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d) Agenda-setting
Autores: Lang & Lang (1959), Cohen (1963), Charlotte Study, McCombs & Shaw (estudo da
campanha eleitoral nos EUA sobre pessoas que não tinham candidato – variáveis psicológicas e
sociológicas)
- Menu noticioso/conteúdo dos media (condiciona a agenda pública)
- Estudos dos efeitos cognitivos de longo dos media nas massas (influência permanente)
- Papel que os media desempenham na seleção, na ordem de importância dos temas e na
significação (agendas intersectam-se)
- “os media nem sempre têm exito ao dizerem às pessoas o que devem pensar, mas têm sempre
exito ao dizerem em que assuntos devem pensar” (Cohen, 1963)
- Os eleitores ficam a saber que importância devem dar a cada assunto
- “novas investigações sugerem que os media não só nos dizem em que pensar, mas também como
pensar nisso e, consequentemente, o que pensar” (McCombs & Sham, 1993)
- 1) temas com relevância(salience, ordenação/hierarquização segundo importância); 2) diferentes
poderes do agendamento (não é uniforme, contexto importante, diferente consoante atributos
sociais e psicológicos, difere em função dos temas noticiosos: quanto menos direta for a
experiência do leitor, maior é a dependência dos media); 3) estudo das fontes da agenda dos
media (fontes são sempre interessadas); 4) existem distintas agendas; 5) segundo nível do agenda-
setting (os media canalizam atenção para a relevância dos temas e segundo nível que canalizam a
atenção do público para os atributos desses temas)
- A imposição da agenda-setting, num primeiro nível, canaliza a atenção do público para a
importância dos temas (topic oriented); já num segundo nível, os media, canalizam a atenção do
público para os atributos desses temas (thematic framing).
- As notícias imputam atributos aos acontecimentos. Os públicos pensam os assuntos segundo os
ângulos oferecidos (identificar certos atributos). Quais os atributos que devem ser predominantes?
e) Enquadramentos
f) Priming effect
Data: anos 70
Autores: Noelle-Neumann (“os eleitores buscavam aproximar-se das opiniões que julgavam
dominantes”)
- Por medo de isolamento, permanece-se em silêncio por receio de rejeição. “Os que falam com
voz forte e são publicamente visíveis parecem mais fortes do que realmente são. Surge uma ilusão
acústica das verdadeiras maiorias”
- A espiral é criada e reforçada quando alguém compreende a opinião que prevalece maioritária e
escolhe não se expressar (criação de um falso consenso)
- Opinião pública é moldada pelos media, formando climas de opinião que reforçam o agenda
setting e a espiral do silêncio (os media que emanam sinais que se confirmam mutuamente,
através da consonância, acumulação e ubiquidade)
- Os media devem ter responsabilidade social na promoção da diversidade de opiniões
1) O que é a opinião pública?
