidentc lk Rodrigues Alves (15 de No-
vcmbi'O). Alexandre d e Gusm ã o nasceu em Santos em 1695.
1903. - T1·atado do limites com a Bolivia (17 de 1\'o- Formado em dit·r ito, di stin guiu-se po1· sua erudição c
vcmhro). lino diplomatico. Enviado em 1í23 a Homa, ohtcYe da
190L - 1'1·atado de limites com o Equador (6 de l\Iaio). l:;anla Sé o titulo de Ftdelissimo para os reis uc Por-
~ ~-ando do rei da Italia soh1·e a questão de tugal e o de pal!·iarchado para a sé •h• Li:-;hoa. De
lim1tes com a Guyana Ing lcza fi de J unho)._ volla a Portugal em lí:H. foi nomeado esc•·iviio da put•i-
Le~·a~ltc militar mallogrado ( I'• de Novoml.u·o). dade e mais l:II'Cle ministr·o do conselho ulLJ·amarino.
1905. - Amm~!Jn conccdid.1 aos rm·oltusos de 1ft de Fallcccu em Li sboa em 1753-
:\fovcrniH·o de 1904 (2 de Sctl•rnbro). Al ex andre Rodrigues Ferreira, aba liwdo natura-
1906. - Tr·atado de limites com a Gu_vana ffollandeza lista e lente ct'l Coimbra, nasceu na llahia em 1756;
(5 de ~Iaio). - Heunião no Hio de Ja ncir·o da foi socio da AC'ademia real <.las Scienciu .; de Lisboa:
3a conferencia intern:wional americana (de viajou o sertão do UOI'lC do B1·azil, e falleceu em Lisboa
2;J de .Tulho a 27 de Agosto).- Eleição dos em 1815.
Drs. All'onso Penna c Nilo Per;anha pa1·a p•·c- André V idal de Negreiros, que tanto se illusl•·ou na
srclenlc e vicc-p•·esidente da Hcpublica (lo de g uerra dos Hollandczes, era nalurnl da Pa1•ahyba.
l\lar~·o). O Ik Rodl'i gues Alvt•s passa o Gove•·nou succcssivamentc o Maranh;io, Pernambuco e
poder· ao D1·. Alfonso Penna (15 do NovemL•·o). Angola, e morreu em 1691.
• Antonio Carlos Gomes, maestro de t•epulação uni-
versal, nasceu em Campinas, estado de Siio Paulo, a

(IJ As noticias bio~:raphica~ precedida~ de um asterico t•J rorão


accrcscentadas â ultima o•dição do Dr. Lacerda. - Nesta edição os
nomes fôrão postos em ordem alphabelica.
DI! ALGU NS BRAZILI!InOS ILLUSTRES 155
154 BREVE l'IOTICIA
na universidade de
1.4 de Junho de 18~9. Foi autor de varias operas, dns Coimbra, foi no-
~ua~s se tornou ma1s notavel a denominada O Guarany, meado professor de
1nsp1rada pelo romance de José de Alencar'do mesmo histol'ia palria do
nome. - Viveu muitos annos na Ilalia mas falleceu collegio d e D. Pe-
na c~pital do estado do Pa rá, onde fOr·a e~erce1· o cargo dro 11, viajou no
de d1rector do Conservatorio de 1\Iusica, a 16 de Se- norte do Brazil e
lembro de 1896. pela Europa, en-
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e carregado pelo go-
Silva, um dos mais illus lres oradores parlamentares verno imperial de
que tem tido o B1·azil, ir- commissões scien-
mão de José Bonifacio, tificas e lilterari:.~s.
nasceu em Santos em e morreu desgra-
1773 ; fo1·mou-se em di- çadamente a 3 de Novcmlwo de 1864 a bordo da barca
J•eilo na unive1·sidade de Ville de Boulogne, que naufragou á vista da costa
Coimbra; exerceu o cargo do Maranhão , de volta de uma viagem que fizera á
de ouvidor em Olinda; foi Europa afim de trata1· de s ua snudc. Compoz Pn-
eleito deputado ás có J'les mei1·os, Segundos c Ultimos ca.ntos, os Tymbi1·as,
porluguezas pela prov. de poe ma americano, um Dicciona?"io da língua tupy,
S. Pau lo; tomou no Hio va1·ios dramas. ele.
de Janeiro parte mui bri- Antonio José da Silva, o melhor autor (h·amalico
lhante e activa como de- portuguez, nasceu no Rio de Janeiro em 1703. Exer-
putado á assembléa con- ceu em Lisboa a profissão de advogado. Preso pela
stituinte: voltou por varias vezes á camara temporaria. lnquisi~ão por suspeita de judaísmo, foi condcmnado a
onde sempre se distinguiu nas fileiras do partido liberal morrer queimado em 1739, na edade de :v. annos.
avançado: geJ·iu a pasta do imperio de 18'•0 a 18'tl ; e Antonio de Moraes e Silva, autor de um oplimo
f:dlr~·(•u «'111 Iw,;, na cdade de 72 annos. dicciona1·io portuguez. nasceu no Rio de Janei1·o em
Antonio Filippe Camarão, celebre na guerra da res- 1757; formou-se em leis na universidade de Coimbra;
latll'ação de l'e:nambuco, em índio nalu1·al do Ccari1, seguio algum tempo a magislJ·atUJ•a; c morreu em
c antes ~c hapl1zado ~ham ava-se Poty ; mereceu por 1825.
seus assJgna lmlos se1'VIÇOS o titulo de Dom 0 fOro de Antonio Pere ira de Souza Caldas, illuslre p1•egador
fidalgo .o o habito de Christo. Morreu em 1648 de uma e um dos melhores poeta::; lyr·icos por·luguez:es, nasceu
febr~ viOlenta. Sua mulher D. Clara foi uma valente no Rio de Janeil·o em 1762. Estudou jurisprudencia em
hei"Oina. Coimbra; viajou pela França c llalia; abt•açou em
Ant~nio Go~ç~lves Dias, um dos primeiros poetas Roma a vida ecclesiaslica, e J'ccusou a mitra episco-
ly r1cos brazllmros, nasceu na cidade de C a.'~: ias na pal do Rio de Janeiro. Voltou em 180L para a sua
província do Maranhão em 1823, formou-se em direito
DE ALGUNS BRAZILEIROS ILLUSTRES 157
156 BREVE !'iOTIClA

