Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ANANINDEUA
2016
LUIZ FÁBIO MAGNO FALCÃO
ANANINDEUA
2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca do Instituto Evandro Chagas
CDD: 616.9188
LUIZ FÁBIO MAGNO FALCÃO
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Profa. Dra. Ana Cecília Ribeiro Cruz
Instituto Evandro Chagas
_________________________________________________
Profa. Dra. Hellen Thais Fuzii
Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará
_________________________________________________
Profa. Dra. Maria da Conceição Nascimento Pinheiro
Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará
_________________________________________________
Profa. Dra. Luisa Caricio Martins
Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará
_________________________________________________
Profa. Dra. Rita Catarina Medeiros Sousa (Suplente)
Instituto Evandro Chagas
AGRADECIMENTOS
“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de sí,
levam um pouco de nós.” (Antoine de Saint-Exupéry)
Manifesto aqui também minha profunda gratidão ao Instituto Evandro Chagas, Núcleo de
Medicina Tropical, Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, Clínica Pulmocenter e em
especial à Universidade do Estado do Pará que me proporcionaram elementos facilitadores
para a conclusão deste desafio tal como a concessão de exames clínicos e minha licença e
bolsa de pesquisa.
Por fim, agradeço em especial àqueles que sempre me apoairam incondicionalmente, que
apostam em mim mais do que ninguém e que seguramente são os que mais compartilham da
minha alegria: minha amada família e a Deus que é digno de toda honra e glória!
Mais uma etapa foi vencida, porém não tenho dúvidas que ainda é só o começo ....
Fábio Falcão
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou
sobre aquilo que todo mundo vê”. (Arthur Schopenhauer).
RESUMO
Associação entre HTLV e alterações no sistema pulmonar tem sido cada vez mais descrita
na literatura como parte de processo inflamatório desencadeado pelo vírus resultando em
infiltração linfocítica e liberação de citocinas e quimiocinas lesivas ao tecido pulmonar.
Assim, o objetivo desta pesquisa foi comparar achados de tomografia computadorizada (TC)
de tórax e função pulmonar entre grupos de pacientes infectados pelo Vírus T-linfotrópico
humano (HTLV). Trata-se de um estudo observacional transversal realizado entre janeiro de
2013 e abril de 2016 incluindo pacientes com paraparesia espástica tropical ou mielopatia
associada ao HTLV-1 (PET/MAH) do tipo definitivo (n=19), PET/MAH provável (n=11) e
sem PET/MAH (n=18), os quais realizaram exames de TC de tórax e espirometria e os
achados foram comparados entre os grupos cujo nível α adotado foi de 0.05. Ao final do
estudo pôde ser observado maior número de pacientes com PET/MAH definitivo que
apresentaram achados anormais de TC quando comparado a pacientes sem PET/MAH
(p=0.00), sendo mais frequentes bronquiectasias (p=0.00), cicatriz fibrosa (p=0.00),
espessamento de septo interlobular (p=0.04), espessamento pleural (p=0.01) e cicatrizes
pulmonares (p=0.00). Além disso, 18,75% (9/48) dos pacientes apresentaram distúrbio
ventilatório obstrutivo ou restritivo, sendo 31,5% (6/19) PET/MAH definitivo, 27% (3/11)
PET/MAH provável e nenhum (0/18) sem PET/MAH (p=0.01 e p=0.04, respectivamente).
Adicionalmente, 23% (11/48) dos pacientes com HTLV-1 apresentaram diâmetro da artéria
pulmonar principal igual ou superior a 29mm (µ=31.5±4.0mm). Em resumo, alterações
pulmonares foram observadas principalmente nos pacientes com PET/MAH o que pode
estar relacionado à resposta inflamatória desencadeada pelo vírus.
Association between HTLV and changes in pulmonary system has been described in the
literature as part of the inflammatory process triggered by the virus resulting in lymphocytic
infiltration and release of cytokines/chemokines harmful to lung tissue. The aim of this
study was to compare computed tomography (CT) scans of chest and lung function among
patients with Human T-Lymphotropic Virus Type 1 (HTLV) with and without HTLV-1
assoaciated myelopathy/tropical spastic paraparesis (HAM/TSP). In this cross-sectional
observational study performed between January 2013 and April 2016, we included patients
who were difinitively diagnosed with HAM/TSP (n=19), probable for HAM/TSP (n=11) and
without HAM/TSP (n=18). CT scans of the chest and spirometry were performed, and the
findings compared between groups. We used α = 0.05 to denote statistical significance.
More patients who were HAM/TSP definitive had abnormal CT results (P=0.00), including
more frequent bronchiectasis (P=0.01), fibrous scars (P=0.00), interlobular septal thickening
(P=0.04) and pleural thickening (P=0.01). In addition, 31.5% (6/19) patients who were
HAM/TSP definitive, 27% (3/11) who were HAM/TSP probable and none of the controls
had obstructive or restrictive lung disease (P=0.01 and 0.04, respectively). Finally, 23%
(11/48) of patients with HTLV-1 have the largest diameter main pulmonary artery equal to
or greater than 29mm (μ=31.5±4.0mm). In summary, we observed pulmonary changes
especially those patients with definitively diagnosed with HAM/TSP, and this may be
associated with the inflammatory response triggered by the virus.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14
2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 16
2.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE O HTLV ................................................................... 16
2.2 ESTRUTURA VIRAL, DESCRIÇÃO TAXONÔMICA E ORGANIZAÇÃO 17
GENÔMICA ..............................................................................................................
17
2.3 CICLO VIRAL ............................................................................................................ 18
2.4 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E TRANSMISSÃO DO HTLV ........................... 21
2.5 HTLV NA AMAZÔNIA ............................................................................................. 22
2.6 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL .......................................................................... 23
2.7 ASPECTOS CLÍNICOS ASSOCIADOS AO HTLV-1 .............................................. 23
2.7.1 PET/MAH ............................................................................................................... 24
2.7.1.1 Patogênese e resposta imunológica ....................................................................... 24
2.7.1.2 Diagnóstico e manifestações clínicas .................................................................... 27
2.8 ALTERAÇÔES PULMONARES ASSOCIADAS AO HTLV .................................. 30
3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 34
3.1 GERAL ....................................................................................................................... 34
3.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 34
4 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 35
4.1 SUJEITOS DA PESQUISA ....................................................................................... 35
4.2 LOCAIS DO ESTUDO .............................................................................................. 37
4.2.1 NMT/UFPA: ambulatório de doenças tropicais .................................................. 37
4.2.2 FSCMPA: Centro de Diagnóstico por Imagem ................................................... 38
4.2.3 Clínica Pulmocenter ............................................................................................... 38
4.3 DESENHO DO ESTUDO E CÁLCULO AMOSTRAL ........................................... 38
4.4 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO ...................................................................................... 39
4.4.1 Inclusão ................................................................................................................... 39
4.4.2 Exclusão .................................................................................................................. 39
4.5 COLETA DE DADOS ............................................................................................... 40
4.5.1 Análise de prontuário clínico e entrevista ........................................................... 40
4.5.2 Tomografia computadorizada de tórax de alta resolução .................................. 40
4.5.3 Espirometria ........................................................................................................... 41
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................ 43
4.7 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................. 44
5 RESULTADOS ........................................................................................................... 45
6 DISCUSSÃO ............................................................................................................... 66
7 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 76
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 77
APÊNDICES .................................................................................................................... 85
ANEXOS .......................................................................................................................... 90
14
1 INTRODUÇÃO
Por outro lado, associação entre HTLV e alterações no sistema pulmonar tem
sido cada vez mais descritos na literatura como parte de um processo inflamatório
desencadeado pelo vírus com infiltração linfocítica e liberação de citocinas/quimiocinas
lesivas ao tecido pulmonar semelhante ao que ocorre ao nível da medula espinhal nos
pacientes PET/MAH (KAWABATA et al., 2012). Assim, é então razoável pressupor que
lesões pulmonares seriam mais evidentes em pacientes com HTLV-1 e PET/MAH
associada, uma vez que infiltração linfocítica pulmonar é mais provável em virtude da
doença inflamatória sistêmica subjacente nesses indivíduos. No entanto, vale destacar que
tal associação não está completamente clara.
