O documento discute o uso frequente de estrangeirismos e erros gramaticais na imprensa portuguesa. O autor argumenta que os jornalistas devem preservar a correção da língua portuguesa e evitar traduções literais incorretas do inglês. Fornece vários exemplos de erros encontrados em publicações recentes do jornal Público.
Descrição original:
Título original
Vieira, J. (2009, outubro 4). Em defesa da pátria. Público. Retirado de http
O documento discute o uso frequente de estrangeirismos e erros gramaticais na imprensa portuguesa. O autor argumenta que os jornalistas devem preservar a correção da língua portuguesa e evitar traduções literais incorretas do inglês. Fornece vários exemplos de erros encontrados em publicações recentes do jornal Público.
O documento discute o uso frequente de estrangeirismos e erros gramaticais na imprensa portuguesa. O autor argumenta que os jornalistas devem preservar a correção da língua portuguesa e evitar traduções literais incorretas do inglês. Fornece vários exemplos de erros encontrados em publicações recentes do jornal Público.
Em defesa da pátria comunicação quem define a forma
como se fala e falará. Daí a
Joaquim 4 de Outubro de 2009, 0/00 responsabilidade dos jornalistas, que Vieira? pode ser encarada de muitas maneiras mas que, para um jornal com o estatuto editorial do PÚBLICO, deveria ser no sentido de defender de modo coerente a correcção do português - o que implica apurados cuidados da parte de quem escreve.
O provedor já noutras crónicas tem
sublinhado este aspecto, com o levantamento de inúmeros erros, muitos deles sistemáticos, que poderiam ser corrigidos com melhor formação ou até com um pouco mais de atenção ao que se verte para o teclado. A extinção progressiva - ditada pela contenção de custos - dos revisores de JOSEPH BARRAK/AFP texto, a quem incumbia a tarefa de zelar Se, como escreveu Pessoa, "a minha pelo respeito das regras, só tem ajudado pátria é a língua portuguesa", preservar a tornar as coisas piores. Os alertas a língua é lutar pela pátria lançados nesta coluna destinam-se apenas a fazer ver como muitos erros Mais do que um território, um conjunto podiam ser evitados se os jornalistas de tradições ou um traço genético, a tivessem um pouco mais de língua pode ser factor de identidade de sensibilidade para o problema. uma comunidade nacional. Tome-se como se quiser, é isso que diz o Veja-se o caso dos estrangeirismos, aforismo de Pessoa: "A minha pátria é a cada vez mais frequentes, porque cada língua portuguesa." E o futuro da língua vez mais, abdicando da investigação está hoje nas mãos dosmedia: é a própria (também devido à poupança), imprensa e os meios electrónicos de se traduz notícias e informações já publicadas noutras línguas (sobretudo naquele país seja efectuado pelo em inglês e na Internet). Entre muitos exército, mas sim por funcionários outros, eis dois exemplos detectados ("officers" em inglês) governamentais. pelo leitor Rodrigo Valle Teixeira na edição de 5 de Setembro: na pág. 5, no Mais para ocidente, noticiou o artigo "Cientistas portugueses usam PÚBLICO de 13 de Setembro, na pág. teoria dos jogos para redefinir o 15, sobre o jornalista iraquiano que combate do cancro", "no segundo atirara os sapatos a George Bush parágrafo, a frase "Se tudo corre bem, durante uma conferência de imprensa há um balanço entre esta dinâmica..." em Bagdad, que fora "condenado a três deveria ser "Se tudo corre bem, há um anos de cadeia por assalto a um chefe equilíbrio entre esta dinâmica...""; na de Estado estrangeiro". Tradução pág. 14, no artigo "Cinco pessoas errada do inglês "assault", que não morreram em protestos em Xianjiang", significa "assalto" (a uma pessoa) mas "onde se lê "com o tráfico cortado" sim "agressão". deveria ser "com o tráfego cortado"". Comenta o leitor que no primeiro caso E a 10 do mesmo mês