patl'ia, onc.lu falleceu em 18 1'1. CompOz uma elegante lente interino da Es-
lrac.lucção dos P::w huos e odes admil·avds. cola Polytechnica e
Antonio de Sá, in~iguc prégado1· da Companhia de e1Tectivo da Escola
Jesus, na~<.:cu 110 Hiu de Janeiro em 1627, c ah i mot·- Militm·, dircctor do
t·eu em 1678. Foi muito tempo se<.:rctario do gc•·al dos lus lituto dos Cegos
J esu ítas em Homa. e da Escola Normal.
Anton~o de Santa Maria Jaboatão (Frei), illu ~!J·e
Foi o principal auxi -
ft·anctscauo, na~ceu em l'ct·uambm.:u e111 lli\15. Esct·cvcu liar do Marecha l Deu-
a ciH·onica da ~ua <miem intitulada Orúe St:7'<1]Jiuco. doro na revolução de
15 de Novembro de
Ararigboia (cobra (tH·o;), indigena que muito ajudou
1889 e lllCI'CCCU da
a )Iem de Sá, a Estacio de Sá e a Salvado•· Co•·r·ca de
Assembléa Consti-
Sá nas guerms conll·a os Francezes e os Tamoios; ,·ece-
tuinte o titulo de Fun-
bcu em r ecompensa de seus serviços o titulo de capitão-
dador da RepuhliC'a. .
mór dos lndios, o habito de Cht·isto e uma pens;io Foi minisll·o da gucr·r·a c depois da instruc<;5o publtea,
annual. Foi baptizado com o nome du l\lat•lirn Alfun::.-o col'l'eios c tcl eg•·nphos no Governo Provisorio. Fallcccu
c.lu Souza, c motTeu atfogado.
como gene~·a l de brigada a 22 de Janeil·o de 1891.
Balthazar da Silva Lisboa, autor· dos Annaes do
Uiu de Ja11eito, na~<.:eu na Bahia em 176 1, formou-se Bernardo P ereira de Vasconcellos, um dos nossos
em ambos os c.lireitos na universidade du Coimbr·a foi maiores estad istas, nasceu em Uur·o Prelo cm 1í95.
soc1o. d a Academia real das S<.:iencias de Lisboa,' e Formou-se em lei:; em Coimb•·a c seg-uio a magisl•·a-
morreu desem bat·gador em 1821. tura. F'oi deputado geral, ministro var·ias vezes, sena-
Bartholomeu Lourenço de Gusmã o (Paclt·e), inven- dor e conse llwiro de estado. O CorLiao C1·iminal e o
to!' da mat:hina acr·ostatica, nasceu em Santos em 1685. A cto Addicional for·ão por elle elaho•·ados. Falleceu em
Foi formado em ca nones e lente de mathematica em
~oimbra. App~icou-se com paixão ás sciencias phy-
\ 1850, victima da fcbr·e amarclla, que u'aquelle aono
dizimou a população do H.io de Janeiro. Vas<.:oncellos
SICas. O ensruo do seu balão aer oslatico teve lugar era paralytico, c fallava assentado nu senado.
a 5 de Agosto de 170!1 em Lisboa diante da cOr· te. ~Ior­ Bernardo Vieira Ravasco, bom poeta c irmão do
r·eu na miseria em Toledo ew 172'.. Elle foi um dos celebre padre Antonio Vieira, nasceu em 1617 na Bahi~,
[H'imci•·os cincocnta nwmbros da Academia t•eal de onde exerceu o cMgo de secretario do estado do Braztl.
Uistoria fundada cu1 Lisboa.
c falleceu em I 697.
•Benjamin Constant Botelho de Magalhães nasceu
ctn ).'icilicroy a 1 lS de Outub•·o de J83ti. - Fez o c urso *Carlos Machado Bittencourt, nasceu a 12 de Abt•il
da Escola ~1ili ttu· c tumuu p;u·te na campanha do Pal'a- de 18'.0, no H.io Uraude do ::>ul. Chegou a marechal c.lo
gua?', d'ondc vultou, já capitão, a utes c.lv :;cu ter mo pot· exercito, foi ajuc.lanle gm·al do minist•·o da guet•ra no
motivo de molestia. Foi ua <.:idade do Hio de Jancir·o •·egimen •·epul.llit•anu. :Muito concort'eu para a concl.u-
professor do Instituto Commer<.:ial e da Escola Not·tnal, são da campanha de Canudos e mort'eu a 5 de l'io-
158 BREVE NOTICIA DE ALGUNS BRAZILEIROS ILLUSTRES 15~

vembro de 1897, defendendo corajosamente a vida do É autor dos .C::uspil·os Poeticos , da ron{ederação dos
Dr. Prudente de Moraes, presidente da Hepublica. Tamoios , elos Factos do Espi!'ito humarro, ele.
Casimiro de Abreu, joven poeta., tlutor· das Prima- Eusebio de M attos, insigne pregador, lilter·nto, poeta,
t,cras, nasceu na cidade da Barra de S. João, estado c lambem pintor· o musico, nasc.eu ~a Ba hia ~m _Hi'.l9,
do H.io de Janeü·o, em 1837, e falleceu em 1.860. e tlhi morTl'll em 1692. Foi pl'llnCJramenlo Jesurtn o
Claudio Manoel da Costa, grande poeta, nasceu em dr>pois carmelita.
i\Iarianna em 1729. Depois de formar-se em dir·eito Evaristo Ferreira da Veiga nnsc·eu na cidarle dn
em Coimbra, viajou a llalia, e veio exercer a profissão Rio de Janeiro em
do advogado em Villa-Hica (Ouro-Prelo). Tendo tomado 1799, leve uma loja
parte na conspiração do Tir·a-denles, foi preso o suici- de livros, e essa
dou-se na cadeia de Villa-Hica em 1790. profissão lhe pro-
Diogo Antonio Feijó {Padre) nasceu na cidade de Ilú, porcionou meios de
no estado de S. Paulo, em 178i. Foi deputado ás cortes adquirir vastos co-
de Lisboa, deputado gera l, ministro da justiça em 183 1, nhecimentos ; exer•-
senador em 1833 e regente do imperio em 1835, cargo ceu grande inlluen-
de que se demiltio em 1837. Tomou parte na r·evolução
de S. Paulo de 18'•2, c ralleceu no anno seguinte.
\ cia política como
rednctor da Au?'O-
Domingos Borges de Barros, visconde da Pedra
,.a Fluminense; to-
mou grande par·lc
Branca, bom poeta lyr·ico, nasceu na Bahia em 1783.
na re,·olu~iio que .
Foi diplomata, conselheiro e senador do imper·io. Mor- deu ocrasifio á abdicação de D. Pedro 1 ; foi varras
reu em 1855. vezes deputado geral ; c falleceu em J 8:!7.
Domingos José Gonçalves de Magalhães, barão Francisco Gé Acayaba de Montezuma, visconde
de Araguaya, uma das de Jequitinh onha, gr·ande or·ador pn..tamenla r e jorna-
mai01·es glorias da lillc- lisln , nasceu na cidad e da Bahia em 179'• ; for·mou-sc
ratura brazileira, nasceu em leis na uniYer·sidadc de Coimbra; foi deputado ger·a l
na cidade do Rio de em varias legislalnras, ministro da jusli~a em 183í,
Janeiro em 18 11 ; formou- ministro plenipolt•nci::ll'io em Lond r·cs , em 18'•0: con-
se ahi em medicina; selheiro de estado em 1850 , e senador pela Bahra em
pr·ofessou philosophia no 1851.. Em 185'1 roi-lhe confer·ido o Ulul o de visconde
collegio do Pedr·o Il ; e de Jequitinhonha. Fallcceu em 1870.
r·cprescn tou o Brazil Francisco de Lemos de Faria Pereira Couti-
nas cOrtes de Tur·im, nho (D. }, bispo de Coimbra e conde de Ar·ganil, nas-
~apoles, Vienna, c junto ceu em lguassú, estado do H.io de Janeir·o, em 1.735.
á Santa Sé em Homa, Recebeu 11m Coimbra o gráo de doutor· em canones,
onde falleceu em 1882. obteve alli uma cadeira de lente, e exerceu depois
160 BREVE NOTICIA
DE ALGUNS BRAZILEIROS ILLUSTRE S 161
ca rgos emin enlC's. Em 1770 foi nomeado r·eilor da
q~tistad o a J estts Christo ])elos J>atLres da
univer·s idade de Coimlu·a, que foi · por· ello r·cfor·mada. Com J)a-
Falleecu em 1822 na edade de 8? ann os. nhia de Je sus da. pl'Ooincia. d e Goa .
Franci sco de Mello F ranco nasceu orn 1757 em Para- Franci sco Villela Barbo sa, ma•·qucz de Paranag uá.
c·:rtú. no eslauo de' 'Iinas Get'acs. Excr·ccu a medicina r grande mathematico c poeta, nasceu no H.io de Janeir·o
em Lisboa com r,rande nomeacla alé o nnno UH?. c•m em 1769, cnlr·ou na a r·mada po•·tugu eza, foi lente da

