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sintét:icos iclênticos, o que nos leva a prever que os Unia elas cstlutulas
palalcl'Is III'lls collluns ocoílc
elenlentos coordenados entre si Qprcsentenl a mesma no processo correlativo cle aclicão, possibilitado pelas
estrutura ranlatical. Ou seja, a zzzlirlncies sezzzczzztiens expressões zzão so... »zns rn»lbézzz; zlczo czpezlczs... »zns
si»zi lnres deve corresponcler uma esíz.zltzlrcz@n»lclttcnl nlzlcinyzlno tnzltocllLnlztosconlosLPoclc013sclval
sízzzilnr. É o que se chanla, comumel)te, cle pnznleliszzzo no trcchlnho H13''lixo:
ou slzlzeíz 1(l, (le eo»stz lz(no. Pol cxclIlplo, cnl: ac.
,.A';Aniasania':~nã a énaS gúarda :u!:n'.: !é:Saura!bra!ógiCó.::i'n:C,a-.",'
,',E :convénieritne chegaies',a.'te!rnpo:.e.:.trazeres:,o relatório:,'pronrto- .. 'meilsúiave/ .':más'::ái!n'dá
josni!úiiia
os clois segmentos coorclenados entre si — chrrígcrz.es
!.',materiá
::„:.
rio'.';pronntto.:::-'„",",'".",:,'.":".„"';.'. ;...'-",,",=",;:',.".,'.,',.",,.".„'„"
='.-'-,':.,'-".„''„:.'''; cie ou, ncjiz»zi os cle zlzzz»zes»zo Assim,
rélátó
clois ou Iinais conll)lcmcntos do mcsllio verbo ou dois
Unia quebra de paralelisnlo seria clizn, por exenlplo: ou nlais acljuntos do lllesnlo nome clevenl apl.esentll.
;,É'convéiiieritné"chëgares, á';te!In>po'."e qú'e.
simetria sintética cle conste.ll;.ã0. Nesse contexto dc
tr
estruturas paralelas, nlereceln clestaque Qs s~éies «zuwzze-
pois, conIo se vê, a estrutura cios clois segnlentos I ntA>ns. Vejanlos conlo os váléos itens inclicádos abaixo
(«ill-rínz n te»zpo e tzn-ez o)elniózio) tinha alrumacões constituem. uma clisposicão sintática paralela e, Qssili),
sintáticas clifelentes, se amlnlanl segunclo os n)eslilos padrões; ou seja, toda
0 paralelismo não constitui proprianlente. unia a série é constituícla por Substantivos scIII QItlgo..'-,
c\cl
CUTAR COII PALAVRAS: COESAO E COEBENCIA
RECURSOS DA REPETI/AO
;:de,som
elas ligaclos, Dessa forma, essas expressoes não devem lógio',:de.';apaitaiiiento,'.. 'de.tëiëvisão,'::,'de.'ideocassete,::.",'de.;ré
'.',troca",'a':cÍasse,'Á"pór.'".nada,'-:.:aijuncie.:ná;Gcheta;Mercántif.'; "-
Veja-se o efeito até jocoso cia quebra cle paralelismo :,",-' '„;;:,",",,:;:-
',.'"':,;,"
tante relevante para o estabelecimento cia coesão e ou sequência cle palavras que já ocorleram ant:crio)-
da coclê1)cla. Conlglova, élss1nl} qL)c os cz tez zvs /rnz a z nlcntc. Pol Isso nlcslllo, a Icgctlç'10 constltL11 Lln1.
(L rizznlizlzz(l» civ revtv szzpcn»zz ezrz rzzzzito o sizrzirlcs ajzzs- ) ecurso reiterativo, requisito cia prógz.ia continuictaclc
inzzz»zzto As análises que temos feito aqui
lizzgzzzsticv. exigida pela coerência. Uma das clilererlças cnt).c um
só conlprovam que Izá zzzzzito o cirzes» ) cz zzos textos. Só texto e um amontoado cle flases soltas cst;í exatanlente
p{.ecisa que prestemos atencão ao clue está circulanclo no fato de o texto apresentar esse caráter reitelativo
ã rlossa volta... ou essas voltas a seglnentos que já apateceraln.