2 REVISÃO DA LITERATURA
A história dos retrovírus mostra que interesse médico pelos agentes infecciosos
causadores de tumores teve início com a descrição da possível transmissibilidade do
chamado sarcoma de Rous em aves em 1911. Apartir de então, foi observado associação de
processos neoplásicos em diversos animais com os então recém-descritos agentes virais, o
que gerou, na comunidade científica, grande expectativa que algumas neoplasias humanas
também pudesse estar associada a infecções por esses agentes (YOSHIDA, 2010).
Fonte: http://evunix.uevora.pt.
M-MULV: murine leucemia viroses. RSV: respiratory syncitial vírus.
HTLV-1: human t-lymphotropic vírus type 1. BLV: bovine leucemia vírus.
linfócitos infectados presentes no sêmen e secreção vaginal, sendo mais eficiente no sentido
homem-mulher de modo que a infecção se revela mais elevada nas mulheres (NEROME et
al., 2014).
brasileira, aponta alta soroprevalência do HTLV 1/2 (4,7%) impulsionada em grande parte
pela forte migração durante a fase de construção da usina. Segundo os resultados, alguns
fatores como o baixo grau de escolaridade e o tempo de residência elevado na área ao
entorno da usina refletem a alta incidência da infecção viral (FALCÃO et al., 2013).
Sob o ponto de vista laboratorial o diagnóstico pode ser realizado através de dois
tipos de testes: os de triagem tipo ELISA (enzyme linked immunosorbent assay), o qual
apresenta alta sensibilidade e é baseado na detecção de anticorpos contra o vírus presentes
no soro e/ou no líquido céfalo raquidiano (LCR) e os confirmatórios, tais como PCR (reação
em cadeia da polimerase), Western Blot, Imunoflorescência Indireta, entre outros
(MORENO et al., 2013).
imunológica adaptativa. Várias doenças têm sido associadas ao HTLV-1 e dentre elas
destaca-se a L/ATL, PET/MAH, uveíte, dermatite infecciosa, doenças reumatológicas,
alterações psicológicas e mais recentemente o acomentimento pulmonar cujas manifestações
são variadas (BRASIL, 2013) (Tabela 1).
2.7.1 PET/MAH
tax pode fornecer mais subsísidios a esse modelo de mimetismo celular danoso. A terceira e
mais aceita de todas as hipóteses, descrita como dano circundante ou “bystander”está
fundamentada no fato que linfócitos TCD4+ infectados e linfócitos TCD8+ específicos para
a proteína viral tax atravessariam a barreira hematoencefálica resultando na liberação de
citocinas danosas ao sistema nervoso central com consequente lesão (Figura 4)
(MATSUURA et al., 2015; VALLINOTO et al., 2015; FUZII et al., 2014).
pacientes e sugerindo que células T com perfil Th1 predominam (FUZII et al., 2014;
JAKOBSEN et al., 2015; VALLINOTTO et al.; 2015).
Segundo estudo de revisão publicado por Fuzii e cols. (2014), linfócito T CD4+
presentes em pacientes com PET/MAH possuem atividade transmigratória e capacidade em
atravessar a barreira hematoencefálica significantemente maior quando comparado as
mesmas células de pacientes assintomáticos. Já as células T CD8+ estão cronicamente
ativadas e a maioria reconhece a proteína viral tax. A ativação dos linfócitos T CD8+
específicos para tax induz intensa produção de citocinas pró-inflamatórias (NIEDERER et
al., 2014).
Definitivo:
1. Paraparesia espástica progressiva não remitente com alteração na marcha referida pelo paciente. Alterações
sensoriais (podem ou não estar presentes). Alterações esfincterianas (podem ou não estar presentes).
2. Sorologia para HTLV-1 (sangue e/ou LCR) confirmado por PCR ou Western Blot positivo.
3. Exclusão de outras doenças semelhantes a PET/MAH.
Provável:
1. Apresentação monossintomática: espasticidade ou hiperreflexia nos MMII ou sinal de Babinski com ou
sem alterações sensoriais ou somente bexiga neurogênica (confirmado por teste urodinâmico).
2. Sorologia para HTLV-1 (sangue e/ou LCR) confirmado por PCR ou Western Blot positivo.
3. Exclusão de outras doenças semelhantes a PET/MAH.
Possível:
1. Apresentação clínica completa ou incompleta.
2. Sorologia para HTLV-1 (sangue e/ou LCR) confirmado por PCR ou Western Blot positivo para o HTLV-1.
3. Distúrbios que podem se assemelhar a PET/MAH não devem ser excluídos.
Fonte: Adaptado de CASTRO-COSTA et al., (2006).
de atividade macrofágica) do que aqueles com altos títulos de anticorpos (MARTIN et al.;
2014).
Fonte: http://www.scielo.br/img/fbpe/rsbmt/v35n4/a15fig02.gif.
RNM: Ressonância Nuclear Magnética.
Presença de atrofia da medula espinhal (seta).
(2008), o HTLV-1 infecta células epiteliais do pulmão com subsequente produção local de
citocinas e quimiocinas através da indução de NF-kB e AP-1.
Para Kawabata et al., (2012) existe correlação positiva entre a carga proviral e o
número de linfócitos no fluído do lavado broncovascular (LBA) de pacientes com
PET/MAH havendo formação de clusters de linfócitos T CD8+ HTLV-1 tax-specifico em
tecido pulmonar e bronquiolite associada. Além disso, células T CD8+ HTLV-1 tax-
specifico no LBA se correlacionam positivamente com as mesmas células em sangue
periférico, sugerindo que aumentos da frequência de células T CD8+ HTLV-1 específico no
32
sangue levam a infiltração eficiente das mesmas células no interior dos pulmões
ocasionando lesões (Figura 7).
Estudo recente mostrou que a expressão de HTLV-1 bZIP factor (HBZ) aumenta
o número de células T regulatórias por indução da transcrição de forkhead box P3 (Foxp3)
em ratos transgênicos que expressam HBZ em células T CD4+, os quais desenvolveram
processo de inflamação pulmonar com liberação de citocinas e quimiocinas. Assim, tax e
HBZ podem desempenhar papel crítico na patogênese do envolvimento pulmonar de
pacientes com HTLV-1 via expressão Foxp3, uma vez que tax pode ser importante para
iniciar a doença enquanto o HBZ pode promover a progressão da doença inflamatória a nível
pulmonar (NAKAYAMA et al., 2013).
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
3.2 ESPECÍFICOS
4 MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi realizado junto a indivíduos infectados pelo HTLV-1 e que estão
em acompanhamento clínico no ambulatório do Núcleo de Medicina Tropical (NMT) da
Universidade Federal do Pará (UFPA). O diagnóstico para o referido vírus foi caracterizado
pela presença de anticorpos anti HTLV-1 e posterior integração policlonal do DNA proviral
em células sanguíneas periféricas.