J'
qnc voltou para o Bio de Janeir·o, acompa nh ando a academ ia de marinh a; passando depois para o exercito,
archiduqu eza D. Carolina Leopoldina, es posa de D. regeu a cadeira de geomet ria. Disting uiu-se como
PedJ·o I. Foi vice-presidente da Academia das Scien- membro da Academia das Scicncias de Lisboa. Foi
eias de Li<:hn::1 Fnllrceu em 1723. ministro no Brazil var·ias vezes, ))l'eside nlu do senado
e rousdhc ir·o de estado. )JorTeu em 18'•6.
F rancis co do Monte Al-
ver ne (F rei ), illuslr·e Gregor io d e M a ttos Guer ra, cclcb,·e poeta satyrico,
francisl·ano, honr·a do pu l- irrnão de Eusebio de Mattos, nasceu na Bahia em 163J.
pilo brazileiro c summo Estabeleceu-se em Lisboa como advoga do; de volta á
philosopho, nasceu no Hio Bahia em 1679, atlrahio conlt·a si mui las inimizades
de J anciJ'O l'lll 178'o. Pr·o- com suas satyras mor·dazes, até que o governadO!' D.
fcssou no sp rninar·io el o João de Lcncas h·e o fez remelle r p:u·a Angola . )JorTeu
S . .Tosé as l'addr·ns d" no Rc.cife em 1696.
philosophia c r·hclol'il'a. H enrique D ias , um dos hcróes da guerr·n contra os
A ccgucir·a que lhe solwe- llolland ezes, cr·a prelo e natu1·al de P ernamb uco.
veio em 1 8:~6 nnrd ou-o Em 1637, na batalha de Po1'lo-Calvo, se ndo ferido na
do pulpilo u do magislcl'io. Falleccu em 185í. mão esquerd a, fêl-a amputa r e voltou ao combate. l\Ioi'-
Franci sc o de Moura Rolim (D .), dislincl o gcncr·al c rcu pohrc e quasi esqueci do no Hecirc em 1662.
1 ~o gove rnador geral do Brazil, era Pcrnarn bul'ano. Honor io Herme to Carnei ro L eão, marquez de Pa-
Franci sco de S anta Ther e za de Jes u s S a mpaio raná, que foi o estadista brazileiro de mais influeucia
(Frei), frandsc ano, c um dos melhores prcgado "es d n do seu tempo, nasce u em 1801 em Jacahy, es tado de
Br·azil, nasceu no Rio de Janeiro em 1778 c fa llect>u 1\linas Oer·acs; for·mou-se em direito na universidade
rm 18:10. de Coimbr a; chegou na magistr atura a desem bar-
Franci sco de São Carlos {F rei), f1·ancisc:wo, insigne gadO!'; foi deputado em varias legis latu1·as, minislr·o
pl'Pgadur· c pu!'ta, autor do poema Assump ção, nasceu da justiça em 1ll32, senador por 1\linas em 1 8~ t, co n-
no Kio de Jancir·o em 1763, c ahi fallcccu em 1829. selheiro de estado em 18'>2, preside nte do conselho de
Franci sco de Souza (Padre ), C'lassico portugu ez de ministro s crn 1 8~3 c em 1853, a r·vorand o n'este ultimo
primcir·a nota. nõlsl'llU na Bahia pelo an no de 1632, entrou ministe rio a bandeira da conciliação. Mandado ao Hio
na Companhia de J esus, foi preposi lo da casa pr·ofessa da Prata em 1851 como miuislro plenipolenciario,
de Goa, c fallcceu um 1713. Escreve u o 01·iente con- soube manto•· no mais alto grau a dignida de do Impe-
rio, por cujos serviços foi-lhe conferido o titulo de
6
162 BREVE NOTICIA
DE ALGlJNS ORAZILEIROS ILLUSTltES 163
visconde c depois o de marquez de Par·anl1. Morreu a
Joaqu.i m José Rodrigue s Torres, visconde de l ta-
3 de Setembro de 1856.
borahy, um dos mais
lgnacio José de Alvareng a Peixoto, bom poeta notaveis financeiros
lyrico, nasceu nu llio de Janeiro em 1718. Formou-se do Drazil, nasceu em
em leis em Coimbra , e veio residir· em São João d'El- 1.802 no Porto das
Rei com o car·go de ouvidor . Foi um dos chefes da Caixas, município de
conspir·ação do Tira-dentes , e como tal condemnad o Itaboraby ; formou-
a degredo peq >eluo par·a Ango la, ond e mor·r·eu em 1793. se em malhemalic as
Januario da Cunha em Coimbra; foi va-
Barbosa, conego da rias vezes minis tro
eapc lla imp e ri a l , da ma ri n hn P da fa-
g t·ande pt'l;gador , lit- zenda, d rputado ge-
let·alo, poe ta e jorno- ral, senador· em J8H,
lis ta, nasceu no Hio conselhcir·o d'eslado
de Janei r•o em l ?80. em 1853, ele. Foi r lle
C r·eou o lnslilulo lJis- quem creo11 o Banco do 1:3r·azil. l\[orreu em 1873.
lorico, e foi var·ias J oão Alvares Carneiro, medico de fom a, n(l~;ceu no
vezes deputado ge- Hio de Janriro rm J 776, c~;tudou em l'or·lugal, fez
r·al. É d'elle o bello uma viage m scienlifica por YHI'ios portos dn As ia, e
poema Nictheroy. l\Iorreu em 18'.6. veiu estabelecer -se na sua patr·ia, ond e se lo r·nou o
Jeronymo de Albuquer que Mara nhão, filho de medico de uwis nomeada e de mais popularida de. Fal-
Jeronymo do Albuqu01·q ue e de uma india, nasceu em lecou em t 8a7.
Olinda em l5'o 8; fuud ou em 1597 no Rio Gr·aude do
João Francisco Lisboa,
No r·le a cidade do Natal; expulsou em 161 5 do i\Jar·a-
celr hre jor·nn lisla, nasceu
nhão os Fr·uncczes commandad os por Ravardiere e por
em 1812 em l'ir·npcmas,
esse triumvho tomou o a ppellido de Mal'lllthão ; e mor·-
na fr·eguezia de ll;l picur·ír-
reu em 1618.
Mir·im, PRI:Hlo do l\Iar·n-
•Joaquim Manoel de Macedo, nasceu om llaborahy, nhuo; es1:rcvou o Jornal
estado do Rio de Ja neir·o, a 21 de Junho do 1820. Fot·- dtl Twlolr, que lor·nou o
mou-se em medicina e foi professor de cor·ographi a e seu nom e 111uilo pop ular
histor·ia do Bruzil do rollegio de Pedro li. Foi t·oman- no inrper·iu, e a Vrda do
cista, dramaturgo , jot•nalis ta, poela e historiador ; foi, parlr't' ,·\ tt lc111io \' ien·a ;
porém, como roma ncista que se Lor·nou mais notavel , e morTeu em Lis boa em I~6H .
lendo publicado grande numer·o de r·oma.nces que mere-
cêrão geral aceitação. Falleceu a 11 de Abril de 1882. João Pereira R a mos de Azeredo Coutinho, illus-
tr·ll magislr·ado, irmão do celebt·e D. Francisco de
16~ BREVE NOTICIA 165
DB ALGUNS BRAZILEIROS ILLUSTRES