E pena que, em nossos compêndios de estudo Ao contrário do que apa)ece nas falas de alguns
cia língua c en) nossas aulas de português, haja mui- professores e nas instruções de certos nlanuais de
to pouco espaço para a exploracão do paralelismo: reclação, a repeticão cle palélvlas c L)zn IccLLIso textual
ele sua função coesiva e. cle sua relevância enquarlto significativo. Sua ocorrência em textos é incon test'ível,
/
recurso estilístico, con)o referimos brevemente atrás. isto e, os textos nlaiores, orais ou escritos, formais ou
A. excessiva preocupaçlo com a correção gramatical, . inforn1ais, normalmente, trazem palavras repeticlas,
insisto, nos tem privado (le perceber essas e outras seul que isso lhes afete a qualidade.
regulariclades textuais; esses e outros recursos cle sua Fm geral, e gol falta de uni conhecinlenio n)ais
elaholação. Ganhou corpo o equívoco de que, para o consistente, a repetição tem si(lo vista apenas como
texto ser consideraclo bonl, basta estar granlaticahnente um 1 característica da oralidacle informal., da conversa
correto. Daí a fixacão cia aula de português em coisas da familiaz., espontânea. e descontraída. Assim, costun)a-
superfície —.Ortograli'1, concordância verbal e, por — . se pensar que repetir palavias é coisa da'onversacão
vezes, enl cletalhes (le sua apresentacão fornlal, como . coloqLlial, uma concessão que se faz, unm vez que
a torlna (le se: grafar ui11 til ou 0 tanianbo da margenl
"a fali tu(lo permite". Os resultaclos de várias pes-
que indica a entrada cle um novo parágrafo, Lllsas põe Ill '1baixo cssél visão c n10s t l énll
que, c n)
textos escritos fornlais, conlo editoriais de jornais,
por exenlplo, a repetição de palavras é um recurso
5.3. A repetição propriamente cHta
generalizado, incontestável e funcional,
A z.cpcti~ão, como o próprio nome indica, corres- hIas, a repeticão não é apenas uma regularidacle
ponde ã açao cle voltar ao que foi dito antes pelo re- textual. E um recurso de grande funcionalidade, pois
curso de fazer reaparecer uma unidade que já ocorreu pode desempenhar diferentes funcões, toclas elas, (le
previamente. Essa unida(le pode ser uma palavra, uma alguma forlna, coesivas, Vejanlos algumas.
sequência cle palavras ou até unia frase inteira. Uma primeira função que se pode reconhecer
Assinl, a repetição corresponde. todo e qualquer na repetição corresponde a cle zz)azcar (I ên/ase que se
empenho por fa.-cz z capaz.eccz no texto alguma palavra pretende atribuir a um determinado segmento.
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LUTAR COM PALAVRAS: COESAO E COEBCNCIA RECURSOS DA REPETIÇAO
eia: não',esta'v'a
, Era uma,vez'um, Brasil,'.oride„'os'overnarites'cieditavam:,.jue :.
;. i éis,:cruzeiros 'cruzagos'é.'reatsnasctaiii':em árvores." Para se-,'cíiai
'
.aquela cle zzznzcctt /z cozttizzztielarloclo tczzza r/ztoostzí c/zz foco. — repreendeu'-.caie':,''.:,:.;:;.',:,'":;."!".-';:".,',: :,.''.":, : :;:.:.',,;:.".."::.."(
'.; ',.":, ;;:,.'Qúe,'ideíâ::.a":sua,",,de,:virjogar~lixó!nestejjrdim!
:i!,';::.-".;-::::-".'...
Na verdacle, sc estamos falanclo cio mesmo tema —e p/(!usiyeis,',:, 'Cirlós'Orumiiiónd:óe;ABdiáde.;Cáiztos
7)
LUTAR COII PALAVRAS: COESAO E COERENCIA RECURSOS OA BEPETICAO
É eviclente qrle o t:exto coerent:e não requer ape- . Agora'que:sentei.'na minha'cadeira de madeira, junto a,
nas que haja continuiclade tens itica. Exige tanibém que 'minlia,mesa;, de''madeira,'.,colocada,
';,
erii ;cima deste:.assoalho
o teiiia progrida e, assim, haja tambéni progressão te- '-.