escrevia-se na "parece uma tradução literal errada do pág. 14 sobre um "candidato inglês "balance"", e quanto ao segundo: incumbente", expressão inexistente nos "Imagino que as autoridades chinesas dicionários de português, em que não tenham cortado o trânsito automóvel, e há equivalente para "incumbent"(do não o tráfico de substâncias ilegais." inglês, um eleito recandidato). Em contrapartida, existe uma palavra Ainda a propósito do Oriente, a legenda portuguesa para significar a expressão de uma foto da reportagem "Bebés inglesa"statute of limitations", que é roubados na China alimentam negócio "prescrição" (legal), mas o jornalista- das adopções", na pág. 4 do P2 de 28 de tradutor que fez uma notícia para a pág. Setembro, fala em "oficiais do 13 dessa edição não deu por ela, planeamento familiar", quando o texto, escrevendo: "Não existe qualquer correctamente, menciona "funcionários estatuto de limitação da do planeamento familiar". Não consta, responsabilidade pelos crimes de na verdade, que o planeamento familiar guerra." Ainda no domínio jurídico, escreveu Se bem que o inglês seja a influência Nuno Curado: "Não percebo como é que dominante, não é a única. "Pasta", num "jornal de referência" não há o palavra italiana para "massa", ainda cuidado para evitar a tradução directa não entrou no léxico português, mas de certos termos em inglês quando está permanentemente a ser usada. estes não correspondem na língua Exemplo: "Para Jamie Olivier, se o portuguesa. Utiliza-se no texto o termo azeite for bom, a pasta for fresca..." (1 "evidências" como se se tratasse da de Abril, pág. 4). palavra "provas". Isso funciona em inglês, em que"evidence"realmente tem E depois há o recurso abusivo a esse significado." (O leitor, que escrevia palavras estrangeiras, outro tema em 24 de Setembro, não disse onde é também já abordado nesta coluna. É o que detectou a "evidência", e o provedor caso que levou a leitora Isabel Barros também não a localizou, mas o erro é Ferreira a reclamar: "No PÚBLICO de tão frequente nosmedia portugueses 14 de Setembro, pág. 20, sob o que, mesmo assim, vale a pena o antetítulo "Consumo - Legislação traz alerta.) mais garantias aos utilizadores dos centros de atendimento", seguia-se um Quanto a Rui Miguel Neiva, reparou no artigo cujo título era: "Nova lei dos call seguinte: "Na edição de 15 de Setembro, centersobriga as empresas a gravarem no artigo da pág. 20 sobre a "guerra dos as chamadas por 90 dias." Se há em pneus" entre os EUA e a China, diz-se português o termo "centro(s) de no final da primeira coluna: "(...) e vêm atendimento", que me parece responder às reivindicações das uniões perfeitamente adequado para traduzir o de trabalhadores norte-americanos." inglês "call center(s)", como aliás é Esse "união dos trabalhadores" não utilizado no antetítulo, porquê insistir estará a referir-se a um (ou vários) três vezes, no corpo do artigo, na sindicatos? É que a palavra"union" em expressão inglesa? Não haverá tradução inglês significa não só "união" mas adequada de termos como "backoffice" também "sindicato", o que, pelo e "contact center", para não falar de contexto do texto, parece ser o caso. "time-sharing"? É que estes termos Tem o leitor razão. aparecem também no mesmo artigo que, presumo, seja feito para ser lido maioritariamente por portugueses. E, não sendo o inglês língua oficial de com conteúdo "au meunier". (...) Portugal, não entendo como obrigatório Acrescento outra pérola, de 5 de que todos tenham de saber traduzir Setembro. (...) É nos destaques de TV aquelas palavras." que está este anúncio de uma verdadeira revolução (ou será Mudando de tema, o leitor Paulo Rato revulsão?) da História:Roubos de Arte propôs-se intitular "Vamos salvar as Nazi (...) narra a história épica do roubo preposições!" a sua carta ao provedor. sistemático, da destruição deliberada