Lemos, bispo de Coimbra, nasceu em 1722 no lermo


sou em 1800 para
da vi lia de lg uasstt , na p1·ovincia do Ri o do Jan eiro ;
Portugal , onde foi
fot·muu-se na uni,·orsidade de Coiml>ra ; gt·angeou a nomeado lento em
estima e confiança do ma t•quez de Poml>al, a quem Coimbra e intend ente
do,•cu o se1· nomeado minis tro da junta de exume do
geral das min as. Vol-
c~ tad o, guar·da-múr· da Torre do Tombo, pr·ocur·ador·
tando em 1819 para
g CJ·al da cor·ôa e membro da junta encar·r·cgada da o Brazil, foi ahi mi-
•·efo1·ma da univer·sidade de Coimbra. Fulleceu em 1789 ....
nis tro, deputado :í
com 67 annos de edade.
A sse mbl é a Consti-
*José Antonio Correia d a Camara, vi sconde de tuinte ; depois de- 1
l'l•lotas, nasceu na l'id adc do Porto Aleg•·e, no estado portado em 1823 pa-
do Hio Ot·ande do Sul, a 17 de Fevereir·o de 182'. . ra a França, onde
Tomou parte nas gucrms contra a Republi ca Ot·i t> nlal viveu 6 ann os. Na
c na campanha do Pa1·ag uay, onde scmp1·e se di s tin- abdicação de D. Pe-
guiu , lendo a fortuna de pôr- lne te•·mo co m a derrota e dro T, foi por este nomea do tutor dos príncipes seus
mor·te do dicta dor d'aquelle paiz Franscisco Solano filhos. J osé Bonif:wio foi lambem excellcnle poeta .
Lopes, no dia 1o de ~Iarr;o de 187 1, nas ma r·gens do Morreu a 6 de Abt·il de 1838.
t·io Aquidaba n. Foi sen!ldor pela s ua província, no José da Costa Carvalho, marquez de ;\[ont'Alegre,
tempo do Imperio, minis tr·o da guerra, marechal do nnsceu no estado da Bahi a
exercito c govern adot· pt·ovisot·io do Rio Ot·ande do Sul, em 1796; fot·mou-!';e em leis
depois de pt•oclamada a Hepublica. Falleceu no Rio de na universid ade de Coi m-
Ja neit·o a 18 de Agos to de '1893. bra; t•cprcscnlou vru·ias ve-
zes sua prov íncia natal na
José B asilio da Gama, um dos melhor·es poetes br·a-
camara lemporar·in; foi um
zileiros, autor do poema UI'<J.[Jttay, nasceu em 17"-0 em
dos lt·es memlu·os da t·e-
ão José do Rio das l\l ortcs, no esta do do l\linas . Foi
geocia permnnenle; entrou
socio da Arcadia Homa na e da Academia das Sciencins
para o senado em 1839;
de Lisboa, e scct·ela rio do mar·quez de P ombal. Fundou
foi nomeado cOn!';e)hciro de
com Silva Alvarenga no lli o de Janeit·o a At·cadia
es tado em 1812, presidente
Ullt·amarina, e falleceu em Lisboa em 1795.
do co nselho de ministros em 18'18 , etc. Falleceu em
Jos é Bonüacio de Andrada e Silva, pal•·iat·cha da 1860.
indepEm dencia do Brazil e s ua pt•imcil·a notabilidade J osé Eloy Ottoni, bom poeta, nasceu em 176'•, no
scienlilica e política, nasceu em Santos em 1763. For- Serro do Frio em 1\linag, e morreu no Hio ue Janeiro
mou-se em Coimbra em direito e em sciencias nalu- 3m IS'tl.
raes. Por ordem do governo pot'Lugu ez fez uma viagem José F eliciano Fernandes Pinheiro, visconde de
scienlifica pela Europa, que durou dez annos. Regres- S. Leopoldo, autot• dos Ann aes do Rio G1·ande do
166 BREVE NOTICIA DF. ALGUNS BRAZILEIROS ILLUSTRES 167
Sul, nasceu em San- a invasão dos Francezes. Em J 818 passou a exercer o
tos em 1774. Formou- cargo de inquisidor geral do reino. ~alleceu em 1821.
se em leis em Coimb r·a; José Leandro de Carvalho, bom p111Lor· e sobr·eludo
tomou assento nas rOr·- rel1•3tista no1avel, nasceu no logar chamndo :\Iuriqui,
tes de Lisboa como na enlão freguezia de S. J oão de Iwborahy. por meia·
depuwdo por Silo Pau- dos do seculo passado e fallereu em 1 8~11.
lo; foi miniRlr·o, con- •José Maria da Silva P aranhos, visco nde do Hio
....
selheiro de estado e se- Branco, nasceu a 16 de Março de 18 19. Foi jornalista,
nador, socio da Acade- diplomata e político eminente, tendo sido deputado
mia real dns Sciencias geral, senador· e ministro da ~~r·inha, ~~s ne~octos es-
de Lisboa, e o pr·imeiro trangeiros c da fazenda. Presrdru o mrmsterro que fez
presidente do lnslilulo passar· a lei de 28 de etembro de 187 I. pela qu31 f~rão
Tli ~ lorico e Geograp hico do Brazil. Mor·r·eu em 18r.6.
declarados livres os fllhos de mulher· escrava nascrdos
José Joaquim Carneiro no Brazil. Falleceu no 10 de ovombro do 1880.
d e Campos , marquez José Marianno da Conceição Velloso (Frei), francis-
de Car·avellas, nasceu na cano, gr·ande nalur·aJisla e autor· da Flo1·a. fltnnincnse,
Bn hia em 1768; formou- nasceu em S. José do Rio das Mortes, no estado do
SI' em Coimbra na racul-
Minas Geraes, em 17to2, e falleceu em 181 1.
dade de direito; foi de-
•José Martiniano de Alencar nasceu a 1• de 1\laio de
pulado á assemb léa con-
J 829, na então vi lia e
stituinte, minislr•o, e na
hoje cidade do Cralo,
abdicação de D. Pedro I
no estado do Ceará.
um do~ tres regenlrs da
Como político foi de-
regcncia pr•ovisoria. l\lorreu em 1831i.
pulado ger·al e mi-
José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho (D .), nistro da jusliça; c
sabio e zeloso prelado e romo lilleralo jorna-
polilico, nasceu em 17ft:! lista, dramaturgo e
no município de Campos. r•omancista. Dos seus
Foi doutor em dir·eilo ca- muito apr·eciados ro-
nonico, socio da Academia mances o mais cele-
das Sciencias de Lisboa, br·e 6 o Guarany, pu-
bispo de Pemambuco, go- blicado pela primeira
vemador interino d'esla vez em 1857, que ins-
capitania, e depois bispo pirou o libr·ello da oper·a do maestro brazilei ro Carlos
de Eh·as; pt•eslou gr·andes Gomes do mesmo titulo. Falleceu a 12 de Dezembro
serviços a Portugal durante de 1877.
168 BREVE NOTI CIA
DE ALGUNS BRAZILEIROS ILLU
ST RES t69
Jos é Ma u ricio N une s Garcia,
a mruo r glor ia mus i- das inte ress ante s J\1em<n-ias histo
cal do Dr·az il, nnsc eu no Hio de 1·iras do Rio de
J anei ro em 1767 , Jane iro nasc eu no Rio de J anei ro
seguiu a ca rTcir·n crclcsin slica , foi rm 1753 c ahi fal-
mcs t1·c da capc lla lcceu c~ 1830. Form ou-s e em cano
da só, e adqu il'iu gran de fa ma com nes em Coim bra;
o com posi tor, send o foi monscnho•· da Cap clla Imp eria
lirlo em muit a estim a por D. João l r pre!iidcntc da
VI. Mor reu em 183 1.
Jos é de S ant a R ita Dur ão (F rei) camara dos depu tado s.
, da ord em de S. Jor ge d e Alb uqu erq ue Coe lho,
Agostinho, a utor do bello poema epic fllho de Dua rte Coe lho
o intitulado CaJ·a - Perc i1·n, prim eiro dooa tario da capi
mur it, nasceu na freg uezi a do tan ia de Pern am-
Infeccio nado , pert o de buco nasc eu em O lind a em 1539, disti
1\fari anna : igno1·a-se o an no. Dou ngui u-se nas gue•··
torou-se em thco logia
em Coim bra. Pers eguido em P ortu ras c~m os gent ios; cx plol'Ou g rand
gal, per·corr·eu du- e part e do rio São
rant e 17 ann os a Jl espanha e a Hali Francisc o; soffrcu mise rias n'um
a; a lca nçou depois a viog em que fez a
uma cade ira de theologia na univ ersid Port ugal em 1565 ; foi feito pris ione
ade de Coim bra . iro dos l\lar roqu inos
Fall eceu em Lisb oa em 1784. na bata lha de Alca ccr- Quibii·, na
qual deu prov as de
José d a Silv a L isb oa, visconde inex red ivel valo r c de heroica abne
de Cay rú, u m dos gaçã o, cede ndo seu
cava llo a oi-rei Dom Seba stião ; c
maio res jUJ•iscons ul- mor reu em Por·tu gal
em p'Mn cipio s do seculo XVlT.
tos e políticos do L ean dro do Sac ram ento (Fre i),
Braz il, nasc eu na ci- gran de natu ralis ta c
bolanico, ca1·melita, nasc eu no Rio
dade da Bahi a em de Jane iro em 1762.
Lui z Al ves de Lim a e Silva,
1756. Form ado em duqu e de Caxias, uma
das maio res gl01·ias naci onae s,
dir·eilo ca noni co, foi nasc eu no Pol'lo da
E stre lla no esta do do Rio de J anei
s u cco ss i vam cn te ro em 1803 ; pres -
tou os 'ma is relev an tes serviços
subs tituto das ca- á pal1·ia, já pacili-
cando o Maranhã o em LS'•O, 'ão
deir as de Jingua he- Pau lo e Minas Ge-
raes em 18't2 e o Hio Gran de do
brai ca e greg a em ::!ui de 18'•2 a J!l't5;
já asse gura ndo a inde pend enci a
Coim bra, professo r do Esta do Ol'ienta l
do U r ug uay em 185 1, já sobretud
de philosop hia e se- o conr on·endo da
maneira mais effic az par·a o fel iz
cret ario da mes a exilo da guer•J'<\ do
Para guay pela toma da de ll uma ytá
da in s p ecç ão na c occu paçã o da ci-
Bah ia, prof esso r de economia poliU dade da Assu mpção : e por esse s
ca o depu tado da serv iços rcee beu •mc-
junt a do com mcrcio no Hio de cessivam enle os títul os de hm·ão, visc
.J anei ro, mem bro da onde , rond e, mar-
Asse mblóa Con stitu inte c sena dor q uez e duqu e. Foi min istro vari as
pela Bahia . Publi- veze~. sena dor pelo
cou muit as obra s impo rtan tes, send Rio Gran de do S ul, co nsel heiro
o a prin cipa l o seu de Esta do, ma•·ccbal
Dil'ei/o me?·cnnt il. Fallcceu em l do exer cito, etc. Fallc ceu no dia
8:i5. Dev e-se a ell e o 7 de r.Iaio de 1880.
decr eto de 1808 qu e fran queo u os L uiz B arb alho B ezer ra, que Sf\
portos do Braz il ao disti ngui u muito na
rom mcrc io estra ngei ro. g uer r·a dos lloll ande zes, nasc eu
em Pe•·nam buco em
JoEé de S ouz a Aze ved o Piza Tro 1601 ; foi ell e quem comma ndav
e Arau jo, auto r ~ as fo1·ça!i . que m:~r·­
char am da Bah ia po•· terr·a scgu rndo
os movimentos da
6
DE ALGUNS ORAZILEIROS ILLUSTIIES 171
170 BREVE NOTICIA