Análise das TC’s de tórax foram realizadas por médico radiologista em conjunto
com fisioterapeuta especialista em reabilitação cardiopulmonar, os quais estavam cientes do
diagnóstico clínico de HTLV-1 dos pacientes. Foi utilizado o computador Imac™ (Apple Inc,
Cupertino, EUA) e o software Osirix MD versão 5.8.5™ (Pixmeo Company, Bernex, Suiça)
o que possibilitou avaliação precisa e abrangente das estruturas do sistema pulmonar. Os
achados de TC de tórax presentes no estudo foram classificados de acordo com os critérios
41
propostos por Silva et al., (2010) e Hansell et al., (2008), tal como: a)
bronquiectasias/bronquioloectasias: dilatações anormais de bronquios e bronquíolos,
respectivamente b) cicatriz fibrosa: área de cicatriz presente no parênquima pulmonar c)
espessamento pleural: espessamento/cicatriz da pleura dos pulmões d) nódulo centrolobular:
pequenas nodulações com espessamento da parede ou preenchimento da luz bronquiolar e)
espessamento de septo interlobular: espessamento/cicatriz dos septos de tecido conjuntivo
que separam os lóbulos pulmonares secundários f) cisto pulmonar: área arredondada no
parênquima pulmonar com interface bem definida g) opacidade em vidro fosco: aumento da
densidade do parênquima pulmonar em que permanecem visíveis os contornos dos vasos e
brônquios no interior da área acometida h) atenuação em mosaico: aparência em retalho de
regiões com atenuações distintas.
4.5.3 Espirometria
ou indireta (Ex: VEF1/CVF, FEF25-75%, FEF50%, FEF75%, etc). Esta grandeza é expressa
em litros (BTPS).
Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): volume de ar exalado no
primeiro segundo da manobra de CVF. Exprime o fluxo aéreo da maior parte das
vias aéreas, sobretudo aquelas de maior calibre, sendo expressa em litros (BTPS).
Razão VEF1/CVF: fração que representa o VEF1 em relação à CVF. Valores abaixos
do limite inferior de normalidade estão associados a distúrbio obstrutivo.
Fluxo expiratório forçado 25%-75% (FEF25-75%): fluxo médio de ar que ocorre no
intervalo entre 25% e 75% da CVF. Tem sido considerada uma das mais importantes
medidas de fluxos na avaliação da permeabilidade das vias aéreas, por representar a
velocidade com que o ar sai exclusivamente dos brônquios. Esta grandeza é expressa
em litros/segundo (BTPS).
Tempo expiratório forçado 25%-75% (TEF25%-75%): tempo expiratório forçado médio
entre 25% e 75% da CVF. Esta grandeza é expressa em segundos.
Fluxo expiratório forçado máximo (FEFmáx): representa o fluxo máximo de ar
durante a manobra de capacidade vital forçada. Esta grandeza também é denominada
de pico de fluxo expiratório (PFE) e é expressa em litros/segundo (BTPS).
Fluxo expiratório forçado 50% (FEF50%): fluxo expiratório forçado no ponto médio
da CVF. Representa a velocidade com que o ar da parte central das vias aéreas
inferiores deixa o sistema respiratório durante a expiração forçada. Esta grandeza é
expressa em litros/segundo (BTPS).
Fluxo expiratório forçado 75% (FEF75%): fluxo expiratório forçado a 3/4 da CVF.
Representa a velocidade com que sai o último 1/4 de ar dos pulmões em uma
expiração forçada. Esta grandeza é expressa em litros/segundo (BTPS).
Ventilação voluntária máxima (VVM): é o maior volume de ar que o indivíduo pode
mobilizar (ar inspirado e expirado) em um minuto com esforço voluntário máximo.
Essa manobra constitui um teste que tem ênfase no desempenho ventilatório, mais
precisamente no desempenho muscular respiratório. Esta grandeza é expressa em
litros/minuto (BTPS).
- Estando sentado, você irá respirar através de um bocal que está conectado ao
aparelho. Nós não podemos perder o ar que você está respirando; por isso, um clipe de
borracha fechará o seu nariz enquanto você respira pela boca.
- Respire tranquilamente por algum tempo
- Encha o peito maximamente!
- Assopre! - Com o máximo de força e rapidez possível, até que eu peça para
você encher o peito novamente.
Análise de cada variável que compõe a função pulmonar foi realizada de forma
comparativa entre os grupos do estudo levando em consideração os dados obtidos e preditos
para cada paciente, bem como o gênero.
5 RESULTADOS
Função Pulmonar
Tabela 8 – Volumes, capacidades e fluxos pulmonares obtidos e previstos para mulheres e homens
com PET/MAH definitivo. Belém/PA, 2013-2016
Mulheres (N=11) P-valor Homens (N=08) P-valor
Variáveis Obtido Predito Obtido Predito
*
CV (L) 2.44 ± 0.46 2.95 ± 0.38 0.00 3.44 ± 0.73 4.23 ± 0.26 0.01*
CVF (L) 2.53 ± 0.42 2.95 ± 0.38 0.00* 3.48 ± 0.74 4.23 ± 0.26 0.02*
VEF1 (L) 2.00 ± 0.43 2.42 ± 0.31 0.00* 2.80 ± 0.56 3.47 ± 0.25 0.00*
VEF1/CVF (%) 78.8 ± 8.99 81.6 ± 1.84 0.87 81.07 ± 7.8 81.73 ± 2.13 0.81
FEF25-75 (L/min) 1.99 ± 0.79 2.37 ± 0.29 0.12 2.74 ± 0.84 3.50 ± 0.46 0.01*
TEF25-75 (s) 0.79 ± 0.61 0.58 ± 0.05 0.48 0.67 ± 0.20 0.60 ± 0.05 0.27
*
FEFmáx (L/s) 4.64 ± 1.26 6.74 ± 0.50 0.00 6.68 ± 1.96 10.54 ± 0.29 0.00*
FEF50% (L/s) 2.68 ± 1.13 3.08 ± 0.28 0.23 3.44 ± 0.86 4.43 ± 0.44 0.00*
FEF75% (L/s) 0.83 ± 0.30 0.87 ± 0.17 0.67 1.26 ± 0.81 1.34 ± 0.27 0.76
*
VVM (L/min) 71.5 ± 14.38 90.27 ± 11.99 0.00 97.23 ± 20 129.7 ± 10.1 0.00*
Fonte: protocolo de pesquisa, 2013-2016.
Dados expressos como média±desvio padrão. Test t de Student pareado (p<0.05 *). Teste de Wilcoxon
(p<0.05*).
CV: Capacidade vital. CVF: Capacidade vital forçada. VEF1: Volume expiratório forçado no 1º segundo.
VEF1/CVF: relação entre Volume expiratório forçado no 1º segundo e capacidade vital forçada. FEF 25-75%:
fluxo expiratório forçado 25%-75%. TEF25%-75%: tempo expiratório forçado 25%-75%. FEFmáx: fluxo
expiratório máximo forçado. FEF50%: Fluxo expiratório forçado 50%. FEF75%: Fluxo expiratório forçado 75%.
VVM: ventilação voluntária máxima. PET/MAH: paraparesia espástica tropical ou mielopatia associada ao
HTLV-1.