e Eis a razão: "Tenho notado que a da sobrevivência milagrosa dos temível quinta coluna que, infiltrada em tesouros artísticos europeus do Terceiro tudo o que é meio de comunicação de Reich e da Segunda Guerra Mundial". massas, actua impunemente com o Será também da doença das intuito de descaracterizar a língua preposições?" portuguesa (...), se voltou agora para as preposições. (...). Num artigo publicado Muito há a acrescentar, mas propõe-se no P2 de 4 de Setembro, "Assassinaram apenas uma reflexão aos jornalistas. o perfeito Brian?", lê-se: "empreiteiro Num título na pág. 10 de 17 de Julho, encarregue pela remodelação da "Social-democratas em silêncio sobre mansão do guitarrista". Que significa propostas de revisão constitucional isto em português bem para a Madeira", o PÚBLICO aderiu à "preposicionado": que uma entidade, de tendência tão em voga nos meios nome "remodelação", encarregara o audiovisuais de fazer o plural de "social- empreiteiro da mansão. De quê? Talvez democrata" apenas no termo final, e de cuidar dela, de verificar que nada lhe não, como indicam a maior parte dos acontecia, coisas assim... No PÚBLICO, filólogos, nos dois ("sociais- semanas antes, escreveu-se: democratas"). Como fará quem assim "Salvaguardando não conhecer ao procede para o plural de "democrata- detalhe a directiva". Dou de barato o cristão"?provedor@publico.pt "detalhe", galicismo de há muito Reclamou a leitora Graça Horta: "Foi acolhido pelos dicionários (...), mas com espanto que no PÚBLICO de 28 de refiro a sua origem porque, neste caso, é Outubro reparei que os resultados [das admissível que a preposição também eleições legislativas] por distrito eram tenha vindo de França, a acompanhar o dados para as forças políticas com "detalhe", em embalagem de alumínio, assento parlamentar e ainda para... o MEP! Ou se dava o resultado de todos previamente, sob pena de se verificarem os partidos concorrentes, ou, a escolher atrasos no fecho da edição (...). Tal não um pequeno partido, seria da lógica se verificou (...). O erro foi, na noite das mais elementar publicar o do mais eleições e já de posse dos resultados, votado entre os pequenos, no caso o não se ter apagado de todas as tabelas a PCTP/MRPP. (...) O PÚBLICO está coluna referente ao MEP, que pareceu interessado em promover o MEP?" estranha, e com razões para isso, a muitos leitores." Perante facto na verdade tão insólito, reconheceu o director adjunto Paulo O provedor alvitraria solução diferente: Ferreira: "A crítica da leitora é certeira. como jornal de referência que aspira a Tratou-se de um erro, que não devia ter ser, e porque nem todos os seus leitores acontecido mas que tem explicação são eleitores dos "cinco grandes", o simples. Cerca de duas semanas antes, PÚBLICO deveria divulgar os o PÚBLICO começou a preparar as resultados distritais de todos os bases informáticas e infográficas para a partidos concorrentes (além dos votos edição em causa. Tratava-se de criar brancos e nulos) e não segregar, na base automatismos para que, na noite da adivinhação, quem julga que não eleitoral, a elaboração dos mapas, elege deputados. gráficos e tabelas de resultados pudesse ser feita com rapidez e adaptada aos espaços reservados em cada página. No caso das tabelas distritais, a indicação Descarregue a aplicação do PÚBLICO, subscreva as nossas por mim dada ao departamento notificações e esteja a par da evolução do novo coronavírus. informático foi no sentido de prevenir a Subscreva a nossa newsletter possibilidade de se acrescentar uma sexta coluna para além dos cinco partidos habitualmente mais votados. TÓPICOS Porquê? Porque nas eleições europeias OPINIÃO o MEP tinha sido o sexto partido mais ! TORNE-SE PERITO votado em Lisboa e, se repetisse a mesma percentagem, teria eleito um deputado nesse distrito. Essa possibilidade tinha que ficar garantida