esquadra do conde da Tor•re para p1·oteger· um desem- minis tro da fazenda, s enador por Minas, conselheiro
barque, e que tiveram ele r•egr•essar·, eiTectuando urna de estado, etc. Falleceu em 18'17.
mar-cha memoravel de (<00 lcguas de ida e volta. Bar- Manuel Luiz Osorio, marquez do IIerval, um do~ mais
balho Bezcr·ra er·a gover·nador do Rio de J anci r·o quando valentes gener·aes de que se g loria o Brazi l, nasceu
fa llcccu rrn IG'•L em 1807 perto do J aguar·ão, no estado do Hio C:randc
Manuel Antonio Alvares de Azevedo, poeta de do Sul ; di stin g uiu-se sobretudo na guerra do Par·a-
ta lento, nasceu na citlau e de S. Paulo em 1831 tornou g uay, sondo sob o seu commando que o exer·cito ha·a-
o g1·~o de bacharel em lettras no collegio de P~dro 11 , zileiro penetrou no tenilorio paraguayo pelo Pas~o da
matr·teul ou-~e na academia de S. Paulo e falleceu em Pa lria, c praticando n'cssa longa e enca rniçada gtu•rr\1
1852, CJtrando ia começar o 5o a nno do curso ju1·idico. proezas taes que tornaram o seu nome muit n popultu·
e por assim dizer· legendario. Por seus g loriosos sc r·-
M anuel de Arruda Camara, dislincto botanico, nas-
ceu na cidade de Goian na, no estado de Pernambuco viços foi elevado a marechal do exercito e ag-raciado
em J 752. Estudou medici na em Montpellier , c deixo~ com o titulo de mnrquez do llcrval. Ern minisl r·o da
inter·essanles memorias. guen a qu ando morreu no di a ~ de Outubro de 18/!J.
Manuel Ayres de Casal, autor da melhor corog 1·apltia Manuel do Monte Rodrigues de Araujo (D .), conde
do nra.:il, nasceu em J 754, não sabemos em que lugar. d e Irajó , sabia e ' 'irtuoso
prelado, nasceu em PeJ·-
Manuel ~erreira da Ca mara Bittancour t , distincto
1
natur·a J;,;la, nasceu em ~linas em 1762. Fez uma v ia- namhuco em 1798 profes-
sou theologia por 17 a nn os
gem scientifica pela Europa co m José Bonifacio de
Andr·ada. Foi sacio da Academia das Scienri as de no seminal'io de Olinda,
Li ,;boa, e cxe•·ceu em l\linas o cargo de intendente foi eleito deputado geral
geral das minas. 'forTeu senador do impel'io em 1837, e bispo do H io de
Ja neiro em 1839. Morreu
Manu el Ignacio da Silva Alvarenga, distincto poeta
em 1863. Escreveu um
nasceu e111 S. J oão d' El- Rei pelo a nno 1750. For·mad~
Compentlio de theologia
em Coimbra , exer·ceu a advocacia no Rio de J aneiro
moral e Elementos de direito ecclesiaslico.
o.nde em 17.81 foi nomeado professor r egio de rheto~
Manuel Odorico Mendes,