Tabela 9 – Volumes, capacidades e fluxos pulmonares obtidos e previstos para mulheres e homens
com PET/MAH provável. Belém/PA, 2013-2016
Mulheres (N=08) P-valor Homens (N=03) P-valor
Variáveis Obtido Predito Obtido Predito
CV (L) 2.58 ± 0.28 2.79 ± 0.26 0.102 3.66 ± 4.49 ± 0.429
CVF (L) 2.69 ± 0.36 2.79 ± 0.26 0.488 4.31 ± 4.49 ± 0.866
VEF1 (L) 2.25 ± 0.36 2.30 ± 0.28 0.746 3.47 ± 3.60 ± 0.839
VEF1/CVF (%) 83.5 ± 3.89 82.2 ± 2.6 0.506 82.3 ± 79.9 ± 0.767
FEF25-75 (L/min) 2.59 ± 0.88 2.37 ± 0.48 0.567 3.43 ± 3.30 ± 0.677
TEF25-75 (s) 0.55 ± 0.12 0.58 ± 0.07 0.599 0.63 ± 0.62 ± 0.937
FEFmáx (L/s) 5.57 ± 1.42 6.53 ± 0.24 0.086 7.28 ± 10.7 ± 0.163
FEF50% (L/s) 3.32 ± 1.21 3.07 ± 0.45 0.601 4.20 ± 4.23 ± 0.967
FEF75% (L/s) 1.01 ± 0.36 0.90 ± 0.31 0.577 1.73 ± 1.22 ± 0.505
VVM (L/min) 79.8 ± 17.4 80.9 ± 34.5 0.937 121.5 ± 133.0± 0.705
Fonte: protocolo de pesquisa, 2013-2016.
Dados expressos como média±desvio padrão. Test t de Student pareado (p<0.05 *). Teste de Wilcoxon
(p<0.05*).
CV: Capacidade vital. CVF: Capacidade vital forçada. VEF1: Volume expiratório forçado no 1º segundo.
VEF1/CVF: relação entre VEF1 e CVF. FEF25-75%: fluxo expiratório forçado 25%-75%. TEF25%-75%: tempo
expiratório forçado 25%-75%. FEFmáx: fluxo expiratório máximo forçado. FEF50%: Fluxo expiratório forçado
50%. FEF75%: Fluxo expiratório forçado 75%. VVM: ventilação voluntária máxima. PET/MAH: paraparesia
espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1.
58
Tabela 10 – Volumes, capacidades e fluxos pulmonares obtidos e previstos para mulheres e homens
sem PET/MAH. Belém/PA, 2013-2016
Mulheres (N=12) P-valor Homens (N=06) P-valor
Variáveis Obtido Predito Obtido Predito
CV (L) 2.69 ± 0.32 2.83 ± 032 0.10 4.26 ± 0.64 4.32 ± 0.31 0.88
CVF (L) 2.77 ± 0.40 2.83 ± 0.32 0.56 4.76 ± 0.76 4.32 ± 0.31 0.27
VEF1 (L) 2.34 ± 0.35 2.34 ± 0.30 0.92 3.81 ± 0.56 3.49 ± 0.21 0.34
VEF1/CVF (%) 84.26 ± 4.53 82.49 ± 1.88 0.20 79.74 ± 5.33 80.76 ± 2.07 0.71
FEF25-75 (L/min) 2.79 ± 0.76 2.4 ± 0.39 0.09 3.64 ± 0.76 3.34 ± 0.28 0.53
TEF25-75 (s) 0.52 ± 0.13 0.57 ± 0.06 0.22 0.66 ± 0.13 0.61 ± 0.03 0.54
*
FEFmáx (L/s) 5.89 ± 1.22 6.55 ± 0.36 0.03 8.65 ± 0.63 10.6 ± 0.31 0.00*
FEF50% (L/s) 3.53 ± 0.9 3.10 ± 0.37 0.10 4.63 ± 1.1 4.28 ± 0.27 0.56
FEF75% (L/s) 1.10 ± 0.39 0.90 ± 0.24 0.12 1.49 ± 0.49 1.24 ± 0.16 0.44
VVM (L/min) 85.66 ± 15.25 87.65 ± 27.26 0.73 139.9 ± 22 129.3 ± 8.06 0.40
Fonte: protocolo de pesquisa, 2013-2016.
Dados expressos como média±desvio padrão. Test t de Student pareado (p<0.05 *). Teste de Wilcoxon
(p<0.05*).
CV: Capacidade vital. CVF: Capacidade vital forçada. VEF1: Volume expiratório forçado no 1º segundo.
VEF1/CVF: relação entre Volume expiratório forçado no 1º segundo e capacidade vital forçada. FEF 25-75%:
fluxo expiratório forçado 25%-75%. TEF25%-75%: tempo expiratório forçado 25%-75%. FEFmáx: fluxo
expiratório máximo forçado. FEF50%: Fluxo expiratório forçado 50%. FEF75%: Fluxo expiratório forçado 75%.
VVM: ventilação voluntária máxima. PET/MAH: paraparesia espástica tropical ou mielopatia associada ao
HTLV-1.
8
Valores de função pulmonar Sem PET/MAH
PET/MAH provável
6
PET/MAH definitivo
0
C
áx
5%
5%
%
V
V
FV
50
75
Fm
FE
-7
-7
F
25
25
FE
FE
FE
T
F
FE
FE
Fonte: protocolo de pesquisa, 2013-2016. CV: Capacidade vital. CVF: Capacidade vital
forçada. VEF1: Volume expiratório forçado no 1º segundo. FEF25-75%: fluxo expiratório
forçado 25%-75%. TEF25%-75%: tempo expiratório forçado 25%-75%. FEFmáx: fluxo
expiratório máximo forçado. FEF50%: Fluxo expiratório forçado 50%. FEF75%: Fluxo
expiratório forçado 75%. PET/MAH: paraparesia espástica tropical ou mielopatia
associada ao HTLV-1.
10
Sem PET/MAH
Valores de função pulmonar
8 PET/MAH provável
PET/MAH definitivo
6
0
CV
1
F
%
áx
5%
5%
EF
CV
50
75
Fm
-7
-7
V
F
25
25
FE
FE
FE
F
F
TE
FE
Fonte: protocolo de pesquisa, 2013-2016. CV: Capacidade vital. CVF: Capacidade vital
forçada. VEF1: Volume expiratório forçado no 1º segundo. FEF25-75%: fluxo expiratório
forçado 25%-75%. TEF25%-75%: tempo expiratório forçado 25%-75%. FEFmáx: fluxo
expiratório máximo forçado. FEF50%: Fluxo expiratório forçado 50%. FEF75%: Fluxo
expiratório forçado 75%. PET/MAH: paraparesia espástica tropical ou mielopatia
associada ao HTLV-1.
61
35
Diâmetro artéria pulmonar (mm)
25
20
15
T
T
T
o
el
v
PE
PE
PE
PE
áv
iti
ov
fin
m
pr
Se
Se
Se
de
T
T
PE
PE
50
p=0.38
30
20
10
0
vo
el
T
T
T
PE
PE
PE
PE
áv
iti
ov
fin
m
pr
Se
Se
Se
de
T
T
PE
PE
Por outro lado, ao comparar os pacientes que apresentaram diâmetro da artéria pulmonar
principal igual ou superior a 29mm tanto do grupo PET/MAH (PET/MAH definitivo e
PET/MAH provável) com os pacientes sem PET/MAH, houve, entretanto, diferenças tal
como mostrado na figura 29.