“Opiniões carregadas de juízos de valores que se tornaram acordos sociais inabaláveis que alguém
deverá exibir publicamente.”(Noelle-Neumann, 2002)
- Bordieu vai criticar esta abordagem (nem todos podem emitir opiniões e não há consenso): As
problemáticas que são propostas pelas pesquisas de opinião subordinam-se a interesses políticos,
e isto dirige de maneira muito acentuada o significado das respostas
h) Modelos normativos
Data: anos 60
Autores: McQuail (1991), Siebert et al (1956)
Teoria autoritária: estado central, os media não podem minar a autoridade do estado (defender a
ordem social), censura/punições, jornalistas não são independentes
Teoria soviética: censura/punições, jornalistas não são independentes, os media não podem ser
privados, apoiar o proletariado e os princípios marxistas-leninistas
Teoria dos países em desenvolvimento: uso positivo dos media, resistência à influência
estrangeira, primazia dos fins coletivos e não das liberdades individuais, a liberdade dos media é
suscetível de limitações de acordo com prioridades económicas
Teoria liberal: herança de Locke (iluminismo), ênfase nas liberdades individuais, racionalidade,
rejeitar a censura e a punição, publicação e distribuição devem ser acessíveis a todos, “quarto
poder” e “cães de guarda”
Teoria democrático-participante: promover envolvimento político dos cidadãos, reação contra a
monopolização, burocratização da radio e televisão e mercantilização, os medias devem existir
para as audiências e não para as organizações, ênfase nas necessidades e interesses do público
Teoria da responsabilidade social: Comissão Hutchins (1947), apoiar a democracia, assumir
responsabilidades pelos atos, estabelecer padrões profissionais (rigor), cumprir funções sociais
(criação de fóruns)
k) Teorias da performance
Teoria do espelho: apologia da objetividade; as notícias seriam como são porque a realidade assim
o determina (Traquina, 1993)
Teoria da ação pessoal (gatekeeping): (White, 1950) O Gatekeeper, o filtrador da informação,
controla o seu gate, isto é, como o sujeito seleciona o que será noticiado. A teoria explica de que
forma o processo de seleção é subjetivo e arbitrário, dependendo da experiência, atitude e
expetativa dos jornalistas (ordem psicológica); gatekeeping passa a ser visto como um processo
contínuo de seleção influenciado pelas rotinas produtivas; uma batalha entre acesso e o
gatekeeping, que acaba por desempenhar um papel de censura devido ao desejo, por parte da
audiência
Teoria organizacional: (Warren Breed) Constrangimentos organizacionais/financeiros e
hierarquias; autoridade institucional, medo de sanções, obrigações para com os superiores,
aspirações de mobilidade; jornalismo como negócio; consequências negativas dessa tendência, tal
como a homogeneização dos conteúdos
Teoria da ação política: relatos enviesados que refletem as ideologias triunfantes (distorções); os
jornalistas não são totalmente independentes (sujeitos ao controlo ideológico das fontes com
poder); remete à ideia de Herman & Chomsky
Teoria estruturalista: As noticias são um produto socialmente construído que reproduz a ideologia
dominante e legitima o status quo. Isto acontece porque os jornalistas e órgãos de comunicação
social têm uma reduzida margem de autonomia, no sentido em que cultivam uma cultura
rotinizada e burocratizada e estão sujeitos ao controlo da classe dominante, proprietária dos meios
de comunicação, que vincula os media às suas definições dos acontecimentos. (Stuart Hall, 1978)
Teoria construtivista: As noticias como histórias que resultam de um processo de construção
linguística, organizacional, social, cultural, pelo que não podem ser vistas como um
espelho da realidade (Shoemaker & Reese, 1991); valores noticia, rotinas de produção, relações
pessoais; o jornalístico seleciona e exclui, acentua ou minimiza diferentes aspetos de eventos e
temáticas, seguindo a orientação de um determinado enquadramento, que dá vida aos
acontecimentos;
l) Critérios de noticiabilidade
Autores: Galtung & Ruge (1965), Wolf (1987) e Dailey, Demo & Spillman (2005)
1) Fluxo de noticias internacionais na noruega. Fatores importantes: evidência, frequência,
significância, continuidade, composição, imprevisibilidade… (efeito cumulativo, quanto mais )
2) Critérios relativos ao conteúdo (impacto, relevância), relativos ao produto (disponibilidade de
imagens, atualidade, brevidade), relativos ao público (interesse, drama, proteção) e relativos à
concorrência (scoop e standarts)
- noticiabilidade como soma de valores que atuam sobre o entendimento de um acontecimento
3) Como se dá a noticiabilidade no digital? (Modelo da Convergência Digital)
O objetivo é maximizar os recursos (multimédia) e potencializar sinergias (os estágios interagem)
- cross-promo, clonagem, cooperação e competição, partilha de conteúdos, convergência
- Velocidade, possibilidade de partilha, métricas, acompanhamento na hora