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JUSTIFICATIVA
RESUMO HISTÓRICO
“Pedro, o Brasil está como um vulcão. Até no paço há revolucionários. Até oficiais das
tropas são revolucionários. As Cortes Portuguesas ordenam vossa partida imediata,
ameaçam-vos e humilham-vos. O Conselho de Estado aconselha-vos para ficar. Meu
coração de mulher e de esposa prevê desgraças, se partirmos agora para Lisboa. Sabemos
bem o que tem sofrido nossos pais. O rei e a rainha de Portugal não são mais reis, não
governam mais, são governados pelo despotismo das Cortes que perseguem e humilham
os soberanos a quem devem respeito. Chamberlain vos contará tudo o que sucede em
Lisboa. O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu
monarca. Com o vosso apoio ou sem o vosso apoio ele fará a sua separação. O pomo está
maduro, colhei-o já, senão apodrece. Ainda é tempo de ouvirdes o conselho de um sábio
que conheceu todas as cortes da Europa, que, além de vosso ministro fiel, é o maior de
vossos amigos. Ouvi o conselho de vosso ministro, se não quiserdes ouvir o de vossa
amiga. Pedro, o momento é o mais importante de vossa vida. Já dissestes aqui o que ireis
fazer em São Paulo. Fazei, pois. Tereis o apoio do Brasil inteiro e, contra a vontade do povo
brasileiro, os soldados portugueses que aqui estão nada podem fazer. Leopoldina”.
Mesmo com o decreto assinado, a resolução precisava do aceite do príncipe para ter
validade. Nesse momento, Pedro, ainda afetado pela disenteria que o assolava durante a
viagem, viu que a situação era irremediável. Declarou naquele momento, para os poucos
membros de sua comitiva, montados em lombos de mulas, que o Brasil tornara-se uma
nação independente. Mulas? Sim, mulas. Os garbosos cavalos brancos dos livros da escola
não aguentariam a viagem dura entre Rio de Janeiro e São Paulo. As mãos do pintor Pedro
Américo deram um tom épico ao evento, que, se muito, podemos retratar como simplório. A
recriação histórica mitificada criou uma visão romântica do grito do Ipiranga, porém
unilateral. Esqueceu-se de d. Leopoldina, nossa primeira Imperatriz, primeira mulher a
governar o país e peça fundamental em nossa independência. O verde e o amarelo de
nossa bandeira perderam sua identidade. Hoje são as matas e o ouro. Outrora foram
inspirações de Debret no verde dos Bragança e amarelo dos Habsburgo.
SINOPSE
Hoje o samba vem reverenciar quem se fez brasileiro mesmo antes do nosso país.
Quem merece seu lugar à luz da história. Hoje o Império de Charitas une o verde a seu
amarelo para cantar a Independência do Brasil.
Viaja no azul do mar que conduziu o pequeno príncipe às vistosas terras do sul.
Pelos traços da princesa, que apaixonada por seu medalhão casou-se por procuração e
atravessou o Atlântico em busca do amor. Não vamos de volta ao velho mundo, como fez o
Rei que enganou Napoleão. Ficaremos com Pedro, com Maria, com o povo!
"Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."
Dizem que Pedro falou... São os mesmos que contam das fardas alinhadas e da espada em
punho quando o brado ecoou.
Olhos que retrataram o que não viram e deixaram de enxergar o que estava em sua
frente. Os rabos de saia, as marquesas de Santos do pau oco. Um homem de carne e osso.
Largaram a princesa, Imperatriz, às margens da história, num futuro feito passado,
sem glória, sozinha ao lado do Imperador.
Brasil, é hora de conhecer sua verdadeira história. Deixar a estória de lado e encarar
seu destino. Menino, gigante, acorda que é hora de ser quem sempre sonhou. É chegado o
momento de questionarmos: Será que nesses 200 anos realmente nos tornamos
independentes? Talvez não sejamos mais colônia, mas ainda nos falte um brio
independente. Orgulho da pele vermelha e da negritude que nos formaram, que nos
tornaram, acima de um país, uma nação. Acorda Brasil e verás que um filho teu não foge à
luta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
● REZZUTTI, Paulo. D. Pedro-A história não contada: O homem revelado por cartas e
documentos inéditos. Leya, 2015.