64
45
40
35
30
25
H
H
A
A
M
M
T/
T/
PE
PE
m
Se
Dos pacientes cujo diâmetro da artéria pulmonar principal foi igual ou superior a
29mm, independentemente do grupo estudado, 72,5% (8/11) apresentaram algum tipo de
alteração radiológica, a saber: cicatriz fibrosa (07/11; 63,5%),
bronquiectasias/bronquioloectasia (05/11; 45,5%), espessamento de septo interlobular (5/11;
45,5%), espessamento pleural (03/11; 27,5%), opacidade em vidro fosco (02/11; 18%),
nódulo centrolobular (01/11; 09%), cisto pulmonar (01/11; 09%) e atenuação em mosaico
(01/11; 09%). Além disso, 36,5% (04/11) desses mesmos pacientes apresentaram distúrbio
ventilatório restritivo (n=02) ou obstrutivo (n=02), cujos achados obtidos e previstos foram
comparados levando em consideração o gênero (Tabela 12), ou seja, grande parte dos
pacientes com dilatação anormal da artéria pulmonar já apresentavam algum tipo de
alteração pulmonar.
65
Tabela 12 – Volumes, capacidades e fluxos obtidos e previstos para mulheres e homens com HTLV-
1 cujo diâmetro da artéria pulmonar principal foi igual ou superior a 29mm. Belém/PA, 2013-2016
Mulheres (N=05) P-valor Homens (N=06) P-valor
Variáveis Obtido Predito Obtido Predito
*
CV (L) 2.09 ± 0.12 2.61 ± 0.28 0.01 3.26 ± 0.72 4.29 ± 0.23 0.01*
CVF (L) 2.13 ± 0.23 2.61 ± 0.28 0.07 3.55 ± 0.75 4.29 ± 0.23 0.04*
VEF1 (L) 1.80 ± 0.15 2.14 ± 0.23 0.03* 2.86 ± 0.49 3.50 ± 0.12 0.01*
VEF1/CVF (%) 84.7 ± 5.80 81.7 ± 1.67 0.37 80.9 ± 8.74 81.5 ± 2.15 0.89
FEF25-75 (L/min) 1.97 ± 0.57 2.15 ± 0.19 0.44 2.90 ± 0.65 3.46 ± 0.27 0.13
TEF25-75 (s) 0.56 ± 0.14 0.61 ± 0.03 0.50 0.65 ± 0.21 0.60 ± 0.03 0.63
*
FEFmáx (L/s) 4.21 ± 1.32 6.30 ± 0.37 0.03 6.53 ± 1.83 10.5 ± 0.22 0.00*
FEF50% (L/s) 2.75 ± 1.12 2.86 ± 0.19 0.83 3.58 ± 0.93 4.39 ± 0.26 0.08
FEF75% (L/s) 0.87 ± 0.17 0.76 ± 0.10 0.37 1.38 ± 0.80 1.31 ± 0.16 0.86
*
VVM (L/min) 55.4 ± 8.46 79.4 ± 8.62 0.00 101 ± 23.2 130 ± 5.20 0.01*
Fonte: protocolo de pesquisa, 2013-2016.
Dados expressos como média±desvio padrão. Test t de Student pareado (p<0.05 *). Teste de Wilcoxon
(p<0.05*).
PET/MAH: paraparesia espástica tropical ou mielopatia associada ao HTLV-1. CV: Capacidade vital. CVF:
Capacidade vital forçada. VEF1: Volume expiratório forçado no 1º segundo. VEF 1/CVF: relação entre Volume
expiratório forçado no 1º segundo e capacidade vital forçada. FEF 25-75%: fluxo expiratório forçado 25%-75%.
TEF25%-75%: tempo expiratório forçado 25%-75%. FEFmáx: fluxo expiratório máximo forçado. FEF50%: Fluxo
expiratório forçado 50%. FEF75%: Fluxo expiratório forçado 75%. VVM: ventilação voluntária máxima.
Achados clínicos
6 DISCUSSÃO
dilatações anormais dos brônquios ou bronquíolos sejam mais frequentes em pacientes com
HTLV-1, principalmente aqueles que desenvolvem a PET/MAH, do que entre a população
geral brasileira.
que, entretanto, não exclui a presença da doença em diâmetros inferiores a 29mm, uma vez
que nos pacientes com hipertensão pulmonar leve a artéria pulmonar principal pode estar
pouco dilatada. Além disso, a relação entre a medida do diâmetro da artéria pulmonar
principal e da aorta ascendente superior a 1 (relação > 1:1) possui sinal radiológico também
importante com valor preditivo positivo de 96% e especificidade de 92% para a referida
hipertensão. Nesse sentido, a TC de tórax torna-se um dos instrumentos não invasivos mais
úteis para estimar tal condição patológica, embora a cateterização do lado direito do coração
seja o método de diagnóstico confirmatório para a doença, pois permite a mensuração direta
das pressões pulmonares, embora seja um método invasivo (PEÑA et al., 2012; DEVARAJ
et al., 2010; REVEL et al., 2009).
Por outro lado, até o presente momento somente dois estudos foram publicados
fazendo relação entre o HTLV-1 e hipertensão pulmonar. Um deles relata a presença da
doença em uma mulher de 59 anos de idade oriunda da Índia e portadora de L/ATL
(BLAQUIÈRE et al., 2004) e o outro descreve a doença em um paciente hemofílico com
HTLV-1 (SUZUKI, 1995). No entanto, a hipótese da ligação entre hipertensão pulmonar e
outro retrovírus, tal como o HTLV-1, precisa ser comprovada por meio de mais estudos e os
achados aqui expostos não são capazes de confirmar tal relação, embora sejam sugestivos e
devam ser interpretados como um passo inicial para estudos futuros.
Vale destacar ainda que a maioria das pessoas infectadas pelo HTLV-1 possui
condição socioeconômica baixa e residem nos chamados “países em desenvolvimento”
cujos recursos financeiros e estruturais em saúde são limitados o que aumenta a
possibilidade de morbidade e mortalidade. A própria complexidade da infecção e seu
respectivo tratamento exige um serviço em saúde bem estruturado. Para Einsiedel et al.,
2012, a doença pulmonar parece ser clinicamente incomum entre as pessoas infectadas pelo
HTLV-1 nos países desenvolvidos, em contraste à populações menos favorecidas, pois
pesquisa realizada com indígenas pobres na Austrália Central evidenciou que o
acometimento pulmonar foi uma das principais causas de mortalidade precoce entre adultos
infectados pelo HTLV-1, algo incomum na população geral daquele país. Além disso, é
importante destacar que as pneumopatias aumentam as taxas de morbimortalidade quando
associadas a outras doenças de base e nos países em desenvolvimento são responsáveis por
elevadas taxas de internação hospitalares e óbitos (LUNA et al., 2016). Nesses países com
menores recursos de saúde as bronquiectasias pós-infecciosas continuam sendo um grande
desafio à saúde pública (SANTOS et al., 2015).
Por outro lado, é possível que a característica insidiosa da doença com sinais e
sintomas pulmonares predominantemente subclínicos possa fazer com que muitos
indivíduos infectados pelo HTLV-1 não sejam investigados precocemente mascarando a
verdadeira face da infecção viral, pois nenhum paciente deste estudo havia sido previamente
diagnosticado com bronquiectasias ou qualquer outro tipo de alteração radiológica, bem
74
como com alterações funcionais pulmonares. Nesse sentido, pacientes com HTLV-1 só
descubririam alterações pulmonares em fases bem avançadas de acometimento pulmonar e
com extensas áreas de lesão radiológica formando um ciclo silencioso de lesão pulmonar
que dificultaria o manejo clínico adequado da doença.