"madeira,:-:e:,'piocuro'um
de rnadeiia,-",olho"minhas:.estantes, dl
mãtica. Repal etnos que, na historinha de Drummoncl, ''ivro'feito"deIpoipa',;dé'maóeira-'para'.escrevei.uiii',"artigo',coritirá
7ó
L U TA R C 0M PA LA V R A 5 : C 0 E 5A 0 E C 0 E R É I'I C I A
BECUH505 DA REPETICAO
Vejan1os os aníincios abaixo, por exen1plo (on- - A: pequena mulher,:-::sentindo os grandes: fluidos:;em.:sua
cle tan113én[ se pode con1provar. a funcionaliclacle clo
cabeça, pensoú::--' -",;.'-
paralelismo). ', —::Grande,.":'.',':,:.".-':. : :::,
') 5áiba'. como séu,:chéfe"corisegue'as:meihores
:;:,: 'gravatas,'os ... 'Pequeri ps'isceadas,"grandes.'sorrisos;,uma'c[. cumplicidade. ::.,:,
'.: melhoies',sapatos, os;melliores restaurantes e,"úm,sãlário, :E::foi,assim':que eles for@rn,'.... : .:-'- ''':. -
- ';
'';;; '--...
": múito'elhór''.que o seii."';:;,'-',, :: - '.;,:,-,'-:,' '.'-." :.„',- : ; Ele
pégou 'rias'pequeriá s,rriáos da, mulher, corri sua.graride:.mão:,-,
."-Á -6azetã'!Iiércari til:,'está::lá nçando,' 'Guiá'Eyecut/vo'. 5ão ,.:Coíi)os seus grári desoíhos,'j3rocurou',os peqii enos delá,";grári
timidez'. ::."',",:;::: ; '-'.";: ',,- :-",', :.'",,"",''"'' de,':::terriura,''pequena
';: ; Então,:,vê,:se abié'a'máó:,pelo,rr!enos"ria-,lója'e:pede'logo-. Para quc n.'1o hque a icleia cle clue a. rcpeticão í um
." : ',o melhor'."...,,.:,'".'";,"",,'' ."',';;..'I
'
„Um:giá nde,"pôeta::é; um',grande: poetá,, indc'péndente,de'ua ;.
Eu. náa sabia'qué "nem" piecisava',.ser';:cliente. '."
„época, :,Um,",crítico. literário -tem de :ir 'alerií .dá"'classificaçlão.,
: Eu não,scibia,qué.:o,piario;-da'.minha filha pesava'tanto, .
histórica ;, :,:.",
'.:-",
"
,':',. :. ",'--" '(Anúncio do',Citibánll)
;
.'- ';.-," „",;: (Alfredo Bali; 0 Esradó "de 5, Pau%, 16/09Í2Ó00,"p.', D9)-
é que nos levariam a reafirmar «quele caráter enfá- visão dos objetivosi e instrumentos da política de deseri vólyi-.
tico, expressivo e niultifuncional :mento rio ano de']971 'co>nfo>rme.expos!tosiao
da repetição e nos Piesidente..',
nlostl;illanl qLlc cssc prOccdimcllto 11Õo é Llln I.ccul-
No ííltimo parágrafo, o fechanieiito cio texto é
so exclusivo da fala, muito menos da fala. informal
feito nestes tel nlos:
apenas, conio se costuina. dizer, Se existem pesquisas
que comprovam a funcionali(lade da repeticão na fala '.,:0:8iasil,espera'(;;:.)
::(íúeimar-.etapás,;em'.,>direção.':ao,',desen-."';,
(cf. Marcuschi, 1.992; I(och, 1993), talnbéni existein ; ;.'vó lv)méri!to'.';,'; :; :-'.":;: - ';,':: ;:,':.':::
S1
RECURSOS DA REPETICAO
LUTAR Cole PALAVRAS: COESAO E COERENCIA
a) Form!á-,se;,dessa'-foima.'.-:-':,-.'--,,;:,;
:,':"" :
; ..'":-: '-.