- _ : ·, _ .· ·
_-~.~
r1ca e poeta ca; contou entro seus di scípulos a São
~:ll'los, a Sampaio, a Mont'Aiverne, ao conego Janua-
distincto poeta, raa1weu t·rn
r·w e outros famosos pr·égadores. Fall rreu em 1814. S. Lui z do Maranhfto em
. . .• 1799, formou-se em ph ilo-
Manuel Jacintho Nogueira da G ama, marqu ez de 'f· ·.. sophia em Coimbra. fui
13uependy, nasceu crn S. J oão d'E l-H.ei e m 1765 for·-
mou-se ern mathemali ca e philosophia na uni ~e•·si­ - ~:.., ~
· . ?~ ,r-F
deputado gera l em 182'• e
18'•'•, e Lrauuziu em verso
dad ~ de Coimbra, foi lente da acad<'mia de mlu' inha
as ob•·as do Vi •·gilio e de
de Lisboa de~d e 1791 até o anno de J 801, em qu e foi
Uomer·o. ~Iorreu em Lon-
despachado w s pector geral das nitr·eiras e fabrica
dres em 1 86~ .
da polvora de Minas Geraes; foi marechal de campo,
172 BREVE NOTICIA
DE ALGU NS DllAZIL EIROS ILLUS1' R J::S 1.73
Maria nno José Perei- de Po•·tugal, dmTolando os ll espau hoes em 1\Iooti
ra de Fonseca, mar- jo
(16'.4), pelo que foi nomeado cond e de Aleg•·ete. Morre
qucz de 1\Iar·icú, au tor· u
em Portug al em 16'•7.
de uma rica e precio sa M iguel Calm on du Pin e Alme ida, nuu·qu ez
collecçào de .llfaxima s de
Abran tes, nasceu em S.
e Pe11samentos, nas- Amaro, estado da Bahia,
ceu no Rio de Ja-
em 1796; formou-se em leis
neir·o em 1773; for-
em Coimb ra; foi deputa do
mou-se em philosophia
á Assembléa Consti tuin te,
em Coimb l'a; foi mi-
deputa do ge ral em varias
nist•·o el a fa zen d ~~ em
legisla turas, senado •· pelo
1823; O mOJ'r'eU em
1 8~8 lienador· c conliel hei r·o de estado Cenrá em 18'.0, consel heiro
.
Marti m Franc isco Ribei ro de Andr ada nasceu de estado em 18'.3, minis-
em tro da fazend a e m 1.827,
Santos em 1776; for- _.
mou-scem mathe ma- '18:.17 o 18'.2 ; minisli'O dos
negoeios estran geiros em 1829; proved or da Santa
ticas na univer·sida-
Casa da Mise•·ico•·dia, ele. Falleceu em 1866.
de de Coimb ra; en-
trou com seu ir·m iio Pauli no José Soare s d e Souza, viscon de do
Ut·u-
José Bonifacio no guay, illus tre estadi sta e diplom ata, nasceu em Paris
minist erio de t, de em 1807; formou-se na
Jul ho de 1822 com faculd ade de dit·eito de
a pasta da fazenda; S. Paulo, depois de haver
foi com elle depor·- cu•·sad o lres annos a uni-
lado para Eur·opa ve •·sidad e de Coimb ra; foi
em 1822; voltou ú varias vezes deputa do ge-
camam como depu- ral pelo H.io de J aoei•·o ;
tado por Minas- Ge- minis tro da justiça em
raes e depois por S. Paulo ; propug nou pela procla 184.0 e em 1B4. 1, e dos
- ncgoci os esl1·an ge iros em
mação da maior·i dade de D. Ped•·o H ; foi de nO\'O mi-
nistro da fazend a em I8t,0-1 8'tl ; e fa!lc('eu e m 18'.'.. 18'.3 e em 18't9; senado r·
Math ias de Albu querq ue nasceu em Pcr·naml>uco pelo Rio de Jane ir·o em
na 181,9 · consel hei•·o de es-
segun da metad e do seculo XVI; comba teu com muito
tado' em 1853. Receb eu
denodo como genera l das forças luso-b razileil'as c:onlra
em 1B54. o litulo de viscon de do Urugu ay. Em 1855
os Hollandezes, que se assen h(JJ·car am de Pcr·nam foi
- manda do a Paris cOQlO minist ro plenip otenci a•·io para
buco; e cobriu-se de gloria na guerra da res tau r·aç~o
tratar da questã o do Oyapock. FallJc eu em 1866.
174 BREVE NOTICIA. DE ALGUNS BRAZILEIROS I LLUSTRES PRESIDENTES DA REPUBLICA 175
Pedro de Ara ujo Lima, marquez de Olinda, nasceu Thomaz Antonio Gonzaga , o mai s mimoso dos poetas
em Anlas, no eslado de Pernambuco, em 1793; for- lyricos po•·tugu ezes, autor da .Marilia de Dirceo , nas-
mou-se em leis na uni versidade de Coimbra ; foi ceu no Porto em J74't, mas passou a sua infancia e
deputado ás cO rtes de Lis boa ; e depois no Brazil quasi toda a sua vida no B•·azil. Formado em leis pela
var·ias vezes deputado geral e minis l1·o. S uccedeu em universidade de CoimtH'a, foi despachado ouvidor pa•·a
1837 ao padre Feijó como regente do Jmperio. Foi Villa-Rica (Minas Geraes) . Entrou na cons piração do
lambem senador e conselheiro de estado. FaHeceu em Tira-dentes, e foi condemn ado a deg•·ed o para Maçam-
1870, na edade avan ç<1da de 77 annos. bique, onde morreu, dizem que louco, em 1809.
Romualdo Antonio de Seixas (D .), marquez d e Sanla
Cruz, uma das g loria s
da Eg1·eja do Brazi l,
nasceu em Camelú,
es tado do Pa•·á, em
1787 ; cursou em Lis-
boa as a ulas da Con- PRESIDENTES DA REPUBLICA
gregação do Orato1·io ;
foi elevodo a arcebispo
da Dahio. em 1826, Ma noel D eodoro da Fonseca, nasceu no estado, então
eleito deputado geral provi n ~.: iu da s
nas legis laturas de Alagoas, a 5
J 826 c 18'• 1, e nom ea- de Agos to de
do emD 1838 ministro do impe•·io, ca •·go que não acei- 1827. Comple-
tou. Fnlleceu em 1860. tou o curso de
Salva dor Correia d e Sá e Benevides, neto do pl'i- a r li I b a l'i a na
mci•·o govemador do Hio de Janeiro, nnsceu n'esla Escola ~Iililar
cidad e em 159'.. Foi tJ-ez vezes gove•·nado•· e capitão do Rio de Jn-
general do Hio de Janeiro. Em 16't.8 partiu par·a Angola neil·o. Fez as
e expu lsou d'alli os ll ollandezes. Falleceu em Lis boa campanhas do
em 1688 com 9'. annos de edade. U•·uguuy e Pa-
mguay de 186t,
S eb astiã o d a R och a Pitta, famoso his toriador, nas- a 1870, tornan -
ceu na Bahia em 1660, e mo•·•·eu em 1738. Tomou em
do-se nolavel
Coimbra o gráo de bacha•·el em canones e foi memb•·o
pela s ua bl'a-
da Academia r eal da His loria Porlugueza. Empregou vu ra e capa-
melade da sua vida a escreve•· a preciosa Historio. da cidad e no desempenho de lmpol'lanles commissOes.
America Po1·tugueza. Inlluenciado por Benjamin Coostanl e oUll'OS, procla-
176 PRESIDENTES DA R'EPUBL!CA
PRESIDENTES DA REPUBLICA 177
mo u a republica a 15 de Novembro de 1889. Chegou ao
posto d e ma rechal e foi proclamado gene1·alissimo pelo Prudente José de Mor aes B arros, nasceu em Ilu,
exer·c ito. Foi o Chefe do Covcr·no Provisor·io e o l o l'r·c- estado de S. Paulo, a r, de Outubro de 18'd. Formou-
sidente da Hepubli ca. Falleccu a 23 de Agoc;to de se em diJ·eilo e foi
I R92. eleito deputad o pro-
Yincial c depois ge-
Floriano Peixoto, nasceu no es tado, então provín cia,
ra l, ainda no tem-
das Alagoas a 30 de Abril de 1839. Completou o c ur·so
po da monarchia,
de arti lhar·ia na Escola Militar e recebeu o grau ne
apezar de ter-se a l-
bacha rel em scie ncias physicas e mathematicas na
liado ao partid o re-
antiga Eseo la Central, hoj e Polytechnica. Fez a ca m-
pub l i ca n o desde
panha no Par·aguay, onde mu ito se distinguiu, lendo
1870. T endo tr·ium-
vnltnd n lt•nentc-cor·onol. Foi presiden te da prov ín cia e
phado este partido
commandante das ar·-
em 181:19. fez parLe
mas do Hio Cr·andr
da junta governa-
do Sul. Era ajudante
Liva e foi depois go·
genera l do exer·rilo
vernador do seu Es-
quando se proclam ou
tado senador·, prcs i·
a repuLlica e con ti-
nuou a d esempe nha r·
denl~ da Constituinte, v ice-presidente do Senado e afi-
nal presitlcnle da Rcpublica. Terminado o ~cri~do do
esse car·go até que
exer·dcio d'cste ultimo ca rgo, retirou-se para Prracr caba,
passou para ministr·o
no seu Estado, ontle falleceu a 3 tle Dezembro de J 902.
da guerra. Foi eleito
pelo seu esladn sena- Manoel F e rraz de Campos S a lles, nasceu em Cam_
dor á Constituinte c pinas, estado de S. Paulo.
depois por esta vice- a 13 de Fevcr·eiro de 18'. L
presiden te da ll l' Jlll- Como o seu antecessor,
blica. Assum iu o governo "do paiz a 23 de No,·embr·o for·mou-se em direito, foi
de 189 1, por· occashio da r·enuncia do i\far·eclral Deo- deputado provincial e de-
dor·o, e JH'eenchcu o p r·imeiro qualri ennio p residencial pois geral, já se tendo de-
até 15 do l\'oYcmbro de 189'.. Foi lam bem ministr•o rlar·ado r·e publicano, ainda
do Supr·erno Tr•ibunal Milila r·. Fall eceu a 29 de J u nho no t•egimon monarchico.
de 1895 numa faze nda pr·oxima á estação da Divisa, no Proclamado o novo regi-
estado do Hio de Janeiro, em consequencia de cl11·oni- mcn, foi ministro da jus-
cos padecimentos, aggr·avados pela extraordinar·ia ncti- tiça do governo proviso-
vidade de que deu provas durante a revolta tia CSCJ ua- rio, senador, preside nte
dra de 6 de Setembro de 1893. do estado de S. Paulo e
presidente da Republica.
178 PIIESIOFI'ITE S 0.\ RFPURLICA