Sob o ponto de vista clínico, dois tipos de sintomas pulmonares foram descritos
nesse estudo: dispneia e hipersecreção brônquica, sendo que o primeiro foi mais prevalente
que o segundo, especialmente nos pacientes PET/MAH definitivo. A dispneia pode estar
associada às lesões pulmonares que cursaram com áreas de destruição do parênquima
pulmonar e fibrose. Já a hipersecreção brônquica pode estar relacionada às
bronquiectasias/bronquioloectasias que também foram bastante prevalentes. Segundo Dalcin
et al., (2007), o quadro bronquiectásico pode se apresentar clinicamente como uma doença
indolente, supurativa ou com hemoptise. A apresentação como uma doença indolente
envolve o fato de que as bronquiectasias podem ser encontradas em indivíduos
assintomáticos (geralmente observadas em fases iniciaiais da doença - graus menores de
bronquiectasias) ou em quadros de bronquiectasias de tração. Talvez isso possa explicar o
fato de alguns pacientes terem apresentado bronquiectasias, porém sem a presença de
hipersecreção brônquica e esta ter sido menos frequente que a dispneia.
Por fim, algumas limitações podem ser enumeradas neste estudo, tais como: o
menor número de pacientes analisados quando comparado a algumas pesquisas anteriores a
exemplo de Yamashiro et al., (2012) e Okada et al., (2006) o que pode ter subestimado a
incidência de lesões pulmonares, principalmente nos pacientes com PET/MAH. Uma das
explicações para isso é o fato de que a grande maioria das pesquisas que abordam alterações
pulmonares em indivíduos com HTLV-1 são oriundas do Japão, região reconhecidamente
com a maior taxa de pessoas infectadas pelo vírus no mundo.
PET/MAH por não apresentarem uma forma clínica relacionada ao vírus tendem a não
procurar o atendimento médico por “não apresentarem sintomas”.
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ABAD-FERNÁNDEZ, M.; MORENO, A.; DRONDA, F.; DEL CAMPO, S.; QUEREDA,
C.; CASADO, J. L.; PÉREZ-ELÍAS, M. J.; MORENO, S.; VALLEJO, A. Delayed liver
fibrosis in HTLV-2-infected patients co-infected with HIV-1 and hepatitis C virus with
suppressive antiretroviral therapy. AIDS, v. 29, n. 4, p. 401-409, 2015.
ATSUMI, E.; YARA, S.; HIGA, F.; HIRATA, T.; HARANAGA, S.; TATEYAMA, M.;
FUJITA, J. Influence of human T lymphotropic virus type I infection on the etiology of
community-acquired pneumonia. Intern. Med., v. 48, n. 12, p. 959-965, 2009.
BASSANI, S.; LÓPEZ, M.; TORO, C.; JIMÉNEZ, V.; SEMPERE, J. M.; SORIANO, V.;
BENITO, J. M. Influence of human T cell lymphotropic virus type 2 coinfection on
virological and immunological parameters in HIV type 1-infected patients. Clin. Infect.
Dis., v. 44, n. 1, p. 105-110, 2007.
BASTOS, M. L.; SANTOS, S. B.; SOUZA, A.; FINKMOORE, B.; BISPO, O.; BARRETO,
T.; CARDOSO, I.; BISPO, I.; BASTOS, F.; PEREIRA, D.; RILEY, L.; CARVALHO, E. M.
Influence of HTLV-1 on the clinical, microbiologic and immunologic presentation of
tuberculosis. BMC Infec. Dis., v. 12, p. 2-8, 2012.
BLAQUIÈRE, G.; BOLO, M.; INAMO, J.; DAOUDAL, P.; DELAUNAY, C.; PAGNOT,
R.; NUMÉRIC, P. Primary pulmonary hypertension associated with HTLV-I retrovirus
infection at the adult T-cell leukemia lymphoma stage. Presse Med., v. 33, n. 5, p. 316-7,
2004.
G. R.; ROVIROSA, L. C.; CARTON, H.; GOTUZZO, E.; HALL, W. W.; MONTANO, S.;
MURPHY, E. L.; OGER, J.; REMONDEGUI, C.; TAYLOR, G. P. Proposal for diagnostic
criteria of tropical spastic Paraparesis/HTLV-I-associated myelopathy (TSP/HAM). AIDS
Res. Hum. Retroviruses, v. 22, n. 10, p. 931-935, 2006.
DEVARAJ, A.; WELLS, A. U.; MEISTER, M. G.; CORTE, T. J.; WORT, S. J.;
HANSELL, D. M. Detection of pulmonary hypertension with multidetector CT and
echocardiography alone and in combination. Radiology, v. 254, n. 2, p. 609-616, 2010.
EINSIEDEL, L.; CASSAR, O.; GOEMAN, E.; SPELMAN, T.; AU, V.; HATAMI, S.;
JOSEPH, S.; GESSAIN, A. Higher human T-lymphotropic virus type 1 subtype C proviral
loads are associated with bronchiectasis in indigenous australians: results of a case-control
study. Open Forum Infect. Dis., v. 1, n. 1, p. 1-8, 2014.
FEIJOO, M. Q.; TORO, R.; LÓPEZ VAZQUEZ DE LA TORRE, M.; LENNIE, V.; ARCE,
C.; MORENO, V.; VALENCIA, E.; VISPO, E.; ALMERÍA, C.; MANGAS, A.;
CARBONERO, L. M. Relationship between endothelin-1 levels and pulmonary arterial
hypertension in HIV-infected patients. AIDS, v. 28, n. 18, p. 2693-2699, 2014.
FUKUOKA, J.; TOMINAGA, M.; ICHIKADO, K.; TANAKA, T.; ICHIYASU, H.;
KOHROGI, H.; ISHIZAWA, S.; SUGA, M. Lung miliary micro-nodules in human T-cell
leukemia virus type I carriers. Pathol. Int., v. 63, n. 2, p. 108-12, 2013.
FUZII, H. T.; SILVA DIAS, G. A.; BARROS, R. J.; FALCÃO, L. F.; QUARESMA, J. A.
Immunopathogenesis of HTLV-1 assoaciated myelopathy/tropical spastic paraparesis
(HAM/TSP). Life Sci., v. 28, n. 104, p. 9-14, 2014.
GHOFRANI, H. A.; STAEHLER, G.; GRÜNIG, E.; HALANK, M.; MITROVIC, V.;
UNGER, S.; MUECK, W.; FREY, R.; GRIMMINGER, F.; SCHERMULY, R. T.; BEHR, J.
Acute effects of riociguat in borderline or manifest pulmonary hypertension associated with
chronic obstructive pulmonary disease. Pulm. Circ., v. 5, n. 2, p. 296-304, 2015.
79
GRIVAS, R.; FREEMAN, K.; BAIRD, R. Human T-lymphotropic virus-1 serology in the
Northern Territory: 2008-2011. Pathology, v. 46, n. 7, p. 644-8, 2014.
HOMMA, H.; YAMANAKA, A.; TANIMOTO, S.; TAMURA, M.; CHIJIMATSU, Y.;
KIRA, S.; IZUMI, T. Diffuse panbronchiolitis. A disease of the transitional zone of the lung.
Chest, v. 83, n. 1, p. 63-69, 1983.
ISHAK, R.; HARRINGTON, W. J. JR.; AZEVEDO, V. N.; EIRAKU, N.; ISHAK, M. O.;
GUERREIRO, J. F.; SANTOS, S. B.; KUBO, T.; MONKEN, C.; ALEXANDER, S.