'
,„do tmpo)s)to.dé'ierida,"
:,'dos!c!ontribyintes
Es)sa":décis!ão já',era espérada) peia.'máiôrtá -:
''c).Tal.mudançcí nludara;. ;',:„".';;-::",:: ';-",=...':;:-";.' :,:,. Na verclacle, as cosh.nneiras dirctrizcs cle se evitar a
-:'.-d) Adianta;m)'uito.,'pouco) adiantar,-;que),. :,;.:„;..',,'; : '. :.'
repetição cle palavras pretendem «tingir a repeticã0 n(io
", e!)',Tais'quest/o)nameri tos:.'n!os':."per!mitem, questionai.';.
Iuncional. So que, comumente, as orientações são dadas
'':,,=;, :,',-'.'-; --;,-'-,,',
-
:,
; f) Essa fase'concsiste,'ém uma',fase..".- cle forma tão.inc1iscriminada e tã0 getal que acabani
"(g)!:;Ao sair de:ccisá,deve.-'se-.;tranc)ar ã pôrta de ca)sa;..':;.; sul%indo apenas o efeito iie ativo cle prciibicão, Esquece-
A'uventude.'brásileira:.'iiã)o":tem'enhuma'.:expectati va-dh';
; h) se, por exeilip]o, cle que, na estilística e na retórica )
' ' ViVer.ncúm", paíS'qiie";náO Ihe-O)fere(ce'.)tienhuma
Vida,'ar. '.IA:) a repeticão c>anhoLt, clcscle hã IIILiitci, um lu Tar dc
perspecttva de vida"..': ;: :.:,:, .",.',"" I grancle clestaque.
Nesse senticlo, vilía a pena empreendei a aiiãlise
Ainda assiin, sempre vale a pena aiialisar o
cle textos cle cliversas fontes e identificar aí as ocorrên-
contexto eni que tais ocorrências tiverani lugar, pois
le- cias de pal;lvras repetidas. Ficaríamos surpresos, certa-
é sempre piovãvcl que uni cleterminado uso seja
inc,nte, e poderíamos compreender niellior quando e por
:gitiniaclo por uni determinado contexto. 0 que vale
quc.ILpctii'alavias pode cxci'cc1 Lliiia fLlncão textual
é 0 efeito que se quer produzir. Por exeniplo, eni
um
realniente iniportante. Compreencleríanios, ainda, que
encarte de publiciclade acerca do Estado de Ronclônia, a repetição de palavras vai ocorrenclo difereilteinente)
0 texto coliicceiva ;issim: clepenclenclo do gênero eni questão e que, portanto,
Um Estado.'em'estado)'!natural sua ocorrência é autorizada, com certa flexibilidade,
'::"-': : .'"''"'',"': '; ""-:":--:::'-::-:''::(IstaÉ,:.:13/04/05,p 23) :: é claro, em (lependéncia das funçõe! que cumprem
os textos em que aparecem. Ou seja, cornpreenclería-
Uni aspecto que se pocleria considerar conio uma
retomar mos que não se repete uma palavra siniplesniente por
espécie cle 1 epetit:no /)nrcinl seria o recurso de
palavi'1 repeti-la, seni uni proposito discursivo qualquer, ou
um segmento anterior do texto pelo uso de uma
deriva(l I, sobretuclo quando se retoina uni verbo por
por uma questão de inabilidade, apenas.
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5) )
LUTAR COII PALAVRAS; COESAO E COEREIICIA RECURSOS OA REPETI(AO
s( I a pr aitlca cscoleit
cj3rlri llacla. Lstt3 fol u tirai rlusao qltc Recapitulemos no quaclro abaixo os recursos cio
teimou ein cri,ir, generalizando uni princípio que não procccl IIiictito d,'1 I cpctrc,'10.
pode ser ;iplicaclo indiscriniinaclaniente. Qualquer um
cle nós poder,i constatar a validacle clessas observacões Relagoes textuais Procedimento 'ecUísos
ao ler uni cclitorial, unia história, uni artigo, unia ata,
ltni relatório, uma notícia, uina peca pul3licitária. Eni Paráfrase