Francisc o d e Paula Rodrigu es Alves nnc;cru em


(; ua••n linguet:'l, Estado
de ~. Paulo. n 7 d e
J unho el e 1 !1~8. F m·-
mou-c;r em di•·eito c
e~e•·<·ru cm•go" da ma- INDlCE GERAL
g i<;fratUJ•n. Foi depu-
tado provincia l e pre-
sidente d o J'cfl' J'id o
C;Slado, no tempo elo
Prefacio da 2• edição. . . . . 5
TmpCJ•io. ~o actna l
Prologo da presente edição . i
.-rgime n foi d <>putado Divisão da hisloria do Drazil. 9
da Consti tu in te, miuic;-
t•·o da fazen da duas PERJOD O I
'czes, senador•, p•·esi- Desde o d es cobr ime nt o do Brazll até o dom lnlo h esp a nho l
d cnlt• d o E !;lad o de ctsoo-tsso ,.
R. Paulo E' prl'!'iclrnte d a llepublirn .
Affonso Augusto Moreira Penna nasceu na cidade de J)cc;cobrimen lo do Brazil. . . . . . . . . 11
Ptwos indigenas do B•·azil . . . . . . . . 1'•
Santa llarbar·a, Esta-
Pri111eiras exploraçõe s da costa do Brazil. li
d o de i\linas-Oc raes,
Aven turas de Diogo Aivar·es e de Ra111n lho. 19
a 30 de Novembro d o Dh·is:lo do Brazil em ca pitanias (153'•). . . 20
1847. Formou-s e em llbloria da fu ndação das ca pitanias . . . . 21
Dil·r itn. foi d eputado Priruciro governado r geral do Brazii ( 15'19-1&~!l) . 27
provin cial e gt>ra l e f;('rviçns prestados pelo<~ jesuilas. . . . . . . . :ll
minif>tr•o d a guerra, Segundo governado r gorai do B razil (1553-1558) 32
da ng•·icultur a e da 'J'PI'CCiro governado r ge•·al do Brazil (1558-1572). 3:;
jusli~a no l<'mpo da Firu trag ico de D. Luit de Vasconcelloc; ( 15í0). 39
monnrchia . No r·egi- Divisão do Brazil em dois gove •·nos (1572-1577 ). 3\1
Quinto governado r ge•·nl. O Br·azil passa para o dom iuio
men ad ua l, fez pm·tc
hespa nhol (1578-1580) . . . . . . . . . 41
daconstil uinlP d o seu Tnhoo chrortolog ica do pr·imeiro peri odo. . . . . . . .
Estado d o qual foi '•2
depois p•·esiclent c,
PERIODO II
sendo mais tarde O Brazil d ebaixo do do m lnlo h espanhol Cf 5 80-t6 40).
eleito vice- presi -
de nte e pr·esident <: Estado do Brazii em 1580 . . . . . '•3
da R epublica, lugar este que occupa actualmc nle. Sc\ IO gove•·nado r geral (1583-1591) . 1, 5
~c lim o govern ador geral. . . . . .
46
INDICE GERAL 181
180 INDICE GERAL
Separação d a província Ci~pla tin a que ~e con~lltue em
Successore s de n. Francisco de Souza . . . . . . 48
estado indPpende nte. . . . . . . . . . . . . 1!13
Tomada da Bahia pelos h o lland ezf.'~. . . . 50 toG
Jiim d o reinado de D. P edro I ; sua abdica(;<io .
Occupaçi\o de Pernambu co prl o~ llo llandrtf.'~ 16~0- lli."•'•) . !)2
Taboa chronologica do quinto pe r·iollo 109
Taboa chronolog ica do segundo pcriodo . . . . . . . . 59

PERIOD O VI
PEIU ODO TI!
Reinado de D. Pedro 11.
Desde a r estauração de Portugal até a chegada da ramllla r eal ao
Brazll (1640-1808 ). Menoridad e de D. P ed ro II ; regentes do lmperio. 111
Proclamaç ão lia rnaiol'idad e de O. P rdt·o 11 t Jlt
Expul são dos hollandeze s do Orazil . . . . . . 61
He vohrçflo em S. Paulo e Minas c:cruc~ 116
Governado res geraes que s nccedê r:\o a Barreto de i\le- 117
6G J>acillcaçào du Rio GrandE' do t>ui .
nezrs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
70 Hevoluçào de Pernambu co t'rrl IS't8.
Expediçõe s dos fran cezes contra o Rio de Janeiro . . . 119
Gue rra contra Rosas t'nl 1851 .
Guerra com os hespanhóc~; tratado de S. Jlrl efonso 122
. 75 Qu e~ l<'lo inglrzn em IR62 . . . . . .
(1762-1i77). . . . . . . . . . . . . . . . 122
Guer·1·a <lu Parur.:uay ( 186'•- llli"u) . .
Vice-reis do Brazil depois da lras ladaçAo da sMe do 128
Factos poslerio re~ á g ue rra du Pa ragua~ .
governo geral para o Rio df.' Janc ir·o. . . . . . . . . i7
130
78 'l'aboa c hronologic a do sexto periodo . .
Conspir·açr\o do Tiradentes . . . . . . . . . . . . . . .
Vice-reina do do conde de Rezende c de seus ~uccr~'ores. 79
Taboa chronologi ca do terceiro pe riodo . . . . . . . . 81 PERIODO Vll
• Republlca.

PERIODO IV Go1·crno provi sorio. . . . . . . . 13'•


Desde a chegada da fnmllio real ao Bt•azll até a indep e ndencla C:ove mo do r.l arechal Deodoro da Jo'ousecn. 136
d'este pai:< (1808-1822 ). Co1·erno do )fa r ccha l Floriano P eixoto . 137
Governo do J)r·. Prudente de Moraes. 1'12
Primeiros a clos do pr·in cipo r·egcnlo . . . . . . . . . 85
Governo do Dr. Campos Sailes . . . . l lt6
Guerra no Sul do Brazil ; a nnexaçilo da Banda Oriental 11t7
87 Go1·erno do Dr. Rodl'igues All·es. . . .
(11!11 - 1821). . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . 150
. . . 90 'l'aboa c hronologic a do selimo periodo.
Bpvoluçuo de l'c rnarnbuco e nr 181 i . . .
n evoluçào de Portugal r m 1820: ~nus c iTe i tos no Drazil. 92
l\l edidns tornadas pe las rentes de Li ~ boa a res pe ito do
llr:l7il . . . . . . . . 9'•
Breve notic ia de alguns brazileiros illustrcs 153
Inde pe nde ncia do Brazil . . . . 9~
Presidente s da Repu blica . 175
T a boa chronologi c a do quarto pe riodo. 99

PERIODO V
IlM !lO INiliCI:: üEIIAI.
Reinado de D. P edro I (1822-1881 ).