Identification of human t cell lymphotropic virus type IIa infection in the Kayapo
Indigenous Population of Brazil. AIDS Res. Hum. Retroviruses, v. 11, n. 7, p. 813-821,
1995.
ISHIHARA, K.; INOKUCHI, N.; TSUSHIMA, Y.; TSURUDA, K.; MORINAGA, Y.;
HASEGAWA, H.; YANAGIHARA, K.; KAMIHIRA, S. Relevance of molecular tests for
HTLV-1 infection as confirmatory tests after the first sero-screening. J. Immunoassay
Immunochem., v. 35, n. 1, p. 74-82, 2014.
KADOTA, J.; MUKAE, H.; FUJII, T.; SEKI, M.; TOMONO, K.; KOHNO, S. Clinical
similarities and differences between human T-cell lymphotropic virus type 1-associated
bronchiolitis and diffuse panbronchiolitis. Chest, v. 125, n. 4, p. 1239-47, 2004.
MATSUYAMA, W.; KAWABATA, M.; MIZOGUCHI, A.; IWAMI, F.; WAKIMOTO, J.;
OSAME, M. Influence of human T lymphotrophic virus type I on cryptogenic fibrosing
alveolitis - HTLV-I associated fibrosing alveolitis: proposal of a new clinical entity. Clin.
Exp. Immunol., v. 133, n. 3, p. 397-403, 2003.
MIYAZATO, A.; KAWAKAMI, K.; IWAKURA, Y.; SAITO, A. Chemokine synthesis and
cellular inflammatory changes in lungs of mice bearing p40tax of human t-lymphotropic
virus type 1. Clin. Exp. Immunol., v. 120, p. 113-24, 2000.
MURPHY, E. L.; WANG, B.; SACHER, R. A.; FRIDEY, J.; SMITH, J. W.; NASS, C. C.;
NEWMAN, B.; OWNBY, H. E.; GARRATTY, G.; HUTCHING, S. T.; SCHREIBER, G. B.
Respiratory and urinary tract infections, arthritis, and asthma associated with HTLV-I and
HTLV-II infection. Emerg. Infect. Dis., v. 10, n. 1, p. 109-116, 2004.
MURPHY, E. L.; OWNB, H. E.; SMITH, J. W.; GARRATTY, G.; HUTCHING, S. T.; WU,
Y.; AMETI, D. I. Pulmonary function testing in HTLV-I and HTLV-II infected humans: A
cohort study. BMC Pulm. Med., v. 3, p. 1-8, 2003.
NAKAGAWA, M.; IZUMO, S.; IJICHI, S.; KUBOTA, H.; ARIMURA, K.; KAWABATA,
M.; OSAME, M. HTLV-I-associated myelopathy: analysis of 213 patients based on clinical
features and laboratory findings. J. Neurovirol., v. 1, n. 1, p. 50-61, 1995.
81
NAKAYAMA, Y.; YAMAZATO, Y.; TAMAYOSE, M.; ATSUMI, E.; YARA, S.; HIGA,
F.; TATEYAMA, M.; FUJITA, J. Increased expression of HBZ and Foxp3 mRNA in
bronchoalveolar lavage cells taken from human T-lymphotropic virus type 1-associated lung
disorder patients. Intern. Med., v. 52, n. 23, p. 2599-609, 2013.
NDHLOVU, L. C.; LEAL, F. E.; HASENKRUG, A. M.; JHA, A. R.; CARVALHO, K. I.;
ECCLES-JAMES, I. G.; BRUNO, F. R.; VIEIRA, R. G.; YORK, V. A.; CHEW, G. M.;
JONES, R. B.; TANAKA, Y.; NETO, W. K.; SANABANI, S. S.; OSTROWSKI, M. A;
SEGURADO, A. C.; NIXON, D. F; KALLAS, E. G. HTLV-1 tax specific CD8+ T cells
express low levels of Tim-3 in HTLV-1 infection: implications for progression to
neurological complications. PLoS Negl. Trop. Dis., v. 5, n. 4, p. 1030-1039, 2011.
NEROME, Y.; KOJYO, K.; NINOMIYA, Y.; ISHIKAWA, T.; OGISO, A.; TAKEI, S.;
KAWANO, Y.; DOUCHI, T.; TAKEZAKI, T.; OWAKI, T. Current human T-cell
lymphotropic virus type 1 mother-to-child transmission prevention status in Kagoshima.
Pediatr. Int., v. 56, n. 4, p. 640-643, 2014.
NIEDERER, H. A.; LAYDON, D. J.; MELAMED, A.; ELEMANS, M.; ASQUITH, B.;
MATSUOKA, M.; BANGHAM, C. R. HTLV-1 proviral integration sites differ between
asymptomatic carriers and patients with HAM/TSP. Virol. J., v. 11, p. 172, 2014.
OKADA, F.; ANDO, Y.; YOSHITAKE, S.; YOTSUMOTO, S.; MATSUMOTO, S.;
WAKISAKA, M.; MAEDA, T.; MORI, H. Pulmonary CT findings in 320 carriers of human
t-lymphotropic virus type 1. Radiology, v. 240, n. 2, p. 559-564, 2006.
ONDA, N.; TANAKA, Y.; HINO, M.; GEMMA, A. Bosentan for pulmonary hypertension
secondary to idiopathic pulmonary fibrosis. Respir. Med. Case Rep., v. 14, p. 19-23, 2014.
OUAGUIA, L.; MRIZAK, D.; RENAUD, S.; MORALÈS, O.; DELHEM, N. Control of the
inflammatory response mechanisms mediated by natural and induced regulatory T-cells in
HCV-, HTLV-1-, and EBV-associated cancers. Mediators Inflamm., v. 2014, p. 1-15,
2014.
PAIVA, A.; CASSEB, J. Origin and prevalence of human T-lymphotropic virus type 1
(HTLV-1) and type 2 (HTLV-2) among indigenous populations in the Americas. Rev. Inst.
Med. Trop. Sao Paulo, v. 57, n. 1, p. 1-13. 2015.
PARQUE, S. H.; CHEN, W. C.; ESMAEIL, N.; LUCAS, B.; MARSH, L. M.; REIBMAN,
J.; GRUNIG, G. Interleukin 13- and interleukin 17A-induced pulmonary hypertension
82
phenotype due to inhalation of antigen and fine particles from air pollution. Pulm. Circ., v.
4, n. 4, p. 654-668, 2014.
PEÑA, E.; DENNIE, C.; VEINOT, J.; MUÑIZ, S. H. Pulmonary hypertension: how the
radiologist can help. Radiographics, v. 32, n. 1, p. 9-32, 2012.
POIESZ, B. J.; RUSCETTI, F. W.; GAZDAR, A. F.; BUNN, P. A.; MINNA, J. D.;
GALLO, R. C. Detection and isolation of type C retrovirus particles from fresh and cultured
lymphocytes of a patient with cutaneous T-cell lymphoma. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A, v.
77, n. 12, p. 7415-7419, 1980.
SÁ, K. N.; MACÊDO, M. C.; ANDRADE, R. P.; MENDES, S. D.; MARTINS, J. V.;
BAPTISTA, A. F. Physiotherapy for human T-lymphotropic virus 1-associated myelopathy:
review of the literature and future perspectives. J. Multidiscip. Healthc., v. 8, p. 117-125,
2015.