EvRcuaçào do Brazil pr las tropa s po rtu guczm; . 101


Revolução de P e rnambuco e m 182'•· . . . . . . 102
ll\DlCE ALPllAD~TICO DOS DRAZII.t.lliO' lLLl'S1'1li!S 183

Francisco de L~>mu~ ele Pnl'ia Pereira Coutinho (U.) lá!~


Francisco de lllelln Franco. . llin
Francisco do l\Ionte \IYPrnt> (FrPi}. • • llill
Francisco do Moura Rulim (D.) .• lliO
Francisco de Sa nta 'l'herem de Jesus Snmpaio (Fre i). 11.11
INDICE ALPIIABETJCO DOS BRAZTLEfROS Francisco de São C11rlu~ (Fr·('i). lfill
Francisco de Souta (Padre) 160
ILLUSTRES Francisco Villela Barbosa . 1fi1
Gl'egorio de !\faltos Guerra. 161
flenrique IJias. . . . . 161
Ilonorio Ilermeto Cal'llcir·o Lcíto . 161
lgnacio José de Alvarenga P eixoto 162
Januario da Cunh a Bar·husa . . . . 162
Alexandl'(~ de Gusmão . . . . . . . . Jcrony.no de Albuq1rer·quc llluranhào. 162
153
Alexandre Rodl'igues Ferreira . . . . Joaquim 1\lanuel de l\lac€'do . . 162
153
André Vida! de Negreiros . . . . . . Joaquim José Rodl'igue11 Ton ·rs 1G3
153
Antonio Carlos Gomes .) oito Alvares Carneiro . . 16!!
153
Antonio Cal'los Ribeiro. d.e A;rd.r·~d~ M~ci1a·d~ ~ Sil~~ 15'• r ,loào F rancisco Lisboa. . . 163
Antonio Pilippe Cama r·íto JoM Pereira Ramos de Az<'l'l•do Coutinho . 163
15't
Antonio Gonçalves Dias . . Jo~é Antonio Correia da Carmmr . 161L
HVt
Antonio Josó da Silva . . . 1!)5 José Ba~ilio da Gama . . 16'•
Antonio de Moraes e il va. . 15S .José Bonifacio de Andr·atla I' Silva. 16'•
Antonio Pereira do Souza Caldas Jo~é da Costa Carvalho 16:i
155
Antonio de á . . . . . . . . . . . . . José Elo) Oltoni . . . . 165
156
Antonio de Santa Maria Jaboalão (Frei) Josó Feliciano Fernandes Pinheiro. 165
156
A rarigboia. . . . . . . . . . . . . . . . José Joaquim Carneiro de Campos. 166
156
Dallhazar da S ilva Lisboa . . . . . . . . 156 .)o,é Joaquim d a Cunha de \zeredo Coutinho (D.). 166
Bartholomeu Lourenc;o de Gusmão . . . . .José Leandro de Carva lho . . . . . . 167
156
Benjamin Constant Botelho de Magalhães .To~é l\laria da Sih·a Pnranhos . . 167
156
Bernardo Pereira de Vasconcellos . . . . ,1o~ é ~l ar i anno da Concri1;11n Valioso (Frei). 167
157
Bernardo Vieim Rnva-,cu . . José :.\lartiniano de All~uea r .. . 167
157
Carlos Machado BittencoUI'l . Jo,-6 ~Iauricio Nune~ Ga•·c ia . . . 168
157
Casimiro M Abr·pu . . . . . .)o~ó de !:;aula nita lhm1o ( Ffl'i) . 168
158
Claudio 1\lanucl da Gos ta . . . . . . . Jo ~é da ~ilva J,i, hoa.. . . . . . 168
168
Diogo Antonio Feijó IPad r·e) . . . . . J osé d e Souz:1 Aze,·ctlo Pi1arTo c Araujo. 168
1511
Domingos Bor·gcs d e Tlarros. . . . . . Jorge d e Alhuqurrque Gocl hu . 169
H18
Domingos José Gon~alves dE' 1\lagalhll.es Leandro do Sacromenl o (Prci) 169
1;;9
Eusebio de Mattos . . . . . . . . . . . Luiz Alves de Lima e ôilva . 169
159
Evariste Ferreira da Veiga . . . . . . Luiz Barballlo RrzNm. 169
159
Francisco Gé Acayaba de Montezuma Manuel Antonio A h <Hcti de Aze, cdu . 170
159
'184 l liO I C~ ALPIIABllTICO 005 BRAZILEIROS JLLUSTRI!S

l\Ianuel de \rruda Camara . . . . . . . 170


:\Ianuel .\~res de Casal . . . . . . . 1ifl
Manuel Fe1·reira da Camara Billancourl . liO
~l anuel I~nacio da t5 ilva AlvarPnga . 170
Manuel J al'inlho Nogueira da Gama. tiO
l\lanuel Luiz O;.OJ'io . . . . . . . . 171
)lanut!l do :\lonle Rodrigues de Araujo (D.). 171
Illanu:ll Odorico )fcndPs . . . . . . 171
Marianno Josó Pereira da Fonseca . . . 172
1\lartim Frandsco Ribeiro de Andrada . 172
1\!alll ias de Albuquerque . . . . . . 172
Miguel Calmon Du Pin c Almeida . 173
Paulino J osé Soa•·cs de ::iouza . . 17:!
P edro de Araujo Lin1a . . . . . . .
Romualdo Anlonio de f:;eixas (D.) . "''
17ft
Salvador CorJ'Oia de 8á o Benevides. 171!
Scha~ li iJo da Bocha Pi lla 17'•
Thu111at. Anlonio Gonzaga . . . . . . 1 7á

USP

Typ. Aillaud & C"


Curso de lnstrucção Primaria
Livros de Leitura de FELISBERTO DE CARVALHO
'"'rimeiro Livro de Leitura, omado de nume•·osas illuslra-
~ões, sendo muitas roloridas, carl. i$?>00
o "gundo Livro de Leitura, o•·nado de numerosos illustra-
çOPs, s endo mui las coloridas, carL 28000
Terceiro Livro de Leitura (curso médio das escolas pl'ima-
t•ias), i vol.ornndo de numm·osas illustmções, sendo muitas colo-
ridas, eart. 2S:ioO
Quarto Livro de Leitura (curso supel'ioi' de leilma nas
escolas rrimurias), ornado de numerosas illustrnçoes, sendo
muitas colof'idus, i YOI. ca•·t. 3.)000
Quinto Livro de Leitura (curso supcr·io•· de leitura nas c"eo-
Jas primarias: - e::.te \'Olume é o ultimo da série), OI'nac.lo de nu-
lll t~ • ·osas gravuras, 1 Yol. ca1·L. 3sooo
Arithmetica da infancia e metrologia, por C. Couturier
Larhtu·el em :<CÍCIH:ias c lcttras, p1·ofessor de malliemnticas, 7~
edi•;ão, J \'OI. Plll 32 cal'!. 8400
Methodo para o e nsino do desenho, pot· Olavo FI·eit·e
curso element.ai', f" e 2• classes, sele cade1a1os, que se venJem
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Noções Elementares de Geometria Pratica, escrip-
las de accõrc.lo c·on1 os (H'ogTammas das escolas publicas da Ca-
pital FcJcml , por (Jlu.\o Freit·e, l \' OI. 1SOOO
A Histeria do Brasil L'll ::.inada pela biogmphia :le seus heroes,
pot· Sylvio 1\oméro, 4a cdit:ão, ! vr>L in-iü inOOO
Coração, nola\el livro J c edu cação moral c cívica por E. Oe
Amtcis, lraducção de João llibcieo, 1 vol. eal't. iS:iOO
Grammatica Portugueza da Infancia (curso pl'imario
i • unno), pol' João Hihciro H• edição, com illustmçõc:;, 1$000
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Jinuo l:o'lJOÇO du·onolOI!icO da llislol'ia UO B1·asil e de algumas
110\ Ul'-; J e w snwg•·a pltiu; dcdicat.la á inJ'ancia,JlOI' C. Coulurict·,
!:• edi1;ão ntuito tlll·llwl'ada. pelo bacbm·cl Alfre o ;\lot·cira Pinto,
1 Yttl . ohlungo carl. iSOOO
Sciencias Naturaes e Physicas, e n ~.11o s•·tcntific:o do
1" g'I'Úo 1' cut·so clcmcnlat•l, cscl'iplo de acCÕJ'do com os pro•TJ'O.tn-
mas das escolas da Capilo.l Federal do llra!:.il, pelo Dr. F~licis­
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No;,Ôcs da V1da Pratica (Lições de Cousas), !l• cdir,ão,
1•ot· Jo'eli\ FetTCtl'a, 1 'ol de 507 paginas, impresso e illus:,·ado
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à• i,,;,, c ma de S. Uenlo '•:i, S. Paulo.

'Pyp . Aillaud bl. Ct•.

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