SARKIS, S.; BELROSEC, G.; PELOPONESE, J. R. J. M.; OLINDOD, S.; CÉSAIREC, R.;
MESNARDA, J. M.; GROSS, A. Increased osteopontin expression in HTLV-1-associated
myelopathy/tropical spastic paraparesis (HAM/TSP) patient cells is associated with IL-17
expression. J. Clin. Virol., v. 58, n. 1, p. 295-298, 2013.
SATOU, Y.; UTSUNOMIYA, A.; TANABE, J.; NAKAGAWA, M.; NOSAKA, K.;
MATSUOKA, M. HTLV-1modulates the frequency and phenotype of FoxP3+ CD4+ T cells
in virus-infected individuals. Retrovirology, v. 30, p. 9-46, 2012.
SEKI, M.; HIGASHIYAMA, Y.; MIZOKAMI, A.; KADOTA, J.; MORIUCHI, R.;
KOHNO, S.; SUZUKI, Y.; TAKAHASHI, K.; GOJOBORI, T.; KATAMINE, S. Up-
regulation of human t lymphotropic virus type 1 (HTLV-1) tax/rex mRNA in infected lung
tissues. Clin. Exp. Immunol., v. 120, n. 3, p. 488-498, 2000.
SILVA, C. I. S.; MARCHIORI, E.; SOUZA JÚNIOR, A. S.; MÜLLER, N. L.; COMISSÃO
DE IMAGEM DA SOCIEDADE BRASILEIRADE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA.
Consenso brasileiro ilustrado sobre a terminologia dos descritores e padrões fundamentais
da TC de tórax. J. Bras. Pneumol., v. 36, n. 1, p. 99-123, 2010.
83
SUGIMOTO, M.; NAKASHIMA, H.; WATANABE, S.; UYAMA, E.; TANAKA, F.;
ANDO, M.; ARAKI, S.; KAWASAKI, S. T-lymphocyte alveolitis in HTLV-I-associated
myelopathy. Lancet, v. 2, p. 1220, 1987.
TANAKA, Y.; MIZUGUCHI, M.; TAKAHASHI, Y.; FUJII, H.; TANAKA, R.;
FUKUSHIMA, T.; TOMOYOSE, T.; ANSARI, A. A.; NAKAMURA, M. Human T-cell
leukemia virus type-I Tax induces the expression of CD83 on T cells. Retrovirology, v. 12,
p. 56, 2015.
TERUYA, H.; TOMITA, M.; SENBA, M.; ISHIKAWA, C.; TAMAYOSE, M.;
MIYAZATO, A.; YARA, S.; TANAKA, Y.; IWAKURA, Y.; FUJITA, J.; MORI, N.
Human t-cell leukemia virus type I infects human lung epithelial cells and induces gene
expression of cytokines, chemokines and cell adhesion molecules. Retrovirology, v. 5, p. 1-
10, 2008.
THÉNOZ, M.; VERNIN, C.; MORTADA, H.; KARAM, M.; PINATEL, C.; GESSAIN, A.;
WEBB, T. R.; AUBOEUF, D.; WATTEL, E.; MORTREUX, F. HTLV-1-infected CD4+ T-
cells display alternative exon usages that culminate in adult T-cell leukemia. Retrovirology,
v. 11, p. 119-128, 2014.
TURPIN, J.; JOURNO, C.; KO, N. L.; SINET, F.; CARPENTIER, A.; GALIOOT, A.;
EDWARDS, D.; VANDAMME, A. M.; GAZZOLO, L.; DUC DODON, M.; GESSAIN, A.;
KASHANCHI, F.; BALANSARD, I.; LACOSTE, R.; MAHIEUX, R. Discovery and
characterization of auxiliary proteins encoded by type 3 simian T-cell lymphotropic viruses.
J. Virol., v. 89, n. 2, p. 931-951, 2015.
VAKILI, R.; SABET, F.; AAHMADI, S.; BOOSTANI, R.; RAFATPANAH, H.;
SHAMSIAN, A.; REZAEE, S. A. Human T-lymphotropic Virus Type I (HTLV-I) Proviral
Load and Clinical Features in Iranian HAM/TSP Patients: Comparison of HTLV-I Proviral
Load in HAM/TSP Patients. Iran J. Basic Med. Sci., v. 16, n. 3, p. 268-272, 2013.
a semi-isolated afro-brazilian quilombo located in the Marajó Island (Pará, Brazil). Mem.
Inst. Oswaldo Cruz, v. 101, n. 1, p. 103-105, 2006.
VERDONCK, K.; GONZÁLEZ, E.; HENOSTROZA, G.; NABETA, P.; LLANOS, F.;
CORNEJO, H.; VANHAM, G.; SEAS, C.; GOTUZZO, E. HTLV-1 infection is frequent
among out-patients with pulmonary tuberculosis in northern Lima, Peru. Int. J. Tuberc.
Lung Dis., v. 11, n. 10, p. 1066-1072, 2007.
YAMASHIRO, T.; KAMIYA, H.; MIYARA, T.; GIBO, S.; OGAWA, K.; AKAMINE, T.;
MOROMIZATO, H.; YARA, S.; MURAYAMA, S. CT scans of the chest in carriers of
human T-cell lymphotropic virus type 1: presence of interstitial pneumonia. Acad. Radiol,
v. 19, n. 8, p. 952-957, 2012.
YAMAZATO, Y.; MIYAZATO, A.; KAWAKAMI, K.; YARA, S.; KANESHIMA, H.;
SAITO, A. High expression of p40(tax) and pro-inflammatory cytokines and chemokines in
the lungs of human T-lymphotropic virus type 1-related bronchopulmonary disorders.
Chest, v. 124, n. 6, p. 2283-2292, 2003.
YU, H.; FUJITA, J.; HIGA, F.; YAMADORI, I.; HIBIYA, K.; YARA, S.; TATEYAMA,
M.; TANIMOTO, Y.; TANIMOTO, M.; LI, H. Nonspecific interstitial pneumonia pattern as
pulmonary involvement in human T-cell lymphotropic virus type 1 carriers. J. Infect.
Chemother., v. 15, n. 5, p. 284-287, 2009.
85
APÊNDICES
86
Se você tiver qualquer pergunta sobre esse estudo ou riscos, você pode entrar em
contato com o Dr. Juarez Antônio Simões Quaresma, telefone (91) 3241-0032. Se você tiver
dúvidas sobre seus direitos ou com relação aos aspectos éticos do trabalho você pode entrar
em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (CEP) no
núcleo de medicina tropical da UFPA localizada na av Generalíssimo Deodoro, nº92,
Umarizal, Belém/PA no telefone: (91) 3241-0032.
Eu discuti com o Dr. Juarez Antônio Simões Quaresma sobre a minha decisão
em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim, quais são os propósitos do estudo, os
procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de
87
ANEXOS
91
Definitivo:
Paraparesia espástica
Alteração da marcha referida pelo paciente
Alterações de sensibilidade
Alterações esfincterianas
PCR positivo para HTLV-1
Exclusão de outras doenças semelhantes a PET/MAH
Provável:
Apresentação monossintomática:
Espasticidade ou;
Hiperreflexia ou;
Sinal de Babinski;
Alterações sensoriais
Bexiga neurogênica (teste urodinâmicos)
PCR positivo para HTLV-1
Exclusão de outras doenças semelhantes a PET/MAH
Possível:
Apresentação clínica completa ou incompleta
Sorologia para HTLV-1 (sague e/ou LCR) ou;
PCR positivo para HTLV-1
Distúrbios que podem se assemelhar a PET/MAH não devem ser excluídos
92